edição nº 48

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www.jornalcapital.jor.br | ANO 3 - N° 48 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | 22 A 28 DE MARÇO DE 2011 | NAS BANCAS - RS 1,00 Caxias aumenta ICMS Verde PÁG. 2 Câmbio* Câmbio* (*) FECHAMENTO: 21 DE MARÇO DE 2011 (*) FECHAMENTO: 21 DE MARÇO DE 2011 MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA) MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA) Indicadores* Indicadores* Visita de Obama não derrubou barreiras ABR/JOSÉ CRUZ A VISITA DO PRESIDENTE Barack Obama ao Brasil terminou sem um posicionamento claro sobre o fim das barreiras comerciais à en- trada de produtos brasileiros nos Estados Unidos. O assunto acabou sem definição e seguirá na agenda bilateral dos dois países. PAGINA 5 O ESTADO RECEBERÁ um Centro Global de Tecnologia. Serão US$ 1,5 bilhão num prazo de dez anos. Ele faz parte do total de US$ 30 bilhões que o BG Group destinou para aplicar até 2020 na exploração conjunta com a Petrobras do petróleo e gás do pré-sal. PAGINA 3 AS COOPERATIVAS de catadores de mate- rial reciclável de Du- que de Caxias pode- rão ter seus projetos de renda financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social. Essa possi- bilidade foi sinaliza- da durante encontro realizado na semana passada. Segundo o BNDES poderão ser oferecidos emprésti- mos não reembolsá- veis para a construção de galpões, compra de equipamentos e caminhões. O anti- go lixão será desati- vado gradativamen- te até o final do ano. PAGINA 2 Centro Global vai atrair US$ 1,5 bilhão em 10 anos Estímulo aos catadores do Jardim Gramacho A RECEITA FEDERAL intimará, ain- da esta semana, 440 mil médias e gran- des empresas com débitos em atraso com o Fisco. A dívida, em tributos, mul- tas e juros, soma cerca de R$ 6 bilhões e refere-se a débitos confessados até ja- neiro deste ano. A partir da intimação, os contribuintes terão até 30 dias para regularizar a situação. PAGINA 4 O PLANO SETORIAL de Qualificação Profis- sional (Planseq), que in- tegra o Programa de Mo- bilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), irá qualificar 37.745 profissionais de diversas áreas até 2014, início das obras do Complexo Petroquímico de Itabo- raí (Comperj). O plano é coordenado pela Secre- taria de Estado e Renda. Os cursos começarão em maio e irão for- mar 2.660 alunos na Região Metropolita- na. PAGINA 6 Receita fará cobrança de R$ 6 bi a empresas Estado vai qualificar 35 mil para o Comperj BANCO DE IMAGENS Moeda Compra (R$) Venda (R$) Variação % Dolar Comercial 1,665 1,667 0,17 Dólar Paralelo 1,590 1,730 0,00 Dólar Turismo 1,610 1,770 0,56 (U$) (U$) % Coroa Dinamarca 5,243 5,247 0,27 Dólar Austrália 1,005 1,005 0,85 Dólar Canadá 0,978 0,979 0,50 Euro 1,420 1,421 0,24 Franco Suíça 0,905 0,905 0,44 Iene Japão 81,290 81,310 0,84 Libra Esterlina Inglaterra 1,630 1,631 0,43 Peso Chile 480,600 481,100 0,06 Peso Colômbia 1.870,500 1.872,500 0,11 Peso Livre Argentina 4,025 4,065 0,00 Peso MÉXICO 11,976 11,991 0,15 Peso Uruguai 19,150 19,350 0,51 Índice Valor Variação % Ibovespa 66.689,61 0,29 Dow Jones 12.036,53 1,50 Nasdaq 2,692,09 1,83 IBX 21.621,44 0,18 Merval 3.332,95 1,68 Poupança 21/03 0,524 Poupança p/ 01 mês 0,608 Juros Selic meta ao ano 11,75 TR 11/03 0,129 Salário Mínimo (Federal) R$ 545,00 Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88

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Jornal Capital - Edição nº 48

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Page 1: Edição Nº 48

1CAPITAL22 a 28 de Março de 2011

www.jornalcapital.jor.br | ANO 3 - N° 48 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | 22 A 28 DE MARÇO DE 2011 | NAS BANCAS - RS 1,00

Caxias aumenta

ICMS Verde PÁG. 2

Câmbio*Câmbio*

(*) FECHAMENTO: 21 DE MARÇO DE 2011(*) FECHAMENTO: 21 DE MARÇO DE 2011

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Visita de Obama não derrubou barreirasABR/JOSÉ CRUZ

A VISITA DO PRESIDENTE Barack Obama ao Brasil terminou sem um posicionamento claro sobre o fi m das barreiras comerciais à en-trada de produtos brasileiros nos Estados Unidos. O assunto acabou sem defi nição e seguirá na agenda bilateral dos dois países. PAGINA 5

O ESTADO RECEBERÁ um Centro Global de Tecnologia. Serão US$ 1,5 bilhão num prazo de dez anos. Ele faz parte do total de US$ 30 bilhões que o BG Group destinou para aplicar até 2020 na exploração conjunta com a Petrobras do petróleo e gás do pré-sal. PAGINA 3

AS COOPERATIVAS de catadores de mate-rial reciclável de Du-que de Caxias pode-rão ter seus projetos de renda financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social. Essa possi-bilidade foi sinaliza-da durante encontro realizado na semana

passada. Segundo o BNDES poderão ser oferecidos emprésti-mos não reembolsá-veis para a construção de galpões, compra de equipamentos e caminhões. O anti-go lixão será desati-vado gradativamen-te até o final do ano.

PAGINA 2

Centro Global vai atrair US$ 1,5 bilhão em 10 anosEstímulo aos catadores do Jardim Gramacho

A RECEITA FEDERAL intimará, ain-da esta semana, 440 mil médias e gran-des empresas com débitos em atraso com o Fisco. A dívida, em tributos, mul-tas e juros, soma cerca de R$ 6 bilhões e refere-se a débitos confessados até ja-neiro deste ano. A partir da intimação, os contribuintes terão até 30 dias para regularizar a situação. PAGINA 4

O PLANO SETORIAL de Qualifi cação Profi s-sional (Planseq), que in-tegra o Programa de Mo-bilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), irá qualifi car 37.745 profi ssionais de diversas áreas até 2014, início

das obras do Complexo Petroquímico de Itabo-raí (Comperj). O plano é coordenado pela Secre-taria de Estado e Renda. Os cursos começarão em maio e irão for-mar 2.660 alunos na Região Metropolita-na. PAGINA 6

Receita fará cobrança de R$ 6 bi a empresas

Estado vai qualifi car 35 mil para o Comperj

BANCO DE IMAGENS

Moeda Compra (R$)

Venda(R$)

Variação %

Dolar Comercial 1,665 1,667 0,17Dólar Paralelo 1,590 1,730 0,00Dólar Turismo 1,610 1,770 0,56

(U$) (U$) %Coroa Dinamarca 5,243 5,247 0,27Dólar Austrália 1,005 1,005 0,85Dólar Canadá 0,978 0,979 0,50Euro 1,420 1,421 0,24Franco Suíça 0,905 0,905 0,44Iene Japão 81,290 81,310 0,84Libra Esterlina Inglaterra 1,630 1,631 0,43Peso Chile 480,600 481,100 0,06Peso Colômbia 1.870,500 1.872,500 0,11Peso Livre Argentina 4,025 4,065 0,00Peso MÉXICO 11,976 11,991 0,15Peso Uruguai 19,150 19,350 0,51

Índice Valor Variação %

Ibovespa 66.689,61 0,29Dow Jones 12.036,53 1,50Nasdaq 2,692,09 1,83IBX 21.621,44 0,18Merval 3.332,95 1,68

Poupança 21/03 0,524Poupança p/ 01 mês 0,608

Juros Selic meta ao ano 11,75TR 11/03 0,129

Salário Mínimo (Federal) R$ 545,00Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88

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CAPITAL 22 a 28 de Março de 201122

CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA Ltda - CNPJ 11.244.751/0001-70Av. Governador Leonel Brizola (antiga Presidente Kennedy)

nº 1995, Sala 804 - Edifício Sul América - Centro, CEP 25.020-002Duque de Caxias, Rio de Janeiro: Telefax: (21) 2671-6611

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS:[email protected]@[email protected]

TIRAGEM: 10.000 exemplaresASSINE O CAPITAL: (21) 2671-6611

DEPARTAMENTO COMERCIAL:(21) 2671-6611 / 9287-1458 / 7854-7256 ID 8*21653

Diretor Geral: Marcelo Cunha ([email protected])Paginação e Arte: Alberto Ellobo (21 9320-1379)

Colaboradores: Alberto Marques, Arthur Salomão, Karla Ferreira, Geiza Rocha, Samuel Maia e Roberto Daiub

Filiado À ADJORI - Associação de Jornais do InteriorFiliado À ADJORI - Associação de Jornais do Interior

Na internet: www.jornalcapital.jor.brNa internet: www.jornalcapital.jor.br

O fi m da reeleição muda alguma coisa?

AS COOPERATIVAS de catadores de material reci-clável de Duque de Caxias poderão ter seus projetos de renda fi nanciados pelo Banco Nacional de Desen-volvimento Social (BN-DES). Essa possibilidade foi sinalizada no dia 14 pelo gerente do Departamento de Economia Solidária da instituição, Eduardo Lins de Carvalho, durante reunião para discutir o futuro dos catadores do lixão de Jar-dim Gramacho, que encerra as atividades no fi m do ano.

Para os projetos, segundo Carvalho, o BNDES poderá oferecer empréstimos não reembolsáveis para constru-ção de galpões, compra de equipamentos e caminhões. “Esse contrato precisa ser feito com a prefeitura e deve

assegurar uma renda mínima para o catadores”, afi rmou. A ideia é desenvolver uma ini-ciativa semelhante a aprova-da para a capital fl uminense, na qual o banco fi nanciará R$ 22 milhões para a cons-truções de seis estações para benefi ciamento de produtos recicláveis. Para Duque de Caxias, o valor do fi nancia-mento será defi nido com base na quantidade de lixo gerada na cidade, mas o montante pode chegar a R$ 5 milhões. “Esse número não assusta o BNDES”, disse Carvalho, lembrando que a cidade do Rio tem 6 milhões de habi-tantes e Caxias, 800 mil. QUALIFICAÇÃO - Du-rante a reunião, a Caixa Econômica Federal também anunciou a possibilidade de investir R$ 2,8 milhões em

projetos para os catadores, desde que o dinheiro não seja aplicado em infraestru-tura, mas em qualifi cação profi ssional e na implanta-ção de um modelo de negó-cio. Os secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, lembrou que disponibilizará para os catadores R$ 1,5 milhão do Fundo de Valo-rização de Catadores, que é pago pela empresa que explora o gás metano pro-duzido no aterro. “Estamos acelerando a implantação desse fundo”, disse.

O representante da Coope-rativa de Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, Sebastião Santos, gostou das propostas discu-tidas na reunião e que elas atendem o plano de negócios elaborado pelas cooperativas

do aterro e favorecem a rede estadual de catadores na reunião, mas espera que elas saiam do papel. “De acordo com o que discutimos entre nós, as propostas são satisfa-tória. O problema é quando isso será colocado em prá-tica. Com o fechamento de Gramacho, temos quase sete mil pessoas nessa cadeia [fa-mílias de catadores] e essas medidas são necessárias para ontem”, reivindicou. Tema do documentário “Lixo Ex-traordinário”, que concorreu ao Oscar deste ano, o lixão de Gramacho, será fechado aos poucos. Como parte do processo, até o fi m de março parte do lixo jogado no lixão será levado para uma central de tratamento, em Seropédica, também na Baixada Fluminense.

BNDES poderá fi nanciar projetos de renda para catadores

Ponto de ObservaçãoPonto de ObservaçãoALBERTO MARQUES

Talvez para fazer borbulha e ganhar espaço na Mídia, a Comissão da Reforma Política criada no Senado já anunciou as duas primei-ras propostas de mudança do nosso Sistema Eleitoral, enquanto o baixo clero discute a implantação, ou não, do “Distritão”, defendido pelo PMDB, ou o financiamento das campanhas eleitorais com dinheiro do Tesouro, como que o PT sob o espinhoso e insincero pretexto de combater a utilização do famoso “Caixa Dois” nas campanhas eleitorais.

Das duas primeiras su-gestões produzidas por inseminação artifi cial no interior da Comissão da Reforma Política, uma não oferece maiores perigos ou contestação, que á a mudança da data de posse do Presidente da República do dia 31 de dezembro, data consagrada à “Con-fraternização dos Povos”, excluídos os que moram na Faixa de Gaza, no Iraque, na Líbia, na Xexênia, no Nepal, na China e em ou-tros países com costumes exóticos aos olhos dos brasileiros.

A segunda sugestão vai gerar muito calor nas dis-cussões em bares e sindi-catos, mas difícil de passar no plenário de Câmara e do Senado: o fi m da reeleição!

Cria do Governo FHC, que alegava que, para garantir a implantação do “Plano Real” e dos programas dele derivados com vista ao desenvolvimento eco-nômico sustentado e a globalização da economia, havia necessidade de um segundo mandato, que seria a consolidação do go-verno anterior, ao mesmo tempo que serviria como um teste da competência do Governo em termos de popularidade e aprovação do Povo.

Com o governo dividi-do fraternalmente entre o PSDB de o DEM e o sucesso do Plano Real na vida do cidadão comum, derrubando a inflação e colocando o frango na mesa do pobre, ao con-trário da previsão do PT (que acusava o governo de estelionato eleitoral), a reeleição de FHC foi um “vareio”, principalmente porque o PT continua-va com a mesma política isolacionista, avesso às coligações e a partilha do poder com outros partidos, além de bater num progra-ma que o povo reconhecia como uma conquista, a vitória sobre a infl ação [em março de 1985, véspera da posse de Collor chegara a 85% em apenas 15 dias] a ascensão social e o aceso a bens de consumo, como

geladeiras, máquina de la-var roupas, carros, telefo-nes e outras quinquilharias menos importantes para a economia do País.

Com a vitória de Lula em 2002, depois de uma mudança radical do PT, que resolveu abrir-se para coligações com partidos afins, a reeleição voltou a freqüentar reuniões de pequenos grupos, princi-palmente com a desenvol-tura com que os petistas anunciam um programa de governo para os próximos 25 anos, o que incluía a reeleição de Lula em 2006 e a eleição em 2010 de alguém ligado a ele (no caso, foi Dilma Rousseff), de forma a permitir que o ex metalúrgico do ABC voltasse ao Poder em 2014 ou, no máximo, em 2018.

O que o afoito PT não contava é que a fi la anda e outros partidos surgiram no palco político, recla-mando um lugar ao sol de Brasília, enquanto a confederação que se reúne no PMDB ganhou força e luz própria para pensar em ter um candidato viável em 2014, se Dilma não puder - por razões políticas ou pessoais - disputar a reeleição. Com um man-dato de 5 anos, como já ocorreu com o próprio José Sarney, seria palatável para os demais concorrentes

a extinção da reeleição, que vive atrapalhando a relação de prefeitos com vereadores e secretários, de governadores com se-nadores e deputados, e do próprio presidente da república com seus princi-pais aliados. Aqui mesmo no Rio de Janeiro temos a relação entre Sérgio Ca-bral e o prefeito Eduardo Paes, o primeiro tentando viabilizar uma chapa “puro sangue”, enquanto o alcai-de carioca topa qualquer negócio para tentar a re-eleição, inclusive ceder a vaga de vice para uma das correntes do PT.

Ninguém, porém, terá condições de responder se a manutenção, ou não, da reeleição resolverá os problemas que o Pais tem pela frente, como as pre-cárias condições de por-tos e aeroportos, tanto no comércio exterior, como na atração de turistas, do transporte público, onde a prevalência do automó-vel sobre o transporte de massa desvia recursos, que deveriam benefi ciar o transporte ferroviário, rodoviário e aquaviário, para obras suntuosas de pouca valia do ponto de vista social, como aber-tura de novas avenidas, de túneis ou a construção de viadutos ou estaciona-mentos.

CRIADO EM 2007 pelo governo do estado para benefi ciar municípios que se esforçam na preserva-ção ambiental, o ICMS Ecológico vai ratear entre as cidades este ano R$ 115,5 milhões. A partir de agora, como previsto no decreto 5.100 de outubro, o cálculo subiu de 1,8 para 2,5%. No ano pas-sado foram distribuídos R$ 73 milhões. Duque de Caxias, que nos últimos dois anos vem investindo muito na preservação do meio ambiente, vai ter direito a R$ 1,3 milhão, 12% a mais dos recursos do ano passado, que foi de R$ 1,1 milhão.

Recebem mais IMCS Verde as Prefeituras que investem na manutenção de florestas, de manan-ciais de abastecimento público de água, no trata-mento de lixo e na reme-diação de lixões. Por ser uma das preocupações do governo, muitas ações de impacto foram realizadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agri-cultura e Abastecimento, como a reativação do Conselho Municipal do Meio Ambiente. Novas leis criaram a normati-zação da exploração de minerais, dos níveis de poluição sonora e de áreas de preservação ambiental

(APAs). Este último é o caso do bairro jardim Gramacho, onde está em fase de desativação o ater-ro sanitário da Comlurb, que por mais de 30 anos se transformou na lixeira do Rio de Janeiro.

Além da Reserva bioló-gica Municipal do Parque Eqüitativa, criada no ano passado com 1,5 milhões de metros quadrados, Du-que de Caxias vai ganhar este ano novas áreas de preservação ambiental aprovadas em fevereiro pelo Conselho Municipal e Meio Ambiente, tota-lizando 10 milhões de metros. Entre elas estão o já citado aterro do Jardim Gramacho, a nascente do Rio Saracuruna, o Parque do Rio da Mata, a APA do Calengue (Xerém) e os parques fl uviais dos rios que cortam o município.

Este ano a coleta seleti-va está sendo implantada em todos os órgãos mu-nicipais e será estendida a todos os distritos. Tudo que for coletado será des-tinado às cooperativas do Jardim Gramacho, que também receberão quatro caminhões baú comprados com recursos do Fundo Municipal de Meio Ambiente com a aprovação do Conselho Municipal do Meio Am-biente.

ICMS Verde de Caxias aumenta 72% de seu valor em dois anos

MORADORES DO BAIR-RO vinte e cinco de agos-to entraram em contato com a redação do Capital, com queixas sobre barulho provocado por carros e funcionários da empresa de coleta Delta. Segundo eles, o barulho, que acon-tece altas horas da noite, é muito grande, perturbando o descanso das famílias.

De acordo com os mora-dores, as coletas ocorrem às terças, quintas e sába-dos. “Mesmo no sábado, o serviço só é executado muito tarde, o que signifi ca que o problema não é o trânsito, como justifi ca a prefeitura”, observou um dos queixosos.

Ele informou que acorda muito cedo para trabalhar e

que depois da passagem da “orquestra” Delta, normal-mente leva algum tempo para pegar novamente no sono e isso tem lhe causado problemas como dores de ca-beça durante o dia e cansaço devido ao descanso irregular. Um vizinho do denunciante informou que ligou para a empresa reclamando o fato de as coletas acontecerem

sempre quase meia noite, e a funcionária que a atendeu informou que o horário foi estipulado pela prefeitura e que as reclamações devem ser direcionadas para a admi-nistração pública.

Procurada pela reporta-gem, os escritórios da em-presa em Duque de Caxias e na capital não retornaram as ligações.

Empresa Delta tira o sono de moradores do 25 de Agosto

A CÂMARA DE Duque de Caxias votou na semana passada, em segundo turno, dispositivo legal que permite o afastamento dos vereadores Jonas Gonçalves da Silva, o “Jonas é Nós” (PPS), e Sebastião Ferreira da Sil-va, o “Chiquinho Grandão” (PTB), presos pela polícia em 21 de dezembro, durante a operação Capa Preta, por acusação de vários crimes. Os dois terão também seus salários suspensos. A vota-ção altera a Lei Orgânica do Município e vai valer, a partir de agora, para todos os casos

semelhantes.Com a decisão, os fami-

liares dos dois vereadores deverão retirar objetos e documentos pessoais dos respectivos gabinetes, la-crados desde a prisão. Com a publicação no Boletim Oficial do Município da emenda aprovada dia 15, a Mesa da Câmara vai se reunir possivelmente ainda esta semana para discutir o imediato afastamento dos dois vereadores e, como conseqüência, a convoca-ção dos seus respectivos suplentes.

Câmara de Caxias afastavereadores presos

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33CAPITAL22 a 28 de Março de 2011

Direito EmpresarialDireito EmpresarialARTHUR SALOMÃO*

Créditos trabalhistas fi cam sujeitos ao regime da recuperação judicial

(*)ARTHUR SALOMÃO É ESPECIALISTA EM DIREITO EMPRESARIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL.

ALÉM DA BG, outras nove grandes companhias - Chemtech/Siemens, Dow, Braskem, Nalco, Technip, White Martins, Vallourec/Mannesmann, EMC2, e L’Oreal (empresa de cos-méticos) também pretendem instalar centros de pesquisa no Rio de Janeiro. Para viabilizar os projetos, o Go-verno do Estado e a Prefei-tura do Rio de Janeiro estão negociando com o Exército Brasileiro a aquisição da Ilha do Bom Jesus. Com cerca de 200 mil m2, a ilha localiza-se no interior da Baía de Guanabara, dentro da Vila Militar do Fundão. Cerca de 50 mil metros quadrados deverão ser ocupados pela GE e o restante será distribu-ído para as demais empresas interessadas.

Diante da grande procu-ra, o Parque Tecnológico tornou-se pequeno. Da área total de 350.000 m2 pertencente ao parque,

restam apenas 10.179 m2,, que estão em fase de licita-ção para instalação de três empresas. Dez grandes companhias - BG Brasil, Chemtech/Siemens, Dow, Braskem, Nalco, Technip, White Martins, Vallourec/Mannesmann e EMC2,, além da L’Oreal (empresa de cosméticos) – aguardam na fi la para instalação de centros de pesquisa em área próxima ao parque.

O presidente da BG Group, Robert Wilson, informou que, até 2020, o Brasil vai responder por 30% da produção do gru-po. O BG Group explora, produz e comercializa gás natural e petróleo em mais de 25 países. A BG Brasil tem matriz na cidade do Rio de Janeiro e fi liais em Macaé e em Santos (SP). Na Bacia de Santos, a em-presa tem participação em cinco blocos e é parceira da Petrobras na exploração.

Rio vai ganhar mais um centro de tecnologia para o pré-sal

LÍDER MUNDIAL em gás natural, o BG Group instala-rá um Centro Global de Tec-nologia no Rio de Janeiro, que receberá investimento de US$ 1,5 bilhão para os próximos dez anos. O empreendimento faz parte do total de US$ 30 bilhões que o BG Group destinou para aplicar até 2020 na exploração conjunta com a Petrobras do petróleo e gás do pré-sal. O anúncio foi feito pelo presidente do Conselho de Administração da multinacional inglesa, Robert Wilson, a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.

- Como esses empreen-

dimentos são destinados à exploração do pré-sal, o parque está se tornando o único espaço no mundo a reunir tantas instalações com o mesmo objetivo. Com a instalação dos cen-tros já previstos e dos que podem surgir como can-

didatos, o Rio de Janeiro terá a possibilidade de ser o maior polo tecnológico do país -, destaca o secretário estadual de Desenvolvi-mento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno.

O investimento da BG

Brasil se soma a outras sete empresas que já anunciaram a instalação de centros de pesquisas no Rio de Janeiro nos últimos 12 meses no Parque Tecnológico da Ilha da Cidade Universitária (FMC Technologies, Con-fab/Tenares, Halliburton, Usiminas, Baker Hughes e GE), além da Schlumberger cujo centro foi inaugura-do em novembro do ano passado. Juntas, essas sete companhias têm o compro-misso de investir cerca de R$ 760 milhões nestes cen-tros de pesquisa e empregar 1.420 trabalhadores, entre mestres, doutores e pessoal técnico especializado.

BANCO DE IMAGENS

DIV

ULG

ÃO

Parque já não comporta novas empresas

O DEPUTADO ADRIAN (PMDB-RJ) defendeu quinta-feira (17), em plenário, a permanência dos royalties de petróleo no Estado do Rio de Janeiro. “A questão dos royalties é muito séria para ser tratada do jeito que está sendo tratada”. De acordo com o Deputado, não faz sentido o Rio de Janeiro, que sofre os impactos sócio-ambientais negativos por ser o produtor, receber a mesma quantia do que o Acre ou Minas Gerais. “Isso não faz sentido. Mi-nas Gerais nunca dividiu os royalties da exploração de ferro. Eu sei que ela precisa

desses royalties para cons-truir ferrovias e siderúrgicas, e também para compensar o passivo ambiental deixado pelas mineradoras”.

Adrian disse ainda que a polêmica do pós-sal não pode se reduzir a estigmatizar o Es-tado do Rio de Janeiro como o vilão da história. “Não faz sentido mudar as leis ao sabor de acontecimentos momen-tâneos, sem prestar atenção à lógica federativa. 82% do petróleo do Brasil é produzido no Rio de Janeiro, e é natural que aquele Estado fi que com uma parte diferenciada dessa riqueza”.

O deputado, que integra a Comissão de Minas e Energia, informou ao Capital que está elaborando também um pro-jeto de lei (PL) sobre a criação de uma Plataforma Escola, a ser instalada em Macaé. Ela atenderá não só o Rio de Janeiro como todo o país. Um dos objetivos do projeto, segundo o parlamentar, é formar profi ssionais para área de offshore, em manutenção e operação de plataformas marítimas, instrumentalizar o aprendiz para enfrentar os desafi os dos avanços tecno-lógicos e da competitividade nos mercados globalizados.

Deputado Adrian defende permanência dos royalties no RJ

O SUPERIOR TRIBU-NAL de Justiça (STJ) rea-fi rmou o entendimento de que, nos processos de recu-peração judicial, compete ao juízo da recuperação decidir sobre o pagamento de créditos trabalhistas. A Justiça do Trabalho, nesses casos, é competente ape-nas para julgar as questões relativas à relação traba-lhista e apurar o crédito respectivo, não podendo determinar a alienação ou disponibilização do ativo da empresa para satisfazer os reclamantes.

- A Segunda Seção des-ta Corte reconhece ser o juízo onde se processa a recuperação judicial o competente para julgar as causas em que estejam envolvidos interesses e bens da empresa recupe-randa, inclusive para o prosseguimento dos atos de execução, ainda que o crédito seja anterior ao de-ferimento da recuperação judicial - disse o ministro Luis Felipe Salomão.

Ele foi relator de um conflito de competência estabelecido entre a 14ª Vara do Trabalho de Brasí-lia e a Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Distrito Federal, em torno de uma verba de quase R$ 879 mil, pertencente a empresa em recuperação, que estava bloqueada por força de ação cautelar des-tinada a garantir a quitação de créditos trabalhistas. O confl ito surgiu quando o juiz da Vara de Falências solicitou a transferência do valor bloqueado para a conta vinculada ao juízo da recuperação.

Para o juiz trabalhista, a transferência não seria possível porque já havia expirado o prazo de 180 dias durante o qual as exe-cuções contra a empresa são suspensas – prazo que se conta do deferimento do pedido de recupera-ção, conforme prevê a Lei de Falências (Lei n. 11.101/2005). Ainda de acordo com o juiz traba-

lhista, o valor bloqueado nem chegou a ser conside-rado pela empresa em seu plano de recuperação.

No entanto, segundo o ministro Salomão, “o prazo de 180 dias é um pe-ríodo de defesa, de modo a permitir que a empresa possa se reorganizar, sem ataques ao seu patrimônio, com intuito de viabilizar a apresentação do plano de recuperação. Nada impede que o juízo da recuperação, dadas as especifi cidades de cada caso, amplie o prazo legal”. Ele acrescentou que, uma vez deferido o processamento da re-cuperação ou aprovado o plano de recuperação judicial, “revela-se inca-bível o prosseguimento automático das execuções individuais, mesmo após decorrido o prazo de 180 dias”.

Por isso, continuou o ministro, “as ações de natureza trabalhista serão julgadas na Justiça do Trabalho até a apuração

do respectivo crédito, cujo valor será deter-minado em sentença e, posteriormente, inscri-to no quadro geral de credores. Assim é para se concentrar, no juízo da recuperação judicial, todas as decisões que envolvam o patrimônio da recuperanda, a fim de não comprometer a tentativa de mantê-la em funcionamento”.

Para Salomão, há dois valores a serem pondera-dos no caso: de um lado, “a manutenção ou tenta-tiva de soerguimento da empresa em recuperação, com todas as consequên-cias sociais e econômicas daí decorrentes, como a preservação de empregos, o giro comercial da recu-peranda e o tratamento igual aos credores da mesma classe, na busca da melhor solução para todos”; de outro lado, o pagamento dos créditos trabalhistas reconhecidos pela Justiça do Trabalho.

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JOVEM E DETERMI-NADO, o deputado fede-ral Aureo, líder do PRTB na Câmara, já se destaca entre os parlamentares mais experientes. Uma de suas iniciativas im-portantes é o empenho para criar parcerias no sent ido de qual if icar jovens e adultos, que enfrentam dificuldades no seu cotidiano. Uma dessas iniciativas sur-giu esta semana através da Associação Instituto Cultural Despertando Talento, que funciona desde 2006 em Piabetá, município de Magé. O deputado esteve reunido em seu gabinete par-lamentar de Duque de Caxias com o presidente da entidade, Heintz Ma-ximilan Rempel, conhe-cido como Mila.

O depu tado e s t ava acompanhado de Ronal-do Simões, atual gestor do Instituto Central do Povo (ICP), entidade proprietária da Escola Armanda Álvaro Al-berto, conhecida como Mate Com Angu, que entrou para história da educação brasileira por ser a primeira a oferecer merenda gratui ta aos alunos. O parlamentar

foi gestor do ICP por três anos, antes de se eleger e lembrou emocionado de sua passagem pela entidade. Fez questão de reafirmar seu empenho no sentido de estimular essas iniciativas como esta do Instituto. “Estou me colocando como um parceiro nisso e estare-mos sempre juntos para valorizar as iniciativas das comunidades e a cidadania”, disse Aureo. Mila explicou que em um primeiro momento a entidade deverá oferecer cursos de informática e levar para a região o Pro Jovem Trabalhador, programa do Ministé-rio do Trabalho e Em-

prego. “A demanda no local é muito grande e vamos procurar reduzir essa procura ao mínimo possível”, explicou o diretor.

A equipe do deputado estará ainda esta semana visitando o local, para defi nir melhor as inicia-tivas que poderão ser disponibilizadas ali. A Associação funciona na Rua Natal nº 85, centro de Piabetá. São cerca de 900m2 e o local abriga oito salas, além de um segundo pavimento.RECONHECIMENTO

O deputado Aureo era o único representante da Baixada Fluminense entre os convidados no

jantar com a presiden-ta Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no Itamaray, no último sábado. Para o evento foram convidados os ex-presidentes José Sarney (atual presidente do Se-nado), Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, além do presidente da Câmara, deputado Marco Maia, Ministros de Estado e empresários. O parlamen-tar de Duque de Caxias também estava entre os convidados pelo governo do Estado para assistir o discurso do presidente norte americano no The-atro Municipal.

Deputado Aureo desenvolve parceriasALBERTO ELLOBO

O deputado federal Áureo (D), com Mila (E) e Ronaldo Simões

A RECEITA FEDERAL int imará , nes ta sema-na , 440 mi l médias e grandes empresas com débitos em atraso com o Fisco. A dívida, em t r ibutos , mul tas e ju-ros, soma cerca de R$ 6 b i lhões e r e fe re - se a débitos confessados até janeiro deste ano. A partir da intimação, os contribuintes terão até 30 dias para regularizar a situação e evitar a ins-crição na Dívida Ativa da União e no Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados do Setor Púb l i co Fede ra l (Ca-din). Todos os meses, as empresas enviam a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Fe-derais (DCTF), na qual confessam as pendências com o Fisco. A Receita faz uma auditoria nos dados e , caso consta-te divergência entre a quant ia declarada e a dívida efet iva, int ima as empresas a quitarem a diferença.

Até agora, a cobrança do imposto em atraso le-vava de seis a oito meses

após a entrega da DCTF. Com as mudanças tecno-lógicas introduzidas ao longo do ano passado, o processo de auditoria e intimação se dará no mês seguinte à entrega. O próprio sistema calcu-lará automaticamente a diferença entre a quan-tia declarada e a dívida tributária e emitirá as intimações. “Esse lote [de 440 mil empresas] refere-se ao estoque da dívida dos últimos seis meses . Queremos ze -rar esse estoque antes de começarmos o novo procedimento”, explicou o subsecretário de Ar-recadação, Cobrança e Atendimento da Receita, Carlos Roberto Occaso.

A cobrança mensal dos impostos em atraso co-meçará em abril e se re-ferirá à DCTF entregue neste mês. Com o novo sistema, informou Occa-so, a Receita espera au-mentar a arrecadação em R$ 280 milhões mensais.

Receita vai cobrar de empresas R$ 6 bilhões

de dívidas fi scais

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Dilma cobra de Obama fi m de barreiras comerciaisAO PRESIDENTE Oba-ma, toda cordialidade e honras merecidas. Na hora de discursar ao lado do ho-mem mais poderoso na po-lítica mundial, a presidenta Dilma Rousseff, porém, falou grosso, criticando o protecionismo da política comercial norteamericana e cobrou apoio na busca do Brasil por uma vaga fi xa no Conselho de Se-gurança da ONU. Obama foi recebido em Brasília e foi recebido por Dilma no Palácio do Planalto. Em vários momentos, os dois mantinham várias conversas fora dos micro-fones, e o clima entre eles parecia de entrosamento antigo. Longe das câme-ras, assinaram 10 tratados bilaterais.

- Somos um País que se esforça por sair de anos de baixo desenvolvimen-to. Por isso, buscamos relações comerciais mais justas e equilibradas. Para

nós, é fundamental que sejam rompidas as barrei-ras que se erguem contra nossos produtos - etanol, carne bovina, algodão, suco de laranja, aço, por exemplo - disse Dilma, mencionando produtos

brasileiros que os EUA so-bretaxam e que fi cam caros para serem comprados por americanos. Demonstran-do estar muito bem infor-mado sobre a história do Brasil, Obama deu sinais do quanto tem interesse

pelo País. Ele lembrou a transição da ditadura para a democracia e chegou a mencionar a biografi a da presidenta: “O crescimen-to extraordinário do Brasil tem chamado a atenção do mundo todo graças ao sa-

crifício de pessoas, como a presidenta Rousseff.”

E riu de si mesmo ao manifestar a intenção de seu país de ajudar na pre-paração do Brasil para receber a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Quando começou a falar do assunto, levou a mão ao peito, disse “isso ainda me dói” e riu, olhando para Dilma, que também riu. O americano falava da derrota de Chicago (seu berço político) para o Rio de Janeiro na disputa para ser sede da Copa.

Sobre a vontade do Bra-sil de ter uma cadeira per-manente no Conselho de Segurança da ONU, em seu discurso, Obama se limitou a dizer que os “Es-tados Unidos continuarão trabalhando com o Brasil e outras nações em reformas no órgão. Na declaração conjunta dos presidentes por escrito, ele disse que os EUA têm “apreço” pela aspiração do Brasil pela vaga. Em seu discurso, Dilma defendeu a “am-pliação” do Conselho de Segurança da ONU, como base para uma “reforma fundamental” da “gover-nança global”.

ABR/RENATO ARAUJO

A NECESSIDADE de aprofundar a discus-são sobre o tema levou o governo brasi le i ro a ad ia r a a s s ina tu ra do acordo de patentes entre o Insti tuto Na-cional da Propriedade Industrial e o escritório congênere dos Estados Unidos, previsto para ocorrer durante a visita do pres idente nor te-americano. O acordo p i lo to pe rmi t i r i a ao Inpi ingressar no pro-grama Patent Prosecu-tion Highway (PPH) e evitar a duplicidade de

trabalho dos escritórios dos dois países no que se refere à concessão de patentes.

O PPH é um mecanismo sugerido originalmente pelos japoneses como uma solução para aliviar o ba-cklog (acúmulo de paten-tes para análise) e evitar a redundância de trabalho entre os escritórios do mundo inteiro. Mesmo antes de ser assinado, o acordo foi contestado pelo grupo de trabalho sobre propriedade inte-lectual da Rede Brasileira de Integração dos Povos.

A entidade assegura que o PPH não traz vantagens ao Brasil. E antecipa que a qualidade do exame de patentes cairá no país.

O presidente do INPI, Jorge Avila, disse que existem propostas em análise, vindas do Mé-xico, Chile e Espanha, para fazer com o Inpi sistemas colaborativos semelhantes ao do PPH. A questão continuará sendo debatida até que o governo e a sociedade como um todo se sintam seguros em relação ao sistema, afi rmou.

TEMAS ECONÔMICOS dominaram conversa entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, antes do pronunciamento dos dois presidentes. A po-lítica comercial dos Estados Unidos e os investimentos norte-americanos no Brasil foram os principais temas da reunião no Palácio do Planalto. Dilma Rousseff tratou da política prote-cionista dos Estados Uni-dos em relação a diversos produtos brasileiros, como algodão e suco de laranja. Obama manifestou desejo de que os norte-americanos

possam participar de inves-timentos na exploração de petróleo na camada pré-sal.

Em declaração conjunta à imprensa no Palácio do Pla-nalto, Dilma citou setores como o de biocombustíveis, especificamente o etanol, exportação de carne, algo-dão, suco de laranja e aço, produtos brasileiros que precisam enfrentar sobreta-xas para entrar nos Estados Unidos. “Somos um país que se esforça para sair de anos de baixo desenvolvi-mento. Por isso buscamos relações comerciais mais justas e equilibradas. Para nós, é fundamental que se-

jam rompidas as barreiras que se erguem contra nossos produtos”, defendeu Dilma. Ela disse ainda que está preocupada com os “efeitos agudos gerados pelas crises recentes”, mas que reconhe-ce os esforços feitos pelo presidente Barack Obama para dinamizar a economia norte-americana, abalada pela crise dos últimos anos.

O tom do discurso foi clas-sifi cado pela própria presi-denta como de franqueza. “Se queremos construir uma relação de maior profundi-dade, é preciso também com a mesma franqueza tratar de nossas contradições”.

Comércio, protecionismo e investimentos

Empresários fazem recomendações a Dilma e ObamaOS PRESIDENTES das maiores empresas do Bra-sil e dos Estados Unidos se reuniram no Palácio Itamaraty e apresentaram aos presidentes norte-ame-ricano, Barack Obama, e Dilma Rousseff recomen-dações em quatro áreas: comércio e investimen-tos; educação; energia e

ciência e tecnologia; e infraestrutura. Segundo o presidente da empresa Cummins e do Fórum de CEOs Brasil-EUA pelo lado norte-americano, Tim Solso, foram apontados itens específi cos de cada área que podem melhorar a relação econômica entre os dois países. Na área de

comércio, foi colocada a necessidade das reformas tarifária e alfandegária, além do sistema de vistos. Na área de infraestrutura, Solso disse que os em-presários pedem reformas no sistema de licitações públicas para que empresas norte-americanas tenham mais possibilidades de

participar. Em educação, o pedido é que haja uma isenção para investimentos no setor.

O presidente do fórum pelo lado brasileiro e da Coteminas, Josué Gomes da Silva, disse que as recomen-dações foram “amplamente aceitas” pelos presidentes, que, antes mesmo de as rece-

berem, fi zeram discurso to-cando nos principais pontos apresentados. Na avaliação do presidente da Coteminas e fi lho do ex-presidente José Alencar, os principais desta-ques levantados pelo fórum foram as áreas de ciência e tecnologia e educação. Ele disse que o Brasil é líder na produção de petróleo em

águas profundas e que, com a cooperação tecnológica com empresas dos Estados Unidos, a exploração do pré-sal poderia ser feita num tempo menor. Desde que o fórum foi criado, em 2007, esta é a sexta vez que os empresários das principais empresas dos dois países se reuniram.

Assinatura de acordo de patentes fi cou para depois

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Atualidade

Câmara de Duque de Caxias é palco de grande festa política

O CENÁRIO POLÍTI-CO de Duque de Caxias viveu uma grande festa na noite de sexta-feira, dia 18, na Câmara. Ali o presidente da Casa, Dal-mar Lírio de Almeida, o Mazinho, teve seu nome lançado à Prefeitura pelo PDT, através presidente nacional licenciado do Partido e atual minis-tro do Trabalho, Carlos Lupi. O anúncio foi feito diante de um plenário e galerias completamente tomadas. Do lado de fora, dezenas de pessoas empunhavam a bandeira do Partido criado pelo ex-governador Leonel Brizola.

- Política não se faz nos gabinetes, se faz com o povo . Quero agradecer a todos os presidentes de partido que puderam vir, pa-rabenizar a executiva provisória e dizer que o PDT, nesse momen-to , de ixa de ser co-adjuvante para ser se tornar protagonista na história dessa cidade. Hoje estou no PSDB, mas queiram ou não, ainda que esta decisão valha metade do meu mandato, eu saio do

PSDB. Não posso con-tinuar em um partido que não ouve as bases - disse Mazinho. “Toda transformação política começa no município. A transformação não nasce no Estado ou na união. Vejo aqui, hoje, o mesmo desafio que vi quando Brizola come-çou a fundar o partido sozinho. Mazinho é um trabalhador, um homem que não teme desafios. Duque de Caxias se não é a segunda é a 3ª maior arrecadação do país, não podia ter crianças fora da sala de aula, não podia ter uma saú-de precária, não podia ter desemprego, muito

menos gente morando nas ruas. Com você pre-feito, Mazinho, nosso partido será grande de novo”, discursou Lupi, sob muitos aplausos.

Entre os presentes, lá estiveram os deputados federais Alexandre Car-doso (PSB), Washington Reis (PMDB) e Cristiano (PT do B), a ex-prefeita de Magé Narriman Zito, os ex-vice-prefeitos Gil-berto Silva e Wilson Gonçalves, de Duque de Caxias, além de vários presidentes de partidos e vereadores. O novo presidente do diretório do PDT-Caxias, ex-pre-sidente da Câmara Laury Villar, disse que o nome

Mazinho é o melhor. “Mazinho é um traba-lhador, um articulador político sem igual nesta cidade, nos ajudou a organizar esta belíssima festa e Duque de Caxias precisa de um prefeito como Mazinho”, obser-vou Laury.

Jorge Cezar de Abreu, que assumiu a presidência do Diretório do PDT-Caxias em abril do ano passado, depois que a agremiação ficou cerca de dois anos sem direção, procurado pelo Capital, disse que não foi convi-dado para a solenidade e nem informado sobre a nova direção da Comissão Executiva Municipal.

CMDC/AUDENIR DAMIÃO

NO DOMINGO (20), o PSDB fez sua Conven-ção Municipal, elegendo nova Comissão Executiva Municipal, Conselho de Ética e Disciplina e Con-selho Fiscal para o biênio 2011/2012. Ela aconte-ceu na sede do Partido, na rua General Câmara n° 404, no bairro 25 de Agosto, onde votaram

156 fi liados. Não houve voto branco nem nulo. A nova Comissão Executi-va Municipal está assim constituída: Danilo Go-mes, presidente; Ronaldo Amichi vice-presidente; Anzelo Cançado tesou-reiro; Jorge Amorelli 1º vogal e Cleyton Moretti 2º vogal; Como suplen-tes estão Ito, Levinete de

Almeida, Rosânia Muniz e Vasconcellos.

O Conselho de Ética e Fidelidade Partidária é presidido pelo advogado Aniton Loureiro da Silva, tendo como Secretário Levi Rodrigues de Sales e membros Luiz Rodrigues do Carmo, Sebastião Lino e Fernando Ferreira da Cruz. Na suplência estão

Ana Maria Atanásio, Pa-trícia Freitas, Luiz Arthur Silva, Eralva Xavier Villa e Eduardo Paixão. O Con-selho Fiscal é composto de Antonio Mota (presi-dente), Joaquim Fonseca (relator), Roseane Mary (membro) e os suplenstes Neide Silva, Márcia Nó-bua e Maria Regina de Sant’Anna.

PSDB também tem nova Comissão Executiva

COORDENADO PELA Secretaria Estadual de Trabalho e Renda, o Plano Setorial de Qua-lificação Profissional (Planseq), que integra o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), irá qualifi car 37.745 profissionais de diversas áreas até 2014, início das obras do Com-plexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj). Com previsão de começar em maio, somente no setor de construção civil, os cursos irão formar 2.660 alunos na Região Metropolitana do Rio. Essas e outras ações foram discutidas durante a instalação da Câmara de Concertação Social, quinta-feira (17), realizada no auditório da Caarj (Caixa de Assistên-cia dos Advogados do Rio de Janeiro), no Centro. O objetivo do evento foi debater as metas de qualifi cação profi ssional de mão de obra para o Comperj.

Segundo o represen-tante do Prominp, Le-nart Nascimento, gerente de Demandas de Mão de Obra da Petrobrás, o objetivo do programa é qualificar em diversas áreas para atender à de-manda de mão de obra do complexo, que deve gerar mais de 200 mil empregos diretos e indire-tos. “Serão 137 cursos de capacitação profi ssional para produção e monta-

gem industrial na área de Petróleo e Gás, distribuí-dos em 2.097 turmas em várias cidades do estado. Estes números têm como base a demanda de mão de obra passada pela co-ordenação executiva do Prominp”, disse Lenart.

O superintendente de Formação e Qualifica-ção da Setrab, Fabiano Kempfer, considerou im-portante a instalação da câmara. De acordo com ele, a expectativa é criar um ambiente integrado e efetivar um espaço coletivo de políticas de qualifi cação profi ssional. “É necessário integrar todas as institui-ções envolvidas. A Câmara de Concertação irá enca-minhar propostas para um melhor acompanhamento desse processo”.

A gerente de Responsa-bilidade Social do Com-perj, Nailda Marçal, tam-bém reforçou a instalação da câmara, observando que as ações estão sen-do desenvolvidas para garantir emprego às pes-soas que fazem os cur-sos. “Pretendemos ir até às empresas que fazem parte do consórcio do Comperj e saber porque o candidato qualifi cado no programa não foi aceito. Nossa intenção é estudar os casos e avaliar se há necessidade de mudan-ças nos cursos, pois é necessário que haja em-pregabilidade. Queremos incentivar as empresas a contratar os formandos”

Estado vaiqualifi car mais de

35 mil profi ssionais para o Comperj

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Internacional

País

Andreia Zito quer salário integral para servidor aposentado por invalidez

A deputada federal An-dreia Zito (PSDB-RJ), que tomou posse no dia 1º de fevereiro para um novo mandato pelo Rio de Janeiro, disse ao Ca-pital que uma de suas prioridades é aprovar a Proposta de Emenda à Constituição 270 (PEC 270/08), que garante proventos integrais aos servidores públicos fe-derais, estaduais e mu-nicipais aposentados por invalidez permanente. A PEC 270 está pronta para ser colocada em pauta no Plenário da Câmara. “Vou empenhar todos os meus esforços para que a PEC 270 seja colocada em votação o mais bre-ve possível”, assegurou Andreia.

De acordo com o Regi-mento da Câmara Fede-ral, todos os projetos de lei são arquivados ao fi nal da legislatura. Ao iniciar seu segundo mandato, Andreia Zito solicitou o desarquivamento de to-

dos os seus projetos, que terão seguimento na nova legislatura. Entre esses projetos se destacam um para doentes crônicos, permitindo a dedução de despesa com medicamen-to de uso contínuo, e ou-tro que torna obrigatória a instalação de câmeras em rodovias federais, em tre-chos próximos a centros urbanos. A parlamentar pretende também propor um sistema de carreira para os servidores públi-cos em todos os níveis, buscando valorizá-los cada vez mais e qualifi cá-los. Quer, ainda, garantir os direitos dos servidores que aderiram ao plano de demissão voluntária, a partir de 1996, servidores estes “enganados com as propostas apresentadas à época”.

A parlamentar disse ainda que continuará lu-tando para que se tornem realidade as recomenda-ções aprovadas no Rela-tório Final da CPI sobre

o Desaparecimento de Crianças e Adolescentes, da qual foi relatora. Entre essas recomendações está a criação da Secretaria de Proteção à Criança e Adolescente no âmbito do Ministério da Justiça e de mecanismos seme-

lhantes ao Alerta Amber, dos Estados Unidos, onde são divulgados dados das crianças e adoles-centes, em cadeia de rádio e TV, assim que o desaparecimento é co-municado, entre outras providências.

MARCELO CUNHA

ABR/VALTER CAMPANATO

O PRESIDENTE dos Estados Unidos, Bara-ck Obama, disse nesta segunda-feira (21), já no Chile, que retirar o líder líbio Muamar Khadafi do poder continua a ser parte importante da política ex-terna americana, mas que o objetivo da ofensiva militar no país africano é proteger os civis líbios, não afastar Khadafi . As afi rmações foram feitas durante uma coletiva em Santiago, para onde Oba-ma e sua família partiram após dois dias de visita ao Brasil. “Já deixei claro que Khadafi precisa dei-xar o poder. Mas nossa ação militar apoia a de-cisão do Conselho de Se-

gurança [da Organização das Nações Unidas] que tem como foco a ameaça humana que Khadafi está impondo a seu povo. Ele não apenas está assas-sinando os civis, mas também ameaçando fazer muito mais”, afirmou Obama.

Representantes dos países que integram a coalizão militar na Líbia já haviam afi rmado que Khadafi não era, pes-soalmente, o alvo dos ataques. Obama disse ainda que “em questão de dias, não de sema-nas” os Estados Unidos pretendem transferir o comando das operações militares na Líbia para

outros países da coa-lizão. “Obviamente, a situação está evoluindo e essa transferência será determinada pela reco-mendação de nossos co-mandantes sobre quando essa primeira fase for concluída.”

O presidente americano também ressaltou que os Estados Unidos não atu-aram de forma autônoma ou isolada como ocorreu no passado. “Atuamos em conjunto com outros países, de acordo com o Conselho de Segurança”, disse Obama, acrescen-tando que ele não queria que essa decisão fosse um peso para a socieda-de americana. Durante a

entrevista, ele também garantiu que os Estados Unidos estão dispostos a cooperar com infor-mações sobre a suposta participação do governo americano no golpe de 1974 no Chile, no qual o general Augusto Pinochet chegou ao poder, e sobre o homicídio do ex-presi-dente Salvador Allende.

Obama diz que Khadafi deve sair,mas prioridade é proteger civis A RECONSTRUÇÃO do

Japão após o terremoto se-guido de tsunami em 11 de março pode levar até cinco anos, ante um prejuízo que pode chegar a US$ 235 bilhões (cerca de R$ 392 bilhões), informou um relatório do Banco Mun-dial divulgado segunda-feira (21). O terremoto e o tsunami, seguidos de uma crise nuclear ainda em curso, prejudicaram as cadeias produtivas de indústrias automotivas e eletrônicas. Além disso, “os danos ocorridos em habitações e infraestrutura foram sem precedentes”, diz o relatório.

O número de mortos, que pode chegar a 15 mil, e os prejuízos devem ser mais do que o dobro dos causados pelo terremoto de Kobe, em 1995. As companhias de seguros devem arcar com ape-nas uma pequena parte dos custos, deixando a maioria do prejuízo a ser coberta pelo governo e pela população, aponta o documento.

Em contrapartida, a conclusão do relatório é

que o impacto da tragédia no crescimento japo-nês provavelmente será “temporário” e terá efeito “limitado” na economia regional. “A experiência passada do Japão sugere um esforço acelerado de reconstrução”, diz comunicado do Banco Mundial. “Neste ponto, esperamos que o impacto econômico do desastre no leste asiático seja de razoável curta duração. No futuro imediato, o maior impacto será em comércio e fi nanças”, diz o documento.

O relatório estima que a tragédia vai reduzir em 0,5 ponto percentual o cresci-mento econômico japonês de 2011, mas calcula que o país volte a crescer na se-gunda metade do ano. Um problema-chave de curto prazo a ser combatido no país é a infl ação, estimu-lada pelos aumentos nos preços de commodities e alimentos. Mas, diz o banco, “se o terremoto de Kobe serve como guia his-tórico, o comércio japonês foi reduzido por apenas alguns trimestres”.

Recuperação do Japãopode levar até cinco anos

A JUSTIÇA Federal de 1ª instância gasta, em mé-dia, R$ 4.368 para julgar um processo de execução fi scal, excluído os custos com embargos e recursos. O tempo médio de trami-tação é de oito anos, dois meses e dois dias. É o que revela estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Con-selho Nacional de Justiça (CNJ). A ação de execução fi scal é usada para cobran-ça de impostos, taxas, contribuições e tributos.

Conforme cálculos do Ipea, se o sistema judici-ário fosse mais efi ciente, o gasto médio poderia cair para R$ 1.854,23. “A grande distância existente se explica pelo custo agre-gado do processo parado (aguardando o decurso de prazo processual ou retido pelo congestionamento do sistema) e da mão de obra indireta (outras ati-vidades desempenhadas pelo Poder Judiciário e que não estão diretamente relacionadas à atividade fi m)”, diz o estudo, que contabilizou gasto da Jus-tiça de R$ 13,5 milhões

em 2009 com ações de execuções fi scais.

Em relação ao tempo de tramitação, umas das etapas mais demoradas é a localização do devedor. De acordo com a pes-quisa, a Justiça leva, em média, quatro anos para encontrar quem está sen-do processado. “Em um terço dos casos, a Justiça não encontra o réu”, disse o pesquisador Alexandre Cunha, que apresentou dia 21 os dados a juízes e advogados durante se-minário sobre o processo de execução fi scal.

Outro dado mostra que em 90% dos casos o devedor não procu-ra recorrer da ação. A maioria prefere quitar a dívida ou aguardar que o processo prescreva depois de cinco anos. “Ele [réu] prefere prote-lar a ter de contratar um advogado ou se expor”, disse Cunha. Segundo o estudo, em 34% dos casos o autor da ação consegue recuperar o valor integral da dívida e 30% dos processos são extintos por prescrição.

Justiça Federal gasta em médiaR$ 4.368 para julgar processo

EM TRÊS SEMANAS, a presidenta Dilma Rousseff fará a mais longa de suas viagens ao exterior. Nos dias 12, 13, 14 e 15 de abril, ela irá a Pequim, Sanya e Boal, na China. A visita será basicamente econômica,

embora a agenda inclua reuniões com o presidente chinês, Lu Jintao, e o pri-meiro-ministro, Wen Jiabao. A pedido de empresários e em favor do equilíbrio da balança comercial, a pre-sidenta busca um acordo

sobre o acesso de produtos brasileiros ao mercado chi-nês. Dilma participará de um seminário econômico da cúpula do Bric - bloco formado pelo Brasil, pela Rússia, Índia e China e formalmente, a partir de

abril, pela África do Sul - e do fórum dos países asiáticos. No fórum, Dilma foi convidada pelo presi-dente chinês para discursar depois dele. Atualmente, a China é o principal par-ceiro comercial do Brasil.

Dilma passará quatro dias na China para negociar acordos

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O CONSELHO EMPRE-SARIAL da Firjan em Du-que de Caxias recebeu o Subsecretário de Obras do Estado, Vicente Loureiro, no último dia 15. Segundo ele, o Anel Viário de Campos Elíseos é umas das priori-dades do governo neste ano, tendo se tornado emenda coletiva dos deputados fe-derais do Rio de Janeiro. O Anel Viário terá ligação com o Arco Metropolitano. O “Arquinho”, como foi apelidado, seria a solução para os antigos problemas da Av. Fabor. Esta via é o único acesso ao Pólo Gás Químico de Duque de Caxias e apre-senta problemas como falta de iluminação e inexistência de rota de fuga em caso de

sinistro, afastando novos investimentos na região. Melhorias na infraestrutura do local são pleiteadas pela Firjan Caxias há 12 anos e tornaram-se meta da gestão de seu atual presidente, Sil-vio Carvalho.

De acordo com o subsecre-tário, o projeto desenvolvido pela Uerj em parceria com a Concremat, e que foi en-caminhado ao governo do estado pela Firjan Caxias, foi apresentado aos deputa-dos federais do Rio. “Todos apoiaram a construção do “Arquinho” e colocaram o assunto como emenda de bancada coletiva que foi aprovada e garantida”, disse. Segundo Vicente Loureiro, a obra deve ser licitada ainda

no primeiro semestre, com a conclusão prevista para 18 meses após a licitação.

Para o presidente da Re-presentação Regional da Firjan em Caxias, Silvio Carvalho, a aprovação do projeto é resultado de um esforço coletivo. “Isto aconteceu graças ao em-penho do nosso Conselho Empresarial que colocou o assunto como pauta prin-cipal de trabalho. Além disso, foi muito importante o apoio prestado pelo Con-selho de Infraestrutura da Firjan. Com a construção do Anel Viário a Baixada Fluminense volta à rota de novos investimentos, o que vinha perdendo para outras regiões”, declarou.

Anel Viário de Campos Elíseos vai sair do papel

FIRJAN/DIVULGAÇÃO

ADJORIs vão criar representação nacional

A ADJORI-RJ esteve reu-nida em Brasília na semana passada, com a mesa dire-tora das ADJORIs de Santa Catarina, São Paulo e Para-ná. A pauta de discussões era dar partida ao processo de criação da ADJORI-BRASIL. Os representantes também debateram outros assuntos, como a adoção de sistema informatizado in-tegrado para diagramação, administração e contabili-dade para todos os veículos cadastrados a elas.

O grupo teve encontro com a Secretaria de Comu-nicação (SECOM), no Mi-nistério das Comunicações, onde discutiu assuntos de interesse da categoria. Uma iniciativa que ficou acer-

tada é que a Secretaria se comprometeu a comunicar à ADJORI sempre que uma campanha for autorizada, o que vai permitir que a Associação auxilie na fi s-calização “Será necessário que os veículos que queiram divulgar a publicidade do governo Federal estejam em dia com todos os ca-dastros, inclusive impostos e comprovação oficial de circulação e periodicidade”, explicou o presidente da ADJORI-RJ, Paulo Cesar Caldeira. Os representantes da Secom que estiveram com os membros da Adjori solicitaram que as associa-ções denunciem qualquer irregularidade. Eles infor-maram que estão reavalian-

do a condição de população mínima de cada município para distribuição de mídia, para identifi car possíveis in-justiças e, ao mesmo tempo, corrigi-las. A representação do Rio de Janeiro também visitou deputados federais com base no Rio de Janeiro, senadores e ministros, como o da Secretaria de Assun-tos Estratégicos, Moreira Franco.

Fizeram parte da comi-tiva do Rio de Janeiro, além do presidente Paulo Cesar Caldeira, o vice-presidente Pablo Sérgio de Freitas, o tesoureiro Carlos Meritello, os diretores An-tônio Alexandre e Marcelo Cunha, o último presidente do Capital.