educacao a distancia das emergencias

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  • VII Encontro de pesquisa em educao da UFPI: Teresina, PI, 2012 ISSN: 23168013

    GT 17 - Educao e Novas Tecnologias

    EDUCAO A DISTNCIA DAS EMERGNCIAS?

    Orientanda: Raimunda Nonata da Silva Machado (UFPI) Orientador: Prof. Ps-PhD Francis Musa Boakari (UFPI)

    Resumo A Educao a Distancia das Emergncias constitui um exerccio de reflexo acerca das preocupaes que nos inquietam na pesquisa atual. Analisa como o espao virtual vem impulsionando processos de formao na rea da diversidade e as contribuies que a educao a distncia pode oferecer para o desenvolvimento dessas polticas de conhecimento, considerando os avanos no campo das tecnologias da informao e comunicao. Aborda o desenvolvimento da educao a distncia nas universidades brasileiras no mbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) e do Programa Rede de Educao para a Diversidade do Ministrio da Educao (MEC), bem como, a oferta do Curso de Especializao em Gesto de Polticas Pblicas em Gnero e Raa (GPP-GeR), mais especificamente, a partir das experincias de uma integrante da equipe da Universidade Federal do Maranho (UFMA). Pontua algumas das possibilidades bsicas do sistema de organizao de aprendizagem virtual Moodle, que colaboram para o fortalecimento do uso da modalidade de educao a distncia na contemporaneidade. Para tanto, mantm o dilogo com os documentos oficiais (planejamento e legislao) e alguns estudiosos da temtica em questo como: Aboud (2006), Castells (2002), Dias; Leite (2010), Heilborn (2010), Louro (2000), Moore; Kearsley (2010), Silva (2010), Silva (2010a) e Silva (2011). Adota uma abordagem qualitativa sociocultural e sinaliza para as tentativas de incorporao de temas da rea da diversidade nas prticas sociais, por meio da educao a distancia, ao mesmo tempo em que sugere perspectivas de prticas docentes com autonomia para o consumo e produo de tecnologias da informao e comunicao como ferramentas que colaboram na construo dos conhecimentos da diversidade. Questionamentos que problematizam estas preocupaes fazem parte destas reflexes crticas. Palavras-chave: Educao a distncia. Diversidades. Gesto em Polticas Pblicas.

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    VII Encontro de pesquisa em educao da UFPI: Teresina, PI, 2012 ISSN: 23168013

    1 INTRODUO

    A criao de um cenrio tecnolgico tem possibilitado transformaes

    sociais que, segundo Castells (2002), so prticas que produzem uma nova sociedade: a

    sociedade em rede, com uma nova estrutura social dominante; uma economia

    informacional global e uma nova cultura, a cultura da virtualidade real, as quais,

    tambm produzem outras formas de incluso e excluso social.

    No bojo dessas transformaes, encontram-se as instituies educacionais

    enfrentando o desafio de propiciar a democratizao do acesso aos meios eletrnicos;

    estimular o manuseio desses equipamentos e formar alunos/as e professores/as para sua

    utilizao nas mediaes pedaggicas. Esto em construo alternativas de interao

    para ensinar e aprender!

    Explorar a complexidade que existe no desenvolvimento de prticas

    educativas com o uso de tecnologias da informao e comunicao nos instiga a refletir

    sobre a utilizao da modalidade de educao a distncia (EaD) no contexto da

    sociedade informacional. (CASTELLS, 2002)

    Dentro dos limites deste estudo, no desejamos aprofundar se as tecnologias

    da informao e comunicao esto incorporadas na prtica docente, mas sim, seus

    impactos na gesto do conhecimento, por meio da educao a distncia.

    Com esse propsito, discutiremos como o espao virtual vem

    impulsionando processos de formao na rea da diversidade no mbito do Sistema

    Universidade Aberta do Brasil e as contribuies que a educao a distncia pode

    oferecer para o desenvolvimento de polticas de conhecimento que atendem a rea da

    diversidade, mediante dilogo com documentos oficiais (planejamento e legislao) e

    alguns estudiosos da temtica em questo, dentre os quais, destacamos: Aboud (2006),

    Castells (2002), Dias; Leite (2010), Heilborn (2010), Louro (2000), Moore; Kearsley

    (2010), Silva (2010), Silva (2010a) e Silva (2011).

    Portanto, no relato que segue, abordaremos o desenvolvimento da educao

    a distncia nas universidades brasileiras no mbito do Sistema Universidade Aberta

    (UAB), bem como, a oferta do Curso de Especializao em Gesto de Polticas Pblicas

    em Gnero e Raa (GPP-GeR) na Universidade Federal do Maranho, utilizando-se de

    algumas das possibilidades bsicas do sistema de organizao de aprendizagem virtual,

    que colaboram para o fortalecimento do uso da modalidade de educao a distncia na

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    contemporaneidade. Fatores geogrficos e socioculturais locais to importantes como

    deve ser esperado, so tratados somente de modo implcito.

    2 EDUCAO A DISTNCIA NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS

    Sabemos que a prtica de educao a distncia reconhecida, desde meados

    do sculo XIX, com o ensino por correspondncia, sendo que sua expanso tem sido

    impulsionada, na contemporaneidade, pelos avanos das tecnologias da informao e

    comunicao. Nesse sentido, Moore; Kearsley (2010) apontam cinco geraes de

    educao a distncia para compreendermos seu percurso histrico. Vejamos:

    1. Gerao Ensino por correspondncia: instruo individualizada;

    2. Gerao Transmisso por rdio e televiso: comunicao unidirecional com

    recursos de imagem e udio;

    3. Gerao Universidades Abertas: Abordagem sistmica das universidades abertas -

    transmisso com orientaes face a face,

    4. Gerao Teleconferncia: interao em tempo real

    5. Gerao Internet/web: ambiente virtual apia os princpios construcionistas, o

    papel dos/as mediadoras/es, visando aprendizagens colaborativas e maior integrao das

    mdias.

    As potencialidades tecnolgicas de cada gerao vo ampliando,

    historicamente, as possibilidades de interao e interatividade1 que favorecem

    aprendizagens individuais e coletivas. Na EaD os sistemas de ensino e aprendizagem

    so transformados e reorganizados para suprir as necessidades instrucionais e de

    conhecimento da sociedade (ABOUD, 2010, p.18).

    o que acontece com a implementao do projeto de criao do Sistema de

    Universidade Aberta do Brasil (UAB)2 em 2005. Trata-se de um sistema integrado por

    universidades pblicas que oferece cursos de nvel superior para camadas da populao

    que tm dificuldade de acesso formao universitria, por meio da metodologia da

    educao a distncia.

    Com as possibilidades do sistema UAB tornou-se possvel desenvolver,

    ainda, o Programa Rede de Educao para a Diversidade do Ministrio da Educao

    para realizar diversos cursos com a finalidade de disseminar o desenvolvimento de

    metodologias educacionais com insero de temas das reas da diversidade na formao

    de educadores e gestores pblicos, tais como: educao do campo, indgena, ambiental,

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    integral, direitos humanos, relaes tnico-raciais, gnero e orientao sexual, gnero e

    diversidade na escola, sade na escola, culturas e histria dos povos indgenas, Estatuto

    da Criana e do Adolescente, produo de material didtico para a diversidade, e outros

    (BRASIL, 2012). No quadro que segue, destacamos as instituies que tiveram, por

    exemplo, projetos aprovados para implementao do Curso de Especializao em

    Gesto de Polticas Pblicas em Gnero e Raa (GPP-GeR).

    N INSTITUIO REGIO UF MODALIDADE 1 UFPA Regio Norte PA EXTENSO 2 UFBA Regio Nordeste BA ESPECIALIZAO 3 UFBA Regio Nordeste BA EXTENSO 4 UFMA Regio Nordeste MA ESPECIALIZAO 5 UFPB Regio Nordeste PB ESPECIALIZAO 6 UFPE Regio Nordeste PE EXTENSO 7 UFPI Regio Nordeste PI ESPECIALIZAO 8 UFPI Regio Nordeste PI EXTENSO 9 UFS Regio Nordeste SE ESPECIALIZAO

    10 UNEB Regio Nordeste BA EXTENSO 11 UFMS Regio Centro-Oeste MS ESPECIALIZAO 12 UnB Regio Centro-Oeste DF ESPECIALIZAO 13 UFSM Regio Sul RS EXTENSO 14 UFES Regio Sudeste ES ESPECIALIZAO 15 UFMG Regio Sudeste MG EXTENSO 16 UNIMONTES Regio Sudeste MG ESPECIALIZAO 17 UNIMONTES Regio Sudeste MG EXTENSO 18 UFV Regio Sudeste MG ESPECIALIZAO 19 UFOP Regio Sudeste MG ESPECIALIZAO

    Fonte: http://sisuab.capes.gov.br/sisuab/PesquisasUAB. Acesso em: 09 out. 2012.

    As primeiras aproximaes com esta realidade instigam-nos com diversos

    questionamentos: Quais as preocupaes dos/as mediadoras/es para a realizao deste

    curso? O que leva a maior incidncia da regio nordeste na oferta do Curso GPP-GeR?

    Como o Programa Rede de Educao para a Diversidade est sendo efetivado nas

    instituies integrantes do sistema UAB que tiveram seus projetos de desenvolvimento

    desses cursos aprovados?

    No intencionamos dar respostas acerca desses questionamentos e outras

    problematizaes que podem, ainda, surgir na discusso das possibilidades da educao

    a distncia, em explorar conhecimentos da rea da diversidade na contemporaneidade.

    Todavia, podemos apontar situaes que nos incomodam nessa realidade e, por isso, nos

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    fazem pensar e construir uma representao possvel, no dilogo entre nossa experincia

    como professora neste curso, os documentos oficiais e autores/as que analisam a

    dinmica da educao a distncia.

    Logo, nesse contexto de implementao do Sistema UAB e do Programa

    Rede de Educao para a Diversidade que iremos refletir, a seguir, sobre as

    possibilidades da educao a distncia na formao continuada de profissionais da

    educao e gestores pblicos para o tratamento das temticas da diversidade.

    3 O AMBIENTE VIRTUAL MOODLE REFLETINDO DIVERSIDADE

    A Universidade Federal do Maranho (UFMA) foi credenciada no sistema

    UAB, em maro de 2006, para ofertar cursos de extenso, aperfeioamento, graduao e

    ps-graduao a distncia, atravs do Ncleo de Educao a Distncia NEaD. Com

    isso, ampliou as formaes continuada e inicial de 500 (quinhentos) alunos

    matriculados no ano de 2007 para 3.000 (trs mil) alunos em 2008 (TEIXEIRA, 2008).

    Nessa direo, a UFMA, contemplou diversos cursos da Rede de Educao

    para a Diversidade3 em parceria com Ministrio da Educao (MEC), por meio da

    Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao e Diversidade (SECADI-MEC). So

    alguns deles:

    Curso de Extenso e Aperfeioamento:

    Educao do Campo 210h

    Educao Integral e Integrada 180h

    Mediadores de Leitura e Educao em Direitos Humanos 120h

    Educao em Direitos Humanos 200h

    Gnero e Diversidade na Escola (GDE) 200h

    Curso de Especializao:

    Formao em Educao do Campo 390h

    Educao em Direitos Humanos 380h

    Gesto de Polticas Pblicas em Gnero e Raa (GPP-GeR) 390h.

    Por tratar de temas de nosso interesse, como as questes de gnero e raa,

    focalizaremos, neste estudo, o Curso GPP-GeR, problematizando sobre como o espao

    virtual vem impulsionando processos de formao na rea da diversidade no mbito do

    Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), bem como as contribuies que a

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    educao a distncia pode oferecer para o desenvolvimento dessas polticas de

    conhecimento?

    Esta realidade social nos instiga reflexo sobre um projeto comunicacional

    local criado pela convergncia das tecnologias das telecomunicaes e a capacidade de

    conexes eletrnicas dos computadores. Trata-se da idealizao de outro espao social

    de ensino e aprendizagem, o espao da virtualidade, no qual a distncia no apenas um

    aspecto geogrfico, mas tambm pedaggico (MOORE, KEARSLEY, 2010). Os

    recursos tecnolgicos entram neste cenrio como instrumentos que promovem ou criam

    barreiras no tocante s estratgias e consequentemente, os resultados obtidos.

    Este espao foi construdo com o auxlio de ferramentas que possibilitam a

    organizao, o gerenciamento e as vrias formas de interaes entre: aluno/contedo,

    aluno/mediador e aluno/alunos, mediante a utilizao de recursos da internet para

    comunicao sncrona (contato simultneo ou em tempo real) como o chat (sala de bate-

    papo) e comunicao assncrona (contato por meio da disponibilizao e troca de

    mensagens em tempos variados), tais como: frum de discusso, correio eletrnico,

    portflio, dentre outros.

    Estas ferramentas podem ser organizadas, por meio da criao de contas de

    usurios e senhas em sistemas fechados, tais como: Aulanet, Claroline, eFront, e-

    Proinfo, Teleduc, Moodle4, dentre outros. De acordo com Silva (2011, p. 18), o sistema

    Moodle o que possui maior aceitao no Brasil e no mundo, j que desde sua criao,

    em 2001, j foram identificadas milhares de instituies em mais de 200 pases que o

    utilizam para atender a diferentes tipos de pblico e necessidades.

    Na UFMA, o curso GPP-GeR desenvolvido no Ambiente Virtual de

    Aprendizagem Moodle (AVA Moodle), disponibilizado no sitio:

    http://www.avapg.ufma.br para formar profissionais aptos/as a atuar no processo de

    elaborao, monitoramento e avaliao de programas e aes que possam assegurar a

    transversalidade e a intersetorialidade de gnero e raa em todas as polticas pblicas

    (HEILBORN, 2010, p. 12).

    Conforme Silva; Nunes (2009), no Curso GPP-GeR esto matriculados:

    servidores/as das trs esferas da Administrao Pblica; integrantes dos Conselhos de

    Direitos da Mulher; dos Conselhos de Educao; dirigentes de organismos no-

    governamentais ligados temtica de gnero e da igualdade tnico-racial e gestores/as

    das reas de educao, sade, trabalho, segurana e planejamento que possuam diploma

    de nvel superior, em qualquer rea do conhecimento e que desejem aprofundar os

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    fundamentos tericos e prticos relativos a Gesto de Polticas Pblicas em Gnero e

    Raa. O objetivo principal de cunho terico-prtico apoiar participantes na aquisio

    de conhecimentos bsicos sobre questes de gnero e raa a fim de retroalimentar o seu

    envolvimento no planejamento e na execuo de aes governamentais nestas reas.

    Estes participantes esto distribudos em 6 (seis) plos da UAB do Estado

    do Maranho. So eles: Caxias, Cod, Santa Ins, Humberto de Campos, Graja e

    Imperatriz, contando com uma equipe tcnico-pedaggica formada por: 6 tutores/as, 4

    professores/as especialistas, 1 coordenadora de tutoria, 1 coordenadora geral e um

    tcnico administrador do ambiente Moodle.

    O AVA Moodle foi desenvolvido por Martin Dougiamas na perspectiva

    socioconstrutivista, com o desejo de propiciar a construo/reconstruo do

    conhecimento, a autoria, a produo de conhecimento em colaborao com os pares e a

    aprendizagem significativa do aluno (SILVA, 2011, p.18). O uso desta plataforma para

    a realizao do Curso GPP-GeR permite, aos sujeitos envolvidos, usufrurem das

    dimenses tecnolgicas, pedaggicas e dialgicas que as tecnologias da informao e

    comunicao podem disponibilizar numa sala de aula on-line. Para Silva (2010, p. 219): Uma sala de aula online no apenas o conjunto de ferramentas infotcnicas mas tambm um ambiente que se auto-organiza nas relaes estabelecidas pelos sujeitos com os objetos tcnicos que interagem e afetam-se mutuamente ao longo do processo de construo do conhecimento. Neste sentido, preciso que o desenho didtico contemple uma intencionalidade pedaggica que garanta a educao online como obra aberta, plstica, fluida, hipertextual e interativa. Caso contrrio, repetir prticas prprias da Pedagogia da transmisso.

    A sala de aula on-line do GPP-GeR est organizada no formato de tpicos

    que indica o modo como os contedos so disponibilizados no ambiente. a

    estruturao de curso mais utilizada e que atende ao agrupamento de assuntos por

    mdulos. Desse modo, os contedos do Curso GPP-GeR esto disponveis em

    ferramentas de recursos (que funcionam como espaos que armazenam materiais de

    estudo) e atividades (espaos de interao e interatividade que armazenam produes

    individuais e coletivas). Os objetivos educacionais, as questes tratadas e a carga

    horria curricular do curso so:

    Mdulo 1 Polticas pblicas e promoo da igualdade 45 horas Refletir sobre a essencialidade das polticas pblicas na superao das desigualdades de

    gnero e raa, trazendo um referencial bsico sobre polticas pblicas e promoo da

    igualdade.

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    Unidade 1. Objetivo da poltica pblica

    Unidade 2. Diversidade x desigualdade

    Unidade 3. Universalidade x aes afirmativas

    Mdulo 2 Polticas pblicas, sexo e gnero 60 horas

    Analisar as polticas pblicas traadas para atender as exigncias quanto a identidade de

    gnero e a interseo com a identidade tnico-racial.

    Unidade 1. Conceitos: sexo, gnero e sexualidade

    Unidade 2. Gnero e hierarquia social

    Unidade 3. Desigualdades de Gnero

    Unidade 4. Movimentos de mulheres

    Mdulo 3 Polticas pblicas, raa e etnia 60 horas

    Fazer uma retrospectiva histrica da construo do conceito de raa e do protagonismo

    dos movimentos negros e, especialmente de mulheres negras, na produo de

    diagnsticos sobre as desigualdades raciais e na proposio de polticas de promoo da

    equidade.

    Unidade 1. Conceitos: raa, etnia e racismo

    Unidade 2. Pensamento Social Brasileiro e Raa

    Unidade 3. Desigualdades Raciais

    Unidade 4. Movimento negro e de mulheres negras

    Mdulo 4 Estado e sociedade 45 horas Discutir sobre a atuao do Estado e da Sociedade Civil no processo de implementao

    de polticas pblicas com recorte de gnero e raa.

    Unidade 1. Estado, sociedade e cidadania

    Unidade 2. Direito Pblico

    Unidade 3. Polticas pblicas, aes afirmativas e raa

    Unidade 4. Polticas pblicas, aes afirmativas e gnero

    Mdulo 5 Gesto de polticas pblicas 60 horas

    Refletir sobre os desafios na elaborao de polticas pblicas com recorte de gnero e

    raa, uma vez que esta perspectiva acarreta, necessariamente, a promoo social da

    igualdade e o combate s estruturas que reproduzem as relaes de poder entre homens

    e mulheres e a discriminao tnico-racial.

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    Unidade 1. Conceitos de interseccionalidade, intersetorialidade e transversalidade

    Unidade 2. Equidade de gnero e raa na cultura organizacional

    Unidade 3. Planejamento governamental e oramento pblico com enfoque de gnero e

    raa

    Unidade 4. Elaborao, monitoramento e avaliao de projetos

    Mdulo 6 Metodologia de Projetos de Pesquisa e de Interveno 30h Discutir sobre metodologias de projetos de pesquisa e de interveno, visando a

    construo de seus projetos de pesquisa sobre temas tratados neste curso, relacionados

    s categorias: gnero, raa e polticas pblicas.

    Unidade 1. Mtodos Qualitativos: A produo do conhecimento e as polticas pblicas

    Unidade 2. Mtodos Quantitativos: subsdios para a ao

    Processo de elaborao do TCC 90 horas

    So contedos que se destinam a influenciar a construo de novas prticas

    sociais, incentivando gestores/as pblicos (dentre eles, os que atuam no campo da

    educao) na elaborao de propostas educacionais que se propem, conforme Louro

    (2000, p. 20), a fazer ruptura com as relaes hierrquicas das salas de aula

    tradicionais, com o monoplio dos experts, bem como a dicotomia entre o objetivo e o

    subjetivo, a razo e a emoo. Ademais, o currculo , ainda, uma questo de poder,

    pois como adverte Silva (2010a, p. 16): Selecionar uma operao de poder.

    Privilegiar um tipo de conhecimento uma operao de poder.

    No tratamento de temas da rea da diversidade na educao a distncia,

    tambm, traz tona questes que tem sido, historicamente, objeto de disputas polticas,

    mostrando-se como possibilidade para sujeitos conversarem sobre estas experincias;

    tornando-se um instrumento possvel de superao da ausncia de legitimidade das

    identidades marcadas como fora do padro de normalidade, desenhado sob a gide da

    cultura ocidental europia.

    Dessa forma, queremos, com estas sinalizaes, pensar mais sobre as

    contribuies da educao a distncia na contemporaneidade, sobre suas expectativas

    sociais e de como esta modalidade pode disseminar os temas da diversidade. Ser, pois,

    que podemos falar aqui de uma educao a distncia das emergncias, aproximando-

    nos da sociologia das emergncias discutida por Santos (2006, p. 798) como algo que

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    expande o domnio das experincias possveis? Estamos olhando para este contexto

    da EaD como pista ou rastro que revela dilemas do presente e amplia possibilidades de

    dilogo sobre diversidade. Estes, e no outros elementos da diversidade em tratamento

    entram no bojo da problemtica do poder, das selees e dos selecionados. Como

    experincias possveis, o fato de que alguns elementos sofreram influncias outras, no

    estabeleceriam limites nas vivncias e aprendizagens alcanveis? Quem decide o qu?

    4 GUISA DE REFLEXES....

    Estamos discutindo um processo de construo de experincia com

    aprendizagens virtuais, a partir de encontros on-line5 com possibilidades ou no de

    momentos criativos e coletivos de troca, socializao e construo de novas idias e

    saberes a serem estudados e aprofundados sobre a diversidade. Isto nos faz refletir sobre

    algumas questes:

    Inicialmente, apontamos um elemento que atravessa a discusso, ainda que

    no seja foco deste estudo. possvel pensar sobre como as possibilidades de formao

    on-line so construdas sob a perspectiva de diferentes concepes de aprendizagem:

    objetivista/empirista, subjetivista, cognitivista e scio-histrico, as quais tm como

    questo central, respectivamente, mudana de comportamento resultante de estmulos

    externos; centralidade do aluno no processo educativo; trocas recprocas entre os

    sujeitos e os objetos e a relao dialtica teoria e empiria. (DIAS, LEITE, 2010). Nestas

    questes, no devem ser desprezada uma modalidade de aprendizagem que pode ser

    chamada questionadora; apreender atravs de questionamentos-respostas sistemticos,

    cumulativos e construtivos simultaneamente.

    Sobre isso, nosso estudo chama ateno que, embora o sistema Moodle

    tenha sido desenvolvido para propiciar uma aprendizagem construcionista e

    colaborativa, apenas o uso da EaD e de seus recursos tecnolgicos no se traduzem na

    realizao desse tipo de aprendizagem. As atividades no so construdas em interaes

    homogneas, podendo ocorrer processos diversos de reconhecimento ou no de

    identidades diferentes. preciso mais reflexo sobre o que os sujeitos fazem com os

    contedos do curso GPP-GeR na sala de aula virtual ou fora da mesma.

    A anlise de como o espao virtual vem impulsionando processos de

    formao na rea da diversidade, no mbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil e

    das contribuies que a educao a distncia pode oferecer para o desenvolvimento

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    destas polticas de conhecimento relaciona-se s escolhas polticas na seleo de um

    caminho (EaD) que possa construir processos de interao e aprendizagens, a partir de

    duas dimenses interligadas e que podem ser propiciadas pela presena das tecnologias

    da informao e comunicao, sem esquecer seus limites nas prticas educativas

    virtuais! So elas:

    A dimenso de distncia, por seu princpio de flexibilizao temporal,

    espacial e pedaggico, tem alcance rpido e cumulativo de encontros, trocas,

    convivncia a qualquer momento e de qualquer lugar, desde que haja conexo

    eletrnica. E, a dimenso aberta para ampliar a acessibilidade dos sujeitos (homens,

    mulheres, jovens, idosos, negros, indgenas, homossexuais, portadores de necessidades

    especiais...) cultura da universidade ou democratizao dos conhecimentos que so

    produzidos neste espao. So dimenses que podem ajudar na interveno de situaes

    que merecem solues rpidas.

    E, assim, pensar esse contexto como a educao a distncia das

    emergncias suscita-nos considerar as diversas possibilidades semnticas que o termo

    emergncia carrega. Por isso, pontuamos que a formao de sujeitos, na EaD, para o

    tratamento de temticas da rea da diversidade na contemporaneidade pode ser

    percebida como uma situao:

    Grave, comparada mesmo ao atendimento emergencial num hospital;

    Que est aparecendo, surgindo na formao on-line;

    Que est recente, sendo formada ou em vias de desenvolvimento, na

    realidade estudada;

    Que est ajudando na busca de solues e aes imediatas para o trabalho

    educativo da problemtica da diversidade na sociedade...

    Que intenciona incorporar temas da diversidade nas prticas sociais;

    No-linear que sugere perspectivas de prticas educativas com autonomia

    para o consumo e produo de tecnologias da informao e comunicao como

    ferramentas que colaboram na construo colaborativa do conhecimento.

    E, para no concluir, estamos inquietos/as por tentar compreender sistemas

    complexos de multiplicidade de interaes! Lembrando dos sujeitos envolvidos e as

    relaes dialticas de saber-poder como produzir-disseminar-consumir esses e no

    outros conhecimentos, focalizando nessas e no em outras diversidades.

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    VII Encontro de pesquisa em educao da UFPI: Teresina, PI, 2012 ISSN: 23168013

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    1 A interao uma ao recproca entre dois ou mais atores em que ocorre intersubjetividade, isto encontro de sujeitos, que pode ser direta ou indireta (mediatizada). Interatividade pode significar a potencialidade tcnica oferecida por determinado meio (CD-ROMs de consulta, hipertextos em geral) ou a atividade humana do usurio de agir sobre a mquina e de receber, em troca, uma retroao da mquina sobre ele (DIAS, LEITE, 2010, p. 38). O fator crucial a troca que substancia estas realidades 2 O Sistema UAB foi institudo pelo Decreto 5.800, de 8 de junho de 2006, para "o desenvolvimento da modalidade de educao a distncia, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educao superior no Pas". Mais informaes no site: http://uab.capes.gov.br/. 3 Os cursos da Rede de Educao para a Diversidade tiveram incio na UFMA, em 2009, a partir de processos seletivos dispostos nos seguintes Editais: Edital da Pr-Reitoria de Extenso PROEX n 002/2009; 008/2011, Edital da Pr-Reitoria de Pesquisa e Ps-Graduao (PPPG) n 11/2011; 12/2011 e 32/2011. 4 Trata-se de um Sistema de Gerenciamento de Aprendizagem (Course Management System CMS ou Learning Management System LMS). A plataforma foi desenvolvida em cdigo aberto, livre e gratuito para aprendizagem a distncia (virtual ou online), atendendo a filosofia do software livre. A palavra Moodle um acronismo para Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (Ambiente de Aprendizagem Dinmico Orientado a Objetos). 5 Para Ktia Alonso (2005), o encontro um elemento significativo para organizao de sistemas de ensino, pois catalisador dos processos da aprendizagem. Ele necessrio para que a aprendizagem ocorra efetivamente. No existe aprendizagem totalmente distncia, todo e qualquer processo nesse sentido deve propiciar momentos de troca, encontros que possibilitem convivncia.