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Page 1: Editorial entendermos um pouco mais a importância dasinteces.org.br/wp-content/uploads/2015/02/cenario_3.pdf · cerca de 400 empregos diretos e 1.500 indiretos, em pequenas e médias
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Boa par te dos profissionais que recebem a revistaCenário Técnico vai se identificar ainda mais com asmatérias publicadas neste terceiro número. É quereunimos uma série de repor tagens relacionadas aoCentro Federal de Educação Tecnológica do EspíritoSanto (Cefetes) que, sem dúvida, é o principalresponsável pela formação dos técnicos industriais queatuam em terras capixabas.

Instituição de ensino parceira do Sintec-ES, o Cefetescompletou 98 anos no último dia 23 de setembro. Équase um século ocupando a vaga de escola referênciano quesito ensino público gratuito e de qualidade.

Já divulgamos vários avanços do Cefetes, em ediçõesanteriores, como a implantação dos cursos técnicosem ferrovias e de rochas ornamentais. Dessa vez, paraentendermos um pouco mais a impor tância daEd

itor

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educação e de umaformação que vai além deapertar parafusos, publica-mos uma entrevista com oprofessor e diretor geral doCefetes, Téc. Industrial emMecânica Jadir José Pela.

A impor tância do estágioé tema de outra matéria. Nela relatamos como o Cefetescontribui para que seus estudantes entrem com o pédireito no mundo do trabalho. Um breve histórico sobrea Orquestra Pop Jazz do Cefetes, completa a nossahomenagem.

Boa Leitura!

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Parecer TécnicoCartas dos leitores

InstitucionalGT de Meio Ambiente do Confea

Mercado de TrabalhoPetróleo e Gás no Espírito Santo

PerfilTécnicos empreendedores

Entrevista - Jadir José PelaDiretor Geral do Cefetes

JurídicoO alto custo do sobreaviso

Para relaxarOrquestra Pop & Jazz do Cefetes

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Ensino TécnicoA importância do estágio20

22 LegislaçãoLei Nº5.524 e Decreto Nº 90.922

Téc. Ind. em Metalurgia Kepler Daniel S. EduardoTéc. Ind. em Metalurgia Kepler Daniel S. EduardoTéc. Ind. em Metalurgia Kepler Daniel S. EduardoTéc. Ind. em Metalurgia Kepler Daniel S. EduardoTéc. Ind. em Metalurgia Kepler Daniel S. EduardoPresidente do Sintec-ESPresidente do Sintec-ESPresidente do Sintec-ESPresidente do Sintec-ESPresidente do Sintec-ES

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Revista Cenário TécnicoRevista Cenário TécnicoRevista Cenário TécnicoRevista Cenário TécnicoRevista Cenário TécnicoSindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio noSindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio noSindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio noSindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio noSindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio noEstado do Espírito Santo (Sintec-ES)Estado do Espírito Santo (Sintec-ES)Estado do Espírito Santo (Sintec-ES)Estado do Espírito Santo (Sintec-ES)Estado do Espírito Santo (Sintec-ES)Av. N. Srª da Penha, 280, Ed. Praia Center, Sala 204, Praia de SantaHelena, Vitória-ES CEP: 29.055-050Tel.: (27) 3325 0598 Telefax: (27) 3345 [email protected] www.sintec-es.com.br

Presidente:Presidente:Presidente:Presidente:Presidente: Kepler Daniel S. EduardoVVVVVice Price Price Price Price Presidente:esidente:esidente:esidente:esidente: Adir Barbosa da CruzSecretário Geral:Secretário Geral:Secretário Geral:Secretário Geral:Secretário Geral: Marconi Mota do MonteFinanças:Finanças:Finanças:Finanças:Finanças: Heraldo Gonçalves FogosImprensa:Imprensa:Imprensa:Imprensa:Imprensa: André Luiz Barbosa de QueirozAssuntos JAssuntos JAssuntos JAssuntos JAssuntos Jurídicos:urídicos:urídicos:urídicos:urídicos: João Carlos de SouzaFFFFFororororormação Pmação Pmação Pmação Pmação Política:olítica:olítica:olítica:olítica: Bernardino José GomesSuplentes: Miguel Antonio Madeira da Silva Araújo, Juan Carlos PerezMourente, Hideraldo Gomes, Paulo Pinheiro de Almeida, Ângelo RenatoBrambila, Gerson Eli Cruz, Dirlene de Paula ReisConselho Fiscal:Conselho Fiscal:Conselho Fiscal:Conselho Fiscal:Conselho Fiscal: Domingos Sávio Giacomeli, Fabio Luiz GamaPimentel, José de Anchieta ScarduaSuplentes: João Bosco Pinheiro, Cláudio Max Amorim Moreira, Fran-cisco Paulo de Mendonça Uchoa FilhoConsConsConsConsCons..... de R de R de R de R de Reeeeeprprprprpresentantes:esentantes:esentantes:esentantes:esentantes: Aivete Taquete, José R. Baião PassamaiSuplentes: Rodolfo Ribeiro Rocha, Georgino GonçalvesConselho de Delegados Regionais:Conselho de Delegados Regionais:Conselho de Delegados Regionais:Conselho de Delegados Regionais:Conselho de Delegados Regionais: Maurino Fidelis de Oliveira,Irineu Pedro Gujanwski, Joaquim Artur Duarte Branco, Valmir XavierMartins, José Joaquim da Silva Gonçalves, Rônio Linhares de OliveiraSuplentes: Dionísio José Souza Carvalho, Aluyr Carlos Zon Junior,Elianderson Bernardes França, Portugal Sampaio Salles, AloísioCarnielli, Manoel Fernando Moreto

JJJJJororororornalista rnalista rnalista rnalista rnalista responsávesponsávesponsávesponsávesponsável:el:el:el:el:André Taquetti (ES 01642/JP)RRRRReeeeeporporporporpor tatatatatagggggem:em:em:em:em:Márcio Scheppa, Paulo Gois Bastos e Priscilla Thompson.Foto da capa:Foto da capa:Foto da capa:Foto da capa:Foto da capa:Stéferson Faria/Petrobras

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Parabéns!

Gostaria de aproveitar aopor tunidade para parabenizar atoda equipe do Sintec-ES ejornalistas envolvidos na produçãoda nossa revista Cenário Técnico. Aapresentação de temas relevantespara o nosso conhecimento, sejarelativo às organizações eexperiências profissionais, seja umcurso ou treinamento, semprefocados nos interesses dosTécnicos Industriais. Sugiro que sejaavaliada a per tinência de sereservar um espaço para que sejaminformados os principais aspectostratados nas reuniões da direçãodo Sintec.

HérHérHérHérHércules Gomes cules Gomes cules Gomes cules Gomes cules Gomes TTTTTostesostesostesostesostesTécnico Ind. em EletrônicaTécnico Ind. em EletrônicaTécnico Ind. em EletrônicaTécnico Ind. em EletrônicaTécnico Ind. em Eletrônica

Comprometimento

A Cenário Técnico é uma revista queveio mostrar o comprometimentodo Sintec-ES não só com acategoria, mas com toda asociedade. As matérias abordadassão de assuntos atuais e deinteresse de toda classetrabalhadora. Acho que devemos

avançar mais, disponibil izandoessas informações em escolas deensino médio (antigo 2º grau),auxiliando, assim, na escolha daprofissão dos futuros técnicos.Gostei muito desse espaço, onde osleitores podem comentar asrepor tagens.

Jorge Miguel AntônioJorge Miguel AntônioJorge Miguel AntônioJorge Miguel AntônioJorge Miguel AntônioV i tór iaV i tór iaV i tór iaV i tór iaV i tór ia

Caro Jorge, agradecemos os elogios eaguardamos mais comentários esugestões para a Cenário Técnico ficarainda melhor.

Alta qualidade

Não tive a opor tunidade de ler aedição de lançamento da RevistaCenário Técnico, mas meimpressionou a qualidade dapublicação, do papel até o nível dasrepor tagens. Fiquei entusiasmadocom a matéria de capa e de comoo mercado de trabalho é promissorpara os técnicos industriais emferrovias.

Manoel Luiz de Freitas NetoManoel Luiz de Freitas NetoManoel Luiz de Freitas NetoManoel Luiz de Freitas NetoManoel Luiz de Freitas NetoTécnico AdministrativoTécnico AdministrativoTécnico AdministrativoTécnico AdministrativoTécnico Administrativo

Ferrovias

Achei muito interessante areportagem de capa "De volta aostrilhos. Em direção ao progresso",onde foi possível verif icar osargumentos que indicam aimpor tância de se investir nosistema de transporte ferroviário.

Pablo da Conceição MourentePablo da Conceição MourentePablo da Conceição MourentePablo da Conceição MourentePablo da Conceição MourenteTécnico em InfTécnico em InfTécnico em InfTécnico em InfTécnico em Infororororor máticamáticamáticamáticamática

Parecer Técnico Contribua você também com sugestões, críticas e comentários.E-mails para [email protected] ou cartas para Av.Nossa Senhora da Penha, 280, Ed. Praia Center, Sala 204,Praia de Santa Helena, Vitória/ES CEP: 29.055-050

Empreendedores

Fico contente pelo segundo númeroda revista Cenário Técnico, pois foimantido o mesmo padrão dequalidade do primeiro número.Gostei em particular das entrevistasfeitas com os Técnicos Industriaisempreendedores, que estãoganhando espaço no mercado detrabalho.

RRRRRoberoberoberoberober to R.to R.to R.to R.to R. TTTTTheodorheodorheodorheodorheodoro da Silvo da Silvo da Silvo da Silvo da SilvaaaaaTécnico ProjetistaTécnico ProjetistaTécnico ProjetistaTécnico ProjetistaTécnico Projetista

Prezado Roberto, a partir da página 11é possível conferir os perfis de mais doistécnicos industriais empreendedores queenfretam o desafio diário de estar à frentede uma empresa. São histórias de vidainspiradoras, aproveite!

Ferrovias

Recebemos exemplares da RevistaCenário Técnico, publicação quemerece nossos elogios tanto pelosassuntos tratados, pelo enfoquedado à ampliação das conquistasdo técnico industrial no ConselhoFederal de Engenharia, Arquiteturae Agronomia (Confea) quanto pelaqualidade na abordagem feitasobre o setor de transpor tefer roviário, que efetivamentemerece ter toda a atenção dosnossos governantes. Cer tamente,destaques como estes sãofundamentais e ser vem paraaler tar sobre a necessidade daretomada dos investimentos notransporte brasileiro via trilhos.

José Raimundo Dias da SilvaJosé Raimundo Dias da SilvaJosé Raimundo Dias da SilvaJosé Raimundo Dias da SilvaJosé Raimundo Dias da SilvaPresidente do Sintec-SEPresidente do Sintec-SEPresidente do Sintec-SEPresidente do Sintec-SEPresidente do Sintec-SE

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Diretor do Sintec-ES compõe GT deMeio Ambiente do Confea

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Diretor do Sintec-ES compõe GT deMeio Ambiente do Confea

Nos últimos anos a participação dostécnicos industriais do Espírito Santonos fór uns de discussão e dedebates estaduais e nacionais queenvolvem assuntos da áreatecnológica tem merecidodestaque.

Além de atuar na diretoria, plenário,câmaras, comissões e grupos detrabalho do Conselho Regional deEngenharia, Arquitetura eAgronomia do Espírito Santo (Crea-ES), esses profissionais tambémestão presentes na Mútua - Caixade Assistência dos Profissionais doCrea-ES e conquistaram espaço noConselho Federal de Engenharia,Arquitetura e Agronomia (Confea).

Em Brasília, no Conselho Federal,o Técnico Industrial em MetalurgiaMiguel Antonio Madeira da SilvaAraújo (primeiro à esquerda, nafoto), ex-presidente do Sintec-ES,integra desde maio de 2007 o Grupode Trabalho (GT) de Meio Ambienteda instituição.

O GT é coordenado pelo ex-presidente do Crea-ES Eng.Eletricista Paulo Bubach e atua namobilização e criação de fórunsregionais, na difusão das discussõesligadas ao meio ambiente, águas edesenvolvimento sustentável, alémde articular a inserção de compro-

missos internacionais relacionadosao assunto.

Participante ativo desde a primeirareunião, o diretor do Sintec-ESrepresenta no GT a Gerência deRelações Institucionais do Confea,sendo responsável pela pauta,logística e assessoria técnica dasreuniões, além de funcionar comorelações públicas do GT,estabelecendo contato com ascomissões de meio ambiente dosCreas, órgãos governamentais enão governamentais.

O Técnico em Metalurgia diz que opróximo desafio do GT é integrartodos os Creas e o Confea numarede única de informações sobre oassunto. "Em reunião realizadadurante a Semana da Engenharia,Arquitetura e Agronomia e oCongresso Nacional deProfissionais, ocorridos no segundosemestre deste ano, no Rio deJaneiro e em Brasília, o grupoidentif icou a existência decomissões de meio ambiente empraticamente todos os Creas econstatou a necessidade deconstruir uma rede de integraçãoentre eles para viabilizar a troca dedados e experiências na área".

Com poucos meses de atuação,Miguel Madeira diz que o Grupo de

Trabalho de Meio Ambiente doConfea já pode comemoraralgumas conquistas. "Já concreti-zamos parcerias impor tantes.Realizamos algumas ar ticulaçõescom o Parlamento, com o apoio dosenador capixaba RenatoCasagrande, na Comissão Mista deMudanças Climáticas; com oMinistério do Meio Ambiente (MMA),por intermédio das Secretarias deRecursos Hídricos e AmbienteUrbano; e com a Secretaria deArticulação Institucional e EducaçãoAmbiental", enumera.

Segundo Miguel Madeira, nosplanos do GT estão ainda arealização de uma ConferênciaNacional, com a par ticipação daslideranças estaduais; a integraçãonos eventos regionais promovidospelas comissões de meio ambientede Creas e a par ticipação emeventos externos nacionais einternacionais. "O objetivo do grupoé contribuir para que o SistemaConfea/Crea seja referência naárea ambiental", conclui.

ContatoContatoContatoContatoContato

E-ma i l :E -ma i l :E -ma i l :E -ma i l :E -ma i l :[email protected] le fe le fe le fe le fe le fones:ones:ones:ones:ones:(61) 3348-3707 / 3348-3715

Institucional

Divulgação

Divulgação

Divulgação

Divulgação

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Indústria do petróleoqualificação

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O Espírito Santo é apontado comoum estado que possui grandepotencial de crescimentoeconômico. Parte dessa expectativadeve-se principalmente àsdescobertas de fontes de petróleoe gás natural. A bacia capixaba éconsiderada promissora, pois nelatem sido descoberta uma variedadede recur sos fósseis a seremexplorados. Dispomos de gás, óleoleve e óleo pesado e tambémsomos palco de inovações como,por exemplo, a produção de óleopesado em águas profundas.

A Petrobras é a maior empresa dosetor e atua no Estado desde adécada de 1950. Porém, só nas

últimas décadas essa atividadeeconômica tem trazido recursossignificativos para a nossaeconomia. Hoje, o Espírito Santo éo segundo maior produtor depetróleo do país e até 2012 estãoprevistos investimentos no valor deUS$ 12 bilhões por par te daPetrobras aqui no Estado.

No primeiro semestre desse ano, aBR Distribuidora, subsidiária daestatal que atua na comercializaçãoe distribuição de derivados dopetróleo e gás natural, anunciouque, entre 2007 e 2011, serãoaplicados R$ 156 milhões naampliação da rede de gasodutos noEspírito Santo. Segundo a BR, os

"Não basta adisponibilidade devagas, é preciso ter

mão-de-obra qualificadaque ocupe os novospostos. A busca pela

qualificação por meio decursos de especializaçãoé o caminho para se ter

sucesso e garantirmelhores salários no

mercado de petróleo egás"

Mercado de Trabalho

Indústria do petróleoqualificação

Téc. Ind. em Metalurgia KeplerDaniel, presidente do Sintec-ES

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o exige

DicaDicaDicaDicaDicaCE

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investimentos previstos vão gerarcerca de 400 empregos diretos e1.500 indiretos, em pequenas emédias empresas, ligados à cadeiaprodutiva de gás.

Uma característica impor tantedesse novo arranjo econômico éque as diversas regiões capixabasestão recebendo osempreendimentos ligados a essaatividade. Isso traz desenvolvimentopara o Norte e o Sul do Estado, indoalém da região central que,historicamente, concentra osgrandes projetos. Mas para queessa perspectiva dedesenvolvimento seja atingida, asempresas ligadas ao setor precisam

o exige

Rio Grande do SulRio Grande do SulRio Grande do SulRio Grande do SulRio Grande do SulFoto: Stéferson Faria / PetrobrasFoto: Stéferson Faria / PetrobrasFoto: Stéferson Faria / PetrobrasFoto: Stéferson Faria / PetrobrasFoto: Stéferson Faria / Petrobras

empreender um eficientegerenciamento dos seus processosoperacional e produtivo. Um fatordeterminante nesse cenárioeconômico é a disponibilidade, emtermos de número e qualidade, damão-de-obra.

Segundo o economista Or landoCaliman, o crescimento do mercadojá é uma realidade e as atividadesligadas ao setor de petróleo e gástambém tendem a seguir o mesmoritmo, oferecendo cada vez maisvagas. "Setores como o defornecimento de ser viçosindustriais, de consultoria e desuprimentos, por exemplo, estãocrescendo junto com as grandesempresas do estado e osinvestimentos nessas áreas vãoaumentar nos próximos anos. Porisso, será necessário investirtambém no recrutamento deprofissionais especializados",afirma.

Atuação dos TécnicosIndustriais

Os técnicos industriais ocupampapel impor tante nesse setoreconômico. A cadeia produtivaemprega esses profissionais emvárias etapas do processo, desdeos estudos preliminares paradescober tas de fontes, passandopela exploração, produção edistribuição dos produtos finais.Antes, a demanda era porprofissionais que executavam,principalmente, trabalho braçal.Hoje não, buscam-se técnicosindustriais com competênciasconstantemente atualizadas. Odomínio de língua estrangeira, porexemplo, é algo fundamental paraatuar no setor.

Para o professor do Centro Federalde Educação Tecnológica do EspíritoSanto (Cefet-ES), Téc. Industrial em

Mecânica Ronaldo Neves Cruz, háuma grande carência nos postos detrabalho que estão surgindo, emespecial neste setor: "Alerto paraque os técnicos industriais estejamatentos ao momento ímpar queestamos atravessando".

Ronaldo ressalta que, além daPetrobras, outras empresasprestadoras de serviços da própriacompanhia demandam esse tipo demão-de-obra. Ainda segundo oprofessor, com o aceleradocrescimento deste ramoeconômico, surgirão oportunidadesde emprego para os técnicosindustriais com remuneração inicialacima da média atual do Estado.

As empresas de petróleo e gásoferecem uma série de benefíciospara os profissionais da área. Alémde bons salários, algumas delaspossuem, por exemplo, políticas depar ticipação nos lucros, oferecemplanos de carreira e assistênciamédico-odontológica. Osempregadores também fornecemaperfeiçoamento profissionalatravés de cursos de capacitação.

O técnico industrial que desejase requalif icar por contaprópria deve estar atento àscertificações da instituição deensino e do curso procurado.

Motivadas pelas expectativasde crescimento do setor depetróleo e gás no Estado,muitas escolas tem oferecidocursos voltados para a área.Porém, nem todas essascapacitações são reconhe-cidas pelas empresas.

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O analista de recursos humanosLuiz Torres afirma que quase todasas formações técnicas sãoaproveitadas em empresas dessesetor. "O profissional pode sertécnico industrial em mecânica,eletrotécnica, manutenção,saneamento ambiental, sistema deinformações, segurança dotrabalho e outros. As empresastrabalham nas mais variadas etapasdo processo produtivo, desde aextração do produto até a suacondução para as refinarias. Porisso, todos esses profissionais sãorequisitados", diz.

Apesar do entusiasmo causado peloanúncio de investimentos no setor,Luiz afirma que há uma migraçãoda mão-de-obra capixaba paraoutros estados, principalmente parao Rio de Janeiro. Isso se deve àofer ta de postos de trabalho comremunerações mais altas.

"A expectativa de crescimento noEspírito Santo é a melhor possível,mas a economia ainda não estáaquecida a ponto de formar umquadro profissional qualificado. Osprofissionais acabam sendoatraídos por empregos commelhores salários em outrosestados", esclarece Luiz.

Qualificação constante

O presidente do Sintec-ES, Téc.Industrial em Metalurgia KeplerDaniel S. Eduardo, também acreditaque a expansão do mercado depetróleo e gás traz muitasopor tunidades para os técnicosindustriais do Estado, mas diz queesses profissionais precisam estarpreparados. "Não basta adisponibilidade de vagas, é precisoter mão-de-obra qualificada queocupe os novos postos. A busca pelaqualificação por meio de cursos deespecialização é o caminho para seter sucesso no mercado e garantirsalários melhores", afirma.

O Téc. Industrial em Mecânica RonyGonçalves Paneto trabalha há 15anos no setor. Segundo ele, aformação continuada é umaexigência para se trabalhar nessaárea. "É fundamental ter o cursotécnico e o registro profissional.Dessa forma, é possível ingressarno mercado ocupando umacolocação melhor. Além disso,temos que estar sempre nosreciclando, pois trabalhamos comtecnologia de ponta" diz.Atualmente, Rony atua naelaboração de projetos de produçãoe transporte em uma empresa que

presta serviço para a Petrobras.

Formado no curso técnicoindustrial em Mecânica, ManoelPassos atua numa empresamultinacional do setor há dez anos.Ele conta que parte da qualificaçãoprofissional é fornecida pelospróprios empregadores, inclusivecom o custeio de cursos fora do país."Já fiz cursos de aperfeiçoamentono Canadá, Estados Unidos, Françae Espanha. Por isso, foiimprescindível que eu aprendesseoutras línguas, especialmente oinglês", diz.

Décadas atrás, boa par te dopessoal empregado nessesegmento industrial era de outrospaíses. Atualmente, devido àatuação dos sindicatos dacategoria, de exigências daPetrobras e da capacitação dosprofissionais brasileiros, essequadro se inver teu. Ocorreu umprocesso de nacionalização damão-de-obra e muitos dos nossosprofissionais passaram inclusive aatuar fora do país.

Ainda segundo Manoel, os novosprofissionais devem ter o pé no chãoe projetar a construção de suascar reiras. "Nas empresas

São PauloSão PauloSão PauloSão PauloSão PauloFotos: Stéferson Faria / PetrobrasFotos: Stéferson Faria / PetrobrasFotos: Stéferson Faria / PetrobrasFotos: Stéferson Faria / PetrobrasFotos: Stéferson Faria / Petrobras

Espírito SantoEspírito SantoEspírito SantoEspírito SantoEspírito Santo

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Saiba o que um profissional precisa para atuar no setorSaiba o que um profissional precisa para atuar no setorSaiba o que um profissional precisa para atuar no setorSaiba o que um profissional precisa para atuar no setorSaiba o que um profissional precisa para atuar no setorterceirizadas há uma rotatividadede pessoal que buscam melhoressalários. Essa é terceira empresaem que trabalho. Como muitasdelas são multinacionais é possívelestender a sua carreia tambémpara fora do país", conta.

Para seguir a carreira de técnicoindustrial em qualquer área éimprescindível ter uma formaçãoadequada em um curso de nívelmédio. A psicóloga Sharla ProviettiBitencourt, que atua numa empresade recrutamento e seleção depessoal, diz que nesse campoprofissional é impor tante fazerestágios; ter bom relacionamentocom os professores, pois algunsdeles trabalham em empresas dosetor ; procurar estar sempreatualizado sobre as novastecnologias; conhecer os futurosempregadores (um caminho évisitar os sites dessas empresas);e fazer cursos ligados à áreainterpessoal, como negociação,relacionamento interpessoal eoratória. Shar la aponta aindaalgumas competências exigidaspara o perfi l desse tipo deprofissional: poder de concentração,trabalho em equipe, habilidade decomunicação, iniciativa, sensocrítico e criatividade.

- F- F- F- F- Fororororormação técnica:mação técnica:mação técnica:mação técnica:mação técnica: a formação técnica de nível médio é funda-mental. Atualmente, as empresas do setor, devido a padrões dequalidade internacional, exigem profissionais com essa formaçãomínima;

- Disponibilidade para viagens: - Disponibilidade para viagens: - Disponibilidade para viagens: - Disponibilidade para viagens: - Disponibilidade para viagens: algumas empresas atuam emdiversos estados e até em outros países. E seu quadro de pessoalacaba trabalhando nesses lugares. Além disso, os empregadores,muitas vezes, enviam seus profissionais para capacitações fora doEspírito Santo e do país;

- Constante aperfeiçoamento:- Constante aperfeiçoamento:- Constante aperfeiçoamento:- Constante aperfeiçoamento:- Constante aperfeiçoamento: além de desenvolver suas própriaspesquisas e melhoramentos, a indústria de petróleo e gás lida semprecom as tecnologias mais avançadas. Por isso, o profissional precisaestar constantemente atualizado. As próprias empresas oferecemparte dessa formação continuada, mas o próprio profissional tambémdeve buscar cursos de qualificação no setor;

- Domínio de língua estrangeira:- Domínio de língua estrangeira:- Domínio de língua estrangeira:- Domínio de língua estrangeira:- Domínio de língua estrangeira: essa competência é essencialpara o uso de novas tecnologias, para exercício de atividades e paraas capacitações no exterior. O inglês é, sem dúvida, o idioma maisimpor tante;

- R- R- R- R- Relacionamento interelacionamento interelacionamento interelacionamento interelacionamento inter pessoal:pessoal:pessoal:pessoal:pessoal: relacionar-se bem com oscolegas e chefes é muito importante. Os técnicos industriais tambémocupam cargos de gerência, por isso, além de conhecer as atividadesmais operacionais da indústria, deve-se saber lidar com o pessoal afim de orientar corretamente uma equipe;

- Boa comunicação:- Boa comunicação:- Boa comunicação:- Boa comunicação:- Boa comunicação: ter uma boa rede de contatos possibilita oreconhecimento do técnico industrial por parte da chefia e dos demaiscolegas. Além disso, comunicar-se bem é um ótimo caminho parase obter uma melhor colocação profissional e perante outrasempresas do setor.

Rio GrRio GrRio GrRio GrRio Grande do Norande do Norande do Norande do Norande do Nor tetetetete

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Prominp oferece boas chances paraquem busca qualificaçãoFazer um curso de especializaçãoé uma forma de adquirircompetências para atuar naindústria de petróleo e gás.Atualmente, o Programa deMobilização da Indústria Nacional dePetróleo e Gás Natural (Prominp)é responsável pelo mapeamento eo diagnóstico da necessidade demão-de-obra no setor em todo opaís. O Plano Nacional deQualificação Profissional (PNQP),vinculado ao Programa, oferececursos gratuitos por meio deparcerias entre o poder público, osempreendedores e as instituiçõesde ensino.

A expectativa é de que, até 2009,112 mil vagas para os cursos do

PNQP sejam oferecidas paraprofissionais de níveis básico, médioe superior. Par te dessesprofissionais são indicados pelasempresas e a outra par te poralunos que se inscrevem nos cursospor conta própria, os chamados"alunos públicos". Caso os "alunospúblicos" estejam fora do mercadode trabalho, o Prominp ofereceainda uma bolsa-auxílio.

Aqui no Estado existe umComitê Regional doProminp composto porrepresentantes daPetrobras (coordenaçãodo Comitê), Governo doEstado do Espírito Santo,Federação das Indústrias

do Espírito Santo (Findes),Organização Nacional das Indústriasde Petróleo (Onip), InstitutoBrasileiro de Petróleo e Gás (IBP),Sebrae-ES, Serviço Nacional deAprendizagem Industrial (Senai),Universidade Federal do EspíritoSanto (Ufes), Cefetes, ConselhoRegional de Engenharia, Arquiteturae Agronomia do Estado do EspíritoSanto (Crea-ES) e Sindicato dasEmpresas Particulares de Ensino doEspírito Santo (Sinepe).

Para saber mais sobre osprocessos seletivos do PNQP,formação de novas turmas e cursosem andamento, acesse o site:

Navio-petroleiro FPSO CapixabaNavio-petroleiro FPSO CapixabaNavio-petroleiro FPSO CapixabaNavio-petroleiro FPSO CapixabaNavio-petroleiro FPSO CapixabaFoto: Stéferson Faria / PetrobrasFoto: Stéferson Faria / PetrobrasFoto: Stéferson Faria / PetrobrasFoto: Stéferson Faria / PetrobrasFoto: Stéferson Faria / Petrobras

wwwwwwwwwwwwwww.pr.pr.pr.pr.prominpominpominpominpominp.com.br.com.br.com.br.com.br.com.br

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Pequenas empresas exigemtrabalho árduo e apoio dafamíliaO sonho de quase todo brasileiro éde montar seu próprio negócio. Mas,ser dono de uma empresa não égarantia de estar tranqüilo, livre dedificuldades, contratempos etranstornos. A iniciativa envolvedecisões ousadas na procura deuma realização e independência. Namaioria das vezes, é sinônimo detrabalho árduo e mais dedicado quena época do emprego e do saláriofixo. Por isso, trabalhar para simesmo exige disciplina e atençãoredobrada.

Tais situações abrangem exemplosde profissionais que saíram degrandes organizações comrecursos econômicos significativose que resolveram montar o seupróprio negócio, como é o caso dostécnicos industriais capixabas JoséLuiz Miranda de Oliveira, 59 e JoãoPassos Có, 58.

Os dois profissionais possuemperfis de atuação bastantesemelhantes: a motivação pelodesejo de realizar, a disposição decorrer possíveis riscos, a confiançaem si mesmo, o alto comprometi-mento, a responsabilidade e oprazer em realizar o trabalho eobservar o seu próprio crescimentoempresarial. Além disso, demons-traram ao longo da car reiraprofissional, ter capacidade deadministrar bem o tempo, e acimade tudo, conhecer muito bem oramo que atuam. A família foi umelemento imprescindível nessajornada, apoiando e se envolvendodiretamente nos projetos.

O Técnico em Eletrônica e Teleco-municações José Luiz Miranda de

Oliveira começou a atuarprofissionalmente em 1982, naCompanhia Siderúrgica de Tubarão(CST). Na empresa, trabalhou porseis anos na área de Telecomuni-cações e por sete anos no setor deControle de Qualidade em Elétricae Telecomunicações.

Em 1986, ainda como empregadoda Companhia, resolveu abrir, emVila Velha, uma empresa deprestação de serviços técnicos. Pornão poder se dedicar integralmenteao negócio - direcionado à presta-ção de ser viços nas áreas deprojeto, instalação, manutenção eautomação - José Luiz conduziu ostrabalhos de forma discreta até1995, quando saiu da empresa pormeio do sistema de incentivo. "Nocomeço foi difícil, enfrentei sériosproblemas com mão-de-obra. Eutinha que dividir minha atenção emeu tempo em dois serviços. Essajornada dupla e pesada durou umbom tempo. Quando saí da CST, euconsegui me dedicar melhor a esseprojeto", conta.

Atuante em todo o Espírito Santo eresponsável pela grande maioriados projetos e execução elétricados postos Ipiranga e Texaco

instalados na Grande Vitória, aempresa conta com três eletricistasfixos, além de profissionaisterceirizados, quando há demanda.Além dos postos de gasolina, sãoapontados como principais clientesa Andaluz Indústria Metalúrgica,Eletromil Material Elétrico, EstúdioBrasil, além de condomínios. "Meuprimeiro cliente foi a ChocolatesGaroto e o primeiro serviço foi aautomatização dos tanques dechocolate do Baton Garoto", lembraJosé Luiz.

O Técnico em Eletrônica eTelecomunicações garante que arelação entre empresa e clientes émuito boa, pois sempre estáprestando ser viços e constan-temente é chamado para uma novaempreitada de trabalho. O microempresário acompanha pessoal-mente todas as etapas dos serviçosem execução. Além disso, utilizauma planilha eletrônica que apontaprazos e metas de cada atividade."Não usamos nenhum meio decomunicação para divulgar nossosser viços, além das páginasamarelas dos catálogos telefônicos.O nosso segredo é a propagandaboca-a-boca. Ela é a alma do nossonegócio", diz orgulhoso.

Técnico Empreendedor

Famíl ia unida. O técnico empreendedorFamíl ia unida. O técnico empreendedorFamíl ia unida. O técnico empreendedorFamíl ia unida. O técnico empreendedorFamíl ia unida. O técnico empreendedorJoão Có ao lado da esposa, Thaisa. A fi lhaJoão Có ao lado da esposa, Thaisa. A fi lhaJoão Có ao lado da esposa, Thaisa. A fi lhaJoão Có ao lado da esposa, Thaisa. A fi lhaJoão Có ao lado da esposa, Thaisa. A fi lhae o sobrinho, Mariana e Daniel (ao fundo),e o sobrinho, Mariana e Daniel (ao fundo),e o sobrinho, Mariana e Daniel (ao fundo),e o sobrinho, Mariana e Daniel (ao fundo),e o sobrinho, Mariana e Daniel (ao fundo),

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Outra estratégia utilizada por Joséé a amplitude de atuação, o quepossibilita oferecer um leque deopções para os clientes. "A minhaempresa atua em três áreasdiferentes: Elétrica, Telecomunica-ções e Incêndio. Esses setorescostumam oscilar no mercado.Portanto, quando não há demandapara uma dessas áreas, comcerteza, haverá demanda para pelomenos uma das outras duas. Dessaforma, a empresa nunca pára,sempre haverá trabalho", indica.

José Luiz diz ainda que o que ganhahoje é o suficiente para ele viver beme de forma tranqüila. Ele considerafundamental que o profissionalempreendedor tenha também boasnoções de gestão e administração."Um micro empresário passa pelasmesmas dificuldades que umprofissional autônomo. Há períodosbons e períodos ruins. Precisamossempre estar preparados paraenfrentá-los".

Sua empresa pode ser consideradacomo familiar. Quem administra onegócio é a esposa, que se formaesse ano no curso de Administraçãoe já planeja fazer em seguida ocurso de Pós-Graduação emGerenciamento de Projetos. O futurodos filhos na empresa também éuma promessa. O mais velho, com16 anos, faz curso Técnico emEletrotécnica, no Centro Federal deEducação Tecnológica do EspíritoSanto (Cefetes); e o mais novo, de12 anos, já mostra aptidão einteresse pela área de Eletrônica.Além disso, José Luiz tem doissobrinhos que fazem curso técnicode Informática. Segundo ele, todospoderão mais tarde darcontinuidade ao trabalho que elecomeçou.

Ao ser perguntado sobre o que devefazer um técnico industrial quedeseja ingressar num negóciopróprio, José Luiz dá as dicas: "Temque estudar o mercado, ter um bom

capital de giro inicial, ter localpróprio, trabalhar com pessoas deconfiança e bons profissionais".

Família que trabalha unida, cresceunida. Esse também é o caso doTécnico em Edificações JoãoPassos Có Filho. Proprietário daReal Construções e IncorporaçõesLtda., ele dirige uma empresafamiliar. Todos par ticipamativamente dos negócios do médioempreendimento, que atua nasdiversas áreas da construção civilno Espírito Santo há 35 anos,

prestando ser viços em órgãosfederais, estaduais e municipais,além de instituições privadas. Aesposa é sócia e uma das filhasadministra os negócios. O sobrinhotambém integra a equipe. O filho,além de sócio, é engenheiro eresponsável técnico da empresa.

O empresário conta que sentedificuldades em administrar otempo, e que, apesar de ser donodo próprio negócio, torna-secomplicado conseguir reser varmomentos de lazer com a família.12

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"Às vezes temos que fazer mágicas.Para conseguir descansar e tervida social, temos que planejarbem e com antecedência, pois aempresa absorve muito o nossotempo".

O início da experiência profissionalde João Có começou ainda quandoele fazia o curso técnico. Além deter sido ex-estagiário da Escelsa,empresa onde depois atuou comofuncionário por três anos, eletambém fez estágio no antigoDepar tamento de Edificações eObras do Estado (DEO).

João Có começou com umasociedade e hoje atuam na áreatécnica da empresa quatroprofissionais: um engenheiro civil,um engenheiro mecânico, umengenheiro eletricista e um técnicoem edificações.

O cliente sempre em primeiro lugar.Este é o lema do Técnico emEdificações, que preza pelaprestação de um serviço com zelo,qualidade e honestidade. Segundoele, a relação com os clientes é amais clara, honesta e cordialpossível, buscando sempre asatisfação total dos consumidoresdos serviços prestados.

O começo também não foi fácil parao Técnico em Edificações. Oprimeiro endereço da empresa foiuma meia-água na casa dos pais.Entre os desafios enfrentados paramontar o próprio negócio, oempresário destaca a falta decapital suficiente e a inexistênciade um local para instalação doempreendimento. "Para conseguirultrapassar as dificuldades e a faltade verbas, procurei formar umaboa equipe de colaboradores eencontrar bons clientes". Eletambém buscou tornar a empresaconhecida no mercado econquistar a confiança dos clientes."Foi um período de muita luta,viagens pelo interior do Estado,

abrindo mão muitas vezes doconvívio com a família e do lazeraos sábados, domingos, feriados",lembra.

No início das atividades, oempresário não dispôs da ajuda denenhum órgão de apoio a micros epequenos empresários, comooferecem hoje instituições como oSebrae. "Contei em primeiro lugarcom a ajuda de Deus e, em seguida,do meu pai, que foi o principalincentivador da criação da empresa,acreditando que eu seria capaz. Oincentivo financeiro foi minharescisão junto à Escelsa", diz.

Ele também não pôde fazer cursosna área de empreendedorismo egestão de negócios, já que naépoca não havia essesinstrumentos para incentivar einstruir o empresário. Hoje, quandohá possibilidade, ele par ticipa decursos, eventos, palestras eseminários sobre as novastecnologias da área de atuação dasua empresa.

João Có crê na impor tância dadeterminação, persistência edisposição para encarar desafios."Tenho muita satisfação em ver oresultado da prestação dos meusser viços, do esforço da minhaequipe. Fico satisfeito pelo lado

financeiro e também por ver meutrabalho reconhecido em obrassociais, como escolas, creches,postos de saúde e igrejas".

O empresário finaliza emitindo suareceita par ticular para se obtersucesso como empreendedor: "Otécnico que quiser abrir sua própriaempresa, seu próprio negócio, deveter um capital inicial, profissiona-lismo, honestidade e coragem paratrabalhar muito, no mínimo umasdoze horas por dia".

O Técnico em Edificações acreditaque por reunir essas característicasconseguiu ficar tanto tempo nomercado.

DicaDicaDicaDicaDica

Uma boa ferramenta de apoiopara quem deseja abrir umaempresa é o site do Serviçode Apoio às Micro e PequenasEmpresas do Espírito Santowwwwwwwwwwwwwww.se.se.se.se.sebrbrbrbrbraeesaeesaeesaeesaees.com.br.com.br.com.br.com.br.com.brNele é possível acessar o“Manual do Empresário”.Trata-se de um roteiro parafacilitar e apontar o melhorcaminho para o pequeno emicro empresário gerenciarseus recursos.

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13Sem medo de trabalho, o Téc. em Eletrônica eSem medo de trabalho, o Téc. em Eletrônica eSem medo de trabalho, o Téc. em Eletrônica eSem medo de trabalho, o Téc. em Eletrônica eSem medo de trabalho, o Téc. em Eletrônica eTTTTTelecomelecomelecomelecomelecomunicações Junicações Junicações Junicações Junicações José Luiz encarosé Luiz encarosé Luiz encarosé Luiz encarosé Luiz encara qualquer desafa qualquer desafa qualquer desafa qualquer desafa qualquer desaf ioioioioio

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Cenário TécnicoCenário TécnicoCenário TécnicoCenário TécnicoCenário Técnico Como o senhorvê a evolução do ensino técnico noBrasil e no Espírito Santo? Quais sãoas perspectivas diante das novaspossibilidades econômicas surgidaspara os técnicos de nível médio noestado?

Jadir José PelaJadir José PelaJadir José PelaJadir José PelaJadir José Pela No que se refereà Legislação, não se percebemmudanças significativas. As novasdemandas, entretanto, apontampara uma valorização crescente doprofissional de nível técnico. OEspírito Santo apresenta, hoje,novos pólos que vão exigir cada vezmais profissionais de formaçãotécnica nas mais diversas áreas,tais como: informática, automação,siderurgia, transpor te, ferrovia,petróleo, celulose, rochas etc. OCefetes tem o compromisso e amissão, assinalados em seuPlanejamento Estratégico, deacompanhar essa demanda pornovos cursos e a preparação dosprofissionais técnicos para atuaremno Estado e fora dele. Tem sidoassim nos últimos 98 anos. Aformação do profissional técnico noEstado do Espírito Santo, por meiode um ensino público de qualidadenasceu com a criação da Escola deAprendizes Ar tíf ices, primeiradenominação do Cefetes, em 1909.E a história continuará, acom-panhando as exigências dos novostempos. Hoje são seis unidades(Vitória, Colatina, Serra, Cachoeirode Itapemirim, São Mateus eCariacica), atuando cada uma, deacordo com as demandas locais. E

Téc. Ind. em MecânicaJadir José Pela

Entrevista

Diretor geral do Cefetes

Em seu segundo mandato como diretor geral do CentroFederal de Educação Tecnológica do Espírito Santo

(Cefetes), o Professor e Técnico Industrial emMecânica Jadir José Pela fala da importância do

movimento sindical e do ensino técnico público e dequalidade, principalmente, no atual cenário econômico

capixaba.

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essa história não teria sentido, senão fosse acompanhada pelavalorização do profissional formadopela Instituição.

Cenário TécnicoCenário TécnicoCenário TécnicoCenário TécnicoCenário Técnico Durante toda ahistória do Sintec-ES, a ETFES, atualCefetes, sempre foi uma instituiçãopresente, atuando como parceira eórgão participativo nas discussõesque envolvem os técnicos de nívelmédio no Estado do Espírito Santo.Como o Cefetes se relaciona hojecom o movimento sindical,especialmente com o sindicato dacategoria, o Sintec-ES?

Jadir José PelaJadir José PelaJadir José PelaJadir José PelaJadir José Pela Essa parceria fazparte desse objetivo de valorizar emanter a qualidade do profissionaltécnico. A par ticipação em umorganismo de classe é positiva, nosentido de se trabalhar pelaatualização continuada, emconsonância com as mudançastecnológicas mundiais. Impor tanteregistrar que o SINTEC-ES semprepar ticipou das decisões maisimpor tantes do Cefetes, por meioda representação no ConselhoSuperior, anteriormente, e, hoje noConselho Diretor que, em suaformação, prevê a participação deprofissional técnico, egresso daInstituição. Hoje, esta representaçãose faz pela participação da senhoraAivete Taquette, membro efetivo doConselho Diretor do Cefetes.Acreditamos ser esta uma forma demantermos o elo necessário paraa atualização das relações entre oCefetes e seus egressos.

Cenário TécnicoCenário TécnicoCenário TécnicoCenário TécnicoCenário Técnico Atualmente háprojetos desenvolvidos emparceria? As linhas de gestão quenor teiam as ações das duasinstituições caminham paraobjetivos em comum? Como osenhor avalia a atuação do Sintec-ES no estado?

Jadir José PelaJadir José PelaJadir José PelaJadir José PelaJadir José Pela Avaliamos aatuação do Sintec-ES como ativa,atualizada, sempre em busca davalorização do profissional técnicocapixaba. O Cefetes hoje se abre àformação continuada. Seus cursosabrangem as novas exigências e,nesse aspecto, a ofer ta deatualização é perene. Consideramosimpor tante que o técnico jáformado mantenha como meta aatualização constante. E, nesseâmbito, nossa Instituição de Ensinomantém-se aber ta à buscaconstante de aperfeiçoamento eatualização.

Cenário TécnicoCenário TécnicoCenário TécnicoCenário TécnicoCenário Técnico Uma dasprincipais questões discutidas entreos técnicos de nível médio durantea 64ª SOEAA (Semana Oficial daEngenharia, da Arquitetura e daAgronomia) e o VI CNP (CongressoNacional de Profissionais), ocorridono segundo semestre deste ano, noRio de Janeiro e em Brasília, foi apossibilidade de técnicos industriaispoderem se candidatar a cargos depresidentes de Creas e do Confea.Como o senhor obser va essapossibilidade? No Espírito Santo,por exemplo, os técnicos industriaisjá ocupam posições impor tantes

em diversos núcleos de decisãodentro do Sistema Confea/Crea/Mútua.

JJJJJadir Jadir Jadir Jadir Jadir José Posé Posé Posé Posé Pelaelaelaelaela Vemos comopositiva a par ticipação doprofissional técnico nos Creas e noConfea, inclusive em cargos derepresentação. Entendemos que odireito à voz e ao voto gera, comoconseqüência, a possibilidade detambém ser votado. No EspíritoSanto, é uma conquista, fruto daatuação constante e séria doSintec-ES, entre outros. Aaproximação entre profissionais detodos os níveis, que atuamconjuntamente no mercado detrabalho é substancialmenteenriquecedora para todos.

Cenário TécnicoCenário TécnicoCenário TécnicoCenário TécnicoCenário Técnico A valorizaçãodos técnicos industriais passa pelocumprimento da Lei 5.524/66 e doDecreto 90.922 que tratam dasatribuições desses profissionais. Oque falta para avançarmos?

Jadir José PelaJadir José PelaJadir José PelaJadir José PelaJadir José Pela A Lei sempre éum parâmetro necessário àatuação em todas as áreasprofissionais e seu cumprimento,fundamental. Entendemos que,muitas vezes, em decorrência dasmudanças dos tempos, faz-senecessária a devida atualizaçãolegal e, nesse aspecto, a atuaçãodos sujeitos envolvidos éimprescindível. Mas, antes de tudo,a legislação precisa serprofundamente conhecida para quese atente ao seu cumprimento.

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Avaliamos a atuação do Sintec-ES comoativa, atualizada, sempre em busca da

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Após completar 32 anos deatividades como empresa estatal naárea de comunicações, a Embratelfoi privatizada em 1998 com odesafio de se tornar uma empresamais ágil e habilitada a atuar emmercado competitivo.

Para os técnicos industriais queatuam na empresa, essa agilidadeteve um custo, e o custo foi alto. OTécnico Industrial HeraldoGonçalves Fogos, funcionário daEmbratel, em Vitória, há 28 anos,conta que desde que a empresafoi privatizada ele e outrosprofissionais trabalham sob regimede sobreaviso sem receber oacréscimo no salário para esse tipode escala que, segundo aConsolidação das Leis do Trabalho(CLT), é de um adicional de 1/3sobre o salário normal numaescala de sobreaviso de, nomáximo, 24 horas.

"Trabalhamos sob tensão o tempotodo, pois não sabemos quandoseremos acionados. A Embratel

utiliza uma campanha interna cujolema é 'não pode parar'. Mesmoestando em casa ou em algumaatividade de lazer com a família,falta-nos tranqüilidade. Além disso,não temos liberdade, porque nãopodemos viajar. Não conseguimosnos desligar da empresa, que nosquer disponível 24 horas, mas nãodemonstra interesse em pagar porisso", lamenta-se Heraldo.

A advogada do Sindicato dosTécnicos Industriais do EspíritoSanto (Sintec-ES), Drª Maria daPenha Tristão Calmon Alves,esclarece que o parágrafo 2º doartigo 244 da CLT dispõe sobre oregime de sobreaviso paratrabalhadores ferroviários, mas queo Judiciário tem aplicado odispositivo por analogia, quandoconfigurada a situação paratrabalhadores de outras profissões.

Segundo a advogada, "existe aindao Enunciado 229 do TribunalSuperior do Trabalho - TST, queaplica analogicamente o parágrafo

2º, 244 da CLT para os eletricitários.Também existe lei específica desobreaviso para os aeronautas, Lei7.183/84, e para trabalhadores ematividades de exploração,perfuração e extração de petróleo,onde a plataforma e a residênciase confundem com o local detrabalho, Lei 5.811/72. Mas, asatividades e condições de trabalhodesses profissionais são totalmentediversas daquela do ar tigoceletista".

Só no Espírito Santo, há cerca de16 técnicos da Embratel que vivema mesma situação e buscaram aajuda do Sintec-ES para resolver oproblema de forma coletiva. OSindicato entrou com uma Ação CivilPública que já está sendoencaminhada à 4ª Vara do Trabalhopara que a entidade prove que osempregados da área técnica daEmbratel trabalham em regime desobreaviso, já que a sentençadaquela Vara foi reformada peloTRT, quando reconheceu alegitimidade do Sindicato para

O alto custo do sobreaviso

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pleitear o regime de sobreavisopara os empregados quetrabalham ou trabalharam emsituação de sobreaviso. Outras duasações, de caráter individual, aindaestão na 1ª instância.

Heraldo, que também é diretor doSINTEC, e outros trabalhadoresreivindicam que a empresa volte apagar o sobreaviso, direitoestabelecido legalmente pela CLT."O ideal é que os técnicos - não sóda Embratel, mas de outrasempresas - denunciem ao Sintec-ES essa relação. Sabemos que hávárias outras empresas queexploram os trabalhadores dessaforma. Se os técnicos comunicaremesse desrespeito, as empresaspoderão ser acionadas. O objetivoé que as ações sejam coletivas paraque o ganho seja de todos, e nãoindividual; e essa vitória será umaconquista da categoria", convoca.

O Regime de Sobreaviso

Entende-se por regime desobreaviso aquele em que oempregado permanece àdisposição do empregador por umperíodo de 24 horas, para prestarassistência aos trabalhos normaisou atender as necessidadesocasionais de operações deemergência. Nesses casos, oempregado fica "de plantão"aguardando a qualquer momentoo chamado para o ser viço.Geralmente o empregado éescalado para o trabalho desobreaviso, o que ocorre porintermédio de escalas afixadas nolocal de trabalho, e-mails, oumesmo um telefonema.

Nesse regime de trabalho, oempregado fica aguardando ochamado para o serviço. Isso acabarestringindo sua liberdade delocomoção, pois deverá estarsempre em situação/condição que

lhe permita atender a chamadaurgente do empregador, gerandouma expectativa constante. Essechamado geralmente é feito pormeio de telefone, celular, pager, bip,e-mails, entre outros.

Como a justiça entende o caso

O TST, através de suas orientaçõesjurisprudenciais, entende que o usode bip e celular somentecaracteriza o sobreaviso se oempregado permanece em suaresidência, aguardando a qualquermomento ser chamado para oserviço, tendo assim sua liberdadecontrolada. Pois, para o Tribunal, ouso desses equipamentos decomunicação, por si só, não impedeque o empregado mantenha inteiraliberdade de uso do seu tempo livre,de descanso e lazer, podendodeslocar-se e permanecer emqualquer lugar de sua vontade.

Mas, segundo a advogada PenhaCalmon, essa é uma interpretaçãoliteral do artigo celetista. Contudo,existem julgados de TribunaisRegionais e mesmo dentro do TST,no sentido de que o uso dessesaparelhos não prejudica o direitode exigir o pagamento das horasde sobreaviso, desde que oempregado comprove que tem aobrigação de manter-se de plantãofora do seu local de trabalho.

Para a advogada, a obrigação demanter-se de plantão é que é o fatogerador do sobreaviso, pois issogera uma grave expectativa deespera de a qualquer momento serchamado e estar pronto paraatender o chamado de serviço. Elaaler ta:

"Essa situação interfere noemocional do trabalhador e norelacionamento com os familiares,que, em razão da situação, acabamsendo envolvidos. Nesses casos, o

OrientaçõesOrientaçõesOrientaçõesOrientaçõesOrientações

Hoje a questão crucial dodebate sobre o regime desobreaviso é o uso do celular.As empresas fornecem ocelular ao empregado com oobjetivo único de acioná-lopara atender suasemergências após a jornadanormal, mantendo-o sobresituação de aler ta a todomomento. No entanto, não oremuneram por isso, porentender que os meios decomunicações de hojepermitem que o trabalhadoras atendam, sem que issocause qualquer prejuízo a sualiberdade, já que não precisapermanecer "de plantão" emcasa aguardando o chamado.

Porém, o simples fato dotrabalhador ter que manter-se emocionalmente emestado de aler ta/espera, járestringe sua liberdade degozar o descanso, de usufruirdo lazer, e até a liberdade delocomoção, pois, de qualquerforma, mantém controladasua liberdade.

Dessa forma, quando otrabalhador, usando o telefonecelular fornecido pelaempresa, não tem comoprovar que formalmente foiescalado para trabalhar emsobreaviso, deve comprovarque ficava à disposição daempregadora para qualquereventual convocação.

julgador e o operador do direitodevem ter consciência que aaplicação da lei deve atender ao fimsocial a que ela se dirige e asexigências do bem comum".

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A prática de atividades artísticas ea busca pela melhoria da qualidadede vida encontram sempre espaçonas páginas da Cenário Técnico.Dessa vez a dica para alunos e ex-alunos do Centro Federal deEducação Tecnológica do EspíritoSanto (Cefetes) são as aulas deteoria musical oferecidas pelainstituição. A seguir, um resumo decomo a música sempre estevepresente no cotidiano dessesestudantes.

Histórico

A criação da Fanfarra ETV data deagosto de 1944. A estréia ocorreno dia 23 de setembro daquele ano,em comemoração ao aniversárioda escola. Regida pelo maestroAntônio Rodrigues Pontes, ex-soldado corneteiro da Polícia Militardo Espírito Santo. Nessa época, aFanfar ra era composta por

Conheça a bela trajetória da Orquestra Pop & Jazz do CefetesUma história cheia de harmonia

aproximadamente 30 músicos quetocavam surdos grandes e médios,taróis, caixas de guerra e cornetas.

Quase 10 anos depois, o entãoestudante do curso de mecânica,Luís Cláudio da Silva, assumiu aregência da Fanfarra ETV. Após ainclusão de outros instrumentos emúsicos, passando inclusive pelaregência de outro aluno da escola,Datan Coelho e por fim pelo pro-fessor do curso de Mecânica da ETV,Luís Cláudio. Entre as inovaçõesconsta o aumento do número deinstrumentos o que resultou numacomposição total de aproxima-damente oitenta e seis músicos.

Em 1961 nasce a Banda Marcial daEscola Técnica Federal do EspíritoSanto. Após 20 anos à frente daFanfarra, Luis Cláudio repassa aadministração para o Técnico Indus-trial em Agrimensura Mauro da Silva

e para o Técnico Industrial emEstradas Celso Barros Ferreira, quecoordenaram os trabalhos até 1976.A partir desse ano assume o mae-stro Wilson Couto Lírio. A novidadeé que as apresentações da bandadeixaram de ser restritas à escolae passam a ser realizadas tambémem outras instituições, municípiose até fora do Estado. Foramacrescentados novos instrumentose criado um uniforme, semelhanteao das bandas militares.

Após uma série de mudanças emelhorias, inclusive com o auxíliode integrantes da Banda de Músicada Polícia Militar do Estado doEspírito Santo, a Banda Marcial daEscola Técnica Federal do EspíritoSanto cresce e conquista seuespaço no cenário musical nacional,vencendo vários concursos. Em1980 a Banda contava com 200integrantes.

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Para relaxar

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ContatoContatoContatoContatoContato

Maestro Célio Paula da [email protected]

A par tir de dezembro de 1985, écriada a Banda de Música da Etfes,que passa a funcionar juntamentecom a Banda Marcial. O maestroCélio Paula da Costa é contratadopara ministrar aulas e reger aBanda, com o auxílio do trompetistaPaulo Roberto Rosa. Conquistas deimpor tantes títulos como o detricampeã no V CampeonatoNacional de Fanfarras e Bandas deSão Paulo, em 1987, marcam essaépoca.

As atividades da Banda de Músicaduraram aproximadamente trêsanos. Nesse período memoráveisapresentações foram registradas, esua contribuição para a formaçãode bons músicos foi significativa. Oano de 1985 marca também umagrande aquisição de instrumentos."Clarinetas, saxofones, tubas etrombones proporcionaram aosmaestros uma melhor sonoridadeda banda, pois com essa aquisiçãofoi possível executar outros gênerosmusicais, obter novos timbres emelhorar o desempenho dosmúsicos", relembra o maestro.

Devido a modificações realizadaspara que a banda pudesseparticipar de alguns concursos foicriado um novo nome: Banda Musi-cal da Escola Técnica Federal doEspírito Santo, vencendo, em 1991,seu primeiro concurso disputadonessa categoria, na cidade de SãoPaulo. Cabe ressaltar que osmúsicos que integravam a BandaMarcial e de Música eram osmesmos componentes da BandaMusical. A única diferença existenteentre elas era o reper tório e aforma de se apresentar. Enquantoa Banda Marcial e a Musical seapresentavam em desfiles epar ticipavam de concursos, aBanda de Música restringia suasapresentações a locais apropriados,como teatros, anfiteatros e coretos. CE

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A Banda Musical atuou até 1996,quando o maestro Wilson seaposentou. O maestro Célio ficouimpossibil itado de continuarministrando aulas e coordenandoa Oficina de Música, regendo aBanda Musical e a Orquestra Pop eJazz (criada em 1987 a par tir daBanda de Música) sem poder contarcom a ajuda de um outroprofissional da área. Com acompreensão de todos, decidiuentão manter somente asatividades da orquestra, que possuíaum menor número decomponentes, e da oficina, que jáestava bem estruturada.

Orquestra Pop & Jazz

Em 1987, o maestro Célio Paula daCosta e os músicos da Banda deMúsica da Etfes buscaraminspirações em outros gênerosmusicais, como o choro, samba,bossa nova, jazz, rock entre outros.Neste mesmo ano, empenharam-se em conhecer melhor cada umdesses estilos por meio deintercâmbios e pesquisas, o quepossibilitou a banda soar mais leve,com linguagem própria e swing,características principais de umabanda de música popular brasileirae de jazz.

O novo estilo de tocar, a banda demúsica tradicional cedeu lugar auma banda pop, uma banda de jazz.Surge então, nesse ano, a OrquestraPop & Jazz da Etfes, que seapresenta hoje para diversospúblicos, com o nome de OrquestraPop & Jazz do Cefetes.

Os músicos da Pop & Jazz estudamteoria musical, prática instrumentale participam de cursos de Harmo-nia e Improvisação, Técnica deArranjo e Prática de Orquestra.Todos esses cursos são ministradoscomo par te da preparação que o

maestro desenvolve na Oficina deMúsica antes de os alunoschegarem a participar efetivamenteda Orquestra. Todos os cursosmencionados são oferecidos paraos estudantes e ex-estudantes doCefetes que desejarem par ticipar.Algumas vagas são disponibilizadaspara jovens da comunidade.

Vale a pena ressaltar que aOrquestra Pop & Jazz desenvolvetodas as suas atividades sem cobrarcachês.

Fonte: Pesquisarealizada pelo MaestroCélio Paula da Costa.

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Etapa importante na vida de muitostécnicos industriais, o estágio éconsiderado uma das principaisfer ramentas no processo deconquista do primeiro emprego.Dependendo da empresa em quese realiza o estágio, a experiênciase transforma num impor tantecartão de visitas para abrir portasem outros locais. É que empresasde menor porte privilegiam recém-formados que já foramselecionados e, de cer ta forma,treinados por empresas maiores,mas que por algum motivo não fo-ram efetivados.

À frente da Coordenadoria deIntegração Escola-Empresa (CIE-E)do Centro Federal de EducaçãoTecnológica do Espírito Santo, apedagoga Jeane Virginio Soaresacredita que o estágio para oestudante de cursos técnicosindustriais é fundamental naformação do futuro profissional.

"Entre os objetivos destaco apossibilidade do aluno relacionar osconteúdos e contextos que darãosignificado ao aprendizado,integrando, assim, a vivência e aprática profissional ao longo docurso. A par ticipação nessassituações reais de vida e trabalhofavorece um melhor conhecimentoda área profissional escolhida", diz.

O professor do Cefetes, Marcos JoséVarejão Fassarella, acrescenta queo estudante estagiário contribui in-clusive para a reformulação doscursos, pois trazem para a sala deaula algumas experiências doambiente empresarial. "Em cursosnovos, principalmente, pois osestagiários comentam quais osconhecimentos específicos em queestão sendo solicitados com maisfreqüência. Isso é importante paratrabalharmos conteúdos emconsonância com as expectativas domercado", conclui.

Obrigatório em alguns planos decursos e optativo em outros, oestágio para estudantes do Cefetesé dividido em duas modalidades:sócio-cultural e profissional. Oprimeiro é voltado para estudantesdos períodos iniciais e não temvalidade curricular. "O estágio sócio-cultural respeita a legislação e vaide acordo com a necessidade deuma grande par te de estudantesque necessita de uma fonte derenda para se manterem na escola.É um estágio que não pode ser naárea técnica, por isso privilegiamosos empreendimentos ou projetos deinteresse social ou cultural", explicaa coordenadora Jeane.

Já o estágio profissional tem queser realizado obrigatoriamente naárea técnica e é aber to apenaspara estudantes a par tir do 3ºperíodo. A carga horária semanalmáxima é de 30 horas e osestagiários que concluíram toda a

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Cefetes mantém coordenadoria específica para auxiliar osestudantes durante esse período do aprendizado

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etapa escolar podem assinar contratosde até 40 horas semanais, ambos porno máximo 18 meses. "Nosso objetivoé conscientizar os empresários aefetivarem aquele estagiário queapresenta bons resultados e que jáconcluiu os estudos, ao invés derenovar indefinidamente, como se oestudante fosse uma mão-de-obrabarata", esclarece Jeane.

Acompanhamento

A Coordenadoria de Integração Escola-Empresa do Cefetes realiza reuniõesperiódicas com os estudantes, numatentativa de avaliar os estágios,identif icar possíveis problemas eaperfeiçoar as relações dos estagiárioscom os demais integrantes daempresa.

“É um espaço privilegiado para o alunoexpor, com toda tranqüil idade esegurança, tudo que acontece durantesua estada na empresa. É nessemomento que colhemos sugestõesimpor tantes que auxiliam o Cefetes eas empresas conveniadas na buscapela melhoria do nível dos estágios”,conclui Jeane.

“Se por um lado temos que combateras empresas que consideram oestagiário uma mão-de-obra barata,temos que defender um estágio emque o estudante coloque em prática oque aprendeu na escola, soborientação de um profissional. Aqueleestagiário do ensino técnico que operacopiadora e serve café não será umbom profissional”, ressalta o presidentedo Sintec-ES, Téc. Industrial emMetalurgia Kepler Daniel S. Eduardo.

Dica

Dinamismo, facilidade para trabalharem grupo, comprometimento,dedicação e poder de argumentaçãosão algumas das principais exigênciasdas empresas ao selecionarem novosestagiários. CE

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Número de estudantes do Cefetes encaminhadospara estágio em 2006 e 2007*

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*Números referentes a 2007 contabilizados até o mês deoutubro. Fonte: Coordenadoria de Integração Escola-Empresado Cefetes.

Bolsa

O valor da bolsa-auxílio oferecida pelas grandes empresasvariam entre R$ 290,00 e R$ 500,00, para estagiários doensino técnico com carga horária de até seis horas diárias.

O telefone do CIE-E para mais informações é (27) 3331-2147.

A pedagoga JeaneA pedagoga JeaneA pedagoga JeaneA pedagoga JeaneA pedagoga Jeaneconduz osconduz osconduz osconduz osconduz os

trabalhos da CIE-Etrabalhos da CIE-Etrabalhos da CIE-Etrabalhos da CIE-Etrabalhos da CIE-Edo Cefetesdo Cefetesdo Cefetesdo Cefetesdo Cefetes

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LEI Nº 5.524, DE 5 DE NOVEMBRO DE 1968LEI Nº 5.524, DE 5 DE NOVEMBRO DE 1968LEI Nº 5.524, DE 5 DE NOVEMBRO DE 1968LEI Nº 5.524, DE 5 DE NOVEMBRO DE 1968LEI Nº 5.524, DE 5 DE NOVEMBRO DE 1968Dispõe sobre o exercício da profissão de Técnico Industrial de nível médio.Art. 1º - É livre o exercício da profissão de Técnico Industrial de nível médio, observadas as condiçõesde capacidade estabelecidas nesta Lei.Art. 2º - A atividade profissional do Técnico Industrial de nível médio efetiva-se no seguinte campo derealizações:I - conduzir a execução técnica dos trabalhos de sua especialidade;II - prestar assistência técnica no estudo e desenvolvimento de projetos e pesquisas tecnológicas;III - orientar e coordenar a execução dos serviços de manutenção de equipamentos e instalações;IV - dar assistência técnica na compra, venda e utilização de produtos e equipamentos especializados;V - responsabilizar-se pela elaboração e execução de projetos compatíveis com a respectiva formaçãoprofissional.Art. 3º - O exercício da profissão de Técnico Industrial de nível médio é privativo de quem:I - haja concluído um dos cursos do segundo ciclo de ensino técnico industrial, tenha sido diplomado porescola oficial autorizada ou reconhecida, de nível médio, regularmente constituída nos termos da Lei nº4.024, de 20 DEZ 1961;II - após curso regular e válido para o exercício da profissão, tenha sido diplomado por escola ou institutotécnico industrial estrangeiro e revalidado seu diploma no Brasil, de acordo com a legislação vigente;III - sem os cursos e a formação atrás referidos, conte, na data da promulgação desta Lei, 5 (cinco) anosde atividade integrada no campo da técnica industrial de nível médio e tenha habilitação reconhecida porórgão competente.Art. 4º - Os cargos de Técnico Industrial de nível médio, no serviço público federal, estadual ou municipalou em órgãos dirigidos indiretamente pelo poder público, bem como na economia privada, somente serãoexercidos por profissionais legalmente habilitados.Art. 5º - O Poder Executivo promoverá expedição de regulamentos, para execução da presente Lei.Art. 6º - Esta Lei será aplicável, no que couber, aos técnicos agrícolas de nível médio.Art. 7º - A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação.Art. 8º - Revogam-se as disposições em contrário.A. DA COSTA E SILVA - Presidente da RepúblicaPublicada no D.O.U. de 06 NOV 1968 - Seção I - Pág. 9.689.

DECRETO Nº 90.922, DE 6 FEV 1985DECRETO Nº 90.922, DE 6 FEV 1985DECRETO Nº 90.922, DE 6 FEV 1985DECRETO Nº 90.922, DE 6 FEV 1985DECRETO Nº 90.922, DE 6 FEV 1985Regulamenta a Lei nº 5.524, de 5 NOV 1968, que "dispõe sobre o exercício da profissão de técnicoindustrial e técnico agrícola de nível médio ou de 2º grau."O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 81, item III, da Constituição e tendoem vista o disposto no artigo 5º da Lei nº 5.524, de 5 NOV 1968, DECRETA:Art. 1º - Para efeito do disposto neste Decreto, entendem-se por técnico industrial e técnico agrícola de2º grau ou, pela legislação anterior, de nível médio, os habilitados nos termos das Leis nºs 4.024, de 20DEZ 1961, 5.692, de 11 AGO 1971, e 7.044, de 18 OUT 1982.Art. 2º - É assegurado o exercício da profissão de técnico de 2º grau de que trata o ar tigo anterior, a quem:I - tenha concluído um dos cursos técnicos industriais e agrícolas de 2º grau, e tenha sido diplomado porescola autorizada ou reconhecida, regularmente constituída, nos termos das Leis nºs 4.024, de 20 DEZ1961, 5.692, de 11 AGO 1971, e 7.044, de 19 OUT 1982;II - seja portador de diploma de habilitação específica, expedido por instituição de ensino estrangeira,revalidado na forma da legislação pertinente em vigor;III - sem habilitação específica, conte na data da promulgação da Lei nº 5.524, de 5 NOV 1968, 5 (cinco)anos de atividade como técnico de 2º grau.Parágrafo único - A prova da situação referida no inciso III será feita por qualquer meio em direitopermitido, seja por alvará municipal, pagamento de impostos, anotação na Car teira de Trabalho ePrevidência Social ou comprovante de recolhimento de contribuições previdenciárias.Art. 3º - Os técnicos industriais e técnicos agrícolas de 2º grau, observado o disposto nos ar ts. 4º e 5º,poderão:I - conduzir a execução técnica dos trabalhos de sua especialidade;II - prestar assistência técnica no estudo e desenvolvimento de projetos e pesquisas tecnológicas;III - orientar e coordenar a execução dos serviços de manutenção de equipamentos e instalações;IV - dar assistência técnica na compra, venda e utilização de produtos e equipamentos especializados;V - responsabilizar-se pela elaboração e execução de projetos compatíveis com a respectiva formaçãoprofissional.Art. 4º - As atribuições dos técnicos industriais de 2º grau, em suas diversas modalidades, para efeitodo exercício profissional e de sua fiscalização, respeitados os limites de sua formação, consistem em:I - executar e conduzir a execução técnica de trabalhos profissionais, bem como orientar e coordenarequipes de execução de instalações, montagens, operação, reparos ou manutenção;II - prestar assistência técnica e assessoria no estudo de viabilidade e desenvolvimento de projetos epesquisas tecnológicas, ou nos trabalhos de vistoria, perícia, avaliação, arbitramento e consultoria,exercendo, dentre outras, as seguintes atividades:1) coleta de dados de natureza técnica;2) desenho de detalhes e da representação gráfica de cálculos;3) elaboração de orçamento de materiais e equipamentos, instalações e mão-de-obra;4) detalhamento de programas de trabalho, observando normas técnicas e de segurança;5) aplicação de normas técnicas concernentes aos respectivos processos de trabalho;6) execução de ensaios de rotina, registrando observações relativas ao controle de qualidade dosmateriais, peças e conjuntos;7) regulagem de máquinas, aparelhos e instrumentos técnicos.III - executar, fiscalizar, orientar e coordenar diretamente serviços de manutenção e reparo de equipamentos,instalações e arquivos técnicos específicos, bem como conduzir e treinar as respectivas equipes;IV - dar assistência técnica na compra, venda e utilização de equipamentos e materiais especializados,assessorando, padronizando, mensurando e orçando;V - responsabilizar-se pela elaboração e execução de projetos compatíveis com a respectiva formaçãoprofissional;VI - ministrar disciplinas técnicas de sua especialidade, constantes dos currículos do ensino de 1º e 2ºgraus, desde que possua formação específica, incluída a pedagógica, para o exercício do magistérionesses dois níveis de ensino.§ 1º - Os técnicos de 2º grau das áreas de Arquitetura e de Engenharia Civil, na modalidade Edificações,poderão projetar e dirigir edificações de até 80m2 de área construída, que não constituam conjuntosresidenciais, bem como realizar reformas, desde que não impliquem em estruturas de concreto armadoou metálica, e exercer a atividade de desenhista de sua especialidade.§ 2º - Os técnicos em Eletrotécnica poderão projetar e dirigir instalações elétricas com demanda deenergia de até 800 Kva, bem como exercer a atividade de desenhista de sua especialidade.§ 3º - Os técnicos em Agrimensura terão as atribuições para a medição, demarcação de levantamentostopográficos, bem como projetar, conduzir e dirigir trabalhos topográficos, funcionar como perito emvistorias e arbitramentos relativos à agrimensura e exercer atividade de desenhista de sua especialidade.Art. 5º - Além das atribuições mencionadas neste Decreto, fica assegurado aos técnicos industriais de 2º

grau o exercício de outras atribuições, desde que compatíveis com a sua formação curricular.Art. 6º - As atribuições dos técnicos agrícolas de 2º grau em suas diversas modalidades, para efeito doexercício profissional e da sua fiscalização, respeitados os limites de sua formação, consistem em:I - desempenhar cargos, funções ou empregos em atividades estatais, paraestatais e privadas;II - atuar em atividades de extensão, associativismo e em apoio à pesquisa, análise, experimentação,ensaio e divulgação técnica;III - ministrar disciplinas técnicas de sua especialidade, constantes dos currículos do ensino de 1º e 2ºgraus, desde que possua formação específica, incluída a pedagógica, para o exercício do magistérionesses dois níveis de ensino;IV - responsabilizar-se pela elaboração e execução de projetos compatíveis com a respectiva formaçãoprofissional;V - elaborar orçamentos relativos às atividades de sua competência;VI - prestar assistência técnica e assessoria no estudo e desenvolvimento de projetos e pesquisastecnológicas, ou nos trabalhos e vistorias, perícia, arbitramento e consultoria, exercendo, dentre outras,as seguintes tarefas:1) coleta de dados de natureza técnica;2) desenho de detalhes de construções rurais;3) elaboração de orçamentos de materiais, insumos, equipamentos, instalações e mão-de-obra;4) detalhamento de programas de trabalho, observando normas técnicas e de segurança no meio rural;5) manejo e regulagem de máquinas e implementos agrícolas;6) assistência técnica na aplicação de produtos especializados;7) execução e fiscalização dos procedimentos relativos ao preparo do solo até à colheita, armazenamento,comercialização e industrialização dos produtos agropecuários;8) administração de propriedades rurais;9) colaboração nos procedimentos de multiplicação de sementes e mudas, comuns e melhoradas, bemcomo em serviços de drenagem e irrigação.VII - conduzir, executar e fiscalizar obra e serviço técnico, compatíveis com a respectiva formaçãoprofissional;VIII - elaborar relatórios e pareceres técnicos, circunscritos ao âmbito de sua habilitação;IX - executar trabalhos de mensuração e controle de qualidade;X - dar assistência técnica na compra, venda e utilização de equipamentos em materiais especializados,assessorando, padronizando, mensurando e orçando;XI - emitir laudos e documentos de classificação e exercer a fiscalização de produtos de origem vegetal,animal e agroindustrial;XII - prestar assistência técnica na comercialização e armazenamento de produtos agropecuários;XIII - administrar propriedades rurais em nível gerencial;XIV - prestar assistência técnica na multiplicação de sementes e mudas, comuns e melhoradas;XV - conduzir equipe de instalação, montagem e operação, reparo ou manutenção;XVI - treinar e conduzir equipes de execução de serviços e obras de sua modalidade;XVII - desempenhar outras atividades compatíveis com a sua formação profissional.§ 1º - Os técnicos em Agropecuária poderão, para efeito de financiamento de investimento e custeio pelosistema de crédito rural ou industrial e no âmbito restrito de suas respectivas habilitações, elaborarprojetos de valor não superior a 1.500 MVR.§ 2º - Os técnicos agrícolas do setor agroindustrial poderão responsabilizar-se pela elaboração deprojetos de detalhes e pela condução de equipe na execução direta de projetos agroindustriais.Art. 7º - Além das atribuições mencionadas neste Decreto, fica assegurado aos Técnicos Agrícolas de2º grau o exercício de outras atribuições, desde que compatíveis com a sua formação curricular.Art. 8º - As denominações de técnico industrial e de técnico agrícola de 2º grau ou, pela legislaçãoanterior, de nível médio, são reservadas aos profissionais legalmente habilitados e registrados naforma deste Decreto.Art. 9º - O disposto neste Decreto aplica-se a todas as habilitações profissionais de técnico de 2º graudos setores primário e secundário, aprovadas pelo Conselho Federal de Educação.Art. 10 - Nenhum profissional poderá desempenhar atividade além daquelas que lhe competem pelascaracterísticas de seu currículo escolar, considerados, em cada caso, os conteúdos das disciplinas quecontribuem para sua formação profissional.Art. 11 - As qualificações de técnicos industrial ou agrícola de 2º grau só poderão ser acrescidas àdenominação de pessoa jurídica composta exclusivamente de profissionais possuidores de tais títulos.Art. 12 - Nos trabalhos executados pelos técnicos de 2º grau de que trata este Decreto, é obrigatória,além da assinatura, a menção explícita do título profissional e do número da carteira referida no Art.15 e do Conselho Regional que a expediu.Parágrafo único - Em se tratando de obras, é obrigatória a manutenção de placa visível ao público, escritaem letras de forma, com nomes, títulos, números das car teiras e do CREA que a expediu, dos autorese co-autores responsáveis pelo projeto e pela execução.Art. 13 - A fiscalização do exercício das profissões de técnico industrial e de técnico agrícola de 2º grauserá exercida pelos respectivos Conselhos Profissionais.Art. 14 - Os profissionais de que trata este Decreto só poderão exercer a profissão após o registro nosrespectivos Conselhos Profissionais da jurisdição de exercício de sua atividade.Art. 15 - Ao profissional registrado em Conselho de Fiscalização do Exercício Profissional será expedidaCarteira Profissional de Técnico, conforme modelo aprovado pelo respectivo Órgão, a qual substituiráo diploma, valendo como documento de identidade e terá fé pública.Parágrafo único - A Car teira Profissional de Técnico conterá, obrigatoriamente, o número do registro ea habilitação profissional de seu portador.Ar t. 16 - Os técnicos de 2º grau cujos diplomas estejam em fase de registro poderão exercer asrespectivas profissões mediante registro provisório no Conselho Profissional, por um ano, prorrogávelpor mais um ano, a critério do mesmo Conselho.Art. 17 - O profissional, firma ou organização registrados em qualquer Conselho Profissional, quandoexercerem atividades em outra região diferente daquela em que se encontram registrados, obrigam-se ao visto do registro na nova região.Parágrafo único - No caso em que a atividade exceda a 180 (cento e oitenta) dias, fica a pessoa jurídica,sua agência, filial, sucursal ou escritório de obras e serviços, obrigada a proceder ao seu registro nanova região.Art. 18 - O exercício da profissão de técnico industrial e de técnico agrícola de 2º grau é regulado pelaLei nº 5.524, de 5 NOV 1968, e, no que couber, pelas disposições das Leis nºs 5.194, de 24 DEZ 1966,e 6.994, de 26 MAIO 1982.Art. 19 - O Conselho Federal respectivo baixará as Resoluções que se fizerem necessárias à perfeitaexecução deste Decreto.Ar t. 20 - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições emcontrário.

Brasília, 6 FEV 1985; 164º da Independência e 97º da República.João FigueiredoMurilo MacêdoPublicado no D.O.U. DE 07 FEV 1985 - Seção I - Pág. 2.194.

Lei nº 5.524/68 e DecrLei nº 5.524/68 e DecrLei nº 5.524/68 e DecrLei nº 5.524/68 e DecrLei nº 5.524/68 e Decreto 90.922/85eto 90.922/85eto 90.922/85eto 90.922/85eto 90.922/85

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