edição nº 331

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Crateús-Ce. Sábado, 31 de dezembro de 2011 - Ano XV - N o 331 - R$ 2,50 www.gazetacrateus.com.br • e-mail: [email protected] 14 ANOS Jornalismo, Ética, Liberdade, Compromisso e Democracia. DILMA REAFIRMA META DE RETIRAR 16 MILHÕES DA MISÉRIA OAB defende investigação pelo CNJ Banco Postal terá mudanças PELO RÁDIO CORRESPONDENTE DO BB Brasília. O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, defendeu ontem que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tenha poderes para investigar juízes e apurar valores recebidos pelos magistrados. Pág. 04 A presidente Dilma Rousseff disse que o governo não vai descansar enquanto não atingir a meta de retirar da miséria 16 milhões de brasileiros. Pág. 04 A partir do dia 2 de janeiro de 2012, as mais de 6 mil unidades do Banco Postal, instaladas em todo o país, passarão a atuar como correspondentes do Banco do Brasil (BB) e não mais do Bradesco. Pág. 04 Artigos Rangel Cavalcante Ainda a palmadinha Página 06 Marcos Vinícius A quem interessa impedir o MP de investigar Página 06 Antônio Mourão Cavalcante O retrato de Dilma Página 06 Isaac Furtado Prótese de mama Página 09 Guálter George Dilma evita “a festa” que Lula não deixaria escapar Página 09 Ricardo Memória Supremo e CNJ Página 06 O homem tem acreditado menos. Tem per- dido a imaginação da infância sobre anjos e céu, tem desistido mais cedo do amor, tem negado mais o perdão. Mas não é culpa do tempo, que parece envelhecer o homem. É porque o homem tem buscado mais explica- ção do que sentimento. Tem buscado fora de si o que é próprio do ser. O homem tem aprisionado a esperança na palavra. Tem questionado a própria fé. Tem desaprendido o abraço e se desacostumado da gentileza. E, antes que o homem se perca nesse desmundo, é urgente tomar o homem pela mão. A união é o sonho mais sonhado pelo tempo. É a canção do dia seguinte, é a oração da distância. Que se somem as diferenças, em 2012, para que a humanidade se torne maior. Que se aproxime mais do que se tema. Que se façam as pazes com o próximo e com o mais distante. Que se façam as pazes com o acreditar. E que se juntem as crenças. Que os direitos não se- jam luta, mas paz. E que o respeito enriqueça os aprendizados. Que o amor, esquecido pelo não dizer, atrofiado pelo não manifestar, volte a existir. Como mandamento, ou como poesia, e prin- cipalmente como vida real. E que o amor seja mais forte do que a guerra. Ainda que seja outra vez uma utopia, mas que seja. Porque, como reconhece o escritor Vinicius de Mora- es, para isso fomos feitos: para a esperança no milagre. Prece do Novo Ana Mary C. Cavalcante

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Crateús-Ce. Sábado, 31 de dezembro de 2011 - Ano XV - No 331

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Page 1: Edição Nº 331

Crateús-Ce. Sábado, 31 de dezembro de 2011 - Ano XV - No 331 - R$ 2,50www.gazetacrateus.com.br • e-mail: [email protected]

14 ANOSJornalismo, Ética, Liberdade, Compromisso e Democracia.

DILMA REAFIRMA META DE RETIRAR 16 MILHÕES DA MISÉRIA

OAB defende investigação pelo CNJ Banco Postal terá

mudanças

PELO RÁDIO

CORRESPONDENTE DO BB

Brasília. O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, defendeu ontem que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tenha poderes para investigar juízes e apurar valores recebidos pelos magistrados. Pág. 04

A presidente Dilma Rousseff disse que o governo não vai descansar enquanto não atingir a meta de retirar da miséria 16 milhões de brasileiros. Pág. 04

A partir do dia 2 de janeiro de 2012, as mais de 6 mil unidades do Banco Postal, instaladas em todo o país, passarão a atuar como correspondentes do Banco do Brasil (BB) e não mais do Bradesco. Pág. 04

Artigos

Rangel CavalcanteAinda a palmadinhaPágina 06

Marcos ViníciusA quem interessa impedir o MP de investigarPágina 06

Antônio Mourão CavalcanteO retrato de Dilma

Página 06

Isaac FurtadoPrótese de mama

Página 09

Guálter GeorgeDilma evita “a festa” que Lula não deixaria escaparPágina 09

Ricardo MemóriaSupremo e CNJPágina 06

O homem tem acreditado menos. Tem per-dido a imaginação da infância sobre anjos e céu, tem desistido mais cedo do amor, tem negado mais o perdão. Mas não é culpa do tempo, que parece envelhecer o homem. É porque o homem tem buscado mais explica-ção do que sentimento. Tem buscado fora de si o que é próprio do ser.

O homem tem aprisionado a esperança na palavra. Tem questionado a própria fé. Tem desaprendido o abraço e se desacostumado da gentileza. E, antes que o homem se perca nesse desmundo, é urgente tomar o homem pela mão. A união é o sonho mais sonhado pelo tempo. É a canção do dia seguinte, é a oração da distância.

Que se somem as diferenças, em 2012, para que a humanidade se torne maior. Que se aproxime mais do que se tema. Que se façam as pazes com o próximo e com o mais distante. Que se façam as pazes com o acreditar. E que se juntem as crenças. Que os direitos não se-jam luta, mas paz. E que o respeito enriqueça os aprendizados.

Que o amor, esquecido pelo não dizer, atrofiado pelo não manifestar, volte a existir. Como mandamento, ou como poesia, e prin-cipalmente como vida real. E que o amor seja mais forte do que a guerra. Ainda que seja outra vez uma utopia, mas que seja. Porque, como reconhece o escritor Vinicius de Mora-es, para isso fomos feitos: para a esperança no milagre.

Prece do NovoAna Mary C. Cavalcante

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2 Crateús - Sábado, 31 de dezembro de 2011Página

[ Opinião ] [ Política ] [ Cidade ] [ Geral ] [ Cultura ] [ Sociedade ] [ www.gazetacrateus.com.br ]

Editorial

Sebastião César Aguiar ValeEditor-Geral e jornalista responsávelMat. nº: 01227JP - CE [email protected]

M. Duarte da SilvaCNPJ: 06.327.640/0001-97Rua Cel. Lúcio, 503 - CEP 63700-000, Crateús-Ce - Fone/Fax: (088) 3692.3810

Fundada em 30 de maio de 1997

Projeto Gráfico e Diagramação:Fabrício [email protected]

Coordenação e Digitação:Miliane Silva

Conselho Editorial:Eduardo Aragão Albuquerque Jr.José Bonfim de Almeida JúniorSebastião Cesar Aguiar Vale

Assessoria Jurídica:Dr. José de Almeida Bonfim Júnior,OAB 15545 CE

Assessor para assuntos especiais:Francisco Oton Falcão JucáTel.: (85) 3254.5353 / (85)99812637Fax: (85) 3254.8000

Importante:As opiniões assinadas não refletem obrigatoriamente o pensamento do jornal.

Assinaturas ou renovações:Através do E-mail: [email protected] ou pelo telefone (88)

3692.3810.Assinante de qualquer localidade enviar comprovante de depósito bancário por fax ou e-mail:

BradescoM. Duarte da Silva - MEAgência: 997-0 - Conta: 16165-9

Banco do BrasilM. Duarte da Silva - MEAgência: 0237-2 - Conta: 28.765-2

Impressão:Gráfica e Editora Premius

Tiragem por edição: 2.000 exem-plares.

Crateús:Assinatura anual R$ 60,00

Outras localiadadesAssinatura anual R$ 100,00Assinatura semestral R$ 60,00

Rua Cel. Lúcio, 221 - Centro - TeleFax: (88) 3691.1476 - Crateús-Ce

Dr. André LandimDoenças da Pele e Alegria

Dr. Gustavo Henrique BezerraOtorrinolaringologia - Videolaringoscopia

Dr. Kevin CarneiroBioquímico

Dr. Nenzé BezerraUrologia e Cirurgia Laparoscópica

Drª. Christianne Taumaturgo D. SoaresEndocrinologia

Drª. Maria de Jesus SoaresGinecologia e Obstetrícia

Dr. WaetanUltrassonografia

Dr. Gerardo JrOrtopedia e Traumatologia

Drª. Déborath Lúcia de O. DinizNeurologista - CRM 5041 - E-mail: [email protected]

Dr. Paulo NazarenoEndoscopia e Cirurgia Laparoscópica

IMÓVEL À VENDA

Vende-se uma casa situada na Rua Juarez Távora nº 85.Tratar com Jocélio pelo telefone (85) 8833.3810

Feliz Ano Novo - por Frei BettoPadre é preso por suspeita de abuso contra seis crianças

Feliz ano-novo a quem bendiz a vida, equilibra--se em fios de delicadeza e traz no peito primícias de felicidade. Apesar de dores e dissabores, seus olhos im-primem cores ao que outros pintam de cinza e exibem como troféu de insipidez.

Feliz ano-novo aos vicia-dos em utopia e aos semea-dores de alvíssaras; aos que carregam na memória as grandes narrativas e aos que, sentados em bancos de pra-ça, alimentam aves com seus rosários de ilusões; e tam-bém aos que soltam a voz em canções atávicas só para merecer aplausos do próprio coração. Feliz ano-novo também aos artífices da sordidez, aos prisioneiros da inveja, aos colecionadores de amarguras e aos ébrios de ira. Possam emergir de suas moradas abissais, vomitar o veneno das serpentes, abrir os braços em abraços.

Feliz ano-novo a quem de-sata em si a criança que nun-ca deixou de ser e, desnudo, brinca de escorregador na própria sisudez e, à tarde, sai pelas ruas saltitando entre pontes, fazendo dos viadutos sanfonas, dos fios elétricos cordas de violão, dos postes

tuba e dos bueiros bumbos. Tragam eles com sua banda insólita a desvergonhez dos inocentes.

Feliz ano-novo também aos que cozinham a fogo frio a própria infelicidade e miram o próximo como a vampiros que ameaçam sugar-lhes a alma e carre-gam no íntimo o muro das lamentações. E a quem faz de sua língua arma letal para desonrar, sem consci-ência de que o ódio destrói primeiro quem odeia e não quem é odiado.

Feliz ano-novo aos sal-timbancos que, em camba-lhotas, trazem à tona o que apraz à nossa memória. E aos artesãos de carícias, cujas mãos proferem cui-dados e moldam no corpo do amado, atentos a cada curvatura da pele, a identi-dade de uma paixão feita de fé e fogo.

Feliz ano-novo aos que encaram, despudoradamen-te, a beleza presente nos detalhes: o sino da igreja evocando nostalgias, o apito do trem soando na memória, o coreto da praça ocupado por músicos etéreos, o chei-ro do pão quente agasalhan-do carências, o esmaecer

alucinógeno do horizonte suscitando estupor, a velha na varanda entretida em cos-turar séculos imorredouros.

Feliz ano-novo igual-mente aos que exibem na avenida seu complexo de superioridade e fazem da desconfiança seu cartão de visita; trazem na alma pedre-goso currículo de rupturas e andam pela vida anava-lhando quem lhes quer bem. E também a quem jamais cede lugar aos idosos, suja a rua com o lixo de sua in-cidadania, cobre de nódoas a natureza e espalha cizânia em campos de trigo.

Feliz ano-novo aos sol-dadores de meus afetos, às bailarinas trôpegas de minhas incertezas, aos duen-des que povoam alucinados meu imaginário, às musas incorrigíveis de meu crochê literário, aos anjos proteto-res de minha débil fé e aos magos que me revelam erros e defeitos. Sejam felizes neste ano-novo todos que me ensinam que ser humano é apenas saber dosar a vida com boa pitada de humor e tempero de senso de justiça, tudo amorosamente aqueci-do no calor de quem se sabe peregrino de Deus.

A Polícia Civil do Distri-to Federal prendeu dia 30 o padre Evangelista Moisés Figueiredo, acusado de estupro e atentado violento ao pudor contra seis crian-ças, das quais cinco são irmãs. O sacerdote atuava de 10 anos para cá na igreja de São Francisco de Assis, na cidade-satélite de São Sebastião, e frequentava a casa dos pais das possíveis vítimas. De acordo com os menores, cinco meninas e um menino, os abusos eram cometidos havia um ano.

No momento da prisão, Figueiredo estava na cama com uma mulher nua, a secretária da igreja de São Camilo, onde o padre tam-bém foi titular por nove anos. Na casa, foi encontra-da uma cartucheira, calibre 36. O suspeito negou a acusação de estupro e do atentado violento ao pudor. Afirmou que a arma era de outra pessoa. Ele também será acusado por porte ilegal de armas.

As investigações do caso começaram há três sema-

nas, quando uma das mães foi a uma delegacia denun-ciar os abusos cometidos contra seus cinco filhos. O pai das crianças traba-lha como caseiro numa propriedade próxima da igreja de Figueiredo. A outra criança, uma menina, é filha de um pedreiro que também é empregado e mora na região. “Ele atraía os menores com a promes-sa de ajudar nos deveres de casa e de pagar 20 reais. O dinheiro nunca foi recebi-do”, afirmou o diretor geral da Polícia Civil do DF, Onofre Moraes.

As crianças afirmaram que os abusos eram co-metidos na casa do sacer-dote e nas suas casas. As vítimas disseram ainda que eram ameaçadas pelo padre: “Segundo elas, ele dizia que os pais seriam demitidos. Além disso, ele sempre mostrava a arma que tinha em casa”, disse a delegada Valéria Raquel Martirena, que acompanha o caso.

A versão das possíveis vítimas são coerentes entre

si. Elas relataram que o pa-dre, antes do estupro, mos-trava um vídeo pornográ-fico no celular. O telefone foi apreendido e as cenas descritas pelas crianças, reconhecida. O aparelho foi enviado para perícia. Também foi apreendido o computador de Figueire-do. A arma encontrada no momento da prisão confere com a descrição feita pelas crianças.

CurrículoOrdenado padre em

1993, Figueiredo, de 49 anos, exibia atuação mar-cante na vida eclesiástica. Ele celebrou missas na ala psiquiátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo e integrou a Pastoral de Saúde da Conferência Na-cional dos Bispos do Bra-sil (CNBB). Em Brasília, antes de ir para a Paróquia de São Francisco de Assis, Figueiredo atuou na igre-ja de São Camilo, numa área nobre de Brasília, a Asa Sul. (das agências de notícias)

PEDOFILIA

“Estão dizendo que ofendi a magistratura, que ofendi os juízes do País. Eu não fiz isso de maneira nenhuma”Eliana Calmon – Corregedora Nacional de Justiça

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3Crateús - Sábado, 31 de dezembro de 2011 Página

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Política

41 municípios cearenses vão receber R$ 90,9 milhões para construção de creches

Um total de 41 municípios do Estado do Ceará, selecio-nados para receber creches pelo Programa Proinfância (PAC 2), foram confirmados pelo Ministério da Educa-ção. Eles já cumpriram as exigências legais e devem ter os recursos liberados ao longo de 2012, segundo in-formação do líder do gover-no no Congresso Nacional, senador José Pimentel (PT--CE). Os prefeitos desses municípios apresentaram suas necessidades por meio do Plano de Ações Articula-das (PAR) dentro do primei-ro prazo estabelecido pelo MEC – 30 de novembro de 2011. Outros 10 municí-pios têm até 30 de janeiro de 2012 para cumprir com todos os requisitos legais.

Além dos recursos para a construção de creches, o MEC também vai liberar verbas para a construção e cobertura de quadras polies-portivas. O primeiro valor já

empenhado – de R$ 490 mil – destina-se à construção de quadra no Município de Quixadá.

O Proinfância também prevê dinheiro para a aqui-sição de equipamentos e mobiliário. O objetivo é aumentar a oferta de edu-cação básica para crianças em idade pré-escolar, prin-cipalmente nos municípios nordestinos. Até 2014, o governo federal prevê a construção de 1.966 novas escolas de educação infantil na região.

Municípios com creches confirmadas e recursos pre-vistos em reais

Acaraú (2 .658.614) ; Acopiara (1.316.469); Aquiraz (1.444.999); Boa Viagem (2.899.989); Ca-mocim (1.239.773); Cam-pos Sales (1.419.005); Cascavel (1.322.689); Ca-tarina (1.450.000); Cra-teús (1.429.824); Cra-to (4.350.000); Eusébio

(1 .449 .989) ; For t a l e -za (11.049.289); Gran-ja (2.891.201); Ibiapina (1.284.154); Icó (2.799.988); I g u a t u ( 4 . 3 4 8 . 3 0 7 ) ; Ipueiras (619.672); Irau-çuba (1.310.848); Itapa-jé (1.454.547); Itapipoca (1.450.000); Juazeiro do Norte (4.542.304); Mara-canaú (3.528.952); Maran-guape (2.907.323); Mas-sapê (1.454.377); Mom-baça (1.450.001); Morada Nova (1.342.557); Nova Russas (1.201.053); Pa-catuba (3.932.543); Pa-rambu (1.290.281); Pen-tecoste (1.334.263); Qui-xadá (1.330.000); Russas (2.899.976); Santana do Acaraú (1.212.651); Santa Quitéria (2.602.619); Se-nador Pompeu (1.329.943); Sobral (4.359.030); Tam-boril (1.276.898); Tian-guá (1.450.000); Trai-ri (1.361.915); Ubajara (679.971); e Viçosa do Ce-ará (1.239.767).

Ingredientes: 24 ge-mas, 4 latas de leite con-densado, 6 colheres de chocolate em pó e 300 g de nozes.

Preparação: Bater tudo no liquidificador, colocar numa forma caramelada e assar em banho-maria por 40 minutos. Deixar esfriar e servir. Não é obrigado colocar na geladeira.

[CrônicadaCidade]

Tudo tem uma primeira vez na vida. Pela vez pri-meira passei um réveillon fisicamente distante dos meus rebentos. Por um dever de ofício, mas, so-bretudo arrebatado de ardente paixão por uma causa, fiquei no plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Ce-ará, pleiteando um alvará de soltura para um sexa-genário pai de família que estava lançado às agruras da masmorra, à escuridão das catacumbas, à solidão do cárcere. Sentinela da li-berdade – assim me senti.

Um colega de escritório me ligou e disse: “você já fez tudo o que era possí-vel. Vá ao encontro de sua família”.

Porém, algo me dizia que eu devia ficar. E fi-quei. Era uma forma de me solidarizar com a dor de outra família, separa-da não por uma decisão voluntária, mas por uma imposição sistêmica.

Todo ritual de passagem – e o conjunto de gestos e decodificações simbólicos na travessia de um ano para outro é exatamen-te isso – tem um forte apelo à transformação. É um mergulho nas águas batismais do Jordão. O incenso que exala do ciclo de alteração anual é um convite a um passeio pe-los labirintos da memória e ao êxtase do sonho da projeção. Daí o mantra “Feliz Ano Novo!”.

Repisando o gramado do itinerário pessoal, fi-quei relembrando algu-

mas lições que solidifiquei ao longo de 2011. Quero compartilhar três delas.

A primeira é a tradução daquele longevo ensina-mento dos nossos ascen-dentes: “fazer o bem sem olhar a quem”. No que pertine a esse mandamen-to, somos sempre estimu-lados a distinguir quem é merecedor e quem não o é. Evite isso. Faça o bem sem olhar a quem. Faça o bem! E não espere atitu-des de retorno ou gestos de gratidão de quem, naturalmente, deveria prestá-los. A vida nos sur-preende. Quantas vezes, sem explicação plausível, recebemos recompensas incomensuráveis de pes-soas que nenhum débi-to tem para conosco?! Quase sempre a bondade retorna para nós por vias desconhecidas, surpreen-dentes e inimagináveis!... Por isso, faça o bem sem olhar a quem!

A segunda: alimente esse vulcão indomável, essa cachoeira silencio-samente rumorosa, essa árvore singela de raízes colossais chamada fé. Descobriu-se que o áto-mo, a menor partícula de um elemento químico, é pura energia. O maior fe-nômeno da evolução tec-nológica, a transmissão de dados por via digital, que aparentemente pa-rece fruto de ímpeto ma-terialista, só se concretiza porque as pessoas crêem. Crêem que, instantanea-mente, imagens podem ser enviadas de um extre-mo para outro do planeta. Tudo é energia, inclusive

nós. Ironicamente, é pre-ciso se ter muita fé para não acreditar em Deus...

A terceira é: renove. Inove: renove-se continu-amente. Alguns gênios do nosso cancioneiro con-seguiram a façanha de revestir melodias bonitas com conteúdos de linho filosófico. São profetas da composição. Suas músicas se incorporaram às parti-turas de nossas almas. Gonzaguinha – oh! quão cedo se foi! - quedou-se imortalizado em pérolas compositivas carregadas de interrogação e excla-mação. Em uma delas, O Que É, O Que É?, com a singeleza de um infante, traduziu esse espasmo mágico de quem ainda mantém acesa a brasa da infância: “Eu fico/ Com a pureza/ Da resposta das crianças/ É a vida, é bo-nita/ E é bonita.../ Viver!/ E não ter a vergonha/ De ser feliz/ Cantar e cantar e cantar/ A beleza de ser/ Um eterno aprendiz...”

Chico Buarque, no hino filosofal intitulado Todo o Sentimento, fala-nos do encantamento com o tempo da delicadeza. A delicadeza é encantadora. Dilata a mente, desobstrui artérias do corpo e da alma, cura feridas, revitali-za o ser. Eis o desafio para 2012: inaugurar o tempo da delicadeza! Tornar di-ário o mantra anual. Ao invés do voto de um ano novo, fazer a cada manhã os votos de um dia novo. Construir e desejar Feliz Dia Novo!

Feliz dia novo

Receitas Caseiras:Pudim com nozes

Marguê Freire

“É mais um membro para a base do governo e um aliado do PMDB que vai ajudar”Senador Romero Jucá (PMDB-RR)Referindo-se ao colega e correligionário Jáder Barbalho (PA), que havia tido a posse impedida pela Lei da Ficha Limpa, mas que acabou assumindo o mandato, dia 21/12, por força de decisão judicial

Cassados poderão pagar por eleição

Prefeitos que forem cassa-dos por corrupção eleitoral (compra de voto ou abuso do poder econômico e político), além da perda do mandato podem ficar sujeitos ao pa-gamento das despesas com a eleição suplementar para escolha do novo prefeito.

A Advocacia Geral da União (AGU) está tentando recuperar os recursos públi-cos utilizados pela Justiça Eleitoral, em todo o País, para custear eleições suple-mentares, onde o prefeito foi cassado por corrupção eleitoral. Neste sentido três ações civis públicas já foram interpostas contra prefeitos cassados, no Estado do Mato Grosso.

No Piauí, onde 58 prefei-tos eleitos em 2008 foram cassados, a Procuradoria da União solicitou ao TRE o custo das eleições suple-mentares com o propósito de reunir elementos para as ações a serem ajuizadas. No Estado do Ceará foram realizadas cinco eleições

suplementares, este ano, mas nenhuma ação foi interposta, ainda, porque a Procuradoria da União no Estado aguarda orientação da Procuradoria Geral sobre o procedimento a adotar.

O chefe da Procuradoria da União no Ceará (PU/CE), José de Arimateia Neto, in-formou que está aguardando orientações da Procuradoria Geral sobre o procedimento a ser adotado. Informa ainda que a Procuradoria estava se preparando para agir quando recebeu uma orientação da Procuradoria Geral da União no sentido de sobrestar o trabalho e aguardar orienta-ções porque entendimentos estão sendo mantidos com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os procedimentos a serem adotados devem ser uniformes, para que a AGU em cada Estado, embora tenha autonomia, não adote diferentes maneiras de agir. Ele garante que no Ceará a Advocacia Geral da União (AGU) vai agir, “é só uma

questão de tempo, mas va-mos atuar”, enfatizou.

MunicípiosEste ano foram realizadas

cinco eleições suplementa-res em municípios do Inte-rior cearense, sendo elas nos municípios de Alcântaras, Altaneira, Jardim, Icapuí e Umirim. Em outros muni-cípios houve cassação do mandato do prefeito e do vice-prefeito, mas como ainda não foram realizadas eleições suplementares não há o que ser cobrado neste tipo de ação.

São os seguintes os pre-feitos cearenses, eleitos em 2008, que foram cassados e as eleições suplementares já foram realizadas: Raimundo Gomes Sobrinho - Alcân-taras; Antônio Dorival de Oliveira - Altaneira; Fer-nando Neves Pereira da Luz - Jardim; José Edilson da Silva - Icapuí e; José Afrânio Pinho Pinheiro - Umirim.

PUNIÇÃO

Page 4: Edição Nº 331

4 Crateús - Sábado, 31 de dezembro de 2011Página

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Geral “Temos 10% da população em elevado nível de consumo de álcool. Há deficiência do Estado no atendimento dessas pessoas”Deputado Vanderley Macris (PSDB-SP)Num alerta à gravidade do problema de consumo de drogas lícitas no País.

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CRÉDITOSGoverno libera R$ 10,2 bilhõesO governo autorizou a liberação de mais de R$ 10,2 bilhões como crédito suplementar para ministérios e estatais. Edição extra do Diário Oficial da União, com data de 29/12/2011, traz 55 páginas com a sanção presidencial de leis liberando esses recursos. A maior parte (R$ 8,6 bilhões) foi liberada como crédito para investimento das estatais.

TRABALHO ESCRAVO:Ministério inclui em lista 52 novos nomesO Ministério do Trabalho incluiu 52 novas empresas e pessoas físicas na lista de empregadores flagrados em operações de combate ao trabalho escravo. Eles são acusados de usar mão-de-obra em condições análogas às da escravidão – com cobranças indevidas aos trabalhadores, falta de condições de higiene e alojamentos inadequados.

“Sabe que dia eu vou inspecionar São Paulo? No dia em que o sargento Garcia prender o Zorro”Eliana Calmon – Corregedora nacional de Justiça

Ophir Cavalcante presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)Presidente Dilma Rousseff

Dilma reafirma meta de retirar 16 milhões da miséria

Banco Postal terá mudanças

OAB defende investigação pelo CNJ

A presidente Dilma Rousse-ff disse que o governo não vai descansar enquanto não atin-gir a meta de retirar da miséria 16 milhões de brasileiros. No programa semanal de rádio Café com a Presidenta, ela lembrou que, até o momento, 407 mil famílias foram loca-lizadas pelo programa Brasil sem Miséria. As informações são da Agência Brasil.

De acordo com a presiden-te, o número representa 90 mil famílias a mais do que a meta fixada para este ano. Do total de 407 mil, 235 mil já estão recebendo o benefício. Um levantamento do próprio governo mostrou que cerca de

800 mil famílias brasileiras preenchem os requisitos para participar do programa, mas ainda não estão cadastradas.

“Para identificar essas fa-mílias, foi fundamental a chamada busca ativa, que é o nosso compromisso de ir atrás dos extremamente pobres para garantir os seus direitos. Até 2013, nós vamos, com certeza, encontrar todos que ainda não estão no Bolsa Família e dar a eles o direito e as condições para que deixem de ser ex-tremamente pobres’’, disse a presidente.

Segundo Dilma, a mobiliza-ção de Estados e municípios contribuiu para que a meta de

famílias localizadas em 2011 fosse superada. Governadores do Amapá, Espírito Santo, de Mato Grosso, do Rio de Janei-ro, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, de Goiás, Rondônia e São Paulo assinaram um pacto com o programa Brasil sem Miséria e complementam o benefício que as famílias mais pobres recebem.

Outras medidas adotadas pelo governo, de acordo com a presidente, reforçaram a estratégia do programa. Dilma destacou, entre elas, a amplia-ção do número máximo de benefícios de três para cinco filhos com até 15 anos.

A partir do dia 2 de janeiro de 2012, as mais de 6 mil unidades do Banco Postal, instaladas em todo o país, passarão a atuar como correspondentes do Banco do Brasil (BB) e não mais do Bradesco.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), os Correios e os bancos informa-ram que com a mudança, os pagamentos dos beneficiários feitos pelo Bradesco serão realizados nas suas agências, postos de atendimentos e estabelecimentos iden-tificados com a marca Bradesco Expresso, em endereços próximos aos das agências dos Correios. Os beneficiários do INSS

que tiverem dúvidas podem procurar uma agência Bradesco, uma dos Correios ou ainda ligar para 135 (Central do INSS) ou 0800 724 8388 (Central Bradesco).

O cliente que preferir migrar para o BB, deve fazer um cadastro em qualquer agên-cia do banco ou na internet (www.bb.com.br). Após o preenchimento do formulário e da análise dos dados, ele receberá uma correspondência com orientações deta-lhadas para a migração da conta.

O Banco Postal oferece serviços ban-cários básicos ao público nas agências dos Correios. Entre os serviços estão a

abertura de conta-corrente, a concessão de empréstimos, de cartão de crédito, o pagamentos de benefícios e o recebimen-to de contas.

Brasília. O presidente na-cional da Ordem dos Advo-gados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, defendeu ontem que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tenha poderes para investigar juízes e apu-rar valores recebidos pelos magistrados. A OAB divulgou uma nota para pedir que os en-volvidos na crise do Judiciário “afastem as paixões corpora-tivas” e “limitem o debate às questões institucionais”.

Na semana passada, duas li-minares do Supremo Tribunal Federal (STF) suspenderam investigações da corregedoria do CNJ, abrindo uma crise interna no Poder.

“Nenhuma autoridade está imune à verificação da corre-ção de seus atos, daí porque é fundamental que para além de preservar a competência con-corrente do CNJ para apurar desvios éticos, em respeito ao cidadão brasileiro, sejam apu-rados todos e quaisquer rece-bimentos de valores por parte de magistrados, explicando-se à sociedade de onde provêm e a razão por que foram pagos”, disse Cavalcante.

De acordo com o presidente da OAB, a Constituição Fe-deral atribuiu ao CNJ compe-tência para exercer o controle administrativo e financeiro do

Judiciário e o cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.

Em artigo ainda inédito, o ex-presidente do Supre-mo Tribunal Federal Nelson Jobim classifica como um retrocesso a tese que esvazia os poderes de investigação do CNJ.

PolêmicaA crise teve início no dia

19/12, quando o ministro do STF Marco Aurélio Mello concedeu uma liminar para impedir que o CNJ investigue juízes antes que os tribunais onde eles atuam analisem sua conduta - o que, na prática, suspendeu todas as apurações abertas por iniciativa do CNJ. A decisão deve ser levada a plenário na primeira sessão

do ano que vem, no início de fevereiro, para que seus cole-gas avaliem o tema.

No último dia 19, o minis-tro Ricardo Lewandowski também suspendeu apuração sobre a folha de pagamento de servidores do Judiciário em 22 tribunais. O CNJ averiguava movimentações financeiras atípicas. As decisões cria-ram uma crise que abalou o Judiciário e trouxe à tona a discussão sobre transparência.

As liminares atenderam a pedidos feitos por três asso-ciações de juízes. Elas afir-mam que o CNJ atuava de forma inconstitucional. As mesmas associações entraram durante a semana com um pedido para que Procuradoria--Geral da República investi-gue Eliana Calmon.

PELO RÁDIO

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RegionalInforme Publicitário Independência

Obras são intensificadas pelo governo municipal

Garantidos recursos ao programa Proinfância

ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO

Prefeito se confraterniza com secretários e servidores

COLAÇÃO DE GRAU NO INTERIOR

Informe Publicitário Nova Russas

A administração munici-pal, através da Secretaria de Infraestrutura, toca diversas obras no município de Inde-pendência, que tem à frente o prefeito em exercício, Bezaliel Pedrosa. No interior do município está sendo reparada a estrutura viária, com a construção de ater-ros, de bueiros e passagens molhadas, benefícios que se estendem pelas regiões de Oiticiquinha, Monte Sinai, Malhada Vermelha, Alvação e Tranqueiras.

Na área da saúde, em parceria com o Estado, a

construção de duas Unidades Básica de Saúde em Nova Olinda e no assentamento Palestina, pertencentes ge-ograficamente às Equipes Saúde da Família da Sede II-70 e Sede III-Cohab. Estas unidades têm como objetivo

o atendimento às famílias nas áreas de enfermagem, médico-odontológica, imu-nização, e outras, na própria comunidade. Isto é parte do cumprimento dos princípios do SUS no Programa Saúde da Família-PSF.

O Município de Nova Rus-sas e mais 40 outros municí-pios foram selecionados pelo Ministério da Educação, para receberem creches pelo Programa Proinfância. Eles já cumpriram as exigências legais e os recursos foram liberados ao longo de 2012, conforme informou o líder do Governo no Congres-so Nacional, senador José Pimentel(PT).

O município apresentou suas necessidades por meio do Plano de Ações Articula-das (PAR) dentro do primei-ro prazo estabelecido pelo MEC – 30 de novembro de 2011. Além de recursos para a construção de creches, o

MEC também vai liberar verbas para a construção e cobertura de quadras polies-portivas. Nova Russas foi contemplado com recursos da ordem de R$ 1, 2 milhão

O Proinfância também prevê dinheiro para a aquisi-ção de equipamentos e mobi-

liário. O objetivo é aumentar a oferta de educação básica para crianças em idade pré--escolar, principalmente nos municípios nordestinos. Até 2014, o governo federal prevê a construção de 1.966 novas escolas de educação infantil na região.

O Zoneamento Ecológico--Econômico (ZEE) Suscep-tíveis a Desertificação chega ao município de Independên-cia. A Fundação Cearense de Meteorologia (FUNCEME) identificou as Áreas Sus-ceptíveis a Desertificação--ASD I, em Irauçuba, região Centro Norte e ASD II, nos Inhamuns, nos municípios de Arneiroz, Tauá e Inde-pendência. A proposta do governo do Ceará, de Ação Estadual de Combate à De-sertificação, (ASDs), está dentro do Programa Nacio-nal de Combate à Desertifi-cação, Mitigação (redução) dos Efeitos da Seca (PAN BRASIL). O encontro com os três municípios, organiza-do pelo CONSEA através da FUNCEME, DNOCS, Go-verno do Estado e Ministério da Integração, aconteceu em Independência, com o apoio do prefeito Bezaliel Pedrosa.

Presentes ao evento téc-

nicos, autoridades, convi-dados, parceiros dos três municípios; secretários, Câ-maras Legislativas, BNB, CONPAM, Projeto Mata Branca, Pacto Ambiental da Região dos Inhamuns--PARISC, ECOELCE e SE-BRAE. O objetivo do ZEE é estudar as regiões, conhecer o estado atual de suas po-tencialidades e limitações para a ocupação ordenada no uso sustentável dos recursos naturais. A participação do poder público e da sociedade é decisiva nesta construção

que, durante a oficina, iden-tificou os problemas das po-pulações e os pontos críticos e positivos.

A DESERTIFICAÇÃO, para a Convenção das Na-ções Unidas de Combate à Desertificação, trata-se da degradação da terra nas zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultante de fatores como as variações climáticas e atividades hu-manas. É uma ameaça à bio-diversidade e caracteriza-se principalmente pela perda da produtividade do solo.

Prefeito de Nova Russas, Paulo Evangelista, e a pri-meira dama, Elaine Farias, marcaram presença na festa de confraternização reali-zada no Grêmio Recreativo Novarrussense, que contou com a presença do secre-tariado municipal e suas respectivas equipes.

Em clima de harmonia, noite foi marcada por sorteio

de brindes,música ao vivo e jantar especial. Paulo Evan-gelista agradeceu a união da equipe e a eficiência dos secretários, e enalteceu o verdadeiro espírito de Na-tale, confiante, mostrou-se esperançoso para grandes realizações em 2012,com o início de uma etapa admi-nistrativa promissora para investimentos em projetos

sociais e de infraestrutura para o município. O evento foi prestigiado pelas secre-tárias municipais de Saúde, Rejane Veras, de Educação e Cultura, Rosilene Sampaio, de Meio Ambiente, Rita de Cássia Martins, de Ação Social, Mira Torres, de Ad-ministração e Finanças, An-dréia Pinto, e de Agricultura, Lucimar Diogo.

Diversas solenidades de entrega de certificados de conclusão do Ensino Funda-mental e Médio foram reali-zadas também no interior do município de Independência. Em 2011, foram 391 alunos do Ensino Fundamental e 291 do Ensino Médio, tota-lizando 679 concludentes, em parceria com escolas municipais e estaduais. A decisão de levar o ensino médio para o interior existe graças à parceria anterior-mente firmada pelo próprio município e que hoje tem o olhar voltado dignamente

pelo reconhecimento do prefeito Bezaliel Pedrosa, que declarou: “atualmente, os alunos têm esta oportu-nidade, não só de concluir o Ensino Fundamental e Médio no interior, mas, no

próprio município, há tam-bém oportunidade para se tentar também uma faculda-de”. Bezaliel fez referências à parceria e à importância da integração da equipe da Educação.

Unidade de Saúde em construção na Comunidade de Nova Olinda

Maquete de creche a ser construida

Prefeito Paulo Evangelista e primeira dama Elaine Farias com o secretariado

Servidores municipais em momento de confraternização

Carlos gerente do BNB de Crateús, prefeito Bezaliel Pedrosa e vereador Gonçalo Munduri na abertura do encontro Ecológico

Prefeito Bezaliel Pedrosa presente à colação de grau em Mulungu - Iapi

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Artigos “Eu não posso sair por aí apedrejando as pessoas e fazendo julgamento sem direito de defesa”

“A lei do Ficha Limpa permanece sem definição legal de sua aplicabilidade, deixando milhões de brasileiros (cidadãos expostos a candidatos ímprobos, corruptos e desonestos)”

Dilma Rousseff – Presidente

Deputado Fernando Hugo (PSDB) sobre decisão do STF que, não decidindo sobre Ficha Limpa, Jáder Barbalho assume o Senado.

Artigo

Artigo

Artigo Ricardo MemóriaPromotor de Justiça

Marcos Vinícius Amorim de OliveiraPromotor de Justiça

Rangel Cavalcante

Supremo e CNJ

A quem interessa impedir o MP de investigar

Ainda a palmadinhaLiminar do Supremo Tri-

bunal Federal se opõe, em meu sentir injustificadamen-te, às correções que se fazem prementes ao Poder Judi-ciário. A medida, corajosa-mente perseguida pela atual corregedora do CNJ, busca apenas realizar o trabalho iniciado por seu antecessor. Assim, o atuar do CNJ não deveria causar estranheza alguma, sobretudo num País que clama e reclama por moralidade, transparência e aprimoramento ético e moral de suas instituições. O STF, como de resto todo o Poder Judiciário, constitui o pilar mais sólido do Estado

Democrático de Direito. Por essa razão, vejo com imensa preocupação que referida corte ponha algemas no CNJ, impedindo-o, assim, que exerça a contento suas graves determinações cons-titucionais. Não me resta a mais tênue dúvida de que muitos magistrados estão constrangidos e inconforma-dos com a açodada decisão do Supremo, pois decerto não lhes agrada conviver ao lado de uma minoria que discrepa, em muito, de juízes sérios, probos e abnegados, capazes mesmo de expor as próprias vidas no exercício da judicatura. A liminar em

menção pôs o Judiciário em situação extremamente deli-cada, pois ao investir contra a atividade do CNJ passou à opinião pública a falsa ideia de que o Poder não admi-te punição aos corruptos infiltrados em suas hostes. Mesmo que involuntaria-mente, o STF, por decisão de um único ministro, pôs-se em rota de colisão contra a firme corrente forjada na indignação e perplexidade de brasileiros que há muito sofrem os nefastos efeitos da corrupção. Por essa razão, o Supremo há de ser o elo in-quebrantável dessa corrente.

No último dia 13, véspera do Dia Nacional do Minis-tério Público, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou o relatório da PEC 37/2011, que, ao acrescentar um parágrafo ao art. 144, da Carta Magna, torna privativa das polícias civis e federal a apuração de praticamente toda e qualquer infração pe-nal. Se a proposta vingar, só às polícias caberá investigar crimes envolvendo grupos de extermínio, tráfico de drogas e corrupção, dentre outros.

Da forma como vem redi-gida, a proposta acaba sendo um tiro no pé: a depender da interpretação que se lhe dê, nem mesmo as CPIs ou outros órgãos do Estado po-deriam proceder a investiga-ções relacionadas a crimes. Entretanto, o alvo principal da PEC é facilmente identi-

ficável.O Ministério Público (MP)

vem realizando diretamente investigações na área cri-minal, em paralelo ou até mesmo para suprir a omissão da polícia, quando policiais estão implicados, mas prin-cipalmente, numa estratégia de parceria com outras agên-cias estatais de investigação, incluída aí a própria polícia, no combate a organizações criminosas tanto mais sofis-ticadas quanto violentas e ao desvio de recursos públicos por quadrilhas de colarinhos brancos instaladas no poder.

Essa atuação vigorosa in-comoda bastante. Portanto, ao invés de uma desejá-vel conjunção de esforços, a proposta afasta as duas instituições e enfraquece a atuação do Estado como um todo na repressão a esse tipo de criminalidade.

A investigação criminal

procedida diretamente pelo MP está regulamentada pela Resolução 13/2006, do Con-selho Nacional do Ministério Público, com regras bastante rígidas visando agarantia de direitos fundamentais do ci-dadão. E vem sustentada em decisões reiteradas do STF e do STJ, que reconhecem o poder investigatório do MP como algo implícito entre suas funções institucionais, inerente ao exercício da ação penal.

Ao MP interessa ocupar espaços da atividade policial ou tomar para si a responsa-bilidade pela condução de inquéritos policiais. Mas a defesa dos interesses sociais de segurança e a luta diária contra a impunidade pas-sam necessariamente pela realização de investigações. E a quem interessa impedir o Ministério Público de in-vestigar?

Gente de todo o país e até do exterior promoveu uma chuva de mensagens sobre o que dissemos aqui acerca do projeto da cha-mada “Lei da Palmadi-nha”, que pretende dar ao Estado o direito de meter o bedelho, de forma inde-vida, na intimidade e na privacidade das famílias, no que tange aos castigos e punições aplicados aos filhos menores. Quase to-das essas manifestações convergem para apontar a inutilidade da pretendida lei. A começar pela impos-sibilidade de acompanhar o seu cumprimento. E mais: o país dispõe de leis para prevenir ou punir toda e qualquer forma de violên-cia contra crianças. Para começar, a lei penal já pune até com prisão o exagero na aplicação de corretivos, re-primindo a violação de sua integridade física, psíquica

e moral. Algumas palmadas ou chineladas não repre-sentam agressão, espanca-mento ou violação. Aí sim, haveria exagero, já punível, sem necessidade de novas leis para isso. O Código Penal já tipifica os crimes de agressão, espancamento, lesões corporais, cárcere privado e tantos outros que compõem o elenco dos abu-sos nos corretivos infantis. E tem ainda o Estatuto da Criança e do Adolescente, uma carcaça protetora dos menores que chega até ao exagero de se tornar, de boa fé, coadjuvante na formação da bandidagem infanto-juvenil que cresce a cada dia no país. E para ar-rematar, basta citar o nosso Código Civil, uma das mais sábias leis já editadas em todo o mundo, que no seu artigo 1.638 já prevê que o pai ou mãe que castigar imoderadamente o filho

perderá o poder familiar sobre a criança. Isso signi-fica que a lei civil permite o castigo moderado, com a palmada e a chinelada, que todo deputado devia saber que não representam qualquer exagero como co-adjuvante valioso na edu-cação infanto-juvenil. Os nossos congressistas bem que poderiam aproveitar melhor o tempo buscando soluções para o crescente aumento da criminalidade que envolve milhares de crianças que vivem nas ruas, matando, roubando, fumando crack e traficando todo tipo de droga, trans-formando o país numa espécie de paraíso do ban-ditismo infanto-juvenil, cujos protagonistas, sem dúvida, apanham e até são mortos nas ruas, talvez por-que nunca tiveram quem lhes aplicasse algumas boas chineladas em casa.

Artigo Antonio Mourão [email protected]

O retrato de DilmaManuel de Castro, velho

político do Sertão da Mo-rada Nova, dizia uma frase muito engenhosa: “quando vocês virem um jabuti en-cima de um cajueiro, pode estar certo que alguém bo-tou elelá. Jabuti não sobe cajueiro”.

Foi o que fiquei pensan-do, essa semana, quando vi a foto da presidente Dilma, ainda jovem, 22 anos, pres-tando depoimento numa Auditoria Militar.Ilustração publicada na revista Época, edição que fala sobre os “anos de chumbo”.

Por que essa foto agora? Por que rememorar esse tempo? A quem interessa abrir estas feridas?

O tempo passou. O Muro de Berlim foi derrubado. Acabou-se a União das Repúblicas Socialistas So-viéticas e a Guerra Fria. A China tem um comu-

nismobizarro. No Brasil, procuramos instituir uma democracia sem adjetivos. Um jovem presidente das Alagoas que esbarrou nos caras pintadas.Depois, um homem viajado,poliglota, fazendo-nos globalizados. Seguiu-se de um operário metalúrgico. Para chegar à tal jovem – hoje, senhora avó – da foto da revista.

Qual a distância percorri-da entre a jovem da foto e a senhora da faixa no Pla-nalto? Claro, ela fez parte da geração que pegou em armas. Naquele momento lhe parecia o mais corre-to. Depois, fez uma longa aprendizagem de chegadas ao poder. Sem armas.

Dilma não é uma noviça na arte da política. Apren-deu com os companheiros de luta armada. Aprendeu com Brizola. Com o PDT que Golbery tentou sufo-

car. Para chegar ao PT e ao poder.

O que restou daquela menina de olhar profundo e convicções desassom-bradas? Na reportagem parece existir insinuação de semelhanças. O ontem é hoje. O hoje seria o on-tem. No fundo,pode até ser verdade. Naquilo dos sonhos, dos projetos. Mas, as estratégias são outras. A vida trouxe outras marcas. A dinâmica do mundo está sendo tão veloz que nem somos os mesmos. E, nem mesmo como nossos pais...

Desculpe prezado! Mais, sinceramente, aquela Dilma de ontem, não é essa Dilma de hoje. Nem é jabuti, nem é cajueiro. Pensando como o poeta Carlos Drummond: “é apenas um retrato na pa-rede. Mas como dói”.

MUDANÇAS:PCdoB tenta manter controleda ANPO PCdoB está determinado a manter o controle da Agência Nacional do Petró-leo, após a saída de Haroldo Lima do cargo de diretor-geral. Ele próprio, ao se despedir, levantou o argumento de que o diretor-geral, para cumprir bem sua tare-fa, precisa ter mais do que conhecimento do setor de óleo e gás. “Espero que não seja alguém só com perfil técnico”.

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Artigos“Em 1959, eu tinha uma única calça, que eu usava de segunda a sexta-feira. No sábado eu ficava de short para lavar calça e na segunda entrar na rotina”Luiz Inácio Lula da Silva – Ex-presidente

ArtigoSociedade Cheyla MotaPsicopedagoga

Imagens do filósofoNo quadro do pintor ho-

landês Rembrandt (1606-1669) intitulado Filósofo em Meditação (1632), é retratada a imagem do sábio idoso e recluso. Nesse qua-dro o filósofo ou pensador está alheio na cena, seu olhar não descansa sobre o livro, não se dirige à janela e nem à serva que mantém a lareira acesa. O quarto em que ele se encontra é cheio de sombras, exceto pela luz que vem da janela. As brasas na lareira aquecem a empregada, mas não são suficientes para iluminar o ambiente. Interpreta-se como uma alegoria da pro-clamada, mas questionável, superioridade do trabalho intelectual sobre o manual. A escada em espiral, ele-mento central do trabalho do pintor, pode indicar que a busca das verdades eternas implica um árduo processo de transformação de si. Esta é uma das muitas interpre-tações que podem existir a despeito dessa obra. O intuito deste artigo implica

na leitura que se faz quando nos lembramos do filósofo: em primeiro lugar a imagem de um homem velho, pois a velhice é ligada diretamente à maturidade e à sabedoria. A seguir, um homem soli-tário, quase como um ere-mita, já que supostamente, pensar seria uma atividade que pressupõe um pouco de isolamento. Imagina-se também um ser frágil, talvez até doente. Mas será que não existe por trás dessas imagens construídas, um ciclo vicioso? Desse modo, permite-nos interpretar a figura do filósofo como um ser que não precisa do corpo para pensar e porque ele pen-sa demais, seu corpo acaba definhando, por total falta de uso. Assim, o filósofo não praticaria esportes, nem gostaria de dançar. Sendo um homem doente do corpo, talvez seja também doente das ideias, um pouco louco. De tanto meditar, o filóso-fo perde completamente o contato com a realidade. Muitas vezes parece viver no

“mundo da lua”. Mas, será que todo esse imaginário em torno desse ser pensante não apresenta um caráter preconceituoso? Será que a Filosofia continua sendo uma atividade inútil e alie-nada, incapaz de alterar o mundo?

Aprendemos também com a ela, que somos enganados pelos próprios sentidos e, como tal, muitos continu-am equivocados quanto ao real sentido do exercício de refletir, pensar, ponderar... Todos somos filósofos ou pensantes, já que temos dúvidas, crises existenciais etc. Felizmente a imagem do filósofo já se moderniza, lentamente, desde o século XX. Não é necessário co-nhecer a obra comentada, de Rembrandt, basta imagi-nar a cena e buscar o árduo processo de transformação de si, indiferente a idade. É uma ótima pedida para quem deseja começar o ano de bem consigo.

Casal Regina e Luciano Costa, do empresariado local, ainda comemora a formatura em Farmácia e Bioquímica, aos 21 anos, do filho Kairone Bezerra Costa, bacharelado pela Universidade de Fortaleza (Unifor), em festa realizada dia 22/12. Kairone, agora formado, pretende ainda cursar Medicina, para unir o útil ao agradável. Aplausos para o jovem e para os seus pais.

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Artigos Área 1213 - 8802 5067 OU 190

Área 1212 - 8802 5066 OU 190Área 1211 - 8802 3535 OU 190

Economia)O soft power brasileiroNizan Guanaes

Pense em um país pa-recido com o Brasil, e note como, apesar das semelhanças, somos muito diferentes.

O Brasil exerce cada vez mais sua excepcionalidade entre as nações. Chegou o momento de nossa afir-mação. Não somos mais emergentes. Emergimos. E as consequências de nossa emergência estão apenas começando a aparecer.

Este é um momento gênese. O novo Brasil que estamos parindo após longa gestação é tão novo aos olhos dos brasileiros quanto aos olhos dos estrangeiros.

Nos próximos 20 anos, a cultura brasileira, inclusive o que se apresenta hoje como defeito, será aprecia-da pelo mundo. O depre-ciado jeitinho brasileiro vai virar o “brazilianway”. E o “Made in Brazil” terá tantos significados quanto o “Made in USA” ou o “Made in China”.

Somos um país único, por nossas raízes, por nossa mistura, por nosso tama-nho, por nossa cultura, por nossa economia, por nossa política, por nossa geo-

grafia. Compare o Brasil com nossos vizinhos sul--americanos ou com nossos pares no Bric e veja quanta diferença.

Pense em um país pareci-do com o Brasil por algum ângulo, como a exportadora de commodities Austrália ou o primo latino México, e note como somos, apesar das semelhanças, muito di-ferentes. Diferentes inclusi-ve no que nos assemelha.

Mas o que é afinal a es-sência do que nos diferen-cia? Os EUA têm valores e missões, para usar jargão gasto das corporações, conhecidos. E nós? Não sei se sabemos. Estamos em formação.

Nossa excepcionalidade ainda está condensando sob a dupla bênção da democracia e da economia de mercado. Novas distri-buições de riqueza causam enormes transformações. Você já foi ao Recife recen-temente? É um novo país!

E, se somos terra em transe, o que diremos ao mundo que nos quer ouvir agora? Qual o script, a narrativa nacional que preencherá de sentido os

cenários de concreto arma-dos para a Copa e os Jogos Olímpicos?

Podemos começar cultivando um dos pilares já identificados de nossa excepcionalidade: nosso pacifismo internacional, o trato cordial com as nações. Podemos ter índices inter-nos elevados de crimina-lidade, mas nas relações externas somos filhos de Gandhi. Não vamos à guer-ra, e é difícil ver cenário de conflito internacional para o país.

Já nossos colegas de Bric têm problemas com os vizinhos, com a demo-cracia, com a economia de mercado. E os três têm armas atômicas. O que fortalece meu ponto: somos um país poderoso e influen-te mesmo sem ter a bomba nem arsenal de potência. Mas ninguém mexe com o Brasil. Isso é que é poder.

Não temos armas de destruição em massa. Nos-so negócio são as armas de construção em massa. Somos potência alimentar num mundo de inseguran-ça alimentar. Lideramos a produção de carnes e de

GRÃOS. Seremos cada vez mais o celeiro do mundo, e o valor que isso agrega à nossa reputação. Temos ainda esse enorme poten-cial energético e mineral, as maiores reservas de água, o próximo petróleo.

Mas não é só paz, energia e comida que fornecemos ao mundo, mas alegria e arte com nosso futebol, o esporte mais popular do planeta, e nossa música, a arte mais popular.

E tem mais. Os bancos brasileiros estão entre os mais sólidos no meio do terremoto financeiro global. A Embraer está entre as maiores produtoras de aviões. Nosso mercado automotivo superou os da Europa.

E aqui chegamos ao principal ativo do país: o mercado interno. Em outras palavras, nós, os brasilei-ros. Afinal, riqueza só pode ser traduzida em gente.

A grande transformação no Brasil e no mundo é a ascensão ao mercado consumidor de milhões e milhões de ex-miseráveis emancipados pelo desen-volvimento nas economias

antes periféricas que agora são chamadas a socorrer as economias antes centrais.

Aqui vivemos esse processo de inclusão em massa de forma democrá-tica, aberta, alegre. Desse caldeirão de novidades surge um novo país. Não sabemos direito como ele é, é novo demais para entendermos, precisamos do distanciamento histó-

rico. Mas já dá para saber que a civilização brasileira finalmente veio a ser com a inclusão socioeconômica. E que terá papel importante no novo mundo.

O Brasil é um superpo-wer que é um soft power. Um país que se projetará sobre o mundo com suas riquezas naturais e seus poderes sobrenaturais.

GAZETA NO CAMPOEduardo Aragão Eng.º Agrônomo e Economista com mestrado em Economia Rural

Por sua própria natureza, o ser humano é um ser social. Está sempre em contato e in-teragindo com outras pesso-as, no trabalho, na escola, no campo e na família. Precisa e depende dos outros para viver e sobreviver.

É comum as pessoas se reunirem ou se agruparem informalmente para atingi-rem juntas um objetivo de modo informal. Isso aconte-ce em festa, na escola e em outras ocasiões. Há pessoas também que se organizam de modo formal, para assim, unidas e documentadas, terem mais força e poder de negociação e de barganha de seus interesses. É o caso das entidades comunitárias rurais (associações comuni-tárias), assentamentos, etc. É

importante ter-se em mente que toda forma de associa-ção necessita de cooperação.

Cooperar significa fazer junto, em união com os ou-tros para o fortalecimento de seus membros.

Os agricultores e agricul-toras experimentam no seu dia a dia exploração de toda forma, se sujeitam a vender seus produtos por preços abaixo dos de mercado. Além do mais, sofrem com os preços elevados da fari-nha, da rapadura, do feijão, do leite, do arroz, ao adquiri--los no mercado.

É aí onde entra a neces-sidade de se juntar, de se associar, de fazer juntos, de vender melhor, de comprar melhor, de cooperar uns com os outros.

Sem dúvida, sozinho fica difícil de mudar esta situa-ção, principalmente quando os recursos são escassos. Juntando-se os agricultores e agricultoras uns aos ou-tros, que têm os mesmos problemas e as mesmas dificuldades, formando as-sociações ou cooperativas bem organizadas e unidas, tudo fica mais fácil.

No Nordeste semiárido do Brasil existem muitas experiências bem sucedidas de formação de grupos e as-sociações. Em todas elas os agricultores e agricultoras e a comunidade se organizam em torno de um objetivo, criam fundos rotativos soli-dários para desenvolvimento de plantios, criação de ani-mais e construções rurais. A

forma como o dinheiro vai ser gasto é decidido coleti-vamente. Ainda dentro dessa iniciativa, criam grupos de comercialização, eliminando a figura do atravessador, ga-rantindo preços mais justos para seus produtos.

Por fim, o homem do cam-po para vencer as barreiras do mundo capitalista e cons-truir uma cidadania saudável deverá ter um objetivo co-mum, com ações baseadas na ajuda mútua, com deci-sões coletivas e responsá-veis, cientes de seus deveres e se suas responsabilidades. Deverá por em prática os ditos populares: a união faz a força, uma andorinha só não faz verão, um por todos e todos por um.

Associativismo e cooperativismo, uma saída para o campo

Revista da Biblioteca Nacional: militares criticam lista de acusados de tortura

Associações de militares criticaram a publicação, por parte de revista ligada à Biblioteca Nacional, de lista de 233 militares e policiais que supostamente torturaram presos durante o governo Ernesto Geisel (1974-1979).A lista, que faz parte de acervo de Luís Carlos Prestes (1898-1989), estará na edição de janeiro da “Revista de História da Biblioteca Nacional”, editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional.

“[A publicação] Não dei-xa dúvida de que lado está

o órgão público”, disse o vice-presidente do Clube Militar, general Clóvis Bandeira. “Isso cria uma situação de conflito gra-tuito, que já deveríamos ter superado há muito tem-po”, disse o presidente da Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Brasil, coronel Abelmídio Sá Ribas.

Segundo o editor da re-vista, Luciano Figueiredo, os documentos de Prestes serão doados ao Arquivo Nacional, o que os tornará públicos.

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Cidade

Implante DentárioRua Firmino Rosa, 1088 - Tel.: 3691.0700 / 3691.3057

Crateús - Ce

“Agora, nós perdemos as condições de instalar CPIs. Isso é um fato, é um grande prejuízo”

José Agripino Maia – Líder do DEM no Senado

Pedido de desculpasEm abril de 1995, durante um programa popular de TV, o comandante supremo do

Exército argentino, general de quatro estrelas Martin António Balza, surpreendeu os te-lespectadores ao ler uma nota pedindo desculpas públicas, em nome das Forças Armadas pelos crimes cometidos por seus componentes: “Sem buscar palavras inovadoras, mas apelando aos velhos regulamentos militares, aproveito esta oportunidade para ordenar uma vez mais ao Exército, na presença de toda a sociedade: ninguém está obrigado a cumprir ordem imoral ou que se afaste das leis e dos regulamentos militares. Quem o fizer incorre em uma conduta viciosa, digna da sanção que sua gravidade requeira. (...) Sem eufemismos, digo claramente: delinque quem vulnera a Constituição nacional. Delinque quem emite ordens imorais. Delinque quem cumpre ordens imorais. (...) Em nome da luta contra a subversão, o Exército derrubou o governo constitucional e se instalou no poder em forma ilegítima, num golpe de Estado. Venho pedir perdão por isso e assumir a responsabilidade política pelo desatino cometido no passado”. Até hoje os brasileiros esperam ouvir o mesmo de suas instituições armadas sobre o equívoco de 1964 e os delitos subsequentes. (Valdemar Menezes – Jornalista)

RótuloOs partidos acham, no Brasil que, quando vão mal nas urnas, têm de mudar a razão

social. Batizam com outro nome, continuando, entretanto, com os mesmos líderes do passado, sem qualquer alteração. Assim foi quando a ARENA sofreu intensa derrota na eleição senatorial de 1974 e virou PDS, obrigando o MDB a se tornar PMDB. Por último, definhando, pela falta de votos e de grandes líderes, o PFL passou a se chamar DEM. Com as mesmas propostas e os mesmos líderes, até um dia desses. Por isso, quando um jovem político, das perspectivas de Aécio Neves, fala em refundar o PSDB, espera-se que o novo partido que saia daí tenha uma nova cara e, mais que isso, possua lideranças em condições de atrair forças sociais ponderáveis. (Lustosa da Costa – Jornalista)

Balanço nada brilhanteO Congresso Nacional encerrou o ano de 2011 sem resultados brilhantes a destacar.

Houve a decisão corporativa da Câmara salvando o mandato da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em vídeo recebendo grossos maços de dinheiro. Sete minis-tros caíram abalados por denúncias de corrupção em suas pastas, sendo de destacar os Ministérios dos Transportes e da Agricultura. A presidente Dilma Rousseff não enviou ao Congresso, neste ano que passou, nenhuma proposta de reforma, exceção apenas para o novo Código Florestal, que representou um avanço, na medida em que concilia a produção agrícola com respeito ao meio ambiente. Nenhuma CPI foi criada, apesar das tentativas feitas pela oposição, todas contidas pela maioria favorável ao governo. (Tarcísio Holanda – Jornalista)

CorporativismoOs fatos recentes mostram o alto grau de corporativismo do Poder Judiciário no Bra-

sil. Basta ver como todos ali se voltam contra a ministra Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça, que tem sido veemente contra a decisão do STF de suspender as investigações feitas pelo Conselho Nacional de Justiça. Agora, diversos órgãos do Judi-ciário desejam instaurar uma correição imediata na Corregedoria “para apurar com rigor a quebra ilegal e inconstitucional, sem autorização judicial, do sigilo bancário e fiscal de juízes, servidores e familiares”. A sociedade em peso está ao lado de Eliana, que só merece elogios pela correção e coragem de seus atos. Essa briga vai longe, enquanto os reis estão nus. (Regina Marshall – Jornalista)

Outra liçãoO que ainda se pode ler, sobre esse novo feito do Brasil, ao desbancar o Reino Unido,

em termos de economia, é que basta ter poder de fogo para continuar consumindo. E é justamente isso o que o brasileiro vem fazendo, principalmente os emergentes da nova classe média ou C e D. Mesmo morando em condições adversas em termos de serviços de saneamento básico, saúde e alimentação, estão acessando as redes sociais, trocando o aparelho de televisão de tubo pela de Led e adquirindo as quinquilharias tecnológicas genéricas, aumentando a pirataria mundo a fora. E aí a gente lembra que Joãozinho Trinta estava coberto de razão. Quem gosta de miséria é intelectual. (Regina Marshall – Jornalista)

Gazeta SaúdeIsaac Furtado - cirurgião plástico

Recentemente, muito se fala de uma determinada marca de implante de sili-cone mamário, sobre seus riscos e perigos de ruptura. Esta marca chegou a vender no mundo cerca de 300.000 pares, no Brasil foram 25 mil. A empresa francesa fechou há mais de um ano, supostamente por preencher a prótese com um silicone inadequado. Logicamente, as pacientes que têm esta prótese estão alarmadas. Na França, o governo orienta a retirada das mesmas. Na Inglaterra foi dito que existe um risco maior de romper. No Brasil, a Sociedade Bra-sileira de Cirurgia Plástica orientou o acompanhamento mais próximo destas pacien-tes, com exame físico perió-dico, Ultrassom e Tomogra-fia computadorizada. Vamos aguardar o andamento do caso, e as orientações das autoridades competentes.

Lembrei-me do problema que houve nos Estados Uni-dos, há aproximadamente 17 anos, onde foi dito que a prótese aumentava o risco de câncer de mama. O gel de silicone foi proibido, no lu-gar dele era colocado o soro fisiológico. Depois de vários anos de estudos foi constata-do que não havia associação científica, e recentemente foi liberado novamente.

Depois que é colocado o silicone o corpo forma uma cápsula que isola com-pletamente a prótese, não havendo contato do interior da prótese com a mama. As complicações que ocor-rem em qualquer prótese advêm da técnica cirúrgica do cirurgião e do repou-so no pós-operatório, para que não haja hematomas, que em longo prazo podem causar dores e contraturas capsulares. Para que haja uma ruptura extracapsular

tem que haver um trauma muito grande, já a ruptura intracapsular depende da qualidade da prótese, que vai enfraquecendo com o tempo e que também pode romper com o trauma.

Em minha opinião não existe urgência na retirada, mas é muito importante entrar em contato com o seu cirurgião, pois a troca sim-ples (sem ruptura) é muito simples, menos de uma hora de cirurgia.

Infelizmente, todos fo-ram enganados neste caso. Mas, nada que não possa ser resolvido sem proble-mas. Vamos ficar atentos na qualidade dos produtos que estamos usando, o que não implica em deixar de fazer sua cirurgia, pois temos muitas marcas excelentes, nacionais, americanas ou francesas. Boa cirurgia!

A prótese de mama

“Na nossa democracia, o povo não se sente representado nos eleitos; depois de uns meses nem mais sabe em quem votou”Leonardo Boff – Teólogo e escritor

Artigo Guálter George

Dilma evita a “festa” que Lula não deixaria escapar

Liminar do Supremo Tri-bunal Federal se opõe, em meu sentir injustificadamen-te, às correções que se fazem prementes ao Poder Judi-ciário. A medida, corajosa-mente perseguida pela atual corregedora do CNJ, busca apenas realizar o trabalho iniciado por seu antecessor. Assim, o atuar do CNJ não deveria causar estranheza alguma, sobretudo num País que clama e reclama por moralidade, transparência e aprimoramento ético e moral de suas instituições. O STF, como de resto todo o Poder Judiciário, constitui o pilar mais sólido do Estado Democrático de Direito. Por

essa razão, vejo com imensa preocupação que referida corte ponha algemas no CNJ, impedindo-o, assim, que exerça a contento suas graves determinações cons-titucionais. Não me resta a mais tênue dúvida de que muitos magistrados estão constrangidos e inconforma-dos com a açodada decisão do Supremo, pois decerto não lhes agrada conviver ao lado de uma minoria que discrepa, em muito, de juízes sérios, probos e abnegados, capazes mesmo de expor as próprias vidas no exercício da judicatura. A liminar em menção pôs o Judiciário em situação extremamente deli-

cada, pois ao investir contra a atividade do CNJ passou à opinião pública a falsa ideia de que o Poder não admi-te punição aos corruptos infiltrados em suas hostes. Mesmo que involuntaria-mente, o STF, por decisão de um único ministro, pôs-se em rota de colisão contra a firme corrente forjada na indignação e perplexidade de brasileiros que há muito sofrem os nefastos efeitos da corrupção. Por essa razão, o Supremo há de ser o elo in-quebrantável dessa corrente.

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10 Crateús - Sábado, 31 de dezembro de 2011Página

[ Opinião ] [ Política ] [ Cidade ] [ Geral ] [ Cultura ] [ Sociedade ] [ www.gazetacrateus.com.br ]

CulturaDr Eliézio Torres MartinsORTODONTIA - CRO-CE: 2491

Dr Bruno Cavalcanti MartinsPRÓTESE E CLÍNICA GERAL - CRO-CE: 4875

Dr Breno Cavalcanti MartinsCIRURGIÃO DENTISTA - CRO-CE: 6028

Drª Blenda Camerino F. C. MourãoODONTOPEDIATRIA/PERIODONTIA - CRO-CE: 5567

CRATEÚS: Rua Cel. Lúcio, 495 - Centro - Fone: (88) 3691.8050NOVO ORIENTE: Rua Cazuza Rocha, 56 - Centro - Fone: (88) 3629.1477E-mail: [email protected]

A Academia de Letras de Cra-teús, em noite memorável, lançou o livro “CRATEÚS 100 ANOS”,

alusivo ao Centenário de fundação do município, comemorado a 15 de novembro de 2001. O lançamento

ocorreu no Teatro Rosa Mora-es, dia 09/12 e foi prestigiado por expressiva presença de público e de autoridades locais. O livro, cujas páginas foram preenchidas com a participação de todos os acadêmicos “é um trabalho de conotação histórica e sua publicação e leitura não se prendem tão somente às co-memorações do Centenário de Crateús; modestamente, é uma obra que transcende o ano de emancipação do município, e prolongar-se-á, como referência histórica, na voragem do tempo” e se transformará em livro de consulta às gerações futuras”.

Ao longo de cem anos, nasceram em Crateús milhares de filhos, de diversas gerações, que trilharam por suas ruas. Muitos aqui nasce-ram e permaneceram até a morte, enquanto outros se desgarraram e foram cumprirdestino em paragens distantes.

Vilebaldo Barbosa Martins nas-ceu, cresceu e viveu no aconchego da sua terra natal e dela nunca se afastou. Nascido a 03 de abril de 1923, na atual Travessa Santo Antônio, que fica paralela às de-pendências do Batalhão da Polícia Militar, foi o filho único de João Martins de Melo e Cosma Bar-bosa Martins. O rendimento que João Martins obtinha provinha do aluguel de sua tropa de animais, sempre acompanhada por ele, que fazia frete de produtos para outras localidades. Dona Cosma, afora as tarefas domésticas, era costureira, e o orçamento da família era com-plementado por sua habilidade de-senvolvida na máquina de costura.

Inicialmente, o filho Vilebaldo se direcionou para a profissão de alfaiate, talvez por ver sua mãe costurando e obtendo rendimento com aquele trabalho. Na atual Rua Barão do Rio Branco, instalou sua alfaiataria e, por muitos anos, abra-çou o ofício de alfaiate, tornando--se conhecido entre os mestres da alfaiataria de Crateús, produzindo

elegância através de peças traba-lhadas e bem acabadas.

Tempos depois, colocou uma pequena bomba para venda de querosene que, na época, era um produto muito consumido. A ci-dade não dispunha de luz elétrica permanente e as famílias tinham como opção a lamparina, o can-deeiro ou a lâmpada Petromax, movidos a querosene. O produto era largamente utilizado, princi-palmente nos bairros da cidade e na zona rural.

Crateús, no início da década de 1960, contava com uma bomba de gasolina na Rua Dr. Moreira da Rocha, de propriedade de Amando Marques Mourão, e outra pertencente ao comerciante Dideus Claudino, na Rua D. Pedro II. Nesta época,Vilebaldo construiu um belo prédio próximo ao trilho da RFFESA, onde instalou um posto de combustível. Por ser filho único deu ao novo estabelecimento o nome de POSTO ÚNICO. Foi o primeiro posto da cidade com lavagem e lubrificação, além da venda de combustíveis. O negócio se tornou lucrativo e contribuiu com o progresso da cidade, ofere-cendo opções de serviço e geração de emprego.

Além de comerciante, nosso conterrâneo desenvolvia em sua fazenda Santiago a profissão de

pecuarista. Dedicava-se à criação de bovinos e ovinos.

No meio comercial, por conta da sua postura e desenvolvimento, no-tabilizou-se como homem honesto, de caráter e personalidade firmes.

Vilebaldo foi um dos fundado-res da primeira loja maçônica de Crateús, instalada na Rua Coronel Jiló,pertencente à Grande Loja do Ceará, no ano de 1953. Nesta ins-tituição, ocupou diversos cargos, inclusive o de Venerável Mestre.

Casado com Izabel Torres Mar-tinsteve os filhos Elionaura, Egber, Eliézio, Eliomar, Elibaldo e Erival-do Torres Martins. Viúvo contraiu segundas núpcias em 22 de dezem-bro de 1973, com Leda Maria Elias Soares, nascendo-lhesdesta união os filhos Elaine Elias Martins, Vilebaldo Barbosa Martins Filho e Emerson Elias Martins.

O nome deste crateuense, que foi chamado por Deus há 28 anos (19 de janeiro de 1984), está imortali-zado através da Escola Vilebaldo Barbosa Martins, que funciona ao lado da loja maçônica Deus e Crateús, na Rua Manoel Ferreira dos Anjos.

Hermenegildo, urgente!!! Sarcás-tico e irreverente, irônico, mordaz e inteligente, fazendo um mô pra vocês nesta passagem de ano. E, a propósito de ano, o Adriano mais uma vez andou se complicando. Agora, por causa de um tiro que não foi a gol, nem no pé; mas um tiro na mão, disparado dentro do carro dele, um tiro mal atirado que ninguém soube como foi atirado nem o por quê. Este foi o verdadeiro tiro na mão, dado pela xará Adriene no carro do Adriano. Com seis pessoas a bordo do carrão, nem o motorista soube dizer em qual banco viajava o Imperador nem quem dirigia o carro.Todo mundo tavalombrado. E, no disse não disse, encontraram uma versãopa-ra elucidar o caso: o delegado concluiu que o tiro foi uma reação do negrão à mão-boba da periguete. O Rei atirou e o tiro pegou exatamente na mão de quem queria pegar lá nado Adriano. Legítima defesa da honra!!!

E um jornal abriu manchete: “Lote-ria: O que fazer com R$ 170 milhões da Mega-Sena? De minha parte, não vou dizer que daria a metade aos pobres. Mas, com certeza, enchia uma piscina de cachaça e mandava a negrada tomar banho.

E esta veio na medida: Transar é arte, gozar faz parte, engravidar é moda, assumir é que é, PHOODDAA, assim, com PH de Pharmácia, com dois O de Cooperativa, com dois D de

Toddy, e com dois A de Canaã. E a diferença entre uma mulher com

TPM e um sequestrador, é que com o sequestrador existe uma possibilidade de negociação.

Na Coréia do Norte, o país mais fechado do mundo, onde o povo su-porta terrível ditadura, temos o mais expressivo exemplo de cumprimento ao provérbio popular que consagra: “uns choram porque apanham e outros com vontade de apanhar”. O norte-coreano chora porque apanhou e pelo que ainda vai apanhar de seus ditadores. Nunca se viu na história dos povos tanto carpido, tanto carpidor e tantas carpideiras histéricas.

Masss, o que mais nos interessa é a retrospectiva de anos do Dr. Kutri-zuma Cals, o do blog, que também é conhecidocomo o japonês Kuduro. Onde Kuduroteria passado anos para recordar os acontecimentos? Acho que ele passou anos com os dois acólitos do blog: o Patriota de Novo Oriente (Airtinho Cor de Rosa do PT) e o professor Tintin, o corre-nu da Nova Russas. Mas, há quem ache que Ku-trizumaCals, o Kuduro, passou anos deitado com os cachorrinhos lambe--lambedele, em carícias plenas com os bichinhos. Outros afirmam que ele passou anos no espelho, para ver o estado e recordar a retroatividadede sua ativa baitolagem. No entanto, há, ainda, os que afirmam que ele passou

anos acessando o blog dele mesmo, recordando bondades, elogios gracio-sos, mesuras, finezas e delicadezas que foram por ele dirigidas à Dona Mari-neide, mulher do Zé Alcir e ao próprio Alcir. São retrospectivas de anos atrás, preciosidades jogadas como flores aos pés do Zé dos Santos, do Rosendo Aflito, do Dr. Pedro Felipe, do Dr. Bié, do Dr. Nazário, do Bebê Coelho, do Celso Vale, do Vavá Mota, da família Melão, do Mário Valcan, do Ocelo Chaga, do Jocir Soares e de mais uma centena de cordiais amigos. Pelo sim e pelo não, este Hermenegildo con-corda com todas as suposições e com todos os supositórios atribuídos ao Dr. KutrizumaCals, o Kuduro. Agora, tem muita gente que, nesta época, queria fazer dele um judasfora de época, para enchê-lo de molambos a partir da entrada de anos.

Masss, o Dr. Kutrizuma Cals, a despeito de ser o rei dos cornos con-vencidos, acaba de receber o título honorífico de baitola do ano, pelo sexto ano consecutivo, da Associação dos Cornos e Baitolas do Ceará. Kutri-zuma, o Kuduro,também é especialista em botar chifre em mulheres casadas. Ai da base, meu senhor!!!!!

É como ensinava o experiente pro-fessor Viveiros: Veado corre muito, mas morre na cama.

Ademã que vou em frente. Os ca-chorros latem, mas a caravana passa.

Vilebaldo Barbosa Martins

Natal de antigamente

Flávio Machado

FlashdoPassado - César Vale

Crateús de Ontem

Meu coração tem catedrais imensas,Templos de priscas e longínquas datas,Onde um nume de amor, em serenatas,Canta a aleluia virginal das crenças.

Na ogiva fúlgida e nas colunatasVertem lustrais irradiações intensasCintilações de lâmpadas suspensasE as ametistas e os florões e as pratas.

Como os velhos Templários medievaisEntrei um dia nessas catedraisE nesses templos claros e risonhos...

E erguendo os gládios e bramindo as hastas,No desespero dos iconoclastasQuebrei a imagem dos meus próprios sonhos!

Vandalismo

CantinhodaPoesia

Augusto dos Anjos

Antigamente, quando me refiro, não existia ainda o edifício dos Correios, o da agência do INSS, a Praça João Melo e o outro prédio ao lado desta. Só havia a Prefeitura e o Mercado Velho e, no espaço vago instalava-se, a cada fim de ano, um parque de diversão, com roda gigante, carrossel e diversas atrações. Na véspera do Natal, afora o parque, bancas do jogo do caipira, jogo da roleta, bancas de guloseimas que vendiam aluá, refrescos, broas, bolo de milho, e bancas de quinquilharias e barracas com diversificado comércio. Em torno deste espaço uma multidão de pessoas se comprimia. Eram pais que levavam os filhos para se divertir no parque e comer e beber as guloseimas, principalmente, as que eram feitas e vendidas por Maria Eduarda. Isto, enquanto se esperava pela Missa do Galo, na Igreja Matriz. Ao lado da Igreja Matriz havia uma praça com bancos de madeira e ferro, muitos pés de fícus e, no centro do passeio o coreto onde, às quintas-feiras e aos domingos havia retretas com a banda de música. Antes da Missa do Galo, realizava-se o tradicional leilão da Festa do Senhor do Bonfim, o mais das vezes gritado por Gonçalo Rego. Nós, meninos daquele tempo, apreciávamos o movimento do ir e vir das pessoas entre o local do parque e das barracas e a praça ao lado da Igreja, bem como o movimento de pessoas no Café Conti-nental de Frutuoso Lins. Depois da missa, voltávamos para casa para um sono cheio de sonhos com Papai Noel e seus presentes postos debaixo da nossa rede.

Academia de Letras lança livro “Crateús 100 anos”

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11Crateús - Sábado, 31 de dezembro de 2011 Página

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Geral

Rua Ubaldino Souto Maior, 1230 - São Vicente, Crateús-CE - Fones: (88) 3691.1080 / 3691.5777

CRATEÚS: Rua Cel. Lúcio, 511 - CentroFone/Fax: (88) 3691.1717NOVA RUSSAS: Rua Pe. Francisco Rosa, 1311 - CentroFone: (88) 3672.0308SANTA QUITÉRIA: Rua Cel. Manoel Alves, 157 - CentroFone: (88) 3628.0374ARARENDÁ: Rua Francisco Mourão Lima, s/n- CentroFone: (88) 3633.1203

MOSENHOR TABOSA: Av. Honório Melo, 25 - CentroFone: (88) 3696.2164NOVO ORIENTE: Rua Elpídio Rodrigues, 266 - CentroFone: (88) 3629.1794QUITERIANÓPOLIS: Rua Acard Deusdete Pedrosa, 247Fone: (88) 3557.1346 / 9992.1379FORTALEZA: Rua Pe. Luiz Filgueiras, 550 - AldeotaFone: (85) 3221.4355

Com filhos até seis anos: projeto dobra Salário Família

Bruna, filha de rico estancieiro gaúcho, foi pro Rio de Janeiro em férias, em pleno verão. Êxtase total. Se divertiu à beça, fez o que tinha direito, longe da tutela do pai, dos preconceitos provincianos. Curtiu passeios turísticos, frequentou bares, boates, pagode, gafieira, curtiu Copacabana e Ipanema, andou até em ensaios de escola de samba.

Mas chegou o dia da volta. Sentada no avião, cansada, ela olha suas pernas, os joelhos bonitos, um ao lado do outro. Passa a mão neles e suspira profundamente:

_Enfim, juntos de novo, hein?!

Projeto aprovado no último dia 21/12 na Comissão de Assuntos Sociais do Senado garante às trabalhadoras com filhos menores de seis anos, empregadas ou avulsas, o direito a receber o salário--família em dobro.

Hoje, o valor do salário--família é de R$ 29,43, por fi-lho de até 14 anos para quem

ganha até R$ 573,91. Para o trabalhador que recebe de R$ 573,92 até R$ 862,60, o valor do salário-família por filho de até 14 anos é de R$ 20,74.

Quem ganha mais de R$ 862,60 não tem direito ao benefício. A análise foi em votação definitiva; se não receber recurso em cinco dias para ser analisado em

plenário, o projeto segue para a Câmara, sem necessi-dade de passar pelo plenário do Senado.

Uma emenda apresentada ao texto estabelece que o Executivo estimará a despe-sa decorrente dessa medida e a incluirá no projeto de lei orçamentária para o ano seguinte ao de sua promulga-

ção. Essa previsão responde a uma determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Segundo o autor do pro-jeto, senador Paulo Bauer (PSDB-SC), o projeto se jus-tifica para beneficiar os filhos de mãe solteira, separada ou viúva que ficam que sem a parcela relativa ao pai.

AfrouxandooRiso

“ A definição de candidaturas é independente de qualquer vontade. A lei determina o período de 10 a 30 de junho para sua oficialização.Governador Cid GomesMostrando que não tem pressa sobre candidaturas

O suspiro de Bruna

ComunicandoContra fatos não há argumentos

Prefeito Carlos Felipe en-cerra o terceiro ano de seu mandato frente à Prefeitura de Crateús e entra para o ano eleitoral de 2012 com a cer-teza da reeleição, quepoderá ser bem mais fácil ainda que a própria eleição de 2008.

Na sua gestão só há mo-tivos para comemorar, tãoi-númeras foram asobras e realizações durante os três anos de seu mandato. Cedo, bem antes de assumir a Pre-feitura de Crateús, já estava Brasília o prefeito eleito, cavando emendas parlamen-tares e buscando obras fede-rais para sua administração, cumprindo, assim, o adágio popular de que Deus ajuda a quem madruga. Estão aí os resultados, principalmente na Educação, que vão das creches à Universidade Fe-deral do Ceará e ao IFCE. Na área da saúde, está aí uma policlínica, com 13 especialidades, em final de construção, uma UPA e um Centro de Especialidades Odontológicas. No mesmo setor, o prefeito tirou das costas da administração mu-nicipal a gestão do Hospital São Lucas, pedra no sapato dos gestores que o antecede-ram e fonte de reclamações e desgastes administrativos, que passou a ser gerido pelos

camilianos. Em pequeno es-paço de tempo os resultados positivos surgiram: melhor atendimento hospitalar à população e elevado grau de satisfação do povo para com a instituição.

Comunicação Não se pode dizer, no

entanto, que tudo são flores na atual gestão municipal. Carlos Felipe encarou sérias dificuldades, sobretudo, nas duas maiores secretarias – Educação e Saúde, ambas experimentando mudanças de secretários e enfrentan-do greves de funcionários e de professores da rede pública de ensino. Também enfrentou dificuldades no Legislativo, vindo a perder maioria naquela Casa. Por outro lado, grande parte das dificuldades enfrentadas pelo prefeito, deve-se a defi-ciências e falhas gritantes no setor de comunicação, que precisa ser organizado e com muita urgência, sob o perigo de o prefeito vir a amargar mais dissabores ainda.

ObrasNão se tem notícia de

outro município de médio porte, no Ceará, que mais obra tenha recebido que Cra-teús nos últimos três anos. Não apenas do governo federal, mas, também, do es-tadual. No entanto, as obras,

aqui, se arrastam tanto na construção,que parecem in-termináveis. É preciso mais velocidade, fiscalização e exigência no cumprimento de prazos. Obras que demo-ram demais a ser concluídas ou inauguradas levam a administração ao descrédito. São exemplos o Parque do Rio Poti, a dupla unidade de saúde dos bairrosMaratoan e Santa Luzia,e o Matadouro Municipal.

IntervençõesA rigor, a Prefeitura Muni-

cipal, afora a obra de cons-trução do Parque do Rio Poty, que se arrasta, não realizou nenhuma interven-ção na cidade, que tenha sido notada pela população. A Praça dos Pirulitos passou apenas por uma reforma ou reconstrução; não modificou o aspecto urbanístico de Crateús. A cidade carece de traços novos na sua paisa-gem urbana e de interven-ções. O acesso à Praça da Catedral, a partir do prédio da Prefeitura precisa se li-vrar do trânsito de veículos e da sujeira. A Coluna da Hora se constitui uma ex-crescência desde quando foi construída.Funciona como um tapume ao histórico prédio da Prefeitura e como empecilho complicador do trânsitode veículos e ainda como esconderijo de trastes

velhos. Sua demolição e a construção de um calçadão até à entrada da Praça daria à cidade um coração novo. A “Praça da Alimentação”, construída no recanto mais nobre e tradicional da cida-de, envergonha os crateuen-ses e os que visitam a nossa urbe. No local imperam a sujeira, a falta de higiene, a balbúrdia e a desordem. O Mercado Velho, invadido, descaracterizado por fora e por dentro de sua antiga con-cepção, impede o progresso da cidade. Imóvel de altíssi-mo valor foi objeto de uma doação ilícita e inconcebí-vel. Doar imóvel público ile-galmente, permitir ocupação de espaço público e fazer construções direcionadas a eternos permissionários não se justificam e refletem incúria administrativa.

Código de Posturas Municipal

Crateús é o paraíso das construções irregulares es-palhadas por toda a cidade. Aqui não se respeitam obri-gações impostas pelo Código de Postura Municipal, ilustre e desconhecido compêndio de leis que regem a constru-ção civil. O Poder Público que o criou, é o primeiro a ignorá-lo. Exemplo disso são as construções públicas no meio de praças públicas, direcionadas a pessoas pri-

vilegiadas (proprietários de dogões), em detrimento da população que necessita de espaços aconchegantes para o seu lazer, e não pontos de venda de sanduíche e mesas de bebida. A cegueira mu-nicipal permite construções que avançam por sobre as calçadas e sobre as mesmas ganham espaço no andar de cima. As calçadas são deformadas por batentes e por rampas de acesso para automóveis e motos, que tiram do cidadão o direito de ir e vir sem empecilhos no seu trajeto. Há, na cida-de, centenas de construções irregulares quem se mantêm incólumes sob a vista grossa e complacente da Prefeitura. O Poder Público precisa mostrar autoridade e impor a ordem. Gestão pública que não impõe autoridade é gestão desmoralizada e a moral é uma necessidade básica do gestor. O povo não gosta de bagunça, de desor-ganização; simplesmente, tolera, por causa de sua costumeira passividade. A Prefeitura precisa, sem perda de tempo, retirar o comércio exercido sobre as calçadas em todos os locais onde ele se manifeste. As calçadas são públicas. Ninguém pode fazer da calçada a extensão de negócios.

Meio ambienteCrateús é a cidade onde

a população mais sofre por conta das agressões ao meio ambiente, sem que o Poder Público interfira. Nossa ter-ra tornou-se o paraíso dos carros de som que fazem propaganda volante em som ilimitado e agridem nossos ouvidos a toda hora. Pela Lei do Silêncio, promulgada há vários anos e nunca ob-servada, carros de som nem existiriam. Por outro lado, Prefeitura e Ministério Pú-blico não se importam com o bem-estar do cidadão. Os pa-redões de som instalados nos porta-malas de carros estão voltando e desafiando a Lei. A cidade transformou-se em paraíso para infratores que agem de dia e de noite, que azucrinam nossos ouvidos, tiram nossa paz e sossego e ficam na impunidade. Há uma loja de eletrodomés-ticos, no centro da cidade que, diariamente, mantém um som agressivo ao ouvido, à porta do estabelecimento, e ainda ocupa os espaços da calçada e da rua onde expõe seus produtos. Não bastan-do, envia um trio elétrico a fazer a propaganda volante. Isto é um verdadeiro abuso, ao tempo em que mostra a insensibilidade e a invalidez do Poder Público para coibir tais desmandos.

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Jornais e revistas de Brasília, do Sul e do Ceará, fizeram repercutir a Festa do Ano, na Capital Federal – as bodas de Ana Cristina e do bem sucedido advogado Estenio Campelo, realizadas no Recanto das Águas, dia 09/12, para onde convergiu a nata da sociedade brasiliense, do mundo jurídico, político, das artes e do empresariado nacional, e convidados sem número.

Estenio e Ana Cristina partindo o bolo

Kely e Carlos Campelo

Senhor e Senhora deputado Mauro Benevides

Eliane Bastos e ministro Cláudio Santos

Guilherme Campelo e Carolina Frota, Andréa Campelo e Marcelo Feitosa

Carolina Frota e Guilherme Campelo Maria e Geraldo Vasconcelos, Terezita e ministro Ubiratan Aguiar

Ministro Gilmar Mendes e Guiomar Feitosa ladeando os noivos Ana Cristina e Estenio

Presidente da FECOMERCIO Adelmir Santana, Paulo Octávio e Vice-Presidente da CBF Weber Magalhães

Empresário Paulo Octávio com Ana Cristina e Estenio

Estenio e Ana Cristina após o “sim”