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1 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ ISSN 1679-0189 Ano CXI Edição 42 Domingo, 16.10.2011 R$ 3,20 Tendo como tema a preservação do mundo através da disposição de viver em plenitude, o 13 o Congresso Nacional da Terceira Idade e Capacitação reuniu em Caldas Novas -GO, de 27 de Setembro a 2 de Outubro, 844 dinâmicos participantes, numa inesquecível experiência de aprendizado,ação e louvor. Veja reportagem amplamente documentada nas páginas 8 e 9. Igreja da capital paranaense abençoa a vida de missionários através da realização do 18 o Crescer Missionário, com base na percepção de que cuidar bem dos obreiros é elemento fundamental ao crescimento do trabalho nos campos(página 12). Editorial (página 2) focaliza a questão da primazia que na atualidade a forma de apresentar a mensagem cristã vem alcançando em relação ao essencial da proposta que levou Jesus Cristo a dar sua vida pelos pecadores. A abordagem considera que o evangelho como produto manipulado por marqueteiros de uma religião de conquistas materiais é a negação da própria fé. Bacacheri cuida dos missionários A ditadura do método Semana de bênçãos no Congresso da Terceira Idade

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1o jornal batista – domingo, 16/10/11?????

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ

ISSN 1679-0189

Ano CXIEdição 42 Domingo, 16.10.2011R$ 3,20

Tendo como tema a preservação do mundo através da disposição de viver em plenitude, o 13o Congresso Nacional da Terceira Idade e Capacitação reuniu em Caldas Novas -GO, de 27 de Setembro a 2

de Outubro, 844 dinâmicos participantes, n u m a i n e s q u e c í v e l e x p e r i ê n c i a de aprendizado,ação e louvor. Veja reportagem amplamente documentada nas páginas 8 e 9.

Igreja da capital paranaense abençoa a vida de missionários através da realização do 18o Crescer Missionário, com base na percepção de que cuidar bem dos obreiros é elemento fundamental ao crescimento do trabalho nos campos(página 12).

Editorial (página 2) focaliza a questão da primazia que na atualidade a forma de apresentar a mensagem cristã vem alcançando em relação ao essencial da proposta que levou Jesus Cristo a dar sua vida pelos pecadores. A abordagem considera que o evangelho como produto manipulado por marqueteiros de uma religião de conquistas materiais é a negação da própria fé.

Bacacheri cuida dos missionários

A ditadura do método

Semana de bênçãos no Congresso da Terceira Idade

2 o jornal batista – domingo, 16/10/11 reflexão

E D I T O R I A L

Deus, o fato é que muita gen-te acredita que apresentado da maneira certa, o evangelho não tem como deixar de ser abraçado pelo “público-alvo”. Uma agravante dessa idéia aparece quando, para dar força ao método, passa-se a considerá-lo como doutrina ou mandamento.

Se o evangelho não é apre-sentado no seu conteúdo es-sencial, que implica o risco do escândalo em face do desafio da cruz e a legítima possibili-dade de rejeição em respeito à liberdade individual, deixa de ser evangelho. Se a mensagem vem embalada no papel bri-lhante das promessas de trazer o céu para a terra em três dias, como prometem fazer as fei-ticeiras em relação à “pessoa amada”, torna-se uma forma de chantagem religiosa subli-minar. A responsabilidade da decisão pessoal desaparece, uma vez que a pessoa simples-mente não tem como rejeitar algo que lhe é apresentado como um produto que contém a fórmula da felicidade para o aqui e agora. Como deixar de comprar um produto como esse, ainda mais quando a

perece” a que o Senhor se refere em João 6.27.

É nesse ponto que entra o segundo protagonista da farsa em que a vivência e a pregação do evangelho tem representado em nossos dias: o método. Se o povo quer mi-lagres espetaculares e o prega-dor não tem como atendê-lo, a tentação é de conquistar o público por meio do uso de outros recursos. Dizer ao povo o que ele quer ouvir é parte da jogada, mas além do conteúdo água-com-açúcar, é preciso pensar na forma adequada, a da armadilha--para-passarinho. Das várias ilusões dentro das quais vi-vem muitos líderes cristãos da atualidade, o dogma da infalibilidade do método é a principal. Em linguagem da moda, trata-se do caminho lar-go do metodicamente correto. Se é verdade que uma outra ilusão _ o peso do currículo do Pastor-Doutor-Professor ou do Bispo, Apóstolo e Patriarca – tem obtido muita aceitação no círculo dos que querem dinheiro, poder político e fama, em lugar de simples-mente serem mensageiros de

De certo modo, no mundo atual todos somos filhos do pragmatismo para-

econômico norte-americano. Já não se pergunta se alguma coisa é intrinsecamente va-liosa, e sim se tem aceitação no mercado. No âmbito do evangelho de quinta categoria que anda sendo pregado às multidões ao vivo e a cores, o suposto profeta já não fala o que o povo precisa ouvir. Caso o faça, está fora de dú-vida que seus índices de audi-ência acabarão desabando no abismo do aterrorizante traço ibopiano. Pragmático, ele parte então para o lamentável equívoco de “comunicar” ao povo o que este quer ouvir. Sendo o ser humano o que é, o povo não passa nem perto do duro discurso de um envolvimento concreto e incondicional com o Cristo crucificado, nas bases vivas e espirituais da carne, do sangue e do discipulado. Está, porém, sempre dispos-to a ir em busca de Jesus onde quer que ele se en-contre, na ânsia de receber um prato da “comida que

relação custo-benefício parece tão vantajosa?

Sempre que as pessoas ade-rem à igreja, seja qual for ela, sem passar pela livre escolha de responder pessoalmente ao chamado de Jesus Cristo, estão meramente entrando para a igreja no sentido reli-gioso, social e institucional. A iniciativa corresponde ape-nas à ideia corrente de que cada pessoa deve ter uma religião. Sendo assim, porque não aderir a uma que facilita tanto as coisas, a começar pela absolvição compulsória de todos os pecados, exceto o de deixar de patrocinar a megalomania de seus líderes e de fazer do dinheiro o deus supremo de sua vida?

Planejamento, estratégia e método têm seu lugar, obvia-mente. O problema é quando são usados na tosca tentativa de destronar aquele a quem foi entregue todo a autorida-de nos céus e na terra e sem cuja poderosa operação não se pode fazer coisa alguma. A não ser, claro, vender a preço de banana um evangelho sem cruz, sem sangue, sem graça e sem Cristo.

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome completo, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser encaminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Rua Senador Furtado, 56 - CEP 20270-020 - Rio de Janeiro - RJ).

Cartas dos [email protected]

Olhando para uma placa...

• Ela me foi entregue em reunião solene, no velho prédio da USINA, em Santa Bárbara d’Oeste, SP. Ali es-tava uma expressiva multi-dão representando todos as Convenções que compõem a nossa Comunidade Batista.

Abri o estojo, logo após sair da plataforma, li cada palavra com lágrimas nos olhos. Os seus dizeres são os seguintes:

“A Convenção Batista Bra-sileira presta justa home-nagem a Margarida Lemos Gonçalves pela sua relevante contribuição na história dos Batistas do Brasil, quando celebramos os 140 anos da organização da Primeira Igre-ja Batista em território brasi-leiro. Santa Bárbara d’Oeste, 10 de setembro de 2011.”

Um filme desfilou diante de mim quadros antigos e alguns mais recentes, tor-

nando aquele instante muito especial. Pensei: “Quando eu voltar ao Campo vou agrade-cer esta homenagem”.

É o que faço agora:- minha gratidão enorme

à liderança batista que se

lembrou de mim, por ter permanecido no Campo, em obediência ao chamado de Deus, mais de 60 anos após a minha saída do lar;

- minha gratidão à minha família e aos amigos que

oraram por mim durante es-tes anos;

- minha gratidão às igrejas que cuidaram de mim, desde a infância até à velhice;

- minha gratidão aos com-panheiros de jornada missio-nária nas tarefas que o dia-a--dia do Campo nos trazia.

E então, através deste ins-trumento de divulgação, co-loco nas mãos do Senhor da Seara todas as honras que me foram prestadas, pois não são minhas. Na realidade a ele pertencem. E, se houve alguma relevância nesse tra-balho, divido com todos os missionários, de ontem e de hoje, a beleza deste momen-to. Mesmo porque tudo que pude realizar foi porque eles sempre estiveram ao meu lado, sorrindo ou chorando, mas sempre cooperando e aconselhando. Recebam, pois, amados companheiros, com muita ternura, esta HO-MENAGEM!

Margarida Lemos Gonçal-

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEPaschoal Piragine JúniorDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIO DE REDAÇÃOOthon Oswaldo Avila Amaral(Reg. Profissional - MTB 32003 - RJ)

CONSELHO EDITORIALMacéias NunesDavid Malta NascimentoOthon Ávila AmaralSandra Regina Bellonce do Carmo

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIARua Senador Furtado, 56CEP 20270.020 - Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio(21) 2223.8510

3o jornal batista – domingo, 16/10/11reflexão

Pr. Adriano VicensiPIB em Arapongas - PR

As grandes tempes-tades acompanha-das de furacões nos EUA ocorrem por

causa do aquecimento das águas nos oceanos, causan-do destruição por todos os lados. Outras tempestades acontecem por causa do en-contro de uma frente fria com uma frente de calor intenso, causando chuvas torrenciais de pedras, com alagamentos e mortes. Na Bíblia Sagrada encontramos três tipos de tempestades e como deve-mos nos comportar quan-do estivermos passando por qualquer uma delas.

1 – Tempestades por cau-sa de nossa obediência(Mc 4.35-41).

Os discípulos receberam uma ordem de Jesus para passarem ao outro lado da margem (v.35). Após se des-pedirem da multidão, avan-çaram pelas águas com seu barquinho até que foram surpreendidos por uma gran-de tempestade em alto mar, com ventos contrários e on-das gigantes açoitando-os e causando pavor naquela pequena tripulação. Aque-les homens só enfrentaram

aquela tempestade porque obedeceram a voz do Mestre.

Muitas vezes em nossa vida também enfrentamos algu-mas tempestades (aflições, lutas, desânimo, perseguição, batalhas intensas seja na área de nossos relacionamentos ou no ministério) provenien-tes de nossa posição de obe-diência a Deus e à sua Pala-vra. Pagamos um alto preço porque resolvemos em nosso coração andar de acordo com os princípios da Palavra de Deus, mas devemos nos lem-brar de que mesmo nestes momentos Jesus esta conosco no barquinho da nossa vida, da mesma forma que esteve com seus discípulos naquela tempestade em alto-mar. É ele que acalma estas tempes-tades em nossa vida também. Por isso, a ordem nestes mo-mentos é perseverar mesmo quando não entendemos. Alguém já disse que a pre-sença de Jesus no barquinho da nossa vida não impede as tempestades, mas impede que nosso barquinho afunde.

2 – Tempestades por causa de nossa desobediência(Jn 1.1-15)

Deus havia ordenado que o profeta Jonas fosse pregar na cidade de Nínive, para que aquele povo de duro coração

se arrependesse. Jonas se dispôs a viajar, mas com a in-tenção de ir para Társis, uma direção totalmente oposta. Embarcou num navio para fu-gir da ordem dada por Deus, e após algum tempo de via-gem Deus fez soprar um forte vento em alto-mar, causando uma grande tempestade a ponto de quase despedaçar o navio. Depois de os mari-nheiros lançarem fora toda carga afim de aliviar o peso, fizeram um sorteio para ver quem poderia ser o culpado por tamanha tempestade. O nome escolhido foi o de Jonas, que dormia no porão do navio. Ao lhe pergunta-rem o que deveriam fazer para que o mar se acalmasse, Jonas respondeu: “Tomai-me e lançai-me ao mar e ele se aquietará”. Após jogarem o profeta ao mar, a tempestade cessou em sua fúria.

Se existem tempestades por causa da nossa obediência, também existem tempesta-des que nos sobrevêm por causa de nossa desobediên-cia, como no caso do profeta Jonas. Muitos casais gastam mais do que ganham e depois se endividam trazendo preju-ízo para toda família. Muitas mulheres e homens sofrem em seus respectivos casamen-

tos por não desempenhar os papéis estabelecidos por Deus em sua Palavra. Muitos jovens acabam caindo nas drogas por causa da influencia dos “amigos”. Muitos filhos ainda pagam um alto preço por conta da desobediência aos seus respectivos pais. Como devemos enfrentar este tipo de tempestade? Devemos reconhecer nosso erro, voltar atrás, praticar o arrependi-mento e pedir perdão a Deus ou àquele a quem ofendemos. Da mesma forma que Jonas foi atirado para fora do navio e a tempestade se acalmou, acredito que quando nos hu-milhamos perante Deus e mudamos de direção, os ven-tos contrários começam a se acalmar em nossa vida.

3 – Tempestades por causa de outras pessoas(At27.9-26).

Outro tipo de tempesta-de aconteceu com Paulo, por causa da intolerância de uma marinheiro, que não levou em conta a palavra do homem de Deus, decidin-do prepotentemente seguir viagem em alto-mar. No per-curso, levantou-se grande tempestade, a ponto de o navio se chocar contra as pe-dras. As 276 pessoas a bordo quase morreram, tendo que salvar sua próprias vidas após

se jogarem ao mar e nadar até uma ilha mais próxima.

Existem tempestades pro-vocadas por pessoas à nossa volta. Decisões erradas de outros acabam nos afetando e causando perdas em nossa vida. Um bêbado ao volan-te, um pai alcoólatra, uma mãe negligente, um marido ausente, uma autoridade abusiva, alguma situação fora do nosso alcance com a qual não podemos lidar - são formas de temporal que nos atingem de maneira direta ou indireta. Mas tam-bém nestes casos temos uma orientação bíblica de como nos comportar. Como com o apóstolo Paulo, o mesmo Deus que esteve com ele está ao nosso lado nestas si-tuações. Ele conhece a nossa dor, nossa aflição, nosso co-ração e nos promete que não devemos temer porque ao final o plano e o propósito de Deus acabam se cumprin-do em nós. Confiança nele nestes momentos é a chave para vencermos estes tipos de tempestades. Da mesma forma que aquela tripulação foi salva, ele também nos salvará desta tempestade. E nunca se esqueça que de-pois da tempestade o sol volta a brilhar mais forte.

MAIS QUE UMA BÍBLIA DE ESTUDO, É UM MANUAL DEVIDA, RICA EM INFORMAÇÕES DOUTRINÁRIAS. www.geograficaeditora.com.br

A Bíblia de Estudo do Discípulo possui uma forte ênfase sobre o estudo das doutrinas bíblicas e o desenvolvimento de cada uma delas ao longo da história.

Única - esta é, sem dúvida, uma das palavras mais apropriada para definir a Bíblia de estudo do discípulo. Sua ênfase sobre o estudo das doutrinas bíblicas e a estruturação de cada uma delas ao longo da história torna esta obra um extraordinário recurso no processo de discipulado, seja qual for o estágio de desenvolvimento do cristão.

4 o jornal batista – domingo, 16/10/11

GOTAS BÍBLICASOLAVO FEIJÓ

Pastor, professor de Psicologia

A Terra está de luto

reflexão

O Senhor deu ao profeta Joel uma tarefa pesada. O pecado, como

as nuvens de gafanhotos, produz a ruína da terra: “Os campos estão arrasados, a terra está de luto, pois os cereais foram destruídos, as parreiras e as oliveiras seca-ram” (Jl 1.10).

A terra, quando criada pelo Senhor, era bela e pro-dutiva. Era como um jardim de prazeres, de acordo com o nome Jardim do Éden. Aconteceu, entretanto, a arrogância e a auto-suficiên-cia, de modo que o pecado se infiltrou em todas as for-mas dos relacionamentos. Além de arruinar as relações com o Senhor, o pecado deformou as relações huma-nas e, como consequência final, arruinou as relações do ser humano com o meio ambiente. Foi o princípio da decadência ecológica.

Hoje, ao contemplarmos o mundo, constatamos com terror a profecia de Joel - “a terra está de luto”. A evolu-ção da decadência da terra vem acompanhando, inexo-ravelmente, o desenvolvi-mento da decadência espiri-tual. A ganância que, como o amor ao dinheiro, “é a raiz de todos os males”, não tem respeitado limites, na explo-ração predatória dos recursos naturais. De modo que, aos poucos, biomas destruídos vêm causando, sistematica-mente, a extinção das espé-cies. A mensagem de Joel é um apelo para a volta a Deus. É um convite para o arrepen-dimento, a obediência ao Senhor e a reconstrução da Terra. Paulo diz que a criação aguarda, com gemidos, a re-velação dos filhos de Deus. A criação espera que os cristãos levem a sério sua obediência ao Senhor e quebrem o “luto da terra”.

vida em famíliaGilson e Elizabete Bifano

Estava eu conversando com um irmão sobre o grande desafio de equilibrar as deman-

das da vida profissional e familiar e ele me contou uma história muito interessante. Um conhecido seu, a quem vamos dar o nome de Re-nato, trabalha, num cargo de confiança, numa grande estatal brasileira. Renato, por dedicar-se quase exclusiva-mente ao trabalho, já tinha se divorciado de sua primeira esposa.

Depois de alguns anos vol-tou a se casar e tomou uma decisão muito séria. Não iria perder o segundo casamen-to por causa do trabalho. Transferido para o Rio de Janeiro, foi trabalhar na di-retoria desta grande estatal, tendo como sua chefe uma mulher viciada em trabalho. Com muito tempo de antece-dência, Renato decidiu-se a dedicar um determinado sá-bado inteiro à família. Havia muita expectativa por parte da esposa e dos filhos.

Mas...na quinta-feira, eis que recebe um e-mail convo-cando-o para estar na reunião que sua chefe marcara para sábado, justo o dia combi-nado para sair com a família. Ao receber o e-mail, tomou a decisão de não participar da reunião, devido ao com-promisso assumido com a fa-mília. Sabia das implicações, mesmo tendo consciência de que sua presença não era tão necessária, mas mesmo

assim tinha sido convocado. E assim aconteceu.

Na segunda-feira, logo ao chegar, recebe um telefone-ma convocando à sala de sua diretora. Tinha a absoluta cer-teza de que seria dispensado do cargo de confiança por não ter participado da reu-nião, embora tenha enviado uma justificativa formal.

Ao chegar na sala, sua che-fe pediu explicações sobre sua ausência. Com calma, contou sua história de vida. Contou sobre o motivo do primeiro divórcio e a deci-são de lutar pelo segundo casamento. Contou do com-promisso assumido com a família e da expectativa que todos tinham daquele sába-do. Renato não é crente, mas segundo a pessoa que contou esta história, trata-se de um ótimo profissional e pessoa dedicada à empresa.

Sua chefe, ao ouvir a his-tória, olhou bem nos seus olhos e disse: “Você é um homem de coragem. Meus parabéns! Pode voltar para sua sala. Quero contar sem-pre com você na minha equi-pe”. Repasso esta história que ouvi para mostrar que Deus honra àqueles que lutam e tomam decisões corajosas para sustentar seu casamento e manter sua família unida. Tenho visto muitas pessoas almejarem altos cargos na vida profissional, na deno-minação, na vida política, mas com sacrifício da vida conjugal e familiar. O mesmo

acontece com pastores. Mui-tos estão liderando igrejas que crescem a cada dia, mas a esposa está sendo sacrifica-da. Os filhos estão sentindo a ausência do pai.

Esforçar-se para galgar uma posição melhor na empresa ou desejar o crescimento da denominação e da igreja são desejos nobres. Almejar cargos políticos para fazer o bem ao povo também é nobre, mas o que não pode acontecer é colocar o casa-mento e a família no altar do sacrifício para alcançar estes objetivos.

Sempre digo que depois de nossa decisão por Cristo e manter a comunhão com Deus, a decisão mais sábia é lutar para a construção de uma família melhor. Termino com duas frases que gosto muito de citar em minhas pregações. “Se de fato considerar o item ‘família’ como sua prioridade máxima, você tem de ‘ir à luta’ e provar com as suas ações”. Stephen R. Covey

“De todas as vocações que os homens podem seguir na vida, nenhuma é tão carre-gada de responsabilidade e provida de tantas ilimitadas oportunidades como a gran-de vocação de marido e pai. De nenhum homem, por maiores que sejam suas rea-lizações, pode-se dizer, em meu julgamento, que con-quistou o sucesso na vida, se não estiver rodeado de seus entes queridos”.

Stephen L. Richards

Mais uma Igreja Centenária

A Primeira Igreja Batista de Nova Friburgo, re-conhecida pela Associação Batista Serrana e Con-venção Batista Fluminense, estará comemorando o seu Centenário nos dias 21,22 e 23 de Outubro de 2011, com uma série de pregações do Evangelho de Cristo ,tendo como pregador o Pastor Jairo Mo-reira, ex-pastor da igreja. Os cultos serão realizados dias 21-22, no templo da Igreja Batista do Prado, à Av. Brasil, 314, Prado - Conselheiro Paulino, NF – RJ, e dia 23 em nosso templo provisório, à Rua Almirante Barroso,9 bem pertinho da Rodo-viária Urbana, perto do ponto das Vans .O culto do aniversário será realizado no dia 21, dia da organização da igreja. Horário dos cultos: 19h30, ocasião em que teremos a oportunidade de ouvir as palavras dos representantes da Denominação. A Igreja ficará muito feliz com a presença de todos! Venham compartilhar de nossa alegria.

Pela Igreja,

Pr. Judson Garcia Bastos

Convite

5o jornal batista – domingo, 16/10/11reflexão

PARÁBOLAS VIVASJoão Falcão Sobrinho

Na Teológica de São Paulo dou aula da disciplina “Reali-dade Denomina-

cional” no currículo do curso de Bacharel em Teologia, reconhecido pelo MEC. Tem sido muito estimulante dialo-gar durante um semestre com alunos e alunas do último semestre. No início do curso prometo a eles que qualquer assunto que queiram tratar sobre a denominação e seus bastidores poderá ser tratado. Neste sentido, prometo-lhes “abrir o castelo” e até te-nho trazido líderes de nossa convenção estadual para conversar com eles e abrir um diálogo com esses futu-ros líderes. A experiência, semestre a semestre, tem sido muito agradável e per-cebo que, ao terminar cada semestre, conseguimos mais e mais aliados para assumir o futuro de nossos ideais deno-minacionais.

Ao começar o semestre também digo para eles que teremos um “grito de guerra” que deverá ser nosso lema em todo tempo da disciplina. Afinal, são jovens e necessito falar com eles numa lingua-gem que entendam.

Ao final de cada aula relem-bro-os do grito de guerra e pergunto como eles poderão colocá-lo em prática quando estiverem no ministério e assumindo a liderança deno-minacional daqui a alguns

anos. É interessante notar que eles têm perguntado a muitos líderes denominacionais que vão falar com eles durante o semestre porque líderes, pas-tores e até igrejas não levam a sério esse grito de guerra, se é ele que nos caracteriza como batistas em grande par-te e é ele que vai nos dar so-brevida ao longo do tempo. Às vezes recebem respostas convincentes e de que aquele líder tem tomado algumas providências para que os ideais do grito de guerra se concretizem. Outras vezes ficam sem respostas.

O que seria esse grito de guerra tão importante para aqueles jovens e futuros lí-deres? O que causa neles tanta preocupação a ponto de acharem que o futuro de nossas igrejas e denominação corre o risco de ficar compro-metido?

Esse grito de guerra é a cooperatividade, é a parti-cipação de cada lider e de cada igreja, a fim de que possamos levar a igreja a cumprir a sua missão e isso envolve mais do que par-ticipar no Plano Coopera-tivo. No meio corporativo falamos da necessidade de ações colaborativas, isto é, de ações em que todos par-ticipemos como como quem tem em foco um alvo maior.

A missão da Convenção é promover a cooperatividade entre as igrejas para que elas

cumpram a sua missão, a missão que Deus tem para elas e para cada cristão.

Quando participamos co-laborando financeiramente com missões ou com educa-ção teológica, por exemplo, estamos cooperando. Porém, a cooperação deve ir além da contribuição financeira. Deve incluir o envolvimento na oração pelos missioná-rios, pelos professores de seminários e pelos líderes denominacionais em âm-bito nacional, estadual e regional.

Devemos pensar em ação colaborativa também quan-do minha igreja pode servir a outras igrejas naquilo que ela tenha de melhor, seja na área de educação religiosa, seja em evangelização, seja em música ou em qualquer outro campo.

Infelizmente tenho visto igrejas e mais igrejas, líderes, pastores a se fecharem em seu “quintal”, numa atitude de entropia egoísta, procu-rando transformar sua comu-nidade em auto-suficiente e deixando de lado a coopera-ção com outras comunidades e igrejas menores que neces-sitam de apoio.

A cooperatividade é sinal de maturidade e é um dos mais nobres componentes do ideal batista. Caro pastor, caro líder, veja como a sua igreja pode participar colabo-rativamente também.

uando Paulo es-tava preso, não se sabe quan-do nem porque

Onesíforo foi à Roma e como já o tinha ajudado em Éfeso, procurou-o diligentemen-te até encontrá-lo a fim de prestar-lhe ajuda financeira, não se envergonhando das suas cadeias (2 Tm 1.16,17). Paulo teve muitas decepções no seu ministério: Demas o abandonou porque “amou o presente século” (2 Tm 4.10). Alexandre o latoeiro se opôs à sua pregação e não aceitou a sua autoridade apostólica, causando-lhe muitos males (2 Tm 4.14). Fígelo e Her-mógenes o abandonaram em um momento crucial (2 Tm 1.15). Todos esses eram amigos e companheiros de Paulo, mas desertaram pelos mais diversos motivos e de-cepcionaram. Todos os pas-tores que conheci tiveram as suas decepções com amigos e companheiros que falha-ram quando os obreiros mais precisavam deles. Alguns, por medo de se comprome-ter, outros, por interesses pes-soais, por ciume, por inveja, por aceitarem intrigas de ter-ceiros. Perderam o galardão da alegria em servir e de ins-crever seus nomes na história de grandes ministérios.

Paulo, porém, também teve muitos amigos que o aju-daram e cooperaram para o êxito do seu trabalho missio-nário. Ele menciona seus no-mes nas suas cartas, transbor-dando de gratidão e alegria. Um desses colaboradores foi Onesíforo (2 Tm 1.16), cujo nome equivale ao seu cará-ter: “Portador de benefícios”. A lembrança de Onsíforo levou Paulo a recomendar a Timóteo: “Fortifica-te na graça!” (2 Tm 2.1). Paulo sa-bia, por experiência própria, que é a graça que fortalece o obreiro cristão. Ele tinha experiência de ser fortalecido pela graça (2 Co 12.7-12). A salvação nos é dada pela graça, os dons espirituais são produto da graça, a esperan-ça da glória é graça.

Pela graça, o pastor penetra os mistérios da Palavra e nutre sua alma para poder alimentar o rebanho. Pelo estudo, ele adquire conhecimento acadê-mico da Bíblia, mas o conhe-cimento espiritual da Palavra

viva só se adquire pela graça. Só pela graça é que a mente do ouvinte da Palavra pode ser iluminada. Certa vez, no culto evangelístico em uma igreja durante a assembléia da CBB, um ilustre orador pregou um belo sermão. Ao apelo, nenhuma pessoa foi à frente, por mais que o orador insistisse. Quando o pregador tomou assento, David Gomes, que estava na plataforma, assumiu o microfone e dis-se simplesmente: “Se vocês entenderam que Jesus Cristo morreu na cruz para lhes dar o perdão dos pecados, para livrá-los da perdição eterna e querem declarar que hoje aceitam Jesus como Salvador, venham aqui à frente agora”. Só isso mesmo! As pessoas começaram a chegar, muitas em lágrimas, mais de duas de-zenas de almas. Isso é graça.

Pela graça, o pregador al-cança os corações dos per-didos para a salvação e dos salvos para a santificação e o fortalecimento na fé. Pela graça, o pastor resiste às ten-tações do ministério, às pro-vações, deserções e ataques do Inimigo que surgem de fora e de dentro da igreja. Só pela graça. Pela graça, as orações do pastor trazem respostas de Deus, fazem o céu descer à terra. Pela graça, o pastor é sustentado pe-los onesíforos que Deus lhe põe no camnho para que ele nunca passe necessidades. Durante os meus 57 anos de pastorado, nunca faltou o pão à minha mesa, embora muitas vezes faltasse saldo na conta bancária. A graça nos sustentou. A graça de Jesus. Pela graça, o pastor pode esquecer-se das coisas que atrás ficam e prosseguir para o alvo supremo da sua voca-ção que é Cristo em glória.

Por tudo isso, meu filho, diz Paulo a Timóteo, “Fortifi-ca-te na graça”. Sê forte pela graça, na graça, com a graça de Jesus. Querido pastor, pode faltar tudo: recompen-sas, aplausos, gratidão e re-conhecimento. Só não pode faltar a graça que enxuga as lágrimas dos olhos, aplaca a ira pela injustiça sofrida, limpa a poeira do coração. A graça! Só a graça derramada na cruz do Calvário, líquida como água e rubra como sangue.

OBSeRVATóRIO BATISTALOURENÇO STELIO REGA

ConviteA Primeira Igreja Batista no Encantado – RJ, convida pastores e igrejas batistas

para a formação do Concílio Examinatório do irmão (Missionário itinerante) Luiz Henrique dos Santos ao ministério pastoral.

Data do Concílio Examinatório: 5/11/11 - 16hData da Ordenação (Consagração): 6/11/11 - 19h Local: Primeira Igreja Batista no EncantadoRua José Domingues, 25 – Encantado – RJPr. Marcus Vinícius Azen

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6 o jornal batista – domingo, 16/10/11 reflexão

Jilton Moraes, Pastor, colaborador de OJB

Recebi ho je pe l a manhã a notícia de que o Pastor Boyd O’Neal foi transfe-

rido para a Casa do Pai. En-quanto oro agradecendo a Deus pela vida e pedindo o consolo do Pai a todos nós, principalmente para a esposa, Dona Irma e os fi-lhos, Melba Jean, Betty Ann, James Edward e Rebecca Jane, sinto que preciso não apenas contar que o bravo missionário não está mais conosco, mas devo dizer o quanto ele fez enquanto co-nosco esteve. Lanço mão de um testemunho que escrevi para quando, há vários anos, aposentado, ele deixava o Brasil.

Falar sobre o trabalho e influência do Pastor Boyd O’Neal é falar sobre minha própria vida. Quando ele che-

Sylvio MacriPastor da IB em Oswaldo Cruz, Rio.

Imaginemos um filme em que se abordasse a destruição por extremis-tas das torres gêmeas

de Nova Iorque em 11 de setembro de 2001, e na se-qüência se mostrasse aquele quadro dizendo “10 anos mais tarde”. Depois desse tempo, o que se vê nos Es-tados Unidos da América em decorrência daquele ato terrorista?

Observadores e analistas da cena americana têm con-cluído que a grande nação não tirou muitas lições para melhor do ataque terrorista. Pelo contrário, exacerbaram--se as tendências a uma po-sição exclusivista, interven-cionista e supremacista na sociedade americana.

Dez anos depois, podemos constatar que o preconcei-to dos americanos contra estrangeiros aumentou con-sideravelmente, principal-mente contra os muçulma-nos (este aumentou de 39% para 49% - dado citado pelo teólogo americano Miroslav Volf, em palestra recente). Há poucos meses, líderes evangélicos no Estado do Tennessee, inclusive batis-

gou a Maceió, eu tinha cinco anos de idade. Cresci vendo--o como o líder dos batistas alagoanos, como aquele que estava à frente das atividades e tinha a orientação precisa e a palavra exata para cada situação, para cada novo pro-blema. Deus lhe deu uma ajudadora, Dona Irma, jóia preciosa, sempre ao seu lado.

Admirava-me ver sua visão para o trabalho e sua garra para trabalhar. Jamais mediu esforços para atender às igre-jas. Quando uma igreja ficava sem pastor, ele ajudava inte-rinamente, levando seu povo a orar e buscar o líder que Deus tinha para eles. Quan-do um pastor atravessava um problema, o pastor O’Neal era procurado e tinha sempre prazer em ajudar e sabedoria para fazê-lo.

Outro detalhe que sempre admirei no pastor O’Neal foi sua simplicidade e humilda-de. Sempre que sentia haver

tas, manifestaram-se aber-tamente pela proibição aos muçulmanos de construírem um templo numa das suas principais cidades.

Aumentou também a apro-vação dos americanos ao uso da tortura como méto-do de investigação policial. Mais da metade das pessoas que frequentam igrejas apro-va isto (dado também citado pelo teólogo Miroslav Volf). Nem mesmo um governo liberal como o de Barack Obama conseguiu eliminar a excrescência representada pela Base de Guatánamo, onde se praticam as maiores barbaridades para obter con-fissão de prisioneiros captu-rados legal ou ilegalmente em territórios estrangeiros.

O uso daquele ato terro-rista de 11/9/2001 como pretexto para ações interven-cionistas em todo o mundo levou à multiplicação dos inimigos americanos no ex-terior. Os Estados Unidos têm hoje mais inimigos do que em qualquer época de sua história. Isto afetou a obra de evangelização mun-dial, pois hoje os missio-nários americanos não são mais bem-vindos na maioria dos países. Frequentemente temos lido declarações de especialistas no assunto so-

sido mais duro com alguém, ele procurava essa pessoa para pedir desculpas. Ele veio a se tornar uma das perso-nalidades mais destacadas no Estado de Alagoas. Tinha entrada franca no palácio do governo e nos principais gabi-netes do Estado e do Municí-pio. Era respeitado e querido. Sua influência sobre a nova geração de alagoanos foi tão marcante que quando um jo-vem de Alagoas que se tornou Presidente da República rece-beu no Palácio da Alvorada um grupo de pastores batistas, representando a Convenção Batista Brasileira, ao ver o Pastor O’Neal quebrou todo o protocolo e carinhosamente o abraçou, dando seu teste-munho da importância do homem que ali estava. Boyd O’Neal havia feito tanto por Alagoas e pelos alagoanos que era impossível vê-lo sem pensar no povo da Terra dos Marechais.

bre a oportunidade de se en-viar missionários brasileiros, pois os campos estão sendo fechados aos americanos.

O excepcionalismo tam-bém aumentou consideravel-mente. O americano médio já pensava estar sozinho no mundo, não se interessava pela vida no resto do plane-ta, não se importava com o aquecimento global, a fome na África ou a preservação da Amazônia. Agora, isso transformou-se numa espé-cie de auto-blindagem, isto é, a idéia é de que todos estão contra ou são indife-rentes aos EUA, e que eles são a única nação no mundo a defender a liberdade. E este supremacismo, pensam, lhes dá o direito de intervir onde quiserem para impor sua visão de mundo.

Porém, algo ainda mais perigoso ocorreu nesses dez anos: o crescimento da reli-gião civil, isto é, o estabele-cimento da América como uma religião. Os americanos hoje adoram mais a Améri-ca do que a Deus, mesmo os religiosos praticantes, entre eles batistas (os batis-tas do sul estão claramente atrelados ao Partido Repu-blicano). Está aumentando grandemente o número de pastores que usam o púlpito

Devo muito de minha for-mação ao Pastor O’Neal. Ele ajudou muito nos pri-meiros passos de meu pai na vida cristã e possibilitou minha formação no Colégio Batista Alagoano. Em sua perspicácia, ele sentiu minha chamada para o Ministério bem antes de mim. Eu fiquei zangado quando ele me falou sobre o Seminário, como par-te do meu futuro. A realidade é que eu queria ser qualquer profissional, menos pastor. Mas os pensamentos do Se-nhor estão além dos nossos planos e pensamentos. Deus seja louvado!

Como pré-seminarista tra-balhei bastante com o Pastor O’Neal, dirigindo acampa-mentos dos Embaixadores do Rei e atividades com adoles-centes em Alagoas. Ainda me lembro de quando o sítio em Paripueira foi comprado, para ser transformado em acampa-mento. Só mesmo muita vi-

como palanque político, o que caracteriza um ato de ilegalidade, pois a legislação americana prevê que se isto ocorrer a igreja pode perder o direito à isenção de impos-tos. Um professor de religião – Charles Kammer - cunhou uma expressão para identi-ficar esse fenômeno entre os evangélicos americanos: é o “Cristo-americanismo”, uma forma distorcida de cristianismo que mistura

são do homem de Deus para investir naquela empreitada.

Agora, sabendo que ele está para sempre com o Senhor, a quem tanto amou e serviu, reflito na nossa própria finitude. Faz parte da vida - enquanto há vida - sepultarmos os nossos mais queridos ao longo da jornada. Até que um dia - no nosso dia - outros queridos tam-bém nos sepultarão. O sublime é que a vida não terminará na morte: estaremos juntos - pela fé naquele que nos amou e morreu para nos dar vida - na casa do Pai. Aleluia! Choramos ao perder alguém tão querido quanto o Pastor O’Neal, mas exultamos porque até na morte temos esperança.

Que Deus abençoe e con-forte a família Boyd O’Neal e conforte os batistas bra-sileiros, de modo especial, os batistas alagoanos. Sou grato a Deus por sua vida: uma vida que marcou mi-nha vida.

nacionalismo, paranóia con-servadora e retórica cristã.

As l ições são claras: a maioria dos americanos perdeu a oportunidade de humilhar-se diante de Deus, de arrepender-se de seus erros e de aproveitar a tragé-dia de 11 de Setembro para repensar seu modo de vida. Ao contrário, deixaram-se dominar pelo orgulho ferido e pela arrogância, e isso não indica um bom futuro.

Boyd O’Neal Uma vida que marcou minha vida

7o jornal batista – domingo, 16/10/11missões nacionais

Por: Marize Gomes GarciaRedação de Missões Nacionais

Missões Nacionais iniciou o novo exercício com a aprovação de

mais 40 missionários para os campos. No último dia 2 de outubro, o grupo foi apresen-tado durante um culto de ce-lebração realizado na Primeira Igreja Batista da Pavuna (RJ), onde, junto a funcionários da sede e membros da igreja agra-deceram a Deus pelo envio de mais ceifeiros à seara.

Entre o grupo, há obreiros para abertura de novas igre-jas e também para atuar em projetos sociais, inclusive os seminaristas que integraram a primeira turma do programa de formação missionária. Um jovem afastado do evangelho e que foi restaurado na Cris-tolândia São Paulo, a pedido de seus pais, também crentes em Jesus, também faz parte

deste grupo. Acompanhado de sua esposa, atende finalmente ao antigo chamado de Deus para sua vida e juntos servirão a Deus no auxílio a dependen-tes químicos.

Destacamos ainda o envio do casal Valdeir e Morgana Con-taifer, que plantará a primeira igreja batista no Vale do Ama-nhecer, no DF. Região marcada pela atuação dos seguidores da doutrina espiritualista do Vale do Amanhecer, seita criada na década de 60 que atualmente expande suas ações em várias partes do país e do mundo, ten-do prevista a instalação de um em Niterói, RJ. Pedimos que interceda por cada um destes obreiros e por este projeto, em especial. Estamos trabalhando no levantamento de recursos para que possam ser enviados aos campos. Interceda por isto também e caso queira con-tribuir financeiramente, entre em contato por meio de nossa central de atendimento.

Novos obreiros Selio Morais

Alcance Surdos

Em Arapi raca , AL , nossos missionários surdos, Flávio Alan e Pat r íc ia Xavier ,

estão com 40 voluntários desenvolvendo o segundo Alcance Surdos, projeto evangelístico que visa al-cançar, prioritariamente, os surdos da cidade com a mensagem de salvação. Segundo a coordenadora do Ministério com Surdos de Missões Nacionais, Marília Moraes Manhães, o traba-lho está intenso, durante o dia o grupo sai pelas ruas, visita escolas e instituições, anunciando a Palavra e à noite realizam discipulado na igreja, utilizando o Evan-gelho de João, com surdos e também ouvintes, além de visitas aos lares e evangelis-mo nas praças.

“Temos encontrado muitos surdos aqui, a maior alegria

foi ver o resultado do projeto Alcance Surdos realizado em 2007, e a conservação do resultado com a chegada do casal Flávio e Patrícia”, afir-mou Marília, acrescentando: “Aqui na Igreja em Libras estamos com 60 surdos fre-quentando as atividades, está uma bênção e com o projeto já temos 30 decisões ao lado de Cristo até agora.”

Nos sábados o grupo rea-liza atividades sociais, con-tando com a equipe de evan-gelismo da Igreja Batista do Farol, sob a liderança do pastor Luiz Carlos Barreto, coordenador de evangelismo e missões. O projeto também tem sido abençoado pela IB do Farol que tem fornecido toda a alimentação, além dos irmãos da igreja liderada pela missionária Vera Matos que tem dado todo o apoio na parte logística.

Evangelismo no comércio de Arapiraca

O trabalho batista realizado na cida-de de Morro do Chapéu, pelos

missionários René e Jaqueli-ne Augusto da Hora Santos, tem sido reconhecido pela sociedade local que os tem convidado para se envolverem em dois projetos.

O primeiro é na composi-ção do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

É uma atividade voluntária, sem qualquer remuneração, porém dará acesso direto às famílias que enfrentam difi-culdades com crianças e ado-lescentes. “Trabalharemos no aconselhamento e orientação em situações que envolvam riscos ao menor e estamos tão somente aguardando a chegada dos documentos que virão do Tribunal de Jus-

tiça do Estado nos nomeando nesta função, a pedido da pro-motora e da juíza da cidade”, compartilhou satisfeita a mis-sionária, pois a indicação, vin-da das autoridades da cidade, demonstra o reconhecimento da seriedade do trabalho por eles realizado.

O segundo projeto é um trabalho de aconselhamen-to, estudo bíblico, oração

Impactando a sociedade local

Casal missionário ao centro durante inauguração do novo temploe apoio emocional e espi-ritual aos funcionários do hospital da cidade. Segundo Jaqueline, o convite surgiu após ouvirem o programa de rádio que os missioná-rios realizam e que vai ao ar todo domingo pela manhã. “Temos certeza de que foi o agir de Deus nos dando mais esta oportunidade de compartilhar Jesus”, finaliza.

8 o jornal batista – domingo, 16/10/11 notícias do brasil batista

De 27 de Setembro a 2 de Outubro aconteceu o 13º Congresso Nacio-

nal da Terceira Idade e Ca-pacitação, uma realização da Convenção Batista Brasileira através da União Feminina Missionária Batista do Bra-sil e Convicção Editora. O evento teve como sede a agradável e acolhedora ci-dade de Caldas Novas – GO, onde os 844 congressistas oriundos de todas as regiões do Brasil se encontraram para celebrar a Vida Plena. O tema do Congresso, que até aqui ocorreu consecutiva-mente a cada ano, foi “Com Vida Plena Preservemos o Mundo”, dentro da ênfase da Convenção Batista Brasileira para este ano.

O encontro tem como a lvo desa f ia r o idoso a

colocar em prática ações que promovam a evange-lização e o discipulado, levando outros idosos a serem novas criaturas e a terem uma visão ampla da missão que Deus atribuiu a seus filhos no mundo. Na perspectiva desse ob-jetivo geral, toda a pro-gramação foi direcionada para oferecer aos idosos momentos de crescimen-to espiritual por meio da explanação da Palavra de Deus. Para tanto, conta-mos com a participação como orador do pas tor Josué Mello Salgado, da Igreja Memorial Bat is ta em Brasília, e do professor Élcio Sant´Anna, Coorde-nador de Pós-graduação do Seminário Batista Equa-tor ial , que conduziu os estudos bíblicos.

Grupos de interesse

Os grupos de interesse foram conduzidos por pro-fissionais batistas, como o médico doutor Ebenézer Soares Ferreira Júnior. Ele focalizou questões relativas à dor como decorrência do aumento da idade, em fun-ção do surgimento de afec-ções de caráter degenerativo como as artroses, tendinites, artrites, ou a associação das mesmas, que levam a situa-ções de dores crônicas.

A área emocional foi con-duzida pela psicóloga Diná de Souza Spindola, que foca-lizou o envelhecer de forma plena como um processo dependente do delicado equilíbrio entre as limita-ções e potencialidades do idoso. Trabalhou de forma a ampliar o conhecimento dos

fatores emocionais que mui-tas vezes paralisam o idoso e o impedem de continuar multiplicando os talentos que lhe foram concedidos por Deus.

O pastor Fernando Bran-dão trabalhou um grupo de trabalho na área de discipu-lado através de um programa usando os 10 primeiros capí-tulos do Evangelho de João.

O missionário pastor Mark Greenwood, que coordena o Departamento de Ação Social da CBB, reuniu-se com outro grupo de tra-balho no qual a temática foi “Preservando o mundo, gerenciando o seu espaço”, levando cada participante à conscientização de como o gerenciamento do nosso espaço pode influenciar o mundo, contribuindo para a sua preservação.

Capacitação para ministérios com idosos

O congresso o fe rece também uma área de ca-pacitação para lideres de ministérios com idosos na igreja, sob a direção de duas profissionais batistas na área das ciências humanas A psicóloga Lúcia Cerqueira trabalhou o desenvolvimen-to de projetos e iniciativas para os idosos na igreja, orientando os participantes a desenvolverem projetos sis-têmicos e de forma sustentá-vel, diferentes de atividades esporádicas que levam ao desgaste desta faixa etária, que a cada dia mais se am-plia e se torna exigente em termos de qualidade.

A técnica de t rabalho para a terceira idade foi o outro grupo de capacita-

Congresso Nacional da Terceira Idade e Capacitação

Como estamos tratando o planeta para a próxima geração Gerações unidas na salvação do mundo

Vista parcial do plenário A equipe de trabalho do Congresso

9o jornal batista – domingo, 16/10/11notícias do brasil batista

ção, orientado pela fonoau-dióloga Berenice Antunes, que levou os participantes a compreenderem e reali-zarem atividades com os idosos de forma a haver um envolvimento praze-

roso nas atividades físicas e mentais.

Lançamento

Durante o congresso o Pr. Sócrates, Diretor Executivo

da Convenção, fez o lança-mento de um cartão fideli-dade para os participantes do congresso, denominado “Batista Senior Club”, tendo como administrador a Con-vicção Editora.

Congresso Nacional da Terceira Idade e Capacitação

Depoimentos:

“Este foi um dos melhores trabalhos de que já participei nos meus 45 anos de conversão. Agradeço a Deus por esta

oportunidade.”Diva Queiroz – Governador Valadares – MG

“Participei pela primeira vez deste congresso. Minha mãe já participou em outras ocasiões, sempre me convidou e este ano

resolvi aceitar o convite. Estou completamente maravilhada! Senti da liderança do congresso um carinho muito especial. Preletores

e palestrantes orientados pelo Espírito Santo nos levaram à meditação e entrega de vida para uma maior dedicação ao

trabalho do Senhor.”Miriam Soares de Oliveira – Brasília – DF

“Este congresso esta sendo um refrigério para nossas almas. As mensagens, estudos bíblicos e os assuntos abordados nos grupos

de interesses para os lideres de capacitação excederam nossa expectativa. Parabéns a toda equipe que com desvelo e muito amor, prepara e coordena este verdadeiro banquete espiritual”

Iolanda Pinto – Belém - PA

“Impactante, transformadora, ratificadora da Palavra de Deus, em sua plenitude de vivência. Estes são apenas alguns dos

sentimentos no turbilhão despertado em minha alma durante este abençoado congresso. Com certeza, daqui para a frente cada participante jamais será o mesmo. Glórias ao Senhor.”

Almerinda Capeli Ribeiro – Vitoria – ES

Após a última enchente que atingiu mais uma vez o estado de Santa Catarina, Missões Nacionais tem mo-bilizado os batistas brasileiros para apoio e socorro às vítimas em áreas atingidas.

Os missionários que atuam em regiões próximas aos locais atingidos, em conjunto com a Convenção Batista Catarinense, Associações e Departamento de Ação Social da CBB, têm permanecido atentos quanto às principais necessidades dos desabrigados. São elas:

• Material de limpeza de Casa

• Colchões (solteiro e Casal)

• Camas (solteiro e Casal)

• Guarda-Roupas e cômodas

• Criado mudo

• Balcão pia (banheiro)

• Balcão pia cozinha

• Balcão do fogão

• Jogo sofá

• Mesa e cadeiras para cozinha

• Máquina lavar roupa

• Armário de cozinha Os itens acima são de extrema importância para

que as pessoas consigam retornar para seus lares. Os donativos poderão ser entregues no seguinte ponto de recolhimento:

Igreja Batista de ItapemaRua 454, número - 63 – Bairro: Leopoldo Zarling –

Itapema – Santa Catarina – Brasil – Cep: 88220-000

Se preferir, doe qualquer quantia para os desabrigados de Santa Catarina, utilizando os seguintes dados bancários:

Junta de Missões Nacionais da CBBBanco BradescoAg 226-7CC: 87500-7

*favor identificar o depósito enviando e-mail para: [email protected]

SOSVítimas das enchentes

de Santa Catarina pedem socorro

Dr. Ebenézer Junior em sua palestra

Prof. Lucia Cerqueira - Preletora da capacitação

Pr. Fernando Brandão - Preletor

Pr. Elcio Sant´Anna dirigindo o estudo biblico

Pr. Sócrates apresentado o orador Pr. Josué Salgado

Pr Sócrates sendo entrevistado pela TV local Congresssistas passeando no trenzinho

10 o jornal batista – domingo, 16/10/11 notícias do brasil batista

A Juventude Batista Brasileira (JBB) tem investido tempo e recursos na forma-

ção crítica, social e política da juventude desta geração. Ser instrumento de Deus para que os jovens percebam a graça de viver o evangelho de maneira inteira é entender que espiritualidade é mais do que uma área da vida huma-na; espiritualidade é quando o cristão responde ao clamor do mundo, ao ouvir o cha-mado de Deus. Este chamado é para viver, aqui e agora, o Seu Reino de amor. Sem justiça não há amor.

Uma das ferramentas para alcançar este objetivo em todo o território nacional é a realização de Fóruns de Ju-ventude, que têm a função de debater sobre justiça social,

paz, pobreza e desigualdade a partir da visão do Reino de Deus.

Em parceria com a JUBA-CAM - Juventude Batista Cen-tro América - a JBB, repre-sentada pela sua Executiva, Gilciane Abreu, e por seu Coordenador de Juventude e Sociedade, Luís Leão, foi até o Mato Grosso, no centro--oeste brasileiro, para realizar o 1º Fórum de Juventude da região, nos dias 1 e 2 de ou-tubro. O evento contou com aproximadamente cem jo-vens e adolescentes e, segun-do a liderança da JUBACAM, foi um marco da retomada dos trabalhos na região.

Pastor Marcos Bueno, Presidente da JUBACAM, compartilhou com a JBB que “precisamos encontrar meca-nismos e estratégias para que

Os jovens presentes no fórum refletiram sobre o que eles têm visto e sentido a res-peito da realidade social da nação brasileira. Perguntas como o que temos a dizer? e o que vamos fazer? motiva-ram-nos a compreender que se a sua geração for alienada e conformada aos padrões aceitos como naturais (por exemplo, um conceito de amor desconexo do conceito de justiça), eles nada mais terão do que uma geração que passará sem clamar por mudança, por transformação.

“Entendo que toda grande caminhada começa com um passo, e é o que realizamos nesse final de semana: um passo firme. Pela graça de Deus, conseguimos realizar um evento que contagiou nossa juventude, que fez com que parássemos para re-pensar nossa responsabilida-de como jovens cristãos em meio a um mundo que está gemendo e clamando por justiça”, disse o presidente.

Pensar nos diversos fato-res que afetam a juventude é pensar em três diferentes dimensões de ação: pesso-al, comunitária e pública. É necessário investir pesa-do em um relacionamen-to próximo com o jovem, em projetos sociais que respondam ao clamor por justiça da sociedade e em ações conjuntas entre as esferas da sociedade civil. O jovem do século XXI tem consciência de que ser igre-ja vai muito além de ler a Bíblia, orar e frequentar as celebrações aos domingos e quartas-feiras. O jovem batista brasileiro quer vi-ver a sua espiritualidade no contexto extramuros, levando Cristo às pessoas.

“É para esse desafio que Deus nos chamou: liderar uma juventude capaz de mu-dar a história”, disse o Pastor Marcos Bueno. E é isto que a JBB também diz à toda a juventude batista brasileira: vamos mudar a história.

Juventude Batista Brasileira realiza Fórum de Juventude

a nossa juventude consiga cumprir sua meta, que é ser uma ferramenta de Deus para abençoar a juventude batista de Mato Grosso”.

11o jornal batista – domingo, 16/10/11missões mundiais

Pr. Mayrinkellison Wanderley – Coordenador dos Missionários da JMM na África

Serra Leoa é um país que fica na costa oeste africana e possui uma população de cerca

de 6 milhões de habitantes. Há dez anos, o país viveu uma das piores guerras civis da sua história, sendo prati-camente destruído. O país tornou-se independente em 1961, e acaba de completar seu cinquentenário. A nação começa a se desenvolver e avançar rumo ao futuro. Ali existe a Primeira Igreja Batis-ta de toda a África, fundada em 1792, que começou com os escravos libertos pelos ingleses e norte-americanos que retornaram e fundaram,

em 1787, a sua capital: Fre-etown.

A Convenção Batista de Serra Leoa tem, atualmente, 112 igrejas e cerca de 5.500 membros, de acordo com o último Livro Convencional. Embora haja um trabalho batista estabelecido no país, muitas são as necessidades: quase 50% da população ain-da é muçulmana. Há um pre-cário serviço de saúde que requer pessoas capacitadas para ajudar. A maioria das escolas é privada, impedindo que boa parte das crianças tenha a oportunidade de estu-dar. Outras necessidades são por discipulado e formação de líderes evangélicos para levar a Palavra de Deus aos povos. Há várias igrejas que estão sem líderes treinados, bem como muitos obreiros

esperando pessoal para ins-truí-los.

Um dos povos não-alcança-dos em Serra Leoa é o sussu, também presentes na Guiné e Libéria, os quais são em sua maioria muçulmanos. A Sociedade Missionária Batista (BMS, sigla em inglês) firmou uma parceria com Missões Mundiais e mantemos, na cidade de Fungi, uma unidade do PEPE Network. Mas nossos irmãos de Serra Leoa lançam mais desafios aos batistas bra-sileiros. Eles precisam de pes-soas para ajudar na criação do

Seminário Teológico Batista, para formar os inúmeros líde-res e pastores locais.

A CBSL mantém um centro médico no interior do país, em Lunsar, o Hospital Batista do Olho, que é referência em tratamento oftalmológico e atende, também, outras es-pecialidades. Mas eles estão buscando um local para fun-cionar o instituto e alguém que possa ajudá-los a equi-par o local e colaborar na elaboração do currículo. Há necessidade de médicos, es-pecialmente oftalmologistas,

que se disponham a servir como voluntários (em curto tempo) ou como missionários para atender a essa necessi-dade. Um dos requisitos é saber bem o inglês, pois essa é a língua comum entre o povo, embora a maioria fale o creoulo local.

Se você sente o chamado de Deus para servir a Deus em Serra Leoa, escreva para [email protected] e apresente--se para dar um tempo de sua vida no campo missionário. Daremos todas as informa-ções necessárias.

Redação de Missões Mundiais

O casal de Missio-nários Mobiliza-dores de Missões Mundiais para a

região Centro-Oeste brasi-leira, Pr. Henrique e Hen-riqueta Davanso, voltou à Albânia para uma visita ao campo onde atuaram até o

início deste ano. Durante a viagem, eles visitaram a Igreja Batista de Bathore, em Tirana, capital do país. No ano passado, eles iniciaram a campanha Bíblia Escrita por Nossas Mãos (Biblia me Dora), que desafiou os mem-bros da igreja a escrever a Bí-blia com suas próprias mãos. Hoje o projeto encontra-se em sua fase final.

O Pr. Davanso acredita que o projeto dividiu a vida dos participantes em duas fases distintas. A primeira seria a vida antes de conhecer o ver-dadeiro Salvador, e a segun-da fase é a vida abundante e firme em Jesus Cristo.

Segundo o pastor, o pro-jeto, iniciado em julho de 2010, tem atraído a atenção e mobilizado os membros da

igreja para a Palavra de Deus. Ele considerou ainda que seu retorno ao campo foi uma “mistura de emoções”. “É como se um filme estivesse passando em nossas mentes, lembrando os momentos diá-rios vividos com cada família, cada novo cristão antes não alcançado”, disse.

Eles fizeram uma reunião com algumas pessoas que

já terminaram de escre-ver o Velho Testamento. Depois reuni ram todos os materiais, cadernos e dezenas de canetas que foram usadas até o f im. “Pudemos perceber a ale-gria estampada em cada rosto, especialmente dos que participam deste proje-to”, finaliza o Pr. Henrique Davanso.

Profissionais liberais para Serra Leoa

Bíblia manuscrita mobiliza albaneses

Membros da Igreja Batista de Bathore escreveram a Bíblia a mão

Alguns membros da Igreja que participaram do projeto Adolescentes da IB de Bathore também participaram do projeto

Primeira Igreja Batista da África em Serra Leoa

12 o jornal batista – domingo, 16/10/11 notícias do brasil batista

A Primeira Igreja Ba-tista comemorou o primeiro aniversá-rio do seu II templo

na cidade de Santa Cruz do Capibaribe em Pernambu-co com um belíssimo culto em ação de graças. O culto ocorreu no domingo, 25 de Setembro de 2011, tendo a presença de irmãos amigos e pessoas da comunidade.

No momento da palavra franqueada aos presentes, o diácono José Jota lembrou que muitos anos atrás a igre-ja adquiriu o terreno para a construção, salientando que o diácono Ezequias (in memorian) tinha o desejo de ver o templo erguido. Houve outras tentativas de construir a igreja, a partir dos alicerces prontos desde anos atrás. Dis-se também que Deus tinha o tempo certo para todas as coisas e havia enviado para a igreja um casal missionário, que com muito trabalho e esforço havia realizado esse feito.

O louvor foi ministrado pelo ministério de louvor da igreja e a banda SDMA (Som

Daniel Eiras – Gerência Sul JMN

Entre os dias 31/8/11 a 4/9/2011, 86 missio-nários que atuam na região Sul do Brasil

foram abençoados com a participação no 18o Crescer Missionário oferecido pela Igreja Batista do Bacacheri, Curitiba – PR. Foram momen-tos de edificação, testemu-nhos, atendimentos médicos e odontológicos, muito comu-nhão e convivência profunda com as famílias da igreja. Des-tacamos o Projeto Dentista Ci-dadão, que utilizou o ônibus Linha da Vida e atendeu mais de 75 missionários com mais de 450 procedimentos.

O Crescer Missionário é oferecido pela Igreja Batista do Bacacheri como um tempo

de Muitas Águas). O diretor da banda, irmão Júnior Brito, deu um breve testemunho sobre a trajetória da banda e a parceria com a ONG Pão é Vida nos mutirões de cida-dania realizados em várias cidades.

O levantamento das pare-des foi iniciado em Setembro de 2009. Os únicos recursos financeiros existentes na ocasião eram R$ 1.300,00, resultado de cantinas reali-zadas pela juventude. Sen-do Deus o mais interessado nessa construção, ele mesmo proveu as iniciativas como mutirões, almoço para com-pra das aberturas e doações de materiais. O missionário Ronaldo Henzel lembra que faltava pouco mais de uma semana para a data da inau-guração e a igreja ainda não tinha nem portas nem janelas e o piso fora feito de cimento grosso.

Certo dia, enquanto ele orava ao Senhor no interior da obra, sua esposa pergun-tou: “Você tem fé para crer que teremos os vidros das portas e janelas até a inau-

de refrigério para a vida do missionário. E tem sido ao longo dos anos uma grande benção. Entre as diversas ativi-dades, uma foi muito interes-sante e inovadora: no domin-go pela manhã, no meio da mensagem, o pastor Silvado pediu que os missionários se espalhassem pelo auditório, e para cada missionário um grupo de irmãos foi formado ao redor para ouvir e orar pelo obreiro.

Estavam participando tam-bém do Crescer o pastor Da-niel Lima e mais dois irmãos líderes da IB Conde, Porto Alegre - RS. Queriam conhe-cer o trabalho com vistas a desenvolver a mesma ideia em sua igreja. Também no úl-timo dia do Crescer, domin-go, esteve conosco o pastor Fernando Brandão, que fez

guração”? “Pensei comigo mesmo que tomara Deus já ter assentado as portas. No dia da inauguração, menos de um ano após iniciarmos a obra, realizamos o culto festivo e a igreja tinha portas, janelas, vidros e cerâmica! O Senhor mobilizou os irmãos e assim todos se reuniram naquele dia para louvar ao Deus Todo-Poderoso pelos seus feitos. Sempre que re-úno os irmãos num abraço coletivo em forma de círculo digo a eles que se formos unidos, seremos fortes. Se formos unidos e colocarmos Jesus no meio, seremos im-batíveis”!

o lançamento da Campanha de Missões deste ano “Minha Vida: Impacto para a Nação”. Sua palavra foi transmitida pela Internet e mais de 150 igrejas acompanharam este lançamento ao vivo.

Dois jovens que hoje são missionários radicais, We-lington e Gilvan, e que foram libertos das drogas pelo po-der do evangelho, puderam dar o testemunho para cente-nas de pessoas durante várias

reuniões. Tivemos 38 deci-sões por Cristo. Louvado seja o Senhor. Nossa profunda gratidão aos pastores Silvado e Calixto e aos irmãos Natal e Carmem por esta iniciativa tão abençoadora.

Santa Cruz do Capibaribe Comemora Aniversário do II Templo

Crescer Missionário no Bacacheri

O II templo Batista está lo-calizado á Rua Severino Assis Chagas 182/304, no bairro Cruz Alta, localizado ao lado

da Casa do Bolo, próximo ao clube Oba Oba, com cultos de adoração ás quintas-feiras e aos domingos as 19h30.

Atendimento dentário para missionários e filhos

Pr. Fernando Brandão e os missionarios da JMN

Pr. Silvado apresentando uma palestra aos missionáriosTestemunho do missionário radical Welington

13o jornal batista – domingo, 16/10/11notícias do brasil batista

Associação Batista Grapiunense - BA

“Valeu a pena e spe ra r no Senhor, que mais uma vez

foi fiel”. Nos dias 23 a 25 de setembro, a Associação Batista Grapiunense reali-zou a 7ª Edição do Projeto CARAVANA MISSIONÁRIA DA ESPERANÇA na cidade de Jussarí, com o objetivo de fortalecer e apoiar a igreja ba-tista da cidade (IB de Jussarí, liderada pelo pastor Zelito Alves), e também criar laços de interação e cooperação entre as igrejas da Associação Batista Grapiunense, reali-zando o trabalho de evange-lização e ação social naquela localidade.

No culto de comissiona-mento na sexta (23/9), os 236 missionários voluntários foram desafiados e motivados pela Palavra de Deus trans-mitida pelo pastor Genil-son Souto (PIB de Ilhéus, e Vice-Presidente da Conven-ção Batista Baiana). Foi uma palavra encorajadora para todos os presentes. Usando o texto de Atos 16.9-12, o orador destacou que: 1º.

Deus é quem dá a visão para a realização da obra mis-sionária, pois a igreja existe com o propósito de realizar a missão de Deus. Esta é a sua finalidade e sua razão de existir. 2º. Que precisamos ter uma compreensão clara da vontade de Deus. 3º. Que precisa existir determinação de nossa parte no cumpri-mento da vontade de Deus. Em seguida, foi celebrada a Ceia do Senhor.

Grandiosos foram os re-sultados obtidos através do cumprimento da vontade de Deus para aquela igreja, que recebeu da Associa-ção Batista Grapiunense um grande desafio: o zelo pelas 233 decisões ( 164 adultos e 69 crianças), 11 recon-ciliações e a realização de estudos bíblicos nos lares de 385 famílias. No total, foram 865 lares alcançados. Foram realizadas também as seguintes ações: 131 aferi-ções de pressão arterial, 135 cortes de cabelo, 52 testes de glicemia, 1 médico, 35 atendimentos clínicos, 173 aplicações de flúor, 4.923 peças de roupas doadas, 1.351 kg de alimentos doa-dos pelas igrejas da Grapiu-

nense, além de medicamen-tos distribuídos.

O evento contou com a participação de 15 pastores, 15 seminaristas e 39 igrejas representadas e os já mencio-nados 236 missionários vo-luntários. O pastor Clodoaldo Cidade (Coordenador Exe-cutivo da Associação Batista Grapiunense) e Coordenador Geral do Projeto Caravana Missionária da Esperança, no Culto da Colheita no domin-go (25/9), desafiou os batistas grapiunenses a continuar orando pela Igreja Batista de Jussarí, e por cada pessoa que

tomou a decisão por Jesus, além de apoiar a igreja na manutenção dos resultados obtidos: “Nosso trabalho não finda aqui. Além de orar por essas pessoas que confes-saram a Jesus como Senhor e Salvador, devemos agora apoiar essa igreja na consoli-dação dos resultados obtidos, sustentando os seminaristas que serão enviados para aju-dar a igreja no discipulado, porque essa responsabilidade também é nossa!” disse o pas-tor Clodoaldo Cidade.

A Associação continua apoiando as duas igrejas,

através do nosso Seminário Teológico Batista Grapiunen-se, e com convênios firmados entre a igreja e a Associação Grapiunense para o sustento de três seminaristas que esta-rão auxiliando a igreja na rea-lização de estudos bíblicos e acompanhamento aos novos na fé, visando à consolidação dos resultados. São estes os seminaristas: Aécio Teixeira, Paulo Henrique e Ana Paula. Agradecemos as orações e apoio das igrejas envolvidas na ajuda de envio de missio-nários e na contribuição do plano cooperativo.

Pr. Samuel Amaro dos Santos.

Assim começou a história da Igreja Batista em Laje do Muriaé: Às 19h30

do dia 26 de Agosto de 1965, no templo da congregação, o pastor Nilo Cerqueira Bastos da igreja patrocinadora da organização, deu início aos trabalhos. Naquela noite, com 16 membros, foi or-ganizada a Segunda Igreja Batista em Laje do Muriaé, hoje Igreja Batista em Laje do Muriaé. Os dias 26, 27 e 28 de Agosto de 2011 fo-ram dias de muita gratidão e alegria pelos 46 anos da IB em Laje do Muriaé. E para celebrarmos essa data tão importante realizamos uma grande festa que marcou a história da igreja.

Na sexta-feira esteve pre-sente o coral da Igreja Batista Boa Fortuna e o grupo Aca-pela. O preletor foi o pastor Elimar Rocha do Carmo, da IB em Comendador Venân-cio. No sábado tivemos a participação do Vocal Acaz, do Grupo de Coreografia

Movimento e Adoração.O mensageiro foi o pastor Elias Codeço Souhait, da IB em Ibitirama, ES.

No domingo pela manhã o Grupo Brilho Celeste adorou a Deus com belos cânticos espirituais. Tivemos a pro-fissão de fé dos candidatos ao batismo e ouvimos o tes-temunho do pastor Elias e sua esposa, Noemir, que são missionários em Ibitirama. Em seguida, realizamos um grande almoço com toda a igreja. Foi uma manhã aben-

çoada, de muita alegria e comunhão.

No domingo à noite, no encerramento, a música ficou por conta da Banda Sacer-dócio Real, da IBLM, e da cantora Flávia Mendes da IB Parque dos Ipês, Itaperuna. O pregador foi o pastor Elias Codeço Souhait. Um dos momentos emocionantes do culto foi à realização dos batismos.

Em todos os dias tivemos a presença de irmãos de outras igrejas batistas, de outras de-

nominações e muitos visitan-tes da comunidade, autorida-des políticas e representantes do comércio. Foram dias especiais para toda a igreja, que se dedicou servindo a Deus com alegria e gratidão. Foram três dias que ficarão marcados em nossa memória e na história da IBLM.

A Igreja Batista em Laje do Muriaé é grata a Deus por sua história, pois olhamos para trás e vemos tudo o que Deus já fez, todo o trabalho e as grandes vitórias que os ser-

vos do passado alcançaram. Somos gratos pelo presente, pois Deus está realizando maravilhas nesse tempo, e está nos dando a oportuni-dade de servi-lo e de darmos continuidade a uma obra que começou há 46 anos atrás. Somos também desafiados pelo futuro a nos mantermos fiéis a Deus e à missão que ele confiou a nós, de procla-marmos vida e esperança em Cristo Jesus.

Igreja Batista em Laje do Muriaé - é tempo de avançar!

233 decisões por Jesus em Jussarí

Igreja Batista em Laje do Muriaé.46 anos Unidos Proclamando Vida e Esperança.

Templo da Igreja Palavra pastoral no nomento dos batismos

14 o jornal batista – domingo, 16/10/11 ponto de vista

Falar para pastores e líderes sobre temas do momento provoca-me dois tipos de percep-

ção. Um é que alguns pen-sam que precisamos enten-der o nosso tempo para nos encaixarmos nele e também encaixarmos nele a nossa mensagem. Parece que este é o sentimento mais comum. Já me deixei dominar por ele, em tempos idos. Outra percepção é que devo me fir-mar mais nas raízes bíblicas e encaixar o tempo em que vivemos dentro dele. É este o sentimento que me conduz.

Tempos atrás, falei num congresso de pastores de outra denominação sobre o tema “Como deve ser o pastor do século XXI”? Pus as cartas na mesa na primeira sentença gramatical: “Exata-mente como deveria ser o pastor do século XX, o do século XVIII, o do século XV e o do século I”. Nosso foco não deve ser um ajuste do que pregamos aos novos tem-pos, mas sim como pregar a mensagem de sempre aos novos tempos. Quando fo-calizou tempos futuros, os do fim, Paulo não prognosticou nenhum conteúdo diferente a Timóteo, mas exortou-o à firmeza, conforme está em 2 Tm 4.1-4.

O fundamental, para mim, não são os tempos em que vi-vemos, mas o que pregamos ao nosso tempo. O conteúdo independe do tempo, não pode ser ajustado a época e a cultura alguma. Judeus e gregos tinham cosmovisões completamente diferentes, mas a igreja pregava aos dois grupos o mesmo evangelho(1 Co. 1.23,24). Era o mesmo evangelho e seu teor não fazia sentido para qualquer dos grupos. E isto não abateu a igreja. Ela não teve dois evangelhos, um para cada cultura.

Parece que hoje temos uma preocupação muito grande

em desvestir o evangelho da sua loucura e adorná-lo com a sabedoria humana. A preo-cupação de muitos pregado-res é como torná-lo palatável ao incrédulo. Querem fazer com que o evangelho tenha sentido para o homem peca-dor. Mas ele continua sem sentido para os pecadores. Nossa tarefa é pregá-lo assim mesmo, na convicção de que o Espírito Santo tem poder para convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Nossa tarefa não é tornar nossa mensagem aceitável. É pregar a mensagem, mes-mo que pareça inaceitável. O evangelho não pode ser adaptado a tempos, culturas e gostos. Quando tentamos fazer isto, produzimos o que se vê hoje, uma balbúrdia incrível no cenário evangé-lico. E um evangelho água com açúcar, que tem mais o rosto de Lair Ribeiro que o de Jesus Cristo.

1. MAS É ERRADO ANALISARMOS NOSSO TEMPO?

Não, não é errado. É até ne-cessário. O erro se dá quando analisamos o tempo em que vivemos, e com essa análise formamos uma maçaroca intelectual e queremos ver o que da Bíblia podemos aproveitar para não ferir a maçaroca que fizemos. Em termos mais elegantes: sub-metemos a Bíblia ao escrutí-nio do nosso tempo, e não o oposto. Prego para auditórios diversificados: intelectuais e gente de roça, estudantes e operários, senhores sisudos e jovens álacres. Mudo as ilustrações. Mudo a forma de me dirigir ao auditório, mas sempre falo da salvação que vem pela obra vicária de Cristo. Este é o tema.

Continuo com cartas na mesa: a Bíblia é o microscó-pio pelo qual examinamos a cultura secular. Ela não é um objeto que analisamos pela

cultura secular. Ela é senhora e não serva; é juíza e não ré, palavra última e não palavra penúltima.

Conhecer nosso tempo é bom se isto mostra o terreno onde lançaremos a semente. Mas é um ato equivocado determinar a essência da semente pelo terreno. Na parábola do semeador havia tipos diferentes de solos. Mas não havia tipos diferentes de sementes. Nossa semente é o evangelho de Jesus, na certe-za de suas palavras: “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Mc 13.31). E para quem acha que isto é ultrapassado, que precisamos de refinamento cultural, e não de uma men-sagem tão retrógrada, lem-bro outras palavras de Jesus: “Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se enver-gonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos” (Lc 9.26).

A NECESSIDADE DE UMA TEOLOGIA SADIA

A igreja carece de uma te-ologia sadia. E seus obreiros mais ainda. E muito mais que os obreiros de época anteriores. Porque vivemos numa negação de valores, de subjetivação da verdade, de relativismo filosófico e mo-ral. Alguém precisa sinalizar alguma coisa nesta bagunça em que vivemos. E quem pode sinalizar corretamente é a Igreja de Cristo. Ela tem a verdade. E se alguns de seus setores pensam que não têm e que dizer isso é ser arrogante numa época de politicamente correto, deve mudar logo de lado, caso não queira entender o que é o evangelho. Nós temos a verdade. Quem não crê nisto, por favor, não fique marcando gol contra. Porque desconfio que torce para o time adversário.

Nós precisamos de uma teologia sadia. Porque pre-cisamos ter as bases bem definidas e os contornos de nossa fé bem delineados. O obreiro e a igreja de um tem-po pós-moderno, um tempo vacilante e sem fronteiras, precisam ser firmes e devem ter suas fronteiras teológicas bem definidas. E isto mais que nunca.

A igreja precisa sinalizar ao mundo que há um cami-nho e uma verdade. Nosso tempo é de relativismos: o que é verdade para você pode não ser verdade para mim. Hoje, as pessoas têm as suas verdades. A igreja precisa deixar claro que ela tem a verdade de Deus. E antes de tudo precisa deixar isso claro para ela mesma. O neopentecostalismo criou uma situação surrealista: colocou a subjetividade humana no lugar da ob-jetividade das Escrituras. São sentimentos, insights, vislumbres, percepções par-ciais que ditam as normas. Até mesmo em igrejas ditas tradicionais ouvimos muito esta frase: “Eu senti em meu coração” ou “Eu sinto”, ge-ralmente introduzindo uma observação da pessoa em defesa de alguma verdade. Desculpe-me, se você usa esta frase, mas o que você sente é irrelevante. O rele-vante é o que a Bíblia diz. Diz Jeremias 17.9: “Engano-so é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? “. Infe-lizmente, o “sentismo” e o “achismo” são as maiores vertentes hermenêuticas, hoje, no movimento evan-gélico. Precisamos restaurar a objetividade do ensino das Escrituras. Nossos sen-timentos devem se subordi-nar a ela, bem como nossos interesses e nossas perspec-tivas.

A maior batalha que te-remos na área da teologia,

nestes anos imediatos, é so-bre a fonte de autoridade em matéria de religião. Sempre se apontou que a Bíblia é a fonte última. O preâmbulo da Declaração Doutrinária da CBB diz: “Através dos tempos, os batistas têm se notabilizado pela defesa destes princípios: 1º) A acei-tação das Escrituras Sagradas como única regra de fé e conduta”. E todo o resto parte deste ponto.

Precisamos ter uma teolo-gia bem segura neste ponto: tudo parte da Bíblia e a ela tudo se submete. Infelizmen-te, todos afirmamos isto, mas nem sempre praticamos isto. Primeiro porque, como eu disse, temos o subjetivismo neopentecostal infiltrado em nossas igrejas, alimentado pelo romantismo da época, em que os sentimentos soam mais alto que a razão. Nos-sa geração não reflete, mas sente. Depois, por causa da mentalidade pragmática que se dissemina entre nós. O que deu certo em algum lu-gar passa a ser a verdade. A verdade não é mais que o é certo, mas o que funciona. A pós-modernidade tira o foco da verdade objetiva para a funcionalidade. Precisamos lembrar bem que somos “a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.15). E que “a coluna e fir-meza da verdade” deve estar alicerçada sobre a Palavra que é a verdade: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).

Que a igreja estude a Pa-lavra, submeta suas práticas e sua liturgia à Palavra. Há obreiros que julgam suas platitudes um autêntico orá-culo de Yahweh. Precisamos de pregadores que preguem a Palavra e não que contem historinhas o tempo todo. O pastor do século XXI, bem como a igreja do século XXI, precisa de uma teologia bí-blica sadia.

15o jornal batista – domingo, 16/10/11ponto de vista

Antonio Luiz Rocha PirolaPastor-Titular da SIB em Linhares-ES

uando criança eu auxiliava meu pai na sua banca de revistas, e por

isso tive oportunidade de ler bastante. Vivenciando algu-mas situações no ministério, acabei por me lembrar de um famoso grupo de vilões das histórias em quadrinhos e dos desenhos animados da Disney. Trata-se dos Irmãos Metralha (The Beagle Boys, em inglês), que formam uma quadrilha de ladrões atrapa-lhados. Suas ações sempre terminam com resultados frustrados, mas o trio geral-mente consegue dar muito trabalho.

Do ponto de vista espiritual, os Irmãos Metralha ilustram o joio plantado no meio do tri-go. Enquanto muitos obreiros trabalham para desenvolver células saudáveis em suas igrejas, o Diabo faz um traba-lho paralelo para disseminar os grupos maldosos. Volta e meia encontramos “Alexan-dres rebeldes” (2 Tm 4.14,15) e “Diótefres encrenqueiros“ (3 João 1.9,10) formando gru-pinhos e partidos dentro das igrejas e infernizando a vida de obreiros, espalhando insa-tisfação e contendas no meio do rebanho de Jesus.

Grupos maldosos é uma es-tratégia satânica que tem por objetivo juntar pessoas de má influência para disseminar os valores do reino das tre-vas. Eles têm causado muitos aborrecimentos, pois inves-tem contra a vida de obreiros com o objetivo de lhes rou-bar a alegria do pastoreio e acrescentar-lhes sofrimento. Por causa da influência dos grupos maldosos, muitos crentes acabam se envolven-do em negócios horripilantes, fazendo coisas pavorosas, dignas de medalha de honra no reino das trevas.

Podemos dizer que foi exa-tamente isso que aconteceu com a célula familiar formada pelos irmãos de José: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulon, Dã, Naftali, Gade e Aser. Quero comentar dando ênfase especialmente à ati-tude de Rúben. Havia uma tendência de generosida-de nele que o diferenciava dos demais irmãos, como se pode ver em suas atitudes no sentido de preservar a vida de José (Gn 37.21,22,29) e de responsabilizar-se pela

segurança de Benjamim (Gn 42:37). Entretanto, por se dei-xar levar pela má influência dos irmãos, envolveu-se num negócio escabroso ao partici-par do atentado contra a vida de José, um servo precioso aos olhos de Deus. Vejamos algumas características dos grupos maldosos:

1. Eles são caracterizados pela má fama. Jacó se preocu-pava com seus filhos, e José tinha a obrigação de trazer notícias dos irmãos. Contu-do, o que José via e contava para o seu pai não era boa coisa. A Bíblia diz: “...e José levava a seu pai más notícias a respeito deles” (Gn 37:2). Isso não quer dizer que José fosse um reles “dedo-duro”, mas simplesmente que não faltava com lealdade para com o seu pai, exatamente o contrário de Rúben, que via as coisas erradas que os irmãos faziam e não tomava nenhuma providência. Além de não repreender, ainda apoiava os erros dos irmãos.

2. Eles não são admirados por Deus. A Bíblia diz: «Jacó amava mais a José do que a todos os seus filhos... e fez--lhe uma túnica colorida» (Gn 37:3). O amor de Jacó representava a admiração de Deus. Por isso, José sempre teve mais destaque do que os seus irmãos. Ele foi escolhido por Deus para um grande projeto. Tornou-se o gover-nador do Egito, e pessoa de alta credibilidade no reino, segundo a avaliação de todos que foram servidos por ele. Rúben, por sua vez, perdeu a primogenitura por não ter sido leal ao próprio pai. Ele escolheu os perversos cami-nhos da iniquidade.

3. Eles e as más influências nos levam a andar por cami-nhos tenebrosos:

(a) Levam-nos a odiar quem deveria ser amado: “Vendo seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, passaram a odiá-lo”... “E aconteceu que José teve um sonho e contou-o a seus irmãos; por isso passaram a odiá-lo ainda mais” (Gn 37.4,5).

(b) Levam-nos a destratar quem deveria ser bem tra-tado: «...e não conseguiam falar com ele pacificamente» (Gn 37.5).

(c) Levam-nos a ter ciúmes de quem deveria ser admira-do: «E os seus irmãos ficaram com ciúmes, mas seu pai guardava isso no coração» (Gn 37.11).

(d) Levam-nos a zombar de quem deveria ser alvo de ora-ção: «Lá vem o sonhador... veremos o que será dos seus sonhos» (Gn 37.19,20).

(e) Levam-nos a sujar as mãos com planos diabóli-cos: “Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e dire-mos: Uma fera o comeu” (Gn 37.20). Em outras palavras: vamos articular, mentir e agir secretamente.

(f) Levam-nos a mentir para as pessoas mais importantes de nossa vida: «Vamos inven-tar uma história: dizer que uma fera o devorou». Essa mentira foi contada com frie-za e de forma cruel: «E envia-ram a túnica de várias cores, mandando levá-la a seu pai, e disseram: Temos achado esta túnica; conhece agora se esta será ou não a túnica de teu filho” (Gn 37.32,33).

(g) Levam-nos a ter senti-mentos errados em relação ao que Deus está fazendo. Deus estava preparando uma bênção para a família de Jacó e para o mundo através de José. O sonhos de José revelavam o que Deus ia fazer para poupar o seu povo da fome. Seus sonhos representavam a esperança, a chance de dar a volta por cima quando estivessem nos anos da seca, mas «os seus irmãos o odiaram ainda mais, por causa dos sonhos e das palavras dele» (Gn 37.8).

4. Eles se caracterizam por um modo de agir e pensar totalmente egoísta.

(a) A pessoa egoísta tem forte tendência de se envol-ver em atos de covardia e maldade. A atitude de Rúben em salvar a vida de José e a intenção de devolvê-lo a seu pai é uma nota bastante agra-dável. Ele sentiu o desejo de fazer o bem. Isso, no entanto, durou pouco tempo. Depois que seus irmãos venderam José, ele se juntou com eles para mentir e enganar o pró-prio pai dizendo que o meni-no havia sido devorado por uma fera. A ação descrita em Gênesis 37.32,33 certamente contou com a participação de Rúben.

(b) A pessoa egoísta não sente arrependimento, mas remorso. Quando Rúben soube que José havia sido vendido pelos irmãos, ficou desolado. «Rasgou as vestes» (Gn 37.29), mas sua falsa piedade logo aflorou: «Tingi-ram a túnica de José com o

sangue do cabrito para enga-nar o pai» (Gn 37.31). Rúben também sujou as mãos com este sangue.

(c) A pessoa egoísta só pen-sa em si mesma. Quando Rúben soube que José havia sido vendido pelos irmãos ele não diz «para onde vai José e o que será dele», mas «para onde irei eu, o que será de mim» (Gn 37.30).

(d) A pessoa egoísta não se comove com a dor e o sentimento dos outros. Rú-ben ainda podia consolar a si mesmo, pois sabia que o menino estava vivo e que um dia poderia reencontrá--lo. Porém, o pai pensou que ele havia morrido e nunca mais poderia vê-lo. Que sofrimento! Veja o que o texto bíblico relata: «E conheceu-a, e disse: É a tú-nica de meu filho; uma fera o comeu; certamente José foi despedaçado. Então Jacó rasgou as suas vestes, pôs saco sobre os seus lombos e lamentou a seu filho muitos dias. E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; recusou porém ser consola-do, e disse: Porquanto com choro hei de descer ao meu filho até à sepultura. As-sim o chorou seu pai.» (Gn 37.33-35). Foi realmente muito cruel!

5 – Eles e as más influên-cias devem ser evitados a todo custo. Trata-se de uma praga que causa sérios pro-blemas de relacionamento nas nossas igrejas. Não estou falando de gente que errou, buscou o arrependimento e mudou de atitude. Estou falando de gente que tem as “mãos ungidas com sangue de bode”, que expulsa obrei-ros e crucifica pastores:

(a) Devem ser evitados mesmo que haja fortes laços de parentesco ou amizade. Rúben fazia parte de uma família inicialmente de 11 irmãos. Ele não precisava deixar de agir como irmão e nem se transformar em inimigo, mas também não precisava se envolver num plano macabro só para agra-dar quem não tinha a bênção de Deus e nem merecia ser agradado.

(b) Devem ser evitados mesmo que sejam pessoas aparentemente ilustres. Os filhos de Jacó eram filhos de uma boa família, donos de um grande negócio e de uma boa tradição religiosa. Entre-tanto, estavam envolvidos

em planos ilícitos e não de-veriam ser seguidos. Rúben poderia ter optado em ficar de fora e lutar contra, mas se deixou levar pela influência do mal.

(c) Devem ser evitados an-tes que seja tarde demais. Em Gênesis 42:22, Rúben de certa forma desabafa, ten-tando repreender os irmãos, mas a essa altura não tinha mais moral para isso. Afinal, o sangue do cabrito, que, de-pendendo do que aconteces-se a José, seria o sangue de seu próprio irmão, também estava em suas mãos. Teve de admitir que era tão culpado quando os demais.

(d) Devem ser evitados por-que o nosso compromisso é com Deus. Josué, por exem-plo, teve que escolher entre ser influenciado pelo mal, ou ser uma influência para o bem. Ele tomou a decisão certa: «Agora, pois, temei ao SENHOR, e servi-o com sinceridade e com verdade; e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais além do rio e no Egito, e servi ao SENHOR. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem servi-ram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR (Js 24.14,15);

(e) Devem ser evitados para compreendermos melhor os planos de Deus. Rúben e os demais irmãos finalmente se arrependeram. Rúben, em especial, assumiu peran-te o pai a responsabilidade pela vida de Benjamim (Gn 42.37). Essa atitude certa-mente impactou a vida de Judá, o que herdou a pri-mogenitura em seu lugar, que além de fazer o mesmo, ainda se ofereceu para ficar como escravo no lugar dele (Gn 44.30-34). Que diferença em relação a algum tempo atrás! Depois disso vieram o perdão e a oportunidade de entender melhor os planos de Deus e de poder recomeçar da maneira certa (Gn 45:1-5,14,15).

Precisamos escolher se queremos ser Irmãos Metra-lha, que cumprem as ordens do Maligno para roubar, ma-tar e destruir, ou Irmãos na Fé que cumprem as ordens do Deus de Abraão, Isaque e Jacó para abençoar todas as famílias da terra.

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