edição nº3

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Diretor: Filipe Resende | Diretores-Adjuntos: Afonso Sousa, Diogo Lopes, João Tavares e Raquel Trindade Nº 3 - Edição de janeiro de 2013 – Jornal Mensal Quando a independência chega, o que fazemos com ela? Culturismo Conhece À espe- ra de Moby Dick de Nuno Amado e o filme Alice nesta terceira edição Págs.9 e 10 Parte para rasgar Passos Coelho na mensagem de natal e o fim do mundo nesta edição Págs.15 e 16 Editorial Quatro ideias para o futuro: os projetos dos alu- nos; as três edi- ções d’O Acadé- mico; a manuten- ção do jornal e a exigência no ensi- no perante a crise Pág. 2 NOVO ESPAÇO DE INFORMAÇÃO COM A FCH NEWS Fica agora conhecer n’O Académico todas as notícias da FCH. Nesta edição conhece os projetos para o pró- ximo semestre da AEFCH e muito mais Página 3 Correio FCH Conhece o comu- nicado da dire- ção da AEFCH Pág. 12 | Destaque Páginas 4 a 6 Question à Trois ao Professor Rogério Santos Páginas 12 e 13

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Caros Colegas Segue neste link a terceira edição do Jornal O Académico:Boas leituras! Saudações Académicas A Direção Editorial D’O Académico

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Page 1: Edição nº3

Diretor: Filipe Resende | Diretores-Adjuntos: Afonso Sousa, Diogo Lopes, João Tavares e Raquel Trindade

Nº 3 - Edição de janeiro de 2013 – Jornal Mensal

Quando a independência

chega, o que fazemos

com ela? Culturismo

Conhece À espe-ra de Moby Dick de Nuno Amado e o filme Alice nesta terceira edição

Págs.9 e 10

Parte para rasgar

Passos Coelho na mensagem de natal e o fim do mundo nesta edição

Págs.15 e 16

Editorial Quatro ideias

para o futuro: os

projetos dos alu-

nos; as três edi-

ções d’O Acadé-

mico; a manuten-

ção do jornal e a

exigência no ensi-

no perante a crise

Pág. 2

NOVO ESPAÇO DE INFORMAÇÃO COM A FCH NEWS

Fica agora conhecer n’O Académico todas as notícias da FCH. Nesta edição conhece os projetos para o pró-ximo semestre da AEFCH e muito mais

Página 3

Correio FCH

Conhece o comu-nicado da dire-ção da AEFCH

Pág. 12

| Destaque Páginas 4 a 6

Question à Trois ao Professor

Rogério Santos

Páginas 12 e 13

Page 2: Edição nº3

2 | Editorial

Quatro ideias para o futuro Os projetos dos alunos interessam a todos

Nos últimos tempos temo-nos apercebido que

a importância dada às atividades dos alunos na

FCH é bastante elevada. A criação deste jornal foi

bem vista não apenas pelos alunos, mas também

pelos professores. Temos recebido inúmeros con-

vites de vários docentes para nos integrarmos em

diversos projetos, o que consideramos uma autên-

tica honra.

Achamos ser este o verdadeiro espírito de uma

Faculdade, onde existe uma cooperação académi-

ca entre alunos e professores. Sentimos que os

docentes em relação ao jornal são um pilar, assim

como os nossos colegas. Embora esta publicação

seja dos alunos, achamos que devemos apostar

numa pluralidade de públicos de forma a agradar

toda a comunidade académica.

Continuação do jornal para os próximos anos

Um dos aspetos que temos vindo a analisar é o

fato de não ter havido um jornal contínuo ao lon-

go dos anos. Ou seja como um médium de imen-

sas gerações diferentes. Esperamos que O Acadé-

mico seja esse primeiro jornal, com uma continua-

ção, de forma a um dia os atuais alunos da FCH

verem a continuação deste projeto.

Esperamos e acreditamos que O Académico terá

uma longa vida pela frente, e não deve acabar este

ano letivo. O jornal deve continuar pelas mãos de

futuras gerações, e com a colaboração de novos

investigadores e professores.

Em três anos nenhum membro da direção deste

jornal tinha visto um projeto com tanto sucesso

entre a comunidade académica. Sinceramente

também não estávamos à espera de um impacto

tão positivo. Por acreditarmos na simplicidade, na

mudança, na qualidade, esperamos um dia voltar a

esta Faculdade, já enquanto profissionais da

Comunicação, das Línguas, do Serviço Social e da

Psicologia e vermos O Académico da FCH, a

manter-se forte como sempre.

As duas anteriores edições em PDF

Jornal O Académico—Edição de janeiro

Três edições

Fazendo agora um balanço das duas anteriores

publicações temos tido uma evolução muito posi-

tiva. Temos sido um espaço de interação da

comunidade académica, e esse é para nós um

fator essencial na manutenção do jornal. Da pri-

meira para esta terceira edição, modificámos o

design, reduzimos a opinião, colocámos mais

“cultura” e nesta última edição apostámos na

linha da informação dentro da FCH.

Esperamos continuar a crescer e a informar o

nosso público leitor com os objetivos de sempre:

a qualidade jornalística e a abertura da opinião

aos alunos.

O ano 2013

2013 será um dos anos mais complicados para

os portugueses. Isto quer dizer que vamos ter que

trabalhar mais. A FCH não vai escapar a esta rea-

lidade e perante a crise económica os professores

vão exigir mais dos alunos, para os prepararem

melhor para o “cruel” mercado de trabalho.

Parece chato, mas nem tudo é mau. Com os cor-

tes no ensino superior público, e havendo maior

exigência dos docentes da FCH, haverá uma

melhor preparação alunos da FCH. Isto representa,

ao chegarmos a ocupar um futuro cargo profissio-

nal, vamos ter menos dificuldades em trabalhar e

nos adaptarmos a um futuro emprego. Neste caso

a nossa preparação em relação a outras faculdades

é maior, até com a crise a FCH se distingue pela

qualidade de ensino.

Page 3: Edição nº3

5ª Conferência Anual em Ciência

e Arte dos Videojogos

N os passados dias 13, 14 e

15 de dezembro teve lugar na

FCH a 5ª Conferência Anual em

Ciência e Arte dos Videojogos.

Uma iniciativa organizada pelo

CECC (Centro de Estudos de

Comunicação e Cultura), pela

FCH e pela Sociedade Portugue-

sa de Ciências dos Videojo-

gos (SPCV). A conferência con-

tou com a participação de inúme-

Futebol 7 Lugar Equipa Jogos V E D Pontos

1º Canto Escuro 3 3 0 0 9

2º Lourenço e mais sete 3 2 0 1 6

3º Buchas da morte 2 1 0 1 3

4º Equipa do Amor 3 1 0 2 3

5º Poderosos mas sem

nome

3 0 0 3 0

Filipe Resende

ros especialistas de videojogos.

Segundo o site do evento

“Nesta conferência contamos

com a participação de investiga-

dores e profissionais da área dos

videojogos para divulgação de

trabalhos e troca de experiências

entre a comunidade académica e

indústria de videojogos.” O

evento teve fim na Meo XL.

Party, na FIL.

Melhor marcador: Álvaro Jorge

Fonte: Grupo do Facebook de Futebol 7

Próximos

Eventos

Sara dos Santos

O início do ano começou, e

com ele também os exames finais des-

te semestre. Apesar de janeiro ser um

mês de grande agitação entre livros,

apontamentos e muitas horas de estu-

do, a Associação de Estudantes está

planear um conjunto de eventos a rea-

lizar no semestre de verão, que terá

início a 4 de fevereiro.

Entre estes eventos estão progra-

mados: “uma conferência sobre um

tema relacionado com o jornalismo,

vamos também repetir o torneio de

futebol. Possivelmente teremos uma

festa de carnaval” – diz José Diogo,

presidente da AEFCH - “avançaremos

também com outra campanha de soli-

dariedade. Estas são as prioridades

mas prometemos muitas outras ativi-

dades.”.

No entanto, todas as datas estão

ainda por definir durante o mês de

janeiro, segundo o presidente, que

deixou uma mensagem para os alunos

da Faculdade de Ciências Humanas:

“Quero desejar a todos os meus cole-

gas uma boa fase de frequências.

Estudem muito porque se fizermos

tudo à primeira temos quase um mês

de férias. Quero também garantir a

todos os alunos, que no 2º semestre, a

AE estará ainda mais forte com novos

planos!”.

FCH News |3

Jornal O Académico—Edição Nº3

Page 4: Edição nº3

Destaque | 3

Quando a independência chega, o

que fazemos com ela? O que seria ficar sem a papinha da mamã, o colinho do papá e partir na descoberta de um mundo

novo? Para Joana, Teresa e Afonso, mudar de casa significa muito mais do que ter loiça para lavar.

Reportagem

A cordar cedo,

lavar a cara e

os dentes,

tomar o peque-

no-almoço e ir para a

escola. Durante pelo

menos doze anos da nos-

sa vida, o nosso horário é

este. A vida de estudante

de ensino básico. As

escolhas que vamos ten-

do de fazer vão-se difi-

cultando, somos obriga-

dos a escolher o nosso

futuro cada vez mais

cedo, os materiais escola-

res vão ficando cada vez

mais caros, o ensino vai

ficando cada vez mais

pobre, mas estamos em

casa. Estamos no sítio

onde nascemos e cresce-

mos, com os pais, família

e amigos do nosso lado

que vão aligeirando a

crueza de tudo isto.

Mas a sombra do

ensino superior não tarda

4 | Destaque

Jornal O Académico—Edição de janeiro

as decisões, tudo isto vai, aos poucos

surgindo na nossa jovem existência e

chega a uma altura onde temos de nos

levantar por nós próprios. Enfrentar os

problemas que a crescente vida adulta

nos vai arremessando por nossa conta e

risco e dizer adeus a alguns hábitos de

antigamente. Coisas que temos de

aprender a fazer sozinhos. A emancipa-

ção. A vida de universitário. Para uns é

mais descomplicada mas, para muitos

outros, esta transição acarreta responsa-

bilidades ainda maiores.

Diogo Lopes

Page 5: Edição nº3

5

Jornal O Académico—Edição Nº3

Jovens de todos os cantos

do país têm nesta fase a sua

primeira grande prova de

resistência, a mudança para

uma cidade nova, o viver

sozinho.

Esta reportagem é exata-

mente sobre isso: jovens

que saíram das suas cida-

des natal em busca do

sonho que um curso supe-

rior pode ajudar a realizar.

Na realidade da nossa uni-

versidade, pegámos em

casos específicos de cole-

gas que se mudaram para a

capital e quisemos enten-

der melhor o que é dar este

passo. As responsabilida-

des, os medos, os amigos,

tudo isto em relação a esta

realidade bipartida entre a

faculdade e a cidade que

nos viu crescer.

“Vir para Lisboa foi um

desafio que significou um

balanço entre uma inde-

pendência diferente e um

conjunto de responsabili-

dades bastante maiores”. É esta a forma como Afon-

so Sousa, um farense orgu-

lhoso, relembra os primei-

ros tempos em Lisboa.

“Não é que houvesse

medo de alguma coisa,

mas como qualquer desa-

fio nem sempre sabemos

o que nos espera. Não me

lembro de ter passado

grandes dificuldades mas

ao fim de cada semana só

queria era voltar para

casa”. Também Teresa

Gago, a poucos meses de

terminar o curso que sem-

pre sonhou tirar, relembra

os primeiros dias de forma

algo diferente: “Lembro-

me perfeitamente do dia

em que cheguei a Lisboa

para ficar de vez, os meus

pais deixaram-me e, nos

minutos seguintes, deitei

umas lágrimas. No início

não foi fácil, tive que me

habituar a cuidar das

minhas coisas e a realizar

as tarefas domésticas que

antes eram feitas pela

mamã”. Tarefas essas que, por estes

dias, estão em suspenso.

Com o fim de mais um

semestre, são muitos os

que agora regressam aos

braços das respetivas famí-

lias. Como é voltar a casa?

“Tenho sempre saudades

de casa! Vir para casa

para junto da família é

das melhores sensações

do mundo, estar junto de

quem realmente vale a

pena ter saudades”. Quem o diz é Joana Portu-

gal, viseense de gema, que

vai disfrutando, como mui-

tos, de uns últimos

momentos junto da família

e amigos. Já para Teresa,

regressar envolve também

alguma nostalgia:

“Encontrar o meu canti-

nho como o deixei e sentir

o carinho daqueles que

que mais gostamos é sem

dúvida o melhor”.

Mas com uma cidade, casa,

tantos amigos e professores

novos, afinal o que

mudou? “Mudou muita

coisa. Por exemplo, o sig-

nificado que a família

tinha para mim e que

agora tem, é bastante

diferente. O que antes se

calhar tomava por garan-

tido, agora dou outro

valor. Não só no que toca

à família mas a muitas

outras coisas também.

Mas acho tudo isso faz

parte do processo de

amadurecimento pelo

qual sei que tenho passa-

do”. É esta a forma que

Afonso, a viver em Lisboa

há três anos, tem de expli-

car que aquela que consi-

dera uma das decisões mais

importantes que tomou:

“Sair de casa faz-nos

realmente crescer e dá-

nos horizontes completa-

mente diferentes. Acho

que toda a gente o devia

fazer logo aos dez anos. A

sério. Ficar na terra sig-

nifica muitas vezes estag-

nar. Nesse sentido, sair de

casa foi a melhor das

decisões que tomei”. Este

sentimento de mudança

parece ser consensual entre

todos, que já vêem Lisboa

como uma casa mas tam-

bém como um lugar de

revolução interior. Para

Vida universitária

Page 6: Edição nº3

6 | Destaque

Joana, foi uma espécie de

lição de vida: “Lisboa

ensinou-me que só vale a

pena lutar por nós pró-

prios e tanto quanto pos-

sível ignorar falsas vonta-

des alheias. Amadureci

no que respeita ao méto-

do de estudo e trabalho

claro, quanto ao resto

assumir responsabilida-

des é um prazer para

mim, assumir-me como

capaz de materializar as

minhas vontades”.

Quando perguntámos

aos três se imaginam a

regressar a casa para traba-

lhar e viver a resposta não

parece ser nada simples.

Joana não fecha portas a

nada, mas de uma coisa

não tem dúvida: “Se sur-

gisse uma oportunidade

muito boa seria bom para

uma fase da minha vida,

mas eu não quero estag-

nar, tenho medo de cris-

talizar, por isso, tenciono

ir à procura do que fazer

e onde fazer, não anulan-

do a hipótese de Viseu e

Lisboa serem o sítio ideal

em determinada altura

da vida.” Já para Teresa,

Lisboa “está contratada”:

“Desde o momento que

cheguei a Lisboa, e olhando

para o futuro, já não me

imagino a voltar a viver em

Faro. São cidades comple-

tamente diferentes e, de

certa forma, já me habituei

a Lisboa e a toda a azáfama

que a caracteriza. Adoro

Faro, mas para ir passar

férias e estar com a família,

viver e trabalhar imagino-

me numa cidade grande

como Lisboa”.

Afonso remata a questão

para outros lugares: “Como

tudo na vida, Lisboa tem

coisas boas e coisas más.

Assim numa visão um

bocado mais romântica, a

minha terra ficará assim

como o local onde passei

uma infância dourada e

onde guardo os meus

melhores amigos e também

memórias. Isto é tudo um

processo de evolução.

Depois de descobrires Lis-

boa, apetece-te descobrir

muito mais”.

É assim a vida de quem

quis vir em busca do que

queria. É assim que vemos

que “dar o salto” têm muito

que se lhe diga, mas no final,

tornamo-nos sem dúvida

numa pessoa mais rica.

Jornal O Académico—Edição de janeiro

Estamos no sítio

onde nascemos e

crescemos, com

os pais, família e

amigos do nosso

lado que vão ali-

geirando a crueza

de tudo isto.

Page 7: Edição nº3

Onde param os dias bons?

Onde param os dias bons?

A partilha, a amizade, a soli-

dariedade? Só se vêem autó-

matos. Dias e noites, manhãs e

tardes, tudo igual, todos o

mesmo. A vontade de ser dife-

rente tornou todos iguais.

Diferentes… mas iguais. Pes-

soas giram, entram e saem

num rodopiar constante como

que engolidas num turbilhão

de indiferença.

Mundos mudam, pessoas

morreram e nada. Nada trans-

parece por entre rostos de cera

que não derretem por nada.

Continuamos a caminhar, por

entre túneis de egoísmo que

nos limitam o mundo e que

nos prendem a uma ilusão bri-

lhante mas, no fundo, oca.

Continuamos a caminhar mas

não saímos do mesmo sítio.

Como poderíamos? Dá traba-

lho sentir. Obriga-nos a ver

quem realmente somos e isso

é muitas vezes uma garfada

difícil de engolir. No mundo

do ilusionismo o espetáculo

acaba quando conhecemos o

truque. E hoje temos medo do

cair da cortina. Saltamos de

pedra em pedra sem nunca

sentir a água que flui por entre

elas. Nascem ídolos e caem

messias num abrir e fechar de

olhos. A ilusão não é sólida,

não consegue ser base. Mas

tudo bem… continuamos lin-

dos e tecnológicos. Continua-

mos a banhar-nos em likes e

friends como se de sabedoria

se tratasse. Continuamos a

conversar sem dizer nada.

Continuamos a viver à base de

frases feitas em imagens trans-

formadas. Não se sabe o que

se diz. Não se sente o que se

deve. E definhamos.

Os poucos que ainda sobram

sem se deixar levar acabam

por ser domados pelos que há

muito já lá vão. Então mas

quem tinha um olho não era

rei? Talvez não se tenha consi-

derado a hipótese de se ter

dois. Mas o mundo gira. Tem-

pos mudam e épocas passam.

E a ordem divina que rege a

existência, longe de cruzes ou

de quartos crescentes, é justa.

Não se deixa levar pelo block-

buster ou pelo bestseller. E a

ordem mudará. Esse será o dia

do julgamento. Será aí que

todos

todos serão confrontados com

o que deixaram por abrir e

tiveram medo de explorar. Os

caminhos fáceis de ontem

serão o calvário de amanhã. E

não será nenhum juiz ou ilu-

minado que determinará os

justos e os pecadores. Será

quem trocou a partilha pelo

copo, o altruísmo pelo interes-

se. Seremos os nossos pró-

prios juízes e carrascos. E

lágrimas cairão. Realidades

estilhaçadas. E o peso da cul-

pa e da vergonha será a pele

de quem nunca quis ir além do

mais perto e do mais fácil.

Talvez aí cresçamos. Talvez aí

saiamos desta adolescência

autista e trituradora. A verda-

de libertar-nos-á e aí sim vere-

mos as cores reais daquilo que

nos rodeia. Aí sim saberemos

o que é ser feliz e sóbrio. Sen-

tiremos. Amaremos. Eu tenho

esperança que sim. Nada está

perdido, apenas não nos lem-

bramos onde o deixámos.

Diogo Lopes

Crónica | 7

Jornal O Académico—Edição Nº3

Page 8: Edição nº3

"A conquista do medo é o princípio

da sabedoria. "

Bertrand Russell

Fotografia Por:

Gonçalo Fonseca (500px.com/goncalofonseca)

Jornal O Académico—Edição de janeiro

8 | (Des)focado

Page 9: Edição nº3

À espera de Moby Dick de Nuno Amado

LITERATURA

E ste primeiro ro-

mance de Nuno

Amado desenrola-se

em forma epistolar.

São cartas que um narrador

lisboeta, autoexilado nos

Açores, envia e nos apresenta

no seu livro. Pouco sabemos

da história do narrador-

protagonista: alfacinha, croni-

sta de cinema num jornal e

que um desgosto de amor de-

spoleta nele um tal estado

anímico que os amigos temem

que se suicide. No livro, va-

mos vivendo com ele a adap-

tação às ilhas açorianas, os

conhecimentos que faz e a sua

busca utópica: ver baleias.

“Amanhã vou ver baleias.

Imagino que um monstro de

carne e espuma salta e abalroa

o barco. Imagino que me en-

gole e lá dentro encontro

Jonas e Gepetto.”

Enquanto almoça no

restaurante do senhor Joa-

quim, faz viagens de barco

com o alemão Hector – trafi-

cante de qualquer coisa a que

passará a chamar búzios – en-

quanto descobre o terrível

segredo dos Viana, constrói a

sua realidade e vai reconstru-

indo a sua vida olhando o

Atlântico, fazendo jogging

entre vacas e pastos verdes e

desconstrói “aquilo-que-

aconteceu” nas cartas ao

amigo.

Recém-chegado aos

Açores, opta por uma casa

sem televisão, telefone e inter-

net sempre circunscrito à pa-

lavra escrita, remetida por cor-

reio postal. E, para além das

que envia ao amigo de Lisboa,

remete também cartas ao Insti-

tuto Nacional de Estatística, a

um diretor de um canal de

Televisão ou ao editor dos

suplementos de livros de um

semanário, por exemplo.

Um homem em busca

de sim próprio que acaba por

perceber que “confundi um

mamífero de duas toneladas

com a redenção”.

“Querido amigo,

Vejo que estás mais interessado no que

aconteceu do que no que está a acontecer.

Talvez porque te pareça que esta minha vida

de quase-eremita, este meu exílio açoriano,

esta minha experiência epistolar, esta minha

busca de redenção seja apenas mais um erro,

mais um dos muitos que cometi desde que

aconteceu aquilo-que-aconteceu.”

Susana Gil Soares

À espera de Moby Dick, de Nuno

Amado, Oficina do Livro, 13,90 Euros

Nuno Amado

Culturismo | 9

Jornal O Académico—Edição Nº3

Page 10: Edição nº3

Alice (2005) de Marco Martins

CINEMA

um final um pouco ambíguo.

Uma criança passa por Mário e

olha-o atentamente. Genialmente, o

realizador

implanta-

nos a pró-

pria para-

noia do pai

de Alice: no

meio daque-

las multi-

dões, qual-

quer criança

pode ou não

ser a sua

filha.

U ma Lisboa cinzenta azulada

de multidões frias e apressadas; de

pessoas que ignoram o pedido de

ajuda de um pai desesperado. Alice é

o retrato de uma família que perde a

sua filha e da sua descida para o

desespero.

Começamos com a rotina de

Mário que diariamente faz o mesmo

percurso do dia em que perdeu a

filha: apanha o mesmo comboio,

passa pelo mesmo sem-abrigo, vai

ao infantário à mesma hora... Segue

exatamente os mesmos passos

daquele terrível dia em que tudo

mudou na esperança de encontrar a

filha. Espalhou câmaras por Lisboa e

troca frequentemente as cassetes

criando uma rede de vigilância. Tem

um acordo com um amigo do aero-

porto para ver as gravações das

câmaras de segurança de lá. Está

iludido que controla as ruas e as pes-

soas.

Depois temos acesso a um

flashback do dia em que Alice desa-

pareceu e da visita do casal à Judi-

ciária. O sofrimento da mãe vem

além do ecrã e partilhamos a dor de

Luísa naquela cena em que se entre-

ga ao desespero.

Mário procura Alice em todos

os carros, em todas as esquinas. Está

sozinho. Distribui panfletos exausti-

vamente. Vê todos os frames de

vídeo gravado meticulosamente.

Mário entra numa espiral de obses-

são e vê o casaco azul de Alice e os

seus caracóis em todo o lado. As

suas paredes transformam-se em

apontamentos e fotos que lhe pos-

sam levar à filha.

Contudo, o seu método começa

a falhar, os panfletos são ignorados,

uma das câmaras é partida, outra

retirada da janela... O seu desespero

é apaziguado pela menina de casaco

azul que passava todos os dias pelo

Rossio. Mário segue-a só para des-

cobrir que não passa de outra ilusão

da sua mente. Luísa é levada para o

hospital e Mário deixa-se apoderar

pela dor da inutilidade dos seus

esforços.

Estas cenas melancólicas são

brindadas com uma lenta e repetitiva

banda sonora que reflete a própria

rotina de Mário criando um ambien-

te de tristeza e ansiedade.

Neste filme de brilhantes pres-

tações, Marco Martins culmina com

Estrelas d’O Académico 8/10 Estrelas

10 | Culturismo

Jornal O Académico—Edição de janeiro

Inês Correia

Page 11: Edição nº3

A minha missa do Galo

N ão sei bem

classificar

o que sou

e, errada-

mente, confesso, nun-

ca o tentei sequer per-

ceber. Se ateu ou

agnóstico – crente não

sou de certeza – a ver-

dade é que tenho uma

opinião sobre a reli-

gião. E ter uma opi-

nião já é qualquer

coisa.

Para alunos da

Universidade Católica

Portuguesa, a quanti-

dade de conversas que

mantemos no bar

sobre assuntos rela-

cionados com a reli-

gião, a fé ou o estado

da Igreja, está ao mes-

mo nível das discus-

sões que temos sobre

gastronomia afegã.

Não acredito que os

nossos almoços

devam passar a ser

verdadeiras missas de

domingo, mas acredi-

to não faria mal

nenhum pensar um

bocadinho nisto. Foi

ainda há dias que o

Papa Bento XVI pro-

Nunca fui à cate-

quese, nem sequer me

lembro da última vez

que fui a uma missa,

mas dar mais crédito

ao Marcelo Rebelo de

Sousa do que a um

Papa, não parece ser a

ordem natural das

coisas. Há muitas coi-

sas importantes na

vida como a escola, o

futebol ou os festivais

de música. Não o

sabemos, mas a reli-

gião também é uma

delas.

Afonso Sousa

feriu a habitual mensa-

gem de Natal. Houve a

novamente a habitual

conversa de apelo ao fim

da violência, da intole-

rância e de umas quantas

outras coisas igualmente

habituais. Por mais que

vejamos a Igreja como

um lugar do habitual, do

ordinário, muitas vezes

conotada com o passado,

de algo que está presente

mas não sabemos bem

como, julgo que estare-

mos a ser – como muitas

vezes se critica nas

várias religiões – radi-

cais.

Opinião | 11

Jornal O Académico—Edição Nº3

Ao contrário da

maioria e daquilo que os

media fazem dele, acho

o Papa um tipo porreiro,

alguém que até diz umas

coisas engraçadas e que

espelham aquilo que a

Igreja é para mim: uma

linha de orientação para

a sociedade. Esta, mais

do que nos contar histó-

rias sobre santos ou

apóstolos, é um guia

para as relações huma-

nas, lembrando os valo-

res e as atitudes que, na

verdade, fazem um qual-

quer grande amigo nos-

so.

Page 12: Edição nº3

O seu nome é Santos, Rogério Santos

O seu nome é Santos, Rogério Santos.

Autêntica superestrela na constelação

académica da FCH, o professor, investi-

gador e historiador, é o nosso convidado

desta edição da rúbrica Question à trois.

Este jovem de 63 anos é um autêntico homem

dos sete ofícios: Para além do papel de professor

que todos nós já conhecemos bem, Rogério é ain-

da Historiador, já foi editor de uma revista (Media

XXI 2003-2005), pertenceu ainda a mais duas

(Media & Jornalismo e Observatório), é membro

fundador de duas associações (Centro de Investi-

gação Media e Jornalismo e Associação Portu-

guesa de Ciências da Comunicação), conta com

uma série de livros editados e ainda é um blogger

de renome. Como podemos ver, a comunicação é o

habitat natural deste nosso famoso docente.

12 | Question à trois

Jornal O Académico—Edição de janeiro

12 | Question à trois

Não é uma figura consensual na faculdade, uns

adoram-no e outros nem por isso, mas é inegável o

respeito que por ele devemos ter por ser um dos

mais proeminentes investigadores no nosso cam-

po, por ser um homem com provas dadas no mun-

do do jornalismo e ainda por ser um professor que,

na sua própria maneira, dá grande importância

àqueles que assistem às suas aulas. Nós.

Para muitos de vocês, o que tem sido dito até

agora pode não corresponder àquilo que têm como

certo, mas vos garantimos que depois de o conhe-

cerem um pouco melhor, como nós o conhecemos,

a vossa opinião mudará com certeza. Se isso não

acontecer… sempre ficam mais alguns tópicos

controversos por explorar pelos nossos criativos

colegas do FCHGag de quem o professor tanto

gosta.

Sem mais demoras, fiquem com o Professor

Doutor Rogério Santos:

Diogo Lopes

1 Muitos de nós (alunos) já

conhecemos bem o Rogério

Santos professor, mas pouco

sabemos do Rogério Santos

cidadão comum. Que diferenças é

que acha que existem entre os

dois? Entre a pessoa que é dentro

da faculdade e fora dela?

A vida fora da faculdade é sim-

ples. Estar em família, procurar via-

jar quando há disponibilidade finan-

ceira, assistir a espetáculos. Fora o

ler e o escrever, que constituem o

centro da minha vida profissional.

2 Porque decidiu adotar o

ensino como carreira? E no

meio disso, como surgiu o

cargo de editor da revista

Media XXI?

Comecei a lecionar em 1983, mas

Page 13: Edição nº3

13

Jornal O Académico—Edição Nº3

3 O que acha do já

famoso FCHGag?

Tem sido uma espécie de

crítica social da licencia-

tura a partir do olhar dos alunos,

uma espécie de programa “Contra-

Informação” adaptado à FCH. A

estrutura, dentro do Facebook, é

simples: um texto, algumas vezes

bastante corrosivo, acompanhado

por uma imagem cómica ou quase

absurda. O conjunto desperta um

sorriso no leitor. Nunca vi maldade

ou leviandade na conduta do(s) seu

(s) autor(s), mas sim o modo como

os jovens olham o seu objeto de tra-

balho (neste caso, as aulas). Um por-

menor: a estrutura do Facebook,

com os comentários e os “likes”,

permite interatividade, pelo que o

FCHGag funciona como um baró-

metro de popularidade de quem nele

escreve ou é comentado. Não me

senti melindrado com um comentá-

rio sobre Teorias da Comunicação.

A teoria de Charles Sanders Peirce

pode não ter ficado muito na memó-

ria dos alunos, mas o nome dele

nunca voltará a ser escrito de forma

errada, como aconteceu num teste e

foi a razão direta do comentário na

FCHGag.

como atividade complementar. Pas-

sei pelo ensino profissional e pelo

universitário no Porto e em Lisboa.

Só me dediquei em exclusivo ao

ensino depois de mais de 25 anos

ligados a uma atividade empresarial

no mundo das telecomunicações.

Durante esse tempo, fiz comunica-

ção empresarial (vulgo comunicação

interna e relação com os media). A

minha entrada na Universidade

Católica, em 2002, permitiu dedicar-

me a tempo inteiro a esta carreira.

No que toca ao cargo de editor

da revista Media XXI:

Um amigo, que era o proprietário

da publicação, pediu-me para a diri-

gir, convite que achei sedutor, ape-

sar de não remunerado. Foi uma

experiência nova, pois nunca tinha

praticado a atividade, apesar do meu

doutoramento ser precisamente na

especialização de jornalismo na Uni-

versidade Nova de Lisboa. Durante

quase três anos convivi com jovens

jornalistas, alguns que, entretanto,

seguiram carreiras académicas pro-

missoras, outros amadureceram car-

reiras na profissão, assisti a reuniões

muito produtivas, com o constante

questionamento das temáticas, dos

valores-notícia e das tendências jor-

nalísticas. Fui mais agregador de

ideias do que coordenador, o que

permitiu mais liberdade de atuação

de todos. Um pormenor, que acaba

por ser central, é a necessidade da

publicidade como suporte da vida

financeira de uma publicação.

Embora não diretamente, preocupei-

me sempre com o volume de publi-

cidade em carteira.

Page 14: Edição nº3

Um ano de boa música, no coração

O s Maias engana-

ram-se, é verda-

de. Já deviam

estar com um

pequeno resfriado quando

diagnosticaram um Apoca-

lipse agudo para dia 21 de

dezembro deste ano e mete-

ram o pé na argola. Ainda cá

estamos todos, vivinhos da

silva. O mundo não acabou

mas o ano sim, e como qual-

quer fim de ano é como um

mini fim-do-mundo, tam-

bém nos passa a vida inteira

pela frente quando as doze

badaladas se fazem ouvir.

Retrospeção daquilo que de

bom se passou. Limitando as

coisas apenas para este 2012

agridoce que agora acabou,

cabe-nos a honrosa missão

de destacar o que de bom e

de melhor se deu nestes 12

meses. E como a música é o

nosso mundo, ficaremos

apenas por aquilo que ela

nos mostrou.

Comecemos cá por casa:

Portugal está à rasca de

dinheiro, mas pelo menos a

música continua a dar crédi-

to à maluca. Assistimos a

um salto gigantesco no palco

musical do nosso país, um

momento de clímax que têm

vindo a fazer-se sentir de há

um ou dois anos para cá. E

isto nota-se em quase tudo o

que envolva guitarras ou

claves de sol: Em matéria de

festivais poucos nos batem.

Cimentam-se cada vez

mais os clássicos e lendá-

rios Paredes de Coura (um

tanto quanto molhadinho

este ano), Super Bock

Super Rock e o megalóma-

no Rock in Rio. Os Inicia-

dos Optimus Alive e Voda-

fone Mexefest continuam

na senda do sucesso e os

mais benjamins Primavera

Sounds e Milhões de Festa

explodiram que nem um

dedo de um lançador de

foguetes bêbado. Temos

bandas como os Dead

Combo, Salto ou os Maca-

cos do Chinês que nos

deram prendas bonitas ao

longo do ano, bem como

uma série de novos artistas

que certamente terão muito

que contar no final deste

Os The Walkmen

deram à luz um simples-

mente maravilhoso novo

álbum, Heaven, que confir-

ma de novo que estes ame-

ricanos não brincam em

serviço nem a produzirem

nem a interpretarem, pois

merece destaque também o

excelente concerto que

deram em novembro no

TMN Ao Vivo. Temos

Chrome Sparks, Beach

House, Fiona Apple, Griz-

zly Bear, XXYYXX, The

XX, Nicolas Jaar, Sensible

Soccers, Valter Lobo, John

Talabot, Burial, Tame Im-

pala, Noiserv… E a lista

segue, segue, segue, não

pára.

De facto podemos olhar

hoje para trás e ver que o

panorama musical de qua-

lidade tem o condão de ser

imune à quantidade de mal

que também vimos neste

ano que passou. Para toda a

fome, morte, crise e des-

graça que aconteceu temos

uma grande quota-parte de

felicidade, riqueza e subs-

trato que em parte nos é

oferecida por uns quantos

génios das pautas musicais

que felizmente não se can-

sam de surgir e de nos dar

boa música atrás de boa

música. A todos vós resta-

nos desejar um excelente

ano de 2013, com muita

festa, felicidade e, acima

de tudo música boa.

Jornal O Académico—Edição de janeiro

14 | Edição Limitada

ano que ainda agora che-

gou. Enfim… Se música

fosse moeda, nós eramos a

Alemanha.

De um ponto de vista

mais abrangente, temos

pérolas sem fim que se

fizeram ouvir este ano:

Flying Lotus mostrou-nos

de novo que é nome grande

da eletrónica contemporâ-

nea com o glorioso Until

the Quiet Comes; Django

Django também fez o salto

de banda sonora do FIFA

para as colunas oficiais do

paraíso assim como os não

menos meteóricos Alt-J

que chegaram de mansinho

mas que já estão por todo o

lado com portentosos

temas como Taro, Breeze

blocks ou Tessellate.

Diogo Lopes

Page 15: Edição nº3

Comunicado da AEFCH

Caros colegas,

Quando nos foi pro-

posto conduzir a

Associação de Estu-

dantes da Faculdade

de Ciências Huma-

nas para este ano

letivo, sentimos que

nos foi lançado um

desafio fora do nosso alcance. Em que consiste

uma associação de estudantes, quem a faz, quais

são os nossos objetivos e como podemos agradar a

centenas de alunos?

Desde cedo criámos uma lista, um grupo de

alunos em quem depositámos toda a confiança,

dentro dos objetivos traçados para que pudéssemos

desenvolver algo académico, lúdico e dirigido a

todos os alunos da FCH.

Passado um semestre de dedicação é incontor-

nável o carinho que desenvolvemos pela AEFCH.

Desenvolvemos uma forte ligação com os alunos

desta faculdade e criámos uma ligação sob uma

nova imagem – de amizade e abertura. O espaço da

AEFCH é de todos.

Ao longo deste semestre de Inverno, os vários

departamentos desenvolveram projetos tais como a

Agenda Cultural que aconselha programas para

cada mês, o Projeto de Solidariedade que conta já

com a participação de vários voluntários, o Torneio

Interno de Futebol que promoveu o exercício físico

e a competição saudável entre os alunos. A par

destas iniciativas, a AEFCH proporcionou momen-

tos lúdicos e de entretenimento como as várias fes-

tas, entre elas a festa de Tomada de Posse e a ines-

quecível Gala FCH Católica Into Skyfall. Ações

que tiveram em vista a união dos alunos da FCH e

a promoção de momentos de convívio através do

Fim-de-Semana do Caloiro em Portimão, a partici-

pação da AEFCH na Receção ao Caloiro ou até

mesmo do Magusto. Para um trabalho dirigido

especialmente aos alunos, a AEFCH criou o Jornal

O Académico e sobre ele detém grandes expectati-

vas.

É com muito orgulho que relembramos, os

momentos passados este semestre. Agradecemos

todo o trabalho feito pelos membros da Associa-

ção, mas, principalmente, agradecemos a todos os

alunos pela excelente e inovadora participação nos

eventos da AEFCH e por acreditarem em nós. Há

projetos e atividades aos quais queremos dar mais

atenção no próximo semestre, as conferências e

tertúlias, apoio aos Erasmus e ao Aluno e, ainda o

Departamento direcionado aos Alunos Finalistas.

Em Setembro dissemos:

“É impossível o funcionamento de uma asso-

ciação sem o trabalho de equipa. Cada membro

desta lista tem a noção da sua importância e valor.

Também vocês fazem parte desta lista. Cada um de

vocês, caros estudantes da FCH, tem um valor e

uma importância insubstituíveis. Não teremos

maior prazer do que o de vos representar com a

mesma persistência, vontade e, sempre, entusias-

mo desde o primeiro dia.”

Obrigado pela confiança depositada em nós.

Continuaremos com a mesma persistência, vontade

e entusiasmo prometidos.

Cumprimentos,

A Direcção da AEFCH José Diogo Vinagre e Maria Miguel Gomes

Correio FCH Este espaço também pode ter a tua opinião. Para isso basta enviares o teu texto para o e-

mail [email protected] e poderás vê-lo publicado na edição de fevereiro.

14 | Correio FCH

Jornal O Académico—Edição Nº3

Correio FCH | 15

Page 16: Edição nº3

O Natal Torna Tudo Mais Brilhante Das duas uma: ou Passos Coelho

virou a boneca de vez, ou o seu discurso

de Natal foi um deliberado momento de

humor. Segundo o primeiro-ministro, o

seu governo começou a “lançar as bases

de um futuro próspero”, o que a avaliar

pelo crescimento do desemprego, pelos

cortes a que o rendimento dos portugue-

ses foi sujeito e até pela pança do pró-

prio Coelho (que ao contrário da do seu

antecessor Sócrates, tem vindo a dimi-

nuir à medida que o mandato prosse-

gue), para não falar das manifestações

que durante o ano que findou passaram

a ser recorrentes, indica claramente que

“Iniciámos um processo de reforma das

estruturas e funções do Estado” e que

assim “transformámos alguns aspetos

da nossa economia que sempre tinham

sido obstáculos ao investimento e à

criação de riqueza”.

São transcrições que têm piada só por

si, se não nos lembrarmos que ao con-

trário do que Passos Coelho diz, nem

todos os portugueses sairão “vitoriosos

sobre a crise”, nem “beneficiarão de

novas oportunidades que criaremos nos

próximos anos”. O nosso PM está cada

vez mais engraçado e n’O Académico

até estamos a pensar convidá-lo para

fazer uma perninha aqui na Parte Para

Rasgar. Essa é “uma oportunidade que é

finalmente...” dele “...para agarrar com

ambas as mãos”, por isso estejam aten-

tos à nossa próxima edição!

Celebrar o Estudo Se o estado do país é mau, o da nos-

sa faculdade é... de latência. E a culpa

nem é nossa, coitadinhos de nós, que

temos andado nem em férias, nem em

período de exames. Porque nesta altura

híbrida do ano académico torna-se tudo

muito confuso, há muitos compromis-

sos, mas ao mesmo tempo há muita coi-

sa para festejar e com as taxas de alcoo-

lemia que registamos na véspera de ano

Minas e Armadilhas, Farsas e Mascarilhas novo (e muitas vezes também no

Natal) a concentração torna-se de

facto difícil, eu que o diga, pobre de

mim, que sou como tantos de vós,

uma vítima de festividades em geral.

E depois este inverno, que é mais

um inferno paralisante de corpo e

mente e não deixa ninguém sair da

cama, que diabo! A culpa é de Deus,

que espalhou o frio pelo hemisfério

norte!

Com o fim desta semana, contudo,

as coisas melhoraram, já começam a

surgir as primeiras pessoas desespe-

radas por ajuda nalguma cadeira no

facebook, mas ainda falta o desper-

tar do novo ano, para haver também

o despertar (apressado) para as nos-

sas funções académicas.

Este Jornal Precisa de “Correção”

Como não passamos de crianças

marotas, que querem andar aqui a

brincar às rebeldias, a passada edi-

ção deste jornal, necessitou de uma

de uma ligeira “correção” (que

não pode, de maneira nenhuma

ser confundida com censura) para

que a infâmia e a ignomínia não

passassem. Em meu nome e em

nome de toda a redação, tenho

apenas de agradecer aos responsá-

veis pela emenda, pois sem eles

nunca na vida seríamos capazes

de levar a bom porto a tarefa de

escrever corretamente.

O nosso erro hediondo prendia-

se sobretudo com o termo “pita”

que roça o sórdido e é de tal

maneira ofensivo, que não podia

figurar numa publicação desta

instituição, por muito bem que

defina a típica estudante da FCH

há já bastantes anos. Mas não se

preocupem leitores, pois aqui n’O

Académico, iremos ter mais cui-

dado com o que escreveremos e

com a filtragem de certas ideias

depravadas. Juramos solenemente

que daqui para a frente, as inde-

cências serão tapadas com base.

Passos Coelho estava “minado” durante o seu discurso de Natal

João Tavares

16 | Parte para rasgar

Jornal O Académico—Edição de janeiro

Page 17: Edição nº3

Nota da Palma de Cima

AVISO PARA OS ALUNOS DE 1º ANO À beira de um novo ano, pare-

ceu-me, no mínimo, conveniente

fazer algumas previsões daquilo

que pode ou não acontecer. Não

pensem que não ia deixar uma

mensagem de esperança, depois de

o nosso Primeiro Ministro o ter fei-

to, e de o Presidente da Rep… sim

não vou entrar por aqui.

Mas falemos de coisas sérias,

há sobretudo em mim uma grande

vontade em que já neste próximo

mês de Janeiro, eu possa voltar à

faculdade, fazer os meus exames,

berrar com toda a força “ Inchem

que já passei!”, partir de férias, que

é para em Fevereiro voltar com

toda a força e pujança para um 2º

semestre que será, certamente, bem

ao jeito dos confrontos entre os

nossos amigos das Arábias ou cla-

ques de desporto.

Isto é, muito resumidinho, aqui-

lo que NÃO vai acontecer.

Percam completamente as espe-

ranças, a sério. “Rezo” para que

tenham pedido dinheiro ao Pai

Natal, porque a época de recursos e

exames em que só passam os aben-

çoados pela sorte, vêm já a cami-

nho, e a sensação prolongada e

dolorosa de que nos sentimos como

o burro do presépio veio para ficar

(agora que já nem faz parte dele…).

Ah e aquela ligeira sensação de que

o conteúdo do nosso cérebro se

O mundo acabou de uma forma

pouco usual, não costuma ser desta

forma. Apercebi-me de que é bem

verdade tudo o que não li na bíblia,

caminhamos para outra dimensão

sem dar conta. O meu dia estava a

ser calmo, até coloquei o desperta-

dor para as 8:00H.

Assim fui um bocado ao ginásio

para falecer em forma e, por volta

das 11:11H, faleci por completo.

Acho fantástico ter wireless aqui no

céu. E as nuvens nem sequer usam

proteção na rede, posso entrar à

Do céu vos escrevo

vontade (não olhem isto do ponto

de vista sexual). O meu estilo de

vida aqui é outro, conheci os deuses

todos, aprendi que para fazer trove-

jar basta carregar no botão que diz:

"Trollar humanos". Os cafés aqui

custam 5 euros porque também se

paga a colher, mas eu sei um tru-

que: Quando está alguma mulher

acompanhada de um homem e que-

ro beber café, digo: "Entre homem

e mulher não se mete a colher".

Assim, o bardeus que me está a

servir engole-a e só pago 1 euro.

José Paiva assemelha ao musgo verde e húmi-

do? Sim, é perfeitamente normal. E

acreditem, a certa altura torna-se

hábito (Pronto, naturalmente, isto é

o que acontece todos os anos, não

se preocupem, não se sintam os

VIP’s cá do sítio)

Agora que já vos deixei com-

pletamente desmotivados, resta-me

desejar que muitos de vocês sobre-

vivam a esta carreira de tiro, que se

assegurem do maior número de

apontamentos possíveis, recorrendo

a técnicas de interesseirismo barato,

e que em finais de Janeiro lavem a

cabeça, por dentro, é o que o musgo

depois cria bicho, e em vez de irem

para a Costa da Caparica festejar o

final do semestre, vão orar para a

ala hospitalar. Bom 2013!

Dário Alexandre

17

Jornal O Académico—Edição Nº3

Page 18: Edição nº3

Jornal O Académico—Edição de janeiro

"A palavra foi dada ao homem para explicar os seus pensamentos. Os pensamentos são retratos

das coisas da mesma forma que as palavras são retratos dos nossos pensamentos."

Jean Molière, O Casamento à força

Pesos & Contrapesos FCH Ilustrada

Esta imagem foi tirada à hora de almoço no dia a

seguir à gala da AEFCH, o título da imagem diz tudo

Jornal O Académico

Publicação dos Alunos da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa

Diretor: Filipe Resende

Diretores-Adjuntos: Afonso Sousa, Diogo Lopes,

João Tavares e Raquel Trindade

Redação: Dário Alexandre, Gonçalo Fonseca, Inês

Correia, José Paiva , Sara dos Santos e Susana Gil

Soares

Contatos: [email protected]

Visita a nossa página no Facebook:

https://www.facebook.com/JornaloAcademico

+ Nova Equipa da Direção A nova equipa da Direção da

FCH já tomou posse e o Pro-

fessor José Miguel Sardica

(Novo Diretor da FCH) dedi-

cou o seu discurso aos alunos e

à comunidade académica.

+ AEFCH A atual lista da AEFCH

acaba o ano em grande a

cumprir todos os objetivos

que tinha estabelecido em

campanha.

2012 em Imagens

Na próxima edição, O Académico vai-te trazer a revista do ano em imagens do que mais impor-

tante se passou durante o ano na FCH. Não Percas!

- Jornal O Académico A direção do jornal dos alunos

da FCH atrasou-se no fecho

desta terceira edição.

Ficam aqui desde já as nossas

maiores desculpas.

O Académico no Academia Júnior

O nosso jornal foi convidado pelo GADEP para

colaborar na Academia Júnior do verão 2013