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Filipe de Sousa Edição 70 Ano VI - Setembro 2013 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê História e Atualidade Pág.: 03 Semana da Pátria Pág.: 04 Política e Cidadania Pág.: 05 Notícia da Educação Pág.: 06 Página Literária Pág.: 07 EDUCAR não é opinião Pág.: 14 INCLUSÃO - Sobre as APAE Pág.: 13 Socializando ideias Pág.: 12 O velho Ranzinza (verdade) Pág.: 11 A Engrenagem Pág.:10 Aprovar ou Reprovar Pág.:09 A CERCA (Conto real) Pág.:08 As Ruas Movem o Brasil Pág.: 16 Nossos Filhos x Educação Pág.: 15 Datas importantes SETEMBRO - 2013 01 - Inicio da Semana da Pátria 02 - Dia do Repórter Fotográfico (Fotojornalismo) Rendição do Japão (2ª Guerra Mundial) 1945 03 - Dia do Biólogo 05 - Dia do Oficial de Farmácia (Lei 5157/66) Dia da Amazônia 06 - Oficialização do Hino Nacional Brasileiro 07 - Dia da Independência do Brasil 1ª transmissão de rádio no Brasil (1922) Inauguração Oficial do “Museu paulista”(1895) 08 - Dia Internacional da Alfabetização 12 - Inauguração do “Memorial JK” Brasília (1981) Dia da Seresta 13 - Criados os Estados do Amapá e Rio Branco (1962) 1º. Voo de Santos Dumont (14 bis) (1906) 16 - Morte de Carlos Gomes (1896) Inicio da Semana da Comunidade 17 - Dia da Compreensão Mundial 18 - Dia dos Símbolos Nacionais Primeira transmissão de TV no Brasil (1950) 21 - Dia da Árvore Dia do Radialista Dia Internacional da Paz 23 - Inicio da Primavera 24 - Morte de D. Pedro I - Lisboa PT em 1834 25 - Dia Nacional da Radiodifusão 26 - Dia Internacional das Relações Públicas 27 - Dia da Música Popular Brasileira Dia Mundial do Turismo 29 - Dia do Petróleo Morte de Machado de Assis (RJ) em 1908 30 - Dia da Secretária Dia Mundial do Tradutor No dia 5 de setembro comemora-se o dia da Ama- zônia, a maior floresta do mundo. A extensão da floresta amazônica abrange, além dos estados brasileiros do Acre, Amapá, Pará, Ro- raima, Rondônia, Amazonas, Tocantins, Maranhão, área do Mato Grosso, outros países da América do Sul, como: Venezuela, Guianas, Suriname, Bolívia, Colômbia, Peru e Equador. A área da floresta representa dois quintos da Amé- rica do Sul e a metade do território brasileiro. Além disso, concebe um quinto das águas doces do mundo, sendo a maior bacia hidrográfica do plane- ta, com extensão de sete milhões de quilômetros. Os principais rios que formam a bacia são, além do Amazonas, os seus afluentes: Negro, Trombetas e Japurá – à esquerda; e Madeira, Xingu, Tapajós, Purus e Juruá à margem direita. A Amazônia deve ser preservada, pois é a maior reserva natural do planeta e proporciona o equilíbrio ambiental do mundo. Sua biodiversidade é muito grande, com espécies animais, vegetais e minerais que formam um ecossistema autossu- tentável. Pesquisas calculam que em suas riquezas existam cerca de cinco milhões de espécies de plantas, mil e cem espécies de aves; duzentas e cinquenta, de mamíferos; e duas mil, de peixes. A vegetação da Amazônia é composta por três tipos de ma- tas: a de igapó, de solo inundado; a de várzea, com inunda- ções somente em algumas épocas do ano; e a de terra firme, com solo seco e árvores que alcançam 65 metros. O clima da região é quente e úmido, com chuvas abundantes o ano todo. A seringueira é uma das espécies vegetais mais importantes da região, em razão da extração da matéria prima para a produção da borracha, o lá- tex, que é até hoje uma das principais extrações feitas, juntamente com a castanha-do-pará e do guaraná. Várias espécies vegetais podem ser aproveitadas por indústrias de fabricação de medicamentos e cosméticos, aumentando a economia produtiva do país. A EMBRAPA – empresa brasileira de pesquisa agropecuária - iniciou em 1990 um trabalho sobre recursos ge- néticos e a biotecnologia, a fim de organizar a distribuição da heterogeneidade das espécies vegetais da região. Foram levantadas mais de 3.500 espécies, sendo classificadas em gênero e família. Atualmente, os problemas mais sérios que a Amazônia vem sofrendo são os desmatamentos de suas árvores para o contrabando de madeiras; a caça e a pesca, predatórias, que tem causado a extinção de várias espécies animais; e as disputas de terra. Com tantas riquezas, a Amazônia tornou-se interesse de grandes potências do mundo. Alguns países têm publi- cado em seus livros de geografia que a floresta é parte do patrimônio mundial, o que não é verdade. A Amazô- nia pertence ao território brasileiro e não podemos deixar que outras nações retirem o que é nosso. Por Jussara de Barros Graduada em Pedagogia Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem. Mario Quintana

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Page 1: Edição 70 Ano VI - Setembro 2013 Distribuição Gratuita file21 - Dia da Árvore Dia do Radialista Dia Internacional da Paz 23 - Inicio da Primavera 24 - Morte de D. Pedro I - Lisboa

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Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associa-ção “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental.

Filipe de Sousa

Edição 70 Ano VI - Setembro 2013 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

História e Atualidade Pág.: 03

Semana da Pátria Pág.: 04

Política e Cidadania Pág.: 05

Notícia da Educação Pág.: 06

Página Literária Pág.: 07

EDUCAR não é opinião Pág.: 14

INCLUSÃO - Sobre as APAE Pág.: 13

Socializando ideias Pág.: 12

O velho Ranzinza (verdade) Pág.: 11

A Engrenagem Pág.:10

Aprovar ou Reprovar Pág.:09

A CERCA (Conto real) Pág.:08

As Ruas Movem o Brasil Pág.: 16

Nossos Filhos x Educação Pág.: 15

Datas importantes

SETEMBRO - 2013

01 - Inicio da Semana da Pátria 02 - Dia do Repórter Fotográfico (Fotojornalismo) Rendição do Japão (2ª Guerra Mundial) 1945 03 - Dia do Biólogo 05 - Dia do Oficial de Farmácia (Lei 5157/66) Dia da Amazônia 06 - Oficialização do Hino Nacional Brasileiro 07 - Dia da Independência do Brasil 1ª transmissão de rádio no Brasil (1922) Inauguração Oficial do “Museu paulista”(1895) 08 - Dia Internacional da Alfabetização 12 - Inauguração do “Memorial JK” Brasília (1981) Dia da Seresta 13 - Criados os Estados do Amapá e Rio Branco (1962) 1º. Voo de Santos Dumont (14 bis) (1906) 16 - Morte de Carlos Gomes (1896) Inicio da Semana da Comunidade 17 - Dia da Compreensão Mundial 18 - Dia dos Símbolos Nacionais Primeira transmissão de TV no Brasil (1950) 21 - Dia da Árvore Dia do Radialista Dia Internacional da Paz 23 - Inicio da Primavera 24 - Morte de D. Pedro I - Lisboa PT em 1834 25 - Dia Nacional da Radiodifusão 26 - Dia Internacional das Relações Públicas 27 - Dia da Música Popular Brasileira Dia Mundial do Turismo 29 - Dia do Petróleo Morte de Machado de Assis (RJ) em 1908 30 - Dia da Secretária Dia Mundial do Tradutor

No dia 5 de setembro comemora-se o dia da Ama-zônia, a maior floresta do mundo.

A extensão da floresta amazônica abrange, além dos estados brasileiros do Acre, Amapá, Pará, Ro-raima, Rondônia, Amazonas, Tocantins, Maranhão, área do Mato Grosso, outros países da América do Sul, como: Venezuela, Guianas, Suriname, Bolívia, Colômbia, Peru e Equador.

A área da floresta representa dois quintos da Amé-rica do Sul e a metade do território brasileiro. Além disso, concebe um quinto das águas doces do mundo, sendo a maior bacia hidrográfica do plane-ta, com extensão de sete milhões de quilômetros. Os principais rios que formam a bacia são, além do Amazonas, os seus afluentes: Negro, Trombetas e Japurá – à esquerda; e Madeira, Xingu, Tapajós,

Purus e Juruá à margem direita.

A Amazônia deve ser preservada, pois é a maior reserva natural do planeta e proporciona o equilíbrio ambiental do mundo.

Sua biodiversidade é muito grande, com espécies animais, vegetais e minerais que formam um ecossistema autossu-tentável. Pesquisas calculam que em suas riquezas existam cerca de cinco milhões de espécies de plantas, mil e cem espécies de aves; duzentas e cinquenta, de mamíferos; e duas mil, de peixes.

A vegetação da Amazônia é composta por três tipos de ma-tas: a de igapó, de solo inundado; a de várzea, com inunda-

ções somente em algumas épocas do ano; e a de terra firme, com solo seco e árvores que alcançam 65 metros.

O clima da região é quente e úmido, com chuvas abundantes o ano todo.

A seringueira é uma das espécies vegetais mais importantes da região, em razão da extração da matéria prima para a produção da borracha, o lá-tex, que é até hoje uma das principais extrações feitas, juntamente com a castanha-do-pará e do guaraná.

Várias espécies vegetais podem ser aproveitadas por indústrias de fabricação de medicamentos e cosméticos, aumentando a economia produtiva do país.

A EMBRAPA – empresa brasileira de pesquisa agropecuária - iniciou em 1990 um trabalho sobre recursos ge-néticos e a biotecnologia, a fim de organizar a distribuição da heterogeneidade das espécies vegetais da região. Foram levantadas mais de 3.500 espécies, sendo classificadas em gênero e família.

Atualmente, os problemas mais sérios que a Amazônia vem sofrendo são os desmatamentos de suas árvores para o contrabando de madeiras; a caça e a pesca, predatórias, que tem causado a extinção de várias espécies animais; e as disputas de terra.

Com tantas riquezas, a Amazônia tornou-se interesse de grandes potências do mundo. Alguns países têm publi-cado em seus livros de geografia que a floresta é parte do patrimônio mundial, o que não é verdade. A Amazô-nia pertence ao território brasileiro e não podemos deixar que outras nações retirem o que é nosso.

Por Jussara de Barros

Graduada em Pedagogia

Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem. Mario Quintana

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 02

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download e

visa a atender à Cidade de São Paulo e suas Regiões Metropolitanas.

Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê e ABC Paulista. Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Revisão de textos

Veículo divulgador da Associação

“Formiguinhas do Vale”

Gazeta Valeparaibana é um MULTIPLICADOR do Projeto Social

“Formiguinhas do Vale” e está presente

mensalmente em mais de 80 cidades do Cone

Leste Paulista, com distribuição gratuita em

cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de

Ensino Fundamental e Médio.

“Formiguinhas do Vale” Uma OSCIP - Sem fins lucrativos

Cidadania e

Meio Ambiente

Formiguinhas do Vale

www.formiguinhasdovale.org

A Associação tem como princi-pal objetivo interferir nas mudanças com-portamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambien-tal, sustentabilidade e paz social, refloresta-mento, incentivo à agricultura orgânica, hor-tas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e composta-gem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divul-gado através deste veículo de interação.

Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula-res de cada região. Inicialmente iremos for-mar turmas que terão a finalidade de multi-plicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respecti-vas comunidades.

• Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti-co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâ-nica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conheci-mento adquirido em cada comunidade.

• Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali-dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for-mação de cooperativas ou grupos preserva-cionistas em suas comunidades.

• Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú-sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen-te será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com res-ponsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos.

# SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco

0xx12 - 9114.3431

www.formiguinhasdovale.org

Editorial

Rádio web CULTURAonline Brasil NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós !

A Rádio web CULTURAonline, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Professor , Família e Sociedade.

Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, onde a Educação se discute num debate aberto, crítico e livre. Mas com responsabilidade!

Acessível no links: www.culturaonlinebr.org

Os menores no Brasil, o ECA, a Fundação casa e a política! O que temos no Brasil é um triste quadro no que tange à ressocialização dos menores infratores e não só, mas, é sobre menores que quero falar. No Estado de São Paulo, onde mais de 9200 me-nores estão "detidos" em todo o estado de São Paulo, pela prática de atos infracionais, em sua maioria tráfico e roubo, ao custo de aproximadamente R$7.100,00 reais ao mês para o estado, com acompanhamento psicológico, educação profissional, esporte, cultura, alimentação.

Divididos em 148 unidades, a Fundação Casa emprega mais de 12.400 funcionários para atender todo este sistema, funcionários estes que devem ser capacitados tecnicamente, principalmente no gerenciamento de conflitos.

Nos últimos cinco anos, sessenta e cinco funcionários foram demitidos por agressões à menores! Mas, a pergunta que fica é: O jovem torturado será que sai melhor do que entrou? As últimas cenas relatadas pelos órgãos de imprensa envergonham nosso sistema, que deve ser punitivo sim, pois quem erra tem que pagar pelo seu erro, mas tortura são práticas antidemocráti-cas e que lembram nossa época de ditadura.

No momento em que a sociedade debate a redução da maioridade penal, não podemos permitir um estado torturador, mas sim um estado que recupera o cidadão, pois amanhã este menor tortu-rado irá sair pior do que entrou e o que então esperar dele aqui fora, depois de adquirir a liberda-de?

Somente reduzir a maioridade penal e condená-lo resolve o problema?

Falando nisso!

Quando o PT lutava para chegar ao poder e iam para a Rua reivindicar e denunciar mal feitos, es-tava tudo bem. Agora que é Governo, colocam um monte de moleques pagos para distribuir qua-dradinhos pelas redes sociais afirmando que quem está na rua é fascista, saudosos da ditadura, que são a direitona, etc... Será que eles não estão sendo iguais aos de antes? Será que agora que são Governo acham que está tudo certo? Olha aqui em São José dos Campos (SP) a decepção é grande com a vitória do PT! E no Brasil as coisas também não andam tão bem assim! Cuidado porque o tiro pode sair pela culatra. O povo que está na rua quer: Convocação de uma Assembléia Constituinte específica para fazer a REFORMA POLÍTICA e depois todas as outras REFORMAS que estão engavetadas faz muitos anos. O povo que está na rua quer que as riquezas do Brasil sejam para o desenvolvimento de seu País como um todo e não que sejam entregues para as corporações, como o está o nióbio e o nosso petróleo. O povo que está na rua quer justiça igual para todos. É isso que o povo quer e não a volta da ditadura. Filipe de Sousa

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e

demais conteúdos são de inteira respon-

sabilidade dos colaboradores que

assinam as matérias, podendo seus

conteúdos não corresponderem à

opinião deste projeto nem deste Jornal.

CULTURAonline BRASIL

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 03

História e Atualidade

Todos sabemos que programas sobre educação onde se abordem verdades e se discuta o assunto de forma imparcial, suprapartidari-amente e com ética são raros na mídia convencional.

São raros porque infelizmente não dão IBOPE e a mídia convencional busca imagem e IBOPE, pois so-

mente assim conseguirá patroci-nadores e valorizará seus espaços publicitários.

EDUCAR Uma janela para o mundo

Nosso programa no ar todas as Quintas, das 20h às 22h e, o ou-vinte poderá interagir com suas

sugestões, críticas ou questionamentos.

CULTURAonline BRASIL Apresentado pelo

Prof. António Carlos Vieira CONHEÇA TODA A NOSSA

PROGRAMAÇÃO Acesse e ajude a Educação

no Brasil www.culturaonlinebr.org

CAPITALISMO

Parem o moinho,

prendam os moleiros

Darcy Ribeiro (1922-1997), no livro O povo bra-sileiro: a formação e o sentido do Brasil (São Paulo: Companhia das Letras, 1995), incluiu um capítulo denominado Moinhos de gastar gente. Nele, o antropólogo e político mineiro pôs em destaque o elevado custo humano da colo-nização do país, marcada inicialmente pelo a-presamento e escravização dos índios e logo em seguida pelo cativeiro dos africanos e de seus descendentes. Darcy descreveu em dezenas de páginas não apenas a brutalidade do enquadramento

de milhares de pessoas em sistemas de traba-lhos forçados, como também a destruição de seus corpos, submetidos às jornadas exausti-vas, aos castigos físicos, à falta de alimentação adequada, ao confinamento em ambientes i-mundos. Há poucos dias, enquanto percorria o site oficial do Ministério do Trabalho e Empre-go, me deparei com informações que produzi-ram uma imediata recordação daquela obra clássica. Conhecendo a deficiência de meios e de pessoal que caracteriza todos os esquemas de fiscalização do Brasil, não é difícil supor que este número representa uma minúscula ponta de iceberg. Teremos, sem dúvida, um contingente nada desprezível de homens e mulhe-res escravizados em pleno ano de 2013. A i-magem estereotipada do grileiro semianalfabe-to, antigo jagunço, mantendo trabalhadores presos em terras amazônicas cercadas à bala com a conivência do prefeito sócio e em alguns casos primo provavelmente é real, mas note-mos que é apenas uma entre múltiplas possibi-lidades. Existe escravidão nas proximidades das metrópoles regionais e nacionais, inclusive em firmas de grande porte cuja produção se destina ao mercado externo.

Agregando a este universo as milhares de empresas que, sem incorrer em ousadias escravocratas tão escandalosas quanto a falta de bebedouros e privadas em suas dependên-cias, deixam de cumprir itens elementares da legislação trabalhista e fiscal, visualizamos de maneira nítida o tenebroso quadro das rela-ções de trabalho no país. Relações que se tor-nam ainda mais inaceitáveis caso se leve em consideração o grau de industrialização e de desenvolvimento da comunicação de massa com o qual paradoxalmente convivemos. Permanece, no longo prazo, uma mentalidade segundo a qual a força de trabalho é composta por peças descartáveis conforme as conveni-ências imediatas dos empregadores. Somente isto já seria suficiente para jus-tificar, entre nós, a necessidade de uma es-querda combativa e incansável, bem como pa-ra despertar repulsa contra todo e qualquer conservadorismo político. Paremos, com nossos votos, com nossos protestos, com nossas denúncias, com nossos atos diários de resistência contra os variados tipos de abuso de autoridade, os moi-nhos de gastar gente. Prendamos, sem complacência, to-dos os moleiros que insistem em manter pre-sente o século XVI. Fonte:http://gustavoacmoreira.blogspot.com.br

CULTURAonline BRASIL

CONSTITUIÇÃO FEDERAL Incisos IV, VI, VII, VIII e IX do art. 5º da Constituição Federal.

Efetivamente os textos de tais incisos são os seguintes:

IV – “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício

dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas litur-

gias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis

e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filo-

sófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e

recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, inde-

pendentemente de censura ou licença”;

Humanidade

Sobre a falta de humanidade

Existem coisas que me deixam chocada. Uma delas é a falta de vontade de uma pessoa se colocar no lugar da outra. É tão simples, tão indolor, não sei por qual motivo a mai-or parte das pessoas tem essa dificuldade. Egoísmo

é uma palavra feia e que por mim não existiria no dicionário. A falta do tato, do enxergar o ou-tro, do se colocar na pele, do tentar entender o que se passa do lado de lá.

Apavorada, vi a notícia do estudante de psico-logia que atropelou um ciclista e não prestou socorro. No atropelamento, o rapaz perdeu o braço. Mas o estudante, além de ter fugido, jo-gou o braço do moço em um córrego. O moço, que era limpador de vidros, estava indo para o trabalho de bicicleta. Ele perdeu a chance de ter seu braço de volta. Perdeu a chance de vol-tar a ter uma vida quase normal. Perdeu a chance de tentar viver sem traumas.

Me pergunto: que pessoa é essa? Que ser hu-mano consegue carregar um braço dentro do carro e atirar longe? Que ser humano escolhe tirar a chance do outro de ter de volta o que é

seu? Que ser humano tem o sangue frio de machucar alguém e fugir sem olhar para trás? Que ser humano é capaz de simplesmente não se preocupar com o outro? Que ser humano só enxerga o seu próprio umbigo? Que ser huma-no é esse que pensa somente em salvar a pró-pria pele?

Que medo desse mundo, que medo. Que me-do das pessoas. A cada dia que passa fico mais receosa. Não sei onde as coisas vão pa-rar. Um estudante de psicologia, vejam a ironi-a, não sabe o que significa ser humano. Autora: Clarissa Corrêa

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 04

Independência do Brasil

1º de setembro, dia que começam as comemora-ções da Semana da Pátria que tem seu apogeu no dia 7 de setembro, data que comemoramos a In-dependência do Brasil.

É uma ocasião propícia para se falar sobre Cidada-nia. Como podemos exercer nossa cidadania? Conhecendo nossos direitos e deveres, participan-do da vida política do nosso país, respeitando as pessoas e suas distintas culturas, cuidando do mei-o ambiente, abandonando preconceitos e funda-mentalismos... Todas essas atitudes fazem com que nos tornemos cidadãos de verdade, pessoas merecedoras de respeito, afinal "Pátria é vida com dignidade". Nunca é demais lembrar da importância do seu voto consciente. Eleger pessoas dignas, com certeza trará um futu-ro melhor para nossa nação, hoje palco de tantas injustiças e desrespeitos. Veja agora como começou a história da nossa "Independência": Denomina-se Independência do Brasil ao processo que culminou com a emancipação política do nos-so país do reino de Portugal, no início do século XIX. Oficialmente, a data adotada é 7 de setembro de 1822, quando ocorreu o episódio do chamado Gri-to do Ipiranga. Segundo a história oficial, às mar-gens do riacho Ipiranga, hoje de São Paulo, o Prín-

cipe Regente D. Pedro, bradou perante a sua co-mitiva: Independência ou Morte!.

A moderna historiogra-fia em História do Bra-sil, afirma que o início do processo de inde-pendência se deu com à chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, no contexto da Guerra Peninsular, a partir de 1808, quando a Corte Portuguesa transferiu-se para o Brasil, fugin-

do das tropas de Napoleão Bonaparte. O regente Dom João VI abriu os portos do país, permitiu o funcionamento de fábricas e fundou o Banco do Brasil. O país tornou-se, em 1815, Reino Unido de Portu-gal, Brasil e Algarves. Em 1818, Dom João VI foi coroado rei. Três anos depois voltou para Portugal, deixando seu filho mais velho, Dom Pedro, como regente do país. A Independência do Brasil marca o fim do domínio português sobre o Brasil: a conquista da nossa au-tonomia. D. Pedro, o então príncipe regente, recebeu uma carta da Corte de Lisboa exigindo sua volta para Portugal. Por muito tempo os portugueses insisti-am pois queriam recolonizar o Brasil e a presença de D. Pedro impediria essa façanha. Dom Pedro não concordava com a atitude de Por-tugal e assim que recebeu a carta respondeu: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico". Esse pronunciamento ficou caracterizado como o Dia do Fico e foi realizado em 9 de janeiro de 1822. Depois do dia do Fico, D. Pedro começou a tomar providências para que a Independência de fato acontecesse. D. Pedro Convocou Assembléia Constituinte, orga-

nizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino e determinou que nenhuma Lei de Portugal seria colocada em vigor no Brasil. Além do mais, o povo também lu-tava por Independência. Após várias medidas, D. Pedro viaja para Minas e São Paulo, acalmando a sociedade que estava pre-ocupada com os novos acontecimentos que pode-riam causar alguma instabilidade social. Durante esta viagem, recebe nova carta que anula a As-sembléia e exige volta imediata do príncipe. Ao receber essas notícias, D. Pedro estava indo para são Paulo e estava próximo as margens do Ipiranga. Após ler as notícias, levantou a espada e gritou: Independência ou Morte!. Esta data, 7 de setembro de 1822, ficou marcada como a Inde-pendência do Brasil. No mês de dezembro do mesmo ano, D. Pedro foi declarado Imperador do Brasil livre. Portugal, para reconhecer o Brasil como país inde-pendente e não mais como sua ex-colônia, exigiu um pagamento de 2 milhões de libras. Como o Brasil não tinha este dinheiro, D. Pedro decide pe-dir um empréstimo para a Inglaterra. Os primeiros países que reconheceram o Brasil como um país independente foram os Estados U-nidos e o México. Apesar de tanta luta e movimentação, a Indepen-dência do Brasil não trouxe grandes mudanças so-ciais. O povo mais pobre continuou pobre e nem sequer entendeu o que significava estar livre de Portugal. A escravidão se manteve, os grandes fa-zendeiros continuaram com suas terras e cada vez mais ricos. Enfim, a libertação foi somente no pa-pel.

Fonte: http://bethccruz.blogspot.com.br

Semana da Pátria Símbolos Nacionais

SÍMBOLOS NACIONAIS

Os Símbolos Nacionais do Brasil foram definidos na Lei 5.700 de 1º de setembro de 1971. Além de estabelecer quais são os símbo-los, esta lei também fez determi-nações sobre como devem ser usados, padrões e formatos, signi-ficados, etc.

Estes símbolos são de extrema importância para nossa nação, pois representam o Brasil dentro e fora do território nacional. Logo, devem ser respeitados por todos os cidadãos brasileiros. Os Sím-bolos Nacionais são usados em cerimônias, documentos oficiais, eventos e localidades oficiais.

BANDEIRA NACIONAL

Esfera azul, re-p r e s e n t a n d o nosso céu estre-

lado, ao centro com a frase "Ordem e Progresso". São 27 es-trelas, representando os 26 esta-dos e o Distrito Federal. Losango Amarelo ao centro representando o ouro. Retângulo verde, repre-sentando nossas matas e flores-tas.

ARMAS NACIONAIS

No centro há um escudo circular so-bre uma estrela

verde e amarela de cinco pontas. O cruzeiro do sul está ao centro, sobre uma espada. Um ramo de café está na parte direita e um de fumo a esquerda. Uma faixa sobre a parte do punho da espada apre-senta a inscrição "República Fe-derativa do Brasil". Numa outra faixa, abaixo, apre-senta-se "15 de novembro" à di-reita e "de 1889" esquerda.

SELO NACIONAL Usado para autenti-car documentos ofi-ciais e atos do go-verno. Usado tam-

bém para autenticar diplomas e certificados emitidos por unidades de ensino reconhecidas. É repre-

sentado por uma esfera com as estrelas (semelhante a da bandei-ra brasileira), apresentando a ins-crição República Federativa do Brasil.

HINO NACIONAL

Tocado em sole-nidades e eventos oficiais do gover-no, eventos es-portivos e cultu-rais e nas esco-las, junto com o hasteamento da

Bandeira Nacional. Fonte: http://www.suapesquisa.com

CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 05

Cidadania

ESTADO LAICO ESTADO SECULAR

ESTADO LEIGO Laico, palavra que, segun-do o dicionário Aurélio, é sinônimo de leigo, e o ter-mo "leigo" deriva do Latim "laicus" do Grego "laikós,

ou seja, que não pertence ou não está sujeito a nenhuma religião. Estado laico é aquele que se mantém imparcial, neutro no que diz respeito a reli-gião. O Estado laico é também conhecido como Estado secular. No Brasil existe a liberdade de crença religiosa e todos devem respeitar as mani-festações dessa natureza, não devendo haver in-terferência dos cultos e religiões nas questões de Estado. Então podemos dizer que somos oficial-mente um Estado Laico.

O artigo 19, I da Constituição Federal diz o seguin-te: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Fede-ral e aos Municípios: I – estabelecer cultos religio-sos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus repre-sentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de inte-resse público.

No artigo 5º da Constituição Brasileira (1988) está escrito: “VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul-tos religiosos e garantida, na forma da lei, a prote-ção aos locais de culto e a suas liturgias;”

O Brasil é um país multicultural que possui uma grande diversidade religiosa. Uma mistura de raças cada uma com suas singularidades e crenças e religiões, cada qual com sua forma de se expres-sar. Note-se aqui que Estado laico não quer dizer um Estado sem crença, um Estado ateu. A maioria das pessoas acredita em Deus, mesmo não tendo nenhuma religião. Muito se tem confundido Estado

laico com Estado ateu. O Estado ateu ou pagão nega a existência de Deus. Desde a nossa primeira constituição em 1824, já era assegurado o princípio da liberdade religiosa. No Estado laico as instituições políticas e religiosas não se confundem, estão separadas, esse tema tornou-se mais polêmico agora , quando da visita do Papa ao Brasil, fomentando discussões. E m um Estado Laico a liberdade religiosa e a liberdade política de seus cidadãos devem estar assegura-das, a postura de ambos, governo e instituições religiosas deve ser de não interferência, de neutra-lidade. Não é um Estado em que só pode se mani-festar aquele que não possui nenhuma religião, isso seria um contrassenso na medida em que es-taríamos a mercê da vontade da minoria. Em seu preâmbulo a Constituição Federal invoca Deus da seguinte maneira: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacio-nal Constituinte para instituir um Estado democráti-co, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a jus-tiça como valores supremos de uma sociedade fra-terna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das contro-vérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDE-RATIVA DO BRASIL”. De fato presenciamos que algumas normas regi-mentais, algumas constituições estaduais nos le-vam a perceber a crença do Estado em um Deus. Mas isso não tira a laicidade do Estado. O Estado laico é um Estado sem religião, mas que respeita e protege a diversidade religiosa sem per-seguições, nos garante a liberdade de crença pro-fessada na Constituição Federal. A laicidade nos protege e nos dá liberdade de pensamento, nos protege do ódio,e de todas as violências e agres-sões que fazem parte de um Estado teocrático. Um Estado laico é fundamental na medida em que quer o bem de todos, não deve favorecer nenhum tipo de instituição religiosa.

A laicidade nos permite crer e sermos o que qui-sermos sem medo de nossas escolhas, acreditan-do que o Estado está ali para garantir nossos direi-tos e nos proteger contra qualquer discriminação, nos dá segurança e conforto saber que temos nos-sa liberdade de escolha garantida e nossas inquie-tações podem ser expressas com a justa proteção do Estado laico. A Organização das Nações Unidas (ONU), na De-claração Universal dos Direitos Humanos, adotou como princípio a liberdade de religião ou crença pelo ensino, pela prática e pelo culto, artigo 18: “Todo homem tem direito à liberdade de pensa-mento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liber-dade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância isolada ou coletivamente, em público ou em parti-cular”. Para concluir, todos tem direito a livre manifesta-ção de pensamento, de credo de opinião,etc... ateus ou não. É claro que há controvérsias a res-peito do assunto, há quem acredite que o Estado não é laico, por conta da disciplina de ensino religi-oso nas escolas, por conta de imagens e crucifixos que existem em algumas repartições públicas etc. Ora, pela nossa própria história cristã, é natural que os crucifixos estejam presentes, não podemos discriminar e sermos intolerantes com isso. Se e-xiste liberdade, vamos exercitá-la com respeito, a religião do outro não deve me ofender, cada um faz as suas escolhas e devemos viver em harmoni-a com todos. Justamente por respeito à diversidade religiosa é que temos feriados religiosos, nomes de ruas com nomes de santos, cidades com nomes de santos, imagens de santos que são símbolos de várias ci-dades no Brasil, isso é uma demonstração de que o Estado laico aceita todas as religiões, sem discri-minar e sem perseguir. Portanto, somos um Estado LAICO e não ATEU ou agnóstico. Por: Mariene Hildebrando Especialista em Direitos Humanos E-mail: [email protected]

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Tipos de Governo • Socialismo - Você tem duas vacas, o governo toma uma e dá para seu vizinho que não tinha nenhuma. • Comunismo - Você tem duas vacas, o governo toma as duas, e dá a você um pouco de leite diariamente. • Fascismo - Você tem duas vacas, o governo toma as duas e vende a você o leite. • Nazismo - Você tem duas vacas, o governo mata você e toma as duas vacas. • Burocracia de Estado - Você tem duas vacas, o governo toma as duas, mata uma e joga o leite da outra fora. • Democracia - Você tem duas vacas, vende duas para o governo, muda para cidade e con-segue um emprego público. • Anarquismo - Você tem duas vacas, mata as duas e faz um churrasco. • Capitalismo Selvagem - Você tem duas vacas, vende uma, compra um touro e o governo toma o bezerro como imposto de renda na fonte.

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 06

Educação x Professores

NOTÍCIA: Educação

O novo processo de seleção para os 1.450 diretores é mais uma das políticas públicas da

Secretaria da Educação para que esses servidores aprimorem suas funções.

É importante esclarecer que o principal objetivo é o caráter formativo da ação e não o foco punitivo. A pasta tem convicção de que a educação paulista só ganha quando os

servidores são incentivados a ter como meta a qualidade do trabalho, reforçando, assim, as práticas que garantem o melhor desempenho

do ensino. Por: Flávia Braz, assessora de comunicação da Secre-taria da Educação do Estado de São Paulo (São Paulo, SP), publicado nesta terça-feira, no jornal Folha de São Paulo.

SOBRE A EXONERAÇÃO DE SERVIDORES EFETIVOS APÓS O ESTÁGIO PROBATÓRIO

ESTÁGIO PROBATÓRIO é um período de adaptação onde será verificado o desempenho do servidor recém-admitido na Instituição e que servirá para determinar a efetivação ou não no cargo para o qual foi nomeado, com duração de 36 (trinta e seis) meses a partir da data de sua entrada em exercício. No estágio probatório é avaliada a aptidão e a capaci-dade do servidor para o exercício do cargo, observando-se os fatores: responsabilidade, organização/ planeja-mento, iniciativa/decisão, disciplina, qualidade do traba-lho, relacionamento/ comunicação, racionalização, con-fiabilidade, cooperação, contemplando os fatores pre-vistos no Art. 20 da Lein° 8.112/90. Durante o período de estágio probatório poderá ocorrer curso de formação ao cargo visando qualificação do servidor ao bom desempenho das atribuições para o qual foi nomeado. Para aprovação no estágio probatório é necessário que o servidor atinja média igual ou superior a 70% dos pontos avaliados durante o período. O servidor não aprovado no estágio probatório será e-xonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior-mente ocupado desde que este esteja desprovido, caso contrário será aproveitado em outro cargo de atribui-ções e vencimentos compatíveis com o cargo de ori-gem. A Lei Complementar Estadual nº. 1080/2008 traz em seus artigos 7º a 10, o procedimento para avaliação especial de desempenho, e prevê expressamente a for-mação de comissão específica para avaliação de de-sempenho . Portanto, é a avaliação de desempenho no estágio pro-batório requisito para que se atinja a estabilidade no cargo de carreira ou no cargo de isolado de provimento

efetivo. Diz o caput do artigo 41 da Constituição da República Federativa Brasileira: “São ESTÁVEIS APÓS TRÊS ANOS DE EFETIVO EXERCÍCIO os servidores nomea-dos para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.” Seguindo ainda no mesmo artigo da Constituição Fede-ral no seu § 1º as condições em que poderá o servidor público perder o cargo conforme segue: § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - em virtude de sentença judicial transitada em julga-do; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegura-da ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).

DA EXONERAÇÃO POR INSUFICIÊNCIA DE DESEMPENHO

O servidor efetivo estável, ou seja, aquele que já con-cluiu o período do estágio probatório poderá, conforme previsto no artigo 247 da Constituição da República Fe-derativa Brasileira, ser exonerado por insuficiência no desempenho de suas funções somente mediante pro-cesso administrativo que lhe assegure o contraditório e a ampla defesa, conforme previsto no artigo 247 da Constituição da República Federativa Brasileira. Se houver descumprimento das exigências previstas no artigo 41 e 247 para a perda da estabilidade poderá o servidor socorrer-se através do Poder Judiciário para ver garantido seu direito. O mesmo artigo 41 da CRFB traz em seu § 2º a previsão de reintegração quando sua demissão é invalidada por sentença judicial, senão ve-jamos: Artigo 41 § 2º: “Invalidada por sentença judicial a de-missão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remu-neração proporcional ao tempo de serviço.” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998). Por: Claudia M. Andreucci Advogada

Rádio web CULTURAonline BRASIL Links de acesso: www.culturaonlinebr.org /// www.formiguinhasdovale.org

Se você tem filhos, conheça aqui um pouco mais sobre

como lidar com isto

Educação tem de vir do berço e cabe à família responsabilizar-se por isso! Se cada família praticasse esta máxima: Educar os filhos dentro de princípios morais e boas maneiras, com certeza não teríamos Professores frustrados e exauridos devido a falta de educação de muitas crianças e jovens.

Todos os dias em milhares de salas de aula espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, crianças e jovens chegam ao ápice da mal criação destilando todo tipo de impropérios nas dependências da Escola e fora dela, comunicando-se uns com os outros aos berros de forma rude e irônica, tratando mal os cole-gas, Professores e demais Funcioná-rios da Escola.

É de conhecimento da grande maioria das pessoas que, devido ao fato da criança ou jovem chegar na escola sem o mínimo de educação familiar, ocorrem uma série de problemas que desencadeiam a indisciplina e tumultu-am o andamento das atividades na sala de aula, e que por esta razão, muitas vezes, inviabiliza que o aprendi-zado ocorra de maneira satisfatória.

Sob este ponto de vista seria apropria-do dizer que, neste caso, os pais são responsáveis pela indisciplina e falta de educação dos filhos e portanto, de-vem ser responsabilizados por isso.

Reflita comigo, se as crianças e jovens chegassem com um mínimo de educa-ção de casa, dada pelos pais, boa par-te dos problemas de indisciplina dentro da sala de aula estariam resolvidos. Esse mínimo de educação envolveria que o aluno soubesse seis questões básicas:

Princípios básicos de boas maneiras que todos devem trazer de casa: 1) Pedir “Por Favor” , diga “Obrigado”, “Com licença “ e manter sempre o con-trole emocional; 2) Falar educadamente, sem usar gí-rias, palavrões, ou expressões de bai-xo calão; 3) Tratar com respeito todos a sua vol-ta e jamais falar de alguém pelas cos-tas; 4) Jamais usar de intimidação verbal ou física (bullyng) para conseguir o que deseja; 5) Ser íntegro: sustentar o que se diz e faz e sempre enfrentar as consequên-cias de seus erros; 6) Jamais usar de mentiras, engana-ção e falsas acusações; Ahhh... Uma última dica: nunca super-proteja os seus filhos e não acoberte os seus erros ou mentiras... Eles, co-mo qualquer outro, são sujeito a falhas e erros e precisam arcar com as con-sequências disto...

No Brasil cultuamos duas frustrações: a dos que têm poder mas não têm competência para

exercer e a dos que têm competência mas não têm poder!

Paulo de Tarso de Moraes Souza

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Na vida é preciso ter coragem para ser diferente e competência para fazer a

diferença. Ângela G. A. Beirão

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 07

Contos e Poesias Transição Por: Genha Auga Ela queria trabalhar para ser independente, ga-nhar bem para consumir o que as propagandas a iludiam e queria fazer essa trajetória rapidamente. Enfim, seu interior demandava explosão que o-corre na mudança dos adolescentes para a vida adulta. Uma leve pressão da mãe e a total indiferença do distante pai foram as duas gotas d’água para Isa-bela transbordar a porta da casa e buscar empre-go. Teve muita sorte, onze dias depois, às oito da manhã de uma segunda-feira, iniciava seu traba-lho de recepcionista numa clínica que vivia “às moscas”. Estudar à noite, e de dia ganhar um direitinho pa-ra “curtir” a vida... Foi um ano e meio nesse ritmo, explorando todos os sites da internet e vasculhando cada ícone do celular. Ela estava feliz, ou ao menos pensava as-sim. Mas eis que um dia seu mundo desabou. Numa reunião de família – sua mãe, seu irmão e ela – a realidade fez emergir a premência de trabalhar e ganhar dinheiro para comer, vestir-se (sem grifes). A situação estava dificílima e todos deveriam sa-crificar-se e dar conta de suas responsabilidades. Pediu demissão da clínica e tornou-se andarilha das grandes avenidas, em busca de oportunida-des. Desta vez, foram dois meses até encontrar algo que se aproximava de suas necessidades e não do que queria. Melhor um pássaro na mão do que nenhum. O primeiro dia, num cartório em que conseguiu uma colocação, pareceu durar mais de 40 horas, chegou em casa exaurida. - Mãe! Não vou aguentar! Desabafou Isabela. É pressão o tempo todo, tudo tem que ser feito mui-to rápido, é reclamação do público o tempo todo, filas intermináveis. Já com lágrimas nos olhos, pensando como seri-am os próximos dias, continuo seu desabafo.

- Meu chefe me destratando, meu celular tocando e nem tenho direito de atender, a fome corroendo e a curta hora do almoço que nunca chega. Sem contar que ainda tenho que ter um sorriso no rosto o tempo todo. - É insuportável! Chorou e abraçou a mãe, que por sua vez e meio desconcertada respondeu pa-ra a filha: - Bem-vinda, filha! Agora você faz parte desse mundo adulto e, infelizmente só tenho algumas alternativas para lhe apresentar: a) Aceitar e ser medíocre sempre, até mesmo sem perceber. b) Fingir que aceita e buscar outras possibilidades e adotando atitudes dignas para não se tornar “uma qualquer”. c) Conformar-se de que não vale a pena ser adul-ta fingindo não crescer e submeter-se à depen-dência dos “outros” pelo resto da vida. - Daqui prá frente, minha filha. A escolha será su-a. Seja feliz!

SONHOS SEM MEDOS

Sonhos! Ousadia de acreditar em si e de que tudo se realizará.

Nada o deterá. A coragem que o invade traz fé.

Fé que move montanhas onde se escondem os sonhos!

O âmago tem força, germina sementes abençoadas

e delas florescem os melhores desejos. Siga-os com amor e sem medo de nada.

É preciso ser dono do seu próprio coração, alimente-o de esperança e o mantenha vivo,

não o deixe virar pedra para não matar suas emoções.

Renove a esperança todos os dias. Não permita que se apague a luz

do seu caminhar. Quando o silêncio reinar,

ouça o frenesi do coração, não o interrompa, ele o levará à realização dos

sonhos. Agarre-se a essa emoção serenamente,

para que a tudo transcenda e siga. Terás, então, selado o compromisso dos

teus sonhos com a vida!

Genha Auga

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Quem é Genha Auga? É Jornalista formada pelas FIAM - Faculda-des Integradas Alcântara Machado. Membro da UBE – União Brasileira dos Es-critores. Atualmente: Cronista – Contista – Poetisa - Aplicadora e ledora de provas em concursos públicos e vestibulares e de avaliações de instituições do ensino médio e superior. - Atuou na coordenação do núcleo de educa-ção, exatas e saúde das FMU -Faculdades Metropolitanas Unidas. - Foi também a Jornalista Responsável em Revistas na Área da Saúde e na publicação da “Coletânea das Semanas Científicas ”da Faculdade Santa Marcelina e Escola Sophia Marchett. - Tem diversas publicações em antologias de contos e poesias, (Brasil - Genebra – Portugal). - Participação com poemas/contos/crônicas de sua autoria em e-book - aberturas de shows - saraus literários – rádio/jornal online – bienal - blogs – sites – portal. Contatos: e-mail e facebook:[email protected]

LUZ DA VIDA

A luz brilha forte, ofusca!

Não consegues enxergar...

Cai a luz e turva a vista, Fica difícil o caminhar.

Vem a treva e não vês nada, Roga pela luz, um pouquinho dela,

Bom seria um vulto, Uma sombra ao menos avistar.

O homem tem a vida iluminada e não vê... É muito para enxergar.

Meia-luz? Nem considera... Mas, quando tudo se apaga,

O homem se perde, sente-se só, O medo lhe toma a alma

E pede luz! Luz que teve e pela qual nunca se guiou.

O homem nasce iluminado e mesmo assim, Não fica satisfeito com nada

Procura sempre um brilho maior que a luz.

Só nas trevas é que percebe; Maior que a luz, só Deus que nos ilumina.

Mas se não quiser, “Ele” compreenderá. Siga então, na escuridão...

O diabo o encontrará e te carregará, E na luz do fogo do inferno, tua vida ficará!

Genha Auga

"Ideal seria que todas as pessoas soubessem amar, o tanto que sabem fingir"

Às Vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as

pessoas pequenas demais para torná-los reais!

Bob Marley

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 8

Histórias reais que o mundo conta A CERCA - IV

continuação

Àquela altura, eu não imaginava o que eu ain-da iria ver ou sentir. A tristeza começava a tomar conta de nós, a hora mais difícil de passar, era a do pôr do sol. Nesta hora o sol não se punha atrás do horizonte, mas atrás da cerca externa, era re-almente um momento muito difícil, aquela vontade de ser livre! Cada barracão tinha luz elétrica, uma lâmpa-da de poucas velas, mas a luz era suficiente ainda para jogar baralho ou outro jogo. Estas luzes tinham que ser apagadas impre-terivelmente às dez horas. Entretanto era difí-cil pegar logo no sono, não estávamos cansa-dos fisicamente, e a fome e os pensamentos faziam a festa! Certa noite, um colega começou a cantar em voz baixa o refrão de uma melodia; certamen-te não esperava a imediata adesão de umas cinqüenta vozes entusiasmadas. . . O resultado foi imediato! Os guardas batiam alarmes, imaginando tratar-se do princípio de um motim, o subdiretor acompanhado de guardas armados, apareceu e chamou o che-fe do barracão para dar explicações, felizmen-te só houve uma tremenda bronca, mas a re-petição de tal episódio seria severamente cas-tigada! Doravante a cantoria, seria executada em voz baixa. Certo dia, durante a chamada da manhã, fo-mos informados de que quatrocentas pessoas teriam que ser transportadas para outro cam-po, em local ignorado. Inicialmente, poderiam apresentar-se voluntá-rios, caso não se atingisse o numero deseja-do, fariam um sorteio. Já havia passado mais ou menos um ano do inicio do cativeiro, nin-guém fazia idéia do porque da mudança, está-vamos habituados a ver aqueles rostos diaria-mente que no decorrer do tempo já eram con-siderados “parentes”. O adeus foi triste, pois o futuro era incerto pa-ra ambos os lados. Vieram caminhões para transportar os viajantes. Nós, que iríamos fi-car, tínhamos mais espaço para nos mover-mos. Não muito tempo depois, nós também tivemos que mudar de campo. Meu irmão pe-diu-me para que eu me oferecesse como vo-luntário para carregar um caminhão com os nossos pertences, talvez pudéssemos encon-trar alguém da família! Nossa esperança era de que os guardas permitissem a aproxima-

ção das pessoas perto do campo, já quase vazio. Meu irmão iria tratar do meu lugar junto a eles no novo campo. Estávamos em umas trinta pessoas para carregar os caminhões. A carga não era pesada, pois os colchões já estavam bastante leves. Eles eram de paina, mas a maioria havia trazido colchonetes, ao invés de colchões. As malas também já haviam perdido muito do seu peso inicial, além do mais, estávamos muito otimistas em relação ao tempo do nos-so cativeiro. Os caminhões haviam chegado e tínhamos que carregá-los. De vez em quando, eu procurava chegar mais perto dos portões para dar uma espiada, mas não via ninguém. As horas foram passando, a comida não che-gava, a cozinha já tinha sido desmontada. O fornecimento de água já havia sido suspenso, portanto, estávamos sem comida e sem água! Das torneiras ainda saiam uns poucos pingos de água, mal davam para umedecer os lábios de trinta pessoas. Fui procurar os canteiros, quem sabe alguma coisa tinha sido deixada para trás. ! Encontrei um tomateiro, os toma-tes eram muito pequenos, mas já era alguma coisa, apanhei alguns e coloquei na boca, mastiguei, o gosto era horrível, era amargo e amarrava a boca! Engoli assim mesmo, comi mais alguns, já não eram tão ruins, outros também começaram a apanhar tomatinhos, embora não houvesse muitos, com um peda-ço de bambu, cavei o chão e tirei raízes das cebolinhas da terra para comer. Tentei sugar da torneira uns pingos de água, o serviço que não era pesado, transformou-se num pesade-lo, a língua grudou no céu da boca! Finalmente começamos a carregar o ultimo caminhão, e a nossa vez de embarcar. O ca-minhão era coberto por uma lona, e não pude olhar para fora. Meu irmão esperava por mim no novo campo, contei-lhe que não havia visto nenhum conhe-cido e também o que nos havia acontecido no outro campo. Ele já soubera que havia nos esquecido, o pi-or era que ele não pudera pegar duas porções de comida e novamente fiquei sem comer; não foi totalmente sem nada, meu irmão ga-nhara uma batata doce cozida de um colega. . No novo campo já havia prisioneiros que vie-ram de campos menores de outras cidades. Como eu morava naquela cidade, conhecia o campo, era o quartel general do décimo quin-to batalhão da Infantaria Holandesa. O campo era muito grande e mais tarde sou-be que estávamos entre treze a quinze mil pri-sioneiros. Havia muitas barracas grandes onde cabiam cento e trinta pessoas. Havia também casas grandes e menores que faziam parte do quar-tel e que eram moradias de oficiais e menos graduados, tudo era ocupado por prisioneiros. O campo era dividido em blocos identificados pelas letras do alfabeto, ao nosso correspon-dia à letra K. Tínhamos no campo um diretor holandês que recebia as ordens do japonês, seu nome era Karnebeek, tínhamos que nomear também um representante do barracão, este por sua vez nomeava quatro assistentes, a eles cabia

a tarefa de buscar comida na cozinha, os va-silhames eram gamelas de ferro de 250 litros. Identificaram a cada um de nós com um cra-chá numerado, do meu numero não me lem-bro mais. A cerca era igual a do campo anterior, em dis-tâncias determinadas eram montadas guari-tas, ocupadas por guardas armados. Não pa-recia saudável qualquer aproximação, tinham todos caras de poucos amigos. Nas barracas havia estrados em sentido per-pendicular ao eixo, em ambos os lados. A al-tura dos estrados era de uns cinqüenta centí-metros e não eram estrados individuais, cada pessoa tinha sessenta centímetros. Os estra-dos eram de pinho e estávamos contentes por não precisar ficar no chão de cimento rústico. Sequer imaginávamos o que ainda estava por acontecer. Fomos dar uma volta pelo campo; uma praça de esportes havia sido transformada numa serraria pelos japoneses, havia muitos tron-cos, cavaletes e serras braçais num galpão. As regras básicas do novo campo eram idên-ticas às do campo anterior. Havia ao lado da cozinha um matadouro, perto do quartel japo-nês havia uma oficina mecânica, separada do campo por uma cerca de arame farpado. Na frente do quartel japonês, passava um córre-go que atravessava o campo. O fim do córre-go era bem guarnecido com arame farpado, alem do mais, havia a pena de morte para quem tentasse escapar. Mais ou menos no centro do campo, próximo de nossa barraca, havia uma bateria de chu-veiros e sanitários, construídos sobre o córre-go. Havia uma rua com casas pequenas que fo-ram previstas para servirem como hospital. Ficamos sabendo que havia muitos médicos entre os outros prisioneiros. Durante o primeiro ano no campo anterior não houve nenhuma doença que precisasse de assistência medica. No meio do barraco estava uma mesa grande para a distribuição dos alimentos. O racionamento era severo, a comida era for-necida não para sobreviver, mas para enfra-quecer lentamente. A quantidade de arroz co-zido era o que cabia numa lata de leite con-densado e era fornecida uma única vez ao dia, o almoço consistia numa sopa rala de verduras. Ao anoitecer era distribuído um pe-daço de pão e uma sopa rala com bastante sal e pimenta às vezes boiava dentro da ga-mela alguns cubinhos de carne e se por aca-so alguém fosse premiado com um pedaci-nho, era uma festa. O pedaço de pão tinha oito centímetros de comprimento, seis de altu-ra e quatro de largura. O primeiro contato com os japoneses, veio em forma de uma vistoria geral. Tivemos que ficar enfileirados fora do barracão, enquanto soldados japoneses vasculhavam os poucos pertences que ainda possuíamos. Um interprete disse que teríamos que reve-renciar qualquer soldado japonês que entras-se no campo ou quando tivéssemos que pas-sar por eles, a falta desta reverencia seria se-veramente castigada.

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 9

E agora José?

REPROVAR OU APROVAR?

Eis a questão!

Desde que o prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad, anunciou algumas reformas na educação, te-mos acompanhado e participado de alguns debates. Sob a alegação de que a “aprovação automática não estava dando certo”, a reforma prevê a diminuição dos ciclos para que as reprovações ocorram nos 3º, 6º, 7º, 8º e 9º anos. Também está prevista a recuperação de alunos nas férias e a possibilidade de se carregar depen-dência (DP), ou seja, a reprovação somente na disciplina que se faça necessária, por fim também será implemen-tada a obrigatoriedade da lição de casa, provas bimes-trais e a alteração dos conceitos (insatisfatório, satisfa-tório e plenamente satisfatório) para notas de 0 a 10.

Diante deste quadro a opinião de diferentes educado-res e escritores se divergem. Ambos apresentam seus pontos de vista e argumentam.

Nós entendemos que nenhum professor (sério) come-more a reprovação de um aluno. Ninguém deve ser re-provado por causa de comportamento, mas sim por critérios bem definidos para que se avance nos estudos. E é ai que mora o problema.

Nem sempre a escola tem os critérios bem definidos. A aula fica restrita a cópia da lousa e a resposta das ativi-dades. A prova, quando é aplicada, reproduz o modelo exposto. Ou então, limita-se a repassar aos alunos uma lista de perguntas para que sejam respondidas de acor-do com o modelo utilizado. Se um aluno não decorar o que se passou, fica com nota vermelha.

A falta de conhecimento teórico-pedagógico em grande parte dos professores corrobora com este quadro, mas, felizmente, nem sempre é a regra. Também existe a situação em que o professor tem ciência do seu dever, diversifica a metodologia das aulas, aplica diferentes tipos de avaliação e mesmo assim o aluno não consegue ir adiante, porque apresenta algum problema (aprendizagem - na aquisição do conhecimento) ou sim-plesmente porque não quer aprender.

No caso da primeira hipótese, acreditamos que seja necessário um acompanhamento diversificado. Encami-nhamento a um psicopedagogo já é um bom começo! De nada vai adiantar colocar um aluno com dificuldade de aprendizagem em uma sala de reforço com a mesma metodologia. Já na segunda hipótese, o aluno que não demonstra interesse pelo estudo deverá ser reprovado, uma vez que a escola não pode ser um mundo paralelo

à sociedade.

Se uma das funções da escola é o seu “preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o traba-lho”, como será esse funcionário que opta pelo que quer fazer, quando quer fazer e como quer fazer?

O que acontece com um funcionário quando faz seu trabalho totalmente errado causando prejuízo para sua equipe e para a empresa?

O que observamos nesses quase dezoito anos de apro-vação automática é que a qualidade dos serviços pres-tados nos diferentes estabelecimentos piorou. São mé-dicos que não tem bagagem mínima de química. Enge-nheiros com defasagem em matemática, jornalistas com erros crassos de português, advogados com dificul-dade de interpretação de textos, professores com defa-sagem de conteúdo e preguiça de ler, caixas de super-mercados e lojas dando troco errado, atendimento mal feito e por ai vai...

A geração de “funcionários folgados” que a progressão automática criou, causou e ainda irá causar muitos pre-juízos sociais e econômicos. A falta de responsabilidade e de cidadania ainda vai deixar cicatrizes por todos os lados.

Para o poder público reprovar significa custos, mas será que alguém já calculou os prejuízos que um cidadão mal formado traz para a sociedade?

Muitos educadores sonhadores crucificaram essa atitu-de do governo paulistano. Dizem que os alunos tem que ter uma escola alegre e que essa atitude vai aumentar a evasão. Eles até podem ter sua parcela de razão, mas é sempre importante lembrar que a escola deve preparar para a vida, para a cidadania e para o trabalho e não é esse o tipo de sociedade em que vivemos. Também não é preciso radicalizar e transformar a escola em um apa-relho de tortura. É possível unir uma escola com um bom projeto pedagógico, aulas diversificadas e até mes-mo divertidas em uma ponta e a cobrança na outra ponta. Aluno que não estudar, independente da série ou ciclo, deve ser reprovado.

Talvez tenhamos que considerar a reprovação como um produtor de desigualdade social, pois uma vez reprova-do o aluno poderá abandonar a escola. A reprovação, de certa forma, escamoteia as afirmações liberais de igualdade pela instrução, porque interrompe o curso de muitos alunos. Sabemos que o “desenvolvimento hu-mano não volta atrás”, mas sozinho não é capaz de dar ao aluno o conhecimento necessário para diminuir o processo de exclusão ao qual será submetido fora da escola.

Segundo o relatório, de 2010, do Monitoramento da Educação para Todos, da ONU/UNESCO, no Brasil a ca-da ano são reprovados 7 milhões de estudantes.

Assim como a aprovação automática, a reprovação por si só também não irá garantir a qualidade do ensino. Muito se tem discutido, mas em base ao custo da edu-cação, porém estamos esquecendo que educação não é custo e sim investimento. O que poderia, talvez, garan-tir o aprendizado seriam medidas sócio-político-educacionais alinhadas a decisões pedagógicas efetivas. Essas são questões ideológicas que afugentam os libe-rais e os neoliberais, visto que para eles tudo se resume em custos.

A repetência poderá gerar problemas futuramente, mas a progressão continuada, implantada a partir da LDB de

1996, já está dando frutos, pois excluiu e continua ex-cluindo milhares de pessoas do processo seletivo, visto que são analfabetos funcionais e não adquiriram com-petências e habilidades necessárias para suprir a expec-tativa da sociedade relativamente ao emprego.

Para que não seja uma arma nas mãos de professores menos preocupados é necessário prover condições dig-nas e acesso e permanência dos alunos na escola, bem como uma melhor preparação dos professores e valori-zação dos profissionais. Melhorar a formação pedagógi-ca do professor especialista provendo de ferramentas disponíveis para aplicarem no desenvolvimento dos seus alunos, já seria um avanço. De posse dessas ferra-mentas os professores poderiam repensar a avaliação meramente classificatória, que é injusta e não auxilia em nada. Ela é estática e freia o processo educativo, pois classifica o aluno em aprovado, reprovado, bom ou ruim.

A avaliação tem que ter um objetivo diagnóstico, um momento dialético no processo educacional visando o crescimento da autonomia. A avaliação não pode ser entendida como ponto final de um processo em que tudo poderá ter sido em vão. A questão não é uniformi-zar o comportamento, mas sim criar condições de a-prendizagem e com isso evoluir na construção do co-nhecimento.

Portanto, a aprovação ou reprovação após um ciclo qualquer tem quer ser meticulosamente repensado em função daquilo que se pretende avaliar no aluno. O que queremos saber?Suas competências e habilidades? Ou se ele é apenas bom ou ruim? Reprovar por reprovar não vai trazer benefícios, mas aprovar por aprovar também não. Uma coisa é impor-tante dizer. O poder público deve acabar com a aprova-ção automática, e nós professores precisamos estudar mais, para podermos enfrentar mais um desafio que é : - Aprovar ou reprovar?

Ivan Claudio Guedes

Geógrafo e Pedagogo. Especialista em Gestão Ambiental, Mestre em Geociências e doutorando em Geologia. Articulista e palestrante. [email protected] Omar de Camargo

Técnico Químico Professor em Química. Pós-Graduado em Química. [email protected]

PROGRAMA: E agora José? (Domingos - 18 horas) www.culturaonlinebr.org

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Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo.

Michel Foucault

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 10

Profissão Cidadão

EDUCAR também é progresso - CULTURAonline BRASIL — todas as Quintas-Feiras — 20 horas

Genha Auga - Jornalista – MTB: 15.320 No período da revolução industrial os salários eram ínfimos, iniciava-se os filhos cedo no tra-balho e não havia tempo para os estudos. O ritmo dos trabalhadores em suas tarefas os levava à exaustão, alimentados pela ideia de que quanto mais trabalhassem, maior seria a produção das indústrias e mais valorizados se-riam os funcionários, trabalhavam de dez a de-zoito horas por dia, inclusive aos sábados. Cumpriam essa jornada para tornarem-se e-xemplos, preservar o emprego e manterem as famílias. No século XVIII, o britânico Robert Owen, um dos fundadores do socialismo, teve a ousadia de sugerir e iniciar uma campanha para que o dia fosse dividido em três partes: oito horas pa-ra trabalho, oito para lazer e oito para o des-canso. No início ele não obteve muito sucesso, mas aos poucos, ao longo do tempo, a ideia tomou maiores proporções e em 01 de maio de 1886 houve a primeira parada dos trabalhado-res em defesa dessa jornada. Em 1914 a Ford Motor Company, implementou oito horas de trabalho, mas também dobrou o salário de seus trabalhadores, inseriu intervalos para as refeições e em menos de dois anos ob-teve como resultado aumento significativo de produtividade e dos lucros. Isso encorajou outras empresas a seguirem o mesmo caminho e a reconhecerem que o ho-mem dividindo seu tempo teria uma vida equili-brada e produtiva; em decorrência, o governo federal dos Estados Unidos em 1937 estabele-ceu padrão de 8 horas diárias de trabalho, sen-do que as horas excedentes, quando exigidas do trabalhador, seriam pagas com bônus adi-cional. Essa norma, adotada por décadas, sofreu aper-feiçoamentos e evoluiu com a incorporação de

benefícios como: férias, vale-refeição, convênio médico, vale-transporte, bolsa de estudos, par-ticipação nos lucros, premiações por metas al-cançadas. Atualmente, o jovem opta por trabalhos que en-volvam o uso de recursos tecnológicos, contato com pessoas interessantes que atentas a seu valor e potencial aumentem sua rede de rela-cionamentos. Vive uma dicotomia em relação ao que devem fazer: trabalhar com o que sentem prazer, mas sem ter rendimentos adequados, ou atuar em funções que lhes proporcionem melhor remu-neração, sem a contrapartida da satisfação pessoal. É a dinâmica do mundo corporativo moderno engolindo as demandas individuais e sociais dos seres humanos. Não é mais norma o trabalho de oito horas por dia, nem a presença diária no local de trabalho devido às facilidades de comunicação online. Tornou-se evidente a importância de otimizar a energia associada ao relógio biológico de cada um e em prol dos benefícios empresariais; um funcionário produzirá mais e melhor se estiver concentrado em suas atribuições, mesmo que seja para a utópica satisfação de suas expecta-tivas. O empregador nessa nova era vê seu colabora-dor (por que não “funcionário”?) de forma dife-rente do início da Revolução Industrial mas, sempre com o objetivo de auferir mais lucros. Nem todos focam no lado humano e social da questão, apenas tentam conviver com a evolu-ção cultural, científica e tecnológica. O grande desafio dos empreendedores hoje em dia é ge-renciar a energia dos trabalhadores com maior produtividade, e não a duração da jornada de trabalho. Os processos de manipulação mental dos su-balternos existem desde a antiguidade e ainda ocorrem sob diferentes maneiras e intensida-des. Dessa forma, as consequências dessas atitu-des continuam a comprometer a qualidade de vida dos empregados, principalmente, quando aposentados: saúde precária, assistência defi-ciente, rendimentos insuficientes, injustiças em excesso. A defasagem entre os salários pagos e as necessidades de subsistência digna faz com que os jovens busquem outras alternativas de colocações no mercado de trabalho e embo-ra a famigerada aposentadoria do INSS não seja objeto de preocupação deles, é a única saída que restou para quem a velhice chegou inclemente.

Quantos ainda são e serão escravizados e ma-nipulados? Há uma corrida pelo ter e pelas grifes que os pais incentivam para suprir a ausência, causa-da pelo excesso de trabalho. A obrigação de fazer faculdade e permanecer em contínua e-ducação para enriquecer o currículo, custa a-nos de privações e inúmeras frustrações, aca-ba com a saúde, gera estresse e somatiza da-nos por toda vida, para ao final, disputar vagas em um mercado escravizador, e por muitas ve-zes sem ética, galgam posições só pelo poder ou dinheiro. Com frequência ouvimos frases como: “trabalho muito, mas não consigo evoluir” ou “demoro a receber um aumento e o que ganho é consumido por impostos e insuficiente para as despesas” e ainda; “meu trabalho e meu chefe são horríveis!” Há os que sonham em ter seu próprio negócio acreditando que isso trará sucesso rápido e vi-da mais tranquila. Porém, nossa realidade e a dificuldade para economizar o necessário para esse investimento demandam muito tempo pa-ra a obtenção de resultados, o que é incompatí-vel com o esforço necessário para o sucesso de uma nova empresa, que exige um prazo pa-ra amadurecimento. O problema não está na forma do trabalho e sim na maneira de pensar, pois a mente deve estar aberta para a criatividade e usada para identificarmos soluções diferenciadas das atu-ais, de forma a encontrarmos um caminho dife-rente que traga a felicidade através do trabalho, mas que não siga a filosofia que até hoje se aplica e que nos tem mantido como pessoas perfeitas para o sistema!

As engrenagens que fazem

minha progredir, são as mesmas que fazem minha

vida se reduzir.

Filipe de Sousa

-----------------------------------------------

Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia

na tua vida.

Confúcio ------------------------------------------------

A preguiça anda tão devagar, que a pobreza facilmente a alcança.

Confúcio

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 11

A Saúde e ética

www.formiguinhasdovale.org /// Rádio web CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org

HISTÓRIA VERÍDICA... Quando um velho homem morreu numa enfer-maria de geriatria de um lar de idosos numa cidade do interior da Austrália, pensava-se que ele não tinha mais nada de qualquer va-lor. Mais tarde, quando as enfermeiras reuniram os seus parcos pertences, encontraram este poema. A sua qualidade e conteúdo impres-sionaram tanto a equipe, que fizeram cópias e distribuíram por cada uma das enfermeiras do hospital. Uma das enfermeiras levou uma có-pia para Melbourne ... O único legado deste velho homem para a posteridade já apareceu nas edições de Natal de revistas em todo o país e figura nas revis-tas de Saúde Mental. Uma apresentação de slides também foi feita com base no seu sim-ples mas eloquente poema. E esse velho homem, com nada para dar ao mundo, é agora o autor deste poema "anônimo" que circula por toda a "net".

VELHO RANZINZA... O que vêem vocês enfermeiras?...

O que vêem vocês? O que pensam vocês quando estão a olhar

para mim? Um homem tonto,... não muito sábio,

Habitualmente incerto… de olhar distante?

Que se suja com a comida... e que não faz qualquer comentário,

Quando você diz em voz alta... “Eu gostaria que você tentasse!”

Parece que não percebe... as coisas que você faz.

E que está sempre a perder... uma meia ou um sapato?

Que, resistindo ou não... a deixa fazer o que quiser,

E apenas com um banho e a alimentação... para preencher um dia inteiro?

É nisso que está a pensar?... É isso o que você vê?

Então abra os olhos, enfermeira... você não está a olhar para mim.

Eu vou lhe dizer quem eu sou ... enquanto permaneço sossegado, aqui sentado

À medida que ajo ao seu comando,... e como à sua vontade.

Eu sou uma criancinha de dez anos... com um pai e uma mãe, Irmãos e irmãs...

que se amam. Um jovem de dezesseis... com asas nos pés, Sonhando que muito em breve... uma namo-

rada, ele vai encontrar. Aos vinte, rapidamente, um noivo... o meu

coração dá um salto Lembrando os votos... que eu prometi

respeitar. Agora aos vinte e cinco... tenho os meus

filhos, Que precisam de mim para os guiar... e um lar

seguro e feliz. Um homem de trinta... os meus filhos estão a

crescer rapidamente, Ligados um ao outro...

com os laços que devem durar. Aos quarenta, os meus jovens filhos...

cresceram e partiram, Mas a minha mulher está ao meu lado... para

ver que eu não me lamento. Aos cinquenta anos, mais uma vez,... bebês

brincam sobre os meus joelhos, Conhecemos de novo, crianças...

a minha amada e eu. Dias sombrios caem sobre mim... a minha

mulher agora está morta. Eu olho para o futuro... e eu tremo de pavor. Porque os meus filhos estão todos criando...

os seus próprios filhos. E eu penso naqueles anos... e no amor que

eu conheci. Agora eu sou um velho homem... e a natureza

é cruel. É um gracejo fazer a velhice... parecer uma

tolice. O corpo desintegra-se...

a graça e o vigor desaparecem. Existe agora uma pedra...

onde um dia, eu tive um coração. Mas dentro desta velha carcaça...

ainda habita um homem novo. E volta e meia...

o meu coração maltratado incha. Eu lembro-me das alegrias... eu lembro-me do sofrimento. E eu estou a amar e a viver...

a vida de novo. Eu penso nos anos, todos muito curtos...

que desapareceram num instante. E aceito o fato gritante... de que nada dura.

Por isso, abram os olhos, gente... abram e vejam.

Não um velho tonto. Olhem bem e ... Vejam ... EU!

Keith A. Wells Sr.

Lembrem-se deste poema, da próxima vez que se cruzarem com uma pessoa idosa, a qual poderão ignorar, sem ver a alma jovem dentro dela ... Um dia, vamos todos, ser ido-sos, também! "As coisas melhores e mais bonitas deste mundo não podem ser vistas ou tocadas. Elas devem ser sentidas pelo coração!"

Enviado por: Cleiton Molina

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo incluindo-se a devassi-dão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você, mesmo nos mais divergentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa Programa: Noites de Domingo - Todos os Domingos ás 20 horas

A família atendendo o idoso A família deve ser o ponto de apoio do idoso em todos os momentos e cir-cunstâncias. A família é apontada por estudiosos do envelhecimento como o elemento mais freqüentemente mencionado por idosos como importante ao próprio bem-estar pelos idosos. Esta sofreu mudanças importantes decorrentes da maior participação da mulher no mercado de trabalho, da redução do tama-nho da família, do surgimento de novos papéis de gênero e da maior longe-vidade. Assim diz o art. 3º do título 1 do Estatuto: “É obrigação da família, da comu-

nidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educa-ção, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”. Há uma especificação no parágrafo único, ponto V: “priorização do atendi-mento ao idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asi-lar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manuten-ção da própria sobrevivência". No art. 4º , determina-se que “Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.”.

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 12

Socializando idéias

ATENÇÂO

A Gazeta Valeparaibana, um veículo de divul-gação da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, orga-nização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de au-las, tais como: educação, cultura, tradições, his-tória, meio ambiente e sustentabilidade, respon-sabilidade social e ambiental, além da transmis-são de conhecimento.

Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conheci-mento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas res-ponsabilidades sociais.

No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudi-quem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected]

Rádio web CULTURAonline Brasil Prestigie, divulgue, acesse,

junte-se a nós. A Rádio web

CULTURAonline BRASIL, prio-riza a Educação, a boa Música Nacional e programas de inte-resse geral sobre sustentabili-

dade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Saúde,

Cidadania, Professor e Famí-lia.Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, a E-ducação e o Brasil se discute num debate aberto, crítico e

livre, com conhecimento e responsabili-

dade!

Acessível no link: www.culturaonlinebr.org

ECA - Atos infracionais: - crianças, até 12 anos incompletos: sujeito a me-didas de proteção elencadas no art. 101 do Esta-tuto, como estabelecido pelo artigo 105. - adolescente, entre 12 e 18 anos: sujeito a medi-das socioeducativas elencadas no art. 112 do ECA, além das medidas protetivas, art. 112, VII. Jurisprudência. Não há extinção da punibilidade em face da maioridade alcançada. O adolescente submetido à medida socioeducativa que completar 18 anos não pode ter extinta a medida, em face da inteligência do artigo 121, § 5º, “a liberação se-rá compulsória aos 21 anos de idade”. Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção in-tegral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as o-

portunidades e facilidades, a fim de lhes facul-tar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Alguns doutrinadores alegam que existe nesse artigo um pensamento tautológico, ou seja, afir-mam a mesma coisa com outras palavras. Ao que as autoras refutam afirmando que pormenorizar a redação é importante, visto que o Poder Executi-vo se esquiva de suas obrigações alegando o seu poder discricionário. Jurisprudência. Destituição do poder familiar, em face de pro-blemas mentais dos genitores, sem condições de prestarem ao filho cuidados mínimos de que ne-cessita para crescer de forma saudável e feliz. TJ-RS, julgado em 31/03/2004. Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público asse-

gurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos diretos referentes à vida, à saúde, à ali-mentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade com-preende: a) a primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais; d) destinação privilegiada de recursos públi-cos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e juventude.

Sobre os nossos menores;

A quem interessa defender bandidos?

Menor: são meus netos, sobrinhos, seus fi-lhos, netos e sobrinhos, que apesar de toda e qualquer dificuldade mantêm os valores e conceitos de um ser humano que enfrenta su-as dificuldades sem para isso dar tiro ou atear fogo em ninguém!

Menor: é aquele que mesmo abandonado en-frenta todas as dificuldades e espera de uma fila de adoção sem, contudo perder a espe-rança e valores da vida!

Menor: é a criança que nos inspira em seus gestos de inocência e que nos faz rir nos mo-mentos de maiores dificuldades por serem tão

puros e conseguirem enxergar muito além de nós, esses sim precisam de nossa proteção!

O resto é aquele que usa desculpas mil para justificar sua marginalidade, crueldade e crimi-nalidade! È o vagabundo que usa do fato de ser “DI MENOR” para fazer o que bem enten-de, onde e com quem quiser, não levando consigo nenhum valor, pois sabe que a impu-nidade é certa.

Até quando?

E esta é a segunda vez que faço a mesma pergunta no mesmo dia: Até quando vamos viver essa INSEGURANÇA PÚBLICA?

Até quando o cidadão de bem e trabalhador vai ter que continuar a viver em prisões en-quanto a marginalidade vive solta e livre do lado de fora das muralhas que somos obriga-dos a construir?

Quando poderemos voltar a andar nas ruas sem medo e poder apreciar as belezas de nosso caminho ao invés de nos preocupar-mos em tempo integral se chegaremos no destino sem antes sermos vítimas de um as-salto, estupro ou homicídio, etc.

Até quando isso vai perdurar?

Filipe de Sousa

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 13

Inclusão Sobre a APAE

Por: Claudia Andreucci “A Associação de Pais e Amigos dos Ex-cepcionais – APAE nasceu em 1954, no Rio de Janeiro. Caracteriza-se por ser u-ma organização social, cujo objetivo prin-cipal é promover a atenção integral à pes-soa com deficiência, prioritariamente a-quela com deficiência intelectual e múlti-pla. A Rede APAE destaca-se por seu pio-neirismo e capilaridade, estando presente, atualmente, em mais de 2 mil municípios em todo o território nacional. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Qualibest em 2006, a pedido da Federa-ção Nacional das APAE’s, mostrou que a APAE é conhecida por 87% dos entrevis-tados e tida como confiável por 93% de-les. São resultados expressivos e que re-fletem o trabalho e as conquistas do Movi-mento Apaeano na luta pelos direitos das pessoas com deficiência. Nesse esforço destacam-se a incorporação do Teste do Pezinho na rede pública de saúde; a práti-ca de esportes e a inserção das lingua-gens artísticas como instrumentos peda-gógicos na formação das pessoas com deficiência, assim como a estimulação precoce como fundamental para o seu de-senvolvimento.” Sobre o projeto de lei que deseja inserir as crianças especiais no Ensino Público, segundo notícia veiculada através do G1 Vale e Região, “o Ministério da Educação esclarece que a proposta pretende incluir os deficientes nas escolas regulares, tanto para a convivência deles com outros estu-dantes, como também, para que os alu-nos sem deficiência aprendam a lidar e respeitar as diferenças. Ainda de acordo com o MEC, as APAE's não deixarão de existir, mas os jovens po-derão frequentar as associações em perí-odo contrário ao escolar.” Pois bem, como ex-professora da rede pública, mais especificamente professora de alunos especiais e/ou com defasagem de aprendizado posso garantir que o Esta-do, o qual não dá conta nem mesmo de oferecer uma educação de qualidade para alunos “sem deficiência”, não tem condi-ções de puxar para si as responsabilida-des necessárias ao bom desenvolvimento

das crianças especiais visando sua “inclusão na sociedade”. Terá o Estado profissionais da área de psicologia, fisioterapia, laborterapia, fono-audiólogos em cada escola de sua rede? Terá o Estado salas de aula com número reduzido de alunos para que o professor possa dispensar a atenção que uma crian-ça especial requer para seu perfeito de-senvolvimento? Acredito que não e, desti-nar o atendimento especializado dado a essas crianças para o setor privado, é o mesmo que destiná-las a estagnação do desenvolvimento psicológico, educacional, físico e motor, pois caso o Estado desco-nheça, a grande maioria dessas crianças é filho de pais trabalhadores que não te-rão condições de bancar esses custos. A APAE é uma instituição séria, da qual nunca se ouviu falar envolvida em falca-truas e, formada em sua maioria por fami-liares de crianças especiais e voluntários que visam o bom desenvolvimento e a in-clusão real dessas crianças na vida em sociedade. A inclusão, em meu ponto de vista, é dar a quem dela necessita, condições reais para que esse ser humano possa interagir e se desenvolver em sociedade em todos os sentidos. Que futuro e que "inclusão" elas terão en-colhidas no fundo de uma sala de aula com 40 alunos e apenas um professor? Retirá-las do meio em que lhes é ofereci-do todos os recursos necessários ao seu desenvolvimento e colocá-las numa sala de aula com aproximadamente 40 alunos dentro de uma escola sem um mínimo de recurso para bem atendê-la, não é sinôni-mo de inclusão. O princípio da igualdade previsto no artigo 5º da Constituição da República Federati-va do Brasil significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades e, as crianças especiais precisam ser trata-das de forma especial, com atenção espe-cial e, com carinho especial para seu bom desenvolvimento! Para quem é a favor do projeto apresenta-do, deixo a pergunta: Não seria mais correto o Estado, que vê a APAE como “educação complementar”, ao contrário de cortar as verbas das APAE’s, inserir professores especialistas dentro de uma organização que há anos dá bons resultados, para que em conjunto com os demais profissionais que ali já atuam de-senvolver a “educação tradicional”? Fontes: www.apaebrasil.org.br www.g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao

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POEMA APAE

Esse poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade, de excepcional. Como diz a professora Conceição Menezes: “excepcional é a sensibilidade deste aluno”! Vejam que linda poesia: ILUSÕES DO AMANHÃ Por que eu vivo procurando um motivo de viver, Se a vida às vezes parece de mim esquecer? Procuro em todas, mas todas não são você. Eu quero apenas viver, se não for para mim que seja pra você. Mas às vezes você parece me ignorar, sem nem ao menos me olhar, Me machucando pra valer. Atrás dos meus sonhos eu vou correr. Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder. Se a vida dá presente pra cada um, o meu, cadê? Será que esse mundo tem jeito? Esse mundo cheio de preconceito. Quando estou só, preso na minha solidão, Juntando pedaços de mim que caíam ao chão, Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou. Talvez eu seja um tolo, Que acredita num sonho. Na procura de te esquecer, Eu fiz brotar a flor. Para carregar junto ao peito, E crer que esse mundo ainda tem jeito. E como príncipe sonhador... Sou um tolo que acredita, ainda, no amor. PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE) ------------------------------------------------------------------------------

Somos Irracionais

No meu tempo de escola primária, algumas crédulas e ingênuas pessoas, a quem dávamos o respeitoso nome de mestres, ensinaram-me que o homem, além de ser um animal racional, era, também, por graça particular de Deus, o único que de tal fortuna se podia gabar. Ora, sen-do as primeiras lições aquelas que mais perduram no nos-so espírito, ainda que, muitas vezes, ao longo da vida, jul-guemos tê-las esquecido, vivi durante muitos anos aferra-do à crença de que, apesar de umas tantas contrariedades e contradições, esta espécie de que faço parte usava a cabeça como aposento e escritório da razão. Certo era que o pintor Goya, surdo e sábio, me protestava que é no sono dela que se engendram os monstros, mas eu argumentava que, não podendo ser negado o surgi-mento dessas avantesmas, tal só acontecia quando a ra-zão, pobrezinha, cansada da obrigação de ser razonável, se deixava vencer pela fadiga e mergulhava no esqueci-mento de si própria. Chegado agora a estes dias, os meus e os do mundo, vejo-me diante de duas probabilidades: ou a razão, no homem, não faz senão dormir e engendrar monstros, ou o homem, sendo indubitavelmente um animal entre os animais, é, também indubitavelmente, o mais irracional de todos e-les. Vou-me inclinando cada vez mais para a segunda hipóte-se, não por ser eu morbidamente propenso a filosofias pessimistas, mas porque o espetáculo do mundo é, em minha fraca opinião, e de todos os pontos de vista, uma demonstração explícita e evidente do que chamo a irra-cionalidade humana. Vemos o abismo, está aí diante dos olhos, e contudo avançamos para ele como uma multidão de «lemmings» suicidas, com a capital diferença de que, de caminho, nos vamos entretendo a trucidar-nos uns aos outros.

José Saramago, in 'Cadernos de Lanzarote (1993)'

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 14

EDUCAR não é opinião NÃO DÊ O PEIXE, ENSINE A PESCAR! Antes do chamado Descobrimento da Améri-ca, os nativos já viviam nas terras desconhe-cidas. Eles viviam da pesca, caça, coleta e praticava uma agricultura rudimentar, mas essas atividades eram suficientes para propi-ciar o sustento das tribos existentes.

N o s primei-ros con-t a t o s , com os p o v o s v i n d o da Eu-ropa, as

relações eram de escambo (troca) de merca-dorias trazidas da Europa com o fornecimen-to do Pau Brasil. Nessa relação comercial, os nativos cortavam e colocavam toda a madei-ra dentro dos navios para o posterior trans-porte. Em troca, eles recebiam quinquilhari-as para enfeite e ferramentas como: facas, machados e enxadas. Alias, as ferramentas era a parte que mais interessava para os na-tivos, pois essas ferramentas permitiam exe-cutar uma melhor agricultura, caça e pescar de maneira mais eficaz.

De posse dessas ferramentas, os nativos de-moravam a fazer escambo com os europeus, só apareciam quando surgiam a necessidade de novas ferramentas. Afinal de contas, eles tinham como prover o próprio sustento sem a necessidade do contato permanente e do escambo entre eles e os europeus.

Só que o Pau-Brasil perdeu preço no merca-do europeu e, portanto o comércio realizado a partir do escambo, praticamente ficou pa-ralisado. Os Portugueses que se diziam os descobridores das novas terras (na realidade estavam invadindo e tomando posse) fica-ram na necessidade de explorarem uma no-va maneira de tirar riqueza das terras que se apossaram. Mas, como convencer os nativos a trabalharem para eles? Lembrar que os nativos proviam o próprio sustento e não tinham necessidades de trabalharem para os supostos donos da terra. Alias nem mesmo a ideia de posse da terra eles tinham, para eles a terra pertencia a todos e todos poderiam andar e viver sobre ela.

Para obrigarem os nativos a trabalharem para os europeus só tinha um jeito: tirar as condições que os mesmos tinham de prover o próprio sustento. E isso foi feito se apos-sando da terra, só que o problema é que muitos nativos reagiram a perda de liberda-de e acesso à terra. Os que reagiram foram mortos, outros foram capturados e muitos fugiram para o interior do país.

Como os nativos que foram capturados não produziam da maneira que satisfizesse os novos donos dos meios de produção, os por-tugueses tiveram de trazer outros domina-dos (os negros africanos!) para serem explo-rados e gerarem riquezas para os invasores europeus! Para piorar a situação, os nativos americanos, que estavam sendo obrigados a fazerem trabalhos forçados, resistiam em realizar os trabalhos na agricultura até por questões morais. Era tradição os nativos divi-direm os trabalhos agrícolas da seguinte ma-neira: os homens faziam a limpeza e semea-dura da terra e as mulheres faziam a coleta e

produção do alimento. Portanto, muitos dos homens nativos preferiam morrer a fazerem trabalhos femininos.

Essa apropriação das terras do novo conti-nente continua até os nossos dias. Só que durante todo esse tempo de invasão e de-vastação das riquezas do continente, os ín-dios foram sendo eliminados (continuam sendo eliminados), alguns foram incorpora-dos ao novo mundo e juntamente com os negros, já “libertos”, estão cada vez mais sendo espremidos nas poucas terras (geralmente as sem valor) que tiveram aces-so. Devido a essa apropriação por parte dos exploradores, os que não conseguiram se apropriar dos meios de produção (incluem-se alguns descendentes dos europeus) tem de conseguir o próprio sustento trabalhando para esses que se apossaram dos meios de produção e consequente controlam os meios de sustento dos que deles dependem!

Só que a chamada modernidade nos novos meios de produção obrigam aos explorados terem de aprender a manipular esses novos equipamentos para produção (aprenderem uma nova profissão) e isso nem sempre o-corre. Muitos ficam a mercê de se receber o peixe para não passarem fome. Resultado, muitos dos que conseguem trabalhar (emprego) e conseguir o próprio sustento não querem que se dê o peixe aos que não foram absorvidos nos novos meios de produ-ção. Alegam que não se deve dar o peixe (o sustento) e sim, ensinar a pescar, ou seja, trabalharem para conseguirem o próprio sustento.

I r o n i c a -m e n t e , q u a n d o os inva-s o r e s aqui che-garam, os que aqui v i v i a m

proviam o próprio sustento, cultivavam a própria roça, caçavam e pescavam. Só que agora aparecem os descendentes, dos inva-sores, exigindo que se aprenda a pescar! Retiraram o acesso à terra, poluíram os rios, prenderam os poucos animais que sobrevi-veram e até para se respirar está ficando cada vez mais difícil, devido a poluição, e querem ensinar a pescar! Ou seja, essa frase de efeito é uma das maneiras de se conven-cer que os dominados trabalhem nas condi-ções impostas para que se apossarem dos meios de sustento da grande maioria da po-pulação!

Antônio Carlos Vieira

Licenciatura Plena - Geografia (UFS) -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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SOBRE COLONIZAÇÃO

A tese de que a colonização do Brasil pelos portugueses arruinou qual-quer possibilidade de futuro promis-sor para o país alcança há várias ge-rações enorme popularidade entre uma determinada categoria de sociólogos, antropólogos e histo-riadores de botequim. O discurso comporta variantes, mas pode ser resumido em versão básica num punhado de frases: "Portugal sempre foi um dos países mais atra-sados da Europa, com um povo que nunca teve iniciativa. Para piorar, só mandaram para cá bandidos, domi-naram gente ainda mais atrasada, de mentalidade tribal, e implanta-ram a escravidão. Começando com uma mistura destas, nada pode dar certo". É óbvio que tal visão resulta de diversos preconceitos e bastante ignorância. Seria fácil comprovar que todas as demais nações euro-peias colonizadoras, ao menos em seus domínios tropicais, fizeram uso de diversos sistemas de trabalho compulsório. Também abundam exemplos de que vários reinos tidos como civilizadíssimos despejaram parte de sua massa carcerária no Novo Mundo. Uma crônica deste tipo talvez começasse com o célebre Villegaignon incorporando centenas de detentos tirados dos calabouços franceses à expedição fundadora da França Antártica. Invertendo o sen-tido da investigação, organizaríamos igualmente uma base de dados para demonstrar em definitivo que, além dos numerosos degredados que de fato foram trazidos para a América Portuguesa, todos os demais seg-mentos da população lusitana esti-veram representados na sociedade colonial. Poderíamos alegar ain-da que nada permite julgar que os milhares de cristãos novos desterrados na costa brasileira ape-nas por suas práticas judaizantes, supostas ou comprovadas, seriam colonos necessariamente piores do que os peregrinos do Mayflower, a não ser que se parta do mais desca-rado racismo. Todavia, não estamos diante de um debate acadêmico, e sim da des-construção de uma mitologia, tarefa que tende a ser espinhosa. Indepen-dente de quem o criou e dos propó-sitos a que serve, um mito histórico persistente é um elemento em que muitos querem acreditar. Fornece explicações rápidas para realidades complexas, cuja compreensão de-mandaria esforços intelectuais con-sideráveis. Sua força se baseia na repetição exaustiva e na ade-são emocional dos que repetem, muito mais do que em algum traba-lho escrito visando a comprovação factual. Contra o adepto fervoroso da máxima "o português foi o pior colonizador", pouco valeria uma ex-posição sobre a natureza invariavel-

mente exploratória de todas as colo-nizações e as mazelas impostas a dezenas de países por seus antigos dominadores espanhóis, franceses, holandeses ou ingleses, nisto incluí-dos os episódios que ilustram o iní-cio desta postagem. Ele se sente confortável crendo que pertence a uma espécie de Terceiro Mundo compulsório e taxará de estúpido quem discordar, mesmo que lhe fal-te qualquer argumento consisten-te para sustentar o que afirma. Preciso deixar claro, sobretudo para o leitor de primeira viagem, que esta matéria não é um panfle-to ufanista de linha freyriana elabo-rado para noticiar à humanidade as antigas maravilhas da América Portuguesa. Muito menos uma ba-nalização das perseguições religiosas e das relações escravistas promovi-das pelos portugueses a partir da constatação de que estas práticas foram a regra geral na Idade Moder-na. O que me inquieta, no essencial, são os desdobramentos políticos do discurso. Os propagandistas do que já foi chamado de "racismo con-tra", quando passam recibo do que entendem como a inferioridade crô-nica e permanente dos brasileiros, derivada da colonização retrógrada e das matrizes étnicas desfavoráveis (em regra se auto-excluindo dela por razões nebulosas), aderem de ma-neira explícita ou velada a uma pro-posta de tutela. Sendo o próprio conceito de "inferior" um dado sub-jetivo que implica obrigatoriamente em comparações, eles se voltam de maneira infalível para os modelos que elegem como superiores. O Brasil atrasado e seu povo incorrigível precisam, desta forma, funcionar sob a batuta do bloco que nossos jornais do século XIX qualificavam como "os países adian-tados", que na verdade seriam os mesmos, talvez com poucos acrésci-mos. A naturalização da inferioridade não se atrela a um projeto político exclusivo: ela pode alimentar tanto um neofascismo quanto um libera-lismo de retórica sofisticada ou um conservadorismo clerical. Todavia, sempre conduz a duas orientações: a rejeição a uma política externa independente e, no âmbito inter-no, a aceitação passiva de um status quo no qual uma pequena minoria com pretensões de superioridade nos mais variados campos exerce a direção sobre um povo tido alterna-damente como infantilizado ou peri-goso. Cabe à esquerda brasileira, so-bretudo, a destruição do mito, pro-fundamente irracional e sem funda-mentação, mas extraordinariamente vivo e operacional.

Por: Gustavo A C Moreira

Fonte: http://

gustavoacmoreira.blogspot.com.br/

Provérbios chineses

"Dê um peixe a um homem faminto e você o alimentará por um dia. En-sine-o a pescar, e você o estará ali-mentando pelo resto da vida." Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Prov%C3%A9rbios_chineses

Da redação

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SETEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 15

Nossos filhos - Educação

Nota da CNTE sobre eventual programa do MEC para contratação emergencial de professores para as

redes públicas de ensino

A falta de professores em diversas áreas do conhecimento, no nível básico de ensino, é um problema mundial que, no Brasil, tem sido denunciado pela CNTE e debatido com os Governos das três esferas administrativas há pelo menos uma década e meia.

A raiz do problema está na histórica desvalori-zação da carreira do magistério. Além de bai-xos salários e de planos de carreira desmoti-vadores, inúmeros gestores públicos não ob-servam a necessária indissociabilidade das políticas de valorização da carreira e de con-tratação exclusiva mediante concurso público, de formação inicial e continuada, de salários atrativos, de jornadas compatíveis com as de-mandas profissionais e de plenas condições de trabalho para os educadores – elementos essenciais não apenas para a qualidade da

educação como também para atrair a juventu-de para a profissão.

Ainda hoje, cinco anos após a aprovação da Lei 11.738, vários governadores e centenas de prefeitos sequer pagam o piso salarial na-cional, conciliando o vencimento às carreiras de magistério e à jornada de trabalho, com tempo para formação e preparo das ativida-des do educador com os discentes na propor-ção mínima de 1/3 da carga horária.

O saldo negativo da improvisação e da falta de políticas sistêmicas, que envolvem a valori-zação dos profissionais da educação, para além do comprometimento da qualidade do ensino, fomenta a escassez de profissionais habilitados para lecionar nas diferentes disci-plinas que integram o currículo escolar. E fa-zem parte dessa triste realidade inúmeros es-tudantes das licenciaturas, que desistem da profissão ainda na faculdade, e os que nem chegam a optar pelas licenciaturas por já co-nhecerem, antecipadamente, a dura realidade das escolas e das condições de trabalho e de vida dos educadores.

Na qualidade de Entidade propositiva, que sempre atuou para superar as mazelas edu-cacionais no país, a CNTE é a protagonista do piso salarial profissional nacional do ma-gistério e mantém a luta por sua efetividade em todo país. No plano da formação profissio-nal, a CNTE integra o Conselho Técnico-Científico da Educação Básica, em âmbito da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e possui o diag-nóstico das barreiras impostas pelas redes

públicas no sentido de inviabilizarem a pre-sença de seus profissionais em cursos de for-mação inicial e continuada – com foco na ha-bilitação dos profissionais para atuarem em suas efetivas áreas de conhecimento –, o que nos leva a crer que outros incentivos devam ser pensados para que as redes de ensino se tornem autossuficientes de profissionais esco-lares, à luz de suas obrigações constitucio-nais.

Neste sentido, a CNTE entende que a política mais eficaz para reverter a falta de professo-res no Brasil consiste na valorização desses e dos demais trabalhadores que atuam nas es-colas públicas, o que não impede que sejam pensadas ações emergenciais para garantir o pleno direito dos estudantes ao ensino de qualidade, sem, contudo, criar distorções e competições nas redes públicas de educação, tampouco fomentar o prejudicial contrato pre-cário e temporário de profissionais – prática bastante difundida nas redes de ensino, que inviabiliza, por exemplo, políticas de formação profissional e de gestão democrática engaja-das com o projeto político pedagógico da es-cola. Deve, portanto, o Governo priorizar o debate público sobre a superação do proble-ma da falta de professores, a fim de evitar que os propósitos de suas ações deixem de ser alcançados pela completa inviabilidade na e-xecução.

Brasília, 27 de agosto de 2013

Diretoria Executiva da CNTE

www.formiguinhasdovale.org /// CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org

A EDUCAÇÃO QUE PRECISAMOS De acordo com os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), da Organização para Cooperação e Desen-volvimento Econômico (OECD), em 2009 o Brasil foi um dos países que mais evoluiu na Educação.

No entanto, isso não é motivo para comemo-ração. O Brasil ainda permanece entre os paí-ses de resultados mais baixos, ficando um pouco a frente da Argentina, um pouco atrás de Uruguai, México, Chile e muito atrás dos países da Europa, dos Estados Unidos e da China.

Embora tenha havido um avanço, contabiliza-do principalmente depois da implantação do Plano de Desenvolvimento da Educação, que estabeleceu a avaliação dos alunos da rede pública pela Prova Brasil e a composição de um Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), a realidade da escola pública brasileira ainda é um desafio.

A vinculação do repasse de recursos do Fun-do de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) aos resultados obtidos por estados e municípios no IDEB colocou a Educação em discussão, pois a possibilidade de perder re-cursos fez com que esses mesmos estados e municípios atentassem mais para as escolas e procurassem estabelecer condições míni-mas para a aprendizagem dos alunos.

No entanto, estados e municípios procuraram resolver o problema adotando políticas educa-

cionais e modelos pedagógicos importados, sem que a infraestrutura estivesse adequada, numa completa deformação dos conceitos ori-ginais. Em São Paulo, isso aconteceu com a Progressão Continuada, a partir de 1997, que foi implantada na rede estadual de uma forma completamente diferente da proposta original, resultando na Aprovação Automática.

Para se ter uma ideia dessa deformação, na Europa, que nos serviu de modelo, a maioria das escolas funciona em tempo integral e seus currículos são organizados em ciclos de dois ou três anos, dentro dos quais existe continuidade de trabalho pedagógico, de equi-pe de professores e de composição de alunos na sala de aula.

Em São Paulo, a maioria esmagadora das es-colas funciona em meio período e o currículo é montado em um ciclo, fictício, de quatro a-nos, pois a cada ano há uma completa refor-mulação da composição de alunos na sala de aula e do quadro de professores, descaracte-rizando os conceitos de ciclo e de progressão. Isso acontece porque a rede segue uma políti-ca equivocada e funciona com mais de 40% de professores não concursados, prejudican-do a continuidade de trabalho pedagógico.

Segundo um estudo do Banco Mundial, divul-gado logo após os resultados do PISA, desde 1995 o Brasil tem evoluído. Em regiões como Norte e Nordeste, a infraestrutura das escolas ainda é o principal problema, mas isso pode ser resolvido com investimento adequado e interesse político. Pelo estudo, a essência do problema não resi-

de nos recursos. Uma breve análise sobre os resultados do PISA já demonstra isso, pois estados com menos recursos, como Santa Catarina e Espírito Santo, ficaram bem a fren-te de São Paulo.

No entanto, faltam professores, especialmen-te em áreas específicas como Matemática, Física, Química, Biologia e dentre os que e-xistem, muitos já estão em vias de se aposen-tar.

A carreira do magistério, que exige formação em nível superior, apresenta uma média sala-rial menor que qualquer outra carreira diplo-mada, sendo proporcionalmente equivalente aos vencimentos de uma função de Ensino Médio e as perspectivas de carreira, de salá-rios e de condições e trabalho não estimulam os estudantes que hoje saem do Ensino Mé-dio a se tornarem professores, criando uma situação de iminência de um apagão educa-cional.

O problema da qualidade de ensino não se resolve com discurso. Os resultados do PISA apontam que o Brasil começa a seguir um ca-minho, que passa necessariamente pela valo-rização da carreira do magistério e pela orga-nização do currículo, dentro de uma política educacional que priorize a aprendizagem, em vez de números.

Do contrário, esse caminho pode conduzir ao retrocesso. Fonte: http://professortemporario.wordpress.com

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SETEMBRO - 2013

Edição nº. 70 Ano VI - 2013

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

Por: Flávia Alves, de São Paulo (SP)

Carta branca à desobediência civil Após uma série de protestos e passeatas contra o aumento da passagem em São Paulo, o governa-dor Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciaram, no dia 19 de junho, a re-dução das tarifas de ônibus e trem. A vitória dos manifestantes provou a força da articulação virtual e abriu um novo caminho de se fazer política.

“Estamos experimentando outra maneira de ex-pressão política, típica de uma geração fruto do pe-ríodo democrático mais longo da história brasilei-ra”, aponta Dennis de Oli-veira, professor da USP e pesquisador de Comuni-cação Popular, ao se refe-rir sobre quem são esses novos atores que surgem.

A maioria dos manifestan-tes tem cerca de 20 anos, portanto, todos nascidos em regime político flexí-vel, como também fazem parte da “era da informa-ção”, em que todos estão conectados em rede pelas plataformas digitais.

“Por isso, surgem organi-zações que se articulam em arranjos táticos pontu-ais para garantir determi-nadas reivindicações”, explica Oliveira, sem dei-xar de ressaltar que ape-sar desses jovens não estarem conectados com as grandes narrativas ide-ológicas, eles reconheçam que elas ainda existem e têm a sua importância.

Após a redução da tarifa, as manifestações assumi-ram outras pendências por conta da insatisfação geral do brasileiro com o governo.

Quanto a essa guinada nas manifestações, Oliveira aponta que esse fenômeno expressa a formação de uma nova esfera pública, na qual múltiplas idei-as e ideologias estão em disputa.

“Não se trata apenas de uma pauta de reivindica-ções para ser negociada com os governantes, é preciso construir um espaço para o diálogo entre sociedade civil e instituições.”

O professor afirma também que a situação atual mostra uma população que quer se autorrepresen-tar no espaço político, e não que seus representan-tes façam política por ela, e relembra: “Essa popu-lação não tem uma ideologia definida. É um espaço em disputa, por isso grupos de direita também saí-ram às ruas para expressar suas bandeiras”.

A desobediência civil e o Black Bloc

Não há dúvida que o Movimento Passe Livre (MPL) e o Black Bloc saem dessas manifestações como dois dos seus principais protagonistas.

O primeiro prioriza a ação direta não-violenta; inter-ditaram ruas e estradas e ocuparam prédios públi-cos. Respondem como um grupo organizado com pautas objetivas e metas de conduta dentro de uma manifestação.

Já o Black Bloc não é um grupo, nem possui ne-nhum tipo de representação. Carregam semelhan-ças com o grupo

Anonymous, uma rede de troca de ideias e informa-ção sem líderes e completamente anônima.

O Black Bloc é definido no momento da manifesta-ção e formado por um grupo de pessoas que agem de maneira autônoma com algumas afinidades - enfrentam a polícia, constroem barricadas nas ruas e depredam empresas-símbolo do Capital.

De acordo com Pablo Ortellado, professor de Políti-cas Públicas da PUC, o Black Bloc não pode ser considerado uma tática de ação violenta, já que seus adeptos destroem o patrimônio público e não a integridade física das pessoas.

Com vandalismo

Para entender melhor como agem os membros do Black Bloc, Yargo Gurjão, membro do coletivo Ni-géria, acompanhou de perto as manifestações de junho e julho em Fortaleza, registrando depoimen-tos de manifestantes e as cenas de conflito.

O resultado é o documentário "Com vandalismo", que mostra quem são e o que querem esses mas-carados. Gurjão explica que antes de qualquer jul-gamento ou contextualização histórica, o importan-te é dialogar com eles, e de preferência com mui-

tos.

“O Black Bloc deve ser visto de maneira cuidadosa, a ideia é não haver unidade ou liderança, mas exis-te o espírito de solidariedade entre eles”, alerta.

O integrante do coletivo Nigéria também aponta que é preciso diferenciar o ato violento daquele que é feito como resistência a uma violência.

“A grande mídia não se interessa pela motivação de quem pratica a desobediência civil. Tachar ma-nifestante de ‘vândalo’ esgota as chances de tentar compreender a complexidade de toda a situação”, resume ele.

O documentário "Com vandalismo" mostra que os manifestantes mudam a sua maneira de agir de acordo com o calor do momento. O vídeo registra

jovens pacifistas na linha de frente dos conflitos com o bata-lhão de choque da Polícia Mili-tar e mascarados carregando outros manifestantes para longe do gás lacrimogêneo. Portanto, é coerente afirmar que não há como definir quem são esses “vândalos”.

Solidariedade

“A linha de frente foi o lugar on-de mais vimos atos de solidarie-dade”, diz Yargo, ao argumen-tar que é preciso entender o que leva esses jovens ao confli-to direto com os policiais. Se-gundo ele, a impotência das pessoas perante o aparato re-pressor da polícia também faz com que aumente o espírito co-letivo dos que se encontram nessa situação.

Apesar de não simpatizar com as táticas do Black Bloc, Dennis de Oliveira, por sua vez, faz u-

ma ressalva no mesmo sentido. A de que ação é justificada pela “existência de uma polícia contami-nada com a ideologia militarista de combate ao ini-migo interno, oriunda da ditadura militar”.

“A brutal concentração de riquezas, em especial pelos bancos e instituições financeiras, e a impuni-dade desses segmentos sociais por parte das insti-tuições do poder público é que facilitam a geração dessa revolta expressa dos Black Blocs”, comple-menta.

O momento ainda é cedo para se ter uma definição exata do que seja essa mobilização

de jovens.

A única coisa que se pode afirmar sobre essas pessoas é que são muito mais do que “vândalos” e que cabe à sociedade se

perguntar de onde vieram e por quem lutam os Black Blocs.

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A lusofonia é futuro porque tem passado e presente e vinca na história dos povos lusófonos, abrindo os sulcos do futuro, para a se-mente ser flor, em liberdade...