edificações nr 18

57
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DEC ROGÉRIO ZENHITI ARAKAKI SEGURANÇA DO TRABALHO EM EDIFICAÇÕES PREDIAIS DE CONCRETO ARMADO SEGUNDO A NR-18 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil do Centro de Ciências Tecnológicas da Universidade do Estado de Santa Catarina para obtenção do Grau de Engenheiro Civil Orientador: Prof. Ivo Hamilton Persike JOINVILLE 2011

Upload: humbertoschneider

Post on 12-Aug-2015

57 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: edificações nr 18

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL – DEC

ROGÉRIO ZENHITI ARAKAKI

SEGURANÇA DO TRABALHO EM EDIFICAÇÕES PREDIAIS DE

CONCRETO ARMADO SEGUNDO A NR-18

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Engenharia Civil

do Centro de Ciências Tecnológicas da

Universidade do Estado de Santa Catarina

para obtenção do Grau de Engenheiro Civil

Orientador: Prof. Ivo Hamilton Persike

JOINVILLE

2011

Page 2: edificações nr 18

ROGÉRIO ZENHITI ARAKAKI

SEGURANÇA DO TRABALHO EM EDIFICAÇÕES PREDIAIS DE

CONCRETO ARMADO SEGUNDO A NR-18

Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do

grau de Engenheiro Civil do Centro de Ciências Tecnológicas da Universidade do

Estado de Santa Catarina.

Banca Examinadora:

Orientador:..............................................................

Prof. Ivo Hamilton Persike

UDESC – Joinville

Membro:..................................................................

Prof. Roberto Busch

UDESC – Joinville

Membro:..................................................................

Prof. Marcio Luiz Gern

UDESC – Joinville

JOINVILLE, 14/06/2011

Page 3: edificações nr 18

Ao meu pai Zensho Arakaki,

minha mãe Izaura

e meus irmãos,

Rafaela e Daniel.

Page 4: edificações nr 18

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela benção das oportunidades de aprendizado da vida.

Aos meus pais, por estarem sempre me apoiando e confiando em todos os

momentos neste período da faculdade e serem os maiores responsáveis pela minha

formação.

A minha irmã, Rafaela, por me ajudar nos momentos mais difíceis com seus

conselhos e experiência.

Ao meu irmão, Daniel que tenho, não apenas como um simples irmão, mas

como um melhor amigo.

Aos meus amigos de Sorocaba Marco, Tiago e Fernando pelo

companheirismo.

A todos os meus amigos de faculdade, que sempre me apoiaram e me

ajudaram nos estudos.

Aos meus amigos “brothers” Camila, Heloísa e Filipe pelo companheirismo,

convívio e paciência no inesquecível intercâmbio de estudos, em Portugal.

Ao meu professor orientador, Ivo Hamilton Persike, por todo auxílio na

realização deste trabalho de graduação.

A equipe da CEREST, em especial a Vânia, pelas informações cedidas que

foram de grande importância para o desenvolvimento do trabalho.

A todos os professores e a UDESC pela contribuição à minha formação, pelos

conhecimentos adquiridos e oportunidades oferecidas durantes todos esses anos.

Ao Eng. Civil Roberto Antônio de Araújo Silva e ao Sr. Rossi pela

oportunidade de estágio e confiança.

Page 5: edificações nr 18

A todas as pessoas que passaram pela minha vida durante esta etapa, seja

em curta ou longa duração, mas o suficiente para aprender algo com a convivência.

Page 6: edificações nr 18

“Quando fazemos a coisa certa, nos sentimos bem, não

só por termos colaborado com o nosso bem estar, mas

também com o dos outros. Segurança é uma questão de

educação.”

Lisa, Rio Grande do Sul, junho de 2006

Page 7: edificações nr 18

RESUMO

O mercado da construção civil no Brasil tem crescido gradativamente em várias regiões. Com isso, a demanda de mão-de-obra tem aumentado constantemente neste meio, sendo eles, pedreiros, carpinteiros, pintores, mestres de obra, engenheiros, entre outros. Por este motivo, o número de acidentes de trabalho cresce proporcionalmente à construção. Com a criação das Normas Regulamentadoras NR-18, que tem como objetivo dar melhores condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção e que estabelece diretrizes de ordem administrativas, de planejamento e organização, foi possível minimizar consideravelmente os incidentes negativos nas obras com os trabalhadores. No entanto, nem todas as empresas ligadas a construção, seguem corretamente a norma. Determinada na legislação federal, estadual e/ou municipal, os empregadores devem obrigatoriamente cumprir a norma, podendo resultar em penalidades concedidas pela fiscalização já existente em grandes cidades. Na cidade de Joinville por exemplo, existe o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador criado exclusivamente para fiscalizar as condições de ambiente e de trabalho, que engloba desde os equipamentos usados pelos empregados até as condições do canteiro de obras.

PALAVRAS CHAVE: Segurança do Trabalho, Normas Regulamentadoras.

Page 8: edificações nr 18

ABSTRACT

The construction market in Brazil has grown gradually in various regions. Thus, the

demand for manpower has constantly increased in this way, such as, masons,

carpenters, painters, construction foremen, engineers, and so on. Therefore, the

number of accidents increases proportionally to the construction.

With the creation of NR-18 regulatory norms, which aims to provide a better life and

working environment in the construction industry and providing guidelines for policy,

administrative, planning and organization, it was possible to greatly minimize any

adverse incident with workers. However, not all companies related to construction,

properly follow the norm.

Determined in the federal, state and / or municipal government, employers must keep

the norm. Otherwise, it may result in penalties provided by the existing surveillance in

large cities. In Joinville, for example, there is a center of excellence in worker health

created exclusively to supervise environmental conditions and work, which includes

from equipments used by employees until the conditions of the construction site.

KEYS WORDS: Security in the Work.

Page 9: edificações nr 18

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Exemplo de mesa para serra circular elétrica. .......................................... 22

Figura 2: Escada de mão simples com extensão e escada tesoura dupla. ............... 24

Figura 3: ilustração de guarda-corpo dentro dos padrões normativos. ..................... 25

Figura 4: Exemplo de bandeja de proteção instalada. ............................................. 26

Figura 5: Detalhes da badeja de proteção................................................................ 26

Figura 6: Modelo de elevador de materiais, elevador de cremalheira e grua. .......... 31

Figura 7: Andaime simplesmente apoiado. ............................................................... 32

Figura 8: Andaime fachadeiro e detalhes. ................................................................. 33

Figura 9: Andaime móvel........................................................................................... 33

Figura 10: Andaime em balanço. ............................................................................... 34

Figura 11: Andaime suspenso. .................................................................................. 35

Figura 12: Andaime suspenso motorizado. ............................................................... 36

Figura 13: Equipamentos de proteção individual. ...................................................... 39

Figura 14:Placas e elementos que contêm no sistema de proteção contra incêndio 40

Figura 15: Placas e elementos de sinalização. ......................................................... 41

Figura 16: Detalhes de tapume padronizado pela norma regulamentadora. ............. 42

Figura 17: Local de carpintaria. ................................................................................. 48

Figura 18:Banheiro. ................................................................................................... 49

Figura 19:Armazenamento de materiais - barras de aço........................................... 50

Figura 20: Local de armação de aço. ........................................................................ 51

Figura 21:Guarda-corpo. ........................................................................................... 52

Figura 22:Escada. ..................................................................................................... 53

Figura 23: Concretagem. ........................................................................................... 54

Figura 24: Espera de pilares. .................................................................................... 55

Page 10: edificações nr 18

LISTA DE ABREVIATURAS

ART - Anotação de Responsabilidade Técnica

CEREST - Centro de Referência em Saúde do Trabalhador

CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

CREA – Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura e Agronomia

DOU – Diário Oficial da União

EPI - Equipamento de Proteção Individual

MTb - Ministério do Trabalho

NR - Norma Regulamentadora

OMS - Organização Mundial da Saúde

PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria

da Construção

RENAST - Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador

Page 11: edificações nr 18

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

1.1JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 14

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 14

1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 14

1.2.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 14

1.3 HISTÓRICO ........................................................................................................ 15

1.3.1 História da segurança do trabalho no mundo ................................................... 15

1.3.2 História da segurança do trabalho no Brasil ..................................................... 16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 17

2.1 NR 18 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO ......................................................................................................... 17

2.1.1 Objetivo e campo de aplicação ........................................................................ 17

2.1.2 Comunicação prévia ......................................................................................... 18

2.1.3 Programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção - PCMAT ................................................................................................. 18

2.1.4 Áreas de vivência ............................................................................................. 18

2.1.5 Demolição ........................................................................................................ 19

2.1.6 Escavações, fundações e desmonte de rochas ............................................... 20

2.1.7 Carpintaria ........................................................................................................ 21

2.1.8 Armações de aço.............................................................................................. 22

2.1.9 Estruturas de concreto ..................................................................................... 23

2.1.10 Escadas, rampas e passarelas....................................................................... 23

2.1.11 Medidas de proteção contra quedas de altura ............................................... 24

2.1.12 Movimentação e transporte de materiais e pessoas ...................................... 27

2.1.13 Andaimes ....................................................................................................... 31

2.1.14 Alvenaria, revestimento e acabamento .......................................................... 36

2.1.15 Telhados e coberturas .................................................................................... 36

2.1.16 Instalações elétricas ....................................................................................... 37

Page 12: edificações nr 18

2.1.17 Equipamentos de proteção individual ............................................................. 38

2.1.18 Proteção contra incêndio ................................................................................ 39

2.1.19 Sinalização de segurança .............................................................................. 40

2.1.20 Ordem e limpeza ............................................................................................ 41

2.1.21 Tapumes ou galerias ...................................................................................... 41

2.1.22 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA nas empresas da indústria da construção ............................................................................................. 42

3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 44

3.1 FISCALIZAÇÃO NAS OBRAS DA CIDADE DE JOINVILLE E REGIÃO ............. 44

3.1.1 CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador .......................... 44

3.1.1.1 Vigilância dos ambientes de trabalho ............................................................ 45

3.1.1.2 Atenção à Saúde do Trabalhador .................................................................. 45

3.1.1.3 Estudos e pesquisas ..................................................................................... 45

3.1.1.4 Capacitação .................................................................................................. 46

3.1.2 Visita ao CEREST ............................................................................................ 46

3.2 CONFORMIDADES E DESCONFORMIDADES COM AS NORMAS REGULAMENTADORAS .......................................................................................... 47

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 57

ANEXOS....................................................................................................................59

ANEXO A....................................................................................................................59

ANEXO B....................................................................................................................62

Page 13: edificações nr 18

13

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, a concorrência no mercado vem crescendo em todos os setores

de todas as áreas. As empresas procuram se destacar umas das outras de algum

modo e, um deles, é a qualidade do produto.

Qualidade é uma exigência com a qual as empresas convivem diariamente.

Os consumidores estão cada vez mais cientes dos seus direitos e já não selecionam

um produto ou serviço apenas pelo critério de custo. Esta exigência tornou-se fator

crucial numa decisão de compra e, constitui grande diferencial entre as empresas.

As empresas, tendo essa visão da atitude do consumidor, tiveram iniciativa de

modificar certos setores internos para buscar a preferência do mesmo. Porém,

pecam quando não fazem uma interação entre estes objetivos e um eficiente

programa de segurança.

Não pode existir qualidade onde não há segurança no trabalho. A qualidade

de uma empresa depende, primordialmente, dos seus recursos humanos e, levando

em consideração que o medo é uma das emoções mais fortes, é inconcebível

pensar que o operário possa desempenhar suas funções de maneira satisfatória em

um ambiente que não lhe garanta segurança.

A partir de dados elaborados pela UNESCO, através da análise de 13.000

profissões registradas em diversos países, constatou-se que os operários da

construção civil estão entre as doze classes mais sujeitas a acidentes de trabalho.

(GROHMANN, sd)

A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a

Legislação de Segurança do Trabalho compões-se de Normas

Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais, outras leis

complementares, como portarias e decretos e também as convenções

Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo

Brasil e muitas outras leis e normas, muitas vezes internacionais, mas

permitindo o seu estudo e aplicação dentro Da Segurança do Trabalho.

(ARAÚJO, 2008, p. 02).

Page 14: edificações nr 18

14

1.1 JUSTIFICATIVA

Nos ambientes de trabalho da construção civil ainda encontramos muitas

dúvidas quanto às exigências das normas regulamentadoras, sendo os engenheiros,

muitas vezes surpreendidos pelos fiscais da Segurança do Trabalho e surpresos por

tais especificações de prevenção, seja de equipamentos e máquinas ou de locais de

trabalho. Dúvidas também, no modo em que o Órgão do município trabalha, sobre

as prioridades de prevenção, considerações existentes nas obras, embargos,

autuações, entre outras.

Dificilmente encontramos trabalhadores conscientes da importância do uso de

equipamentos de proteção individual. Aplicando o conhecimento mais aprofundado

ao engenheiro ou responsável pela obra, pode-se assim, ser repassado a todos os

empregados sujeitos aos acidentes.

1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo principal deste trabalho é apresentar com clareza a importância

das Normas Regulamentadoras aplicadas em uma edificação predial, com foco na

NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção,

mostrando os principais equipamentos de proteção, sinalização e prevenção,

fazendo com que a leitura forneça um maior conhecimento da Segurança do

Trabalho, colocando em prática no dia a dia dos funcionários e, evitando assim,

punições aos empregadores e acidentes de trabalho aos empregados.

1.2.2 Objetivos específicos

- Promover maior conhecimento da NR 18;

- Conscientizar empregados e empregadores sobre o assunto;

- Usar o trabalho para consultas rápidas e tirar todas as dúvida sobre a NR 18

com praticidade.

Page 15: edificações nr 18

15

1.3 HISTÓRICO

1.3.1 História da segurança do trabalho no mundo

Foi no Egito, onde encontraram a informação mais antiga sobre segurança do

trabalho, no qual o papiro Anastacius V fala sobre a preservação da saúde e da vida

do trabalhador e descreve as condições de trabalho de um pedreiro. E em 2360 a.C.,

houve uma revolta dos trabalhadores de uma mina de cobre devido às péssimas

condições de trabalho, fazendo com que o faraó tomasse providências para melhoria

das condições de vida dos escravos.

Os pioneiros do estabelecimento de medidas de prevenção de acidentes

foram Plínio e Rotário, durante o Império Romano, que para evitar que os

trabalhadores respirassem poeira metálica, foi recomendado o uso de máscaras pela

primeira vez.

Em 1760, Bernardino Ramazzini destacou-se como sistematizador de todos

os conhecimentos acumulados sobre segurança, transmitindo-os aos responsáveis

pelo bem-estar social dos trabalhadores da época na obra intitulada “De Morbis

Artificum”. Logo depois, em 1779, Pietro Verri fundou a primeira sociedade

filantrópica visando o bem-estar do trabalhador e, neste mesmo ano, na Academia

de Medicina da França, já constava em seus anais um trabalho sobre as causas e

prevenções de acidentes.

Os comitês de segurança e higiene surgiram na África, Ásia, Austrália e

América Latina, logo após a fundação da Organização Internacional do Trabalho

(OIT), em 1919.

No ano de 1948, foi criada a OMS – Organização Mundial da Saúde e

também foi aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas a Declaração

Universal dos Direitos Humanos do Homem que constitui uma fonte de princípios na

aplicação das normas jurídicas, contendo limitação de horas de trabalho, direito a

férias periódicas remuneradas, condições justas e favoráveis de trabalho e a

proteção contra ao desemprego.

Page 16: edificações nr 18

16

1.3.2 História da segurança do trabalho no Brasil

O Brasil foi detentor do título de campeão mundial de acidentes de trabalho

no início da década de 70. O Ministério do Trabalho e Emprego regulamenta, pelo

Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, antes chamado de Secretaria de

Segurança e Saúde no Trabalho, os artigos contidos na CLT – Consolidação das

Leis do Trabalho, por meio da Portaria nº3.214/78, na qual a publicação desta, se

estabelece a concepção de saúde ocupacional, criando vinte e oito Normas

Regulamentadoras – NRs, no ano de 1977.

Eventos organizados nos anos seguintes, como por exemplo a Semana de

Saúde do Trabalhador, promovida pela Comissão Intersindical de Saúde do

Trabalhador, enfatizaram a eliminação do risco de acidentes, da insalubridade ao

lado do movimento das campanhas salariais.

Com a Constituição de 1988 surge o marco principal da etapa de saúde do

trabalhador no nosso ordenamento jurídico, que por meio de normas de saúde,

higiene e segurança, estava garantida a redução dos riscos inerentes ao trabalho e

ratificadas as Convenções 155 e 161 da OIT, que também regulamentam ações para

a preservação da Saúde e dos Serviços de Saúde do Trabalhador.

A proteção à saúde do trabalhador fundamenta-se, constitucionalmente, na

tutela “da vida com dignidade”, e tem como objetivo primordial a redução do risco de

doença, como exemplifica o art. 7º, inciso XXII. Posteriormente, o Ministério do

Trabalho, por meio da Portaria nº 3.067, de 12.04.88, aprovou as cinco Normas

Regulamentadoras Rurais vigentes.

A Portaria SSST nº 53, de 17.12.97, aprovou a NR 29 - Norma

Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. Agindo com

tripartição, o Ministério do Trabalho e Emprego, divulga para consulta pública a

Portaria SIT/SST nº 19 de 08.08.01, publicada no DOU de 13.08.01, para a criação

da NR nº 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho

Aquaviário. E, em 06.11.02 foi publicada no DOU a Portaria nº 30, de 22.10.02, da

Secretaria de Inspeção do Trabalho, do MTE, divulgando para consulta pública

proposta de texto de criação da Norma Regulamentadora Nº 31 -Segurança e Saúde

nos Trabalhos em Espaços Confinados, modificada posteriormente, para a Nº 33.

Hoje, temos como a Norma Regulamentadora Nº 31 – Segurança e Saúde no

Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura e a

Page 17: edificações nr 18

17

Norma Regulamentadora Nº 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de

Saúde. E em 21 de janeiro de 2011 foi criada a Norma Regulamentadora sobre

Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria Naval (NR-34) disponibilizada

em Consulta Pública pela Portaria SIT n.º 182, de 30/04/2010 para coleta de

sugestões da sociedade, em conformidade com a Portaria GM n.º 1.127, de 02 de

outubro de 2003.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 NR 18 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

2.1.1 Objetivo e campo de aplicação

Esta norma tem o objetivo de estabelecer diretrizes de ordem administrativa,

de planejamento de organização, na qual implementam medidas de controle e

sistemas preventivos de segurança de todo ambiente de trabalho na Indústria da

Construção (ATLAS, 2008).

Em seu campo de aplicação, encontram-se as atividades da Indústria da

Construção, especificadas no Quadro I, Código da Atividade Específica, da NR 4 –

Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e

as atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza, e manutenção de

edifícios em geral, independente do tamanho ou tipo de construção, incluindo

também, manutenção de obras de urbanização e paisagismo (ATLAS, 2008).

Page 18: edificações nr 18

18

Os empregadores devem obrigatoriamente cumprir as disposições relativas

às condições e meio ambiente de trabalho, determinadas na legislação federal,

estadual e/ou municipal (ATLAS, 2008).

2.1.2 Comunicação prévia

Antes do início das atividades, é obrigatório a comunicação à Delegacia

Regional do Trabalho, informando o endereço e tipo da obra, qualificação do

contratante, empregador ou condomínio, previsão das datas de início e conclusão da

obra e número máximo previsto de trabalhadores (ATLAS, 2008).

2.1.3 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na indústria da construção - PCMAT

Os estabelecimentos com 20 (vinte) ou mais trabalhadores devem,

obrigatoriamente, cumprir as exigências do PCMAT contidas na NR 9 – Programa de

Prevenção e Riscos Ambientais, devendo mantê-la à disposição do órgão regional

do Ministério do Trabalho (MTb) e ser elaborado e executado por um profissional

legalmente habilitado na área de segurança do trabalho. A responsabilidade da

implementação do PCMAT é do empregador ou condomínio (ATLAS, 2008).

Os documentos necessários que compões o PCMAT são: memorial sobre as

condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações considerando

riscos de acidentes e possíveis doenças, juntamente com as medidas preventivas.

Projeto de execução e especificação técnica das proteções coletivas e individuais;

cronograma de implantação das medidas preventivas; layout inicial do canteiro da

obra com previsão de dimensionamento das áreas de vivência; programa educativo

contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, com

sua carga horária (ATLAS, 2008).

2.1.4 Áreas de vivência

Nos canteiros de obras, devem estar à disposição dos trabalhadores os itens:

- instalações sanitárias: manter um bom estado de conservação e higiene; ter portas

de acesso que impeçam o devassamento e ser construídas de modo a manter o

Page 19: edificações nr 18

19

resguardo conveniente; ter paredes de material resistente e lavável, podendo ser de

madeira; ter pisos impermeáveis, laváveis e de acabamento antiderrapante; não

estar em contato direto com os locais destinados às refeições; ser independente

para homens e mulheres quando necessário; ter ventilação, iluminação e instalações

elétricas adequadas; ter pé-direito mínimo de 2,50 metros ou respeitar o que

determina o Código de Obras do município da obra; estar localizadas em pontos de

fácil e seguro acesso, com uma distância máxima permitida de 150 metros do posto

de trabalho as instalações sanitárias (ATLAS, 2008).

Na instalação sanitária deve constituir um conjunto de lavatório, vaso sanitário

e mictório para cada 20 (vinte) trabalhadores, assim como de chuveiro, na proporção

de uma unidade para cada 10 (dez) trabalhadores (ATLAS, 2008).

Para cada item do conjunto das instalações sanitárias, deve obedecer aos

requisitos quanto ao tipo de material, área mínima, altura, espaçamento, instalações

de rede de esgoto e eletricidade. Estas exigências também servem para os

vestiários, além de bancos em número suficiente para atender aos usuários com

suas respectivas dimensões mínimas, camas e armários individuais, sendo proibido

cozinhar e/ou aquecer qualquer tipo de refeição no interior e a permanência de

pessoas com moléstia infecto-contagiosa nos alojamentos (ATLAS, 2008).

- Refeitório, cozinha e lavanderia: devem atender os requisitos quanto ao tipo de

material nas alvenarias e acabamento, conforto térmico, iluminação, higiene,

instalações de rede de água e esgoto e todos os equipamentos necessários para os

trabalhadores da cozinha, como avental e gorro, por exemplo (ATLAS, 2008).

- Área de lazer: deve ser previsto locais para recreação para os trabalhadores,

podendo este, ser utilizado o local das refeições (ATLAS, 2008).

2.1.5 Demolição

Para os locais onde haja demolição, as linhas de fornecimento de energia

elétrica, água, líquidos inflamáveis e gases liquefeitos, substâncias tóxicas,

canalização de esgoto e de escoamento de água devem ser desligadas, retiradas,

protegidas ou isoladas antes do início da execução (ATLAS, 2008).

Antes de qualquer demolição, as construções vizinhas devem ser examinadas

e acompanhadas durante a atividade afim de manter a estabilidade e integridade

física de terceiros. Deve também, ser programada e habilitada por profissional

Page 20: edificações nr 18

20

legalmente habilitado, respeitando as normas de segurança, mantendo as escadas

livres para circulação de emergência até que sejam retirados os materiais do

pavimento superior, removendo objetos pesados e volumosos com máquinas

apropriadas, removendo entulhos por calhas com inclinação máxima de 45º e,

quando removidas por gravidade, não abandonar os elementos de construção em

posição que torne possível o seu desabamento, mantendo os materiais da

edificação umedecidos durante a demolição e remoção. As paredes podem ser

demolidas somente antes da estrutura, quando esta for metálica ou de concreto

armado (ATLAS, 2008).

2.1.6 Escavações, fundações e desmonte de rochas

Antes do início das atividades, a área de trabalho deve ser limpa, retirando ou

escorando materiais e objetos de qualquer natureza quando houver risco de

comprometimento de sua estabilidade durante a execução dos serviços, incluindo

muros e edificações vizinhas, sempre acompanhados por algum responsável técnico

legalmente habilitado. O material retirado das escavações deve ser depositado a

uma distância superior à metade da profundidade, medida a partir da borda do

talude (ATLAS, 2008).

Os taludes instáveis das escavações com profundidade superior a 1,25 metro

e taludes com altura superior a 1,75 metro, devem ter estabilidade garantida. Nos

casos que no terreno haja algum cabo subterrâneo de energia elétrica, as

escavações poderão ser iniciadas apenas quando o cabo for desligado ou seja

tomado alguma providencia para que não danifique-o. Se houver possibilidade de

vazamento de gás ou infiltração, o local deve ser ventilado e monitorado, como

sistema de alarme sonoro e visual para segurança. Deve haver sinalização nas

escavações realizadas em vias públicas ou canteiros de obras e nos acessos de

trabalhadores, veículos e equipamentos (ATLAS, 2008).

Para execução de desmonte de rocha a fogo, fogacho ou mista, deve haver

um blaster responsável pelo armazenamento, preparação das cargas, carregamento

das minas, ordem de fogo, detonação, retirada das que não explodiram, local

apropriado para as sobras de explosivos e pelos dispositivos elétricos necessários

às detonações e alarme sonoro nas detonações (ATLAS, 2008).

Page 21: edificações nr 18

21

Para execução de tubulões a céu aberto, aplicam-se as disposições

constantes no item 18.20 – Locais Confinados, da NR 18. A exigência de

escoramento fica na responsabilidade do engenheiro especializado em fundações. É

necessário o estudo geotécnico e sondagem do local para alargamento ou abertura

manual de base e execução de taludes e para profundidade superior a 3 metros.

Deve haver um sistema de segurança com travamento nas atividades com o

equipamento de descida e içamento de trabalhadores e materiais (ATLAS, 2008).

2.1.7 Carpintaria

O manuseio das máquinas e equipamentos utilizados nas atividades de

carpintaria, somente devem ser realizadas por trabalhador qualificado nos termos

desta NR. Para maior segurança e o bom rendimento do trabalho, a serra circular

deve atender algumas disposições, como: ter mesa estável, com fechamento de

duas faces inferiores, anterior e posterior, construída em madeira resistente e de

primeira qualidade, material metálico ou de resistência equivalente, sem

irregularidades, com dimensionamento suficiente para a execução de tarefas; ter a

carcaça do motor aterrado eletricamente; manter o disco afiado e travado,

substituindo-o quando apresentar algum dano como dentes quebrados, trincas ou

empenamento; as transmissões de força mecânica devem estar protegidas

obrigatoriamente por anteparos fixos e resistentes, não podendo ser retirados de

modo algum, durante a execução dos trabalhos; ser provida de coifa protetora do

disco e cutelo divisor, com identificação do fabricante e coletor de serragem; deve

haver guia de alinhamento e dispositivo empurrador (ATLAS, 2008).

No local da carpintaria é necessário ter piso resistente, nivelado e com

antiderrapante, com cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra

intempéries e quedas de materiais, além de ter proteção nas lâmpadas de

iluminação contra impactos provenientes da projeção de partículas (ATLAS, 2008).

Page 22: edificações nr 18

22

Figura 1: Exemplo de mesa para serra circular elétrica. Fonte: http://www.reislocacoes.com.br, 2008.

2.1.8 Armações de aço

O serviço de dobragem e cortes de aço devem ser feitos em locais que

transmitam segurança, com bancadas ou plataformas estáveis e apropriadas,

apoiadas sobre superfície resistente, niveladas e não-escorregadias, afastada de

circulação de trabalhadores, com a mesma cobertura e proteção das lâmpadas de

iluminação do local de carpintaria (ATLAS, 2008).

É obrigatória a existência de proteção nas pontas verticais de vergalhões de

aço, o uso de pranchas de madeira firmemente apoiadas sobre as armações nas

formas para a circulação de operários e apoios e escoras para as armações de vigas,

pilares ou outras estruturas verticais com o objetivo de evitar o tombamento e

desmoronamento. É necessário também o isolamento da área no momento da

descarga de vergalhões de aço na obra (ATLAS, 2008).

Page 23: edificações nr 18

23

2.1.9 Estruturas de concreto

As formas das estruturas de concreto devem ser projetadas e montadas de

modo que resistam às cargas máximas. Na desforma, a queda livre de seções das

formas e escoramento devem ser impedidas, sendo obrigatória a amarração das

peças e isolamento e sinalização ao nível do terreno. As armações dos pilares

devem ser estaiadas ou escoradas antes do cimbramento. Os vibradores de imersão

e de placas devem ter dupla isolação e os cabos elétricos serem protegidos contra

choques mecânicos e cortes pela ferragem (ATLAS, 2008).

O uso de formas deslizantes, suportes e escoras de formas, dispositivos e

equipamentos usados em protensão e peças, e máquinas do sistema transportador

do concreto, devem ser supervisionados ou inspecionados por uma pessoa

legalmente habilitada ao serviço (ATLAS, 2008).

Para evitar acidentes, deve permanecer somente a equipe de concretagem no

local durante a execução do serviço e não esquecer dos dispositivos de segurança

que impedem o descarregamento acidental nas caçambas transportadoras de

concreto (ATLAS, 2008).

2.1.10 Escadas, rampas e passarelas

Sempre deve haver corrimão e rodapé nas escadas, rampas e passarelas. A

madeira usada para a construção destas deve ser de boa qualidade. As rampas e

escadas devem ser providenciadas nos casos quando há transposição de pisos com

diferença de nível superior a 0,40 metros para a circulação de trabalhadores (ATLAS,

2008).

A dimensão das escadas provisórias depende do fluxo de trabalhadores,

devendo respeitar a largura mínima de 0,80 metros e um patamar intermediário a

cada 2,90 metros de altura, com a mesma largura da escada (ATLAS, 2008).

Nas escadas de mão, a altura máxima deve ser de 7,0 metros de extensão,

com espaçamento entre os degraus de 0,25 metros a 0,30 metros e uniforme, sendo

proibido utilizá-la nas proximidades de portas, aberturas, vãos ou áreas de

circulação. Não utilizá-la junto a redes e equipamentos elétricos desprotegidos e

onde houver risco de queda de objetos. Ainda devem ultrapassar em 1,00 metro o

piso superior, ser fixada nos pisos inferior e superior ou ser dotada de dispositivo

Page 24: edificações nr 18

24

para que não escorregue, ter degraus antiderrapantes e ser apoiada em piso

resistente. Outros tipos de escadas (de abrir, fixa e extensível) também devem

atender as normas de segurança, quanto a dimensão, local de uso e suas limitações

(ATLAS, 2008).

As rampas provisórias devem estar fixadas nos dois pisos, ter inclinação de

no máximo 30° em relação ao piso, sendo que para inclinações superiores a 18°,

devem ser fixadas peças transversais, espaçadas em 0,40 metros para apoio dos

pés. Nas rampas de passagem de caminhões, devem ter largura mínima de 4,00

metros (ATLAS, 2008).

Figura 2: Escada de mão simples com extensão e escada tesoura dupla. Fonte: http://www.dalmoro.com.br/produtos, 2007.

2.1.11 Medidas de proteção contra quedas de altura

Em todas as situações em que o trabalhador se encontrar em risco de queda

ou situações de risco de projeção de materiais, é obrigatória a instalação de

proteção coletiva resistente, incluindo aberturas no piso que, em caso de transporte

vertical, deve fixar guarda-corpo no ponto de entrada e saída de materiais, com

sistema de fechamento do tipo cancela ou similar de 1,20 metros de altura no

mínimo e fixado à estrutura (ATLAS, 2008).

No perímetro do prédio, quando a proteção contra quedas de altura for

constituída de anteparos rígidos, em sistema de guarda-corpo e rodapé, deve

obedecer alguns requisitos como: altura de 1,20 metros para o travessão superior e

0,70 metros para o inferior; rodapé com 0,20 metros de altura; ter os vãos entre as

Page 25: edificações nr 18

25

travessas preenchidos com tela ou outro dispositivo que garanta o fechamento

seguro da abertura (ATLAS, 2008).

Figura 3: ilustração de guarda-corpo dentro dos padrões normativos. Fonte: http://www.teleresponde.com.br/guarda_corpo.jpg, 2009.

Nos edifícios com mais de 4 pavimentos ou altura equivalente, deve-se

instalar uma plataforma na altura do pé-direito acima do nível do terreno no mínimo,

logo após a concretagem da laje a que se refere e retirada apenas quando o

revestimento externo do prédio acima desta plataforma estiver concluída. As

dimensões desta plataforma devem ser de 2,50 metros de proteção horizontal da

face externa da construção e um complemento de 0,80 metros de extensão, com

inclinação de 45° a partir da sua extremidade e acima dela, devem ser instaladas

plataformas secundárias, em balanço de no mínimo 1,40 metros de extensão e 0,80

metros de extensão em seu complemento, de 3 em 3 lajes consecutivas e com a

mesma inclinação da plataforma principal. Estas plataformas devem ser fechadas

com tela instalada entre as extremidades de 2 plataformas, podendo ser retirada

quando a vedação da periferia, até a plataforma seguinte estiver concluída. A tela

deve ser constituída de barreira protetora contra projeção de materiais e ferramentas

(ATLAS, 2008).

Nos edifícios com pavimentos no subsolo, deve ser instaladas plataformas

terciárias com as mesmas dimensões da principal, porém com 2,20 metros de

projeção horizontal da face externa (ATLAS, 2008).

Page 26: edificações nr 18

26

Figura 4: Exemplo de bandeja de proteção instalada. Fonte: http://bandejadeprotecao.blogspot.com, 2010

Figura 5: Detalhes da badeja de proteção. Fonte: http://bandejadeprotecao.blogspot.com, 2010.

Existem as redes de segurança como alternativa para utilizar no lugar das

plataformas secundárias, confeccionadas em cor visivelmente destacada,

preferencialmente escura, em cordéis 30/45, com distância entre nós de 0,04 metros

a 0,06 metros e altura mínima de 10,0 metros. Pode ser instalado Sistema Limitador

de Quedas de Altura, composto, obrigatoriamente, pelos seguintes elementos:

cordas de sustentação ou amarração e perimétrica da rede com diâmetro mínimo de

16 milímetros e carga de ruptura de 30KN (já incluso o fator de segurança no

cálculo); conjunto de sustentação, fixação e ancoragem e acessórios de rede

Page 27: edificações nr 18

27

compostos de elemento forca, grampos de fixação e ganchos de ancoragem da rede

na parte inferior (ATLAS, 2008).

O Sistema Limitador de Quedas de Altura deve ser submetido a uma

inspeção semanal e suas dimensões devem ter, pelo menos, 2,50 metros de

projeção horizontal a partir da face externa da construção. Na parte inferior, a rede

deve permanecer o mais próximo possível do plano de trabalho. Entre a parte

inferior e a superfície de trabalho deve haver uma altura máxima de 6,0 metros e na

extremidade superior, deve estar situada à 1,0 metro acima da superfície de trabalho.

Nas ocasiões que seja necessário emendas na penagem da rede, as características

do material devem ser as mesmas da original em termos de resistência a tração,

deformação e durabilidade, sendo executadas por profissional qualificado e

especialista em redes. A ancoragem da rede deve estar à uma distância de no

máximo 0,10 metros da face do edifício e na parte inferior, no máximo a cada 0,50

metros (ATLAS, 2008).

As etapas de montagem, deslocamento e desmontagem, devem ser

supervisionadas por um responsável técnico. O depósito dos elementos de

sustentação do Sistema Limitador de Quedas de Altura e seus acessórios devem ser

em ambientes adequados e protegidos contra deterioração. O projeto deve atender

as especificações de dimensão prevista na NR, integrado ao PCMAT (ATLAS, 2008).

2.1.12 Movimentação e transporte de materiais e pessoas

Os equipamentos de transporte vertical de materiais e de pessoas, a

montagem e desmontagem, a manutenção, a vistoria dos equipamentos de guindar

e transportar (com relação a capacidade de carga, altura de elevação e estado de

conservação) e as manobras de movimentação, devem ser executados,

supervisionados ou dimensionados por profissionais legalmente habilitados ou por

trabalhador qualificado na sua respectiva função (ATLAS, 2008).

Existem vários cuidados a serem tomados para evitar quaisquer acidentes,

como: proibir a circulação de pessoas não autorizadas nas áreas de movimentação

de carga, isolando e sinalizando-as; sinalização sonora ou visual para casos em que

o local da concretagem não seja visível pelo operador ou comunicação via rádio ou

telefone; precauções contra rajadas de vento quando perfis de grande superfície são

Page 28: edificações nr 18

28

içados e quanto à movimentação de máquinas próximo à rede elétrica; no

levantamento manual ou semi-mecanizado, o trabalhador não deve exceder sua

capacidade de força (NR-17 – Ergonomia); proibir o transporte de pessoas por

equipamentos de guindar apenas materiais; os guinchos de coluna devem conter

dispositivos próprios para sua fixação e o tambor deve estar nivelado para garantir o

enrolamento adequado do cabo de aço que deve dar 6 voltas no tambor, na qual, a

distância entre eixos deste para a roldana deve estar entre 2,50 metros à 3,00

metros (ATLAS, 2008).

Cuidados semelhantes devem ser tomados para as torres de elevadores,

porém: devem ser dimensionadas em função das cargas que serão carregadas; nas

torres de madeira, o material deve ser de boa qualidade e conter a Anotação de

Responsabilidade Técnica (ART) de projeto e execução; devem ser montadas o

mais próximo possível da edificação; a base de instalação deve ser única, de

concreto, nivelada e rígida, tanto para a torre quanto para o guincho; no caso das

caçambas, são necessários dispositivos para que ela se mantenha em equilíbrio; o

estaiamento ou fixação das torres à estrutura da edificação devem ser a cada laje ou

pavimento; a distância entre o topo da torre até a viga superior da cabina, após a

última parada, deve ser de 4,00 metros; devem ter montantes posteriores estaiados

por cabo de aço a cada 6,00 metros, exceto nos casos da estrutura for tubular ou

rígida, que podem ser dispensados; para evitar o tombamento da torre no sentido

contrário à edificação, o trecho acima da última laje deve ser mantido estaiado pelos

montantes posteriores, assim como as torres montadas exteriormente às

construções; a torre e o guincho devem ser aterrados eletricamente; deve haver uma

barreira nas entradas de acesso à torre de 1,80 metros de altura no mínimo, para

impedir que pessoas exponham alguma parte do seu corpo no interior; devem ter as

faces revestidas de tela de arame galvanizado ou material resistente no transporte

de materiais; as rampas de acesso à torre devem conter guarda-corpo e rodapé,

piso resistente, ser fixas à edificação e à torre, não ter inclinação descendente no

sentido da torre; deve conter indicação de carga máxima no interior; não é permitido

os transporte simultâneo de pessoas e materiais; sistema de frenagem automática

em situações de queda livre da cabina; sistema de trava de segurança para mantê-lo

parado em altura, além do freio motor; sistema de segurança eletromecânica no

limite superior, instalado à 2,00 metros abaixo da viga superior da torre; deve conter

Page 29: edificações nr 18

29

interruptor de corrente para que só se movimente com as portas fechadas; devem

ser dotados de botão em cada pavimento para acionar lâmpada ou campainha junto

ao guincheiro com o objetivo de garantir a comunicação única; é obrigatória a

instalação de, pelo menos, um elevador de passageiros para edificações em

construção de 12 pavimentos ou altura equivalente, a partir da execução da 7ª laje,

cujo canteiro possua 30 trabalhadores, pelo menos; passageiros são prioridade

sobre cargas ou materiais; deve haver um livro para que o operador registre

qualquer tipo de dano, reparo e inspeção; cabina do elevador automático de

passageiros, é necessário ter iluminação e ventilação natural ou artificial, além de

indicação do número máximo de passageiros e peso máximo equivalente (ATLAS,

2008).

Para o uso correto e seguro das gruas, deve-se seguir as seguintes regras: o

cabo de aço de levantamento de carga e a ponta da lança devem ficar a 3 metros,

no mínimo, de qualquer obstáculo, exceto objetos de análise técnica; ter

afastamento da rede elétrica; não utilizar para transporte de pessoas; no plano de

cargas, deverá ser previsto a área de cobertura da grua e interferências com áreas

além do limite da obra; o posicionamento da primeira ancoragem, assim como o

intervalo entre ancoragens posteriores, deve seguir as especificações do fabricante,

fornecedor ou empresa responsável pela montagem; deve ser elaborado um Termo

de Entrega Técnica prevendo a verificação operacional e de segurança e também

teste de carga, sempre respeitando os parâmetros indicados pelo fabricante; a

cabine da grua deve estar acoplada na parte giratória e sempre ser operada neste

local, exceto em gruas automontantes, projetos específicos ou operação assistida; é

vetado o trabalho sob intempéries ou outras condições desfavoráveis que exponham

os trabalhadores em risco; deve dispor de detector sonoro de ventos superiores a

42Km/h, e caso tenha essa ocorrência, o trabalho deve ser interrompido, exceto para

operação assistida; é proibida a operação com gruas em ocorrências de ventos com

velocidade acima de 72Km/h; a estrutura deve estar aterrada de acordo com a NBR

5410 e procedimentos da NBR 5419; nas gruas ascensionais, o sistema hidráulico

deverá ser operado fora da torre para operações de montagem, desmontagem e

telescopagem só poderão ser usadas quando as escadas de sustentação

dispuserem de sistema de fixação ou quadro-guia que garantam seu paralelismo; é

proibido arrastar peças, içar cargas inclinadas ou em diagonal ou potencial

Page 30: edificações nr 18

30

ancoradas como desforma de elementos pré-moldados, içando somente quando as

partes estiverem totalmente desprendidas de qualquer ponto da estrutura ou solo; é

vetada a utilização de travas de segurança para bloqueio de movimentação da lança

quando a grua não estiver em funcionamento; em casos especiais, deverá ser

apresentado projeto específico com sua respectiva ART; deve dispor de limitador de

momento máximo, limitador de carga máxima para bloqueio do dispositivo de

elevação, limitador de fim de curso para o carro da lança nas duas extremidades,

limitador de altura que permita frenagem segura para o moitão, limitador de giro

quando a grua não dispuser de coletor elétrico, limitador de curso para o movimento

de translação de gruas instaladas sobre trilhos e de movimento da lança para gruas

de lança móvel ou retrátil, alarme sonoro para o uso do operador em situações de

risco e alerta, bem como, acionamento automático ligados aos limitadores, placas

indicativas de carga admissível ao longo da lança, luz de obstáculo , trava de

segurança no gancho do moitão, cabos-guia para fixação do cabo de segurança

para acesso à torre, lança e contra-lança, anemômetro, dispositivo nas polias com a

função de impedir o escape dos cabos, proteção contra incidência de raios solares

para a cabine do operador, escadas fixas, guarda-corpo, corrimão e rodapé nas

transposições de superfície; trava-quedas para movimentação vertical na torre; a

empresa contratada deve ser registrada no CREA – Conselho Regional de

Engenharia e Arquitetura e Agronomia; os dispositivos auxiliares de içamento devem

dispor de maneira clara, quanto aos dados do fabricante e do responsável e ser

inspecionado pelo sinaleiro ou amarrador de cargas antes do uso; gruas com mais

de 20 anos que não tenham identificação do fabricante, deverá possuir laudo

estrutural e operacional quanto à integridade estrutural e eletromecânica, com

emissão de ART por engenheiro legalmente habilitado, sendo atualizado a cada 2

anos; é proibido a colocação de anúncios e publicidade na máquina, deve haver o

documento “Plano de Carga” contendo a implantação e a operacionalização de

equipamentos de guindar (ATLAS, 2008).

Os elevadores de cremalheira para o transporte de pessoas e materiais

deverão seguir às especificações do fabricante para montagem, operação,

manutenção e desmonte, sob a responsabilidade de profissional legalmente

habilitado. Os manuais de orientação do fabricante deverão estar à disposição no

canteiro de obra (ATLAS, 2008).

Page 31: edificações nr 18

31

Figura 6: Modelo de elevador de materiais, elevador de cremalheira e grua. Fonte: http://www.faeco.pt, 2010.

http://www.logismarket.ind.br, 2010

http://www.elevadorbrasil.com, 2011.

2.1.13 Andaimes

Os andaimes devem ser dimensionados, montados e fixados de modo a

suportar, com segurança, as cargas de trabalho que estarão sujeitas, calculado e

supervisionado por profissional legalmente habilitado, contendo sistema de guarda-

corpo e rodapé, inclusive nas cabeceiras, em todo o perímetro, com exceção do lado

da face de trabalho. O piso de trabalho deve ser forrado, com antiderrapante, ser

nivelado e resistente, sendo proibido o uso de escadas ou qualquer outro elemento

sobre o piso para alcançar lugares mais altos. A madeira usada para confecção deve

ser de boa qualidade, seca, sem apresentar nós e rachaduras que comprometam a

sua resistência, sendo proibida a utilização de aparas. Existem vários tipos de

andaimes, todos eles com suas respectivas normas. São eles:

- Andaimes Simplesmente Apoiados: os montantes devem ser apoiados em

sapatas sobre base sólida resistente; é proibido o trabalho em andaimes apoiados

sobre cavaletes que possuam altura acima de 2,00 metros e largura abaixo de 0,90

metros; é vetado o trabalho na periferia da edificação sem que haja proteção

adequada fixada à estrutura da mesma, e também o deslocamento das estruturas

dos andaimes com trabalhadores sobre os mesmos; andaimes cujos pisos de

trabalho estejam localizados acima de 1,50 metros devem conter escadas ou

rampas; o ponto de instalação de qualquer aparelho de içar materiais deve ser

escolhido estrategicamente para não comprometer a estabilidade e segurança;

andaimes de madeira devem ser utilizados apenas em obras até 3 pavimentos ou

Page 32: edificações nr 18

32

altura equivalente, podendo ter o lado interno apoiado na edificação; nas torres de

andaime, a altura não podem exceder 4 quatro vezes a menor dimensão da base de

apoio, quando não estaiadas (ATLAS, 2008).

Figura 7: Andaime simplesmente apoiado. Fonte: http://i.ytimg.com, 2009.

- Andaimes Fachadeiros: sua carga deve ser distribuída de modo uniforme,

sem obstruir a circulação de pessoas e ser limitada pela resistência da forração da

plataforma de trabalho; os acessos verticais devem ser por meios de escada

incorporada à sua própria estrutura ou por meio de torre de acesso; o deslocamento

vertical de acessórios e elementos no momento da montagem e desmontagem deve

ser feita com cordas ou por içamento; os montantes e seus painéis encaixados

destinados a suportar os pisos, devem ter seus encaixes travados com parafusos,

contrapinos, braçadeiras e similar, assim como as peças de contraventamento,

também fixadas nos montantes; devem dispor de proteção com tela de arame

galvanizado ou material resistente e com durabilidade equivalente, desde a primeira

plataforma até pelo menos 2,00 metros acima da última (ATLAS, 2008).

Page 33: edificações nr 18

33

Figura 8: Andaime fachadeiro e detalhes. Fonte: http://manutencao.net, 2009.

- Andaimes Móveis: para evitar deslocamentos acidentais, os rodízios dos

andaimes devem conter travas de segurança e somente poderão ser utilizados em

superfícies planas (ATLAS, 2008).

Figura 9: Andaime móvel. Fonte: http://www.comweb.com.br, 2009.

- Andaimes em Balanço: devem ter sistema de fixação à estrutura da

edificação capaz de suportar três vezes os esforços solicitantes; a estrutura deve ser

contraventada e ancorada de tal forma a eliminar quaisquer instabilidades (ATLAS,

2008).

Page 34: edificações nr 18

34

Figura 10: Andaime em balanço. Fonte: http://3.bp.blogspot.com, 2009.

- Andaimes Suspensos: os sistemas de fixação, suspensão e as estruturas de

apoio deverão ser precedidos de projeto elaborado e acompanhado por profissional

legalmente habilitado, bem como a supervisão na instalação e manutenção feitas

por trabalhador qualificado; devem ser dotados de placas de identificação, colocada

em local visível, constando a carga máxima de trabalho permitida; o trabalhador

deve usar o cinto de segurança ligado ao trava-quedas que está ligado ao cabo-guia

fixado em estrutura independente da estrutura de fixação e sustentação do andaime;

a sustentação somente poderá ser apoiada ou fixada em elemento estrutural e deve

ser feito por meio de vigas, afastadores e outras estruturas metálicas de resistência

equivalente, no mínimo três vezes o maior esforço solicitante; nos casos de

sustentação em platibanda ou beiral da edificação, deverá ser estudado a

verificação estrutural, por profissional legalmente habilitado e a especificação técnica

deverá permanecer no local dos serviços; é proibida a fixação de sistemas de

sustentação dos andaimes por meio de sacos com areia, pedras ou qualquer outro

meio similar; na utilização do sistema de contrapeso, como forma de fixação da

estrutura de sustentação, este deverá ser invariável (forma e peso especificados no

projeto), ser fixado à estrutura de sustentação dos andaimes, ser de algum sólido

não granulado com seu peso conhecido e marcado em cada peça e ter

contraventamento que impeçam seu deslocamento horizontal; é proibido o uso de

cabos de fibras naturais ou artificiais para sustentação e na suspensão devem estar

na vertical e o estrado na horizontal; é necessária a verificação diária dos

dispositivos antes do início das atividades, sendo que os usuários e o responsável

Page 35: edificações nr 18

35

deverão receber treinamento e manual de procedimento; os cabos de aço nos

guinchos tipo catraca devem ter comprimento tal que para a posição mais baixado

estrado restem pelo menos 6 voltas sobre cada tambor e devem passar livremente

na roldana, devendo o respectivo sulco ser mantido em bom estado de limpeza e

conservação; é proibido acrescentar trechos em balanço ao estrado e a interligação

de andaimes suspensos para a circulação de pessoas ou execução de tarefas;

deve-se deixar somente os materiais de uso imediato sobre o andaime; o estrado do

andaime deve estar fixado aos estribos de apoio e o guarda-corpo ao seu suporte;

os guinchos de elevação para acionamento manual devem ter dispositivo que

impeça o retrocesso do tambor para catraca, ser acionado por meio de alavancas,

manivelas ou automaticamente , na subida e na descida do andaime, deve também

possuir uma segunda trava de segurança para catraca e ser dotado da capa de

proteção da mesma; a largura máxima útil da plataforma de trabalho será de 0,90

metros, quando utilizado um guincho em cada armação e deverá resistir, em

qualquer ponto, a uma carga pontual de 200 Kgf; é obrigatório o uso de cabo de aço

de segurança adicional, ligado a dispositivo de bloqueio mecânico automático,

quando utilizado apenas um guincho de sustentação por armação, observando

sempre a sobrecarga indicada pelo fabricante do equipamento (ATLAS, 2008).

Figura 11: Andaime suspenso. Fonte: http://www.brasmetal.com , 2008.

- Andaimes Suspensos Motorizados: deverá ser observada a instalação de

cabos de alimentação de dupla isolação, aterramento elétrico, plugs e/ou tomadas

blindadas, dispositivo Diferencial Residual (DR) e fim de curso superior e batente; o

Page 36: edificações nr 18

36

conjunto motor deve ser equipado com dispositivo mecânico de emergência, que

acionará automaticamente em caso de pane elétrica de forma a manter a plataforma

de trabalho parada em altura e, quando acionado, permitir a descida segura até o

ponto de apoio inferior; devem conter dispositivos que impeçam sua movimentação,

quando sua inclinação for superior a 15° (quinze graus), devendo permanecer

nivelados no ponto de trabalho; quando o equipamento estiver fora de serviço, deve

ser protegido e desligado (ATLAS, 2008).

Figura 12: Andaime suspenso motorizado. Fonte: http://www.brasmetal.com , 2008.

2.1.14 Alvenaria, revestimento e acabamento

Nas paredes de alvenarias da periferia devem ser devem ser usadas técnicas

para garantir a estabilidade e no momento que for executado o serviço de

revestimento e acabamento, os quadros fixos de tomadas sempre devem ser

protegidos. Na colocação de vidros, as áreas abaixo da execução devem ser

interditadas ou protegidas contra queda de materiais e após o serviço, deve haver

marcação nos vidros para que eles fiquem visíveis (ATLAS, 2008).

2.1.15 Telhados e coberturas

Os serviços em telhados e coberturas devem sempre ser utilizados

dispositivos de segurança dimensionados por profissional legalmente habilitado,

devido ao fato dos trabalhadores estarem sempre expostos a quedas de grandes

alturas. As exigências são: o cabo de segurança deve ter sua(s) extremidade(s)

fixada(s) à estrutura definitiva da edificação, por meio de espera(s) de ancoragem,

suporte ou grampo(s) de fixação de aço inoxidável ou outro material de resistência,

Page 37: edificações nr 18

37

qualidade e durabilidade equivalente; é obrigatória a existência de sinalização de

advertência e de isolamento dos locais sob as áreas do serviço, capazes de evitar a

ocorrência de acidentes por eventual queda de materiais, ferramentas e/ou

equipamentos; não é permitido trabalhar sobre fornos ou qualquer equipamento do

qual possa haver liberação de gases, proveniente ou não de processos industriais,

porém, caso haja equipamento com emanações de gases, o mesmo deve ser

desligado previamente à realização dos serviços ou atividades; é vetado a

realização das atividades em caso de ocorrências de chuvas, ventos fortes ou

superfícies escorregadias; os serviços de manutenção, ampliação, execução e

reforma devem ser precedidos de inspeção e de elaboração de Ordens de Serviço

ou Permissão para Trabalho, contendo procedimentos a serem adotados (ATLAS,

2008).

2.1.16 Instalações elétricas

As medidas de prevenção que devem ser usadas nas instalações elétricas

são: realização de execução e manutenção devem ser feitas por trabalhador

qualificado e a supervisão, por profissional legalmente habilitado; os serviços só

poderão ser realizados quando o circuito elétrico não estiver energizado e, caso isso

não seja possível, poderá ser executado após terem sido adotadas as medidas de

proteção complementares com o uso obrigatório de ferramentas apropriadas e

equipamentos de proteção individual; proibida a existências de partes vivas expostas

de circuitos e equipamentos elétricos; as emendas e derivações dos condutores

devem ser executadas de modo que assegurem a resistência mecânica e contato

elétrico adequado e o isolamento deve ter característica equivalente à dos

condutores utilizados; os circuitos elétricos devem ser protegidos contra impactos

mecânicos, umidade e agentes corrosivos; a fiação de circuito provisório, quando

inoperante, deve ser retirada pelo eletricista responsável e quando estiverem em uso,

no canteiro de obras, devem ser constituídas de chave geral do tipo blindada

localizada no quadro principal de distribuição de acordo com a aprovação da

concessionária local, também deve conter chave individual para cada circuito de

derivação, ter chave faca blindada em quadro de tomadas e chaves magnéticas e

disjuntores, para os equipamentos; as chaves blindadas devem ser

convenientemente protegidas de intempéries, instaladas em posição que impeça o

Page 38: edificações nr 18

38

fechamento acidental do circuito, ser utilizadas apenas para circuito de distribuição e

quando estiverem na posição aberta, os porta-fusíveis não devem ficar sob tensão;

os fusíveis das chaves blindadas devem ter capacidade compatível com o circuito a

proteger, sendo proibido a sua substituição por dispositivos improvisados ou por

outros fusíveis de capacidade superior, sem a correspondente troca de fiação; em

todos os ramais destinados à ligação de equipamentos elétricos devem ser

instalados disjuntores ou chaves magnéticas, independentes, que possam ser

acionados com facilidade e segurança; as redes de alta-tensão devem ser instaladas

de modo a evitar contatos acidentais com veículos, equipamentos e trabalhadores

em circulação, podendo ser instaladas apenas pela concessionária; os

transformadores e estações abaixadoras de tensão devem ser instalados em local

isolado, sendo permitido somente acesso de profissional legalmente habilitado ou

trabalhador qualificado; o conjunto dos equipamentos elétricos devem ser aterrados;

os quadros gerias de distribuição devem ser trancados, com identificação em cada

circuito e, ao religar as chaves blindadas, todos os equipamento devem estar

desligados; máquinas ou equipamentos elétricos móveis só podem ser ligados por

conjunto plugue e tomada (ATLAS, 2008).

Na NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, contém

completas especificações sobre medidas de prevenção, em termos gerais.

2.1.17 Equipamentos de proteção individual

São vários os equipamentos usados pelos trabalhadores para cada tipo de

atividade, porém o uso de capacete, luvas e botas de borracha devem ser utilizados

a todo o momento das atividades. O protetor auricular é usado quando a atividade

transmite um som acima da capacidade que o ouvido humano suporta sem danos.

Os óculos protetores têm função de proteger os olhos de faíscas e projeção de

partículas em cortes de aço e serviços de carpintaria, por exemplo. A função das

máscaras é de evitar que o trabalhador inale partículas químicas ou de materiais

cortados ou lixados que são prejudiciais a saúde.

Existem dois diferentes tipos de cintos de segurança. São eles: abdominal,

que deve ser utilizado somente em serviços de eletricidade e em situações em que

funcione como limitador de movimentação; pára-quedista, que deve ser utilizado em

atividades a mais de 2,00 metros de altura do piso, nas quais haja risco de queda do

Page 39: edificações nr 18

39

trabalhador. Esses dois tipos de cinto de segurança devem possuir argolas e

mosquetões de aço forjado, ilhoses de material não-ferroso e fivela de aço forjado

ou material de resistência e durabilidade equivalentes, além de ser dotado de

dispositivo trava-quedas e estar ligado a cabo de segurança independente da

estrutura do andaime (ATLAS, 2008).

Os equipamentos de proteção individual devem estar em perfeito estado de

conservação e funcionamento, e devem ser fornecidos gratuitamente pela empresa.

As especificações dos EPI’s são encontradas na NR 6 – Equipamentos de Proteção

Individual – EPI.

Figura 13: Equipamentos de proteção individual. Fonte: http://agromecdescalvado.com.br , 2008.

2.1.18 Proteção contra incêndio

É obrigatória a existência de medidas que atendam às necessidades de

prevenção e combate a incêndio para os diversos setores, máquinas, atividades e

equipamentos do canteiro de obras. Deve haver um sistema de alarme capaz de dar

sinais perceptíveis em todos os locais da construção e também equipes de operários

organizados especialmente treinados para o manuseio do material disponível para o

primeiro combate ao fogo (ATLAS, 2008).

Em locais confinados e onde são executadas pinturas, aplicação de

laminados, painéis de parede, pisos, com emprego de cola, assim como nos locais

de manipulação e emprego de tintas, solventes e outras substâncias combustíveis,

inflamáveis ou explosivas, é necessário atender as seguintes medidas de segurança:

manter cola e solventes em recipientes fechados e seguros; utilizar lâmpadas e

Page 40: edificações nr 18

40

luminárias à prova de explosão; colocar placas nos locais de acesso com o aviso

“Risco de Incêndio” ou “Risco de Explosão”; proibir fumar e utilizar qualquer outro

material que possa produzir faísca; nas proximidades, evitar a execução de

operação com risco de centelhamento, inclusive por impacto entre peças; quaisquer

chamas, faíscas ou dispositivos de aquecimento devem ser mantidos afastados de

fôrmas, tintas, restos de madeira, vernizes ou outras substâncias combustíveis,

inflamáveis ou explosivas; instalar sistema de ventilação adequado para a retirada

de mistura de gases, vapores inflamáveis ou explosivos do ambiente; não executar

serviços de soldagem e corte a quente (ATLAS, 2008).

Na NR 23 – Proteção Contra Incêndio, contém, de uma forma mais ampla,

especificações de medidas de prevenção para todo e qualquer local de trabalho.

Figura 14:Placas e elementos que contêm no sistema de proteção contra incêndio. Fonte: http://www.dalmoro.com.br/produtos, 2007.

2.1.19 Sinalização de segurança

A sinalização no canteiro de obras tem o objetivo de identificar os locais de

apoio que compõe o canteiro de obras, acessos, circulação de veículos e

equipamentos e locais com substância tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e

radioativas. Também indicar as saídas por meio de avisos ou setas, manter

comunicação através de avisos, cartazes ou similares, advertir quanto ao risco de

quedas, contra perigo de contato ou acionamento acidental com partes móveis das

máquinas e equipamentos e contra risco de passagem de trabalhadores onde o pé-

direito for inferior a 1,80 metros, alertar quanto à obrigatoriedade do uso de EPI com

a devida sinalização e advertência próxima ao local de trabalho e quanto ao

isolamento das áreas de transporte e circulação de materiais por grua, guincho e

guindaste (ATLAS, 2008).

O uso de colete ou tiras refletivas na região do tórax e costas é obrigatório

quando o trabalhador estiver a serviço em vias públicas, sinalizando acessos ao

Page 41: edificações nr 18

41

canteiro de obras e frentes de serviços ou em movimentação e transporte vertical de

materiais. Ainda em vias públicas, a sinalização de segurança deve ser dirigida para

alertar os motoristas e pedestres em conformidade com as determinações do órgão

competente (ATLAS, 2008).

Figura 15: Placas e elementos de sinalização. Fonte: http://www.dalmoro.com.br/produtos, 2007.

2.1.20 Ordem e limpeza

É necessário que o canteiro de obras esteja sempre limpo, organizado e

desimpedido nas vias de circulação, passagem e escadaria. O entulho deve ser

regularmente coletado e removido tomando cuidados especiais com o objetivo de

evitar poeira excessiva e eventuais riscos de acidentes em situações, por exemplo,

em que há diferença de nível, devendo ser utilizado equipamentos mecânicos ou

calhas fechadas. É proibido manter lixo ou entulho acumulado ou exposto em locais

inadequados do canteiro de obras, assim como a queima de lixo ou qualquer outro

material (ATLAS, 2008).

2.1.21 Tapumes ou galerias

Tapumes ou barreiras devem sempre ser colocados nos locais de construção

para impedir o acesso de pessoas estranhas, com altura mínima de 2,20 metros e

fixados de forma resistente. Quando a construção contem mais de dois pavimentos a

partir do nível do meio-fio, executadas no alinhamento do logradouro, deverão

construir galerias sobre o passeio, com altura interna livre de no mínimo 3,00 metros,

Page 42: edificações nr 18

42

mas em caso de realização de serviços sobre o passeio, deve ser construída sobre a

via pública, sinalizando-a por toda a sua extensão por meio de sinais de alerta aos

motoristas nos dois extremos e iluminação durante a noite, respeitando-se a

legislação do código de obras municipal e de trânsito em vigor (ATLAS, 2008).

As galerias não devem ter sobrecargas atuando sobre elas para que não

prejudique a estabilidade e nas situações de borda da cobertura, devem possuir

tapumes fechados com altura mínima de 1,00 metro, com inclinação de 45º

aproximadamente. Havendo risco de queda de materiais, estas devem ser

protegidas. Quando a distância do alinhamento do terreno à demolição for inferior a

3,00 metros, deve ser feito tapume no alinhamento do terreno (ATLAS, 2008).

Figura 16: Detalhes de tapume padronizado pela norma regulamentadora. Fonte: http://www.calhaforte.com.br, 2007.

2.1.22 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA nas empresas da indústria da construção

Deve organizar CIPA centralizada, a empresa que possuir na mesma cidade

um ou mais canteiros de obra ou frente de trabalho com menos de 70 empregados e

será composta de representantes do empregador e dos empregados, devendo haver

pelo menos um suplente, por grupos de até 50 empregados em cada canteiro de

obra ou frente de trabalho, respeitando-se a paridade prevista na NR 5. Caso haja

70 ou mais empregados em cada estabelecimento, fica obrigada a organizar CIPA

por estabelecimento. Nas construções de até 180 dias, não é necessário constituir

CIPA nos canteiros de obra, devendo apenas ser constituída comissão provisória de

Page 43: edificações nr 18

43

prevenção de acidentes, com eleição partidária de um membro efetivo e um suplente,

a cada grupo de 50 trabalhadores. Deverão considerar como estabelecimento a

sede da equipe, as empresas que possuam equipes de trabalho itinerantes (ATLAS,

2008).

A demais aplicações às empresas da indústria da construção, encontram-se

dispostas na NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.

Page 44: edificações nr 18

44

3 ESTUDO DE CASO

3.1 FISCALIZAÇÃO NAS OBRAS DA CIDADE DE JOINVILLE E REGIÃO

3.1.1 CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador

Em 1993, surge em Joinville o Serviço de Saúde do Trabalhador (SST). E

com a portaria RENAST/MS nº 1.679/2002, o SST é credenciado e habilitado como

Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Macrorregião de Joinville

(CEREST), órgão referência na vigilância, assistência, projetos e estudos em Saúde

do Trabalhador (Catálogo - Cerest, sd).

O CEREST é um serviço do Sistema Único de Saúde – SUS, criado em

convênio com a Secretaria Municipal de Saúde de Joinville, cuja missão é atuar na

área de prevenção, promoção e recuperação da saúde dos trabalhadores, rurais e

urbanos, formais e informais, de toda e qualquer classe, e desenvolver ações para

redução das doenças e agravos relacionados ao trabalho, procurando assim, tornar

o meio ambiente de trabalho mais saudável possível, com o objetivo de buscar um

tratamento com mais eqüidade, maior resolutividade aos casos relacionados à saúde

do trabalhador, independentemente do vínculo empregatício, assumindo a função de

suporte técnico e científico deste campo do conhecimento (Cerest, 2001).

Atualmente, as ações estão respaldadas na Lei Complementar Municipal Nº

07/93 e Decreto Nº7572/95 em cumprimento do Decreto ao Artigo 200, II da

Constituição Federal e Lei Federal Nº8080/90 (Lei Orgânica da Saúde), portaria

RENAST nº 2437/05/MS (Catálogo - Cerest, sd).

Segundo o catálogo, os planos de ação do CEREST são:

Page 45: edificações nr 18

45

3.1.1.1 Vigilância dos ambientes de trabalho

- Inspeção dos ambientes de trabalho com os fiscais e técnicos do serviço tanto

através de denúncias quanto pelos projetos criados pelo serviço conforme a

realidade do nosso parque industrial;

- Avaliação e levantamento dos riscos à saúde nos ambientes de trabalho;

- Investigação dos acidentes do trabalho com óbito;

- Recomendações de medidas de controle e de modificações nos ambientes de

trabalho;

- Elaboração de normas técnicas;

- Inspeção nas empresas para liberação de alvará (Consulta Branca).

3.1.1.2 Atenção à Saúde do Trabalhador

Atendimento multi e interdisciplinar ao trabalhador portador ou suspeito de doença

ocupacional, dando-lhe os devidos encaminhamentos assistenciais.

3.1.1.3 Estudos e pesquisas

- Estudos e pesquisas específicas em Saúde do Trabalhador das áreas urbanas e

rural;

- Sistema de informação e banco de dados dos trabalhadores expostos;

- Pesquisar, analisar, documentar e sistematizar as informações de interesse a

Saúde do Trabalhador;

- Recomendações de medidas de controle e modificações nos ambientes de

trabalho;

- Elaboração de normas técnicas;

- Educação e orientação nos diversos segmentos industriais.

Page 46: edificações nr 18

46

3.1.1.4 Capacitação

- Capacitação dos recursos humanos quer para avaliar a dimensão do problema

quanto para previní-lo o que requer conhecimentos técnicos dos princípios de

controle em todos os níveis, assim como a implementação de programas e

estratégias eficientes;

- Planejar e efetuar cursos para tomadores de decisão (governo, empregadores,

trabalhadores);

- Promover capacitação especializada para os profissionais de saúde

ocupacional;

- Elaborar materiais educativos para diferentes níveis de atenção à saúde.

3.1.2 Visita ao CEREST

No dia 04 de maio de 2011 foi feito, no CEREST, uma entrevista com a Vânia,

uma das responsáveis pela fiscalização das obras da cidade de Joinville, com o

objetivo obter informações sobre o andamento, prioridades, embargos e autuações

da fiscalização nos dias de hoje.

No ano de 2010 foi feito um planejamento para fiscalizar grande parte das

obras dos municípios de Florianópolis, Itajaí, Itapema, Palhoça e algumas obras em

Balneário Camboriú. Dentre elas, três foram escolhidas para ser feito um

levantamento sobre os itens de segurança dos quais encontram-se regular ou

irregular, em maior ou menor número nas obras. Foi reunido todos os fiscais da

região, sendo montadas equipes para realizar a ação (ANEXO A).

A fiscalização é feita na presença de dois fiscais, com uma lista de verificação

dos principais itens da NR 18 (ANEXO B). Os itens considerados gravíssimos, que

resultam no embargo da obra, são aqueles em que o trabalhador está exposto à

acidentes que possam resultar em óbito, como por exemplo a inexistência de

proteção coletiva e individual contra quedas de altura e aterramento dos

equipamentos elétricos. Já os itens menos graves, mas que podem ocasionar uma

autuação, estão ligados à saúde e a prevenção de acidentes dos trabalhadores,

como a falta de higiene, bebedouro ou elementos sanitários, ausência de EPIs e o

uso incorreto de máquinas ou equipamentos.

Page 47: edificações nr 18

47

Os prazos das autuações para a regularização, assim como o valor de cada

uma delas, dependem da gravidade e quantidade de irregularidades observadas

pelos fiscais. Na NR 28 – Fiscalização e Penalidades, encontram-se especificações

sobre as infrações e seus níveis de gravidade, pelos códigos de cada item da NR.

Independente se houver ou não serviços com empresa terceirizada, a construtora

sempre terá responsabilidade sobre o trabalhador.

Atualmente, o CEREST de Joinville fiscaliza apenas obras sob denúncias

recebidas pelos moradores no Sindicato dos Trabalhadores, Ouvidoria (disque

denúncia) ou no próprio Centro devido a carência de fiscais no município. Para este

ano de 2011 até o ano seguinte, planeja-se reunir e efetuar uma ação com cerca de

10 equipes de dois fiscais para analisar as conformidades das obras de Joinville e

região.

3.2 CONFORMIDADES E DESCONFORMIDADES COM AS NORMAS REGULAMENTADORAS

Foi feito uma visita em duas obras de uma construtora de Joinville para que

fossem tirado fotos de alguns elementos e verificado as condições de cada uma

delas. Segue abaixo, as conformidades e desconformidades com a Norma

Regulamentadora:

Page 48: edificações nr 18

48

Figura 17: Local de carpintaria.

Conformidade:

- Local coberto (apesar de não aparecer na foto);

- Piso resistente e nivelado.

Desconformidade:

- Mesa sem fechamento nas faces;

- Carcaça do motor não aterrada eletricamente;

- Ausência de coifa protetora, cutelo divisor, guia de alinhamento e dispositivo

empurrador;

Page 49: edificações nr 18

49

Figura 18:Banheiro.

Conformidades:

- Instalação sanitária completa;

- Constituído por lavatório, mictório e vaso sanitário;

- Piso resistente;

Desconformidade:

- Sem janela para ventilação;

- falta de higiene;

Page 50: edificações nr 18

50

Figura 19:Armazenamento de materiais - barras de aço.

Conformidades:

- não está obstruindo a passagem dos trabalhadores;

- Vergalhões separados por bitolas;

- empilhadas de maneira que não compromete a sua estabilidade.

Desconformidade: não há.

Page 51: edificações nr 18

51

Figura 20: Local de armação de aço.

Conformidades:

- Local coberto;

- Bancada para dobramento e armação da barras de aço.

Desconformidades:

- Piso desnivelado e não resistente;

- Localizado em área de circulação de trabalhadores;

Page 52: edificações nr 18

52

Figura 21:Guarda-corpo.

Conformidades:

- Presença de guarda corpo no perímetro do prédio.

Desconformidades:

- Ausência de rodapé no guarda-corpo;

- Guarda-corpo incompleto;

- Ausência de tela entre os vãos das travessas.

Page 53: edificações nr 18

53

Figura 22:Escada.

Conformidades:

- Presença de escada em talude superior à 1,25 metros aos trabalhadores;

- Escada com dimensões mínimas respeitadas.

Desconformidades:

- Material não resistente;

- Apoio instável nas extremidades;

- Ausência do rodapé.

Page 54: edificações nr 18

54

Figura 23: Concretagem.

Conformidades:

- Presença sinalização com cones.

Desconformidades:

- Ausência de corredor de pedestre com faixa sinalizadora.

Page 55: edificações nr 18

55

Figura 24: Espera de pilares.

Conformidades:

- Presença de proteção nas pontas dos vergalhões.

Desconformidades: não há

Page 56: edificações nr 18

56

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É indispensável atender aos requisitos das normas regulamentadoras para a

prevenção de acidentes dos trabalhadores da indústria da construção civil.

Engenheiros civis e construtores se preocupam em planejamentos de obra,

orçamentos, cálculos, projetos e acabam se esquecendo da segurança de seus

empregados que, quando presente no ambiente de trabalho, resultam em uma maior

produtividade dos serviços. Se imaginarmos uma situação de um andaime fora das

determinações da NR ou serviço de carpintaria com condições precárias, podemos

ter a certeza de que o trabalhador terá um menor rendimento devido ao fato de ele

estar ciente dos riscos de acidente que podem ocorrer. Diferentemente de trabalhar

com tranqüilidade em um ambiente favorável, com equipamentos e máquinas

seguras.

Infelizmente, a situação que encontramos atualmente é de trabalhadores

conformados com as mínimas condições de trabalho que o empregador oferece na

empresa. Os funcionários não buscam seus direitos por vários motivos. O

analfabetismo é um dos fatores que impedem a sua busca por melhorias, assim

como o receio de perder o emprego e a falta de informações, que também

contribuem para o conformismo de trabalharem em más condições e estarem

suscetíveis a acidentes. Estes, são um dos motivos de existir os Ministérios e

Órgãos para trabalhar em favor do empregado, vistoriando as empresas que devem

estar o mais próximos possíveis das exigências das normas, porém, a falta de fiscais

é um problema no qual resulta em atenderem apenas denúncias feitas pelos

cidadãos.

Certamente que, atender a todos os itens das normas sempre terá um maior

custo e ocupará um tempo considerável da obra, mas se deixarmos de ser egoístas

em pensar apenas no nosso bem estar e no nosso lucro, estaremos evitando

possíveis transtornos futuros e principalmente respeitando os trabalhadores assim

como todos devem ser respeitados, pois além disso, muitos não estão nesse tipo de

serviço pesado por gostarem ou porque querem, e sim, pelo fato de não terem tido

oportunidade de estudo.

Page 57: edificações nr 18

57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATLAS – Manuais de Legislação – Segurança e Medicina do Trabalho. 62 ed.

São Paulo: Editora Atlas, 2008.

GROHMANN, M. Z. Segurança no Trabalho Através do Uso de EPI’s, Santa

Maria, RS. Universidade Federal de Santa Maria, sd. Disponível em

<http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/epis-construcao.pdf> Acesso em:

março, 2011.

ARAÚJO, F. A. G. Curso Técnico em Segurança do Trabalho. Centro Paula

Souza, Americana, SP. Governo do Estado de São Paulo. V. 01, 2008.

AMPUTADOS VENCEDORES. História da Segurança do Trabalho, 2009.

Disponível em

<http://www.amputadosvencedores.com.br/exibe_conteudo.asp?id=586&local=19> Acesso

em: abril, 2011.

FIESP. CISP. Legislação de Segurança e Medicina no Trabalho. São Paulo, SP,

2003. Disponível em <http://www.fiesp.com.br/download/legislacao/medicina_trabalh

o.pdf> Acesso em abril, 2011.

CEREST. Centro de Referência em Saúde do Trabalhador. Joinville, SC:

Prefeitura Municipal de Joinville. Disponível em <http://www.saudejoinville.sc.gov.br>

Acesso em: maio, 2011.