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Page 1: Editorial - formacaoredefale.pbworks.comformacaoredefale.pbworks.com/f/ECOS da Rede FALE - 5ª edição.pdf · manifestações e movimentos sociais sendo recebidos a balas e bombas

Editorial__stamos aqui com mais um ECOS da Rede FALE! Com um desafio, colocar nossas “falas” no papel, e

compartilhar entre todos nós aquilo que temos falado e feito por aí. O ECOS estará em plena sintonia com o nosso Blog-site, que será alimentado com essas matérias mais completas. Ao nos comunicar, colocarmos em prática a possibilidade de nos fortalecermos e seguirmos juntos na caminhada, pois ao tornarmos nossas lutas conhecidas podemos agregar novos atores e parceiros. Em 2011 muita coisa já aconteceu. No Encontro Nacional da Rede FALE, no Rio de janeiro, em novembro do ano passado, foram definidas algumas prioridades de ação. Definimos também a nova coordenação nacional, composta por 35 voluntários, homens e mulheres de todo o Brasil que dispuseram parte de sua agitada rotina para colaborar com o crescimento da Rede FALE. Os desafios levantados no campo da comunicação, formação e articulação se entrelaçam e mostram a necessidade de

ampliarmos nossas ações de formação e de apoio às igrejas. Esse tem sido um grande clamor dos diversos grupos FALE. Há muito o que fazer, muito trabalho pela frente! E a ação de cada falante é imprescindível para que possamos ter uma voz ativa diante da sociedade... Precisamos continuar falando diante dos últimos acontecimentos em nosso país: aprovação do código florestal no Congresso, morte de defensores da floresta no Norte (evidenciando tantas outras que acontecem no dia a dia), manifestações e movimentos sociais sendo recebidos a balas e bombas pela polícia, evidenciando uma crescente criminalização dos movimentos sociais... Contribua você também na nossa comunicação, para que falemos todos, e juntos possamos fazer um barulho construtivo!

Morgana Boostel

Secretária Executiva

Falando Nisso..._

Encontro Nacional da Rede FALE: planejamento e composição da nova ‘flor’ Horizontalidade, Diversidade e Amizade

Não é fácil compreender como funciona uma Rede. Mas é possível identificar alguns princípios que ajudam a entender como o FALE trabalha. Foi isso que 30 jovens fizeram no último Encontro Nacional, realizado no Rio de Janeiro, entre 25 e 29 de novembro de 2010. Na ocasião, foram debatidos os temas da formação, da comunicação e do fortalecimento organizacional. Estas foram as prioridades elencadas para Planejamento Estratégico da Rede FALE no triênio 2012-2014.

Como marca de horizontalidade de todos os encontros nacionais, houve um momento de debate aberto e rearticulação dos responsáveis por cada uma das coordenações que compõem o “modelo-Flor” da coordenação nacional.

A grande novidade deste novo modelo-Flor é a transversalidade entre projetos estratégicos, ações planejadas pelas pétalas em conjunto e implementadas pelo Comitê Executivo. Os contatos da coordenação nacional estão disponíveis no blog do FALE (equipe).

Marcus Vinicius Matos – Coordenador de Projetos Rede FALE

II Conferência Nacional de Juventude e III Seminário Evangélico de PPJ’s

As juventudes reunidas no Conjuve estão todas empenhadas na tarefa de fazer da II Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude uma experiência ainda melhor que a primeira. Para tanto será preciso um esforço maior na interlocução com os jovens (cristãos, inclusive) que não foram contagiados pela pauta de política pública de juventude (PPJ).

Para ampliar esse processo a Rede FALE, junto com as demais organizações evangélicas no Conjuve (ABUB, JUMOC e REJU), propôs, para o mês de agosto, a realização do III Seminário Evangélico de Políticas Públicas de Juventude. O Encontro tem por objetivo discutir o que queremos e para onde iremos com esta tal PPJ. Para nós, protestantes, isso é uma missão.

Apostar no jovem é criar meios para que se estude com qualidade, se produza em grande quantidade, se preserve com sinceridade e se supere na adversidade. Tudo hoje, para que o amanhã seja duradouro, “pro dia nascer feliz”.

Max Dias – Conselheiro Nacional de Juventude Rede FALE

E

Ecos da Rede FALE - Boletim Informativo - Edição n0 5 – Junho 2011

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Expediente: ECOS é um informativo interno mensal da Rede Fale, sob responsabilidade da secretaria executiva da Rede. Participaram desta edição: Caio Marçal, Carlos Eduardo Fernandes, Eric Rodrigues (Peruca), Marcus Vinicius Matos, Max Dias, Morgana Boostel, Pedro Grabois e Priscila Vieira.

Site: http://www.fale.org.br E-mail: [email protected]

Campanha COPA 2014

A “Campanha de Enfrentamento ao Turismo Sexual de Crianças e Adolescentes – Projeto COPA 2014” nasceu da troca de ideias durante o VI Encontro Nacional da RENAS – Rede Evangélica Nacional de Ação Social, em 20??. Nas conversas, percebeu-se o consenso quanto a necessidade de ações que prevenissem o turismo sexual infantil durante o evento esportivo.

A Rede FALE participou da construção do projeto e mobilização de ações em Defesa de Direitos. Um dos marcos iniciais da campanha foi a Marcha Contra o Abuso e Exploração Sexual de Crianças e do Adolescentes no Turismo, que ocorreu nas cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo no Brasil, no dia 18 de maio.

Cada cidade sede da Copa de 2014 tem um articulador da campanha, dentre eles temos alguns falantes, como o Andre Marçal em São Paulo (SP), a Luciana em Cuiabá (MT) e o Leandro Silva em Natal (RN).

Caio Marçal – Secretário Nacional de Mobilização Rede FALE

MJPOP: Compartilhando experiências de monitoramento

Entre os dias 21 e 24 de fevereiro deste ano, quatro falantes se fizeram presentes no Treinamento Nacional do Monitoramento Jovem de Políticas Públicas(MJPOP), em Salvador (BA). Período que possibilitou uma maior aproximação com a metodologia. Estiveram nesse treinamento Pedro Grabois, Eric Rodrigues (Peruca), Rafael Lira e Morgana Boostel.

A partir desse encontro, iniciaram algumas conversas sobre a intenção de "adaptar" a metodologia para as igrejas, e, a partir disso, oferecer essa ferramenta para as igrejas com que temos relação e para nossos grupos locais

Está previsto um seminário com as organizações envolvidas no processo: Visão Mundial, Rede FALE, Evangélicos pela Justiça (EPJ), Conselho Latino Americano de Igrejas (CLAI), entre outras. O Seminário está previsto para acontecer no segundo semestre, ainda sem local e data determinada.

Se você tem interesse no tema, fique atento!

De campanha a projeto: Rede FALE E ELITES de mãos dadas pelo Saneamento Ambiental em Marabá

“FALE por Saneamento Ambiental em Marabá(PA)” tem sido um grito que soma

esforços dos mais variados e distantes grupos. Foram mais de 30 mil cartões distribuídos em todas as regiões do país.

Em novembro do ano passado, depois de insistentes tentativas de diálogo e conversas com a Cia VALE, decidimos realizar um Ato em frente a sede da empresa, no Rio de Janeiro, por ocasião do Encontro Nacional da Rede FALE. O ato não foi realizado, pois coincidiu com a semana de intensos conflitos naquela cidade. No entanto, apenas a sua intenção já surtiu o efeito desejado. Finalmente, a empresa abriu-se para dialogar com o Fale.

Foi realizada uma reunião com representantes da Rede FALE e da ONG ELITES (Equipe Líder em

Trabalhos Ecológicos e Sociais) com o analista de Representação Institucional da VALE S.A, Antônio Carlos Lima Venâncio, visando compartilhar experiências, dados coletados, pesquisas e visitas técnicas desenvolvidas nos últimos três anos. Também foram discutidas propostas para mitigação e contenção de impactos ambientais ocorridos às margens do córrego.

A Rede FALE e a equipe ELITES apresentarão, até o final deste ano, um projeto que contempla tanto as questões socais que envolvem a região quanto a restauração ambiental, incluindo um trabalho de engenharia para a vazão da água. O projeto será levado para discussão em audiência pública.

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Falando pelo sertão nordestino...

“FALE pela ampliação da rede de Atenção DST/AIDS no sertão da Paraiba”, esse é o clamor que a rede FALE, junto com a ACEV Social, levanta pelos caminhos do sertão. Já foram assinados mais de 8000 cartões que estão sendo reunidos para serem entregues diretamente ao governador Ricardo Coutinho, destinatário dos cartões. Já foi protocolado pedido de audiência com o governador, mas ainda não obtivemos resposta.

Além disso, foram realizadas diversas atividades de sensibilização em parcerias com as igrejas no interior e capital da Paraíba. Como frutos dessas atividades, várias igrejas tem se envolvido na campanha e conhecido um pouco mais da Rede FALE.

Em Rede..._

Os grupos e redes locais desenvolvem diversas ações espalhadas pelo Brasil, saiba um pouco do que aconteceu nos últimos meses.

FALE Rio de Janeiro (RJ) – Tecendo Redes

O FALE-RJ caminha em direção a ser uma rede cada vez mais presente e atuante na sociedade fluminense. O diálogo com grupos diversos tem sido um desafio e um prazer. Estamos próximos a igrejas, organizações paraeclesiásticas, movimentos de direitos humanos, ONGs, juventudes partidárias e outros atores que encontramos na caminhada.

Toda essa pluralidade se soma à nossa caminhada, já consolidada, de fortalecimento da Rede Evangélica Nacional de Ação Social (RENAS-Rio e RENAS-Jovem-Rio). Temos acompanhado de perto o processo de construção do Conselho Estadual de Direitos Humanos do Rio de Janeiro (CEDH) e também temos nos aproximado das movimentações em torno das políticas de juventude na cidade e no Estado do Rio. O grupo local do Rio tem realizado encontros e procurado refletir sobre o papel e as características da atuação em rede.

Pedro Grabois – Articulador Rede FALE RJ

FALE-ES – Novos caminhos de parceria

Através de conversas entre membros da Rede FALE em Vitória (ES) com outras organizações que atuam na capital, surgiu a ideia de reunir entidades que de alguma forma sonham com uma realidade melhor para o povo capixaba. O primeiro encontro aconteceu na garagem da Escola de Missões Avalanche. Ali teve início a formação de uma rede de articulações compondo muita gente que fala como a gente.

Já estão participando conosco diversas iniciativas missionárias e de serviço, além de alguns movimentos não religiosos, mas que em muito se preocupam com a realidade capixaba, como o Fórum Estadual da Juventude Negra no Espírito Santo (FEJUNES). Mas não fica apenas assim, já tem muita gente interessada em se aproximar e em breve teremos uma verdadeira “tropa” de pessoas lutando por mudanças radicais e transformadoras através de amor e

muito suor. Eric Rodrigues (Peruca) – Membro da Rede FALE ES

FALE SP – Falando a quase dois anos em São Paulo

Criado em dezembro de 2009, o FALE São Paulo tem avançado, com a realização de reuniões e eventos. Recentemente, destacam-se o encontro com Anivaldo Padilha, que é secretário de planejamento e cooperação internacional de Koinonia; a participação no Congresso Nacional da Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB); e no Encontro Nacional da Rede FALE.

Em setembro de 2010, a rede decidiu dar um passo a mais e desenvolver a campanha "Eles, o que são?", uma ação que deverá ajudar a averiguar a situação de crianças e adolescentes em abrigos estaduais. Em 2011, integrantes da rede participaram da manifestação contra o abuso sexual de crianças e adolescentes.

Diana Gilli – Articuladora Rede FALE SP

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“(...) parece um caminho mais fácil, jogar a culpa de nossas indiferenças na soberania

de Deus, mas com certeza não é o caminho correto.”

Entrevista: Roni Cavalcante..._

Nessa edição vamos conhecer um pouco mais de um falante matuto, lá da região do Cerrado. Um jovem que participa desde o começo e contribui muito na construção da Rede FALE. Roni Cavalcante - hoje com 34 anos, mora com sua esposa em Goiânia (GO).

Você participou ativamente do movimento estudantil na Universidade. Como você via a relação entre sua militância política e fé cristã (evangélica) naquela época? E como você a vê hoje? Roni: Sempre encarei a militância como minha contribuição para a sociedade e às pessoas. Embora no início não tivéssemos a exata noção de que essa militância e a dedicação às causas sociais e políticas era também uma dedicação ao Reino, com o tempo isso foi ficando mais claro. Afinal, se dedicar às causas em busca de uma sociedade mais justa é cumprir o mandamento de amar do próximo. Mas essa militância, na maioria das vezes não era vista na igreja como uma atividade do "Reino". Ao contrário, éramos até orientados a não nos envolver, já que a Igreja, muitas vezes, usa o discurso da soberania de Deus para justificar as injustiças e desigualdades, dizem "o nosso Reino não é esse". Como foi seu primeiro contato com o FALE? Você estava naquele Congresso da UNE (CONUNE) no qual muitos de nós atribuem o "nascimento" do FALE? Roni: Nessa época, 2001, eu atuava na Mocidade Para Cristo (MPC) em Goiânia e algumas vezes fazíamos atividades entre a MPC e a Aliança Bíblica Universitária (ABU). E um amigo da ABU, o Elter, me falou de um movimento que surgiu na Inglaterra, o Speak, e que um grupo de jovens estaria organizando o movimento no Brasil, aqui seria o FALE. Gostei muito da ideia e me aproximei. Então, durante aquele congresso da UNE que aconteceu em Goiânia, em 2001, em parceria com a ABU e MPC, nós fizemos as primeiras atividades do FALE. Nos últimos cinco anos, você tem trabalhado muito com a questão da comunicação. Qual é a relação entre comunicação e política no Brasil hoje? Os métodos e meios de comunicação utilizados nas campanhas e disputas eleitorais são os mesmos utilizados por redes e movimentos sociais nas suas campanhas? Roni: Hoje minha atividade profissional é integrada à comunicação. E é exatamente a forma como os fatos são comunicados ou noticiados que interfere diretamente na opinião que temos sobre determinado produto, grupo, política ou pessoa. Uma mensagem, seja ela qual for, se bem trabalhada, com planejamento e objetivos claros, tem um poder muito grande de influenciar a vida das pessoas e de toda uma nação. As campanhas eleitorais, candidatos e partidos políticos, especialmente “os com chances de serem eleitos”, sabem exatamente disso e trabalham suas estratégias de comunicação

de forma profissional e objetiva. Na maioria das vezes, redes e movimentos sociais não têm muitos recursos, deveriam portanto, trabalhar sua comunicação de forma mais clara e objetiva, aumentando seu potencial de resultados. No entanto, muitas vezes os movimentos não são criativos e transformam boas mensagens em outras que as pessoas entendem como ruins e prejudiciais. Qual seria um exemplo de atuação de comunicação correta em que os resultados são alcançados? Roni: Um exemplo claro vem do próprio Jesus que usava de parábolas para conversar e ensinar sobre o Reino de Deus. Imaginemos Jesus explicando ao povo a boa nova de forma intelectual ou usando um vocabulário elitista. Com certeza o efeito seria outro e Ele sabia disso, por isso falava na linguagem do povo. No caso dos movimentos sociais e das redes o que vejo muitas vezes é o contrário, a ideia não é transmitida na linguagem dos reais beneficiados. Por isso o FALE precisa continuar muito atento a forma e a estratégia de comunicação a ser utilizada em suas ações e campanhas. Desde 2002 o FALE usa o cartão “Ore&Envie” como uma importante ferramenta de mobilização. Hoje, com a Internet e

redes sociais conectadas o tempo todo, o modelo do cartão impresso ainda faz sentido? Roni: O cartão "Ore&Envie" teve uma presença muito marcante nas atividades do FALE, chegamos a ser

confundidos como “o pessoal dos cartões”. É uma estratégia interessante, porque marca presença física, ou off-line, como se diz hoje. O cartão serve como instrumento de mobilização, as pessoas em seus pequenos grupos, têm orientação sobre um conteúdo especifico, podem orar por aquele tema de injustiça e tem ainda uma ação prática, que é o enviar. Mesmo com a força indiscutível da internet e redes sociais, essa forma de manifestação ainda é válida, uma vez que a internet ainda não atinge toda a população. É hora de focar também nos ambientes digitais e pensar em alternativas que facilitem a participação de jovens e a manifestação contra a injustiça. Melhorar nossa atuação na internet é sem dúvida um desafio, mas o que faz toda a diferença na forma de comunicar é a eficácia do conteúdo. Usar as ferramentas corretas, ter um bom site, atuar com frequência nas redes sociais e ter agilidade para interagir com esses jovens é sem dúvida importante, mas o fundamental é investir tempo e recursos para produção de mensagens que quem vai ler/assistir/ouvir sinta-se atingido e fique interessado em participar de um grupo que se manifesta a favor da Justiça, entendendo que essa atitude é um mandamento cristão.