edição nº 103

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MERCADO & NEGÓCIOS Senadores vetam Valcke e convidam Blatter para audiência sobre Copa CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA Ɣ Ź 10 a 16 de aBRIL de 2012 Ano 4 Ɣ nº 103 www.jornalcapital.jor.br Indicadores / Câmbio R$1 País Compra Venda % FECHAMENTO: 09 DE ABRIL DE 2012 ŹPÁGINA 2 Caixa reduz juros de clientes em até 88% ŹPÁGINA 8 Mais rigidez para comércio de produtos entre empresas A s empresas de um mesmo grupo no Brasil e no exterior que trocam mercadorias terão regras mais rígidas para impedir a manipulação de preços que resulta em menos pagamento de imposto. A Receita Federal alterou as regras dos preços de transferência, usados como parâmetros nessas transações, segundo o subsecretário de Tribu- tação da Receita Sandro Serpa (foto). ŹPÁGINA 3 Fabio Rodrigues Pozzebom-ABr Volume de carga em ferrovias aumenta em 5 milhões de tonelada S egundo estudo da Associação Nacional dos Trans- portadores Ferroviários (ANTF), a quantidade de carga transportada por ano subiu de 253,3 milhões de toneladas, em 1997, para 475 milhões de toneladas em 2011. ŹPÁGINA 3 S eis municípios da Baixada Fluminense e a Secre- taria de Estado do Ambiente concluíram mais uma etapa para elaboração do protocolo de intenções para criação do consórcio intermunicipal que acaba com os aterros de resíduos de construção na região. O projeto vai reaproveitar esse material, gerando emprego e renda para as cidades participantes ŹPÁGINA 4 Anfavea acredita em reação positiva nas vendas ŹPÁGINA 5 Dilma, nos EUA, reclama da desvalorização do dólar Mais negócios e mais empregos A o se encontrar nes- ta segund-afeira (9) com o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, a presidenta Dil- ma Rousseff criticou a política de expansão mo- netária adotada pelos pa- íses desenvolvidos com o objetivo de sair da crise que abalou a economia in- ternacional. A presidenta disse que essas políticas provocam desvalorização das moedas, entre essas o dólar, e acabam dificul- tando o desenvolvimen- to econômico dos países emergentes. A dirigente já usou o termo "tsunami monetário" como metá- fora para a situação que o Brasil enfrenta. “Ma- nifestamos ao presiden- A ampliação do Plano Brasil Maior, com as medidas de desoneração fiscal, é um “passo importante” para melhorar o ambiente de negócios e aumentar a participação da indústria na produção e no emprego, de acordo com o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade (foto). ŹPÁGINA 2 Renato Araujo/ABr Roberto Stuckert Filho-Presidência da República Balança registra déicit nos quatro dias úteis de abril Baixada quer gerar empregos com resíduos de obras A balança comercial brasileira registrou déicit de US$ 292 milhões nos quatro dias úteis da primeira semana de abril, segundo dados divulga- dos nesta segunda-feira (9) pelo Ministério do De- senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O saldo negativo é resultado das exportações de US$ 3,378 bilhões e importações de US$ 3,670 bilhões. A média diária de vendas externas no período ana- lisado icou em US$ 844,5 milhões, o que signiica uma queda de 20,5% frente abril de 2011. A retra- ção é atribuída à redução das exportações em três categorias de produtos: básicos (-31,7%), manufa- turados (-11,5%) e semimanufaturados (-3,2%). No caso dos básicos, a queda ocorreu principalmente nos embarques de soja em grão, petróleo bruto, café em grão, minério de ferro, além de carnes suínas e de frango. No acumulado do ano, os embarques externos somaram US$ 58,458 bilhões, enquanto as compras internas icaram em US$ 56,313 bilhões. Nesse período, o saldo foi superavitário em US$ 2,145 bilhões. te Obama a preocupação do Brasil com a expansão monetária, sem que os pa- íses com superávits equili- brem essa expansão mone- tária com políticas fiscais baseadas na expansão dos investimentos. Essas polí- ticas monetárias solitárias, no que se refere a políticas fiscais, levam à desvalori- zação das moedas dos pa- íses desenvolvidos, levan- do ao comprometimento dos países emergentes”, disse, em declaração con- junta com o presidente Obama. Comissão do Idoso lagra irregularidades em bancos ŹPÁGINA 4 Dolar Comercial 1,817 1,819 0,32 Dólar Turismo 1,760 1,940 0,51 Ibovespa 62.923,21 1,21

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Jornal Capital - Edição nº 103

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Page 1: Edição nº 103

MERCADO & NEGÓCIOS

Senadores vetam Valcke e convidam

Blatter para audiência sobre Copa

CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA ズ モ 10 a 16 de aBRIL de 2012

Ano 4 ズ nº 103www.jornalcapital.jor.br

Indicadores / Câmbio

R$1

País Compra Venda %

FECHAMENTO: 09 DE ABRIL DE 2012

モPÁGINA 2

Caixa reduz juros de clientes em até 88% モPÁGINA 8

Mais rigidez para comérciode produtos entre empresas

As empresas de um mesmo grupo no Brasil e no exterior que trocam mercadorias terão regras mais rígidas para impedir a manipulação de preços que resulta em menos pagamento de imposto. A Receita Federal alterou as

regras dos preços de transferência, usados como parâmetros nessas transações, segundo o subsecretário de Tribu-tação da Receita Sandro Serpa (foto). モPÁGINA 3

Fabio Rodrigues Pozzebom-ABr

Volume de carga em

ferrovias aumenta em

5 milhões de tonelada

Segundo estudo da Associação Nacional dos Trans-portadores Ferroviários (ANTF), a quantidade de

carga transportada por ano subiu de 253,3 milhões de toneladas, em 1997, para 475 milhões de toneladas em 2011.

モPÁGINA 3

Seis municípios da Baixada Fluminense e a Secre-taria de Estado do Ambiente concluíram mais uma

etapa para elaboração do protocolo de intenções para criação do consórcio intermunicipal que acaba com os aterros de resíduos de construção na região. O projeto vai reaproveitar esse material, gerando emprego e renda para as cidades participantes

モPÁGINA 4

Anfavea acredita em reação positiva nas vendas

モPÁGINA 5

Dilma, nos EUA, reclama da desvalorização do dólar

Mais negócios e mais empregos

Ao se encontrar nes-ta segund-afeira (9)

com o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, a presidenta Dil-ma Rousseff criticou a política de expansão mo-netária adotada pelos pa-íses desenvolvidos com o objetivo de sair da crise que abalou a economia in-ternacional. A presidenta disse que essas políticas provocam desvalorização das moedas, entre essas o dólar, e acabam dificul-tando o desenvolvimen-to econômico dos países emergentes. A dirigente já usou o termo "tsunami monetário" como metá-fora para a situação que o Brasil enfrenta. “Ma-nifestamos ao presiden-

Aampliação do Plano Brasil Maior, com as medidas de desoneração fiscal, é um “passo importante” para

melhorar o ambiente de negócios e aumentar a participação da indústria na produção e no emprego, de acordo com o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade (foto). モPÁGINA 2

Renato

Ara

ujo

/AB

r

Roberto Stuckert Filho-Presidência da República

Balança registra

déicit nos quatro dias úteis de abril

Baixada quer gerar empregos com

resíduos de obras

A balança comercial brasileira registrou déicit de US$ 292 milhões nos quatro dias úteis da

primeira semana de abril, segundo dados divulga-dos nesta segunda-feira (9) pelo Ministério do De-senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O saldo negativo é resultado das exportações de US$ 3,378 bilhões e importações de US$ 3,670 bilhões. A média diária de vendas externas no período ana-lisado icou em US$ 844,5 milhões, o que signiica uma queda de 20,5% frente abril de 2011. A retra-ção é atribuída à redução das exportações em três categorias de produtos: básicos (-31,7%), manufa-turados (-11,5%) e semimanufaturados (-3,2%). No caso dos básicos, a queda ocorreu principalmente nos embarques de soja em grão, petróleo bruto, café em grão, minério de ferro, além de carnes suínas e de frango. No acumulado do ano, os embarques externos somaram US$ 58,458 bilhões, enquanto as compras internas icaram em US$ 56,313 bilhões. Nesse período, o saldo foi superavitário em US$ 2,145 bilhões.

te Obama a preocupação do Brasil com a expansão monetária, sem que os pa-íses com superávits equili-brem essa expansão mone-tária com políticas fiscais

baseadas na expansão dos investimentos. Essas polí-ticas monetárias solitárias, no que se refere a políticas fiscais, levam à desvalori-zação das moedas dos pa-

íses desenvolvidos, levan-do ao comprometimento dos países emergentes”, disse, em declaração con-junta com o presidente Obama.

Comissão do Idoso lagrairregularidades em bancos

モPÁGINA 4

Dolar Comercial 1,817 1,819 0,32

Dólar Turismo 1,760 1,940 0,51

Ibovespa 62.923,21 1,21

Page 2: Edição nº 103

2 モ10 a 16 de Abril de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

Cambio

Moeda Compra (R$) Venda (R$) Variação %

Dolar Comercial 1,817 1,819 0,32Dólar Turismo 1,760 1,940 0,51

Moeda Compra (U$) Venda (U$) Variação %

Coroa Dinamarca 5,676 5,676 0,14Dólar Austrália 1,031 1,031 0,07Dólar Canadá 0,997 0,997 0,00Euro 1,310 1,310 0,06Franco Suíça 0,916 0,917 0,00Iene Japão 81,500 81,580 0,10Libra Esterlina Inglaterra 1,589 1,589 0,07Peso Chile 484,450 485,450 0,32Peso Colômbia 1.786,400 1.787,600 0,82Peso Livre Argentina 4,355 4,405 0,00Peso MÉXICO 12,965 12,969 0,15Peso Uruguai 19,350 19,550 0,00

BolsaValor Variação %

Ibovespa 62.923,21 1,21IBX 21.415,35 1,07Dow Jones 12.929,59 1,00Nasdaq 3.047,08 1,08Merval 2.522,18 1,38

Commodities

Unidade Compra US$ Venda US$ Variação %

Petróleo - Brent barril 122,700 122,720 3,05Ouro onça troy 1.639,800 1.641,600 0,00Prata onça troy 31,550 31,620 0,00Platina onça troy 1.612,000 1.622,000 0,00Paládio onça troy 637,800 644,800 0,00

Indicadores

Poupança 10/04 0,529Poupança p/ 1 Mês 09/04 0,511TR 09/04 0,010Juros Selic meta ao ano 9,75Salário Mínimo (Federal) R$ 622,00

MERCADO & NEGÓCIOS

Na internet: www.jornalcapital.jor.br

Filiado À ADJORI - Associação de Jornais do Interior Capital Empresa Jornalística LtdaCNPJ 11.244.751/0001-70

Av. Governador Leonel Brizola (antiga Presidente Kennedy), 1995 - Sala 804Edifício Sul América - Centro, CEP 25.020-002 - Duque de Caxias, Rio de Janeiro

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TIRAGEM: 10.000 exemplares(assine o Capital: 21 2671-6611)

IMPRESSÃO: ARETÉ EDITORIAL S/ACNPJ 00.355.188/0001-90

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Diretor Geral: Marcelo CunhaDiretor de Redação: Josué Cardoso ([email protected])

Colaboradores: Alberto Marques, Arthur Salomão, Carlos Erbs, Dilma Rousseff, Geiza Rocha,

Moreira Franco, Priscilla Ricarte,Roberto Daiub e Rodrigo de Castro.

MOREIRA FRANCO é Ministro Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República

Colunado Moreira

Ensino a distância

A expansão do setor de telecomunicações, no im do século passado, permitiu impulsionar a internet no País

e trouxe nova dinâmica aos cursos de ensino a distância. Até aquele momento, essa forma de aprendizagem era vista com certo preconceito e muito vinculada aos cursos técnicos por correspondência ou aos telecursos produzidos por emissoras de TV, em parceria com o setor privado.

Com o plano de ampliação da rede de banda larga, tem icado mais fácil o acesso a programas de ensino que começaram a ser ofertados por instituições públicas e particulares por meio da internet. De acordo com o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD), 2,5 milhões de cidadãos estudaram em cursos com tais metodologias no ano de 2007.

O Anuário Brasileiro informa também que há cerca de 1,6 mil opções de cursos. São cursos técnicos ou até mesmo de pós-graduação, que podem ajudar a impulsionar a carreira. Ao participar do ensino online, o aluno fortalece o seu currículo, torna-se um proissional mais qualiicado e, com isso, aumenta as oportunidades para ocupar postos mais relevantes e, consequentemente, ganhar mais no im do mês.

É por isso que o ensino a distância foi incorporado pelas grandes empresas como uma ferramenta fundamental para capacitação de funcionários. Além de ser uma opção mais barata que os cursos presenciais, essa ferramenta permite treinar a mão de obra sem provocar interferência maior no processo de produção. Nas grandes corporações, os cursos mais aplicados são os de tecnologia e de planejamento e gestão.

As estatísticas do setor mostram ainda que todos os anos aumenta a diversidade dos cursos. É preciso aproveitá-los ao máximo, no ambiente do trabalho ou fora dele. Trata-se de uma oportunidade irrecusável para trabalhadores que chegam ao mercado de trabalho e para aqueles que não querem se acomodar na proissão. Aderir a essas novas formas de aprendizagem parece, portanto, um caminho para o sucesso proissional: um meio de aprendizagem mais rápido, mais eicaz e mais lucrativo.

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

(*) FECHAMENTO: 09 DEABRIL DE 2012

Ponto de Observação

Alberto Marques

Agora é crime fraudar concurso público

Desde 16 de dezem-bro do ano passado,

quando foi publicada no Diário Oicial da União a lei nº 12.550/11, que altera o Código Penal Brasileiro, passou a ser considerado crime frau-dar concursos públicos, com penas que podem chegar a oito anos de reclusão e multa para os infratores. Até então, não havia na legislação do país uma deinição para esse tipo de fraude, o que tornava mais fácil aos fraudadores escapar da Justiça, pois as auto-ridades policiais e o MP tinham diiculdade para enquadrá-los em algum artigo do Código Penal - um Decreto-Lei de 1940, no auge do Estado Novo de Vargas - e indiciá-los em inquéritos policiais. A decisão do Governo de estabelecer norma ti-piicando como crime as fraudes em concursos ocorreu depois dos pro-

blemas enfrentados pelo MEC na realização do ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - desde o desvios e comercialização das provas até o vazamen-to, no último Exame, de questões básicas, envol-vendo mais de 600 alunos e a direção do Curso Chris-tus, em Fortaleza, Ceará.

A intenção original do MEC, através do ENEM, era fazer uma avaliação dos cursos do segundo grau e induzir as Universi-dades Publicas a adotarem o resultado do Enem como parâmetro de ingresso nos cursos de terceiro grau, uma forma de eliminar gra-dativamente os vestibulares tradicionais. Com o passar do tempo, as universidades particulares também adota-ram o Enem como prova de acesso direto aos seus cur-sos, eliminando o custoso e o problemático vestibular.

Assim, a Lei 12.550/11 acrescentou o Capitulo 5º ao Título 10º do Código Penal, que trata de crimes contra a fé pública. Trata-

se do Artigo 311-A, que considera criminosa a con-duta daquele que utiliza ou divulga, indevidamente, conteúdo sigiloso de con-curso público, avaliação ou exame públicos, processo seletivo para ingresso no ensino superior ou exame ou processo seletivo pre-vistos em lei. No mesmo crime se insere a conduta de quem permite ou faci-lita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não au-torizadas àquelas informa-ções. A pena para tal deli-to é de um a quatro anos e multa, mas será aumentada para dois a seis anos e mul-ta, se da ação ou omissão resultar dano à adminis-tração pública; e em mais um terço se a fraude for cometida por funcionário público.

Outro artigo do Código Penal foi alterado pela Lei 12.550/11, como resultado da introdução do crime ti-piicado no Artigo 311-A. Foi criada mais uma es-pécie de pena restritiva de direitos, com a inclusão,

no Artigo 47 do código, da proibição para o frau-dador de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. A pena não é aplicada cumula-tivamente e, sim, serve para abrandar a punição em condenações até qua-tro anos, quando o conde-nado poderá ter sua pena privativa de liberdade substituída pela de restri-ção de direitos (proibição de inscrever-se em con-curso público), desde que observados os outros re-quisitos exigidos no Arti-go 44 do código.

Para fazer a mudan-ça no Código Penal, o governo se utilizou de norma que tratava de um assunto completamente diferente: a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, na qual foram incluídos os artigos 18 e 19 que alteram o Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940, quando o Códi-go Penal ainda não tinha entrado em vigor no país.

Ampliação do Plano Brasil Maiormelhora negócios e empregos

A ampliação do Plano Brasil Maior, com as

medidas de desoneração iscal anunciadas no dia 3 pelo governo, é um “passo importante” para melhorar o ambiente de negócios e aumentar a participação da indústria na produção e no emprego, de acordo com o presidente da Confede-ração Nacional da Indús-tria (CNI), Robson Braga de Andrade. Ele ressalta, porém, que o problema da indústria não é de ordem conjuntural apenas. Trata-se, segundo ele, de uma questão estrutural, que re-lete problemas de compe-titividade sistêmica. No seu entender, a desoneração da folha de salários, créditos e defesa comercial ajudam,

mas é necessária uma es-tratégia clara de política industrial, com objetivos bem deinidos, para que a indústria tenha “isonomia competitiva”.

Os 15 setores da indús-tria beneiciados com de-soneração da folha de pa-gamentos têm grande peso na formação de empregos. Casos, por exemplo, da in-dústria de confecções, que emprega 1,322 milhão de pessoas em todo o país; da indústria têxtil com seus 334,7 mil postos de traba-lho diretos, de acordo com dados da Associação Bra-sileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit), bem como 1,5 milhão de empregos diretos e indi-retos da cadeia automobi-

lística, segundo estima a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

O presidente da Abit, Aguinaldo Diniz Filho, também acredita que as medidas terão impacto po-sitivo no setor têxtil e de confecções, mas defen-de “mudanças contínuas e profundas nas estrutu-ras de produção”. Segun-do ele, o anúncio de hoje mostra uma “sensível pre-ocupação” com a desin-dustrialização e suas pos-síveis consequências para o país, como a redução de empregos.

O professor de econo-mia da Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Pau-lo, Samy Dana, também

bate na mesma tecla. Ele diz que não adianta apenas reduzir tributos pontuais e especíicos, quando é necessário diminuir toda a carga tributária brasilei-ra e, sobretudo, reduzir o spread bancário (diferen-ça entre os juros que os bancos pagam aos clientes e os juros cobrados nos empréstimos). Sem isso, segundo ele, não haverá grande aumento do nú-mero de empregos no país com essas medidas. “Pre-cisamos fazer mais para que a indústria brasileira ganhe em competitividade e para isso o governo pre-cisa investir mais em in-fraestrutura e trabalhar por uma ampla reforma tribu-tária”, acrescentou.

Page 3: Edição nº 103

3モ10 a 16 de Abril de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

Conversa com a PresidentaEncaminhe perguntas para a Presidenta DILMA ROUSSEFF: [email protected] [email protected]

JOEL DE SOUZA M. FILHO, 69 anos, engenheiro em Salvador (BA) - O governo abandonou o

programa de construção de UPPs em todo o Brasil? Fiquei estarrecido, pois este programa foi o que de melhor apareceu na área de segurança.

Presidenta Dilma - Joel, a implantação de Unidades de Polícia Paciicadora (UPPs) é um programa do governo do Rio de Janeiro, apoiado pelo governo federal, que tem tido muito sucesso. O objetivo do governo é incentivar por todo o país as boas práticas na segurança pública, como é o caso da UPP. O governo federal nunca abandonou o conceito das UPPs, que é a retomada de territórios dominados pela criminalidade com forte presença do Estado. Mas a UPP tem características que são especíicas para a realidade da violência do Rio de Janeiro, que não é a mesma de outras cidades brasileiras. O objetivo do governo federal é incentivar o policiamento de proximidade, ou policiamento comunitário, que faz parte do projeto das UPPs. Seguindo essa política, o Ministério da Justiça tem readequado o projeto de postos ixos de policiamento comunitário. Inicialmente, os 2.883 postos seriam ixos, espalhados por todo Brasil, mas há situações em que a utilização de bases móveis com monitoramento feito por câmeras é mais eiciente. As bases móveis, por exemplo, são estrategicamente melhores para o enfrentamento ao crack. No programa Crack, é Possível Vencer, lançado pelo governo federal, já é utilizado o policiamento de proximidade, que pode ser feito tanto com bases móveis como com postos ixos.

ROGÉRIO LEITE, 45 anos, assistente de controladoria em Belo Horizonte (MG) - Por que não é possível comprar um lote à vista através do FGTS? Sendo à vista, não haverá interferência da Caixa, isto é, alienação do imóvel ao sistema bancário.

Presidenta Dilma – Rogério, é possível, sim, comprar um lote com recursos do seu FGTS, e até com inanciamento da Caixa Econômica Federal, oriundo do FGTS, desde que a aquisição do terreno se destine à construção de sua moradia própria. A restrição existe apenas para a compra de um terreno desvinculado de uma construção. O FGTS foi criado com o objetivo principal de proteger o trabalhador na eventualidade de ser demitido sem justa causa. Mas a legislação estabeleceu algumas exceções. O saque para a compra de terrenos está vinculado à legislação do Sistema Financeiro da Habitação, regulado pela Lei 4.380/64, que impede a aplicação destes recursos em terrenos que não são destinados à construção imediata. É bom lembrar que, para usar o FGTS na compra de um imóvel, o trabalhador não pode ser proprietário de imóvel na localidade em que trabalha e reside. Essas regras foram criadas pelo Congresso Nacional para que o Fundo, além de garantir a formação de uma garantia inanceira pelo tempo de serviço e constituir um patrimônio do trabalhador, destine-se a proporcionar o acesso da população brasileira à casa própria, infraestrutura urbana e saneamento básico.

ELCIR P. EUZÉBIO, 54 anos, dona de casa em Cabo Frio (RJ) - Por que o Bolsa Família não tem um valor ixo para todos? Crio a minha neta e só recebo R$ 32,00, mas sei de vizinhos que ganham o dobro.

Presidenta Dilma – O valor do Bolsa Família, Elcir, varia de acordo com a situação econômica e a quantidade de crianças, adolescentes e gestantes, podendo ir de R$ 32,00 a R$ 306,00. Isso porque as famílias mais pobres e com mais ilhos têm gastos maiores. As famílias com renda de até R$ 70,00 por pessoa recebem um benefício básico, no valor de R$ 70,00, e podem receber mais 5 benefícios variáveis de R$ 32,00 (um para cada criança ou adolescente até 15 anos, gestante ou bebê) e mais 2 benefícios no valor de R$ 38,00 (um para cada adolescente de 16 ou 17 anos). Famílias com renda acima de R$ 70,00 e inferior a R$ 140,00 por pessoa recebem apenas os benefícios variáveis. Para obter mais informações sobre o seu benefício, Elcir, sugiro procurar o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do seu município. No caso das famílias com ilhos, lembro a importância de manter o cadastro atualizado, promover o acompanhamento de saúde e também garantir que crianças e adolescentes frequentem a escola. São mais de 13 milhões de famílias recebendo os benefícios e os resultados são muito positivos. Foi a partir da combinação do crescimento econômico com políticas como o Bolsa Família e a elevação do salário mínimo que a classe média incorporou, entre 2003 e 2011, cerca de 40 milhões de pessoas.

(*)ARTHUR SALOMÃO É ESPECIALISTA EM DIREITO EMPRESARIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL.

Direito EmpresarialGaragem só pode ser vendida ou alugada

com aprovação do condomínio

Uma nova lei federal passa a determinar

que garagens não po-dem mais ser vendidas ou alugadas a pessoas estranhas ao condomí-nio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio.

Trata-se de uma mo-

diicação no Código Civil por meio da Lei nº 12.607, publicada no Diário Oicial da última quinta-feira, dia 5 de abril. A lei muda o ar-tigo 1.331 do código, que passa a vigorar com a se-guinte redação: Art. 1.331, § 1o: As partes suscetíveis de utilização independen-te, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respec-

tivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a proprieda-de exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livre-mente por seus proprietá-rios, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao con-domínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio.

Arthur Salomão* De acordo com o texto, apartamentos, es-critórios, salas, lojas e sobrelojas, continuam a ser consideradas de propriedade exclusiva. Assim, essas unidades podem continuar a ser vendidas ou alugadas livremente por seus pro-prietários. Antes, o mes-mo valia em relação às garagens.

Regras estão mais rígidas para comércio

de produtos entre empresas coligadas

As empresas de um mesmo grupo no Bra-

sil e no exterior que trocam mercadorias terão regras mais rígidas para impedir a manipulação de preços que resulta em menos pa-gamento de imposto. A Receita Federal alterou as regras dos preços de trans-ferência, usados como pa-râmetros nessas transações. As empresas que importam ou exportam commodities (bens primários comercia-lizados no mercado inter-nacional) só poderão usar como preço de transferên-cia as cotações nas bolsas de valores internacionais. Até agora, era permitida a aplicação de uma margem de lucro sobre o preço de revenda ou sobre o custo de produção, procedimen-to que, segundo a Receita, provocava distorções em relação às cotações inter-nacionais.

- O uso da margem de lucro, muitas vezes, resul-tava em preços diferentes dos praticados no mercado internacional e permitia às empresas transferir lucros para o exterior e pagar menos imposto no Brasil - disse Cláudia Pimentel, co-ordenadora da área de Im-posto de Renda da Receita Federal do Brasil. O Fisco também alterou o cálculo do preço de transferência de empresas que importam

produtos industrializados ou semi-industrializados de uma empresa vinculada, como uma ilial que com-pra de uma matriz no exte-rior. As margens de lucro que podem ser deduzidas do preço de revenda - e permitem às empresas pa-garem menos imposto - fo-ram modiicadas. Até ago-ra, essa diferença era 20%, no caso de mercadorias compradas no exterior e vendidas no mercado inter-no, e 60% quando a empre-sa industrializa o produto no país antes de revendê-lo no Brasil.

Com a nova regra, es-sas duas margens de lucro foram uniicadas e corres-ponderão a 20%, 30% ou 40% do preço de revenda

conforme o tipo de mer-cadoria. Segundo a coor-denadora, a mudança evita contestações na Justiça e facilita a iscalização pelos auditores. “Muitas vezes, uma empresa que apenas mudava a embalagem do produto questionava se a mercadoria havia sido in-dustrializada e pedia mar-gem de lucro maior”, ex-plicou.DEFESA COMERCIAL

Para o subsecretário de Tributação da Receita, San-dro Serpa, as alterações re-presentam um instrumento adicional de defesa comer-cial. “O preço de transfe-rência, que pode ser calcu-lado de diversas formas, é o preço que seria justo no comércio de uma mer-

cadoria. O luxo cambial [entrada ou saída de moeda estrangeira] é bastante co-nhecido e constantemente monitorado, mas existe um luxo de mercadorias com preço manipulado que pro-voca perdas de impostos em todo o mundo”, comen-tou. De acordo com Serpa, a manipulação dos preços nas trocas entre empresas coligadas que operam em países diferentes provoca perda de US$ 200 bilhões em todo o mundo. Ele, no entanto, não forneceu es-tatísticas sobre quanto o Fisco brasileiro deixa de arrecadar com essa prática. O endurecimento das re-gras de cálculo do preço de transferência faz parte do pacote de defesa comercial e de estímulo à indústria anunciado na terça-feira (3).

Cláudia Pimentel disse ainda que empresas ten-dem a exportar pelo maior preço possível a uma em-presa vinculada e impor-tar por preços mais baixos para reduzir o lucro e pagar menos Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Justamente o fato de per-tencerem ao mesmo gru-po abre brechas para que o preço dessas transações seja diferente do cobrado no comércio entre duas empresas independentes.

Valter Campanato-ABr

O subsecretário de Tributação da Receita Sandro

Serpa disse que a manipulação dos preços

provoca perdas em todo o mundo

Volume de carga em ferrovias aumenta

em 5 milhões de toneladas em um ano

O movimento de cargas por meio da malha

ferroviária brasileira cres-ceu 87,6% entre 1997 (ano em que a desestatização no setor teve início) e 2011. Segundo estudo da Asso-ciação Nacional dos Trans-portadores Ferroviários (ANTF), a quantidade de carga transportada por ano subiu de 253,3 milhões de toneladas, em 1997, para 475 milhões de toneladas em 2011. Se a comparação for feita com 2010, a mo-vimentação registrou um aumento de 5 milhões de

toneladas.O setor registra 149%

a mais de empregos entre 1997 e 2011, e uma redu-ção de 22% no consumo de combustíveis. De acordo

com o Balanço do Trans-porte Ferroviário de Car-gas, divulgado hoje (9) pela ANTF, a produtividade da malha aumentou 111,7% desde 1997. O estudo des-

taca, ainda, a expansão e a modernização da frota de locomotivas e vagões, e “um salto de mais de 82 vezes” no transporte de contêineres.

- São números expressi-vos, muito impactantes, até porque a malha pouco cres-ceu nesses 15 anos - dis-se o presidente da ANTF, Rodrigo Vilaça. “Na ideia de revitalização da malha existente, quase nada foi feito pelo Poder Público. As obras anunciadas em 2003 ainda não surtiram o efeito imaginado”, acrescentou.

Banco de Imagens

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4 モ10 a 16 de Abril de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

RODRIGO DE CASTRO é jornalista e pós-graduado em Marketing e Comunicação Empresarial pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)

Bastidoresda ALERJ

Ressurreição?

Ressurreição em Latim signiica literalmente "levan-tar; erguer-se". A deputada estadual Janira Rocha

(PSOL) deve ter passado este feriadão de Páscoa pedin-do aos céus a sua ressurreição. É que está prestes a ser analisado pela Mesa Diretora da Alerj o pedido de cas-sação pelo envolvimento direto e participativo no mo-vimento de greve dos bombeiros e policiais militares, conforme lagrado em escutas telefônicas apresentadas no “Jornal Nacional”, da Rede Globo. O pedido foi fei-to pela “colega” Cidinha Campos (PDT) a quem Janira “malha” mais do que a Judas em Sábado de Aleluia.

As desavenças entre as parlamentares estão longe do im e não é somente a Cidinha Campos a quem Janira tem irritado. Dizem os mais malvados que a base go-vernista não agüenta mais a “oposição escandalosa” nos microfones do Plenário e apoia totalmente o processo de cassação.

IRRITADO - Quem também anda bem irritado é o presidente da Casa, Paulo Melo, devido as ausências costumeiras de alguns deputados com a proximidade das eleições municipais. Muitos não fazem falta nenhu-ma, mas provocam dor de cabeça no presidente, ao acei-tarem participar de comissões importantes. Dia desses esbravejou para quem quisesse ouvir: “Presidir uma co-missão parlamentar é um compromisso dos mais sérios na vida pública de um deputado”. O recado está dado!

VARREDURA - Foi concluído o Pregão para a con-tratação de empresa especializada em varredura eletrô-nica nos gabinetes dos deputados e principais departa-mentos da Assembleia. A descoberta de novos grampos pode delagrar novos escândalos na Alerj.

Líderes evangélicos fazemconfraternização em Xerém

Cerca de cinquenta pas-tores de diversas de-

nominações evangélicas de Duque de Caxias se reuni-ram em confraternização, na última terça-feira, dia 3. O evento, realizado em Xerém, 4º distrito do muni-cípio, serviu também para discussão de diversos te-mas, como a união entre as diferentes igrejas dentro de um mesmo ideal.

O pastor Paulo Rober-to, da Assembléia de Deus, um dos participantes, res-saltou a importância da reunião. “Embora as deno-minações sejam diferentes, possuem um bem em co-

mum, que é trazer para a sociedade alguns projetos que vão de encontro à toda população”. Após um bate papo informal, um almoço descontraiu ainda mais o ambiente.

Dentre os presentes esta-va o presidente da Câmara de Vereadores Dalmar Li-rio de Almeida,o Mazinho. Os pastores falaram sobre a trajetória do vereador e destacaram o tamanho de sua responsabilidade e postura com a população. Mazinho agradeceu a tarde alegre com os “amigos de fé” e a coniança deposita-da em seu trabalho.

Diculgação

Comissão do Idoso da Alerj lagrairregularidades em bancos

Agências bancárias lo-tadas, atendimento

preferencial deicitário ou inexistente, número de as-sentos insuicientes, falta de água, banheiros fecha-dos e espera de até três ho-ras na ila. Este é parte do cenário que os idosos en-contram ao buscarem ser-viços bancários em alguns bairros do Rio. Todas essas irregularidades foram la-gradas pela presidente da Comissão de Assuntos da Criança do Adolescente e do Idoso, deputada Claise Maria Zito (PSD), durante vistorias realizadas na úl-tima semana, em agências bancárias da Caixa Eco-nômica Federal, Bradesco, Santander, Banco do Bra-sil e Itaú. “O atendimento, aqui, é precário. A agência não tem banheiro, não tem água e, principalmente, não está respeitando o tempo de espera de no máximo 20 minutos para o atendimen-to. Uma pessoa me disse que está aqui há três horas. É assustador. Nós estamos iscalizando e vamos bus-

car ações que possam mini-mizar essa situação”, disse a deputada, durante visto-ria realizada na agência do Santander, no calçadão de Bangu, Zona Oeste do Rio.

As vistorias acontece-ram durante três dias con-secutivos em diferentes re-giões. Agências bancárias de Bangu, Méier e Duque de Caxias receberam a visi-ta da parlamentar e equipe da Comissão da Alerj nesta primeira etapa. Em Bangu, foram visitadas agências da Caixa Econômica e do Santander, sendo consta-tadas irregularidades, es-pecialmente na última. O

panorama encontrado du-rante as vistorias no Méier, Zona Norte da capital (dia 3), e em Duque de Caxias, no dia seguinte, foi mais positivo do que o veriica-do em Bangu, na segunda-feira (2). "Estamos tendo bons resultados com essas vistorias. Quando a gente entra no banco já está todo mundo apreensivo, todos procurando cumprir as de-terminações da lei e isso é muito importante. Ob-servamos hoje que todas agências estavam com o caixa preferencial funcio-nando, tinham o número determinado de cadeiras

para os idosos e que esta-vam trabalhando com a en-trega de senhas", contou a deputada.

Em todos os bancos vi-sitados a parlamentar dis-tribuiu um folheto com os direitos dos idosos, além de lembrar o telefone do Disque Idoso da Alerj (0800-0239191), para que as irregularidades fossem denunciadas futuramente. Apesar dos avanços, a pre-sidente da comissão cons-tatou que somente duas em-presas bancárias (Bradesco e Itaú) cumpriam todas as determinações legais. Já as agências do Banco do Bra-sil e da Caixa Econômica Federal não possuíam os dizeres da lei aixados de forma visível para os clien-tes, como obriga a lei. De acordo com Claise Maria, apesar das melhorias cons-tatadas novas visitas serão realizadas pela comissão no início do mês de maio em outros bairros da cidade do Rio de Janeiro e muni-cípios da Baixada Flumi-nense.

Divulgação

Cidades da Baixada querem gerar empregos com resíduos de obras

Seis municípios da Bai-xada Fluminense e a

Secretaria de Estado do Ambiente concluíram mais uma etapa para elaboração do protocolo de intenções para criação do consórcio intermunicipal que acaba com os aterros de resíduos de construção na região. Da reunião realizada dia 4 na Prefeitura de Duque de Ca-xias, participaram técnicos e representantes jurídicos dos municípios de Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu e São João de Meriti que discutiram o projeto desenvolvido por pela empresa I&T-Gestão de Resíduos.

O projeto que acaba com os aterros com resídu-os de obras e vai reaprovei-tar esse material, gerando emprego e renda para as cidades participantes, será assinado em breve pelos prefeitos das cidades en-volvidas e encaminhados

às Câmara Municipais para criação de lei. Pelo plano serão criados ecopontos para entrega voluntária de resíduos de construção civil e áreas de triagem e transbordo (ATTs). Eles poderão icar em áreas li-mites entre municípios do consórcio e ser usados por ambos de forma integra-da. As instalações de reci-

clagem poderão produzir blocos, pisos e meio-io a baixo custo.

Em recente encontro do grupo, o secretário de Meio Ambiente de Duque de Ca-xias, Samuel Maia, disse que é necessária a criação de políticas públicas para conscientização da popu-lação sobre o descarte de resíduos. “Hoje, 68% do

lixo recolhido na cidade é entulho, 22% são de coleta domiciliar e o restante, lixo industrial. A geração de re-síduos de construção civil é um dos grandes proble-mas da Baixada Fluminen-se e esse material pode ser processado e aproveitado pelas Prefeituras em suas obras ou vendido para in-dústrias”, destacou Maia.

PMDC/Márcio Leandro

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5モ10 a 16 de Abril de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

Anuncie!Ligue: 21 2671-6611

Anac mantém resultado do leilão de privatização de três aeroportosA diretoria da Agência

Nacional de Aviação Civil (Anac) decidiu no último dia 5, por unanimi-dade, julgar improcedente o recurso impetrado pelo Consórcio Novas Rotas, liderado pela Odebrecht, contra a habilitação do Consórcio Aeroportos Bra-sil, liderado pela Triunfo, vencedor do leilão para ampliação, manutenção e exploração do Aeroporto Internacional de Viraco-pos, em Campinas (SP). Em reunião extraordinária

que ocorreu esta tarde, no Rio de Janeiro, a diretoria da Anac também homolo-gou o resultado do certame e concedeu a outorga do leilão dos três aeroportos privatizados: Guarulhos, Viracopos e Brasília. Pelo cronograma do processo, a assinatura dos contratos de concessão dos três ae-roportos será no dia 25 de maio.

Pela concessão dos três aeroportos, cujo leilão ocorreu no dia 6 de feve-reiro, a União vai receber

R$ 24,5 bilhões, quase cin-co vezes o valor mínimo de R$ 5,47 bilhões estipulado pelo governo. O maior ágio (673,39%) foi ofertado pela Consórcio Inframéri-ca, que venceu o certame do Aeroporto Internacional de Brasília com a propos-ta de R$ 4,51 bilhões pelo consórcio Inframérica. Para Guarulhos, o Consór-cio Invepar ACSA venceu com lance de R$ 16,213 bilhões (ágio de 373,51%). O Consórcio Aeroportos Brasil foi o vencedor da

disputa por Viracopos, com oferta de R$ 3,821 bilhões (ágio de 159,75%).

Os três aeroportos res-pondem pela movimenta-ção de 30% dos passagei-ros, 57% da carga e 19% das aeronaves de todo o país. As concessionárias deverão concluir as obras de ampliação e moderni-zação dos aeroportos até a Copa do Mundo de 2014. A multa por descumprimento é R$ 150 milhões, mais R$ 1,5 milhão por dia de atra-so.

Balança do agronegócio

tem superávit de US$ 15

bi no primeiro trimestre

O agronegócio brasilei-ro registrou superávit

em sua balança comercial de US$ 15,09 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Em relação ao mesmo período do ano passado, as exportações cresceram 8,7%, atingindo US$ 19,41 bilhões, e as importações aumentaram 9%, chegan-do a US$ 4,32 bilhões, de acordo com dados divulga-dos dia 5 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Li-deraram as exportações do setor nos três primeiros me-ses do ano o complexo soja, com US$ 4,83 bilhões, as carnes, US$ 3,61 bilhões, o complexo sucroalcooleiro, US$ 2,33 bilhões, os pro-dutos lorestais, US$ 2,24 bilhões, e o café, US$ 1,76 bilhão. No segmento car-nes, a de frango rendeu US$ 1,76 bilhão, a bovina, US$

1,22 bilhão, e a suína, US$ 313,63 milhões.

O maior comprador da produção do agronegó-cio brasileiro é a China, com US$ 2,96 bilhões no acumulado do primeiro trimestre de 2012. O va-lor é 84,5% maior que o do mesmo período do ano passado. Outros grandes compradores, no entanto, como os Países Baixos, a Alemanha e Rússia dimi-nuíram suas compras. A si-tuação mais crítica foi com a Rússia, que reduziram as importações do agro-negócio brasileiro de US$ 1,216 bilhão no primeiro trimestre de 2011 para US$ 565 milhões, uma queda de 53,5%. A redução é resul-tado, principalmente, do embargo russo aos produ-tos de vários frigoríicos nacionais, em vigor desde junho de 2011.

Anfavea acredita que aperto no crédito não inibirá vendas

Depois de registrar recuo de 0,8% nas

vendas de veículos no pri-meiro trimestre (na com-paração com os três pri-meiros meses de 2011), as montadoras instaladas no país projetam uma re-ação positiva do merca-do. Apesar da queda nas vendas, não foi alterada a meta de crescimento do setor, de 4% a 5% este ano, segundo informou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini. Na avaliação do executivo, com a expecta-tiva de redução das taxas

de juros praticadas pelo mercado e de redução da inadimplência, o comércio varejista de carros tende a crescer. “Nós entendemos que, com as medidas que o governo está tomando e que devem levar à redução dos juros, haverá uma re-cuperação e vamos ter ain-da um bom ano”.

Ele citou dados divul-gados dia 5 pela Asso-ciação Nacional das Em-presas Financeiras das Montadoras (Anef) que apontam aumento do saldo da carteira de crédito para aquisição de automóveis, em fevereiro, de 6,6%, totalizando R$ 201,5 bi-

lhões. Essa expansão, no entanto, mostra que o cré-dito icou mais apertado e que está crescendo mais lentamente. Em fevereiro do ano passado, a taxa de expansão foi bem maior, 18,5%.

Os atrasos de paga-mento das prestações dos carros, acima de 90 dias, atingiu 5,5% do total das operações de crédito, um acréscimo de 2,7 pontos percentuais sobre o saldo da inadimplência de feve-reiro de 2011. Para Belini, a situação é mais confor-tável do que nos demais segmentos do comércio, porque, na média de to-

dos os bens do mercado, a taxa icou em 7,6%. Sobre o novo regime automoti-vo, anunciado no âmbito do pacote de estímulo à indústria, o presidente da Anfavea observou que os efeitos na cadeia automo-bilística só serão sentidos no longo prazo, já que as novas regras irão vigo-rar no período de 2013 a 2017. Até o ano que vem, as empresas vão se prepa-rar para se adaptar à nova regulamentação que, entre outras determinações, pre-vê aumento do índice de nacionalização dos com-ponentes usados pela in-dústria automotiva.

Vendas de motocicletas recuaram 7% no primeiro trimestre

As vendas de motoci-cletas no país, das

fábricas para as conces-sionárias, registraram uma diminuição de 7% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mes-mo período de 2011. Elas totalizaram 438.683 uni-dades, em 2012, contra 503.646 do ano anterior.

Os dados divulgados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicle-tas, Ciclomotores, Moto-netas, Bicicletas e Simi-lares (Abraciclo) também apontam um recuo de 4% na produção, com a fabricação de 509.545 motos no mesmo perío-do, ante 533.082 nos pri-

meiros três meses do ano passado. Já as vendas de motocicletas para o con-sumidor inal, calculadas com base no número de emplacamentos, apresen-taram crescimento de 1% no primeiro trimestre de 2012, na comparação com o mesmo período de 2011. Os números da Abraciclo

também mostram que as exportações apresentaram recuperação em relação ao desempenho registra-do em 2011. Com 22.473 unidades comercializadas no mercado externo, as exportações no primeiro trimestre avançaram 71% em relação ao ano ante-rior (13.170).

E-commerce: Governo quer aprovar PEC ainda este mêsO governo quer aprovar

até o inal do mês o Projeto de Emenda à Cons-tituição (PEC) 56/11, que vai regular a cobrança de alíquotas de ICMS (Im-posto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para vendas no comércio eletrônico. Para isso, ar-mou artilharia pesada para negociar com senadores para que a PEC seja votada na sequência do polêmico Projeto de Resolução do Senado nº 72, que prevê o im da chamada "guerra dos portos". Segundo a mi-nistra das Relações Institu-cionais, Ideli Salvati, o go-verno chegou a um acordo com o Senado para colocar o projeto na pauta de vo-tação na próxima semana e, em seguida, empurrar a

PEC.O esforço tem um quê

de "toma lá, dá cá". Os estados que se mostrarem insatisfeitos com a quase certa aprovação da alíquota única de 4% de ICMS a ser cobrada sobre os produtos (nacionais e importados) em seu local de origem se-rão recompensados com a PEC do e-commerce. Ela servirá para regular a co-brança do imposto, cuja alíquota foi c o m p l e t a -mente detur-pada após o avanço das compras on-line. Atual-mente, se um produto fa-bricado em São Paulo é

comprado via Internet por um consumidor na Bahia, duas alíquotas podem ser cobradas: 18% em São Paulo e 10% na Bahia. Na teoria, a empresa paga o tributo duas vezes em esta-dos diferentes. Na prática, a carga tributária encarece a compra e o consumidor acaba arcando com o pas-sivo. A aberração tributária ocorre porque a legislação não é clara sobre o tema.

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6 モ10 a 16 de Abril de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

Atualidade

País

Internacional

Forró na Feira de Caxiascomemora 14 anos de sucesso

O Forró na Feira, um dos mais bem suce-

didos projetos de cultu-ra e de geração de renda da Secretaria de Cultura e Turismo de Duque de Caxias, estará comemo-rando seus 14 anos de criação nos próximos dias 14 e 15, no Espaço de Cultura Nordestina Jackson do Pandeiro, no centro da cidade, área de cerca de dois mil metros quadrados e que recebe nos inais de semana cer-ca de 5 mil pessoas. Nos dois dias, o público terá atrações especiais, corte de bolo e sorteio de brin-des, além do sorteio de uma viagem (ida e volta) ao Nordeste. No sábado (14), a festa começa às 19h, com a banda Azmel, e se estenderá até a meia

noite. No domingo (15), a partir do meio dia, subirão ao palco Diogo Montei-ro e Trio,Banda Syalles, Dé Lima e Trio, Klebinho Baiano e os grupos Nativa do Boleto e Louca Sedução. Entre as autoridades convi-dadas estão o Prefeito José Camilo Zito e o Secretário de Cultura e Turismo Gu-temberg Cardoso.

O Forró na Feira, que gera renda para mais de 200 pessoas, é um espaço

de alegria e descontração. Conta hoje com 16 barracas de 3x3m e quatro tendas de 10m x10m, padronizadas com a logomarca do even-to, da Prefeitura e de pro-dutores do patrocinador - a AMBEV - além de um pal-co remodelado para atender melhor os artistas convida-dos. O projeto teve início em 15 de abril de 1998, em um espaço na tradicional feira de domingo da cidade, como forma de preservação

da cultura nordestina e hoje é fonte de ren-da para cerca de duas centenas de pessoas. O evento foi oicializado quase seis anos depois, pela Lei Municipal n° 1.831, de 13 de agosto de 2004. Funcionando aos sábados (a partir das 19h) e aos domin-gos a partir das 10h, ele oferece música ao vivo e comidas e bebidas tí-picas diversas.

Divulgação/SMCT

Rio de Janeiro vai sediar Fórum

Mundial da Ciência em 2013

Em novembro de 2013, o Rio de Ja-

neiro será sede de mais um grande evento, o Fórum Mundial da Ci-ência. Ainda sem data e local deinidos, o en-contro reunirá grandes nomes da área cientíi-ca brasileira e interna-cional para debater o papel da ciência para o desenvolvimento glo-bal. Criado em 1999, o fórum é realizado a cada dois anos em Bu-dapeste, na Hungria. A próxima edição será a primeira realizada em outro País. Em 2009,

representantes da Amé-rica Latina solicitaram que o encontro ocorresse alternadamente em ou-tras capitais do mundo, que têm lugar de desta-que na área de ciência, tecnologia e inovação. Com apoio da Organiza-ção das Nações Unidas para a Educação, Ciên-cia e Cultura (Unesco), o Brasil foi escolhido devi-do à relevante atuação da Academia Brasileira de Ciências (ABC) nos últi-mos anos, representando a produção nacional nas principais instituições e fóruns internacionais.

Senadores vetam Valcke e convidam

Blatter para audiência sobre Copa

Os relatores e pre-sidentes das co-

missões de Educação, Cultura e Esporte; Constituição e Justiça (CCJ) e Assuntos Eco-nômicos (CAE) do Se-nado vetaram a presen-ça do secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérô-me Valcke, na audiência pública que será promo-vida pelas três comis-sões na próxima quar-ta-feira (11). Para falar em nome da Fifa, foi convidado o presidente Joseph Blatter, mas ele ainda não conirmou se participará da audiência que vai discutir o proje-to da Lei Geral da Copa

que foi aprovado pela Cã-mara dos Deputados.Segundo a senadora Ana Amélia (PP/RS), relato-ra do projeto da Lei Ge-ral da Copa na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, o veto à partici-pação de Valcke ainda é consequência das declara-ções dele de que o Brasil deveria levar “um ponta-pé no traseiro” para acele-rar a aprovação do texto, que estabelece normas le-gais para a realização das copas das Confederações, em 2013 e do Mundo, em 2014.- Nós não queremos que o senhor [Jérôme] Val-cke tenha mais exposição do que o necessário. Por

isso, resolvemos cance-lar a audiência que esta-va marcada para quarta-feira e convidar o senhor [Joseph] Blatter, pois ele é quem manda na Fifa. Além disso, quando o secretário-geral esteve na Câmara, de pouco adian-tou para as discussões do projeto - disse a senadora gaúcha. Os outros relato-res são os senadores Vital do Rego (PMDB-PB), da CCJ, e Francisco Dornel-les (PP-RJ), da CAE. Ana Amélia esclareceu que a decisão de rejeitar Valcke foi, sim, uma reação às declaração dele. Para ela, o executivo da Fifa "ofen-deu não apenas o governo e o Congresso, mas o país.

Depois, veio a nota da Fifa, que explica [e dá outra interpretação à frase de Valke], mas não justiica aque-la declaração. Quem entende francês sabe que ele quis mesmo dizer o que disse, ele foi descortês e desele-gante”.Ela disse que se Blat-ter não quiser vir ao Senado, “o problema é dele” e que o proje-to será analisado sem as opiniões da Fifa. Amanhã (10), às 10h, as três comissões vão promover uma audi-ência conjunta para ouvir o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

Extrato da Declaração do IR 2012está disponível na internet

O contribuinte pes-soa física já pode

acessar o extrato da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Fí-sica 2012 e identiicar eventuais pendências com o objetivo de evi-tar a retenção na malha ina. O documento está disponível no Centro Virtual de Atendimen-to ao contribuinte (e-CAC). Para acessá-lo, é necessário utilizar o código de acesso ge-rado na própria página da Receita Federal, ou certiicado digital emi-

tido por autoridade habili-tada. Para gerar o código, o contribuinte precisará in-formar o número do recibo de entrega das declarações de Imposto de Renda dos últimos dois exercícios.

A regularização por meio do e-CAC pode evi-tar muita dor de cabeça. O e-CAC é um portal eletrô-nico de atendimento virtu-al em que diversos servi-ços protegidos por sigilo iscal podem ser realizados via internet pelo próprio contribuinte. O site é www.receita.fazenda.gov.br/irpf2012.

Obama reconhece a cachaça como

produto tipicamente brasileiro

As relações comer-ciais entre o Brasil

e os Estados Unidos vão parar muitas vezes na Organização Mundial do Comércio (OMC) por divergências na im-posição de barreiras tri-butárias e elevados im-postos. Mas, na reunião desta segunda-feira (9) entre os presidentes Dil-ma Rousseff e o norte-americano Barack Oba-ma as tensões icaram de lado devido ao reco-nhecimento da cachaça como produto tipica-mente brasileiro, faci-litando sua exportação para os Estados Unidos. Obtida pela destilação do caldo de cana-de-

açúcar fermentado, a ca-chaça é tradicionalmente usada na elaboração da caipirinha, que virou mar-ca do Brasil no exterior. No país, são produzidos por ano cerca de 1,5 bi-lhão de litros de cachaça - a maioria em destilarias e uma parte de fabricação artesanal, em pequenos alambiques. São mais de 30 mil produtores e 5 mil marcas.

Os dois líderes discu-tiram também acordos sobre aviação e comuni-cações. Também foi solu-cionada a pendência sobre o suco de laranja, pois os norte-americanos vetaram a entrada do produto bra-sileiro no país. No entan-

to, após a interferência da OMC, os Estados Unidos aceitaram rever suas leis. Estiveram ainda em dis-cussão acordos sobre a carne suína e a lei agríco-la. O mercado dos Esta-dos Unidos se abriu para a carne suína de Santa Ca-tarina, e os negociadores tentam ampliar a parce-ria para que a certiicação beneicie outras áreas. As discussões sobre a nova lei agrícola norte-ameri-cana são acompanhadas pelos negociadores brasi-leiros, pois isso pode cau-sar impacto nas exporta-ções nacionais.

No ano passado, os Estados Unidos foram o segundo principal parcei-

ro comercial brasilei-ro, depois da China. De 2007 a 2011, o in-tercâmbio comercial brasileiro com o país cresceu 37%, passan-do de US$ 44 bilhões para US$ 60 bilhões. De janeiro a fevereiro de 2012, o intercâm-bio comercial dos Estados Unidos com o Brasil aumentou em 20% em relação ao mesmo período de 2011, passando de US$ 7,9 bilhões para US$ 9,5 bilhões. As exportações brasi-leiras cresceram em 38% e as importa-ções, 6% no mesmo período.

Greve de pilotos obrigaIberia a cancelar vôos

A empresa aérea espanhola Ibe-

ria teve que cancelar mais de uma centena de voos previstos nes-ta segunda-feira (9). No total, a companhia faz, em média, 54 voos nacionais, 64 para pa-íses na Europa e nove transoceânicos, mas há dias em que esses números aumentam. Mais de 100 aeropor-tos no mundo operam com a Iberia. A em-

presa informou que serão feitas mudanças em bi-lhetes e reembolsos para diminuir os prejuízos aos clientes. O cancelamen-to dos voos decorre da greve delagrada pelos pilotos, que ocorrerá até o dia 20 de junho sempre às segundas e sextas-fei-ras. Os pilotos reivindi-cam aumento de salários. Desde dezembro, eles vêm advertindo a empre-sa sobre a possibilidade de paralisação.

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7モ10 a 16 de Abril de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

Anuncie! Ligue: 21 2671-6611

Siticommm busca apoio de Ministério para qualiicar trabalhadores

O im da manhã do últi-mo dia 3 foi de espe-

rança para os associados e a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores nas Indús-trias da Construção Civil, Montagem Industrial, Mo-biliário, Mármore e Grani-to e do Vime de Duque de Caxias, São João de Meriti, Nilópolis, Magé e Gua-pimirim (Siticommm). A entidade recebeu, no bairro Campos Elíseos, em Du-que de Caxias, a visita de avaliação do gerente regio-nal de trabalho e emprego do Ministério do Trabalho, Luiz Antônio Marinho da Silva, que se mostrou oti-mista em estabelecer par-ceria com o sindicato para

a continuidade dos projetos desenvolvidos no Pólo de Educação Proissional “Ci-dades da Solda”, que ofere-cia cursos de capacitação e formação proissional.

Segundo Luiz Antonio, que veio a convite do presi-dente do Sindicato Josimar Campos de Souza, o Ma-zinho, projetos como esse merecem receber o apoio do Governo Federal. Para ele, há uma demanda mui-to grande de mão-de-obra qualiicada no país, em especial na região. “Hoje o Brasil vive um momen-to de desenvolvimento e os setores industriais care-cem de pessoas capacita-das para desempenhar suas

funções. Há muito empre-go sendo gerado e essas pessoas precisam adquirir conhecimento para estarem aptas a ocupar esses postos de trabalho”, observou.

Apesar da sinalização favorável do gerente, o processo não é tão sim-ples e depende da apro-vação do Ministério do Trabalho e também do Siticommm mostrar capa-cidade de execução do que esta sendo proposto. A res-salva, conforme explicou Luiz Antônio, deve-se a episódios passados, onde muitas entidades pediam recursos, mas não tinham capacidade de execução das atividades. Problema O Siticommm fez a doação de uma cadeira

para a unidade do Ministério em Duque de Caxias

que o gerente acredita que não irá acontecer com o projeto do Siticomm, que provou seu compromisso há alguns anos ao formar muitos proissionais para as empresas de Duque de Caxias e de outras cidades da região.

Sobre a exigência do Ministério do Trabalho, Mazinho garante que é possível cumprir. O que faltam são parcerias para que o espaço de aproxima-damente 600 m² não ique ocioso. “Além do Minis-tério, também buscamos a renovação do convênio com a Reduc, por meio da Petrobras, que foi respon-

sável para que esse projeto um dia se tornasse realida-de. Agora queremos bus-car recursos não somente para reativar a Cidades da Solda, mas também fazer a aquisição deinitiva des-te espaço”, explicou Mazi-nho.

A vontade do sindi-calista deve-se à grande procura pelos cursos de capacitação oferecidos pelo Siticommm, que for-mou cerca de 180 alunos em soldagem somente em 2009. O desejo futuro é ampliar para a área de cal-deraria e também atender portadores de deiciên-cia, proposta que também

agradou ao representante do Ministério do Trabalho.

Na ocasião, o Siti-commm aproveitou a vi-sita do gerente do Minis-tério e doou ao órgão uma cadeira de rodas que será usada na sede regional em Duque de Caxias. Confor-me Luiz Antônio, esse tipo de doação é importante para atender a carência de material permanente que esbarra na burocracia das licitações. Informações sobre o curso e as inscri-ções, segundo Mazinho, serão repassadas pelo Sin-dicato quando as parcerias forem efetivadas e as ati-vidades viabilizadas.

O representante do ministério do Trabalho

visitou as cidades das soldas em Campos Elíseos

Erbs Jr

Erbs Jr

Page 8: Edição nº 103

8 モ10 a 16 de Abril de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

Ligue: 21 2671-6611ANUNCIE

Caixa reduz juros em até 88% paramais de 25 milhões de clientes

A Caixa Econômica Fe-deral anunciou no últi-

mo dia 9, o programa Caixa Melhor Crédito, que visa à democratização do acesso ao crédito para as famí-lias brasileiras e melhores condições de inanciamen-to para micro e pequenas empresas. O Caixa Melhor Crédito tem quatro grandes pilares: redução acentuada das taxas de juros, aumento do volume de recursos dis-poníveis ao mercado, valo-rização dos clientes (atuais e de novo relacionamento) e orientação para o crédito consciente.

- Ao implantar este programa a Caixa reair-

ma o seu posicionamento de instituição inanceira que oferece as melhores condições de crédito e de maior respeito ao cliente, e avança para um novo pata-mar - disse o presidente da Caixa, Jorge Hereda. De acordo com Hereda, o Cai-xa Melhor Crédito promo-ve uma queda histórica de juros que beneicia todos os clientes, independente de sua condição atual de relacionamento. O Caixa Melhor Crédito priorizará as micro e pequenas em-presas, destinando mais R$ 10 bilhões para o setor. Além disso, engloba os principais produtos para as

pessoas físicas e beneicia de imediato 25 milhões dos atuais clientes e todos que iniciarem relacionamento com a Caixa, que oferece-rá orientação para melhor gestão inanceira das famí-lias e empresas. “A Caixa está aberta a todos os bra-sileiros que quiserem se relacionar conosco, sempre com as melhores condi-ções”, airmou Hereda.

A redução de juros anu-al do cheque especial da Caixa chega a 67%. Os clientes com crédito salá-rio terão redução de 8,18% a.m. para 3,50% a.m. Os demais clientes terão taxa máxima de 4,27% a.m., po-

dendo chegar a 1,35% a.m., dependendo do relacio-namento. Todos os atuais clientes do cheque especial com taxa superior a 4,27% a.m. terão taxa reduzida a esse patamar retroativa-mente ao início de abril. O impacto desta redução será sentido imediatamen-te pelos clientes. Para se ter uma idéia, um cliente que estiver utilizando um limite de R$ 2.000,00 terá uma economia anual em sua despesa média de juros de aproximadamente R$ 1.000,00. As novas taxas vão beneiciar 5 milhões de clientes que já utilizam o crédito.

Bancos privados, porém, querem vantagensMesmo depois que a

Caixa Econômica Federal e o Banco do Bra-sil anunciaram diminuição de juros para seus clientes, os bancos da rede privada ainda não optaram em fazer o mesmo sem ganhar algu-ma vantagem com isso. A estratégia agora é discutir algumas medidas com o governo para que acompa-nhem os dois bancos oi-ciais, como, por exemplo, facilitação para execução

de dívidas de inadimplen-tes e redução de impostos. Os banqueiros deverão ter um encontro em Brasília nesta terça-feira (10), no Ministério da Fazenda. O conjunto de medidas foi elaborado por um grupo de trabalho, formado por di-retores da área de crédito e risco dos bancos privados, coordenado pela Federação Brasileira de Bancos.

Segundo interlocuto-res, os bancos privados

avaliam que o spread (di-ferença entre o custo da captação e o valor cobrado do tomador inal) somente cairá com a adoção de me-didas de longo prazo, que melhorem as condições legais e tributárias e não apenas corte de juros “na canetada”. Eles acreditam ainda que, mesmo com os cortes signiicativos nas taxas cobradas pelos bancos públicos, não vão perder clientes, porque há

uma resistência natural em trocar de banco.

Nos bastidores, a pres-são dos bancos privados foi um dos entraves que tiveram de ser derrubados pelo governo para tocar em frente o pacote de redução dos spreads. Representan-tes dos maiores bancos mantiveram conversas com a equipe econômica e re-clamaram, principalmen-te, do momento, já que a inadimplência está alta.