edição nº 6 / 2014 - outubro

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EDIçãO Nº 8, 2014 OUT 2014 MARIN ALSOP REGE A SINFONIA Nº 3, DE MAHLER, COM PARTICIPAÇÃO DA CONTRALTO NATHALIE STUTZMANN, DO CORO INFANTIL DA OSESP , DO CORO ACADÊMICO DA OSESP E DO CORO DA OSESP MÚSICA NA CABEÇA: ENCONTRO COM JAMES MACMILLAN , COMPOSITOR VISITANTE MAKOTO OZONE INTERPRETA O CONCERTO PARA PIANO EM FÁ MAIOR, DE GERSHWIN, SOB REGÊNCIA DE EIJI OUE CORO DA OSESP: JAMES MACMILLAN REGE PEÇAS SUAS, DE FRANCIS POULENC E DE TOMÁS LUIS DE VICTORIA PEÇAS DE LISZT, HAYDN E BRAHMS, COM O PIANISTA FRANCESCO PIEMONTESI E REGÊNCIA DE ANDREW MANZE A SINFONIA Nº1, DE BRAHMS, SOB REGÊNCIA DE MARIN ALSOP STANISLAW SKROWACZEWSKI REGE O CONCERTO PARA VIOLINO, DE ALBAN BERG, COM A SOLISTA AKIKO SUWANAI

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Page 1: Edição nº 6 / 2014 - Outubro

edição Nº 8, 2014OUT2014

MARIN ALSOP REgE A Sinfonia nº 3, dE MAhLER, cOM PARtIcIPAÇÃO dA cONtRALtO NAthALIE StUtZMANN, dO cORO INFANtIL dA OSESP, dO

cORO AcAdÊMIcO dA OSESP E dO cORO dA OSESP MúSIcA NA cAbEÇA:ENcONtRO cOM JAMES MAcMILLAN, cOMPOSItOR vISItANtE MAKOtO OZONE INtERPREtA O ConCerto Para Piano em fá maior, dE gERShwIN, SOb REgÊNcIA dE EIJI OUE cORO dA OSESP:JAMES MAcMILLAN REgE PEÇAS SUAS, dE FRANcIS POULENc E dE tOMáS LUIS dE vIctORIA PEÇAS dE LISZt, hAydN E bRAhMS, cOM O PIANIStA FRANcEScO PIEMONtESI E REgÊNcIA dE ANdREw MANZE A Sinfonia nº1, dE bRAhMS, SOb REgÊNcIA dE MARIN ALSOP StANISLAw SKROwAcZEwSKI REgE O ConCerto Para Violino, dE ALbAN bERg, cOM A SOLIStA AKIKO SUwANAI

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PROGRAMAÇÃO SUJEITA A ALTERAÇÕES

Desde 2012, a Revista Osesp tem ISSN, um selo de reconhecimento intelectual e acadêmico. Isso signi�ca que os textos aqui publicados são dignos de referência na área e podem ser indexados nos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa.

FUNDAÇÃO OSESP 61

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO 56

CORO DA OSESP 58

PROGRAMA SUA ORQUESTRA 65

MARIN ALSOP REGENTE

NATHALIE STUTZMANN CONTRALTO

CORO INFANTIL DA OSESP TERUO YOSHIDA REGENTE

CORO ACADÊMICO DA OSESP MARCOS THADEU REGENTE

CORO DA OSESP NAOMI MUNAKATA REGENTE HONORÁRIA

GUSTAV MAHLER

EM ESTÉREO AO VIVO: POR QUE TEMOS DOIS OUVIDOS

OLIVER SACKS 4

OUT 2.3.4 13

JAMES MACMILLAN REGENTE CORO DA OSESP NAOMI MUNAKATA REGENTE HONORÁRIA

TOMÁS LUIS DE VICTORIA JAMES MACMILLANFRANCIS POULENC

EIJI OUE REGENTE

MAKOTO OZONE PIANO

LEONARD BERNSTEIN GEORGE GERSHWINSERGEI RACHMANINOV

MARIN ALSOP REGENTE

JAMES MACMILLANJOHANNES BRAHMS

OUT 9.10.11 23

OUT 12 29

OUT 16.17.18 37

ANDREW MANZE REGENTE

FRANCESCO PIEMONTESI PIANO

JOHANNES BRAHMSJOSEPH HAYDNFRANZ LISZT

OUT 23.24.25 43

STANISLAW SKROWACZEWSKI REGENTE

AKIKO SUWANAI VIOLINO

ALBAN BERGANTON BRUCKNER

OUT NOV 30.31 1 49

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APOIO

REALIZAÇÃO

PATROCÍNIO

VEÍCULOS

PARA PATROCINAR E APOIAR A [email protected]

ASCAELQualidade, Confiança e Tradição que fazem a diferença

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3

A T

RIBU

NA

REALIZAÇÃOAPOIOCORREALIZAÇÃOPATROCÍNIO

De março a dezembro, a Osesp percorre cidades do estado realizando concertos de câmara e coro,

BARRETOS

JABOTICABAL

BEBEDOURO

23|24|25

OUTUBRO

WWW.OSESP.ART.BR/ITINERANTE

Inscrições para as o�cinas, aulas de apreciaçãomusical e informações pelo site:

ENTRADA FRANCA EM TODOS OS EVENTOS

C

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K

Itinerante-RevistaOSESP-ALTA.pdf 1 07/08/14 16:01

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EM ESTÉREO AO VIVO: POR QUE TEMOS DOIS OUVIDOS

POR OLIVER SACKS

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GRAVURA DE CHELPA FERRO

EM ESTÉREO AO VIVO: POR QUE TEMOS DOIS OUVIDOS

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Em 1996 comecei a corresponder-me com um médico norueguês, dr. Jorgen Jorgensen. Ele me escrevera dizendo que sua apreciação da música sofrera uma alteração súbita e radical

quando ele perdeu totalmente a audição no ouvido di-reito após a remoção de um neuroma acústico no nervo sensitivo. “A percepção das qualidades específicas da música — o tom, o timbre — não mudou”, ele es-creveu. “Mas a minha recepção emocional da música ficou prejudicada. Tornou-se curiosamente monótona e unidimensional.” A música de Mahler, em especial, tinha antes um efeito “demolidor” sobre ele. Porém, quando ele foi a um concerto pouco depois da cirur-gia e ouviu a Sétima Sinfonia de Mahler, ela lhe soou “irremediavelmente monótona e sem vida”.

Depois de seis meses ou mais, ele começou a adaptar-se:

Ganhei um efeito pseudoestéreo que, embora não me permitisse voltar a ser como antes, foi bem compensador. A música não era estéreo, mas ainda assim era abrangente e rica. Por exemplo, na marcha fúnebre que abre a Quinta Sinfonia de Mahler, depois que o trompete anuncia a so-turna profundidade de um séquito funerário, o fortíssimo de toda a orquestra quase me arrancou da poltrona.

“Isso talvez seja meu ajuste psicológico à perda”, acrescentou o dr. Jorgensen, [mas] nosso cérebro é um instrumento prodigioso. Talvez fibras auditivas tenham atravessado o corpo caloso para receber input do meu ouvido esquerdo funcional. [...] Além disso, acho que meu ouvido esquerdo está melhor do que se deveria esperar de um setuagenário.”

Quando ouvimos música, como escreveu Daniel Levitin, “estamos efetivamente percebendo múltiplos atributos ou ‘dimensões’”.1 Entre eles Levitin inclui as notas musicais, o tom, o timbre, a altura, o tempo, o ritmo e o contorno (a forma geral, o sobe e desce das melodias). Fala-se em amusia quando a percepção de algumas ou de todas essas qualidades está prejudicada.

Mas o dr. Jorgensen não era amúsico nesse sentido. Sua percepção no ouvido não afetado era normal.

Levitin fala ainda sobre duas dimensões. A lo-calização espacial, ele escreveu, é “a percepção da distância em que a fonte se encontra em relação a nós, em combinação com o tamanho da sala ou salão em que a música está sendo tocada; [...] ela distin-gue a qualidade espacial de cantar em uma vasta sala de concerto da de cantar no chuveiro”. E a reverbe-ração, continuou, “tem um papel não devidamente apreciado na comunicação da emoção e na criação de um som que agrade em todos os aspectos”.2

Foram precisamente essas qualidades que o dr. Jorgensen perdeu junto com sua capacidade de ouvir em estéreo. Ele descobriu que, quando ia a um con-certo, faltava a sensação de espaço, volume, riqueza, ressonância, e por isso a música parecia-lhe “comple-tamente monótona e sem vida”.

Ocorreu-me, então, uma analogia com o que sentem as pessoas que perdem a visão de um olho e, com isso, a faculdade de ver em profundidade estereoscopicamente.3 As repercussões da perda da estereoscopia podem ser inesperadamente abran-gentes; incluem não só a dificuldade de avaliar a profundidade e a distância, mas também um “aplai-namento” de todo o mundo visual, tanto na esfera perceptual como na emocional. As pessoas que têm esse problema dizem que se sentem “desconecta-das” e que têm dificuldade para relacionar-se não só espacialmente, mas também emocionalmen-te com o que veem. Por isso, quando porventura ocorre o retorno da visão binocular, elas sentem um prazer e um alívio imensos, como se o mundo voltasse a parecer visual e emocionalmente rico. Mas ainda que não ocorra a restauração da visão binocular, pode haver uma lenta mudança, uma adaptação análoga à descrita pelo dr. Jorgensen: o desenvolvimento de um efeito pseudoestéreo.

1. Levitin, Daniel J. This is Your Brain on Music. Nova York: Dutton, 2006.2. Ibidem.3. Descrevi um caso desse tipo em meu ensaio “Stereo Sue”, publicado na edição de 19 de junho de 2006 da

revista The New Yorker.

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É importante enfatizar o termo “pseudoestéreo”. A genuína percepção em estéreo, seja ela visual ou auditiva, depende da capacidade do cérebro para in-ferir a profundidade e a distância (além de qualidades como rotundidade, amplitude e volume) com base nas disparidades entre o que está sendo transmitido pelos dois olhos ou ouvidos individualmente — uma disparidade espacial no caso dos olhos, e temporal no dos ouvidos. São minúsculas as diferenças envol-vidas: disparidades espaciais de alguns arcossegun-dos para a visão, ou de microssegundos para a au-dição. Isso permite a alguns animais, especialmente predadores noturnos como as corujas, construir um verdadeiro mapa sonoro do ambiente. Nós, huma-nos, não estamos à altura desse padrão, mas ainda assim usamos disparidades binaurais, tanto quanto indicações visuais, para nos orientar, para julgar ou formar impressões sobre o que nos rodeia. É a estereofonia que permite aos espectadores de um concerto deleitar-se com toda a complexidade e o esplendor acústico de uma orquestra ou de um coro que se apresenta em uma sala de espetáculo projeta-da para que a audição seja a mais rica, refinada e tri-dimensional possível — uma experiência que ten-tamos recriar, da melhor forma possível, com dois fones de ouvido, alto-falantes estéreo ou som sur-round. Em geral não damos o devido valor ao nosso mundo estereofônico, e é preciso um infortúnio como o do dr. Jorgensen para que uma pessoa se dê conta, de maneira chocante e súbita, da imensa mas quase sempre subestimada importância de possuir-mos dois ouvidos.

A genuína percepção em estéreo é impossível para quem perdeu um olho ou um ouvido. Mas, como observou o dr. Jorgensen, pode ocorrer um notável grau de ajuste ou adaptação, dependendo de vários fatores. Um deles é o aumento da habilidade de fazer avaliações usando um único olho ou ouvido, um uso

intensificado das pistas monoculares ou monoaurais. Entre as pistas monoculares estão a perspectiva, a oclusão e a paralaxe de movimento (as mudanças da aparência do mundo visual conforme nos deslocamos por ele). As pistas monaurais talvez sejam análogas às monoculares, embora também existam mecanismos especiais só para a audição. A difusão do som com a distância pode ser percebida de modo monaural e binaural, e o formato do ouvido externo, o pavilhão da orelha, fornece valiosas indicações sobre a direção e as assimetrias do som que chega até ele.

A pessoa que perdeu a estereoscopia ou a este-reofonia precisa, efetivamente, recalibrar seu am-biente, seu mundo espacial — e nesse caso o mo-vimento é especialmente importante, até mesmo os movimentos da cabeça relativamente pequenos, mas muito informativos. Edward O. Wilson conta em sua autobiografia, Naturalista, que perdeu um olho quando criança, mas apesar disso é capaz de avaliar distâncias e profundidades com grande precisão.4 Quando o conheci, surpreendeu-me um curioso meneio que ele fazia com a cabeça. Pensei que fos-se algum hábito ou tique. Mas ele explicou que não era nada disso, e sim uma estratégia para dar ao seu olho remanescente perspectivas alternativas (como as que normalmente os dois olhos receberiam), o que, em sua opinião, combinado às suas memórias da verdadeira estereopsia, podia proporcionar-lhe uma espécie de simulacro de visão em estéreo. Ele contou que adotou esses movimentos de cabeça depois de observar movimentos semelhantes em animais (como aves e répteis, por exemplo) cujos campos visuais têm pouca sobreposição. O dr. Jor-genson não mencionou fazer nenhum movimento de cabeça comparável — não ficariam bem numa sala de espetáculo —, mas movimentos assim poderiam muito bem ajudar a pessoa a construir uma paisa-gem sonora mais rica e diversificada.

4. Wilson, Edward O. Naturalista. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

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Outras pistas provêm da natureza complexa dos sons e das ocorrências com as ondas sonoras à medi-da que elas ricocheteiam pelos objetos e superfícies ao redor de uma pessoa. Essas reverberações podem fornecer uma quantidade imensa de informações até mesmo para um único ouvido, e isso, ressaltou Daniel Levitin, tem papel essencial para comunicar emoção e prazer. É por essa razão que a engenharia acústica é uma ciência e uma arte da maior importância. Uma sala de espetáculo ou de conferência mal projetada pode “matar” os sons — as vozes e a música parece-rão “mortas”. Ao longo de séculos de experiência, os construtores de igrejas e auditórios adquiriram uma habilidade notável para fazer seus edifícios cantarem.

O dr. Jorgensen disse que, em sua opinião, seu ou-vido bom “está melhor do que se poderia esperar de um setuagenário”. O ouvido de uma pessoa, sua có-clea, não pode melhorar conforme ela avança em ida-de, mas, como Jacob L.5 demonstrou claramente, o próprio cérebro pode melhorar sua habilidade de fazer uso de qualquer informação auditiva ao seu alcance. Esse é o poder da plasticidade cerebral. É questionável que “fibras auditivas talvez tenham atravessado o cor-po caloso” até o outro ouvido, como aventou Jorgen-sen, mas sem dúvida alguma houve mudanças signifi-cativas em seu cérebro conforme ele se foi adaptando à vida com um só ouvido. Novas conexões têm de ter sido formadas, novas áreas recrutadas (e uma técnica de imageamento do cérebro suficientemente refina-da poderia ser capaz de demonstrar essas mudanças). Também parece provável — pois normalmente a visão e a audição complementam-se e, quando uma é preju-dicada, tende a ser compensada pela outra — que o dr. Jorgensen, consciente ou inconscientemente, este-ja usando a visão e dados visuais para mapear a posição dos instrumentos na orquestra e as dimensões, o espa-ço e os contornos da sala de espetáculo, para com isso reforçar sua noção do espaço auditivo.

5. O caso do compositor Jacob L. é tratado por Sacks no artigo “Ouvido Imperfeito: Amusia Coclear”, publicado em Alucinações Musicais (Companhia das Letras, 2007).(n.e.)

SUGESTÕES DE LEITURA

Oliver SacksALUCINAÇÕES MUSICAIS

COMPANHIA DAS LETRAS, 2007 O HOMEM QUE CONFUNDIU SUA MULHER COM UM CHAPÉU

COMPANHIA DAS LETRAS, 1997 TEMPO DE DESPERTAR

COMPANHIA DAS LETRAS, 1997 VENDO VOZES

COMPANHIA DAS LETRAS, 1998 UM ANTROPÓLOGO EM MARTE

COMPANHIA DAS LETRAS, 1995

Daniel LevitinTHIS IS YOUR BRAIN ON MUSIC

DUTTON, 2006

Gerald EdelmanTHE REMEMBERED PRESENT: A BIOLOGICAL THEORY OF CONSCIOUSNESS

BASIC BOOKS, 1989

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A percepção nunca está puramente no presente, pois tem de recorrer à experiência do passado. É por isso que Gerald M. Edelman fala em “presente lembrado”.5 Todos nós temos memórias detalhadas da aparência e dos sons das coisas que vimos e ouvi-mos anteriormente, e essas memórias são evocadas ou reforçadas a cada nova percepção. Tais percepções devem ser especialmente poderosas em uma pessoa acentuadamente musical e assídua frequentadora de concertos como o dr. Jorgensen, e decerto suas ima-gens mentais são recrutadas para complementar sua percepção, especialmente se o input perceptivo for li-mitado. “Cada ato de percepção”, escreveu Edelman, “é, em certa medida, um ato de criação, e cada ato de memória é, em certa medida, um ato de imagi-nação.” Desse modo são invocados tanto a experiên- cia e o conhecimento do cérebro como sua adaptabi-lidade e resiliência. O que é admirável, pelo menos no caso do dr. Jorgensen, é que, depois de uma perda tão grave, sem possibilidade de restauração da fun-ção no sentido usual, tenha havido, ainda assim, uma significativa reconstrução da função, de maneira que boa parte do que parecia irrecuperavelmente perdi-do agora esteja de novo disponível para ele. Embo-ra tenha demorado alguns meses, ele conseguiu, de maneira surpreendente, recuperar boa parte do que considera mais importante: a riqueza, a ressonância e o poder emocional da música.

OLIVER SACKS é professor de Neurologia Clínica na Universidade de Columbia, em Nova York, e autor de Um Antropólogo em Marte (Companhia das Letras, 1995)e O Homem Que Confundiu Sua Mulher Com um Chapéu (Companhia das Letras, 1997), entre outros livros. Este texto integra o livro Alucinações Musicais (Companhia das Letras, 2007). Tradução de Laura Teixeira Motta.

5. Edelman, Gerald M. The Remembered Present: a Biological Theory of Consciousness. Nova York: Basic Books, 1989.

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A Série de Concertos Matinais recebe o público das instituições convidadas:

APOIO REALIZAÇÃOPATROCÍNIO

Ingressos gratuitos limitados a 4 por pessoa. Disponíveis na bilheteria da Sala São Paulo desde a segunda-feira anterior ao concerto. A partir de 5 ingressos, será cobrado o valor de R$2,00 por ingresso. Bilheteria da Sala São Paulo: T 3223 3966

osesp.art.br

19 OUT DOM 11HORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULOEIJI OUE

SERGEI RACHMANINOVDanças Sinfônicas, Op.45LEONARD BERNSTEINDivertimento Para Orquestra

REGENTE

5 OUT DOM 11HACADEMIA JOVEM CONCERTANTE ETAPA SÃO PAULODANIEL GUEDES REGENTE E VIOLINOSIMONE LEITÃO PIANO

CÉSAR GUERRA-PEIXEConcertino Para ViolinoROBERT SCHUMANNConcerto Para Piano em Lá Menor, Op.54

12 OUT DOM 11HFÁBIO CARAMURU PIANOMARCO BERNARDO PIANO

Brasil em Dois Pianos

Matinais.indd 1 27/08/14 10:40

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Durante mais de 20 anos, a pintura de Iberê Camargo teve como um de seus principais motivos a forma do carretel. O início dos anos 1980, no entanto, trouxe novos rumos para a produção do artista. Em 1982, Iberê mudou-se de volta do Rio de Janeiro para Porto Alegre, cidade que tinha deixa-do em 1942 em busca de um cenário mais propício para seu desenvolvimento artístico. Ao voltar, estabeleceu-se num ateliê próximo ao Parque da Redenção – um dos mais tradi-cionais do Rio Grande do Sul –, do qual se tornou frequen-tador assíduo. Lá, realizou inúmeros desenhos dos tipos que o frequentavam, transformando-os em personagens. Apesar

de sua obra ter se afastado ao longo dos anos da representação realista, a realidade sempre foi um importante ponto de partida para o artista, cujos trabalhos envolveram constantemente a observação de modelos e objetos. FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO

Uma parceria entre a Fundação Osesp e a Fundação Iberê Camargo, de Porto Alegre, permitirá que, ao longo da Tem-porada, cada número da Revista Osesp traga a reprodução de uma obra de Iberê, cujo centenário de nascimento se celebra em 2014. As obras foram escolhidas e comentadas pela equi-pe de Acervo e Catalogação da Fundação Iberê Camargo.

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OUTONO NO PARQUE DA REDENÇÃO II, 1988 ÓLEO SOBRE TELA  65 X 92 CM  COL. MARIA COUSSIRAT CAMARGO  FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO, PORTO ALEGRE

2 QUI 21H CARNAÚBA

3 SEX 21H PAINEIRA

4 SÁB 16H30 IMBUIA

MARIN ALSOP REGENTE

NATHALIE STUTZMANN CONTRALTO

CORO INFANTIL DA OSESP TERUO YOSHIDA REGENTE

CORO ACADÊMICO DA OSESP MARCOS THADEU REGENTE

CORO DA OSESP NAOMI MUNAKATA REGENTE HONORÁRIA

GUSTAV MAHLER [1860-1911]

Sinfonia nº 3 em Ré Menor [1895-6]

Primeira Parte- Kräftig - Entschieden [Forte - Decisivo]Segunda Parte- Tempo di Menuetto - Sehr mässig [Moderadamente]- Comodo - Scherzando - Ohne Hast [Sem Pressa]- Sehr langsam - Misterioso - "O Mensch! Gib acht!" (Attacca) [Muito Lento - Misterioso - "Oh, Humano! Presta Atenção!"]- Lustig im Tempo und keck im Ausdruck - "Bimm bamm/Es sungen drei Engel" [Alegre em Tempo e Atrevido em Expressão - "Bim, Bam/Cantavam Três Anjos"]- Langsam - Ruhevoll - Empfunden [Lento - Tranquilo - Profundo]99 MIN

OUTUBRO

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É possível compor uma sinfonia após Beetho-ven? Essa pergunta atormentava boa parte dos músicos no final do século xix, quando o Romantismo já era considerado um estilo

“tardio” a ser ultrapassado, e os jovens “modernos” ensaiavam novas respostas e formas para antigas questões. Nesse contexto polêmico, as primeiras obras de Gustav Mahler, para além da grandiosidade imponente e das belas melodias, devem ser ouvidas como um desafio ao mundo e à cultura de sua épo-ca: “Chamar a Terceira de 'sinfonia' é na verdade in-correto, pois ela não segue a forma sinfônica usual. Em minha opinião, criar uma sinfonia significa construir um mundo com todos os meios disponí-veis. O conteúdo constantemente novo e dinâmico determina sua própria forma” — teria dito o com-positor à violista Natalie Bauer-Lechner, em con-versa citada por Constantin Floros no livro Gustav Mahler - The Symphonies.

Composta nos verões de 1895 e 1896, durante as férias que garantiam ao atarefado regente o tempo necessário para a criação, a Sinfonia nº 3 só estreou em 1902, com a habitual rejeição do público e da crítica. Foi nesse período que Mahler, irritado com a leitura demasiado literal das ideias que serviam de inspiração para suas sinfonias, resolveu não divul-gar o teor de seus programas.

Repleta de citações e intenções musicais, lite-rárias e filosóficas, a Sinfonia nº 3 trazia no ma-nuscrito o título “A Gaia Ciência”, uma referên-cia ao controverso livro de Friedrich Nietzsche, filósofo que Mahler sempre admirou. O paródico subtítulo, “Sonho de um Dia de Verão” (em vez da “noite” shakespeariana), explicava o tom bu-cólico e panteísta da obra, que incluía os seguin-tes movimentos: “O Despertar de Pã e a Chegada do Verão: Uma Parada Dionisíaca”; “O Que me Contam as Flores do Prado”; “O Que me Contam os Animais da Floresta”; “O Que me Conta a Huma- nidade”; “O Que me Contam os Anjos”; e, finalmen- te, “O Que me Conta o Amor”. A progressão das imagens, do mito dionisíaco ao amor universal, segue uma cosmologia inspirada no poema “Gê-nesis”, de Siegfried Lipiner, e ilustra bem o pro-pósito de recriar sinfonicamente não apenas um mundo, mas todo um universo.

O primeiro movimento, com uma extensão que o próprio Mahler chamou de “monstruosa”, é atra-vessado por uma parada musical composta por di-ferentes marchas, que vão da fúnebre à triunfal, e contém algumas das passagens mais ousadas de toda a obra mahleriana: trechos nas cordas que devem ser tocados “de modo selvagem”; ecos de apelos das fanfarras nos metais; longos e belos devaneios do violino solo; um inconcebível lamento confiado ao trombone; e uma espécie de fuga que se dispersa num redemoinho sonoro, sem levar a música a lugar algum. O aparente caos, rigorosamente composto, é na verdade um trabalho de contínua redefinição dos temas e motivos principais, numa crítica à re-conciliação proposta pela forma-sonata tradicional. Após o bucólico segundo movimento, no qual as diferentes cores das “f lores do campo” ganham a forma de um minueto lírico, com uma orquestra-ção que antecipa a melodia de timbres da geração posterior, Mahler volta a se inspirar nos poemas populares da antologia romântica A Trompa Mági-ca do Menino. A parte instrumental de uma dessas canções é recuperada no terceiro movimento, des-crevendo musicalmente, em sinuosas variações de temas e sons da natureza, as mudanças que ocorrem com a chegada do verão.

O contundente lamento nietzschiano do quar-to movimento é um exemplo de como, na música de Mahler, os procedimentos habituais do Lied e da sinfonia se misturam, criando formas novas. No texto da “Canção da Meia-Noite”, retirado de As-sim Falou Zaratustra, de Nietzsche, a dialética entre dor e prazer, dia e noite, vida e morte, é expos-ta musicalmente na constante evocação da pala-vra tief (profundo/profunda), sempre acompanhada por passagens instrumentais quase hipnóticas, que evocam nos registros mais baixos os sons da noite e da natureza.

No breve quinto movimento, a “doce melodia” cantada pelo coro angelical pede perdão pelos pe-cados humanos, anunciando com ingenuidade e distanciamento irônico, em meio ao retumbar dos carrilhões, a possibilidade de que todos compar-tilhem a “alegria celestial” (que, no entanto, será alcançada apenas na canção final da Sinfonia nº 4, originalmente concebida como parte desta Terceira).

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Saiba mais em: www.ccr.com.br/sustentabilidade

LEVAR VOCÊ PARA ONDE QUISER. É ISSO QUE A MÚSICA FAZ. É ISSO QUE A CCR FAZ.Há 15 anos, a CCR traz inovação e modernidade para a infraestrutura e para o desenvolvimento cultural do Brasil, ao apoiar projetos como o da Osesp, que há 60 anos valoriza e desenvolve a nossa música brasileira. É assim que a CCR leva você e nossa cultura adiante.

É por aqui que a gente

chega lá.

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Assim como em outras obras de Mahler, o mo-vimento final recupera temas e motivos de toda a sinfonia, aqui transfigurados numa atmosfera de inegável tranquilidade amorosa, como sugeria o título inicial. A indicação do andamento, um adá-gio, rompe com os usos da tradição, e algumas passagens do tempestuoso primeiro movimento parecem se dissolver em ecos e fragmentos nostál-gicos, como se as marchas de Dionísio pudessem nos conduzir ao paraíso na própria Terra, sabedoria máxima da “gaia ciência”, da “sabedoria feliz” que atravessa cada compasso dessa obra.

É isso o que, para além do programa, “nos conta” a música de Mahler, no esforço crítico de atribuir um novo sentido à forma sinfônica, paradoxalmen-te monumental e intimista, transformando-a em um complexo mundo sonoro: “Minha sinfonia será diferente de tudo o que o mundo já ouviu! Toda a natureza fala nela, contando segredos profundos que só podemos intuir em sonhos!” Para entender esses “segredos profundos”, devemos acatar, huma-nos que somos, o pouco que nos pede o texto de Nietzsche, e “prestar atenção” na profunda música de Mahler. [2010]

 

JORGE DE ALMEIDA é doutor em Filoso�a e professor de Teo- ria Literária e Literatura Comparada na USP. Tradutor e ensaís- ta, é autor de Crítica Dialética em Theodor Adorno: Música e Verdade Nos Anos Vinte (Ateliê, 2007) e de vários estudos sobre �loso�a, música e literatura. Publicou nesta revista o en-saio "Os Mundos de Mahler", entre outros textos (disponíveis em osesp.art.br).

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UMA VISÃO HISTÓRICA, ARQUITETÔNICA E TECNOLÓGICA DA SALA SÃO PAULO EM 50 MINUTOS.

DIAS E HORÁRIOSSegunda a sexta: 13h00 e 16h30Sábado: 13h30Domingo: em dias de Concerto Matinal às 13h00,em dias de Concerto de Câmara da Osesp às 14h00 Feriados: sob consulta

VALORSegunda a sexta: R$5,00Sábado e domingo: gratuitoPara estrangeiros ou grupos acima de 8 pessoas, é necessário agendamento.

Horários e valor sujeitos a alterações.

Mais informações pelo telefone 11 3367.9573ou pelo e-mail [email protected]

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GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

MAHLER

SINFONIA Nº 3

Filarmônica de Londres

Klaus Tennstedt, regente

Ortrun Wenkel, contralto

EMI, 1992 Orquestra Real do Concertgebouw

Bernard Haitink, regente

Maureen Forrester, contralto

PHILIPS, 1968 Filarmônica de Nova York

Leonard Bernstein, regente

Christa Ludwig, mezzo-soprano

DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1987

MARIN ALSOP

DIRETORA MUSICAL E REGENTE TITULAR

Regente titular da Osesp desde 2012, a nova-iorquina Marin Alsop foi a primeira mulher a ser premiada com o Koussevitzky Conducting Prize do Tanglewood Music Center, onde foi aluna de Leonard Bernstein. Formada pela Universidade de Yale, é diretora musical da Sinfônica de Baltimore desde 2007. Lidera atividades educacionais que atingem mais de 60 mil alunos: em 2008, lançou o OrchKids, programa destinado a prover educação musical, instrumentos e orientação aos jovens menos favorecidos da cidade. Como regente convidada, apresenta-se regularmente com a Filarmônica de Nova York, a Orquestra de Filadélfia, a Sinfônica de Londres e a Filarmônica de Los Angeles, entre outras. Em 2003, foi a primeira artista a receber, no mesmo ano, o Conductor’s Award, da Royal Philharmonic Society, e o título de Artista do Ano, da revista Gramophone. Em 2005, foi a primeira regente a receber a prestigiosa bolsa da Fundação MacArthur e, em 2013, a primeira a reger a “Last Night of The Proms” do festival londrino promovido pela BBC. No início de 2014, foi escolhida pela rede CNN como uma das sete mulheres de mais destaque no mundo, no ano anterior.

NATHALIE STUTZMANN CONTRALTO

ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM NOVEMBRO DE 2013

Artista em Residência da Temporada Osesp 2013, Nathalie Stutzmann nasceu em Suresnes, na França, e iniciou os estudos musicais com a mãe, Christiane Stutzmann, antes de ingressar na École d’Art Lyrique de L’Opéra de Paris. Apresentou-se em renomadas salas, com orquestras como as sinfônicas de Londres e de Paris, além das filarmônicas de Berlim e de Viena. Paralelamente ao trabalho como cantora, atua também como regente — foi memorável sua participação na Temporada 2013 da Osesp, regendo o Réquiem de Mozart. Em 2009, fundou a orquestra de câmara Orfeo 55, com foco no repertório do século xviii. Recebeu do Estado francês os títulos de Chevalier des Arts et Lettres e Chevalier de l’Ordre National du Mérite. Com mais de 75 gravações ao longo da carreira, lançou em 2011 o disco Prima Donna, com árias de Vivaldi, pela Deutsche Grammophon. Em fevereiro de 2014, fez sua estreia como regente de ópera com uma montagem de L’Elisir d’Amore, de Donizetti, na Ópera de Monte-Carlo.

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19

NAOMI MUNAKATA REGENTE HONORÁRIA

Regente Honorária do Coro da Osesp — título recebido este ano —, Naomi Munakata é também diretora da Escola Municipal de Música de São Paulo e diretora artística e regente do Coral Jovem do Estado. Iniciou seus estudos musicais ao piano aos quatro anos de idade e começou a cantar aos sete, no coral regido por seu pai. Estudou ainda violino e harpa. Formou-se em Composição e Regência em 1978, pela Faculdade de Música do Instituto Musical de São Paulo, na classe de Roberto Schnorrenberg. A vocação para a regência começou a ser trabalhada em 1973, com os maestros Eleazar de Carvalho, Hugh Ross, Sérgio Magnani e John Neschling. Anos depois, essa opção lhe valeria o prêmio de Melhor Regente Coral, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte. Estudou ainda regência, análise e contraponto com Hans Joachim Koellreutter. Como bolsista da Fundação VITAE, foi para a Suécia estudar com o maestro Eric Ericson. Em 1986, recebeu do governo japonês uma bolsa de estudos para aperfeiçoar-se em regência na Universidade de Tóquio. Foi regente assistente do Coral Paulistano e lecionou na Faculdade Santa Marcelina e na Faam.

MARCOS THADEU REGENTE E TENOR Regente do Coro Acadêmico da Osesp, preparador vocal do Coro da Osesp e do Coro Juvenil da Osesp e professor de canto na Faculdade Cantareira, Marcos Thadeu estudou com Sergio Magnani, Berenice Menegale, Eladio Pérez-González, Esther Scliar e Carlos Alberto Pinto Fonseca, especializando-se em canto, piano e regência coral. Foi solista e preparador vocal do grupo Ars Nova e do coral da UFMG, além de regente titular do Coral Lírico de Minas Gerais. Trabalhou com maestros como Michel Corboz, Eugene Kohn, Eleazar de Carvalho, Robert Shaw e David Machado.

CORO ACADÊMICO DA OSESPCriado em 2013 com o objetivo de formar profissionalmente jovens cantores, o Coro Acadêmico da Osesp oferece experiência de prática coral, conhecimento de repertório sinfônico para coro e orientação em técnica vocal, prosódia e dicção. Os alunos vivenciam e participam do dia a dia de um coro profissional, realizando apresentações junto ao Coro da Osesp, dentro de sua temporada anual, além de concertos organizados pela Coordenação Pedagógica do Coro Acadêmico. O curso tem duração de 11 meses, podendo se estender por mais dois períodos de mesma duração. O Coro Acadêmico é dirigido por Marcos Thadeu, que desde 2001 é também responsável pela preparação vocal dos coros da Osesp.

CORO DA OSESPVer pág. 58

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SUGESTÕES DE LEITURA

Theodor W. AdornoMAHLER, EINE MUSIKALISCHE PHYSIOGNOMIK

SUHRKAMP, 1987

Deryck CookeGUSTAV MAHLER - AN INTRODUCTION TO HIS MUSIC

CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 1997

Constantin FlorosGUSTAV MAHLER - THE SYMPHONIES

AMADEUS PRESS, 1993

Peter FranklinMAHLER: SYMPHONY 3

CAMBRIDGE MUSIC HANDBOOKS, 1991

Marc VignalMAHLER

MARTINS FONTES, 1984

INTERNET

WWW.GUSTAV-MAHLER.ORG/

WWW.MAHLERSOCIETY.ORG/

TERUO YOSHIDA REGENTE

Nascido em Tóquio, Teruo Yoshido é regente do Coro Infantil da Osesp, do Coral Eco e do coro da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa. Iniciou os estudos de piano aos cinco anos e, aos oito, entrou para a primeira formação do coral infantil de sua cidade. Aos quinze anos, começou a reger grupos vocais num colégio em Tóquio e, mais tarde, formou-se em canto pela Faculdade de Arte Gakuguei. Em 1965, transferiu-se para o Brasil, onde diplomou-se em piano pela Academia Dramática e Musical Mozarteum de São Paulo. Em 1968, fundou o Coral Eco, com o qual participou de diversas produções de óperas, apresentando-se com frequência no Theatro Municipal de São Paulo. Em 1989, à frente do Coral Infantil ECO, foi premiado como melhor regente coral do ano pela APCA - Associação Paulista dos Críticos de Arte.

CORO INFANTIL DA OSESP Sob orientação e regência do maestro Teruo Yoshida, o grupo reúne meninos e meninas com idade entre oito e quinze anos, em sua maioria sem formação musical anterior, para aulas de solfejo, percepção musical e técnica vocal, além da oportunidade de se apresentar junto à Osesp em grandes obras do repertório coral-sinfônico. Os ensaios ocorrem duas vezes por semana, na Sala São Paulo. O Coro Infantil estreou em novembro de 2000, interpretando a Sinfonia nº 3, de Gustav Mahler, sob regência de Roberto Minczuk.

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2121

A vida também é feita de momen�s q� emocionam.

É por isso que apoiamos a Osesp, umaexperiência inesquecível para você quesabe aproveitar as coisas boas da vida. Banco do Brasil. Patrocinador daOrquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.

Central de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC 0800 729 0722 Deficiente Auditivo ou de Fala 0800 729 0088Ouvidoria BB 0800 729 5678@bancodobrasil /bancodobrasil

@bancodobrasil /bancodobrasil O BOM DA VIDA

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A VIRGEM COMO A MULHER DO APOCALIPSE, TELA DE PETER PAUL RUBENS, DE 1623-4

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9 QUI 21H JACARANDÁ

10 SEX 21H PEQUIÁ

11 SÁB 16H30 IPÊ

MARIN ALSOP REGENTE

JAMES MACMILLAN [1959] COMPOSITOR VISITANTE Britannia [1994]

14 MIN

Woman of The Apocalypse [Mulher do Apocalipse] [2011-2]

20 MIN

______________________________________ JOHANNES BRAHMS [1833-97]

Sinfonia nº 1 em Dó Menor, Op.68 [1862-76]

- Un Poco Sostenuto - Allegro

- Andante Sostenuto

- Un Poco Allegretto e Grazioso

- Adagio - Più Andante - Allegro Non Troppo, ma Con Brio

45 MIN

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Britannia foi composta em 1994 para celebrar a criação da British Orchestra. O trabalho atendeu a uma encomenda da British Tele-communications à Associação de Orquestras

Britânicas, cujo intuito era oferecer a todas as prin-cipais orquestras do Reino Unido uma abertura de concerto para ser executada na temporada 1994-5. A peça é uma fantasia orquestral de dez minutos de duração baseada em “melodias nacionais”. Não há pro-priamente um programa ou enredo, mas a costura de melodias populares apresentadas em contextos novos e incomuns sugere cenários particularmente surpreen- dentes num momento em que o chauvinismo mais uma vez ameaçava mostrar a cara em toda a Europa. A composição partiu de um pequeno esboço escrito anteriormente naquele ano, Mémoire Impériale, basea- do numa marcha do General John Reid, um oficial do Exército britânico que, no século xviii, criou o de-partamento de música da Universidade de Edimbur-go. Este e os temas “imperiais” de Edward Elgar e Thomas Arne são lançados numa mistura volátil com outros materiais — uma dança irlandesa (que vira uma giga), uma canção cockney, outras marchas e um obscuro tema modal celta.

Todas as ideias principais são apresentadas numa sucessão rápida e decidida durante a veloz abertura. A lenta parte central começa com um cânone sere-no, gradualmente minado por alusões militares nos metais e percussões. Esse confronto leva ao clímax da obra, seguido por uma coda agitada.

Britannia é dedicada a Libby MacNamara, da As-sociação de Orquestras Britânicas.

W oman of The Apocalypse [Mulher do Apocalipse] é uma peça or-questral de movimento único, inspirada numa série de pintu-

ras e gravuras com tema bíblico, assinadas por ar-tistas como Albrecht Dürer, Peter Paul Rubens, Gustave Doré, William Blake e Pat Marvenko. Trata-se de uma espécie de poema sinfônico ou concerto para orquestra. Apesar de apresentar um movimento contínuo, a peça é dividida em cinco seções, cada uma com um título alusivo a algum aspecto da imagem ou da narrativa:

1. A Woman Clothed by The Sun [Uma Mulher Ves-tida de Sol]

Aqui, os temas principais são apresentados, com destaque para um desenho melódico descendente no piano, na harpa e na percussão. Com forte carga dramática, o desenvolvimento se dá em forma de per-gunta e resposta, primeiro pelos trombones, depois pelas trompas e trompetes. A música progride por mo-dulações métricas e o desenho descendente do início reaparece, agora invertido, levando à seção seguinte. 2. The Great Battle [A Grande Batalha]

Os metais graves rugem, e o tema principal apa-rece nas violas e no corne inglês. Uma longa série de declamações no naipe de metais leva à seção seguinte. 3. She Was Given The Wings of a Great Eagle [Foram Dadas à Mulher as Asas de Uma Grande Águia]

Aqui, a música acelera e flutua, sendo por vezes in-terrompida por um dos fragmentos do início, até cul-minar numa violenta erupção das cordas e da percussão.

4. She is Taken up [Ela é Levada] Intercalam-se uma série de fanfarras e passagens delicadas apenas para quarteto de cordas. A violenta erupção da seção anterior retorna antes da parte final. 5. Coronation [Coroação]

A parte final começa com violinos num registro muito agudo. Retornam as declamações do naipe de metais, agora como numa procissão ritualística, lenta e solene. As cordas descem gradualmente aos seus registros mais graves, enquanto a música caminha para um implacável e pulsante desfecho. A estreia de Mulher do Apocalipse aconteceu no Festival de Cabrillo, sob a batuta de Marin Alsop, em agosto de 2012.

JAMES MACMILLAN. Tradução de Ricardo Sá Reston.

NÃO PERCA O ENCONTRO COM JAMES MACMILLAN, DIA 8 DE OUTUBRO, ÀS 19H30, NA SALA SÃO PAULO

LEIA MAIS SOBRE MACMILLAN NO NÚMERO ESPECIAL DA REVISTA OSESP, DISTRIBUÍDO GRATUITAMENTE NA SALA SÃO PAULO.

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A estreia da Sinfonia nº 9, de Beethoven, ao mesmo tempo monumental e coesa, clás-sica e romântica, ergueu a um patamar superior um já impressionante legado. O

efeito da obra do grande mestre sobre os composi-tores que o sucederam é um dos melhores exemplos do que, mais tarde e em outro contexto, o crítico norte-americano Harold Bloom chamaria de “angús-tia da influência”.1

O peso do legado das sinfonias de Beethoven é provavelmente uma das razões por que a primeira incursão de Johannes Brahms no gênero só tenha acontecido quando o músico já passava dos quarenta anos e era um compositor consagrado.

Esse tempo de maturação não foi em vão. Em 1876, ao ouvir pela primeira vez a Sinfonia nº 1 de Brahms, o célebre maestro Hans von Bülow afir-mou que a peça era nada mais nada menos que a décima sinfonia de Beethoven.

Em entrevista exclusiva à Revista Osesp, Marin Alsop comenta a relação entre os dois compositores, entre outras questões.

Parodiando o romance de Françoise Sagan, Aimez- -vous Brahms?

Bien sûr! Brahms, para mim, é o herdeiro indis-cutível de Beethoven. Os dois estavam impregna-dos de passado, compondo no presente e balizando o futuro. As sinfonias de Brahms ecoam Beethoven e lhe prestam um tributo, ao mesmo tempo que, de maneira única, se mantêm por si mesmas, como prefigurações da era romântica.

Se pensarmos na importância do legado de Beethoven entre os compositores do século XIX, qual seria a diferença entre reger uma sinfonia de Brahms e uma obra tardia de Beethoven?

Ao reger Brahms, permaneço atenta à expansão do momento. Com Beethoven, permaneço aten-ta à inevitabilidade do momento. Há uma condução rítmica em Beethoven que se manifesta de maneira totalmente diferente em Brahms. Com Brahms, há a necessidade de se ater a cada momento e explorá-lo.

Quais são os desafios específicos de reger a Sinfonia nº 1, de Brahms?

Os desafios da interpretação são sempre simila-res: como criar uma performance que soe como se fosse a primeira? Sabemos que Brahms viveu um grande drama para compor sua Sinfonia nº 1, mas o fato é que a peça inicia de maneira majestosa, sem nenhum traço de insegurança! Como interpretar si-multaneamente seu conflito interno e o sucesso de sua realização?

Você regeu essa Sinfonia diversas vezes em sua carreira. Como sua visão pessoal sobre a obra e sua interpretação evoluíram ao longo dos anos?

A interpretação musical é uma metáfora de nos-sas características pessoais. Ao ficar mais velha, sou capaz de ser mais leve e mais tolerante, o que se manifesta pela menor obsessão pela perfeição e pelo detalhe. É mais importante, para mim, atingir esse som especial de Brahms e deixar a música fluir do que focar em pequenos detalhes.

Finalmente, poderia dizer algumas palavras sobre Mulher do Apocalipse, de James MacMillan?

Essa obra foi escrita para o aniversário de cin-quenta anos do Cabrillo Festival of Contemporary Music, do qual sou a Diretora Musical há mais de vinte anos. Assim como em outras tantas composi-ções de Jimmy, há um subtexto religioso que amarra a peça toda. Trata-se de um tour de force, um grande poema sinfônico. Segundo um crítico, MacMillan a compôs “como um pintor maneirista, utilizando a orquestra para atiçar grandes redemoinhos de cores instrumentais”. Entrevista a RICARDO TEPERMAN. Tradução de Rodrigo Vasconcelos.

1. Bloom, Harold. A Angústia da Influência — Uma Teoria da Poesia. Trad. Arthur Nestrovski. Rio de Janeiro: Imago, 1991.

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MARIN ALSOP

DIRETORA MUSICAL E REGENTE TITULAR

Regente titular da Osesp desde 2012, a nova-iorquina Marin Alsop foi a primeira mulher a ser premiada com o Koussevitzky Conducting Prize do Tanglewood Music Center, onde foi aluna de Leonard Bernstein. Formada pela Universidade de Yale, é diretora musical da Sinfônica de Baltimore desde 2007. Lidera atividades educacionais que atingem mais de 60 mil alunos: em 2008, lançou o OrchKids, programa destinado a prover educação musical, instrumentos e orientação aos jovens menos favorecidos da cidade. Como regente convidada, apresenta-se regularmente com a Filarmônica de Nova York, a Orquestra de Filadélfia, a Sinfônica de Londres e a Filarmônica de Los Angeles, entre outras. Em 2003, foi a primeira artista a receber, no mesmo ano, o Conductor’s Award, da Royal Philharmonic Society, e o título de Artista do Ano, da revista Gramophone. Em 2005, foi a primeira regente a receber a prestigiosa bolsa da Fundação MacArthur e, em 2013, a primeira a reger a “Last Night of The Proms” do festival londrino promovido pela BBC. No início de 2014, foi escolhida pela rede CNN como uma das sete mulheres de mais destaque no mundo, no ano anterior.

GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

MACMILLAN

BRITANNIA

Sinfônica de Atlanta

Donald Runnicles, regente

TELARC, 2006

BRAHMS

SYMPHONY Nº 1; TRAGIC OVERTURE

Academic Festival Overture

London Philharmonic Orchestra

Marin Alsop, regente

NAXOS, 2005 SINFONIA Nº 1; ABERTURA TRÁGICA

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo

John Neschling, regente

BISCOITO FINO, 2008

SUGESTÕES DE LEITURA

Michael Musgrave (org.)THE CAMBRIGDE COMPANION TO BRAHMS

CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 1999

Malcolm MacDonaldBRAHMS

ZAHAR, 1993

Carl DahlhausNINETEENTH-CENTURY MUSIC

UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS, 1991

INTERNET

HTTP://BLOGS.TELEGRAPH.CO.UK/ CULTURE/AUTHOR/JMACMILLAN/

WWW.JOHANNESBRAHMS.ORG/

O projeto Música na Cabeça é uma série de palestras sobre

música e encontros com artistas.A participação é gratuita e aberta

a todos os interessados.

Inscreva-se pelo site osesp.art.brVagas limitadas e abertas somentecom 15 dias de antecedência às

palestras e encontros.

Programação sujeita a alterações.

8 OUT QUA 19H30

Praça Júlio Prestes, 16

ENCONTRO COM JAMES MACMILLANCompositor Visitante da Temporada 2014

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Anuncio_musica_na_cabeca-Revista-Osesp_OUT.pdf 1 11/08/14 16:44

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O projeto Música na Cabeça é uma série de palestras sobre

música e encontros com artistas.A participação é gratuita e aberta

a todos os interessados.

Inscreva-se pelo site osesp.art.brVagas limitadas e abertas somentecom 15 dias de antecedência às

palestras e encontros.

Programação sujeita a alterações.

8 OUT QUA 19H30

Praça Júlio Prestes, 16

ENCONTRO COM JAMES MACMILLANCompositor Visitante da Temporada 2014

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JAMES MACMILLAN

12 DOM 16H CORO DA OSESP

JAMES MACMILLAN REGENTE COMPOSITOR VISITANTE CORO DA OSESP NAOMI MUNAKATA REGENTE HONORÁRIA

TOMÁS LUIS DE VICTORIA [1548-1611]

Tenebrae Responsories: Excertos [1585]

13 MIN

JAMES MACMILLAN [1959]

Sun-Dogs [Cães do Senhor] [2006]

- I First Saw Them (Largo) [Eu os vi Pela Primeira Vez]- Domini Canes (Moderato) [Cães do Senhor]- I Saw Them Leading (Allegro Moderato) [Eu os vi Conduzindo]- Sometimes, Like Tobias (Andante) [Às Vezes, Como Tobias]- If You Turn Down The Offerings (Andante) [Se Recusares as Ofertas]21 MIN

______________________________________

FRANCIS POULENC [1899-1963]

Três Motetos - Salve Regina [1941]- Ave Verum Corpus [1952]- Exultate Deo [1941]11 MIN

JAMES MACMILLAN [1959]

Màiri [1995]

11 MIN

O Bone Jesu [2002]

10 MIN

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M enos conhecido que seus contempo-râneos Palestrina e Orlando di Lasso, Tomás Luis de Victoria é um dos mais prolíficos compositores da Renascença

Tardia, tendo publicado vinte missas, 45 motetos e dezoito magnificats, além de coleções de hinos, sal-mos e antífonas. Sua música seria levada por mis-sionários para as capitais do novo mundo hispânico, como Cidade do México, Lima e Bogotá.

Nascido em Ávila, nas redondezas de Madri, De Victoria cantou em coral desde os nove anos de idade e foi aluno de Bernardino de Ribera e de Juan Na-varro, dois dos principais compositores espanhóis de meados do século xvi. Mais tarde, foi enviado como seminarista a Roma, onde conviveu com um grupo cosmopolita que incluía jovens da Inglaterra e da Alemanha, além de italianos. Há evidências de que chegou a ter aulas com o próprio Palestrina, então maestro di cappella no Seminário Romano, a quem su-cederia no posto.

Em 1575, ordenou-se padre e, nos anos seguintes, ocupou várias posições na Itália, retornando para a Espanha apenas no final da década seguinte. Foi no-meado mestre de capela da infanta Maria da Áustria, irmã do rei Felipe ii, que se encontrava retirada no Real Mosteiro das Descalças Reais, em Madri, onde De Victoria viveria um período de extrema produti-vidade até sua morte, em 1611.

Tenebrae Responsories é sua obra mais famosa, um conjunto de dezoito cânticos curtos escritos para as matinas dos três últimos dias da Semana Santa. A reunião dos textos do Tenebrae remonta ao século iv, e outros compositores da Renascença Tardia escreve-riam músicas para o mesmo responsório, como Or-lando di Lasso e Carlo Gesualdo.

O domínio do artesanato musical — que transpa-rece no notável equilíbrio entre as vozes —, aliado à vocação para o sacerdócio, propiciou a criação de uma música radiante. Como tantos críticos no-taram, a música de De Victoria favorece a contem-plação meditativa e a espiritualidade mística e, de alguma maneira, deve ter contribuído para o forta-lecimento da Contrarreforma.

RICARDO TEPERMAN é doutorando em Antropologia Social na Universidade de São Paulo e editor da Revista Osesp.

S un-Dogs [Domini Canes ou Cães do Senhor] foi composto sobre um poema de Michael Sym-mons Roberts. O texto é rico em alegorias, iconográfico e com uma profunda dose de

simbolismo. As metáforas são complexas, evocando uma vasta gama de emoções e imagens, algumas obs-curas e aterrorizantes, outras radiosas e extasiantes. Dividi o poema em cinco movimentos e escrevi mú-sica para um grande coral sem acompanhamento.

1. De maneira geral, o primeiro movimento, “I First Saw Them” [Eu os vi Pela Primeira Vez], é lento e sombrio. A sugestão de cães correndo em ve-locidade, com a intenção de matar, se dá pela apre-sentação livre e rápida do texto por certas partes do coro, em contraponto à voz do narrador.

2. O segundo movimento, “Domini Canes” [Cães do Senhor], é econômico, monocromático e ao mes-mo tempo tenso e sereno.

3. “I Saw Them Leading” [Eu os vi Conduzindo] intercala o texto de Symmons Roberts com uma can-ção folclórica medieval, sussurrada pelos homens. Este é o movimento rápido; e nele tento transmitir a energia, assim como a majestade e o mistério dos animais, com sua violência e seus sonhos.

4. O texto do quarto movimento, “Someti-mes, Like Tobias” [Às Vezes, Como Tobias], evo-ca uma cena eucarística sensual e bestial. Trata--se do coração sereno da obra — a prece da consagração em latim é cantada como uma glos-solalia [suposta capacidade de falar línguas desco-nhecidas quando em transe religioso], emoldurada por assovios e pela respiração profunda do sono. 5. A última seção, “If You Turn Down The Offer- ings” [Se Recusares as Ofertas], começa com uma re-capitulação a plenos pulmões da ideia inicial, antes de mergulhar num território mais misterioso. Ouve--se uma textura solista mais livre, com lembranças algo nebulosas do segundo movimento.

M àiri é uma adaptação de uma elegia gaélica do compositor Evan MacColl (1808-98). O coro é dividido em várias partes, e a abordagem é colorística e

impressionista, sem prejuízo do caráter essencial de lamento do texto. Os bordões, as harmonias penta-tônicas e um certo tipo de desenho melódico são marcas da influência da música celta antiga.

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A partir de 1936, Francis Poulenc, até então voltado a uma “estética do prazer”, iniciou significativa produção de música religiosa. Esse redirecionamento se estenderia até

1961, dois anos antes de seu falecimento. Começando com as Litanies à la Vierge Noire [Litanias à Virgem Ne-gra], para coro feminino e órgão, a criação religiosa de Poulenc prossegue em obras que retomam a tradição renascentista de música religiosa coral a cappella, acrescentando-lhe novos matizes e sonori-dades. Em 1937, ele compõe a Missa em Sol Menor; em 1938-9, os Quatre Motets Pour un Temps de Pénitence [Quatro Motetos Para um Tempo de Pe-nitência]; e, em 1941, o moteto Exultate Deo e a antífona Salve Regina.

Composto sobre a primeira parte do Salmo 80, Exultate Deo inicia-se de maneira simples, com imi-tações entre as quatro vozes, e caminha para uma atmosfera de exaltação. Novas cores marcam a par-te central: “Sumite Psalmum et Date Tympanum” [Tomai um Salmo e Trazei Junto o Tamborim]. As harmonias suaves de “Psalterium Jucundum Cum Cithara” [A Harpa Suave e o Saltério] contrastam com as dissonâncias de “Bucinate in Neomenia Tuba” [Tocai a Trombeta na Lua Nova]. A parte final, “Insigni Die Solemnitatis Vestrae” [No Tem-po Apontado da Nossa Solenidade], ampla e sole-ne, traz a marca inconfundível do compositor: es-crita a sete vozes, termina num acorde de nona e décima terceira.

Em Salve Regina, Poulenc opera uma verdadeira reinvenção na harmonia: quintas paralelas, domi-nantes menores, saltos de sexta, sétima e quinta aumentada nas linhas vocais resultam numa ex-pressividade particular. Especialmente notáveis são a sequência harmônica de “In Hac Lacrima-rum Valle” [Neste Vale de Lágrimas] e os baixos que “embalam” a expressão “Dulcis Virgo Maria” [Doce Virgem Maria].

Ave Verum Corpus, para três vozes femininas, é uma composição de menor proporção, escrita em 1952, para um coral feminino de Pittsburgh, Esta-dos Unidos, país que muito cedo acolheu a música de Poulenc. Em sua simplicidade, é uma pequena obra-prima: após a primeira parte, imitativa, sobre um motivo no modo eólico [um dos modos gregos antigos], a originalidade do compositor se revela,

Escutar O Bone Jesu, moteto de dezenove partes do monge e compositor escocês Robert Carver (1485-1570), é sempre uma experiência ambi-valente para mim. Embora sinta prazer e ad-

miração pelas complexas belezas desse maravilhoso texto da Escócia de antes da Reforma Protestante, há também uma tristeza pelo fato de uma cultura tão rica ter sido interrompida abrupta e violentamente pelo turbilhão político e teológico do século xvi.

Por vários motivos, sempre senti grande empatia com Robert Carver. Por muito tempo, nutri secre-tamente o desejo de revisitar essa gloriosa criação e revesti-la com minha linguagem musical escocesa do século xxi. Quando Harry Christophers me en-comendou uma peça para seu grupo The Sixteen, na qual poderia incluir a antiga obra-prima escoce-sa, não pude crer na minha sorte.

O novo moteto não faz alusão alguma ao antigo, mas fiquei obcecado com a possibilidade de desta-car a palavra Jesu, que ocorre vinte vezes ao todo na versão de Carver. Um motivo descendente de duas notas é utilizado em todas as ocorrências da palavra, harmonizado a cada vez de forma diferen-te, crescendo aos poucos em semitons e também na textura. A exceção é o último Jesu, harmoniza-do como no início.

Acrescentei novo texto, construído por uma sé-rie de motivos episódicos que f luem livremente. Uma ampla gama de texturas é utilizada: ouvem--se vozes solo e formações esparsas de duas e três vozes, bem como combinações contrapontísticas e homofônicas com várias vozes. Em alguns momen-tos, cada nota, sílaba ou frase é cantada por um solista diferente. A isso se combinam sussurros e efeitos em outras vozes.

A frase final, Dulcis Jesu [Doce Jesus], surge len-tamente nas vozes graves, envolvendo o coro com-pleto numa textura polifônica de oito partes em direção ao último, extasiante e agudo Jesu, em três vozes soprano solo.

Este moteto é dedicado a meus filhos gêmeos, Aiden e Clare, que fizeram sua primeira comunhão quando concluí a composição da peça, na primavera de 2002.

JAMES MACMILLAN. Tradução de Ricardo Sá Reston.

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subitamente, na condução das vozes em “Ex Maria”. No final, após a volta do motivo inicial na voz con-tralto, a mesma expressão recebe novo tratamento, e a peça termina em cadência modal.

[2003]

ROBERTO DANTE CAVALHEIRO FILHO é pianista e professor da Escola Municipal de Música e da Faculdade Santa Marcelina. 

GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

DE VICTORIA

TENEBRAE RESPONSORIES

Westminster Cathedral Choir 

David Hill, regente

HYPERION, 1993 The Sixteen

Harry Christophers, regente

VIRGIN, 1992

MACMILLAN

SUN-DOGS; VISITATIO SEPULCHRI

Netherlands Radio Choir

Netherlands Radio Chamber Orchestra

Celso Antunes, regente

BIS, 2010

MISERERE; STRATHCLYDE MOTETS; O BONE JESU

The Sixteen

Harry Christophers, regente

CORO, 2011

O BONE JESU; MÀIRI

SWR Vokalensemble Stuttgart

Marcus Creed, regente

HANSSLER CLASSICS, 2009

POULENC

MASS IN G; MOTETS

Westminster Cathedral Choir 

James O'Donnell, regente

HYPERION, 2013

FIGURE HUMAINE; MOTETS

RIAS Kammerchor

Marcus Creed, regente

Daniel Reuss, regente

HARMONIA MUNDI, 2013

Page 36: Edição nº 6 / 2014 - Outubro

34

JAMES MACMILLAN REGENTE

COMPOSITOR VISITANTE

Nascido em Kilwinning, na Escócia, James MacMillan estudou nas universidades de Edimburgo e de Durham, onde completou seu doutorado em 1987, sob orientação de John Casken. Sua consagração como compositor foi em 1990, com a estreia de The Confession of Isobel Gowdie [A Confissão de Isobel Gowdie], no festival BBC Proms. Entre 2000 e 2009, foi compositor e regente convidado da Filarmônica da BBC e, em seguida, tornou-se principal regente convidado da Orquestra de Câmara da Rádio da Holanda, posição que manteve até 2013. Já regeu as sinfônicas da Rádio de Viena, Baltimore, Gotemburgo, Toronto, Bournemouth, Cidade de Birmingham, NHK de Tóquio, e as filarmônicas de Roterdã, Munique e Los Angeles. Foi compositor em residência do Festival Grafenegg, em 2012, e Portrait Artist da temporada 2009-10 da Sinfônica de Londres. Em 2004, MacMillan foi condecorado Comandante da Ordem do Império Britânico.

NAOMI MUNAKATA REGENTE HONORÁRIA

Ver pág. 19

CORO DA OSESPVer pág. 58

SUGESTÕES DE LEITURA

Benjamin Ivry

FRANCIS POULENC

PHAIDON PRESS, 1996

Nicolas Southon (org.)

FRANCIS POULENC, ARTICLES AND INTERVIEWS: NOTES FROM THE HEART

ASHGATE, 2013

Alfonso de Vicente e Pilar Tomás (orgs.)

TOMÁS LUIS DE VICTORIA Y LA CULTURA MUSICAL EN LA ESPAÑA DE FELIPE III

CENTRO DE ESTUDIOS EUROPA HISPÁNICA, 2012

INTERNET

WWW.POULENC.FR

Page 37: Edição nº 6 / 2014 - Outubro

Quantas oportunidades não estão só nas entrelinhas?Conte conosco para encontrá-las.

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Page 38: Edição nº 6 / 2014 - Outubro

36

BROADWAY AVENUE, NA ALTURA DA RUA 47, EM MANHATTAN, NOS ANOS 1920

Page 39: Edição nº 6 / 2014 - Outubro

37

16 QUI 21H PAU-BRASIL

17 SEX 21H SAPUCAIA

18 SÁB 16H30 JEQUITIBÁ

EIJI OUE REGENTE

MAKOTO OZONE PIANO

LEONARD BERNSTEIN [1918-90] COMPOSITOR TRANSVERSAL

Divertimento Para Orquestra [1980]

15 MIN

GEORGE GERSHWIN [1898-1937]

Concerto Para Piano em Fá Maior [1925]

- Allegro

- Adagio

- Allegro Agitato

31 MIN

______________________________________

SERGEI RACHMANINOV [1873-1943]

Danças Sinfônicas, Op.45 [1940]

- Non Allegro

- Andante Con Moto

- Lento Assai - Allegro Vivace

34 MIN

L eonard Bernstein evocava frequentemente ima-gens do ambiente eletrizante e acelerado da Nova York em meados do século xx, mas este nativo de Massachusetts manteve por toda sua vida ligações

com instituições da Nova Inglaterra que desempenha-ram um papel proeminente em sua formação. Uma dessas foi a Sinfônica de Boston, para cujo centenário de fundação foi convidado a escrever uma peça curta. Como de costume, acabou se entusiasmando e pro-duziu uma ode inacreditavelmente inventiva à paleta sonora da orquestra moderna (com quinze minutos de duração), que também é uma ode à densidade do espí-rito norte-americano e às suas incontáveis paixões: o Divertimento Para Orquestra.

Os oito breves movimentos que compõem o Di-vertimento são habilmente organizados em duas seções de quatro movimentos cada. A escrita é expansiva: a orquestra inteira está presente nos movimentos ex-ternos de cada seção, cabendo uma paleta mais redu-zida aos movimentos centrais. Uma célula concisa de duas notas — o semitom ascendente Si-Dó, utilizado para representar a frase “Boston Centenary” [Cen-tenário de Boston] — fornece unidade ao panorama orquestral grandemente variado.

Page 40: Edição nº 6 / 2014 - Outubro

38

Um subtítulo evoca o “caráter” de cada movimen-to, começando com “Sennets And Tuckets”, expres-são antiquada que remete aos toques de trompete ou corneta que sinalizam o início de alguma cerimônia ou a entrada de um personagem importante nas pe-ças elisabetanas. O humor da escrita de Bernstein arma jogos de alusão e perspicácia musical. A “Valsa” remete à Sinfonia Patética, de Tchaikovsky, e seu pa-drão métrico sincopado. A seguir, em “Mazurka”, de escrita mais discreta, o autor propõe uma incursão ao primeiro movimento da Quinta Sinfonia de Bee-thoven. A primeira parte termina com uma piscadela à América Latina: “Samba”.

“Turkey Trot” dá início à segunda parte do Diverti-mento citando uma sentimental e antiquada dança fol-clórica norte-americana (que parece ecoar o ritmo de “America” em West Side Story). A sequência é surpreen- dente: o sinuoso tema dodecafônico de “Sphinxes” [Es-finges], sombrio momento de atonalismo, é sucedido por “Blues”, um tributo ao legendário gênero norte--americano. No último movimento, “In Memoriam; March: ‘The BSO Forever’”, um trio de flautas de- dicado aos grandes regentes da história da Sinfônica de Boston, incluindo o mentor de Bernstein, Serge Koussevitzky, serve como prelúdio para uma recria-ção da linguagem divertida das marchas da Boston Pops,1 encerrando de forma festiva o Divertimento.

THOMAS MAY é jornalista, autor de Decoding Wagner:An Invitation To His World of Music Drama (AmadeusPress, 2004) e organizador de The John AdamsReader (Amadeus Press, 2006). Tradução de RicardoSá Reston. © Thomas May

1. Orquestra “irmã” da Sinfônica de Boston, espe-cializada em música clássica ligeira e melodias populares.

GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

BERNSTEIN

DIVERTIMENTO PARA ORQUESTRA

Sinfônica de Bournemouth

Marin Alsop, regente

NAXOS, 2005 Orquestra de Minnesota

Eiji Oue, regente

REFERENCE RECORDINGS, 1999

GERSHWIN

CONCERTO PARA PIANO EM FÁ MAIOR

Sinfônica de Baltimore

Marin Alsop, regente

Jean-Yves Thibaudet, piano

DECCA, 2010 Sinfônica de São Francisco

Michael Tilson Thomas, regente

Garrick Ohlsson, piano

RCA, 2004

RACHMANINOV

SYMPHONIC DANCES

Sinfônica de Londres

Valery Gergiev, regente

LSO LIVE, 2012 Orquestra de Minnesota

Eiji Oue, regente

REFERENCE RECORDINGS, 2001

LEIA MAIS SOBRE BERNSTEIN NO NÚMERO ESPECIAL DA REVISTA OSESP, DISTRIBUÍDO GRATUITAMENTE NA SALA SÃO PAULO

Page 41: Edição nº 6 / 2014 - Outubro

39

Vejam só: o jazz nasce da dança e se torna a “música norte-americana” por excelência. Mesmo sendo o blues e o improviso a mãe e o pai de tudo no jazz, Gershwin não deixa o

pianista improvisar uma nota sequer em seu Concerto Para Piano em Fá Maior. Ele nos entrega uma obra de natureza leve e surpreendentemente neoclássica, em três movimentos, com estrutura tradicional rápido--lento-rápido.

Curiosamente, o saxofone alto (instrumento-sím-bolo do mundo jazzístico) aparece no primeiro movi-mento das Danças Sinfônicas, de Sergei Rachmaninov – que de jazzista não tinha nada –, porém de maneira lírica e sóbria, talvez como um primo distante do fa-gote. Aqui, a textura contrapontística leve e trans-parente remete ao segundo movimento do Concerto de Gershwin. Na bela peça do compositor russo, o papel de solista lírico é dado ao trompete, acompa-nhado com comovente singeleza por três clarinetes, numa espécie de “lamento-choro-negro”.

Naturalmente, existia por parte de Rachmani-nov a intenção de transformar suas Danças Sinfônicas num balé. A ideia foi levada a Michel Fokine, que recebeu com entusiasmo a música brilhante e va-riada, totalmente adequada para uma leitura coreo- gráfica. Com o falecimento de Fokine, a parceria não se concretizou.

Rachmaninov, mestre absoluto da tradição de or-questração russa, revela na sua obra derradeira (de 1940) uma escrita que abrange desde suas típicas har-monias amplas e modulantes até gestos bem rítmicos e angulares, associados à música de modernos conter-râneos, como Stravinsky e Prokofiev. É interessante pensar na profundidade religiosa universal das últi-mas obras de mestres como Strauss (Quatro Últimas Canções) e Beethoven (Missa Solemnis, últimas Sonatas e Quartetos): Rach nos deixa uma obra de leveza notá-vel, de um bom humor contagiante, sem abrir mão da escrita densa e de refinado virtuosismo técnico.

A suíte de Danças Sinfônicas, escrita poucos anos depois da arrepiante Sinfonia nº 3, é uma síntese de tudo o que mais amamos na música russa: o vigor e a lírica sempre pintada em cores de contraste extre-mo. Teria essa música também nascido de uma dança ancestral, como o tal do jazz? Provavelmente sim!

Do outro lado estava George Gershwin, que, embora em 1925 já fosse um compositor bastante bem-sucedido, ainda não havia se aprofundado na arte da orquestração (de-

signava a tarefa a terceiros, experientes e rápidos). Num momento em que estava bastante ocupado com trabalhos na Broadway, Gershwin se viu diante da responsabilidade de uma encomenda importante: um concerto para piano e orquestra. Recorreu a livros de teoria e tratados de orquestração como caminho para enfrentar a tarefa, que cumpriu com brilho e genialidade. Organizando forças sinfônicas similares às utilizadas por Rachmaninov em sua suíte, não só levou a cabo a orquestração do Concerto Para Piano em Fá Maior, como demonstrou uma escrita eficaz e de muita personalidade.

O resultado é uma obra que, felizmente, jamais quer ser “jazz sinfônico” ou “vestir o jazz de casaca”. Não pretende levar a música livre e lindamente mes-tiça à sala de concertos para conferir a ela um lugar junto à “grande música”. O que quer, e consegue, é propor uma síntese humanista e genuína da grande arte a que podemos dar, por conveniência, o nome de jazz.

Aliás, há muito tempo a palavra “jazz” é apenas um escape, um pretexto, uma fuga: foram tantos os desdobramentos, são tantos os filhos desta potente mistura afro-americana que o pobre nome já não basta para tantos descendentes de abundante beleza e variedade. O Concerto é uma homenagem ao feliz casamento de tradições grandiosas, ecoando até nos-sos dias como algo fundamental e necessário, que transcende a música: mestiçagem contínua e infinita, como aquela dos deliciosos tangos brasileiros de Er-nesto Nazareth.

ANDRÉ MEHMARI é pianista e compositor.

Page 42: Edição nº 6 / 2014 - Outubro

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SUGESTÕES DE LEITURA

Jonathan CottDINNER WITH LENNY

OXFORD UNIVERSITY PRESS, 2013

Paul MyersLEONARD BERNSTEIN

PHAIDON PRESS, 1998

Charles SchwartzGEORGE GERSHWIN - UMA BIOGRAFIA

JOSÉ OLYMPIO, 1993

Jean-Jacques GroleauRACHMANINOV

ACTES SUD, 2011

Sergei Bertensson e Jay LeidaSERGEI RACHMANINOFF, A LIFETIME IN MUSIC

INDIANA UNIVERSITY PRESS, 2009

INTERNET

WWW.LEONARDBERNSTEIN.COM/

WWW.GERSHWIN.COM/

WWW.RACHMANINOFF.ORG/

EIJI OUE REGENTE

ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM ABRIL DE 2012

Entre 2003 e 2011, Eiji Oue foi diretor musical da Orquestra Filarmônica de Osaka, no Japão, da qual é hoje regente laureado. Em 1978, foi convidado por Seiji Ozawa para passar o verão estudando no Tanglewood Music Center, onde conheceu Leonard Bernstein, que se tornou seu mentor e colega, e com quem partilhou o pódio durante três turnês, com apresentações nos teatros La Scala, Ópera Estatal de Viena e Ópera de Paris-Bastille. Eiji Oue rege regularmente orquestras como a Filarmônica de Nova York, a Orquestra de Filadélfia, a Filarmônica de Los Angeles e a Orquestra Sinfônica da Rádio de Frankfurt, sem falar na Osesp. Em 2005, fez sua estreia no Festival de Bayreuth regendo a ópera Tristão e Isolda, de Wagner. Desde 2000, é professor de regência na Hochschule für Musik und Theater, em Hannover, na Alemanha.

MAKOTO OZONE PIANO

PRIMEIRA VEZ COM A OSESP

Nascido em Kobe, Makoto Ozone se mudou para os Estados Unidos em 1980 para estudar composição e arranjo de jazz na Berklee College of Music, em Boston. Em 1983, formou-se com distinção e apresentou recital solo no Carnegie Hall, em Nova York. Ozone já se apresentou com grandes nomes do jazz, como Gary Burton, Chick Corea e Ellis Marsalis. Recentemente, passou a se apresentar interpretando peças do repertório clássico, colaborando com maestros como Charles Dutoit, Alan Gilbert e Eiji Oue. Lançou diversos discos pela Universal Music, entre os quais Virtuosi, de 2002, que recebeu uma indicação para o Grammy.

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Osesp_21x28_2014

Wednesday, January 22, 2014 10:03:53 AM

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DETALHE DO TETO DA CAPELA SISTINA

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23 QUI 21H CARNAÚBA

24 SEX 21H PAINEIRA

25 SÁB 16H30 IMBUIA

ANDREW MANZE REGENTE

FRANCESCO PIEMONTESI PIANO

JOHANNES BRAHMS [1833-97]

Variações Sobre um Tema de Haydn, Op.56a [1873]

- Chorale St. Antoni- Variação I Poco Più Animato- Variação II Più Vivace- Variação III Con Moto- Variação IV Andante Con Moto- Variação V Vivace- Variação VI Vivace- Variação VII Grazioso- Variação VIII Presto Non Troppo- Finale Andante17 MIN

JOSEPH HAYDN [1732-1809]

Concerto Para Piano em Ré Maior [1782]

- Vivace- Un Poco Adagio- Rondo All'Ungherese18 MIN

______________________________________

FRANZ LISZT [1811-86]

Concerto nº 2 Para Piano em Lá Maior [1848]

- Adagio Sostenuto Assai- Allegro Agitato Assai- Allegro Moderato- Allegro Deciso- Marziale un Poco Meno Allegro- Allegro Animato21 MIN

Evocação à Capela Sistina [SOBRE TEMAS DE ALLEGRI E MOZART] [1862]

15 MIN

Page 46: Edição nº 6 / 2014 - Outubro

44

Em 1870, Carl Ferdinand Pohl mostrou a Brahms a transcrição de um divertimento para conjunto de sopros atribuído a Haydn, cujo segundo movimento, intitulado “Coral

de Santo Antônio”, forneceria a melodia que está na base de Variações Sobre um Tema de Haydn. Mais tarde, concluiu-se que o divertimento não era de Haydn, mas sua autoria permaneceu uma incógnita. A peça de Brahms, também conhecida como Variações de Santo Antônio, data de 1873 e foi escrita originalmen-te para dois pianos.

Brahms adere à visão clássica da forma por va-riações, retendo frases e estruturas harmônicas do tema ao longo de toda a peça, para só abandoná-las no “Finale Andante”. Em outras palavras, a forma é definida tanto pela repetição (de um esquema implí-cito) como pela variação (de um tema).

Isso dito, Brahms permite diversos graus de dis-tância entre a variação e sua fonte. O coral, inicial-mente entoado pelos sopros, orquestrados como um órgão, é um pano de fundo permanente nas três pri-meiras variações. Ele sai de cena nas variações iv e v (uma meditação em modo menor contrastada por um scherzo nervoso e ritmicamente brincalhão), reaparece na variação vi e some de vez nas duas últimas varia-ções, mais uma vez criando um contraste agudo.

Essa dialética entre molduras estáveis e primeiros planos imaginativos e díspares é incorporada na es-trutura de passacalha do “Finale Andante”, cuja ener-gia acumulativa desemboca num poderoso retorno do tema do coral.

O Concerto Para Piano em Ré Maior, de Haydn, foi publicado pela primeira vez pela célebre editora Artaria, sob o título de Concerto Per il Clavicembalo o Fortepiano.

No Wiener Zeitung, em 25 de agosto de 1784, a peça foi descrita por seu editor como “o único [dos con-certos de Haydn] a ser publicado até agora”. Ao longo

da vida do compositor, numerosas publicações por outros editores se seguiriam.

O título dado por Artaria chama atenção para um ponto crítico da música para teclado de Haydn, re-velando a nova tendência, em Viena, de privilegiar o piano-forte1 em detrimento do cravo. As sonatas para teclado solo de Haydn demonstram a ambivalência do compositor com relação à escolha do instrumen-to. Vale dizer que apenas três sonatas, todas publi-cadas em 1784, foram escritas claramente mais para piano do que para cravo. O início do primeiro solo do Concerto Para Piano em Ré Maior, particularmente o acompanhamento da mão esquerda, na verdade pare-ce mais adequado ao instrumento mais antigo.

O primeiro movimento rompe com a herança bar-roca da forma baseada no ritornelo, em que Haydn amplamente se apoiou nos primeiros movimentos de seus concertos anteriores, com seus impassíveis “compassos Boccherini”, de métrica quaternária, como lembra o músico e crítico Hans Keller.2 O Con-certo em Ré Maior se distingue pelo compasso binário.

A relação entre orquestra e solista é altamen-te inventiva, e o último movimento, “Rondo All'Ungherese”, evoca a tópica cigana,3 tão popular em Viena no final do século xviii.

No final dos anos 1840, ao aceitar um posto na corte de Weimar e abandonar as inter-mináveis turnês como solista, Liszt assina-lou sua transição de “pianista-compositor”

para “compositor”. Com residência fixa e vida estabili-zada, voltou-se para diversas obras anteriores, revisan-do-as num espírito entre o salvamento e a renovação.

Não seria diferente com o Concerto nº 2 Para Piano, que seria revisto e concluído em 1848, uma década depois do início do trabalho de composição. Em par-te, essa revisão suavizou o imperativo da virtuosidade: na versão que conhecemos, o solista é frequentemen-te um “acompanhador”. Mas, ao mesmo tempo, Liszt

1. O instrumento que hoje conhecemos como piano foi chamado, a princípio, de piano-forte, pois uma das prin-cipais inovações técnicas que trazia — e que o diferenciava dos demais instrumentos de teclado, como o cravo — era a capacidade de produzir muitas variações de dinâmica: fraco (em italiano, piano) ou forte. (n.e.)

2. Keller, Hans. The Great Haydn Quartets: Their Interpretation. Londres: Dent, 1986.3. A menção all'ungherese, que aparece também em Beethoven e Carl Maria Von Weber, fazia referência às tra-

dições musicais ciganas, não necessariamente ligadas ao folclore da região que hoje conhecemos como Hungria. (n.e.)

Page 47: Edição nº 6 / 2014 - Outubro

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tentava alinhar a obra aos processos formais que vinha desenvolvendo e que ganhavam vida em seus poemas sinfônicos. Podemos dizer que se tratava de um con-ceito de forma estruturada por um tema, ou, como propôs o musicólogo Carl Dahlhaus, de forma como “a história de um tema musical”.4

Na versão final do Concerto nº 2, um pequeno punhado de motivos temáticos, singelos em si mesmos, são sujeitos a infindáveis transformações num único movimento, dividido em seis seções, cada uma com sua marca afetiva. A sequência de eventos (e climas) é, como se espera, uma narra-tiva fluida, que soa improvisada. Elementos motí-vicos individuais aparecem e desaparecem, geran-do e incrementando transformações livres. Dessa forma, as variações dos motivos da abertura estão no coração tanto do lírico “Allegro Moderato” quanto do vibrante “Allegro Animato” final.

L iszt escreveu três versões para Evocação à Cape-la Sistina: uma para piano, outra para órgão e esta para orquestra. Mas não faz sentido pen-sá-las como simples “arranjos”: cada uma das

versões é uma afirmação de si própria. Da mesma maneira, o aproveitamento que o compositor faz do Misere de Gregorio Allegri (1582-1652) e do Ave Verum Corpus de Mozart vai muito além da mera transcrição. Liszt comenta, estende, desenvolve e renova as ideias dos compositores que homena-geia. O resultado é uma peça de quieta intensi-dade espiritual, uma viagem mística, levando-nos das profundidades melancólicas de Allegri ao bri-lho radiante de Mozart.

JAMES SAMSON é professor de música na Universidade de Londres e autor de The Music of Chopin (Oxford University Press, 1994) e Virtuosity And The Musical Work: The Transcendental Studies of Liszt (Cambridge University Press, 2007), entre outros livros. Tradução de Rodrigo Vasconcelos.

4. Dahlhaus, Carl. Between Romanticism And Moder-nism: Four Studies in The Music of The Later Nineteenth Century. Trad. Mary Whittall. Berkeley, Los Angeles e Londres: University of California Press, 1974.

GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

BRAHMS

VARIAÇÕES SOBRE UM TEMA DE HAYDN

Orquestra Real do ConcertgebouwBernard Haitink, regente

UNIVERSAL CLASSICS, 2004 Filarmônica de Viena

Sir John Barbirolli, regente

WARNER CLASSICS, 2005

HAYDN

COMPLETE PIANO CONCERTOS

Orquestra Real do ConcertgebouwBernard Haitink, regenteClaudio Arrau, piano

PHILIPS, 1993 PIANO CONCERTO IN D

Moscow VirtuosiVladimir Spivakov, regenteEvgeny Kissin, piano

RCA, 1989

LISZT

THE TWO PIANO CONCERTOS

Sinfônica de LondresKirill Kondrashin, regenteSviatoslav Richter, piano

PHILIPS, 1995 Orquestra Sinfônica de MontrealCharles Dutoit, regenteJean-Yves Thibaudet, piano

LONDON/DECCA, 1992 EVOCAÇÃO À CAPELA SISTINA

Orchester Wiener Akademie Martin Haselböck, regente

NEW CLASSICAL ADVENTURE, 2011

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SUGESTÕES DE LEITURA

Malcolm MacDonald

BRAHMS

ZAHAR, 1993

Carl Dahlhaus

BETWEEN ROMANTICISM AND MODERNISM: FOUR STUDIES  IN THE MUSIC OF THE LATER NINETEENTH CENTURY

UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS, 1974

Charles Rosen

THE CLASSICAL STYLE – HAYDN, MOZART, BEETHOVEN

W. W. NORTON & COMPANY, 1998

Caryl Clark (ed.)

THE CAMBRIDGE COMPANION TO HAYDN 

CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 2005

Kenneth Hamilton (ed.)

THE CAMBRIDGE COMPANION TO LISZT 

CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 2005

INTERNET

WWW.JOHANNESBRAHMS.ORG/

WWW.HAYDNSOCIETYOFGB.CO.UK/

WWW.LISZTMUSEUM.HU/

WWW.LISZT.ORG/

ANDREW MANZE REGENTE

PRIMEIRA VEZ COM A OSESP

Na temporada 2014-5, Andrew Manze assume o cargo de regente titular da Orquestra Filarmônica da Rádio NDR de Hannover. Colabora regularmente com a Orquestra Hallé, com as filarmônicas de Munique, Oslo, Real de Estocolmo e Real de Liverpool, e com as sinfônicas de Gotemburgo, da Cidade de Birmingham, Alemã de Berlim e da Rádio da Finlândia. Entre 2006 e 2014, Manze foi regente titular e diretor artístico da Helsingborg Symphony Orchestra, na Suécia. É membro da Royal Academy of Music, em Londres, e professor visitante na Academia de Música de Oslo, na Noruega. Foi diretor da Academy of Ancient Music e diretor artístico da orquestra barroca The English Concert. Em 2011, recebeu o Rolf Schock Prize, em Estocolmo.

FRANCESCO PIEMONTESI PIANO

PRIMEIRA VEZ COM A OSESP

Nascido em Locarno, na Suíça, em 1983, Francesco Piemontesi estudou com Arie Vardi e colaborou com Alfred Brendel, Cécile Ousset e Alexis Weissenberg. Em 2007, venceu a Queen Elisabeth Competition, em Bruxelas. Já se apresentou no Musikverein, em Viena, no Carnegie Hall e no Avery Fisher Hall, em Nova York, no Suntory Hall, em Tóquio, na Philharmonie, em Berlim, e na Tonhalle, em Zurique. Como solista, toca com as orquestras Philharmonia, Maggio Musicale Fiorentino e Camerata Salzburg, com as sinfônicas da BBC, da Rádio Bávara, da Rádio de Frankfurt, Alemã de Berlim, da Cidade de Birmingham e com as filarmônicas de Londres e Israel. É diretor artístico do festival Settimane Musicali di Ascona e artista exclusivo do selo Naïve Classique.

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Compor histórias derealização é a nossa cultura.

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BUSTO DE ANTON BRUCKNER, NA FRENTE DA BRUCKNERHAUS, EM LINZ, NA ÁUSTRIA

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30 QUI 21H CEDRO

31 SEX 21H ARAUCÁRIA

1 NOV SÁB 16H30 MOGNO

STANISLAW SKROWACZEWSKI REGENTE

AKIKO SUWANAI VIOLINO

ALBAN BERG [1885-1935]

Concerto Para Violino [1935]

- Andante - Allegretto- Allegro ma Sempre Rubato - Adagio22 MIN

______________________________________

ANTON BRUCKNER [1824-96]

Sinfonia nº 4 em Mi Bemol Maior, WAB 104 - Romântica [1873-4]

- Bewegt - Nicht zu Schnell- Andante Quasi Allegretto- Scherzo e Trio- Finale65 MIN

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O Concerto Para Violino foi escrito por en-comenda do violinista norte-americano Louis Krasner. Na época, Alban Berg estava compondo a ópera Lulu e recebeu

a trágica notícia da morte de Manon Gropius, filha de Alma Mahler-Werfel e Walter Gropius, arquiteto fundador da Bauhaus. Muito amigo da família, Berg decidiu homenagear a jovem de dezoito anos e incluiu na partitura do Concerto a dedicatória “Em memória de um Anjo”. Segundo Willi Reich, amigo e biógrafo de Berg, “tanto quanto seja possível transcrever um som musical em palavras […], a obra procura ser um retrato musical da jovem Manon”.1

Concebido e escrito em aproximadamente cinco meses, o Concerto estreou em abril de 1936, no Palau de la Música, em Barcelona, sob regência de Her-mann Scherchen, tendo Louis Krasner como solista. Essa foi a última peça completa composta por Alban Berg, cujo falecimento, três meses antes da estreia, daria ainda um outro sentido para esse réquiem.

A peça se divide em dois movimentos, com sub-divisões de andamento e caráter: o primeiro, em três seções (“Andante - Allegretto”), ilustra a infância e a juventude de Manon, incluindo também referências a valsas vienenses e a canções populares da Caríntia, região da Áustria na qual a jovem cresceu e onde o compositor a viu pela primeira vez. No segundo movi-mento (“Allegro ma Sempre Rubato - Adagio”), Berg descreve a doença, o sofrimento, a morte e a ascensão de Manon. A dramaticidade do “Adagio” é reforça-da pela citação de um coral de Bach, “Es Ist Genug” [Já Basta], da cantata “O Ewigkeit, du Donnerwort” [Ó Eternidade, Palavra Estrondosa] BWV 60.

Berg é sem dúvida o mais romântico dos três compositores da chamada Segunda Escola de Vie-na (da qual fazem parte também Anton Webern e Arnold Schoenberg). Seu uso do dodecafonismo no Concerto para Violino é bastante original. A sé-rie escolhida é formada por duas tríades2 maiores e duas menores e completada por quatro notas em intervalo de tons inteiros — Si, Dó Sustenido, Mi Bemol e Fá. Desse modo, tem-se uma série atonal com “características tonais”, configurando o “senti-

do duplo” da obra de Berg, como ressalta o filósofo Theodor Adorno, que foi aluno do compositor.2 A intensidade e o caráter expressivo, a combinação de tonalismo e sistema dodecafônico e a beleza de suas melodias, com citações de Bach e de melodias folclóricas austríacas, são alguns dos aspectos que fizeram do Concerto Para Violino uma das peças mais apreciadas da Segunda Escola de Viena.

A pesar de ter sido praticamente autodidata, Bruckner estudou matérias teóricas com Simon Sechter, a quem sucedeu como pro-fessor no Conservatório de Viena. Entre

1861 e 1863, com quase quarenta anos de idade, teve aulas de música em Linz com o regente Otto Kitzler, que lhe apresentou a música de Richard Wagner.

A escuta e a análise da ópera Tannhäuser e de ou-tras obras do compositor alemão provocaram uma mudança decisiva no percurso de Bruckner. Até aquele momento basicamente ligado à música sacra, foi a descoberta de Wagner que o motivou a buscar formas musicais seculares e a compor suas sinfonias.

Apesar de terem surgido quando ele já era um organista muito reconhecido, as primeiras sinfonias de Bruckner enfrentaram grande resistência por par-te da crítica musical vienense. O compositor, um homem simples e católico fervoroso, para quem a música significava, sobretudo, uma possibilidade de louvar o Criador, se vê envolvido em brigas estéticas entre os admiradores de Brahms e os de Wagner.

Talvez influenciado pela severidade das críticas que recebia, Bruckner nunca ficava completamente satisfeito ao terminar uma obra, realizando inúmeras versões de suas próprias sinfonias, permitindo tam-bém a regentes e editores que suprimissem trechos das partituras ou alterassem alguns detalhes da or-questração. O caso da Sinfonia nº 4 não seria diferente. Ao terminá-la, em 1874, Bruckner provavelmente não imaginava que esperaria sete anos até a sua es-treia, com a Filarmônica de Viena, sob regência de Hans Richter. Até lá, revisaria e, em parte, recom-poria a obra, que teve grande sucesso e se tornou uma de suas peças mais conhecidas.

1. Reich, Willi. The Life and Work of Alban Berg. Trad. Cornelius Cardew. Nova York: Da Capo Press, 1981.2. Tríade: acorde tonal elementar formado pela sobreposição de terças (Dó-Mi-Sol, por exemplo). (n.e.)3. Adorno, Theodor. Berg: O Mestre da Transição Mínima. Trad. Mario Videira. São Paulo: Editora Unesp, 2010.

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Mestre de contrapontos complexos, Bruckner de-senvolveu uma orquestração extremamente pessoal, densa, cheia de contrastes, tendo como inspiração o órgão, com suas diversas tessituras e possibilidades de superposições de planos e dinâmicas, que podem mu-dar bruscamente sem passar por crescendos e decres-cendos. Essa particularidade é reforçada por sua vasta experiência como improvisador, que faz com que, em suas composições, haja sempre algo de imprevisível.

A Sinfonia nº 4 é marcada por ritmos formados pela sobreposição de motivos binários e ternários (às vezes chamados de brucknerianos), que remetem a danças camponesas. Foi a primeira de suas sinfonias a ser escrita em tonalidade maior e é também mais ousada harmonicamente do que suas obras anterio-res. Alternando passagens em maior e em menor, além de súbitas modulações enarmônicas ou cromá-ticas, obtém um efeito sonoro que remete à técnica pictórica do chiaroscuro (luz e sombra).

Bruckner acrescenta à sua Sinfonia nº 4 o subtítu-lo programático Romântica, por alusão ao romance medieval e a sentimentos bucólicos, tais como estes se apresentam nas óperas Lohengrin e Siegfried, de Wagner. A peça inicia com o tremular das cordas, representando o ruído da floresta, e uma melodia na trompa, anunciando o dia.

O segundo movimento tem caráter extremamente melancólico: é, como descreveu Bruckner, uma pre-ce, em forma de Lied.

O tema inicial do “Scherzo” do terceiro movimen-to é tocado pelas trompas, às quais são acrescentadas chamadas de outros metais, como se fossem caçado-res respondendo uns aos outros. Segue-se um “Trio” quase todo em pianissimo, com uma suave melodia, que o compositor descreve em suas anotações como um “tema de dança de caçadores durante uma pausa na floresta”.

Bruckner reescreveu três vezes o último movi-mento, e o espírito vivo e alegre da descrição original da partitura — “Volksfest” (festa popular) — acabou se perdendo. A versão definitiva, que inclui breves lembranças dos temas precedentes, contribui para conferir à obra seu caráter dramático.

SILVIA OCOUGNE é compositora, mestre pelo New England Conservatory of Music, em Boston.

GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

BERG

CONCERTO PARA VIOLINO

Orquestra Sinfônica da BBCPierre Boulez, regente Yehudi Menuhin, violino

EMI, 1969 Orquestra Sinfônica da Rádio da BavieraRafael Kubelík, regenteHenryk Szeryng, violino

UNIVERSAL CLASSICS, 2004

Filarmônica de Nova YorkLeonard Bernstein, regenteIsaac Stern, violino

PRAGA DIGITALS, 2013

BRUCKNER

11 SYMPHONIES

Saarbrücken Radio Symphony Orchestra Stanisław Skrowaczewski, regente 

OEHMS CLASSICS, 2004

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OZÉAS ARANTES:QUATRO DÉCADAS DE OSESP

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Entre os instrumentos de sopro, a trompa se destaca por uma característica absolutamente singular: tem a campana virada para trás. Por essa razão, o som parece não ter ataque —

quando chega na plateia, já bateu no fundo do palco e voltou, misterioso.

Cumprir os desafios técnicos do instrumento fazen- do jus à delicadeza prometida por seu timbre não é ta- refa para qualquer um. Desde 1977, o paranaense Ozéas Arantes integra o naipe de trompas da Osesp, tendo assumido oficialmente a cadeira de solista em 1980.

Depois de quase quarenta anos agraciando as pla-teias da Osesp com sua sonoridade aveludada, Ozéas optou por deixar a cadeira de primeira trompa da orquestra. Pai de Gabriela e Daniela, que acaba de se mudar para o Paraná, e avô de Lucca e Laura, o trom- pista de 60 anos recebe uma pequena homenagem da Revista Osesp. Na entrevista a seguir, Ozéas conta um pouco sobre sua formação e sua experiência na Osesp. Podemos começar por suas primeiras experiências com música? Meu pai era músico da banda da Polícia Militar do Paraná e, evangélico, participava intensamente das atividades musicais da igreja. Além de tocar tuba e trompete, compunha e fazia arranjos: era autodida-ta, mas muito talentoso. Desde cedo, ensinou música para mim e para meus irmãos: comecei estudando trompete e acabei sendo o único que se profissionali-zou. Lembro de ouvirmos juntos aquela coleção “Mú-sica dos Grandes Mestres”, da revista Reader’s Digest: Sinfonia Italiana, de Mendelssohn; Till Eulenspiegel, de Strauss; Barbeiro de Sevilha, de Rossini, enfim, uma porção de obras clássicas. Ele notou que eu demons-trava interesse pelo som da trompa e, quando decidiu montar um grupo, sugeriu que eu passasse a tocar o instrumento. Topei, sem saber que era um dos instru-mentos mais desafiadores tecnicamente.

E quando começou a estudar música formalmente?

Na verdade, só fui estudar para valer bem depois, primeiro na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e, já nos anos 1980, como bolsista na Juilliard School, em Nova York. Sabemos que o sistema de ensino de música no Brasil tem problemas, mas na-quela época era terrível, principalmente para ins-trumentos de metal. Os músicos iam aprendendo de orelhada, pegavam uma dica aqui, uma orientação ali. Era raríssimo se ver um jovem tocando trompa,

ainda mais em Curitiba. Pouco tempo depois que co-mecei a tocar, o maestro Gedeão Martins veio me procurar para que eu integrasse a Orquestra Sinfôni-ca Juvenil do Paraná. Fui pegando os macetes do ins-trumento aos poucos e, já no ano seguinte, entrei na Sinfônica da Universidade do Paraná. Foi minha pri-meira experiência profissional: ganhava 5 cruzeiros por ensaio e 10 cruzeiros por concerto — imagine isso para um garoto de 13 ou 14 anos, uma alegria.

Quer dizer que você se profissionalizou como músico muito cedo? É curioso, foi realmente por acaso. Sempre fui apaixonado por arquitetura e engenharia. Cursei es-cola técnica, me formei técnico em edificações e tinha planos de fazer faculdade de arquitetura ou engenha-ria. Tive um professor com quem me dava muito bem e que, pouco antes da conclusão do curso, chegou a me convidar a trabalhar numa empresa de constru-ção. Acabou não dando certo e, na mesma época, fui convidado a substituir um trompista no Seminário de Música de Blumenau. Uma coisa foi levando a ou-tra e, em 1973, acabei sendo convidado para a Or-questra Sinfônica de Porto Alegre, que estava numa grande fase, com músicos excelentes sob a liderança do grande regente húngaro Pablo Komlós. Mal tinha entrado na orquestra, e saímos em turnê pelo Brasil: foi um batismo e tanto: aprendi muito. Depois disso, cheguei a passar rapidamente pela Orquestra Sinfônica de Campinas e, já em 1977, entrei na Osesp.

São quase quarenta anos com a Osesp, fale um pouco sobre essa experiência.

A cadeira de primeira trompa é uma enorme res-ponsabilidade, e uma orquestra como a Osesp exige qualidade acima do normal. As turnês são o fiel da balança: nos últimos anos, tocamos e fomos muito aplaudidos no Avery Fisher Hall, em Nova York, na Philharmonie, em Berlim, no Musikverein, em Viena, no Concertgebouw de Amsterdã e nas salas mais im- portantes de Londres e Paris. Sem falar nas turnês bra- sileiras e sul-americanas. Como músico de orques-tra, me sinto realizado. Pretendo continuar atuando como músico de câmara e professor, uma vez que ao longo desses anos todos acumulei conhecimentos que faço questão de partilhar. E quem sabe agora vou ter tempo para retomar minha paixão pela arquitetura?

Entrevista a RICARDO TEPERMAN.

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SUGESTÕES DE LEITURA

Willi Reich

THE LIFE AND WORK OF ALBAN BERG

DA CAPO PRESS, 1981

Theodor Adorno

BERG: O MESTRE DA TRANSIÇÃO MÍNIMA

EDITORA UNESP, 2010 (TRADUÇÃO DE MARIO VIDEIRA)

Julian Horton

BRUCKNER'S SYMPHONIES

CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 2004

INTERNET

HTTP://WWW.ABRUCKNER.COM/

STANISLAW SKROWACZEWSKI REGENTE

ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM JUNHO DE 2007

Nascido na Polônia, em 1923, Stanislaw Skrowaczewski iniciou os estudos de piano e violino aos quatro anos de idade. Devido a um ferimento na mão durante a Segunda Guerra, passou a se dedicar às atividades de composição e regência. Foi regente titular da Filarmônica de Breslávia, da Orquestra Hallé e da Sinfônica Yomiuri, em Tóquio, além de diretor musical da Orquestra de Minnesota e das orquestras de Karlowice, na Cracóvia, e Nacional de Varsóvia. Fez turnês internacionais com as orquestras de Filadélfia, Real do Concertgebouw e Nacional da França. Sua gravação da integral das sinfonias de Bruckner, com a Saarbrücken Radio Symphony Orchestra (Oehms Classics, 2004) foi indicada pela BBC Music Magazine como uma das dez gravações da década. Skrowaczewski é regente laureado da Orquestra de Minnesota, principal regente convidado da Deutsche Radio Philharmonie, e regente laureado de honra da Sinfônica Yomiuri, em Tóquio. Várias de suas composições receberam importantes prêmios internacionais, e Concerto Para Orquestra, de 1985, e Passacaglia Immaginaria, de 1995, foram indicadas ao prêmio Pulitzer.

AKIKO SUWANAI VIOLINO

PRIMEIRA VEZ COM A OSESP

Nascida em 1972, Akiko Suwanai estudou no Toho Gakuen School of Music, em Tóquio, com Toshiya Eto, na Columbia University e na Juilliard School of Music, em Nova York, com Dorothy DeLay e Cho-Liang Lin, e também na Hochschule der Künste, em Berlim, com Uwe-Martin Haiberg. Em 1990, tornou-se a mais jovem vencedora do Concurso Internacional Tchaikovsky. Recentemente, participou de turnês das orquestras de Paris, Sinfônica de Londres, Nacional do Capitólio de Toulouse, Filarmônica Tcheca e Nacional da Bélgica. Já trabalhou com maestros como Vladimir Ashkenazy, Andrew Davis, Lorin Maazel, David Robertson, Susanna Mälkki, Neeme Järvi, Sakari Oramo, Seiji Ozawa, Tugan Sokhiev, Esa-Pekka Salonen e Paavo Järvi. Interpretou a estreia de Seven - Concerto Para Violino, de Peter Eötvös, com a Orquestra Acadêmica do Festival de Lucerna, sob regência de Pierre Boulez. Em 2013, criou o International Music Festival NIPPON, do qual é diretora artística.

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de Arthur Nestrovski como diretor artístico e do maestro francês Yan Pascal Tortelier como regente titular. Em fevereiro de 2011, o Conselho da Fundação Osesp anuncia a norte-americana Marin Alsop como nova regente titular da Orquestra por um período inicial de cinco anos, a partir de 2012. Também a partir de 2012, Celso Antunes assume o posto de regente associado da Orquestra. Neste mesmo ano, em sequência a concertos no festival BBC Proms, de Londres, e no Concertgebouw de Amsterdã, a Osesp é apontada pela crítica estrangeira (The Guardian e BBC Radio 3, entre outros) como uma das orquestras de ponta no circuito internacional. Lança também seus primeiros discos pelo selo Naxos, com o projeto de gravação da integral das Sinfonias de Prokofiev, regidas por Marin Alsop, e da integral das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky. Em 2013, Marin Alsop é nomeada diretora musical da Osesp e a orquestra realiza nova turnê europeia, apresentando-se pela primeira vez — e com grande sucesso — na Salle Pleyel, em Paris, no Royal Festival Hall, em Londres, e na Philharmonie, em Berlim. Em 2014, celebrando os 60 anos de sua criação, a Osesp realizou turnê por cinco capitais brasileiras.

ORQUESTRA SINFÔNICADO ESTADO DE SÃO PAULO

Desde seu primeiro concerto, em 1954, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp — construiu uma trajetória de grande sucesso, tornando-se a instituição que é hoje.Reconhecida internacionalmente por sua excelência, a Orquestra é parte indissociável da cultura paulista e brasileira, promovendo transformações culturais e sociais profundas. Nos primeiros anos, foi dirigida pelo maestro Souza Lima e pelo italiano Bruno Roccella, mais tarde sucedidos por Eleazar de Carvalho (1912- -96), que por 24 anos dirigiu a Orquestra e desenvolveu intensa atividade. Nos últimos anos sob seu comando, o grupo passou por um período de privações. Antes de seu falecimento, porém, Eleazar deixou um projeto de reformulação da Osesp. Com o empenho do governador Mário Covas, foi realizada a escolha do maestro que conduziria essa nova fase na história da Orquestra. Em 1997, o maestro John Neschling assume a direção artística da Osesp e, com o maestro Roberto Minczuk como diretor artístico adjunto, redefine e amplia as propostas deixadas por Eleazar. Em pouco tempo, a Osesp abre concursos no Brasil e no exterior, eleva os salários e melhora as condições de trabalho de seus músicos. A Sala São Paulo é inaugurada em 1999 e, nos anos seguintes, são criados os Coros Sinfônico, de Câmara, Juvenil e Infantil, o Centro de Documentação Musical, os Programas Educacionais, a

editora de partituras Criadores do Brasil, e a Academia de Música. As temporadas se destacam pela diversificação de repertório, e uma parceria com o selo sueco BIS e com a gravadora carioca Biscoito Fino garante a difusão da música brasileira de concerto. A criação da Fundação Osesp, em 2005, representa um marco na história da Orquestra. Com o presidente Fernando Henrique Cardoso à frente do Conselho de Administração, a Fundação coloca em prática novos padrões de gestão, que se tornaram referência no meio cultural brasileiro. Além das turnês pela América Latina (2000, 2005, 2007), Estados Unidos (2002, 2006, 2008), Europa (2003, 2007, 2010, 2012, 2013) e Brasil (2004, 2008, 2011), o grupo mantém desde 2008 o projeto Osesp Itinerante, pelo interior do estado de São Paulo, realizando concertos, oficinas e cursos de apreciação musical para mais de 70 mil pessoas. Indicada em 2008 pela revista Gramophone como uma das três orquestras emergentes no mundo às quais se deve prestar atenção, e mais recentemente (2012) tema de destaque em publicações como o jornal The Times e a mesma Gramophone, a Osesp iniciou a temporada 2010 com a nomeação

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ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULODIRETORA MUSICAL E REGENTE TITULARMARIN ALSOP REGENTE ASSOCIADOCELSO ANTUNESDIRETOR ARTÍSTICOARTHUR NESTROVSKIDIRETOR EXECUTIVOMARCELO LOPES

VIOLINOSEMMANUELE BALDINI SPALLADANIEL AUNER SPALLA*TOBIAS STEYMANS SPALLA*DAVI GRATON YURIY RAKEVICHLEV VEKSLER***ADRIAN PETRUTIUIGOR SARUDIANSKYMATTHEW THORPEALEXEY CHASHNIKOVAMANDA MARTINSANDREAS UHLEMANNCAMILA YASUDACAROLINA KLIEMANNCÉSAR A. MIRANDACRISTIAN SANDUELENA KLEMENTIEVAELINA SURISFLORIAN CRISTEAGHEORGHE VOICUINNA MELTSERIRINA KODINKATIA SPÁSSOVALEANDRO DIASMARCELO SOARESPAULO PASCHOALRODOLFO LOTASIMONA CAVUOTOSORAYA LANDIMSUNG-EUN CHOSVETLANA TERESHKOVATATIANA VINOGRADOVA

VIOLASHORÁCIO SCHAEFERMARIA ANGÉLICA CAMERONPETER PAS ANDRÉS LEPAGEDAVID MARQUES SILVAÉDERSON FERNANDESGALINA RAKHIMOVAOLGA VASSILEVICHSIMEON GRINBERGVLADIMIR KLEMENTIEVALEN BISCEVIC*SARAH PIRES*

VIOLONCELOSWILSON SAMPAIO***LUCA DE MURO*HELOISA MEIRELLESADRIANA HOLTZBRÁULIO MARQUES LIMADOUGLAS KIERJIN JOO DOHMARIA LUÍSA CAMERONMARIALBI TRISOLIOREGINA VASCONCELLOSRODRIGO ANDRADE SILVEIRA

CONTRABAIXOSANA VALÉRIA POLESPEDRO GADELHA MARCO DELESTRE MAX EBERT FILHOALEXANDRE ROSAALMIR AMARANTECLÁUDIO TOREZANJEFFERSON COLLACICOLUCAS AMORIM ESPOSITONEY VASCONCELOS

ACADEMIA DA OSESPVIOLINOSDAN TOLOMONYGIDEONI LOAMIR

VIOLONCELOMATHEUS MELLO CONTRABAIXORAFAEL FIGUEREDO FLAUTARAUL MENEZES OBOÉÉRICO MARQUESPÚBLIO DA SILVA CLARINETEPATRICK VIGLIONI FAGOTEANGE BAZZANIFRANCISCO WELLINGTON TROMPAJESSICA VICENTE TROMPETESCRISTÓBAL ROJAS SALINASLUCAS ESPINDOLATHIAGO ARAUJO TROMBONESHÉLIO GÓESSILAS FALCÃO TUBAGABRIEL DÍAZ ARAYA PERCUSSÃOCARLOS DOS SANTOS

HARPALIUBA KLEVTSOVA

FLAUTASCLAUDIA NASCIMENTO*PAULA MANSO*MARISELA SAGER*FABÍOLA ALVES PICCOLOJOSÉ ANANIAS SOUZA LOPESSÁVIO ARAÚJO

OBOÉSARCÁDIO MINCZUKJOEL GISIGER NATAN ALBUQUERQUE JR. CORNE INGLÊSPETER APPSRICARDO BARBOSA

CLARINETESOVANIR BUOSI SÉRGIO BURGANI NIVALDO ORSI CLARONEDANIEL ROSASGIULIANO ROSAS

FAGOTESALEXANDRE SILVÉRIO JOSÉ ARION LIÑAREZ ROMEU RABELO CONTRAFAGOTEFRANCISCO FORMIGA

TROMPASDANTE YENQUE OZÉAS ARANTES PHILIP MUNDS*ANDRÉ GONÇALVESJOSÉ COSTA FILHONIKOLAY GENOVLUCIANO PEREIRA DO AMARALSAMUEL HAMZEMEDUARDO MINCZUK

TROMPETESFERNANDO DISSENHA GILBERTO SIQUEIRAANTONIO CARLOS LOPES JR.MARCELO MATOSFLÁVIO GABRIEL*

TROMBONESDARCIO GIANELLI WAGNER POLISTCHUK ALEX TARTAGLIAFERNANDO CHIPOLETTI

TROMBONE BAIXODARRIN COLEMAN MILLING

TUBAMARCOS DOS ANJOS JR.**LUIZ RICARDO SERRALHEIRO*

TÍMPANOSELIZABETH DEL GRANDE RICARDO BOLOGNA

PERCUSSÃORICARDO RIGHINI 1ª PERCUSSÃOALFREDO LIMAARMANDO YAMADAEDUARDO GIANESELLARUBÉN ZÚÑIGA

TECLADOSOLGA KOPYLOVA DANA RADU CELESTA* GERÊNCIAJOEL GALMACCI GERENTEXISTO ALVES PINTO INSPETORLAURA PADOVAN PASSOS

(*) MÚSICO CONVIDADO(**) MÚSICO LICENCIADO(***) CARGO INTERINO

OS NOMES ESTÃO RELACIONADOS EM ORDEM ALFABÉTICA, POR CATEGORIA.INFORMAÇÕES SUJEITAS A ALTERAÇÕES

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CORO DA OSESPA combinação de um grupo decantores de sólida formaçãomusical com a condução de umadas principais regentes brasileiras faz do Coro da Orquestra Sinfônicado Estado de São Paulo uma referência em música vocal no Brasil. Nas apresentações junto à Osesp, em grandes obras do repertório coral-sinfônico, ou em concertos a cappella na Sala São Paulo e pelo interior do estado, o grupo aborda diferentes períodos

musicais, com ênfase nos séculos xx e xxi e nas criações de compositores brasileiros, como Almeida Prado, Aylton Escobar, Gilberto Mendes, Francisco Mignone, Liduíno Pitombeira, João Guilherme Ripper e Villa--Lobos, entre outros. À frente do grupo, Naomi Munakata temregido também obras consagradas, que integram o cânone da música ocidental. Criado como Coro Sinfônico do

Estado de São Paulo em 1994, passou a se chamar Coro da Osesp em 2001. Em 2009, o Coro da Osesp lançou seu primeiro disco, Canções do Brasil, que inclui obras de Osvaldo Lacerda, Francisco Mignone, Camargo Guarnieri, Marlos Nobre, Villa-Lobos, entre outros compositores brasileiros. Em 2013, lançou gravação de obras de Aylton Escobar (Selo Osesp Digital).

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(*) MÚSICO LICENCIADO(**) EM EXPERIÊNCIA NO CORO DA OSESP

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INFORMAÇÕES SUJEITAS A ALTERAÇÕES

CORO DA OSESPREGENTE HONORÁRIANAOMI MUNAKATA

SOPRANOSANNA CAROLINA MOURAELIANE CHAGASÉRIKA MUNIZFLÁVIA KELE DE SOUZAJAMILE EVARISTO**JI SOOK CHANGMAYNARA ARANA CUINNATÁLIA ÁUREAREGIANE MARTINEZ MONITORAROXANA KOSTKATHAÍS SCHLOENBACH**VIVIANA CASAGRANDI

CONTRALTOS / MEZZOSANA GANZERTCELY KOZUKICLARISSA CABRALCRISTIANE MINCZUKFABIANA PORTASMARIA ANGÉLICA LEUTWILERMARIA RAQUEL GABOARDIMARIANA VALENÇAMÔNICA WEBER BRONZATIPATRÍCIA NACLELÉA LACERDA MONITORASILVANA ROMANISOLANGE FERREIRAVESNA BANKOVIC

CORO ACADÊMICO DA OSESPREGENTEMARCOS THADEU

SOPRANOSLAIS ASSUNÇÃOMARIA MEDEIROSNEGRAVATTATIANE REIS

CONTRALTOS ANA LUIZA DE OLIVEIRACARLA CAMPINASCAROLINE JADACHDANIELA LAMIMEMILY ALVES

TENORESBRUNO ARRABALISAQUE OLIVEIRAMARCUS LOUREIROMIQUEIAS PEREIRA

BAIXOSANDRÉ RABELLOFÚLVIO LIMAGABRIEL CALIXTOLUIS FIDELISMARCUS OUROS

PIANISTA CORREPETIDORACAMILA OLIVEIRA

TENORESANDERSON LUIZ DE SOUSACARLOS EDUARDO DO NASCIMENTOCLAYBER GUIMARÃESERNANI MATHIASFÁBIO VIANNA PERESJOCELYN MAROCCOLOLUIZ EDUARDO GUIMARÃESMÁRCIO SOARES BASSOUS MONITORODORICO RAMOSPAULO CERQUEIRARÚBEN ARAÚJO

BAIXOS / BARÍTONOSALDO DUARTEERICK SOUZAFERNANDO COUTINHO RAMOSFLAVIO BORGESFRANCISCO MEIRAISRAEL MASCARENHASJOÃO VITOR LADEIRALAERCIO RESENDEMOISÉS TÉSSALOPAULO FAVAROSABAH TEIXEIRA MONITORSILAS DE OLIVEIRA

PREPARADOR VOCALMARCOS THADEU

PIANISTA CORREPETIDORFERNANDO TOMIMURA

GERÊNCIA CLAUDIA DOS ANJOS GERENTESEZINANDO GABRIEL DE O. NETO INSPETORANA CLAUDIA MARQUES DA SILVA ASSISTENTE

CORO INFANTIL DA OSESPREGENTETERUO YOSHIDA

ALLICE SOUZA DINIZANA CAROLINA DA COSTA OLIVEIRAANA LUIZA ROSA NAVESCAMILA ARAÚJO FONSECACAMILA DOS SANTOS BRITOCATARINA AKEMI LOPES KAWAKAMICATARINA PEREIRA DE OLIVEIRA MONTEIROCLOE PERRUT DE GODOIEDUARDA MARQUES GROLLAFERNANDA FERNANDES QUINTANILHAFERNANDA MOREIRA DE CARVALHO ARANTESFLÁVIA CORDEIRO DA SILVAFLÁVIA MOREIRA DE CARVALHO ARANTESFRANCISCO KRINDGES GERALDINIGABRIELA DO NASCIMENTO LOPES DOS SANTOSGIOVANNA MELLO CAMARGOGUSTAVO BARRAVIERA RODRIGUESHELLEN CRISTINA SOUZA SABINOINGRID SANTOS CLE CHERUNIRENE CHAPUIS FONSECAIRINA ALFONSO FREDERICOISABELLA ROSSI NICODEMOSIZABELA AMOROSO CAVALCANTEIZABELA VIEIRA MARCIANOJACQUELINE LADEIA PEREIRA CASTANHOJENNIFER ANNE SANTANA DA SILVAJULIA CORRÊA OLIVEIRAJULIA RIBEIRO MONTINKELLY IBANE PAIM IGNÁCIOLETÍCIA ARAÚJO FONSECALOHANNA SOUZA SANTOS DE LIMALUARA MASCARENHAS NASCIMENTOLUCAS SHOJILUCIANA GUEDES GERMANOLUÍSA LOPES PETEANLUIZ ROBERTO QUINTEROS DOS SANTOSMARIANE ELOAR SILVA CAMARGOMARIANNE DE SOUZA PRINAMARINA CELANI GUEDESMARINA GARCIA CUSTÓDIOMINA CHYNN KU ALBUQUERQUEMONIQUE PEREIRA MOLINA

NATHALIA GRILLO DOMINGOSPAULA CAETANO LEITEPAULA SANTANA SCHIMITPRISCILA CARDOSO TEIXEIRARAFAELLA MARTINS SILVARENATA GARCIA CUSTÓDIORENATA LAHATSARA HELEN DA SILVASOFIA MARTINS RIBEIRO COELHO DE MAGALHÃESSOFIA SPASSOVA COSTASOPHIA ALFONSO FREDERICOSTÉPHANIE DE FÁTIMA DA SILVA VIANNAVICTORIA BEATRIZ SOUZA NIZAVITORIA COSTA DE SOUSAYOHANA ROCHA GRANATTAYSA PAULA DA COSTA OLIVEIRA

PIANISTA CORREPETIDORADANA RADU

CORO JUVENIL DA OSESP REGENTEPAULO CELSO MOURA

ALAN SANTOS RODRIGUES DE OLIVEIRAALINE THAIS MORAES DURÁNAMANDA BISPO FERREIRA DA SILVAANAÍS LEVINANDRESSA DANIELLA SANTOSBEATRIZ RIBEIRO MONTINBIANCA CARVALHO DE ALMEIDACARINA BISPO MIRANDACARLOS HENRIQUE BUENO DA COSTACHIARA BISTÃO GUTTIERIDIEGO LOURENÇO BARROS DE SOUZAEDGAR MOISES DA SILVA BALDOINOFELICIA GOMES WAHHABFERNANDA LOUREIRO CORRÊAGABRIEL BALLARÉ LIMAGABRIELA SCHLEDER DO CARMOGIOVANNA MARIA SILVA CANDIDAHENRIQUE IBANE PAIM IGNACIOHENRIQUE SILVA PEDROSOJESSICA CANCIO DE OLIVEIRAJOSEPH CRISTOJÚLIA PISSATO DE ALMEIDA PRADOJULIANA LUCCA DE BITTENCOURT FIALHOLARISSA ACELINA CASIMIRO DE QUEIROZLEONARDO OLIVEIRA DE LIMALUIZA SAMPAIO BENTO COSTALYGIA POLIA SANTIAGO SAMPAIOMARIA CLARA PERRUT DE GODOIMARINA DA SILVA MARTINSMYRIAM BERNARDO DE SOUSA SANTOSNATHAN VIVEIROS VIANANOEMI RAQUEL BATISTA DA SILVAPAULA DE CASTRO UZEDAPEDRO VINICIUS VERGARA SILVA MAGALHÃESRENATO FRITZ HOEFLERSAMUEL CESAR MATHEUSSARA REGINA VIEIRA ANTOLINITHALYA TIFFANY CHAVESTHIAGO CONSTANTINOVICTÓRIA ANDREZZA PRADO PEREZVINICIUS COSTA JALOTOYASMIN MARIA AMIRATO

PIANISTADANA RADU

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FUNDAÇÃO OSESPPRESIDENTE DE HONRA

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOPRESIDENTE

FÁBIO COLLETTI BARBOSAVICE-PRESIDENTEHEITOR MARTINSCONSELHEIROSALBERTO GOLDMANANTONIO QUINTELLAELIANA CARDOSOHELIO MATTAR JOSÉ CARLOS DIASLILIA MORITZ SCHWARCZMANOEL CORRÊA DO LAGOSÁVIO ARAÚJO

CONSELHO DE ORIENTAÇÃOPEDRO MOREIRA SALLES FERNANDO HENRIQUE CARDOSOCELSO LAFERHORACIO LAFER PIVAJOSÉ ERMÍRIO DE MORAES NETO

CONSELHO FISCALJÂNIO GOMESMANOEL BIZARRIA GUILHERME NETOMIGUEL SAMPOL POU

CONSELHO CONSULTIVOANTONIO CARLOS CARVALHO DE CAMPOSANTONIO CARLOS VALENTEANTONIO PRATAAUGUSTO RODRIGUESDENISE FRAGADRAUZIO VARELLAEDUARDO GIANNETTIEDUARDO GRAEFFEUGÊNIO BUCCIFÁBIO MAGALHÃESFRANCISCO VIDAL LUNAGUSTAVO ROXOHELOISA FISCHERJAC LEIRNERJAYME GARFINKELJOÃO GUILHERME RIPPERJOSÉ HENRIQUE REIS LOBOJOSÉ PASTOREJOSÉ ROBERTO WITHAKER PENTEADOLORENZO MAMMÌLUIZ SCHWARCZMONICA WALDVOGELNELSON RUSSO FERREIRAPAULO ARAGÃOPEDRO PARENTEPÉRSIO ARIDAPHILIP YANGRAUL CUTAITRICARDO LEALRICARDO OHTAKESERGIO ADORNOSTEFANO BRIDELLI TATYANA ARAÚJO DE FREITASTHILO MANNHARDTVITOR HALLACKWILLIAM VEALE ZÉLIA DUNCAN

DIRETORIA EXECUTIVAMARCELO LOPES DIRETOR EXECUTIVOFAUSTO A. MARCUCCI ARRUDA SUPERINTENDENTEASSISTENTESJULIANA DIAS FRANÇACAROLINA BORGES FERREIRA

DIRETORIA ARTÍSTICAARTHUR NESTROVSKI DIRETOR ARTÍSTICOISABELA PULFER ASSISTENTE DANNYELLE UEDA ASSISTENTE PLANEJAMENTO ARTÍSTICOENEIDA MONACO COORDENADORAFLÁVIO MOREIRA

FESTIVAL INTERNACIONAL DE INVERNO DE CAMPOS DO JORDÃOFÁBIO ZANON COORDENADOR ARTÍSTICO-PEDAGÓGICOASSISTENTEÁTILLA OLIVEIRA

JURÍDICODANIELLA ALBINO BEZERRA GERENTEVINICIUS CARLOS SANTOSVINICIUS KOPTCHINSKI ALVES BARRETO

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO MUSICAL E EDITORA CRIADORES DO BRASILANTONIO CARLOS NEVES PINTO COORDENADORMILTON TADASHI NAKAMOTOHERON MARTINS SILVACÉSAR AUGUSTO PETENÁGUILHERME DA SILVA TRIGINELLILEONARDO DA SILVA ANDRADELUCIANO RAMOS ROSSAROBERTO DORIGATTITAMIKO SHIMIZUMARINA TARATETA FRANCO DE OLIVEIRADANIELE FIERI SILVA****EDIMILLA SILVA FERREIRA***VINICIUS ANTONIO DOS SANTOS

ATIVIDADES EDUCACIONAISROGÉRIO ZAGHI COORDENADORACADEMIACAMILA ALESSANDRA RODRIGUES DA SILVAJULIANA MARTINS VASSOLERDANA MIHAELA RADU PIANISTA CORREPETIDORAEDUCAÇÃO MUSICALHELENA CRISTINA HOFFMANNISABELLA FRAGA LOPES PEREIRASIMONE BELOTTIDANIELA DE CAMARGO SILVADENILSON CARDOSO ARAÚJO CORO INFANTILTERUO YOSHIDA REGENTECORO JUNENILPAULO CELSO MOURA REGENTEBRENA FERREIRA BUENOCORO ACADÊMICOMARCOS THADEU REGENTEEDUCAÇÃO PATRIMONIALRENATA LIPIA LIMATHAIS RIBEIRO DUQUE*CAROLINA OLIVEIRA RESSUREIÇÃO*RENATA GARCIA CRUZ*

MARKETINGCARLOS HARASAWA DIRETORASSINATURASRAFAEL SANTOSMARIA LUIZA DA SILVATHAIS OLIVEIRA DE SOUSAANA CARLA MENEZES* CAPTAÇÃO PESSOA FÍSICARITA PIMENTEL GABRIELLE A. DE OLIVEIRA COELHO*EVENTOSMAUREN STIEVEN ELIANE RIBEIRO TOLDO DE OLIVEIRATHAIS YAMAGA* RELACIONAMENTO PARCEIROSCAROLINA BIANCHI BEATRIZ YUMI AOKIRELACIONAMENTO PATROCINADORESNATÁLIA LIMA OLIVIA TORNELLIMATHEUS RIBEIRO*

COMUNICAÇÃOMARCELE LUCON GHELARDI GERENTENATÁLIA KIKUCHIARTES GRÁFICASBERNARD WILLIAM CARVALHO BATISTAIZABEL MENEZESJULIA ARAUJO VALENCIA* IMPRENSAALEXANDRE AUGUSTO ROXO FELIXELDER MAGALHÃES*MÍDIAS DIGITAISFABIANA GHANTOUSDANIELA COTRIMLAURA BING*PUBLICAÇÕES E IMPRESSOSFERNANDA SALVETTI MOSANERLAÍS VARIZI*PUBLICIDADEANA PAULA SILVA MONTEIROGIOVANNA CAMPELO

CONTROLADORIACRISTINA M. P. DE MATOS CONTROLLERALLINE FORMIGONI ROSSIJERONYMO R. ROMÃO MARIO FERRARI FERNANDES DOS SANTOSRAFAEL HENRIQUE DE SOUZA ALEIXO

CONTABILIDADEIMACULADA C. S. OLIVEIRA GERENTELEONARDO QUEIROZLUIMARI RODRIGUESVALÉRIA DE ALMEIDA CASSEMIROANA CAROLINA AZEVEDO*

FINANCEIROFABIANO CASSANELLI DA SILVA GERENTEVERA LUCIA DOS SANTOS SOUZAAILTON GABRIEL DE LIMA JRJANDUI APRIGIO MEDEIROS FILHO VANIA MARIA ALENCAR

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Para os jornalistas da , tocar notícia é como fazer uma sinfonia.

A CBN não toca música.Mas a equipe de âncoras é afinadíssima.Os comentaristas são virtuoses da palavra e da informação jornalística.

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(*) ESTAGIÁRIOS(**) APRENDIZES(***) LICENCIADO (****) TEMPORÁRIO

DIVISÃO ADMINISTRATIVAGIACOMO CHIARELLA GERENTECAROLINA BENKO SGAIGUSTAVO PAIM GOLÇALVES**RAFAEL LOURENCO PATRICIOSANDRA APARECIDA DIASSERVIÇO DE VOLUNTÁRIOSANA CLAUDIA MARQUES DA SILVASERVIÇOS TERCEIRIZADOSMARIA TERESA ORTONA FERREIRAMANUTENÇÃO E OBRASDANIELA VIEGAS MARCONDES GERENTEMURILO SOBRAL COELHO OSVALDO DE SOUZA BRITTOMARCIEL BATISTA SANTOSFELIPE DE CASTRO LEITE LAPAMAYCON ROBERTO SILVA*JOSÉ AUGUSTO SÃO PEDRORAIMUNDO HERMÍNIO DOS SANTOSRECURSOS HUMANOSLEONARDO DUTRA DI PIAZZA GERENTE ELIANA VALENTINI SASAKIMARLENE APARECIDA DE ALMEIDA SIMÃOCAMILA SANTANA DE ARAUJOINFORMÁTICAMARCELO LEONARDO DE BARROSGEOVANNI SILVA FERREIRAGUSTAVO TADEU CANOA MORGADOVANDERLEI GOMES DA SILVA*COMPRAS E SUPRIMENTOSDEISE PEREIRA PINTO JEFERSON ROCHA DE LIMAMARIA DE FÁTIMA RIBEIRO DE SOUSAROSELI FERNANDES ALMOXARIFADOWILSON RODRIGUES DE BARROSJORGE LUIZ MUNIZ FERREIRAARQUIVOEDUARDO DE CARVALHOISABEL DE CÁSSIA CREMA GONÇALVESSAYONARA SOUZA DOS SANTOSRECEPÇÃOALEX DE ALMEIDA ALQUIMIMEUNICE DE FALCO ASSISFERNANDA HELEN DE SOUZACATIANE ARAUJO DE MELONAGELA GARDENE SILVA NOGUEIRA

SERVIÇO DE COPALUCILEIA NOVAIS JARDIM

DIVISÃO OPERACIONALANALIA VERÔNICA BELLI GERENTE DEPARTAMENTO PRODUÇÃO — OSESP ALESSANDRA CIMINORODRIGO MALUF RAMOS DA SILVAANA NELY BARBOSA DE LEMOSLUCAS GOMES MARINHO MARTINSMAYLIME MONTEIRO DIAS DE ABREU

DEPARTAMENTO DE OPERAÇÕESMÔNICA CÁSSIA FERREIRA GERENTEREGIANE SAMPAIO BEZERRAANGELA DA SILVA SARDINHABRUNO SOUZA SOARESCRISTIANO GESUALDOFABIANE DE OLIVEIRA ARAUJOGUILHERME VIEIRA LARISSA BALEEIRO DA SILVAVINICIUS GOY DE AROVINICIUS PIMENTEL TELES**SIDNEY AUGUSTO DE OLIVEIRA MINGHIN**

DEPARTAMENTO TÉCNICOKARINA FONTANA DEL PAPA GERENTEEDNILSON DE CAMPOS PINTOERIK KLAUS LIMA GOMIDESELIEZIO FERREIRA DE ARAUJOILUMINAÇÃOCARLOS EDUARDO SOARES DA SILVA DOUGLAS ALVES DE ALMEIDASOMEVANDO CARVALHO FERREIRAFERNANDO DIONISIO VIEIRA DA SILVAMAURO SANTIAGO GOISRENATO FARIA FIRMINOMONTAGEMRODRIGO BATISTA FERREIRABENEDITO JUNIOR RODRIGUES COSTACARLOS HENRIQUE N. DOS SANTOSEDGAR PAULO DA CONCEIÇÃOEMERSON DE SOUZAGERSON DA SILVAJOSÉ CARLOS FERREIRAJÚLIO CESAR BARRETO DE SOUZAPAULO ALBERTO CORREA PAIXÃOREINALDO ROBERTO SANTOSCONTROLADORES DE ACESSOSANDRO MARCELLO SAMPAIO MIRANDAADAILSON DE ANDRADEEMILIO DO PRADO RODRIGUESHUMBERTO ALVES CAROLINOJULIO CESAR ROSALEANDRO VICENTE SVETNIZINHO DEIVID ZOPELAROREGIVALDO LOPES DE SOUZARODNEI DE ALMEIDA MINGHINRONALDO DE LIMA QUIRINOSANDRO SILVESTRE DA SILVA

INDICADORESANA PAULA DO NASCIMENTO GOMES*ANDERSON BENIBRENDA KOSCHEL DE FARIAS*BRUNO GUILHERMINO DE FRANÇA SILVADEBORA REGINA ARRUDA PARDO*FERNANDA LÉ DE OLIVIEIRA*FABRICIO DE FREITAS SILVAISRAEL DIAS DE LIMA*JOÃO LUCAS BRESSAN*LARISSA BALEEIRO DA SILVA*MARCIA SINTIA LINS RIBEIRO*MARCO AURELIO GIANELLI VIANNA DA SILVA*MARIA JOCELMA A. R. NISHIUCHIMARIANA DE ALMEIDA NEVESNATANAEL AGOSTINHO JOAQUINHOTASSIANA DE SOUZA RODRIGUES*

CAMAREIRASIVONE DAS PONTESMARIA DO SOCORRO DA SILVA

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Para os jornalistas da , tocar notícia é como fazer uma sinfonia.

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A CBN não toca música.Mas a equipe de âncoras é afinadíssima.Os comentaristas são virtuoses da palavra e da informação jornalística.

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APOIE SUAORQUESTRAHá boas razões para ser um Associado Osesp

123 PROGRAMA SUA ORQUESTRA

www.osesp.art.br/[email protected]

11 3367 9580

/osesp /osesp /osesp/videososesp

Concertos didáticos para mais de 110 mil crianças e jovens e 1.154 vagas ao ano para professores multiplicadores da apreciação musical;

Aperfeiçoamento de jovens músicos de elevado potencial para ingresso no mercado pro� ssional;

Visitas educativas à Sala São Paulo para mais de 120 mil pessoas.

A partir de R$ 300 de contribuição, você é nosso convidado para participar de ensaios da Osesp, concertos didáticos e da Academia de

Música, visitar a Sala São Paulo e ainda participar de eventosexclusivos, entre outros benefícios.

Você pode deduzir 100% de sua contribuição até o limite de 6% do Imposto de Renda devido. No site da Osesp você pode simular valores

para melhor usufruir desse incentivo � scal.

REALIZAÇÃO

Contribuições até 19/DEZserão 100% deduzidas já no seu IR 2015

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PROGRAMA SUA ORQUESTRA

AGRADECEMOS A TODOS QUE CONTRIBUEM COM O NOSSO PROGRAMA DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA OS PROGRAMAS EDUCACIONAIS DA OSESP

ABNER OLIVAABRAHÃO SALITURE NETOADEMAR PEREIRA GOMESADHEMAR MARTINHO DOS SANTOSADRIANA MAZIEIRO REZENDEADRIANA RAVANELLI RIBEIRO GILLIOTTIAGUEDA GALVÃOALBERTO CAZAUXALBINO DE BORTOLIALCEU LANDIALESSANDRA MIRAMONTES LIMAALESSANDRO CONTESSAALEXANDRE CONTI MARRAALEXANDRE JOSE MARKOALEXANDRE LEAO FERREIRAALEXANDRE SILVESTREALFREDO JOSÉ MANSURALIDA MARIA FLEURY BELLANDIALIEKSIEI MARTINSALVARO FURTADOANA CAROLA HEBBIA LOBO MESSAANA CAROLINA ALBERO BELISÁRIOANA ELISABETH ADAMOVICZ DE CARVALHOANATOLY TYMOSZCZENKOANDRÉ CAMINADAANDRE GUYVARCHANDRÉ LUIZ DE MEDEIROS M. DE BARROSANDRE RODRIGUES CANOANDRE XAVIER FORSTERANITA LEONIANNA LAURA OLIVAANTONIETA DE OLIVEIRAANTONIO AILTON CASEIROANTONIO CAPOZZIANTONIO CARLOS MANFREDINIANTONIO CARLOS REBELLO DA SILVAANTONIO CLARET MACIEL SANTOSANTONIO DE JESUS MENDESANTONIO DIMASANTONIO MARCOS VIEIRA SANTOSANTONIO QUINTELLAANTONIO ROBERTO LUMINATIANTONIO SALATINOARNALDO MALHEIROSARTUR HENRIQUE DE TOLEDO DAMASCENOAVA NICOLE DRANOFF BORGERBARBARA HELENA KLEINHAPPEL MATEUSBELA FELDMAN - BIANCOBERTHA ROSENBERGCARLO CELSO LENCIONI ZANETTICARLOS ALBERTO DE SÁ LEALCARLOS ALBERTO MATTOSO CISCATOCARLOS ALBERTO PINTO DE QUEIROZCARLOS ALBERTO WANDERLEY JUNIORCARLOS EDUARDO ALMEIDA MARTINS DE ANDRADECARLOS EDUARDO CIANFLONECARLOS EDUARDO MORI PEYSERCARLOS EDUARDO SEOCARLOS INÁCIO DE PAULACARLOS MACRUZ FILHOCARLOS ROBERTO APPOLONICARLOS ROBERTO PEREIRACARLOTA THALHEIMERCARMEM LUIZA GONZALEZ DA FONSECACARMEN GOMES TEIXEIRACÁSSIO DREYFUSSCÉLIA MARISA PRENDESCELIA TERUMI SANDACELINEA VIEIRA PONSCÉLIO CORRÊA DE ALMEIDA FILHOCESAR AUGUSTO CONFORTICESARE TUBERTINICHISLEINE FÁTIMA DE ABREUCHRISTIANO DE BARROSCIBELE RIVA RUMELCID BANKS LOUREIROCIRILO LEMES DE CASTROCLARICE BERCHTCLAUDIA HELENA PLASSCLAUDIA SERRANO DE AZEVEDOCLÁUDIO AUGUSTO DE MEDEIROS CÂMARACLAUDIONOR SPINELLICLODOALDO APARECIDO ANNIBALCLOVIS LEGNARECRISTIANO V. F. MIANOCRISTINA MARIA MIRADALTON DE LUCADAN ANDREIDANIEL BLEECKER PARKE

DANIEL DA SILVA ROSADANIEL RICARDO BATISTA TEIXEIRADANIELA DA SILVA GOMESDÁRCIO KITAKAWADAUMER MARTINS DE ALMEIDADAVID LAWANTDEBORA ARNS WANGDEBORAH NEALEDÉCIO PEREIRA COUTINHODEMILSON BELLEZI GUILHEMDIANA VIDALDIDIO KOZLOWSKIDIONE MARIA PAZZETTO ARESDORA MARIA SPIRANDELLIDORIS CATHARINE CORNELIE KNATZ KOWALTOWSKIDOROTHY SOARES BARBOSA MAIADOUGLAS CASTRO DOS REISDULCIDIVA PACCANELLAEDILSON DE MORAES REGO FILHOEDITH LUCIA MIKLOS VOGELEDITH RANZINIEDMUNDO LUCIO GIORDANOEDNA DE LURDES SISCARI CAMPOSEDSON DEZANEDSON MINORU FUKUDAEDUARDO ALGRANTIEDUARDO CYTRYNOWICZEDUARDO FONSECA ALTENFELDER SILVAEDUARDO GERMANO DA SILVAEDUARDO MUFAREJEDUARDO PIZA PEREIRA GOMESEDUARDO VILLAÇA PINTOEDUARDO WENSE DIASEFRAIN CRISTIAN ZUNIGA SAAVEDRAELAYNE RODRIGUES DE MATOSELENICE SALLES KRAEMERELIANA AYAKO HIRATA ANTUNES DE OLIVEIRAELIANA MARIA DAROS PERINIELIAS AUDI JÚNIORELIEZER SCHUINDT DA SILVAELISABETH BRAITELISEU MARTINSELLEN SIMONE DE AQUINO OLIVEIRA PAIVAELOISA CRISTINA MARONELOISA THOMÉ MILANIELZA MARIA ROCHA PADUAEMA ELIANA TARICCO DE FIORIEMILIO EUGÊNIO AULER NETOERICK FIGUEIREDO RODRIGUESERIKA DANTAS KACHYERIKA ROBERTA DA SILVAERWIN NOGUEIRA DE ANDRADEESMERIA ROVAIETSUKO IKEDA DE CARVALHOEURICO RIBEIRO DE MENDONÇAEVANDRO BUCCINIFÁBIO BATISTA BLESSAFABIO COLLETTI BARBOSAFABIO DE OLIVEIRA TEIXEIRAFABIO RODRIGO VERGANI CESPIFÁTIMA PORTELLA RIBAS MARTINSFELICIANO LUMINIFERNANDO ANTONIO FOLLADORFERNANDO ANTONIO RIVETTI SUELOTTOFERNANDO HERBELLAFERNANDO JOSÉ DE NOBREGAFERNANDO LUIS LEITE CARREIROFERNANDO MATTOSO LEMOSFERNANDO OCTAVIO MAZZA BAUMEIERFILIPE ANTONIO DE COAN RAMOSFILIPPE VASCONCELLOS DE FREITAS GUIMARÃESFLAVIA PRADAFLÁVIO EDUARDO PAHLFLÁVIO SENERINE BERTAGGIAFRANCESCA RICCIFRANCISCO SCIAROTTA NETOFRANÇOIS JOSÉ RIBEIRO DOS SANTOSFRIEDRICH THEODOR SIMONGASTÃO JOSE GOULART DE AZEVEDOGEORGE GUSTAVO MIROCHAGERALDO GOMES SERRAGILBERTO LABONIAGILCEIA PECHINHO HALLACKGINA MARIA MANFREDINI OLIVEIRAGIOCONDA DA CONCEIÇÃO SILVAGIZELDA MARIA BASSI SIQUEIRAGLORIA MARIA DE ALMEIDA SOUZA TEDRUSGONZALO VECINA NETOGRACIETTE DA SILVA MOREIRAGUILHERME CAOBIANCO MARQUESGUSTAVO ANDRADEHAMILTON BOKALEFF DE OLIVEIRA JUNIORHANS PETER FILLHEDYWALDO HANNAHEITOR MARTINSHELDER OLIVEIRA DE CASTROHELGA VERENA LEONI MAFFEI

HELIO ELKISHENRIQUE HUSSHENRY ARIMAHERMAN BRIAN ELIAS MOURAHERYELLEN LEITE BARRETOHILDA MARIA FRANCISCA DE PAULAHORACIO LAFER PIVAIDEVAL BERNARDO DE OLIVEIRAILAN AVRICHIRILMA ADELINA CAUDURO PONTEILMA TERESINHA ARNS WANGILVIA MARIA BERTI CONTESSAIRENE ABRAMOVICHÍRIS GARDINOISABELA SISCARI CAMPOSISIS CRISTINA BARCHIISRAEL SANCOVSKYISRAEL VAINBOIMITIRO SHIRAKAWAIVAN CUNHA NASCIMENTOJ. ROBERTO WHITAKER PENTEADOJAIME PINSKYJAIRO OKRETJANOS BELA KOVESIJAYME VOLICHJEANETTE AZARJEFFERSON FERRAZ RODRIGUESJEFFERSON LIMA MATIAS OLIVEIRAJOÃO CAETANO ALVARESJOÃO CLÁUDIO LOUREIROJOAO LAZARO DA SILVAJOÃO LUIZ DIASJOAQUIM VIEIRA DE CAMPOS NETOJORGE ARNALDO CURI YAZBEKJOSE ADAUTO RIBEIROJOSE ANTONIO MEDINA MALHADOJOSE BILEZIKJIANJOSÉ CARLOS BAPTISTA DO NASCIMENTOJOSÉ CARLOS GONSALESJOSÉ CARLOS ROSSINI IGLÉZIASJOSE CERCHI FUSARIJOSÉ EDUARDO THOMÉ DE SABOYA OLIVEIRAJOSÉ ESTRELLAJOSE HERNANI ARRYM FILHOJOSÉ LUIZ CARUSO RONCAJOSÉ LUIZ DE ARAUJO CANOSA MIGUEZJOSE LUIZ DOS SANTOSJOSÉ LUIZ GOUVEIA RODRIGUESJOSE MARIA CARDOSO DE ASSISJOSE QUINTO JR.JOSÉ ROBERTO BENETIJOSE ROBERTO DE ALMEIDA MELLOJOSÉ ROBERTO FORNAZZAJOSÉ ROBERTO MICALIJOSÉ RUBENS PIRANIJOSÉ SUDÁ PIRESJUDITH MIREILLE BEHARJULIANA AKIKO NOGUCHI SUZUKIJULIANA BENIGNA DE OLIVEIRA CORREAJULIO MILKOJUNIA BORGES BOTELHOKARL HEINZ KIENITZKOICHI MIZUTALAFAYETTE DE MORAESLARRY G. LUDWIGLAURA PALADINO DE LIMALAYDE HILDA MACHADO SIQUEIRALÉA ELISA SILINGOWSCHI CALILLEILA TERESINHA SIMÕES RENSILEONARDO KENJI RIBEIRO KITAJIMALEONARDO STELZER ROSSILEONARDO TEIXEIRALIA BRIDELLILILIAN ROCHA DE ABREU SODRÉ CARVALHOLIRIA KAORI INOUELIVIO DE VIVOLUCAS DE LIMA NETOLUCI BANKS LEITELÚCIA MACHADO MONTEIROLUCIA PORCHAT CAUDUROLUCIANA CRISTINA DA SILVALUCIANO GONZALES RAMOSLUIS EDMUNDO PINTO DA FONSECALUÍS MARCELLO GALLOLUIS MARCIO BARBOSALUIZ AUGUSTO DE QUEIROZ ABLASLUIZ CARLOS CORSINI MONTEIRO DE BARROSLUIZ CARLOS DE CASTRO VASCONCELLOSLUIZ CARLOS FERNANDESLUIZ CARLOS TEIXEIRA DE SOUZA JUNIORLUIZ CESÁRIO DE OLIVEIRALUIZ DIEDERICHSEN VILLARESLUIZ DO NASCIMENTO PEREIRA JUNIORLUIZ EDUARDO CIRNE CORREALUIZ FERNANDO SOARES BRANDÃOLUIZ FRANCO BRANDÃOLUIZ GONZAGA MARINHO BRANDÃO

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LUIZ GONZAGA PINTO SARAIVA (IN MEMORIAN)MARCEL PONS ESPAROMARCELO ANCONA LOPEZMARCELO BIFFEMARCELO HIDEKI TERASHIMAMARCELO JUNQUEIRA ANGULOMARCELO KAYATHMARCELO PENTEADO COELHOMARCIA DENISE FRANCISCO SCHNEIDERMARCIO AUGUSTO CEVAMARCIO CORREA E CASTRO PEÇANHAMARCIO DE SOUZA MACHADOMARCIO MARCH GARCIAMÁRCIO MASSAYUKI YOCHEMMARCO AURÉLIO DOS SANTOS ARAÚJOMARCO TULLIO BOTTINOMARCOS ALVES DE OLIVALMARCOS VINICIUS ALBERTINIMARIA ALEXANDRA KOWALSKI MOTTAMARIA AUGUSTA SADI BUARRAJMARIA CECILIA PEREZ DE SOUZA E SILVAMARIA CECILIA ROSSIMARIA CECILIA SENISE MARTINELLIMARIA CHRISTINA CARVALHALMARIA ELISA DIAS DE ANDRADE FURTADOMARIA ELISA VILA REAL BIFFEMARIA EMILIA PACHECOMARIA EVANGELINA RAMOS DA SILVAMARIA HELENA LEONEL GANDOLFOMARIA HERMÍNIA TAVARES DE ALMEIDAMARIA JOSEFA SUÁREZ CRUZMARIA KADUNCMARIA LUCIA MARTORANO DE ROSAMARIA LUCIA PEREIRA MACHADOMARIA LUCIA TOKUE ITOMARIA LUIZA GASPAR BONOZZIMARIA LUIZA MARCILIOMARIA LUIZA PIGINI SANTIAGO PEREIRAMARIA LUIZA SANTARINI MOREIRA PORTOMARIA OLGA SOARES DA CUNHAMARIA PAULA DE OLIVEIRA VALADARESMARIA SONIA DA SILVAMARIA THEREZA LEITE DE BARROS JUNDIMARIA VIRGINIA GRAZIOLAMARIAM ARAKAWA IRIEMARILDA SACRAMENTO CAVALLOMARILUCE DE SOUZA MOURAMARINA PEREIRA BITTARMARINA PEREIRA ROJAS BOCCALANDROMÁRIO NELSON LEMESMARJORIE DE OLIVEIRA ZANCHETTAMARLENE ADAME GARCIAMASATAKE HASEYAMAMAURICIO CASTANHO TANCREDIMAURICIO GOMES ZAMBONIMAURICIO YASUDAMAURO FISBERGMAURO NEMIROVSKY DE SIQUEIRAMAYSA CERQUEIRA MARIN AUDIMEIRE CRISTINA SAYURI MORISHIGUEMERCIA LUCIA DE MELO NEVES CHADEMESSIAS MACIEL DO PRADOMICHAEL HARADOMMICHEL CUNHA TANAKAMICHELE SOPHIA LOEB CHAZANMIGUEL LOTITO NETTOMIGUEL PARENTE DIASMIGUEL SAMPOL POUMIGUEL VITUZZO FILHOMIRIAM DE SOUZA KELLERMÔNICA ASSUMPÇÃO PIMENTEL DE MELLOMONICA MARIA GOMES FERREIRAMÔNICA MAZZINI PERROTTANADIR DA GLORIA H. CERVELLININANCY ZAMBELLINAPOLEON GOH MIZUSAWANATALIA KRUGERNATANIEL PICADO ALVARESNELI APARECIDA DE FARIANÉLIO GARCIA DE BARROSNELSON ANDRADENELSON DE ALMEIDA GONÇALVESNELSON MERCHED DAHER FILHONELSON PEREIRA DOS REISNELSON VIEIRA BARREIRANEUSA MARIA DE SOUZANILTON DIVINO D'ADDIONOEMIA PEREIRA NEVESOLAVO AZEVEDO GODOY CASTANHOORLANDO CESAR O. BARRETTOOSCAR WINDMÜLLEROSNI APARECIDO SANCHEZOSWALDO HENRIQUE SILVEIRAOTAVIO DE SOUZA RAMOSOTÁVIO ROBERTI MACEDOOZIRIS DE ALMEIDA COSTAPABLO BASILIO DE SA LEITE CHAKUR

PASCHOAL MILANI NETTOPASCHOAL PAULO BARRETTAPATRÍCIA GAMAPATRÍCIA LUCIANE DE CARVALHOPAULO APARECIDO DOS SANTOSPAULO DE TARSO NERIPAULO DE TOLEDO PIZAPAULO EMÍLIO PINTOPAULO MENEZES FIGUEIREDOPAULO ROBERTO CAIXETAPAULO ROBERTO PORTO CASTROPAULO ROBERTO SABALAUSKASPAULO SERGIO JOÃOPEDRO HERZPEDRO LACERDA DE CAMARGOPEDRO MORALES NETOPEDRO RIBEIRO AZEVEDOPEDRO SÉRGIO SASSIOTOPEDRO SPYRIDION YANNOULISPERCIVAL HONÓRIO DE OLIVEIRAPETER GREINERPLINIO TADEU CRISTOFOLETTI JUNIORPROVVIDENZA BERTONCINIRAFAEL D'ANDREARAFAEL GOLOMBEKRAPHAEL PEREIRA CRIZANTHORAQUEL SZTERLING NELKENREBECA LÉA BERGERREGINA HELENA DA SILVAREGINA LÚCIA ELIA GOMESREGINA VALÉRIA DOS SANTOS MAILARTREINALDO MORANO FILHOREMO TRIGONI JÚNIORRENATA KUTSCHATRENATA SIMONRENATO VOLPE DE ANDRADERENÉ HENRIQUE GÖTZ LICHTRICARDO ANSAIRICARDO BOHN GONÇALVESRICARDO BONANTE SCHIESARORICARDO GUILHERME BUSCHRICARDO PAULINO MARQUESRICARDO SAMPAIO DE ARAUJORICARDO VON DOLLINGER MARTINRITA DE CASSIA BARRADAS BARATAROBERT A. WALLROBERTO CASTELLO WELLAUSENROBERTO GONCALVES BORBAROBERTO LASMANROBERTO LOPES DONKEROBERTO MORETTI BUENOROBERTO SERGIO SERGIROGÉRIO TABET DE OLIVEIRAROLAND KOBERLEROSA MARIA PESSÔA RANGELROSANA TAVARESROSELI RITA MARINHEIROROSICLER ALBUQUERQUE DE SOUSARUBENS BRITO DO NASCIMENTORUBENS PIMENTEL SCAFF JUNIORRUY BIANCHI SARTORETTOSALVATOR LICCO HAIMSAMI TEBECHRANISANDRA MARIA MATTASANDRA RAMOS FILIPPINI BORBASANDRA SOUZA PINTOSANTO BOCCALINI JUNIORSARAH VALENTE BATTISTELLASATOSHI YOKOTASELMA ANTONIOSELMA S. CERNEASÉRGIO HENRIQUE DE ANDRADE PEREIRASERGIO PAULO RIGONATTISERGIO RACHMANSERGIO TREVISANSIDNEI FORTUNASILVIA CINTRA FRANCOSÍLVIA REGINA FRANCESCHINISILVIO ALEIXOSILVIO ANTONIO SILVASILVIO CHEBABI TEIXEIRA DE VASCONCELOSSILVIO PARTITISOLANGE RIGONATTISONIA MARGARIDA CSORDASSONIA MARIA LEITESONIA MARIA SCHINCARIOLISONIA PONZIO DE REZENDESTEPHAN WOLYNECSUELI DA SILVA MOREIRASUELI MARINOSUSANA AMALIA HUGHES SUPERVIELLESUZETE GARCIA DE MOURATACIO LACERDA GAMATARCÍSIO SARAIVA RABELO JRTEREZINHA APARECIDA SÁVIOTHEREZINHA PRADO DE ANDRADE GOMESTHOMAZ WOOD JUNIOR

TOMASZ KOWALTOWSKITONI GUEDE PELLICERURBANO ALENCAR MACHADOVALDIR RODRIGUES DE SOUZAVALÉRIA DOS SANTOS GABRIELVALÉRIA GADIOLIVANIA CURI YAZBEKVERA DA CONCEIÇÃO FERNANDES HACHICHVERA LUCIA PERES PESSÔAVERA PAPINI DE S. M. R. DA COSTAVERÔNICA HEINZVICENTE PAIVA CORREIA LIMAVILMA PEREIRA RIVERO VELLAVITÓRIO LUIS KEMPVIVIANA SAPHIR DE PICCIOTTOWAGNER NIELS BOJLESENWALDEMAR COELHO HACHICHWALDEMAR TARDELLI FILHOWALLACE CHAMON ALVES DE SIQUEIRAWALTER JACOB CURIWALTER RIBEIRO TERRAWANDER AZEVEDOWASHINGTON KATOWILIAM BASSITTWILMA PARTITI FERREIRAWILMAR DIAS DA SILVAWILTON QUEIROZ DE ARAUJOYARA AP. DOS SANTOSYOJI OGAWAYVAN LEONARDO BARBOSA LIMAZELITA CALDEIRA FERREIRA GUEDESZILDA KNOPLOCHZILMA SOUZA CAVADASZOROASTRO CERVINI ANDRADE

120 ASSOCIADOS ANÔNIMOS

RELAÇÃO DE NOMES ATUALIZADAS EM 18/09/2014 ASSOCIE-SE!

PARA OUTRAS INFORMAÇÕES SOBREO PROGRAMA SUA ORQUESTRA, ACESSE: WWW.OSESP.ART.BR/SUAORQUESTRA OU ENTRE EM CONTATO PELO TELEFONE 11 3367-9580

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INFORMAÇÕES ÚTEIS

PRECISO ME PREPARAR PARA OS CONCERTOS?Não é necessário conhecimento prévio para assistir e apreciar a música apresentada pela Osesp. Entretanto, conhecer a história dos compositores e as circunstâncias das composições traz novos elementos à escuta. Com início uma hora antes dos concertos da série sinfônica, aulas de cerca de 45 minutos de duração abordam aspectos diversos das obras do programa a ser apresentado pela Osesp na mesma data. Para participar, basta apresentar o ingresso avulso ou de assinatura para o respectivo concerto. Nas Revistas você também encontra comentários de musicólogos e especialistas em linguagem acessível. SOMENTE MÚSICADiferentemente de outros gêneros musicais, a música de concerto valoriza detalhes e sons muito suaves; assim, o silêncio por parte da plateia é muito importante. Telefones celulares e outros aparelhos eletrônicos devem permanecer desligados, ou em modo silencioso, durante os concertos. Além do som, também a luz desses aparelhos pode incomodar.

FUMAR, COMER E BEBERFumar em ambientes fechados é proibido por lei; lembre-se também de que não é permitido comer ou beber no interior da sala de concertos.

QUANDO APLAUDIR?É tradição na música clássica aplaudir apenas no final das obras. Preste atenção, pois muitas peças têm vários movimentos, com pausas entre eles. Se preferir, aguarde e observe o que faz a maioria.

CHEGANDO ATRASADONo início do concerto ou após o intervalo, as portas da sala de concerto serão fechadas logo depois do terceiro sinal. Se lhe for permitido entrar entre duas obras, siga as instruções de nossos indicadores e ocupe rápida e silenciosamente o primeiro lugar vago que encontrar. Precisando sair, faça-o discretamente, ciente de que não será possível retornar.

IMPORTANTEPensando em seu conforto, além da implantação das três saídas para facilitar o fluxo de veículos após os concertos, outra melhoria foi aplicada ao nosso estacionamento: agora você retira o comprovante (ticket) na entrada e efetua o pagamento em um dos caixas, localizados no 1o subsolo (ao lado da bilheteria) e no hall principal da Sala São Paulo. A forma de pagamento também melhorou; além de cartão de crédito e débito, você pode utilizar o sistema Sem Parar/Via Fácil.Lembre-se: o ticket pode ser pago a qualquer hora, desde sua entrada até o final da apresentação. Antecipe-se. Não espere o final do concerto: pague assim que entrar ou durante o intervalo. Dessa forma, você evita filas, otimiza seu tempo e aproveita até o último acorde.

COMO DEVO ESTAR VESTIDO?É fundamental que você se sinta confortável em sua vinda à Sala São Paulo. Entretanto, assim como não usamos roupas sociais na praia, é costume evitar bermudas ou chinelos numa sala de concertos.

E NA HORA DA TOSSE?Não queremos que você se sinta desconfortável durante as apresentações. Como prevenção, colocamos à disposição balas (já sem papel), que podem ser encontradas nas mesas do hall da Sala. Lembre-se que um lenço pode ser muito útil para abafar a tosse. CRIANÇASAs crianças são sempre bem-vindas aos concertos, e trazê-las é a melhor forma de aproximá-las de um repertório pouco tocado nas rádios e raramente explorado pelas escolas. Aos sete anos, as crianças já apresentam uma capacidade de concentração mais desenvolvida, por isso recomendamos trazê-las a partir dessa idade. Aconselhamos a escolha de programas específicos e que não ultrapassem os 60 minutos de duração.

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REVISTA OSESPOUTUBRO 2014

O CONTEÚDO DAS NOTAS DE PROGRAMA É DE RESPONSABILIDADE DE SEUS RESPECTIVOS AUTORES

ISSN 2238-0299

EDIÇÃO FINALIZADA EM 25 DE AGOSTO DE 2014

EDITORRICARDO TEPERMAN

PREPARAÇÃO DE TEXTOANA CECÍLIA AGUA DE MELLO

SUPERVISÃO EDITORIALFERNANDA SALVETTI MOSANERLAÍS VARIZI

REVISÃOFLÁVIO CINTRA DO AMARAL

PROJETO GRÁFICOFUNDAÇÃO OSESP

DIAGRAMAÇÃOIZABEL MENEZES

CRÉDITOS:

SALA SÃO PAULOFUNDAÇÃO OSESP

PRAÇA JÚLIO PRESTES, 16T 11 3367.9500

LOCAÇÃO DE ESPAÇOS NA SALA SÃO [email protected]

ANÚNCIOS NA REVISTA [email protected] | 11 3367.9556

CRÉDITOS

CHELPA FERRO © CHELPA FERROOUTONO NO PARQUE DA REDENÇÃO II © FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGORUBENS © DOMÍNIO PÚBLICOMACMILLAN © HANS VAN DER WOERDBROADWAY © GENERAL PHOTOGRAPHIC AGENCY / STRINGERCAPELA SISTINA © LEEMAGE / CONTRIBUTORBRUCKNER © ARTHUR NESTROVSKI OZÉAS ARANTES © RODRIGO ROSENTHALMARIN ALSOP © CLAUDIO LEHMANNNATHALIE STUTZMANN © SIMON FOWLERNAOMI MUNAKATA © GLORIA FLUGELMARCOS THADEU © DIVULGAÇÃOCORO DA OSESP © ANA FUCCIATERUO YOSHIDA © DANIELA GUERRAJAMES MACMILLAN © HANS VAN DER WOERDEIJI OUE © T. ILIJIMAMAKOTO OZONE © KISHIN SHINOYAMAANDREW MANZE © FELIX BROEDEFRANCESCO PIEMONTESI © MARCO BORGGREVESTANISLAW SKROWACZEWSKI © TOSHIYUKI URANOAKIKO SUWANAI © KIYOTAKA SAITOOSESP © ALESSANDRA FRATUS

A REVISTA OSESP ENVIDOU TODOS OS ESFORÇOS PARA LICENCIAR AS IMAGENS E TEXTOS CONTIDOS NESTA EDIÇÃO. TEREMOS PRAZER EM CREDITAR OS PROPRIETÁRIOS DE DIREITOS QUE PORVENTURA NÃO TENHAM SIDO LOCALIZADOS.

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ARTENACAPA

Feres KhouryUrupês, SP, 1951

Sem título, 2004ponta-seca e brunidor sobre papel

30 x 29,5 cm (área impressa); 54 x 39,5 cm (suporte)

Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil.

Doação do artista, 2005Crédito fotográfico: Alessandra Fratus

Feres Khoury (urupês, sp, 1951)Feres Khoury é arquiteto, gravador e professor. em seu período de for-mação artística, frequenta os ateliês de sergio Fingermann e rubens Matuck, entre outros. em 1979, funda com Matuck, Luise Weiss e rosely Nakagawa a editora João pereira, com o objetivo de lançar gravuras originais de tiragem limitada. Nesse mesmo ano, começa a ministrar aulas na universidade Mackenzie. Feres Khoury lança as bases de sua produção na xilogravura e na gravura em metal, especificamente na pon-ta-seca, com a qual constrói superfícies densas e aveludadas. apresenta sua primeira exposição individual em 1981, na Galeria sesc-paulista. em 1988, recebe o primeiro lugar na 8ª Mostra de Gravura de Curitiba. em 1996, é contemplado com a bolsa Vitae de arte/Gravura. recebe o prê-mio aquisição no salão de arte Contemporânea de Jacareí. em 1997, completa o doutorado em poéticas Visuais na escola de Comunicações e artes, eCa/usp. Leciona na Faculdade de arquitetura e urbanismo da universidade de são paulo, Fau/usp. Vive e trabalha em são paulo.

Cada número da Revista Osesp traz na capa uma obra de artista brasileiro contemporâneo, do acervo da pinacoteca do estado de são paulo.

os trabalhos foram selecionados pela curadora--chefe da pinacoteca, Valéria piccoli, juntamente com o diretor artístico da osesp, cobrindo seis décadas de história da orquestra, seguindo cronologicamente o tema da temporada 2014: "Na paisagem dos sessenta".

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osesp.art.br

REALIZAÇÃO