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Com a vitória de Fernando Haddad, o Partido dos Trabalhadoresvolta a governar a principal cidade do país, São Paulo. Umavitória onde pesou o empenho pessoal do ex-presidente Lula,que enfrentou lideranças do PT para manter a candidaturaHaddad. O futuro prefeito de São Paulo vai enfrentar desafiosnas áreas como saúde, transporte, educação, trânsito e ocombate as drogas.

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Leitor

Brasileiros de quase todo o país (a exceção ficou por conta do Distrito do Federal e de Fernando de Noronha) voltaram às urnas neste mês de outubro para escolher prefeitos e vereadores em 5.568 municípios. Em 50 municípios, sendo 17 deles capitais, houve necessidade da realização de um segundo turno para que fosse definido o nome do prefeito.

Nessas eleições, três fatos chamaram a atenção dos analis-tas políticos: o grande número de abstenções, o crescimento das chamadas pequenas siglas e a distribuição das prefeituras por maior número de partidos.

O volume de abstenções chamou a atenção da presidente do TSE, ministra Carmen Lúcia Antunes Rocha, a ponto dela conside-rar necessário que o próprio tribunal se debruce sobre o problema para tentar encontrar a causa e a solução para o problema. Para muitos, tudo isso passa pelo descrédito do eleitor com a quali-dade dos candidatos.

O desempenho do PSB e do PSD também mereceu destaque. O primeiro, do governador Eduardo Campos (PE), até então classi-ficado no rol dos pequenos partidos, venceu em 442 municípios, sendo cinco deles capitais. Já o segundo, o PSD, criado há um ano e em sua primeira eleição, somou 498 prefeituras, sendo uma capital. Os dois tiveram desempenho superior ao registrado por partidos tradicionais como PTB, DEM e PDT. Por fim, a decisão do eleitor de distribuir as prefeituras das capitais entre um maior número de partidos.

De resto, as eleições municipais brasileiras ocorreram como acontece nas principais democracias, em paz. Com uma única e fundamental diferença: no Brasil, a apuração é rápida e em pouco mais de quatro horas o eleitor já sabe o nome do vitorioso.

&EstadosMunicípios

O Editor

Editor GeralGuilherme Gomes Filho - SJP-DF 1457

JurídicoEdson Pereira Neves

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ColaboradoresClovis Souza / Gerson Matos

Mauricio Cardoso / Rangel Cavalcante Renato Riella

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As colunas e matérias assinadas não serão remuneradas e o texto é de exclusiva responsabilidade de seus autores

Sua revista de gestão, política e empreendedorismo

Eleição tranquila consolida a democracia

Page 5: Edição de Outubro

CapaCom a vitória de Fernando Haddad, o Partido dos Trabalhadores volta a governar a principal cidade do país, São Paulo. Uma vitória onde pesou o empenho pessoal do ex-presidente Lula, que enfrentou lideranças do PT para manter a candidatura Haddad. O futuro prefeito de São Paulo vai enfrentar desafios nas áreas como saúde, transporte, educação, trânsito e o combate as drogas.

15 | NACIONALSenado e o novo Fundo de Participação 15Ministra quer fortalecer a relacão federativa 16Responsabilidade Fiscal, um bem nacional 19Defesa Civil preocupada com as chuvas 20Gleisi Hoffmann discute juros de cartões 21

24 | EDUCAÇÃOFugindo da sala de aula 24Mais tempo na escola 25

26 | INFRAESTRUTURAVLT chega a São Luiz 26

30 | GESTÃOOcupacão transparente de Brasília 30Goiás investe em infraestrutura de transporte 31Atualização da gestão Social 32

33 | SAÚDEMS pesquisa política de medicamentos 33

34 | ECONOMIAMato Grosso investe na industrialização de alimentos 34Rio Grande do Norte prepara ações contra a seca 35Cacau do Brasil no mundo 36

38 | EMPREENDEDORISMOSolidariedade na produção agrícola 38Cresce a eficiência dos pequenos negócios 39

41 | Limpeza Pública

Custa caro e depende da população 41

28 | DIRETO DE BRaSÍLIa Renato Riella

54 | COTIDIaNO Guilherme Gomes

68 | MÍDIa pedro abelha

80 | Motores Clovis Souza

78 | CaSOS & CaUSOS Rangel Cavalcante

índiceedição 230 - Outubro /2012

52 | INOVAÇÃOPlanta da Amazônia contra o cancer de pele 52Brasil compra satélute geoestacionário 53 56 | MEIO AMBIENTEMobilização para salvar o Rio Acre 56Índios do Pará protegem espécies em extinção 58Oceano Atlântico está em risco no Brasil 59

60 | INTEGRAÇÃOCNAE Fiscal integra União, estados e municípios 60

63 | AGRICULTURAConsórcios públicos para incentivar política agrícola 63

64 | TECNOLOGIABrasil longe das vantagens da energia solar 64Sucesso brasileiro no combate a malária 65

70 | JUSTIÇACAIXA reduz recursos no STJ 70CNJ busca agenda com o legislativo 71

72 | TURISMOO aumento dos cruzeiros na costa brasileira 72São Miguel do Gostoso atrai turistas estrangeiros 76

77 | SOCIALFIOCRUZ investe em ações Socias 82

82 | ARTIGODemocracia é melhor com a cidade limpa 82

colu

nas

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O Partido dos Trabalhadores volta a governar a cidade de São Paulo depois de oito anos longe do controle político e administrativo da cidade que possui o terceiro orçamento do país. O petista Fer-nando Haddad, ex-ministro da Educação e indica-ção pessoal do ex-presidente Lula, que chegou a se indispor com algumas lideranças do PT para manter a candidatura Haddad, chegou à vitoria depois de enfrentar dois turnos de eleição.

No primeiro turno, chegou em segundo lugar, atrás do candidato do PSDB, José Serra. Mas vencer em São Paulo era uma questão de honra para o ex-presidente Lula e para o partido, que se viu obrigado a fazer uma série de composições, que vão desde anti-gos aliados, até o antigo “inimigo”, o deputado federal e ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf. A própria Presidente da República, Dilma Rousseff, fez algumas mexidas em seu ministério para garantir apoio para o candidato petista à prefeitura de São Paulo

Para Haddad e para o PT essa foi uma campa-nha particularmente difícil, com o candidato sain-do, segundo os institutos de pesquisa, com apenas três por cento na intenção de votos do eleitorado paulista. Aos poucos foi subindo e, já perto das elei-ções de primeiro turno, oscilava entre o terceiro e o segundo lugar.

Desafios

O futuro prefeito de São Paulo vai assumir o comando da maior cidade do país, que enfren-ta alguns problemas crônicos de difícil solução, e em áreas consideradas primordiais pelo paulista-no, como saúde, transporte, educação, trânsito e o combate às drogas, além, é claro, daquela que vira uma das principais preocupações de todo candida-to eleito para um cargo executivo, a briga dos alia-dos na disputa por um cargo.

Vitória de Haddaddevolve São Paulo ao PT

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Logo depois de ser declarado vitorioso, Fernan-do Haddad destacou que as prioridades de seu go-verno serão a área social e a habitação, para reduzir a desigualdade social da cidade. “Vamos derrubar o muro que separa a cidade rica da cidade pobre”, ga-rantiu. Também prometeu combater a intolerância crescente na cidade. “A diversidade é a nossa força e o respeito aos direitos humanos vai ser para valer em São Paulo,” afirmou o prefeito eleito.

PT e PSDB de olho em 2014

Dois partidos acompanharam a eleição da ci-dade de São Paulo com especial interesse. Para a direção de PT e PSDB, o resultado da disputa entre José Serra e Fernando Haddad pela prefeitura de São Paulo teve um significado especial, já que a ci-dade, com seus mais de 8 milhões e meio de eleito-res é o maior colégio eleitoral e terceiro orçamento

do país, perdendo apenas para a União e o próprio estado de São Paulo.

Por isso, o município tem um papel preponde-rante nas eleições presidenciais que vão acontecer daqui a dois anos. Vencer na capital paulista era pon-to de honra para os petistas, principalmente para o ex-presidente Lula, e para as lideranças tucanas, já que nas últimas duas décadas os dois partidos têm sido os principais atores da disputa presidencial.

Num ranking que leva em conta as 85 maiores cidades do país, os dois partidos estão praticamen-te empatados. Enquanto o PSDB vai administrar, a partir de 2013, quinze cidades, num total de 6 mi-lhões de eleitores, o PT vai administrar 16 cidades e mais de 15 milhões de eleitores. Um detalhe que chamou a atenção dos analistas e pesquisadores foi a migração do PSDB. Considerado um partido do Centro-Sul, terminou a eleição de 2012 com im-portantes vitorias no Norte e Nordeste. ■

Lula vitorioso

Quem pode ser considerado o grande vito-rioso nas eleições de São Paulo é o ex-presidente Lula, que apostou num candidato sem nenhuma experiência em eleições, contra a indicação na-tural de Marta Suplicy, e foi capaz de enfrentar a resistência de vários setores do PT paulista e na-cional. Hoje, até mesmo os mais ferrenhos adver-sários da candidatura de Fernando Haddad dentro do partido reconhecem que Lula estava certo em sua ousadia e na necessidade de renovação das lideranças petistas.

Em seu primeiro discurso, logo após o final da apuração, Fernando Haddad fez questão de reconhecer a importância do “padrinho Lula” para sua eleição. “Agradeço ao presidente Lula do fundo do meu coração pela confiança, pela orientação e pelo apoio, sem os quais seria impossível lograr qualquer êxito”, destacou.

O PT, assim como o PSDB, via nas eleições municipais de São Paulo uma prévia das eleições presidenciais que vão acontecer daqui a dois anos. Até lá, Lula e o PT devem fortalecer alguns novos nomes para disputar os governos estaduais e, ao mesmo tempo, garantir a continuação do partido na Presidência da República. Seja com a reeleição da presidente Dilma Rousseff, seja com a volta de Lula ao Palácio do Planalto.

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Onze partidos vão governar as capitais dos 26 estados da Fede-ração. A surpresa é que o partido com maior número não é nenhum dos considerados grandes, como mostram os números abaixo

O PMDB continua a ser o par-tido com o maior numero de pre-feituras, 1032, mas vai administrar apenas duas capitais. Já o PSDB tem 698 prefeitos, sendo 4 deles de ca-pitais, assim como o PT, em terceiro lugar, com 636, elegeu 4 prefeitos de capitais. O PSD, criado no ano passado, em sua primeira eleição, somou um número de 498 prefeitu-ras, sendo uma capital.

Surpresa foi o crescimento apresentado pelo PSB, partido que elegeu o maior número de prefei-tos de capitais (Fortaleza, Cuiabá, Porto Velho, Recife e Belo Hori-zonte) e no total conseguiu sair vitorioso em 442 municípios.

O PP, elegeu 469 prefeituras, sendo duas capitais. O PDT venceu em 310 cidades, sendo 3 capitais, e o PTB alcançou um total de 295.

O DEM, a partir de 2013, vai governar apenas 278 municípios, com duas capitais nesse total. ■

Pulverização de votos

São PauloFernando Haddad

PT - 55,57%

SalvadorACM Neto

DEM - 53,51%

CuritibaGustavo Fruet

PDT - 60,65%

FortalezaRoberto Claudio

PSB 53,02%

AracajuJoão Alves

DEM 52,72%

BelémZenaldo Coutinho

PSDB 56,61%

BHMarcio Lacerda

PSB 52,69%

Boa VistaTeresa Surita

PMDB - 39,26%

Campo GrandeAlcides Bernal

PP 62,55%

CuiabáMauro Mendes

PSB 54,65%

FlorianópolisCesar Souza

PSD 52,64%

GoiâniaPaulo Garcia

PT 57,68%

João Pessoa Luciano Cartaxo

PT 68,13%

MacapáClécio Vieira

PSOL 50,59%

MaceióRui Palmeira

PSDB - 57,41%

ManausArtur Neto

PSDB 65,95%

NatalCarlos Eduardo

PDT 58,31%

PalmasCarlos Amastha PP 49,65

PalmasCarlos Amastha PP 49,65%

Porto AlegreJosé Fortunati

PDT 65,22%

Porto VelhoDr. Mauro Nazif

PSB 63,03%

Rio BrancoMarcus Alexandre

PT 50,77%

Rio de JaneiroEduardo Paes PMDB 64,60%

RecifeGeraldo Julio

PSB 51,15%

São LuísEdivaldo Holanda Jr

PTC 56,06%

TeresinaFirmino Filho

PSDB 51,54%

VitóriaLuciano Rezende

PPS 52,73%

Os partidos nas capitais

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Algumas disputas durante as eleições municipais de 2012 chamaram mais a atenção, qua-se sempre envolvendo o Partido do Trabalhadores ou o próprio presidente Lula. Em Manaus, por exemplo, derrotar o candidato do PSDB, Arthur Virgílio, crítico feroz do ex-presidente durante sua pas-sagem pelo Senado, era uma das prioridades de Lula. Apesar de ter se empenhado pessoalmente na campanha naquela cidade, viu sua candidata, a senadora Vanessa Gra-zziotin, do PC do B, sair derrotada e conseguir apenas 34% dos votos, enquanto Arthur Virgílio ficou com quase 66%.

O futuro prefeito de Manaus, em sua primeira entrevista depois de eleito, anunciou uma reforma para enxugar a máquina adminis-trativa, auditoria nos contratos da prefeitura e disse que vai procurar a presidente da República. “Vou procurar a presidente Dilma para fazer parcerias, sem palanques.”

Outra derrota que também doeu aos petistas aconteceu em

Salvador, onde o deputado Fede-ral ACM Neto, do DEM, eleito com 54% dos votos, derrotou o petista Nelson Pelegrino. Durante a campa-nha, a presidente Dilma e Lula subi-ram no palanque de Pelegrino para pedir votos para o candidato petista. O novo prefeito de Salvador dedicou sua vitória ao avô, o ex-governador e ex-senador Antonio Carlos Magalhaes.

Em São Luis, a grande derro-tada foi a família Sarney. Com o apoio do presidente da Embratur, Flávio Dino, uma das lideranças no estado, o candidato do PTC, Edivaldo Holanda Junior, derro-tou o atual prefeito da cidade, João Castelo. Em sua fala, já con-siderado prefeito eleito, Edivaldo Holanda destacou que o resul-tado foi fruto de uma campanha limpa e preferiu evitar comentá-

nas eleições municipais

rios sobre a eleição. Apenas agra-deceu os votos recebidos.

Em Recife, a vitória do can-didato do PSB, Geraldo Júlio, ain-da no primeiro turno, representou uma vitória pessoal do governador de Pernambuco, Eduardo Cam-pos, responsável pela indicação de seu nome para a disputa e seu principal cabo eleitoral.

A reeleição ainda no primei-ro turno do prefeito de Belo Ho-rizonte, Márcio Lacerda, do PSB, pode ser creditada aos tucanos, senador Aécio Neves e governa-dor mineiro Antônio Anastasia. ■

Grandes disputas

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O PT, o PMDB e o PSDB vão go-vernar quase 50% do eleito-rado brasilei-ro a partir de 2013. Os par-tidos conquis-taram 2.369 prefeituras em todo o país, so-mando mais de 66,7 milhões de eleitores, de um total de 140,6 milhões.

O PT con-seguiu eleger o prefeito na maior cidade do país, São Paulo, e tam-bém conquis-tou o maior número de prefeituras em

cidades grandes – as com mais de 200 mil eleitores.

Apenas em São Paulo, onde Fernan-do Haddad derrotou o tucano José Serra, são 8,6 milhões de votos.

O PT venceu a disputa em 16 dos 83 municípios com mais de 200 mil elei-tores. Ainda assim, o partido perdeu es-paço. Em 2008, foram 20 prefeituras nas cidades grandes.

Três partidos vão governarquase metade do eleitorado

PT governará mais de 20% do eleitorado brasileiro, ou 27 milhões de eleitores.

PSDB vai governar 16,5 milhões de eleitores, 12,08% do eleitorado brasileiro

O PMDB governará 16,85% do eleitorado brasileiro, ou 23,1 milhões de eleitores. O partido foi vitorioso nas ci-dades pequenas, com eleitorado abaixo de 200 mil, e vai comandar 1.022 dessas prefeituras no país.

Já o PSDB foi o segundo partido que mais conquistou cidades com mais de 200 mil eleitores. A legenda vai gover-nar 16,5 milhões de eleitores, 12,08% do eleitorado no país. Os tucanos avança-ram em comparação com a última elei-ção, quando obtiveram 13 eleitos. Agora, são 15 prefeituras nas cidades grandes.

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PSB lidera nas capitais

O PSB, que elegeu o maior núme-ro de prefeitos de capitais nas eleições municipais de 2012, é o 4º do país com o maior eleitorado: 11,15% ou 15,3 mi-lhões de eleitores.

A sigla vai comandar as cidades de Fortaleza, Belo Horizonte, Cuiabá, Re-cife e Porto Velho. O PSDB foi vitorioso em quatro capitais: Maceió, Manaus, Belém e Teresina. Também quatro elei-tos teve o PT, que, além de São Paulo, venceu a disputa em Rio Branco, Goiâ-nia e João Pessoa.

Já o PSD, que elegeu um prefeito de capital em sua primeira eleição munici-pal, aparece em 6º lugar, com 6,31%, ou 8,65 milhões de eleitores.

PMDB e PSDB encolhem; PT e PSB avançam

No país, o PMDB e o PSDB lide-ram o ranking de prefeituras conquis-tadas pelos partidos em 2012, embora tenham tido menos prefeitos eleitos nas

eleições municipais deste ano em compa-ração com o pleito de 2008

O PT, que ocupa o 3º lugar do ranking, conseguiu conquistar mais pre-feituras que em 2008. Já o PSD sai de sua primeira eleição municipal na 4ª po-sição, com 497 prefeitos eleitos.

PMDB e PT foram os únicos par-tidos que conquistaram prefeituras em todos os estados brasileiros. A maior parte das prefeituras do PMDB está na região Sul (295), seguida do Nor-deste (284) e Sudeste (248). Já o PT ele-geu mais prefeitos no Sudeste (199) e Nordeste (188).

O PSDB conseguiu eleger prefeitos nos 25 estados do país – no Amapá, no entanto, nenhum tucano foi eleito. O PSD conquistou mais vitórias no Nordes-te, com 210 prefeituras. O PP, que ficou em quinto no ranking, elegeu mais no Sul, 211 prefeitos.

Já o DEM, que elegeu 44,15% me-nos prefeitos neste ano, além de ter tido a maior queda entre os partidos, comandará apenas 4,8% do eleitorado. A maioria dos eleitos está no Sudeste: 114 ao todo. ■

Presidente do PSB, Eduardo Campos,

comemora vitória nas cidades de Fortaleza,

Belo Horizonte, Cuiabá, Recife e Porto Velho

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mas não levaNovamente as urnas eletrônicas cumpriram o

seu papel. Poucas horas depois do término da vota-ção, os eleitores já sabiam os nomes dos vencedo-res, tudo isso sem denuncias de fraude ou qualquer tipo de arranjo que colocasse em dúvida o resulta-do do pleito. Coisa de causar inveja a muito país de Primeiro Mundo.

A grande novidade dessas eleições, e que ainda pode mudar o resultado das urnas em muitos municí-pios pelo Brasil afora, ficou por conta da Lei da Ficha Limpa. Por causa da Lei que passou a vigorar a par-tir desta eleição, mesmo depois do encerramento da apuração, ainda tem muito candidato eleito em dúvi-da se pode ou não comemorar a vitória.

Ao todo são mais de 120 municípios brasileiros que aguardam decisão da Justiça, isso sem contar três municípios onde nenhum prefeito foi eleito por ausência de candidato apto (Bom Jesus de Goiás, em Goiás, Cedro, em Pernambuco e Monte Alegre, no Rio Grande do Norte). Apesar de ter havido elei-ção, todos os candidatos aguardam decisão final da Justiça sobre seus registros.

Em todos os casos, a decisão fica por conta do TSE e os candidatos eleitos que não tiverem seus re-gistro aceitos cederão a vaga para os segundos colo-cados. Nos três municípios onde ninguém foi eleito, a eleição aconteceu, mas se a Justiça indeferir todas as candidaturas, será realizada uma nova eleição com outros candidatos. Apenas nos estados do Acre, Alagoas e Roraima não existem prefeitos eleitos “sub judice”. ■

GanhaO prefeito eleito mais velho do país é o empre-

sário de agronegócio Sebastião Biazzo, do PMDB, de 89 anos, eleito para comandar a prefeitura de Aguaí, a 200 km de São Paulo. Tião, como é chama-do na cidade de 32 mil habitantes, foi eleito com 44% dos votos válidos. Essa é a sexta vez que Tião comanda a cidade. Seu primeiro mandato foi con-quistado ainda na década de 1960, pelo PTB, quan-do tinha 37 anos.

Muitos outros municípios elegeram candidatos acima dos 80 anos, com destaque para Jair Toledo, de 87 anos, elei-to para a Prefeitura de Paiva (MG), Zé Paula, em Itaca-rambi (MG) e Mário Zaia (PSB) em Rio Claro (SP), to-dos com 86 anos. ■

beirando os noventaUm prefeito

E agora?Deu empate nas urnas

O que parece impossível aconteceu nas elei-ções de 2012: em duas cidades deu empate no resul-tado da eleição para prefeito. Em Bananal, cidade do interior de São Paulo, Mirian Bruno (PV) e Peleco (PSDB) tiveram 1.849 votos. Pelos critérios da legis-lação eleitoral, Mirian Bruno, que é 14 anos mais ve-lha que o rival, venceu o pleito e ficou com a chefia do Executivo da cidade.

O mesmo aconteceu em Balsa Nova, na região metropolitana de Curitiba, com Marcos Antonio Za-netti (PDT) e Luiz Cláudio Costa (PMDB), que tive-ram a mesma votação, totalizando 3.869 votos. Nes-se caso quem levou foi Luiz Costa, por ser mais velho. Como, pelo critério de desempate, o candidato mais velho deve assumir o cargo, Luiz Costa leva vantagem, por ter 59 anos, 18 anos a mais que Zanetti. ■

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Com relação ao universo feminino, a eleição de 2012 trouxe uma novidade: esta foi a primeira elei-ção municipal sob a vigência da Lei 12.034/2009, que estabelece que “cada partido ou coligação pre-encherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o má-ximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo”.

Se isso infl uenciou, ou não, no resultado das eleições, ainda não está claro, mas os números indi-cam um crescimento na participação das mulheres, como candidatas, nas eleições de 2012 e também no número de prefeitas eleitas. Apesar disso, no primeiro turno ape-nas uma mulher foi eleita prefeita de capital, Teresa Surita, do PMDB, que conquistou a prefeitura de Boa Vista.

De qualquer forma, o número aumentou. Em 2008, 504 prefeitas se elegeram no fi nal do primei-ro turno; em 2012 elas conquistaram 663 prefeituras, representando 12,03% do total de prefeitos eleitos. Os estados com maior número de prefeitas eleitas são: Mi-nas Gerais, com 71 eleitas, São Paulo, com 67, Bahia, com 64, Paraíba, com 49 e Maranhão, com 41. ■

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O número de mulheres eleitas para as Câmara Municipais também foi signifi cativo. O destaque foi a professora Amanda Gurgel, 31 anos, a vere-adora mais votada entre todas as capitais do país. Ela recebeu 32.819 votos, o equivalente a 8,59% dos eleitores de Natal (RN) e é também a verea-dora mais votada da história da cidade. O resulta-do impressionou não só os analistas políticos, mas também a própria candidata e seu partido, o PSTU. “Foi um fenômeno. A cada semana mais pessoas declaravam apoio, buzinavam de outros carros, me paravam para dizer que iam votar e conseguir ou-tros votos”, lembra a professora . ■

Destaque em Natal

Cresce o número demulheres eleitas

PMDB – 7825PSDB – 5146PT – 5067PP – 4840PSD – 4570PDT - 3563PSB – 3484PTB - 3484DEM – 3209PR – 3110PPS – 1823PV – 1537PSC – 1431PRB – 1174

PC do B – 952PSL – 744PMN – 598PRP – 567PHS – 534PT do B – 518PTC – 470PSDC - 432PTN – 421PRTB – 413PPL – 173PSOL – 49PCB – 5PSTU - 2

O PMDB foi o partido que conseguiu ele-ger o maior número de vereadores em todo o país. Já o partido com o menor número foi o PSTU. Veja abaixo como fi cou o número de vereadores eleitos por partido.

Vereadores eleitos em todo o país

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Outro caso notório é o do também ex-presidente da Câma-ra, João Paulo Cunha (PT), que renunciou à candidatura para prefeito de Osasco, que vinha li-derando com folga, por conta da condenação imposta pelo STF no julgamento do chamado Mensalão, embora a sentença ainda não sido sacramentada pelo Judiciario.

Em São Paulo, a Justiça Elei-toral barrou mais de 50 candi-datos a prefeito com base na Lei

da Ficha Limpa, segundo aponta levantamento do Ministério Públi-co Federal. Já o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba indeferiu 44 registros de candidaturas no estado, 16 ao cargo de prefeito e 7 de vice-prefeito, os outros 21 para vereador.

Curral eleitoral

Para muitos candidatos, não acostumados com as novas prá-ticas impostas pela Lei da Ficha

Limpa, ainda é possível fazer campanha com as mesmas práti-cas usadas no começo do século passado: a troca de votos por di-nheiro ou presentes que iam des-de um par de botinas novas (com um dos pés sendo entregue antes da eleição e o outro só depois, se o candidato fosse eleito), denta-duras, tijolos, telhas etc. A ame-aça de violência física também era muito usada para intimidar as camadas mais humildes e obrigar pessoas simples a votar num de-terminado candidato.

Mas o que parecia uma prá-tica superada continua tão viva quanto antes. Denúncias saem de todos os lugares, mesmo de cida-des modernas, como é o caso do Rio de Janeiro, onde as conhe-cidas “milícias”, organizações criminosas quase sempre lidera-das por policiais e ex-policiais, recebem dinheiro de candidatos para autorizar a realização de co-mícios e outras ações nas áreas que ocupam. Uma operação re-alizada pela Polícia Civil daque-le estado comprovou a prática e apreendeu boletins oficiais de ur-nas, o que resultou num processo judicial cheio de provas.

Outro fato conhecido e que ocupou as manchetes do noti-ciário nacional em setembro foi a denuncia de compra de votos por um candidato a prefeito no município de Betim, em Mi-nas Gerais, conhecido por ser a sede da Fiat no Brasil. Lá, o candidato garantia o apoio dos carroceiros da região por meio do pagamento em dinheiro. ■

filtra e afasta candidatosFicha LimpaMuita gente famosa e carregando no currículo várias eleições para cargos mais importantes, apesar da certeza de que poderia ser elei-to, preferiu desistir de concorrer a uma vaga de prefeito ou vereador. Esse também é um reflexo da Lei da Ficha Limpa, ou seja, o medo de ganhar mas não levar, ser eleito e não poder tomar posse.

Um exemplo clássico é o pernambucano Severino Caval-canti (PP), ex-deputado federal dos mais votados no estado de Pernambuco, tendo sido, inclu-sive, presidente da Câmara dos Deputados e que foi obrigado a deixar o cargo e a renunciar o mandato, depois de denúncias de recebimento de propina. Ele desistiu de disputar a reeleição no município de João Alfredo, localizado a 106 quilômetros de Recife, e entregou o pedido de renúncia ao cartório eleitoral da cidade, alegando motivo de “cunho pessoal”.

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O Senado pretende votar até 6 de novembro os novos critérios de distribuição do Fundo de Par-ticipação dos Estados (FPE). Os se-nadores querem cumprir esse prazo para que a Câmara dos Deputados tenha tempo de apreciar a matéria até 22 de dezembro, quando se inicia o recesso legislativo. A infor-mação é do senador Romero Jucá (PMDB-RR), um dos principais en-volvidos na negociação do tema.

O Congresso está pressiona-do por decisão do Supremo Tri-bunal Federal (STF), que declarou em 2010 a inconstitucionalidade-da regra atual e deu prazo até o final deste ano para que o Poder Legislativo aprove uma nova lei complementar sobre o tema. Caso contrário, os repasses aos estados serão suspensos.

A estratégia dos parlamenta-res envolvidos no debate, segun-do Romero Jucá, é criar um fato político por meio de uma propos-ta já definida que permita ao pre-sidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), solicitar ao STF um novo prazo de análise da matéria, caso não seja votada pela Câma-ra. No início de 2012, líderes par-tidários definiram a questão como prioritária, mas o tema não cami-nhou no Senado.

Oito projetos de lei comple-mentar tratando do tema estão pa-rados na Comissão de Desenvolvi-

mento Regional (CDR). Em junho deste ano, eles foram apensados – reunidos para tramitação em conjunto – sob a relatoria do líder do PT, Walter Pinheiro (BA), que vem discutindo a proposta com os líderes partidários. Ele também confirmou que a proposta substi-tutiva estará disponível para vota-ção no início de novembro.

Contra o tempo

Romero Jucá acredita que os deputados não terão tempo hábil para votar o projeto de lei, dada a quantidade de matérias que têm para apreciar. Outro complicador deve ser a pressão que prefeitos e governadores de regiões com va-lores de repasse mais baixos farão na Câmara para vin-cular a distribuição do FPE e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) a uma nova partilha dos royalties de pe-tróleo.

Jucá informou que o texto em aná-lise pelos senadores prevê a manuten-ção dos atuais crité-rios de distribuição do FPE. A regra em vigor destina 85% dos recursos da re-

ceita anual aos estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O fun-do é calculado atualmente sobre 21,5% da arrecadação líquida do Imposto de Renda (IR) e do Impos-to sobre Produtos Industrializados (IPI).

Ao mesmo tempo, os sena-dores elaboram uma nova regra que prevê a distribuição de valor excedente à receita arrecadada no ano anterior, tomando por base critérios como Índice de Desen-volvimento Humano (IDH), sane-amento básico e condições geo-gráficas. “Vamos supor que hoje a receita seja R$ 50 bilhões. Se, no ano que vem, passar para R$ 55 bilhões, esses R$ 5 bilhões serão repassados com base em novos critérios”, explicou Jucá. ■

Fundo de Participação Senado quer votar novo

N a c i o n a l

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16 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

N a c i o n a l

Estados & Municípios - Qual a importân-cia da Subchefi a de Assuntos Federativos na re-lação institucional do governo federal com os estados e municípios?

Ideli Salvatti - Até 2003 havia um vácuo na re-lação entre estados e municípios com o governo fe-deral, o que era inaceitável, pois tratam-se dos entes que são os principais executores das políticas pú-blicas do governo federal. Então, a criação da SAF, já no primeiro ano de governo do então presidente Lula, e a manutenção no governo Dilma, mostra a intenção do Governo Federal em fortalecer a Fede-ração brasileira. Um dos objetivos fundamentais da SAF é promover o diálogo entre os entes federados. Para isso foi criado o Comitê de Articulação Federa-tiva, composto por representantes de três entidades nacionais de municípios (ABM, CNM e FNP) e de 18 órgãos federais. Ela tem a função de colaborar

Uma das várias atribuições da ministra chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti, é manter contato direto com parlamentares, governadores e prefeitos, para que o governo tenha o real conhecimento das especifi cidades e necessidades de cada local. “O diálogo é a melhor maneira para formular políticas públicas que contemplem todas as regiões do país”, ressalta a ministra. Em entrevista exclusiva à revista Estados & Municípios, Ideli Salvatti fala sobre a estratégia do governo para promover o fortalecimento da Federação brasileira, destaca a importância do Programa Nacional de Logística Integrada e ressalta que o resultado das eleições não vai alterar a relação institucional do governo federal com os entes federados: “As decisões governamentais não podem ser orientadas por cores partidárias ou correntes políticas, mas por um trabalho em conjunto com estados e municípios pelo desenvolvimento econômico do país”.

Uma das várias atribuições da ministra chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti, é manter contato direto com parlamentares, governadores e prefeitos, para que o governo tenha o real conhecimento das especifi cidades e necessidades de cada local. “O diálogo é a melhor maneira para formular políticas públicas que contemplem todas as regiões do país”, ressalta a ministra. Em entrevista exclusiva à revista Ideli Salvatti fala sobre a estratégia do governo para promover o fortalecimento da Federação brasileira, destaca a importância do Programa Nacional de Logística

Fortalecendo a Federação

na elaboração de uma agenda de trabalho voltada para assuntos de interesses específi cos dos municí-pios. Outro exemplo é o SASF – Sistema de Assesso-ramento Federativo – que reúne representantes dos órgãos da administração federal a fi m de promover maior articulação e integração de políticas, programas e ações do governo federal com os entes federados.

Como está o andamento do Plano Nacional

de Logística Integrada que prevê investimentos de bilhões de reais em obras de infraestrutura?

É um projeto audacioso da presidenta Dilma para colocar o Brasil em um outro patamar em ter-mos de logística. O Programa de Investimentos em Logística, lançado em agosto, prevê aplicação de R$ 133 bilhões em nove trechos de rodovias (de oito estados) e em 12 trechos de ferrovias (passando por 14 estados). O objetivo é aumentar a escala dos

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N a c i o n a l

Em 2009, a SRI, por meio da SAF, promoveu o Encontro Nacional de Prefeitos e Prefeitas, a fim de recepcionar os novos mandatários e prestar informa-ções fundamentais para o início de seus mandatos, apresentar os programas governamentais e promover o diálogo entre os diversos ministérios e as prefeitu-ras. Em 2013, faremos, de maneira similar, a recep-ção aos novos prefeitos com a finalidade de contri-buir para a melhoria da gestão pública local e para o aprofundamento da cooperação federativa.

O resultado das eleições municipais, com o crescimento de alguns partidos, pode influen-ciar na política adotada pelo governo federal na relação com estados e municípios?

O resultado das eleições em nada altera o traba-lho do governo federal com as respectivas cidades. As decisões governamentais não podem ser orienta-das por cores partidárias ou correntes políticas, mas por um trabalho em conjunto com estados e municí-pios pelo desenvolvimento econômico do país, com geração de emprego, renda e inclusão social.

O Ministério vai cobrar dos novos prefeitos

um compromisso efetivo com o desenvolvimen-to sustentável?

A fim de preparar a Rio+20, e mesmo duran-te a Conferência, foram promovidos debates muito interessantes com os municípios, por meio dos Diá-logos Federativos, organizados pela SAF. O objetivo era potencializar o conjunto de iniciativas setoriais dentro de uma perspectiva federativa. É importante lembrar que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios compõem a Federação brasileira, sendo todos entes autônomos. Assim, a relação que se estabelece é de cooperação. Os governos locais são protagonistas naturais do processo de desenvol-vimento sustentável, porque o município é a base territorial na qual o desenvolvimento acontece, onde as pessoas vivem, produzem, consomem, etc. O pa-pel do governo federal e dos governos estaduais é articular e integrar ações com os municípios para a implementação das políticas públicas e a promoção do desenvolvimento sustentável.

investimentos públicos e privados em infraestrutu-ra de transportes e promover a integração de rodo-vias, ferrovias, portos e aeroportos. Vamos, assim, reduzir custos, ampliar a malha logística e tornar o país mais competitivo. A Empresa de Planejamento e Logística, criada no lançamento do programa, co-ordenará estes investimentos. Tudo está dentro do cronograma previsto e já apresentado, com algumas obras já em fase de encerramento das audiências públicas. Mas o importante é salientar que tudo está dentro do cronograma.

Como articular a formulação de políticas

públicas específicas e adequadas para cada re-gião do país diante de tantos conflitos de inte-resse entre os diversos estados da Federação?

O papel da SRI é muito importante nesse con-texto, para manter contato direto com parlamen-tares, com governadores e com prefeitos, o que permite um conhecimento das especificidades e necessidades de cada local. O diálogo é a melhor maneira para formular políticas públicas que con-templem todas as regiões do país, de acordo com suas especificidades.

Muitos dos prefeitos eleitos, principalmen-

te em cidades de pequeno e médio porte, apre-sentam um currículo de pouca ou nenhuma experiência em administração pública. O go-verno federal pretende desenvolver alguma es-tratégia (cursos etc) para evitar que, por causa dessa falta de experiência, eles cometam erros que possam prejudicar a população?

Já temos um planejamento de ações para auxi-liar os novos prefeitos e prefeitas que devem assumir em janeiro. Umas das ações que estamos desenvol-vendo é uma cartilha com orientações gerais para aqueles que estão assumindo o mandato, como acessar programas, projetos e parcerias com o go-verno federal. Outra é o site Portal Federativo, que oferece um conjunto de informações técnicas, admi-nistrativas e financeiras sobre cada um dos municípios brasileiros, com a finalidade de contribuir para a me-lhoria da gestão pública.

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18 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

N a c i o n a l

Com a chegada da temporada das chuvas está se tornando cada vez mais comum a repe-tição de tragédias, como desmoronamento em municípios da região serrana e enchentes nos municípios ribeirinhos. Como está o planeja-mento do governo federal para evitar que esse tipo de tragédia se repita?

Já há algum tempo o governo federal tem inves-tido em diversas ações de prevenção para o período de chuvas. Porém, desta vez, o diferencial para os anos anteriores é que os investimentos estão sendo feitos com antecipação e planejamento, de modo a garantir um mínimo de segurança e tranquilidade para as populações que estão instaladas em áreas recentemente atingidas por desastres naturais. O Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais é o principal exemplo. No total, serão investidos R$ 18,8 bilhões em ações de pre-venção e obras de infratestrutura. Queremos agir da melhor forma possível – com agilidade e eficiência – caso ocorram desastres.

É por isso que a presidenta Dilma promoveu, também neste ano, o fortalecimento do Centro Na-cional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), que está localizado em Brasília e foi re-centemente reformado, modernizado e ampliado. Também têm sido realizados simulados de defesa civil para capacitar técnicos e gestores em Defesa Civil como multiplicadores para construção do Pla-no de Contingência de Proteção e Defesa Civil, e

planejamento para a realização de Simulados de Preparação para Desastres. A partir de janeiro de 2013, será utilizada uma nova ferramenta: o Siste-ma de Informações sobre Desastres (S2ID), que vai informatizar e agilizar o processo de solicitação de reconhecimento federal, além da fiscalização e prestação de contas dos recursos repassados.

O Ministério pretende aperfeiçoar a rela-ção institucional com os novos prefeitos elei-tos ou a estratégia utilizada até o momento está satisfatória?

Pela própria complexidade da estrutura fede-rativa brasileira, é necessário o aperfeiçoamento constante das relações institucionais. Estamos orga-nizando uma estratégia de integração e articulação das ações setoriais e de assistência técnica aos mu-nicípios. Estamos construindo uma agenda de com-promissos para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM, em parceria com a Secretaria Geral da Presidência da Repúbli-ca. Uma nova iniciativa é o desenvolvimento, em parceria com o Ministério do Planejamento, com o CONSAD – Conselho de Secretários de Adminis-tração dos Estados, e com o CONSEPLAN – Conse-lho dos Secretários de Planejamento dos Estados, de uma agenda federativa de aperfeiçoamento da gestão pública, tendo como um dos eixos de ação o trabalho articulado em apoio aos municípios. Faz parte dessa estratégia a construção do programa ProCidadão, com o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Qual a orientação da pasta para os novos gestores municipais que assumirão em 2013?

As últimas eleições foram marcadas por um fato inédito, que é a renovação de cerca de 73% dos dirigentes municipais. Esse cenário nos coloca a responsabilidade de promover ações de aproxi-mação, difusão de programas, fortalecimento de espaços de parceria na execução das políticas, pro-gramas e ações dos governos federal e estaduais, a fim de fortalecer os municípios e melhorar a quali-dade de vida dos cidadãos. ■

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Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli apro-veitou o julgamento do recurso apresentado pelo candidato a prefeitura de Osasco (SP), Celso Giglio (PSDB), para destacar a importância e os benefícios gerados pela criação da Lei de Responsabilidade Fis-cal. Segundo o ministro, a LRF é um dos maiores pactos federativos realizados no Brasil e deve ser se-guida à risca pelos gestores públicos.

Celso Giglio teve sua candidatura para a eleição de 2012 impugnada por violar a Lei de Responsabi-lidade Fiscal e recorreu ao TSE, na tentativa de des-qualificar a importância das irregularidades detecta-das pelo Tribunal de Contas.

Para o ministro Dias Toffoli, a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal, extremamente bem traba-lhada no governo do ex-presidente Fernando Hen-rique Cardoso, é um dos maiores pactos federativos promovidos na história recente do Brasil e que pôs fim aos desmandos orçamentários historicamente re-alizados pelos estados e municípios.

Desmandos que, de acordo com Dias Toffoli, eram um dos maiores causadores da inflação no nos-so país, sobretudo nas décadas de 70 e 80, quando o descaso com o erário ampliava o déficit público, exi-gindo do Estado brasileiro um grande fluxo de emis-são de papel moeda. “De tal sorte, que o governo federal assumiu as dívidas dos estados e municípios e, em troca, pediu a colaboração do Congresso Na-cional para a aprovação e execução da nova Lei”.

Entre as novidades implantadas pela LRF, ele ressaltou o dispositivo que proibiu expressamente ao titular do Poder contrair nos últimos dois quadrimes-tres de seu mandato, qualquer obrigação de despe-sa que não possa ser cumprida integralmente dentro do mandato ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibi-lidade de caixa.

Segundo o ministro, esse dispositivo acabou com o caos orçamentário promovido por governa-dores e prefeitos que, utilizando as operações de antecipação de receita orçamentária (o chamado ARO), vendiam aos bancos uma receita do Tesou-ro que sequer tinha entrado nos cofres públicos, pagando juros para poder antecipar execuções or-çamentárias.

Geralmente, tais operações aconteciam nos fi-nais de mandato, quando um inimigo ou um adver-sário político se elegia. “Uma estratégia nefasta, que mais do que uma maneira de prejudicar o adversário político que iria assumir, prejudicava o município e os próprios munícipes”. Por isso, Dias Toffoli sustenta que entender que o descumprimento da Lei de Res-ponsabilidade Fiscal é pouca coisa, é afrontar o Esta-do democrático: “Não podemos admitir isso. Agente público que viola a Lei de Responsabilidade Fiscal comete um dos maiores atentados à Nação brasilei-ra”, enfatizou o ministro. ■

é um bem nacionalLei de Responsabilidade Fiscal

Violar a LRF é um atentado à Nação

brasileira

N a c i o n a l

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N a c i o n a l

O verão está chegando e, com ele, as tempes-tades, chuvas torrenciais e vendavais típicos da esta-ção, responsáveis por uma série de transtornos, na forma de enchentes, alagamentos, deslizamentos, desmoronamentos e outros desastres naturais, que sistematicamente provocam danos materiais e hu-manos aos moradores das regiões atingidas. Como o próprio nome já diz, os desastres naturais são inevi-táveis, mas com conscientização e prevenção é pos-sível antecipar ações capazes de reduzir ao máximo seus efeitos sobre a população, como ferimentos, doenças e até mesmo a morte.

E é justamente ai que está a importância da De-fesa Civil, responsável pelo monitoramento, preven-ção, socorro e recuperação dos danos causados por tais fenômenos naturais. Instaladas nos três níveis de governo – federal, estadual e municipal -, as orga-nizações de Defesa Civil estão ligadas ao Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec) coordenado pelo secretário nacional de Defesa Civil, Humbero Viana.

O Sindec facilita a integração das ações a nível nacional. Mas, na pratica, o primeiro aten-dimento é sempre realizado em nível local pela Defesa Civil municipal Por isso, é importante que todos os municípios tenham uma Defesa Civil mi-nimamente organizada para prevenir e monitorar as situações de perigo.

Agenda Nacional

Quando assumiu a Presidência da República, Dil-ma Rousseff determinou a inclusão da defesa civil entre os temas prioritários da agenda nacional, com destaque para sistemas de monitoramento e gerenciamento de riscos, boas práticas municipais em defesa civil e ações de preparação para o enfrentamento de desastres.

Criado em 2011, o CPDC é um meio de pa-gamento específico para ações de defesa civil que proporcionam agilidade e transparência dos gastos. Funciona como um cartão de crédito nor-mal, porém só pode ser utilizado pelo órgão go-vernamental em situações de emergência ou es-tado de calamidade pública, para a aquisição de itens de emergência, como colchões, remédios e água potável, além de ajuda humanitária, cestas básicas, restabelecimento de serviços essenciais, dentre outros.

O resultado dessa nova metodologia de repasse rápido e controlado de recursos em casos de calami-dade foi tão positivo que a Organização das Nações Unidas (ONU) resolveu adotá-lo em outros países. Segundo o representante da ONU, Deniz Susar, o CPDC demonstrou que pode ser colocado em prática em outros países. O CPDC já disponibilizou mais R$ 270 milhões para que estados e municípios adotem ações de emergência em caso de desastres naturais, como estiagem e enchentes. ■

A Defesa Civil na Agenda Nacional

A Defesa Civil está defi nitivamente integrada à Agenda Nacional, pela importância da sua atuação no monitoramento e prevenção dos transtornos naturais, como estiagens, enchentes, tempestades e deslizamentos.

20 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

mal, porém só pode ser utilizado pelo órgão go-vernamental em situações de emergência ou es-tado de calamidade pública, para a aquisição de itens de emergência, como colchões, remédios e água potável, além de ajuda humanitária, cestas básicas, restabelecimento de serviços essenciais, dentre outros.

rápido e controlado de recursos em casos de calami-dade foi tão positivo que a Organização das Nações Unidas (ONU) resolveu adotá-lo em outros países. Segundo o representante da ONU, Deniz Susar, o CPDC demonstrou que pode ser colocado em prática em outros países. O CPDC já disponibilizou mais R$ 270 milhões para que estados e municípios adotem ações de emergência em caso de desastres naturais, como estiagem e enchentes.

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 21

C a pa

PousadaRESTAURANTE E CACHAÇARIA

IR Edson Nobre

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, recebeu em Brasília o mi-

nistro do Turismo, Gastão Vieira, e dezenas de representantes da cadeia produtiva do turismo, que vieram prestar solidariedade ao go-verno federal devido à redução dos juros do cartão de crédito. Nos úl-timos dias, os bancos anunciaram cortes nas taxas de juros dos cartões, fazendo com que o valor cobrado caísse pela metade em alguns casos.

Durante o encontro com a ministra, membros do setor turís-tico também pediram a redução da taxas de administração cobra-das pelas operadoras de cartão de crédito. “O turismo é um impor-tante setor e o governo está atento a ele. Tanto que o Ministério do

Turismo tem participado de gru-pos de trabalhos estruturantes vol-tados para os grande eventos, por exemplo”, afirmou Gleisi.

De acordo com o ministro Gastão Vieira, um dos objetivos da redução das taxas de adminis-tração é o de conquistar o turista que viaja para fora do Brasil, fa-zendo com que ele viaje também para destinos nacionais. “Nós queremos também conquistar esse turista, que opta ir para o ex-terior. Para isto, é preciso reduzir custos e, para reduzirmos custos, precisamos ter competitividade de um lado e ajudar as empresas com desoneração tributária de outro lado”, declarou.

Na oportunidade, os repre-sentantes da cadeia produtiva do turismo agradeceram o traba-lho do governo para melhorar o ambiente de negócios no Brasil. Entre os itens destacados estavam a inclusão da hotelaria no Plano Brasil Maior, com a desoneração da folha de pagamento, a redu-ção das tarifas energéticas e dos juros dos cartões de crédito. “São itens fundamentais que ajudam a melhorar a competitividade dos nossos serviços e, consequente-mente, facilitam o aumento do fluxo turístico no Brasil”, expli-cou o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci. ■

Cartões com taxas reduzidas

Page 22: Edição de Outubro

Uma parceria dos Governos Federal, Estadual e Municipal.

CartaSUSOuvidoria Ativa

da Rede Cegonha

MAIS QUALIDADE NA SAÚDE. É UM DIREITO SEU GARANTIDO PELO SUS.

Saúde Mais Perto de Você.Acesso e Qualidade – PMAQ

Veja como participar:

Você cuida da saúde. A saúde cuida de você.

O Ministério da Saúde quer ouvir a sua opinião para melhorar a saúde no Brasil. Faça a avaliação do atendimento que recebeu pelo SUS. Participe.

Quem for internado pelo SUS vai

receber uma carta para avaliar

o atendimento. A postagem

é gratuita. Se preferir, pode

responder ligando 136 ou

acessando saude.gov.br/cartasus.

Mulheres que fi zeram seu parto

pelo SUS vão receber uma

ligação para dizer se foram bem

atendidas antes, durante e depois

do nascimento dos fi lhos.

As Unidades Básicas de

Saúde serão monitoradas pela

população. As bem avaliadas vão

receber mais recursos. Quando

um avaliador perguntar a sua

opinião, participe. 

#todospelasaude

an_PMAQ_420x280.indd 1 8/14/12 10:55 AM

Page 23: Edição de Outubro

Uma parceria dos Governos Federal, Estadual e Municipal.

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E d u c a ç ã o

Pesquisa realizada na Facul-dade de Educação (FE) da USP mostra que metade dos alunos dos cursos superiores de licencia-tura em Física e Matemática não se interessam ou têm dúvidas em se tornarem professores de educa-ção básica. O estudo da pedago-ga Luciana França Leme também ouviu alunos de Medicina, que manifestaram interesse pela pro-fi ssão de professor mas que não a seguiram devido aos salários e às condições de trabalho. A pes-quisadora recomenda que a li-cenciatura seja mais valorizada nas áreas de Física e Matemáti-ca, e que os alunos de Pedago-gia tenham mais oportunidade de vivenciar a experiência de ensinar em sala de aula.

Ao todo foram aplicados 512 questionários para ingressantes nos cursos das licenciaturas em Física, Matemática e Pedagogia, e do bacharelado em Medicina da USP. As questões verifi caram se os estudantes tinham interesse em ser professores da educação

básica, que abrange a educação infantil (de zero 5 anos de idade) e os ensinos fundamental (de 6 a 14 anos) e médio (de 15 a 18 anos). “A maior motivação da pesquisa foi a escassez de professores no Brasil, em especial na área de ciências exatas, pois estudos indicam que poucos jovens querem seguir car-reira docente”, diz Luciana.

A porcentagem de alunos que não pensavam em ser professores ou tinham dúvidas sobre essa op-ção foi de 52% na licenciatura em Física e 48% na Matemática. Na Pedagogia, 30% descartaram seguir o magistério ou estão em dúvida.

Salários

A questão salarial apareceu como uma das principais razões pensadas para se optar ou não pela profi ssão. “Normalmente, quem queria entrar no magisté-

rio sabia exatamente o valor dos salários pagos aos professores, enquanto os que não tinham in-teresse estimaram valores fora da realidade, ou muito altos ou mui-to baixos”, diz a pesquisadora.

A pesquisa apurou que os es-tudantes interessados no magisté-rio não se tornaram professores de educação básica devido às con-dições de trabalho e aos salários. “Entretanto, foi manifestado um grande respeito pela profi ssão de professor”, ressalta a pedagoga. “Eles apontaram com grande pre-cisão o papel do professor como carro-chefe da sociedade e prin-cipal responsável pela aprendiza-gem social e cognitiva das crian-ças e adolescentes”. ■

ser professoresUniversitários não querem

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de vivenciar a experiência de ensinar em sala de aula.

Ao todo foram aplicados 512 questionários para ingressantes nos cursos das licenciaturas em Física, Matemática e Pedagogia, e do bacharelado em Medicina da USP. As questões verifi caram se os estudantes tinham interesse em ser professores da educação

A questão salarial apareceu como uma das principais razões pensadas para se optar ou não pela profi ssão. “Normalmente, quem queria entrar no magisté-

ças e adolescentes”. ■

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E d u c a ç ã o

Escolas participantes do programa Mais Educação, com todos os estudan-tes matriculados no regime de tempo integral, apresentaram evolução signifi -cativa de desempenho na Prova Brasil. A constatação é de estudo da Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação. O Mais Educação (PME) atende instituições de ensino com bai-xos indicadores de qualidade educa-cional localizadas em zonas de vulne-rabilidade social.

No estudo, a SEB selecionou as médias de três grupos de escolas — as do PME em que todos os alunos estu-dam em tempo integral; todas as esco-las vinculadas ao PME; escolas públicas do Brasil. A partir daí, foi feita a comparação da evo-lução do rendimento, por grupo, nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática, nas edições da Prova Bra-sil de 2007, 2009 e 2011.

Em Língua Portuguesa, a diferença entre a média nas escolas do PME 100% integral e de to-das as escolas públicas do Brasil, para estudan-tes do quinto ano, diminuiu de 7,21 pontos em 2007 para 2,68 em 2012, o que significa evolução. As médias em Matemática dos es-tudantes do nono ano do ensino básico de esco-las do PME 100% integral, que eram 4,53 pontos inferiores à média nacional em 2007, em 2011 foram 1,1 ponto superiores.

De acordo com a diretora de currículos e educação inte-gral da SEB, Jaqueline Moll, o programa Mais Educação é uma ação indutora que promove a ampliação efetiva da jornada escolar. “Nós nos habituamos a uma escola de quatro horas;

o caminho que buscamos com o Mais Educação é aumentar o número de horas na escola, com um di-álogo entre os conteúdos tradicionais e instrumentos e temas contemporâneos”, afi rmou.

Acompanhamento

O Mais Educação foi criado em 2007 para aten-der, inicialmente, 1.380 escolas, que apresentavam os piores resultados no índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) e eram consideradas em situação de vulnerabilidade.

Este ano, o programa chegou a 32 mil escolas. Para os próximos anos, a perspectiva é de amplia-ção. “A meta é atender 60 mil escolas em 2014”, disse Jaqueline Moll. O orçamento é de R$ 1,5 bi-lhão, oriundos do Programa Dinheiro Direto na Es-cola (PDDE) e do Plano Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Apenas os estados do Acre, Amapá e Sergipe não contam ainda com escolas com 100% de alunos matriculados no regime de tempo integral. ■

com tempo integralA evolução nas escolas

A meta é aumentar o número de horas

na escola

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26 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

I n f r a e s t r u t u r a

O primeiro trecho de 800 metros do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de São Luís já está sendo testado por técnicos da fábrica e servindo de treinamento para os processos de operação e manutenção. Os testes servem para avaliar a instala-ção de equipamentos eletrônicos e afe-rir a eficácia de todos os procedimentos operacionais.

De acordo com o secretário-adjunto municipal de Trânsito e Transportes, José Arthur Cabral Marques., é procedimen-to técnico que ocorram os testes estáticos (via permanente) e dinâmicos (veículo), com passageiros e sem passageiros. “O VLT precisa circular na via, também com passageiros, a fim de que se façam os ali-nhamentos necessários e a soldagem dos trilhos”, assinalou José Arthur.

Na operação, é checado o funciona-mento do sistema e analisadas todas as lei-turas obtidas durante o trajeto, através de aferições de estabilidade do equipamento, testes de aceleração e frenagem, os tempos de viagem, velocidade entre outras.

“Os testes de ajustes são necessá-rios e continuarão sendo realizados à proporção que os trechos forem conclu-ídos”, esclareceu Cabral. A população tem acesso livre para conhecer o VLT e participar dos testes em movimento. Um trabalho educativo é realizado sobre o projeto de execução do Veículo Leve so-bre Trilhos em São Luís.

O VLT tem duas cabines opostas, o que suprime a necessidade de manobra

para poder mudar o sentido do tra-jeto pelo fato de ter movimentação bidirecional. Além disso, o veículo possui rapidez de resposta na hora da fre-nagem, bem como velo-cidade de resposta de aceleração e estabilidade de velocidade. Os dois carros que formam o VLT têm capacidade para 358 pessoas. Cada carro tem 18 metros de extensão, que formam o ve-ículo de 36 metros, com seis portas, que abrem simultaneamente.

A utilização de VLT tem se tornado uma tendência mundial de revitalização urbanística e de transporte, sendo este um sistema mais leve, menos poluidor e mais eficiente do que o transporte rodoviário. Outras capitais, como Fortaleza, Macéio, Recife e países como Espanha, Holanda e França já adotaram o VLT como mecanis-mo de solução na oferta de deslocamento de pessoas. É apontado por especialistas como uma das melhores alternativas para se resolver o problema do trânsito nas grandes cidades

Testes no VLTde São Luís

Veículo tem 36 metros de extensão e transporta até 358 pessoas

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I n f r a e s t r u t u r a

Traçado

A obra de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que está sendo executada pela Prefeitura de São Luís, se-gue normalmente, dentro do cronograma, e de forma intensificada. O secretário-adjunto da SMTT, Arthur Cabral, informou ainda que foi feito um ajuste do traçado no trecho que abrange um posto de combus-tível, no Anel Viário, na altura do bairro do Desterro. A montagem dos trilhos (grade ferroviária), naquela área, está sendo rea-lizada entre o posto e o Mercado do Peixe.

“Verificamos que não será necessário retirar o posto de combustível. Para tanto, as bombas e os tanques do posto serão re-movidas para um local mais a frente. Sen-do assim, o traçado vai passar entre um espaço do posto e o Mercado do Peixe”, explicou José Arthur.

Capacidade do VLT

O VLT é movido a biodiesel, tanto o carro líder (motor de tração) quanto o carro reboque (gerador). Ele tem uma velocidade média de 40 km/h (hoje a veloci-dade média operacional do transporte coletivo em São Luís é de 12 km/h) e é constituído de ar condicionado, cadeiras de fibra, GPS (avisa quando se aproxima a pró-xima estação), espaço para idosos, grávidas, obesos e pessoas portadoras de necessidades especiais. Entre as vantagens, estão a regularidade, pontualidade, eficiên-cia e menor tempo de espera. Até dezembro deste ano, será finalizado o segmento que vai da Praia Grande ao Bairro de Fátima - de 5 km.

Esta etapa inicial consiste no primeiro trecho de exe-cução da Linha I do VLT (Centro - São Cristóvão), que irá até as imediações do aeroporto, passando pelas avenidas dos Franceses e Africanos, numa extensão de 13 km. A Li-nha I terá, ao todo, seis VLTs, totalizando 12 carros. A se-gunda etapa (linha 2) será do Anjo da Guarda ao Centro.

Cabral esclareceu também que, entre o posto e a via perma-nente (grade ferroviária), será construída uma parede corta-fogo (anteparo para evitar a propagação de fogo). “Não é obrigatório, mas faremos por motivo maior de segurança”, frisou. ■

Passageiros testam o VLT de São Luís

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RENATO RIELLA [email protected]

28 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

Joaquim Barbosa assume a presidência do Supremo Tribunal Federal em novembro e, desde já, desperta suspense. O STF é o carro-chefe da Justiça brasileira, infl uindo na política desempenhada por todos os tri-bunais. Joaquim será também o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um órgão que teve na gestão da corregedora Eliana Calmon uma postura agressiva, que chocou áreas viciadas do Poder Ju-diciário. Há previsão de que os tempos de Joaquim Barbosa no STF e no CNJ vão mudar parte da políti-ca brasileira, sacudindo juízes e desembargadores.

É aparentemente contraditório ver que o Brasil vai fechar 2012 com aumento da infl ação, mas com crescimento baixíssimo do PIB, calculado em 1,6%. A infl ação acima de 5% certamente despertará medidas de contenção em 2013. Mas será difícil controlá-la ao mesmo tempo que o governo pretende adotar medidas corajosas para que o crescimento do PIB no próximo ano ultrapasse pelo menos os 3%. A presidente Dilma Rousseff tem índices de avaliação nas pesquisas superiores aos de Lula e de FHC, mas não pode brincar com esses dois temas: infl ação e PIB.

Vemos em diversas partes do Brasil que mulheres “protegidas” pela Lei Maria da Penha são covardemente ameaçadas por maridos, ex-maridos ou namorados, sem que o Estado consiga (ou pelo me-nos tente) evitar isso. Fica parecendo que a Lei Maria da Penha é uma sentença de morte para umas ou outras. Passa a ser tema grave da realidade brasileira, a ser estudado pelos especialistas. Não pode-mos perder uma conquista legislativa e ju-rídica tão importante, que repercutiu bem em todo o mundo.

De repente, os juízes de futebol começaram a errar em jogos deci-sivos, muitas vezes favorecendo o Fluminense, time que está à frente do Campeonato Nacional. Não é tema supérfl uo, desprezível, pois mexe com negócios bilionários e com a emoção de todo o povo brasileiro. Hoje temos o juiz prin-

cipal e quatro auxiliares. Não se compreende como, mesmo assim, erros grosseiros sejam comprovados pelo replay das TVs. Será que existe algo de ruim atrás disso?

O Brasil sofre com Barack Obama. Não existe dúvida de que, se a eleição fosse aqui, ele estaria elei-to em primeiríssimo turno, pois se identifi ca com o nosso povo até na cor mestiça. O brasileiro certa-mente aplaude a linha liberal de Obama, que quando preciso usou a mão forte e matou Bin Laden (demonstração de força que entusi-asma nossa população). Resta torc-er por ele. Com Obama, o relacio-namento do Brasil com os Estados Unidos certamente será melhor.

Dilma desafi ada

JustiçaDe olho nos juízes

Torcendo por ObamaMaria da Penha

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DIRETO DE BRaSÍLIa

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Rodrigo Rollemberg, senador pelo PSB, está nitidamente numa mudança de postu-ra política em relação ao governador Agne-lo Queiroz, provavelmente orientado pelo presidente do seu partido, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. O PSB dá sinais de que será pedra no sapato da presi-dente Dilma Rousseff na eleição de 2014, a partir do crescimento expressivo que teve nas votações municipais deste ano.

E agora? Acabou a novela Avenida Brasil e milhares de brasileiros sentirão um vácuo depois do Jornal Nacional. Deve aumentar muito o número daqueles que fazem opção pela internet, abandonando a TV aberta. Depois de Carminha, tudo o que vier será nada, du-rante algum tempo.

O seqüestro relâmpago é como a dengue: um dia você poderá ser vítima. Nos dois casos, há ações so-ciais intensas que o Estado pode fazer para nos pro-teger, mas não vemos efetividade nas providências oficiais. E todo mundo vive ameaçado nas principais cidades brasileiras. No DF, a epidemia de sequestro relâmpago é mais intensa do que a da dengue.

Carmen Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal e presi-dente do Tribunal Superior Eleitoral, desperta orgulho no públi-co feminino pela elegância e pelo brilhantismo das suas colo-cações. Não é só o ministro Joaquim Barboza que faz sucesso. Ela também tem imenso fã-clube. Surgem nomes de peso no Judiciário, diante das deficiências dos outros dois poderes.

Começa desde já a discussão sobre o futuro de estádios bilionários que estão sendo construídos para a Copa do Mundo. Há quatro ou cinco claramente sem viabilidade econômica, já chamados de ele-fantes brancos. Em outros países, a passagem da Copa do Mundo gerou efeito semelhante. Cabe aos governadores, desde já, pensa-rem no que fazer para sair dessa ameaça. Caso contrário, nas cam-panhas eleitorais de 2014 (pós-Copa) o assunto surgirá fortemente.

Surpreende ver que gerentes do Banco do Brasil es-tão ligando para clientes que têm empréstimos par-celados a médio prazo para propor renegociação. E isso a favor dos clientes, pois os juros realmente já baixaram. Assim, o novo contrato é feito em novas bases, mais justas, beneficiando o correntista. Dá para acreditar? Isso começa a acontecer. Se você tem empréstimo dessa natureza, tente também a renego-ciação. Pode ser vantajosa.

Rollemberg

Elefantes brancos

Juros caindo

Cadê Carminha?

Fã-clube da Carmén

Praga urbana

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G e s t ã o

A partir de agora, a política de ocupação e uso de terrenos no Distrito Federal contará com mais transparência e estabilidade jurídica. O governa-dor do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, sancionou o novo Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), responsável pela organização territorial e a defi nição de formas de ocupação do solo em áreas urbanas, rurais e naturais.

A atualização contribuirá para o desenvolvi-mento econômico, a regularização territorial e a qua-lidade de vida da população. “Esse é um projeto muito importante para a cidade. Viramos uma página na his-tória do DF e aprovamos com credibilidade um projeto democrático, que coloca o interesse público em pri-meiro lugar”, destacou o governador Agnelo Queiroz.

Todo o processo de avaliação das mudanças no texto do PDOT durou cerca de um ano e meio. Foram priorizados a revisão de itens considerados inconsti-tucionais, o ajuste do texto à legislação federal sobre regularização fundiária e os interesses coletivos.

As novas regras vão simplifi car os processos de regularização e permitir a criação de áreas habita-cionais, o que reduzirá o défi cit de moradia no DF. A meta do governo é entregar 100 mil unidades habita-cionais até 2014.

Outro avanço inédito do plano diz respeito à criação de uma outorga de alteração de uso de áreas rurais para urbanas. Os proprietários de áreas rurais que parcelarem o solo para venda deverão pagar pela autorização.

A prática, que transforma as regiões em cida-des e valoriza os terrenos, não dava nenhum retorno ao governo. “Quando ocorrem esses parcelamen-

tos, precisamos levar serviços básicos, como água e energia elétrica. No entanto, não recebemos nada por isso. Agora, a alteração de área rural para urbana será cobrada, mas os valores ainda não foram de-fi nidos”, explicou o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Geraldo Magela.

Regularização

Com a sanção do PDOT, o governo poderá con-cluir projetos de lei do Plano de Preservação do Con-junto Urbanístico de Brasília (PPCUB), da Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) e do Zoneamento Ecoló-gico-Econômico (ZEE). Além de dotar o DF de legisla-ções mais estáveis, esses projetos abrirão caminho para melhorias no processo de regularização territorial.

Segundo Agnelo Queiroz, a política dessa ges-tão não consiste em uma ação isolada. “ Agora te-remos condições de regularizar moradias, condomí-nios e templos religiosos. Quando o cidadão recebe uma escritura, ele recupera a cidadania e a seguran-ça”, afi rmou o governador.

Atualmente, existem processos de regularização em andamento em diversas áreas de 18 regiões ad-ministrativas do DF, que serão benefi ciadas com mais agilidade no processo de licenciamento. O PDOT também defi nirá os locais onde podem ser instalados polos comerciais e industriais, o que organizará a ocupação e im-pedirá novas irre-gularidades. ■

do solo em BrasíliaTransparência na ocupação

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G e s t ã o

O governo de Goiás as-sinou contrato de fi -nanciamento de R$ 1,5

bilhão com o Banco Nacional do Desenvolvimento para a amplia-ção e melhoria da infraestrutura de transportes do Estado. Os pro-jetos já aprovados preveem a pa-vimentação e a reconstrução de 1.600 quilômetros de rodovias, além de investimentos na cons-trução de pontes e aeroportos, obras que devem benefi ciar mais de 150 municípios goianos.

De acordo com o governador Marconi Perillo, (PSDB), este será o maior investimento já realizado na malha viária goiana em todos os tempos e deve contribuir para melhorar ainda mais os índices de desenvolvimento econômico de Goiás, porque facilitará a produ-ção e garantirá maior competitivi-dade dos produtos goianos.

Segundo autoridades eco-nômicas do governo do estado, a assinatura só foi possível porque o Governo de Goiás tem cumpri-do adequadamente todas as me-tas fi scais, o que fez com que o Ministério da Fazenda, através do ministro Guido Mantega, autori-zasse a Goiás, há um mês, um au-mento de R$ 2,173 bilhões na sua capacidade de endividamento. A medida permitiu ao Governo de Goiás fi rmar novos empréstimos com bancos e organismos nacio-nais e internacionais para a me-lhoria da infraestrutura do Estado.

O governador disse também que os recursos são de funda-mental importância para tornar a economia goiana mais pujante, garantindo a sustentação do de-senvolvimento que ela tem apre-sentado nos últimos anos. “Isso acontece hoje com Goiás por-que o dever de casa foi feito. Diminuímos a relação dívida/receita de Goiás, que antes era de três anos e meio e hoje está em torno de um ano e quatro meses. Nós tivemos uma melhoria signi-fi cativa no espaço fi scal, por con-ta dos ajustes feitos ao longo dos

últimos 14 anos. Além do mais, Goiás tem apresentado os melho-res índices de crescimento e de desenvolvimento econômicos do País”, afi rmou.

Segundo o presidente da Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop), Jayme Rincón, as ações vão começar pelas regiões mais carentes, como o Nordeste goiano, a Região do Vale do São Patrício e Chapadão do Céu. “Mas todo o Estado será contemplado com estas obras”, garante Rincón. “Este fi nanciamento vai atender o que falta hoje em infraestrutu-ra, acompanhando o crescimento econômico de Goiás.

Jayme Rincón diz que há no estado muita obra inacabada. “O critério que se usava no passado, principalmente no governo an-terior, era assim: conseguia-se fi -nanciamento de R$ 260 milhões junto ao BNDES e licitava-se mais de 800 milhões em obras. Ora, com R$ 260 milhões você não faz R$ 800 milhões e temos obras pa-radas em todo o Estado” explicou. “Agora nós vamos terminar obras que, de forma irresponsável, fo-ram paralisadas”. ■

de transportesGoiás investe na

infraestruturainfraestrutura

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G e s t ã o

Sete anos após a criação do Sistema Único de Assistência So-cial (Suas), a Norma Operacional Básica (NOB) de 2005, principal instrumento que regulamenta a gestão e o financiamento da Polí-tica Nacional de Assistência Social, passará por uma renovação. Repre-sentantes dos municípios, estados, Distrito Federal e governo federal concluíram a revisão do texto inte-gral da NOB/Suas, que agora será apresentado e submetido à aprecia-ção do Conselho Nacional de Assis-tência Social (CNAS).

A secretária nacional de As-sistência Social do Ministério do Desenvolvimen-to Social e Com-bate à Fome (MDS), Denise Colin, explicou que a revisão da NOB se ba-seou em normativas anteriores, que acompanharam a evolução do Suas nestes sete anos. “A pac-tuação com todos os gestores de estados, do Distrito Federal e dos municípios representa a adesão de todos os entes federativos a esse sistema e à busca do seu aprimo-ramento”, afirma.

para a gestão social

A NOB/Suas trata, entre ou-tros temas, da divisão de compe-tências e responsabilidades entre as três esferas de governo, dos níveis de gestão da assistência so-cial, das instâncias de controle, da relação com as entidades e or-ganizações governamentais e não governamentais e da gestão finan-ceira, que considera os mecanis-mos de transferência e os critérios de partilha e de repasse de recur-sos. Todos os governos estaduais estabeleceram pacto de adesão ao Suas e 99,3% dos municípios es-tão habilitados dentro do sistema.

“Nós consagramos nessa nova NOB muitas das pactuações que fizemos na Comissão Inter-gestores Tripartite ao longo desses sete anos. Ela consolida nossas discussões e também marca as características regionais”, avalia Daniel Seidel, representante do Fórum Nacional de Secretários de

Estado da Assistência Social (Fon-seas). “Nós temos hoje um sistema mais integrado e uma maturação maior de formas de pactuação, o que eleva a assistência social ao status de política de Estado, supe-rando a herança histórica que tí-nhamos em relação a ela.”

O presidente do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas), Valdiosmar Oliveira, também co-memorou a evolução das discus-sões sobre a gestão do Suas com a revisão da Norma. “Essa NOB é um avanço em todos os aspectos: na operacionalização da política, na gestão, no financiamento, no monitoramento, na avaliação e, principalmente, no controle so-cial. Ela vem dar o detalhamento daquilo que conquistamos com a Lei Orgânica de Assistência Social e com a própria Lei do Suas, apro-vada em 2011. Eu diria que ela enterra de vez o assistencialismo.”

O Suas foi implantado em 2005 e, de acordo com o MDS, cumpriu as metas de sua primeira fase. A revisão da NOB faz parte da preparação para a segunda fase de implantação, que será fortale-cida com o Projeto de Lei 3077, que estabelece os parâmetros le-gais de funcionamento do Suas. ■

Novas regras

Novo texto atualiza mecanismos de controle social das políticas da área

Pesquisa avalia uso de

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S a ú d e

O Ministério da Saúde pro-moverá uma pesquisa inédita para avaliar o impacto e a efeti-vidade das políticas públicas de medicamentos no Brasil. O estu-do, que será realizado em parce-ria com 11 universidades federais e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), vai traçar uma radiografi a sobre o consumo e o acesso a medicamentos entre a população brasileira.

O principal objetivo é co-letar dados e indicadores para priorizar os rumos estratégicos da Política Nacional de Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil está en-tre os 10 países que mais comer-cializam medicamentos. Por ano, o ministério investe R$ 9 bilhões na compra de remédios que são distribuídos pelo SUS.

Denominado Pesquisa Na-cional sobre Acesso, Utilização

e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM), a ava-liação vai expressar o acesso e o uso da população aos medica-mentos, caracterizando as con-dições de saúde de seus usuários e de que forma são acessados. O estudo será dividido em dois componentes - inquérito e serviço - e também levará em considera-ção as variáveis demográfi cas, so-ciais, estilo de vida e morbidade dos participantes.

“A pesquisa vai nos ajudar a fortalecer a política de assistência farmacêutica no país e seus resul-tados irão permitir um melhor di-recionamento das ações, garantin-do cobertura mais ampla e efi caz dos medicamentos fornecidos pelo SUS”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Coordenada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saú-de, o estudo será aplicado em 35 mil residências de todos os estados brasileiros. Farão parte da amostra 300 municípios brasileiros.

Serviços

O segundo componente da pesquisa vai avaliar o serviço prestado à população na Atenção Básica e o espaço onde o medi-camento é prescrito: as unidades básicas de saúde e seus diferen-

tes atores. O questionário vai co-letar informações sobre como é o atendimento prestado ao paciente, desde a prescrição e retirada do me-dicamento até o acompanhamento durante o tratamento nas unidades de saúde. Também serão analisadas as receitas médicas quanto à quali-dade, letra, posologia e prescrição racional do uso do medicamento.

“O conjunto dessas variáveis vai nos mostrar que tipo de assis-tência existe nas diferentes comu-nidades. A partir destes dados, va-mos analisar quais são os fatores que atuam, piorando ou melho-rando o acesso aos medicamen-tos,” explica a coordenadora desse componente da pesquisa da Uni-versidade Federal de Minas Gerais, Elza Machado de Melo. “

Os resultados da pesquisa se-rão divulgados até o fi nal de 2013. A expectativa do Ministério da Saúde é produzir evidências que permitam alinhar as políticas pú-blicas farmacêuticas aos princípios e diretrizes do SUS ■

medicamentosPesquisa avalia uso de

no BrasilEstudo será aplicado em 35 mil residências de 300 municípios brasileiros

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E c o n o m i a

Nos últimos anos, Mato Grosso vem registrando um for-te processo de industrialização, principalmente na área de ali-mentos. O benefi ciamento de grãos e carne produzidos no es-tado agregou valor à produção local e levou as atividades desse segmento ao topo da cadeia pro-dutiva estadual: a indústria de pro-dutos alimentícios contribui com 58% do valor de transformação in-dustrial, seguida pelas indústrias de produtos de madeira e de produtos químicos, com 9% cada.

Para fortalecer ainda mais esse processo, o governo do esta-do aposta no Programa de Desen-volvimento Industrial e Comercial (Prodeic), criado para atuar na expansão, modernização e diver-sifi cação das atividades econômi-cas, estimulando a realização de investimentos, a inovação tecno-lógica das estruturas produtivas

e o aumento da competitividade estadual, com ênfase na geração de emprego e renda, e na redução das desigualdades sociais e regionais.

O incentivo do programa está na redução do Imposto sobre Cir-culação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Nos últimos 5 anos, 559 empresas foram benefi ciadas, ge-rando 103.957 empregos diretos e 331.044 indiretos.

Desafi os

O maior desafi o do Governo de Mato Grosso é manter as Ca-deias Produtivas como uma forte base econômica e de distribuição de renda. Para isso, investe em ações que incentivam a competi-tividade, inovações tecnológicas e a sustentabilidade de projetos de-senvolvidos em todos os segmen-tos. Pelo menos 10 cadeias pro-dutivas já receberam incentivos

do governo estadual, incluindo a do arroz, água mineral, indústrias gráfi cas, móveis e apicultura.

Outro desafi o é fortalecer o seg-mento comercial, sobretudo o comér-cio varejista e o comércio de veículos e peças. Com a crescente migração e o aumento do poder aquisitivo da população do estado, o comércio de Mato Grosso vem experimentando um sensível e inédito crescimento nos últimos anos. Dentre os estados do Centro-Oeste, Mato Grosso tem o segundo melhor desempenho em re-ceita bruta de revenda e em número de estabelecimentos comerciais.

Os segmentos do ecoturismo, da pesca esportiva e do turismo de aventura e de contemplação tam-bém constituem grandes oportu-nidades de investimentos, já que o estado é o destino de milhares de turistas estrangeiros, principal-mente dos Estados Unidos, Ale-manha e França. ■

na industrializaçãoMato Grosso aposta

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E c o n o m i a

A governadora Rosalba Ciar-lini e representantes do Comitê Es-tadual de Combate aos Efeitos da Seca apresentaram as ações que estão sendo executadas e as futu-ras iniciativas para atender as 142 cidades do Rio Grande do Norte que estão em estado de emergên-cia em decorrência da estiagem.

Segundo a governadora, o ri-gor registrado na seca deste ano já provocou prejuízos de bilhões de reais. “No início do ano tínhamos a previsão de que iríamos ter um ano normal, porém, em março, fomos pegos de surpresa pela estia-gem. A seca já atingiu 83% do reba-nho bovino e 92% do rebanho capri-no e ovino. O prejuízo já chega a R$ 5 bilhões”, explicou Rosalba Ciarlini.

Os representantes do Comitê Estadual de Combate aos Efeitos da Seca relataram as ações emer-genciais que já foram realizadas para superar a estiagem. Entre elas: o Seguro Garantia Safra, que em parceria com o Governo Fede-ral está atendendo atualmente 113 municípios do RN, com um total

de 37.138 famílias, no qual o va-lor pago a cada família é de R$ 680, dividido em cinco vezes de R$ 136; a Bolsa Estiagem, que desde julho conta com 43.030 famílias benefi ciadas, que estão recebendo o valor R$ 400, divi-dido em cinco vezes de R$ 80; a distribuição de 7.878 tonela-das de forragem para rebanho; o programa de venda de milho em Balcão, realizado pela Com-panhia Nacional de Abasteci-mento (CONAB), onde serão re-passados, até dezembro, 64 mil toneladas de milho para o Rio Grande do Norte; e a Operação Carro-Pipa, que está atenden-do 89 municípios, num total de 193.902 pessoas.

O secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Gilberto Jales, apresen-tou as ações estruturantes, como a instalação/recuperação de 72 poços; a recuperação de nove dessalinizadores; a construção de cisternas; implantação de 535 barragens subterrâneas; recupera-

ção de 12 barragens rompidas; im-plantação de adutoras etc.

Entre as futuras ações anun-ciadas pela governadora, estão PAC SECA, que já tem R$ 120 milhões autorizados pelo Governo Fede-ral para ser utilizado na Adutora Umari-Campo Grande e na Aduto-ra Pendências-Macau-Guamaré; o Programa Água Doce, com a ins-talação de 64 dessalinizadores; o Programa Água Para Todos, com a implantação de 96 barreiros e 192 sistemas simplifi cados de abasteci-mento de água; e a ampliação do Garantia Safra, para a safra 2012-2013, com o objetivo de benefi ciar 52 mil agricultores.

Para fi nalizar, a governado-ra Rosalba Ciarlini explicou que, com o trabalho de todos que fa-zem parte do Comitê, o Rio Gran-de do Norte conseguirá superar a situação atual. “Precisamos colo-car no nosso estado toda a estru-tura necessária para convivermos com este momento. E com a união de todos com certeza conseguire-mos”, concluiu a governadora. ■

Seca causa prejuízo de R$ 5 bi no estado potiguar

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E c o n o m i a

Um lote de amêndoas de ca-cau benefi ciado por agri-cultores baianos, mora-

dores do assentamento Terra Vista, no município de Arataca, na região Sul do estado, já está pronto e com des-tino certo para, no período de 31 de outubro a 4 de novembro, ocupar es-paço no disputado Salão do Chocolate de Paris, na França, onde será degusta-do, apreciado e negociado por choco-lateiros de vários países do mundo.

Segundo o presidente da Co-operativa de Produtores Agrope-cuários Construindo o Sul (Coo-prasul), Joelson Ferreira, essa será a primeira vez que o cacau plan-tado no assentamento chegará à arena internacional, com o apoio da ação Cacau para Sempre, re-alizada no âmbito do programa estadual Vida Melhor, coordena-

do pela Casa Civil, e incentivo do Instituto Cabruca.

“Já temos uma pré-negocia-ção com o pessoal da Itália e va-mos encontrar com chocolateiros da França para dialogar. Esses são resultados advindos da nossa par-ticipação no Salão do Chocolate, em Salvador. Produzimos 40 arro-bas de cacau fi no que estão em tes-te para identifi carmos os melhores para a França”, informou Ferreira.

Joelson Ferreira ressaltou que 25 arrobas de cacau, em média, serão levadas para o ex-terior. “Vendemos a arroba a R$ 70 e, com essa perspectiva de negociação no Salão Mundial do Chocolate, a previsão é que o valor aumente”. Segundo o agri-cultor, graças à ação Cacau para Sempre, por meio da Companhia

de Desenvolvimento e Ação Re-gional (CAR), está sendo possível multiplicar a produção, em parce-ria com o Centro de Educação Pro-fi ssional do Campo Professor Mil-ton Santos, formador de técnicos agrícolas em nosso assentamento.

Segundo o secretário da Casa Civil do governo da Bahia, Rui Costa, a produção do assen-tamento Terra Vista, viabilizada e organizada por meio do Ca-cau para Sempre, credencia os agricultores a comercializarem seus produtos no mercado inter-nacional. “O governo incentiva e dá condições à produção dos agricultores. A inserção deles no mercado internacional comprova os bons resultados da ação. É uma produção diferenciada, com quali-dade, regularidade e em larga esca-la”, disse Costa.

O Salão do Chocolate de Pa-ris é o início de uma série de be-nefícios a serem recebidos pelos agricultores do estado. Queremos montar a primeira Faculdade do Cacau e do Chocolate para não vender só amêndoas. O nosso chocolate terá a marca do assen-tamento. Este projeto será lançado para os governos estadual e fede-ral, Prona-camp (Pro-grama de E d u c a ç ã o no Campo) e Uesc, com boas possi-bilidades de parceria com o BNDES e a CAR. ■

cacau baianoO sucesso do

Outubro Rosa é um movimento mundial que une todas as mulheres contra um inimigo comum:

o câncer de mama. O DF também se juntou a esse movimento e todos os dias deste mês

prédios públicos estarão iluminados de rosa. Além disso, toda a rede de saúde estará voltada

especialmente para a saúde da mulher e a Carreta da Mulher estará realizando consultas e

exames. Aproveite, mais de 20 mil mulheres já foram atendidas e 401 já fizeram reconstrução

da mama. Faça mamografia a cada dois anos, se tiver entre 50 e 69 anos de idade.

É o GDF trabalhanDo para você e FazenDo a sua viDa melhor.

aqui no DF tem saúDe para as mulheres, tem saúDe para toDos.

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Outubro Rosa é um movimento mundial que une todas as mulheres contra um inimigo comum:

o câncer de mama. O DF também se juntou a esse movimento e todos os dias deste mês

prédios públicos estarão iluminados de rosa. Além disso, toda a rede de saúde estará voltada

especialmente para a saúde da mulher e a Carreta da Mulher estará realizando consultas e

exames. Aproveite, mais de 20 mil mulheres já foram atendidas e 401 já fizeram reconstrução

da mama. Faça mamografia a cada dois anos, se tiver entre 50 e 69 anos de idade.

É o GDF trabalhanDo para você e FazenDo a sua viDa melhor.

aqui no DF tem saúDe para as mulheres, tem saúDe para toDos.

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38 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

Em funcionamento desde o começo de setembro, o Armazém Solidário de Irati (PR) tem servi-do de base para a comercializa-ção de produtos agroecológicos, produzidos por agricultores fa-miliares do município. Resultado da parceria dos agricultores com a Secretaria de Desenvolvimen-to Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SDT/MDA), o Instituto Equipe de Edu-cadores Populares (IEEP), a Asso-ciação Assis e a prefeitura munici-pal de Irati, o armazém beneficia 110 famílias.

O MDA aprovou o projeto do Armazém Solidário, localiza-do na Vila São João. Por meio do Programa de Apoio a Projetos de Infraestrutura e Serviços (Proinf), destinou R$ 203 mil e o municí-pio R$ 40 mil, totalizando R$ 243 mil, para a construção do local e compra de equipamentos. “A parceria com a SDT, no que diz respeito a este projeto, além de outros, foi muito importante, le-vando em consideração que os agricultores envolvidos na pro-posta pleiteavam este apoio há muito tempo. A estrutura veio para auxiliar na gestão do proces-so de produção e na comerciali-zação dos produtos”, declarou Marcos Roberto Gregolin, asses-sor técnico territorial de Irati.

Para vender os produtos na feira, que acontece todas as quar-tas-feiras no armazém, o agricul-tor familiar precisa estar inserido em um grupo de produtores ou ar-ticular a criação de um grupo para que seja atendido e certificado por meio do método de certificação participativa. “O armazém tem a função de colocar o agricultor familiar em um ponto de venda direto, onde eles negociam seus produtos sem agrotóxicos, valo-rizando desta forma também a saúde da população, que tem essa grande oportunidade de comprar um produto de qualidade”, disse Fernanda Popoaski, do Instituto Equipe de Educadores Populares, que coordena o Armazém.

Com os recursos do Proinf, foram comprados equipamentos

como balanças mecânica e ele-trônica; seladoras; descascador de legumes; carrinho para transpor-te de caixas plásticas; cadeiras, mesas e armários; notebooks e impressora. Marcos Roberto Gre-golin informou que a expectati-va agora é firmar convênios para garantir a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para estes grupos. “Afinal nosso foco é a ge-ração de renda para estas famílias, e a assistência técnica faz a dife-rença”, constatou. ■

E m p r e e n d e d o r i s m o

fortalece a agroecologiaArmazém Solidário

Foram investidos

R$ 243 mil na construção

do local

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 39E s t a d o s & M u n i c í p i o s 39

E m p r e e n d e d o r i s m o

A busca por efi ciência na gestão e pela excelên-cia operacional nos negócios não para de crescer en-tre os empreendedores brasileiros, segundo o Sebrae Nacional. Este ano, mais de 38 mil organizações de todo o país participarão do processo de avaliação do Prêmio MPE Brasil - Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas -, destinado às micro e pequenas empresas que promovem o aumento da qualidade, da produtividade e da competitividade, pela disseminação de conceitos e práticas de gestão.

O volume de empreendimentos interessados em melhorar a administração do negócio é 18% superior ao registrado em 2011, quando 32 mil organizações preencheram as questões. Segundo o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, o empresa-riado nacional está se conscientizando de quanto é importante investir em gestão para uma empresa se tornar mais inovadora e mais competitiva, inde-pendentemente do seu porte.

Do total de organizações que preencheram o questionário, 68% são microempresas e possuem fa-turamento anual de até R$ 360 mil, enquanto 32% das candidatas são conside-radas de pequeno porte, com faturamento de até R$ 3,6 mi-lhões. Entre os setores de atu-ação na economia, 53% das participantes são do Comércio, 20% da área de Serviços e 14% da Indústria. As demais se divi-dem entre Agronegócio, Turis-mo, Tecnologia da Informação, Saúde e Educação.

O Prêmio

Promovido pelo Sebrae, Movimento Brasil Competitivo

(MBC), Gerdau e Fundação Nacional da Qualida-de (FNQ), o Prêmio MPE Brasil funciona como um incentivo às micro e pequenas empresas brasileiras, reconhecendo a importância e os resultados alcan-çados com a utilização dos conceitos de gestão, ex-celência e qualidade.

Para participar, é preciso ter mais de um ano no mercado e receita bruta de até R$ 3,6 milhões anu-ais. Mais do que ter uma avaliação da gestão, a ini-ciativa espera promover a competitividade onde se identifi cam pontos de melhorias para evolução dos negócios em diferentes setores da economia.

As empresas inscritas que tiverem os melhores desempenhos em cada estado recebem a visita de avaliadores voluntários capacitados e são submeti-das à Banca Técnica e de Juízes. Se vencedoras em seus estados, passam a disputar com organizações de todo o Brasil em cada uma das categorias. Além de receber um relatório personalizado com pontos fortes e a indicação de oportunidades de melhoria na gestão, os empreendimentos candidatos participam de seminários de excelência em cada estado. ■

Pequenos negócios intensifi camefi ciência da gestão

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42 E s t a d o s & M u n i c í p i o s42 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

A limpeza urbana é o mais complexo serviço de coleta de resíduos. Diariamente, toneladas dos mais diversos materiais são recolhidas para garantir qualidade de vida para a população. Mesmo depois de coletados, estes resíduos necessitam de cuidados especiais. Por isso, a questão dos resíduos sólidos ur-banos exige planejamento estratégico para a implan-tação e operação de estruturas de coleta, transporte e destinação fi nal dos resíduos e entulhos descarta-dos pela população.

Mais do que uma questão estrutural, a produ-ção cada vez mais volumosa de lixo nos centros urbanos é uma questão da saúde pública. Estudos indicam que, do total de lixo gerado nos centros ur-banos, algo entre 35% e 45% do que vai parar nos aterros sanitários, lixões controlados ou lixões a céu aberto, é composto por materiais não-degradáveis , que podem ser reaproveitados.

São resíduos que ocupam grandes espaços físi-cos, enquanto que as áreas destinadas aos aterros

estão cada vez mais escassas. A continuar neste ritmo acelerado de gera-

ção de resíduos, a mon-tanha de lixo sobre a

terra em 2.050 de-verá chegar a um

trilhão e 500 bilhões de toneladas. Se transformados em pessoas de 75 quilos, isso seria sufi ciente para lotar duzentos milhões de estádios com a capacida-de do Morumbi em São Paulo.

O reaproveitamento de resíduos domésticos no Brasil ainda é muito baixo, Diariamente, toneladas de matéria-prima reciclável vão parar em aterros sanitá-rios, ou pior, em lixões a céu aberto, prejudicando a população e o meio ambiente.

Segundo a Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), o Brasil recicla apenas 1,4% da montanha de 110 mil toneladas de lixo doméstico que produz diariamente e destina 0,8% dos resíduos orgânicos para a compostagem.

De acordo com o conselheiro da ABLP, Eleusis Bruder di Creddo, 58% do material vai para aterros sanitários que atendem às condições necessárias de ar-mazenamento, mas 40% de todo o resíduo das casas dos brasileiros ainda vão parar em lixões, que são áreas de depósito inadequadas para o meio ambiente.

Na Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Su-écia e nos Países Baixos o cenário é bem diferente. De acordo com um relatório emitido pela Comissão Europeia em agosto, estes países “dispõem de siste-mas globais de recolha e depõem em aterro menos de 5% dos seus resíduos”., ■

limpeza públicaO complexo serviço

de

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 43

Está marcado para outubro de 2013, durante a 4ª Conferên-cia Nacional de Meio Ambiente (CNMA), a apresentação por par-te de representantes da sociedade civil, de governos e do setor pri-vado das estratégias que já foram incorporadas em suas atividades e as novas medidas que ainda poderão ser adotadas para a im-plantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Para os especialistas, esse tipo de debate deve estimular empresas, governos e organiza-ções sociais a buscarem alter-nativas que integrem produção e consumo sustentáveis, a redu-ção de impactos ambientais nas cidades brasileiras e que esti-mulem a geração de emprego e renda, a partir das medidas ado-tadas em todo o país em relação ao tratamento e destino de resí-duos sólidos.

Para o diretor do Departa-mento de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Silvano Silvério da Costa, a CNMA é parte de um processo, já que antes da conferência serão realizados debates municipais e regionais marcados para logo de-pois da posse dos novos prefeitos, eleitos agora em outubro, e que deverão começar seus mandatos dando prioridade à área.

Silvano Silvério destaca que a conferência não será o local das “resoluções”, mas terá um papel fundamental para esclarecer me-tas e driblar difi culdades na ado-ção das exigências previstas pela PNRS. “A estratégia do governo é priorizar a implementação da política”, disse Silvério. Mas, as regras, criadas em 2010, com res-ponsabilidades previstas para to-dos os setores e esferas de gover-no no tratamento e destinação de resíduos, ainda estão longe dos resultados esperados.

Prefeituras atrasadas

Desde o último dia 2 de agosto, as prefeituras e governos estaduais que quiserem recursos federais para o manejo de resídu-os têm que apresentar um plano local com estratégias para o setor. A norma e o prazo foram publi-cados há dois anos, mas a maio-ria das administrações locais não cumpriu a determinação. Mais de 90% das prefeituras não apresen-taram os planos municipais.

Agora, as autoridades esta-duais e municipais alertam para as difi culdades em desativar li-xões. A política nacional prevê que todos os lixões do país sejam extintos até 2014. Muitos admi-nistradores públicos, no entanto,

alegam não ter recursos sufi cientes para atender à exigência e apon-tam o excesso de bu-rocracia, principal-mente em relação aos contratos lici-tados com empre-sas de transporte e administradoras de depósitos que ainda estarão em vigor em 2014.

para resíduos sólidosConferência debate política

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44 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

“Infelizmente, o Brasil tem números muito ruins na questão da reciclagem e compostagem”, avalia Eleusis di Creddo, Conse-lheiro da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública – ABLP. Por hora, o úni-co número positivo no tratamen-to de resíduos do Brasil fi ca por conta das latinhas de alumínio: 96% do metal proveniente dessa fonte é reutilizado. Já os números da ABLP não são tão animadores quanto a outros materiais: 24% do aço, 68% do papel e apenas 10 a 15% do plástico voltam à ca-deia produtiva.

Para Creddo, o principal pro-blema reside na falta de um siste-ma de logística reversa, em que as indústrias sejam responsáveis pela compra do resíduo para compensar o que elas pro-duzem com as embalagens.

A situação deve me-lhorar a partir de 2014, quando entra em vigor no Brasil a Política Nacional de Resídu-os Sólidos (PNRS), aprovada em 2010, mas que está em fase de regulamenta-ção. Ao menos é nisso que apos-ta a presidente do Instituto GEA, Ana Maria Domingues da Luz. A ONG promove a difusão de informação quanto ao gerencia-mento de resíduos sólidos e atri-

bui o baixo desempenho do país quanto à reciclagem à falta de estruturas públicas. A presidente da entidade também lamenta que toneladas de matéria-prima sigam diariamente para o lixo. “Vai fi car lá, em aterros, até que haja a es-cassez de matéria-prima e a tec-nologia necessária para resgatar esse material”, observa Ana Luz.

A lei 12.305, que instituiu a PNRS, oferece vantagens fi nancei-ras aos municípios que implanta-rem sistemas de coleta seletiva “com a participação de coope-rativas ou outras formas de asso-ciação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, forma-das por pessoas físicas de baixa renda”. ■

Logística reversa, a compra de resíduos

“Costumo dizer que o prazo dos lixões é muito ousado, mas tivemos uma avaliação histórica que mostrou que, em 1998, 35% dos resíduos eram despejados em aterros. Esse volume aumentou para 58% em 2008, período em que ainda não tínhamos a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, disse Silvério, acrescentando que o fi m dos lixões já é uma “tendên-cia dos últimos dez anos e por isso não é impossível”. Dados do Mi-nistério das Cidades mostram que mais da metade dos 5.564 muni-cípios brasileiros ainda não dão a destinação correta para o lixo.

O papel do empresário

Entre os empresários, a dis-cussão gira em torno da logística reversa, que prevê o retorno para a indústria de materiais como ele-troeletrônicos e pneus, para que possam ser novamente aproveita-dos pelo fabricante. O mecanismo exige o envolvimento de todos na linha de produção e distribuição, desde fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e o próprio consumidor.

O governo pretende, com a conferência, aumentar o conhe-cimento técnico, científi co e po-lítico sobre o tema. “O que vai acontecer é um processo de cada um internalizar as responsabilida-des e implementar. A conferência vai dar luz e capilaridade ao de-bate. A intenção não é levantar demandas, mas mostrar que cada um pode absorver sua responsabi-lidade”, explicou Silvério. ■

blema reside na falta de um siste-ma de logística reversa, em que as indústrias sejam responsáveis pela compra do resíduo para compensar o que elas pro-duzem com as embalagens.

A situação deve me-lhorar a partir de 2014, quando entra em vigor no Brasil a Política Nacional de Resídu-os Sólidos (PNRS), aprovada em 2010, mas que está em fase de regulamenta-ção. Ao menos é nisso que apos-ta a presidente do Instituto GEA, Ana Maria Domingues da Luz. A ONG promove a difusão de informação quanto ao gerencia-mento de resíduos sólidos e atri-

das por pessoas físicas de baixa renda”. ■

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tragédia anunciadaLIXO NAS RUAS,Com a chegada da temporada das chuvas, moradores de muitas

cidades brasileiras, inclusive as mais ricas e desenvolvidas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, voltarão a enfrentar um proble-ma que já faz parte da rotina da cidade: ruas e até mesmo bairros in-teiros alagados. Uma das razões para que isso aconteça é uma atitude quase cultural de boa parte da população brasileira: jogar lixo nas ruas.

Quando as chuvas chegam, o lixo acumulado nas ruas entope bueiros, galerias e canais provocando alagamentos. A água, sem ter para onde escoar, acaba invadindo as casas provocando grandes preju-ízos e milhares de desabrigados.

Estudos indicam que 30% do lixo produzido pelo brasileiro nas grandes cidades vão parar nas ruas e, apesar da rotina da limpeza diária das ruas e das operações preventivas realizadas pelas prefeituras no período que antecede a chegada das chuvas, o volume de resíduos descartados em locais impróprios é alarmante. São objetos dos mais variados, que vão desde sacolas, copos e garrafas de plástico, restos de obras, até móveis e utensílios domésticos, como sofás e fogões velhos. ■

O lixo acumulado nas ruas entope bueiros, galerias

e canais

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ainda é desafi oO descarte de lixo passível

de liberar substâncias tóxicas ain-da é um problema para o país, apesar de já haver legislação regulamentando o assunto. De acordo com a Lei n°12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os fabrican-tes, importadores e revendedores de produtos que podem causar contaminação devem recolhê-los. Dois anos após a regra estar em vigor, os cidadãos dispõem de poucos locais adequados para jo-gar fora pilhas e baterias; pneus; lâmpadas fl uorescentes e emba-lagens de óleo lubrifi cante e de agrotóxicos.

A lei recomenda que haja acordos setoriais e termos de compromisso entre empresários e o Poder Público para implantar o sistema de devolução ao fabri-cante no país, prática conhecida como logística reversa. O primei-ro passo nesse sentido foi dado apenas no fi nal do ano passado. Em novembro de 2011, o Minis-tério do Meio Ambiente publicou edital de chamamento para pro-

postas referentes ao descarte de embalagens de óleo. No início deste mês, o órgão lançou mais dois editais: um diz respeito a lâmpadas fl uorescentes e o outro a embalagens em geral. No caso das embalagens de óleo, as suges-tões continuam sendo debatidas. Quanto aos outros dois editais, segue o prazo de 120 dias para que entidades representativas, fa-bricantes, importadores, comer-ciantes e distribuidores enviem propostas à pasta.

Enquanto não há um sistema estruturado para destinação de re-síduos perigosos, os consumido-res continuam fazendo o descarte junto com o lixo comum ou são obrigados a recorrer a iniciativas

pontuais de organizações não go-vernamentais (ONGs) e empresas, para fazer a coisa certa.

A pesquisadora em meio am-biente Elaine Nolasco, professora da Universidade de Brasília (UnB), diz que as atitudes de logística re-versa no Brasil são dispersas. “Está dependendo de algumas locali-dades. Geralmente são ONGs e cooperativas que têm esse tipo de iniciativa. Em alguns casos há par-ticipação do Poder Público, como no Projeto Cata-Treco, em Goiâ-nia”, exemplifi ca ela, referindo-se a um programa da prefeitura da-quela cidade em parceria com ca-tadores de lixo.

Elaine Nolasco lembra que o risco trazido pelo descarte inade-quado de pilhas, baterias e lâmpadas está relacionado aos metais pesados presentes na composição desses produtos – desde lítio até mercúrio. “Pode haver contaminação do solo e do lençol freático”, diz. ■

Lixo tóxico

46 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

edital de chamamento para pro-

obrigados a recorrer a iniciativas

Brasil dispõede poucos locais adequados para descarte de pilhas e baterias usadas

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 47

ainda é desafio

Na Era digital, com o rápido avanço da tecnologia e o cres-cente aumento de consumo, é raro encontrar alguém que não queira ter o último modelo de celular ou o computador mais moderno. No ano passado, o Brasil foi o terceiro maior merca-do de computadores do mundo – atrás apenas de China e Estados Unidos – com 15,4 milhões de computadores vendidos, sendo 55% notebooks/netbooks e 45% desktops. No mesmo período, fo-ram comercializados 30 milhões de celulares no país.

Nada contra você querer atualizar os seus equipamentos, muito pelo contrário. Mas existem alguns dados sobre o assunto que talvez você (ainda) não saiba. Um deles é que equipamentos eletrô-nicos como computadores, im-pressoras, carregadores de celular, pilhas e baterias que você descar-ta, têm, em sua composição, de-zenas de substâncias que podem contaminar as outras pessoas, os animais e o meio ambiente, como metais pesados (chumbo, cádmio,

mercúrio) e outros elementos tó-xicos. Por isso, o descarte deve ser feito de maneira adequada e nunca no lixo comum.

Tendência mundial

Mas o mais importante nesta história é que você não está so-zinho: assim como você, milhões de pessoas em todo o mundo es-tão fazendo a mesma coisa: tro-cando suas “sucatas” eletrônicas por aparelhos mais modernos. O resultado disso é assustador: a geração global de lixo eletrônico cresce cerca de 40 milhões de to-neladas por ano, de acordo com o relatório Recycling – from e-waste to resources (Reciclando – do lixo eletrônico aos recursos) publicado em 2010 pelo Programa das Na-ções Unidas para o Meio Ambien-te (PNUMA). Atualmente, o Brasil descarta mais de 100 mil toneladas de computadores por ano.

De acordo com o docu-mento do PNUMA, os aparelhos eletrônicos possuem placas com circuitos eletrônicos que podem

chegar a utilizar mais de 60 tipos de elementos químicos.

Portanto, o mais sensato se-ria recuperar os metais utilizados nos aparelhos descartados do que produzir novos metais, ou seja, “minerar” o lixo eletrônico: uma tonelada de telefone celular sem bateria contém 3,5 quilos de prata, 340 gramas de ouro, 140 gramas de paládio e 130 quilos de cobre. Especialistas no setor apontam que em 1 tonelada de PCs existe mais ouro do que 17 toneladas de minério bruto do metal. Por isso, é fundamental que a sociedade se mobilize para encontrar alternati-vas para lidar com essa realidade.

Mas nem se anime em raspar a placa daquele seu computador velho: a extração desses metais é bastante complexa. É tão comple-xa que, no mundo todo, ela só é realizada por poucas empresas es-pecializadas no processo de reci-clagem que permite a retirada des-ses elementos das placas e o seu reaproveitamento por indústrias, evitando que esses metais sejam extraídos da natureza.

Montanhas de lixo eletrônico

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48 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

manter uma cidade limpaQuanto custaManter uma cidade limpa

custa caro e signifi ca mais reais na folha de pessoal e gastos com equipamentos apropriados. De-pendendo do tamanho da cidade, dos recursos disponíveis e da dis-posição do administrador públi-co, os gastos podem incluir desde grandes máquinas como tratores, caminhões e compactadores, pas-sando por containeres, até simples vassouras, pás e carrinhos de mão.

O custo é sempre alto e re-presenta uma boa parcela no or-çamento municipal. Por isso, a melhor solução para reduzir es-ses custos tem sido a formação de consócios ou parcerias entre municípios. Para se ter uma ideia, qualquer caminhão equipado para coleta de lixo custa em torno de

R$ 300 mil e quase sempre um só não resolve o problema.

Os custos da limpeza urbana variam e envolvem questões como o consumismo, o desperdício e os hábitos de higiene da população. Pesquisa da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza

Urbana mostrou que, em alguns municípios brasileiros, os gastos com a a limpeza urbana chegam a 15% do orçamento municipal. Em Brasília, esse gasto correspon-de a 4,7%; Salvador, 12,5%; Goi-ânia, 7,8%; Rio de Janeiro, 6,7%; Belo Horizonte, 6,0%; e São Pau-lo, 5,3%.

Embora a Constituição Fe-deral autorize os municípios a cobrar pela gestão de limpeza ur-bana, cerca de 40 % das prefeitu-ras não exercem esse direito. Nas que efetuam esse tipo de cobran-ça, o valor médio da receita pelos serviços de limpeza urbana é de R$ 31,00 por habitante/ano, valor que, insufi ciente para custear os serviços, precisa ser complementa-do com verbas de outros setores. ■

Solução para reduzir esses

custos tem sido a formação de consócios ou

parcerias entre municípios.

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 49

Vários estados estão ofere-cendo apoio técnico aos muni-cípios para a formação de con-sórcios para a implantação de aterros sanitários, uma vez que, nesse caso, a Lei 11.107/05 (Lei dos Consórcios Públicos) possibi-lita a criação de consórcios, consi-derando o princípio da economia.

Os governadores estão preo-cupados com os prazos estabele-cidos por lei para a obrigatorie-dade da correta destinação dos resíduos sólidos. É bom ressaltar que os gestores municipais, além da obrigatoriedade imposta por lei, têm prazos para elaboração dos planos de gestão integrada dos resíduos sólidos, conforme a Lei nº 12.305/2010. Até 2014, todos os lixões deverão ser substituídos por aterros sanitários, sob pena de restrição ao acesso de recursos fe-derais, além de sanções da Lei nº

8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa)

Os municípios estão sendo orientados na elaboração do Pla-no de Gestão Integrada de Resídu-os Sólidos; formação e formaliza-ção de Associações e Cooperativas de Catadores de Materiais Reciclá-veis; implementação de ações vol-tadas para a educação ambiental; implantação de coleta seletiva; e na escolha da área para implantação do aterro sanitário.

A destinação inadequada dos resíduos sólidos urbanos re-presenta um grave problema am-biental e de saúde pública para a maioria dos municípios brasi-leiros, contrariando o art. 225 da Constituição Brasileira que esta-belece “que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia quali-

Consórcio como saída para os pequenos

O texto eu lhe envio em breve. O formato de 1/3 será horizontal. As medidas são: 1/3 de página horizontal formato: 21x9,2cm sangria: 22x10,2cm

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Acho que ficou bom. Seguem meus comentários e textos (em vermelho) a serem incluídos: 1 – Substituir a lixeira pela imagem da mão no pdf em anexo, 1109_008_AZ_Recyclage_RZ. 2- Entre as lixeiras e o nome Steinert, incluir o seguinte texto: 3 – vou alterar as fotos: incluir as fotos em anexo, na mesma sequência do nome das mesmas. Segue abaixo os textos a serem inclusos para cada equipamento:ASeparador MagnéticoAplicação: separação de metais ferrosos como embalagens de metal, peças de ferro e aço em geral BSeparador de Não FerrososSeparação de diversos tipos de metais não ferrosos, como alumínio, cobre, etc. CSeparador UnisortSeparação de todos os tipos de plásticos por composição ou por cor. DSeparador XSSAtravés de um sensor de Raios-X, pode separar quaisquer materiais que tenham densidades diferentes

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quinta-feira, 25 de outubro de 2012 12:57:31

dade de vida”, atribuindo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo.

Mas, na maioria das vezes, a disposição final dos resíduos sóli-dos é colocada em segundo plano. De acordo com dados da pesquisa Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (Abraele 2010), 42,4% dos municípios brasileiros dispõem dos resíduos sólidos urbanos de forma inadequada. Em alguns mu-nicípios, esse percentual ultrapassa a casa dos 70%. ■

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50 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

A Coordenação de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro desenvol-veu alternativas ecológicas para matérias-primas do concreto e de produtos de fi brocimento.

No caso do concreto, liga formada por cimento, brita (pedra) e areia, é possível reduzir o consumo de ci-mento em 20% a 40%, com alternativas como cinza de bagaço de cana-de-açúcar, cinza de casca de arroz e resíduos da indústria cerâmica. A brita pode ser completamente substituída por materiais obtidos em demolições de construções antigas.

No caso do fi brocimento, usado na fabricação de telhas ou cai-xas d’água, o consumo de cimento pode ser reduzido em até 50% com o uso de alternativas ecológicas. As fi bras vegetais substituem as fi bras minerais tradicionais, como o amianto, que provocam danos à saúde humana. Há estudos com outros materiais, como borracha de pneu usado, cinzas de esgoto sanitário ou de queima do lixo para substituir, pelo menos parcialmente, o cimento. ■

O serviço de limpeza pública é uma operação complexa que envolve vários segmentos, como coleta domiciliar, varrição de vias públicas, capinação e roça-

gem, limpeza de córregos e canais, canaletas, buei-ros e remoção de entulhos, entre outros. Além de

manter a cidade limpa, esses procedimentos evitam uma série de problemas, como o

entupimento de bocas de lobo (maior causadora de enchentes); contami-

nação dos corpos d’água; polui-ção de rios e lagos; e a proli-

feração de ratos, baratas e outros animais transmis-

sores de doenças.Manter a

limpeza pú-blica de

uma cidade é responsabilidade dos governantes e uma tarefa árdua, que depende de profi ssionais dispostos a enfrentar sol e chuva, além de uma jornada de trabalho exaustiva, já que varrer ruas, praças e avenidas exige coragem, determinação e o desejo de mudar o aspecto de áreas urbanas, onde diariamente são jogadas tonela-das de lixos domésticos, comerciais e industriais

É aí que entra em cena o gari. Funcionário que, apesar de ser imprescindível para a manutenção da limpeza nas cidades, quase sempre passa despercebido nas ruas. O trabalho do gari é recolher o lixo das ruas, edifícios comerciais e residenciais. Além de varrer ruas e avenidas eles capinam grama e desinfetam vias públi-cas. Sem garis, as cidades seriam um caos total.

Milhares de pessoas exercem a função de gari em todas as cidades do Brasil e do mundo. De dia, ou no período noturno, eles vão onde quer que seja, conduzindo vassouras, pás, coletores de lixo e muita disposição. Seu trabalho é tão importante que rece-beu até uma data dedicada à profi ssão: 16 de maio, Dia do Gari. Mas é sempre bom ressaltar que a lim-peza pública de uma cidade não depende apenas do poder público e dos garis. Depende da consciência de cada um para que tenhamos cidades limpas, bo-nitas e com pessoas bem educadas. ■

Profi ssão, gari

Concreto de fi bras vegetais e materiais reciclados

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52 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

I n o v a ç ã o

O extrato da planta amazôni-ca Protium heptaphyllum, também conhecida como Almecegueira ou Breu, é efi ciente na proteção da pele contra a radiação solar. Testes feitos na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP demonstram que o vegetal tem propriedades antio-xidantes, que agem no combate aos radicais livres (moléculas al-tamente reativas que podem dani-fi car as células sadias do corpo), auxiliando na prevenção contra o envelhecimento e o surgimento de câncer de pele.

Os componentes do extrato, quando aplicados sobre a pele, agem para a preservação de sis-temas responsáveis pelo controle dos radicais livres no organismo humano. Com a irradiação da su-perfície cutânea pelos raios ultra-violetas, há um desequilíbrio entre a proporção das substâncias noci-vas e seus combatentes. Assim, os agentes protetores naturais sofrem uma queda ao serem consumidos em sua ação para a remoção dos radicais livres.

“A radiação solar provoca a geração de muitos radicais livres na pele e os mecanismos antioxi-dantes naturais não são sufi cien-tes para neutralizar todos eles, resultando em danos ao tecido”, explica a farmacêutica Ana Luiza Scarano Aguillera Forte, autora

do trabalho. “Como o extrato tem grandes quantidades de antioxi-dantes, ele mesmo sequestra os radicais livres na pele”, completa.

Durante o estudo, o gel for-mulado com o extrato de Pro-tium heptaphyllum foi aplicado sobre a pele de camundongos sem pelos, os quais foram sub-metidos aos raios ultravioleta B (UVB), radiação mais energéti-ca, que é responsável pela ver-melhidão, primeira resposta da pele à exposição ao sol. Foram testados, assim, dois sistemas responsáveis pela proteção an-tioxidante da pele — a enzima superóxido dismutase (SOD) e a glutationa (GSH) —, e uma enzi-ma indicadora de infl amação — a mieloperoxidase (MPO).

Com o recebimento dos raios UVB, quando não há a aplicação de extrato, a SOD e a GSH do

sistema protetor cutâneo sofrem queda. “No entanto, essa queda dos sistemas protetores endóge-nos não foi observada nos animais que receberam a formulação con-tendo o extrato”, conta Ana Luiza. A recuperação dos níveis desses sistemas deve-se, provavelmente, à neutralização dos radicais livres pelos compostos antioxidantes presentes no gel de Protium.

Apesar dos resultados positi-vos, antes que o produto possa ser disponibilizado ao consumidor, ainda é necessária uma série de novos testes, para constatação de segurança e toxicidade, além dos efeitos em geral do gel. ■

protege da radiação solarExtrato de planta amazônica

quando aplicados sobre a pele, agem para a preservação de sis-temas responsáveis pelo controle dos radicais livres no organismo humano. Com a irradiação da su-perfície cutânea pelos raios ultra-violetas, há um desequilíbrio entre a proporção das substâncias noci-vas e seus combatentes. Assim, os agentes protetores naturais sofrem uma queda ao serem consumidos em sua ação para a remoção dos

“A radiação solar provoca a geração de muitos radicais livres na pele e os mecanismos antioxi-dantes naturais não são sufi cien-tes para neutralizar todos eles, resultando em danos ao tecido”, explica a farmacêutica Ana Luiza Scarano Aguillera Forte, autora

superóxido dismutase (SOD) e a glutationa (GSH) —, e uma enzi-ma indicadora de infl amação — a mieloperoxidase (MPO).

Com o recebimento dos raios UVB, quando não há a aplicação de extrato, a SOD e a GSH do

efeitos em geral do gel. ■

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I n o v a ç ã o

O governo federal deu sinal verde para o processo de compra do primeiro satélite geoestacio-nário brasileiro. A meta é que o equipamento entre em órbita até dezembro de 2014, prazo estabe-lecido em acordos internacionais.

Segundo o secretário de Tele-comunicações do Ministério das Comunicações e presidente do Comitê Diretor do projeto, Maxi-miliano Martinhão, a meta é ambi-ciosa e exigirá muitas superações: “Colocar o satélite em órbita em dois anos não será uma tarefa fá-cil”, admite o secretário, ressaltan-do que não haverá licitação para a contratação dos fabricantes.

“O processo de contratação da empresa levará em conta as especifi cidades técnicas determi-nadas em um termo de referência elaborado para atender a deman-das do setor de telecomunicação, do Plano Nacional de Banda Lar-

ga, e de defesa nacional”, expli-cou. O custo estimado incluindo o lançamento é R$ 720 milhões.

Responsável pelas escolhas técnicas, o representante da Te-lebras, Sebastião Neto, adiantou que o equipamento pesará até 6 toneladas e terá capacidade en-tre 50 e 60 gigabytes por segundo (GB/s), acima da demanda atual de 35 GB/s. Com isso, segundo ele, atenderá às necessidades do país nos próximos dez anos.

Vantagem

De acordo com o presidente do comitê, o satélite geoestacio-nário é fundamental para atender a cerca de 1,2 mil municípios que ainda não têm banda larga por questões geográfi cas, além de suportar a troca de dados da ad-ministração pública. Atualmente, para suprir a demanda pública, o

país contrata a tecnologia de saté-lite privados.

“É mais vantajoso economi-camente e do ponto de vista do desenvolvimento de tecnologia nacional construir um satélite a continuar a contratar a capacidade de serviços”, avaliou Martinhão. Segundo ele, com o equipamen-to, é esperado o barateamento de serviços de internet, a atração de tecnologia e a cobertura de defesa em áreas de fronteira e no oceano.

A compra e a fabricação do satélite geoestacionário, sob a su-pervisão do Ministério das Comu-nicações, será feita pela Visiona Tecnologia Espacial, fruto de uma sociedade entre a Empresa Brasi-leira de Aeronáutica (Embraer) e a Telebrás. Segundo o presidente da Embraer, Frederico Curado, o proje-to representa um passo histórico para o avanço do requerimento tecnológico e industrial do setor espacial no Brasil. ■

satélite brasileiroSinal verde para

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“O difícil tem sido segurar a franga. Ultimamente, eu mesmo não tenho me reconhecido”

“De poste em poste, o PT vai iluminando o Brasil”

“O difícil tem sido segurar a franga. Ultimamente, eu mesmo não tenho me reconhecido”

“O difícil tem sido segurar a franga. Ultimamente, eu mesmo não tenho me reconhecido”

C O T I D I a N O

Sabrina Sato

Luís Fernando Veríssimo

Lula

Apresentadora do Pânico na TV

Escritor gaúcho, que aos 76 anos, diz que o máximo que pode esperar da vida é mais um pouquinho de vida

Ex-presidente da República, em resposta às críticas de José Serra ao ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, eleito prefeito de São Paulo

“Queria ser prática, mas não consigo. Sou muito mais

emotiva que racional. Mais yin do que yang”

Ada FioreFilósofa e prefeita de Corigliano d’Otranto, na Itália, seguindo o conselho de Platão, para quem a cidade ideal deve ser governada por um fi lósofo, como consta em seu livro “A República

“No início, muitos moradores acharam estranho e fi caram contra. Mas, com o tempo, aceitaram”

Sabrina Sato

Apresentadora do Pânico na TV

yin do que yang”

Arthur Ochs Sulzberger Jr.

Herdeiro e responsável pelos negócios do jornal The New York

Times, apostando na qualidade do conteúdo para conquistar a

audiência em todos os meios

“Vivemos um retorno à palavra escrita”

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C O T I D I a N O

Cleo Pires

Michele Gaertner Etzold

Victoria BeckhamModelo e mulher do jogador de futebol David Beckham, durante desfi le em Paris

Atriz

Farmacêutica de 37 anos, contando como foi seu papel de dublê para a atriz americana Sharon Stone, durante a gravação de um comercial em Camboriú

“Estou apaixonada por matemática. Estou pirando com isso”

“A Sharon é muito bonita. Quero chegar aos 50 anos igual a ela, com bom-senso, sem encher a cara de botox ”

“Às vezes eu me sinto um pouquinho francesa”

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 55

Victoria BeckhamModelo e mulher do jogador de futebol David Beckham, durante desfi le em Paris

Stone, durante a gravação de um comercial em Camboriú

“Às vezes eu me sinto um pouquinho francesa”

Usain Bolt

Jamaicano e homem mais rápido do mundo, anunciando sua participação na Olimpíada do Rio,

em 2016, quando terá 30 anos

“Há muita inveja no nosso meio, o que dá espaço para comentários

maldosos. Mas não me abalo nem um pouco com as insinuações”

Victoria BeckhamModelo e mulher do jogador de futebol David Beckham, durante desfi le em Paris

“Às vezes eu me sinto um pouquinho francesa”

Ben Affl eck

Ator americano nascido na Califórnia, que

pretende infl uenciar o mundo com o ato de

contar histórias

“Americanos não sabem distinguir

árabes de persas”

Michele Gaertner EtzoldFarmacêutica de 37 anos, contando como foi seu papel de dublê para a atriz americana Sharon

por matemática. Estou

“A Sharon é muito bonita. Quero chegar aos 50 anos igual a ela, com bom-senso, sem encher a cara de botox ”

Stone, durante a gravação de um comercial em Camboriú

contar histórias

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56 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M e i o a m b i e n t e

No dia 11 de setembro de 2011, o Rio Acre atingiu a mar-ca histórica de 1,50 metro de profundidade, a mais baixa dos últimos 40 anos. Em pouco tem-po, outra marca histórica, dessa vez de 17,61 metros, em 25 de fevereiro deste ano. A diferença drástica no nível do manancial em um período de menos de seis meses assusta o povo acreano.

Se, durante a cheia, prejuí-zos são contabilizados até hoje, inclusive com uma cidade inteira que foi alagada, agora, durante uma nova seca, são as drásticas condições climáticas e as difi -culdades de abastecimento das cidades que preocupam a popu-lação e o governo. A Bacia Hi-drográfi ca do Rio Acre é a mais importante do estado e a mais degradada, resultado de um pro-

cesso histórico longo e que exigi-rá também muito tempo para que possa ser recuperada.

O Rio Acre banha os muni-cípios de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba, Senador Guiomard, Rio Branco e Porto Acre. Ao longo de seu per-curso, no território acreano vivem mais de 400 mil habitantes, que dele dependem - 83% se encon-tram nas áreas urbanas.

Mas, afi nal, como o rio mais importante do Acre chegou a esse ponto de extremos?

Os problemas

Entre os ambientalistas há um consenso de que o proces-so de seca do Rio Acre começou entre 30 e 40 anos atrás. Foi quan-do o rio começou a entrar em

declínio ambiental, devido prin-cipalmente à ocupação irregular de suas margens, o que gerou um intenso desmate.

“Só em 2007 foram contabi-lizadas três mil nascentes em de-gradação ambiental. Resultado: reduziu-se o volume de água na estiagem”, conta Claudemir Mes-quita, presidente da Associação Amigos do Rio Acre.

Nem tudo é ação do ho-mem. As mudanças climáticas também têm sua parcela de con-tribuição por conta do aqueci-mento global. Foi notado um aumento da velocidade de es-coamento superfi cial devido ao solo devastado, além do acúmu-lo maior de sedimentos, gerando o assoreamento e a impermeabi-lização do solo. Como a água no período de chuvas deixa então

A agonia do

Rio Acre

A luta para salvar a Bacia do Rio Acre não pode partir apenas das iniciativas

de esferas governamentais

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M e i o a m b i e n t e

de penetrar nas nascentes e nos aquíferos, o resultado é um só: os alagamentos.

A ocupação irregular que do-mina áreas de nascentes e matas ci-liares também é um agravante. Afi -nal, são quase 30 anos de ocupação irregular nas margens.

Outro grave problema são as li-gações clandestinas de esgoto. Para as pessoas é mais barato jogar dire-tamente no rio do que fazer parte da rede. Além disso, a única cidade que possui uma unidade adequada de tratamento do lixo é Rio Branco.

A luta para salvar o rio

Existem formas de melhorar a situação da Bacia do Rio Acre, mas são soluções que exigem não só o esforço do poder público; elas mexem com interesses e com a cultura da população. É necessário visualizar a ligação social, não só o problema ambiental. “Se a po-pulação não comprar esse projeto de recuperação, ele não será pos-sível”, comenta Vera Reis.

Como atravessa dois estados brasileiros, e passa por dois paí-ses, antes de entrar no Brasil, o Rio Acre é essencialmente uma ques-tão do governo federal. Mas o se-

cretário Carlos Edegard de Deus é categórico: “Não podemos es-perar apenas pelas atitudes do go-verno federal. O governo do es-tado, com parceiros, já começou a colocar as mãos à obra. E com isso nasceu o Plano Estadual de Recursos Hídricos [PLERH]”.

O Programa de Recuperação de Nascentes e Matas Ciliares, pre-sente no PLERH, pretende até 2014 plantar três milhões de mudas nas áreas degradadas. Só este ano, o governo já plantou 800 mil mudas.

Em outra ação inédita, a Agência Nacional de Águas (ANA), em parceria com o gover-no do estado, iniciou a monta-gem de 25 Plataformas de Coleta de Dados Hidrometeorológicos (PCDs) em todo o Acre. Com es-sas unidades, que enviam dados do comportamento do Rio Acre em tempo integral, será possível até saber com alguma antecipação o comportamento que o rio apre-sentará tanto no período de cheia quanto no período de seca.

Mobilização e expectativa

A sobrevivência da Bacia do Rio Acre não pode depender apenas de atitudes e iniciativas do

governo. É necessária a participa-ção da população, entidades, ini-ciativa privada... Espalhar a ideia de que, para o Rio Acre ser salvo, todos têm que fazer parte.

As ações do governo do Esta-do e do governo federal para recu-perar as nascentes, matas ciliares e igarapés da Bacia do Rio Acre estão em pleno desenvolvimento. O Plano Estadual de Recursos Hí-dricos veio para organizar as me-didas que objetivam a preserva-ção não só da Bacia Hidrográfi ca do Rio Acre, mas também de toda as bacias hidrográfi cas do estado.

O projeto Cidade do Povo será capaz de recuperar os danos causados pela ocupação irregular nas margens dos rios. Ao todo, se-rão investidos mais de R$ 1 bilhão. A prioridade de mudança para a cidade será das famílias de baixa renda e servidores públicos.

Mas a luta para salvar a Ba-cia do Rio Acre não pode partir apenas das iniciativas das esferas governamentais. É preciso que a população faça parte dessa ação. Cuidar do lixo, procurar destino certo para o esgoto e não preju-dicar nascentes e igarapés são atitudes que já contribuem para o ecossistema da bacia. ■

Cheias do rio alagam a cidade

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M e i o a m b i e n t e

Oceanos no Brasil

Cerca de 150 famílias indígenas foram capacitadas para executar o ma-peamento e monitoramento de espécies ameaçadas de extinção na Terra Indígena Alto Rio Guamá, município de Paragomi-nas, nordeste paraense. A ofi cina de trei-namento foi coordenada pela Diretoria de Áreas Protegidas e Coordenadoria de Ecossistemas, por meio de uma parceria entre as Gerências de Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e de Proteção à Fauna da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

Desde dezembro de 2011, a Sema fornece uma renda denominada “Bol-sa Guardiões da Floresta” a centenas de famílias indígenas da região do Rio Gurupi. Em contrapartida, estas famí-lias devem denunciar extração ilegal de madeira da reserva e também par-ticipar de atividades que levantem in-formações sobre crimes ambientais na região. O fornecimento da bolsa aos indígenas tem tido resultados positivos para proteção do ecossistema, que é o habitat de diversas espécies ameaçadas de extinção no estado.

Duas espécies de aves estão presen-tes na lista ofi cial de animais ameaçados

de extinção: a Ararajuba (Guaruba gua-rouba) e o Jacamim-de-costas-verdes (Pso-phia viridis obscura). Entre os mamíferos, os que se encontram em risco maior são o macaco Cuxiú-preto (Chiropotes satana) e a onça-pintada (Panthera onça). Segundo os indígenas, existem outras 47 espécies ameaçadas, que apesar de não terem sido visualizadas pela equipe, também foram incluídas nos relatos.

Durante a última ofi cina, os bolsistas denunciaram casos de extração ilegal na região do rio Coaraci-Paraná, no municí-pio de Nova Esperança do Piriá. As infor-mações foram essenciais para desencade-ar uma operação de fi scalização realizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Polícias Federal e Militar - Batalhão de Polícia Ambiental. A operação resultou na apreensão de madeira retirada ilegalmen-te da terra indígena e no fechamento de madeireiras no município.

A bolsa Guardiões da Floresta é fru-to de convênio fi nanceiro fi rmado com a Associação do Grupo Indígena Tembé, em parceria com o Ministério Público Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai) e tem validade de um ano. ■

Indígenas do Alto

Rio Guamá protegem

espécies ameaçadas de extinção

Guardiões da fl oresta

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M e i o a m b i e n t e

A preservação de áreas ma-rinhas e costeiras, com a criação de mais áreas de proteção nos oceanos, marcou o Congresso Brasileiro de Unidades de Con-servação realizado em Natal, no Rio Grande do Norte. A situação não está pra peixe: de 1,3 mil es-pécies de peixes no bioma mari-nho, por exemplo, 19 estão em extinção; e dos recifes de corais entre o Rio Grande do Norte e o sul da Bahia, 80% também foram perdidos nos últimos 50 anos.

Os dados sobre os recifes constam de estudo inédito divul-gado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A polui-ção industrial, o despejo de esgo-to e de adubo (levado pelos rios) são os responsáveis pela morte dos corais, principalmente nas grandes cidades do Nordeste, de acordo com o professor Mauro Maida. O desmatamento da Mata Atlântica e de mangues e a reti-rada de calcário dos corais para a construção civil acentuaram o problema.

Ao lado dos efeitos do aque-cimento global, como a elevação da temperatura do mar e a absor-ção em excesso de dióxido de carbono, a sobrepesca - a pesca acima do limite de reposição – tornou-se a principal inimiga dos ecossistemas marinhos, diz Mai-

da. “É preciso lembrar que peixe não cai do céu e que a proteção da cadeia produtiva é o papel das unidades de conservação”. Lá, já que não há ninguém matando – se dá a cria e a engorda. Com isso, os bichos saem naturalmente des-sas áreas e podem ser capturados, grandes, do lado de fora”, com-pleta o professor.

Nos 4,5 milhões de quilô-metros quadrados do bioma ma-rinho brasileiro, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Bio-diversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, identifi cou a necessidade de cria-ção de pelo menos 50 reservas extrativistas, uma das categorias de unidades de conservação, até 2014. Diante da exploração in-tensa e desregulada de itens com valor comercial, as atuais 59 uni-dades não são sufi cientes para proteger o uso da zona costeira e não atendem a 5% do total da

área, informa o presidente Roberto Vizentin.

“O mar tem toda a potenciali-dade em recursos para a segurança alimentar e em recursos que estão na base do crescimento industrial, como petróleo e gás. É como no território, se não tivermos uma es-tratégia de ordenar essa extraordi-nária riqueza, que já está sofrendo pressão, as atividades no ambiente marítimo fi cam cada vez mais vul-neráveis”, reconheceu Vizentin. Ele pretende ampliar ainda a área no Pantanal, na Caatinga e Mata Atlântica, que são protegidos em menos de 10%. ■

Oceanos no Brasilestão em risco

80% dos recifes de corais do Nordeste foram perdidos nos últimos 50 anos

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60 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

I n t e g r a ç ã o

A padronização da codifi ca-ção nacional das ativida-des econômicas já é uma

realidade nas principais cidades do Brasil. Implantada em todos os estados brasileiros, a CNAE Fiscal é fundamental para a qualidade dos cadastros administrativos e para a implementação de políti-cas públicas na área econômica.

A adoção da CNAE estabele-ce uma referência setorial comum à administração pública e privada, fortalece a integração dos órgãos federais, estaduais e municipais e possibilita a comparabilidade internacional das informações es-tatísticas brasileiras. Mas, para se tornar efetivamente nacional, ela precisa ser adotada por todos os municípios brasileiros.

Por isso é tão importante capacitar os servidores da admi-nistração pública brasileira para atuarem na disseminação de co-nhecimentos relativos à classifi -cação de atividade econômica das unidades produtivas estabe-lecidas no país. Só assim será possível sua implantação e apli-cação de forma homogênea nos cadastros de pessoas jurídicas das três esferas de governo, em todo o território nacional.

O sistema já é utilizado pela União, pelos estados e pelos mu-nicípios das capitais. E agora está sendo implantado em todos os municípios brasileiros. Mas o en-quadramento destas unidades na estrutura da CNAE requer o esta-belecimento de um conjunto de

princípios, regras, procedimentos básicos e convenções no trata-mento de questões específi cas, que deve ser observado pelos ór-gãos usuários para a efetiva padro-nização do código de atividades.

Para tanto, a administração pública está disseminando o in-tercâmbio de experiências no uso de classifi cação padronizada de atividades econômicas. Divulgar e estimular a adoção da CNAE é fundamental para a melhoria do sistema de informações econômi-cas do país e da efetividade das políticas públicas brasileiras.

Integrantes da subcomissão técnica do CNAE e do fórum da Concla - Comissão Nacional de Classifi cação responsável pela gestão e manutenção da CNAE,

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I n t e g r a ç ã o

ressaltam que conhecer o papel da classifi ca-

ção padronizada, sua abrangência

e as vantagens da sua utili-zação, tan-to no setor p ú b l i c o quanto na in ic ia t iva privada, é muito im-

p o r t a n t e para o desen-

volvimento do país.

Atividades

A CNAE é uma classi-ficação usada para padronizar os códigos de identificação das unidades produtivas do país nos cadastros e registros da ad-ministração pública nas três es-feras de governo, em especial na área tributária. Sua utiliza-ção contribui para a melhoria da qualidade dos sistemas de infor-mação que dão suporte às de-cisões e ações do estado, pos-sibilitando, ainda, uma maior articulação entre sistemas.

Atividade econômica é a combinação de todos os recur-sos necessários para a produ-ção de bens ou serviços num determinado período, tais como mão-de-obra, capital, matérias-primas, serviços e processo pro-dutivo. As classifi cações de ativi-dades econômicas possibilitam o ordenamento das unidades de

produção do País em categorias, da maneira mais homogênea possível, defi nidas em função de características do processo pro-dutivo, do tipo de produto e/ou do mercado.

Ao aderir à tabela CNAE, ins-tituições e empresas uniformizam suas informações econômicas, propiciando um melhor intercâm-bio de dados. Empresas e forne-cedores que prestam serviços aos municípios também precisam im-plantar a Codifi cação Nacional de Atividade Econômica para usu-fruir das vantagens da adesão ao projeto CNAE.

No caso das empresas, o principal benefício é a possibi-lidade de retratar suas ativida-des econômicas, para que todas estejam enquadradas no códi-go correto e assim gerar maior confi abilidade na geração dos relatórios junto à Secretaria de Fazenda. Além disso, garante maior qualidade nas informa-ções do serviço público.

No caso dos municípios, a CNAE-Fiscal possibilita que os gestores analisem a circulação econômica e sua relação com a arrecadação municipal nos vários setores de atividade econômica. Sua utilização permite entender onde são produzidos e consumi-dos os bens econômicos, qual a intensidade desta circulação e a posição em relação aos demais municípios.

Com a utilização do CNAE Fiscal também é possível mapear com exatidão o perfi l da arreca-dação tributária, seja federal, esta-

dual ou municipal, por setores de atividade: quantos e quais esta-belecimentos estão contribuindo para determinada arrecadação, onde estão localizados, rotas de circulação da mercadoria, com-pradores e fornecedores destes es-tabelecimentos.

Redesim

Além da adesão ao projeto CNAE, municípios e empresas estão aderindo em massa ao pro-jeto Redesim, que integra todos os órgãos públicos envolvidos no registro e legalização das em-presas. A Redesim é composta por um integrador nacional e 27 integradores estaduais coorde-nados por um comitê formado por membros dos órgãos estadu-al, federal e municipal responsá-vel pelo registro de legalização das empresas.

A Redesim facilita a moder-nização e desburocratização de abertura das empresas, centrali-zação nas juntas comerciais, no que diz respeito a entradas de do-cumento, o que possibilitará que todas as instituições conveniadas tenham a mesma informação so-bre a empresa.

Com o sistema, as prefeitu-ras são benefi ciadas com a eli-minação de empresa fantasma, incremento da arrecadação, possibilidade de controle efetivo do quantitativo de empresas por segmentos (confecções, pada-rias, farmácias), além do contro-le efetivo de empresas sediadas no município. ■

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Impulsionar a utilização dos consórcios públicos, constituí-dos por municípios, estados e a União, para implementar as ações do programa de regionalização da política agrícola nacional. Esta é uma das prioridades da gestão do ministro Mendes Ribeiro Filho no Ministério da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento (Mapa).

Segundo o assessor espe-cial do Ministério, José Carlos Pires, a união dos entes fede-rativos, sem fins lucrativos, é uma forma de prestar serviços e desenvolver ações conjuntas que visem o interesse coletivo e benefícios públicos. Ele acredi-ta que os consórcios são moda-lidades inovadoras que podem prestar grande auxilio no de-senvolvimento de ações regio-nais conjuntas, que resultarão em benefício às populações de municípios e estados.

Para José Carlos Pires, o con-sórcio é uma eficiente ação que

precisa ser amplamente divulga-da e utilizada pelo poder públi-co como alternativa à escassez de recursos para a execução das políticas públicas. “Queremos incentivar o uso dos consórcios na implementação de projetos pilotos de regionalização no Rio Grande do Sul e posteriormente na região Nordeste, como forma de melhorar a eficiência da prestação de servi-ços públicos”, ressalta.

O plano de regionalização e desenvolvimento da agricultura tem como principal objetivo ela-borar uma análise dos gargalos de forma regional, considerando a im-portância da execução descentrali-zada dos programas de governo.

Experiência gaúcha

Para tanto, autoridades do Ministério têm se reunido com dirigentes da Associação Gaúcha de Consórcios Públicos (Agconp) para discutir a questão e conhecer

agrícola nacionalA regionalização da política

em detalhes as experiências já em execução no estado

O presidente da Agconp, Vil-son Roberto Bastos dos Santos, é um entusiasta do consórcio, por ser um instrumento alternativo para resolver problemas que são comuns a todos os municípios, in-dependente do seu tamanho.

Segundo o dirigente, 28 mu-nicípios da região do Alto do Ja-cuí já atuam consorciados em diferentes áreas, beneficiando uma população de cerca de 350 mil habitantes. Para Vilson Bas-tos, “a manifestação do Governo em apoiar os consórcios é muito bem-vinda, pois são alternativas válidas e importantes”. ■

a g r i c u lt u r a

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64 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

As grandes “fazendas” de captação de energia solar para geração centralizada de eletrici-dade, como as que já existem nos Estados Unidos, Ucrânia, China e Alemanha, ainda esão longe de se tornar uma realidade no Brasil. A ge-ração fotovoltaica – pela qual a luz do Sol é convertida diretamente em energia elétrica – deve ganhar espa-ço na matriz brasileira nos próximos anos, mas de modo mais sutil.

De acordo com Roberto Mei-ra Junior, coordenador-geral de Fontes Alternativas e Renováveis do Ministério das Minas e Energia (MME), a previsão é que o Brasil adote o modelo de geração distri-buída, no qual os painéis fotovol-taicos são instalados nos telhados de casas ou outros tipos de edifí-cio, gerando eletricidade de bai-xa ou média tensão que é, então, inserida na rede, e não o modelo de geração centralizada, no qual grandes áreas de solo são cober-tas por painéis solares.

Roberto Meira garante que a energia fotovoltaica vai acon-tecer no Brasil, mas não acredita na possibilidade de leilões para compra de energia fotovoltaica no curto prazo. Dados da Empre-sa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao MME, indicam que a geração solar centralizada ain-da se mostra excessivamente cara

para a realidade brasileira, com um custo estimado de R$ 300 a R$ 400 por megawatt-hora – con-tra cerca de R$ 100 cobrados atu-almente pela energia eólica.

Dificuldades

Além do alto custo, os espe-cialistas apontam outras dificulda-des para que o cenário de geração distribuída se consolide no país. Mesmo reconhecendo as vanta-gens naturais do Brasil para a ado-ção desse tipo de geração elétri-ca, como a alta incidência de luz solar ao longo de todo o ano em vários estados e a abundância do silício, matéria-prima dos coleto-res solares, a geração fotovoltaica ainda é um desafio para a política industrial brasileira:

“A China produz 32 vezes mais painéis do que consome. O governo está interessado em desen-volver a indústria nacional, o que é difícil, porque a China tem a capa-cidade de produzir muito, e produ-zir barato”, explica Roberto Meira.

A atual legislação do setor energético e a necessidade de financiamento para o capital necessário à montagem dos sis-temas fotovoltaicos em imóveis residenciais ou comerciais tam-bém são obstáculos que preci-sam ser superados. Hoje, a insta-lação de geradores fotovoltaicos domésticos só seria interessante para pouco mais de 2% dos do-micílios nacionais, que são os que consomem eletricidade em quantidade suficiente para viabi-lizar a instalação do sistema. ■

realidade distante no BrasilEnergia solar ainda é uma

Te c n o l o g i a

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 65

Um medicamento contra ma-lária desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fundação Oswaldo Cruz (Farma-guinhos/Fiocruz), o ASMQ, rece-beu a pré-qualifi cação da Organi-zação Mundial da Saúde (OMS), que garante o alto padrão de qua-lidade do produto.

A certifi cação foi anunciada na Índia, onde o medicamento é fabrica-do graças à transferência de tecnolo-gia da cooperação Sul-Sul (agenda própria de discussões entre Brasil, Índia e África do Sul, criada em 2003 e que inclui temas como ciên-cia e tecnologia, educação, agri-cultura, sociedade e informação,

malária vira referência mundialdefesa, assentamentos humanos, meio ambiente e clima, transpor-tes, geração de energia, desenvol-vimento social e experiências em administração pública). Com isso, a dose fi xa de artesunato (AS) e mefl oquina (MQ), desenvolvida pelo Farmaguinhos em parceria com a organização Medicamen-tos para Doenças Negligenciadas, terá maior facilidade para ser distri-buída no Sudeste Asiático.

O coordenador de pesquisa clínica de Farmanguinhos, André Daher, explica que o tratamento com as duas drogas já era usado, mas a nova formulação, registrada no Brasil e distribuída pelo Progra-ma Nacional de Prevenção e Con-trole da Malária desde 2008, ofere-ce tratamento mais fácil e efi ciente.

“Quando você tem duas drogas associadas numa única formulação, previne a monote-rapia, ou seja, o paciente não toma uma droga só. Com isso você garante a cura radical da do-ença, previne o aparecimento

de cepas resistentes e tem toda uma questão logís-

tica de distribuição desse medicamento dentro do sistema de saúde pública facilitado, uma vez que você tem uma única apresenta-ção sendo distri-

buída. Também melhora muito a adesão ao tratamento, quer di-zer, o paciente toma o tratamento completo e você tem uma chance maior de cura”, disse.

De acordo com o pesquisador, esse é o tratamento para malária com uso do menor número de comprimi-dos atualmente e pode ser aplicado a partir dos 6 meses de idade. “O fato de ser uma única dose diária melho-ra muito a adesão do paciente e ele apresenta maior tolerabilidade, com menos efeitos colaterais”.

Daher explica que a pré-qualifi cação da OMS é um tipo de registro internacional que permite a distribuição para vários países por meio de um mecanismo de compra centralizado da Organi-zação. De acordo com ele, a fá-brica Cipla, na Índia, conseguiu o certifi cado para distribuir o ASMQ no Sudeste Asiático. Agora o Brasil inicia o processo de pré-qualifi cação para a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o que permitirá distribuir o medi-camento para a América Latina.

O pesquisador destaca a importância da cooperação que permitiu a transferência da tec-nologia para a Índia. “Essa certi-fi cação coroa uma transferência de tecnologia entre dois países do sul - Brasil e Índia – que até pouco tempo eram atores pouco atuan-tes no mercado tecnológico” ■

Tecnologia brasileira contra

Te c n o l o g i a

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PEDRO ABELHA [email protected]

68 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

Ao que tudo indica, o mundo das publicações impressas não vai nada bem. Além de rumores apontarem que o The Guardian, jornal com quase dois séculos de história, avalia se continua com sua versão em papel, agora é a vez da Newsweek, revista com quase 80 anos, apostar numa versão 100% digital para 2013. O modelo de negócios da publicação tem sido afetado fortemente pelo con-stante confl ito entre o impresso e o digital, con-forme informou Tina Brown, editora da revista, em nota publicada, ironia do destino à parte, no Tum-blr da publicação. O crescimento de audiência no digital e a aposta nos tablets são algumas das jus-tifi cativas dadas por Tina em sua nota. “Até o fi m do ano, os usuários de tablets nos Estados Unidos irão ultrapassar os 70 milhões, contra 13 milhões de dois anos atrás”, disse a editora

A internet, desde o seu inicio, quando começou a encontrar formas mais modernas e viáveis de transmissão, sobretudo com a expansão da banda larga, explodiu no mundo todo de maneira irreversível. Pode ter demorado um pouco mais para as empresas pegaram o fi o da meada e entenderam que se comunicar através da web é im-prescindível, já que as pessoas estão cada vez mais conectadas, seja através de desktops, notebooks ou dispositivos móveis, como os smartphones, entre outros. Agora, numa segunda etapa, o de-safi o é rentabilizar cada vez mais esse mundo novo que surge para o mercado de comuni-cação. Dados recentes do BI Intelligence, serviço de pesquisa do site americano Busi-ness Insider, mostram que os anúncios em mídias digitais movimentaram nos EUA cerca de US$ 30 bilhões em 2011, mais que o triplo da quantia do ano 2000, que não chegou a US$ 10 bilhões. Ainda segundo o estudo, o valor gasto com publicidade on-line no ano passado nos EUA correspondeu a cerca de 20% do total do mercado americano de anúncios. Outro dado que chama a atenção é a explosão da venda mundial de smartphones, que ultrapassou a de computadores pes-soais em 2011.

Enquanto a TV aberta foi dominada por campanhas políticas, alguns canais de TV por assinatura viram sua audiência triplicar, conforme demonstraram da-dos do Ibope. O levantamento revelou que, com o início das campanhas eleitorais, quando analisado o período noturno, a audiência da TV por assina-tura cresceu 46% em relação à média trimestral do horário. Na faixa das 20h30 às 21h, a Fox foi líder de audiência na TV por assinatura, do dia 21 de agosto ao dia 20 de setembro. Os canais Discov-ery chegaram a ter um aumento de 25% de mé-dia entre o público adulto no período. No horário vespertino, quem se deu bem é a Discovery Kids. A audiência infantil preferiu os desenhos animados aos políticos.

Efeito do horario eleitoral

Investimentos triplicados

Ao que tudo indica, o mundo das publicações

Fim da versão

impressa

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midia

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Nas ruas de todo o País não se falou em outra coisa. O último capítulo da novela Avenida Brasil, da Rede Globo de Televisão, chegou a adiar um comício do candidato Fernando Haddad, com a participação da Presidenta Dilma. A trama de João Emanuel Carneiro deu vida a inúmeros personagens que povoaram o imaginário popular e proporções midiáticas acima dos padrões para a novela. Não à toa, veículos de todo o mundo retratam Avenida Brasil como um fenômeno. Na esteira deste sucesso de imagem, evidentemente entra o lado comercial. Avenida Brasil talvez seja uma das novelas com o maior número de in-serções de merchandising da história da tele-visão brasileira. Além disso, os anunciantes também disputaram segundo a segundo os intervalos comerciais para as suas propagan-das. Para se ter uma ideia da proporção de al-cance e adesão da novela, o último capítulo foi ao ar com mais de 500 anunciantes entre empresas nacionais, regionais e locais, trans-mitidos nas 122 exibidoras da Rede Globo. De acordo com a Central Globo de Comuni-cação, o espaço para os intervalos comerciais do último capítulo foram ocupados há aproxi-madamente dois meses antes da exibição. En-tre as empresas que investiram neste horário, existem anunciantes de todos os portes e de diversos segmentos da economia.

A Anatel homologou o iPhone 5 para venda no Brasil, autorizando a comercialização do produto no país. Lançado em 21 de setembro nos Estados Unidos, a estimativa é que o produto chegue por aqui até o final do ano. Para efeito de comparação, o modelo anterior do smartphone, o iPhone 4S, teve sua homologação publicada no final de outu-bro de 2011 e chegou às lojas cerca de dois me-ses depois. Cabe lembrar que, no lançamento do aparelho, a companhia americana prometeu levar o novo iPhone para até cem países até dezembro. Dificilmente o Brasil, com a economia ativa e em evidência, e o consumo ainda em alta se compara-do a outros países, deixaria de estar nesta lista. Os preços do aparelho no Brasil ainda não são con-hecidos. Nos Estados Unidos, quando atrelado ao plano da operadora, o modelo mais simples sai por US$ 199. Além das questões econômicas que co-locam o brasileiro como potencial consumidor da novidade, é válido ressaltar a questão aspiracional. O brasileiro é praticamente um “applemaniaco”. Uma pesquisa realizada pela revista CartaCapital, que ouviu 1.212 executivos do País, mostrou que a marca Apple é a mais admirada no País.

Anatel homologaIphone 5

Avenida Brasil

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J u s t i ç a

A Caixa Econômica Federal está colocando por terra o em-poeirado princípio adotado pela maioria das empresas e órgãos públicos, de recorrer sempre em qualquer ação. Desde março, a instituição reduziu em 80% o número de recursos em que é re-corrente no Superior Tribunal de Justiça (STJ) – eram 4.201 recur-sos. Com a desistência de diversos casos e a adoção de critérios que barram os recursos protelatórios, a Caixa tem atualmente apenas 836 recursos no Tribunal.

Os números contemplam a meta traçada pelo “Projeto Desistência” da Caixa, e foram apresentados ao presidente do STJ, ministro Felix Fischer, pelo presidente da instituição finan-ceira, Jorge Hereda. O programa é a coroação de um esforço de redução do número de recursos que vem sendo feito pela Caixa desde 2004, quando a empresa era recorrente em mais de 16 mil processos no STJ.

O ministro Felix Fischer elo-giou a iniciativa e afirmou que ela contribui para a efetividade da prestação jurisdicional. “O traba-lho realizado é um exemplo a ser seguido pelas demais instituições que figuram entre os grandes liti-gantes no Tribunal”, sugeriu o pre-sidente do STJ.

Racionalizar

Historicamente, a Caixa es-teve entre os maiores litigantes do STJ e chegou a ocupar a primeira colocação em vários momentos. “É a primeira vez que comemo-ramos sair do primeiro lugar”, observou o presidente da Caixa. Jorge Hereda avalia que a polí-tica adotada vem dando certo e por isso será mantida. “Temos de liberar os nossos advogados para questões mais relevantes e vamos continuar contribuindo para ra-cionalizar o trabalho do Tribunal também”, ressaltou.

A estratégia adotada pela Caixa é recorrer em processos efetivamente importantes para a empresa, desde que haja possibi-lidade de alteração do resultado, e deixar de recorrer em processos cujo valor seja baixo ou em ques-tões já pacificadas pela jurispru-dência do STJ. Quem explica é o diretor jurídico da Caixa, Jailton Zanon da Silveira: “Não faz sen-

tido insistirmos num recurso em que sabemos que não teremos êxito. Então, antecipamos e desis-timos do processo.”

Silveira conta que a meta do “Projeto Desistência” era ter me-nos de mil recursos no STJ, o que foi alcançado este mês. O núme-ro ainda deve baixar mais quando houver definição, por parte do Su-premo Tribunal Federal, da ques-tão sobre os expurgos inflacioná-rios em cadernetas de poupança.

O “Projeto Desistência” tem reflexos nas instâncias de origem. De acordo com Silveira, a empre-sa mudou o tratamento de ações nas instâncias inferiores: para um recur-so subir para o STJ, ele será neces-sariamente apreciado pela diretoria jurídica da empresa. “O recurso não será feito apenas pelos advoga-dos, mas será submetido à diretoria, que só autorizará o protocolo se ele estiver enquadrado nesse conceito de processo relevante ou questão que ainda não esteja pacificada na jurisprudência”, explicou. ■

de racionalidade jurídicaCAIXA dá exemplo

“Estamos buscando trazer apenas aquilo que é importante”

CNJ busca agenda

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J u s t i ç a

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) consolidará uma Agenda Legislativa do Judiciário a partir de novembro. O projeto é ambicioso: reunir, em um úni-co documento, as principais rei-vindicações institucionais dos tribunais brasileiros. A Agenda Legislativa do Judiciário servirá ao CNJ na negociação de me-lhorias para a Justiça.

O processo de identificação das maiores demandas da Justi-ça brasileira começou em junho, quando a Comissão Permanente de Articulação Federativa e Par-lamentar do CNJ iniciou consulta às Cortes brasileiras para apurar quais projetos de lei os tribunais haviam enviado ao Poder Legis-lativo – tanto no plano estadual como no federal.

O presidente da Comissão, conselheiro Bruno Dantas, ga-rante que a agenda será cons-truída coletivamente, em audi-

ências públicas regionais que se iniciarão já no mês de novem-bro. Ele informou que a Comis-são pretende consolidar todos os projetos recebidos e remeter o documento aos coordenado-res regionais responsáveis pela organização das conferências.

Segundo Bruno Dantas, a criação das coordenações re-gionais foi uma ideia muito feliz aprovada por unanimidade pelos conselheiros que integram a Co-missão e acolhida prontamente pelo presidente Ayres Britto. “Par-timos da compreensão de que existem, Brasil afora, juízes com grande potencial para nos auxiliar, tanto no trabalho de identificação de projetos de lei relevantes para a Justiça, quanto na facilitação do diálogo com os tribunais”, ressal-ta o conselheiro.

Concluída a etapa da con-sulta, o CNJ vai conciliar os projetos de lei enviados pelos

tribunais com o planejamento estratégico e as metas fixadas pelo Conselho e estabelecerá uma agenda prioritária para o Judiciário. “Vamos convidar os presidentes dos tribunais, as entidades de classe, tanto de magistrados como de servido-res, a Ordem dos Advogados do Brasil, a Defensoria Públi-ca e o Ministério Público para que possamos, coletivamente, identificar quais são os projetos prioritários da Justiça”, ressalta Bruno Dantas.

O calendário e os locais das audiências públicas ain-da não estão definidos, mas a proposta do conselheiro é que a reunião da Região Sul seja re-alizada em Porto Alegre; a do Nordeste, em Fortaleza; a da Região Norte, em Manaus; a do Centro-Oeste, em Brasília; e a reunião do Sudeste no Rio de Janeiro ou em São Paulo. ■

legislativa para o JudiciárioCNJ busca agenda

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Tu r i s m o

Os Transatlânticosestão chegando

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A temporada 2012/2013 de cruzeiros na costa brasileira começa em novembro e deve se estender até maio, com a vinda de 15 transatlânticos e a oferta de mais de 250 roteiros de viagens. Entre as novidades, destaque para algumas embarcações de grande porte que vêm pela primeira vez ao país: MSC Fantasia, Costa Fas-cinosa e Costa Favolosa. Os três são os maiores da temporada.

Outra novidade da tempora-da é a realização de cruzeiros mais longos, de sete noites a bordo. Nas últimas estações, era mais frequen-te a ocorrência de minicruzeiros,

de três a cinco noites. As compa-nhias de navegação perceberam que o brasileiro já está habituado às viagens de navio e aumentaram a duração média dos cruzeiros para satisfazer a demanda local.

Há opções de todos os gos-tos e gastos, desde os tradicionais transatlânticos Splendour of the Seas, MSC Orchestra, Grand Ho-liday, Costa Fortuna e Pullman-tur Empress, até o inédito MSC Magnífi ca, que faz sua primeira temporada no Brasil em 2012. O MSC Fantasia, que fi ca no Brasil até março de 2013, fará roteiros rumo ao Nordeste e minicruzei-

ros, com visitas a Búzios, Ilha Grande/Angra dos Reis e Salvador.

O Costa Favolosa é a princi-pal aposta da Costa Cruzeiros, que contará com saídas de Salvador, na tentativa de atrair o público do Nordeste. Novinho em folha, o Costa Fascinosa, inaugurado em maio, tem decoração inspira-da em grandes fi lmes e casas de espetáculo. O Prata All'Italiana, cruzeiro que chega à 13ª edição, deve atrair os amantes da cultura e gastronomia da Itália.

A temporada 2012/2013 será menor do que em outros anos. Segundo a Associação Bra-

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Tu r i s m o

estão chegando

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sileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar), apenas 15 navios rea-lizarão viagens com embarque e desembarque no litoral do país até abril do ano que vem. Na estação 2011/2012, que durou sete meses, 17 transatlânticos percorreram o território nacional.

Com o corte de dois navios, o número de passageiros também cai. A Abremar calcula que, nesta temporada, cerca de 762 mil pes-soas devem embarcar em cruzei-ros no Brasil (em 2011/2012, fo-ram mais de 805 mil embarques).

Destino

Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, continua sendo um dos destinos turísticos mais procura-dos do Brasil. A ilha já está pronta para receber os milhares de visi-tantes dos cruzeiros que fazem es-cala na cidade nesta temporada. Segundo a secretaria municipal de

Turismo, até a primeira quinzena de abril os navios farão 131 para-das na ilha, sendo que o primeiro transatlântico aportará no dia 14 de novembro.

Na temporada passada (2011-2012), segundo a secretaria, 259 mil turistas conheceram a cidade em escalas de transatlânticos. Para esta temporada, a previsão é de que o número salte para mais de 348 mil turistas - um crescimento de 34,25%.

Entretanto, o boom de tu-ristas traz a preocupação com o impacto ambiental - 78% do

arquipélago de Ilhabela é con-siderado Parque Estadual, uma reserva de Mata Atlântica. “A orientação é que o turista pro-cure consumir o mínimo possí-vel de produtos e tente produzir pouco lixo”, comenta o biólogo Walter Barrella, professor de Ci-ências do Ambiente da Pontifícia Universidade Católica (PUC). “Também é interessante que esse turista faça uma visita monitora-da para conhecer a natureza da ilha. Com consciência, ele passa a preservar”. ■

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Um paraíso com nome de santo e com um adjetivo que já dá ideia do lugar. Assim é São Miguel do Gostoso, distante 110 quilôme-tros de Natal, capital do Rio Gran-de do Norte. Surgida a partir de pequena vila de pescadores, logo se transformou em cidade e nos úl-timos anos se tornou um dos prin-cipais destinos turísticos do estado.

Em um cenário onde se desta-cam as praias, como Ponta do Santo Cristo , Cardeiro, Xêpa e Maceió, São Miguel do Gostoso cresceu e atualmente oferta hotéis, pou-sadas, restaurantes, bares, lojas e serviços. Além disso, há opções de passeios a praias vizinhas.

Mas nem só passeio e des-canso são opções em São Miguel do Gostoso. O local é point de esportistas que praticam wind-surf e kitesurf. Para quem está a procura do sol, a época vai de setembro a abril. Entre maio e agosto é o período para quem procura tranquilidade e praias desertas na baixa estação.

Com tantos atrativos, o po-tencial do investimento imobili-ário em São Miguel do Gostoso tem aumentado de tal forma que vem atraindo o interesse, inclu-sive, de estrangeiros interessados em instalar residência ou empre-endimentos na cidade.

A fama da cidade, que fica na chamada “esquina do continente”, já ganhou as páginas dos principais jornais e portais, além da tela das emissoras de televisão do Brasil, que noticiaram as belezas naturais e po-tenciais de São Miguel do Gostoso.

Mesmo com tanta fama con-quistada, as autoridades da cidade e do estado têm trabalhado para impedir que haja uma exploração descontrolada das belezas natu-rais do local. Trabalhos são de-senvolvidos como forma de apro-veitar da melhor maneira todo o potencial existente em São Miguel do Gostoso sem prejudicar a natu-reza que circunda toda a cidade. ■

Destaque no turismo potiguar

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A Fiocruz (Fundação Oswal-do Cruz) é muito mais que pro-dução de fármacos e vacinas, pesquisas e assistência em saú-de. A melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento social da população brasileira também fazem parte das suas ações. Des-de a década de 60, a Fundação implementa programas e projetos sociais no entorno do seu campus, compromisso que foi instituciona-lizado em 2003 com a criação de uma assessoria específi ca de Co-operação Social.

Através de suas unidades, a Fundação articula, amplia e apoia projetos de pesquisa com ações e intervenções em territórios vul-neráveis social e ambientalmente. Também estimula novas ações em saúde pública, além de propor es-tratégias colaborativas com outras instituições das esferas governa-mentais, organismos internacio-nais, associações privadas e da sociedade civil.

Também promove encontros e debates para defi nição de agen-das que atendam novas demandas e prioridades e acompanha a con-juntura política, principalmente junto aos ministérios e órgãos do Governo Federal que atuam em colaboração com o Ministério da Saúde, em busca de sinergismos em ações promotoras de saúde.

Projetos

Ciência, tecnologia e inovação são pressu-postos dos programas e projetos sociais da Fundação Oswaldo Cruz com ênfase no desenvolvimento da Tecnologia Social. Suas atividades produzem técnicas, processos e me-todologias para serem apro-priadas pelos grupos sócio-comunitários numa perspectiva transformadora que estimulam processos educativos voltados para formulação e implementação de políticas públicas promotoras de saúde e para a gestão participativa e estratégica para o SUS.

A inserção da pessoa surda no mercado de trabalho é um dos vários projetos desenvolvi-dos pela Fundação.Trata-se de um projeto social permanente, destinado a pessoas surdas e com objetivos voltados para a educa-ção para o trabalho, treinamento e qualifi cação profi ssional.

Alinhado aos fundamentos e diretrizes do Programa Nacional de Ações Afi rmativas, a iniciati-va conta com um plano de ação social voltado às relações de tra-balho, sistematizando ações de acolhimento, treinamento e pro-

fi ssionalização do aprendiz ou as-sistido surdo.

A Fiocruz também mantém uma estrutura para a coleta e re-ciclagem do óleo de cozinha resi-dual no território de Jacarepaguá para estimular a conscientização ambiental nas comunidades locais e promove alternativas de inclusão no trabalho.

A Feira do Talento, um em-preendimento de economia soli-dária promovido pela Fundação, presta assessoria direta a grupos de artesãos visando a qualifi cação dos indivíduos por meio de atividades de formação sócio educativa, capa-citações, ofi cinas, cursos de gestão de empreendimentos e estímulo à produ-ção e comercialização coletivas. ■

S o c i a l

Fiocruz, vacinas e ações sociais

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RANGEL CAVALCANTE [email protected]

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O advogado Hilário Gaspar, que também fazia suas incursões pelo jornalismo na velha “Gazeta de Notícias” do Ceará, era dono de uma memória prodigiosa. No Tribunal do Júri, fazia a defesa de um réu acusado de homicídio e em dado momento, exibindo o exemplar do dia da “Gazeta”, disse: - Senhores jurados, este jornal de hoje traz um longo artigo que em muito poderá ajudar na sustentação da tese de le-gitima defesa que estou defendendo aqui. Nem começou a leitura e veio o protesto do promotor, o dr. Lourival Correia Pinho: - Meritíssimo, esse artigo não pode ser lido porque a lei exige que os documentos que se pretende ler no plenário do júri têm que ser anexados aos autos pelo menos três dias antes do julgamento. Mesmo diante do argumento do advogado de que se o jornal saíra naquela manhã não poderia tê-lo juntado ao processo três dias antes, o juiz proibiu a leitura. Mas Hilário contornou o problema: - Está bem, meritíssimo, não lerei o artigo. Mas a lei não proíbe que eu recite todo o seu texto. E diante de juiz, promotor e júri surpresos, recitou de cabo a rabo, sem errar uma palavra, o tal artigo que havia decorado.

O senador Virgílio Távora viajava do Rio de Janeiro para Brasília. Ao seu lado, no avião, sentou-se o can-tor Aguinaldo Timóteo, que acabara de ser eleito deputado federal . Durante a viagem, VT, como Virgílio era chamado pelos amigos, lia o jornal, indiferente ao vizinho de poltrona. Timóteo logo começou a puxar conversa. Falava pelos cotovelos, enquanto o senador limitava-se a ouvir, visivelmente aborrecido. Foram 75 minutos de tortura e perdigotos. O cantor elogiava o senador, rendia-lhe a maior vassalagem, recebendo em troca lacônicas e monossilábicas respostas. Quando o avião se preparava para pousar em Brasília, Virgílio apressou-se em pegar a pasta e tratar de desembarcar. Mas não pôde evitar um assédio fi nal do cantor-deputado: -Meu senador, eu sou um deputado novo, estreante, e não tenho nenhuma experiência política. Por favor, dê-me um conselho para que eu possa ser um parlamentar efi ciente. Revirando os olhos, Virgílio Távora encerrou o papo: -Doutorzinho, se você quer mesmo a minha opinião, continue cantando. Pois para dizer besteira já tem gente demais aqui em Brasília.

Conselho

De memória

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CaSOS & CaUSOS

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Maurício Sá de Ferrante era Procurador-Geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná e recebeu da direção-geral a missão de implantar um sistema de radares para monitorar o tráfego de veículos nas estradas estaduais e multar os motoristas que ultrapassassem os limites de velocid-ade máxima permitidos em cada via. Passou a sofrer o assédio diário de dezenas de pessoas, principalmente políticos e amigos, que, com a maior cara de pau, vinham pedir-lhe o cancel-amento das multas recebidas. Até que um dia arran-jou um meio de se livrar rapidamente dos oportunistas. Foi quando o seu irmão mais novo, Luiz Antonio, foi multado e apa-receu no gabinete com a intimação na mão, pedindo ao mano que desse um jeitinho para não pagar. Sá Ferrante aproveitou a ocasião. Deu dinheiro para o irmão pagar a multa e trazer-lhe o comprovante da quitação. Tão pronto recebeu o documento, colocou-o numa moldura em cima da mesa do gabinete. E, daí por diante, a cada pedido de dispensa, mostrava o recibo no quadro: - Olha, a lei aqui é para todos. Veja que eu não abro nem para o meu irmão... Em pouco tempo já ninguém aparecia para pedir perdão de multas.

O nosso colunista e agora escritor Neno, do Diário do Nordeste, nos lembra de uma entrevista concedida pelo famoso repórter Ham-ilton Ribeiro a um principiante do jornalismo no Rio de Janeiro. O Hamilton perdeu uma perna ao pisar e fazer explodir uma mina, quando fazia a cobertura da guerra do Vietnam, o que nunca o im-pediu de continuar no exercício da a profi ssão com toda a inten-sidade e brilhantismo. A certa altura da entrevista, o jovem “foca”, entusiasmado pelos relatos do trabalho do correspondente de guerra nos campos de batalha, perguntou: - Então, Hamilton, e você não acha difícil fazer jornalismo com uma perna só? - Não, meu amigo. Difícil seria se eu tivesse quatro.

Meio dia, época de férias, o aeroporto de Brasília estava lota-do de gente querendo viajar e en-frentando fi las e atrasos nos vôos. Na sala de embarque do andar in-ferior, de repente uma confusão. Uma senhora, carregada de baga-gem de mão, gritava desesperada, chamando pela fi lha, recusando-se a entrar no ônibus que levaria os passageiros de um vôo para o Nordeste até o avião, estacionado distante por falta de vagas no ter-minal para encostar. - Minha fi lha disse que comprou a passagem para eu viajar de avião e não de ônibus. E de ônibus eu não vou! – repetia aos prantos a viajante de primeira viagem. De ônibus eu não vou! - gritava. A situação só se resolveu com um atraso de meia hora no vôo, depois que o jornalista Wilson Ibi-apina e o deputado Mauro Ben-evides, que estavam entre os pas-sageiros, conseguiram convencer a desesperada senhora de que aquele ônibus não ia para Fortale-za, mas apenas levaria todos os passageiros até o avião, no qual realmente viajariam.

Dê ônibus, Quatro

O exemplo

Não! pernas

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M o t o r e s

Esta edição da Estados & Municípios traz uma novidade. O espaço destinado a automóveis ficou mais abrangente com o título Motores. Agora vamos tratar de todos os tipos de veículos, que vão deste moto-cicletas até barcos, tratores e caminhões, claro, sem deixar de falar dos automóveis. Sabemos que o leitor, principalmente o administrador público, precisa estar informado sobre as novidades nesta área. Afinal, quem administra não precisa só de carros, mas de todos os tipos de veículos

Desembarcam no Brasil, ainda no primeiro trimestre de 2013, duas novas versões do Ford Fusion.: a Titanium 2.0 GTDI FWD e a SE 2.5 Flex. Com grade frontal semelhante ao es-portivo da britânica Aston Martin, lanternas traseiras com luzes de led, ro-das de liga leve de 18 polegadas, traz também o novo motor EcoBoost, com 240 cavalos de potência e 34,7 kgfm de torque. No quesito segurança são oito airbags, sistema de alerta de mudança de faixa, piloto automático com alerta de colisão e suporte de frenagem emergencial e retrovisores com capacidade de detecção de pontos cegos.

Fusion

Um ônibus pequeno, ágil, seguro e apropriado para o transporte de passageiros nos centros urba-nos, é o que garante a Marcopolo, tradicional fabri-cante de carrocerias. O fabricante garante ainda o máximo de conforto para os passageiros e facili-dade para o motorista. Ele pode ter o comprimento máximo de 8.290 mm.

Senior Urbano A canadense BRP, especializada na fabricação de triciclos e quadriciclos, promete lançar no Bra-sil, ainda no começo de 2013, a nova versão de seu triciclo Can-Am Spyder, ST. O modelo conta com motor bicilíndrico de 998 cilindradas com 100 cavalos de potência máxima. O veículo ofe-rece as opções de câmbios manual e automática,

ambas com a marcha ré, e traz ainda traz sistema de

estabilidade, que conta com controle de tra-ção, controle de esta-

bilidade e freios ABS, sistema de navega-ção e piloto

automático

BRP- Spyder ST

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M o t o r e s

A Ford garante um caminhão versátil, robusto e ágil, pronto para o trabalho na cidade ou na estrada, e que oferece excelente relação custo-benefício. O veículo é equipado com motor ISB 4.5 l, e traz a tecnologia SCR, de tratamento de gases. O C-l e é equipado com acelerador eletrônico, sistema de di-agnóstico de falhas, controle eletrônico de velocid-ade e sistema de proteção ativa do motor.

Lancha esportiva, com 54 pés de comprimentos e capacidade para 16 pessoas, bom uso no aproveita-mento do espaço, A máster tem banheiro segmen-tado, cabine de casal e cabine versátil, com duas camas de solteiro, que podem ser convertidas numa cama de casal. A Bellagio 54 é equipada com dois motores Cummins de 600 HP. Ambas devem ser produzidas no Brasil a partir de 2013.

Bellagio 54

Cargo 816

A Yamaha trouxe para Brasil a série especial Racing Blue, versões da Fazer 250, Factor YBR 125 e Crypton, que fazem parte de uma edição especial, limitada a 6.700 unidades, somando os três modelos. A nova série, inspirada em motos de competição, é baseada nas motos YZF-M1, utilizadas no Mundial de MotoGP pelos pilotos Jorge Lorenzo e Ben Spies. A linha Racing Blue é produzida em Manaus e chega ao mercado nas primeiras sema-nas de novembro.

Yamaha Racing Blue

A montadora chinesa Changan trouxe como destaque para o Salão de São Paulo o Mini Benni. Com motor 1.0 a gasolina, que gera 69 cavalos de potência, o “car-rinho” tem 3,52 m de comprimento, 1,57m de largura, e 1,49 m de altura e promete agradar principalmente aos amantes de compactos fáceis de estacionar.

Mini Benni

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82 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

Tadayuki [email protected] art igo

*Tadayuki Yoshimura, engenheiro, é presidente da ABLP (Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública).

As eleições municipais de 2012 tiveram ínfimo número de incidentes. Isso evidencia que, a cada pleito, nossa jovem demo-cracia está avançando. Seria melhor ainda sem a atitude pouco cívica da maioria dos cabos eleitorais e nume-rosos eleitores, que poluíram os dias maiores do civismo, no primeiro e no segundo turno, sujando as ci-dades com milhões de “santinhos”, bottons, cartazes e outros materiais de campanha largados nas ruas e praças, além de saquinhos de papel e plástico, restos de comida e resídu-os de diversos tipos.

Com certeza, uma atitude contraditória aos discursos de muitos candidatos a prefeito e a vereador, que defendem o meio ambiente com ênfase e eloquên-cia. De fato, em todo o Brasil, os partidos com propostas voltadas à melhoria do ambiente urbano, que promovem a qualidade da vida, saíram vitoriosos nas urnas. Segundo levantamento divulgado na segunda-feira pós-eleições, al-gumas legendas que seguem essa linha dobraram o número de ve-readores eleitos. Em alguns casos, nomes conhecidos pela militância em prol da responsabilidade socio-ambiental obtiveram votações ex-pressivas e figuraram na liderança dos votos em suas cidades.

O fato demonstra que o elei-tor está cada vez mais preocupa-do com o bem-estar no meio em que vive, em especial nas grandes cidades, onde a disputa pelo es-paço urbano é intensa e desigual. Infelizmente, a conduta prática de numerosas pessoas tirou a legiti-midade do discurso, pois o con-tradisse. Lamentavelmente, como ocorreu na cidade de São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o volume de resíduos nas ruas no primeiro turno foi superior ao de eleições anteriores. Isso demons-tra um sério descompasso entre os anseios e o comportamento da própria população e cabos eleito-rais, pelos quais, em última instân-

cia, candidatos e partidos são os responsáveis.

Com um imenso contin-gente de trabalhadores, agen-tes ambientais e centenas de equipamentos,muitos deles com tecnologia de ponta, como as varredeiras mecânicas, o traba-lho das empresas responsáveis pela limpeza urbana na capital paulista foi intenso. No entanto, o fato de muita gente sujar exigiu turnos extras ao planejado ini-cialmente. Para se ter uma ideia, o volume de resíduos retirados das ruas, somente na operação extraordinária montada no do-mingo de eleições, foi três vezes maior do que a média diária.

A grande maioria dos bra-sileiros já percebeu que o voto livre, consciente e soberano me-lhora o País, aprimorando e valo-rizando a democracia. Agora, é preciso consolidar-se a consciên-cia de que, muito além do discur-so e da ação do poder público, o conceito de Cidade Limpa começa com a atitude cidadã de não sujar, contribuindo para que o ambiente urbano seja um dos pressupostos da qualidade da vida!

Democracia é melhor

com a cidade limpa

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