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EDUCAÇÃO

DIAGNÓSTICO E CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS

CONSULTORA:

Vera Lúcia Baptista Castiglioni

CARIACICA

2012

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Lista de Gráficos

Gráfico 1 - Taxas de Analfabetismo da População de 15 anos e mais por Grupos de Idade – ES

/ RMGV – 2000/2010.....................................................................................................................

17

Gráfico 2 - Evolução do indicador - População de 15 a 24 anos.................................................... 20

Gráfico 3 - População de 0 a 6 anos – ES/RMGV – 2010.............................................................. 26

Gráfico 4 - Taxa de Atendimento na Educação Infantil - RMGV – 2000...................................... 27

Gráfico 5 - População de 7 a 14 anos - Cariacica – 2000/2010...................................................... 31

Gráfico 6 - Matrícula da Educação Especial, em classes comuns, com sala de recursos, por tipo

de excepcionalidade - Cariacica – 2008.........................................................................................

42

Gráfico 7 - Perdas educacionais no Ensino Fundamental - Cariacica – 2010................................ 66

Gráfico 8 - Funções Docentes por Formação Rede Municipal – 2007........................................... 73

Gráfico 9 - Crescimento Anual dos Gastos em Educação - Cariacica – 2000/2008...................... 101

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Evolução da matrícula da Educação Infantil 31.647 - Cariacica – 2000/2010.............. 10

Tabela 2 - Evolução da matrícula do Ensino Fundamental - Cariacica – 2000/2010..................... 10

Tabela 3 - Evolução da matrícula do Ensino Médio - Cariacica 2000/2010.................................. 11

Tabela 4 - Evolução da matrícula da Educação Profissional - Cariacica – 2000/2010.................. 11

Tabela 5 - Matrícula em Cursos de Graduação Presenciais - Cariacica - 2000/2009..................... 12

Tabela 6 - IDEBs observados em 2005, 2007 e 2009 e Metas para Rede Municipal de Cariacica 12

Tabela 7 - Taxa de Analfabetismo na Faixa Etária de 15 anos e mais por Grupo Etário: ES -

2009 - Cariacica – 2010..................................................................................................................

14

Tabela 8 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) RMGV – 2000.................. 14

Tabela 9 - Taxa de Analfabetismo na Faixa Etária de 15 anos e mais por Grupo Etários – ES -

Cariacica – 2010.............................................................................................................................

18

Tabela 10 - Taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos e mais por sexo,

segundo situação de domicílio. Cariacica – 1991/2000..................................................................

21

Tabela 11 - Média de anos de estudo da população de 15 anos e mais - Cariacica – 1991 / 2000 22

Tabela 12 - Média de anos de estudo da população de 25 anos e mais Cariacica – 1991 / 2000... 23

Tabela 13 - População da Educação Infantil por Grupo Etário e Localização - Cariacica –

2000/2010.......................................................................................................................................

25

Tabela 14 - Matrícula na Educação Infantil por Grupo de Idade - RMGV – 2000 / 2010............. 26

Tabela 15 - Taxa de Atendimento da Educação Infantil, por segmento. Município de Cariacica

- 2000 / 2010...................................................................................................................................

28

Tabela 16 - Evolução da matrícula da Educação Infantil - Cariacica – 2000/2010/2011.............. 29

Tabela 17 - Matrícula Inicial do Ensino Fundamental Regular, por Rede Escolar - Cariacica –

2000 / 2011.....................................................................................................................................

32

Tabela 18 - Taxa de Escolarização no Ensino Fundamental - BR / ES / Cariacica – 2000............ 33

Tabela 19 - Evolução da matrícula do Ensino Médio - Cariacica – 2000/2011............................. 35

Tabela 20 - População de 15 a 17 anos e Taxa de Escolarização no Ensino Médio - Cariacica – 35

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2000/2010.......................................................................................................................................

Tabela 21 - População residente por tipo de deficiência - Cariacica – 2000.................................. 37

Tabela 22 – Matrícula por tipo de excepcionalidade Espírito Santo / Municípios da RMGV –

2000................................................................................................................................................

38

Tabela 23 - Matrícula inicial na educação especial, por nível, etapa de ensino e dependência

administrativa - Cariacica – 2009...................................................................................................

39

Tabela 24 - Matrícula Inicial de Alunos com Necessidades Educativas Especiais, em Classes

Comuns (Inclusão), com sala de recursos, por Necessidade Educacional Especial, segundo o

Município e Espírito Santo – 2008.................................................................................................

40

Tabela 25 - Matrícula Inicial da Educação de Jovens e Adultos, por Rede Escolar – Cariacica –

2000 / 2005 / 2008 / 2009/2010......................................................................................................

44

Tabela 26 – Matrículas da educação profissional técnica de nível médio, por dependência

administrativa – 2000/2009/2010/2011..........................................................................................

45

Tabela 27 – Matrícula em Cursos de Graduação Presenciais, por Categoria Administrativa

2000/2009.......................................................................................................................................

48

Tabela 28 – Número de Estabelecimentos de Educação Básica, de Educação Profissional –

Nível Técnico, e de Educação Superior, por Rede Escolar – Cariacica – 2008/2010....................

50

Tabela 29 – IDEB 2005, 2007, 2009 e Projeções para o BRASIL................................................. 57

Tabela 30 – IDEBs observados em 2005, 2007, 2009 e Metas para Rede Estadual...................... 57

Tabela 31 – IDEBs observados em 2005, 2007, 2009 e Metas para Rede Municipal de

Cariacica.........................................................................................................................................

58

Tabela 32 – Resultado da Prova Brasil – Rede Municipal – Cariacica – 2005/2007..................... 61

Tabela 33 – Resultado da Prova Brasil – Municípios da RMGV – 2007....................................... 61

Tabela 34 – Padrões de desempenho por Superintendência Regional de Educação – SRE –

Língua Portuguesa –4ª Série/5º Ano do Ensino Fundamental – Rede Estadual / Municipal –

Cariacica / ES..................................................................................................................................

62

Tabela 35 – Padrões de desempenho por SRE – Matemática – 4ª Série/5º Ano do Ensino

Fundamental – Rede Estadual / Municipal – Cariacica / ES..........................................................

63

Tabela 36 – Distorção idade-série no Ensino Fundamental – Cariacica/RMGV/ES/Brasil –

2000/2003/2006/2010.....................................................................................................................

64

Tabela 37 – Movimento e Rendimento Escolar no Ensino Fundamental Regular – Cariacica –

2000/2005/2007/2010.....................................................................................................................

65

Tabela 38 – Distorção idade-série no Ensino Médio – Cariacica – 2000/2003/2006/2010........... 67

Tabela 39 – Movimento e Rendimento Escolar no Ensino Médio – Cariacica – 2000/2005/2007 67

Tabela 40 – Funções Docentes na Educação Infantil de Cariacica – 2006.................................... 69

Tabela 41 – Funções Docentes no Ensino Fundamental – Cariacica – 2006................................. 70

Tabela 42 – Funções Docentes no Ensino Médio – Cariacica – 2006............................................ 70

Tabela 43 – Funções Docentes na EJA – Cariacica – 2006............................................................ 71

Tabela 44 – Funções Docentes na Educação Especial – Cariacica – 2006.................................... 72

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Tabela 45 – Piso de vencimentos do magistério do Município de Cariacica, a partir da titulação

– 2007 / 2011..................................................................................................................................

76

Tabela 46 – Fonte das receitas dos estados e dos municípios para o Fundeb................................. 96

Tabela 47 – Fonte, Origem e Despesa Permitida dos Recursos da Educação do Município......... 97

Tabela 48 – Recursos recebidos do FUNDEF/FUNDEB – Cariacica – 2000 a 2009.................... 98

Tabela 49 – Evolução das Transferências de Recursos do FNDE – Cariacica – 2000 / 2009....... 99

Tabela 50 – Despesa com Educação – Cariacica – 2004 / 2008..................................................... 101

Tabela 51 – Despesas com Educação por Aluno – Municípios da RMGV – 2008........................ 103

Lista de Tabelas – Anexo I

Tabela 1 - IDEB observado (2005 e 2007) e Metas projetadas (2007 a 2021) para o Ensino

Fundamental (até a 4ª série), por Rede de Ensino Cariacica..........................................................

119

Tabela 2. IDEB observado (2005 e 2007) e Metas projetadas (2007 a 2021) para o Ensino

Fundamental (5ª à 8ª série) por Rede de Ensino Cariacica.............................................................

126

Tabela 3. IDEB observado (2005 e 2007) e Metas projetadas (2007 a 2021) para o Ensino

Fundamental (5ª à 8ª Série) Cariacica.............................................................................................

126

Lista de Tabelas – Anexo II

Tabela 1 - Notas na Prova Brasil do Ensino Fundamental (4ª série) por Rede de Ensino –

2005/2007 - Cariacica / ES.............................................................................................................

132

Tabela 2 - Notas na Prova Brasil do Ensino Fundamental (até a 4ª série) 2005 e 2007 Cariacica

/ ES..................................................................................................................................................

132

Tabela 3 - Notas na Prova Brasil do Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries) - 2005 e 2007 -

Cariacica / ES..................................................................................................................................

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO........................................................................................................................ 7

1. SÍNTESE DO ESTUDO TEMÁTICO........................................................................ 9

1.1 Diagnóstico e avaliação estratégica................................................................................ 9

2. DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA................................................ 15

2.1 PERFIL EDUCACIONAL DA POPULAÇÃO.......................................................... 15

2.1.1 O declínio da taxa de analfabetismo absoluto................................................................. 16

2.1.2 O Analfabetismo Funcional............................................................................................ 19

2.1.3 A Escolaridade Média da População.............................................................................. 21

2.2 CARACTERÍSTICAS DA OFERTA EDUCACIONAL.......................................... 23

2.2.1 Educação Infantil – 1ª Etapa da Educação Básica.......................................................... 23

2.2.2 Ensino Fundamental - 2ª Etapa da Educação Básica...................................................... 30

2.2.3 Ensino Médio – 3ª e Última Etapa da Educação Básica................................................. 33

2.2.4 Educação Especial........................................................................................................... 36

2.2.5 Educação de Jovens e Adultos........................................................................................ 42

2.2.6 Educação Profissional..................................................................................................... 45

2.2.7 Educação Superior.......................................................................................................... 47

2.2.8 Características do Parque Escolar................................................................................... 50

2.2.9 Ações, Projetos e Programas Inovadores voltados para a ampliação e a melhoria da

Educação........................................................................................................................

51

2.3 INDICADORES DE DESEMPENHO DO SISTEMA EDUCACIONAL.............. 55

2.3.1 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB.............................................. 56

2.3.2 Prova Brasil..................................................................................................................... 59

2.3.3 PAEBES......................................................................................................................... 62

2.3.4 Indicadores desagregados............................................................................................... 63

2.3.4.1 Índices de Distorção Idade/Série.................................................................................... 63

2.3.4.2 Índice do Rendimento Escolar........................................................................................ 65

2.4 PERFIL E VALORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO

BÁSICA.........................................................................................................................

68

2.4.1 Quantificação e Qualificação dos Profissionais.............................................................. 68

2.4.2 Mecanismos de Valorização do Magistério.................................................................... 73

2.4.3 Política de Formação Continuada................................................................................... 77

2.5 PLANEJAMENTO E A GESTÃO DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL..................... 78

2.5.1 O Órgão Gestor da Educação Municipal........................................................................ 79

2.5.2 Interseção entre os Planos Nacionais, o Plano Municipal de Educação e o Plano

Escolar.............................................................................................................................

80

2.5.3 A Democratização e a Descentralização da Gestão Educacional................................... 85

2.5.4 Monitoramento e Avaliação Educacional....................................................................... 93

2.6 FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL.............................................. 94

2.6.1 Responsabilidades, limites constitucionais e fontes de receitas..................................... 94

2.6.2 O FUNDEB..................................................................................................................... 95

2.6.2.1 Distribuição e aplicação do Fundeb................................................................................ 96

2.6.3 Desempenho da Rede Municipal.................................................................................... 98

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2.6.3.1 Receitas........................................................................................................................... 98

2.6.3.2 Despesas.......................................................................................................................... 100

2.6.3.3 Gasto por aluno............................................................................................................... 102

2.7 AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA.................................................................................. 103

2.7.1 Pontos Fortes ou Fortalezas............................................................................................ 104

2.7.2 Pontos Fracos ou Fragilidades........................................................................................ 105

2.7.3 Oportunidades................................................................................................................ 106

2.7.4 Ameaças.......................................................................................................................... 107

3 CENÁRIOS................................................................................................................... 108

3.1 Cenário Indesejável ou Inercial....................................................................................... 109

3.2 Cenário Desejável........................................................................................................... 111

4. REFERÊNCIAS........................................................................................................... 114

5. ANEXO I........................................................................................................................ 119

ANEXO II...................................................................................................................... 132

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APRESENTAÇÃO

O futuro das cidades depende, em grande medida, de sua capacidade de planejamento e da definição

de estratégias claras e precisas, de acordo com sua vocação particular. Cada cidade tem sua própria

personalidade, fruto de sua história, da capacidade de gestão de seus governantes e do caráter de seus

cidadãos; contudo, para crescer de forma harmônica e sustentável, temos que ser capazes de

imaginar, todos juntos, como queremos que seja nossa cidade no futuro.

Cariacica decidiu planejar o seu desenvolvimento de forma sustentável. E quando se fala em

sustentabilidade de um município fala-se na capacidade que este tem de gerir seu crescimento de

forma organizada, tanto na sua forma estrutural quanto na administração dos problemas que vão

surgindo no decorrer deste processo. Quando uma cidade cresce de forma planejada, tende no futuro

gerar menos problemas na sua administração e, consequentemente, na qualidade de vida de seus

habitantes.

Segundo a Comissão Mundial sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, desenvolvimento

sustentável “É o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem

comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento

que não esgota os recursos para o futuro.”.

Corroborando com esta definição e complementando-a, uma cidade é sustentável quando consegue

acolher e abrigar bem seus atuais habitantes e permitir que seus futuros moradores também se sintam

acolhidos e abrigados. Ou seja, é uma cidade planejada, que tem condições de atender as demandas

atuais e as das gerações futuras. Mas, para ser sustentável, uma cidade, além de planejada, deve

contar com outro fator importante, inserido no conceito de sustentabilidade, que é ser justa. Justa nas

condições de moradia, transporte, trabalho, qualidade de vida e meio ambiente para todos os seus

ambientes. Governo, empresas e organizações da sociedade civil atuando em parceria.

A qualidade de vida envolve o bem físico, mental, psicológico e emocional, além de relacionamentos

sociais, como família e amigos e também a saúde, a educação, o poder de compra e outras

circunstâncias da vida.

Assim, se quisermos construir uma sociedade sustentável devemos promover uma educação que

estimule a transformação ética e política dos indivíduos, bem como das instituições, promovendo

mudanças que percorram o cotidiano individual e coletivo.

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Investir na educação é dar condições de aprendizado à população para que esta esteja mais

consciente do que é certo ou errado, que a mesma tem deveres para consigo e para com o mundo. A

Educação é a base de qualquer atividade que gera algum lucro social e financeiro.

Neste cenário, o grande desafio da educação é mediar um novo projeto de sociedade, no qual os

aspectos políticos, sociais, econômicos, culturais e ambientais sejam criticamente revistos. Isso

implica levar os educandos a uma compreensão de que sua realidade imediata sofre os reflexos da

realidade social, ao mesmo tempo em que as ações individuais vão se somar às ações de outros

homens e compor o tecido social. Essa relação dialética entre o individual e o coletivo vai dar

movimento à realidade, concretizando um mundo mais justo e sustentável aos humanos e a outras

entidades não humanas, mas sem as quais não haveria o mundo tal qual o conhecemos.

Inovar, educar e agir, na busca de soluções para superar os problemas sociais e ambientais, tendo a

sustentabilidade como pilar central e norteador são as propostas da área educacional para a Agenda

Cariacica 2010/2030, contidas neste documento e traduzidas em indicadores, metas e projetos/ações

efetivas que poderão ser viabilizadas a partir de uma gestão eficiente, eficaz e transparente do poder

público, coadjuvada pela sociedade cariaciquense.

Esse documento inicia por um retrato resumido da situação atual e dos desafios da educação em

Cariacica, e prossegue com um panorama geral sobre as tendências que vão impactar a cidade nos

próximos anos.

No contraponto entre Cariacica de hoje e as perspectivas de amanhã, são apresentados os resultados

construídos pelos participantes, iniciando-se pelos cenários projetados para o Município daqui a 20

anos, seguidos de estratégias, eixos estruturantes e projetos que são as bases necessárias de

sustentação para alcançar a transformação desejada pelos cidadãos da cidade.

Espera-se que este instrumento de planejamento seja mais um meio de socialização do pensamento

de um grupo, e que possa contribuir para o despertar do interesse de novos atores, que venham a

somar-se neste esforço de reflexão sobre a educação e o mundo desejado para nosso futuro comum.

Transformar o ideal de uma cidade sustentável em um fato concreto e que possa ser vivenciado por

todos é uma tarefa árdua, porém, plenamente possível, desde que haja informação, articulação,

determinação e o engajamento de toda sociedade civil.

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PARTE 1

1. SÍNTESE DO ESTUDO TEMÁTICO

Esta síntese objetiva apresentar de forma resumida o que foi produzido na 1ª etapa de estudos do

Planejamento Sustentável da Cidade – Agenda Cariacica – 2010/2030, sobre a área temática

Educação, permitindo uma rápida leitura das principais informações do diagnóstico e avaliação

estratégica e dos cenários para o sistema educacional do município para os próximos 20 anos. As

informações detalhadas são encontradas nos capítulos seguintes deste documento.

1.1 Diagnóstico e avaliação estratégica

Para a análise da situação educacional do Município de Cariacica fundamentamo-nos nos principais

indicadores de instrução da população, de escolarização e de eficiência do sistema, sob a perspectiva

da equidade.

Um adequado grau de instrução da população é requisito essencial para o desenvolvimento do

município, para garantir o exercício da cidadania e promover a igualdade de oportunidades na

sociedade. O desafio de ampliar a escolaridade e a qualidade da educação no município de Cariacica,

no entanto, ainda se coloca de forma marcante, sobretudo em virtude da persistência de problemas de

acesso e de ensino-aprendizagem.

Na faixa etária de 0 a 6 anos a proporção das crianças que são atendidas pela educação infantil é

crescente, conforme se observa na tabela a seguir, mas a cobertura permanece relativamente baixa. É

significativo observar que, em 2000, apenas 15,6% das crianças de 0 a 6 anos frequentavam essa

etapa de ensino. No ano 2010, esse atendimento foi de 36,76%, número que reflete um ritmo ainda

insuficiente para garantir o alcance das metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE).

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Tabela 1 - Evolução da matrícula da Educação Infantil 31.647

Cariacica – 2000/2010

Matrícula Educação Infantil - Cariacica

Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Total 6.960 8.232 9.118 9.832 9.637 10.037 8.068 9.184 9.315 11.041 11.635

Fonte: INEP/MEC

Por sua vez, a prioridade atribuída ao ensino fundamental nas últimas décadas fez com que a

proporção de crianças e adolescentes na faixa de 7 a 14 anos que frequentam escolas se ampliasse

gradativamente e se estabilizasse em torno de 92,6%, no ano 2000. Esse processo de universalização

do acesso ao ensino fundamental praticamente eliminou as disparidades, seja entre os diferentes

bairros do município, ou por raça e sexo das crianças. No entanto, ainda há um percentual de

crianças fora da escola que, subentende, possa ser atribuído a um processo lento de inclusão de

crianças com necessidades educacionais especiais em escolas regulares, assim como daquelas

oriundas de famílias pobres envolvidas com a mendicância, moradores de rua, absorvidas na

economia familiar e aliciadas pelo crime organizado, inclusive na prostituição infantil.

É importante ressaltar, também, que o perfil demográfico do Brasil e do Estado apresentou

acentuadas mudanças nas últimas duas décadas, com uma significativa desaceleração do ritmo de

crescimento populacional, resultando numa queda vertiginosa da taxa de fecundidade da mulher.

Esta tendência declinante da taxa de crescimento demográfico repercute sobre os sistemas

educacionais, já podendo ser observada a mesma tendência de estabilização em relação à expansão

das matrículas no ensino fundamental no município de Cariacica.

Tabela 2 - Evolução da matrícula do Ensino Fundamental

Cariacica – 2000/2010

Matrícula Ensino Fundamental - Cariacica

Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Total 63.024 59.966 59.764 59.151 60.978 58.109 61.284 60.187 59.857 58.615 56.202

Fonte: INEP/MEC

Apesar de o acesso ao ensino fundamental estar praticamente universalizado, há outro fato

preocupante que é o da escolaridade média dos munícipes de 15 anos e mais de Cariacica, que

chegou a 6,3 anos de estudo na zona urbana e a 4,5 anos de estudo na zona rural, em 2000, e

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11

permanece abaixo da escolaridade obrigatória no país. Essa média é ainda pior quando se analisa a

população de 25 anos e mais de Cariacica, no ano 2000, que apresentou 5,8 anos de estudo na zona

urbana e 3,7 anos de estudo na zona rural.

Na faixa de idade de 15 a 17 anos, foi registrada uma redução na proporção de jovens que

frequentam o ensino médio, revertendo uma tendência histórica de ampliação da frequência escolar

neste grupo de idade. A situação dos jovens dessa faixa etária do município expõe um forte atraso

escolar, já que apenas 37,9% frequentavam o ensino médio, em 2000, índice muito abaixo da média

nacional.

Tabela 3 - Evolução da matrícula do Ensino Médio Cariacica 2000/2010

Fonte: INEP/MEC

Na educação profissional observa-se um vazio entre a vigência da atual LDB (1996) até o ano 2003

e, após esse período, um progressivo, mas, ainda insignificante atendimento nessa modalidade de

ensino, muito inferior ao número de concluintes do ensino fundamental e do médio do município.

Tabela 4 - Evolução da matrícula da Educação Profissional

Cariacica – 2000/2010

Fonte: INEP/MEC

Ao olharmos a situação dos jovens de 18 a 24 anos, com idade adequada para o ensino superior, e os

jovens que concluem o ensino médio, percebemos que o indicador de acesso é muito baixo, apesar de

no ano 2009 se notar um crescimento extraordinário nas matrículas do ensino superior, da ordem de

726,8% no Município de Cariacica. Contudo, observa-se que o maior crescimento no âmbito

estadual, regional e municipal concentra-se na rede privada de ensino.

Matrícula Ensino Médio - Cariacica

Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Total 16.979 18.424 16.637 16.979 17.713 16.500 15.894 14.547 14.062 13.669 12.670

Matrícula Educação Profissional - Cariacica

Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Total - - - - 399 767 1.516 1.210 1.289 1.325 1.782

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12

Tabela 5 - Matrícula em Cursos de Graduação Presenciais

Cariacica - 2000/2009

Matrícula Educação Superior - Cariacica

Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Total 377 836 2.044 1.865 2.148 - - - - 3.117

Fonte: INEP/MEC e IBGE/Cidades

Reportando-nos aos indicadores de eficiência, a baixa qualidade da educação básica permanece

como um dos mais graves problemas do campo educacional, apesar de já se notar sinais de melhoria

nos últimos anos.

No que se refere ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - Ideb, na rede municipal de

ensino, observa-se que a média alcançada em 2009, nos anos iniciais do ensino fundamental, superou

a meta estabelecida para esse ano. Porém, o mesmo não acontece nos anos finais do ensino

fundamental, onde o Ideb observado em 2009 foi inferior à meta estabelecida para esse mesmo ano,

conforme demonstra a tabela a seguir.

Tabela 6 - IDEBs observados em 2005, 2007 e 2009 e Metas para Rede Municipal de Cariacica.

Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar

Ainda em relação aos indicadores de eficiência, observa-se que, apesar de terem melhorado nos

últimos anos, estão longe do desejável. No que se refere à idade, o esperado é que o aluno conclua o

ensino fundamental aos 14 anos e o ensino médio aos 17 anos. No entanto, constatou-se, na análise

da composição das matrículas do Ensino Fundamental, por faixa etária, a presença de um grande

percentual de alunos com defasagem idade/série acima de dois anos e com mais de 14 anos no ensino

fundamental em 2010 (20,6%), o que pode significar o ingresso tardio das crianças, depois dos 6/7

anos de idade, ou que os jovens que não tiveram oportunidades na idade devida estão voltando à

escola para completar sua escolaridade, ou que as crianças estão permanecendo mais tempo na escola

pelas sucessivas reprovações. No ensino médio, a distorção idade/série era representada, no ano

CARIACICA

Ensino

Fundamental

IDEB Observado Metas Projetadas

2005 2007 2009 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Anos Iniciais 3,8 4,2 4,4 3,9 4,2 4,7 4,9 5,2 5,5 5,8 6,0

Anos Finais 3,4 3,2 3,3 3,4 3,6 3,8 4,2 4,6 4,9 5,1 5,4

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2006, por 41,7% das matrículas e, no ano 2010, ainda eram altas essas taxas que, apesar do

decréscimo de quase 11% ocorrido no período de 4 anos, chegaram a um patamar de 30,9%.

Variados fatores, internos e externos à escola, condicionam a precária qualidade do ensino nos

sistemas educacionais em geral: infraestrutura física deficiente; professores mal remunerados, e, por

vezes, desestimulados e pouco qualificados para a intervenção pedagógica junto a grupos e contextos

sociais desfavorecidos; necessidade da criança de ingressar no mercado de trabalho para

complementar a renda familiar; falta de suporte educacional dos pais e de acesso aos meios de

comunicação e veiculação do conhecimento.

Outro desafio que o monitoramento permanente nos revela é o do rendimento dos alunos. Em 2010, a

rede municipal apresentou percentuais de 15,7% de perdas educacionais no ensino fundamental. Na

rede estadual as perdas foram mais significativas, alcançando 16,8% do total de matrículas.

No ensino médio, se somadas as taxas de abandono e de reprovação escolar, constata-se um total de

30,1% de perdas educacionais, em 2010, percentual bem superior ao apresentado no ensino

fundamental, o que requer intervenções urgentes do sistema escolar. Estas perdas são preocupantes,

pois afetam o aspecto financeiro e, sobretudo, o aspecto social.

Associado aos indicadores de acesso e eficiência, ainda se soma o analfabetismo da população de 15

anos e mais que atingiu no ano 2010, cerca de 16.635 pessoas, o que corresponde a uma taxa de

6,31% da população desse grupo etário.

Quando se consideram os diferentes grupos de população, conforme explicitados na tabela, a seguir,

confirma-se a tendência histórica de que o analfabetismo entre os mais jovens atinge um nível bem

menor, registrando 2,35% na faixa etária de 15 a 19 anos e 24,27 para o grupo de idade dos mais de

60 anos. Tais diferenças nas taxas por faixa etária podem ser atribuídas, por um lado, à expansão do

atendimento escolar nas últimas décadas, assegurando escola para todos na idade adequada, o que

possibilitou uma acentuada redução na taxa de analfabetismo entre os jovens. Por outro, a presença

de um maior número de analfabetos com 60 anos ou mais é o resultado de um acesso restrito dessas

gerações à educação formal no passado. Mas é, também, um indicador de que os programas de

alfabetização implementados nas últimas décadas não foram capazes de superar essa dívida

educacional.

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Tabela 7 – Taxa de Analfabetismo na Faixa Etária de 15 anos e mais por

Grupo Etário: ES - 2009 /Cariacica – 2010

Abrangência

Geográfica

População

15 anos e

mais

analfabeta

Taxas de Analfabetismo por grupo etário

15 anos

ou mais

De 15 a

19 anos

De 20 a

29 anos

De 30 a

39 anos

De 40 a

49 anos

De 50 a

59 anos

60

anos

ou

mais

Espírito Santo 257.608 11.7 2.5 3.5 4.9 7.6 12.6 30.6

Cariacica 16.635 6,31 2,35 1,52 2,48 5,05 9,89 24,27

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2009/2010

Vale ressaltar, ainda, o desafio para a ampliação do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

(IDH-M), que é obtido pela média aritmética simples de três subíndices, referentes às dimensões

Longevidade (IDHM-Longevidade), Educação (IDHM-Educação) e Renda (IDHM-Renda). Entre os

municípios que compõem a RMGV, o Município de Cariacica ocupa a 24ª posição no âmbito

estadual e a 1886ª posição no âmbito nacional, no IDHM.

Tabela 8 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)

RMGV – 2000

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD

Município

Esper.

de

vida ao

nascer

Taxa de

alfabeti.

de

adultos

Taxa

bruta

de

frequê.

escolar

Renda

per

capita

Índice de

esperança

de vida

(IDHM-

L)

Índice

de

educação

(IDHM-E)

Índice

de

PIB

(IDHM-

R)

Índice de

Des.

Humano

Municipal

(IDH-M).

Ranking

por UF

Ranking

Nacional

Vitória 70,740 0,955 0,934 667,675 0,762 0,948 0,858 0,856 1 18

Vila Velha 69,049 0,947 0,890 443,795 0,734 0,928 0,790 0,817 2 261

Guarapari 72,021 0,911 0,796 277,926 0,784 0,872 0,712 0,789 4 817

Serra 67,322 0,917 0,855 233,944 0,705 0,896 0,683 0,762 17 1538

Fundão 69,027 0,875 0,777 229,923 0,734 0,842 0,680 0,752 22 1824

Cariacica 67,163 0,913 0,807 215,200 0,703 0,878 0,669 0,750 24 1886

Viana 67,053 0,904 0,813 175,430 0,701 0,874 0,635 0,737 34 2253

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Este panorama da educação municipal e os cenários projetados para as próximas décadas sugerem

alguns enormes desafios a serem enfrentados. É verdade que os últimos anos mostram avanços

inegáveis, principalmente do ponto de vista quantitativo. Mas, agora, não se trata mais de apenas

assegurar o acesso, mas, sim, de promover a permanência e o sucesso das crianças e jovens na escola

e de oferecer um ensino de qualidade em todos os níveis e modalidades de ensino.

A superação destes múltiplos desafios dependerá da capacidade de articulação dos três níveis de

governo, da ampliação de parcerias com o sistema produtivo e da mobilização dos diferentes

segmentos sociais. E uma condição fundamental para que o sistema educacional continue avançando

parece estar assegurada, pois existe hoje amplo consenso sobre a prioridade que a educação deve

merecer na agenda municipal.

PARTE 2

2. DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO ESTRATÉGIA

2.1 Perfil educacional da população

A análise da situação educacional do Município de Cariacica nos permite duas interpretações

paradoxalmente contraditórias. A primeira, intencionalmente otimista, ressalta os aspectos positivos

que se sobressaem no atual cenário educacional, como o declínio do analfabetismo, a significativa

expansão da matrícula, em alguns níveis de ensino, fenômeno acompanhado de uma tendência de

melhoria de alguns indicadores de eficiência do sistema, a instituição de mecanismos de

planejamento e de participação coletiva na gestão educacional e de valorização profissional. Estas

evidências permitem sustentar que a educação no município apresentou avanços expressivos nas

últimas décadas.

A segunda forma de interpretar os indicadores, numa perspectiva comparada, revela os aspectos

ainda insatisfatórios do sistema educacional, como a persistência de elevadas taxas de distorção

idade/série, o abandono e a reprovação escolar e o baixo nível de proficiência escolar apontado pelos

Sistemas de Avaliação.

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De fato, se do ponto de vista quantitativo a expansão do sistema educacional atingiu patamares

bastante razoáveis, aproximando o município da meta de universalização do ensino fundamental, o

mesmo não pode ser dito em relação aos indicadores de qualidade e equidade, que permanecem

distantes dos padrões desejados pela sociedade e necessários ao desenvolvimento sustentável. Nisso

reside o dilema que o município enfrenta na área educacional e para o qual a atenção do poder

público tem que se voltar.

Para a análise da situação educacional do Município de Cariacica fundamentamo-nos nos principais

indicadores de instrução da população, de escolarização e de eficiência do sistema, sob a perspectiva

da equidade.

2.1.1 O declínio da taxa de analfabetismo absoluto

O desafio da superação do analfabetismo mobiliza as lideranças intelectuais há algum tempo. Muitas

leis foram aprovadas e muitas campanhas efetivadas para enfrentar o problema. Denúncias foram a

público, desde o final do século passado, de que as altas taxas de analfabetismo na população é uma

vergonha nacional e há um grande clamor por uma ação enérgica do governo para erradicar esse mal

da sociedade.

Sem dúvida, a eliminação do analfabetismo é a base para garantir condições mínimas de equidade

social e de acesso à cidadania plena. Entretanto, o analfabetismo não é um problema isolado, que

possa ser atacado e resolvido, independentemente de uma ação sobre as condições que o produzem.

Pobreza, isolamento, marginalização em relação ao mercado, falta de escolas, constituem aspectos

indissociáveis do analfabetismo.

Campanhas isoladas para alfabetização maciça, que não consideram as condições sociais que o

geram, têm se revelado pouco eficazes, no Brasil. Contudo, embora os governos continuem sendo

criticados, severamente, por ainda não terem sido capazes de erradicar o analfabetismo, o problema

vem diminuindo, de forma constante, nos últimos anos, no Brasil, no Estado do Espírito Santo e nos

Municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória.

No Censo Demográfico de 1991, o Brasil apresentava uma taxa de analfabetismo das pessoas de 15

anos e mais de 20,1%, passando em 1996, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de

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Domicílios – PNAD/IBGE, para 14,7% e, conforme o último Censo Demográfico de 2010 caiu para

6,31%.

O Espírito Santo, por sua vez, exibia uma taxa de analfabetismo, nesse mesmo grupo etário, da

ordem de 17,7% em 1991 e, de acordo com o Censo Demográfico de 2010, este percentual caiu para

14,44.

Na Região Metropolitana da Grande Vitória verifica-se esta tendência de queda, conforme demonstra

o gráfico 1, face ao esforço que as organizações governamentais e não governamentais veem

envidando nesse sentido.

Gráfico 1 - Taxas de Analfabetismo da População de 15 anos e mais

por Grupos de Idade – ES / RMGV – 2000/2010

Fonte: Censo Demográfico – IBGE 2010

No Município de Cariacica, conforme se observa no gráfico acima, também houve declínio de 9,1%

para 6,31% na taxa de analfabetismo, o que o colocou na 4ª posição no ranking da Grande Vitória,

no ano 2010.

É preciso reconhecer, entretanto, que, se a queda mais acelerada do analfabetismo é um fator

positivo, as taxas de 14,44 no âmbito do Estado, de 4,93% no âmbito da RMGV e de 6,31% em

Cariacica, ainda são consideradas elevadas, bem acima, por exemplo, do limite superior de 4% que

qualificava, em 1992, os países do grupo de alto desenvolvimento humano, segundo o Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Estas taxas representam, em números absolutos,

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419.274 (quatrocentos e dezenove mil e duzentos e setenta e quatro) pessoas analfabetas no Estado,

64.066 (setenta e quatro mil e sessenta e seis) na RMGV e 16.635 (dezesseis mil e seiscentos e trinta

e cinco) pessoas analfabetas no âmbito do Município de Cariacica.

Uma política de redução mais rápida do analfabetismo exige que se leve em consideração o fato de

que o fenômeno não atinge de modo uniforme o conjunto da população. Resultados positivos

dependem de uma política diferenciada, que focalize situações e dificuldades específicas.

Uma diferenciação importante diz respeito à faixa etária dos analfabetos. Sendo um fenômeno

associado à falta de acesso ao ensino fundamental, o analfabetismo concentra-se na população entre

os grupos de 40 anos e mais, justamente aquela que não se beneficiou da expansão do sistema de

ensino. A tabela 9 mostra a variação do analfabetismo por grupos de idade, na população de 15 anos

e mais, no Espírito Santo e município de Cariacica, tendência que pode ser seguida no âmbito

regional.

Tabela 9 – Taxa de Analfabetismo na Faixa Etária de 15 anos e mais por

Grupo Etários - ES/Cariacica – 2010

Abrangência

Geográfica

População

15 anos e

mais

analfabeta

Taxas de Analfabetismo por grupo etário

15 anos

ou mais

De 15 a

19 anos

De 20 a

29 anos

De 30 a

39 anos

De 40 a

49 anos

De 50 a

59 anos

60

anos

ou

mais

Espírito Santo 2.483.543

14,44

1,28

1,81

3,88

7,54

12,83

53,21

Cariacica 16.635 6,31 2,35 1,52 2,48 5,05 9,89 24,27

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010

O analfabetismo se concentra, portanto, em contingentes populacionais mais difíceis de serem

atingidos pelos programas educacionais, dadas as suas características socioeconômicas e culturais. A

adoção de políticas públicas mais efetivas para atender a este grupo constitui, hoje, um grande

desafio. É preciso formular programas muito específicos e eficazes para a alfabetização desse

contingente.

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Embora o percentual de analfabetos seja menor entre os mais jovens, há claramente a necessidade de

concentrar os esforços para erradicar o analfabetismo na população de 15 a 39 anos de idade. Trata-

se de uma diretriz de política pública inadiável, com o sentido de promover a inclusão social desses

jovens, que se encontram impedidos de participar, autonomamente, da vida democrática e do

mercado de trabalho.

Considerando que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, no ano de 2007, já apresentou

uma queda nesses índices, que, no caso do Espírito Santo, decresceu para 8,5%, consequentemente,

os municípios da Grande Vitória, neles inserido o de Cariacica, apresentam-se também com taxas

inferiores às acima mencionadas, em face do esforço que as organizações governamentais e não

governamentais veem envidando nesse sentido.

Sem dúvida, os esforços por parte das três esferas de governo, com a colaboração das organizações

não governamentais, no sentido de universalizar o atendimento no ensino fundamental e de estimular

a manutenção das crianças na escola, explica, em boa parte, a redução do analfabetismo entre a

população mais jovem.

2.1.2 O Analfabetismo Funcional

Além da preocupação com do analfabetismo absoluto, é preciso atentar-se para o Analfabetismo

Funcional - denominação dada à pessoa que, mesmo com a capacidade de decodificar minimamente

as letras, geralmente frases, sentenças e textos curtos e os números, não desenvolve a habilidade de

interpretação de textos e de fazer as operações matemáticas. Também é definido como analfabeto

funcional o individuo maior de quinze anos e que possui escolaridade inferior a quatro anos, embora

essa definição não seja muito precisa, já que existem analfabetos funcionais com nível superior de

escolaridade.

A UNESCO define analfabeto funcional como toda pessoa que sabe escrever seu próprio nome,

assim como lê e escreve frases simples, efetua cálculos básicos, porém é incapaz de interpretar o que

lê e de usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas, impossibilitando seu desenvolvimento

pessoal e profissional. Ou seja, o analfabeto funcional não consegue extrair o sentido das palavras,

colocar ideias no papel por meio da escrita, nem fazer operações matemáticas mais elaboradas.

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No Brasil, o índice de analfabetismo funcional é medido entre as pessoas com mais de 20 anos que

não completaram quatro anos de estudo formal. O conceito, porém, varia de acordo com o país. Na

Polônia e no Canadá, por exemplo, é considerado analfabeto funcional a pessoa que possui menos de

8 anos de escolaridade.

Segundo a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, mais de 960 milhões de adultos são

analfabetos, sendo que mais de 1/3 dos adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento impresso

e às novas tecnologias que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajudá-los a adaptar-se às

mudanças sociais e culturais.

De acordo com esta declaração, o analfabetismo funcional é um problema significativo em todos os

países industrializados e em desenvolvimento.

Essa triste condição é parte da vida de 15% da população brasileira com idade entre 15 e 24 anos que

é considerada analfabeta funcional, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado

em dezembro de 2009 (veja a evolução dos dados nessa faixa de idade no gráfico a seguir). Desses

jovens, 2% são analfabetos absolutos (não sabem ler e escrever, embora alguns consigam ler

números familiares) e 13% são alfabetizados de nível rudimentar (leem textos curtos, como cartas, e

lidam com números em operações simples, como o manuseio de dinheiro).

Segundo pesquisa do INAF, em 2009, o Indicador de Alfabetismo Funcional revela que só um terço

dos jovens brasileiros atingiu a alfabetização plena, conforme demonstra o indicador a seguir.

Gráfico 2 - Evolução do indicador

População de 15 a 24 anos

Fonte: Instituto Paulo Montenegro/IBOPE

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O recuo desse indicador mostra-se demorado. Faz quase uma década que as habilidades para ler,

escrever e fazer cálculos são avaliadas no Brasil e o analfabetismo funcional persiste entre os mais

jovens. Ele já foi de 22% (2001). Hoje, ainda soma 15% (2009). A julgar pelo ritmo, a batalha para

erradicá-lo será longa.

No caso do município de Cariacica, de acordo com dados do Instituto Jones dos Santos Neves, entre

a população de domicilio rural e urbana, a taxa de analfabetismo funcional no ano de 1991 era de

28,5 e, no ano 2000, de 22,5%, conforme demonstrado na tabela, a seguir.

Tabela 10 - Taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos e mais por sexo, segundo

situação de domicílio. Cariacica – 1991/2000

Situação do

Domicílio

1991

2000

Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Urbana 33,4 27,6 30,6 24,2 19,9 22,1

Rural 60,5 47,6 54,1 35,9 31,0 33,4

Total 34,5 28,5 31,6 24,5 20,3 22,5

Fonte: Banco de dados do IJSN.

Mas como resolver essa situação? Como baixar esses números alarmantes? Sem dúvida nenhuma

que a educação é o caminho. Alfabetizar mais crianças com melhor qualidade. Essa é a questão:

qualidade e não somente quantidade.

2.1.3 A Escolaridade Média da População

A escolaridade média corresponde à média dos anos de estudos concluídos por uma determinada

população. Vale ressaltar que não se consideram os anos que a pessoa passou na escola, mas apenas

aqueles em que ela teve aprovação.

As pessoas com zero ano de estudos são aquelas que nunca estudaram e as que, se frequentaram a

escola, não conseguiram ser aprovadas nem na 1ª série do Ensino Fundamental. As pessoas com um

ano de estudo são aquelas que já foram aprovadas na 1ª série do Ensino Fundamental, mas ainda não

foram aprovadas na série seguinte, e assim sucessivamente. A escolaridade média é um importante

indicador educacional porque na sua estimativa estão embutidas as taxas de rendimento escolar –

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aprovação, reprovação e evasão –, bem como o grau de atendimento do sistema de ensino. Portanto,

altos níveis de atendimento escolar e taxas de aprovação tendem a elevar a escolaridade média, uma

vez que há maior número de pessoas dentro da escola e que estão progredindo para séries mais

avançadas. Por outro lado, taxas de evasão e reprovação maiores tendem a diminuir a escolaridade

média. Desta forma, esta é uma boa medida síntese das taxas de rendimento escolar e do nível de

atendimento do sistema de ensino.

Através da análise da evolução dos anos médios de estudo, verifica-se que o Município de Cariacica

apresenta um aumento de apenas 1 ano de estudo, na zona urbana, entre o período de 1991 e 2000,

para a população de 15 anos e mais. Na zona rural, observa-se um aumento de 1,4 anos de estudo, no

mesmo período pesquisado.

Apesar da melhora, esse ainda é um patamar bastante baixo se considerarmos que a população de 15

anos ou mais não possui, em média, nem o ensino fundamental completo que correspondia a 8 anos

(atualmente a 9 anos de estudos).

Tabela 11 - Média de anos de estudo da população de 15 anos e mais

Cariacica – 1991 / 2000

Ano Situação do domicílio Média de anos de estudo da população de 15

anos ou mais

1991 Urbana 5,3

Rural 3,1

2000 Urbana 6,3

Rural 4,5

Fonte: IBGE. Microdados do Censo 1991/2000.

Analisando a população de 25 anos ou mais de idade, que deveria ter no mínimo 11 anos de estudo, o

que corresponde ao ensino médio completo, a situação é ainda pior, pois em 1991 apresentavam 4,8

e 2,5 anos de estudo nas zonas urbana e rural, respectivamente e, em 2000, houve um pequeno

aumento para 5,8 e 3,7 nas mesmas zonas citadas, respectivamente, conforme demonstra a tabela a

seguir.

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23

Tabela 12 - Média de anos de estudo da população de 25 anos e mais

Cariacica – 1991 / 2000

Ano Situação do domicílio Média de anos de estudo da população de 25

anos ou mais

1991 Urbana 4,8

Rural 2,5

2000 Urbana 5,8

Rural 3,7

Fonte: IBGE. Microdados do Censo 1991/2000.

2.2 CARACTERÍSTICAS DA OFERTA EDUCACIONAL

2.2.1 Educação Infantil – Primeira Etapa da Educação Básica

Apesar de o século XX ser apontado pela história das sociedades, como aquele que legitimou uma

nova forma de ver a infância, assim como fez avançar, bastante, estudos e pesquisas sobre a vida da

criança, no que diz respeito especialmente, à saúde e à educação, há pouco tempo que a Educação

Infantil, voltada para o atendimento a crianças menores de seis, faz parte da agenda de debates dos

educadores e da sociedade de um modo geral. A sua história é, portanto, relativamente recente no

país, embora as iniciativas na área existam há mais de cem anos.

Esta mudança se expressou em movimentos mundiais pelo reconhecimento da criança, como cidadã

e não mais como promessa de futuro, pela aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente, pelos

esforços na erradicação do trabalho infantil, enfim, na luta pelo desenvolvimento de uma política da

criança, com a finalidade de reconhecer, definitivamente, seu direito à educação, a partir do seu

nascimento.

Alguns fatores contribuíram para o crescimento do atendimento na Educação Infantil, dos quais

pode-se destacar: a urbanização, a industrialização, a participação da mulher no mercado de trabalho

e as modificações na organização e estrutura da família contemporânea, demandando a instalação de

instituições para o cuidado e a educação das crianças. Também motivaram a expansão da área, o

reconhecimento, pela sociedade, da importância das experiências da infância para o desenvolvimento

da criança e as conquistas sociais dos movimentos pelos direitos da criança, entre elas, o acesso à

educação nos primeiros anos de vida (MEC/SEF/DPE/COEDI, 1994c.)

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Alguns marcos importantes podem ser citados, nesta história, para a área de Educação Infantil: a

Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959 e a Convenção Mundial dos Direitos da

Criança de 1989. No Brasil, merece destaque, a Constituição de 1988, que assegurou o direito à

Educação Infantil, mediante garantia de atendimento em creches e pré-escolas às crianças de zero a

seis anos, inicialmente, e de 0 a 5 anos, atualmente, direito reafirmado no Estatuto da Criança e do

Adolescente, em seu artigo 53.

Também de grande significação para a área é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei

nº 9.394/96), que traz em seu bojo, pela primeira vez, a expressão “educação infantil”. De acordo

com essa Lei, a Educação Infantil constitui-se como a primeira etapa da educação básica e tem como

finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,

psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Esta Lei, alterada pela Lei nº 11.274, de 06 de fevereiro de 2006 também preceitua que a Educação

Infantil será oferecida em creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade

e, em pré-escolas, para as crianças de quatro a cinco anos de idade1. Também define que as

instituições existentes que prestam esse atendimento ou que venham a ser criadas deverão, no prazo

de três anos, a contar da sua vigência, integrar-se ao respectivo sistema de ensino, tempo este já

vencido há uma década.

No Brasil, anteriormente, as creches, destinadas ao atendimento das crianças da faixa etária de 0 a 3

anos, estavam sob a responsabilidade de vários setores da sociedade, entre eles o de assistência

social. Somente com o advento da atual LDB é que esta integração, já prevista na Constituição de

1998, começou a ser implantada de forma mais sistemática. Por esta razão, os censos escolares, que

constituem a principal fonte de dados sobre a situação do ensino no Brasil, apenas passaram a coletar

os dados das creches e incluí-los no banco de dados do INEP, em 1998, motivo pelo qual não se

dispõe de uma série histórica dessa etapa de atendimento da educação infantil.

No caso da pré-escola, voltada para o atendimento das crianças, na faixa etária de 4 a 5 anos,

constitui-se em um instrumento precioso para uma educação básica satisfatória. Ela é

particularmente importante para as crianças cujos pais não foram escolarizados e que não possuem,

1 Até 20/02/2006 a pré-escola era formada por crianças da faixa etária de 4 a 6 anos. A partir desta data, por crianças

da faixa etária de 4 a 5 anos.

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por esta razão, uma familiaridade com a cultura letrada e numérica, o que engloba grande parte do

contingente que tem ingressado no ensino fundamental, nas últimas décadas.

O esforço feito pelos municípios nesta área foi muito grande nos últimos anos, no sentido de ampliar

o atendimento às crianças nessa etapa de ensino. De modo particular, situaremos no presente

diagnóstico, a trajetória do atendimento oferecido à população de 0 a 5/6 anos, no Município de

Cariacica e na RMGV, principalmente, após o seu reconhecimento na qualidade de atendimento

educacional integrante do sistema de ensino.

De acordo com os dados do Censo Demográfico 2010, existia no Município de Cariacica, no referido

ano, uma população de 37.040 crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, sendo que 21.049 ou 56,8%

dessas crianças situavam-se na faixa de 0 a 3 anos e 15.991 ou 43,2% situavam-se entre 4 a 6 anos.

A tabela 13, a seguir, demonstra, com melhor visualização, a demanda potencial de educação

infantil, por grupo etário e localização no município de Cariacica, no ano 2000 e 2010, sendo que,

neste último, a demanda refere-se ao grupo de 4 a 5 anos, considerando a alteração da LDB, em

2006, no que se refere à faixa etária da pré-escola.

Tabela 13 - População da Educação Infantil por Grupo Etário e Localização

Cariacica – 2000/2010

Número de crianças de 0 a 5/6 anos e localização

Ano Total Geral

------- 4 a 6 anos (2000)

0 a 3 anos 4 a 5 anos (2010)

Total Zona

Urbana Zona Rural Total

Zona

Urbana Zona Rural

2000 44.482 25.522 24.319 1.203 18.960 18.022 938

2010 31.601 21.049 - - 10.552 - -

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010 (SIDRA)

Nota-se que, mesmo que excluído o grupo de crianças de 6 anos, no ano 2010, em função da nova

legislação educacional, permanece a mesma proporção de crianças na faixa de 0 a 3 anos nos dois

anos pesquisados, demonstrando o desafio do atendimento nesse grupo etário nos próximos anos.

Na RMGV, os dados do Censo Demográfico - IBGE indicaram que existia, no ano 2000, um total de

183.914 crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, das quais, 105.129 situavam-se na faixa de 0 a 3 anos

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e 78.785, na faixa de 4 a 6 anos. Observando o gráfico 3, a seguir, nota-se que o número de crianças

na faixa etária de 0 a 3 anos também era superior ao número na faixa de 4 a 6 anos, em todos os

municípios que compõem a região.

Gráfico 3 – População de 0 a 6 anos – ES/RMGV – 2010

No que tange ao atendimento na Educação Infantil, os dados do Censo Escolar 2010, demonstrados

na tabela a seguir, identificavam um total de 64.561 crianças matriculadas nos estabelecimentos de

Educação Infantil da RMGV, situadas no grupo da pré-escola, nele incluídas as matrículas das

classes de alfabetização. Não há registros de matrículas de creche no INEP, tendo em vista que as

poucas crianças desse grupo eram atendidas fora do sistema educacional à época.

Tabela 14 - Matrícula na Educação Infantil por Grupo de Idade

RMGV – 2000 / 2010

RMGV/Municípios

Matrícula por grupo de idade

Total Creche (*)

0 a 3 anos

Pré-Escola (**)

4 a 6 anos

2000 2010 2000 2010 2000 (*) 2010

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RMGV 40.626 64.561 - 26.090 40.626 38.471

Vitória 12.361 18.448 - 10.771 12.361 7.677

Vila Velha 7.289 12.167 - 3.994 7.289 8173

Cariacica 6.960 11.635 - 3.048 6.960 8.587

Serra 7.508 15.092 - 5.677 7.508 9.415

Viana 2.140 2.531 - 1.098 2.140 1.433

Guarapari 3.735 3.895 - 1.219 3.735 2.676

Fundão 633 793 - 283 633 510

Fonte: Censo Escolar 2000 e 2010 – INEP/MEC.

(*) Não há registros de creche no INEP, tendo em vista que as poucas crianças desse grupo eram atendidas fora do sistema educacional.

(**) Incluídas as classes de alfabetização;

Com o cruzamento dos dados do IBGE e do Censo Escolar 2010, é possível identificar a taxa de

atendimento na educação infantil no município de Cariacica e RMGV, conforme demonstra o gráfico

a seguir.

Gráfico 4 - Taxa de Atendimento na Educação Infantil

RMGV – 2000

Mesmo tendo havido, nos últimos anos, uma significativa expansão do atendimento na Educação

Infantil, verifica-se que ainda é tímido o atendimento nesta etapa de ensino, no Município de

Cariacica. Em 2010, do total de 31.601 crianças na faixa etária de 0 a 5 anos, apenas 3.048, ou

14,48% foram atendidas nas creches e 8.587, ou 81,3% na pré-escola, totalizando 36,8% de

atendimento nos dois grupos etários, conforme demonstra a tabela a seguir.

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Tabela 15 - Taxa de Atendimento da Educação Infantil, por segmento.

Município de Cariacica - 2000 / 2010

Ano

Segmentos

População

Matrícula

Taxa de

Atendimento

População não

atendida

2000

0 a 3 anos (Creche) 25.522 323 1,2 25.199

4 a 6 anos (Pré-Escola) 18.960 6.241(*) 32.9(*) 12.719

0 a 6 anos (Ed. Infantil). 44.482 6.960 (*) 15,6(**) 31.522

2010

0 a 3 anos (Creche) 21.049 3.048 14,48 18.001

4 a 5 anos (Pré-Escola) 10.552 8.587 81,3 1.965

0 a 5 anos (Ed. Infantil). 31.601 11.635 36,8 19.966

Fonte: Censo Escolar 2000 – SEE/GEIA/SEDU e Censo Escolar 2010 – INEP/MEC

(*) Incluídas as classes de alfabetização / (**) Taxa de atendimento considerando as crianças matriculadas com idade de 6 anos, que à época pertencia

ao grupo da pré-escola.

Estes dados demonstram o tamanho do esforço que o município terá que fazer para ampliar o

atendimento, especialmente para o segmento de 0 a 3 anos, visando atingir as metas propostas para a

educação infantil nos próximos anos.

Esse esforço de ampliação do atendimento deve responder a um crescimento da demanda que, por

sua vez, decorre agora de duas vertentes: uma crescente difusão entre as camadas mais

desfavorecidas da população, sobre a importância da educação de qualidade nos primeiros anos de

vida da criança, desmistificando as concepções custodiais e compensatórias que têm marcado a

história deste atendimento no Brasil e a aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da

Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB que, a partir de 2007,

garante recursos vinculados também para a educação infantil.

Em um país marcado por profundas desigualdades econômicas e culturais, o que não é diferente no

âmbito municipal, a educação infantil, constitui um instrumento precioso para uma educação básica

satisfatória. Ela é particularmente importante para as crianças, cujos pais não foram escolarizados e

que não possuem, por esta razão, uma familiaridade com a cultura letrada e numérica, o que engloba

grande parte do contingente que tem ingressado no ensino fundamental, nas últimas décadas. Apesar

de, ainda, ser muito reduzido o atendimento, o esforço feito pelo município nesta área foi valioso, já

que a maioria das matrículas da educação infantil foi oferecida pela rede municipal, na última

década, conforme demonstra a tabela a seguir.

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Tabela 16 - Evolução da matrícula da Educação Infantil

Cariacica – 2000/2010/2011

Matrícula Educação Infantil - Cariacica

Dep. Adm. 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Estadual 76 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Municipal 4.982 6.207 6.919 7.698 7.363 7.639 5.601 6.153 6.412 8.403 9.028 8.911

Privada 1.902 2.025 2.199 2.134 2.274 2.398 2.467 3.031 2.903 2.638 2.607 2.505

Total 6.960 8.232 9.118 9.832 9.637 10.037 8.068 9.184 9.315 11.041 11.635 11.416

Fonte: INEP/MEC

Quanto às características da clientela atendida na educação infantil, verifica-se que, apesar de não ter

sido possível a realização de pesquisas para demonstrar o rendimento (salário) das famílias, os

estabelecimentos públicos que oferecem essa etapa de ensino, priorizam o atendimento à população

de menor poder aquisitivo.

A título de conclusão, são apresentados alguns comentários sucintos acerca de aspectos analisados ao

longo deste texto. Estes comentários têm a finalidade de chamar a atenção para tendências que

parecem estabelecidas na forma como o País está construindo o atendimento de educação infantil

como um novo nível de ensino. De um lado, elas expressam as mudanças determinadas pela

Constituição de 1998 e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. De outro, sugerem uma

atuação ainda mais incisiva do poder público.

Acerca do atendimento de Educação Infantil, deve continuar ocorrendo uma firme ação do

poder público (municipal) visando atingir, prioritariamente, as famílias de menor renda.

A expansão das matrículas de Educação Infantil, e, de modo especial da pré-escola está

ocorrendo, principalmente, em função da capacidade de resposta da esfera municipal.

Simultaneamente, há um decréscimo da participação das outras esferas no oferecimento de

matrículas.

Observando a participação das esferas administrativas no oferecimento de pré-escola, é

possível detectar que a educação infantil é basicamente municipalizada.

Em correspondência com a municipalização da oferta, a prefeitura é a maior empregadora dos

professores da educação infantil.

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Em função da habilitação exigida e da qualificação necessária para esse grupo etário, os

programas de qualificação e formação em serviço devem estar presentes entre as políticas de

valorização dos professores.

2.2.2 Ensino Fundamental - 2ª Etapa da Educação Básica

O ensino fundamental no Brasil reveste-se de significativa importância. É a etapa da educação básica

obrigatória para toda a população, inclusive para os que a ela não tiveram acesso na idade própria,

conforme preceitua a Constituição Federal de 1988 (art. 208). E, portanto, direito público e subjetivo

de todos os cidadãos e sua oferta é dever do Estado. O seu não oferecimento ou a sua oferta irregular

importa em crime de responsabilidade da autoridade competente representada, na esfera estadual,

pelo Governador do Estado e Secretário Estadual de Educação e, na esfera municipal, pelo Prefeito

Municipal e Secretário Municipal de Educação.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96 – no seu

art. 32, o ensino fundamental tem por objetivos a formação básica do cidadão, mediante o

desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura,

da escrita e do cálculo; a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da

tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; o desenvolvimento da

capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a

formação de atitudes e valores; e o fortalecimento dos vínculos da família, dos laços de solidariedade

humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

A partir do ano 2006, em cumprimento à Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, o ensino

fundamental passou a ser obrigatório para crianças a partir dos 6 anos de idade, sendo que os

sistemas de ensino tiveram o prazo até 2010 para iniciarem a sua oferta.

Nas últimas décadas, o esforço educacional dos sistemas de ensino visou, prioritariamente, à

universalização do acesso ao ensino fundamental, meta que está bem próxima de ser atingida.

No Município de Cariacica, especificamente, de acordo com os dados do Censo Demográfico 2000,

existia no ano 2000, uma população de 51.232 crianças na faixa etária de 7 a 14 anos. Em 2010, de

acordo com o Censo 2010 houve um decréscimo na população dessa faixa etária da ordem de 3.335

crianças, ou 6,5% totalizando, nesse ano, 47.897 crianças.

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31

No gráfico, a seguir, pode-se melhor visualizar a demanda potencial do ensino fundamental do

município de Cariacica, nesses dois anos.

Gráfico 5 - População de 7 a 14 anos

Cariacica – 2000/2010

Fonte: INEP/MEC

(*) Ano 2000 – população de 7 a 14 anos ano 2010 – população de 7 a 14 anos IBGE – Censo Demográfico

Ao analisar as matrículas dessa etapa de ensino, no período de 2000 a 2011, observa-se que elas

sofreram oscilações ano a ano, constatando-se, também, um declínio da ordem de 10,8% registrado

no ano 2010 em relação ao ano 2000. Não obstante a observância desse declínio nota-se que é na

rede municipal onde se observa maior crescimento das matrículas, em razão da própria expansão da

rede e do processo de municipalização do ensino ocorrido mais fortemente na última década.

Verifica-se, também, a maciça presença do setor público, confirmando, dessa forma, o preceito

constitucional que define o dever do estado para com a educação. Na tabela, a seguir, podem-se

visualizar melhor esses dados.

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Tabela 17 - Matrícula Inicial do Ensino Fundamental Regular,

por Rede Escolar - Cariacica – 2000 / 2011

Ano Total Matrícula por Dependência Administrativa

Estadual % Municipal % Particular %

2000 63.024 40.637 64,5 14.991 23,8 7.396 11,7

2001 59.966 37.140 62,0 15.603 24,7 7.223 13,3

2002 59.764 35.557 59,5 16.806 28,8 7.401 11,7

2003 59.208 33.655 56,8 17.720 29,9 7.833 13,3

2004 60.978 32.137 52,7 20.957 34,4 7.884 12,9

2005 58.109 26.513 42,6 23.810 41,0 7.786 16,4

2006 61.284 22.370 36,5 31.146 50,8 7.768 12,7

2007 60.187 21.849 36,3 30.645 50,0 7.693 13,7

2008 59.857 21.300 35,6 30.704 51,3 7.853 13,1

2009 58.615 21.109 36,0 29.459 50,2 8.047 13,8

2010 56.202 20.412 36,31 27.978

49,8 5.753

10,23

2011 56.231 20.163 35,8 28.353 50,42 7.715 13,7

Fonte: INEP/MEC

A partir dos dados da população e das matrículas do ensino fundamental, é possível verificar as taxas

de escolarização no grupo etário correspondente ao grupo de 7 anos aos 14 anos.

De acordo com o INEP/MEC, o Brasil apresentou, em 2000, uma taxa de escolarização líquida no

ensino fundamental de 94,3% no grupo etário de 7 a 14 anos e, de acordo com a Pesquisa Nacional

por Amostra de Domicílios (PNAD) 2008 constatou-se que a taxa de escolarização cresceu para

97,5% entre alunos de 6 a 14 anos. Com isso, foi antecipada e superada a meta estabelecida pelo

Plano Decenal de Educação para Todos, que previa elevar para 94,0%, pelo menos, a cobertura da

população em idade escolar até 2003.

No Espírito Santo e no Município de Cariacica, as taxas são inferiores no sentido da cobertura

educacional. Em 2000, no ES, a taxa de escolarização líquida no ensino fundamental foi de 92.8% e,

em Cariacica, de 92.6%, conforme demonstrado na tabela a seguir.

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Tabela 18 - Taxa de Escolarização no Ensino Fundamental

BR / ES / Cariacica – 2000

Abrangência

Geográfica

População na faixa de 7 a

14 anos

Taxa de escolarização

líquida

Taxa de escolarização

bruta

Brasil 27.124.709 94.3 126.7

Espírito Santo 487.214 92.8 115.0

Cariacica 51.356 92,6 114.4

Fonte: MEC/INEP

Esses dados nos mostram que a capacidade de atendimento das redes de ensino já é suficiente para

assegurar vaga a todas as crianças de 6 a 14 anos, embora, ainda existam, déficits localizados em

determinados bairros da região. Portanto, nota-se que o desafio atual do ensino fundamental não se

situa mais, prioritariamente, em termos de democratização do acesso e sim na oferta de um ensino de

qualidade.

2.2.3 Ensino Médio – 3ª e Última Etapa da Educação Básica

O Ensino Médio é a última etapa da educação básica, posterior ao Ensino Fundamental e precedente

ao Ensino Superior.

O caminho para assegurar o direito de todos ao ensino médio no Brasil começou quando da

promulgação da Constituição de 1988, que estabeleceu como preceito “a progressiva extensão da

obrigatoriedade da gratuidade”.

Em 1996, um novo significado é dado ao ensino médio, pela LDB, ao incluí-lo na Educação Básica,

como uma etapa final, na sequência da educação infantil e do ensino fundamental. Na verdade, a

LDB reafirma o mandato constitucional quanto ao seu caráter de base, mas vai além quanto à

definição de sua concepção e função no sistema educacional brasileiro: não é mais um ciclo ou grau

de ensino, mas, um segmento da educação básica. Nesse mesmo ano, a Emenda Constitucional nº

14/96 retorna o tema, transformando o mandato de obrigatoriedade em “progressiva universalização

do ensino médio gratuito”. E, recentemente, mais um avanço extraordinário aconteceu com a

promulgação da Lei Ordinária nº 12.061/2009, publicada no DOU de 28/10/2009, que passou a

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34

vigorar no dia 1º de janeiro de 2010, a qual altera a LDB determinando a universalização do ensino

médio gratuito e o seu oferecimento, com prioridade, a todos que o demandarem.

Agora, então, a LDB confere a este nível de ensino o estatuto de direito de todo cidadão. O ensino

médio passa a integrar o processo educacional que a nação considera básico para o exercício da

cidadania, para o acesso às atividades produtivas, inclusive para o prosseguimento nos níveis mais

elevados e complexos de educação e para o desenvolvimento pessoal.

Apesar de todas as inovações, a realidade evidencia, por meio de dados descritos, a seguir, que o

ensino médio vive problemas, mas, também prenuncia um cenário de possibilidades rumo às

diretrizes legais.

No Brasil, o principal fenômeno observado, na década de 90, foi a velocidade com que se expandiu o

ensino médio, que repetiu com maior intensidade o movimento verificado nas décadas de 70 e 80,

em relação ao ensino fundamental. De fato, no período entre 1990 e 1998, a matrícula, neste nível de

ensino, mais que duplicou. No Espírito Santo, o fenômeno foi ainda maior, pois a matrícula avançou,

no mesmo período, de 72.839 para 151.795 alunos, representando um crescimento da ordem de

108,4%%, chegando ao ano 2000 com 167.222 matrículas e, ao ano 2001, com 173.650 matrículas.

No entanto, as políticas estaduais não veem conseguindo manter ou ampliar as matrículas do ensino

médio, uma vez que se observa um decréscimo significativo, anualmente, registrando, no ano de

2010, um total de 131.325 matrículas, portanto, um declínio de 42.325 alunos, ou 24,37% das

matrículas em relação ao ano de 2001.

No Município de Cariacica, observa-se que no período entre 2000 a 2001 houve um crescimento da

ordem de 16,0%, enquanto que no período subsequente, nota-se o mesmo fenômeno observado no

Estado – o declínio das matrículas ano a ano. No ano 2001, ano que apresentou maior crescimento na

década, as matrículas somavam 18.424 alunos e, no ano 2010, somavam 12.670, portanto, uma

redução de 5.754, ou seja, de 31,23% das matrículas dessa etapa de ensino, conforme demonstra a

tabela a seguir.

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Tabela 19 - Evolução da matrícula do Ensino Médio

Cariacica – 2000/2011

Matrícula Ensino Médio – Espírito Santo

Dep.

Adm. 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Estadual 134.613 143.955 132.604 134.491 132.915 126.362 123.602 116.330 117.101 116.178 109.186 111.916

Federal 4.119 3.070 2.830 2.869 3.037 3.151 2.602 2.429 2.017 2.958 3.858 4.974

Municipal 1.759 980 900 919 810 1.156 716 209 99 98 141 127

Privada 26.731 25.645 27.221 30.860 28.097 27.758 25.492 21.589 20.470 19.191 18.140 18.027

Total 167.222 173.650 163.555 169.139 164.859 158.427 152.412 140.557 139.687 138.425 131.325 135.044

Fonte: INEP/MEC

É necessário ressaltar, entretanto, que um número bem maior da população de 15 a 17 anos de idade

é atendido no sistema escolar, mas as altas taxas de repetência e abandono, com reingresso posterior,

retêm uma grande percentagem de jovens de mais de 14 anos, no ensino fundamental.

Esse fato torna-se extremamente preocupante, uma vez que se observa que apenas 37,9% da

população na faixa de 15 a 17 anos, idade que teoricamente deveria ser aplicada para o ensino médio,

encontravam-se matriculados no ano 2000, apesar de a taxa bruta de escolarização ter alcançado o

percentual de 82,6%. Em relação ao ano 2010, observa-se que houve redução na matrícula total e,

consequentemente, na taxa bruta de escolarização, porém constata-se um aumento na taxa de

escolarização líquida, conforme demonstra a tabela a seguir. Não há dados ainda oficialmente

disponibilizados para se verificar a distorção nesse grupo etário para cálculo da escolarização líquida,

contudo, pode-se concluir que ainda persistirá um alto percentual de distorção idade/série se

analisados os dados dos últimos anos e ainda se constatará a baixa taxa de escolarização líquida.

Tabela 20 - População de 15 a 17 anos e Taxa de Escolarização no Ensino Médio Cariacica –

2000/2010

Ano População de 15

a 17 anos

Matrícula

Total

Taxa Escolariz.

Bruta %

Matrícula

15 a 17 anos

Taxa

Escolariz.

Líquida %

2000 20.564 16.979 82.6 6.435 37,9

2010 18.561 12.670 68,3 8.755 69.1

Fonte: INEP/MEC

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36

Este quadro coloca o município bem abaixo de estados e até de países mais desenvolvidos, onde

mais de 80% da população nesta faixa etária frequentam escolas de nível médio.

Assegurar a necessária expansão e promover, simultaneamente, a melhoria da qualidade do ensino

representa um grande desafio para o governo estadual, uma vez que o maior percentual de

matrículas, nesse nível de ensino, vem sendo direcionado para as escolas mantidas pelo Estado, não

obstante se observa o início do atendimento a essa etapa de ensino pela rede federal, enquanto o setor

privado, no âmbito estadual, dá claros sinais de estagnação e até retração.

Diante dos dados analisados, há que se estudar o fenômeno da retração da matrícula no ensino

médio, uma vez que o mercado de trabalho tornou-se mais seletivo, exigindo a formação de nível

médio como escolaridade mínima para candidatos a um emprego, independentemente da função a ser

exercida, o que deveria incentivar a procura por vagas nas escolas de ensino médio. Além disto,

nota-se, numa parcela da população, maior expectativa dos jovens quanto à elevação de sua

escolaridade e ascensão a níveis superiores de educação.

2.2.4 Educação Especial

A Educação Especial recebeu na atual LDB um tratamento destacado, inédito até então nas

legislações educacionais. Ela é entendida como a educação escolar oferecida preferencialmente na

rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades educacionais especiais, ou em

serviços especializados, quando não for possível a integração do aluno nas classes comuns de ensino

regular.

Por educandos com necessidades educacionais especiais entendem-se todas as crianças, os jovens e

os adultos cujas necessidades decorrem de suas características peculiares, ou de suas dificuldades de

aprendizagem, permanentes ou transitórias.

As políticas recentes do setor têm indicado as seguintes situações para a organização do atendimento:

integração plena, com ou sem apoio das salas de recursos; classe especial e escola especializada. Esta

última é a que se destina a atender aos casos em que a educação integrada não se apresenta como

viável, seja pelas condições do aluno, seja pelas do sistema de ensino.

Apesar de a diretriz básica que norteia as ações nesta área referir-se à integração das pessoas com

necessidades especiais a receberem educação, preferencialmente, na rede regular de ensino, esse

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37

processo tem encontrado, ainda, muitas resistências e/ou barreiras. Poucas foram as medidas

tomadas, tanto federais, quanto estaduais e municipais, visando a tornar efetivos e concretos os

dispositivos legais, em que pese a proficiência de tais dispositivos.

Os organismos internacionais de saúde afirmam que entre 7 e 10% da população de qualquer país em

desenvolvimento são constituídos de pessoas portadoras de deficiência, incapacidade ou

desvantagem; no entanto, as estatísticas disponíveis sobre o tema, no Brasil, são objeto de

controvérsias, pois baseiam-se em conceitos e definições operacionais distintos.

Os resultados da Tabulação Avançada do Censo Demográfico 2000 indicaram que,

aproximadamente, 24,5 milhões de pessoas, ou 14,5% da população total do Brasil, apresentaram

algum tipo de incapacidade ou deficiência. Incluem-se, nessa categoria, as pessoas com ao menos

alguma dificuldade de enxergar, de ouvir, de locomover-se ou com alguma deficiência física ou

mental.

No caso do Espírito Santo, de uma população total de 3.097.498 habitantes, apurados pelo Censo

Demográfico 2000, se aplicado o percentual de 10%, convencionado, internacionalmente, teríamos

uma população de 309.749 pessoas com algum tipo de deficiência. No entanto, os dados demonstram

um total de 456.493 pessoas com algum tipo de deficiência, o que corresponde a 14,7%, percentual

superior ao apresentado no país.

Analisando os dados específicos do Município de Cariacica, verifica-se que, de uma população de

324.285 habitantes apurados pelo Censo Demográfico 2000, se aplicado o mesmo percentual

convencionado internacionalmente, teríamos uma população de 32.428 pessoas com algum tipo de

deficiência. No entanto, ao verificar, nesse mesmo Censo, a população residente por tipo de

deficiência, constatou-se um percentual igual ao apurado no Estado do Espírito Santo, ou seja, 14,7%

da população apresentam pelo menos um tipo de deficiência, conforme demonstra a tabela a seguir.

Tabela 21 - População residente por tipo de deficiência

Cariacica – 2000

Tipo de deficiência Quantidade

População Total Cariacica 324.285

Pelo menos uma das deficiências enumeradas 47.844

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38

Deficiência mental permanente 5.618

Deficiência física - tetraplegia, paraplegia ou hemiplegia permanente. 2.173

Deficiência física - falta de membro ou de parte dele (perna, braço, mão, pé ou dedo polegar). 947

Deficiência visual - incapaz, com alguma ou grande dificuldade permanente de enxergar. 31.374

Deficiência auditiva - incapaz, com alguma ou grande dificuldade permanente de ouvir. 10.895

Deficiência motora - incapaz, com alguma ou grande dificuldade permanente de caminhar ou

subir escadas. 16.046

Fonte: Censo Demográfico 2000 - IBGE

Observa-se que os três tipos de deficiência com maior proporção de pessoas são a deficiência visual,

seguida da motora e auditiva.

Se calcularmos o mesmo percentual (14,7%) apresentado no ano 2000 na população estimada para

2009 (365.860), teremos um total de 53.781 pessoas com algum tipo de deficiência.

Com estas informações torna-se mais fácil mostrar o quanto o atendimento aos portadores de

necessidades educacionais especiais ainda é deficiente no Estado, na RMGV e, especificamente, no

Município de Cariacica.

Em 2000, havia cerca de 7.540 alunos portadores de necessidades especiais matriculados no ES, dos

quais, 2.728 encontravam-se na RMGV, e 702 no município de Cariacica. Esses alunos

apresentavam vários tipos de deficiências, sendo que a maior incidência registrada estava na

deficiência mental, conforme demonstra a tabela a seguir.

Tabela 22 – Matrícula por tipo de excepcionalidade

Espírito Santo / Municípios da RMGV – 2000

Estado/

RMGV

Tot.

Geral

Tipo de Excepcionalidade

Visual

%

Auditiva

%

Física

%

Mental

%

Múl Def.

%

Super-

dotados

%

Cond.

Típicas

%

Outras

%

E. SANTO 7.540 307

(4,1)

539

(7,1)

546

(7,2)

3.806

(50,5)

1.459

(19,3)

13

(0,2)

210

(2,8)

660

(8,7)

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39

RMGV 2.728 215

(7,9)

230

(8,4)

91

(3,3)

1.526

(55,9)

600

(22,0) -

11

(0,4)

55

(2,0)

CARIACICA 702 28

(4,0)

34

(4,8)

71

(10,1)

415

(59,1)

154

(21,9) - - -

Fonte: Censo Escolar 2000 – SEE/GEIA/SEDU

Entre o período de 2000 a 2005, nota-se um crescimento de apenas 31 matrículas de educandos com

necessidades educacionais especiais e, no período de 2000 a 2009, de 629 matrículas, o que

corresponde a um incremento de 90,0% no período pesquisado, sendo que essas matrículas

distribuem-se entre a educação infantil, o ensino médio, a educação de jovens e adultos e a educação

profissional, de acordo com a tabela abaixo.

Tabela 23 - Matrícula inicial na educação especial, por nível, etapa de ensino e dependência

administrativa - Cariacica – 2009.

Educação Especial (Alunos de Escolas Especiais, Classes Especiais e Incluídos).

Dep.

Admin.

Creche Pré-

Escola

Anos

Iniciais

Anos

Finais Médio

Ed. Prof.

Nível

Técnico

EJA

Fund1, 2

EJA

Médio1, 2

Total

Estadual 0 0 109 29 17 0 25 4 184

Federal 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Municipal 7 19 209 73 0 0 9 0 317

Privada 265 95 424 10 6 0 0 0 800

Total 272 114 742 112 23 0 34 4 1.301

FONTE: MEC/INEP

1 Não estão incluídos alunos da Educação de Jovens e Adultos Semipresencial

2 Inclui os alunos da Educação de Jovens e Adultos Integrada à Educação Profissional

Quando se analisa o atendimento a alunos com necessidades educacionais especiais nas redes de

ensino do Espírito Santo, em classes comuns (inclusão), com sala de recursos, por tipo de

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deficiência, no ano 2008, nota-se, no âmbito estadual, que a maior incidência recaiu sob os

transtornos globais do desenvolvimento (6.324 alunos), seguido da deficiência mental (1872 alunos),

baixa visão (785 alunos) e deficiência física (729 alunos), conforme demonstra a tabela a seguir.

Tabela 24 - Matrícula Inicial de Alunos com Necessidades Educativas Especiais, em Classes

Comuns (Inclusão), com sala de recursos, por Necessidade Educacional Especial, segundo o

Município e Espírito Santo – 2008.

Estado/

Município

Matrículas de Alunos com Necessidades Educativas Especiais em Classes Comuns com Sala de Recursos

Red

es

En

sin

o (

*)

To

tal

Ceg

uei

ra

Bai

xa

Vis

ão

Su

rdez

Au

dit

iva

Fís

ica

Men

tal

Tra

nst

orn

os

Glo

bai

s d

o

Des

env

olv

imen

to

Sín

dro

me

de

Do

wn

ltip

la

Su

per

do

taçã

o

ESP.

SANTO

Tot. 11853 100 785 343 499 729 1872 6324 481 494 224

Est. 1.706 41 168 1031* 169 138 238 735 55 34 24

Mun. 9.633 55 587 2342* 303 505 1.575 5.380 352 441 199

Priv. 514 4 30 6 27 86 59 209 74 19 1

Cariacica

Est. 197 2 37 14 21 28 30 50 6 9 -

Mun. 353 2 24 12 8 48 64 119 30 45 1

Priv. 74 - 5 - 7 14 2 33 9 4 -

Fundão

Est. 4 - 1 - - 1 - 2 - - -

Mun. 60 - 10 2 5 7 11 17 2 6 -

Priv.

Guarapar

i

Est. 64 1 3 11 7 2 13 24 1 2 -

Mun. 593 1 18 18 13 22 140 361 5 11 4

Priv. 53 1 1 - 1 3 5 40 1 1 -

Serra

Est. 93 1 13 1 17 10 21 27 3 - -

Mun. 1.048 17 47 17 58 44 288 454 36 91 6

Priv. 26 - 4 1 2 4 4 3 7 1 -

Vitória

Est. 70 5 1 8 9 5 14 26 2 - -

Mun. 955 12 68 44 36 65 236 276 61 70 87

Priv. 104 - 2 1 4 26 7 47 17 - -

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41

Viana

Est. 16 - 2 5 4 1 2 1 1 - -

Mun. 48 - 3 2 1 5 12 16 3 6 -

Priv. - - - - - - - - - - -

Vila

Velha

Est. 58 4 6 3 7 7 10 18 2 1 -

Mun. 892 5 43 261* 37 57 180 439 35 64 5

Priv. 75 - 5 2 2 10 16 21 14 5 -

Fonte: Censo Escolar 2008 – SEDU/GEIA/SEE

Notas: 1) O sinal (-) significa dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

2) Estão incluídas somente os Municípios que oferecem Educação Especial.

3) O mesmo aluno pode apresentar mais de um tipo de necessidade educativa especial.

4) * Alunos com deficiência surdo-cegueira.

5) A matrícula da rede privada não inclui a sala de recursos.

A análise da evolução da educação especial no município demonstra que, apesar de aquém das

necessidades efetivas do município, o conjunto de ações desenvolvidas pelas redes de ensino,

embora ainda pouco expressivo, está garantindo um impulso gradativo no acesso e na superação do

paradigma e da prática de institucionalização e segregação em favor da educação inclusiva, com

atenção à diversidade dos alunos como um eixo de ação pedagógica, no marco de uma educação de

qualidade para todos.

O gráfico 6, a seguir, demonstra com maior clareza este atendimento.

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Gráfico 6 – Matrícula da Educação Especial, em classes comuns, com sala de recursos, por tipo

de excepcionalidade/Cariacica - 2008.

624

202

96 83 6658 45 36 26 4 1

0

100

200

300

400

500

600

700

Total

Trnst. G

loba

is

Men

tal

Física

B. V

isão

Múltip

la

S. D

own

Aud

itiva

Sur

dez

Ceg

ueira

Sup

erdo

tado

Fonte: Censo Escolar 2008 – SEDU/GEIA/SEE

2.2.5 Educação de jovens e Adultos

Conforme afirmação feita no Fórum Mundial de Educação, Senegal, 26 a 28 de abril de 2000,

explicitada no documento Educação para Todos: O Compromisso de Dakar, não se pode esperar que

País algum se desenvolva como economia moderna e aberta sem ter boa proporção de sua força de

trabalho com educação secundária completa.

A oportunidade de obter conhecimento e desenvolver valores, atitudes e habilidades que lhes

possibilitem desenvolver suas capacidades para o trabalho, para participar plenamente de sua

sociedade, para obter o controle de sua própria vida e para continuar aprendendo, deve, portanto, ser

dada a todos os jovens e adultos.

A Educação de Jovens e Adultos – EJA, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional - LDB (art. 37), destina-se “àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no

ensino fundamental e médio na idade própria”. Neste segmento, encontram-se os analfabetos e os de

escolarização inconclusa.

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Até recentemente, a EJA ocupava uma posição secundária no quadro geral das políticas de educação

no Brasil. Era vista como uma política compensatória, destinada a oferecer uma “segunda chance” de

escolarização àqueles que não puderam frequentar a escola na idade apropriada. Por esse caráter de

política preocupada em remediar a carência escolar de pessoas pertencentes, em geral, às classes

sociais mais pobres, a EJA nunca esteve plenamente integrada a um projeto de educação para o País.

No entanto, nas últimas décadas, vários estudos apontaram para a necessidade de que a EJA

constituísse uma política específica, pensada e planejada em função do universo do jovem e do

adulto trabalhador. Esse processo de reconhecimento progressivo da importância e da especificidade

da EJA produziu consequências relevantes. A primeira delas foi a inclusão, na Constituição de 1988,

da garantia do ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para aqueles que não haviam tido

acesso a ele, na idade própria. A segunda, garantida pela LDB, que inclui as novas concepções sobre

a EJA, baseadas no reconhecimento de que deve atender aos interesses e às necessidades de

indivíduos que já têm uma determinada experiência de vida, participam do mundo do trabalho e

dispõem, portanto, de uma formação bastante diferenciada das crianças e adolescentes aos quais se

destina o ensino fundamental regular. A EJA passou, então, a ocupar posição de destaque no que se

convenciona chamar de “educação contínua e permanente”.

Esse reconhecimento tem se disseminado em todo o País, não obstante possa se afirmar que ainda há

um enorme caminho para se garantir esse direito a toda demanda com essas características, conforme

podemos constatar nos dados expostos a seguir.

O Espírito Santo e, de modo especial, a RMGV, têm envidado esforços, no sentido de atender a essa

população de 15 anos e mais. O Censo Escolar de 2000 indica a magnitude desse esforço, apesar de

apresentar dados subestimados, porque contemplam apenas os programas presenciais, com avaliação

durante o processo. Inúmeros programas sem avaliação têm sido oferecidos, especialmente por

ONGs, além dos exames para certificação dos cursos de EJA, e estes dados não estão incluídos no

Censo Escolar.

A tabela a seguir, mostra que existiam, no ano 2000, ao todo, 8.072 alunos matriculados nesses

cursos presenciais, no município de Cariacica, sendo que a maior concentração encontrava-se no

ensino fundamental oferecido pela rede estadual. Passados 8 anos, observa-se um declínio no

atendimento do ensino fundamental de 1.824, ou 37,3% de alunos. Já no ensino médio ocorreu o

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oposto, uma vez que se observa um incremento da ordem de 200,0% na matrícula entre o período de

2000 e 2009, a qual foi oferecida basicamente pela rede estadual. Nota-se, também, nesse período

pesquisado, uma estupenda elevação de 607,0% das matrículas da rede municipal, conforme

demonstra a tabela a seguir.

Tabela 25 - Matrícula Inicial da Educação de Jovens e Adultos,

por Rede Escolar - Cariacica – 2000 / 2005 / 2008 / 2009/2010

Ano Total

Matrícula por Dependência Administrativa

Estadual Municipal Particular

Fund. Médio Total Fund. Médio Fund. Médio Fund. Médio

2000 6.709 1.363 8.072 6.331 840 378 254 - 269

2005 4.020 2.189 6.209 3.992 1.769 - - 28 420

2008 4.229 3.832 8.061 2.211 3.535 1.971 - 47 297

2009 4.885 4.081 8.966 2.211 3.923 2.674 - - 158

2010 5.566 3.534 9.100 2.320 3.335 3.239 - 7 199

Fonte: INEP/MEC

2Inclui os alunos da Educação de Jovens e Adultos Integrada à Educação Profissional

Apesar dos avanços significativos obtidos ao longo da década, a grande dificuldade das políticas de

EJA continua sendo o atendimento precário, que ainda não responde à demanda potencial existente.

O fato de essa modalidade de ensino estar se transformando em educação fundamentalmente de

jovens é mais um motivo para que os governos federal, estaduais e municipais e, ainda, o

empresariado, aumentem os investimentos na área, garantindo o acesso à educação de cidadãos que

têm uma grande contribuição a dar à região, ao Estado e ao País, em termos econômicos, sociais,

políticos e culturais.

Para as próximas décadas, portanto, são grandes os desafios a serem enfrentados em relação às

políticas de EJA: ampliação de recursos disponíveis, expansão do atendimento, habilitação e

capacitação permanente dos professores, adequação dos programas à concepção de educação

continuada, com especial atenção às necessidades relacionadas com o mundo do trabalho e com o

fortalecimento da cidadania, integração com atividades de caráter cultural e esportivo e promoção do

acesso à informação e às novas tecnologias.

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2.2.6 Educação Profissional

A educação profissional, cujo objetivo é o de formar e qualificar profissionais, em todos os níveis de

ensino, com vistas ao desenvolvimento das aptidões para a vida produtiva, em todos os setores da

economia, tem tido pouco destaque no Estado do Espírito Santo, o que tem culminado no chamado

“apagão de mão-de-obra”.

Os indicadores desta modalidade de ensino, divulgados pelo INEP/MEC demonstram uma situação

pouco confortável para um Estado que coloca o desenvolvimento do capital humano como um dos

objetivos estratégicos para alavancar a competitividade e o desenvolvimento dos setores produtivos.

A partir do ano de 1998, os cursos profissionalizantes que funcionavam integrados ao ensino médio,

foram se encerrando, gradativamente, na rede estadual do Espírito Santo, em função da reforma

educacional estabelecida pela Lei nº 9.394/96. Em decorrência, um novo plano de reforma

educacional deveria ser implantado pelos Estados, com base na nova legislação, fato que não ocorreu

no Espírito Santo.

A ausência da rede estadual na oferta da educação profissional no período de 1998 a 2006 constituiu

um imenso “vácuo” no atendimento, razão pela qual há uma grande e considerável demanda

reprimida de jovens e adultos em busca dessa escolarização na rede pública de ensino. Os dados da

matrícula registrados na última década comprovam um inexpressivo atendimento nessa modalidade

de ensino, conforme demonstrado na tabela a seguir.

Tabela 26 - Matrículas da educação profissional técnica de nível médio,

por dependência administrativa – 2000/2009/2010/2011

Matrícula Educação Profissional - Cariacica

Dep. Adm. 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Estadual - - - - - - - 322 198 183 98 557

Federal - - - - - - - 121 190 224 180 294

Municipal - - - - - - - - - - - -

Privada - - - - 399 767 1.516 767 901 918 1504 833

Total - - - - 399 767 1.516 1.210 1.289 1.325 1782 1684

Fonte: INEP/MEC

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Observando a matrícula do último decênio, no município de Cariacica, verifica-se que, enquanto o

ensino médio (regular e EJA) teve um total de 18.342 matrículas, no ano 2000, nenhuma matrícula é

observada na educação profissional técnica de nível médio.

No ano 2005, a demanda potencial oriunda do ensino médio foi de 18.689, contra 399 matrículas

ofertadas por escola da iniciativa privada.

Em 2009, a matrícula do ensino médio foi de 17.750 alunos, contra um atendimento de 1.325 alunos,

o que corresponderia a uma taxa de atendimento de apenas 7,5% da clientela que teoricamente seria

demandada pela educação profissional. Observa-se que a rede privada aparece com maior

atendimento - da ordem de 69,3%, seguida da rede federal, com 16,9% e, por último, a rede estadual,

com apenas 13,8% do atendimento nessa modalidade de ensino.

Atualmente, o atendimento à população, que demanda Educação profissional vem sendo feito pelas

seguintes instituições/cursos:

Instituto Federal do Espírito Santo – IFES – Campus Cariacica

Cursos: Técnico em Logística (concomitante)

Técnico em Portos (integrado)

Técnico em Transportes Ferroviários (concomitante e integrado)

Centro Universo de Educação e Desenvolvimento – Unidade Cariacica

Cursos: Técnico em Automação e Controle Industrial (subsequente)

Técnico em Eletromecânica (subsequente)

Técnico em Mecânica (subsequente)

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. Afonso Schuwab

Cursos: Técnico em Administração (concomitante)

Verifica-se que algumas áreas consideradas estratégicas e propulsoras do desenvolvimento local e

sustentável e que demandam profissionais com formação técnica e tecnológica são pouco ou nada

assistidas com a oferta de cursos técnicos de nível médio. Pode-se citar, como exemplo, a área do

meio ambiente.

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Pelo fato de Cariacica situar-se na Região Metropolitana da Grande Vitória há que se preparar

estrategicamente, uma vez que estão previstos vultuosos investimentos para esta microrregião, o que

demandará pessoal especializado em todas as áreas profissionais, como por exemplo:

Agropecuária (agroindústria).

Artes, Comunicação e Design (com destaque para o APL Vestuário/Moda).

Comércio e Gestão (gestão comercial, gestão da qualidade, logística).

Indústria, Química e Mineração (automação industrial, eletrônica industrial, fabricação

mecânica, manutenção industrial, processos metalúrgicos, com destaque para os APL Rochas

Ornamentais, Metalmecânica, Turismo, Alimentos e Bebidas, Construção Civil, Madeireira e

Móveis).

Lazer e Desenvolvimento Social – Turismo e Hospitalidade (hotelaria, com destaque para o

APL Turismo).

Meio ambiente e Tecnologia da Saúde (gestão e Saneamento ambiental, gestão hospitalar,

segurança do trabalho).

A realidade atual, no Brasil e no mundo, tem revelado que a amplitude das questões referentes à

qualificação, profissionalização, reprofissionalização e colocação de mão-de-obra, requer ações de

tal magnitude que não podem mais ser empreendidas pelo poder público ou pela sociedade,

isoladamente. Esta é a razão mais forte que deve motivar a busca de parceiros para a implementação

de políticas voltadas para a formação e qualificação profissional da mão-de-obra capixaba visando à

elevação das chances de empregabilidade, principalmente dos jovens cariaciquenses, para os setores

produtivos do município e região do entorno.

2.2.7 Educação Superior

À medida que as políticas educacionais estão se mostrando eficazes para promover, tanto a

universalização, quanto à melhoria das taxas de transição do ensino fundamental, gera-se uma

sinergia que dinamiza todos os demais níveis de ensino. Além disto, a nova dinâmica de expansão do

ensino médio e a crescente seletividade do mercado de trabalho - que exige mão-de-obra qualificada,

tendem a exercer uma pressão cada vez maior sobre a educação superior, exigindo a ampliação de

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vagas, a diversificação dos cursos, a flexibilização dos currículos, a melhoria da qualidade do ensino

e a parceria com o setor produtivo. Estes são os grandes desafios que a Educação Superior deverá

enfrentar para acompanhar as mudanças socioeconômicas deste século XXI.

Entre os indicadores que melhor sinalizam esta mudança, destaca-se a velocidade com que a

matrícula destes níveis de ensino vem se expandindo. Na Educação Superior, o ritmo de crescimento

da matrícula se acelerou depois de longo período de estagnação. De fato, entre 1988 e 2000,

registrou-se, no Estado do Espírito Santo, um incremento de 26.413 matriculas. Nesse período, de 12

anos, a matrícula saltou de 17.873 para 44.286, o que representa um aumento percentual de 147,8%.

Com essa performance, a educação superior foi a que mais cresceu nos últimos anos, no Estado.

Com relação a RMGV, a matrícula no ano 2000 foi de 30.879, havendo maior concentração no

município de Vitória, que contava, naquele ano, com uma matrícula de 19.551, representando 63,3%

do total da região.

No ano 2009, nota-se um crescimento extraordinário, da ordem de 1.081% em nível de Estado, de

125,5% na RMGV e de 726,8% no Município de Cariacica. Observa-se que o maior crescimento no

âmbito estadual, regional e municipal concentra-se na rede privada de ensino.

A tabela 12 demonstra, com maior clareza, as matrículas da educação superior, nos anos 2000 e

2009, por categoria administrativa.

Tabela 27 - Matrícula em Cursos de Graduação Presenciais, por Categoria Administrativa

2000/2009

Estado/

Região

Ano Total

Matrícula

Total

Pública

Pública Privada

Federal Estadual Municipal

Espírito Santo 2000 44.286

13.448

11.460

56

1.932

30.838

2009 92.199 16.654 15.554 227 873 75.545

RMGV

2000 30.879

10.578

10.522

56

-

20.301

2009 65.632 13.754 13.519 235 - 53.878

Vitória 2000 19.551

10.578

10.522

56

-

8.973

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49

2009 36.926 13.468 13.233 235 - 23.458

Vila Velha

2000 7.163

-

-

-

-

7.163

2009 17.515 - - - - 17.515

Cariacica

2000 377

-

-

-

-

377

2009 3.117 - - - - 3.117

Serra

2000 2423

-

-

-

-

2.423

2009 5.479 286 286 - - 5.193

Viana

2000 565

-

-

-

-

565

2009 315 - - - - 315

Guarapari

2000 800

-

-

-

-

800

2009 2.280 - - - - 2.280

Fundão

2000 -

-

-

-

-

-

2009 - - - - - -

Fonte: IBGE/Cidades

Essa tendência de expansão mais acelerada da educação superior deverá se manter na próxima

década, respondendo a uma demanda que também continuará aquecida. É importante notar que,

apesar de o crescimento da matrícula ter sido mais intenso nos últimos anos, as vagas oferecidas no

vestibular das instituições públicas continuam de forma mais lenta do que o crescimento do número

de concluintes do ensino médio.

Cabe, por fim, observar que, ainda é muito baixa a relação aluno/professor/vaga, o que significa um

custo maior para os estudantes.

Seguindo a tendência do País, constata-se que no ES é significativo o crescimento do ensino privado

em relação aos estabelecimentos públicos de ensino, como consequência do baixo investimento

público neste nível de ensino.

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50

2.2.8 Características do Parque Escolar

Para o atendimento à população estudantil da educação básica, nos seus diversos níveis e

modalidades, assim como a educação superior, o Município dispõe de um parque escolar composto

por 307 unidades escolares entre urbanas e rurais, de acordo com o censo escolar 2010. Deste total, o

maior percentual de escolas encontra-se concentrado na rede municipal, conforme demonstra a tabela

a seguir.

Tabela 28 - Número de Estabelecimentos de Educação Básica, de

Educação Profissional - Nível Técnico, e de Educação Superior, por Rede Escolar

Cariacica – 2008/2010

Município

Estabelecimentos de Educação Básica 2010

Total Geral Federal Estadual Municipal Privada

Total Total Total Total Total

Educação Infantil 95 - - 48 47

Ensino Fundamental 157 - 60 74 23

Ensino Médio 9 - 9 - -

Educação Especial 1 - - - 1

Educação de Jovens e Adultos 48 - 22 24 2

Educação Profissional 6 1 2 - 3

Total 307 1 84 146 76

Fonte: SEDU

Do ponto de vista dos níveis e das modalidades de ensino, as escolas estão assim distribuídas:

Para o atendimento à demanda da educação infantil o Município conta com 95 escolas, sendo

48 da rede municipal e 47 da iniciativa privada.

Para o atendimento à demanda do ensino fundamental o Município conta com 157 escolas,

das quais 74 são mantidas pela rede municipal, 60 pela rede estadual e 22 pela iniciativa

privada.

Para atender à demanda do ensino médio, o município conta 9 escolas, sendo todas

pertencentes à rede estadual.

Para o atendimento à demanda da educação especial o Município conta com apenas 1 escola

da iniciativa privada.

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51

A demanda da educação de jovens e adultos é atendida por escolas que atendem a outros

níveis e modalidades de ensino.

A educação profissional conta com apenas 6 escolas sendo 3 da iniciativa privada, 2 da rede

Estadual e 1 Federal.

2.2.9 Ações, Projetos e Programas Inovadores voltados para a ampliação e a melhoria da

Educação.

Dentre as inúmeras iniciativas da rede municipal no sentido da cobertura e da qualificação da oferta

educacional destacam-se os seguintes programas/projetos/ações:

Para a ampliação das oportunidades educacionais / permanência dos alunos e melhoria do

ensino e da aprendizagem

Do Governo Federal:

Ensino fundamental de 9 anos - Tem como objetivo assegurar a todas as crianças um tempo

mais longo no convívio escolar, mais oportunidades de aprender e um ensino de qualidade. A

intenção é fazer com que aos seis anos de idade a criança esteja no primeiro ano do ensino

fundamental e termine esta etapa de escolarização aos 14 anos. A ampliação do ensino

fundamental de 9 anos na rede municipal de Cariacica teve início no ano 2004, de forma

gradual, tendo como respaldo a legislação federal (LDB, PNE e Leis nºs 11.114/2005 e

11.274/2006), e o Decreto Municipal nº 137/2003 que regulamenta a extensão do ensino

fundamental na rede. Nesta política sentiu-se algumas dificuldades, especialmente pela falta

de definição clara e concisa do corte etário e pela ausência de diretrizes específicas,

especialmente quanto ao currículo escolar para os anos iniciais a partir do ingresso das

crianças de 6 anos de idade, o que gera o desafio da garantia do efetivo atendimento para que

a alfabetização se materialize com consistência.

Educação Integrada: Programa Mais Educação – programa com foco na educação ampliada

e na interação escola/comunidade, implantado com respaldo na Portaria Interministerial nº

17/2007. Teve a adesão e interesse de todas as 35 escolas apontadas pelo MEC para

participação no programa. Suas fragilidades consistem na falta de uma boa estrutura física de

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algumas escolas e nas dificuldades em identificar coordenadores com perfil recomendado

pelo MEC, gerando o desafio de potencializar o funcionamento do programa em todas as

escolas da rede municipal de ensino.

Programa Bolsa Família – respaldado pela Lei nº 10.836/2004, tem como objetivo o

controle e ampliação da frequência escolar e a diminuição da evasão escolar. Tem

apresentado resultados que indicam o município como o de melhor desempenho do Estado,

no programa. Contudo, nem todas as escolas ainda estão engajadas com as metas do

programa e ainda apresentam elevadas taxas de evasão e baixa frequência. Espera-se com

esse programa, num horizonte próximo, a redução da evasão - próxima de zero, e a

diminuição do índice de gravidez na adolescência.

Programa Escola Aberta - Fruto de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da

Educação e a UNESCO, com a parceria do município, o programa Escola Aberta tem por

objetivo contribuir para a melhoria da qualidade da educação, a inclusão social e a construção

de uma cultura de paz, por meio da ampliação da integração entre escola e comunidade;

ampliação das oportunidades de acesso à formação para a cidadania e redução de violências

na comunidade escolar. Promove a abertura de escolas públicas localizadas em regiões

urbanas de risco e vulnerabilidade social, aos finais de semana, para toda a comunidade.

Como resultados, esse programa atendeu em 2005, 9 escolas municipais, ampliando para 20

escolas em 2010, além de ter dado a oportunidade de formação em cursos de Pós-graduação e

Extensão para os profissionais envolvidos no programa. Apresenta dificuldades em relação à

interação escola / comunidade e à ausência das coordenações para ações pedagógicas e de

esporte. Seu desafio consiste na ampliação do nº de escolas atendidas pelo programa.

Do próprio Município:

Projeto Semearte – tem como objetivo a ampliação das ações educativas por meio da arte

educação e demais propostas socioculturais que contribuem para elevação da autoestima. Sua

maior dificuldade para operacionalização consiste na lentidão na tramitação dos processos

que visam dar concretude às propostas de atividades do projeto. Tem-se, também, o desafio

da criação do Espaço Criar para abrigar o Semearte e demais projetos de ampliação da

jornada escolar da SEME.

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Educação pelo Movimento – tem como objetivo manter maior articulação escola /

comunidade, por meio da criação e ampliação dos núcleos esportivos. Suas dificuldades

consistem em Identificar professores com o perfil de atendimento educativo-social e a

articulação com as demais secretarias municipais. Propõe-se, contudo, sua ampliação para

mais 3 núcleos esportivos e maior número de professores para ampliação da oferta de práticas

corporais.

Informática na Escola/Internet – consiste na instalação dos laboratórios de informática nas

escolas visando o uso das tecnologias educacionais como ferramenta de apoio ao processo

ensino-aprendizagem. Até o ano 2009 foram instalados 34 laboratórios e em 2010 estão

previstos mais 13 laboratórios a serem implantados nas escolas municipais. Esse projeto

encontra a dificuldade na instituição do profissional mediador de informática, papel exercido

por alguns professores até 2009; entretanto, esses profissionais foram substituídos por

auxiliares de secretaria escolar no ano 2010. Assim, tem-se como desafio a criação de cargos,

a realização de concurso público e a nomeação dos mediadores de informática para darem

suporte aos laboratórios de informática nas escolas da rede municipal de ensino.

Esporte na Escola

Jogos Estudantis Municipais de Cariacica

Para a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais

Salas multifuncionais - são ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais

didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento educacional especializado, instalados

nas escolas regulares. Funcionam em horário contrário ao da matrícula do aluno em classe

comum

Carro adaptado – tem como objetivo proporcionar aos alunos com deficiências físicas a

acessibilidade à escola de ensino comum da rede municipal

Para a correção do fluxo escolar – programa específico destinado a alunos que se encontram

com defasagem em relação à idade/série. Baseia-se numa abordagem integrada e sistemática

destinada a apoiar o trabalho dos professores, escolas e sistema de ensino visando a recuperação

do atraso escolar de crianças e consequente correção do fluxo. O programa se caracteriza como

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uma tecnologia educacional menos pelo uso de aparatos tecnológicos do que por sua visão

sistêmica, integrada, consistente e completa do instrumental necessário e suficiente para o apoio

do trabalho escolar e docente.

Para a educação de jovens e adultos

Projeto Vale Alfabetizar – tem como objetivo minimizar o alto índice de analfabetismo no

município, incentivar a continuidade dos estudos às pessoas acima de 15 anos de idade e

fortalecer a Educação de Jovens e Adultos. É oferecido em parceria com a CVRD.

Projovem Urbano – oferecido em parceria com o Governo Federal, tem como objetivo

inserir no contexto educacional jovens de 18 a 29 anos que estão fora da escola,

possibilitando à conclusão do ensino fundamental e à qualificação profissional. Tem duração

de 18 meses e neste período os alunos são contemplados com uma bolsa no valor de

R$100,00 mensais.

Para a Educação Ambiental

Educação Ambiental: Agenda 21 Escolar – tem como objetivo preparar os alunos como

cidadãos que trabalham por uma sociedade mais justa e ecologicamente mais sustentável, ao

possibilitar-lhes conhecer e investigar a problemática do seu meio-ambiente mais próximo.

Possibilita maior comprometimento das escolas com ações de responsabilidade sobre o Meio

Ambiente e a participação ativa dos adolescentes no projeto. Apesar dos benefícios

introduzidos pela agenda para um município que se quer sustentável, tem-se como desafio a

incorporação da Educação Ambiental no currículo escolar e no Projeto Político Pedagógico

das escolas, talvez pelo fato da ausência de uma Política Pública Municipal de Educação

Ambiental e a compreensão política da EA e suas representações, assim como a introdução e

a sistematização da EA na formação inicial e continuada dos professores.

Para o aprimoramento profissional

Pró-Letramento - programa de formação continuada de professores das séries iniciais do

ensino fundamental, para melhoria da qualidade de aprendizagem da leitura/escrita e

matemática. É realizado pelo MEC, em parceria com universidades que integram a Rede

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Nacional de Formação Continuada e com adesão do município de Cariacica. Tem como

público-alvo os professores que estão em exercício, nas séries iniciais do ensino fundamental.

Sua duração é de 120 horas (8 meses), com encontros presenciais e atividades individuais.

Gestar II - programa Gestão da Aprendizagem Escolar que oferece formação continuada em

língua portuguesa e matemática aos professores dos anos finais (do sexto ao nono ano) do

ensino fundamental em exercício nas escolas públicas. A formação possui carga horária de

300 horas, sendo 120 horas presenciais e 180 horas a distância (estudos individuais) para

cada área temática. O programa inclui discussões sobre questões prático-teóricas e busca

contribuir para o aperfeiçoamento da autonomia do professor em sala de aula.

Para a melhoria da gestão escolar

Plano de Desenvolvimento da Escola – PDE Escola - é uma ferramenta gerencial que

auxilia a escola a realizar melhor o seu trabalho: focalizar sua energia, assegurar que sua

equipe trabalhe para atingir os mesmos objetivos e avaliar e adequar sua direção em resposta

a um ambiente em constante mudança. É considerado um processo de planejamento

estratégico desenvolvido pela escola para a melhoria da qualidade do ensino e da

aprendizagem. Constitui um esforço disciplinado da escola para produzir decisões e ações

fundamentais que moldam e guiam o que ela é, o que faz e por que assim o faz, com um foco

no futuro.

O PDE escola está implantado em 37 escolas da rede municipal de Cariacica.

2.3 INDICADORES DE DESEMPENHO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Nossa sociedade está a cada dia mais complexa, exigindo pessoas mais instruídas, pessoas que

tenham a capacidade de adquirir informações por conta própria, que saibam escolher seus

governantes e exigir deles um mínimo de comprometimento e decência.

Sem educação não haverá desenvolvimento sustentável, nem mesmo crescimento econômico que se

sustente, porque não haverá uma sociedade justa sem oportunidades para todos.

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Um sistema educacional eficaz é aquele em que os alunos aprendem, passam de ano e concluem a

educação básica. Esta é uma afirmação de que poucos vão discordar, entretanto, a maioria dos

sistemas educacionais no Brasil apresenta fragilidades neste sentido e não cumpre essa missão.

Para verificar o cumprimento desse objetivo, são necessários indicadores de resultados educacionais

que permitam avaliar o que os alunos estão aprendendo, se estão sendo aprovados e se estão

concluindo a educação básica na idade adequada.

Em 1995, o Brasil criou um sistema de avaliação em larga escala que permitiu acompanhar a

evolução do desempenho dos alunos até os dias atuais. No mesmo ano, corrigiram-se os conceitos de

movimentação e fluxo escolar, adotando-se os conceitos corretos de taxa de aprovação e de

repetência. Por meio dos dados das PNADs, pode-se também calcular o porcentual de alunos, por

idade, que já terminaram o ensino fundamental e o ensino médio.

Com esses instrumentos, o Brasil hoje está preparado para definir indicadores e metas de qualidade,

monitorá-las e instituir políticas públicas focadas no alcance dessas metas.

Vejamos alguns desses indicadores no âmbito nacional, estadual e municipal:

2.3.1 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado em 20072 para medir a qualidade

de cada escola e de cada rede de ensino. O indicador é calculado com base no desempenho do

estudante em avaliações do INEP e em taxas de rendimento escolar. Assim, para que o Ideb de uma

escola ou rede cresça é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente a sala de aula.

O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas

municipais e estaduais, tenha nota 6 em 2022. A fixação da média seis a ser alcançada considerou o

resultado obtido pelos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico

(OCDE), onde se aplica a metodologia do Ideb em seus resultados educacionais. Seis foi a nota

obtida pelos países desenvolvidos que ficaram entre os 20 mais bem colocados do mundo.

As tabelas, a seguir, demonstram os índices (Ideb) observados nos anos de 2005, 2007 e 2009, no

Brasil, Estado e Município de Cariacica, assim como as metas previstas a cada 2 anos até 2021

2 Primeira coleta de dados em 2005, dados base para estipular as metas de 2007.

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57

Tabela 29 - IDEB 2005, 2007, 2009 e Projeções para o BRASIL.

Fonte: Saeb e Censo Escolar.

Observa-se que a média nacional do Ideb em 2005 foi 3,8 nos primeiros anos do ensino fundamental.

Em 2009, essa nota subiu para 4,6, ultrapassando as projeções, que indicavam um crescimento para

4,2 nesse período. Se o ritmo for mantido, o Brasil chegará a uma média superior a 6,0 em 2022. É o

mesmo que dizer que teremos uma educação compatível com países de primeiro mundo antes do

previsto.

No Espírito Santo, as médias alcançadas pela rede estadual, nos anos iniciais do ensino fundamental

e no ensino médio já superaram a meta estabelecida para esse ano e, nos anos finais do ensino

fundamental, a média alcançada equivale à meta estabelecida, conforme demonstrado na tabela a

seguir.

Tabela 30 - IDEBs observados em 2005, 2007, 2009 e Metas para Rede Estadual.

ESPÍRITO SANTO

Fases IDEB Observado Metas Projetadas

de Ensino 2005 2007 2009 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Anos Iniciais do

Ensino

Fundamental

3,7 4,1 5,1 3,8 4,1 4,5 4,8 5,1 5,4 5,7 5,9

BRASIL

Anos Iniciais do Ensino

Fundamental

Anos Finais do Ensino

Fundamental Ensino Médio

IDEB Observado Metas IDEB Observado Metas IDEB Observado Metas

2005 2007 2009 2007 2009 2021 2005 2007 2009 2007 2009 2021 2005 2007 2009 2007 2009 2021

TOTAL 3,8 4,2 4,6 3,9 4,2 6,0 3,5 3,8 4,0 3,5 3,7 5,5 3,4 3,5 3,6 3,4 3,5 5,2

Pública 3,6 4,0 4,4 3,6 4,0 5,8 3,2 3,5 3,7 3,3 3,4 5,2 3,1 3,2 3,4 3,1 3,2 4,9

Estadual 3,9 4,3 4,9 4,0 4,3 6,1 3,3 3,6 3,8 3,3 3,5 5,3 3 3,2 3,4 3,1 3,2 4,9

Municipal 3,4 4,0 4,4 3,5 3,8 5,7 3,1 3,4 3,6 3,1 3,3 5,1 2,9 3,2 - 3,0 3,1 4,8

Privada 5,9 6,0 6,4 6,0 6,3 7,5 5,8 5,8 5,9 5,8 6,0 7,3 5,6 5,6 5,6 5,6 5,7 7,0

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Anos Finais do

Ensino

Fundamental

3,5 3,6 4,1 3,6 3,7 4,0 4,4 4,8 5,0 5,3 5,5

Ensino Médio 3,1 3,2 3,8 3,1 3,2 3,4 3,6 4,0 4,4 4,7 4,9

Fonte: Saeb e Censo Escolar.

Na rede municipal do Município de Cariacica, observa-se que a média alcançada em 2009, nos anos

iniciais do ensino fundamental, superou a meta estabelecida para esse ano. Ao contrário, nos anos

finais do ensino fundamental, o Ideb observado em 2009 foi inferior à meta estabelecida para esse

mesmo ano, conforme demonstra a tabela a seguir.

Tabela 31 - IDEBs observados em 2005, 2007, 2009 e Metas para

Rede Municipal de Cariacica

CARIACICA

Ensino

Fundamental

IDEB Observado Metas Projetadas

2005 2007 2009 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Anos Iniciais 3,8 4,2 4,4 3,9 4,2 4,7 4,9 5,2 5,5 5,8 6

Anos Finais 3,4 3,2 3,3 3,4 3,6 3,8 4,2 4,6 4,9 5,1 5,4

Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar.

Para que pais e responsáveis acompanhem o desempenho da escola de seus filhos, basta verificar o

Ideb da instituição, que é apresentado numa escala de zero a dez, conforme demonstra o Anexo I

deste documento. Da mesma forma, gestores acompanham o trabalho das secretarias municipais e

estaduais pela melhoria da educação.

A partir da análise dos indicadores do Ideb, o MEC ofereceu apoio técnico ou financeiro aos

municípios com índices insuficientes de qualidade de ensino. O aporte de recursos se deu a partir da

adesão ao Compromisso Todos pela Educação e da elaboração do Plano de Ações Articuladas

(PAR).

Em 2008, todos os 5.563 municípios brasileiros aderiram ao compromisso e se comprometeram a

atingir metas como a alfabetização de todas as crianças até, no máximo, oito anos de idade.

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59

Dando cumprimento ao seu papel constitucional e social, o Município de Cariacica aderiu ao PAR,

junto ao governo federal, e estabeleceu um conjunto de ações que visam ao aprimoramento da gestão

educacional, da formação dos profissionais, das práticas pedagógicas e avaliação e da infraestrutura e

recursos pedagógicos.

Decorrente do Plano de Desenvolvimento da Educação, o MEC vem disponibilizando recursos

adicionais aos do Fundo da Educação Básica (Fundeb) para investir nas ações de melhoria do Ideb.

Uma forma de apoio está no compromisso das escolas na elaboração de seus Planos de

Desenvolvimento da Escola – PDE Escola, que consiste numa metodologia de planejamento da

gestão escolar, partindo-se do princípio de que escolas que se planejam são escolas que apresentam

melhores resultados. Objetivando dar o suporte necessário para as ações financiáveis do referido

plano, o MEC disponibiliza recursos financeiros para as escolas que alcançaram Ideb abaixo da

média nacional.

No Município de Cariacica, encontram-se nessa classificação 71 escolas das redes públicas, sendo 34

da rede estadual e 37 da rede municipal, para as quais estão sendo disponibilizados recursos

financeiros para desenvolvimento de seus PDE.

2.3.2 Prova Brasil

A Prova Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) são avaliações para

diagnóstico, em larga escala, desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Têm o objetivo de avaliar a qualidade do ensino

oferecido pelo sistema educacional brasileiro a partir de testes padronizados e questionários

socioeconômicos.

Nos testes aplicados na quarta e oitava séries (quinto e nono anos) do ensino fundamental e na

terceira série do ensino médio, os estudantes respondem a itens (questões) de língua portuguesa, com

foco em leitura, e matemática, com foco na resolução de problemas. No questionário

socioeconômico, os estudantes fornecem informações sobre fatores de contexto que podem estar

associados ao desempenho.

As médias do Saeb e da Prova Brasil não vão de zero a dez, como as avaliações tradicionais cujas

notas refletem o volume de conteúdo que o estudante acerta. Para entender o que significam as notas

dessas duas avaliações em larga escala deve-se partir do pressuposto que, diferente de uma prova

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clássica como a que o professor aplica a seus alunos em sala de aula, os testes da Prova Brasil e do

Saeb são construídos metodologicamente para avaliar sistemas de ensino, e não alunos.

As médias são apresentadas em uma escala de desempenho capaz de descrever, em cada nível, as

competências e as habilidades que os estudantes desses sistemas demonstram terem desenvolvido.

Há uma escala descrita para as habilidades em Língua Portuguesa e outra para Matemática.

Dentro de cada uma das disciplinas, a escala é única e acumulativa, para todas as séries avaliadas – a

lógica é a de que quanto mais o estudante caminha ao longo da escala, mais habilidade terá

acumulado. Portanto, é esperado que alunos da 4ª série alcancem médias numéricas menores que os

de 8ª série e estes alcancem médias menores que as alcançadas pelos alunos de 3º ano do ensino

médio.

A partir das informações do Saeb e da Prova Brasil, o MEC e as secretarias estaduais e municipais de

Educação podem definir ações voltadas ao aprimoramento da qualidade da educação no país e a

redução das desigualdades existentes, promovendo, por exemplo, a correção de distorções e

debilidades identificadas e direcionando seus recursos técnicos e financeiros para áreas identificadas

como prioritárias.

As médias de desempenho nessas avaliações também subsidiam o cálculo do Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), ao lado das taxas de aprovação nessas esferas.

Além disso, os dados também estão disponíveis a toda a sociedade que, a partir dos resultados, pode

acompanhar as políticas implementadas pelas diferentes esferas de governo. No caso da Prova Brasil,

ainda pode ser observado o desempenho específico das escolas públicas urbanas do país.

Os dados dessas avaliações são comparáveis ao longo do tempo, ou seja, pode-se acompanhar a

evolução dos desempenhos das escolas, das redes e do sistema como um todo.

Conforme se observa, no município de Cariacica houve uma evolução das médias nas séries/anos

iniciais do ensino fundamental entre os anos 2005 e 2007, tanto na disciplina matemática quanto em

língua portuguesa, ao contrário dos anos finais que apresentam declínio nas médias nas duas

disciplinas avaliadas.

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61

Tabela 32 - Resultado da Prova Brasil - Rede Municipal

Cariacica – 2005/2007

Fase/Nível Ano Matemática Língua

Portuguesa

Padronização

Matemática

Padronização

Língua

Portuguesa

4ª Série / 5º

Ano

2005 172,88 167,35 0,43 0,43

2007 186,35 170,13 0,48 0,44

8ª Série / 9º

Ano

2005 236,22 222,42 0,45 0,41

2007 228,29 216,36 0,43 0,39

Fonte: INEP/MEC

Comparando os dados com os demais municípios da Grande Vitória, nota-se que o Município de

Cariacica encontra-se na última posição nas duas disciplinas avaliadas, assim como nos dois

segmentos do ensino fundamental: anos iniciais e anos finais.

Tabela 33 - Resultado da Prova Brasil – Municípios da RMGV

2007

Abrangência

Geográfica

Anos Iniciais Anos Finais

Matemática Ling. Portuguesa Matemática Ling. Portuguesa

Cariacica 187,14 171,55 230,60 219,50

Serra 188,63 173,30 236,45 224,55

Viana 190,62 172,43 234,48 222,10

Vila Velha 198,43 181,55 246,19 233,07

Vitória 192,54 176,49 246,59 232,86

Fonte: INEP

Como a Prova Brasil identifica o desempenho das escolas e das suas respectivas turmas de alunos,

espera-se que todos os educadores envolvidos possam estudar essa avaliação criada em 2005 para

saber o que e por que o aluno não aprendeu. Todos nós precisamos entender e passar por esses testes,

que são instrumentos de gestão indispensáveis para a melhoria da qualidade do ensino. O desafio que

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62

se impõe é aprender a utilizar esses resultados, prática ainda não concretizada na maioria dos

sistemas de ensino.

No Anexo II deste documento pode-se verificar os resultados da prova Brasil, por unidade escolar,

no Município de Cariacica.

2.3.3 PAEBES – Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo

Além das avaliações externas nacionais, o Município de Cariacica participa também das avaliações

do Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo, desenvolvido no âmbito do estado,

pela Secretaria de Estado da Educação, cujo objetivo é verificar o nível de proficiência escolar dos

alunos das 4ª séries/5º anos e das 8ª séries/9º anos do ensino fundamental, nas disciplinas Língua

Portuguesa e Matemática.

As tabelas abaixo demonstram os resultados das avaliações realizadas pelo PAEBES, no ano 2009, e

os desafios a serem enfrentados pelas redes pública estadual e municipal visando à elevação dos

níveis de proficiência dos alunos do Município de Cariacica.

Em relação à disciplina Língua Portuguesa, observa-se que, ao chegarem à 8ª série ou 9º ano, apenas

13,5% dos alunos da rede estadual e 11,4% dos alunos da rede municipal encontram-se nos níveis

“proficiente” ou “avançado”. Os demais situam-se nos níveis “básico” ou “abaixo do básico”.

Tabela 34 - Padrões de desempenho por Superintendência Regional de Educação - SRE - Língua

Portuguesa –4ª Série/5º Ano do Ensino Fundamental – Rede Estadual / Municipal - Cariacica /

ES

Rede Estadual Rede Municipal

Série/

Ano

Abaixo

do Básico Básico Proficiente Avançado

Abaixo

do Básico Básico Proficiente Avançado

4ª/5º 14,67 50,99 28,96 5,38 20,97 47,66 26,24 5,13

8ª/9º 23,26 63,19 12,6 0,95 30,57 57,98 10,42 1,04

Fonte: SEDU

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63

Em relação à disciplina Matemática, a situação é ainda pior. Observa que, ao chegarem à 8ª série ou

9º ano, apenas 7,1% dos alunos da rede estadual e 6,2% dos alunos da rede municipal encontram-se

nos níveis “proficiente” ou “avançado”. Os demais se situam nos níveis “básico” ou “abaixo do

básico”.

Tabela 35 - Padrões de desempenho por SRE - Matemática - 4ª Série/5º Ano do Ensino

Fundamental – Rede Estadual / Municipal – Cariacica / ES

Rede Estadual Rede Municipal

Série/

Ano

Abaixo

do Básico Básico Proficiente Avançado

Abaixo

do Básico Básico Proficiente Avançado

4ª/5º 45,52 38,16 13,82 2,5 49 35,09 13,46 2,45

8ª/9º 45,43 47,51 6,02 1,04 52,05 41,73 5,33 0,89

Fonte: SEDU

2.3.4 Indicadores desagregados

Além dos indicadores anteriormente mencionados, calculados a partir das avaliações externas, pode-

se avaliar o desempenho das redes de ensino por meio de indicadores desagregados e observados no

cotidiano das unidades escolares. Efetivamente, estamos nos referindo aos índices de distorção

idade/série e aos índices do rendimento escolar.

Conforme dito, anteriormente, o desafio atual no caso do ensino fundamental não se situa mais,

prioritariamente, em termos de democratização do acesso e sim na oferta de um ensino de qualidade,

senão vejamos.

2.3.4.1 Índices de Distorção Idade/Série

A análise da composição das matrículas do Ensino Fundamental, por faixa etária, revela a presença

de um grande percentual de alunos com defasagem idade/série acima de dois anos e com mais de 14

anos no ensino fundamental (20.6%), o que pode significar o ingresso tardio das crianças, depois dos

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6/7 anos de idade, ou que os jovens que não tiveram oportunidades na idade devida estão voltando à

escola para completar sua escolaridade, ou que as crianças estão permanecendo mais tempo na escola

pelas sucessivas reprovações.

A distorção idade/série causada pela repetência tem pelo menos duas consequências muito graves: a

primeira delas refere-se ao impacto sobre o sistema de ensino, que têm seus custos aumentados em

cerca de 30%; a segunda recai diretamente sobre os alunos com atraso no percurso escolar, afetando

a sua autoestima e o rendimento, o que é comprovado pelos resultados das avaliações mais recentes

realizadas pelo INEP. As provas aplicadas pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica

dos últimos anos revelaram que o desempenho dos alunos tende a piorar, à medida que aumenta a

distorção idade/série.

A tabela, a seguir, demonstra os percentuais de defasagem idade/série, nas redes de ensino dos

municípios da RMGV, no Estado e no Brasil. Especificamente em relação ao Município de

Cariacica, no ano 2000, a taxa média de distorção foi de 30.5%, regredindo para 19.7% em 2010,

sendo que o maior percentual de concentração encontrava-se na rede estadual de ensino, de acordo

com a tabela a seguir.

Tabela 36 - Distorção idade-série no Ensino Fundamental

Cariacica/RMGV/ES/Brasil - 2000/2003/2006/2010

Abrangência

Geográfica Dep. Adm. 2000 2003 2006 2010

Cariacica

Privada 6.6 5.5 5.1 4

Municipal 30.7 20.5 23.8 21.7

Estadual 34.8 36.9 27.5 25.3

Total 30.5 27.8 22.8 20,6

Fundão Total 39.7 29.2 23.4 21.6

Guarapari Total 38.0 32.1 24.9 27.9

Serra Total 31.8 27.6 25.9 20.7

Viana Total 36.6 32.4 27.9 27.0

Vila Velha Total 26.0 24.8 22.8 20.0

Vitória Total 27.2 22.8 20.0 16.1

Espírito Santo Total 30.6 25.7 23.0 20.6

Brasil Total 41.7 33.9 28.6 23.6

Fonte: MEC/INEP

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A redução dessas taxas decorre dos programas de correção de fluxo que estão sendo implantados

pelos sistemas de ensino e que consistem na criação de classes especiais, com atendimento

pedagógico adequado para os alunos que apresentam distorção idade/série de dois anos ou mais, de

forma a permitir que completem em menor prazo, a aprendizagem necessária para serem integrados

em classes mais adiantadas, adequadas à sua série.

2.3.4.2 Índices do Rendimento Escolar

O monitoramento permanente do sistema educacional, realizado por meio dos levantamentos anuais

do Censo Escolar e das avaliações em larga escala tem nos mostrado, também, outros desafios – o da

permanência e o da aprendizagem dos alunos, ou do sucesso escolar.

A tabela abaixo demonstra o tamanho do esforço a ser empreendido para a superação das altas taxas

de reprovação e abandono escolar verificadas no município, especialmente, nas redes públicas de

ensino.

Tabela 37 - Movimento e Rendimento Escolar no Ensino Fundamental Regular

Cariacica – 2000/2005/2007/2010

Fonte: INEP/MEC e GEIA/SEDU

Os dados acima demonstram que, na rede municipal não houve melhoria dos índices de aprovação;

redução de 6.2 pontos percentuais nos índices de abandono nos últimos 10 anos e; aumento de 4.7

pontos percentuais na taxa de reprovação entre o período de 2005/2010. Na rede estadual, a situação

é de aumento das taxas de aprovação passando de 82.9% para 83.2% e ampliação das taxas de

reprovação que atingiram, no ano 2010, 13.8%, ou seja, um crescimento de 5.2 pontos percentuais no

Estado/

Município

Taxas de Abandono, Aprovação e Reprovação.

Total Geral Estadual Municipal Particular

Ap. Rep Ab. Ap. Rep Ab. Ap. Rep Ab. Ap. Rep Ab.

2000 84.5 7.8 7.7 82.9 8.6 8.5 82.5 8.2 9.3 96.8 2.8 0.4

2005 83.3 9.6 7.1 79.2 13.6 7.2 84 7.1 8.9 95.9 3.6 0.5

2007 82.7 10.4 3.5 78,1 17,2 4,7 84,6 9,9 5,5 85,5 4 0,5

2010 85.5 12 2.5 83.2 13.8 3 84.3 12.9 2.8 95.8 4 0.2

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66

período pesquisado. Nas escolas da iniciativa privada verificam-se, também, a ampliação da taxa de

reprovação e um aumento da taxa de aprovação no período de 2000/2010.

Somadas as taxas de abandono e de reprovação escolar, o Município apresentou no ano de 2010

taxas expressivas de perdas educacionais, conforme demonstra o gráfico a seguir.

Gráfico 7 – Perdas educacionais no Ensino Fundamental

Cariacica – 2010

Estes dados são preocupantes, pois significam enormes perdas para o município, do ponto de vista

financeiro e, sobretudo, no aspecto social.

Em relação aos indicadores de eficiência do ensino médio, observa-se que apesar de apresentarem

algumas poucas melhorias, eles ainda estão longe do desejável. No que se refere à idade, o esperado

é que o aluno conclua o ensino médio aos 17 anos. No entanto, constatou-se, nessa etapa de ensino,

uma grande distorção idade/série, representada, no ano 2000, por 62,1% das matrículas. Em 2010,

essa taxa decresceu para 30,9%, portanto, uma redução significativa de 22,2%, conforme demonstra

a tabela a seguir.

2 , 5 12 85,5

3 , 0 13 , 8 14,1

2 , 8 12 , 9 15,7

0 , 34 4,3

Tot a l

Est a dua l

M uni c i pa l

P r i v a da

AB REP Tot a l

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Tabela 38 - Distorção idade-série no Ensino Médio

Cariacica - 2000/2003/2006/2010

Distorção idade-série - Ensino Médio

Anos

Abrangência Geográfica Dep. Adm. 2000 2003 2006 2010

Cariacica

Privada 19.8 13.2 7.9 6,5

Estadual 68.1 68.8 47.4 34,6

Total 62.1 60.3 41.7 30,9

Fonte: INEP/MEC

Faz-se necessário ressaltar, também, as altas taxas de repetência e abandono, com reingresso

posterior, retêm uma grande percentagem de jovens de mais de 14 anos no ensino fundamental.

No que se refere ao rendimento escolar dessa etapa de ensino, os indicadores também não

demonstram resultados desejáveis. Na rede estadual, única rede pública que fazia o atendimento

dessa etapa de ensino no município, no período pesquisado, verifica-se que piorou o índice de

aprovação, com queda de 6 pontos percentuais entre o período de 2000 e 2010. Consequentemente, o

índice de reprovação também piorou, alcançando em 2010 a taxa de 19,2%, portanto, uma ampliação

de 14,6 pontos percentuais. Observa-se, ainda, de acordo com a tabela abaixo, redução apenas na

taxa de abandono, que em 2010 atingiu 10,9%, contudo, ela ainda é muito expressiva e preocupante.

Tabela 39 - Movimento e Rendimento Escolar no Ensino Médio

Cariacica – 2000/2005/2007

Estado/

Município

Taxas de Abandono, Aprovação e Reprovação.

Total Geral Estadual Federal Particular

Ap. Rep Ab. Ap. Rep Ab. Ap. Rep Ab. Ap. Rep Ab.

2000 78.0 4.5 17.5 75.8 4.6 19.6 - - - 94.5 3.4 2.1

2005 72.4 9.3 18.3 68.7 10.1 21.2 - - - 93.2 5.0 1.8

2007 - - - 68.0 14.0 18.0 - - - 93,7 5,3 1.0

2010 73,8 16,9 9,3 69,9 19,2 10,9 - - - 95,4 4,3 0,3

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Fonte: INEP/MEC e GEIA/SEDU

Se somadas as taxas de abandono e de reprovação escolar, constata-se um total de 26,2% de perdas

educacionais, percentual bem superior ao apresentado no ensino fundamental, o que requer

intervenções urgentes do sistema escolar.

2.4 PERFIL E VALORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

2.4.1 Quantificação e Qualificação dos Profissionais

Nos últimos anos, temos assistido e participado de discussões muito fortes sobre a qualidade da

educação e sobre as condições necessárias para assegurar o direito de crianças, jovens e adultos a

aprendizagens consideradas imprescindíveis para o desenvolvimento de suas capacidades.

A formação de professores precisa estar articulada a este objetivo educacional prioritário. Por isso,

ela destaca-se como um tema crucial e, sem dúvida, uma das mais importantes dentre as políticas

públicas para a educação, pois os desafios colocados à escola exigem do trabalho educativo um

patamar profissional, superior ao existente. Não se trata de colocar os professores na condição de,

pessoalmente ou exclusivamente, responsáveis pela insuficiência das aprendizagens dos alunos, mas

de considerar que muitas evidências vêm revelando que a formação de que dispõem não tem sido

suficiente.

No atual quadro da educação brasileira, é consenso entre os diferentes parceiros – secretarias,

universidades, sindicatos, ONG´s, que a formação profissional de professores tem um papel-chave

para a concretização das mudanças esperadas na qualidade do ensino.

Esse papel-chave se apoia na convicção de que os professores são os atores que, em última instância,

viabilizam o projeto educacional do país. Os investimentos financeiros e as políticas realizadas neste

âmbito só terão êxito se estiverem colocadas na direção do reconhecimento e consolidação dos

avanços já conquistados, para que deixem de ter efeito passageiro e superficial.

Elevar o patamar de atuação profissional dos professores exige, portanto, ações em várias frentes, de

modo articulado, dos quais a formação em si é apenas uma. É preciso desencadear ações que

viabilizem condições de trabalho, carreira e salário, desenvolvimento pessoal e profissional, acesso à

produção atualizada de conhecimentos, garantia de participação nos debates da comunidade

educativa, provisão de equipamentos e recursos didáticos de qualidade.

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69

Neste texto, abordaremos apenas as questões relativas à formação e quantificação dos profissionais

do magistério que atuam na educação básica no município em estudo. Os dados analisados apontam

que ainda há muitos profissionais sem a titulação adequada o que pode ser um indicador que

repercute na qualidade do ensino.

Em relação à formação docente na Educação Infantil, o Censo Escolar 2006 indica que, dos 421

professores (funções docentes), vinculados à rede municipal e às escolas da iniciativa privada,

apenas 9 (2,1%) não possuíam a habilitação mínima exigida que é o curso normal – ensino médio.

Outros 216 (51,3%) professores (funções docentes) cumpriram esse requisito mínimo, enquanto

menos da metade ou 196 (46,5%) professores possuíam licenciatura plena - a exigida na legislação

nacional.

Tabela 40 - Funções Docentes na Educação Infantil de

Cariacica – 2006

Funções Docentes na Educação Infantil

Nível

Com formação

superior (completo e

sem licenciatura)

Com ensino médio

(completo)

Com ensino

fundamental

(completo ou

incompleto)

Total

Mun. Part Tot. Mun. Part Tot. Mun. Part Tot. Mun. Part Tot.

Creche 30 06 36 33 14 47 0 0 0 63 20 83

Pré-Escola 118 42 160 88 81 169 01 08 09 207 131 338

Total 148 48 196 121 95 216 01 08 09 270 151 421

Fonte: INEP/MEC

Notas: 1) O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um estabelecimento.

2) O mesmo docente de ensino fundamental pode atuar de 1ª a 4ª e de 5ª a 8ª série.

Em relação ao ensino fundamental, observa-se a seguinte situação: atuava nas três redes de ensino

um total de 2.847 professores (funções docentes). Desse total, 53,8% atuavam de 1ª a 4ª série e

46,2%, de 5ª a 8ª série do ensino fundamental.

Com relação à formação, 40,8% dos professores que atuavam no ensino fundamental regular, em

2006, possuíam o ensino médio completo, habilitação mínima exigida para atuação nas séries iniciais

do ensino fundamental, enquanto outros 67,8% possuíam o ensino superior, com ou sem licenciatura

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70

plena. Foi constatado também que um grupo bem pequeno, de 0,6% dos professores (funções

docentes) atuava no ensino fundamental apenas com a formação de ensino fundamental, conforme

demonstra a tabela a seguir.

Tabela 41 - Funções Docentes no Ensino Fundamental - Cariacica - 2006

Funções Docentes no Ensino Fundamental

Com formação superior

(completo e sem

licenciatura)

Com ensino médio

(completo)

Com ensino

fundamental

(completo ou

incompleto)

Total

Mun Est Pri

v Tot

Mu

n Est

Pri

v Tot

Mu

n

Es

t

Pri

v

To

t Mun Est

Pri

v Tot

Anos

Iniciai

s

555 15

1 121 827 369

22

4 103 969 02 - 08 10 926

37

5 232

1.53

3

Anos

Finais 470

38

6 248 1104 24

12

9 49 193 - - 08 08 494

51

5 305

1.31

4

Total 1.02

5

53

7 369

1,93

1 393

35

3 152

1.16

2 02 - 16 18

1.42

0

89

0 537

2.84

7

Fonte: INEP/MEC

Notas: 1) O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um estabelecimento.

2) O mesmo docente de ensino fundamental pode atuar de 1ª a 4ª e de 5ª a 8ª série.

Para a implementação do ensino médio, o Município contou, no ano 2006, com 644 professores

(funções docentes), dos quais 209 vinculados às escolas da iniciativa privada e 435 vinculados à rede

estadual, todos possuidores de cursos de graduação superior, com ou sem licenciatura.

Tabela 42 - Funções Docentes no Ensino Médio

Cariacica – 2006

Funções Docentes no Ensino Médio

Com formação

superior (completo e

sem licenciatura)

Com ensino médio

(completo)

Com ensino

fundamental

(completo ou

incompleto)

Total

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71

Mu

n

Est

Pri

v

To

t

Mu

n

Est

Pri

v

To

t

Mu

n

Est

Pri

v

To

t

Mu

n

Est

Pri

v

To

t

Ens.

Médio

Total

- 435 209 644 - - - - - - - - - 435 209 644

Fonte: INEP/MEC

Notas: 1) O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um estabelecimento.

2) O mesmo docente de ensino fundamental pode atuar de 1ª a 4ª e de 5ª a 8ª série.

A educação de jovens e adultos foi atendida, no ano 2006, por 293 professores (funções docentes),

nas etapas de ensino fundamental e médio, dos quais, pouco mais da metade, ou 65,5% possuíam a

titulação de nível superior. Um fato ainda mais grave que pode ser observado na tabela abaixo é o de

que 32 professores que só possuem o ensino médio lecionavam também para o ensino médio.

Tabela 43 - Funções Docentes na EJA

Cariacica – 2006

Funções Docentes na Educação de Jovens e Adultos

Com formação

superior (completo e

sem licenciatura)

Com ensino médio

(completo)

Com ensino

fundamental

(completo ou

incompleto)

Total

Mu

n

Est

Pri

v

To

t

Mu

n

Est

Pri

v

To

t

Mu

n

Est

Pri

v

To

t

Mu

n

Est

Pri

v

To

t

Anos

Iniciais

EF

0

2 09 - 11 09 15 - 24 - - - - 11 24 - 35

Anos

Finais

EF

2

5 65 - 90 16 29 - 45 - - - - 41 94 - 135

Ensino

Médio - 70 21 91 - 18 14 32 - - - - - 88 35 123

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72

Total 2

7 144 21 192 25 62 14 101 - - - - 52 206 35 293

Fonte: INEP/MEC

Notas: 1) O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um estabelecimento.

2) O mesmo docente de ensino fundamental pode atuar de 1ª a 4ª e de 5ª a 8ª série.

Na educação especial observa-se que dos 93 professores (funções docentes), quase a totalidade ou

90,3% tinham vínculo com a iniciativa privada e 32,2% só possuíam o curso de nível médio.

Tabela 44 - Funções Docentes na Educação Especial

Cariacica – 2006

Funções Docentes na Educação Especial

Com formação

superior (completo e

sem licenciatura)

Com ensino médio

(completo)

Com ensino

fundamental

(completo ou

incompleto)

Total

Mu

n

Est

Pri

v

To

t

Mu

n

Est

Pri

v

To

t

Mu

n

Est

Pri

v

To

t

Mu

n

Est

Pri

v

To

t

Ens.

Médio

Total

0

1 04 58 63 03 01 26 30 - - - - 04 05 84 93

Fonte: INEP/MEC

Notas: 1) O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um estabelecimento.

2) O mesmo docente de ensino fundamental pode atuar de 1ª a 4ª e de 5ª a 8ª série.

Especificamente, quanto à rede municipal de Cariacica, o Censo Escolar 2007 identificou a

existência de 1.723 professores (funções docentes), dos quais, 1.153 com licenciatura para o

exercício do magistério, 124 com outros cursos de graduação, 399 com curso normal – magistério,

46 com apenas o ensino médio e apenas 1 sem o ensino médio. A distribuição desses profissionais

por etapa e modalidade de ensino oferecidas na rede municipal pode ser melhor visualizada no

gráfico a seguir.

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73

Gráfico 8 - Funções Docentes por Formação

Rede Municipal – 2007

162

15 8

118

1

304

935

105

33

301

0

1.34

1

56 4 5 1378 15

6

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Ed. Infantil Ens. Fund. EJA

C.Licenc. C. Graduação C.E.Médio C.N.Mag. S.E.Med Total

Esses dados ganham maior relevância, ao serem analisados com base no art. 62 da LDB que define

que “a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de

licenciatura, de graduação plena em universidades e institutos superiores de educação, admitida,

como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro séries do

ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal”. Diante desse quadro, é

importante refletir sobre a necessidade de as redes de ensino incentivarem a formação de seus

professores conforme determina a legislação educacional.

Este esforço, no entanto, insere-se dentro de uma política mais global de revalorização do magistério,

que passa, necessariamente, pela melhoria salarial e pelo resgate do prestígio da profissão. Estas

condições são indispensáveis para que a carreira volte a ser atraente para os egressos das

universidades.

2.4.2 Mecanismos de Valorização do Magistério

A valorização do magistério é uma expressão relacionada, em geral, às ações necessárias para o

aumento da qualidade nas condições de trabalho dos educadores. Essa valorização é tratada no Plano

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Nacional de Educação (PNE) junto ao capítulo sobre a formação de professores. Esse documento,

que é fundamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, afirma que o

compromisso com a melhoria da qualidade do ensino não poderá ser cumprido sem a valorização do

magistério, “uma vez que os docentes constituem o centro de todo o processo educacional”.

Segundo o PNE, a valorização do magistério inclui:

Uma formação profissional que assegure o domínio tanto dos conhecimentos a serem

oferecidos e trabalhados na sala de aula como dos métodos pedagógicos necessários ao bom

desempenho escolar;

Um sistema de educação continuada que permita ao professor um crescimento constante de

seu domínio sobre a cultura letrada, dentro de uma visão crítica e da perspectiva de um novo

humanismo;

Uma jornada de trabalho organizada de acordo com a jornada escolar dos alunos, concentrada

num único estabelecimento de ensino e que inclua o tempo necessário para as atividades

complementares ao trabalho em sala de aula;

Um salário condigno, competitivo em termos de outras posições no mercado de trabalho,

abertas a candidatos com nível equivalente de formação.

O PNE assinala, portanto, que a valorização do magistério “depende tanto da garantia de condições

adequadas de formação, trabalho e remuneração quanto da exigência de uma contrapartida em

termos do desempenho satisfatório, pelo docente, das atividades educativas.”

Leis cujo teor se refere à valorização do magistério também têm sido elaboradas em âmbito estadual

e municipal procurando qualificar o trabalho de educadores de acordo com as características do

magistério.

O município de Cariacica, por exemplo, já possui vários mecanismos de valorização do magistério,

não obstante deva-se registrar que ainda há uma boa caminhada para dar concretude a esses

mecanismos e para garantir efetivamente essa valorização, assim como para se alcançar, em

contrapartida, o desempenho satisfatório dos profissionais.

Com a análise dos documentos oficiais do Sistema Municipal de Ensino de Cariacica, pode-se

perceber que as políticas de valorização dos profissionais da educação estão em consonância com as

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determinações das políticas nacionais. No entanto, há que se destacar que as iniciativas carecem de

um mecanismo de avaliação que indique as transformações na vida dos professores que são afetados

por essas ações. Nesse sentido, tentou-se perceber nas falas de representantes do Órgão Gestor do

Sistema Municipal de Ensino como estão sendo implementadas essas políticas.

A rede municipal de Cariacica dispõe do Estatuto do Magistério Público Municipal, aprovado pela

Lei Complementar nº 017/2007, publicada em 23/01/07, o qual regulamenta a relação jurídico-

funcional entre a Prefeitura Municipal e os servidores que atuam no campo da educação, além de

permitir uma reestruturação do quadro desses servidores de forma a propiciar, sobretudo, a

valorização do pessoal docente. No entanto, apesar de essa lei garantir inúmeros benefícios, dentre os

quais o ingresso na carreira por via do concurso público, o recrutamento de pessoal temporário por

processo simplificado de seleção; o incentivo ao desenvolvimento profissional (formação e

capacitação), ela ainda apresenta algumas fragilidades em relação à área meio que repercutem na

área finalística, razão pela qual indica-se a revisão dessa legislação.

Outro mecanismo de valorização é o Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos do Magistério Público

Municipal, instituído pela Lei nº 4.442/2006, publicada em 14/11/2006, no qual estão estabelecidas a

estrutura e a organização da carreira, os critérios para a promoção e progressão na carreira, a jornada

de trabalho e os vencimentos de acordo com as classes e os níveis ocupados pelos profissionais. No

entanto, no olhar dos profissionais entrevistados, apesar dos avanços por essa lei conferidos ao

magistério, ainda há a necessidade de revisões e adequações do ponto de vista financeiro e técnico-

pedagógico.

Vale ressaltar que em 2008 foi instituído o Piso Salarial Profissional Nacional para os profissionais

do magistério público da educação básica, por meio da Lei 11.738, de 16 de julho de 2008, em

regulação a alínea “e” do inciso III do caput de art. 60, do Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias/CF. Ao ser aprovado por unanimidade pelo Congresso Nacional, adquiriu todas as

características de um pacto pelo início da valorização dos profissionais do magistério.

No art. 2º dessa lei, está estabelecido que o piso salarial profissional nacional para os profissionais do

magistério público da educação básica será de R$ 950,00 (novecentos e cinquenta reais) mensais,

para a formação em nível médio, na modalidade Normal, prevista no art. 62 da Lei no 9.394, de 20

de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Também está

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estabelecido no seu art. 3º que a partir de 1º de janeiro de 2010, deverá haver a integralização do

valor de que trata o art. 2º da lei, atualizado na forma do art. 5º dessa mesma lei.

Em consonância com o comando do art. 6º da Lei do Piso, o Conselho Nacional de Educação

emanou as novas diretrizes nacionais para a carreira dos profissionais do magistério. A normativa

encontra-se expressa na Resolução CNE/CEB nº 02/2009 e no Parecer CNE/CEB nº 09/2009, que

constituem os principais instrumentos para a adequação ou formulação dos planos de cargos,

carreiras e salários do magistério ao piso nacional, até 31 de dezembro de 2009 – data que já se

expirou.

Diante dessa nova ordem legal, o Município de Cariacica deverá adequar no menor tempo possível, o

Estatuto do Magistério e o Plano de Cargos, Carreira e Vencimento do Magistério em todos os

aspectos pertinentes da atual legislação, não obstante já tenha tido a iniciativa da elevação dos

vencimentos nos últimos anos, mas que ainda não se equipara aos municípios do seu entorno

metropolitano.

Tabela 45 - Piso de vencimentos do magistério do Município de Cariacica, a partir da titulação –

2007 / 2011.

Redes de

Ensino

Titulações Magistério

Ensino

Médio Graduação Especialização Mestrado Doutorado

2007 2011 2007 2010 2007 2010 2007 2010 2007 2010

Cariacica 514,23 778,37 777,81 1.177,36 985,31 1.491,45 1.211,82 1.834,32 1.490,39 2.256,00

Fonte: Sindiupes (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do ES). Tabelas Salariais.

O salário pago pelo município ainda não pode ser considerado como salário digno, que o profissional

da educação merece, na opinião dos entrevistados. Entretanto, eles concordam que isto decorre do

montante do orçamento disponível na prefeitura para cobrir o pagamento dos salários, já que houve

aumento significativo recente de remuneração dos educadores, cobrindo algumas perdas acumuladas.

Outro aspecto importante é a progressão na carreira do magistério, pois a diferença entre os níveis de

formação ainda é muito próxima, especialmente por incentivos financeiros, o que desmotiva os

profissionais a investir em novas titulações e, algumas vezes, acabam saindo da rede em busca de

outras oportunidades de trabalho mais rentáveis.

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No que se refere à avaliação especial do desempenho profissional, a legislação municipal também

apresenta fragilidades, uma vez que esse dispositivo legal previsto no Estatuto (art. 22, §§ 1, 2 e 3)

ainda não foi regulamentado, o que significa que os profissionais concursados estão sendo

confirmados, após 3 anos de efetivos, sem a devida avaliação.

2.4.3 Política de Formação Continuada

Com relação à formação de profissionais do ensino, são apontadas algumas iniciativas. Conforme

documentos consultados, a política de formação continuada da Secretaria Municipal de Educação -

SEME tem sustentação na Teoria da Gestão Democrática e da Emancipação Social, conforme prevê

seu Plano de Melhoramento 2010/2012.

A SEME garante a realização de cursos e similares, de forma sistêmica, dentro e fora do horário de

trabalho nas unidades de ensino e/ou no órgão central, abordando temáticas especializadas à sua área

de ação, para estrategicamente qualificar a oferta da educação no município.

A formação continuada, que ocorre dentro do horário de trabalho, é de caráter obrigatório e está

prevista em calendário escolar. Tanto para os professores que atuam no órgão central como os que

atuam nas unidades escolares da Rede Municipal, essa modalidade de formação foca temas

essenciais, abordando as dimensões técnica, política, administrativa, pedagógica e de relações

humanas assentadas nos fundamentos teórico-metodológicos da gestão democrática e do eixo

curricular da Educação Cidadã, numa perspectiva sócio histórica.

A formação fora do horário de trabalho, não tem caráter obrigatório, mantém o mesmo norte

metodológico da Formação Continuada, dentro do horário de trabalho visando o melhor desempenho

profissional. Ela pode ser oferecida e/ou solicitada pelos profissionais e objetiva responder às

necessidades de implementação do Plano de Melhoramento da Educação 2010/2012.

Dessa forma, pode-se perceber que as ações de valorização do magistério implementadas no

município estão sendo viabilizadas. Entretanto, há que se destacar que a implantação dessas políticas

apresenta carência de efetividade em muitas questões. Nesse sentido, cabe indagar se há

integralização das ações implantadas no sistema de ensino, para que venha a surtir efeito na

profissionalização dos educadores e colaborar para a melhoria da autoestima desses profissionais

assim como para a valorização e a produtividade do seu trabalho.

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2.5 PLANEJAMENTO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL

No âmbito do Poder Público, a educação é tarefa compartilhada entre a União, os Estados, o Distrito

Federal e os municípios, sendo organizada sob a forma de regime de colaboração (CF, art. 211 e

LDB, art. 8º). As competências e atribuições, no que se relaciona com as suas responsabilidades

educacionais, estão determinadas em Lei (LDB, art. 9º e 16, 10 e 17, 11 e 18, 67), tendo sido objeto

da Emenda Constitucional n.º 14/96.

Nesse atual panorama legal, a União passou a assumir com mais ênfase, seu papel coordenador,

articulador e redistributivo em relação às demais unidades federadas (LDB, art. 8º), situando-se,

entre suas diversas incumbências (LDB, art. 9º), também a responsabilidade pela educação dos povos

indígenas, tarefa a ser repartida com os sistemas de ensino (LDB, art. 78 e 79). Em sintonia com as

novas tendências de gestão, parte-se do pressuposto de que a diversidade nacional comporta uma

organização descentralizada, em que compete ao Governo Federal definir e assegurar as grandes

linhas do projeto educacional do País.

A educação básica é uma atribuição compulsória dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Nesse quadro, a oferta de ensino obrigatório, isto é, do ensino fundamental, é responsabilidade

compartilhada dos Estados e municípios, sendo o ensino médio uma atribuição específica dos

Estados e a educação infantil uma atribuição dos municípios. As incumbências relativas aos sistemas

de ensino, bem como a sua composição, estão explicitadas na própria legislação.

A gestão da educação nacional, por sua vez, se expressa pela organização dos sistemas de ensino

federal, estaduais e municipais, das incumbências da União, dos Estados e dos municípios; das

diferentes formas de articulação entre as instâncias normativas, deliberativas e executivas do setor

educacional; e da oferta de educação escolar pelos setores público e privado.

No âmbito nacional, o Conselho Nacional de Educação é órgão integrante da estrutura educacional

do País, com funções normativas e de supervisão e atividades permanentes.

No âmbito dos Estados, os Conselhos de Educação constituem órgãos com responsabilidades

similares na formulação das políticas estaduais e na definição de normas relativas ao sistema.

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No âmbito municipal, os Conselhos Municipais de Educação passam a ter competências similares às

dos Conselhos Estaduais, a partir do entendimento e da definição dos municípios em constituírem

seus sistemas autônomos, já autorizados pelos dispositivos contidos na atual LDB.

No âmbito escolar, uma importante inovação na atual LDB refere-se à inclusão de dispositivos

referentes às incumbências das instituições e dos docentes na elaboração do projeto pedagógico das

escolas (LDB, arts. 12, I e 13, I). Com efeito, desde o início da década, a escola vem se constituindo

um novo foco da política educacional. Assim, a LDB de 1996 é a primeira das leis de educação a

dispensar atenção particular à gestão escolar.

2.5.1 O Órgão Gestor da Educação Municipal

As políticas educacionais do Município são pensadas e implementadas sob a coordenação da

Secretaria Municipal de Educação - SEME, órgão vinculado à estrutura administrativa da Prefeitura

Municipal de Cariacica. Na estrutura organizacional da SEME, além do próprio Secretário, integram

o nível de direção superior, duas unidades denominadas de Subsecretaria para Assuntos

Administrativos e Subsecretaria para Assuntos Pedagógicos. Na linha de execução programática,

apresentam-se 5 gerências, a saber: Gerência de Ensino e Gerência de Educação Cidadã - voltadas

exclusivamente para as questões pedagógicas; Gerências de Planejamento, Administrativa e de

Educação Integrada - voltadas mais para as ações administrativas, de planejamento e de articulação e

integração escolar. Duas equipes de assessoria técnica dão o suporte necessário ao Secretário, tanto

nas questões administrativas como pedagógicas. Outros 2 colegiados: o da Educação e o de

Gerenciamento do Fundeb garantem a assessoria e a participação dos diversos segmentos do poder

público e da sociedade na definição e implementação das políticas educacionais. Todas essas

unidades administrativas e, ainda, um Núcleo de Apoio Administrativo, Orçamentário e Financeiro

são responsáveis em garantir o apoio e o suporte necessários às unidades escolares de educação

infantil e de ensino fundamental da rede municipal.

Não obstante tenha sido reformulada recentemente, por meio da Lei Nº. 4.597/2009 (11.05.09), e

regulamentada pelo Decreto nº 062/2009, a estrutura organizacional da Secretaria Municipal de

Educação ainda apresenta fragilidades como alguns conflitos de atribuições, duplicidade de funções

entre setores, dentre outros. Têm-se, assim, como desafios futuros ou situação desejada: a sua

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reestruturação para correção dessas fragilidades, a constituição das equipes conforme determinação

legal e a efetiva implementação do regimento interno do órgão educacional da administração central.

2.5.2 Interseção entre os Planos Nacionais, o Plano Municipal de Educação e o Plano Escolar.

O planejamento educacional se dá em diferentes níveis: no âmbito dos sistemas e de redes de ensino;

nos âmbitos da unidade escolar e do ensino. É fundamental que o gestor educacional compreenda

essas várias dimensões que o planejamento em educação pode atingir, uma vez que sua atuação se

define não apenas pelas relações e pelas dinâmicas internas à escola, mas também é engendrada pelo

contexto mais amplo em que se insere.

No âmbito nacional, a Constituição Federal, em seu art. 214, prevê que a lei estabelecerá o plano

nacional de educação, de duração plurianual. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,

complementarmente, define como uma das incumbências da União “elaborar o Plano Nacional de

Educação, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e os municípios” (art. 9º, inciso I).

O Plano Nacional de Educação – PNE

O Plano Nacional de Educação (PNE) é um importante instrumento da política educacional, pois

nele estão definidos as diretrizes, os objetivos e as metas para todos os níveis e modalidades de

ensino; para a formação e a valorização do magistério e para o financiamento e a gestão da educação,

por um período de dez anos. Ele tem como objetivo principal orientar as ações do poder público nos

três níveis de governo (União, estados e municípios). Assim, ele se constitui em um importante

mecanismo que contribui para a definição dos rumos da política educacional do país.

Nesse sentido, tomado enquanto plano nacional, o PNE não se restringe à União, ao passo que deve

subsidiar e envolver todos os demais planos elaborados pelos demais entes federados. Os objetivos e

metas nele fixados devem-se constituir em objetivos e metas da nação brasileira. É, pois, um plano

de Estado, não um plano de governo.

Toda a sociedade é herdeira de suas ações e de suas metas, é a proprietária dos seus compromissos.

Mesmo mudando o governo e alternando-se os partidos políticos no poder, o plano continua, ainda

que ajustes sejam feitos ao longo do período de sua vigência. Enquanto plano global de toda a

educação, não se configura como um plano da Secretaria de Educação, nem da rede de ensino

estadual ou municipal. Por isso, é essencial a articulação dos diversos setores da administração

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pública e da sociedade na sua discussão e elaboração, conduzindo a uma ação abrangente das

diversas forças governamentais e sociais para alcançar o ideal nele proposto.

A elaboração do Plano Nacional de Educação, além de estar respaldada na Constituição Federal de

1998 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, está alicerçada, também, em

compromissos internacionais firmados pelo Brasil. Nesse sentido, o PNE se encontra em sintonia

com o compromisso da Conferência de Dacar sobre Educação para Todos, promovida pela

UNESCO, em maio de 2000; com a Declaração de Cochabamba, dos Ministros da Educação da

América Latina e do Caribe sobre Educação para Todos (2000); com a Declaração de Hamburgo

sobre a Educação de Adultos; com a Declaração de Paris sobre Educação Superior; com a

Declaração de Salamanca sobre Necessidades Educacionais Especiais e com os documentos das

Nações Unidas e da Unesco sobre os direitos humanos e a não discriminação.

O atual Plano Nacional de Educação está expresso na Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001, e tem

vigência por 10 anos. Apesar de não estabelecer prazos, nele está determinado que Estados e

Municípios devam, igualmente, elaborar seus planos de educação. Mesmo sendo uma determinação

legal, muitos municípios e até mesmo alguns estados não cumpriram essa ordem legal e Cariacica

encontra-se inserido nesse grupo. Decorridos nove anos de sua implantação, sua elaboração está

agora prevista para o ano 2010, compromisso expresso no Plano Estratégico 2009/2012 da Secretaria

Municipal de Educação e no Plano de Ações Articuladas – PAR.

Cabe ressaltar, no entanto, que movimentos já estão sendo realizados há aproximadamente dois anos,

no sentido da reformulação do PNE, considerando o término de sua vigência em 2010. Nesse

sentido, há que se considerar, também, as deliberações da Conferência Nacional de Educação –

CONAE ocorrida em dezembro/2009.

O Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE

Decorrente do PNE, o país possui o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que foi

apresentado à sociedade brasileira pelo Ministério da Educação em abril de 2007. Ele se constitui de

um conjunto de programas relativos às diferentes etapas, níveis e modalidades da educação brasileira

– educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação superior. Esses programas

envolvem diferentes aspectos concernentes ao financiamento, às condições de trabalho, à formação

dos profissionais da educação, à educação inclusiva, à educação profissional, à infraestrutura física,

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aos equipamentos e laboratórios, à jornada do tempo escolar, à articulação entre municípios, estados,

Distrito Federal e União, na consecução de políticas educacionais, entre outros.

O PDE se articula ao PNE à medida que retoma e discute metas e diretrizes nele apontadas e procura

contribuir no sentido de se criar as condições objetivas para sua realização. O PDE, ainda que possa

ser tomado como um plano executivo que tem como horizonte aprofundar o processo de realização

das metas quantitativas expressas no PNE, ultrapassa o sentido de um plano meramente instrumental

e operacional. No documento Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios,

programas (p.7), é evidenciado o sentido do PDE e sua relação com o PNE: O PDE, nesse sentido,

pretende ser mais do que a tradução instrumental do Plano Nacional de Educação (PNE), o qual, em

certa medida, apresenta um bom diagnóstico dos problemas educacionais, mas deixa em aberto a

questão das ações a serem tomadas para a melhoria da qualidade da educação. É bem verdade que o

PDE também pode ser apresentado como plano executivo, como conjunto de programas que visam

dar consequência às metas quantitativas estabelecidas naquele diploma legal, mas os enlaces

conceituais propostos tornam evidente que não se trata, quanto à qualidade, de uma execução

marcada pela neutralidade. Isso porque, de um lado, o PDE está ancorado em uma concepção

substantiva de educação que perpassa todos os níveis e modalidades educacionais e, de outro, em

fundamentos e princípios historicamente saturados, voltados para a consecução dos objetivos

republicanos presentes na Constituição, sobretudo no que concerne ao que designaremos por visão

sistêmica da educação e à sua relação com a ordenação territorial e o desenvolvimento econômico e

social.

Portanto, na perspectiva do Ministério da Educação, o PDE se constitui em um instrumento de

planejamento da educação brasileira que procura traduzir uma compreensão e uma visão mais

orgânica e sistêmica da educação brasileira.

Os programas que estruturam o PDE estão articulados em torno de quatro eixos: a educação básica, a

educação superior, a educação profissional e a educação continuada, alfabetização de adultos e

diversidade. Por sua vez, cada um desses eixos se estrutura a partir de alguns pilares básicos,

tomados como dimensões estratégicas para a realização de uma ação articulada e orgânica dos

programas que lhes dão sustentação.

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83

Assim, por meio do PDE, a União tem se articulado junto aos estados e municípios com vistas ao

planejamento e a garantia de ações em regime de colaboração, tendo como principal instrumento o

Plano de Ações Articuladas – PAR, do qual o Município de Cariacica é partícipe.

O Plano de Ações Articuladas - PAR

A partir do lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), em 2007, todas as

transferências voluntárias e assistência técnica do MEC aos municípios, estados e Distrito Federal

estão vinculadas à adesão ao Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação e à elaboração do

Plano de Ações Articuladas (PAR) — instrumentos fundamentais para a melhoria do Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica - Ideb.

Atualmente todos os 26 estados, o Distrito Federal e os 5.563 municípios assinaram o Termo de

Adesão ao Plano de Metas do PDE.

O Município de Cariacica firmou seu Termo de Adesão em 02 de março de 2008, no qual o MEC se

comprometeu a assumir as seguintes responsabilidades em regime de colaboração:

1. Quanto à Gestão Educacional

Disponibilizar recursos financeiros para 222 unidades escolares, para aplicação em projetos

decorrentes do PDE Escola - Plano de Desenvolvimento da Escola.

Capacitar 44 diretores em curso de aperfeiçoamento, pela Rede Nacional de Formação

Continuada de Professores da Educação Básica - Aperfeiçoamento - Diretores Escolares.

Capacitar 44 diretores em curso de especialização, pelo Programa Nacional Escola de

Gestores da Educação Básica.

Capacitar 4 servidores da SME, para formação dos demais servidores da SME, pelo Programa

Nacional de Acompanhamento e Avaliação do PNE e dos Planos Decenais Correspondentes.

Disponibilizar 1 kit de material informativo, para qualificação da equipe da SME, pelo

SECAD - Programa Mais Educação (kit informativo).

Atender 88 unidades escolares pelo Programa SECAD - Com vida (Comissão de Meio

Ambiente e Qualidade de Vida na Escola).

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84

Construir juntamente com a SME 1 documento com propostas de reordenamento de rede,

pelo Programa Micro planejamento Educacional.

Capacitar 1 gestor municipal pelo Pradime - Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais

de Educação.

2. Quanto à Formação de Professores e de Profissionais de Serviços e Apoio Escolar

Habilitar 17 professores que atuam na educação infantil (creches) em nível superior,

Pedagogia, pela UAB - Universidade Aberta do Brasil - Pedagogia.

Capacitar 12 professores que trabalham na educação especial, pela SEESP - Programa de

Formação Continuada.

Qualificar 88 funcionários de serviço e apoio escolar, pelo Profuncionário - Curso Técnico de

Formação para os Funcionários da Educação (Alimentação Escolar).

Qualificar 88 funcionários de serviço e apoio escolar, pelo Profuncionário - Curso Técnico de

Formação para os Funcionários da Educação (Gestão Escolar).

Qualificar 88 funcionários de serviço e apoio escolar, pelo Profuncionário - Curso Técnico de

Formação para os Funcionários da Educação (Multimeios Didáticos).

Qualificar 88 funcionários de serviço e apoio escolar, pelo Profuncionário - Curso Técnico de

Formação para os Funcionários da Educação (Meio Ambiente e Manutenção e Infraestrutura

Escolar).

3. Quanto às Práticas Pedagógicas e Avaliação

Capacitar 200 professores em curso de formação continuada, nas áreas de currículo e

avaliação, pela Rede Nacional de Formação Continuada de Professores da Educação Básica -

Aperfeiçoamento - Currículo e Avaliação.

Atender 3.000 alunos do ensino fundamental, em programa específico de correção de fluxo

escolar, por meio de tecnologia pré-qualificada no Guia de Tecnologias Educacionais -

Programa de Correção de Fluxo Escolar.

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4. Quanto à Infraestrutura Física e Recursos Pedagógicos

Capacitar 2 servidores da SME para utilização da metodologia do LSE - Levantamento da

Situação Escolar.

Realizar juntamente com a SME a adequação de 20 unidades escolares tornando-as acessíveis

às pessoas com deficiência pelo SEESP - Acessibilidade.

2.5.3 A Democratização e a Descentralização da Gestão Educacional

O tipo de gestão a ser adotado no âmbito da educação pública brasileira é, por definição legal, o

democrático. O artigo 206 da Constituição Federal brasileira, bem como o art. 3º, inciso VIII, da

LDB assim o determina. Essa determinação tem uma razão de ser. Vem-se ampliando, cada vez

mais, o consenso entre os educadores e os decisores de políticas educacionais quanto à importância

de se desenvolver numa perspectiva democrática de organização e funcionamento da escola,

sobretudo, por resultar, da prática democrática, o exercício da autonomia e da participação. A

Constituição cidadã de 1988 inspira a construção de espaços democráticos na sociedade, entre os

quais, a escola. É por isso que a LDB, ao regular a educação escolar pública, a partir do princípio

constitucional, determina, no seu artigo 15, que

“Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica, que

os integram, progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão

financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público”.

Mas não há autonomia sem participação, e é por isso que o artigo 14 da mesma lei coloca

como princípios da gestão democrática

“a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da

escola e a participação das comunidades escolares em conselhos escolares ou equivalentes”.

Dessa forma, a LDB oferece as condições legais para a construção desse espaço democrático,

exigindo dos pais e de todos que integram a comunidade escolar na construção da autonomia da

escola. Portanto, a legislação educacional brasileira, alinhada com as tendências e preocupações

mundiais que buscam resolver a crise de governabilidade do sistema de ensino, também reconhecem

a escola como lugar central de gestão e a comunidade local (em particular os pais dos alunos) como

um parceiro essencial na tomada de decisão.

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A LDB, inclusive, apresenta os instrumentos básicos dessa gestão democrática: Proposta Pedagógica

e Conselhos Escolares. A esses instrumentos podem ser acrescentados mais alguns que não estão

explícitos nessa lei, mas que integram outros dispositivos legais: os Planos Estaduais e Municipais de

Educação, os Conselhos Municipais de Educação, os Conselhos de Controle Social (Conselho de

Merenda Escolar, Conselho do FUNDEB) e o Regimento Escolar construído em consonância com a

proposta pedagógica da escola.

Nesse contexto, a gestão é compreendida como a coordenação dos esforços individuais e coletivos

em torno da consecução de objetivos comuns, definidos por uma política de ação e inspirados por

uma filosofia orientadora e por todos partilhada. Tem um sentido mais amplo do que o da ação

administrativa que, por sua vez, passa a ser um dos elementos da gestão. Assim, o foco na escola, a

compreensão de que ela se constitui em uma organização específica, com dinâmica própria, e não em

um apêndice das Secretarias de Educação, vem substituindo a perspectiva puramente administrativa

pela perspectiva ampla de gestão que envolve os aspectos administrativos, físicos, pedagógicos e

sociais. Esse conceito de gestão está vinculado à ênfase na escola como espaço de construção da

cidadania e é por isso que

“(...) a transferência de responsabilidade da gestão para as próprias escolas tornou-se uma

das ideias mestras da administração escolar dos dias atuais, não apenas por se constituir

numa solução mais democrática, mas, também, porque responde às dificuldades crescentes

enfrentadas pelos sistemas de ensino para gerirem um número de escolas que vem

ultrapassando sua capacidade de controle” (Velerien e Dias, 1992,p.8).

Observe-se que os autores, com pertinência, referem-se às dificuldades de o sistema atender,

satisfatoriamente, a um grande número de unidades escolares sem os recursos de pessoal, de

instrumentos técnicos e até de material necessário.

Esse, entretanto, não é o argumento maior que justifica a necessidade de autonomia da escola. O

mais importante, nessa questão, é a compreensão de que, se a escola é um espaço de aprendizagem e

de exercício da cidadania, ela própria deve dar o exemplo de como essa autonomia se conquista,

construindo, a partir de suas características e de sua identidade, a sua proposta de trabalho, inclusive

com a nova atribuição do gerenciamento de recursos financeiros, sendo esse último um elemento

indispensável para a consecução dos objetivos e metas que a escola deseja alcançar. A

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descentralização que daí decorre traz, em consequência, um efeito positivo nos trabalhos das

Secretarias de Educação que podem cingir-se às orientações de caráter global que garantem, por seu

turno, a unidade necessária ao sistema. Essa descentralização, se bem conduzida, pode, também,

levar a melhor visualização das responsabilidades, seja da Secretaria de Educação, seja da escola,

ultrapassando o imobilismo provocado pela não assunção dos encargos e pelo jogo da transferência

de responsabilidades.

Não é fácil atuar, de forma democrática, em uma sociedade de traços autoritários ainda tão

marcantes. O gestor ainda é revestido de um poder que, em muitos casos, ele tem dificuldade de

partilhar. E mais, de modo geral, esse poder é burocrático e esvaziado de conteúdo pedagógico.

Infelizmente, é comum encontrarem-se, nas Secretarias de Educação ou nas escolas, estruturas de

poder verticalizadas, relações de dependência, práticas autoritárias e possibilidades limitadas de

participação. Mas essa marca já está se esvaziando de adeptos, pois o mundo moderno está a exigir

práticas inovadoras de gestão educacional, senão vejamos:

O município da Cariacica, em estudo, tem vivido uma experiência muito rica em termos de gestão

escolar, democrática e participativa, contando com vários instrumentos legais e órgãos colegiados,

quais sejam:

Conselho Municipal de Educação – COMEC - criado, inicialmente, pela Lei nº 2.067, de 21 de

dezembro de 1990 e reorganizado, recentemente, pela Lei nº 4.701, de 24 de abril de 2009. O

COMEC integra o Sistema Municipal de Educação e é órgão de deliberação coletiva, de natureza

participativa e representativa, o qual exerce funções de caráter normativo, consultivo, deliberativo e

de assessoramento ao Secretário Municipal de Educação nas questões que lhe são pertinentes, na

forma da lei e do seu regimento Interno.

O COMEC está composto paritariamente por 22 (vinte e dois) representantes do Poder Público e da

Sociedade, e respectivos suplentes, assim distribuídos:

10 conselheiros titulares e respectivos suplentes escolhidos pelo Prefeito Municipal

após ouvido o Secretário Municipal de Educação;

01 conselheiro titular e respectivo suplente escolhidos pela Comissão de Educação,

saúde e assistência social e turismo, da Câmara Municipal de Cariacica;

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02 conselheiros titulares e respectivos suplentes escolhidos dentre pais de alunos

devidamente matriculados na rede pública de ensino municipal, indicados através de

assembleia do referido segmento;

02 conselheiros titulares e respectivos suplentes escolhidos dentre alunos

emancipados e devidamente matriculados na rede pública de ensino municipal, indicados

através de assembleia do referido segmento;

01 conselheiro titular e respectivo suplente, escolhidos dentre os professores da

educação básica da rede de ensino pública municipal de Cariacica;

01 conselheiro titular e respectivo suplente, escolhidos dentre os diretores da rede

de ensino pública municipal de Cariacica;

01 conselheiro tutelar e respectivo suplente, escolhidos dentre os servidores

técnico-administrativos da rede de ensino público municipal de Cariacica;

01 conselheiro tutelar e respectivo suplente escolhidos dentre os proprietários ou

dirigentes de instituições de educação infantil e de educação especial particular (privadas,

filantrópicas ou confessionais de Cariacica;

01 conselheiro titular e respectivo suplente, escolhidos pela Federação das

Associações de Moradores de Cariacica – FAMOC, indicados dentre os moradores de

Cariacica;

01 conselheiro titular e respectivo suplente, escolhidos dentre os participantes dos

Conselhos Tutelares de Cariacica;

01 conselheiro tutelar e respectivo suplente, escolhidos dentre os integrantes do

Movimento Negro e Afrodescendente de Cariacica.

O COMEC tem garantido muitos avanços no que diz respeito à normatização, e assessoria à própria

rede municipal e, também, quanto à orientação às unidades privadas de educação infantil, por

constituir-se órgão normativo do sistema municipal de ensino. Em sintonia com os princípios do

“pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas” e "da coexistência de instituições públicas e

privadas de ensino” (CF, art. 206, III e LDB, art. 3º, III e IV), a educação brasileira é ofertada em

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instituições públicas e particulares de ensino. Sendo o ensino livre à iniciativa privada, deve orientar-

se pelas normas gerais da educação nacional, cabendo ao Poder Público (no caso o local) a

autorização e avaliação de sua qualidade (CF, art. 209 e LDB, art. 7.º).

Não obstante estas atribuições, o CONAE é dotado também de uma Câmara específica que funciona

como órgão de controle social do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização

dos Trabalhadores da Educação Básica. Contudo, pela diversidade na sua composição e

complexidade de suas atribuições, a formação específica de seus membros torna-se um desafio

permanente.

Conselho de Alimentação Escolar – CAE - este conselho decorre de sua criação em âmbito nacional,

de acordo com a medida provisória nº 1.979-19 de 02/06/2000. Tem funções de natureza

deliberativa, fiscalizadora e de assessoramento, em assuntos referentes à Gestão do Programa de

Alimentação Escolar. Sua regulamentação, em âmbito municipal, se deu por meio do regimento

Interno, datado de 19 de agosto de 2003, no qual está assim explicitada sua composição:

a) 01 Representante do Executivo Municipal;

b) 01 Representante do Legislativo Municipal;

c) 02 Representantes dos Professores, indicados pelo órgão de classe;

d) 02 Representantes de Pais de Alunos, indicados pelos Conselhos de Escolas ou Associação

de Pais de Alunos;

e) 01 Representante da loja maçônica.

São competências do Conselho Municipal de Alimentação Escolar:

I - Acompanhar a aplicação dos recursos federais transferidos à conta do Programa de

Alimentação Escolar;

II – Zelar pela qualidade dos produtos, em todos os níveis, desde a sua aquisição até a

distribuição, observando sempre as boas práticas higiênicas e sanitárias;

III – Receber e analisar a prestação de contas do Programa de Alimentação Escolar enviadas pela

Entidade Executora, com parecer conclusivo;

IV – Orientar sobre o armazenamento dos gêneros alimentícios no depósito e/ou escolas;

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V – Comunicar à Entidade Executora a ocorrência de irregularidades com os gêneros alimentícios

tais como: vencimento de prazo de validade, deterioração, desvio e furtos, para que sejam tomadas as

devidas providências;

VI – Aparecer e votar, anualmente, o plano de ação do Programa de Alimentação Escolar a ser

apresentado pela Entidade Executora;

VII – Divulgar em locais públicos os recursos financeiros do Programa de alimentação Escolar;

VIII – Apresentar relatório de atividade ao FNDE, quando solicitado;

IX – Comunicar ao FNDE o descumprimento das disposições previstas nos parágrafos e caput do

Art.6º da Resolução nº15 de 25/08/2000.

Dentre os desafios relativos a essa área está o de o município ter condições de complementar

a alimentação dentro dos padrões e o de impulsionar a comercialização dos gêneros alimentícios

valorizando as culturas locais.

Gestão Democrática do Ensino Público Municipal – Em 2009, por meio da Lei nº 026 de 23 de abril

de 2009, foi aprovada a Lei de Gestão Democrática do Ensino Público Municipal de Cariacica, na

qual estão estabelecidos os seguintes princípios:

corresponsabilidade entre Poder Público e sociedade na gestão da escola;

organização e participação dos segmentos da comunidade escolar nos processos decisórios,

através de representação em órgãos colegiados;

transparência nos mecanismos pedagógicos, administrativos e financeiros;

eficiência na gestão dos recursos públicos;

garantia de descentralização do processos educacional; e

autonomia das unidades de ensino na gestão administrativa, financeira e pedagógica.

A autonomia pedagógica nas unidades de ensino da rede municipal é assegurada mediante a

formulação do seu projeto Político Pedagógico, construído coletivamente, em consonância com as

políticas vigentes e as normas do Sistema Municipal de Ensino. Respaldam essa autonomia a própria

LDB e a Lei Complementar nº 26/2009 (arts. 9º, 13 e 64) e a Resolução 031/2008 do COMAE. De

acordo com levantamentos realizados na rede escolar, 46 escolas já tiveram seus projetos

pedagógicos aprovados, conforme normas do sistema municipal; outras encontram-se em processo

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de construção, buscando-se assim, a consolidação desse processo de planejamento participativo na

totalidade das escolas municipais. Contudo, o desafio agora consiste em que as escolas incorporem

atitudes permanentes para revisões, realinhamento de ações e manutenção dos PPP atualizados.

A autonomia administrativa das unidades de ensino da rede municipal é garantida pela eleição direta

de diretores, vice-diretores e coordenadores de turnos; pela eleição de representantes de segmentos

da comunidade escolar para o Conselho de Escola e da Caixa Escolar e, pela participação dos

segmentos da comunidade escolar nos debates e deliberações desses dois últimos órgãos.

Os Conselhos Escolares são regulamentados por meio dos Decretos Nº. 139/2004 e Decreto Nº.

111/2004 e constituem-se em centros permanentes de debates e órgãos articuladores de todos os

setores escolares e comunitários, constituindo-se em cada escola, de um colegiado, formado por

representantes dos segmentos da comunidade escolar, de acordo com as normas estabelecidas no seu

regulamento. Os conselhos têm funções consultivas, deliberativas e fiscalizadoras nas questões

pedagógicas, administrativas e financeiras.

Em dezembro de 2006 foi realizada a primeira eleição dos Conselhos Escolares, na rede municipal

de Cariacica, com ampla participação da comunidade. O mandato dos Conselhos de Escolas teve seu

término em dezembro de 2009 e, ainda no primeiro semestre de 2010 deverá ocorrer nova eleição

para a renovação dos membros desses Conselhos Escolares em toda rede municipal de ensino.

Em que pese os avanços dessa conquista, ainda persiste a dificuldade de ser quebrada a cultura

paternalista e autoritária existente no âmbito escolar. Assim, tem-se como desafio a ampliação da

participação da comunidade escolar através da organização dos segmentos e a garantia da autonomia

e do efetivo funcionamento dos Conselhos Escolares.

A Eleição de Diretores, disciplinada pela Lei Complementar Nº. 026/2009 teve seu primeiro pleito

realizado no segundo semestre de 2009, com ampla participação da comunidade, e o segundo pleito

em 2011. Ainda em 2010 será realizada a eleição onde não ocorreu inscrição ou não houve quórum

nas eleições. Dentre as dificuldades encontradas nesse processo, está a da organização dos segmentos

nas unidades escolares e, consequentemente, a da pequena participação em algumas unidades.

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Ampliar essa participação da comunidade escolar e garantir a autonomia e participação política de

todos são desafios a serem enfrentados nos anos vindouros.

A autonomia financeira das unidades de ensino da rede municipal é assegurada mediante a alocação

de recursos financeiros no orçamento anual da Secretaria Municipal de Educação e sua transferência

periódica às Caixas Escolares, podendo ser complementados esses recursos com doações de pessoas

físicas e jurídicas.

Além da Lei Complementar Nº. 026/2009 que disciplina a gestão democrática nas escolas da rede

municipal, outros dois instrumentos legais regulamentam a autonomia financeira: a Lei Nº.

4.354/2005 que autoriza as escolas a criarem as Caixas Escolares e que institui o Programa Dinheiro

Direto na Escola, e o Dec. Nº. 017/2006 que regulamenta o referido Programa Dinheiro Direto na

Escola – PDDE.

As caixas escolares são associações sem fins lucrativos, dotadas de personalidade jurídica de direito

público e estrutura de direito privado, e têm como finalidades, dentre outras, as de gerir os recursos

financeiros repassados às unidades de ensino pelo poder público e demais recursos assegurados em

lei, bem como congregar iniciativas comunitárias, ações organizadas e decisões coletivas que se

destinem a:

a) prestar assistência aos alunos;

b) contribuir para o funcionamento eficiente, eficaz e criativo da escola;

c) promover a melhoria da qualidade de ensino proporcionando uma articulação mais

estreita entre a comunidade escolar;

d) atuar na manutenção e desenvolvimento do ensino;

e) participar de programas de assistência social, médica e educacional, dentre outros,

promovidos pelo Poder Público, como também, pela comunidade escolar.

As primeiras eleições para a composição da diretoria das caixas escolares foram realizadas em 2005.

Em 2007 foram renovados os mandatos através de novas eleições e, ao final de 2009, foi realizada a

terceira eleição para mandatos das Caixas Escolares.

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Não obstante os avanços dessa experiência pode-se afirmar que os desafios ainda são muitos, quais

sejam, o de ampliar a participação da comunidade escolar através da organização dos segmentos,

garantindo a autonomia e participação política de todos (as), bem como, o de melhorar o

acompanhamento e fiscalização na aplicação dos recursos que são repassados às escolas e o de

ampliar o volume de recursos para as escolas.

2.5.4 Monitoramento e Avaliação Educacional

Para o processo de fortalecimento da democracia, é imprescindível haver transparência e

socialização das informações, dos resultados e dos impactos de ações sociais públicas. Nesse sentido,

o monitoramento e a avaliação são valiosos instrumentos de gestão para o Estado e para os demais

agentes sociais envolvidos na implantação de políticas públicas. Eles se convertem, portanto, não

apenas em ações pontuais e específicas a serem realizadas ao final de cada programa ou projeto, mas

em um processo contínuo que se inicia no momento da concepção do programa ou projeto e se

estende a sua implementação, até o momento da apropriação dos resultados e impactos gerados.

É preciso, assim, que as organizações atuantes na área social assumam o monitoramento e a

avaliação como procedimentos que lhes permita aprimorar suas ações e, mais do que isso, manter

uma relação de transparência com seus públicos alvos, com seus parceiros e com a sociedade em

geral no que tange a seus propósitos, processos e resultados.

Por meio do processo de avaliação e monitoramento, os governos apreendem melhor a

realidade e obtêm informações e conhecimentos que ajudam nas tomadas de decisão em relação às

políticas públicas. Essa é a razão da necessidade de os setores públicos terem previstos, desde sua

concepção, a construção de um Sistema de Monitoramento e Avaliação de todas as atividades

realizadas.

É preciso que a avaliação e o monitoramento, bem como os objetivos do sistema, não sejam

entendidos apenas como um processo de mera fiscalização e controle das atividades e dos agentes

envolvidos na implantação das políticas educacionais. Por ter um significado mais abrangente de

avaliação e acompanhamento, o sistema deve ser capaz de:

produzir diagnósticos sobre os envolvidos e sua realidade;

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acompanhar e gerenciar as atividades desenvolvidas e aprimorá-las;

avaliar o desempenho e identificar as dificuldades dos atores e atividades dos programa e

projetos, permitindo sua correção.

No entanto, muitas administrações públicas ainda não dispõem desses valiosos instrumentos de

gestão, quer seja legalmente ou mesmo como prática sistemática.

O Município de Cariacica, por exemplo, carece de ação mais arrojada nesse sentido. Não há

previsão, na sua estrutura organizacional, de setor específico que garanta um sistema próprio de

monitoramento e avaliação, não obstante tenha se utilizado de sistemas existentes no âmbito estadual

e federal para avaliar suas políticas educacionais. Mesmo assim, há grandes desafios a serem

superados: a disseminação, a compreensão e a apropriação dos resultados pelas equipes educacionais

e, sobretudo a utilização desses resultados para o aprimoramento das políticas educacionais, além da

ausência de equipe específica para dar o suporte necessário às unidades educacionais e ao próprio

órgão gestor da educação.

2.6 FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL

2.6.1 Responsabilidades, limites constitucionais e fontes de receitas.

A Constituição Federal preceitua que a educação é um direito público, subjetivo, e é dever do Estado

oferecê-la a todos, sem distinção. Essas providências e a orientação básica para o financiamento da

educação pública brasileira encontram-se no artigo 212 da Constituição Federal, que vincula recursos

do orçamento para a educação.

À União cabe a aplicação, anualmente, de nunca menos de dezoito por cento (18%), e aos Estados,

ao Distrito Federal e aos Municípios cabem a aplicação de vinte e cinco por cento (25%), no mínimo,

da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e

desenvolvimento do ensino. Observa-se que, tanto a Constituição como a Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional determinam que a aplicação desses recursos deve ser feita em manutenção e

desenvolvimento do ensino, e não em educação de modo geral.

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Desse modo, a vinculação de recursos se faz em relação à receita de impostos e não à totalidade do

orçamento, ao passo que despesa em educação não é a mesma coisa que despesa com manutenção e

desenvolvimento do ensino. É preciso, pois, conhecer o orçamento do município e manter rigoroso

controle sobre a receita e despesa. Cada nível de governo (União, Estado e Município) arrecada os

próprios tributos. A União transfere receita de impostos para os Estados e Municípios, e os Estados

fazem o mesmo em relação aos seus respectivos municípios. A partir daí calcula-se o montante sobre

o qual incidem os percentuais estabelecidos pela Constituição.

2.6.2 O FUNDEB

De acordo com a Constituição Federal, a educação pública é financiada com os recursos do Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação

– FUNDEB, tendo como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário educação,

recolhida pelas empresas na forma da lei, cujas cotas estaduais e municipais são distribuídas

proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes

públicas de ensino.

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais

da Educação (Fundeb) é um Fundo de natureza contábil, criado pela Emenda Constitucional nº

53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007, em substituição ao

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério

(Fundef), que vigorou de 1998 a 2006. Essencialmente, possui os mesmos objetivos desse último,

mas com uma abrangência maior, estendendo-se a toda educação básica (educação infantil, ensinos

fundamental e médio, educação especial e educação de jovens e adultos), além de contar com um

maior volume de recursos.

O Fundo é composto, majoritariamente, por recursos dos próprios estados, Distrito Federal e

municípios, sendo constituído por 16,66% em 2007; 18,33% em 2008; e 20% a partir de 2009, das

mesmas receitas que formavam o Fundef, quais sejam:

• Fundo de Participação dos Estados (FPE)

• Fundo de Participação dos Municípios (FPM)

• Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

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• Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações (IPI-exportação)

• Compensação pela Desoneração das Exportações (LC 87/96)

Além dessas, outras receitas foram adicionadas ao Fundeb, aplicando-se os seguintes percentuais:

6,66% em 2007; 13,33% em 2008; e 20% a partir de 2009. Os recursos são os seguintes:

• Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD)

• Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)

• Quota-parte de 50% do Imposto Territorial Rural (ITR) devido aos municípios

Receitas da dívida ativa e de juros e multas incidentes sobre as fontes acima relacionadas também

compõem o Fundo. Os estados onde o valor médio por aluno estiver abaixo do mínimo definido

nacionalmente recebem ainda uma complementação financeira da União. Desse modo, nenhum

Estado recebe um montante por aluno inferior ao custo mínimo estabelecido. A tabela a seguir

demonstra as fontes de receitas do FUNDEB, nos âmbitos estadual e municipal.

Tabela 46 – Fonte das receitas dos estados e dos municípios para o Fundeb

Fonte das receitas dos estados e dos municípios para o Fundeb

Estados ICMS IPVA ITCD FPE IPI-exportação LC87/96

Municípios ICMS IPVA ITR FPM IPI-exportação LC87/96

Fonte - FUNDEB

2.6.2.1 Distribuição e aplicação do Fundeb

A distribuição do Fundeb é feita aos estados e municípios de acordo com o número de matrículas da

educação básica da rede pública de ensino. Portanto, os municípios recebem os recursos do Fundeb

com base no número de alunos da educação infantil e do ensino fundamental; os Estados, de acordo

com o número de alunos dos ensinos fundamental e médio; e para o Distrito Federal são

consideradas as três modalidades do ensino básico.

Para se chegar ao coeficiente anual de participação de cada município e de cada Estado no Fundeb, o

Ministério da Educação (MEC) leva em consideração, além do número de matrículas, uma

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ponderação para cada modalidade da educação básica, de acordo com a sua situação urbana ou rural

e de ensino de tempo integral ou parcial. Essa ponderação tem por finalidade refletir as diferenças de

custo entre as diversas modalidades.

Os recursos de Fundeb devem ser aplicados da seguinte forma: um mínimo de 60% na remuneração

dos profissionais do magistério e um máximo de 40% na manutenção e desenvolvimento do ensino

básico (aquisição, manutenção e funcionamento das instalações e equipamentos necessários ao

ensino; uso e manutenção de bens e serviços, material didático, transporte escolar, etc.).

Para cumprir suas responsabilidades constitucionais os Municípios dispõem, atualmente, das

seguintes fontes de recursos para a manutenção e o desenvolvimento do ensino e para seus

programas suplementares:

Tabela 47 - Fonte, Origem e Despesa Permitida dos Recursos

da Educação do Município

FONTE RECURSO

ORIGEM

DESPESA PERMITIDA

FUNDEB Impostos Municipais e

Transferências Estaduais e Federais

Folha de Pagamento

Obras e Reformas

Capacitações, Serviços

Materiais de Consumo

Mobiliários e Equipamentos

MDE Recursos Municipais e Parte das

Transferências

Idem

PNAE Mec/Fnde

Via Transferência

Gêneros Alimentícios

PNTE Mec/Fnde

Via Transferência Transporte Escolar

Salário Educação

Transferência do

Governo Federal

Obras, Serviços, Capacitação e

outros, com exceção de pagamento

de pessoal

Programas e projetos específicos

Mec/Fnde

Via Transferência

Conforme normas de CAD

programa e/ou projeto

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2.6.3 Desempenho da Rede Municipal

2.6.3.1 Receitas

De acordo com dados publicados na Revista Finanças dos Municípios Capixabas – Ano 15 – 2009,

com a transição do Fundef para o Fundeb em 2007, os municípios capixabas registraram um aumento

real médio de 18% no saldo contabilizado. Essa expansão foi amplificada em 2008, no qual a taxa de

crescimento foi de 25,3%, com saldo acumulado alçando R$ 406,3 milhões. Considerando os

recursos que foram remetidos e recebidos do Fundeb, as cidades que obtiveram os maiores saldos

positivos foram Vila Velha e Cariacica, com aproximadamente R$ 54 milhões cada, e Serra, com R$

37,6 milhões.

Especificamente em relação aos recursos do FUNDEF e FUNDEB, o município contou com as

seguintes cifras no período compreendido entre 2000 e 2009:

Tabela 48 - Recursos recebidos do FUNDEF/FUNDEB

Cariacica – 2000 a 2009

FUNDEF FUNDEB

2000 10.219.800,08 0,00

2001 11.180.868,16 0,00

2002 12.626.530,42 0,00

2003 16.602.841,94 0,00

2004 21.413.316,66 0,00

2005 31.697.023,45 0,00

2006 39.556.532,15 0,00

Taxa de Crescimento 287,0% (7 anos)

2007 0,00 58.384.724,15

2008 0,00 73.248.438,94

2009 0,00 74.080.313,10

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99

Taxa de Crescimento

27,0% (3 anos)

Fonte: FNDE/MEC

Observa-se que no período de 7 anos, a taxa de crescimento dos recursos do FUNDEF foi da ordem

de 287%. Isto se deveu pela absorção das matrículas do ensino fundamental da rede estadual pela

rede municipal, por meio do processo de municipalização do ensino e pela própria ampliação da rede

municipal e das receitas constitucionais. No período compreendido entre 2007 e 2009 (3 anos), já

com a implantação do FUNDEB, nota-se um crescimento da ordem de 27,0%.

O Município também recebeu, por meio dos programas do governo federal, recursos suplementares

para os programas da alimentação escolar e do transporte escolar, dentre outros . Conforme se

observa na tabela, a seguir, esses recursos também foram ampliados para a alimentação escolar, além

de ampliação para outros projetos educacionais.

Observa-se que, a partir do ano 2004, por força de legislação federal, os municípios passaram a

contar também com os recursos do Salário Educação, antes distribuídos apenas para os governos

estaduais. Ao longo dos 6 anos, nota-se um crescimento da ordem de 315,0%, o que foi muito bem-

vindo às redes municipais pelo aumento das demandas educacionais das últimas décadas.

Tabela 49 – Evolução das Transferências de Recursos do FNDE

Cariacica – 2000 / 2009

Anos Alimentação

Escolar

Transporte

Escolar

Quota

municipal

Projovem

Urbano

Ed.

Especial

Saúde

Escolar EJA Outros

2000 493.606,00 1.600,00

(PDDE)

2001 1.523.608,00 2.200,00

2002 1.446.882,00

(fund.) 32.107,68

2.700,00

(PDDE) *

2003

15.574,14

(creche) 19.910,88

83.608,47

Paz nas

Escolas

1.545.440,00

(fund,)

2.200,00

(PDDE) *

2004 42.120,00

(creche) 1.200.648,70

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100

1.630.690,80

(fund.)

2005

49.050,00

(creche) 2.000,00 2.111.984,32 21.476,96

2.070.399,60

(fund.)

2006

50.424,00

(creche) 13.249,28 3.059.507,99 887.380,56 7.015,38 39.857,40

1.324.752,00

(fund.)

2007

50.292,00

(creche) 3.698.701,46 45.834,70

1.610.312,00

(fund.)

2008

47.605,02

(crèche) 4.358.790,39

33.264,00

748.440,00

246.048,00

(pré-escola)

1.377.464,00

(fund.)

2009 1.825.238,80 8.078,06 4.979.381,81 108,00

(PDDE) *

Fonte: FNDE/MEC - PDDE Rural

2.6.3.2 Despesas

Quanto à aplicação dos recursos nos diversos níveis e modalidades do ensino, verifica-se, de acordo

com dados publicados na Revista Finanças dos Municípios Capixabas – Ano 15 – 2009 que o

Município de Cariacica vem, ano a ano, ampliando a aplicação dos seus recursos na manutenção e

desenvolvimento do ensino, conforme demonstra o gráfico a seguir.

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101

Gráfico 9 - Crescimento Anual dos Gastos em Educação

Cariacica – 2000/2008

41.084,40

63.764,50

73.262,80

96.610,00 96.914,00

0,00

20.000,00

40.000,00

60.000,00

80.000,00

100.000,00

2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: Revista Finanças dos Municípios Capixabas – Ano 15 - 2009

Essa mesma fonte de informação indica os recursos aplicados por todos os municípios capixabas,

inclusive os que compõem a Região Metropolitana da Grande Vitória, fazendo menção aos

percentuais aplicados na educação em relação às despesas totais dos municípios e em relação aos

percentuais constitucionais a serem aplicados especificamente na educação.

Nota-se que o Município de Cariacica encontra-se na 2ª posição (37,5%) dentre os municípios que

aplicaram os maiores percentuais em relação às despesas totais, em 2008, e ocupa a 1ª posição

(30,2%) em relação à participação das receitas de impostos na MDE (CF, art. 212).

Tabela 50 - Despesa com Educação

Cariacica – 2004 / 2008

Mu

nic

ípio

s

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

Variação

2008/

2007

Part. na

desp.

Total

2008

Participação

das receitas

de impostos

na MDE

(CF

art. 212) a

Gasto com

educação

por

Aluno da

rede

Municipal

2008

Em reais

Nº de

Matrículas

na rede

Municipal

2008

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102

Em mil reais médios de 2008

IPCA Em %

Cariacica

41

.084

,4

63

.764

,5

73

.262

,8

96

.610

,0

96

.914

,0

0,3 37,5 30,2 2.459,2 39.409

Fundão

4.7

04,7

5.4

70,1

7.8

54,5

8.0

11,6

9.3

21,6

16,4 27,9 29,3 2.841,9 3.280

Guarapari

24

.450

,1

26

.287

,3

31

.603

,6

33

.939

,5

39

.433

,4

16,2 41,1 20,2 2.346,8 16.803

Serra

11

0.4

31

,9

10

3.3

33

,5

11

3.1

15

,7

13

3.8

71

,0

17

1.5

81

,5

28,2 27,5 25,6 3.132,7 54.771

Viana

14

.940

,6

18

.731

,0

26

.805

,7

26

.643

,6

29

.717

,3

11,5 36,8 25,9 2.643,4 11.242

Vila Velha

63

.918

,9

80

.225

,0

10

1.5

45

,4

11

5.1

75

,3

13

1.2

38

,6

13,9 28,7 26,5 2.965,3 44.258

Vitória

14

7.5

58

,2

16

9.3

52

,3

17

5.2

08

,8

24

4.0

65

,3

23

3.9

01

,7

-4,2 21,4 26,2 4.652,6 50.273

Fonte: balanços municipais coletados no Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCEES), ainda não apreciados em plenário. Número de

matrículas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Participação da receita de impostos e transferências

constitucionais na manutenção e no desenvolvimento do ensino, coletada no Sistema de Informações de Orçamento Públicos da Educação (Siope).

Nota: a valores para atendimento do artigo 212 da Constituição Federal, dados do Siope. *Até o fechamento desta edição não haviam declarado suas

informações junto ao Siope.

2.6.3.3 Gasto por aluno

No ano de 2008, as redes municipais de ensino em geral gastaram em média R$ 3.201,7 por aluno

matriculado, portanto, 8,3% a mais que no ano de 2007.

Nos municípios com mais de 50 mil habitantes, sem considerar a capital, o gasto por aluno foi de R$

2.853,10, bem abaixo da média aplicada pelos municípios de pequeno porte, que foi de R$ 3.302,10.

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103

Dentre os municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória, com R$ 4.652,60 gastos por

aluno, Vitória lidera na 1ª posição de gastos por aluno, contudo, ocupa a 8ª posição em relação ao

total dos municípios do Estado. Em seguida, vem os municípios de Serra, Vila Velha, Fundão e

Viana. Os municípios de Cariacica e Guarapari ocupam as últimas posições em relação aos gastos

por aluno, com R$2.459,20 e R$2.346,80, respectivamente, conforme pode ser visualizado na tabela

a seguir.

Tabela 51 - Despesas com Educação por Aluno

Municípios da RMGV – 2008

Despesa com educação por aluno

Posição Município

A/B Despesa com

Educação (A) Matrículas 2008 (B)

Em reais

8º Vitória 4.652,6 233.901.701,2 50.273

44º Serra 3.132,7 171.581.454,0 54.771

57º Vila Velha 2.965,3 131.238.558,1 44.258

63º Fundão 2.841,9 9.321.568,7 3.280

71º Viana 2.643,4 29.717.284,1 11.242

75º Cariacica 2.459,2 96.913.990,9 39.409

77º Guarapari 2.346,8 39.433.381,7 16.803

Fonte: balanços municipais coletados no Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCEES). Alguns balanços não haviam sido apreciados em

plenário no TCEES. Número de matrículas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

2.7 AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA

Com base na análise dos dados coletados e depoimentos da equipe do órgão gestor, verifica-se que

no decorrer de sua existência, o Sistema Municipal de Ensino de Cariacica construiu e consolidou

um conjunto de competências que lhes dão sustentação para enfrentar, senão todas, muitas das

demandas e transformações provocadas pelo ambiente externo e que devem ser preservadas e

aprofundadas. São as chamadas forças, pontos fortes ou potencialidades, ou seja, são as variáveis que

o sistema controla e executa bem. Contudo, há que se considerar, também, que no contexto interno

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104

ainda persistem muitos pontos fracos ou fragilidades que representam desvantagem atual ou

potencial para o Sistema Educacional e que limitam, dificultam ou impedem o seu desenvolvimento.

Esses aspectos do contexto ambiental interno e externo ao sistema de ensino verificados e abaixo

explicitados, portanto, não podem ser desconsiderados no estabelecimento de seus rumos futuros e

na formulação de suas estratégias de atuação.

2.7.1 Pontos Fortes ou Fortalezas

Pontos fortes ou fortalezas são recursos e características que representam uma vantagem comparativa

do Sistema Educacional do Município em relação a outras realidades dos quais deve-se tirar o

máximo proveito. São fatos ou situações que estão presentes dentro do Sistema e que devem ser

potencializados para alcançar as metas de relacionamento com a comunidade. São capacidades e

recursos variados (poder, habilidades, experiências, conhecimento, tempo, recursos e outros de que o

Sistema dispõe).

Assim, foram identificados como pontos fortes ou fortalezas:

Alta cobertura no ensino fundamental – ensino obrigatório.

Introdução de metodologias de Planejamento Estratégico.

Instituição de modelo de gestão que garante a participação de diversos segmentos da

comunidade escolar no processo de gestão escolar – Gestão Democrática.

Discussão do Orçamento Municipal com as comunidades – Orçamento Participativo.

Instituição de mecanismo de escolha de dirigente escolar por processo técnico-democrático

(rede municipal).

Equilíbrio Financeiro do Governo Municipal.

Investimentos em Regime de Colaboração nos últimos anos.

Resgate da credibilidade da administração.

Instituição do FUNDEB.

Investimentos na formação continuada.

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105

Projetos de combate à evasão escolar.

2.7.2 Pontos Fracos ou Fragilizados

Os pontos fracos ou fragilidades são situações que se encontram no interior do Sistema Educacional

e que representam desvantagem atual ou potencial. São expressões de valores negativos que, em

geral, constituem um obstáculo para o desenvolvimento do Sistema e para o alcance dos seus

objetivos. As fragilidades também podem ser carências importantes que o Sistema tem, que limitam,

dificultam ou impedem o seu desenvolvimento.

Entre os desafios internos a considerar, no sentido de sua superação ou solução, destacam-se:

Baixa cobertura da educação infantil

Baixa cobertura do ensino médio, da educação profissional e superior.

Alto índice de analfabetismo absoluto e funcional da população de 15 anos e mais.

Deficiências no atendimento aos portadores de necessidades educacionais especiais.

Ausência de metodologias e processos adequados para se trabalhar com grupos em situação

de risco, principalmente, os marginalizados, social e economicamente.

Ineficiência do sistema educacional provocada pelas altas taxas de reprovação, evasão

escolar, distorção idade/série e baixos níveis de proficiência escolar.

Fragilidades curriculares.

Deficiências de recursos auxiliares ao processo ensino – aprendizagem.

Ensino noturno incompatível com as necessidades e expectativas da clientela constituída, na

maioria, por trabalhadores.

Cursos profissionalizantes e superiores com pouca diversidade para o mercado de trabalho

local.

Estrutura administrativa do órgão gestor fragilizada para promover um modelo de gestão

moderna.

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106

Ausência de mecanismos de acompanhamento e avaliação dos programas/projetos

educacionais.

Baixa cobertura de novas tecnologias da informação e da comunicação nas unidades

orgânicas e administrativas do sistema educacional.

Deficiências no processo de gestão, principalmente, no que diz respeito à melhoria da

qualidade do ensino e da aprendizagem, muitas vezes, por incapacidade dos seus gestores e

colegiados escolares.

Burocracia excessiva do serviço público.

Deficiências na coleta, tratamento, disseminação, fluxo, armazenamento e atualização de

dados estatísticos.

Baixa participação/envolvimento dos diversos atores no planejamento educacional.

Fragilidades no sistema de articulação e comunicação entre escola e comunidade.

Baixo envolvimento do empresariado na área educacional.

Recursos públicos insuficientes para suprir todas as despesas com a manutenção e o

desenvolvimento da educação básica.

Inexistência de estudos e parâmetros sobre os gastos com educação nos diversos níveis de

atendimento.

Deficiências nos mecanismos de controle e prestação de contas dos recursos aplicados à

educação.

Ocorrências de violência nas escolas e no seu entorno.

Baixo espírito de iniciativa e sentido das responsabilidades, no que diz respeito à proteção do

ambiente e ao desenvolvimento sustentável.

2.7.3 Oportunidades

As oportunidades são fatos ou situações que estão presentes no exterior do Sistema, de natureza

política, econômica, social, tecnológica e legal, e que podem gerar ações alternativas, que favoreçam

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107

seu desenvolvimento, especialmente se forem aproveitadas dentro da organização. Também, são

definidas como possibilidades que o entorno oferece e que podem ser aproveitados pelo Sistema

enquanto perduram, para realização exitosa do seu projeto, dependendo das condições internas do

mesmo.

Assim foram identificadas as seguintes oportunidades:

Captação de recursos financeiros externos.

Parcerias com empresas/instituições.

Aproveitamento da infraestrutura existente para utilização de recursos tecnológicos.

Controle social.

Geração de novos empregos em função da expansão das atividades laborais (comércio e

indústria).

Possibilidade de qualificação de mão-de-obra com agilidade para acompanhar as

transformações do mundo contemporâneo, no próprio município.

Organização das Associações de Moradores.

Atuação do Conselho Tutelar e do Ministério Público.

2.7.4 Ameaças

As Ameaças são riscos, fatores, situações e fenômenos presentes no contexto externo ao Sistema

Educacional, também de natureza política, econômica, social, tecnológica e legal, e que podem

dificultar o alcance dos objetivos, produzir um impacto negativo ou uma dificuldade substancial em

seu desenvolvimento. São restrições que o entorno apresenta para a realização das ações do Sistema

e sobre as quais ele tem pouco ou nenhum grau de controle, mas que, se conhecidas a tempo, podem

ter seu impacto minimizado, dependendo das condições internas de neutralização. A explicitação dos

riscos e ameaças facilita a ação responsável, evita os fracassos e ajuda a assumir as dificuldades para

convertê-las em oportunidades.

A partir do diagnóstico apresentado, foram, então, identificadas as seguintes ameaças ao Sistema

Educacional no Município:

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108

Pouca integração entre escola/comunidade.

Falta de uma Política de Educação Ambiental.

Burocracia excessiva do serviço público.

Crise com o desemprego.

Deficiências na política de saúde.

Ingerência político-partidária.

Descompromisso das famílias no processo educacional.

A violência gerada pelo desemprego e o uso e tráfico de drogas.

O não combate ao analfabetismo.

O trabalho infantil.

Descontinuidade administrativa.

Baixa participação e falta de comprometimento da sociedade em geral nas ações sociais.

Estagnação da arrecadação municipal.

Extinção do FUNDEB.

Acirramento da competitividade entre os municípios.

Altos índices de desemprego em virtude da falta de escolarização e qualificação da mão-de-

obra.

Dificuldade de complementação de estudos, por falta de disponibilidade de horários no

trabalho.

PARTE 3

3. CENÁRIOS

CENÁRIO é o conjunto formado pela descrição da situação futura de um sistema: da cadeia de

acontecimentos que permite que se passe da situação presente para a situação futura.

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109

Os Cenários não devem ser considerados semiprevisões do futuro e sim caminhos possíveis em

direção ao futuro.

Quando pensamos na construção de Cenários, estamos organizando a incerteza em um número

limitado de alternativas e possibilitando ao planejador avaliar as decisões, apesar do alto grau de

incerteza envolvido. O Sistema pode atingir, a partir do estado (cena) atual, vários estados (cenas)

futuros dependendo da sequência de entradas a que for submetido

Para concluir esta reflexão, considerando a avaliação estratégica destacada no diagnóstico, dois

Cenários foram traçados para o Município de Cariacica nos próximos 20 anos. Esses cenários trazem

elementos de estagnação ou retrocesso e de sonho e de visão de futuro para a cidade, dependendo da

condução dos gestores e da sociedade cariaciquense em geral.

Para onde vai Cariacica?

3.1 Cenário Indesejável ou Inercial

O cenário indesejável ou inercial é aquele em que o município não toma as medidas necessárias para

contornar as ameaças, vencer os desafios e superar seus pontos fracos, ou para aproveitar as

oportunidades de desenvolvimento que se apresentam. Embora não desejável este cenário não é

impossível e seu entendimento é importante para se ter clareza das ações que devem ser realizadas no

sentido de evitar que ele se torne realidade.

Nesse Cenário, o sistema educacional do Município de Cariacica assim se caracteriza:

As políticas educativas são realizadas, por razões econômicas e financeiras, na última ordem

das prioridades.

O insucesso escolar atinge todas as categorias sociais e se apresenta nas formas de sucessivas

repetências, abandono, durante os estudos, marginalização para cursos que não oferecem

reais perspectivas, abandono da escola sem qualificações nem competências reconhecidas.

As crianças estão cada vez mais inseridas nas frentes de trabalho infantil, sujeitas a número

excessivo de horas de trabalho e não podem beneficiar-se da educação.

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110

As escolas apresentam níveis insatisfatórios de qualidade de ensino, expressos em modestos

índices de desempenho escolar, decorrentes de insuficientes condições infraestruturas e

pedagógicas para realização do processo de ensino.

As práticas de avaliação do desempenho escolar são inadequadas, incapazes de proporcionar

uma visão globalizada das dificuldades e dos progressos do aluno e de subsidiar corretas e

oportunas revisões dos planos de ensino.

Há pouca criatividade do Sistema para atender a grupos em situações específicas, como

jovens engajados na força de trabalho, deficientes, minorias, grupos em situação de extrema

pobreza, o que dificulta o provimento de ensino de qualidade para atender a suas

especificidades.

Inexiste no Sistema uma política de comprometimento mais amplo com as questões do

magistério. Embora o nível de titulação dos professores tenha aumentado, persistem

problemas de desempenho, necessidade de aperfeiçoamento do sistema de formação e

capacitação, estabelecimento de justa remuneração, bem como de melhoria das condições de

trabalho e de profissionalização dos docentes.

Há uma enorme dispersão e ineficiência na alocação e na gestão de recursos destinados a

investimentos para desenvolver o sistema e para operar e manter as unidades escolares e

insuficientes controles sociais sobre a sua efetividade e pertinência.

A escola, como instituição-chave no processo ensino-aprendizagem, está enfraquecida, uma

vez que as decisões que afetam o seu dia-a-dia são tomadas por instâncias bem distantes da

prática escolar. Embora se tenha avançado na compreensão da necessidade de descentralizar

até o âmbito da escola, e terem ocorrido experiências de fortalecimento da autonomia escolar,

resistências ainda são enfrentadas.

As políticas educacionais não têm continuidade – associada a indevidas interferências

clientelísticas e a insuficientes graus de institucionalização e à centralização de decisões nos

setores da burocracia, em prejuízo da escola.

A desarticulação entre os níveis de governo, particularmente, entre o Estado e o município,

responsáveis, constitucionalmente, pelo desenvolvimento e manutenção da educação básica

prejudica, de forma significativa, o sistema educacional.

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111

A pouca educação ambiental oferecida à população terá levado à permanência de atos de

descuido com o meio-ambiente e pequena participação em ações de preservação.

3.2 Cenário Desejável

No cenário desejável são tomadas as medidas necessárias para contornar as ameaças e superar os

pontos fracos, ou para aproveitar os pontos fortes e as oportunidades de desenvolvimento que se

apresentam. Significa aonde queremos chegar, podendo ser atingido se houver o esforço e a

mobilização de toda a sociedade. Esse Cenário configura futuros desejáveis. Embora ambicioso,

é realizável, e representa os objetivos que procuraremos alcançar com as propostas de ações e

projetos que serão apresentados no próximo capítulo.

Nesse Cenário, o sistema educacional do município de Cariacica assim se caracteriza:

A política educacional do município é suficientemente diversificada e concebida, de modo

que não se torna um fator suplementar de exclusão social.

O sistema educacional dá resposta aos múltiplos desafios da sociedade na perspectiva de um

enriquecimento contínuo dos saberes e do exercício de uma cidadania adaptada às exigências

do nosso tempo.

A educação, permitindo o acesso de todos ao conhecimento, desempenha muito bem o seu

papel no cumprimento da tarefa universal de cultivar o propósito de encaminhar a sociedade

para uma maior compreensão mútua, com mais sentido de responsabilidade e mais

solidariedade, na aceitação das diferenças espirituais e culturais: ajuda a compreender o

mundo e o outro, a fim de que cada um compreenda a si mesmo.

A educação básica é proporcionada a todos: crianças e jovens de Cariacica terão acesso ao

ensino, desde a educação infantil até a conclusão, pelo menos, do ensino médio, e terão

acesso a cursos profissionalizantes e universitários; os jovens e adultos, que na idade

adequada não puderam frequentar a escola, terão oportunidade de realizar os estudos

referentes ao ensino fundamental e médio, no mínimo; A todos é garantido um padrão

mínimo de qualidade da aprendizagem.

Os grupos considerados excluídos – os pobres; os meninos e meninas de rua ou

trabalhadores; as populações das periferias urbanas e zonas rurais; as minorias étnicas, raciais

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112

e linguísticas; os analfabetos e os portadores de deficiências – não sofrem qualquer tipo de

discriminação no acesso às oportunidades educacionais.

A escola contribui para a promoção e integração dos grupos minoritários, mobilizando os

próprios interessados no respeito a sua personalidade.

A participação democrática é encorajada e estimulada pela instrução e por práticas adaptadas

à sociedade.

O setor econômico estabelece parcerias de pesquisa com as universidades /faculdades para

estudar os problemas de desenvolvimento da região.

As universidades/faculdades dão exemplo, inovando, com métodos que permitem atingir

novos grupos de estudantes, reconhecendo as competências e os conhecimentos adquiridos

fora dos sistemas formais e dando particular atenção, graças à formação de professores e de

formadores de professores, a novas perspectivas de aprendizagem.

Todos os instrumentos disponíveis e os canais de informação, comunicação e ação social

contribuem na transmissão de conhecimentos essenciais, bem como na informação e

educação dos indivíduos quanto às questões sociais.

Além dos instrumentos tradicionais, as bibliotecas, a televisão, o rádio e outros meios de

comunicação de massa são mobilizados em todo o seu potencial, a fim de satisfazer as

necessidades de educação básica para todos.

Todos os membros da sociedade dão a sua contribuição, compreendendo que a energia e os

recursos dirigidos à educação constituem, certamente, o investimento mais importante que se

pode fazer para o povo e para o futuro de um município.

O município consegue elevar o nível de escolarização da população, evoluindo do objetivo de

universalizar o ensino fundamental para universalizar toda a educação básica.

O modelo de gestão da educação passa de um padrão burocrático, para um padrão gerencial:

flexível, atento ao aluno, voltado para os resultados, controle de custos, que eleve a eficiência

da educação.

A educação com valores é enfatizada para responder à grande variedade de situações

econômicas, sociais e culturais do mundo contemporâneo.

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113

Todas as pessoas, instituições, empresas encontram lugar no processo educativo, pois a

responsabilidade pela educação corresponde a toda a sociedade.

A educação no município é um dos componentes das políticas sociais que diminui o grau de

desigualdade social e promove a melhoria da distribuição de renda.

A Educação apresenta-se como um vetor estratégico para o desenvolvimento sustentável e

equitativo do município.

Os habitantes de Cariacica receberão formação e educação ambiental que lhes possibilitará

contribuir de maneira efetiva para a manutenção de uma cidade limpa, agradável, saudável e

com um alto índice de desenvolvimento humano.

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114

4. REFERÊNCIAS

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BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988.

_____Lei Nº 9.394/96 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília - DF:

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Gestão Escolar e formação de gestores. Brasília: MEC/INEP, 1998.

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SEMINÁRIO INTERNACIONAL POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO MÉDIO. Coletânea.

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118

Planejamento Sustentável da Cidade

AGENDA CARIACICA 2010-2030

ANEXOS

Estudo Temático: EDUCAÇÃO

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119

ANEXO I

Tabela 1 - IDEB observado (2005 e 2007) e Metas projetadas (2007 a 2021) para o Ensino

Fundamental (até a 4ª série), por Rede de Ensino Cariacica

IDEB OBSERVADO (2005 e 2007) E METAS PROJETADAS (2007 a 2021) PARA O ENSINO

FUNDAMENTAL (ATÉ A 4ª SÉRIE) POR MUNICÍPIO, ESCOLA E REDE

Rede

Código

da

Escola

Escola

IDE

B

2005

(NxP

)

IDE

B

2007

(NxP

)

Projeções

200

7

200

9

201

1

201

3

201

5

201

7

201

9

202

1

Estadual

3203375

3

EEEF DR

SOUZA

ARAUJO

- 2,7 - 3,1 3,5 3,8 4,1 4,4 4,7 5,0

3203378

8

EEEF

EULALIA

MOREIRA

2,8 2,7 2,9 3,2 3,6 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1

3203379

6

EEEFM MARIA

DE LOURDES

POYARES

LABUTO

3,1 3,8 3,2 3,5 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4

3203380

0

EEEF

GENERAL

TIBURCIO

4,2 4,2 4,3 4,6 5,0 5,3 5,6 5,8 6,1 6,3

3203382

6

EEEF JOSE

RODRIGUES

COUTINHO

3,0 3,0 3,0 3,4 3,8 4,1 4,4 4,7 5,0 5,3

3203384

2

EEEF

MANOEL

PASCHOAL DE

OLIVEIRA

3,8 4,3 3,8 4,2 4,6 4,9 5,1 5,4 5,7 6,0

3203391

5

EEEF

PRESIDENTE

MEDICI

2,9 3,9 2,9 3,3 3,7 4,0 4,2 4,5 4,9 5,2

3203393

1

EEEF PROF

AUGUSTO - 3,7 - 4,1 4,5 4,8 5,1 5,3 5,6 5,9

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120

LUCIANO

3203395

8

EEEF

TEOTONIO

BRANDAO

VILELA

3,6 3,0 3,7 4,0 4,4 4,7 5,0 5,3 5,6 5,8

3203445

8

EEEF

CASTELO

BRANCO

- 4,3 - 4,7 5,1 5,3 5,6 5,9 6,1 6,4

3203456

3

EEEF

ANTONIO

ESTEVES

4,5 3,5 4,6 4,9 5,3 5,6 5,9 6,1 6,4 6,6

3203458

0

EEEF

CELESTINO

DE ALMEIDA

- 3,8 - 4,2 4,6 4,9 5,2 5,4 5,7 6,0

3203461

0

EEEF

GLADISTON

REGIS

BARBOSA

3,1 3,2 3,2 3,5 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4

3203464

4

EEEF JARDIM

FELIZ 4,1 4,1 4,1 4,5 4,9 5,1 5,4 5,7 6,0 6,2

3203465

2

EEEFM JESUS

CRISTO REI 3,5 3,8 3,6 3,9 4,4 4,6 4,9 5,2 5,5 5,8

3203468

7

EEEF JOSE

MARIA

FERREIRA

4,6 4,4 4,7 5,0 5,4 5,7 5,9 6,2 6,4 6,7

3203474

1

EEEF

MARIANO

FIRME DE

SOUZA

3,9 4,1 4,0 4,3 4,7 5,0 5,3 5,6 5,8 6,1

3203478

4

EEEF NOSSA

SENHORA

APARECIDA

3,7 3,8 3,7 4,1 4,5 4,8 5,1 5,3 5,6 5,9

3203481

4

EEEF

PRESIDENTE

CASTELO

3,3 4,0 3,3 3,7 4,1 4,4 4,7 5,0 5,3 5,5

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121

BRANCO

3203483

0

EEEF PROF AU

GUSTO

CARVALHO

4,3 4,9 4,4 4,7 5,1 5,4 5,6 5,9 6,2 6,4

3203492

0

EEEF

STELLITA

RAMOS

3,0 3,9 3,1 3,4 3,8 4,1 4,4 4,7 5,0 5,3

3203496

2

EEEF

TIRADENTES 3,9 3,9 3,9 4,3 4,7 5,0 5,2 5,5 5,8 6,1

3203497

0

EEEF

VENTINO DA

COSTA

BRANDAO

3,4 3,8 3,5 3,8 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4 5,7

3203499

7

EEEF ZAIRA

MANHAES DE

ANDRADE

3,4 3,5 3,5 3,8 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4 5,7

3203506

3

EEEFM PROFª

MARIA DE

LOURDES

SANTOS

SILVA

- 5,0 - 5,3 5,7 6,0 6,2 6,4 6,7 6,9

3203524

1

EEEF

PAUTILA R

XAVIER

- 4,9 - 5,3 5,6 5,9 6,1 6,4 6,6 6,8

3206487

0

EEEFM ROSA

MARIA REIS 3,1 2,9 3,2 3,5 4,0 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4

3206777

1

EEEF PROF

MARIUZA

SECHIN

2,5 3,0 2,7 3,3 3,9 4,1 4,4 4,7 5,0 5,3

3203365

6

EMEF

LAURINDA

PEREIRA

NASCIMENTO

3,9 3,8 3,9 4,3 4,7 5,0 5,2 5,5 5,8 6,1

3203372

9

EMEF

ANTONIO 3,8 4,0 3,8 4,2 4,6 4,9 5,1 5,4 5,7 6,0

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122

Municipa

l

COUTINHO

OLIVEIRA

3203377

0

EMEF ELISA

LEAL

BEZERRA

3,5 4,1 3,6 3,9 4,3 4,6 4,9 5,2 5,5 5,8

3203385

0

EMEF MARIA

GUILHERMIN

A DE CASTRO

- 4,1 - 4,5 4,9 5,1 5,4 5,7 6,0 6,2

3203387

7

EMEF

MARTIM

LUTERO

2,5 3,0 2,6 2,9 3,3 3,6 3,9 4,2 4,5 4,8

3203388

5

EMEF

HEMOGENIA

MARIA DA

CONCEICAO

4,7 4,1 4,8 5,1 5,5 5,7 6,0 6,2 6,5 6,7

3203390

7

EMEF

PRESIDENTE

COSTA E

SILVA

2,7 3,3 2,8 3,1 3,5 3,8 4,1 4,4 4,7 5,0

3203398

2

EMEF VIENNA

ROSETTI

GUTERRES

3,4 4,1 3,5 3,8 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4 5,7

3203427

0

EMEF

VIRGILIO

FRANCISCO

SCHWAB

4,4 4,9 4,5 4,8 5,2 5,5 5,7 6,0 6,2 6,5

3203446

6

EMEF JARDIM

CAMPO

GRANDE

3,1 3,7 3,1 3,5 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4

3203448

2

EMEF

ITAPEMIRIM 4,4 4,4 4,5 4,8 5,2 5,5 5,7 6,0 6,2 6,5

3203449

0

EMEF JARDIM

BOTANICO 3,4 3,4 3,5 3,8 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4 5,7

3203450

4

EMEF VILA

PROGRESSO 3,3 3,7 3,4 3,7 4,1 4,4 4,7 5,0 5,3 5,6

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123

3203451

2

EMEF VILA

RICA 4,2 4,6 4,2 4,6 5,0 5,3 5,5 5,8 6,1 6,3

3203453

9

EMEF

ALVARO

ARMELONI

4,1 4,6 4,1 4,5 4,9 5,2 5,4 5,7 6,0 6,2

3203454

7

EMEF

AMENOPHIS

DE ASSIS

4,4 3,8 4,5 4,8 5,2 5,5 5,7 6,0 6,2 6,5

3203455

5

EMEF

ANGELO ZANI - 3,4 - 3,8 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4 5,6

3203459

8

EMEF NILTON

GOMES 4,7 4,8 4,7 5,1 5,5 5,7 6,0 6,2 6,5 6,7

3203460

1

EMEF

FERDINANDO

SANTORIO

4,3 5,2 4,4 4,7 5,1 5,4 5,7 5,9 6,2 6,4

3203462

8

EMEF IRACY

GOBBI 4,0 4,3 4,0 4,4 4,8 5,1 5,3 5,6 5,9 6,2

3203466

0

EMEF JOANA

MARIA DA

SILVA

3,1 3,8 3,2 3,5 4,0 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4

3203469

5

EMEF

JOCARLY

GOMES

SALLES

4,1 4,9 4,2 4,6 5,0 5,2 5,5 5,8 6,0 6,3

3203470

9

EMEF LUZBEL

PRETTI 2,9 3,1 3,0 3,3 3,8 4,0 4,3 4,6 4,9 5,2

3203471

7

EMEF

MANOEL

MELO

SOBRINHO

4,9 5,0 5,0 5,3 5,7 6,0 6,2 6,4 6,7 6,9

3203473

3

EMEF MARIA

PAIVA 4,1 5,2 4,2 4,5 4,9 5,2 5,5 5,7 6,0 6,3

3203475

0

EMEF JONES

DOS SANTOS

NEVES

3,1 4,0 3,2 3,5 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4

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124

3203476

8

EMEF

MARILIA

REZENDE

COUTINHO

4,1 4,6 4,1 4,5 4,9 5,1 5,4 5,7 6,0 6,2

3203477

6

EMEF NOVA

VALVERDE 3,4 4,0 3,5 3,8 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4 5,7

3203479

2

EMEF

OLIVEIRA

CASTRO

4,1 3,9 4,2 4,6 5,0 5,2 5,5 5,8 6,0 6,3

3203480

6

EMEF PEDRO

VENTURIN 4,6 5,0 4,7 5,0 5,4 5,7 5,9 6,2 6,4 6,7

3203482

2

EMEF

PROFESSOR

CERQUEIRA

LIMA

4,7 5,4 4,8 5,1 5,5 5,8 6,0 6,3 6,5 6,7

3203486

5

EMEF REIS

MAGOS 3,2 4,0 3,3 3,6 4,0 4,3 4,6 4,9 5,2 5,5

3203487

3

EMEF

RENASCER 3,1 3,2 3,1 3,5 3,9 4,2 4,4 4,7 5,0 5,3

3203488

1

EMEF ROSA

DA PENHA - 4,8 - 5,2 5,6 5,8 6,1 6,3 6,6 6,8

3203489

0

EMEF SANTA

IZABEL 3,4 3,1 3,5 3,8 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4 5,7

3203490

3

EMEF SAO

JORGE 3,1 4,0 3,1 3,5 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4

3203491

1

EMEF

STELIDA DIAS 4,8 5,0 4,9 5,2 5,6 5,9 6,1 6,3 6,6 6,8

3203493

8

EMEF

TANCREDO

DE ALMEIDA

NEVES

3,1 3,9 3,2 3,5 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4

3203498

9

EMEF VISTA

MAR 4,3 3,8 4,3 4,7 5,1 5,3 5,6 5,9 6,1 6,4

3203511

0

EMEF

TERFINA

ROCHA

3,3 3,9 3,4 3,7 4,2 4,4 4,7 5,0 5,3 5,6

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125

FERREIRA

3206478

0

EMEF PADRE

GABRIEL

ROGER MAIRE

3,3 3,7 3,3 3,7 4,1 4,4 4,7 5,0 5,3 5,5

3206481

0

EMEF PADRE

ANTHONIUS

LUTE

3,5 3,8 3,6 3,9 4,3 4,6 4,9 5,2 5,5 5,7

3206482

9

EMEF HILDA

SCARPINO 3,9 - 4,0 4,3 4,8 5,0 5,3 5,6 5,9 6,1

3206740

2

EMEF

OLIVINO

ROCHA

3,6 4,4 3,7 4,0 4,4 4,7 5,0 5,3 5,6 5,8

3207309

7

EMEF FLOR

DO CAMPO 4,8 4,7 4,8 5,2 5,5 5,8 6,1 6,3 6,5 6,8

3207353

4

EMEF

DEOCLECIAN

O F DA

VITORIA

- 4,0 - 4,4 4,8 5,1 5,3 5,6 5,9 6,1

3207465

4

EMEF

AGUSTINHA

MUNIZ DE

OLIVEIRA

3,1 4,1 3,2 3,5 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4

3207466

2

EMEF SAO

JOAO

CRISOSTOMO

- 3,4 - 3,8 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4 5,7

3207742

4

EMEF

CLEILZA

AMARAL VAZ

- 4,1 - 4,5 4,9 5,2 5,5 5,7 6,0 6,2

3207959

1

EMEF EUVIRA

BENEDITA

CARDOSO DA

SILVA

- 4,0 - 4,4 4,9 5,1 5,4 5,7 5,9 6,2

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126

Tabela 2. IDEB observado (2005 e 2007) e Metas projetadas (2007 a 2021) para o

Ensino Fundamental (5ª à 8ª série) por Rede de Ensino Cariacica

IDEB OBSERVADO (2005 e 2007) E METAS PROJETADAS (2007 a 2021) PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

(5ª à 8ª SÉRIE) POR MUNICÍPIO E REDE

Nome do

Município Rede

IDEB

2005

(N x

P)

IDEB

2007

(N x

P)

Projeções

2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

CARIACICA

Estadual 3,1 3,2 3,2 3,3 3,6 4,0 4,4 4,6 4,9 5,2

Municipal 3,4 3,2 3,4 3,6 3,8 4,2 4,6 4,9 5,1 5,4

Pública 3,2 3,2 3,3 3,4 3,7 4,1 4,5 4,7 5,0 5,3

Tabela 3. IDEB observado (2005 e 2007) e Metas projetadas (2007 a 2021)

para o Ensino Fundamental (5ª à 8ª Série) Cariacica

IDEB OBSERVADO (2005 e 2007) E METAS PROJETADAS (2007 a 2021) PARA O ENSINO

FUNDAMENTAL (5ª à 8ª Série) POR MUNICÍPIO, ESCOLA E REDE

Rede

Código

da

Escola

Escola

IDEB

2005

(NxP

)

IDEB

2007

(NxP

)

Projeções

200

7

200

9

201

1

201

3

201

5

201

7

201

9

202

1

Estadual

3203374

5

EEEFM CEL

OLIMPIO

CUNHA

4,1 3,4 4,1 4,2 4,5 4,9 5,3 5,5 5,8 6,0

3203378

8

EEEF

EULALIA

MOREIRA

2,8 2,4 2,8 2,9 3,2 3,6 4,0 4,2 4,5 4,8

3203379

6

EEEFM MARIA

DE LOURDES

POYARES

2,9 2,4 2,9 3,0 3,3 3,7 4,1 4,4 4,6 4,9

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127

LABUTO

3203382

6

EEEF JOSE

RODRIGUES

COUTINHO

3,5 3,0 3,5 3,6 3,9 4,3 4,7 4,9 5,2 5,5

3203394

0

EEEFM

SATURNINO

RANGEL

MAURO

2,7 3,0 2,7 2,9 3,3 3,7 4,1 4,4 4,7 4,9

3203401

6

EEEFM ANA L

BALESTRERO 2,9 2,8 3,0 3,1 3,4 3,8 4,2 4,4 4,7 5,0

3203404

0

EEEFM SAO

JOAO

BATISTA

2,2 2,5 2,3 2,4 2,7 3,1 3,5 3,8 4,0 4,3

3203463

6

EEEFM

ITAGIBA

ESCOBAR

- 3,9 - 4,1 4,4 4,8 5,1 5,4 5,6 5,9

3203465

2

EEEFM JESUS

CRISTO REI 3,1 3,5 3,1 3,3 3,5 3,9 4,3 4,6 4,8 5,1

3203467

9

EEEFM JOAO

CRISOSTOMO

BELESA

2,8 3,9 2,8 3,0 3,2 3,6 4,0 4,3 4,5 4,8

3203474

1

EEEF

MARIANO

FIRME DE

SOUZA

3,6 3,1 3,7 3,8 4,1 4,5 4,9 5,1 5,4 5,6

3203478

4

EEEF NOSSA

SENHORA

APARECIDA

- 2,5 - 2,8 3,1 3,5 3,9 4,1 4,4 4,7

3203481

4

EEEF

PRESIDENTE

CASTELO

BRANCO

3,5 3,2 3,6 3,7 4,0 4,4 4,8 5,0 5,3 5,5

3203485

7

EEEFM PROF

MARIA

PENEDO

2,7 3,1 2,8 2,9 3,2 3,6 4,0 4,2 4,5 4,8

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128

3203492

0

EEEF

STELLITA

RAMOS

2,6 3,5 2,6 2,7 3,0 3,4 3,8 4,1 4,3 4,6

3203495

4

EEEFM

THEODOMIRO

RIBEIRO

COELHO

3,3 3,5 3,3 3,4 3,7 4,1 4,5 4,8 5,0 5,3

3203499

7

EEEF ZAIRA

MANHAES DE

ANDRADE

2,7 2,6 2,8 2,9 3,2 3,6 4,0 4,2 4,5 4,8

3203500

4

EEEFM

ALZIRA

RAMOS

3,3 3,1 3,3 3,4 3,7 4,1 4,5 4,8 5,0 5,3

3203501

2

EEEFM ARY

PARREIRAS 3,8 3,9 3,8 3,9 4,2 4,6 5,0 5,2 5,5 5,7

3203502

0

EEEFM DR

AFONSO

SCHWAB

4,4 4,0 4,4 4,6 4,9 5,2 5,6 5,8 6,1 6,3

3203503

9

EEEFM

HUNNEY

EVEREST

PIOVESAN

3,0 3,4 3,0 3,2 3,4 3,8 4,2 4,5 4,7 5,0

3203506

3

EEEFM PROFª

MARIA DE

LOURDES

SANTOS

SILVA

2,6 3,6 2,7 3,0 3,4 3,9 4,3 4,6 4,9 5,1

3203508

0

EEEFM PROF

JOAQUIM

BARBOSA

QUITIBA

2,6 3,3 2,7 2,8 3,2 3,6 4,0 4,3 4,6 4,8

3203509

8

EEEFM PROF

JOSE LEAO

NUNES

3,1 3,7 3,2 3,3 3,6 4,0 4,4 4,6 4,9 5,2

3206487

0

EEEFM ROSA

MARIA REIS 2,3 2,6 2,5 2,8 3,2 3,7 4,2 4,5 4,7 5,0

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129

3207344

5

EEEFM

MARACANA 3,8 3,6 3,8 4,0 4,3 4,7 5,0 5,3 5,5 5,8

3207641

0

EEEFM DR

JOSE MOYSES 3,2 3,4 3,2 3,3 3,6 4,0 4,4 4,7 4,9 5,2

Municipa

l

3203365

6

EMEF

LAURINDA

PEREIRA

NASCIMENTO

- 2,4 - 2,6 2,8 3,2 3,6 3,8 4,1 4,4

3203385

0

EMEF MARIA

GUILHERMIN

A DE CASTRO

- 3,1 - 3,3 3,6 4,0 4,3 4,6 4,9 5,1

3203387

7

EMEF

MARTIM

LUTERO

2,5 2,8 2,6 2,8 3,1 3,6 4,0 4,2 4,5 4,8

3203390

7

EMEF

PRESIDENTE

COSTA E

SILVA

- 2,6 - 2,8 3,0 3,4 3,8 4,1 4,4 4,6

3203446

6

EMEF JARDIM

CAMPO

GRANDE

2,4 3,4 2,5 2,8 3,2 3,7 4,2 4,4 4,7 5,0

3203449

0

EMEF JARDIM

BOTANICO 2,9 2,6 2,9 3,0 3,3 3,7 4,1 4,3 4,6 4,9

3203450

4

EMEF VILA

PROGRESSO 3,3 3,2 3,3 3,4 3,7 4,1 4,5 4,8 5,0 5,3

3203451

2

EMEF VILA

RICA - 2,5 - 2,7 2,9 3,3 3,7 4,0 4,2 4,5

3203455

5

EMEF

ANGELO ZANI 4,0 3,2 4,0 4,2 4,4 4,8 5,2 5,4 5,7 5,9

3203460

1

EMEF

FERDINANDO

SANTORIO

- 2,0 - 2,2 2,4 2,8 3,2 3,5 3,7 4,0

3203466

0

EMEF JOANA

MARIA DA

SILVA

- 1,8 - 2,2 2,6 3,1 3,5 3,8 4,1 4,3

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130

3203470

9

EMEF LUZBEL

PRETTI 2,6 2,4 2,6 2,7 3,0 3,4 3,8 4,0 4,3 4,6

3203471

7

EMEF

MANOEL

MELO

SOBRINHO

4,6 4,3 4,6 4,8 5,0 5,4 5,8 6,0 6,2 6,4

3203479

2

EMEF

OLIVEIRA

CASTRO

3,6 4,6 3,6 3,8 4,0 4,4 4,8 5,1 5,3 5,6

3203482

2

EMEF

PROFESSOR

CERQUEIRA

LIMA

- 4,2 - 4,4 4,7 5,1 5,4 5,7 5,9 6,2

3203486

5

EMEF REIS

MAGOS 3,4 2,9 3,4 3,5 3,8 4,2 4,6 4,9 5,1 5,4

3203487

3

EMEF

RENASCER 2,7 2,2 2,7 2,9 3,1 3,5 3,9 4,2 4,4 4,7

3203488

1

EMEF ROSA

DA PENHA 3,9 4,2 3,9 4,0 4,3 4,7 5,1 5,3 5,6 5,8

3203489

0

EMEF SANTA

IZABEL 3,4 3,1 3,4 3,6 3,8 4,2 4,6 4,9 5,1 5,4

3203491

1

EMEF

STELIDA DIAS 3,9 3,6 3,9 4,1 4,3 4,7 5,1 5,3 5,6 5,8

3203493

8

EMEF

TANCREDO

DE ALMEIDA

NEVES

2,1 2,3 2,2 2,4 2,8 3,2 3,7 3,9 4,2 4,5

3203498

9

EMEF VISTA

MAR 4,6 3,6 4,6 4,8 5,0 5,4 5,8 6,0 6,2 6,4

3203504

7

EMEF JOAO

PEDRO DA

SILVA

3,1 2,7 3,1 3,2 3,5 3,9 4,3 4,6 4,8 5,1

3203510

1

EMEF TALMA

SARMENTO

DE MIRANDA

3,5 3,3 3,5 3,7 3,9 4,3 4,7 5,0 5,2 5,5

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131

3203511

0

EMEF

TERFINA

ROCHA

FERREIRA

2,8 2,9 2,8 3,0 3,2 3,6 4,0 4,3 4,5 4,8

3206478

0

EMEF PADRE

GABRIEL

ROGER MAIRE

3,0 2,8 3,0 3,2 3,4 3,8 4,2 4,5 4,7 5,0

3206939

1

EMEF

ANTARIO

ALEXANDRE

THEODORO

FILHO

4,7 3,8 4,8 4,9 5,2 5,5 5,9 6,1 6,3 6,5

3207353

4

EMEF

DEOCLECIAN

O F DA

VITORIA

- 2,9 - 3,1 3,4 3,8 4,1 4,4 4,7 4,9

3207959

1

EMEF EUVIRA

BENEDITA

CARDOSO DA

SILVA

- 3,8 - 4,0 4,3 4,7 5,0 5,3 5,5 5,8

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132

ANEXO II

Tabela 1. NOTAS NA PROVA BRASIL DO ENSINO FUNDAMENTAL (4ª SÉRIE) POR REDE

DE ENSINO – 2005/2007

CARIACICA / ES

NOTAS NA PROVA BRASIL DO ENSINO FUNDAMENTAL (ATÉ A 4ª SÉRIE) POR MUNICÍPIO E

REDE DE ENSINO – 2005 / 2007 - CARIACICA / ES

Município Rede

Nota Prova Brasil - 2005 Nota Prova Brasil - 2007

Matemática Língua

Portuguesa

Nota Média

Padronizada

(N)

Matemática Língua

Portuguesa

Nota Média

Padronizada

(N)

CARIACICA

Estadual 174,40 168,60 4,36 188,48 173,95 4,72

Municipal 172,80 167,40 4,31 186,35 170,13 4,61

Pública 173,80 168,00 4,33 187,14 171,55 4,65

Tabela 2. NOTAS NA PROVA BRASIL DO ENSINO FUNDAMENTAL (ATÉ A 4ª SÉRIE)

2005 e 2007 Cariacica / ES

NOTAS NA PROVA BRASIL DO ENSINO FUNDAMENTAL (ATÉ A 4ª SÉRIE) - 2005 E 2007 - Cariacica

Rede

Código

da

Escola

Escola

Nota Prova Brasil - 2005 Nota Prova Brasil - 2007

Matemá-

tica

Língua

Portu-

guesa

Nota

Média

Padroni-

zada (N)

Matemá-

tica

Língua

Portu-

guesa

Nota

Média

Padroni-

zada (N)

Estadual

32033753 EEEF DR SOUZA

ARAUJO - - - 160,70 152,59 3,81

32033788 EEEF EULALIA

MOREIRA 160,54 160,99 3,95 178,51 169,93 4,46

32033796 EEEFM MARIA DE

LOURDES POYARES 158,44 153,55 3,78 187,22 179,82 4,81

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133

LABUTO

32033800 EEEF GENERAL

TIBURCIO 180,55 175,90 4,61 184,99 169,59 4,58

32033826

EEEF JOSE

RODRIGUES

COUTINHO

165,65 162,23 4,07 173,44 153,35 4,06

32033842

EEEF MANOEL

PASCHOAL DE

OLIVEIRA

167,22 158,16 4,03 194,47 180,60 4,96

32033915 EEEF PRESIDENTE

MEDICI 148,49 144,53 3,43 174,86 169,12 4,38

32033931 EEEF PROF

AUGUSTO LUCIANO - - - 196,61 170,10 4,81

32033958 EEEF TEOTONIO

BRANDAO VILELA 166,51 164,87 4,14 162,87 148,74 3,78

32034458 EEEF CASTELO

BRANCO - - - 175,14 171,82 4,43

32034563 EEEF ANTONIO

ESTEVES 186,91 184,49 4,89 181,02 171,24 4,53

32034580 EEEF CELESTINO DE

ALMEIDA - - - 180,55 172,19 4,54

32034610 EEEF GLADISTON

REGIS BARBOSA 172,67 164,07 4,24 202,45 163,23 4,80

32034644 EEEF JARDIM FELIZ 179,11 173,67 4,54 196,82 178,74 4,97

32034652 EEEFM JESUS

CRISTO REI 186,93 182,51 4,85 196,03 186,21 5,09

32034687 EEEF JOSE MARIA

FERREIRA 185,13 177,46 4,72 187,49 174,13 4,71

32034741 EEEF MARIANO

FIRME DE SOUZA 177,45 171,29 4,46 194,39 180,69 4,96

32034784

EEEF NOSSA

SENHORA

APARECIDA

169,75 169,46 4,28 190,83 180,24 4,88

32034814 EEEF PRESIDENTE 165,33 157,38 3,98 178,73 164,78 4,37

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134

CASTELO BRANCO

32034830

EEEF PROF

AUGUSTO

CARVALHO

187,01 178,84 4,78 202,62 189,33 5,27

32034920 EEEF STELLITA

RAMOS 161,07 153,63 3,83 195,41 176,01 4,89

32034962 EEEF TIRADENTES 180,87 178,41 4,66 199,34 185,40 5,14

32034970 EEEF VENTINO DA

COSTA BRANDAO 169,21 174,89 4,37 188,72 178,14 4,80

32034997

EEEF ZAIRA

MANHAES DE

ANDRADE

178,11 162,09 4,31 171,76 163,90 4,22

32035063

EEEFM PROFª MARIA

DE LOURDES

SANTOS SILVA

- - - 208,93 201,62 5,62

32035241 EEEF PAUTILA R

XAVIER - - - 209,45 191,46 5,44

32064870 EEEFM ROSA MARIA

REIS 177,41 158,73 4,24 183,45 157,87 4,34

32067771 EEEF PROF MARIUZA

SECHIN 184,39 176,41 4,69 187,82 163,78 4,53

Municipal

32033656

EMEF LAURINDA

PEREIRA

NASCIMENTO

177,39 172,59 4,49 176,09 163,76 4,30

32033729

EMEF ANTONIO

COUTINHO

OLIVEIRA

159,39 155,18 3,83 179,79 158,75 4,28

32033770 EMEF ELISA LEAL

BEZERRA 158,80 157,02 3,85 182,79 163,06 4,42

32033850

EMEF MARIA

GUILHERMINA DE

CASTRO

- - - 177,02 164,90 4,34

32033877 EMEF MARTIM

LUTERO 155,73 145,57 3,58 155,23 136,05 3,40

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135

32033885

EMEF HEMOGENIA

MARIA DA

CONCEICAO

199,48 186,70 5,17 182,64 163,47 4,42

32033907 EMEF PRESIDENTE

COSTA E SILVA 159,84 159,35 3,91 168,16 157,31 4,03

32033982 EMEF VIENNA

ROSETTI GUTERRES 166,76 166,65 4,18 181,57 169,19 4,51

32034270

EMEF VIRGILIO

FRANCISCO

SCHWAB

180,51 176,97 4,63 199,73 185,81 5,15

32034466 EMEF JARDIM

CAMPO GRANDE 170,64 168,77 4,29 170,57 161,75 4,16

32034482 EMEF ITAPEMIRIM 183,93 173,02 4,62 195,61 171,12 4,81

32034490 EMEF JARDIM

BOTANICO 167,67 158,35 4,04 176,89 163,64 4,32

32034504 EMEF VILA

PROGRESSO 154,01 147,70 3,59 177,95 160,79 4,28

32034512 EMEF VILA RICA 175,02 176,06 4,51 195,04 181,10 4,98

32034539 EMEF ALVARO

ARMELONI 174,67 165,77 4,31 190,69 172,97 4,75

32034547 EMEF AMENOPHIS

DE ASSIS 188,14 186,01 4,94 187,28 170,08 4,63

32034555 EMEF ANGELO ZANI - - - 176,46 143,53 3,94

32034598 EMEF NILTON

GOMES 184,34 184,68 4,84 198,40 182,15 5,06

32034601 EMEF FERDINANDO

SANTORIO 183,20 182,49 4,78 209,52 185,55 5,34

32034628 EMEF IRACY GOBBI 179,15 175,49 4,57 196,82 185,35 5,09

32034660 EMEF JOANA MARIA

DA SILVA 164,79 154,85 3,92 181,49 164,42 4,42

32034695 EMEF JOCARLY

GOMES SALLES 188,81 178,67 4,82 206,13 188,94 5,33

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136

32034709 EMEF LUZBEL

PRETTI 149,82 146,82 3,49 190,85 163,56 4,58

32034717 EMEF MANOEL

MELO SOBRINHO 187,54 187,28 4,95 203,87 185,56 5,23

32034733 EMEF MARIA PAIVA 180,67 178,95 4,67 202,48 196,10 5,39

32034750 EMEF JONES DOS

SANTOS NEVES 180,36 159,19 4,30 180,12 166,27 4,42

32034768 EMEF MARILIA

REZENDE COUTINHO 176,48 172,42 4,47 193,28 173,96 4,82

32034776 EMEF NOVA

VALVERDE 160,95 153,66 3,83 183,17 166,09 4,48

32034792 EMEF OLIVEIRA

CASTRO 198,75 185,52 5,13 179,02 165,62 4,39

32034806 EMEF PEDRO

VENTURIN 184,92 191,99 4,98 201,46 188,71 5,24

32034822 EMEF PROFESSOR

CERQUEIRA LIMA 190,61 186,20 4,99 217,86 201,04 5,78

32034865 EMEF REIS MAGOS 166,42 153,96 3,94 181,82 170,97 4,54

32034873 EMEF RENASCER 155,53 149,95 3,66 175,23 153,45 4,10

32034881 EMEF ROSA DA

PENHA - - - 205,75 186,31 5,28

32034890 EMEF SANTA IZABEL 169,88 162,81 4,17 174,08 160,72 4,21

32034903 EMEF SAO JORGE 167,63 162,77 4,12 185,96 168,24 4,57

32034911 EMEF STELIDA DIAS 192,66 193,32 5,16 199,24 183,38 5,10

32034938 EMEF TANCREDO DE

ALMEIDA NEVES 164,37 164,35 4,09 180,88 168,77 4,48

32034989 EMEF VISTA MAR 183,78 172,64 4,61 186,38 172,08 4,65

32035110 EMEF TERFINA

ROCHA FERREIRA 182,19 171,45 4,56 187,62 170,19 4,64

32064780 EMEF PADRE

GABRIEL ROGER 162,37 153,78 3,86 170,26 163,67 4,19

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137

MAIRE

32064810 EMEF PADRE

ANTHONIUS LUTE 168,37 157,87 4,05 187,12 161,92 4,48

32064829 EMEF HILDA

SCARPINO 186,85 166,81 4,56 - - -

32067402 EMEF OLIVINO

ROCHA 160,34 152,43 3,80 190,11 161,48 4,53

32073097 EMEF FLOR DO

CAMPO 190,14 189,12 5,03 198,79 182,12 5,07

32073534 EMEF DEOCLECIANO

F DA VITORIA - - - 178,46 165,84 4,39

32074654 EMEF AGUSTINHA

MUNIZ DE OLIVEIRA 168,01 156,39 4,01 183,81 169,33 4,55

32074662 EMEF SAO JOAO

CRISOSTOMO - - - 167,47 155,43 3,99

32077424 EMEF CLEILZA

AMARAL VAZ - - - 181,93 169,70 4,52

32079591

EMEF EUVIRA

BENEDITA CARDOSO

DA SILVA

- - - 179,39 163,13 4,35

Tabela 3. NOTAS NA PROVA BRASIL DO ENSINO FUNDAMENTAL (5ª A 8ª SÉRIES) - 2005

E 2007 - Cariacica / ES

NOTAS NA PROVA BRASIL DO ENSINO FUNDAMENTAL (5ª A 8ª SÉRIES) - 2005 E 2007

Cariacica / ES

Rede

Código

da

Escola

Escola

Nota Prova Brasil - 2005 Nota Prova Brasil - 2007

Matemá

-

tica

Língua

Portugues

a

Nota

Média

Padroni

-

zada

(N)

Matemátic

a

Língua

Portugues

a

Nota

Média

Padroni

-

zada

(N)

Estadual 3203374 EEEFM CEL 237,04 229,34 4,44 229,45 217,33 4,11

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138

5 OLIMPIO

CUNHA

3203378

8

EEEF

EULALIA

MOREIRA

224,06 212,45 3,94 222,86 215,42 3,97

3203379

6

EEEFM

MARIA DE

LOURDES

POYARES

LABUTO

215,94 205,18 3,69 233,16 227,62 4,35

3203382

6

EEEF JOSE

RODRIGUES

COUTINHO

240,47 221,61 4,37 208,36 210,91 3,65

3203394

0

EEEFM

SATURNINO

RANGEL

MAURO

235,12 232,82 4,47 226,19 219,30 4,09

3203401

6

EEEFM ANA L

BALESTRERO 221,22 201,69 3,72 216,11 206,63 3,71

3203404

0

EEEFM SAO

JOAO

BATISTA

213,46 202,20 3,59 232,69 213,77 4,11

3203463

6

EEEFM

ITAGIBA

ESCOBAR

- - - 233,37 228,68 4,37

3203465

2

EEEFM JESUS

CRISTO REI 234,13 228,10 4,37 238,94 233,64 4,54

3203467

9

EEEFM JOAO

CRISOSTOMO

BELESA

229,29 208,70 3,97 248,96 238,64 4,79

3203474

1

EEEF

MARIANO

FIRME DE

SOUZA

235,76 222,65 4,31 231,88 220,66 4,21

3203478

4

EEEF NOSSA

SENHORA - - - 227,13 219,36 4,11

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139

APARECIDA

3203481

4

EEEF

PRESIDENTE

CASTELO

BRANCO

241,00 225,17 4,44 234,71 222,65 4,29

3203485

7

EEEFM PROF

MARIA

PENEDO

237,23 212,29 4,16 230,63 226,05 4,28

3203492

0

EEEF

STELLITA

RAMOS

228,07 212,48 4,01 224,95 216,61 4,03

3203495

4

EEEFM

THEODOMIRO

RIBEIRO

COELHO

238,35 217,99 4,27 231,76 223,67 4,26

3203499

7

EEEF ZAIRA

MANHAES DE

ANDRADE

219,09 197,29 3,61 219,81 217,52 3,96

3203500

4

EEEFM

ALZIRA

RAMOS

219,95 212,52 3,87 230,16 217,43 4,13

3203501

2

EEEFM ARY

PARREIRAS 249,47 237,00 4,77 241,62 231,23 4,55

3203502

0

EEEFM DR

AFONSO

SCHWAB

249,39 237,44 4,78 259,64 245,23 5,08

3203503

9

EEEFM

HUNNEY

EVEREST

PIOVESAN

250,34 225,43 4,60 236,89 225,77 4,38

3203506

3

EEEFM PROFª

MARIA DE

LOURDES

SANTOS

SILVA

243,81 242,74 4,78 259,03 241,10 5,00

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140

3203508

0

EEEFM PROF

JOAQUIM

BARBOSA

QUITIBA

238,10 220,94 4,32 235,71 221,01 4,28

3203509

8

EEEFM PROF

JOSE LEAO

NUNES

225,71 218,86 4,08 247,25 234,63 4,70

3206487

0

EEEFM ROSA

MARIA REIS 248,87 226,34 4,59 226,14 199,92 3,77

3207344

5

EEEFM

MARACANA 240,30 230,29 4,51 226,93 217,16 4,07

3207641

0

EEEFM DR

JOSE MOYSES 233,64 221,79 4,26 231,32 227,16 4,31

Municipa

l

3203365

6

EMEF

LAURINDA

PEREIRA

NASCIMENTO

- - - 199,54 214,59 3,57

3203385

0

EMEF MARIA

GUILHERMIN

A DE CASTRO

- - - 226,47 220,30 4,11

3203387

7

EMEF

MARTIM

LUTERO

237,66 215,66 4,22 212,54 196,03 3,48

3203390

7

EMEF

PRESIDENTE

COSTA E

SILVA

- - - 209,87 197,89 3,46

3203446

6

EMEF JARDIM

CAMPO

GRANDE

235,56 235,23 4,51 224,95 216,99 4,03

3203449

0

EMEF JARDIM

BOTANICO 230,63 224,14 4,25 211,07 204,01 3,58

3203450

4

EMEF VILA

PROGRESSO 216,79 203,90 3,68 219,58 223,42 4,05

3203451

2

EMEF VILA

RICA - - - 217,71 202,22 3,67

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141

3203455

5

EMEF

ANGELO ZANI 238,49 218,35 4,28 215,99 219,07 3,92

3203460

1

EMEF

FERDINANDO

SANTORIO

- - - 204,01 188,00 3,20

3203466

0

EMEF JOANA

MARIA DA

SILVA

- - - 200,64 216,29 3,62

3203470

9

EMEF LUZBEL

PRETTI 212,92 197,22 3,50 212,75 208,58 3,69

3203471

7

EMEF

MANOEL

MELO

SOBRINHO

254,36 236,84 4,85 244,94 233,23 4,64

3203479

2

EMEF

OLIVEIRA

CASTRO

231,70 229,14 4,35 259,25 233,37 4,88

3203482

2

EMEF

PROFESSOR

CERQUEIRA

LIMA

- - - 248,68 235,37 4,73

3203486

5

EMEF REIS

MAGOS 229,54 212,72 4,04 219,60 206,64 3,77

3203487

3

EMEF

RENASCER 212,34 207,08 3,66 211,41 209,50 3,68

3203488

1

EMEF ROSA

DA PENHA 232,55 230,69 4,39 249,95 223,43 4,56

3203489

0

EMEF SANTA

IZABEL 222,15 214,94 3,95 223,13 223,43 4,11

3203491

1

EMEF

STELIDA DIAS 230,90 208,16 3,98 217,46 232,77 4,17

3203493

8

EMEF

TANCREDO

DE ALMEIDA

NEVES

221,44 206,95 3,81 214,18 216,66 3,85

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142

3203498

9

EMEF VISTA

MAR 251,53 240,81 4,87 232,23 212,17 4,07

3203504

7

EMEF JOAO

PEDRO DA

SILVA

231,03 217,41 4,14 215,34 198,63 3,57

3203510

1

EMEF TALMA

SARMENTO

DE MIRANDA

245,48 228,44 4,57 238,40 223,70 4,37

3203511

0

EMEF

TERFINA

ROCHA

FERREIRA

230,69 216,59 4,12 224,77 215,22 4,00

3206478

0

EMEF PADRE

GABRIEL

ROGER

MAIRE

213,99 190,12 3,40 209,36 194,24 3,39

3206939

1

EMEF

ANTARIO

ALEXANDRE

THEODORO

FILHO

255,58 243,20 4,98 241,27 223,23 4,41

3207353

4

EMEF

DEOCLECIAN

O F DA

VITORIA

- - - 209,58 195,17 3,41

3207959

1

EMEF EUVIRA

BENEDITA

CARDOSO DA

SILVA

- - - 232,83 215,50 4,14