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ALAGOAS RECEBERÁ R$ 356,6 MILHÕES ESTE ANO COM NOVA LEI DOS ROYALTIES P/13 xtr e R$ 2,00 RELATÓRIO: A CADA TRÊS DIAS UMA MULHER É ASSASSINADA EM ALAGOAS P/ 16 www.novoextra.com.br MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIV - Nº 710- 08 A 14 DE MARÇO DE 2013 a EX-PREFEITOS CRIMINOSOS SERÃO JULGADOS PELA JUSTIÇA COMUM P/8 CONSELHEIROS EXIGEM R$ 5 MILHÕES EM PROPINA PELA VENDA DE IMÓVEIS DO PRESIDENTE DILMA VIRÁ DIA 12 A ALAGOAS INAUGURAR 65 KM DO CANAL DO SERTÃO P/10 CASA DO POBRE EM UNIÃO FAZ FESTA PARA OS 100 ANOS DE CACAU P/30 LESSA: É DIFÍCIL UNIR A OPOSIÇÃO PARA ENFRENTAR TÉO VILELA EM 2014 P/7

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08 a 14 de março de 2013

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Page 1: Edição 710

ALAGOAS RECEBERÁ R$ 356,6 MILHÕES

ESTE ANO COM NOVA LEI DOS ROYALTIES

P/13

xtreR$

2,00

RELATÓRIO: A CADA TRÊSDIAS UMA MULHER É

ASSASSINADA EM ALAGOAS P/ 16

www.novoextra.com.brMACEIÓ - ALAGOAS ANO XIV - Nº 710- 08 A 14 DE MARÇO DE 2013a

EX-PREFEITOS CRIMINOSOS SERÃO JULGADOS PELA

JUSTIÇA COMUM P/8

CONSELHEIROS EXIGEM R$ 5 MILHÕES EM PROPINA

PELA VENDA DE IMÓVEIS DO

PRESIDENTE DILMA VIRÁ DIA 12 A ALAGOAS INAUGURAR 65 KM DO CANAL DO SERTÃO P/10

CASA DO POBRE EM UNIÃO FAZ FESTA PARA OS 100 ANOS DE CACAU P/30

LESSA: É DIFÍCIL UNIR A OPOSIÇÃO PARA ENFRENTAR

TÉO VILELA EM 2014 P/7

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Isso é Brasil! Preso em penitenciária cumpre 1/3 em média da sentença aplica-da. Beneficência foi levantada pelo julgamento de Bruno, ex-go-leiro do Flamengo. Teve foco especial o alheamento de deputados e senadores para o projeto propondo atualização e fortalecimento do Código Penal. Sobraram estilhaços de indignação pelo “abusivo noticiário policial”.

CulturaChama atenção na Assembléia Legislativa não constar na bibliote-ca, instalada há anos, um livro sequer. A sala, que antes era fecha-da, agora é aberta no expediente mas é usada para serviços alheios a cultura. No orçamento consta uma disponibilidade de recursos para o setor de R$ 1 milhão.

Dentro da lei, mas...

1 De acordo com o presidente do Tribunal de Justiça, desem-bargador José Carlos Malta Marques, o pagamento realizado

para juízes e desembargadores — inclusive aposentados — de um auxílio-moradia devido há alguns anos está dentro da lei. “Não há qualquer irregularidade”, afirmou o desembargador.

2 Os pagamentos teriam sido autorizados pelo STF há muito anos, para vários estados da federação. “O Tribunal de Alagoas

não é o único que fez esses pagamentos”, ressalta Malta Marques. Ainda segundo o desembargador, o valor sempre é pago ao fim do ano com os recursos que sobraram do duodécimo.

3 O pagamento pode até legal, mas não é dos mais corretos. Em um Poder que há anos deve a realização de concursos públicos e

correção de salários de seus servidores, não é justo que os magis-trados recebam sempre benefícios e vantagens vigorosos.

4 Além disso, há anos esses pagamentos são realizados com a justificativa de que se trata de uma antiga dívida de auxílio-mo-

radia. É impossível não se questionar até quando os magistrados serão beneficiados. É preciso, o quanto antes, cessar essas regalias.

RevisãoA propósito, é preciso que a Diretoria Financeira do TJ/AL revise o pagamento efetuado aos magistrados. Até agora, quatro magistra-dos afirmaram ao Extra, categoricamente, que receberam menos do que os valores divulgados através do Portal da Transparência. Falaram, inclusive, que iriam requisitar o restante da verba.

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COLUNASURURU Jornalismo é oposição. O resto é armazém de

secos e molhados (Millor Fernandes)

O desembargador Paulo Barros da Silva Lima pode ser o novo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O magistrado alagoano integra a lista dos 54 candidatos que

disputam a vaga aberta na Corte com a aposentadoria do minis-tro Massami Uyed.Juiz de carreira, ele foi eleito desembargador em junho de 2012, pelo critério de antiguidade. Paulo Lima atua no Poder Judiciário alagoano há 33 anos.Se eleito, o desembargador não será o único alagoano no STJ, que já tem o ministro Humberto Martins em seus quadros. Na quar-ta-feira (13), o pleno da Corte se reúne para elaborar uma lista tríplice que será encaminhada para a presidente Dilma Rousseff.

Alagoano no STJ?

DA REDAÇÃO

“Doou o cartão, mas não doou a senha. Aí não

vale. Depois, vai pedir o milagre pra Deus e Deus

não vai dar”

PASTOR MARCO FELICIANO Deputado do PSC eleito para a

presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara

Visita ilustre?José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e um dos condenados do Mensalão, esteve em Maceió nesta semana. Ele participou de um evento em comemoração aos 33 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores. Na ocasião, se disse “vítima de um julgamento de exceção, político, num período eleitoral”.

Companheiro

1 O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) também esteve presente na festa do PT. Alvo de inúmero processos judiciais por seus oito

anos de governo, Lessa se solidarizou o ministro condenado por comandar e articular o Mensalão. Chegou a falar sobre a existência de uma “Ditadura da Toga”.

2 “Somos solidários ao José Dirceu porque entendemos que ocorre no país uma judicialização da política. Manobra que tem

o objetivo de acuar os representantes do PT em um golpe judicial que vem criminalizando a política. Estamos vivendo a Ditadura da Toga em pleno estado de direito”, disse Lessa.

Fora do paísAliás, José Dirceu pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ir ao enterro do presidente Hugo Chávez, na Vene-zuela. O ex-ministro está proibido de deixar o país desde que foi condenado no processo do Mensalão.

Levantar custosA mesa diretora da Câmara Municipal de Maceió não deve se precaver para fugir de vexame em 2017? No caso, agilização para mudança de prédio, pois o da Praça Deodoro, se já não acomo-da 21 vereadores como ficará com 32? Hoje a maioria dos gabinetes é longe demais do local de traba-lho e ocupa imóveis arrendados.

Ponto de tráficoNa Jatiúca, imediações da Rua Santa Sofia, moradores estão preocupados com o avanço do tráfico de drogas nas redondezas, viciando e aliciando menores. Ação policial na área é rotina, prisões acontecem, contudo, não surtem efeito positivo. Maioria de drogados e “avião” é menor. Portanto intocáveis.

Nova surpresaO Planalto propõe para anunciar dia Primeiro de Maio, Dia do Trabalhador, nova medida com impacto positivo na população. Se trata de uma desoneração total dos impostos incidentes sobre os produtos da sexta básica. Tucanos contra- argumentam iniciativa como medida eleitoreira. Algo a ver com as eleições de 2014, em especial a presidencial, que tem Dilma candidata a reeleição.

Paulo Coelho“As pessoas gostam de modéstia e a modéstia é a maior arrogância do ser humano, uma demonstra-ção de superioridade.” Frase é do escritor Paulo Coelho, divulgada pela Revista Istoé número 2251 e foi tema recente de debate em roda de profissionais liberais.

RoyaltiesOs vetos da presidente Dilma Rousseff à Lei que redistribuiu os royalties do petróleo foram derrubados pelo Congresso. As mudanças no critério do paga-mento devem injetar milhões de reais em em vários municípios de Alagoas

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extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MARÇO DE 2013 - 3

[email protected] Siga-me: @jorgearapiraca

Freio de arrumaçãoMaceió - Sem estardalhaço, o Rui vai organizando a casa.

Primeiro, as finanças, uma zona. Tenta encolher a folha de pa-gamento apenas eliminando os fantasmas que, como formigas, corroíam boa parte do dinheiro da prefeitura. Para se ter uma ideia, 108 pessoas tinham acesso ilimitado a folha de pagamento. Ou seja: manipulavam como queriam os salários dos serv-idores públicos efetivos e comissionados, uma desordem que só mostra a irresponsabilidade com o dinheiro público da antiga administração. A farra era tão grande que um dos funcionários, responsável pelo pagamento, exigiu a recondução ao cargo como condição para entregar a senha que gerava a folha de pagamen-to.

Com as finanças organizadas, Rui vai tentar uma coisa que até pouco tempo era impossível imaginar: acabar com a cor-rupção dentro dos vários órgãos da prefeitura, praga que se alas-tra desde a administração dos socialistas Ronaldo Lessa e Kátia Born. Imagine você que a prefeitura deve reforçar o caixa com pelo menos 20%, dinheiro proveniente da corrupção que virou uma prática na administração do Cícero Almeida. Aplicado na educação e nos programas sociais, essa fortuna certamente vai tirar do atoleiro da miséria milhares de moradores pobres da periferia de Maceió.

A situação da prefeitura ainda é calamitosa. Os vários órgãos não se entendem entre si. O de iluminação, por exemplo, entreg-ue a uma empresa privada, nunca participou de uma reunião com representantes da administração municipal. Decidia a bel prazer como e de que forma iria trabalhar na manutenção da iluminação pública. Bairros da periferia vivem as escuras porque deixaram de ser prioridade na planilha da empresa, levando pânico à população com os assaltos, estupros e roubos. Agora decidiu-se por uma escala de prioridade para iluminar esses bairros ainda às escuras, o que já vem ocorrendo.

A Câmara dos Vereadores tenta se adaptar aos novos tempos. Os orçamentos fictícios devem acabar porque a prefeitura não vai se responsabilizar por pagamentos por baixo dos panos. A ordem é que todos – Legislativo, Executivo e Judiciário - serão responsabilizados perante a à lei por qualquer deslize cometido por um de seus representantes. Parece que os vereadores enten-deram o recado.

Outro freio de arrumação do novo prefeito é quanto a descen-tralização dos órgão da prefeitura. A administração está fazendo um levantamento – que nunca foi feito – para saber quanto se gasta pelos vários imóveis alugados espalhados pela cidade. São contratos que interessam a principalmente a quem faz por causa da comissão que recebe dos proprietários. É uma vergonha que o município até hoje não tenha uma sede para o prefeito despachar. Trata-se de uma prefeitura cigana. A construção de uma nova sede que centralize todos os órgão da administração certamente vai trazer economia aos cofres do município e acabar com a mamata dos alugueis que irriga a corrupção.

É assim, organizando a casa e criando no servidor público uma nova mentalidade de gestão, que o Rui vai tentar por em ordem a bagunça que encontrou na prefeitura. Hoje, se uma au-toridade monetária chegar a Maceió para discutir um assunto de interesse do município, não tem aonde sentar e nem mesmo lo-

HabilidadeO senador Benedito de Lira vem demonstrando muita habilidade política. Depois de ganhar a eleição de senador como o mais votado, ele agora assume a Comissão de Agricultura, uma das mais importantes do Senado Federal. Está se preparando para voar mais alto ainda.

MoralidadeÉ bem verdade que esses acertos de moralidade e de gestão pública não leva o nome do prefeito à mídia que influencia o povo, mas a prefeitura está fazendo o dever de casa fechando buraco, recuperando as escolas abandonadas, iluminando as ruas, consertando as calçadas e tentando coordenar o trânsito, um caos. Paralelamente se debruça sobre os grandes projetos para dar uma nova cara a Maceió, desfigurada por várias administrações incompetentes e corruptas.

SalgadinhoUm desses projetos, promessa de várias outras adminis-trações, é o do Salgadinho. Junto com o governo do estado, a prefeitura, agora aliada, vai tocar a despoluição do riacho e urbanizar o Vale do Reginaldo, uma obra que se arrasta há muito tempo e que já até provocou cenas hilárias, quando a então prefeita Kátia Born, vestida com um maiô que lhe deixou a mostra o corpinho remodelado, jogou-se de uma jangada na merda do riacho para se reeleger prefeita. En-ganou o povo, que a levou de volta a prefeitura.

Não escapaSe escapar da Justiça de Alagoas, o ex-prefeito Cícero Almei-da não escapa das auditorias do Tribunal de Contas da União nem da CGU para onde foram os relatórios que apontam centenas de irregularidades na sua administração, princi-palmente o desvio de dinheiro público. Estão em Maceió, técnicos desses dois órgão que têm prazo para apresentar os relatórios que apontam as mazelas do ex-prefeito.

AcertoAo decidir pela quebra do sigi-lo bancário do ex-prefeito Cícero Almeida a Justiça alagoana acertou. É através das contas bancárias do ex-prefeito que as autoridades vão encontrar o dinheiro do suborno das empresas de lixo. Aliás, não é novi-dade porque até Almeida, em uma de suas entrevistas, já confessou que existem (ou existiam) mais de 5 mil-hões de reais na sua conta, dinheiro de sobra de campanha. ConfissãoAo confessar a existência dessa bolada, Almeida tenta responder apenas por crime eleitoral porque esse dinheiro não poderia ir para sua conta pes-soal. Recurso arrecadado legalmente para campanha é destinado a uma conta específica indicada pelo TRE. O saque só pode ser feito por uma pessoa autorizada mediante cheque e nota fiscal. No caso de Almeida, o dinheiro na sua conta é fruto mesmo de suborno.

CirurgiaCícero Almeida foi diagnosticado com um caroço na cabeça, próximo a orelha esquerda. Aconselhado pelos médicos a uma cirurgia, ele continua resistindo. Este colunista deseja boa sorte ao ex-prefeito no tratamento da sua saúde.

Na cabeçaPesquisas mostram Heloisa Helena em primeiro lugar na eleição para o Senado, muito próximo do segundo colocado.

BastidoresO sonho dos tucanos é ter o Renan Filho como candidato a governador se o pai não for candidato.

NonôNinguém vai demover, Nonô de se candidatar a governador. Se o Téo deixar o governo para tentar a eleição de senador, Nonô, no cargo de governador, vai brigar pela reeleição. Experiência, competência e capaci-dade administrativa são atributos que ele tem de sobra.

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4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MARÇO DE 2013

O governo do Estado iniciou o ano de 2013 fazendo muita zoada com o anúncio da instalação de empresas e construções de hotéis que nos ajudariam a pleitear ser sub-sede da Copa do

Mundo, mas parece que esqueceu de fazer o dever de casa. Ou seja, está perdendo a cada dia que passa o controle de sua base política de susten-tação, principalmente na Assembleia Legislativa.

Nos últimos dias ficou bastante claro e evidente que Téo Vilela já não conta com aquele apoio dos deputados governistas. Apenas Joãozinho Pereira saiu em sua defesa, assim mesmo com alguns dias de atraso, com as notícias de que ele teria comparado esmola com o Bolsa Família. Sua bancada de sustentação deixou a oposição deitar e rolar com críticas contundentes e mostrando sua repulsa pelo que teria dito o governador.

Além dos deputados nenhum dos secretários defendeu o discurso de Téo Vilela. Nem mesmo o secretário do Gabinete Civil que sempre foi muito ligado a ele. Dá-se a impressão de que o governador perdeu to-talmente o controle da situação e vai encontrar sérias dificuldades para tocar os projetos que prometeu para Alagoas e sua população.

Ou o governador refaz rapidamente o apoio junto aos deputados e conscientiza aos seus auxiliares que agora é um por todos e todos por um, ou vai amargar derrotas sucessivas e críticas que com certeza irão descambar até para o campo pessoal.

Ninguém sabe qual é a insatisfação que gira em torno da bancada na Assembleia Legislativa, mas se tem certeza de que alguma coisa está acontecendo nos bastidores e que até agora não chegou a público.

A indicação maior de que o governador está sozinho nesta batalha, é que sua defesa está sendo feita por ele mesmo através do twiter nas redes sociais. Parece mesmo que um ano antes de deixar o mandato para se candidatar ao Senado, Vilela foi abandonado pela maioria dos seus auxiliares e pelos deputados de sua bancada que com certeza não estão bem sintonizados com ele.

Téo perde terreno na base aliada

[email protected]

GABRIELMOUSINHO

Almeida deixa o PSDO ex-prefeito Cícero Almeida já se desfiliou do PSD e agora está procurando um novo Partido, que poderá ser um dos três que está em formação em nível nacional. O desligamento de Almeida aconteceu na sexta-feira passada, quando o documento foi dado entrada no Tribunal Regional Eleitoral. Inicialmente se falava que Almeida iria para o PMDB do senador Renan Calheiros, mas depois as notícias chegavam de que ele estaria para ingressar num novo Partido para participar de uma grande coligação nas eleições de 2014.

Nilton assume PSDO empresário Nilton Lins, várias vezes vereador por Maceió e Tesourei-ro eleito do Partido, assumiu a presidência do Diretório Municipal na terça-feira, ao ser convocado pelo presidente regional, deputado João Lyra. O vereador Zé Márcio, secretário-geral do PSD continua na mes-ma função e a composição de outros cargos será feita até a próxima segu

ExageroO PSDB invadiu os lares semana passada para dizer que foi o Partido junto com a presidente Dilma Rousseff que viabilizou os primeiros 65 quilômetros do Canal do Sertão. Assim também é demais.

Dupla insatisfeitaNão perguntem ao deputado federal Alexandre To-ledo e a João Caldas (foto) sobre novas composições políticas com o tucano Teotônio Vilela. As relações de ambos com o governador não andam nada boas.

SalvaçãoOs municípios com menos de 50 mil habitantes devem rezar pela aprovação do projeto do Senador Benedito de Lira, que retira a imposição da Lei de Responsabilidade para que possam receber trans-ferências federais. Os municípios estão quebrados, revela o Senador. O relator da matéria, Vital do Rêgo, já se manifestou favorável ao Projeto de Lei.

Valha-me DeusSe o sertanejo for esperar por todas as promessas que recebeu na semana passada, corre o risco de morrer de fome e de sede. Deve procurar alternati-va. E logo, enquanto é tempo.

A milNem bem o governador Téo Vilela terminou a entrevista na Rádio Jovem Pan, na semana passada direto de Santana do Ipanema, assessores do sena-dor Fernando Collor já pediam a gravação da fita. No dia seguinte o pau cantou.

AdiouA presidente Dilma Rousseff só deve vir a Alagoas inaugurar os 65 quilômetros do Canal do Sertão na terça-feira, dia 12, em função da morte de Hugo Chávez. Toda a logística foi modificada em função do adiamento da viagem da presidente.

Contornando O deputado estadual Luis Dantas tem se esforçado bastante para mudar o conceito de Olavo Calheiros com relação ao governador Teotônio Vilela. Mas parece que vai ser em vão. A conversa azeda quando falam no nome do governador perto de Olavo.

Heloísa na paradaA vereadora Heloísa Helena confirmou que será mesmo candidato ao Senado nas eleições do próxi-mo ano. Agora, são três os candidatos: Téo Vilela, Fernando Collor e Heloísa Helena. Como o governa-dor tem levado a maior pancada nos últimos meses, com certeza vai dividir com Heloísa a investida de Collor.

FalênciaO tempo esquentou na Assembleia Legislativa no início da semana numa discussão entre o deputa-do Antônio Albuquerque e o presidente Fernando Toledo. Discutiram se a Assembleia estava falida ou não. Até a Operação Taturana foi comentada durante a sessão. A Assembléia pode não estar falida, mas desacreditada está há muito tempo.

Reforço de pesoO senador Fernando Collor que corre a mil por hora fazendo campanha com vistas às eleições do próxi-mo ano vai ganhar dois apoios de peso em defesa de sua candidatura no próximo ano. A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula já assumi-ram o compromisso de vir ao Estado apoiar Collor. Afinal de contas, o senador do PTB tem sido um dos maiores defensores do governo do PT.

Mobilidade urbanaO superintendente da CBTU, Marcelo Aguiar e o prefeito Rui Palmeira, se reuniram na terça-feira para traçar planos e fazer projetos com vistas à mobilidade urbana de Maceió. Com a experiência em VLT, a CBTU pode ser um grande parceiro do município e do governo do Estado neste mega pro-jeto. Inicialmente a CBTU pretende levar o VLT até o Shopping Maceió, cujo projeto está sendo acompa-nhado por técnicos da empresa.

Em altaOs deputados federais Arthur Lira, líder da bancada do PP na Câmara e Renan Filho, do PMDB, são dois dos deputados federais que mais redutos políticos têm em Alagoas. Pelas contas de observadores, os dois fecham com mais de 50% dos municípios.

Novos candidatosQuem trabalha dia e noite para tentar uma vaga de deputado federal é Antônio Albuquerque, além de Luciano Barbosa, ex-prefeito de Arapiraca, Márcio Beltrão, que substituiria o tio Joaquim Beltrão e Pedro Vilela, que teria o total apoio dos Palácio dos Martírios e da prefeitura de Maceió.

DesarrumadaO senador Fernando Collor em poucos dias deu um abalo no governo. Criticou a lentidão do Estado na ajuda aos sertanejos, bateu na segurança pública e reuniu-se com o Sindicato dos Médicos para avaliar o quadro de desprezo que vem sendo dado pela administração pública à categoria. Na próxima semana tem mais.

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extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MARÇO DE 2013 - 5

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Steet Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

DIRETORCarlos Augusto MoreiraEDITORFernando Araújo

CONSELHO EDITORIALLuiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo LisboaSERVIÇOS JURÍDICOSVieira & Gonzalez

ARTEFábio Alberto - 9351.9882REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA3317.7245 - 9982.0322

FAX - 3317.7248IMPRESSO - Jornal do CommercioE-mail: [email protected]

EDITORIAL OPINIÃO

Pergunte a qualquer cidadão alagoano o que ele acha do Legislativo Estadual e certamente lhe faltarão adjetivos depre-

ciativos para qualificar esse poder, cuja degra-dação moral vem de algumas décadas atrás. Ano após ano, elegemos uma Assembleia Legis-lativa cada vez mais perversa que a anterior, sem qualquer compromisso com a moralidade pública. E pior; não há sinais de que tal situação seja revertida. Ao menos em curto prazo.

Com raríssimas exceções – como exige a regra - os chamados representantes do povo estão mais preocupados com seus próprios interesses, seus negócios escusos. E o povo? Ah, o povo que se dane, diria alguns desses depu-tados que gastam milhões de reais na compra do mandato. Acreditam e com certa razão, que o eleitor que vende o voto não tem o direito de cobrar moralidade desses parlamentares.

A geração nascida nos anos 1940 é teste-munha do respeito a que os nossos deputados se impunham naquela época quando o voto era sagrado, não negociado na bacia das almas. Bem diferente dos dias atuais, com um poder legislativo moralmente falido e uma assembléia de deputados transformada em um grande

balcão de negócios, quase sempre ilícitos.Em tais circunstâncias, falar que falta

credibilidade ao poder legislativo é quase um elogio e tanto, tamanhas são as iniqüidades e malfeitorias atribuídas à maioria de seus membros.

Para agravo da situação, vale registrar que essa decadência moral que atingiu o legisla-tivo estadual também se instalou nos demais poderes constituídos, com ênfase no judiciá-rio. É a falência de nossas elites em todos os setores da vida econômica e social. Lamenta-velmente.

Mas o mundo mudou, o Brasil está mu-dando e Alagoas não pode ficar nesse estado de completa anomia. E como sempre existe uma luz no túnel, o próprio poder acendeu a luz amarela de sua indigência moral. Coube ao deputado Antônio Albuquerque reconhe-ceu publicamente a falência da Assembleia Estadual e conclamar seus pares a lutar pelo resgate moral do legislativo.

Difícil é acreditar que o grito de alerta de Albuquerque convença os demais deputados de que é preciso tirar o legislativo estadual do mar de lama em que afundou.

Falência do Legislativo

Quando os vícios justificam os meiosCLÁUDIO VIEIRA (Advogado e escritor membro da Academia Maceioense de Letras)

Deveria ser uma indaga-

ção, para a qual só haveria uma resposta categó-rica: NUNCA! Mas aí eu não

estaria com os pés no chão, atilado à realidade costumeira, especialmente entre os nossos políticos. Quem já não ouviu justificativas insanas como TODOS FAZEM ISSO; ISSO É COISA NORMAL; FIZ, MAS FULANO TAMBÉM FAZ, OU JÁ FEZ, dentre outras? Sem o saberem, os usuários de explica-ções tão inventivas revelam-se adeptos do Cinismo, doutrina criada por Antístenes de Atenas e Diógenes de Sinopse (este, aquele mesmo que procurava um homem honesto pelas ruas de Atenas), filósofos gregos que pregavam o retorno do homem à vida conforme a natureza, e por assim ser, sem as peias de regras, sejam elas morais, éticas, de Direito, etc.

A propósito de que os comentários insertos em pa-rágrafo tão extenso, quando não deveria sê-lo (longo) por inicial da crônica que é? Bem, a extensão deveu-se à veleidade de inserir, mesmo ao sacrifício do estilo, um pouco de filosofia em texto tão mundano. Assim explicado, tornemos ao assunto em pauta, respondendo à última pergunta.

Desde imediatamente antes do início do julgamento do chamado “mensalão”, pelo STF, cansamos de ouvir e ler, seja dos réus ou dos seus acólitos, justificativas relativas à paterni-

dade de tal compra de cons-ciências: não é o Lula, nem o Dirceu, nem o PT, o pai da es-púria política; essa paternidade é plúrima, e deve ser atribuída ao Fernando Henrique Cardo-so, ao PSDB, ao PFL e - por que não? - ao ínclito PMDB.

O TEMPORA, O MORES, repetiria o romano Cícero, certamente perquirindo – e invectivando, pois esse foi seu estilo - sobre a importância de tal paternidade desairosa como revelação da inocência dos “mensaleiros” posteriores. E, como sempre, teria razão na sua retórica, porquanto sejam os pais ou os irmãos, ou os tios, enfim, os adeptos de tal rebento – o “mensalão” – são todos aves de rapina. Claro que na toada não se pode – e portanto, não se deve – genera-lizar, incluir todo um partido, todos os políticos. Há homens decentes em todas as nossas agremiações políticas, pessoas realmente sinceras nos pro-pósitos, dedicadas à defesa da sociedade. Infelizmente essas pessoas, por distorcido dever de lealdade, calam-se ou, com sacrifício da sua própria dig-nidade, arriscam-se na defesa daquelas outras menos dignas. Como distingui-las, separando o joio do trigo? A tarefa é um pouco árdua, mas só um pouco. Comecemos por ver as alianças moralmente impensáveis, mas corriqueira na práxis política. Também o comportamento eleitoreiro daqueles que só lembram do povo quando da aproximação de eleições; ou que se arvoram de defensores dos interesses da sociedade quando se sentem eleitoralmen-te frágeis.

Serão esses alguns dos bons caminhos, penso eu.

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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MARÇO DE 2013

CASO DIEGO FLORÊNCIO

VICTOR [email protected]

Um crime bárbaro cometi-do há mais de cinco anos continua impune e nem há

previsão para julgamento. Trata-se do assassinato do estudante Diego Florêncio, morto a tiros em julho de 2007 em uma lanchonete no centro de Palmeira dos Índios. Três jovens de classe média alta são acusados de participação no homicídio – entre eles está Toninho Garrote, filho da ex-prefeita Ângela Garrote.

Os supostos assassinos são Paulo José Teixeira Leite, Juliano Balbino e Antônio Garrote. Todos têm e com boas condições financeiras. Paulo José é conhecido como Paulinho do Cartório – ele é proprietário de um cartório em Palmeira dos Índios e também atuava em outro em Estrela de Alagoas. Antônio Garrote, o Toni-nho Garrote, é filho da ex-prefeita de Estrela de Alagoas, Ângela Garrote, e irmão do atual prefeito, foragido, Arlindo Garrote. Juliano, por sua vez, sempre esteve entre os “notáveis” do município.

De acordo com a investigação, os três articularam o assassinato de Die-go Florêncio, estudante universitário. A denúncia é de homicídio qualifica-do: o jovem foi morto por motivo fú-til e sem qualquer chance de defesa. O caso é noticiado pelo Extra desde 2008, poucos meses após o crime. Os acusados passaram alguns meses foragidos, foram presos, mas depois conseguiram uma liminar para res-ponder pelo crime em liberdade. De lá para cá, três delegados e três pro-

motores passaram pelo comando das investigações.

Após cinco anos e oito meses, todas as provas para levar os acusa-dos à cadeia já foram coletadas pela polícia e pelo Ministério Público. Os advogados dos réus também já têm suas testemunhas e a tese da defesa pronta. No entanto, o processo con-tinua parado no Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJ/AL) aguar-dando apenas que uma data seja marcada para o júri popular.

O problema é que, apesar do tem-po transcorrido desde o crime, não há previsão para que o julgamento aconteça. A defesa dos acusados in-gressou com uma série de ações no Judiciário para impedir a realização do Tribunal do Júri. No fim do ano passado, o Superior Tribunal de Jus-tiça (STJ) negou o último recurso possível para a defesa. Eles alegavam que não havia provas suficientes para que fossem pronunciados como réus.

Para a ministra Marilza Maynard, relatora do recurso, a decisão do TJ/AL em mandar os acusados para o júri popular foi correta. A magistrada ainda destacou trecho da sentença: “Não é necessária, para a pronúncia, que exista circunstância impositiva de certeza. Tão somente é reclamada a presença de indícios no processo que formem juízo de admissibilida-de. E estes existem nos autos”.

A decisão da Corte de Justiça foi publicada em dezembro do ano pas-sado e transitou julgada no dia 8 de fevereiro. Não há possibilidade de novos recursos. Agora basta que o Judiciário alagoano marque a reali-zação do Tribunal do Júri.

Crime aconteceu em 2007 e suspeitos já perderam todos os recursos na Justiça; entre os acusados está Antônio Garrote, filho da ex-prefeita Ângela Garrote

Assassinato de universitário está há cinco anos sem julgamento

A mãe de Diego, a professora Leonei-de Florêncio, encabeça a luta pelo julgamento dos acusados de matar

seu filho. Ela já foi ameaçada e teve até que sair de Palmeira dos Índios. Seu único temor é que o assassinato do filho passe em branco. Emocionada, a professora diz que precisa “da Justiça para ficar em paz”.

“Eu perdi minha casa, perdi minha saúde, perdi minha paz. Mas nunca perdi a esperan-ça e a força de lutar”, declara Leoneide. Como os acusados do crime são influentes na cidade, ela chegou a ser aconselhada a deixa o município. Aceitou o conselho e se afastou de Palmeira dos Índios.

A professora tem certeza de quem são os assassinos de seu filho e segue confiante na Justiça. “Como mãe, eu só quero que a justiça seja feita. Eu não quero deixar que isso fique impune. Eu acredito na Justiça e preciso des-sa Justiça para ficar em paz”, afirma.

Leoneide já não tem mais o que fazer. Seus advogados trabalham como assistentes da acusação. Agora esperam apenas que o

Poder Judiciário defina uma data para o julgamento dos réus.

ASSASSINATODiego Florêncio estava concluindo o

curso de Análise de Sistema do Cesmac, prestes a pegar seu diploma. Em 23 de julho de 2007 – poucos dias antes da cerimônia de Colação de Grau – ele saía de uma lanchone-te com um amigo quando foi surpreendido por Paulinho do Cartório, Toninho Garrote e Juliano Balbino. Os três deflagraram mais de 20 tiros contra o universitário.

O motivo do crime: uma discussão em um jogo de futebol. Após um bate-boca com Diego meses antes durante uma pelada entre amigos, Paulinho do Cartório teria come-çado a ameaçar o estudante. As ameaças se converteram no plano macabro.

O corpo do jovem, já sem vida, foi levado ao Hospital de Palmeira. Lá, quem estava de plantão era o médico Ricardo José Florêncio, pai de Diego. Chocado com a brutalidade – todos os tiros foram em regiões vitais –, ele nunca falou sobre o crime.

Mãe da vítima pede julgamento para “ficar em paz”

Acompanhada de seu outro filho, mãe de Diego Florêncio pede realização de Tribunal do Júri

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ELEIÇÕES 2014

Ex-governador admite que poucos deputados enfrentam governador; atacado por Collor, Vilela anuncia Canal do Sertão, com Dilma

Lessa: união da oposição contra Vilela é cada vez mais difícil

Lessa fala da dificuldade da oposição em Alagoas ter um discurso único para o governo em 2014

ODILON RIOSRepórter

É cada vez mais difícil a união entre as oposições para defi-nir uma candidatura própria

ao Governo em 2014 e com ações de enfrentamento ao Governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB), re-conheceu o ex-governador Ronal-do Lessa (PDT). Segundo Lessa, o problema está na Assembleia Le-gislativa.

“Nossos deputados não têm esta característica e falo dos par-lamentares do PDT. Eu soube que o Sérgio [Toledo, do PDT] fez um discurso de oposição sobre a vio-lência em Alagoas”, disse Lessa, re-conhecendo, como integrantes da oposição, além dos deputados Jud-son Cabral e Ronaldo Medeiros, do PT, Olavo Calheiros (PMDB) e Isnaldo Bulhões (PDT).

“Se todos nós trabalhássemos em sintonia, o efeito seria muito melhor”, disse Lessa.

As declarações foram dadas na quarta-feira (6), quando o ex-mi-nistro da Casa Civil, José Dirceu, visitou Alagoas para uma palestra sobre os 10 anos do PT à frente da Presidência da República. Dir-ceu faz um périplo pelo Nordeste, aproveitando para se defender do processo do mensalão. Ele foi con-denado a dez anos e dez meses de prisão.

E aproveitou para fazer aquilo que o PT condenou, mas teve de silenciar: um elogio rasgado ao go-vernador, o único tucano a prestar solidariedade ao presidente Lula, no processo do mensalão.

“Eu, particularmente, sou de-vedor do governador Teotonio Vilela, sempre foi muito solidário

comigo, muito correto comigo, sempre me recebeu aqui em Ala-goas. Estamos em partidos dife-rentes, temos muitos pontos de vista diferentes, mas eu não posso deixar de reconhecer que o gover-nador é uma pessoa que sempre me estendeu a mão nos momen-tos que eu mais precisei”, disse.

ELEIÇÕESA dificuldade da oposição ter

um discurso único foi assunto abordado por Lessa, ao ser ques-tionado por repórteres, horas depois dos governistas, na As-sembleia, reagirem aos ataques do senador Fernando Collor (PTB), que é candidato em 2014 ao Sena-do Federal e enfrenta Vilela, nas urnas.

Pressionados pelo Governo, os deputados da situação defenderam Vilela, ao falar das obras do Canal do Sertão, dos índices de violência, do endividamento do Estado.

Enquanto isso, Collor, em Bra-sília, atacava Vilela em discurso. Lembrava da violência contra as mulheres.

“Somente nos primeiros 25 dias de janeiro deste ano, nossa capital contabilizou 74 ocorrências graves contra as mulheres. Mesmo assim, os núcleos de atendimento que deveriam ter sido implanta-dos, não o foram. Quando visitou uma das delegacias de Maceió, a senadora Ana Rita, relatora da CPMI, encontrou-a fechada por causa da crônica falta de efetivo policial, carimbo indelével desses dois mandatos do governador Te-otonio Vilela, que já se notabilizou por utilizar, a passos de cágado, a caneta outorgada pelo povo. Aliás, nesse governo é tudo sem pressa. É preciso que o governador se mexa

e não falte com seu dever”, disse Collor, elevando o tom do discurso contra o chefe do Palácio República dos Palmares.

Antes, durante a semana, agiu de forma teatral ao chorar, em en-trevista a uma rádio, reclamando das declarações do governador so-bre o programa Bolsa Família, cha-mado de “esmola” por Vilela, adjeti-vo negado pelo presidente estadual do PSDB, Claudionor Araújo.

E apostando que a disputa vai destroçar os dois caciques, a vere-adora Heloísa Helena (PSOL) ataca os dois projetos. Chama Collor de “cínico”; e o governador de “fraco”. A vereadora aposta na visibilidade, via Câmara de Vereadores, com os debates sobre o duodécimo da Casa e os discursos sobre a saúde para turbinar a pré-campanha.

E na mesma capital federal, Vilela conseguiu R$ 146,7 mi-lhões da presidente Dilma Rous-seff para obras de saneamento de

“Estamos em partidos diferentes, temos muitos pontos de vista diferen-tes, mas eu não posso deixar de reconhecer que o governador é uma pessoa que sempre me estendeu a mão nos momentos que eu mais precisei”

JOSÉ DIRCEUex-ministro da Casa Civil

Maceió. Os recursos serão inves-tidos na adutora Catolé-Cardoso e em obras de esgotamento sa-nitário do Benedito Bentes e na continuação do esgotamento da Baixa Maceió para reduzir a con-taminação da Lagoa Mundaú.

Os programas fazem par-te do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, que vai destinar R$ 33 bilhões para obras de pavimentação, mobili-dade urbana e saneamento.

“A credibilidade dos nossos projetos, a condução das obras com eficácia tem nos aberto cada vez mais espaço para que essa parceria se intensifique”, disse Vilela, uma indireta a Collor. A presidente está com viagem marcada a Alagoas para a próxima terça-feira. Ela vem inaugurar 65 quilômetros do Canal do Sertão, obra disputada por Collor e Vilela, mas iniciada por Geraldo Bulhões.

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JUSTIÇA TARDIA

ODILON RIOSRepórter

A passagem deles pelos municípios não deixa saudades, mas os ras-tros dos seus crimes começam

a ser definidos pelo Tribunal de Justiça. Como perderam o foro privilegiado, ex-prefeitos vão para as barras da Justiça Comum, onde serão julgados por crimes surpreendentes porque, na administração pública, mostravam-se exemplos de mo-ralidade.

A ex-prefeita de Matriz de Cama-ragibe, Doda Cavalcante (PMDB), por exemplo, é uma das criminosas. Inquérito policial contra ela mostra que Doda esta-va em seu carro, em alta velocidade, no bairro de Pescaria, no dia 11 de outubro de 2011. Neste dia, a turista Lilian Levi Leitão estava com o marido, conhecendo as belezas naturais de Alagoas. Foi quan-do o carro de Doda provocou o acidente. Lilian morreu.

Sem o foro por prerrogativa de fun-ção, Doda teve o inquérito transferido para a Comarca de Matriz de Camaragi-be. Ela foi acusada de homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal. A ex-prefeita de Matriz é secretária de Educação na cidade vizinha: São Luiz do Quitunde.

O marido de Doda é o ex-prefeito de São Luiz do Quitunde, Cícero Cavalcante de Araújo, o Ciço das Cachorras (PMDB). Ele também teve inquérito policial contra ele transferido para a comarca de São Luiz do Quitunde. O processo se encontra em segredo de Justiça, mas trata-se de uma agressão, comprovada por exame de cor-po de delito, contra o vereador Roberto Cícero Lins dos Santos, o Robertinho, na sede da Prefeitura de Matriz.

A defesa de Ciço alega que o ex-pre-feito apenas reagiu a agressões verbais do

vereador. Em fevereiro deste ano, Cíço das Ca-

chorras teve de parcelar uma dívida por irregularidades na aplicação dos recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), repassados a Matriz- quando ele era prefeito- entre 2002 e 2006.

O ex-prefeito de Campo Grande, Ar-naldo Higino Lessa, também perdeu a imunidade no cargo e vai responder por crime de homicídio. O inquérito policial foi encaminhado para a primeira instân-cia.

Higino se livrou da ação penal por furto de água de povoados para abastecer a sua fazenda. Na ação, ele admitiu o fur-to, mas disse ter instalado um hidrômetro e pago todos os débitos existentes com a Casal.

Em fevereiro deste ano, o desembarga-dor do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Luciano Guimarães Mata, arquivou in-quérito policial, contra Arnaldo Higino, por ele ter apresentado, no registro de candidatura, declarações de escolaridade contendo datas de conclusão divergentes, sugerindo uma tentativa de fraude. Se-gundo o diretor da escola, houve erro na confecção do documento.

Outros ex-prefeitos também tiveram seus processos transferidos para a Justi-ça de 1º grau: Reginaldo José de Andrade (Barra de São Miguel) e Cássio Alexandre Reis de Amorim Utinga (Colônia de Le-opoldina).

Cássio Alexandre é réu em três ações civis de improbidade administrativa e em uma ação penal. E já foi denunciado pelo Ministério Público em outros dois proces-sos.

Reginaldo Andrade é réu em duas ações penais. E Arnaldo Higino é réu em ação penal por crime contra a vida, furto qualificado e em duas ações civis de im-probidade administrativa.

Entre eles está Doda Cavalcante e o marido, Ciço das Cachorras; ela matou no trânsito e ele deu surra em vereador

Ex-prefeitos criminosos serão julgados pela justiça comum

Cícero Cavalcante é acusado de agredir um vereador de São Luiz

Doda Cavalcante é acusada de atropelar e matar turista em 2011

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ATÉ QUE ENFIM

ELIANE AQUINO [email protected]

Vai de Delmiro Gouveia até Arapiraca, uma estru-tura de concreto que per-

corre 260km, com doze bombas, fazendo tomada de água do Lago Moxotó, na divisa com o Estado da Bahia. Toda complexidade do projeto Canal Adutor do Sertão Alagoano tem o objetivo de ofe-recer condições para o convívio com os períodos prolongados de estiagem - a seca. A inauguração da segunda etapa Canal, do km 45 ao km 65, será na próxima semana, dia 12, e vai contar com a presença da presidenta Dilma Rousseff.

Considerada a maior obra hídrica do Nordeste, o Canal do Sertão vai beneficiar mais de um milhão de sertanejos - irrigando terras para agricultura, levando água para consumo humano, para piscicultura e para o gado. O Canal também vai abastecer as adutoras, atendendo a 19 municí-pios. Para os especialistas, a obra vai modificar o quadro socioeco-nômico do Sertão, especialmente para o pequeno e médio produ-tor.

O diretor da Cohidro, res-ponsável pelo projeto, Wellin-gton Lou, assegura que a obra vai dar soluções definitivas para o problema que alastrou a vida do sertanejo durante décadas. “Sem a obra, as soluções seriam sempre paliativas. O sertanejo continuaria sofrendo o flagelo da seca - que destrói a economia, a sociedade e a esperança de mais de um milhão de pessoas que precisam de água”, destaca Lou.

O governador Teotonio Vilela Filho disse que os recursos viabi-lizados junto ao governo Federal

se deve a persistência de uma luta que se deu quando ainda fazia parte do Senado Federal. O pro-jeto defendido pelo chefe do exe-cutivo alagoano ganhou forças na gestão do presidente Lula. “O go-verno Federal confiou no projeto que apresentamos, compreendeu os benefícios da obra e a necessi-dade dela no Sertão. Mostramos a nossa realidade e conquistamos

a confiança que nos permitiu a viabilização dos recursos”, frisou. Enquanto senador, Vilela fez mais de 30 pronunciamentos em defesa do Canal do Sertão para evitar sua desativação. “Fui defensor desse projeto, tenho muito orgulho; a seca não se combate, precisamos de meios para que o sertanejo conviva dignamente com esse fe-nômeno natural”, defendeu. “O

Governador Teotonio e presidente Dilma inauguram a obra no próximo dia 12

Canal do Sertão leva esperança de dias melhores no semiárido

Governador Teotonio Vilela inaugura no próximo dia 12 trecho do Canal do Sertão que beneficiará mais de um milhão de sertanejos

Canal já é o segundo rio de Alago-as, só perde para o Rio São Fran-cisco; são 30 metros cúbicos por segundo”, reforçou o governador.

Embora não tenha aconteci-do a inauguração oficial, o Canal já está em pleno funcionamento. As bombas foram acionadas na primeira quinzena de fevereiro e encheu até o km 65. O Gover-no do Estado já faz uso da água para algumas ações emergenciais de combate à seca, a exemplo do abastecimento de carros-pipa, que reforçou a distribuição de água nos municípios de Delmiro Gouveia, Água Branca, Inhapi, Canapi, Mata Grande, Pariconha e Olho d´Água Do Casado. Pelo menos 26 mil hectares de terra serão irrigados pelo Canal. No úl-timo dia 28, o governador visitou

o primeiro perímetro de irrigação com seis hectares, onde o agricul-tor Cícero José, 67 anos, já cultiva capim para o pasto, palma, milho e sorgo.

O Canal também já atende ao agricultor Manoel Bezerra, 75 anos. Ele contou que teve seu gado estava reduzido desde 1998 e, gradativamente, a cessão da co-lheita de feijão, milho e palma. O agricultor mantém uma família de seis pessoas com a sua pro-priedade. “Hoje temos 20 cabeças de gado e estamos começando a plantar palma; antes só conseguí-amos no inverno, agora podemos trabalhar o ano todo. Á água che-ga aqui pelas barragens e pelas fontes de minação”, contou Mano-el. “Estamos rico agora”, comemo-rou o agricultor.

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RAPINAGEM

JOÃO [email protected]

A briga interna entre os dirigen-tes do Clube de Regatas Brasil extrapolou o limite do diálogo,

das divergências políticas e foi parar nas páginas policiais da imprensa. Essa semana uma citação do presidente do Clube, o deputado Estadual Marcos Antônio de Oliveira Barbosa, chocou torcedores, executivos e familiares envolvidos na transação da venda do Estádio Severiano Gomes Filho e do Beer, ambos localizados no bairro da Pajuçara.

Marcos Barbosa desabafou: “Cin-co conselheiros querem ser donos do CRB e mandar em tudo. Eles dizem que são conselheiros e que gostam do CRB, mas querem receber uma co-missão de R$ 1 milhão com a venda do patrimônio.” O presidente do con-selho deliberativo do Clube, Enaldo Marques, que integra uma comissão com mais quatro conselheiro: Kenne-dy Calheiros, João Neto, Walmir Lins e Toroca, disse que Barbosa tem que apontar os nomes dos envolvidos no possível esquema.

Após as divergências, o conselho deliberativo emitiu uma nota afirman-do que a transação do Beer foi realiza-da de forma irregular, pois não tinha a autorização dos conselheiros. O caso gerou a revolta da família da herdeira da área do Beer, Emérita Perez. “Eles estão tentando burlar a lei e confun-dir a Justiça. Tudo foi feito dentro da legalidade e temos todas as documen-tações comprovando as negociações.”

O advogado da família dos pro-prietários do Beer, Pedro Jorge, salien-tou que o clube social nunca perten-ceu ao CRB. “O Clube era apenas o posseiro do Beer e não proprietário, já que o CRB nunca saldou os compro-missos com a família, além do paga-mento de IPTU e taxas de ocupação da marinha”, disse Pedro Jorge.

Gilberta Lopes, herdeira de Emé-rita Perez, garantiu que o presidente do CRB, Marcos Barbosa, agiu dentro do que manda a legalidade. “O CRB, através de Barbosa, chamou a família, a empresa e demos a autorização para que o negócio fosse fechado. Estão ten-tando melar o que já está acertado. Não sei qual o interesse dessa gente”, relatou Gilberta.

Marcos Barbosa revelou a tentativa de conselheiros surrupiarem dinheiro da venda dos patrimônios do Clube: “membros do conselho me deram dois documentos para eu assinar, porém um deles tinha um valor inferior ao valor correto da venda do estádio. Eles me deram dois documentos, um que tinha R$ 20 milhões e outro de R$ 16 milhões, mas eu assinei o certo.” Algumas infor-

Conselheiros do CRB querem propina pela venda de imóveis do clubeA briga interna entre o conselho deliberativo e presidência do Galo escancara esquema para subtrair dinheiro do CRB

mações dão conta que 1 milhão tam-bém teria sido exigido pela transação do Beer.

A reportagem do jornal Extra manteve contato com familiares que detém a propriedade do Beer e con-firmaram que uma assembleia extra-ordinária foi realizada em 6/6/2011 e que todos os conselheiros dão a au-torização para o presidente do CRB, Marcos Barbosa, promova por meios legais solucionar os problemas jurídi-cos com os donos da sede social. “A ata da assembleia desmente tudo que os conselheiros vêm falando. Vamos consultar nossa assessoria jurídicas e tomar as providências cabíveis sobre as insinuações que estão sendo colo-cadas em relação a transação feita so-bre o Beer”, finalizou Gilberta. Ata da assembleia confirma legalidade na transação do Beer do CRB

Barbosa é acusado por conselheiros, mas donos do Beer desmente

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POLÊMICA

POR EDUARDO MILITÃO E MARIO COELHOCONGRESSOEMFOCO

Deputados e senadores dos 25 estados não produto-res de petróleo têm R$ 8,6

bilhões em motivos para derrubar os 142 vetos da presidenta Dil-ma Rousseff ao projeto de lei dos royalties. Os parlamentares derru-baram todos os vetos da presiden-te Dilma Rousseff à nova Lei dos Royalties, que redistribui os tri-

butos pagos pela produção de pe-tróleo. O principal veto mantinha a previsão de receita para estados produtores - como Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo - ao im-pedir a aplicação imediata de uma fórmula mais igualitária de distri-buição para contratos em vigor.

De um lado, Rio de Janeiro e Espírito Santo, com perdas ime-diatas nos seus orçamentos. Do outro, Distrito Federal e 24 esta-dos terão considerável reforço de caixa. Cálculo do Congresso em

Quem ganha e quem perde com a queda dos vetos à lei dos royaltiesEstados não produtores devem receber quase R$ 9 bilhões a mais este ano em relação a 2011, enquanto Rio e Espírito Santo devem perder mais de R$ 2 bilhões.

Foco, com base em números dis-tribuídos na quarta-feira (6) pela Confederação Nacional de Mu-nicípios (CNM), indica que, ape-nas em 2013, quase R$ 9 bilhões engordarão o cofre de prefeituras e estados não produtores de petró-leo com a redistribuição igualitária dos royalties.

A receita com dividendos da exploração vai crescer 474% em média em relação ao valor pago em 2011, mas há estados, como o Ma-ranhão, em que essa taxa supera

os 1.000%. Do outro lado, a pers-pectiva é desoladora para o Rio e o Espírito Santo. Eles perderão R$ 2,1 bilhões, de acordo com núme-ros da CNM, ou seja, receberão 16% a menos do que há dois anos.

A balança aponta favoravel-mente para estados do Nordeste, mas não só para eles. Os estados que terão mais acréscimo de di-nheiro serão Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará e Maranhão (veja quadro ao lado). As prefei-turas e o governo baiano vão au-mentar a arrecadação do petróleo dos atuais R$ 200 milhões para R$ 1,02 bilhão, o terceiro maior posto no ranking da redivisão dos royalties. São Paulo está em sexto lugar no aumento de receitas, com acréscimo de R$ 499 milhões.

Proporcionalmente, os estados que terão mais impacto nas contas serão Amapá e Roraima, no extre-mo norte da Amazônia. Cada um deles terá repasse 18 vezes maior. No Amapá, a receita passa de R$ 10 milhões para R$ 186 milhões. Em Roraima, de pouco menos de R$ 8 milhões para R$ 138 milhões.

Apesar de todas as perdas, o Rio continuará a ser o maior be-neficiário de royalties, segundo os dados da CNM consolidados pelo Congresso em Foco. Em 2013, serão R$ 9,4 bilhões em repasses ante os R$ 11,3 bilhões de 2011. O Espírito Santo, outro perdedor de receitas, vai continuar na se-gunda posição, com R$ 1,8 bilhão. Em terceiro lugar, a Bahia, com R$ 1,02 bilhão.

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14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE FEVEREIRO DE 2013

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SERTÃO

A prefeita de Major Izido-ro, Santana Mariano, se reuniu na tarde da última

segunda-feira (04), com o gover-nador Teotonio Vilela Filho para tratar de assuntos relacionados ao município. O encontro acon-teceu no Palácio Zumbi dos Pal-mares e foi intermediado pelo deputado estadual, Luiz Dantas. Tambem estiveram presentes o vice governador Thomaz Nonô e o secretário de Articulação Polí-tica, Rogério Teófilo.

Santana Mariano, que co-nhece bem a realidade do mu-

nicípio, agora como prefeita pe-diu ajuda no sentido de minorar o sofrimento dos izidorenses, principalmente em relação a es-cassez de água na zona urbana e principalmente na zona rural, tanto por conta da falta de abas-tecimento da Casal e sobretudo com a estiagem na região.

Em relação a Casal, a pre-feita pediu ao governador que reformulasse a equipe que hoje atende ao município, para dá mais agilidade no atendimento a população. Na audiência, ela lembrou da urgência no recape-

Água e implantação do distrito industrial foram alguns dos pedidos formulados por Santana Mariano

Santana Mariano discuti com governador melhorias para o município

amento do trecho que liga Bata-lha a Major Isidoro, oficializado junto a secretaria de Infraestru-tura do Estado, mês passado.

Com objetivo de tirar as pessoas da ociosidade, gerando emprego e renda e dando me-lhor condição de vida, a gestora também conversou com o go-vernador sobre a implantação de um distrito industrial no município. Por fim, a prefeita solicitou a reforma da delegacia da cidade.

“Discuti com o governador pontos importantes para os mu-nicípio no sentido de melhorar o aspecto de vida da cidade e da população e aguardamos retor-no urgente e positivo em rela-ção aos nossos pedidos”, disse Santana Mariano.

Prefeita de Major Isidoro se reúne com governador e pede ajuda para munícipio

PÓLO INDUSTRIALNos próximos dias, a prefeita

de Major Izidoro, em companhia do deputado federal, Renan Fi-lho vai conhecer as instalações

do polo industrial de Murici, com objetivo de junto com a bancada federal conseguir re-cursos para criação de um espa-ço similar no município.

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RAIO X

JOÃO [email protected]

O estudo do professor uni-versitário Luis Flávio Sapori, coordenador do

Centro de Pesquisas de Segurança Pública da Pontifíca Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), que usa dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE), do Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada (Ipea) e das Nações Unidas aponta para o crescimento na taxa de homicí-dios da região Norte e Nordeste do Brasil. Alagoas está na lista como um dos Estados líderes em violên-cia e Maceió como a capital que mais se mata no Brasil.

Segundo o educador, cidades como Maceió, Recife, Salvador e Belém tem autos indicies de cri-minalidade. “Mesmo recebendo investimentos públicos na tentati-va de aumentar a inclusão social, esse municípios registram aumen-to expressivo da violência.”

Essa semana dados específi-cos sobre execuções de mulheres foram expostos pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil de Ala-goas (OAB/AL). Os números são alarmantes, segundo o presidente da Comissão da Ordem, Daniel Nunes Pereira. O balanço que foi realizado com base nos dados das Polícias Civil (PC) e Militar (PM), além de informações de jornais impressos, sites de noticias e Tvs apontaram para o assassinato de 164 mulheres em Alagoas, só em 2012.

De acordo informações repas-sadas pela Comissão, o número de mulheres executadas vem au-mentado ano após anos. “Em 2010 foram 119 homicídios contra mu-lheres, em 2011 o número pulou

para 161 e em 2012 alcançamos a marca de 164”, contou Daniel Nunes Pereira. Até o fechamento dessa edição do jornal Extra, 20 mulheres foram mortas no Estado em apenas 66 dias do ano, pratica-mente uma execução a cada três dias.

Das 164 mortes registradas em 2012, 110 foram praticadas por arma de fogo, 27 por faca, fa-cão e enxada, 12 por espancamen-to, seis por pedradas e pauladas, quatro vítimas de estrangulamen-to, uma teve a ossada encontrada, e quatro casos não foram infor-mados. Destes homicídios, 54 foram praticados na capital alago-ana e 105 no interior do Estado, três ficaram sem informações da localidade.

Quando o assunto é a divi-são das cidades mais violenta, o ranking fica assim: Maceió em primeiro lugar com 54 execuções, Rio Largo 13, Arapiraca 11 e San-tana do Ipanema 6. Considerando o número de habitantes e a quan-tidade de crimes, a cidade onde se mais mata mulheres em Alagoas é Rio Largo.

A estatística da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL relata os bairros mais violentos contra mulheres, em Maceió: Be-nedito Bentes com oito vítimas, seguido por Jacintinho, que tem o mesmo número, Cidade Uni-versitária com sete homicídios e por fim Tabuleiro com quatro registros.

Sobre a faixa etária das mu-lheres executadas, o maior índice é de maiores de 25 anos. Mais o relatório anual mostrou que qua-tro crianças do sexo feminino de 0 a 11 anos tiveram a vida ceifada e 16 adolescentes de 12 a 17 anos também foram alvos da brutal violência que assola todo Estado.

Relatório aponta crescimento da violência contra mulher Documento da Ordem dos Advogados do Brasil mostra que mais de 460 mulheres foram assassinadas em Alagoas; apenas nos últimos três anos

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL, Daniel Pereira, fala sobre a violência em AL

A advogada Paula Simony, in-tegrante da Comissão de Diretos Humanos, contou que muitos in-quéritos das mulheres vítimas de violência não foram solucionados e em alguns casos o crime cai no esquecimento. Paula alertou que esse tipo de violência acontece em todas as camadas sociais e pelos mais variados motivos.

QUESTÃO CULTURAL O presidente da Comissão de

Direitos Humanos da Ordem, Da-niel Nunes Pereira, afirmou que a violência em Alagoas está enraiza-da na cultura de várias gerações e esse problema deve ser combati-do. “Temos hoje juizados especiais para o crime cometido contra as mulheres, mas o problema é gene-ralizado. Vamos debater soluções para uma questão primordial em nosso Estado”, destacou.

Para Daniel a questão econô-mica, onde mais de 400 mil ala-goanos recebem a Bolsa Família, deve ter alguma relação com a violência, já que a pobreza está in-timamente ligada nesse quesito.

“Eu convido toda população alagoana para no próximo dia 25 de março debater o problema crô-nico da violência em Alagoas. Não estamos aqui na OAB para fazer política de denúncia, mas sim para

discutir as situações e posterior-mente tentar resolver ou mini-mizar as adversidades”, salientou Daniel Nunes Pereira.

MACEIÓ A CIDADE MAIS VIOLENTA DO BRASIL E TERCEIRA DO MUNDO Quando o quesito é violência;

Maceió só fica atrás das cidades San Pedro Sula, em Honduras, com uma taxa de 159 homicídios para cada 100 mil habitantes e a mexicana Ciudad Juárez, com a taxa de 148 mortes. A capital alagoana é a 3ª colocada num ranking elaborado pela organiza-ção não governamental mexicana Conselho Cidadão para a Segu-rança Pública e Justiça Penal. Se-

gundo o estudo, Maceió tem 135.26 assassinatos para cada 100 mil ha-bitantes.

Entre as cidades brasileiras, Ma-ceió é a primeira, seguida por Be-lém (78 homicídios a cada 100 mil habitantes), Vitória (67), Salvador (56), Manaus (51), São Luís (50), João Pessoa (48), Cuiabá (48), Reci-fe (48), Macapá (45), Fortaleza (43), Curitiba (38), Goiânia (37) e Belo Horizonte (34).

O estudo dos mexicanos levam em conta todos os municípios com mais de 300 mil habitantes e onde haja informação estatística sobre homicídios acessíveis pela internet. 14 das 50 cidades mais violentas do mundo estão localizadas no Brasil. Ao todo, 40 das 50 cidades são da América Latina.

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Relatório aponta crescimento da violência contra mulher

A subdivisão da violência no país traz mais um dado nega-

tivo em relação a Alagoas. O jornal O Globo apresentou na quarta-fei-ra, 6, o “Mapa da Violência 2013” que afirma que Alagoas é o estado brasileiro com a mais alta taxa de homicídios por arma de fogo. O Estado tem 55,3 mortes por 100 mil habitantes. Vale ressaltar que esses levantamentos são de crimes ocorridos até o ano de 2010, onde a taxa de homicídios era inferior a dos dias atuais.

A publicação nacional ainda conta os motivos dos crimes: “70% dos homicídios no país são come-tidos com armas de fogo. Uma ex-plicação seria a disseminação da cultura da violência. Muitos ho-micídios resultam dos chamados conflitos de proximidade. São de-sentendimentos em que uma das partes, ao invés de tentar eliminar o conflito, mata o oponente.”

“BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHER”O governo do Estado vai pro-

mover a partir de sexta-feira, 8, no Dia Internacional na Mulher uma série de atividades que visa o combate à violência contra mu-lher. A superintendente de Pro-moção de Políticas para as Mulhe-res, Solange Viégas, ressaltou que a Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Hu-manos (SEMCDH) será de gran-de importância para essas ações. “Nossa campanha para esse ano para o mês da mulher é “Basta de Violência Contra Mulher” em ra-

zão dos altos índices de violência em Alagoas, tanto em números de ocorrência quanto de homicídios”, comentou Viégas.

Secretários de Estado e a ban-cada feminina da Câmara de ve-readores de Maceió visitaram, na sexta, 8, às reeducandas do Presídio Feminino Santa Luzia para entregar a certificação de 70 presas que concluíram curso de capacitação.

O Conselho Estadual de De-fesa dos Direitos das Mulheres

(Cedim) apoia a realização pro-movendo caminhadas pelas ruas do centro comercial de Maceió. A iniciativa visa alertar a população para o enfrentamento à violência contra mulher em Alagoas.

As atividades foram iniciadas no começo de março e vão até o dia 28 desse mês. Palestras, semi-nários, campanhas educativas e show especial com cantoras alago-anas estão previstos para a conti-nuação das ações.

Alagoas é o estado com maior número de vítimas por arma de fogo

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MEIO AMBIENTE

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

A várzea de Marituba do Pei-xe recebeu este mês cerca de 200 mil peixes jovens de

espécies nativas da bacia do rio São Francisco durante peixamento rea-lizado pela Companhia de Desen-volvimento dos Vales do São Fran-cisco e do Parnaíba (Codevasf). Os peixamentos na várzea são re-alizados anualmente pela Codevasf há 22 anos como ação de repovoa-mento do chamado “Pantanal Ala-goano”, área de proteção ambiental - inserida entre os municípios de Penedo, Piaçabuçu e Feliz Deserto -, considerada um berçário de es-pécies nativas do rio São Francisco.

Os peixes jovens inseridos na várzea são das espécies pacamã, xira, piau, dourado, piaba e ma-trinxã. Todos os animais foram produzidos no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultu-ra de Itiúba, unidade da Codevasf localizada no município de Porto Real do Colégio (AL) e responsável, além da produção de alevinos, por realizar estudos e pesquisas cien-tíficas e tecnológicas para aplica-ção no Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

Também foram entregues a re-presentantes da Colônia de Pesca-dores Z-12 aproximadamente seis mil alevinos das espécies tilápia e tambaqui para distribuição entre piscicultores familiares associados à colônia que desenvolvem ativida-des piscícolas nas lagoas da várzea de Marituba do Peixe.

O peixamento foi realizado no povoado Marituba de Baixo e con-tou com as presenças do superin-tendente regional da Codevasf em Alagoas, Luiz Alberto Moreira, do secretário de Governo da Prefeitura

Municipal de Penedo, Bili Marques, que representou o prefeito Marcius Beltrão, do vereador Derivan Tho-maz, que representou a Câmara Municipal de Vereadores de Pene-do, do presidente da Cooperativa de Colonização Agropecuária de Penedo (Coopenedo), Ronaldo Luiz dos Santos, de lideranças co-munitárias, de pescadores artesa-nais, de técnicos da Codevasf e da população das comunidades de Marituba do Peixe.

Para o pescador artesanal Ma-noel dos Santos, representante da Colônia de Pescadores Z-12 no evento, os peixamentos realizados para repovoamento da Marituba do Peixe e de outras áreas ao longo do rio São Francisco são fundamentais para a manutenção da pesca artesa-nal na região. “Acredito que, se não fossem esses peixamentos que a Co-devasf faz, não haveria mais pesca-dores. Só existe pescador, se tiver o peixe, não é assim? São por volta de 22 anos que a Codevasf realiza esse trabalho. E o colega pescador todo dia reconhece o resultado. Quando eles pegam peixe, lembram logo do peixamento”, afirmou.

O presidente da Associação dos Moradores do Povoado Marituba de Cima, o pescador Adailton Vieira, alertou à comunidade para a não utilização de malhas que coloquem em risco os resultados do peixamen-to. “Quero falar para os pescadores de nossa região que tenham consci-ência para não pescar com a malha 07, 08 e 09, pois eles irão retirar mais de 40% desses peixes colocados no peixamento de hoje. Esses peixes são a riqueza para nossa comunidade. Então, tem que pescar com consci-ência para que esses peixes benefi-ciem toda a comunidade.”

O secretário de Governo da Prefeitura de Penedo, Bili Marques, parabenizou a Codevasf pela execu-

Codevasf repovoa pantanal alagoano com espécies nativas do rio São FranciscoBerçário da Marituba recebe 206 mil peixes jovens das espécies pacamã, xira, piau, dourado, piaba, matrinxâ, tilápia e tambaqui

Peixes jovens de espécies nativas do Rio São Franciisco foram inseridos na várzea de Marituba

ção periódica do repovoamento am-biental de Marituba do Peixe. “Ve-nho acompanhando os peixamentos da companhia nesta área há alguns anos. A Prefeitura de Penedo agra-dece essa parceria que leva desenvol-vimento a nossa região. Queremos fazê-la cada vez mais forte. A Code-vasf tem atendido às demandas das comunidades, sejam de pescadores artesanais, sejam de piscicultores. Como historiador, tenho estudado o desenvolvimento de nossa região e pude verificar que se não fosse a pre-sença da Codevasf, nossa região não atingiria o nível de desenvolvimento atual. Mas estamos num processo de desenvolvimento amplo que envolve

os governos Federal, Estadual e mu-nicipais”, declarou.

Segundo o superintendente re-gional da Codevasf em Alagoas, Luiz Alberto Moreira, as ações de peixa-mento têm dupla importância, uma ambiental e outra social. “O que se busca com a execução dos peixa-mentos é, em primeiro lugar, aumen-tar os estoques pesqueiros, ou seja, a quantidade e variabilidade de espé-cies, com foco no repovoamento das lagoas e rios da bacia do São Francis-co. Essa é uma demanda ambiental. Por outro lado, os peixamentos têm uma importância fundamental para a geração de renda, em especial para os pescadores artesanais e suas famí-

lias, atuando também como fator de segurança alimentar, já que a comu-nidade poderá retirar diretamente o alimento das lagoas da várzea”, expli-cou.

Os peixamentos são ações rea-lizadas pela Codevasf ao longo do rio São Francisco, em seus afluentes, lagoas marginais e açudes púbicos e comunitários. Essas iniciativas inte-gram as ações do Programa de Revi-talização da Bacia do São Francisco, executado pela Codevasf, e preten-dem atuar no repovoamento da ba-cia com espécies nativas, na geração de renda e segurança alimentar e na educação ambiental das comunida-des envolvidas.

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Murici, próspera cidade da zona da mata alago-ana, sempre contribui com o folclore político do nosso estado. Lá, houve um prefeito cuja

alcunha era Juca Lopes. Apreciador de uma branquinha (aguardente de cana), tomava-a desmedidamente. Quando bem calibrado, costumava abordar um soldado da polícia que lhe era íntimo e também submisso, de forma pejorativa:

- Soldado! Juca não se entrega a samango. Juca só se entrega à força federal.

Aqueles episódios sempre se repetiam, o que desper-tou em um de seus adversários, o desejo de urdir uma trama que ficaria registrada na memória dos munícipes.

Juca encontrava-se no bar, onde sempre se alcooliza-va. Já bastante “alto”, mandou chamar o soldado. Quan-do o mesmo apareceu, em voz alta, fez uso do refrão:

- Soldado! Juca não se entrega a samango. Juca só se entrega à força federal.

Foi aí que, de acordo com a armação preparada, apareceu um cara, com um olhar de mau, direcionado a Juca. Portava uma arma de brinquedo e usava uma jaqueta preta com a seguinte legenda em letras am-arelas: Força Federal. Ao ler com todas as letras o que sempre temia, deu uma carreira, passando pela porta do fundo do bar, e em seguida, alcançando uma cerca com arame farpado. Ao tentar transpor esse obstáculo, enganchou sua camisa no arame e pensando estar sendo abordado pela força federal, bradou:

- Estou entregue, Sr. Federal, mas, a samango eu não me entrego.

Olhou para trás e não viu nenhum policial, nem o soldado, só a turba a gargalhar.

TEMÓTEO CORREIA DEPUTADO ESTADUAL - AL

Juca e a Força Sindical

ARTIGO

A sedução totalitária ADELTO GONÇALVES (*)

IPor que o século XX foi um período tão propício a experi-

ências totalitárias? Sabe-se que Hitler, Mussolini, Stalin, Franco, Salazar, Vargas e outros ditadores menos cotados ou conhecidos não chegaram ao poder e muito menos governaram sozinhos, contando com o apoio não só de grandes homens de negócios, que sustentaram as maiores ignomínias praticadas contra seres humanos, em troca de interesses pessoais e, muitas vezes, mes-quinhos, como do homem comum, o das ruas, o homem-massa, conforme o definiu o pensador espanhol Ortega y Gasset (1883-1955).

Examinar a gênese do pensamento totalitário e as razões que o levaram a encantar multidões foi o que motivou a XIII Semana de Filosofia, realizada em 2010 na Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), em Minas Gerais. São os 12 estudos apre-sentados durante esse seminário que estão reunidos em Poder e Moralidade: o totalitarismo e outras experiências antiliberais na modernidade (São Paulo, Annablume/UFSJ, 2012), com apre-sentação e organização do filósofo e psicólogo José Maurício de Carvalho, professor titular de Filosofia Contemporânea do De-partamento de Filosofia da UFSJ, doutor em Filosofia pela Uni-versidade Gama Filho, do Rio de Janeiro.

Em poucas palavras, os estudos revelam que o totalitarismo é adversário do homem livre, ou seja, daquele que se percebe res-ponsável por seu destino histórico, que escolhe e é capaz de sus-tentar responsavelmente suas opções, como assinala o professor José Maurício de Carvalho na apresentação que escreveu para este volume. Isso não significa que nos regimes ditos liberais não existam focos de totalitarismo, como sabe muito bem quem já trabalhou em redações de jornais e revistas e viu de perto grandes empresas e autoridades públicas procurarem asfixiar a liberdade de pensamento à custa de pressões econômicas. Sem contar que a chamada liberdade de imprensa quase sempre é a liberdade do dono do jornal de publicar o que quiser, mas não a do empregado jornalista.

IIPara o professor Selvino Antonio Malfatti, da Universida-

de Federal de Santa Maria, do Rio Grande do Sul, o fenômeno totalitário é uma experiência relativamente recente na história política do Ocidente e constitui um desvio de rota da moralida-de ocidental. Em seu estudo “Moralidade e Política no Totalita-rismo”, Malfatti diz que o fenômeno é resultado da falência dos valores humanos e da descrença na capacidade do homem de se organizar sozinho.

Essa é uma ideia muito antiga e que, ao final de 1797, por exemplo, serviu para o intendente-geral de Polícia, Diogo Iná-cio de Pina Manique, organizar uma sessão da Nova Arcádia na grande sala da Real Casa Pia, no Castelo de São Jorge, em Lisboa, em homenagem ao aniversário de D. Maria, em que o acadêmi-co Manuel Bernardo de Sousa e Melo, presidente do encontro, defendeu “a solidez interna das monarquias reais” e condenou “a fraqueza das fórmulas republicanas”. Dirigindo-se ao príncipe regente D. João, o acadêmico dizia que “os homens não nascem bons e, por isso, onde quer que vão levam consigo a depravação de origem”.

Dizia mais: “Portanto, os homens levarão consigo a depra-vação, a ambição, o ódio, a sensualidade, o ciúme, a vingança; enfim, levarão as paixões, estes ímpetos precipitados do nosso ânimo, estes monstros domésticos do nosso coração, mais in-domáveis que feras exteriores, pois, desenfreados e livres, não respeitam outro direito que o da força nem conhecem outras virtudes mais que as suas mesmas satisfações”. Era o que o inten-dente queria que o príncipe regente ouvisse para justificar mais repressão, como se lê em Bocage: o Perfil Perdido (Lisboa, Edito-rial Caminho, 2003, p. 241), deste articulista.

Muitos anos mais tarde, do outro lado da Europa, em São Petersburgo, um morador de um prédio que fica no cruzamento da rua Koppuznetchny com a rua Dostoevskaia, antiga Iamskaïa, não muito distante da igreja do Ícone de Nossa Senhora de Vla-dimir, escreveria que “nada de grandioso se pode esperar do homem”, seguindo na mesma linha do acadêmico Sousa e Melo. Esse morador chamava-se Fiodor Dostoievski (1821-1881) e ninguém como ele retratou com tanta fidelidade a humanidade em toda a sua miséria e degradação.

Esse pensamento deve ter ficado na alma das gerações que os sucederam. Se o Portugal joanino e o Portugal salazarista como a Rússia czarista e a Rússia soviética eram países atrasados e com altos índices de analfabetismo, a conclusão a que se pode-ria chegar é que constituíam terreno fértil para a sedução do to-talitarismo. Mas como explicar que a Alemanha, já desenvolvida à época e com altos índices de alfabetização, também se tenha deixado atrair pela insânia nazista?

IIIDiz o professor Malfatti que, em troca da adesão, o totali-

tarismo oferece uma ideologia que se propõe a explicar toda a vida da sociedade. “Todos devem professar a ideologia como se fosse uma fé religiosa”, diz o professor. “O ditador, rodeado de uma pequena parcela da população, submete o resto. Para tan-to”, diz, “cria um partido, único evidentemente, dirigido por ele à frente de fanáticos seguidores. O passo seguinte é instaurar um sistema de terrorismo policial que invade e vasculha toda vida pública e privada dos indivíduos. O outro passo é o controle dos meios de comunicação para que só a ideologia oficial seja ouvida. Tudo isso permeado por ideais salvacionistas”. E acrescenta: “Os líderes soviéticos no período stalinista e os chefes do nazismo estavam imbuídos de que estavam cumprindo uma missão para a humanidade”.

De fato, durante a ditadura militar (1964-1985) no Brasil, uma parte dos torturadores e de seus financiadores imaginava que estava colocando o País a salvo da ameaça comunista, mas a maior parte fazia o serviço sujo não só por sadismo e mau-ca-ratismo como para se aproveitar de vantagens pessoais e oportu-nidades que se ofereciam com o saque dos despojos das vítimas.

IVJá José Maurício de Carvalho e Vanessa da Costa Bessa, da

UFSJ, em “Totalitarismo e ética em Ortega y Gasset”, defendem que a recusa do homem-massa em assumir a sua vida é o sangue que impulsiona os governos totalitários que a Europa produziu no século passado. Para os autores, as ideias de Ortega y Gasset ainda permitem entender o fenômeno, embora o mundo de hoje seja outro e pior, pois assolado por violência urbana, pelo crime organizado associado ao tráfico de drogas, fanatismo religioso convertido em terrorismo e ameaças de desequilíbrio ecológico.

Seja como for, para os autores, continuamos a viver um tempo de massas, tal como definiu Ortega y Gasset. Por isso, dizem, os riscos de nos depararmos com novas propostas totali-tárias não estão afastadas de todo enquanto a responsabilidade com a construção do futuro não for retomada e o medo da li-berdade não for vencido. “O risco é real porque poucas vezes na história humana os Estados Nacionais possuíram informações e controles tão completos da vida de seus cidadãos”, acrescentam.

Pior ainda no Brasil de hoje em que se vive uma época de desmoralização da representação parlamentar, tal qual na Es-panha pré-franquista. E essa desmoralização se dá pelos muitos parlamentares, que, em troca de vantagens pessoais e de grupos, acabam virando despachantes de contraventores, facilitadores de grandes negócios à custa do erário público – aliás, desde os tempos coloniais, o caminho mais fácil para o enriquecimento rápido. Desmoralizado o Parlamento, o caminho fica aberto à tentação totalitária. Eis aqui bem depositado o ovo da serpente.

PODER E MORALIDADE: O TOTALITARISMO E OU-TRAS EXPERIÊNCIAS ANTILIBERAIS NA MODERNIDADE, de José Maurício de Carvalho (organizador). São Paulo: Anna-blume/Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), 232 págs., 2012, R$ 40,00. E-mail: [email protected] Site: annablu-me.com.br

(*) Texto publicado na Revista Estudos Filosóficos, do Departamento de Filosofias e Métodos da Universidade Federal de São João del Rei-MG, nº 9, 2012, p. 171-173.

Adelto Gonçalves é doutor em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo e autor de Gonzaga, um

Poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona Brasileira (Lisboa, Nova Arrancada,

1999; São Paulo, Publisher Brasil, 2002) e Bocage – o Perfil Perdido (Lisboa, Caminho, 2003), entre outros.

E-mail: [email protected]

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ARTIGOS

JORGE MORAISjornalista

Escrever ou falar sobre educação num País como o nosso não é nada fácil. Imagine escrever num estado

como Alagoas, com um dos maiores ín-dices de analfabetismo do Brasil, apesar das exigências constitucionais do País para que sejam aplicados 25% de sua re-ceita em educação, além dos recursos que são liberados pelo Fundef. E para piorar a situação de evasão de alunos ou a falta de vagas, no Estado, escolas são reforma-das em pleno ano letivo e só Deus sabe quando o ano letivo de 2012 será conclu-ído em algumas unidades.

Em se tratando de Brasil, o País é campeão no quesito analfabetismo. Mes-mo o governo alardeando que oferta “es-cola para todos” não é bem assim que as

Nossa educaçãocoisas funcionam. O País concentra mais de 1/3 dos analfabetos da América Lati-na. Em todo o Mundo vivem 800 milhões de adultos não alfabetizados. São aqueles que não tiveram a oportunidade ao en-sino quando crianças e jovens. Hoje, são adultos que não sabem lê nem escrever. Desse total acima mencionado, 35 mi-lhões estão em nações latino-americanas.

Por tudo isso, quando se cobra dos governos mais atenção para a Educação, é porque esse segmento é responsável direto pelo desenvolvimento de uma Na-ção. Um País sem preparar seu povo inte-lectualmente está fadado ao atraso. Sem educação não se chega a lugar nenhum. Minha opinião é que o cidadão analfa-beto só interessa aos políticos, que apro-veitam para comprar o voto e nada mais.

E quanto ao ensino? O presencial ain-da é a melhor solução de aprendizado. Você tem como avaliar melhor o rendi-mento do aluno em sala de aula. Mesmo assim, ainda temos muitos problemas quanto aos resultados, pois depende-mos das condições que são oferecidas, como professores capacitados, ambiente, vontade de ensinar e aprender, objeti-

vos, missão e o que queremos no futuro. Imagine, agora, o ensino à distância. E o pior: em 02 anos. Será que dá para apren-der mesmo? Eis a questão.

Três anos do ensino médio em dois meses. Nada contra a quem oferta e a quem faz, mas como se aprende al-guma coisa desse jeito. Os estados brasileiros estão cheios desse tipo de formação. Em tempo recorde o aluno recebe o diploma e já está preparado para entrar na faculdade. Que tipo de profissional será formado? É preciso ser “quase gênio” para aprender tudo. De repente, o que pode ser a garantia de um futuro melhor, passa a ser um problema a mais na vida de cada uma dessas pessoas. Agora, se você acha que é a solução, já tem quem ofereça o cur-so em até 01 mês. É pegar ou largar.

Como o ser humano, em regra, não liga muito para as coisas, deixa o tempo passar e só depois é que começa a en-xergar o tempo que perdeu. Agora, tem pressa para tudo. Ele acha que, quanto mais rápido acabar os estudos, melhor será. É o emprego que vai chegar, é o concurso que vai fazer, é a vida que vai

melhorar. Às vezes, não é bem assim. O mercado profissional faz exigências por pessoas competentes e preparadas. Concluir bem o ensino médio é apenas o começo. As faculdades formam pro-fissionais, mas o graduado já não in-teressa tanto ao mercado. O caminho precisa ser no mínimo, complementa-do com alguma especialidade.

Esta semana, o jornalismo do Bom Dia Brasil, da Rede Globo de Televisão, trouxe uma matéria sobre analfabetis-mo no País, onde o Estado de Alagoas foi um exemplo negativo nos resulta-dos divulgados. O Governo Federal promete que, em breve, crianças até 8 anos deverão estar lendo e escreven-do bem. Em Portugal, como exemplo, até 6 anos de idade as crianças já tiram essa lição de letra. A mesma matéria informa que, em Portugal, a escola pú-blica tem um ensino melhor e mais va-lorizado do que a escola privada, mes-mo com a crise e os cortes nas verbas públicas.

Será que dá para acreditar que o Brasil alcançará mesmo essa meta? Te-nho minhas dúvidas.

HELDER CALDEIRA*Escritor, Jornalista a Apresentador de TV www.ipolitica.com.br- [email protected]

Quando o recém-eleito Joseph Rat-zinger escolheu ser

chamado de Bento XVI, justificou ao colégio car-dinalício ter buscado ins-piração no pontificado do Bento anterior, o XV: curto, doloroso e profícuo, espe-

cialmente dedicado à reforma administrativa da Igreja Católica ante o borbulhar de um novo século. Interessante coincidência (será mes-mo?!), o alemão Ratzinger e o italiano Giacomo Della Chiesa tiveram papados de modestos oito anos, infrutíferos em seus objetivos primor-diais, de dolorosa pressão interna e mergulha-dos em abstrata intelectualidade teológica.

Bento XV morreu e suas diversas tentativas frustradas de negociar a paz durante a Primei-ra Guerra Mundial (1914-1918), além de sua gestão administrativa e espiritual (entre 1914 e 1922), foram esquecidas pela História. Sagaz e extremamente inteligente, Bento XVI reconhe-ceu, desde sua entronização, que poderia ter mesmo fim: o esquecimento. De forma cirúr-

Um colclave tergiversogica, confrontou seu maior inimigo e sacodiu o mundo com o anúncio de sua renúncia na segunda-feira de Carnaval, algo que não acon-tecia há seis séculos. Outrora sisudo e pouco simpático, Bento XVI ganhou imensa popula-ridade com seu ato final e escreveu, em defini-tivo, seu nome e seu pontificado na História do mundo contemporâneo.

Ainda há quem se iluda com o caráter pura-mente espiritual na escolha de um Sumo Pontí-fice e nas ações e decisões de seu papado. A pró-pria História derruba esse mito. Chefiar a Igreja Católica e seus bilhões de fieis espalhados pelos quatro cantos do planeta é, certamente, uma tarefa árdua, mas que imbui um ser humano de imensurável poder. Ademais, não podemos esquecer que, antes de qualquer coisa, o Papa é um ser humano e, portanto, sensível e vulnerá-vel às tentações do poderio, para bem ou para mal, pecador ou não.

Justo por isso, o próximo conclave merece especial destaque e observação e não apenas dos católicos. Em tempos de explosão horizon-tal da informação a da exposição sombria das piores entranhas humanas, políticas e financei-ras da Igreja Católica e todas as mazelas e dog-mas anacrônicos que pulverizam suas bases, a eleição do novo Papa irá apontar a proposta de norte ao maior poder instituído e em vigor há

mais de dois milênios sob a face da Terra.Resguardadas as unções divinas, o suces-

sor de Bento XVI e a “política” a ser adotada, ao contrário do que muitos imaginam, não será revelada pelo perfil geográfico da escolha. Muito provavelmente a chefia da Igreja, 34 anos depois, voltará às mãos de um italiano. Ouso mais: parece-me cada dia mais evidente que o próximo Papa, a despeito de seus 85 anos de idade, será Angelo Sodano, decano do colégio cardinalício. Salvo engano, teremos outro Papa de Transição. Um pontificado curto o suficiente para dar tempo de respiração ao Vaticano, aba-lado por recentes escândalos de toda ordem e sacudido com a renúncia de Joseph Ratzinger.

Dessa forma, o nome adotado pelo próxi-mo Papa será determinante. Fica a dica: obser-vemos à miúde os pontificados de Clemente XIV, o rigoroso; Leão XIII e suas encíclicas sociais; Pio XII, tão injustamente criticado por seu silêncio durante a Segunda Guerra Mundial e que também foi secretário de Estado, como Angelo Sodano; Paulo VI, o polêmico mariano; João XXIII, chamado de “Papa da Bondade”; e João Paulo II, um extraordinário comunicador e peregrino. O sucessor de Bento XVI deve ado-tar, por observação histórica, um desses nomes: Clemente XV, Leão XIV, Pio XIII, João XXIV, Paulo VII ou João Paulo III. Arrisco-me a dizer

que, caso Angelo Sodano seja eleito, seu nome será Papa João XXIV ou Paulo VII.

Essa nomenclatura, quase às raias da he-ráldica, definirá os caminhos. Mas vale ressal-tar: a transcendência e a força da contrição são dignas de verdadeira emoção. A fé, sob muitos aspectos, é tocante. O problema é como e por que fazemos uso dela.

Eis que, antes do fim, o helicóptero con-duzindo pela última vez Joseph Ratzinger no papel de Sua Santidade, o Papa Bento XVI, re-alizou um voo panorâmico sobre o Vaticano e a Basílica de São Pedro e fez, propositalmente, dois rasantes: um sobre o Coliseu de Roma e outro, em baixíssima altitude e quase tocando o solo, sobre o Aeroporto Internacional Leo-nardo da Vinci. Melhores mensagens sublimi-nares seriam impossíveis. O recado foi dado e o conclave promete ser absolutamente tergi-verso, ainda que sem surpresas. Quem diria, não foi o popular e moderno João Paulo II e sim o conservador Bento XVI quem trouxe a Igreja Católica para o Século XXI.

*Autor de “A 1ª PRESIDENTA” (Editora Faces, 2011, 240 páginas) e Jornalista e Comentarista Político da REDE RECORD, onde apresenta o “iPOLÍTICA”. Acaba de lançar seu primeiro romance de ficção: “ÁGUAS TURVAS” (Edi-tora Faces, 2012, 278 páginas), que já é considerado pela

crítica especializada e pelos leitores como “o best seller de 2013”, “o livro do ano”.

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CUNHA PINTO

S.O.S.ALAGOAS

Perigo na orlaHabitués de caminhada e ciclista do calçadão da orla da Pajuçara, devem estar atentos com garotos soltando pipa na área da Praça Multieventos usando cerol, caco de vidro e lâminas nas linhas. Um ciclista, atingido por uma linha, teve recente corte no pescoço e a Polícia está informada.

Um estorvo “Em Ibateguara telefone celular não tem utilidade. No inverso de servir irrita usuários e o motivo é estranho: as linhas não têm utilidade.” Queixa é de Roberto Fonseca, criador de gado em Cacimbinhas mais com negócio no município Ele estranha a falta de resposta das operadoras às reclamações.

DesperdícioQueixa de desperdício tem a ver com água jorrando pelos chuveiros abertos da manhã ao fim da tarde em trechos da orla de Maceió, em especial na Pajuçara. Observação de inco-modados com o desperdício se estende a falta de hidrômetro, fiscalização zero e má conduta do maceioense e turista.

Outra vez?De Arapiraca aparece infor-mação falando em nova data para inauguração do Páteo Shopping. A mudança aconte-cendo transferência é de 29 de junho para outubro, mês de fes-ta da Emancipação Política do município. Não surpreenderá também havendo novo pinote com agenda para a época das eleições no ano que vem.

Algo a ser revistoO prefeito Rui Palmeira, antes de começar obras da linha do VLT no trecho Praça do Centenário ao

Aeroporto não deve analisar melhor a proposta de linhas de transbordo ligando bairros do Tabu-leiro às estações de Fernão Velho, Utinga e Rio Largo? Uma sugestão mais antiga, menos onerosa

e melhora do mesmo jeito o tráfego na Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro.

Projeto destaque “Uma horta Mandala em Minha Casa” foi segundo lugar na edição de 2013 do Prêmio Construindo a Nação, promoção do Senai/Poço. Trabalho dos alunos da creche Mestre Izaldino concorreu na categoria Ensino Infantil. A creche, em 2012, ficou em terceira com o trabalho “Mundo encantado da leitura e da escrita.”

ViolênciaQue Maceió é violenta não há do que duvidar. Mas ocupar o pó-dio, como terceira do mundo surpreende e, mais ainda, constar em primeiro dentre as 14 cidades mais perigosas do Brasil. O estudo é de ONG mexicana e aponta o tráfico de drogas estopim da barbárie.

Vício cívicoNo Congresso Nacional tem homens públi-cos, de outras regiões em cadeira política vitalícia tan-to quanto o Nordeste. Do mesmo modo, o hábito do eleitor na repetição do voto neles é igual aos da banda de cá e os interesses não fogem à regra. Um vício cívico condenável onde cabe como uma luva observação do “sujo falando do mal lavado.”

Duvida! Espere 2014 e verá.

Do que falamComeça a ser agenda de rotina mobilização de classes com fins mais de tumultuar a vida do alagoano que reivindicar direitos. Ob-servação parte de tucanos, alicerçados na substituição do diálogo por ações intempestivas de bloqueio de rodovias. Quem comenta analisa o quadro como “atos irritantes, pois confundem lutas so-ciais com propósitos eleitoreiros.”

Cachimbo da paz

1 – O Planalto e a CUT, reatam aliança depois que Dilma Rouseff fez queixa de ter sido abandonado em horas que mais precisou

de solidariedade. O diálgo retomado tem como meta projetos sociais atuais e planos para 2014. Proposta é repetir nas ruas o grito de “povo unido jamais será vencido.”

2 -“Na política o vício maior é a especulação e triste de quem cair na mira de comentário danoso.” A frase, levantada na Câmara

Municipal de Maceió, teve a ver com o avanço do calendário das eleições estaduais e o hábito de, na caça ao voto, quem não tem rabo de palha adversários arrumam.

Merece atenção“Eu, há tempo, levo 250 pães por semana para distribuir nas ruas, à noite, e hoje, quando acabo o percurso sobram mais de 20 pães. “Afirmação de Romildo da Silva, voluntário do Lar Francisco de Assis, fortalece estatísti-ca que constata redução de pedintes nas ruas e crianças em semáforos.

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“Já encontrei um time campeão”

Enio, técnico, Corinthians-Al

“Retornar sempre é bom”

Marcus Vinicius no CRB

“Ele está chegando”Cícero Eugênio sobre

Alex Henrique

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NordestãoO ASA, na Copa do Nor-deste, se superou na reação após tímido início e decide o título com o Campinense (PB). O Coaraci da Mata Fonseca vai ter as obras de reforma suspensas para abrigar o clássico regional. O placar adverso na quarta-feira, contra o Murici, não motiva pessimismo.

CompetênciaA boa fase do ASA é natural para quem acompanha o trabalho com os jogadores das bases. A diretoria prio-riza a construção do Centro de Treinamento e mescla profissionais qualificados com jovens lapidados em casa. Os frutos já começam a dar resultados. Didira e Valdivia e Cal são o começo do que está por vir.

Volta por cimaO Vasco (RJ) tem plantel jovem – exceção de Carlos Alberto - e custos compatí-veis com as despesas. Gau-cho, funcionário antigo, que treina o time nas dificul-dades, está confiante para jogo do domingo contra o Botafogo. Lembrando: o Vasco venceu o favorito Fluminense de virada (3x2). mas clássico é clássico,

FRASES

PORDENTRODOESPORTEJOÃO DE DEUS [email protected]

Estádios vazios

Obrasileiro não tem fôlego no bolso para pagar valores propostos para jogos pe-los campeonatos estaduais e o carioca

é exemplo. O preço dos ingressos, é de convir, não combina com salários dos trabalhadores. É um quadro que se generaliza e põe o futebol Canarinho sob risco de perder a popularidade que o consagrou como esporte das multidões.

Outra surpresa?Quem diria o Botafogo venccer o Flamengo (3x1) na decisão de vaga para final do campeo-nato carioca com público só de 17 mil torcedo-res. E entre a distância do Estádio e ingressos a R$ 100,00 e R$ 80,00 com qual das duas situações pesou no desânimo do torcedor?

Torcida queixosaNo CSA a torcida reclama contra “excesso de jogos em curto espaço de tempo, todos pelo Campeonato Alagoano. Foram no sábado-2, segunda-feira seguinte, quinta e novamente no sábado...o passado. O excesso de partidas em uma semana coincidiu na queda de primeiro para quarto na tabela de classificação.

Novo líderO futebol em Alagoas entrou na reta final e na abertura do hexagonal, quarta-feira, o torce-dor arapiraquense teve surpresa desagradável: O ASA perdeu para o Murici (3x1) jogando fora de casa.. Agora, também com o CRB, é que o campenato se motiva. pois também está em disputa vaga na Copa do Brasil de 2014. Em tempo: a derrota não tira o ASA da briga pelo título.

Bem lembradoZico não tinha aniversário lembrado no Flamengo há 20 anos, quando fez 40 e 50 anos. Mas no sessentão ganhou festa da torcida e homenagens da diretoria. Outra surpre-sa agradável é a decisão da torcida organizada do Udinese em levá-lo a Itália também para soprar velinhas.

Fala FelipeFelipe, goleiro do Flamengo e um dos cotados para a se-leção brasileira, teve sabedoria para reconhecer validade de antigo dito popular no futebol: “time que joga para empatar normalmente perde.” Ele achou que o rubro-ne-gro, precisando do empate, errou ao jogar pelo regula-mento. “A vantagem motiva o adversário a ser ofensivo.”

Alagoas na Copa

1 - A Rede Globo, como prevenção para evitar quebra das regras e critérios dos direitos que têm para cober-

tura da Copa do Mundo de 2014, realizou em Maceió, começo da semana, Seminário com pauta constando in-formações sobre Eventos de Exibição Pública da Copa dp Mundo da Fifa. Teve a presença do Ministro dos Esportes, Aldo Rabelo.

2 – Álvaro Machado, secretário-chefe da Casa Civil e presidente do Comcopa-AL comentou a necessidade

de fortalecer “ações que promovam a viabilidade do Esta-do em âmbito mundial.” Observou ainda que “um evento como esse certamente é uma grande oportunidade para

Boa lembrançaO momento, de Copa do Mun-do no Brasil, foi pauta para o governador Teotonio Vilela fa-zer análise do futebol alagoano como celeiro de craques. Citou nomes importantes do passado e uns atuais, mas veteranos. Só não teve o que dizer com referência aos profissionais de hoje, preparados nas bases dos clubes

Reta finalNo meio da semana começou o hexagonal que decide o campeão alagoano. Na tabe-la divulgada no site da FAD a primeira rodada teve na quarta-feira Murici 3 x1 ASA; Outros jogos pós fechamento desta edição ou para o fim da semana:: Corinthians x CRB e CSA x CEO.

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Fuja dos juros

Em momentos de crise econômica mundial, seus reflexos já são sentidos no Brasil - apesar de o governo alegar o contrário

- com o aumento dos preços de alimentos, o que consequentemente vai gerar mais inflação e aumento nas taxas de juros. O Produto Interno Bruto (soma de tudo que o país produz durante um ano) foi um dos mais baixos dos últimos anos), gerado exatamente pela queda nas expor-tações e aumento das importações. Se os países compradores de produtos brasileiros compram menos, claro que é o reflexo da crise que estão atravessando e influindo por aqui. Diante de tudo isso, que já vem ocorrendo na Europa há cinco anos, só resta ao consumidor, economizar ao máximo em seu orçamento doméstico, mais principalmente evitar os juros cobrados em emprétimos, no comércio, em cartão de crédito e cheque especial. Procure comprar sempre à vista, pesquisando muito os preços, conversando com os vendedores, pedindo descontos e tendo certeza de que fez uma boa economia. A tentação é grande, principalmente para quem possui cartão de crédito e cheque especial. Essas duas modalidades de crédito, são as que cobram as mais elevadas taxas de juros do mercado. Fuja delas!

Longo prazoAbsurdo mesmo, é o consumidor que faz um emprés-timo para pagar em 60 meses (cinco anos), com juros baixos que as financeiras anunciam e prestação no valor que pode “caber no bolso”. Tem até aposentado e trabalhador ganhando um salário mínimo, que entra nessa “propaganda enganosa”. O valor triplica no final do prazo, quando o dinheiro tomado emprestado já foi gasto logo no início e, tem que ir pagando até a quita-ção total. Podem ocorrer vários problemas nesse longo período: desemprego, doença na familia, acúmulo de dívidas com outras prestações, etc.

REPÓRTERECONÔMICOJAIR PIMENTEL - [email protected]

Pesquisando sempreNa hora das compras de supermercado, procure um dia livre para essa tarefa, sem pressa, dando condições de visitar todas as prate-leiras,levando uma lista do que precisa realmente, observando os preços, as marcas e a qualidade. Siga tudo isso à risca, jamais com impulso consumista, colocando no carrinho produtos supérfluos e que não consta da lista, simplesmente porque se encontra em pro-moção. Troque de marca. Muitas vezes você consome uma marca de sabão em pó e verifica que tem um similar de outra marca com um valor menor. Não conte conversa, leve para casa. Vai fazer uma boa economia.

Seu orçamentoUma familia com renda dupla, pode e deve elaborar seu orçamen-to doméstico anual, com receita e despesa dividida entre os dois. Anota tudo que entra e sai do bolso, até mesmo as despesas do dia a dia, na padaria. É um exercício salutar, mas só pode ser feito mesmo pelo casal que não briga, por causa de dinheiro. É uma maneira de saber quem está economizando mais. Tudo, civilizada-mente.

Seus direitosO nosso Código de Defesa do Consumidor, já tem 18 anos de vi-gência e é um dos mais modernos do mundo.É cumprido e só você pode constatar isso, denunciando algum abuso por parte de co-merciantes, prestadores de serviços, etc., desde que sejam pessoas jurídicas (camelô, prestamista e agiota, não vale) e você tenha nota fiscal para denunciar no Procon. Faça isso. Não fique no prejuízo.

FeiraFrequentar uma feira livre, mesmo com o tumulto, o calor sufo-cante, a gritaria dos vendedores, é uma boa maneira de economi-zar, principalmente em se tratando de hortifrutigranjeiros. Pode pechinchar com o vendedor, que é o proprietário da banca (ao contrário do supermercado) e levar para casa um produto que sai diretamente da roça para sua mesa. Nesse caso, quando se trata mais especificamente de produtos sem agrotóxicos, como os ven-didos a cada sexta-feira na Feira Ecológica, ao lado do Mercado de Jaraguá.

Prestador de serviçoEsse é um profissional que não tem qualquer tipo de controle de mercado. Dita seu preço e vai depender do consumidor aceitar ou não. Procure vários e vá barganhando, até encontrar aquele que realmente cobra menos e só pague quando o serviço for concluído e você aprovar a qualidade. Se for um eletrodoméstico que já foi outras vezes consertado, prefira comprar um novo. Muitas vezes o valor cobrado para conserto, é superior ao que é vendido na loja.

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Vistoria

1 A adutora recentemente construída para ampliar o bastecimento de Major Isidoro e Cacimbinhas passou

por vistoria nos últimos dias. O procedimento foi realiza-do por técnicos da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) para verificar a vazão de água. A adutora integra o Sistema Adutor Coletivo da Bacia Leiteira, que atende a 19 municípios.

2 Para o secretário de Estado da Infraestrutura, Marco Fireman, a adutora minimiza os efeitos da seca. “A Seinfra

preparou a infraestrutura necessária para o funcionamento da adutora, e a Casal faz a distribuição da água nas áreas ur-banas e povoados”, explicou. “Nossa maior perspectiva neste governo é levar água na torneira de todas as casas do Alto e Médio Sertão”.

ChuvaE finalmente choveu no sertão e agreste alagoano. O tem-poral aconteceu na segunda-feira (04), em quase todas as regiões do estado. Em alguns municípios, fazia cerca de um ano que não caía uma gota sequer de água. No entanto, ainda não foi o suficiente para deixar as barragens e açudes com um nível seguro de abastecimento.

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EncalhesDois encalhes de tartarugas-verdes aconteceram na quarta-feira (06) em Maceió. A primeira, em Cruz das Almas, foi resgatada com vida e encaminhada para recuperação no Instituto Biota de Conservação. O outro animal estava morto na praia de Jatiúca e foi recolhi-do por funcionários da limpeza urbana da Prefeitura de Maceió.

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MEIOAMBIENTE

Prêmio Octávio Brandão será lançado neste mês

Acontece no dia 27 deste mês o lança-mento do Prêmio Octávio Brandão de Jornalismo Ambiental. Quase R$ 40

mil serão distribuídos na premiação em cinco categorias profissionais diferentes – além de uma premiação especial para estudantes.“A pauta ambiental em Alagoas cresceu muito nos últimos anos, fruto da agenda nacional e internacional e também do Prêmio Octávio Brandão. Meio ambiente passou a ser cobertu-ra do cotidiano, com muitos profissionais esti-mulados para o tema”, declara Valdice Gomes, presidente do Sindicato dos Jornalistas.Em sua décima edição, o prêmio é promovi-do pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes-AL), o Sindicato dos Jornalistas (Sindjornal) e a Braskem. O lançamento será no dia 27, às 8h, no Cinturão Verde da Braskem.

TrilhaUma equipe do Instituto do Meio Ambiente (IMA) esteve nesta semana no Morro do Craunã para fazer a marcação de uma trilha ecológica. Chama-da de Trilha da Pedra Montada, em referência ao conjunto de rochas no alto do morro, o caminho para os aventureiros fica no Refúgio de Vida Silvestre dos Morros do Craunã e do Padre, uma Unidade de Conservação estadual no município de Água Branca.

Orientação

1 Na segunda-feira (11), a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) realiza um encontro com comer-

ciantes do Benedito Bentes I para orientar sobre o descarte de resíduos. O público-alvo do encontro são os feirantes e proprietários de açou-gues, supermercados e avícolas. A reunião será no auditório do Colégio Fantástico, às 19h.

2 O problema é a grande presença de urubus na região. Os animais têm alcançando a Área de Segurança Aeroportuária (ASA) e se tornaram

um risco para o transporte aéreo. Além de técnicos da Semarh, também participam do encontro especialistas de vários órgãos governamentais, como a Vigilância Sanitária e Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU).

Agenda 21Técnicos da Petrobras se reuniram com o secretariado da Prefeitura de Marechal Deodoro para implantar o programa Agenda 21 no município. Criado em 2004, o programa da estatal tem o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável nas regiões em que atua. Ainda não foi defi-nido quando as atividades começam no município do litoral sul.

Lixo Funcionários da Superintendência de Limpeza Urba-na de Maceió (Slum) recolheram 18 toneladas de lixo nas redes de contenção do Riacho Salgadinho. O ma-terial é oriundo do descarte irregular de resíduos no riacho, o que – além da óbvia degradação ambiental – pode provocar entupimento das vias e enchentes.

Educação ambientalO fim do descarte irregular de lixo no Riacho Salga-dinho depende apenas de educação. Não é incomum ver móveis e eletrodomésticos inutilizados sendo arremessados no rio que já foi ponto turístico de Maceió. A prefeitura afirma que está promovendo ações de educação ambiental, mas também é preciso punir os infratores.

Mais umUm golfinho do gênero Stenella apareceu morto no domingo (1º). O animal foi encontrado

na praia de Lagoa do Pau, municípios de Coruripe, no litoral sul de Alagoas. Era uma fêmea, com 189 cm de comprimento e estava em bom estado de conservação. O golfinho foi levado à sede do Instituto Biota de Conserva-ção para análise.

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RODA VIVAENTRE baixas no final do ano, em razão de normas de segurança (ABS e airbags), estará a picape Courier. Ford até cogitou de desenvolver a sucessora. Mas, em termos mundiais, se trata de mercado restrito: Brasil, América Latina e África do Sul. Empresa terá só produtos globais em todos os mercados e picape leve, derivada de carro, não se enquadra.

FIAT, ao contrário, aposta cada vez mais no mercado que ela mesmo criou no Brasil (no exterior já existia

e depois minguou). Começou em 1978, ainda como picape 147. Atual Strada, além de líder do segmento, aparece entre 10 mais vendidos veículos leves. Não estranha que de-senvolva cabine-dupla de três portas, com abertura para trás.

CITROËN DS4 é o mais equilibrado da linha “premium” da marca france-sa, sem ousadia exagerada do DS3 ou dimensões avantajadas do DS5. Hatch de teto alto e quatro portas, maçanetas traseiras estão escondidas

junto à terceira coluna. R$ 99.990 é puxado, mas lista de equipamentos compensa. Motor turbo 1,6/165 cv (projeto BMW) vai muito bem com câmbio automático 6-marchas (Aisin, japonês).

TECNOLOGIA, hoje, em rápida expansão, turbocompressor comple-tou meio século de existência ano passado. Começo foi difícil: apenas 10.000 Oldsmobile Jetfire fabricados em 1962/63. Problemas técnicos tiraram o carro de linha. Voltou

com o Porsche 911 Turbo, em 1974. Desde então a evolução foi grande e tendência de equipar maioria dos automóveis.

OBRIGAÇÃO relaxada por falta de fiscalização: faróis ligados no facho baixo, ao anoitecer, independente-mente de circular em estradas. Na cidade, mesmo com boa iluminação pública, não podem ser esquecidos. Em túneis também há obrigação legal. Função dos faróis é dupla: ver e ser visto.

Dois novos sedãs compac-tos lançados em um inter-valo de menos de sete dias

– primeiro o Chevrolet Prisma e, em seguida, o Hyundai HB20S – comprovam o grau de competiti-vidade no setor e no segmento em particular. Agora são nada menos de 18 modelos na faixa entre R$ 26.000 e R$ 55.000, do básico ao mais completo. O novo Prisma, versão sedã do hatch Onix, vai de R$ 34.990 (LT, motor de 1 litro) até R$ 45.990 (LTZ, motor de 1,4 litro).

Sedãs compactos praticamente não existem na Europa, mas têm boa aceitação no Brasil, na Améri-ca Latina e até nos EUA (no caso, baixa participação nas vendas to-tais). Em geral, colocar porta-ma-las saliente em carros pequenos é desafio em termos de estilo. No caso do lançamento da GM, a so-lução, bem interessante, passou por mudar as linhas do teto e dis-

farçar ao máximo a protuberância traseira, sem prejudicar o volume do porta-malas (500 litros). Algo como carroceria de 2,5 volumes, contra 3 volumes tradicionais, que a fábrica chama, inapropriada-mente, de “sport sedan”.

Comprimento, em relação ao Onix, cresceu cerca de 9% para 4,275 m, ou 1,5 cm menos que o Fiat Grand Siena, por exemplo. Apenas 12 kg na massa total sepa-ram os dois Chevrolet compactos. Por isso, o desempenho é pratica-mente igual: sofrível com motor de 1.0/80 cv/9,8 kgf⋅m e bastan-te adequado, no caso do 1,4 l/106 cv/13,9 kgf⋅m. Sem dúvida, a en-genharia conseguiu fazer um bom trabalho ao transformar um pro-pulsor de projeto antigo, sem so-fisticação mecânica, em unidade com bom fôlego e funcionamento suave. Pena que continue a sone-gar dados de consumo de com-bustível, apesar do nome pompo-

so SPE/4 que lembra economia na própria sigla.

Há bom espaço interno, in-clusive no banco traseiro (cabeças sem raspar no teto), além de óti-mo ângulo de abertura das portas. Desde a versão de entrada oferece direção com assistência hidráu-lica, vidros elétricos dianteiros, ajustes de volante (só em altura) e de altura do banco do motoris-ta (apenas do assento), sensor de estacionamento, além de freios ABS e airbags frontais (obrigató-rios por se tratar de novo projeto). Até meados do ano terá opção de câmbio automático. Versão de topo tem tela de toque de LCD opcional (R$ 1.300) com várias funções que permite instalar câ-mera de ré e navegação com GPS associada a um programa (Brin-gGo) para celular inteligente ao custo de R$ 100.

Prisma encerrou um ciclo de dez modelos e versões novos

(incluindo mexicanos) da marca Chevrolet, em apenas 18 meses, sem paralelo no Brasil. Restaram intocados apenas Celta e Classic. Estratégia audaciosa, porém leva-rá ao envelhecimento simultâneo de quase toda a linha nos ciclos normais de meia-vida (quatro anos) e de nova geração (sete anos). No entanto, a empresa as-segura que previu esse cenário e administrará arranjos futuros.

Atual fase de investimento in-cluiu a nova fábrica para 200.000 motores/ano em Joinville (SC), inaugurada semana passada. De lá se esperam novas gerações de motores (fala-se em um 3-cilin-dros) e produção futura de câm-bios automáticos mais voltada à exportação, quando a Europa se recuperar. Para os desafios de diminuição de consumo de com-bustível, do programa Inovar-Au-to, até 2017 a empresa estaria as-sim, bem preparada.

ALTARODAFERNANDO CALMON [email protected] pitstop

Cuidar do futuro

Fiat é a preferida dos mecânicosMarca italiana é a mais recomendada pelos reparadores de veículos, segundo pesquisa do Oficina Brasil

Pela primeira vez a Fiat foi a marca escolhida pelos mecânicos independen-tes em levantamento

feito pelo jornal Oficina Brasil. A marca obteve 21% da aprovação e recomendação dos reparadores de veículos ouvidos pela pes-quisa, superando Volkswagen e General Motors, que se reveza-ram como lideres da pesquisa nos últimos 12 anos.Na votação são considerados atributos técnicos como disponi-bilidade de peças, treinamento, disponibilidade de informação técnica e reparabilidade dos carros, além da imagem que os reparadores têm sobre os carros da marca.A pesquisa é relevante porque ouve uma categoria profissional que é sempre consultada pelo consumidor na hora de comprar um carro. Segundo os responsá-veis pelo levantamento, 85% dos reparadores entrevistados são procurados por seus clientes para dar opinião na hora da compra do carro zero.

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CRÔNICA

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS

Com este títu-lo, eu estou repetindo

uma denúncia gra-ve, na tentativa de “abrir os olhos dos homens de vergo-nha deste Brasil”. É uma denúncia que

está embutida em outras que já foram feitas por renomados técnicos do Ins-tituto Joaquim Nabuco, de Pernambu-co, quando condenando a teimosia do Ex-Presidente Lula, que, contra tudo e contra outros, resolveu fazer a Trans-posição das Águas do Rio São Francis-co, criando nele um leito artificial, com o nome de “transposição”. Estudos cansativos foram feitos e os resultados sempre indicaram que o Ex-Presidente Lula estava cometendo um dos maiores crimes, contra a História e a Geografia,

O crime do séculopois, esta “Transposição de Águas” foi condenada em todos os aspectos, com base na Hidráulica, na Hidrodinâmica, na Geologia, na Eletrotécnica e outras especializações da Engenharia. Toda a Imprensa brasileira e estrangeira, de-pois das explicações dos estudiosos, condenou o maior crime que está sen-do cometido pelo Ex-Presidente Lula, agora, pela Sra. Dilma. Todos foram contra este absurdo, da transposição, principalmente, por saberem que o Senhor Lula, está querendo beneficiar os empresários cearenses, com a cria-ção de camarões, para as exportações e, para a irrigação das suas fazendas. Esta denuncia é muito grave e, precisa ser apurada pelos homens de vergo-nha, deste Brasil. Precisamos saber o “porque” da teimosia do Ex-Presidente Lula, em desafiar as tecnologias brasi-leira e estrangeira e, porque a pressa de Sua Excelência em beneficiar os 14 feli-zes empreiteiros.

É triste saber que o projeto, se for executado como quer o “Dr. Lula”, o Rio São Francisco irá secar, pois, de-verão ser tirados e desviados 252 mi-lhões de litros de água, por hora. As 5 turbinas já construídas, às margens do rio, poderão ser paralisadas por falta de água e, consequentemente, não haverá geração de energia elétrica. E o pior, é que os Estados da Bahia, Sergipe e Alagoas não receberão uma só gota de água, mesmo sendo estados flagelados dela seca. Vejam que absurdo ! O Rio São Francisco nasce na Serra da Ca-nastra-Minas Gerais, e deságua entre Alagoas e Sergipe, depois de percorrer 2.863 km. Sabe o que o “Dr. Lula” man-dou fazer ? Mandou fazer uma “toma-da água” entre Bahia e Pernambuco, para que o Rio São Francisco volte para Pernambuco e Bahia, e vá até o Cea-rá, percorra 2.000 km de canais, sen-do um deles, em forma de túnel, com 1.500 metros. É uma maluquice ! É um

desperdício de dinheiro e uma imora-lidade ! O dinheiro do povo brasilei-ro está sendo rasgado ! Felizmente, as obras foram condenadas e paralisadas pelo Tribunal de Contas da União, de-vido grandes irregularidades e porque as obras já estão com rachaduras que comprometem as suas estruturas. Por sua vez, o Rio São Francisco está secan-do aos poucos, já estando partes do rio mostrando as pedras que antes eram cobertas por água e se formando ilhas onde antes eram trechos navegáveis. O Velho Chico vai ficar na nossa memó-ria, como um rio seco, pois, jamais di-minuirão os sofrimentos dos nordesti-nos, com a seca, enquanto os políticos e politiqueiros tiverem carros-pipa para enganarem o povo, com latas de água.

Em tempo – Agradeço ao meu ex-alu-no de Física, Valdeci Gerônimo, pelos in-centivos que sempre vêm dando aos meus escritos.

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... A polícia de Arapiraca trabalha com objetivo de esclarecer o assassinato do empresário e dono da banda de pagode Gingado, José Roberto de Souza, 31.

... De acordo com informações da Polícia Civil, o empresário foi executado com cinco tiros de arma de fogo efetuado por dois pistoleiros não identifi-cados. O crime aconteceu por volta das 17h40 de quarta-feira, 6, em um trecho da AL-110, região do Bairro Boa Vista em Arapiraca.

... Os pistoleiros em uma motocicleta de modelo Biz, sem placa. Aproveitaram que Roberto reduziu a velocidade próximo a um quebra-molas e abriram fogo contra o veículo da vítima, um VW Saveiro Cross., de cor vermelha e placa PFE-3914\AL.

... O empresário conseguiu descer do carro e saiu correndo em direção a um terreno lateral a rodovia, mas foi atingido com um tiro na perna, perdeu o controle e caiu. Sem medo de qualquer tipo de rea-ção, o pistoleiro saiu atrás de Roberto e o executou com cinco tiros, três deles na região das costas e mais dois na cabeça. A área foi isolada pela Polícia Militar (PM) até a chegada dos peritos.

... Após a conclusão do crime a dupla fugiu em alta velocidade tomando destino desconhecido pela Polícia. A reportagem do portal arapiraquense 7Segundos acompanhou o trabalho do Instituto de Criminalística e da Polícia Civil. Os peritos disseram que o crime possui grandes traços de uma execução.

... Segundo amigos do empresário, ele havia com-prado a banda Gingado há poucos meses e atuava em outro ramo antes de adquirir a banda. Após os trabalhos da pericia oficial no local, o corpo foi removido ao Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca. ... A prefeita Célia Rocha (PTB) recebeu na manhã de quarta-feira (6), representantes da organização do Coliseu Extreme Fighter, para oficializar a reali-zação do evento em Arapiraca, no dia 5 de abril, no ginásio Municipal Papa João Paulo II. O encontro contou com a presença do secretário municipal de Assistência Social, Daniel Rocha.

... Esta será a segunda vez que a competição acontece na cidade. A iniciativa começou já no ano passado, durante a gestão do prefeito Luciano Bar-bosa, quando a prefeitura apoiou o evento, que foi considerado um sucesso de organização e público.

Sem provasO vice-prefeito de Coité do Nóia, Aurelino Lopes dos Santos, dis-

se que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) apreciou e julgou, por unanimidade, improcedente a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime) contra o prefeito José de Sena Neto e que foi promovida pelo candidato a prefeito der-rotado Bueno Higino.

UnanimidadeDe acordo com o vice-pre-

feito Aurelino, a coligação que apoiou Higino entrou inicialmente com a Aime na 22ª Zona Eleitoral, alegando suposta distribuição de bebidas nos comício de Seninha.O promotor Valter Omena analisou e pediu a absolvição, que foi concedida pelo então juiz eleitoral Aderbal Mariano. “Eles, então, decidiram recorrer para o TRE perderam por unanimidade”, disse o vice-prefeito.

Muitos problemasO vice-prefeito Aurelino afirmou que ele e o prefeito Seninha en-contraram muitos problemas quando assumiram a administração municipal no último dia primeiro de janeiro.“os servidores estavam sem receber o salário do mês de dezembro último e parte do 13º salário de 2012. Outro problema é que os carros estavam sem condições de uso. A maioria com mais de 2 anos de emplacamento atrasado”, disse Aurelino.

Dívida junto a CealOutro problema grave, segundo o vice-prefeito de Coité do Noia, foi uma dívida de mais de R$ 160 mil deixada pela administração anterior junto a Ceal. “É profundamente lamentável a situação que encontramos o mu-nicípio. Para se ter uma idéia, os prédios públicos estão sem estru-tura física e funcionando precariamente”, observou.

Ficou assustadoAurelino afirmou além de uma infinidade de problemas encontra-dos no setor educacional, o prefeito Seninha ficou assustado com a falta de medicamentos na Secretaria Municipal de Saúde “Os carros já estão funcionando e estamos trabalhando intensa-mente para solucionar os problemas com a finalidade de colocar a máquina administrativa em pleno funcionamento para, assim, favorecer, a nossa comunidade”, concluiu o vice-prefeito.

Visita ao shopping O superintendente do Banco do Nordeste, Antônio Cesar de San-tana visitou, na última sexta-feira, as obras do Pátio Arapiraca Garden Shopping. Acompanhado de diretores e gerentes regio-nais da instituição bancária, ele foi recepcionado pelo empresário Adoniran Guerra.

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ABCDOINTERIOR

PELO INTERIORPadrão das obrasDurante vistoria técnica, Antônio Cesar, fez questão de externar a sua felicidade com o padrão das obras e com a finalidade do projeto que é gerar três mil e quinhentos empregos diretos e três mil empregos indiretos, além de fomentar o desenvolvimento das Regiões Agreste, Sertão e Baixo São Francisco.

FinanciamentosDurante a visita de cortesia as obras do Shopping de Arapiraca, o superintendente Antônio Cesar revelou que o BNB pretende abrir financiamentos para os 200 lojistas que vão operar dentro do empreendimento, além de promover linhas de créditos para capital de giro. “O BNB é um parceiro importantíssimo nesse projeto que é um antigo sonho do povo arapiraquense que se tornou realidade”, co-memora o empresário Adoniran Guerra.

ServiçosSobre o Shopping Pátio Arapiraca, Adoniran informou que con-tará com 200 lojas, sendo 21 na área alimentícia. “Além disso, contará com alameda de serviços, Supermercado GBarbosa, Cen-tro Médico, mega-lojas e âncoras. Ao todo são oito, a exemplo da Riachuelo C & A, Marisa, Americanas, Le Biscuit (Bahia) e Lojas Guido”, disse o empresário para revelar os nomes das mega-lojas: Realce, Abys Calçados, Loja de Brinquedos Ri Happy.

Geração de renda“O shopping também contará com seis salas de cinema da marca Cinesystem, academia e estacionamento para 1.500 veículos. Vai gerar uma arrecadação, contribuições e impostos de R$ 40 mi-lhões por ano. Deve dar um incremento no mercado da região, entre varejos e serviços, na ordem de R$ 480 milhões por ano”, observou o empresário Adoniran Guerra. Ele ressaltou que o shopping vai valorizar a questão predial do município de Arapiraca, bem como preencher uma grande lacu-na que a região interiorana tem em relação a varejos, serviços e entretenimento.

Será em junhoCom relação à inauguração do empreendimento, Adoniran Guer-ra explicou que estava previsto para abril, mas houve problemas com empresas terceirizadas que concedera férias no período de 24 de dezembro a 10 de janeiro. Outro empecilho foi o período de carnaval e as obras ficaram paralisadas por mais 10 dias.“Se não houver nenhum contratempo, o Shopping de Arapiraca será inaugurado até o final de junho”, completou o empresário.

Novidade A rede de restaurantes de Arapiraca está mais fortalecida com inauguração, na última semana, do restaurante Filé com Queijo, que já está em pleno funcionamento na Rua 30 de Outubro, vizi-nho ao Moisés Foto Stúdio, no Centro da cidade.O empresário José Alberto Mendonça Figueiredo (Beto), fez questão de informar que o novo empreendimento traz como no-vidade os pratos especiais que são degustados em Riacho Doce, em Maceió.

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MARIA SALÉ[email protected]

Ela nasceu no dia 2 de mar-ço de 1913 em uma época em que a expectativa de

vida era de, no máximo, 40 anos. Poucas casas tinham energia elé-trica e água encanada era um luxo para poucos. Cem anos depois, Maria do Carmo da Conceição, a Cacau, mostra vitalidade e pro-va que a passagem do tempo só lhe fez bem. E esta disposição foi percebida por familiares, amigos e admiradores de Cacau que par-ticiparam da festa de 100 anos da “mais antiga e idosa moradora da Casa do Pobre Santo Antônio”, em União dos Palmares.

A comemoração de um sécu-lo de vida da Cacau não poderia ser diferente. Ao som do autên-tico forró pé de serra, as pessoas se confraternizavam, falavam do cotidiano da aniversariante, das birras, vontades e de sua história de vida. E esta autenticidade ficou visível em vários momentos da festa. Se alguém perguntava o que ela queria ganhar de presente de aniversário, logo respondia que uma calunga (boneca), mas quan-do recebia o presente fazia pouco caso do convidado e começava a andar pelo salão. E o que dizer do momento do parabéns prá você que Cacau deixou os convidados cantando e foi se refugiar no quar-to e só quando bem quis voltou e apagou as velinhas.

Com poucas palavras e arisca, Cacau mudava rápido de humor assim como trocou de roupa para a festa. Usou um vestido de florzi-nhas rosa, que fez questão de ir a loja comprar a fazenda (tecido), e

Idosa comemora 100 anos com toda vitalidadeCacau, que há mais de 40 anos mora na Casa do Pobre, em União dos Palmares, prova que a passagem do tempo só lhe fez bem

nos pés usou uma sandália azul. O cabelo ela mesma quem arrumou- recusou ajuda- e apenas amarrou com uma fita rosa. Mas parecia mesmo que Cacau queria se exi-bir e mostrar sua independência. E assim, entrava e saia do salão na hora que bem entendia, quebran-do qualquer protocolo e igno-rando a presença de promotores de justiça, industriais, políticos, bancários, arquitetos, jornalistas e tantos outros convidados. Na ver-dade, todos estavam ali por ela e para ela.

Cacau, centro das atenções, tinha consciência de que naquele momento era a pessoa mais im-portante e amada do mundo. E isso foi demonstrado na fala do industrial Rodrigo Daniel, que além de ser o filho que ela nunca teve é seu amigo, confidencial e protetor. “A Cacau é meu tesouro. Quando ela diz não quero, não tem quem lhe obrigue. Mas ao mesmo tempo é uma pessoa dó-cil e companheira. Na verdade, a Cacau é um show”, disse Daniel emocionado.

Outro momento emocionan-te foi o depoimento da promo-tora de justiça Adilza de Freitas, sobrinha de Cacau. Ela falou da dificuldade que o pai passou com a tia Ducarmo quando ficaram ór-fãos ainda criança, do reencontro com ela anos depois e da vontade da Cacau de escolher a Casa do Pobre como sua moradia. “Ela é cativante e se escolheu ficar aqui temos que respeitar sua vontade. Só temos que agradecer e dizer da nossa gratidão a todos que cui-dam da minha tia”, disse.

A promotora Carmem Sílvia afirmou que o jeito independen-

te e cheio de vontade da Cacau a cativou. “Quando venho aqui, ga-nho muito. É um Oasis que tenho dentro de União. A Cacau é um exemplo para todos nós”, senten-ciou. E o que dizer do amigo Be-nedito Roberto que falou que esta festa da Cacau é um ato inclusivo e que não tem presente maior que completar 100 anos lúcida, brava e cheia de vontade. “ Cacau é ama-da e faz valer sua personalidade. Hoje ela é Cacau show”, brincou.

A administradora do Hospi-tal São Vicente de Paula, Edvane Calixto, falou das mudanças na Casa do Pobre na atual gestão e disse que aquele momento era emocionante, inclusive que uma moradora a fez lembrar sua mãe. “Poucos chegam a idade da Ca-cau. Aqui cada um tem sua histó-ria para contar. É gratificante ver a alegria no rosto de cada morador, funcionário e convidado por este momento”, afirmou.

Emocionada, a administrado-ra da Casa do Pobre, Ana Paula Moura, agradeceu a ajuda dos parceiros, falou da importância da valorização do idoso e de cada detalhe da festa. Inclusive, o porta retrato em formato de trem com a fotografia da Cacau foi pensado como passagem de tempo, uma viagem pela vida. “Aqui temos vá-rios casos. Alguns chegaram por vontade própria, outros não, mas todos são acolhidos por igual. Fa-zer 100 anos é uma maravilha e a Cacau vive aqui há mais de 40 anos e se acha a dona da casa”, descontraiu Paula.

E regada a bolos, doces, salga-dos, refrigerantes e outras gulo-seimas, a festa teve a cara da Ca-cau, que fez questão de dizer que não toma banho dia de sexta-feira porque tem promessa e que nunca casou e nunca namorou porque não quis. E naquela tarde festiva, todos os moradores da Casa ves-

tiram sua melhor roupa de festa para comemorar os 100 anos da mais antiga e idosa moradora da Casa.

II AÇÂO SOLIDÁRIAA Casa do Pobre Santo Anto-

nio existe há 59 anos e é mantido Pela Sociedade São Vicente de Paulo, a qual responde por mais de 70% das Instituições de Longa Permanência para Idosos existen-tes no Brasil. O abrigo conta com 31 idosos, sendo 16 homens e 15 mulheres e 15 funcionários. Para continuar as melhorias da Casa, vai acontecer a II Ação Solidária Vicentina 2013. A rifa será em prol da construção da lavanderia e rouparia e conta com cinco prê-mios: uma moto Honda, uma TV LCD 32” um microondas, fogão e um tablet. O valor é de R$ 5,00 e o sorteio acontece dia 21 de setem-bro, às 20 horas, na Praça Basilia-no Sarmento, no Centro de União dos Palmares.

Ao som do autêntico forró, moradores e amigos lotaram o salão para comemorar os 100 anos da Cacau

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SP2 no Bicho do MarOs amantes do pop rock podem cutir nesta sexta (8 de março), a partir das 21h30, no restaurante Bicho do Mar, na Serraria, a banda SP2. Formada pelos músicos Will (violão e voz), Passarinho (batera), Filho (contra baixo) e Gugue (guitarra e vocal), o grupo mostra um repertório eclético, passando por Djavan, João Bosco, Skank, Paralamas do Sucesso, Titãs, Legião Urbana, além de sucessos internacionais. Uma boa pedida para o fim de semana com boa música, acompanhado por uns birinights

Raimundos em MaceióDepois de um 2 anos de muito trabalho, na tour do CD/DVD Roda Viva (ST2 Music), de mais de 140 shows pelo Brasil e cerca de 350 mil espectadores, o Raimundos reafirma sua volta ao topo do rock nacional. Esteve presente em vários festivais, feiras e festas por todo o Brasil, com apresentações eletrizantes, levando o público ao delírio. Olha o Raimun-dos mininu!! Recentemente gravou o CD “Ultraje x Raimundos”, um disco em parceria, proposto por uma gravadora. Prontamente aceito! No “embate do século”, cada banda, toca o repertório do outro e vice-versa. O projeto foi uma boa diversão e também uma forma de “afiar” os ins-trumentos para o Cd de inéditas que vai ser lançado em meados de 2013. Hoje, os Raimundos estão rodando o Brasil com o show Clássicos do Vinil, “Lavô tá novo”, na íntegra! + músicas do Ultraje x Raimundos + clássicos do Roda Viva! Um show completís-simo!E Maceió, fará parte dessa grande turnê, dia 23 de março de 2013, na Vox Room. a abertura do show fica por conbta da banda alagoana L-100, além de Atrito 82 e Suhbita.Pontos de Venda: Tchuk Jhones, Point Radical, Jameika e stands Folia Brasil e Viva AlagoasMais informa-ções: (82) 3032-0088

Maria Gadú na MusiqueDuas vezes indicada ao Grammy e no seu quarto disco de Platina, a jovem cantora e compositora, dona de um talento incomparável, Maria Gadú será a atração desta sexta-feira, dia 8 de março na casa de shows Musique, no Stella Maris, a partir das 22 horas. Após o estrondoso sucesso do primeiro álbum, a intérprete de ‘Shimbalaiê’ divulga o novo trabalho ‘Mais uma Página’, o segundo trabalho de estúdio, lançado em dezembro de 2011 . No repertório; ‘Axé Acappella’ (Luísa Maita e Dani Black), ‘Linha Tênue’ (Dani Black) e a autoral ‘Estranho Natural’. Quem for ao show para ouvir as canções mais an-tigas pode aguardar por ‘Linda Rosa’ e ‘A História de Lily Braun’ (Edu Lobo e Chico Buarque)Informações:9306-9306s

Beatriz Seagal e Herson Capri em MaceióO espetáculo ‘Conversando Com a Mamãe’, que tem no elenco a Beatriz Segal e o ator Herson Capri, estará em cartaz nos dias 11, 12 e 13 de maio no palco do Teatro Deodoro. Em ‘Conversando com Mamãe’ Beatriz Segall interpreta uma senhora de 82 anos. Herson Capri, por sua vez, é Jaime, o filho cinquen-tão que pouco convive com a mãe e só tem notícias dela por telefone. Um en-contro deles para resolver uma crise rende momentos divertidos e emociona ao trazer temas como afeto, companheirismo e afastamento.

Show do Capital Inicial “Das Kapital”, o décimo segundo álbum de estúdio da banda Capital Inicial, e o primeiro trabalho inédito da banda em três anos. O show acontece na casa de show Musique, no próximo dia 19 de março, a partir das 22 horas. O título da nova turnê da banda e foi inspirado no famoso livro “O Capital”, de autoria do intelectual e revolucionário alemão Karl Marx. Todas as 11 composições são do próprio Dinho, em parceria com outros músicos, como o guitarrista da banda, Yves Passarell, considerado um dos grandes guitarristas de rock do cenário musical brasileiro. - Informações:9306-9306

FIM DESEMANA

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Milton Nascimento em MaceióO cantor carioca/mineiro, Milton Nascimen-to faz show em Maceió no próximo dia 6 de abril, no Teatro Gustavo Leite, às 21 horas. Representante nato do Clube da Esquina, Milton Nacimento viaja o Brasil com o show “Uma Travessia”, onde mostra todo seu ta-lento no excelente repertório criado durante vários anos de carreira. Ingressos venda: Sue Chamusca - Maceió Shopping, Térreo. Valores: Platéia A: R$ 250 e 125, Platéia B: R$ 200 e 100, Platéia C: R$ 150 e 75 e Mezanino: R$ 120 e 60.

O samba de Alcione A sambista Alcione se apresenta em Maceió no próximo dia 27 de abril, na casa de show Musique, no Stela Maris. O show comemora os 40 anos de carreira da cantora, conheci-da por seus sambas românticos.

Toquinho e João BoscoOs cantores Toquinho e João Bosco trazem o melhor da Música Popular Brasileira para o público maceioense nesta sexta-feira, dia 8 de março. O show será no Teatro Gustavo Leite, a partir das 21h. O shoe tem formato acústico, Toqui-nho e João Bosco se revezam na voz e violão. O repertório traz 25 clássicos dos músicos e as cinco últimas canções, eles cantam juntos. Toquinho abre a noite cantando músicas já conhecidas do grande público como “Que maravilha”, com coautoria de Jorge Ben Jor. A parceria com Vinicius de Mo-raes não podia ser deixada de lado, sendo representada pelas canções “Samba de Orly”, “Eu sei que vou te amar” e “Sei lá” João Bosco ataca com os clássicos como “O bêbado e a equilibrista”, “Dois pra lá dois pra cá” e “Corsário”, todas assi-nadas por ele e Aldir Blanc, além de “Jade” e “Papel marché” estão entre as selecionadas.

Vander Lee no DeodoroO cantor e compositor Vander Lee se apresenta em Maceió, no dia 21 de março. O show acontece no palco do Teatro De-odoro a partir das 21 horas. Como bom mineiro, começou sua carreira em bares locais em meados da década de 1980, em 1987 já fazia shows com seu próprio repertório. Suas can-ções variam desde o romântico, passando pelo samba até a balada e rock mineiro. Em suas letras, fala de acontecimen-tos da vida cotidiana, e sempre com um lado romântico, fala de amor. Já gravou com grandes nome da MPB, como Zeca Baleiro, Elza Soares, Rita Ribeiro, Leila Pinheiro e Nando Reis. Compôs a música “Estrela” que foi gravada pela cantora Maria Bethânia. Teve ainda a canção “Onde Deus possa me ouvir” gravada por Gal Costa.Pontos de vendas: Cia. das Havaianas e no Teatro Deodoro. Mais informações: (82) 3235.4280 e 9979.5959

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