edição especial - troféu raça negra 2011

4 Edio Especial ! Trofu Raa Negra 2011

Afirmativa Plural uma publicao da Afrobras - Sociedade AfroBrasileira de Desenvolvimento Scio Cultural, Centro de Documen-tao, atravs da: Editora Unipalmares Ltda., CNPJ n 08.643.988/0001-52, Av. Santos Dumont, 843 - Bairro Ponte Pequena - So Pau-lo/SP - Brasil - CEP 01101-080 - Tel. (55 - 11) 3325-1000.(www.afrobras.org.br). Edio Especial Trofu Raa Negra 2011.

CONSELHO EDITORIAL: Jos Vicente Francisca Rodrigues Cristina Jorge Nanci Valadares de Carvalho Humberto Adami Snia Guimares.

DIREO EDITORIAL E EXECUTIVA: Jornalista FranciscaRodrigues (Mtb.14.845 - [email protected]).

FOTOGRAFIA: J. C. Santos Milton Nespatti e SR Fotos.

COLABORADORES: Eliane Almeida e Silvana Silva.

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Trofu Raa Negra 2011 ! Edio Especial 9

Como todos os anos a expectativa paraum grande evento j comeou na sada dohotel, quando os artistas e convidados pre-paravam-se para a tradicional carreata emseus carros luxuosos em direo Sala SoPaulo onde, mais uma vez, seria o palco demuita emoo e alegria.

TrofuBras i l


Como bem sintetizou o vice-presidente da Repblica doBrasil, Michel Temer, Trofu

Brasil a definio certa para oTrofu Raa Negra 2011.

Se a gua purifica, a chuvaque caiu na noite da entregado Trofu Raa Negra foi oprenncio de um espetculoque deixou homenageados econvidados de alma lavada,leve. A 9 edio do TrofuRaa Negra estava alinhadano s com o desejo da comu-nidade negra brasileira, mascom o que a Assembleia Ge-ral das Naes Unidas pregaao estabelecer que 2011 seja oAno dos Afrodescendentes,quando os governos devem seempenhar para garantir os di-reitos econmicos, culturais,sociais, civis e polticos, almda promoo do maior conhe-cimento e respeito diversi-dade, herana e cultura.

O presidente da Afrobrase reitor da Faculdade Zumbidos Palmares, Jos Vicentemostrou prestgio e fora aoreunir algumas das mais im-portantes autoridades do pas,assim como representantes daindstria, do setor financeiroe da classe artstica em tornode uma causa: a igualdade ra-cial. Essa solenidade servepara sensibilizar as pessoas,diz ele. Idealizador do evento,Jos Vicente destacou a im-portncia das parcerias quemantm e chamou a atenopara a idade dos homenagea-dos e dos artistas que coman-daram o espetculo: umamoada!

Gente nova que j impee desperta respeito. Um bommotivo para comemorar.


A recepo, no saguo, ao som deum berimbau e uma roda de capoeira,era prova de que os tempos so outrose a cultura negra tambm tem direitoaos espaos nobres da cidade, como aSala So Paulo. O Trfeu Raa Negra uma vitrine do que possvel conquis-tar atravs da educao e da gerao deoportunidades.

Se a cerimnia marca a conquista deum novo tempo, o Hino Nacional navoz do cantor Simoninha acompanha-do por um coral de jovens negros daprpria Faculdade Zumbi dos Palmaresno poderia ser mais apropriado, maisbrasileiro.

Mais que o luxo e o glamour das noi-tes de gala, foi a alegria do cantor JairRodrigues, o principal homenageado dasolenidade, que contaminou os presen-


tes, como se todos formassem umagrande e nica famlia. O cantor estavaao lado da mulher Claudine, do genro enetos. No palco, a nora Tania Khalill eHlio de La Pea, apresentavam a ceri-mnia que tinha a assinatura musical domarido, Jair Oliveira (junto com WilsonSimoninha) e a participao de LucianaMello, filha do cantor.

Sandra de S, a primeira artista a su-bir ao palco, transformou a Sala SoPaulo numa casa de bamba, colocoua plateia de p para mostrar o gingadoprprio da raa. Deve ter sido difcil parao vice-presidente da Repblica, MichelTemer, e o governador de So Paulo,Geraldo Alckmin manter a postura dasautoridades, mas Dona Lu Alckmin, aprimeira-dama, at ensaiou um discretoremelexo sob o riso do marido.

Ao longo de 52 anos de carreira e44 discos gravados, Jair Rodrigues, almde samba, tambm cantou msicas


sertanejas e at rap, j quepara alguns, Deixa isso pra lfoi o primeiro na histria damsica popular brasileira. Amsica foi lembrada nas vo-zes de Rappin Hood, NegraLi e Thulla Mello. JorgeArago e o Quinteto emBranco e Preto tambmmarcaram presena, inter-pretando O Conde e Coisinhado pai.

Os filhos da Bossa,Luciana Mello e Pedro Ma-riano, recordaram a parceriados pais, Jair e Elis, a Pimen-tinha, e o programa apresen-tado pela dupla interpretan-do Upa Neguinho, Berimbau, OSol Nascer e O Morro no temvez. Luciana Mello estavaemocionada com a homena-gem ao pai.

A noite era mesmo de fes-ta. A atriz Thalma de Freitasmostrou sua poro cantoraao lado de Vanessa Jacksoncantando Tristeza, mas se aletra pedia para a tristeza irembora, na Sala So Paulo,ela sequer entrou. Estavamtodos contaminados pela fe-licidade de Jair Rodrigues.

Toni Garrido manteve oclima da Festa Para um ReiNegro que culminou com oprprio Jair e filhos cantan-do seus maiores sucessos:Disparada, a msica de Geral-do Vandr e To de Barrosque empatou com a Banda,de Chico Buarque, em pri-meiro lugar e Majestade, oSabi.


Dirigido por Luiz Antnio Pilar, o espetculo in-tercalou musicais com a entrega dos trofus sem per-der o clima de festa, nem o foco do evento: a sensibi-lizao do pblico, dos parceiros e das instituies paraas causas que envolvem a raa negra. Em cada mani-festao estavam presentes os propsitos do TrofuRaa Negra, do Dia da Conscincia Negra, da Afro-bras e do Ano Internacional dos Afrodescendentes. Amais contundente foi a do Frei David Santos, da Edu-cafro, que aproveitou a presena das autoridades paraenumerar reivindicaes como a transformao do Diada Conscincia Negra em feriado nacional; a implan-tao das cotas nas universidades federais e a inclusodo negro no servio pblico, conforme a lei sanciona-da pelo ex-presidente Lula. Em resposta, o governa-dor Geraldo Alckmin e o vice-presidente da Repbli-ca, Michel Temer se comprometeram em avaliar a ques-to das cotas no servio pblico.

Rilza Valentim, prefeita de So Francisco do Con-de, na Bahia, no fez reivindicaes. Prestou contas e


recebeu o trofu como um reconhecimento pela sualuta contra a corrupo que, por muito tempo, mar-cou sua cidade e a implantao de programas sociaisque garantem a segurana alimentar e moradia dignapara a populao carente, majoritariamente negra. RilzaValentim enfrentou o machismo, o racismo e corone-lismo para promover uma gesto compatvel com oque arrecada. Graas aos royalties do petrleo, So Fran-cisco do Conde tem a maior arrecadao per capita daAmrica Latina. A prefeita que quer acabar com a in-dstria de votos baseada na misria do povo arran-cou os aplausos da plateia.

O ministro da sade, Alexandre Padilha, tambmlevou boas notcias. Classificando como brutal a de-sigualdade no SUS falou da disposio de implementaro Programa de Enfrentamento ao Racismo Institucio-nal. Outra meta do ministrio , at 2014, disponibilizarem todo o pas o teste do pezinho que garante a iden-tificao precoce da anemia falciforme, que atinge prin-cipalmente a populao negra. Padilha levou o trofu.



Ao destacar personalidades negras e vivas de di-versos setores, a Afrobras a Sociedade Afro-brasi-leira de Desenvolvimento Sociocultural, e a Faculda-de Zumbi dos Palmares mostram as potencialidadesdo indivduo num cenrio atual, bastando para seudesenvolvimento o acesso educao e a gerao deoportunidades.

Nessa nona edio do Trofu Raa Negra, entre 22homenageados, os atores e jornalistas foram seleciona-dos pelo pblico. Lucy Ramos, intrprete de Maria Cesreaem Cordel Encantado (TV Globo), ganhou como me-lhor atriz. Micael Borges, o Pedro Costa de Rebelde (TVRecord) foi o melhor ator. Nill Marcondes, o Vincius deVidas em Jogo (TV Record), com 12 novelas e 5 filmesno currculo foi premiado pelo conjunto da obra. Oator rico Brs ganhou como destaque.

Na categoria jornalismo feminino o trofu foi paraDulcinia Novaes, reprter e apresentadora da rede Pa-ranaense de Comunicao (afiliada da TV Globo). ThiagoOliveira, do Super Esporte (TV Gazeta), levou o trofuda categoria jornalismo masculino. Heraldo Pereira, daTV Globo, recebeu o trofu Jornalista Destaque.


O reconhecimento da importncia do negro na so-ciedade contribui para o aumento da autoestima dacomunidade que, acredita-se, j refletiu no censo/2010do IBGE, quando 50,7% da populao se autodeclaroupreta ou parda, contra 44,7%, em 2000. O resultadomerece comemorao e tambm reverncia quelesque contriburam pelo fim das desigualdades comoAbdias Nascimento, um dos maiores ativistas das cau-sas negras, falecido em maio desse ano, aos 97 anos; eo economista e professor Paulo Renato de Souza quecontribuiu para a criao da Faculdade Zumbi dosPalmares. O ex-ministro da educao morreu em ju-nho. As duas personalidades foram homenageadas du-rante a cerimnia do Trofu Raa Negra, assim comoa atriz Ruth de Souza que integrou o grupo de teatrode Nascimento, na dcada de 40, e aos 90 anos conti-nua na ativa.

Prepare o seu corao... O trecho do verso quedeu nome ao espetculo tinha razo de ser. No palcodiferentes geraes, histrias, experincias e at pai-xes foram expostas. Andrs Snchez, presidente doCorinthians, tambm homenageado, contou com osaplausos dos fiis torcedores do Corinthians, mas no


escapou da brincadeira do governa-dor santista Geraldo Alckmin, nem doministro Alexandre Padilha que dei-xou o SAMU disposio do cartolaque acabara de chegar de mais umapartida vitoriosa do Timo.

Jair Rodrigues, aos 72 anos, con-firmou todos os comentrios feitossobre ele esbanjando humildade, sim-patia, alegria e vitalidade. Para o pre-sidente da Afrobras, Jos Vicente, anoite foi de celebrao por tudo quefoi conquistado e ainda pode ser mu-dado. um dia para ficar marcado.Cada edio do Trofu Raa Negra especial e nica e isso tambm re-sultado do que advogamos. Todos sa-mos diferentes daqui.

O palco da Sala So Paulo virouuma espcie de sala de visitas da fa-mlia Rodrigues. Filhos, nora e ami-gos se revezaram nas homenagensao cantor.

Um dos momentos mais emo-cionantes do espetculo foi quandoos filhos Jair Oliveira e Luciana Mellosubiram ao palco para cantarem jun-tos com o pai.

Para Jairzinho, como carinho-samente chamado, e que sempre es-teve presente nas edies anterioresdo Trofu Raa Negra, esse ano foimuito mais especial: Sinto-me du-plamente feliz. Esse trofu represen-ta muito para o artista, negros, cida-dos brasileiros. Meu pai est muitoemocionado.

Luciana Mello no escondia suafelicidade: Fico feliz que meu paitenha sido homenageado em vida eainda possa desfrutar disso e, prin-cipalmente, por se tratar do TrofuRaa Negra que representa a bata-lha de uma raa oprimida e batalha-dora como ele. Meu pai tem uma luzgigante, uma alegria de viver quecontagia as pessoas

Entre a vitria no 2 Festival daMsica Popular Brasileira, da TVRecord, e a conquista do TrofuRaa Negra passaram-se 45 anos.Nesse perodo, Jair Rodrigues cor-reu o Brasil, cruzou fronteiras emares. Na vida pessoal, formou umafamlia afinada. Os dois filhos, JairOliveira e Luciana Mello, herdaramo dom de cantar, como diz o pr-prio Jair.

Na entrega do Trofu Raa Ne-gra ao lado da famlia e amigos, naalegria, Jair Rodrigues parecia omesmo de 1966. No palco, cantou


Disparada, a msica que de acordo com a previso deSilvio Caldas seria o marco da carreira do cantor. SeuJair como foi chamado pelos mais jovens mereceu a re-verncia de autoridades e colegas. O sucesso no tirou ahumildade do filho de Igarapava, no interior de So Pau-lo. O sorriso permanece o mesmo e, de quebra, para fa-zer coro com a plateia que cantava Majestade, o sabi, sal-tou do palco mostrando que o tempo tambm no tiroudele a vitalidade.

A emoo tambm no tirou a firmeza do cantor aoreceber o trofu. Lembrou que seu sonho era ser jogador


de futebol, mas a me Dona Conceio, que enxergavamais longe, desde cedo, j previa que o futuro do filhoestava na msica. Jair agradeceu a Deus, mulherClaudine, Dona Maria (a sogra), aos amigos e ao povobrasileiro pela homenagem. Antes de receber o trofu JairRodrigues recebeu das mos de ex-alunos a Bandeira daFaculdade Zumbi dos Palmares, assinada pela maioria dosalunos, funcionrios e artistas. Se eu no for o homemmais feliz, sou um dos mais felizes do planeta.

Valeu Zumbi! Valeu Jair!


Categoria InstitucionalMichel Temer Vice-presidente da Repblica do BrasilMarco Maia Presidente da Cmara dos DeputadosGeraldo Alckmin Governador de So PauloBenedicto Fonseca Filho EmbaixadorCarlos Ayres Britto Ministro do Supremo Tribunal FederalKabengele Munanga Professor Titular do Departamento de Antropologia da USPCoronel Admir Gervsio Moreira Secretrio-chefe da Casa Militar do Estado de SPFrei David Santos Diretor executivo da EducafroAlexandre Padilha Ministro da SadeJoo Manoel dos Santos Presidente da Cmara de Vereadores de Piracicaba - SPAna de Hollanda Ministra da CulturaAndrs Sanchez Presidente do CorinthiansRilza Valentim Prefeita de So Francisco do Conde - BAMarcelo Candido Prefeito de Suzano - SPHeraldo Pereira JornalistaNill Marcondes AtorEduardo Monteiro Lopes Almirante-de-esquadra e Secretrio-geral da MarinhaCharles Henrique HumoristaSilvia Novais Miss Itlia MundoNelson Prudncio Atletarico Brs AtorJair Rodrigues Cantor

Categoria Voto PopularLucy Ramos AtrizMicael Borges AtorDulcinia Novaes JornalistaThiago Oliveira Jornalista

O vice-presidente da Repblica do Brasil, Michel Temer, recebeu o trofu da Afrobras como um marco do seucompromisso com a raa negra. Lembrou de suas palestras, uma delas feitas aos alunos da Faculdade Zumbi dosPalmares. A Constituio prega a igualdade, mas a lei no elimina o fato de que os homens so iguais, masalguns so mais iguais que outros. Temer se comprometeu a discutir a participao do negro no servio pblicofederal. Ao longo do tempo, as nossas Constituies asseguraram o princpio da igualdade, mas os negros sempretinham mais dificuldades.

Trofu Raa Negra 2011 Institucional Aes Afirmativas

Esse trofu poderiase chamar TrofuBrasil, pois se estepas o que , porque os negroso fizeram assim.

Michel TMichel TMichel TMichel TMichel TemeremeremeremeremerVice-presidenteda Repblica do Brasil


Primeira pessoa a receber o Trofu Raa Negra 2011, o Presidente da Cmara dos Deputados, Marco Maia(PT-RS), se comprometeu com a aprovao da PEC da Msica, o Projeto de Emenda Constitucional que preva imunidade tributria para CDs e DVDs nacionais.


Repasso essa homenagemdo Trofu a todos osparlamentares que tmvotado matrias que dizemrespeito a liberdade e,principalmente, a igualdadeque to importante efundamental para o nossopas.

MarMarMarMarMarco Maiaco Maiaco Maiaco Maiaco MaiaPresidente da Cmara dosDeputados



Mrio Covas dizia que a gente precisava unir o sonhador ao realizador e o Z Vicente faz essa boa unio. Foicriada a Afrobras e ns vimos aqui o seu mais importante fruto, a Faculdade Zumbi dos Palmares. Comeou comum curso de Administrao e hoje tem cinco cursos. O governo do Estado, atravs da Fundao Paula Souza fezconvnio com o Colgio da Cidadania Zumbi dos Palmares para formao de tcnicos em nvel ps-mdio. J temos200 alunos, a melhor incluso que a social, econmica, cultural e educacional, um belo exemplo de uma sementeque caiu em solo frtil.


Agradeo a Afrobras ea Zumbi dos Palmares,esse voto de confianaem me outorgar maisuma vez o Trofu RaaNegra.

Geraldo AlckminGeraldo AlckminGeraldo AlckminGeraldo AlckminGeraldo AlckminGovernador do Estadode So Paulo

Benedicto da Fonseca Filho, o primeiro embaixador negro, e tambm o mais jovem, lembrou o pai, que eraagente de portaria, um contnuo do prprio Itamaraty, para destacar a importncia da educao e dasoportunidades para o progresso de todos. Na infncia e adolescncia, morou no exterior acompanhando o pai queera funcionrio de carreira. O interesse pelo Itamaraty talvez tenha sido despertado por ter frequentado escolasfrancesas e americanas. Benedicto da Fonseca Filho defende as cotas nas universidades. Acredita que v provocaruma diversidade salutar.


Ao receber este TrofuRaa Negra, ficoextremamente honrado,mas reconheo aresponsabilidade dereceb-lo.

Benedicto da Fonseca FilhoBenedicto da Fonseca FilhoBenedicto da Fonseca FilhoBenedicto da Fonseca FilhoBenedicto da Fonseca FilhoEmbaixador


Parceiro h anos da Afrobras e Faculdade Zumbi dos Palmares, o vice- presidente do Supremo Tribunal Federal,ministro Ayres Britto, recebeu o Raa Negra 2011 por sempre defender a incluso e a liberdade. Leu poemade sua autoria: Deus poeta, do qual destacamos o seguinte trecho:

... a minha f no som dos sinos.no era maior que a minha ligao no batuque

dos ps dos escravos a clamar por abolionos versos que eu lia desse deus-poeta

que foi Antnio Castro AlvesCada poema era em si uma catedral,

e nessas tantas catedrais de Castro Alvesfoi que dobrei meus joelhos de crente radical na Liberdade.


Agradeo a Deus e aosamigos da Afrobras,que me honram com aoutorga deste prmio.

AAAAAyryryryryres Brittoes Brittoes Brittoes Brittoes BrittoVice-presidente doSupremo TribunalFederal


Nascido no antigo Zaire, atual Repblica Democrtica do Congo, antroplogo, professor- titular na Universidadede So Paulo e um dos conselheiros do Centro de Estudos Africanos, Kabengele Munanga estavavisivelmente emocionado. Lembrou de sua busca por asilo e cidadania no Brasil, quando j no tinha condiespolticas de permanecer em seu pas, h 36 anos, falou do trabalho na universidade que um espao de reflexoe da importncia de ter seu trabalho reconhecido.


Ofereo este TrofuRaa Negra aos meusseis netos brasileiros.Muito obrigado.

Kabengele MunangaKabengele MunangaKabengele MunangaKabengele MunangaKabengele MunangaProfessor titular dodepartamento deAntropologia da USP


O Secretrio de Estado da Casa Militar de So Paulo e Coordenador Estadual de Defesa Civil, Coronel PMAdmir Gervsio Moreira, agraciado com o Trofu Raa Negra 2011, agradeceu Afrobras e Faculdade Zumbi dos Palmares pela indicao de seu nome para tal honraria.


Dedico o trofu aosmeus pais e a todas aspessoas que tmcontribudo para inserir onegro no contexto social,sem discriminao.

Admir Gervsio MorAdmir Gervsio MorAdmir Gervsio MorAdmir Gervsio MorAdmir Gervsio MoreiraeiraeiraeiraeiraSecretrio-chefe da Casa

Militar do Estado de SoPaulo


O coordenador da ONG EDUCAFRO, Frei David Santos, recebeu o Trofu Raa Negra comemorando omomento da virada. Destacou que pela primeira vez o IBGE registrou a existncia da maioria negra do Brasil:51% dos pesquisados pelo instituto em 2010 se autodeclararam negros. Salvador a cidade com maior populaonegra. So Paulo o estado. Nesses dois casos a responsabilidade ainda maior e implica no reforo de polticasafirmativas. Frei Davi defendeu as cotas no servio pblico e nas universidades.


O trofu e a cerimniaindicam uma virada queprecisamos fazer, commaior presena dosnegros em todas asreas.

FrFrFrFrFrei David Santosei David Santosei David Santosei David Santosei David SantosDiretor Executivo daEDUCAFRO


O Ministro da Sade, Alexandre Padilha, feliz com o prmio, lembrou o Estatuto da Igualdade e destacou asaes que a sua pasta vem realizando para combater o racismo no servio pblico. O ministro afirmoupublicamente que brutal a desigualdade de acesso e tratamento no servio pblico de sade, falou da disposiode implementar o Programa de Enfrentamento ao Racismo Institucional. Outra meta do ministrio , at 2014,disponibilizar em todo o pas o teste do pezinho que garante a identificao precoce da anemia falciforme, queatinge principalmente a populao negra.


Ao receber esteprmio, reconheo queas desigualdades nonosso pas,principalmente na reada sade, so brutais eme comprometo acombat-las comafinco.

AlexandrAlexandrAlexandrAlexandrAlexandre Padilhae Padilhae Padilhae Padilhae PadilhaMinistro da Sade


O presidente da Cmara Municipal de Piracicaba, Joo Manoel dos Santos, vereador do PTB, recebeuoTrofu Raa Negra 2011 como reconhecimento por sua trajetria de vida, seja como funcionrio da UNIMEP(Universidade Metodista de Piracicaba) nas dcadas de 70 e 80, ou como um dos principais lderes do movimentonegro na cidade.


Dedico este trofuprincipalmente aoprofessor AlmirMaia que, nosendo negro, abriuas portas daUNIMEP para osnegros brasileiros.

Joo Manoel dosJoo Manoel dosJoo Manoel dosJoo Manoel dosJoo Manoel dosSantosSantosSantosSantosSantosPresidente daCmara Municipalde Piracicaba (SP)


Para o Ministrio da Cultura um privilgio trabalhar com uma cultura to rica, colorida, alegre e forte. OBrasil no seria o que sem a participao da raa negra. O Ministrio da Cultura e a Fundao Palmares so acasa de vocs. A ministra recebeu o trofu pelo trabalho que vem desenvolvendo junto s comunidades quilombolasno pas.


Sou mestia e aoreceber este Trofu,a poro negra emmim fica mais forte.

Ana de HollandaAna de HollandaAna de HollandaAna de HollandaAna de HollandaMinistra da Cultura


O presidente do Corinthians, Andrs Sanchez, veio direto do estdio para receber o Trofu Raa Negra 2011,representando o clube e a nao corinthiana. De bom humor, dispensou os servios do SAMU para enfrentar asfinais do Campeonato Brasileiro de Futebol, oferecidos pelo ministro Alexandre Padilha.


Agradeo estahomenagem etambm aosaplausos da poroFiel da plateia.

Andrs SanchezAndrs SanchezAndrs SanchezAndrs SanchezAndrs SanchezPresidente doCorinthians


Entusiasmada com a conquista do Trofu, a prefeita Rilza Valentim, de So Francisco do Conde (BA), falouda importncia da sua cidade. Embora pouco conhecida, tem a maior renda per capta da Amrica Latina, graasaos royalties do petrleo. uma conquista do povo de So Francisco do Conde que me d fora diariamente paraque eu possa cumprir a misso que Deus me deu: transformar nossa cidade em referncia nacional de trabalho pelobem-estar da comunidade, e respeito para com o dinheiro pblico. Esse momento digno do nosso povo, que sempremerece o melhor, concluiu emocionada.


Dedico este prmio aopovo de So Franciscodo Conde. Muitoobrigada a todos.

Rilza VRilza VRilza VRilza VRilza ValentimalentimalentimalentimalentimPrefeita de SoFrancisco do Conde (BA)


Marcelo Cndido, o primeiro prefeito negro da histria de Suzano, na Grande So Paulo, no podecomparecer cerimnia. Foi representado pelo pai, o deputado estadual Jos Cndido. Em manifestaesanteriores, o prefeito disse que sua eleio significou a quebra de preconceitos e a vitria sobre foras polticas queimpediam o avano de lutas democrticas. Para superar a desigualdade preciso, primeiro, reconhecer que elaexiste, e depois, adotar polticas afirmativas, sim, costuma dizer.


Quero agradecer emnome do meu filho,Marcelo Cndido, estahomenagem que eu,como pai e poltico,acredito ser merecidapelo trabalho que elevem desenvolvendo emsua vida.

Jos CndidoJos CndidoJos CndidoJos CndidoJos CndidoDeputado estadual (PT/SP), pai de MarceloCndido


Ofereo a estatuetaaos africanos quevieram ao Brasil comoescravos e ajudaram aconstruir a identidadedo pas. Destaco duasfiguras negras, minhabisav Felizarda e LuizGama.

Heraldo PerHeraldo PerHeraldo PerHeraldo PerHeraldo PereiraeiraeiraeiraeiraJornalista

Com 50 anos de idade, Heraldo Pereira atua h mais de 30 anos como jornalista. Comeou em RibeiroPreto, onde nasceu, aos 18 anos. Hoje se divide entre o Distrito Federal e o Rio de Janeiro, onde apresenta oJornal Nacional. Ao longo de sua carreira, o jornalista produziu inmeras reportagens de impacto, mas algumasdas mais marcantes foram as feitas na frica. Em 91, cobriu, na frica do Sul, os acordos entre o governo local eos grupos negros para acabar com o Apartheid e tambm acompanhou o presidente Fernando Collor a pases comoNambia e Angola.

Trofu Raa Negra 2011 Voto Popular Jornalismo


Natural de Goinia, o ator Nill Marcondes soma em seu currculo 12 novelas, 5 filmes e um seriado (Turmado Gueto). Vincius, em Vidas em Jogo, na TV Record. Contrariando a previso de que no chegaria a lugarnenhum, como chegou a ouvir na adolescncia, lembrou-se da importncia da me - Dona Zilda - paramanuteno da autoestima, essencial para a construo da carreira. Com a voz embargada, dedicou o trofu mee aos mestres da sua gerao.

Trofu Raa Negra 2011 Voto Popular Destaque pelo conjunto da obra

Dedico esse prmio aoMilton Gonalves, aoAntnio Pompeu e paraos que me abriramcaminho, assim comorico (Brs) e euestamos fazendo paraos mais novos.

Nill MarNill MarNill MarNill MarNill MarcondescondescondescondescondesAtor


Ofereo este trofuaos meus colegasmilitares espalhadospelo mundo emmisses de defesae paz.

O secretrio geral da Marinha, o almirante-de-esquadra Eduardo Monteiro Lopes, ao receber o trofu RaaNegra, dividiu a homenagem com os militares que esto em misso no Haiti e no Lbano, alm dos quediariamente defendem, embarcados, as guas brasileiras. O oficial ressaltou seu orgulho de ser negro e da Marinha.Na Marinha, as promoes so feitas por provas. Sou avaliado a cada seis meses. Entrei em 1968 e, se chegueiao posto mximo da carreira, porque existem instituies que conseguem vencer os problemas que tm,completou.


EduarEduarEduarEduarEduardo Monteirdo Monteirdo Monteirdo Monteirdo Monteiro Lopeso Lopeso Lopeso Lopeso LopesAlmirante-de-esquadra daMarinha Brasileira


Charles Henrique, humorista do programa de TV Pnico, cobria a solenidade de entrega do OscarBlack, mas tambm foi um dos homenageados. Convocou a plateia a danar com ele o Ah! Muleke. Ganhou umselinho de Adriana Bombom.


Divido estahomenagem com oscolegas da Rede TV e,em especial, com aSabrina Sato.

Charles HenriqueCharles HenriqueCharles HenriqueCharles HenriqueCharles HenriqueHumorista



Aps a vitria no concurso Miss Itlia no Mundo 2011, a modelo brasileira Silvia Novais passou a sofrerataques racistas. Chegaram a cham-la de criada de Nero. O concurso realizado no incio de julho, em ReggioCalbria, aceita representantes de descendncia italiana at a quinta gerao. O av materno de Silvia eraitaliano, de Florena. Apesar da mistura de raas, Silvia Novais se considera negra, e lamenta haverdiscriminao, mesmo num pas to miscigenado como o Brasil. A modelo, formada em Educao Fsica, j haviaenfrentado o preconceito em concursos para miss Campinas e So Paulo.


O preconceito no medesanima, me d maiscoragem para enfrentaros desafios.

Silvia NovaisSilvia NovaisSilvia NovaisSilvia NovaisSilvia NovaisMiss Itlia Mundo 2011

Nelson Prudncio, um dos melhores do mundo no salto triplo (prata nas Olimpadas do Mxico, em 1968,bronze em Munique, em 1972), tambm foi agraciado com o Trofu Raa 2011. Recebeu a estatueta das mos deoutro atleta, Robson Caetano.


Ao receber este trofu,me sinto lisonjeado egrato.

Nelson PrudncioNelson PrudncioNelson PrudncioNelson PrudncioNelson PrudncioAtleta



Nascido em Salvador, no Curuzu, considerado o maior bairro negro da Amrica Latina e territrio nacional dacultura afrobrasileira, segundo o Ministrio da Cultura, o ator rico Brs comeou no teatro da comunidadecom 8 anos. H mais de uma dcada integra o Bando de Teatro Olodum. No cinema fez Pai . Com oJurandir, de Tapas e Beijos, na Globo, rico Brs conquistou o Trofu Raa Negra como ator destaque.

Trofu Raa Negra 2011 Voto Popular Ator Destaque

Onde quer que eu v,fale, pise ou bote acara, eu sei que souporta-voz do povonegro brasileiro.

rico Brsrico Brsrico Brsrico Brsrico BrsAtor

O Trofu Raa Negramostra que quandons negros temosoportunidade,desempenhamos bemnossa atividade. difcila gente ser indicada ereconhecida pelonosso trabalho. Estoumuito feliz! O trofumostra que estamos nocaminho certo.

Lucy RamosLucy RamosLucy RamosLucy RamosLucy RamosAtriz

Eleita por voto popular, a Maria Cesria na novela Cordel Encantado, da TV Globo, Lucy Ramoscomeou no elenco de apoio da novela Comear de Novo, em 2004. Desde ento, participou de mais seis novelasganhando cada vez mais espao e destaque.

Trofu Raa Negra 2011 Voto Popular Melhor Atriz



Em 2009, o ator Micael Borges trabalhou em Malhao, da TV Globo: Luciano, par de Bianca Bin. Nocinema foi o Caixa Baixa, em Cidade de Deus, entre outros trabalhos, mas foi na pele de Pedro Costa emRebelde, na TV Record, que conquistou o Trofu Raa Negra, a primeira premiao do ator, que ficou eufrico.Eltrico, Micael dedicou o trofu ao ator e diretor Guti Fraga, um dos fundadores do grupo Ns do Morro,localizado no Morro do Vidigal, no Rio de Janeiro, que j revelou inmeros atores.

Trofu Raa Negra 2011 Voto Popular Melhor Ator

l (no Morro doVidigal) que eu moro efoi ele (Guti Fraga)quem me ensinou a meexpressar para opblico, a conhecercoisas novas e que avida atravs da arte muito melhor.

Micael BorgesMicael BorgesMicael BorgesMicael BorgesMicael BorgesAtor


Sinnimo de Paran, no Jornal Nacional, da TV Globo, a Dulcinia Novaes , alm de reprter,apresentadora da Rede Paranaense de Comunicao (afiliada da Globo) e Mestre em Comunicao e Linguagem.Indicada em 2010, j se considerava premiada, mas nesse ano veio a consagrao. A vibrao da plateia traduziao resultado da votao popular. No palco, ainda sem acreditar na conquista, Dulcinia Novaes lembrou que naTV nada se faz sozinho e agradeceu a todos que a ajudaram na conquista do Trofu Raa Negra.

Trofu Raa Negra 2011 Voto Popular Jornalismo Feminino

A partir de hoje, temmais um nego l emcasa: meu marido,meus dois filhos e ele...(o trofu).

Dulcinia NovaesDulcinia NovaesDulcinia NovaesDulcinia NovaesDulcinia NovaesJornalista

Indicado pela segunda vez, o apresentador do Super Esporte, da TV Gazeta, no participou da entrega do Trofu,pois estava trabalhando. Formado em Rdio e TV, com ps-graduao em jornalismo, Thiago Oliveira completou10 anos de carreira. O Trofu sua primeira premiao, ele faz questo de dividir a homenagem com os colegas deredao e com a equipe tcnica. No ganhei sozinho. Thiago conta que j se sentiu preterido. Contratado por umaemissora, j tinha escolhido at figurino quando foi substitudo, sem explicaes, por um colega com perfilcompletamente diferente. No se abateu.

Trofu Raa Negra 2011 Voto Popular Jornalismo Masculino

Comeo fazendo omelhor arroz e feijopara depois ousar esurpreender. No dpara esperar pelasoportunidades. preciso correr atrsdelas e agarr-las comtodas as foras quandoaparecem.

Thiago OliveiraThiago OliveiraThiago OliveiraThiago OliveiraThiago OliveiraJornalista


Se eu no for o homemmais feliz, sou um dosmais felizes do planeta.Valeu Zumbi!

Jair RodriguesJair RodriguesJair RodriguesJair RodriguesJair RodriguesCantor

Entre a vitria no 2 Festival da Msica Popular Brasileira, da TV Record, e a conquista do Trofu Raa Negra2011 passaram-se 45 anos. Nesse perodo, Jair Rodrigues correu o Brasil, cruzou fronteiras e mares.Na entrega do Trofu Raa Negra ao lado da famlia e amigos, na alegria, Jair Rodrigues parecia o mesmo de 1966.

Homenageado do Trofu Raa Negra 2011


depoimentos dos patrocinadores

Um Pas justo passa pelo respeito diversidade. Para o Banco do Brasil apoiar a realizao do Trofu Raa Negrasignifica reconhecer a importncia de uma das principais aes de valorizao da diversidade no Brasil. Assim o fazemos poracreditar que possvel multiplicar essa atitude de cidadania, de respeito ao prximo, de valorizar comportamentossocialmente responsveis. O engajamento do Banco do Brasil com a tica, a transparncia, os princpios e valores essenciais davida uma tradio de 203 anos. uma maneira de respeitar a igualdade sem fronteiras e de estimular as melhores prticasde sustentabilidade.

Iniciativas como esta so como janelas que se abrem para nossa reflexo: uma oportunidade hoje de antever o futuro deum Brasil melhor, mais justo e solidrio.

Aldemir BendinePresidente do Banco do Brasil

Temas como educao, incluso social, desenvolvimento de pessoas e promoo da cidadania so questes que esto

presentes no cotidiano do Bradesco desde a sua fundao. Patrocinar o Trofu Raa Negra mais uma vez este ano umaexcelente oportunidade de reafirmarmos nosso compromisso com os direitos humanos, com a promoo da igualdade deoportunidades, com a justia social e com a valorizao da diversidade.

Banco Bradesco

A Caixa Econmica Federal nasceu com a misso de ser o banco de todos os brasileiros. Em 150 anos de histria, aCAIXA vem pautando sua atuao pelo apoio diversidade racial, social e de gnero. O compromisso da CAIXA se traduzem aes como o patrocnio ao Trofu Raa Negra. Muito mais do que uma premiao, torna-se um instrumento relevante deao afirmativa, alinhado aos princpios e valores da empresa e de seus empregados. Iniciativas dessa natureza reafirmam opapel da CAIXA como agente de promoo de incluso social e cidadania.

Jorge Fontes HeredaPresidente da Caixa Econmica Federal

H mais de cinco anos participamos do Trofu Raa Negra, sediando o evento de anncio dos candidatos no Rio de Janeiro epatrocinando a cerimnia de premiao em So Paulo. uma parceria que nos orgulha. Quero felicitar a Afrobras pela belafesta, que melhora a cada edio, e na qual so reconhecidos expoentes da nossa sociedade. O importante trabalho da Afrobraspara o progresso e o desenvolvimento social, cultural e educacional do Brasil e em particular da comunidade negra est totalmenteem linha com a viso da Coca-Cola Brasil, que apoia a diversidade em todas as formas e o crescimento baseado na educao.

Marco SimesVice-presidente Coca-Cola Brasil



A Ford Motor Company uma empresa global, presente em todos os continentes, e a diversidade um fator crtico paraseu sucesso contnuo. Somos uma combinao de nacionalidades, gneros, idiomas, experincias e crenas que compem umagrande fora competitiva. Buscamos incentivar aes e iniciativas que venham contribuir com a incluso cultural como formade consolidar a igualdade social no nosso Pas. Por isso, apoiamos projetos como o Trofu Raa Negra, que exaltam a histriadas razes brasileiras e reforam o respeito entre todas as etnias.

Marcos de OliveiraPresidente da Ford Brasil e Mercosul

Os executivos do Ita Unibanco entendem que incentivar a diversidade fundamental para o desenvolvimento de umasociedade crtica e independente e, por isso, ela est inserida na estratgia corporativa da instituio. O banco trabalha com trsfundamentos da diversidade: justa competitividade diante das diferenas, heterogeneidade dentro da organizao e implantaode polticas e projetos de promoo da diversidade. Como uma organizao global e sustentvel, valorizamos as diferenas e opatrocnio do Trofu Raa Negra por meio do apoio Faculdade Zumbi dos Palmares e Sociedade Afrobrasileira deDesenvolvimento Scio-Cultural est alinhado com este conceito. Seguindo este posicionamento, o Ita Unibanco oferece umprograma de estgio para negros com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento e capacitao profissional desses jovens,alm de prepar-los para assumir diferentes funes nas reas de negcios. Reconhecemos a importncia do Trofu Raa Negrapara a comunidade. uma premiao relevante para as personalidades que fazem a diferena para a construo de umasociedade mais justa e diversa.

Zeca RudgeVice-presidente Executivo Banco Itau

com orgulho que o Oi Futuro, instituto de responsabilidade social da Oi, patrocina o Trofu Raa Negra, reforandoseu compromisso com a valorizao da diversidade cultural brasileira e a incluso social em nosso pas. O Oi Futuro, que hdez anos contribui para reduo das distncias sociais por meio das artes, educao e cultura, celebra juntamente com oPrmio Raa Negra os expoentes e cones da cultura negra, o que colabora para a instaurao de um novo captulo noexerccio amplo da cidadania em nosso pas.

George MoraesVice-presidente do Oi Futuro

Participar de uma iniciativa como o Trofu Raa Negra, demonstra a preocupao permanente da TBE em apoiaratividades que promovam a diversidade brasileira. Nossa atuao profissional nas cinco regies do pas nos possibilitaenxergar um Brasil cada vez mais plural.

TBE



Neste novo sculo, no h mais espao para preconceito ou discriminao. Hoje, em todas as relaes humanas deveimperar o respeito s diferenas, o incentivo pluralidade e, essencialmente, a disposio em contribuir para o bem-estarcoletivo. A Mercedes-Benz do Brasil busca e incentiva a construo de um mundo mais solidrio e plural. Sem utopias, aEmpresa sabe que possvel alcanar esse objetivo, apesar dos obstculos.

Seguindo os valores corporativos do Grupo Daimler (um dos maiores conglomerados automobilsticos do planeta) doqual faz parte a Companhia promove aes que congregam pessoas e suas experincias. Este exerccio em prol da harmoniainterpessoal j est presente em todas as fbricas do Grupo espalhadas pelo mundo e faz parte da rotina de todos os seuscolaboradores que formam um time heterogneo de profissionais altamente competentes. As iniciativas, porm, no se limitamaos espaos fabris. A Mercedes-Benz do Brasil empreende importantes parcerias que ajudam a divulgar e concretizar oconceito da Diversidade. Dentre os bem-sucedidos exemplos est o convnio com a Afrobras, com seu mpar trabalho devalorizao dos talentos da diversidade. Alm do apoio s atividades educacionais da entidade, a Empresa tem a satisfao deser novamente apoiadora do Trofu Raa Negra, que anualmente homenageia as personalidades afrodescendentes dedestaque. Para a Mercedes-Benz a diversidade essencial. A mistura de pessoas, culturas e crenas torna possvel a vivnciado lema de nossa Empresa: O melhor ou nada. Quanto mais pontos de vista diferentes, mais idias inovadoras.

Jrgen ZieglerPresidente da Mercedes-Benz do Brasil

Como todos os anos, o Trofu Raa Negra entregue personalidades que tenham contribudo para enaltecer e divulgar a

cultura negra, no importando a etnia de quem contemplado. Esta a nona edio do trofu, e o homenageado de 2011 umveterano cantor popular, Jair Rodrigues. Maior empresa brasileira e maior patrocinadora das artes e da cultura em nosso pas,a Petrobras patrocina este evento. uma forma de ressaltar a importncia de reconhecer e valorizar a rica cultura queherdamos de nossos ancestrais vindos da frica, parte substancial da identidade e do patrimnio de todos ns. APetrobras pertence ao povo brasileiro. Nosso compromisso o mesmo de nossos ancestrais africanos: contribuir para odesenvolvimento do Brasil. Reconhecer essa contribuio dever nosso.

Petrobras

A Telefnica | Vivo sente-se honrada em ter a oportunidade de ser um dos patrocinadores do Trofu Raa Negra.

Como operadora de telecomunicaes que oferece hoje a maior cobertura de voz e internet do Pas, com a misso de conectarpessoas onde quer que elas estejam, iniciativas desse tipo merecem todo nosso apoio, porque contribuem para aproximar eintegrar todos aqueles que acreditam no poder da diversidade e do respeito s diferenas para a construo de uma sociedademais justa. A ONG Afrobras, ao criar um prmio que contempla pessoas que se destacam na luta contra a discriminao,contribui tambm para elevar o nvel de conscincia do caminho que ainda temos de percorrer at a conquista de uma sociedadeque garanta de fato direitos e oportunidades iguais a todos.

Antonio Carlos ValentePresidente da Telefnica | Vivo



Trajetrias diferentes, mas na ba-gagem algo em comum: a luta contrao racismo e pela incluso da popula-o negra.

Essa foi a principal caractersti-ca das dez pessoas escolhidas paraparticipar do Primeiro Fellowship Pro-gramme for People of African Descent re-alizado pelo Alto Comissariado deDireitos Humanos da ONU entre osdias 17 de outubro e 04 de novem-bro de 2011.

O programa marca as comemo-raes dos dez anos da Declaraode Durban e o encerramento das ati-vidades do Ano Internacional dosAfrodescendentes e teve como ob-jetivo fomentar pensamentos em

torno da temtica e apontar as fer-ramentas disponveis para a promo-o dos Direitos Humanos no quediz respeito a Afrodescendentes detodo o mundo.

Mas como lidar com um tema toespecial e que se apresenta de manei-ras diferentes em cada pas? O quefazer para comemorar um ano tosignificativo para tantos povos? Es-sas eram algumas das dvidas ao secriar o programa e de acordo com umdos idealizadores do projeto, RichardClarke, a inspirao veio do sucessoobtido com outras iniciativas j exis-tentes na instituio.

Quando chegou a hora de de-cidir as atividades que desenvolve-

ramos com relao ao Ano Inter-nacional dos Afrodescendentes, nsconsideramos o sucesso que tive-mos com os outros programas eachamos que deveramos realizarum programa voltado para os po-vos afrodescendentes.

Dentre os pases participantesesto: Brasil, Canad, Colmbia, Es-tados Unidos, Israel, Panam, Rei-no Unido e Uruguai e, para repre-senta-los, a Seo Anti-Discrimina-o selecionou pessoas que tivessemcomo principais caractersticas amilitncia e o comprometimentocom a comunidade.

Responsvel pelo processo, aAssociate Expert, Alia El Khatib, afir-

internacional

Por Daniela Gomes


ma que a procura foi no apenas porpessoas qualificadas, mas por pesso-as que tivessem um perfil de lideran-a e que mostrassem habilidade paradisseminar o conhecimento.

Como o objetivo principal eratreinar o grupo para receber a infor-mao e dissemin-la ao retornar aosseus respectivos pases, esse foi o di-ferencial que ns procuramos, noapenas a motivao apresentada, maso comprometimento em repassar oque foi aprendido, declara.

O processo para ser escolhido nofoi fcil, cada um dos interessados emparticipar tinha que, alm de apresen-tar as caractersticas j mencionadas,ser fluente em ingls e escrever umprojeto, onde explicasse como apren-der sobre Direitos Humanos ajuda-ria a causa da populao negra em seu

pas. Apenas nessa fase o processode seleo recebeu mais de 650 pro-jetos de todo o mundo.

De acordo com o Chefe da SeoAnti-Discriminao, Yury Boychenko,desde a criao do programa, a capa-citao dos participantes sempre este-ve entre os principais objetivos.

Ns acreditamos que com essetipo de programa, ns podemosempoderar as pessoas, especialmen-te aqueles que desenvolvem trabalhosde apoio comunidade, afirma.

Ao ouvir o toque do telefone evisualizar o nmero internacional novisor do celular era fcil perceber aimportncia da ligao. A entrevistaem ingls era a segunda parte do pro-cesso seletivo e poderia determinar aparticipao ou no no Fellowship.

Durante a ligao, minha ansie-

dade em explicar ao entrevistador dequal maneira o conhecimento obti-do no curso seria retransmitido paraa comunidade no final do programaera ao mesmo tempo o principal ali-ado e o maior inimigo, pois faziacom que as palavras em ingls sas-sem trpegas.

Algumas semanas aps a entre-vista chega o to esperado resulta-do, um email confirmando minhaaprovao no processo e a ida paraGenebra. A emoo da aprovao somada a apreenso sobre o que aviagem reserva.

Alm do envio de toda a docu-mentao necessria, os preparativospara o curso envolvem tambm ocontato com os demais participantesdo programa tanto para organizar aviagem, quanto para conhecer quem

internacional

Foto:

Yas

mine

Mat

hurin


sero os companheiros de jornada.Na chegada em Genebra, os no-

mes dos novos amigos passam a ga-nhar formas e rostos e a integraoentre o grupo comea logo no pri-meiro dia com recepes calorosas acada um que chega.

No primeiro dia de curso, a en-trada pelos portes principais repre-senta tambm a entrada no sistemaONU e as boas vindas vem em for-ma de apresentao da grade curri-cular do programa.

Construda com o objetivo deauxiliar no apenas a transmissodesse conhecimento, mas tambm aprpria luta contra a discriminaoracial, a grade apresenta ao grupoas ferramentas existentes no siste-ma ONU e a formao identitriados participantes.

Responsvel pela organizao doprograma, Reem Mazzawi, afirmaque essa formao um diferencialdo programa. Eu j organizei pro-gramas semelhantes no passado, masconsiderando a particularidade des-se grupo muito importante abor-dar temas que estejam relacionadosa estas, afirma.

Dentre as ferramentas esto tra-tados, relatrios e contra propostas,termos jurdicos que podem at fa-zer com que as ferramentas ofereci-das soem como algo distante paraaqueles que no as conhecem, porisso, os encontros que possibilitarameste aprendizado esto entre os maiscomentados pelos participantes.

Para Plashka Meade, que atua naformao de jovens no Panam, aabordagem do curso permite que fer-ramentas que nem sempre chegam aoconhecimento dos afrodescendentes,

possam ser divulgadas em seu pas.Estar aqui extremamente im-

portante, no apenas porque me per-mite estar em contato com a estrutu-ra da seo de Direitos Humanos,mas tambm porque uma das ni-cas oportunidades que temos de aper-feioar o nosso trabalho ao voltar-mos para casa, declara.

Haitiana, residente no Canad,Yasmine Mathurin tambm acreditaque a participao no curso pode aju-da-la a fazer ouvir a voz da populaonegra, no pas onde vive. No Cana-d incrivelmente frustrante tentarfazer alguma coisa sobre a questoafrodescendente, porque no h ne-nhum tipo de suporte ou entendimen-to que faa com que as pessoas real-mente ouam o que ns estamos di-zendo. Ento eu vim para c para vero que consigo encontrar para pressi-onar o governo canadense a fazer algoa respeito da educao da populaoafro-canadense, afirma Yasmine.

A assinatura dos acordos feitade livre e espontnea vontade, em ou-tras palavras, as Naes Unidas nopodem obrigar os pases a assinar osdocumentos que garantem a manuten-o dos Direitos Humanos. Sendo as-sim, a cada acordo assinado, comose os pases tivessem a obrigao mo-ral de cumprir o que foi estabelecido.

Nem sempre a moral prevalece,mas para pressionar os pases queno cumprem o que foi assinado, osistema ONU possui ferramentasque tornam possvel a sociedade ci-vil fiscalizar e cobrar aes que ga-rantam os Direitos Humanos emtodos os aspectos.

Para a brasiliense Lia Maria dosSantos de Deus, a importncia do Fe-llowship Programme est justamente natransmisso desse conhecimento eem fazer com que a populao negrase aproprie dessas ferramentas. Omecanismo ONU subsidiado portodos os pases e a funo da organi-zao dar suporte e empoderamen-to s nossas aes que visam a garan-tia dos Direitos Humanos e o com-bate ao racismo faz parte dos Direi-tos Humanos. Ento ns precisamosnos apropriar disso, declara Lia.

Exemplo dessa unio entre ativis-mo e ferramentas do sistema ONUest na atuao do ingls MiltonBrown. Trabalhando com o desen-volvimento scio-cultural da popu-lao afro-britnica, Milton acreditaque o ensinamento passado duranteo curso ir complementar o trabalhoque j realizado por sua organiza-o. Acredito que o programa es-sencial, pois eu sempre trabalhei comdesenvolvimento e incluso nos meusprogramas e o que esse curso me mos-

Nem sempre a moralprevalece, maspressionar os pasesque no cumprem oque foi assinado, osistema ONU possuiferramentas quetomam possvel asociedade civil aesque garanta osDireitos Humanos emtodos os aspectos.

internacional


* Daniela Gomes, jornalista, participou doFellowship Programme, representando aFaculdade Zumbi dos Palmares.

trou que essencial que eu inclua atemtica dos Direitos Humanosnos projetos que realizo, declara.

Alm das aulas tericas, os parti-cipantes puderam conhecer tambmos pases que no cumprem o ladoprtico do sistema, no somente as-sistindo a reunies dos conselhos,mas tambm sendo incentivados amanter contato com os representan-tes de seus pases e com os chefes deescritrios responsveis pela fiscali-zao de cada pas.

A possibilidade desses encontrostraz visibilidade para a causa negraao redor do mundo, pois amplia o di-logo entre a sociedade civil e os re-presentantes brasileiros no exterior.Exemplo dessa interao foi o encon-tro das participantes brasileiras como Ministro Joo Gensio de AlmeidaFilho, na Misso Permanente do Bra-sil na ONU.

Extremamente positivo, o encon-tro ilustra a possibilidade de dilogoentre representantes da sociedade ci-vil e o poder pblico que os repre-senta na ONU. Durante a reunio,foram abordados temas como no-vas possibilidades para a discussodo racismo no Brasil e a necessida-de de novas ferramentas, como porexemplo, a criao da FaculdadeZumbi dos Palmares.

No decorrer das trs semanas aemoo tomou conta do grupo queinteragiu no apenas compartilhandoinformaes sobre a luta contra a dis-criminao da populao negra e asmanifestaes de resistncia em seusrespectivos pases, mas tambm estrei-tando as relaes fora da sala de aula.

Para o colombiano Juan Carabali,alm do racismo presente na socie-

dade, um dos principais problemasno que concerne a populao afro-colombiana a questo das comuni-dades Palenques. A retirada foradados moradores das comunidades tra-dicionais de suas terras uma dasprincipais preocupaes dos afro-colombianos hoje, afirma.

Da mesma maneira, a uruguaiaRocio Cunha acredita que embora ogoverno de seu pas tenha realizadoalgumas aes nos ltimos anos, ain-da h muito que fazer para que osafro-uruguaios, que representam11% da populao, sejam includosna sociedade. Ns temos diferenassociais, econmicas e culturais e mui-tos desafios ainda precisam ser alcan-ados, declara Rocio.

Para o norte-americano Faridu-ddin Muhammad, a oportunidade detrocar experincias com outros repre-sentantes da dispora africana, foimuito emocionante. Ouvindo asexperincias de pessoas de diferen-tes lugares, ouvindo as narrativas dasbatalhas travadas, voc se torna h-bil para criar estratgias para a suaprpria luta, afirma Farid.

O mesmo pensamento partilha-do pelo etope, residente em Israel,Yohannes Bayu. Eu aprendi muitocom o grupo e pretendo ver o queposso utilizar do que absorvi dessecontato com eles.

A troca de experincias tambm destacada pela carioca Aline Carmo.Segundo ela, h muito que se apren-der no apenas sobre as ferramentasexistentes na ONU, mas tambm so-bre a prpria realidade dos afrodes-cendentes ao redor do mundo.

A preocupao de Aline embuscar um espao para a discusso

do racismo no Brasil, se mostra jus-ta ao observar as atividades marca-das para celebrar o Ano Internacio-nal dos Afrodescendentes.

Enquanto o mundo voltou osolhos para a temtica, no Brasil, maiorpas negro fora da frica, a maioria dasmanifestaes ocorridas foram reali-zadas pela prpria sociedade civil,como por exemplo, o Trofu RaaNegra 2011, que abordou a temticadurante a cerimnia.

A nica atividade oficial foi or-ganizada pelo governo brasileiro como apoio da ONU. Realizado entre osdias 16 e 19 de novembro, na cidadede Salvador o Encontro Ibero-Ame-ricano dos povos Afrodescendentes,reuniu chefes de estados que assina-ram a Declarao de Salvador, umaratificao do contedo da Declara-o de Durban e um comprometimen-to de unio na luta contra o racismo.

Outra maneira encontrada paraque essa voz se faa ouvir foi a cria-o de um documento a partir da par-tilha de experincias dos participan-tes do Fellowship Programme, que abor-da desde sugestes para o prximoprograma at pedidos feitos s Na-es Unidas, para que a temtica afro-descendente no seja esquecida.

O documento foi entregue de ma-neira oficial, quando quatro represen-tantes do grupo participaram da ce-rimnia de encerramento do Ano In-ternacional dos Afrodescendentesem Nova York, ainda em dezembrode 2011, simbolizando as mudanasque ainda podem surgir como frutosdo comprometimento do grupo.

internacional

Realizao:

Trofu Raa Negra 2011

edição especial - troféu raça negra 2011

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