editorial hÁbito de poupar avanÇa no paÍs e … · vgbl está em processo de aprovação. ... re...

4
SINDICATO DAS SEGURADORAS DE SÃO PAULO ANO 9 | NÚMERO 55 | JUN/JUL/AGO 2015 O CRESCIMENTO, APESAR DA CRISE Pesquisas apontam um enorme potencial para o desenvolvimento da previdência privada. E, como comprovam a reporta- gem de abertura dessa edição e a entre- vista publicada na página 2, esse poten- cial vem sendo bem explorado. Em anos de bonança ou de vacas magras, como o que estamos vivendo, o fato é que a in- dústria dos seguros tem contribuído para fazer com que o brasileiro aprenda a pou- par e a planejar o seu futuro. Paralelamente, o segmento de resse- guros segue a sua trajetória de transfor- mações. Depois da quebra, em 2008, do monopólio que desfrutava desde os anos 30 do século passado, o IRB Brasil cami- nha agora para a realização de uma oferta pública inicial de ações (IPO). Como mos- tra reportagem na página 3, a operação deverá proporcionará diferentes desdo- bramentos para os agentes relacionados. É indiscutível, entretanto, que a entrada do IRB Brasil RE na BM&FBovespa de- verá proporcionar uma melhoria da sua governança, conferindo maior solidez à resseguradora, que é o maior player des- te segmento. Boa leitura! Mauro Batista Presidente EDITORIAL NOTÍCIAS SINDSEGSP 1 HÁBITO DE POUPAR AVANÇA NO PAÍS E MOVIMENTA A PREVIDÊNCIA PRIVADA O s resultados de pesquisas recen- tes convergem para um mesmo veredito, apesar da diferença en- tre os seus números finais. Levantamento da Federação Nacional de Previdência Pri- vada e Vida (Fenaprevi) aponta que 68% dos lares não se preocupam em reservar parte dos rendimentos para a poupança. Focada no mesmo objetivo, sondagem feita pelo Serviço de Proteção ao Crédi- to (SPC Brasil), em parceria com o portal Meu Bolso Feliz, mostra que a maioria dos consumidores (57%) não se prepara finan- ceiramente para a aposentadoria. Mas, naquilo que aparenta ser uma enorme la- cuna a ser preenchida, a indústria segura- dora vislumbra um imenso potencial para o crescimento da previdência privada, um filão que já vem sendo explorado de for- ma crescente. “A previdência privada tem um enorme espaço para crescimento no país”, diz Osvaldo Nascimento, presiden- te da FenaPrevi. Os números da pesqui- sa identificam esse potencial: 21% dos entrevistados manifestaram interesse em adquirir um plano de previdência comple- mentar. Além deles, outros 16% informa- ram que pensam em iniciar os investimen- tos nos próximos cinco anos e, 5%, nos próximos 12 meses. SEGMENTO EM EXPANSÃO Os últimos números disponíveis das ven- das deste segmento apontam para uma expansão. As contribuições feitas por titu- lares de planos abertos de caráter previ- denciário somaram R$ 9 bilhões em março de 2015. No mesmo mês do ano anterior, a captação foi de R$ 5,8 bilhões. “O cres- cimento acentuado das contribuições aos planos de previdência aberta e seguros com cobertura de sobrevivência já mostra que os brasileiros começam a perceber a importância de poupar”, atesta Natalie Hurtado, chefe da Secretaria- -Geral da Superintendência de Seguros Privados (Su- sep). Natalie acrescenta que “os benefícios da previdência social estão se tornando cada vez menos capazes de garantir a tran- quilidade financeira após a fase laborativa, obrigando as pessoas a buscarem alternati- vas previdenciárias para suprir a lacuna que está se abrindo”. A executiva da Susep considera, contudo, que ainda há um longo caminho a se percorrer no sen- tido de conscientizar as pessoas em relação à necessidade de um planeja- mento previdenciário. A sondagem da Fenaprevi mostra que é grande o desconhecimento em relação ao assunto: apenas 22% da amostra declara- ram conhecer algo sobre previdência priva- da. A modalidade com maior penetração na população ainda é a velha caderneta de poupança, mencionada por 85% dos respondentes. De acordo com Natalie, momentos de retração econômica como o que o país atravessa têm o poder de propiciar decisões dos consumidores em favor da poupança, já que são acompa- nhados de grandes incertezas em relação ao futuro. Natalie revela também que a própria Susep está envolvida nos esfor- ços no sentido de estimular a poupança, seja participando de iniciativas destinadas a incentivar a educação financeira, seja colocando o “laboratório de produtos” criado pela atual gestão a serviço da am- pliação do leque de instrumentos dispo- níveis no mercado para essa finalidade. “No segmento de previdência, a Susep vem trabalhando muito num produto que permitirá que o segurado acumule recursos durante a vida ativa para auxiliar no pagamento das mensalidades do plano privado de assistência à saúde nas idades mais avançadas, quando o custo fica, ex- pressivamente, mais alto”, disse Natalie, sem oferecer mais informações so- bre o produto. Osvaldo Nascimento Mauro Batista

Upload: ngoduong

Post on 12-Dec-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

SINDICATO DAS SEGURADORAS DE SÃO PAULO

ANO 9 | N Ú M E R O 5 5 | JUN/JUL/AGO 2015

O CRESCIMENTO,APESAR DA CRISEPesquisas apontam um enorme potencial para o desenvolvimento da previdência privada. E, como comprovam a reporta-gem de abertura dessa edição e a entre-vista publicada na página 2, esse poten-cial vem sendo bem explorado. Em anos de bonança ou de vacas magras, como o que estamos vivendo, o fato é que a in-dústria dos seguros tem contribuído para fazer com que o brasileiro aprenda a pou-par e a planejar o seu futuro. Paralelamente, o segmento de resse-guros segue a sua trajetória de transfor-mações. Depois da quebra, em 2008, do monopólio que desfrutava desde os anos 30 do século passado, o IRB Brasil cami-nha agora para a realização de uma oferta pública inicial de ações (IPO). Como mos-tra reportagem na página 3, a operação deverá proporcionará diferentes desdo-bramentos para os agentes relacionados. É indiscutível, entretanto, que a entrada do IRB Brasil RE na BM&FBovespa de-verá proporcionar uma melhoria da sua governança, conferindo maior solidez à resseguradora, que é o maior player des-te segmento. Boa leitura!

Mauro BatistaPresidente

EDITORIAL

NOTÍCIAS SINDSEGSP 1

HÁBITO DE POUPAR AVANÇA NO PAÍS EMOVIMENTA A PREVIDÊNCIA PRIVADA

Os resultados de pesquisas recen-tes convergem para um mesmo veredito, apesar da diferença en-

tre os seus números fi nais. Levantamento da Federação Nacional de Previdência Pri-vada e Vida (Fenaprevi) aponta que 68% dos lares não se preocupam em reservar parte dos rendimentos para a poupança. Focada no mesmo objetivo, sondagem feita pelo Serviço de Proteção ao Crédi-to (SPC Brasil), em parceria com o portal Meu Bolso Feliz, mostra que a maioria dos consumidores (57%) não se prepara fi nan-ceiramente para a aposentadoria. Mas, naquilo que aparenta ser uma enorme la-cuna a ser preenchida, a indústria segura-dora vislumbra um imenso potencial para o crescimento da previdência privada, um fi lão que já vem sendo explorado de for-ma crescente. “A previdência privada tem um enorme espaço para crescimento no país”, diz Osvaldo Nascimento, presiden-te da FenaPrevi. Os números da pesqui-sa identifi cam esse potencial: 21% dos entrevistados manifestaram interesse em adquirir um plano de previdência comple-mentar. Além deles, outros 16% informa-ram que pensam em iniciar os investimen-tos nos próximos cinco anos e, 5%, nos próximos 12 meses.

SEGMENTO EM EXPANSÃOOs últimos números disponíveis das ven-das deste segmento apontam para uma expansão. As contribuições feitas por titu-

lares de planos abertos de caráter previ-denciário somaram R$ 9 bilhões em março de 2015. No mesmo mês do ano anterior, a captação foi de R$ 5,8 bilhões. “O cres-cimento acentuado das contribuições aos planos de previdência aberta e seguros com cobertura de sobrevivência já mostra que os brasileiros começam a perceber a importância de poupar”, atesta Natalie Hurtado, chefe da Secretaria- -Geral da Superintendência de Seguros Privados (Su-sep). Natalie acrescenta que “os benefícios da previdência social estão se tornando cada vez menos capazes de garantir a tran-quilidade fi nanceira após a fase laborativa, obrigando as pessoas a buscarem alternati-vas previdenciárias para suprir a lacuna que está se abrindo”. A executiva da Susep considera, contudo, que ainda há um longo caminho a se percorrer no sen-tido de conscientizar as pessoas em relação à necessidade de um planeja-mento previdenciário.A sondagem da Fenaprevi mostra que é grande o desconhecimento em relação ao assunto: apenas 22% da amostra declara-ram conhecer algo sobre previdência priva-da. A modalidade com maior penetração na população ainda é a velha caderneta de poupança, mencionada por 85% dos respondentes. De acordo com Natalie, momentos de retração econômica como o que o país atravessa têm o poder de propiciar decisões dos consumidores em favor da poupança, já que são acompa-nhados de grandes incertezas em relação ao futuro. Natalie revela também que a própria Susep está envolvida nos esfor-ços no sentido de estimular a poupança, seja participando de iniciativas destinadas a incentivar a educação fi nanceira, seja colocando o “laboratório de produtos” criado pela atual gestão a serviço da am-pliação do leque de instrumentos dispo-níveis no mercado para essa fi nalidade. “No segmento de previdência, a Susep vem trabalhando muito num produto

que permitirá que o segurado acumule recursos durante a vida ativa para auxiliar no pagamento das mensalidades do plano privado de assistência à saúde nas idades mais avançadas, quando o custo fi ca, ex-pressivamente, mais alto”, disse Natalie, sem oferecer mais informações so-bre o produto.

Osvaldo Nascimento

Mauro Batista

NOTÍCIAS SINDSEGSP

EDUARDO FREITASDIRETOR-GERAL DE PREVIDÊNCIA E SAÚDE DA MAPFRE

ENTREVISTA

Poupar é considerado por muitos eco-nomistas e especialistas um eterno desafi o para o Brasil, seja quando se

dirige o foco para o dia a dia das famílias, seja quando se analisa a necessidade de poupança como fonte de fi nanciamento para grandes empreendimentos de longo prazo, como os necessários para se elimi-nar, por exemplo, os enormes gargalos existentes em infraestrutura. Mas, ainda que a economia tenha sido movida, nos últimos anos, por uma grande expansão do consumo, há sinais claros de que a poupança ganha espaço cada vez mais consistente no cotidiano das pessoas. Uma dessas evidências, na visão do dire-tor- geral de Previdência e Saúde da Ma-pfre, Eduardo Freitas, é o próprio fato de a indústria seguradora se manter em rota de crescimento, mesmo com a economia em desaceleração. Na entrevista a seguir, Freitas opina sobre o assunto:

Notícias SindsegSP: A indústria segura-dora tem apresentado um crescimento sempre acima do nível registrado pela economia brasileira. Podemos conferir essa expansão também à melhoria da per-cepção do brasileiro em relação à necessi-dade de poupar mais?Eduardo Freitas: Sim, o tema Previdência Social está em alta nos veículos de comu-nicação, destacando mudanças que impac-tam nos valores desses benefícios e nos prazos para garantir estes direitos. Ou seja, estas informações despertam na popula-ção o interesse em planejar melhor o seu próprio futuro fi nanceiro. E a Previdência Privada é uma das melhores ferramentas para investimento de longo prazo no Brasil.NS: Na sua visão, as iniciativas adotadas até o momento em diferentes frentes, no

sentido de melhorar a educação fi nanceira da população, têm surtido efeito?Eduardo Freitas: Sim, percebemos esta melhora quando analisamos o crescimento do patrimônio das carteiras. Em 2015, esse crescimento foi de 19,05%, na comparação com o mesmo período de 2014, de acordo com os dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi).NS: Tivemos recentemente, em 2013, um cenário de queda da rentabilidade dos produtos de previdência, o que levou a muitos clientes a desistirem de seus inves-timentos em previdência privada. A vola-tilidade da economia é um grande obstá-culo para o desenvolvimento da cultura da previdência no País?Eduardo Freitas: Sim, os fatores econô-micos infl uenciam diretamente nos in-vestimentos fi nanceiros, principalmente investimentos de longo prazo. Qualquer instabilidade econômica provoca impac-tos na percepção e no humor dos inves-tidores. No ano de 2013, a regulamenta-ção dos planos de previdência alongou as carteiras dos fundos, causando um mo-vimento de adequação das gestoras ao novo cenário. Essa mudança se refl etiu na performance de alguns fundos. Vários fun-dos de previdência aberta de renda fi xa, PGBLs e VGBLs apresentaram perdas por conta do alongamento forçado dos prazos de suas aplicações, determinado pelo go-verno. Esse movimento provocou o uma onda de resgates nas carteiras de renda fi xa como nunca havia ocorrido antes no mercado de previdência aberta.NS: A indústria seguradora tem adotado iniciativas com o objetivo de estimular a previdência privada?Eduardo Freitas: Sim, com o aumento da longevidade dos brasileiros, as segurado-

ras destacam a importância de se planejar para vencer um grande desafi o: viver mais e viver melhor. O desenvolvimento e aprimora-mento dos produtos disponíveis, a redução das taxas, a ampliação do portfólio dos fun-dos e as regras comerciais mais acessíveis são algumas das iniciativas adotadas neste mer-cado para atrair e estimular mais participantes a cada dia.NS: Como o senhor vê o VGBL Saúde? Há outros produtos na forma neste momento?Eduardo Freitas: A legislação relativa ao VGBL está em processo de aprovação. Estão sendo avaliados os pontos relacionados com incentivo fi scal e as maneiras efetivas de uti-lização destas vantagens. Outro ponto que está sendo objeto de análise são as formas de monitoramento e de cruzamento destas informações com os órgãos controladores.NS: Um cenário de economia mais retraída contribui ou representa um obstáculo para que as pessoas possam poupar?Eduardo Freitas: De uma certa forma contri-bui, pois todo momento de incerteza econô-mica paralisa os investimentos em produção. Com isso, as pessoas tendem a se precaver e a poupar para eventuais adversidades que possam ocorrer, gerando um movimento positivo que contribui para o crescimento do mercado de investimentos.NS: Uma reforma na Previdência contribuiria para elevar a poupança no Brasil?Eduardo Freitas: A Previdência Social é im-pactada por vários fatores: a queda do cres-cimento demográfi co, o envelhecimento da população, o fator previdenciário e outros. Estas incertezas e discussões constantes so-bre o tema são de interesse da população economicamente ativa e é este público que a cada dia mais busca informações sobre as possibilidades e melhores maneiras para pla-nejar o seu futuro fi nanceiro.

POUPANÇA GANHA ESPAÇONA VIDA DO BRASILEIROEduardo Freitas

A Previdência Privada é uma das melhores ferramentas para investimento em

longo prazo no Brasil.

2

RESSEGURO

REPORTAGEM

O anunciado processo de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do IRB Brasil RE, a

maior resseguradora do País, deverá proporcionar diferentes resultados em diferentes frentes. Para o próprio IRB Brasil RE, conforme declarou à impren-sa em março o presidente da compa-nhia, Leonardo Paixão, o IPO deverá proporcionar capital para impulsionar uma estratégia de expansão da com-panhia pela América Latina e África, ampliando os seus domínios, que hoje correspondem a quase 50% do mercado brasileiro, mas se restringem ao território nacional. Para o governo brasileiro, maior acionista da empresa, com 27% de participação, a operação representa uma oportunidade para obtenção de valiosas receitas, em um momento de forte ajuste fi scal. A ex-pectativa da área econômica, manifes-tada também à imprensa, é a de que a ofertas iniciais de ações do IRB Brasil RE e da Caixa Seguridade resultem em uma receita global de R$ 13 bilhões. Para especialistas e banqueiros, cha-mados pela mídia a opinar sobre a

operação, trata-se de mais um passo de um processo de desestatização da empresa, iniciado em 2010. “O IPO é um passo muito positivo. O mercado segurador brasileiro é subrepresenta-do no mercado de ações da Bovespa. Temos poucas companhias segurado-ras com ações negociadas em bolsa”, complementa Rodrigo Botti, diretor de Finanças e Operações da Terra Bra-sis Resseguros. “Isso é muito salutar, pois ter mais empresas em bolsa signi-fi ca companhias melhor estruturadas, com mais governança”, acrescentou. A operação de abertura de capital do IRB Brasil RE se dará sob um cenário marcado por um crescimento do mer-cado de resseguros no país. “Desde a abertura, em 2008, até o ano passa-do, esse mercado saltou de um total de R$ 3,8 bilhões para R$ 9,1 bilhões, apresentando crescimento de dois dí-gitos nos últimos anos”, afi rma Paulo Pereira, presidente da Federação Na-cional das Empresas de Resseguros (Fenaber). Segundo o levantamento realizado pela Terra Brasis, o volume do mercado brasileiro de resseguros (bruto de comissão) foi de R$ 9,37 bi-lhões no período de 12 meses fi ndos em março de 2015, em comparação com os R$ 8,51 bilhões do mesmo pe-ríodo de 2014. Considerando-se tam-bém o período de 12 meses com tér-mino em março de 2015, o volume de resseguro (bruto de comissão) emitido por resseguradoras Locais foi de R$ 7,05 bilhões - um aumento de 26,2% em relação aos R$ 5,59 bilhões apre-sentados no mesmo período do ano anterior. Houve, ainda, um alto cres-cimento de prêmio proveniente de seguradoras sediadas no exterior para resseguradoras locais brasileiras: no primeiro trimestre de 2015, este volu-me totalizou R$ 76 milhões, frente a R$ 15 milhões do ano anterior, o que re-presenta um aumento de 397%. Mes-

mo atravessando um momento de forte retração da economia, Pereira acredita que o processo de expansão do merca-do continuará. Segundo ele, mesmo sob o efeito paralisante da Operação Lava--Jato, que investiga a ação de um cartel formado pelas maiores empreiteiras em um esquema de corrupção na Petrobras, vários projetos deverão sair do papel. “Temos grandes projetos de infraestrutu-ra que não podem fi car parados, como os que estão relacionados com a realiza-ção das Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016”, destacou Rodrigo Botti que tam-bém prevê a continuidade do crescimen-to no médio prazo. Segundo o executivo da Terra Brasis, o mercado brasileiro con-tinuará atraindo tanto investidores brasi-leiros como de fora do país. “O que está por trás do crescimento são fatores mais seculares ligados ao desenvolvimento do país. Temos uma classe média com maior poder aquisitivo, temos uma pirâmide demográfi ca ajudando o desenvolvimen-to do seguro”, explicou ele. “Temos, por-tanto, as bases para o seguro nacional continuar crescendo a taxas superiores às da expansão do PIB”, acrescentou.

IPO DO IRB BRASIL RE TEM COMOPANO DE FUNDO EXPANSÃO DO SETOR

NOTÍCIAS SINDSEGSP 3

Rodrigo Botti

Paulo Pereira

EXPEDIENTE

NOTÍCIAS SINDSEGSP4

ANTONIO PENTEADO MENDONÇA

ARTIGO

Quando se fala em educação fi nanceira, boa parte das pes-soas imagina apenas a vida bancária e as regras básicas

para administrar os próprios recursos. Administração fi nanceira é muito mais. É aprender a dar conta da vida, seja com dinheiro, especifi camente, seja com outro bem ou produto e seus variados usos. É lógico que a primeira ideia sobre o tema leve para a conta corrente no banco. Se tiver mais do que precisa, aplique a dife-rença na poupança. Se tiver menos, saque da poupança para evitar os juros. E por aí vamos, numa sucessão de situações mais ou menos complexas, nas quais se espera da pessoa que consiga discernir a melhor forma de não comprometer o patrimônio e, se possível, ganhar dinheiro ou pelo menos fi car empatado.A lição começa em casa. A primeira aula é aquela na qual se ensina a criança a não gastar mais do que ganha. Quer dizer, você tem uma mesada, ela tem que durar até a próxima mesada ser paga. E fi ca melhor ainda se sempre sobrar um pouco, que a criança guarda, iniciando um processo de poupança. As primeiras lições são fáceis. A coisa com-plica quando a criança cresce e descobre

O presidente do SindsegSP, Mauro Ba-tista, e o diretor executivo da instituição, Fernando Simões, participaram, em 25 de junho, das homenagens e comemo-rações pela passagem dos 25 anos de história do SindsegSC e dos 91 anos de fundação do Comitê Mixto Paranaense e Santa Catharinense de Seguros. Em 14 de agosto, será a vez da rea-lização das comemorações da longa

trajetória do SindsegRS, que reúne as seguradoras do Rio Grande do Sul. O SindsegRS irá comemorar 120 anos de atividades. A diretoria do SindsegSP estará, com muita honra, representada nas festividades de aniversário da mais longeva das organizações que repre-sentam a indústria do seguro no país. “O SindsegSC tem um papel impor-tante para o desenvolvimento do setor.

Temos orgulho de ter esta entidade como parceira (inclusive na logomarca). Ressal-tamos sua contribuição para a capacita-ção dos profi ssionais do setor, sua dedi-cação à segurança viária e na construção de uma sociedade mais justa e segura”, declarou Mauro Batista, presidente do SindsegSP. “Temos o mesmo respeito em relação ao SindsegRS, que é uma referên-cia histórica para o setor”.

Notícias Sindsegsp é uma publicação do Sindicato das Empresas de Seguros, Resseguros e Capitalização do Estado de São Paulo.Presidente: Mauro Batista Diretor Executivo: Fernando Simões Produção: Néctar Comunicação Corporativa Jornalista responsável: Eugênio Melloni (MTb 19.590) Redação e edição: Eugênio Melloni Fotos: Divulgação

que não existe mais a proteção dos pais, que a vida pega pesado e que não tem jeito de fi car de fora. Só um idiota ou um mentiroso dirá que a vida é fácil. Não há vida fácil. Pode haver vidas menos compli-cadas, mas nunca vida fácil. A educação fi nanceira reforça essa ideia para não jogar o aluno num mar cor de rosa, mas sujeito a fi car negro assim que a primeira onda estoura no rochedo.Neste cenário, baliza-do pelo tempo e pela dinâmica da vida, cada um faz o que pode. E nem sempre a melhor solução é aquela que foi ensina-da na teoria, quando ser herói era fácil e o pai ou a mãe corriam para salvar a crian-ça e espantar os dragões.A gente cresce e os dragões crescem com a gente. Não tem perdão. É assim, sempre foi assim e sempre será assim. Neste cenário, seme-lhante, mas não igual, existe uma série de ameaças e riscos que precisam ser evita-dos ou, pelo menos, minimizados. Exis-tem situações em que a minimização não é total, mas não fazer nada é expor-se a risco desnecessariamente grande, capaz de comprometer o patrimônio da famí-lia ou até a empresa que gera o grosso da renda. Economizar, aplicar bem, não correr riscos desnecessários, não ser am-

bicioso demais, não jogar, não acreditar na sorte, estudar antes, conhecer o tema, fazer com calma, dimensionar os riscos e.... fazer seguro!Estas são as premissas mais impor-tantes de uma boa educação fi nanceira. Como? Fazer seguro não faz parte da recei-ta básica? Faz sim!Seguro não é despesa, é investimento, quem sabe um dos mais sábios que alguém possa fazer. Seguro não existe para indenizar quantias irrisórias ou que não fazem falta. Neste caso, contratar uma apólice é caro. Seguro existe para fazer frente aos riscos capazes de desestabilizar o segurado, seja pessoa natural, seja pessoa jurídica.Neste ponto fi ca claro que conhe-cer seguro é fundamental para uma boa educação fi nanceira. O instituto do seguro é a mais efi ciente ferramenta de proteção social criada pelo homem. Não é por outra razão que, desde a antiga Mesopotâmia, as mais variadas civilizações se valem dele para proteger sua capacidade de atuação e seu patrimônio. Proteger é tão saudável quanto investir. Afi nal, perder tudo pode não depender de você, nem da sua com-petência. Estar no lugar errado, na hora errada pode custar muito caro. Seguro existe para neutralizar a perda ou, pelo menos, minimizar o prejuízo.

LIÇÕES DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

SINDSEGSP PARTICIPA DE BODAS DE OURO DO SINDSEGSCE COMEMORA 120 ANOS DO SINDSEGRS