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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL MAGALHÃES, Rafaela Siqueira, COELHO, Vinícius Sáez de Oliveira RESUMO: O artigo analisa a educação a distância (EaD) como forma de inclusão social no Brasil. Por meio de um levantamento bibliográfico, abordaremos a expansão de cursos a distância que propiciam aos mais diversos sujeitos a oportunidade de se inserirem na sociedade por meio da educação. Palavras-chave: Educação a distância. Inclusão social. Tecnologia. 1INTRODUÇÃO A educação abrange diversas modalidades de ensino, neste século as cartas e correspondências utilizadas como ferramentas educacionais a distância, cederam lugar a mecanismos mais sofisticados bem como computadores, tablets, e-books, Moodle, softwares livre. A educação a distância tem crescido em ritmo acelerado e, junto a esse crescimento, expectativas foram criadas em torno do retorno social que a EaD pode proporcionar para o país. De acordo com José Matias-Pereira (2008) "a EaD trata-se, em geral, de uma educação disponibilizada, para um grande número de pessoas. Essa forma de educação substitui a interação pessoal entre professor e aluno na sala de aula." . Por esse motivo, parte-se da hipótese de que essa modalidade de ensino seja capaz de colaborar em iniciativas inclusivas, porém, ainda não tem a dimensão necessária para tal fim, necessitando ser ampliada. O objetivo geral é analisar a educação a distância como instrumento de inclusão social no Brasil e a escolha desse assunto justifica-se pela dimensão que esse tipo de ensino pode tomar no país. A metodologia adotada consiste no levantamento e análise bibliográfica de fontes que permitem a percepção de um panorama geral do quadro social brasileiro e da educação a distancia no Estado. 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E INCLUSÃO SOCIAL 2.1 EDUCAÇÃO PRESENCIAL VERSUS EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A educação presencial pautada na relação entre aluno e professor na sala de aula com a utilização de métodos tradicionais de ensino se difere da educação a distancia não só pelo seu método diferenciado, como também pela autonomia do aluno em relação ao processo de aprendizado. A EaD se mostra bastante difundida e utilizada no país, contudo, a educação presencial é a principal forma de ensino usada no Brasil. Nos últimos anos, a educação a distancia ganhou tal notoriedade e importância pois sua estrutura curricular e grade de ensino se tornou equivalente a de um curso presencial. De acordo com a tabela do INEP abaixo (MOTA, RONALDO. Universidade Aberta do Brasil.), que relaciona as duas modalidades de ensino de acordo com as regiões brasileiras, nota-se a maciça disparidade entre o numero de alunos em cursos presenciais em relação a cursos a distancia.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL

MAGALHÃES, Rafaela Siqueira, COELHO, Vinícius Sáez de Oliveira

RESUMO: O artigo analisa a educação a distância (EaD) como forma de inclusão social

no Brasil. Por meio de um levantamento bibliográfico, abordaremos a expansão de

cursos a distância que propiciam aos mais diversos sujeitos a oportunidade de se

inserirem na sociedade por meio da educação.

Palavras-chave: Educação a distância. Inclusão social. Tecnologia.

1INTRODUÇÃO

A educação abrange diversas modalidades de ensino, neste século as cartas e

correspondências utilizadas como ferramentas educacionais a distância, cederam lugar a

mecanismos mais sofisticados bem como computadores, tablets, e-books, Moodle,

softwares livre. A educação a distância tem crescido em ritmo acelerado e, junto a esse

crescimento, expectativas foram criadas em torno do retorno social que a EaD pode

proporcionar para o país. De acordo com José Matias-Pereira (2008) "a EaD trata-se, em

geral, de uma educação disponibilizada, para um grande número de pessoas. Essa forma

de educação substitui a interação pessoal entre professor e aluno na sala de aula." . Por

esse motivo, parte-se da hipótese de que essa modalidade de ensino seja capaz de

colaborar em iniciativas inclusivas, porém, ainda não tem a dimensão necessária para tal

fim, necessitando ser ampliada. O objetivo geral é analisar a educação a distância como

instrumento de inclusão social no Brasil e a escolha desse assunto justifica-se pela

dimensão que esse tipo de ensino pode tomar no país. A metodologia adotada consiste

no levantamento e análise bibliográfica de fontes que permitem a percepção de um

panorama geral do quadro social brasileiro e da educação a distancia no Estado.

2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E INCLUSÃO SOCIAL

2.1 EDUCAÇÃO PRESENCIAL VERSUS EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A educação presencial pautada na relação entre aluno e professor na sala de aula com a

utilização de métodos tradicionais de ensino se difere da educação a distancia não só

pelo seu método diferenciado, como também pela autonomia do aluno em relação ao

processo de aprendizado. A EaD se mostra bastante difundida e utilizada no país,

contudo, a educação presencial é a principal forma de ensino usada no Brasil. Nos

últimos anos, a educação a distancia ganhou tal notoriedade e importância pois sua

estrutura curricular e grade de ensino se tornou equivalente a de um curso presencial.

De acordo com a tabela do INEP abaixo (MOTA, RONALDO. Universidade Aberta do

Brasil.), que relaciona as duas modalidades de ensino de acordo com as regiões

brasileiras, nota-se a maciça disparidade entre o numero de alunos em cursos

presenciais em relação a cursos a distancia.

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O surgimento de novas tecnologias e o avanço do campo informacional permitiu que a

educação a distancia se difundisse ainda mais. O uso da internet e dispositivos de

informática proporcionam o acesso rápido de múltiplos códigos de linguagens que

auxiliam no processo de aprendizagem e assimilação do conteúdo, bem como gráficos,

tabelas, imagens, textos interativos. “Só o conhecimento, por meio de diferentes

linguagens mediadas ou não pela tecnologia, garante a possibilidade de agir e interagir

de forma efetiva na sociedade moderna e o distanciamento dos saberes condenam o

indivíduo ao isolamento, à discriminação e à exclusão de sua cidadania.” (ABREU,

1999).

No entanto, não basta que existam apenas tais tecnologias, é necessário que o acesso a

essas seja amplamente difundido. Ainda é grande a parcela populacional brasileira que

não têm acessibilidade a essas ferramentas, não possibilitando o acesso ao ensino a

distancia , configurando um processo de exclusão social e digital. Conforme dito por

José Matias-Pereira (2009) "as desigualdades educacionais são o principal correlatos

das desigualdades de renda, oportunidades e condições de vida." Sendo então,

fundamental que todos tenham acesso a essa tecnologia uma vez que é possível por

meio de cursos e graduações a distancia uma formação e capacitação adequadas,

permitindo uma ascensão social, melhorando a qualidade de vida e incluindo de maneira

mais ampla o cidadão no meio em que ele está inserido.

2.2 VERSATILIDADE DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

As vantagens da educação a distancia consistem basicamente na difusão do

conhecimento. Ela permite que pessoas de diversas idades, regiões brasileiras e classes

sociais tenham fácil acesso ao aprendizado e, portanto, a capacitação profissional capaz

de inseri-los no mercado de trabalho e, consequentemente na própria sociedade. Dentre

outras vantagens da EaD, ressalta-se o fato de que ela é uma ferramenta adaptável à

disponibilidade de tempo do individuo, bem como caracteriza-se por ser um ensino

autônomo que estimula a construção do senso critico a partir de um aprendizado

colaborativo e coletivo. Ao que tudo indica, a educação a distancia e todo esse processo

de construção de conhecimento está relacionado com a formação da cidadania.

Pelas vantagens apresentadas, é necessário que haja maiores investimentos na

ampliação do acesso ao ensino a distancia, seja por instâncias governamentais ou

privadas. Isso deve ser feito por meio de estímulos e regulamentação legal desse tipo de

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ensino, como o artigo 80 da lei 9394/96 que diz que o poder público precisa incentivar o

desenvolvimento, expansão e a articulação de projetos de ensino a distancia em todos os

níveis e instâncias. Além disso, deve haver apoio e adesão a programas como a

Universidade Aberta, e de inclusão digital, que viabilizam ao individuo o acesso a esse

tipo de educação. Um dos princípios defendidos pelo programa citado, sucinta a ideia

central: “Democratizar, expandir e interiorizar a oferta de ensino superior público e

gratuito no país, estabelecer amplo sistema nacional de educação superior a distância.”

(Portal Universidade Aberta do Brasil – UAB, 2011).

3 CONCLUSÂO

Percebe-se que o Ensino a Distância configura um potente mecanismo para a inclusão

social, auxiliando no reparo da desigualdade social brasileira. O que caracteriza o

sucesso do EaD são as suas vantagens, ressaltando principalmente a acessibilidade.

Apesar da flexibilidade possível nesse tipo de curso, alguns entraves são encontrados,

por exemplo: o grande número de excluídos digitais e a necessidade de uma ampla

difusão da educação nesta modalidade. Por isso, se faz necessário um maior

investimento por parte governamental e de iniciativas privadas na criação de cursos e na

criação de universidades abertas, para assim expandir a inclusão social proporcionada

pelo ensino, bem como a construção da cidadania.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HICKEL, M. Educação a distância e as possibilidades de inclusão(ões). Porto

Alegre, 2011.

MATIAS-PEREIRA, J. Políticas públicas de educação no Brasil: a utilização da

EAD como instrumento de inclusão social. Brasília, 2008.

SOUZA, Graziela Santana e LEAL, Tiago Anderson Carneiro e Silva. Educação a

Distância no Brasil: Mudança Social e Tecnológica. Brasília, 2010.

SILVA, Fabiana Santos da. EaD e Inclusão Social: Desafios e Possibilidades no

Cenário Brasileiro. Paraná.

SIEVERT, Genaldo Luis e MATOS, Elizete Lucia Moreira. EaD: a Estrutura de um

curso online sob a ótica da teoria. Revista digital da CVA-Ricesu, 2014.

MATIAS-PEREIRA, J. Educação Superior a Distância, Tecnologias de Informação

e Comunicação e Inclusão Social no Brasil. Brasília, 2010.

VIANNA, J. A. Educação à Distancia, Inclusão e Mobilidade Social. Rio de Janeiro,

2009. MOTA,

RONALDO. Universidade Aberta do Brasil.