edição 36 ano iii novembro 2010 distribuição gratuita · por: marina colasanti eu sei que a...

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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Cidadania e Meio Ambiente Formiguinhas do Vale www.fomiguinhasdovale.org A Associação tem como princi- pal objetivo interferir nas mudanças compor- tamentais da sociedade que o momento exi- ge, no que tange a preservação ambiental, sustentabilidade e paz social, reflorestamen- to, incentivo á agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e compostagem do lixo doméstico além, de incentivar a pre- servação e o conhecimento de nossas cultu- ras e tradições populares. Formalizado atra- vés do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divulgado através deste veículo de interação. Projetos integrados: Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a musica de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula- res de cada região. Inicialmente iremos for- mar turmas que terão a finalidade de multi- plicação do conhecimento adquirido, no pro- jeto, em cada Escola e em suas respectivas comunidades. Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os e- cossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti- co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico á prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâni- ca, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conhecimen- to adquirido em cada comunidade. Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali- dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for- mação de cooperativas ou grupos preserva- cionistas em suas comunidades. Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú- sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen- te será formado um grupo composto por cri- anças, adolescentes e adultos com respon- sabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos. # SEJA UM VOLUNTÁRIO. Fale conosco 0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org Este veículo. transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem so- bre temas dos projetos desenvolvidos pela OSCIP“Formiguinhas do Vale”,organização sem fins lucrativos e, com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa EDUCAÇÃO — CULTURAS E TRADIÇÕES BRASILEIRAS — MEIO AMBIENTE Edição 36 Ano III Novembro 2010 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê Praia Tambada - No estado da Paraíba. Do Tupi-Guarani, o nome Tambaba tem 2 significados: "o conteúdo das conchas" e "monte de Vênus". Leia mais Página 11 O Amazonas é uma das 27 unidades federati- vas do Brasil, sendo a mais extensa delas, com uma área de 1.570.745,680 km², se cons- titui na 9ª maior subdivisão mundial - é maior que as áreas somadas de França (547.030,0 km²), Espanha (504.782,0 km²), Suécia (357.021,0 km²) e Grécia (131.940,0 km²); seria o 18º maior país do mundo... Leia mais na página 4 Página 9 Resolvemos publicar este artigo, como reflexão para nossos ouvintes nos programas Raízes & Matrizes e EDUCAR que foram ao ar nos últimos dias do mês de Outubro deste ano, pela rádio web < www.terapeutasvirtuais.com.br > Por vezes ignoramos... Leia na página 13 História da Educação - Grécia É o berço da civilização, tendo como seus principais representantes: Sócrates, Aristóteles e Platão; Período Grego Página 10 A sala de estar como sala de aula Educação domiciliar é admitida em alguns países, mas no Brasil a discussão está apenas começando. Você educaria seu filho em casa? Leia mais página 12 De Kyoto a Montreal, via Cancun... Ultima página

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Cidadania e

Meio Ambiente

Formiguinhas do Vale www.fomiguinhasdovale.org

A Associação tem como princi-pal objetivo interferir nas mudanças compor-tamentais da sociedade que o momento exi-ge, no que tange a preservação ambiental, sustentabilidade e paz social, reflorestamen-to, incentivo á agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e compostagem do lixo doméstico além, de incentivar a pre-servação e o conhecimento de nossas cultu-ras e tradições populares. Formalizado atra-vés do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divulgado através deste veículo de interação.

Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a musica de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula-res de cada região. Inicialmente iremos for-mar turmas que terão a finalidade de multi-plicação do conhecimento adquirido, no pro-jeto, em cada Escola e em suas respectivas comunidades.

• Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os e-cossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti-co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico á prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâni-ca, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conhecimen-to adquirido em cada comunidade.

• Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali-dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for-mação de cooperativas ou grupos preserva-cionistas em suas comunidades.

• Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú-sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen-te será formado um grupo composto por cri-anças, adolescentes e adultos com respon-sabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos.

# SEJA UM VOLUNTÁRIO. Fale conosco

0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org

Este veículo. transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem so-bre temas dos projetos desenvolvidos pela OSCIP“Formiguinhas do Vale”,organização sem fins

lucrativos e, com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa

EDUCAÇÃO — CULTURAS E TRADIÇÕES BRASILEIRAS — MEIO AMBIENTE

Edição 36 Ano III Novembro 2010 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

Praia Tambada - No estado da Paraíba.

Do Tupi-Guarani, o nome Tambaba tem 2 significados: "o conteúdo das conchas" e "monte de Vênus".

Leia mais Página 11

O Amazonas é uma das 27 unidades federati-vas do Brasil, sendo a mais extensa delas,

com uma área de 1.570.745,680 km², se cons-titui na 9ª maior subdivisão mundial - é maior que as áreas somadas de França (547.030,0

km²), Espanha (504.782,0 km²), Suécia (357.021,0 km²) e Grécia (131.940,0 km²); seria

o 18º maior país do mundo... Leia mais na página 4

Página 9

Resolvemos publicar este artigo, como reflexão para nossos ouvintes nos programas Raízes & Matrizes e EDUCAR que foram ao ar

nos últimos dias do mês de Outubro deste ano, pela rádio web

< www.terapeutasvirtuais.com.br > Por vezes ignoramos...

Leia na página 13

História da Educação - Grécia

É o berço da civilização, tendo como seus principais representantes: Sócrates,

Aristóteles e Platão;

Período Grego

Página 10

A sala de estar como sala de aula

Educação domiciliar é admitida em alguns países, mas no Brasil a discussão está apenas

começando. Você educaria seu filho em casa?

Leia mais página 12

De Kyoto a Montreal,

via Cancun...

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Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 02

Gazeta Valeparaibana é um jornal gratuito distribuído mensalmente em mais de 80 cidades, do

Cone Leste Paulista, que é composto pelas seguintes regiões:

Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê.

Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Diretora Administrativa: Rita de Cássia A. S. Lousada

Diretora Pedagógica dos Projetos: Elizabete Rúbio

Tiragem mensal: Distribuído por: “Formiguinhas do Vale”

Filiados à FENAI - Federação Nacional de Imprensa

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“Formiguinhas do Vale” e está presente

mensalmente em mais de 80 cidades do Cone

Leste Paulista, com distribuição gratuita em

cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de

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AS AMIGAS CURAM Um estudo publicado pela universidade de Los Angeles, Califórnia, indica que a amizade entre mulheres é verda-deiramente especial. Descobriu-se que as amigas contri-buem para o fortalecimento da identidade e da proteção de nosso futuro. Constituem um remanso no meio do mundo real cheio de tempestades e de obstáculos. As amigas ajudam encher os vazios emocionais de nos-sas relações com os homens e ajudam-nos recordar quem nós somos realmente. Após 50 anos das investiga-ções, identificou-se que existem substâncias químicas produzidas pelo cérebro que ajudam a criar e manter os laços de amizades entre as mulheres. Os pesquisadores, homens em sua maioria, foram sur-preendidos com os resultados dos estudos. Quando o hormônio OXITOCINA é liberado como a parte da reação das mulheres ao stress , elas sentem a necessidade de proteger suas crianças e de agrupar-se com outras mu-lheres; quando acontece isso, uma quantidade ainda maior é produzida de oxitocina que reduz o stress agudo e causa um efeito tranqüilizante. Estas reações não aparecem entre os membros do sexo masculino porque a testosterona que os homens produ-zem em quantidades elevadas, tende a neutralizar os e-feitos da oxitocina; visto que os estrógenos femininos aumentam a produção deste hormônio. Depois de estudos repetidos, demonstrou-se que os la-ços emocionais existentes entre as mulheres que são amigas verdadeiras e leais, contribuem para uma redu-ção dos riscos das doenças relacionadas à pressão arte-rial e ao colesterol. Acredita-se que esta pode ser uma das razões por que geralmente as mulheres vivem mais do que os homens. As mulheres que não estabelecem relações da amizade com outras mulheres, não mostram os mesmos resulta-dos em sua saúde. Assim, ter amigas ajuda-nos não só a viver mais, como também a viver melhor. O estudo sobre a saúde indica que quanto mais amigas têm uma mulher, maior é a pro-babilidade de que chegue à velhice sem problemas físi-cos e levando uma vida plena e saudável. Neste mesmo estudo observou-se como as mulheres su-peram os momentos críticos (como a morte do esposo ou dos pais) e percebeu-se também que as mulheres que podem confiar em suas amigas reagem às doenças sé-rias e recuperam-se em um lapso de tempo menor do que aquelas que não têm em quem confiar.

O estudo concluiu que a amizade entre as mulheres constitui uma fonte de força, bem estar, alegria e saúde.

Filipe de Sousa

www.terapeutasvirtuais.com.br

Crônica do mês

Por: Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter ou-tra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se a-costuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostu-ma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ôni-bus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche por-que não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acredi-tando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ga-nhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses peque-nas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimen-to ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente mo-lha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sem-pre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma. Marina Colasanti nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, po-emas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em Amor; Contos de Amor Rasgados; Aqui entre nós, Intimidade Pública, Eu Sozinha, Zoológico, A Morada do Ser, A nova Mulher, Mulher daqui pra Frente e O leopardo é um animal delicado. Escreve, também, para revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.

O texto acima foi extraído do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09

Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Pagina 03

ESTADOS BRASILEIROS - Todo o mês, tudo sobre cada Estado da Federação - DEZEMBRO será a vez da Bahia (BA)

Utilidade pública

Como fazer um bom currículo

O que deve impressionar é o conteúdo. A forma precisa ser simples, clara e muito bem organizada

O currículo é sua primeira apresentação em uma empresa. Você deve causar uma boa impressão e alguns cuidados na formata-ção, organização e no envio do currículo podem ser fundamen-tais na seleção para passar para a próxima fase no recrutamento. O principal é saber o que e como destacar entre as informações sobre suas habilidades e qualificações. “O currículo vende a ima-gem da pessoa e ajuda a mostrar seus pontos fortes”. Atividades ou prestação de serviços voluntários junto a Associa-ções, OSCIP’s, ou Comunidades agregam um valor inestimável ao currículo. Dez dicas para fazer um currículo bem apresentado 1)Tipos e fontes Siga uma linha tradicional, use fontes Courier, Arial ou Times New Roman. Recursos de itálicos, negritos e sublinhados podem ser usa-dos para destacar e organizar as informações. 2) Número de folhas No máximo duas, de preferência brancas e grampeadas. 3) Ordem das informações Priorize as mais importantes, com destaque para seus dados com en-dereço, telefone e e-mail, seguidos pelo interesse ou objetivo com a vaga, sua formação e experiências profissionais. 4) Foto somente se for solicitada Use plano americano (retrato). 5) Corpo do e-mail ou em anexo Sempre envie um anexo, mas faça uma apresentação com seus con-tatos no corpo do e-email. 6) Pretensão salarial Vai atrapalhar se ficar muito distante do que a empresa oferece; pes-quise antes o quanto costuma ser oferecido ou evite colocar. 7) Informações sobre redes sociais Lembre que os perfis podem ser visitados pelo selecionador; prefira divulgar perfis profissionais. 8) Uso de modelos prontos Sem problemas, mas é preferível utilizá-los como parâmetro, persona-lize. 9) Escrito à mão Está fora de uso; envie sempre digitados. 10) Assinatura Necessário só se solicitado. Importante: Não falte com a verdade nem acrescente algo inverí-dico, isso pode derrubar sua carreira. Hoje as empresas têm mei-os de como verificar verdades e mentiras. Da redação

Entrevistas de emprego Quando fazer perguntas em

uma entrevista?

Questionar demonstra interesse, mas é preciso saber o momento

certo de interagir

Engana-se quem pensa que em uma entrevista de emprego o recrutador pergunta e o candidato deve se con-centrar apenas em responder. Especi-alistas afirmam que o profissional não só pode como deve questionar o en-trevistador durante o processo, entre-tanto é importante ficar atento aos si-nais e à hora certa de falar. “Inicialmente, o candidato precisa se dedicar a mostrar suas habilida-des e os resultados que já alcançou na carreira, ou seja, primeiro deve expor seu valor", afirma Daniela Ri-beiro, da consultoria Robert Half. Depois disso, cabe fazer perguntas para entender melhor a situação da empresa e as demandas da oportuni-dade. "Se o candidato fica quieto, perde pontos, pois não se expõe. Em cargos de liderança o profissio-nal precisa se expor", diz Paulo Men-des, sócio da consultoria 2Get. Danie-la concorda. "Não interagir pode evi-denciar falta de interesse pela vaga. As perguntas ajudam a demonstrar motivação", destaca. Questões positivas Algumas perguntas contam pontos a favor do profissional e são bem vin-das. Questões que ajudam a conhecer melhor a empresa, por exemplo, caem bem, mas é preciso atenção. "O can-didato deve buscar informações so-bre a companhia antes da entrevis-ta, assim as indagações serão ape-nas para obter dados complementa-res", afirma Daniela. Segundo ela, é preciso ficar atento para não perguntar sobre coisas que a empresa esperava que o profissional soubesse. "É importante que o pro-fissional tente entender o momento

da empresa, questionando sobre o crescimento, perspectivas, partici-pação de mercado. Isso ajuda a i-dentificar o que a companhia espe-ra dele e ter uma idéia do ritmo de trabalho", comenta Mendes. Questionar o que a empresa espera da pessoa que ocupará a vaga tam-bém é positivo, além de demonstrar interesse por feedback, incentivando o entrevistador a falar se algo da experi-ência do profissional não corresponde à oportunidade. Pontos de atenção Assuntos como remuneração e quali-dade de vida exigem cuidados especi-ais. Na opinião de Daniela, com jeito, é possível entender se a carga de tra-balho é muito pesada. "Se o candida-to quer fazer perguntas sobre quali-dade de vida deve dar um tom de curiosidade, não colocar a questão como impeditivo", diz. Já Mendes acredita que o melhor é não abordar o assunto. "Qualidade de vida todos querem e perguntar sobre isso po-de dar a impressão de que a pessoa quer trabalhar menos", afirma. "Ao entender o momento da empresa, o profissional consegue ter sinais que remetem à qualidade de vida", explica Mendes. Quando o tema é remuneração, Dani-ela acredita que isso não deve questi-onado no início da conversa. "Falar de dinheiro nos primeiros momentos pode mostrar que o profissional só está interessado no salário", diz. "Já vi pessoas sendo descartadas porque a empresa entendeu que estavam muito focadas em remuneração e que poderiam partir para outra oportunida-de com salário maior a qualquer mo-mento", explica Daniela. Mendes aposta na transparência. "Se o salário é o que mais interessa, o candidato pode mostrar isso. Algu-mas vagas exigem profissionais ambiciosos", diz.

EDUCAR - Uma janela para o mundo

Todos sabemos que programas sobre educação onde se abor-dem verdades e se discuta o as-sunto de forma imparcial, supra-partidariamente e com ética são raros na mídia convencional. São raros porque infelizmente não dá IBOPE e a mídia conven-cional busca imagem e IBOPE, pois somente assim conseguirá patrocinadores e valorizará seus espaços publicitários.

Foi-nos aberto um espaço de duas horas na Rádio Web Tera-peutas Virtuais, o qual agradece-mos, já que educação não costu-mar ter espaço. Aceitamos já que até o nome combina com a necessidade de terapia em que se encontra a E-ducação no Brasil.

Nosso programa irá ao ar tod0s os Sábados, das

18;00 ás 20;00 horas e, o ouvinte poderá interagir

com suas sugestões, criticas ou

questionamentos.

Acesse e prestigiem-nos www.terapeutasvirtuais.com.br

Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Pagina 04

Amazonas

Cuidar de nosso lixo, de nosso quintal e, fiscalizar, é uma obrigação de cada um de nós.

SÍNTESE

O Amazonas é uma das 27 unida-des federativas do Brasil, sendo a mais extensa delas[5], com uma área de 1.570.745,680 km², se cons-titui na 9ª maior subdivisão mundi-al - é maior que as áreas somadas de França (547.030,0 km²), Espanha (504.782,0 km²), Suécia (357.021,0 km²) e Grécia (131.940,0 km²); seria o 18º maior país do mundo em área territorial, pouco maior que a Mon-gólia, com seus 1,564,116 km²; é maior que a área da Região Nor-deste brasileira, com seus nove estados; e equivale a 2,25 vezes a área do Texas (696.200,0 km²), se-gundo maior estado americano. O Amazonas é a segunda unidade federativa mais populosa da região Norte, com seus 3,4 milhões de ha-bitantes, sendo superado pelo Pa-rá.[6] No entanto, apenas duas de suas cidades possuem acima de 100 mil habitantes: Manaus, a capi-tal, e Parintins. O estado é oficialmente subdividi-do ainda em 13 microrregiões, a-lém de 4 mesorregiões. Faz fronteiras com o Pará (Leste); Rondônia e Mato Grosso (Sul); A-cre (Sudoeste); Roraima (Norte); além da Venezuela, Colômbia e Pe-ru. A área média dos 62 municípios do estado do Amazonas é de 25.335 km², superior à área do estado de Sergipe. O maior deles é Barcelos, com 122.476 km² e o menor é Iran-duba, com 2.215 km² e não estão às margens de rios como alguns afirmam, mas, isto sim, são corta-dos por grandes rios amazônicos, em cujas margens estão as locali-dades, as propriedades rurais e as habitações dos ribeirinhos. O Amazonas é também o 2º estado mais rico da região Norte, respon-sável por 32% do PIB da regi-ão.Possui o maior Índice de Desen-volvimento Humano (empatado com o Amapá), o maior PIB per ca-pita, a 4ª menor taxa de mortalida-de infantil, além 3ª menor taxa de analfabetismo entre todos os esta-dos das regiões Norte do Brasil.

A História do Amazonas é o domí-nio da História concentrado na evo-lução do estado do Amazonas, na Região Norte do Brasil. A rigor, a

História amazonense começa antes do descobrimento do Brasil, quan-do o atual território do estado era povoado por índios das nações Jê e Aruaque, entre outros.

Etimologia e história

Icamiabas é uma palavra tupi que designa o nome dado às mulheres sem homens, ou ainda mulheres que ignoram a lei. Antes de ser ba-tizado de rio Amazonas, o mesmo era chamado de rio das Icamiabas.

As icamiabas eram as índias que dominavam aquela região, riquíssi-ma em ouro. Quando Orellana des-ceu o rio em busca de ouro, des-cendo os Andes (em 1541) ele era chamado de rio Grande, Mar Dulce ou rio da Canela, por causa das grandes árvores de canela que e-xistiam ali.

A belicosa vitória das icamiabas contra os invasores espanhóis foi tamanha que o fato foi narrado ao rei Carlos V, o qual, inspirado nas guerreiras hititas ou amazonas, ba-tizou o rio de Amazonas. Amazo-nas é o nome dado pelos gregos às mulheres guerreiras.

No livro Matriarchat in Südchina: Eine Forschungsreise zu den Mo-suo (Taschenbuch), a autora, Heide Göttner-Abendroth, revela a raiz comum da palavra Ama para a so-ciedade matriarcal ainda existente na China, no povoado de Moso, cu-jo significado é mãe, na língua lo-cal dos mosos; a palavra ainda en-contra a mesma raiz no norte da África, aonde também o matriarca-do existiu e os quais se auto deno-minavam amazigh.

Por esta razão, a antiga palavra A-ma tem o significado de Mãe no sentido mais estrito; no sentido figurativo denomina cultura matri-arcal.

História do Amazonas

A conquista do Amazonas, 1907,

Museu Histórico do Estado do Pará.

Primeiras explorações

Originalmente, a área do atual Es-tado do Amazonas não integrava as terras portuguesas, conforme os termos do Tratado de Tordesi-lhas, ficando sob domínio espa-nhol. O primeiro europeu a percor-rer todo o curso do rio Amazonas

teria sido o espanhol Francisco de Orellana, entre 1539 e 1541, desde a cordilheira dos Andes até ao O-ceano Atlântico. Iniciava-se, à época, a lenda de que a mítica cidade de El Dorado ficaria em algum ponto entre o Amazonas e as Guianas. Orellana afirmou ter encontrado e combatido uma tribo de mulheres guerreiras e por isso batizou aquele curso de "rio das Amazonas", em referência às per-sonagens da mitologia grega. Um companheiro de Orellana, Gon-zalo Hernández de Oviedo y Val-dés, divulgou relatos da expedição, com descrição das riquezas e dos habitantes da região, que foram publicados em Veneza em 1556. Uma nova expedição em 1561 ten-tou repetir a façanha de Orellana, mas quase não conseguiu: o co-mandante, Pedro de Ursua, foi as-sassinado pelo seu sucessor, Lope de Aguirre, que enlouqueceu vítima de delírio tropical. Cruel em todos aspectos Aguirre também matou sua filha de quinze anos e vários índios. A primazia da ocupação da foz do grande rio (atuais estados do Ama-pá e do Pará), em função da sua exploração econômica, coube a ingleses e holandeses, que instala-ram feitorias nas margens dos mai-ores rios da região, para extrair madeira e especiarias, como o cra-vo, o urucum, o guaraná, resinas e outros (as chamadas drogas do sertão), desde 1596. Assim, desde cedo a economia da região amazônica se baseou no ex-trativismo e não na agromanufatura açucareira, como em outras regi-ões coloniais. A Dinastia Filipina As expedições de Orellana e Pedro Teixeira percorreram todo o rio A-mazonas, desde a foz (à direita) até o Equador (à esquerda). Com a Dinastia Filipina, em 1580, a linha de Tordesilhas perdeu, na prática, o seu efeito. Ao mesmo tempo, os inimigos da Espanha passaram a sentir-se livres para incursionar sobre os domínios ul-tramarinos portugueses. Em 1612, o rei Jaime I da Inglaterra comissionou Robert Harcourt para explorar a região. No mesmo ano, os franceses fundaram a França Equinocial na ilha de São Luís, na costa do Maranhão, conquistada em fins de 1615 por tropas luso-espanholas. Após essa conquista, Francisco Caldeira de Castelo Branco foi de-signado para avançar rumo à foz do grande rio, fundando em dezem-bro desse mesmo ano o Forte do Presépio, núcleo da atual cidade de

Belém do Pará. O território foi in-corporado ao Estado do Maranhão criado em 1621 por Filipe III de Es-panha. Recorde-se que Marañón era o nome dado pelos espanhóis ao rio Amazonas, e continua a sê-lo até hoje, no Peru. Entre 1637 e 1639, uma expedição comandada por Pedro Teixeira su-biu e desceu o curso do rio Amazo-nas, chegando até Quito, no Equa-dor, fundando a atual cidade de Franciscana, já em território perua-no. Com a Restauração Portuguesa, em 1640, o Estado do Maranhão voltou à soberania de Lisboa, ago-ra expandido, uma vez que por es-sa época, os portugueses, a partir de Belém do Pará, já promoviam expedições regulares no Amazo-nas e no baixo rio Madeira. Os bandeirantes Entre 1648 e 1652, o bandeirante

paulista Antô-nio Raposo Ta-vares saiu em seu périplo e, subindo a baci-a do rio Para-guai, atingiu o Guaporé (atual Rondônia), per-correu o Alti-plano, e de lá alcançou e desceu o Ama-zonas até Gu-rupá, no Pará, junto à foz. Foi a primeira ex-pedição luso-

brasileira de amplo reconhecimen-to.

Ocupação portuguesa Em 1669, foi fundado o Forte de São José da Barra do Rio Negro, na área onde hoje fica Manaus, pe-lo capitão português Francisco da Mota Falcão. A fortificação serviu como base para o (esparso) povoamento da bacia amazônica, permitindo a su-bida dos rios Negro e Branco, no atual Roraima, de onde se chegava ao Orinoco. Também começou a ocupação dos rios Solimões (Alto Amazonas) e Madeira. Os primeiros colonos enfrentaram hostilidade dos nativos, como as tribos dos torás e manaós (que de-ram origem ao nome da capital) do cacique Ajuricaba, que investiam contra os povoamentos e destruí-am casas e instalações. dos jesuí-tas da região. As campanhas militares contra as missões ocorreram entre 1691 e 1697 ... CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE

Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 05

Acertar por vezes é um dever mas, saber reconhecer um erro, é sem dúvida o maior dos acertos...

Amazonas - continuação

As campanhas militares contra as missões

ocorreram entre1691 e 1697

comandadas por Inácio Correia de Oliveira, Antônio de Miranda e José Antunes da Fonseca no Solimões e Francisco de Melo Palheta no Alto Madeira. Belchior Mendes de Mo-rais garantiu a posse portuguesa sobre a bacia do Napo. Os missio-nários espanhóis foram substituí-dos por outros, portugueses, prin-cipalmente carmelitas e mercedá-rios. Nasceram nessa época as po-voações que dariam origem às atu-ais Barcelos (então chamada Mariu-á), Tefé, São Paulo de Olivença, Co-ari, Borba, Airão e Carvoeiro. Os franceses e espanhóis voltaram a fazer incursões na região, e os portugueses decidiram fechar o rio Madeira à navegação estrangeira em 1732. Mesmo assim, os bandei-rantes José Leme do Prado e Manu-el Félix de Lima exploraram a área, descendo até Cuiabá no Mato Gros-so, e criando um eixo de comércio amazônico, entre Cuiabá, Manaus e Belém.

Foram erguidas fortificações portu-guesas em Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira, Maribatanas e São Joaquim, dando início a novos po-voados.

Capitania junto com

Grão-Pará

A ocupação do Amazonas se deu em povoamento esparso, por causa da

floresta densa. O Estado do Maranhão virou "Grão-Pará e Maranhão" em 1737 e sua sede foi transferida de São Luís pa-ra Belém do Pará. O tratado de Madri de 1750 confir-mou a posse portuguesa sobre a área. Para estudar e demarcar os limites, o governador do Estado, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, insti-tuiu uma comissão com base em Mariuá em 1754. Em 1755 foi criada a Capitania de São José do Rio Negro, no atual Amazonas, subordinada ao Grão-Pará. As fronteiras, então, eram

bem diferentes das linhas retas atu-ais: o Amazonas incluía Roraima, parte do Acre e se expandia para sul com parte do que hoje é o Mato Grosso. O governo colonial concedeu privi-légios e liberdades para quem se dispusesse a emigrar para a região, como isenção de impostos por 16 anos seguidos. No mesmo ano, foi criada a Companhia Geral do Co-mércio do Grão-Pará e Maranhão para estimular a economia local. Em 1757 tomou posse o primeiro governador da capitania, Joaquim de Melo e Póvoas, e recebeu do Marquês de Pombal a determinação de expulsar à força todos os jesuí-tas (acusados de voltar os índios contra a metrópole e não lhes ensi-nar a língua portuguesa). Em 1772, a capitania passou a se chamar Grão-Pará e Rio Negro e o Maranhão foi desmembrado. Com a mudança da Família Real para o Brasil, foi permitida a instalação de manufaturas e o Amazonas come-çou a produzir algodão, cordoa-lhas, manteiga de tartaruga, cerâmi-ca e velas. Os governadores que mais traba-lharam pelo desenvolvimento até então foram Manuel da Gama Lobo D'Almada e João Pereira Caldas. Em 1821, Grão Pará e Rio Negro viraram a província unificada do Grão-Pará. No ano seguinte, o Brasil procla-mou a Independência. Em meados do século XIX foram fundados os primeiros núcleos que deram origem às atuais cidades de Itacoatiara, Parintins, Manacapuru e Careiro e Moura.

A capital foi situada em Mariuá (entre 1755-1791 e 1799-1808), e em São José da Barra do Rio Negro (1791-1799 e 1808-1821).

Uma revolta em 1832 exigiu a auto-nomia do Amazonas como provín-cia separada do Pará.

A rebelião foi sufocada, mas os a-mazonenses conseguiram enviar um representante à Corte Imperial, Frei José dos Santos Inocentes, que obteve no máximo a criação da Comarca do Alto Amazonas.

Com a Cabanagem, em 1835-1840, o Amazonas manteve-se fiel ao go-verno imperial e não aderiu à revol-ta.

Como espécie de recompensa, o Amazonas se tornou uma província autônoma em 1850, separando-se definitivamente do Pará.

Com a autonomia, a capital voltou para esta última, renomeada como "Manaus" em 1856.

Autonomia e Ciclo da

Borracha

O primeiro presidente (governador) da nova província foi Tenreiro Ara-nha. Para enfrentar as dificuldades financeiras da administração, ele conseguiu que o governo redirecio-nasse parte das verbas do Pará e do Maranhão durante alguns anos, para suprir o orçamento amazonen-se no início.

Com este dinheiro, Aranha fundou uma tipografia e fez circular o pri-meiro jornal do Amazonas, o Cinco de Setembro. O progresso introdu-ziu o comércio fluvial e o "regatão".

A história da Borracha na Amazônia

No final do século XIX a recém cria-da indústria de automóveis estava em plena expansão. As empresas e a classe média correram para ad-quirir o meio de transporte do mo-mento.

Com isso, a demanda pela borracha aumentou significativamente, pois este produto era matéria-prima para a fabricação de pneus.

Expansão da produção e suas conseqüências

O Brasil passou a exportar tonela-das de borracha, principalmente para as fábricas de automóveis nor-te-americanas.

As principais regiões produtoras de borracha eram os estados do Pará e Amazonas, utilizando a extração do látex das seringueiras, que havi-a em abundância na região da flo-resta amazônica.

Esta rápida expansão da produção de borracha atraiu grande quantida-de de trabalhadores para a região, principalmente, nordestinos que fugiam da seca nordestina e esta-vam em busca de emprego e me-lhores condições de vida.

Na primeira década do século XX, o Brasil tornou-se o maior produtor e exportador mundial de borracha. Em 1910, por exemplo, chegou a exportar, aproximadamente, 40 mil toneladas do produto.

Este crescimento econômico da região amazônica foi acompanhado de significativo desenvolvimento urbano. Muitas cidades surgiram e

outras se desenvolveram como, por exemplo, Manaus..

O comércio interno aumentou sig-nificativamente e a renda dos habi-tantes melhorou.

Esta euforia contribuiu para a cons-trução de casas, prédios públicos, estradas, teatros e escolas.

Crise da borracha

Na década de 1910, empresários holandeses e ingleses entraram no lucrativo mercado mundial de bor-racha.

Passaram a produzir, em larga es-cala e custos baixos, o produto na Ásia (Ceilão, Indonésia e Malásia). A concorrência fez com que, no co-meço da década de 1920, a exporta-ção da borracha brasileira caísse significativamente.

Era o fim do ciclo da borracha no Brasil. Muitas cidades se esvazia-ram, entrando em plena decadên-cia.

O Teatro Amazonas foi construído com dinheiro do

ciclo da borracha.

Os coletores de drogas do sertão se expandiram para o rio Juruá, o Purus e o Juari, abrindo caminho para a instalação de seringais (estações de extração de látex, sei-va extraída das árvores seringuei-ras que serve como matéria-prima para fabricar borracha).

A nova atividade sustentou a eco-nomia do Amazonas a partir da dé-cada de 1850. Em 1853 foi fundada a Companhia de Navegação e Comércio da Ama-zônia, com investimento do Barão de Mauá.

Em 1866, o rio Amazonas foi aberto à navegação internacional. Empre-sas estrangeiras, principalmente inglesas, investiam capital na regi-ão.

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Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 06

"Existem três Tipos de pessoas no mundo: As que fazem as coisas acontecerem; as que assistem as coisas acon-tecerem e as que não se dão conta das coisas que acontecem."

O Pro-

grama

Cidade Educadora

foi criado com o

objetivo de despertar nas

pessoas a e nas

autoridades

a consciência de uma

cidadania

Ampla e ativa.

Conheça mais:

www.formiguinhasdovale.org

Amazonas - continuação

O que é? Trata-se de um movimento com a fina-lidade de anualmente promover uma exposição onde fornecedores da C&C exporão seus produtos e concomitan-temente apadrinharão os projetos e iniciativas de uma comunidade previa-mente escolhida por cada um deles. Quem poderá participar? Projetos Sociais em andamento, vin-dos de entidades devidamente reco-nhecidas, registradas e sem fins lucra-

tivos, tais como: Fundações, Associa-ções, Cooperativas, Escolas, Socieda-des Amigos de Bairro, etc.

Quais os projetos que podem ser apresentados? Projetos já em andamento, que não tenha qualquer apoio Oficial, tanto mo-netário como didático; sem patrocínios ou apoio da iniciativa privada e que sejam oriundos de Entidades Filantró-picas ou Sociedades Amigos de bairro, sem fins lucrativos. Quais os projetos a serem prioriza-

dos? Serão priorizados projetos voltados para o Meio Ambiente, Culturas Popu-lares, Artesanato e Reciclagem, Aten-dimento a Pessoas Excepcionais, Ge-ração de Renda, Paz e Desenvolvi-mento Sustentável. Mais informações e o Formulário de

apresentação dos projetos, no site:

www.formiguinhasdovale.org/cec_comunidades.html

A lucratividade da borracha criou fortunas, financiou o crescimento de Manaus (que de vila passou a cidade numa rápida urbanização) e atraiu imigrantes.

A província começou a receber i-migração de várias partes do Bra-sil (principalmente nordestinos, fugindo da seca de 1872) e também de países vizinhos, como Bolívia e Peru.

A população se estendia cada vez mais para o oeste, levando ao po-voamento do Acre, já em território boliviano (o que causou o conflito que levou à Revolução Acreana).

No auge, quase 100% da produção mundial de borracha saía da Ama-zônia. A capital, Manaus, foi expandida e urbanizada, para ganhar ares de metrópole européia. Igarapés fo-ram aterrados e abriram-se largas avenidas e boulevards. Datam dessa época as constru-ções do Teatro Amazonas, do Palá-cio Rio Negro, da Alfândega do Porto e do Mercado Municipal A-dolpho Lisboa, entre outros pré-dios exemplares. A população amazonense quintu-plicou entre 1870 e 1900, passando de 50 mil para 250 mil.

O corrida da borracha também es-timulou expedições científicas pa-ra catalogar a biodiversidade ama-zonense.

Em 1883, o professor Barbosa Ro-drigues funda o Museu Botânico de Manaus. Cientistas brasileiros e estrangeiros como Carl von Marti-us, William Chandless, Henry Wal-ter Bates e Louis Agassiz exploram a floresta, quase sempre guiados pelo caboclo Manuel Urbano da Encarnação.

A província do Amazonas se ante-cipou em quatro anos à Abolição, decretando o fim da escravidão em 10 de julho de 1884 (embora hou-vesse poucos escravos).

A província do Amazonas tornou-se estado com a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889.

O tenente Ximeno Villerroy foi no-meado interventor do governo fe-deral. A política sofreu sucessivas crises, com disputas patrocinadas pelos empresários da borracha, e surgiram caudilhos locais, como Eduardo Ribeiro (modernizador de Manaus) e Guerreiro Antoni.

Em 1910, foi deposto o governador Clemente Ribeiro Bittencourt.

O ciclo da borracha durou até 1913, quando o preço do produto no mercado internacional sofreu forte baixa por causa da concor-rência da Malásia (para onde foram contrabandeadas sementes de se-ringueiras anos antes).

A empresa Hevea, grande explora-dora do setor, transferiu-se para o Sudeste Asiático.

Em 1920, praticamente já não havia mais extração de látex e o Brasil contribuía com apenas 2% da pro-dução mundial.

No mesmo ano, o Acre foi des-membrado do Amazonas, tornando-se território e depois estado (em 1962).

Decadência e Retomada

Com o fim do ciclo da borracha, a economia amazonense voltou a decair. O estado entrou em crise, o erário perdeu arrecadação e prati-camente zerou, inclusive chegando a não pagar os funcionários esta-duais durante quatro anos segui-dos.

O Amazonas se juntou a São Paulo na revolta de 1924. Um movimento cívico-regionalista, o glebarismo, reivindicou a retomada da lideran-ça política e cultural pelos nativos da região (até então, a elite local fora formada por imigrantes chega-dos na corrida da borracha).

Em 1943, como parte da estratégia de defesa na Segunda Guerra Mun-dial, os territórios fronteiriços do Rio Branco (atual Roraima) e Gua-poré (atual Rondônia) também fo-ram desmembrados do Amazonas, provocando protestos em Manaus.

Como forma de tentar retomar o crescimento da região, em 1953 o governo federal criou a Superin-tendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA).

Ela servia para liberar verbas de investimento em infraestrutura, como a construção das rodovias Manaus-Porto Velho e Manaus-Boa Vista. Em 1966, o órgão foi substi-tuído pela Superintendência do De-

senvolvimento da Amazônia (SUDAM), que foi extinta por Fer-nando Henrique Cardoso em 2001 e recriada por Lula em 2003. O re-gime militar (1964-1985) também decidiu construir a rodovia Transa-mazônica, que no entanto acabou abandonada.

O principal impulso ao crescimen-to veio em 1967, quando foi criada a Zona Franca de Manaus, um pólo para indústrias de alta tecnologia com isenção fiscal. O pólo começa a crescer cinco anos depois, em 1972, já no final do Milagre Econô-mico.

Gilberto Mestrinho foi a principal liderança política desde os anos 1960 aos 1990, ocupando três ve-zes o cargo de governador, até ser acusado de corrupção nos anos 1990.

Em 1987, foi anunciada a desco-berta de petróleo na região de Coa-ri.

Na década seguinte, a Petrobrás instalou o campo de Urucu. Tam-bém foi construída a Refinaria Isa-ac Sabbá, em Manaus. Atualmente, a estatal é responsável por grande parte dos investimentos no estado, inclusive nos projetos PIATAM (de pesquisa ambiental) e na constru-ção do gasoduto Coari-Manaus.

Geografia

O estado do Amazonas caracteriza-se por ser o maior do Brasil, com uma superfície atual de 1.570.745 km². Grande parte dele é ocupado por reserva florística e a outra é representada pela água.

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Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 07

Uma das maiores riquezas mundiais, em importância para a sustentabilidade do planeta está na Amazônia

Amazonas - continuação

O acesso à região é feito principal-mente por via fluvial ou aérea. O clima é equatorial úmido e a tempe-ratura média é de 26,7 °C. O menor clima já registrado no estado foi de 23,3º C.

Apenas o inverno e o verão são bem definidos e a umidade relativa do ar fica em torno de 80%, tendo em vista que a região é cortada pe-la linha do equador, ao norte.

Seu fuso horário é de -4 horas em relação à hora mundial GMT. No Brasil, o estado faz parte da Região Norte, fazendo fronteira com os es-tados de Mato Grosso, Rondônia e Acre ao sul, Pará ao leste e Rorai-ma ao norte, além das repúblicas do Peru, Colômbia e Venezuela ao sudoeste, oeste e norte, respectiva-mente.

Relevo

Apresenta um relevo relativamente baixo, já que 85% de sua superfície está abaixo de cem metros de alti-tude.

Tem ao mesmo tempo as terras mais altas, como o pico da Neblina, seu ponto mais alto, com 3.014m, e o pico 31 de Março, com 2.992m de altitude, e uma grande porcenta-gem de terras baixas, comparado aos outros estados do Brasil. Ama-zonas, Negro, Solimões, Purus, Ma-deira, Juruá, Içá, Uaupés e Japurá são seus rios principais.

O estado do Amazonas está situa-do sobre uma ampla depressão, com cerca de 600 km de extensão no sentido sudeste-noroeste, orla-do a leste por uma estreita planície litorânea de aproximadamente qua-renta quilômetros de largura média.

O planalto desce suavemente para o interior e se divide em três se-ções: o planalto, a depressão interi-or e o planalto ocidental, que for-mam, ao lado da planície, as cinco unidades morfológicas do estado.

Clima

No Brasil, país caracteristicamente tropical, o Amazonas é dominado pelo clima equatorial, predominan-te na Amazônia.

As estações do ano apresentam-se bastante diferenciadas e a amplitu-de térmica anual é relativamente alta, variando de 28 °C no litoral do Pará até 40 °C no oeste amazonen-se. As chuvas, em quase toda a re-

gião, distribuem-se com relativa regularidade pelo ano inteiro mas podem-se encontrar também carac-terísticas de tropicalidade no Sul do estado.

Os ventos também afetam as tem-peraturas. No verão, sopram os ventos alísios vindos do Sudeste, que por serem quentes e úmidos, provocam altas temperaturas, se-guidas de fortes chuvas; no inver-no, as frentes frias são geralmente seguidas de massas de ar vindas da Linha do Equador e que trazem um vento quente.

Vegetação

Sobressaem matas de terra firme, várzea e igapós.

Toda essa vegetação faz parte da extensa e maior floresta tropical úmida do mundo: a Hiléia Amazôni-ca.

Os solos são de terra firme - do ti-po lateríticos: solos vermelhos das zonas úmidas e quentes, cujos ele-mentos químicos principais são hidróxido de alumínio e ferro, pro-pícios à formação de bauxita e, portanto, pobres para agricultura. Solos de várzea são os mais férteis da região.

São solos jovens, que periodica-mente são enriquecidos de material orgânico e inorgânico, depositados durante a cheia dos rios.

A flora do estado apresenta uma grande variedade de vegetais medi-cinais, dos quais se destacam andi-roba, copaíba e aroeira.

São inúmeras as frutas regionais e entre as mais consumidas e comer-cializadas estão: guaraná, açaí, cu-p u a ç u , c a s t a n h a - d o - b r a s i l (castanha-do-pará), camu-camu, pupunha, tucumã, buriti e taperebá.

O Amazonas tem 98% da sua área florestal intacta, pois sua vocação econômica foi desviada para outras atividades a partir da reorganização e ampliação da Zona Franca de Ma-naus em 1967.

Os governos têm procurado incen-tivar o chamado desenvolvimento sustentável, voltando-se para a pre-servação do legado ecológico.

Existe um esforço para manter os projetos agropecuários dentro dos limites da preservação ambiental,

enquanto que a valorização do ma-nejo da floresta como fonte de ren-da contribuiu para que o Amazonas enfrentasse o desafio de reduzir o desmatamento em 21% em 2003, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE.

Hidrografia

O Amazonas é banhado pela bacia hidrográfica Amazônica. Os princi-pais rios são: rio Negro (que banha a cidade de Manaus), rio Amazo-nas, rio Solimões, rio Madeira, rio Juruá, rio Purus, Içá, Uaupés e Ja-purá todos integrantes da bacia hi-drográfica.

No estado encontram-se os dois maiores arquipélagos fluviais do mundo em quantidade de ilhas, Ma-riuá, com 1200, e Anavilhanas, com 400, situados no rio Negro.

A confluência entre o rio Negro, de água preta, e o rio Solimões, de á-gua barrenta, resulta em um fenô-meno popularmente conhecido co-mo Encontro das Águas, que é uma das principais atrações turísticas das cidades de Manaus e Parintins.

Há dezenas de agências de turismo que oferecem passeios regionais, em roteiros que costumam incluir uma volta pelos igarapés da região. Se o passeio for feito em um barco pequeno, o visitante pode pôr a mão na água, durante as travessi-as, e sentir que, além de cores, os rios têm temperaturas diferentes.

Ecologia

O Amazonas possui uma grande Reserva Biológica inundada, a Re-serva de Desenvolvimento Susten-tável Mamirauá.

A vasta fauna possui felinos, como as onças, grandes roedores, como as capivaras, aves, quelônios, rép-teis e primatas.

O maior desses animais é a anta e todos constituem fonte de alimento para as populações rurais. Alguns encontram-se ameaçados de extin-

ção e são protegidos por órgãos especiais dos governos.

Das milhares de espécies de peixes da Amazônia, com algumas ainda desconhecidas ou sob estudo, as mais exploradas são: tambaqui, jaraqui, curimatã, pacu, tucunaré, pescada, dourado, surubim, sardi-nha e pirarucu (bacalhau da Ama-zônia).

Demografia

Segundo estimativas do IBGE, em 2008 o estado do Amazonas possu-ía 3.341.096 habitantes e uma den-sidade populacional de 2,05 hab./Km². Essa população representa 1,8% da população brasileira.

As cidades-polo são: Benjamin Constant, Tefé, Lábrea, Eirunepé, Manicoré, Barcelos, Manacapuru, Itacoatiara, e Parintins, além da ca-pital Manaus.

O estado alcançou um grandíssimo crescimento populacional no início do século XX, devido ao período da áurea da borracha, e após a instala-ção do Pólo Industrial de Manaus, na década de 1960.

O estado ainda mantém taxas po-pulacionais superiores à média na-cional.

Na década de 1950 o estado teve um crescimento populacional de 3,6% ao ano, enquanto o Brasil manteve um crescimento de 3,2%. No período compreendido entre os anos de 1991 e 2000, o Amazonas cresceu 2,7% ao ano enquanto a média nacional manteve-se em 1,6%. Para 2010, a estimativa é de 3.473.856 habitantes.

De acordo com o censo de 2000, dos 3,3 milhões de habitantes do estado 78,4% vivem em cidades, enquanto 17,3% da população vi-vem no campo.

A composição da população ama-zonense por sexo mostra que para cada 100 mulheres residentes no estado existem 96 homens; esse pequeno desequilíbrio entre os dois sexos ocorre porque as mu-lheres possuem uma expectativa de vida oito anos mais elevada que a dos homens. Porém, o fluxo mi-gratório para o estado é de maioria masculina.

A capital, Manaus, é a maior cidade da Região Norte, com cerca de 1,7 milhão de habitantes,[20] seguida por Belém com 1,4 milhão de habi-tantes.

Manaus, uma das que mais rece-bem migrantes no Brasil, cresce desordenadamente com muitas á-reas ocupadas de forma ilegal por invasões.

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Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 8

Amazonas - continuação

Queimadas. Destruição. Flora, Fauna e Ar... E o que falar do intencional?

Etnias A forte imigração no final do sécu-lo XIX e início do século XX trouxe ao estado pessoas de todas as partes do mundo. Dos mais de cin-co milhões de imigrantes que de-sembarcaram no Brasil, alguns milhares se fixaram no estado do Amazonas. A população descende principal-mente de imigrantes europeus (sobretudo portugueses, italianos e espanhóis). Também há comuni-dades de povos do Oriente Médio (árabes e judeus) e Ásia Oriental (japoneses), além de uma pequena comunidade de Afrodescendentes. Muitas pessoas de outros estados brasileiros também migram para o Amazonas em busca de trabalho ou melhores condições de vida. Em sua maior parte são pessoas oriundas do Nordeste, nas cidades do interior, e migrantes vindos de São Paulo e do Sul, na região me-tropolitana. Indígenas Segundo dados apresentados pela FUNAI o Amazonas possui cerca de 103.066 indígenas, divididos em 65 etnias, que correspondem a 4,0% da população total do estado. O município amazonense que pos-sui o maior número de indígenas é São Gabriel da Cachoeira, onde existem 23 mil índios, e é onde en-contramos o segundo idioma mais falado no Brasil, o dos Tucanos. Pardos No estado do Amazonas os pardos são numerosos, constituindo 70% da população. O mais característico é o caboclo. Inicialmente nascido da mestiça-gem entre indígenas e europeus, a partir do século XIX, também mis-cigenou-se com nordestinos. Os imigrantes sulistas, predomi-nantemente brancos, que chega-ram ao estado no final do século XX, têm sido também mestiçados com a população cabocla. O Dia do Mestiço (27 de junho)[25] e o Dia do Caboclo (24 de junho) são datas oficiais no estado. Afrodescendentes Segundo dados do Censo 2000 do IBGE,[27] (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 70,3% dos amazonenses se declararam par-dos, 21% brancos, 4,3% negros e apenas 4,2% se avaliaram amare-los ou indígenas. Os Afrodescendentes no estado vivem em sua maioria em Manaus.

Imigrantes

Portugueses Os portugueses e seus descen-dentes formam os principais colo-nizadores do Amazonas, por se-rem os únicos que não sofrem res-trições numéricas de entrada no Brasil. Aos portugueses, a popula-ção deve a nossa língua, a religião, a base de nossa organização polí-tica, a cultura e a base de nossas instituições jurídicas. Estão pre-sentes em todo o Amazonas. Espanhóis No estado do Amazonas, além de se concentrarem na região de Ma-naus e de Presidente Figueiredo, descendentes de espanhóis são encontrados na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, principal-mente na região de Tabatinga. Árabes e judeus A formação da comunidade árabe e judaica nesta região começou impulsionada pela pobreza e per-seguição sofrida pelos judeus e árabes no Marrocos e Oriente Mé-dio. Devido a uma confluência de condições políticas que facilitaram suas saídas para o Brasil, muitos imigraram rumo ao Amazonas, em busca de riquezas e liberdade reli-giosa. Durante cem anos, de 1810 a 1910, esses imigrantes espalha-ram-se por diversas cidades da Amazônia, principalmente Belém e Manaus. Ajudaram e participaram da construção da história da regi-ão, marcada na época pelo ciclo da borracha. Cerca de 280 mil pes-soas possuem origens árabes ou judaicas no estado. Japoneses Os japoneses começaram a se ins-talar no Amazonas a partir de 1923. Com o fim do ciclo da borracha, eram necessárias uma nova técni-ca de cultivo e a introdução de produtos agrícolas que se estabe-lecessem como fonte para o de-senvolvimento econômico do esta-do. Assim, o Governo do Amazonas na época cedeu 1,030 milhão de hectares a serem divididas entre os imigrantes japoneses que dese-jassem fazer cultivo do solo. Chegaram ao Amazonas os primei-ros imigrantes, dirigindo-se a cida-des como Maués, Parintins, Itacoa-tiara, Presidente Figueiredo, Novo Airão e Manaus. Maués era então a cidade com o maior fluxo de imi-gração japonesa e onde eles inici-aram o cultivo do guaraná, porém, em 1941, houve uma epidemia de malária matando várias famílias. Outras famílias imigraram para Parintins, onde dividiram vários hectares de terra com os "koutakusseis", jovens europeus

estudantes de agronomia, proveni-entes de famílias de classe alta que imigraram para o Amazonas no intuito de se fixarem para sem-pre. Estima-se que existam no Amazo-nas 160.000 descendentes e imi-grantes japoneses. Chineses Os chineses, em menor número, concentraram-se mais nas cidades e têm chegado principalmente de Taiwan. Atualmente é difícil encon-trar chineses "puros" no Amazo-nas. A maioria deles já miscigenou-se com brancos, negros e indíge-nas e tornaram-se mestiços brasi-leiros. Africanos A imigração africana na Região Norte do Brasil foi praticamente inexistente. Alguns milhares de escravos africanos foram levados ao Amazonas, muitos eram mula-tos miscigenados nos diversos estados por onde passavam. Migrantes Nordestinos Os nordestinos têm sido, desde o século XIX, o mais numeroso gru-po de migrantes nacionais para o Amazonas. Foram decisivos na economia (borracha, juta e comér-cio) e na constituição da identida-de amazonense, mestiçando-se com a população local, além de fundamentais na participação do Amazonas na conquista do Acre. O boi-bumbá é uma marca da influ-ência nordestina no folclore do es-tado. Os maranhenses e paraenses são a maioria dos migrantes que vão para o Amazonas em busca de em-prego. Sulistas Os sulistas estabeleceram-se prin-cipalmente em Manaus e na região Sul do estado. Os gaúchos resi-dentes no estado são em sua mai-oria moradores da Região Metro-politana de Manaus. No sul do estado, também vive um grande número de migrantes gaú-chos e paranaenses. Em Apuí, encontram-se fortes tra-ços culturais gaúchos, que para lá migraram na década de 1990 e ain-da migram nos dias de hoje. A ocupação do estado por sulistas foi grande, da mesma forma que a migração para os estados de Mato Grosso e Rondônia. Economia

Em 2007, posicionou-se como a 15ª unidade mais rica do Brasil em PIB, com 42, 023 bilhões de reais. Atualmente, o Amazonas lidera o crescimento e a alta industrial no Brasil A economia baseia-se na indústria, no extrativismo, inclusive de pe-tróleo e gás natural, mineração e pesca. Com relação ao extrativis-mo, grande impulso na vida eco-nômica e na colonização da região amazônica foi dado com a explora-ção do látex, durante o ciclo da borracha. Na atualidade, através do calendá-rio de feiras nacionais e interna-cionais da Amazônia, sob a sigla - FIAM - na Suframa, atrai diferentes investidores, brasileiros e de ou-tras nacionalidades, a investir nos diferentes pólos tecnológicos exis-tentes na região e, principalmente, no Pólo Industrial de Manaus (PIM), em franco desenvolvimento, e os estrangeiros podem conhecer grandes oportunidades de negó-cios que o potencial econômico da Amazônia proporciona e é capaz de oferecer, como sua infra-estrutura, mão-de-obra qualificada e várias outras vantagens competi-tivas. Pesquisa promovida pela Federa-ção da Indústria de São Paulo (FIESP) e publicada no jornal Fo-

lha de São Paulo, revela que o A-mazonas é o segundo melhor lu-gar do Brasil para a instalação de um novo empreendimento. De acordo com a pesquisa, o esta-do só fica atrás do Distrito Federal no ranking geral de melhor ambi-ente para negócios e desponta na frente de estados como Minas Ge-rais (3º), Rio Grande do Sul (6º), Rio de Janeiro (8º), Santa Catarina (9º) e São Paulo (10º) .

Fontes consultadas: Wikipédia, Biblioteca da Redação e portal do Governo do Amazonas

Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 9

Gazeta Valeparaibana - O jornal + EDUCAÇÃO + CIDADANIA + MEIO AMBIENTE e muito mais BRASIL

Aquecimento Global x Responsabilidade Social Baixa do Rio Negro em Manaus

deixa transparecer o descaso com o meio ambiente.

Com o nível de água mais baixo já registrado no rio Negro, 13,63 m, o lixo que a água costuma esconder veio à tona na orla da Ponta Negra, área nobre de Manaus. De acordo com a Prefeitura local, o município monitora constantemente o lixo da cidade e o problema seria a falta de conscientização das pessoas.

A Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos afirmou que enviou uma equipe para limpar o local e informou que mensalmente recolhe cerca de 20 toneladas de lixo nas praias manauaras. "Esse número era muito maior, já chegou a 600 toneladas", afirma Andréa Vieira, assessora de comunicação da pasta.

Segundo ela, um projeto para a conscientização da população foi responsável pela diminuição de cerca de 20% do lixo jogado no rio e nas vias públicas, mas mesmo assim o resultado ainda não é sa-

tisfatório.

Seca no Amazonas bate marca histórica.

MANAUS - O nível de água no Rio Solimões atingiu baixa recorde. Dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) para a estação de Tabatinga (AM), na entrada do rio no país, indicam que o Solimões registrou a marca de 86 centíme-tros negativos nesta segunda-feira (11) na régua instalada no local. O nível é o menor observado na

estação desde 1982, quando come-çaram as medições. Em setembro, a taxa também bateu recorde histó-rico, com nível negativo de 32 cm. Antes disso, o nível mais baixo ha-via sido observado em 2005, quan-do a Amazônia enfrentou uma das piores secas de sua história. De acordo com o gerente de hidro-logia do CPRM, Daniel Oliveira, o nível do Rio Solimões próximo a Tabatinga voltou a subir nesta ter-ça-feira (12) e as réguas na estação estão em 70 cm negativos. "Os rios na margem direita do Soli-mões, como o Purus e o Javari, também são influenciados pela se-ca", diz ele. Segundo Oliveira, o Purus é o que apresenta nível mais baixo entre eles - o rio registrou a marca de 4,16 m nesta quinta-feira na estação de Boca do Acre (AM), 67 cm acima da mínima histórica, observada em 1998.

SECA O reflexo da seca atinge cidades abastecidas pelo Solimões ou aflu-entes, como Uarini (AM). "O rio se-cou inteiro diante do município. Do alto, você consegue ver que ele foi bem atingido", diz o fotógrafo Ro-drigo Baleia, que percorre a região amazônica em busca de imagens há cerca de 10 anos. No fim de setembro, ele sobrevoou áreas banhadas pelo Solimões, Ju-ruá, Purus e Negro para fotografar os efeitos da seca na Amazônia. "Quero focar mais na vida que e-xiste na floresta depois de passar anos registrando áreas de destrui-ção no Pará e em Mato Grosso", diz ele, que clicou um barco enca-lhado em um grande banco de arei-a formado pela seca perto da cida-de de Tefé (AM).

MANAUS - O nível de água no Rio Soli-mões atingiu baixa recorde. Dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) para a estação de Tabatinga (AM), na entrada do rio no país, indicam que o Solimões registrou a marca de 86 cen-tímetros negativos nesta segunda-feira (11) na régua instalada no local. O nível é o menor observado na esta-ção desde 1982, quando começaram as medições. Em setembro, a taxa também bateu recorde histórico, com nível negativo de 32 cm. Antes disso, o nível mais baixo havia sido observa-do em 2005, quando a Amazônia en-

frentou fuma das piores secas de sua história. De acordo com o gerente de hidrologia do CPRM, Daniel Oliveira, o nível do Rio Solimões próximo a Tabatinga vol-tou a subir nesta terça-feira (12) e as réguas na estação estão em 70 cm ne-gativos nesta quinta-feira (14). "Os rios na margem direita do Soli-mões, como o Purus e o Javari, tam-bém são influenciados pela seca", diz ele. Segundo Oliveira, o Purus é o que apresenta nível mais baixo entre eles - o rio registrou a marca de 4,16 m nesta quinta-feira na estação de Boca do Acre (AM), 67 cm acima da mínima his-t ó r i c a , o b s e rv a d a e m 1 9 9 8 . histórica, de 13,64 cm, observada em 1963. RIO NEGRO As réguas do CPRM no Rio Negro perto de Manaus indicam nível de 15,31 cm nesta quinta-feira. A taxa está próxima da mínima histórica, de 13,64 cm, observada em 1963. "O nível de água no Negro continu-a baixando. A última vazante gran-de assim aconteceu em 2005, quando o nível chegou a 14,75 cm", diz Oliveira. De acordo com ele, a taxa detectada agora para o Rio Negro representa a 12ª maior vazante na série histórica da esta-ção de Manaus, feita desde 1902. Da redação

Utilidade pública

Idealizamos o projeto Terapeutas Virtuais, com a intenção de trabalhar única e exclusiva-mente com “Terapeutas Holísticos”, o que de-pois de uma analise mais aprofundada, verifi-cou-se que deixar-se-ia um grande numero de profissionais que trabalham com o objetivo e intuito de ajudar o próximo.

Pautado nesse pensamento que fora cria-do o “Terapeutas Virtuais”, onde podemos ter profissionais de todos os segmentos, de todas as profissões, tais quais Psicólogos, Consulto-res, Dentistas, Professores, Terapeutas Holísti-cos, Advogados, Engenheiros, Nutricionistas,

Biólogos, Jornalistas, enfim, toda uma gama de profissionais que por ventura, usam suas pro-fissões também para minimizar o sofrimento de alguns, com uma pa-lavra amiga, um conse-lho, um ensinamento, uma dica.

Faz-se necessário dizer que o Projeto Terapeutas Virtuais, está voltado para a ajuda ao próximo. Tantas e quantas vezes uma única palavra pode mudar toda uma trajetória, tal qual um vírgula muda todo um contexto.

Baseado no potencial de cada profissio-nal, muitas das coisas aqui abordadas irão de encontro ao que as pessoas precisam ouvir, saber, se informar e assim dar um norte às su-as vidas. O Objetivo geral é fazer com que quem procure os profissionais, seja atendido dentro do que é permitido. Que todos que aqui che-

guem tenham a atenção devida , o respeito que lhes é devido e a informação que precisem.

O objetivo específico será atingido de a-cordo com a procura e interação que cada um dos nossos profissionais terá em seus progra-mas, pois este será o termômetro de cada um.

Locais de emissão:

O Projeto “Terapeutas Virtuais” tem a-brangência ilimitada, pois temos profissionais de várias partes do Brasil, tais como Rio de Ja-neiro (RJ), Paraíba (PB), São Paulo (SP), Minas Gerais (MG), Goiânia (GO), Curitiba (PR), São Luis (MA), dentre outros mais.

Recentemente, juntou-se a nós o projeto social “Formiguinhas do Vale” que mantém o programa EDUCAR, semanalmente, todos os Sábados das 18;00 ás 20;00 horas.

Também destacamos em nossa progra-mação o programa“Raízes & Matrizes”, apre-sentado ás Sextas Feiras das 18;00 ás 20;00 horas, também de responsabilidade da OSCIP “Formiguinhas do Vale”.

http://www.terapeutasvirtuais.com.br

Margem do rio virou cidade

Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 10

História da Educação - Período Grego

Para anunciar > [email protected] > Ajude-nos nesta tarefa por um Mundo melhor.

Resumo: É o berço da civilização, tendo como seus principais representantes: Só-crates, Aristóteles e Platão; 1 - Tem como princípio o desenvolvimento individual do ser humano; 2 - Preparação para o desenvolvimento in-telectual da personalidade e a cidadania; 3 - Ideais pautados na liberdade política e moral e, no desenvolvimento intelectual. Neste período as crianças viviam a primeira in-fância em família, assistidas pelas mulheres e submetidas à autoridade do pai, que poderia reconhecê-las ou abandoná-las, que escolhia seu papel social e era seu tutor legal. A infância não era valorizada em toda a cultura antiga: era uma idade de passagem, ameaçada por doen-ças, incerta nos seus sucessos; sobre ela, por-tanto, se fazia um mínimo investimento afetivo. A criança crescia em casa, controlada pelo “medo do pai”, atemorizada por figuras míticas semelhantes às bruxas, gratificada com brin-quedos (bonecas) e entretida com jogos (bolas, aros, armas rudimentares), mas sempre era co-locada à margem da vida social. Ou então, era submetida à violência, a estupro, a trabalho, até a sacrifícios rituais. O menino – em toda a Anti-güidade e na Grécia também – era um “marginal” e como tal era violentado e explora-do sob vários aspectos, mesmo se gradual-mente – a partir dos sete anos, em geral – era inserido em instituições públicas e sociais que lhe concediam uma identidade e lhe indicavam uma função. A menina não recebia qualquer educação formal, mas aprendia os ofícios do-mésticos e os trabalhos manuais com a mãe. A educação grega era centrada na formação integral do indivíduo. Quando não existia a es-crita, a educação era ministrada pela própria família, conforme a tradição religiosa. A trans-missão da cultura grega se dava também, atra-vés das inúmeras atividades coletivas (festivais, banquetes, reuniões). A escola ainda permanecia elitizada, atendendo aos jovens de famílias tradicionais da antiga nobreza ou dos comerciantes enriquecidos. O ensino das letras e dos cálculos demorou um pouco mais para se difundir, já que nas escolas a formação era mais esportiva que intelectual. Esparta e Atenas: dois modelos educati-vos Esparta e Atenas deram vida a dois ideais de educação: um baseado no conformismo e no estatismo, outro na concepção, outro na con-cepção de Paidéia, de formação humana livre e

nutrida de experiências diversas, sociais, ali-mentaram durante séculos o debate pedagógi-co, sublinhando a riqueza e fecundidade ora de um, ora de outro modelo. Foi o mítico Licurgo quem ditou as regras políticas de Esparta e delineou seu sistema e-ducativo, conforme o testemunho de Plutarco. As crianças do sexo masculino, a partir dos sete anos, eram retiradas da família e inseridas em escolas-ginásios onde recebiam, até os 16 anos, uma formação de tipo militar, que devia favorecer a aquisição da força e da coragem. O cidadão-guerreiro é formado pelo adestramento no uso das armas, reunido em equipes sob o controle de jovens guerreiros e, depois, de um superintendente geral (paidonomos). Levava-se uma vida comum, favoreciam-se os vínculos de amizade, valorizava-se em particular a obediên-cia. Quanto à cultura – ler, escrever -, pouco espaço era dado a ela na formação do esparta-no – “o estritamente necessário”, diz Plutarco -, embora fizessem aprender de memória Homero e Hesíodo ou o poeta Tirteo. Já em Atenas, após a adoção do alfabeto iô-nico, totalmente fonético, que se tornou co-mum a toda Grécia, teve um esplêndido flores-cimento em todos os campos: da poesia ao tea-tro, da história à filosofia. No século V, Atenas exercia um influxo sobre toda a Grécia: tinha necessidade de uma burocracia culta, que co-nhecesse a escrita. Esta se difundiu a todo o povo e os cidadãos livres adquiriram o hábito de dedicar-se à oratória, à filosofia, à literatura, desprezando o trabalho manual e comercial. Todo o povo escrevia como atesta a prática do ostracismo. Afirmou-se um ideal de formação mais culto e civil, ligado à eloqüência e à bele-za, desinteressado e universal, capaz de atingir os aspectos mais próprios e profundos da hu-manidade de cada indivíduo e destinado a edu-car justamente este aspecto de humanidade, que em particular a filosofia e as letras conse-guem nele fazer emergir e amadurecer. Assim, a educação assumia em Atenas um papel-chave e complexo, tornava-se matéria de deba-te, tendia a universalizar-se, superando os limi-tes da polis. Numa primeira etapa, a educação era dada aos rapazes que freqüentavam a esco-la e a palestra, onde eram instruídos através da leitura, da escrita, da música e da educação fí-sica, sob a direção de três instrutores: o gram-matistes (mestre), o kitharistes (professor de música), o paidotribes (professor de gramáti-ca). O rapaz era depois acompanhado por um escravo que o controlava e guiava: o paidago-gos. Depois de aprender o alfabeto e a escrita, usando tabuinhas de madeira cobertas de cera, liam-se versos ricos de ensinamentos, narrati-vas, discursos, elogios de homens famosos, depois os poetas líricos”que eram cantados. O cuidado com o corpo era muito valorizado, para torná-lo sadio, forte e belo, realizado no gymna-sia. Aos 18 anos, o jovem era “efebo” *no auge da adolescência), inscrevia-se no próprio demo (ou circunscrição), com uma cerimônia entrava na vida de cidadão e depois prestava serviço

militar por dois anos. A particularidade da educação ateniense é indicada pela idéia harmônica de formação que inspira ao processo educativo e o lugar que nela ocupa a cultura literária e musical, despro-vida de valor prático, mas de grande importân-cia espiritual, ligada ao crescimento da perso-nalidade e humanidade do jovem.

Paidéia: o seu nascimento

A partir do século V a. C., exige-se algo mais da educação. Para além de formar o homem, a e-ducação deve ainda formar o cidadão. A antiga educação, baseada na ginástica, na música e na gramática deixa de ser suficiente. Surge então o modelo ideal de educação gre-ga, que aparece como Paidéia*, que tem como objetivo geral construir o homem como homem e cidadão. Platão define Paidéia da seguinte maneira “(...) a essência de toda a verdadeira educação ou Paidéia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão per-feito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento”. A noção de Paidéia se afirma de modo orgâ-nico e independente na época dos sofistas e de Sócrates e assinala a passagem explícita – da educação para a Pedagogia, de uma dimensão teórica, que se delineia segundo as característi-cas universais e necessárias da filosofia. Nasce a Pedagogia como saber autônomo, sistemáti-co, rigoroso; nasce o pensamento da educação como episteme*, e não mais como éthos* e co-mo práxis* apenas. * Paidéia: nas suas origens e na sua acepção comum, indica o tipo de formação da criança (pais), mais idô-neo a fazê-lo crescer e tornar-se homem, assume pou-co a pouco nos filósofos o significado de formação, de perfeição espiritual, ou seja, de formação do homem no seu mais alto valor. Portanto, podemos dizer que a Paidéia, entendida ao modo grego, é a formação da perfeição humana.

* Episteme: conhecimento verdadeiro, de natureza científica, em oposição à opinião infundada ou irre-fletida.

* Éthos: conjunto dos costumes e hábitos fundamen-tais, no âmbito do comportamento e da cultura, ca-racterísticos de uma determinada época ou região.

TODOS PELA EDUCAÇÃO

A Gazeta Valeparaibana, um veículo da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevan-tes, com a finalidade de abrir discussões e re-flexões dentro das salas de aulas, tais como: educação, cultura, tradições, história, meio ambiente e sustentabilidade, responsabilidade social e ambiental, além da transmissão de conhecimento. Assim, publica algumas matérias seleciona-das de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conhecimento adquirido e, que nessa multipli-cação, no que tange a Cultura e Sustentabili-dade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhe-cedora de suas responsabilidades sociais. No entanto, todas as matérias e imagens se-rão creditadas a seus editores, desde que ad-judiquem seus nomes nas matérias publica-das. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato.

[email protected]

Portal: Só Educação

Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 11

O mundo está precisando de mais ações concretas e de menos discursos !!! - Façamos mais e falemos menos...

Turismo - Praia Tambada

Conta a lenda que uma bela índia de nome Tambaba que morava na região, apaixonou-se por um guerreiro de outra tribo. O pai de Tam-baba, cacique de sua tribo, não permitiu o ca-samento dos dois. Tambaba desesperada com o seu destino começou a chorar e suas lágri-mas inundaram as terras secas e se transfor-maram primeiro num lago e posteriormente u-ma praia, cujas ondas suaves vinham de seu soluçar. Enternecida com o milagre que se via, suplicou ao deus sol e à deusa lua que eterni-zassem aquele lugar como templo do amor e da vida. Suas preces foram prontamente aten-didas.

Tambaba é um presente divino com suas á-guas cristalinas e mornas, um convite perma-nente aos banhos em suas piscinas natu-rais.Suas areias brancas com trechos polvilha-dos de conchas marinhas a qual permitem aos naturistas usufruí-las em longas caminhadas ou simplesmente deitar-se sobre elas e sentir a integração total com a natureza. Sua Topografia é intimista, tal qual seu signifi-cado; como concha, abraça, guarda, protege carinhosamente os naturistas através de suas falésias multicoloridas e pedras negras impo-nentes, não dando a cesso a intrusos e a visi-tantes indesejáveis. O céu de um azul infinito, as noites quentes estreladas na maior parte do ano, propiciam total aproveitamento do tempo dos que visitam Tambaba. Suas pedras negras (que emergem das águas instigam cada olhar a descobrir no-vas imagens, novas percepções, bem como imaginar como era o lugar há séculos atrás. Sua vegetação é bem diversificada, incluindo resquícios de mata atlântica, vegetação ciliar, flores tropicais e muitos coqueiros, cujo balan-çar ao vento de suas palhas, nos transmite

sossego, paz, poesia pura misturada ao canto suave dos pássaros. A topografia do lugar, ímpar, criou mirantes lindíssimos que nos permitem observar toda natureza exuberante do lugar, além de permitir

em sua costa, boas caminhadas a beira mar. Se preferir, há também trilhas ecológicas pela mata que nos permitem apreciar a vista do alto das falésias multicoloridas.

Dicas de turismo com saúde. Da redação

Um jardim em sua casa Como plantar mu-

das saudáveis

Cuidados nos primeiros dias garantem vida longa às

plantas do jardim.

Mudas frágeis podem se tor-nar árvores de grande porte se alguns cuidados e orien-tações forem seguidos na

hora de plantar. Escolher a muda e o torrão cer-tos, por exemplo, pode ser a chave para o su-cesso.

Ao comprar a muda, é necessário observar o aspecto das folhas e a qualidade do torrão. Segundo a engenheira agrônoma do Ibrap (Instituto Brasileiro de Paisagismo), Aline Fini, o primeiro ponto a ser observado na hora da compra da muda são as folhas, que devem es-tar saudáveis, sem manchas, pragas ou doen-ças. “Outro fator importante é a qualidade do torrão, que deve estar íntegro”, diz a engenhei-ra.

Além de observar o torrão, é preciso conferir o estado das raízes. “Elas não devem estar eno-veladas, ou seja, emaranhadas como em um novelo de lã”, alerta Vanderlei Rodinsky, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O especialista também lembra que a embalagem que reveste a muda deve estar em bom estado, indicando que a planta não so-freu choques ou agressões.

Ainda na hora de escolher a muda, é importan-te ficar atento ao tamanho e idade da planta. “Quando a muda sai do viveiro ainda muito no-vinha, sem ter atingido seu tamanho ideal para plantio, ela pode não resistir”, explica o profes-sor de jardinagem do SENAC-RJ, Cláudio Tei-xeira. De acordo com ele, espécies arbóreas, por exemplo, são plantadas com, em média, 1,80 m, mas o tamanho ideal varia de acordo com a espécie.

Atenção às medidas Eleita uma muda saudável é hora de prestar atenção aos detalhes do plantio. Buscar um local em que a iluminação seja adequada ao

tipo de espécie é apenas um dos cuidados nes-sa etapa. O professor Cláudio Teixeira recomenda uma rápida pesquisa sobre o tamanho adulto da es-pécie em questão. “O mínimo de espaço que deve ser dado entre uma muda e outra na hora do plantio é o tamanho da copa da espécie”, indica o professor. “Isso evita que uma planta interfira no crescimento da outra”, completa. Dependendo da espécie, esse espaço poderá ser de apenas 20 cm - no caso de plantas ras-teiras – chegando a metros de distância, quan-do se pensa em árvores de grande porte.

Outro dado importante a ser levado em consi-deração é a distância entre a planta e constru-ções. Para evitar danos futuros às edificações é aconselhável que as mudas sejam plantadas com, no mínimo, 5 metros de distância de mu-ros, casas e prédios.

Cuidados na hora do plantio Após definir o local ideal para a mudinha, é ne-cessário retirar o torrão da embalagem que a reveste para dar início ao plantio. Ao abrir a co-va, ou seja, o buraco que irá receber a muda, observe o tamanho ideal para acomodá-la. “O tamanho da cova deve ser definido em função do tamanho do torrão. Deve haver uma folga de 5 cm entre o torrão e a terra lateral, e pelo me-nos uns 10 cm de profundidade além do tama-nho do torrão”, ensina Cláudio Teixeira.

É nesse espaço de 10 cm que o adubo, orgâni-co ou industrial deve ser colocado. Porém, ele não deve entrar em contato direto com a raiz da planta, pois pode queimá-la. Para evitar isso, o professor de jardinagem ensina um truque: ao retirar a terra para abrir a cova, separe a meta-de de cima da terra. Coloque o adubo no fundo do buraco, seguido por uma camada dessa pri-meira metade de terra e, depois, coloque o tor-rão, de forma que ele fique nivelado com o so-lo.

“A terra de cima é melhor, pois é ela que rece-be todo o material orgânico, além do ar entrar com mais facilidade”, explica Teixeira. Além disso, Aline Fini, do Ibrap, lembra que a rega logo após o plantio é imprescindível.

Garantindo a saúde da muda O ideal é irrigar a muda todos os dias, por duas a três semanas. Com o plantio adequado, as chances da muda sobreviver são grandes, mas não eliminam os cuidados posteriores. A rega diária, por exem-plo, é fundamental para a adaptação da planta. “É necessário irrigar todos os dias, por duas a três semanas, dependendo da espécie e das condições ambientais. Outro cuidado é monito-rar o possível ataque por pragas e formigas”, recomenda Aline Fini.

Uma dica importante para evitar quebras e ma-chucados no caule da planta é a implantação de um tutor, ou seja, uma vara de bambu ou madeira que deve ser fincada ao lado da planta e amarrada à muda. Ele dará sustentação e não deixará a muda se partir, no caso de uma ven-tania, por exemplo. Na hora de amarrar a planta ao tutor com um barbante ou fita, cuidado para não apertar demais o caule: não se esqueça que o crescimento do vegetal ocorre também na largura.

Logo nos primeiros dias de transição, a planta pode dar alguns sinais de que está sentindo a mudança para o solo. Folhas amareladas ou mesmo a queda de algumas delas é comum nessa fase. “É um sistema de defesa”, explica o professor Cláudio Teixeira. “Ela perde essas folhas para diminuir seu gasto de energia com a transpiração, pois ela ainda não está absor-vendo todos os nutrientes e água necessários”, diz. Por isso, Teixeira recomenda que, ao ver que uma folha está murcha e prestes a cair, au-xilie a planta, retirando essa folha, para poupar energia, além de garantir a adubação periódica. Caso a muda tenha sido plantada em um vaso, Vanderlei Rodinsky, do Jardim Botâ-nico do Rio de Janeiro, indica a troca de vaso a cada dois anos, sempre para um maior. “Mas, vai chegar a hora em que essa planta deverá ir para um local definitivo ou ela vai morrer”, alerta Rodinsky.

Fonte: Portal IG

Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 13

Na Edição de Novembro abordaremos detalhadamente o Estado Brasileiro da BAHIA

Educação

A sala de estar como sala de aula

Educação domiciliar é admitida em alguns países, mas no Brasil a discussão está apenas come-

çando.

Você educaria seu filho em casa?

Em alguns países acima da linha do Equador, entre as diversas razões para se tirar o filho da escola estão convicções religiosas, o temor da vio-lência no ambiente ou até mesmo a crença de que o professor não está preparado para educar as crianças de acordo com o que os pais têm co-mo ideal. Embora não pareçam justifi-cativas palpáveis aos brasileiros, em países como Canadá e Inglaterra es-tas razões podem ser consideradas pela família em conjunto com o Esta-do e a educação domiciliar – ou “homeschooling” – se torna uma op-ção válida. Mas optar por este mode-lo educacional no Brasil, porém, é outra história. Em 2008, a Câmara recebeu um pro-jeto para modificar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A proposta é que ela passasse a admi-tir a modalidade de educação domici-liar, em que a educação das crianças seria ministrada por membros da fa-mília ou guardiões legais, e serviços de uma escola institucional seriam utilizados como base anual para ava-liação do progresso educacional. Ain-da em análise, a alternativa não con-vence a relatora e Deputada Federal pelo Tocantins, Nilmar Ruiz. “Se a justificativa para a educação domicili-ar é a falta de qualidade do modelo de educação atual, nós brasileiros temos que trabalhar e exigir uma e-ducação de qualidade, e não buscar outra saída para compensar”, acredi-ta a deputada. Mas para Luiz Algarra, consultor or-ganizacional em processos de apren-dizado informal, o buraco é mais em-baixo. “Cada vez mais vemos que as instituições de ensino não preparam o jovem para a nossa realidade”, afir-ma. De acordo com ele, incluir a edu-cação domiciliar como um recurso legalmente válido é uma evolução dos métodos educacionais. “O apren-dizado na convivência é a base de todo o aprendizado, e não precisa ocorrer especificamente dentro dos espaços escolares, que na maioria

das vezes visa preparar os jovens principalmente para a competição do vestibular, que determina toda a polí-tica do ensino fundamental e médio”, diz ele. Todos os livros para dentro de casa Para Luiz Carlos Faria da Silva, pro-fessor adjunto da Universidade Esta-dual de Maringá, os problemas que envolvem o ensino escolar não pa-ram por aí. Adepto da educação do-miciliar, ele já matriculou os filhos, Lucas e Júlia, hoje com 12 e 10 anos respectivamente, em duas escolas, mas nenhuma lhe agradou. Como havia educado os filhos em casa até eles completarem sete anos, Faria da Silva afirma que as instituições de ensino acabavam por desfazer o que havia sido feito dentro de casa. “Aqui no Brasil a escola não ensina mais a ler, escrever e contar. A ação escolar se tornou muito ineficaz e a hegemo-nia da concepção construtivista no Brasil é em grande parte responsável por isso”, critica. Descontente com os modelos educa-cionais oferecidos atualmente, Faria da Silva ainda acredita que permitir o convívio dos filhos na escola torna muito difícil manter o controle da for-mação moral que prefere que eles tenham. “O mundo está girando muito rápido atualmente e isso cria uma modificação na estrutura moral que precipita a infelicidade e torna as pes-soas mais insensíveis, dificultando a auto-reflexão do homem e da famí-lia”, afirma. Católico e devoto da família, Faria da Silva admite que, se as coisas conti-nuarem como estão, em breve ele e sua esposa representarão uma parte muito pequena da sociedade. “Nas escolas de hoje tudo é permitido. Não posso deixar que ensinem um mini-malismo moral aos meus filhos”, afir-ma. E realmente ele não o permite. Após ser intimado pela primeira vez pelo Conselho Tutelar a colocar os filhos novamente na escola depois de tê-los tirado de uma escola particular, Faria levou-os para uma escola públi-ca. “Mas foi um caos e eles ficaram lá por apenas duas semanas; aí resolvi enfrentar o Ministério Público”. “Hoje o mundo e os costumes se transformam rapidamente, e as crian-ças são jogadas num turbilhão de in-formações em que a referência é não ter referência. E se os professores da escola pública não têm força para agir diante da vontade dos alunos,

então a coisa é muito grave”, declara o professor. Com sua argumentação, Faria da Silva conquistou o direito de educar os filhos em casa com monito-ramento e aplicação de provas reali-zadas por uma autoridade educacio-nal de tempos em tempos. “A educa-ção domiciliar no Brasil não está re-gulamentada, mas também não está especificamente proibida, se for com-provada”, diz. Comprometimento social e familiar Para o professor Carlos Simões Arte-xes, diretor de Concepções e Orien-tações Curriculares para a Educação Básica do Ministério da Educação, a iniciativa de apoio à Educação Domi-ciliar, a princípio, é mais maléfica do que benéfica: “Em nome da liberda-de, o MEC compreende a proposta, mas dentro da política pública ela traz consequências secundárias”. De a-cordo com ele, o Brasil usou a obriga-toriedade de matricular as crianças e adolescentes no Ensino Básico como estratégia no direito à escolarização, o que torna o ensino domiciliar uma contraposição a essa tendência de comprometimento social. “A educação domiciliar não fortalece a ideia da educação como direito de todos e configura interesses individu-ais. O modelo educacional das esco-las de hoje é a forma de democratizar o conhecimento”, diz Artexes. En-quanto as desigualdades educacio-nais ainda estão sendo revertidas e o Brasil luta pela valorização da garan-tia educacional, monitorar a respon-sabilidade dos pais em relação à edu-cação dos filhos tornaria tudo ainda mais difícil. De acordo com Edimara de Lima, di-retora pedagógica da Prima Escola Montessori, de São Paulo, nos países em que o ensino domiciliar é permiti-do, há um cuidado muito grande com a fiscalização e cobrança das famílias adeptas, independentemente dos mo-tivos daquela família para optar pelo ensino em casa. “Existem situações em que a educação domiciliar é reco-mendada, como, por exemplo, quan-do a família vai morar em um país estrangeiro que não atende às neces-sidades educacionais da criança, ou quando princípios de uma cidade ou região não batem com os de nenhu-ma escola”, explica. Mesmo com estas justificativas, Lima afirma que o primeiro grande drama deste estilo educacional é a questão da socialização. “A criança perde a vivência da vida escolar, que é rica e interessante”, afirma a educadora. Com regras distintas das existentes

no ambiente familiar e autoridades diferentes das dos pais, a convivên-cia com pessoas diferentes no ambi-ente escolar é algo que a educação domiciliar não irá suprir. “Discutir com o colega que tem uma opinião dife-rente da sua, por exemplo, é um tipo de situação que só ocorrerá dentro da escola”, exemplifica Lima. Me empresta o lápis? Para a também diretora pedagógica Anete Hecht, do Colégio I. L. Peretz, em São Paulo, a escola permite um convívio com colegas de classe que é diferente do convívio com os vizi-nhos, por exemplo – argumento usa-do pelos adeptos da educação domi-ciliar como suficiente para a socializa-ção dos filhos. “Na escola, por exem-plo, existem trabalhos em grupos, o aprendizado de respeitar as regras de convivência, viver em um mundo que não é isolado aprendendo com o modelo do outro, do par. Mas isso se manifesta na hora de aprender. Na hora de brincar, é diferente”, explica a especialista. Em sala de aula as crianças e ado-lescentes tiram dúvidas uns dos ou-tros e cada um acrescenta um conhe-cimento a mais para o outro, coisa que, para Hecht, dificilmente aconte-ceria na educação domiciliar: conhe-cer o mundo em par com o outro, com o grupo que está no mesmo mo-mento de desenvolvimento que a cri-ança. Já para Lima, esta questão vai mais além: “Uma criança educada em casa pode ter todo o conteúdo para passar no vestibular, se este for o objetivo dos pais ao optar pela edu-cação domiciliar. Mas existe a possi-bilidade do jovem que foi educado assim ter dificuldades para conviver na universidade, onde ele viverá em um espaço em que ele não é o cen-tro, por exemplo”. Para Luiz Algarra, é muito difícil com-parar o modelo de Educação Domici-liar com o modelo formal e os benefí-cios ou malefícios de cada uma de-pendem da meta a que se propõem. “Na educação domiciliar, se a meta é fazer com que a criança passe no vestibular, este será o resultado. Se a meta é a criança ter condi-ções de viver bem em sociedade e desempenhar uma profissão, este também será o resultado”, acredita o especialista. Defensores da educa-ção domiciliar apontam que, no caso do modelo formal, na maioria das ve-zes a meta é a competição – e é aí que mora a contrapartida da sociali-zação.

CONTINUA NA PÁGINA 15

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Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 12

NA PRÓXIMA EDIÇÃO IREMOS ABORDAR em História da Educação“O Período Romano “ - EDUCAÇÃO

O Social e nós Resolvemos publicar este arti-go, como reflexão para nossos

ouvintes, sob os textos elabora-dos, nos programas Raízes & Matrizes e EDUCAR que foram ao ar nos últimos dias do mês

de Outubro deste ano, pela rádio web

< www.terapeutasvirtuais.com.br > ----------------------------------

Nos dias de hoje, muito se fala em sustentabilidade Social em violên-cia e se procuram soluções com

vista a uma sociedade mais justa e de paz.

No entanto, geralmente vimos o social nos outros e raramente nos perguntamos ou questionamos so-

bre a nossa função social.

"Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível" Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da"invisibilidade pública". Ele com-provou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posi-cionado sob esse critério, vira me-ra sombra social. O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e traba-lhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da mai-oria, os trabalhadores braçais são "seres invisíveis,sem nome".

Em sua tese de mestrado, pela

USP, conseguiu comprovar a exis-tência da "invisibilidade pública", ou seja, uma percepção humana

totalmente prejudicada e condicio-nada à divisão social do trabalho,

onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.

Braga trabalhava apenas meio perí-odo como gari, não recebia o salá-rio de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida: "Descobri que um simples bom dia, que nun-ca recebi como gari, pode signifi-car um sopro de vida, um sinal da própria existência", explica o pes-quisador.

O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não

como um ser humano. “Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, es-barravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão", diz. Apesar do castigo do sol forte, do trabalho pesado e das humilhações diárias, segundo o psicólogo, são acolhedores com quem os enxer-ga.. E encontram no silêncio a de-fesa contra quem os ignora. Como é que você teve essa idéia?

Fernando Braga da Costa - Meu ori-entador desde a graduação, o pro-fessor José Moura Gonçalves Fi-lho, sugeriu aos alunos, como uma das provas de avaliação, que a gente se engajasse numa tarefa proletária. Uma forma de atividade profissional que não exigisse quali-ficação técnica nem acadêmica. Então, basicamente, profissões das classes pobres. Com que objetivo? A função do meu mestrado era compreender e analisar a condição de trabalho deles (os garis), e a maneira como eles estão inseridos na cena pública. Ou seja, estudar a condição moral e psicológica a qual eles estão sujeitos dentro da sociedade. Outro nível de investi-gação, que vai ser priorizado agora no doutorado, é analisar e verificar as barreiras e as aberturas que se operam no encontro do psicólo-go social com os garis. Que barreiras são essas, que aber-turas são essas, e como se dá a aproximação? Quando você começou a trabalhar, os garis notaram que se tratava de um estudante fazendo pesquisa? Eu vesti um uniforme que era todo vermelho, boné, camisa e tal. Che-gando lá eu tinha a expectativa de me apresentar como novo funcio-nário, recém-contratado pela USP pra varrer rua com eles. Mas, os garis sacaram logo, entretanto na-da me disseram. Existe uma coisa típica dos garis: são pessoas vin-das do Nordeste, negros ou mula-tos em geral. Eu sou “branquelo”, mas isso talvez não seja o diferen-cial, porque muitos garis ali são brancos também. Você tem uma série de fatores que são ainda mais determinantes, como a maneira de falarmos, o modo de a gente olhar ou de posicionar o nosso corpo, a maneira como gesticulamos. Os garis conseguem definir essa diferenças com algumas frases que são simplesmente formidáveis. Dê um exemplo? Nós estávamos varrendo e, em de-terminado momento, comecei a pa-pear com um dos garis. De repente, ele viu um sujeito de 35 ou 40 anos de idade, subindo a rua a pé, muito bem arrumado com uma pastinha de couro na mão. O sujeito passou pela gente e não nos cumprimen-tou, o que é comum nessas situações. O gari, sem se referir claramente ao homem que acabara de passar, virou-se pra mim e co-meçou a falar: "É Fernando, quan-do o sujeito vem andando você lo-go sabe se o cabra é do dinheiro ou não. Porque peão anda macio, quase não faz barulho. Já o pesso-al da outra classe você só ouve o toc-toc dos passos. E quando a gente está esperando o trem logo percebe também: o peão fica todo encolhidinho olhando pra baixo. Eles não. Ficam com olhar só por cima de

toda a “peãozada”, segurando a pastinha na mão." Quanto tempo depois eles falaram sobre essa percepção de que você era diferente? Isso não precisou nem ser comen-tado, porque os fatos no primeiro dia de trabalho já deixaram muito claro que eles sabiam que eu não era um gari. Fui tratado de uma forma comple-tamente diferente. Os garis são carregados na caçamba da cami-nhonete junto com as ferramentas. É como se eles fossem ferramen-tas também. Eles não deixaram eu viajar na caçamba, quiseram que eu fosse na cabine. Tive de insistir muito para poder viajar com eles na caçamba. Chegando no lugar de trabalho, continuaram me tratando diferente. As vassouras eram todas muito velhas. A única vassoura no-va já estava reservada para mim. Não me deixaram usar a pá e a en-xada, porque era um serviço mais pesado. Eles fizeram questão de que eu trabalhasse só com a vas-soura e, mesmo assim, num lugar mais limpinho, e isso tudo foi dan-do a dimensão de que os garis sa-biam que eu não tinha a mesma origem socioeconômica deles. Quer dizer que eles se diminuíram com a sua presença? Não foi uma questão de se menos-prezar, mas sim de me proteger. Eles testaram você? No primeiro dia de trabalho para-mos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma platafor-ma de concreto. Só que não tinha caneca.. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com e-les. Os garis mal conversavam co-migo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem pri-meiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigeran-te de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem bara-ta, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca impro-visada, parece que todo mundo pa-rou para assistir à cena, como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansie-dade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar. "Essa experiência me deixou cura-do da minha doença burguesa" O que você sentiu na pele, traba-lhando como gari? Uma vez, um dos garis me convi-dou pra almoçar no bandejão cen-

tral. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na bi-blioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar não senti o gosto da comida voltei para o tra-balho atordoado. E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou? Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando tam-bém a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão. E quando você volta para casa, pa-ra seu mundo real? Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicosso-cial, não se esquece jamais. Acre-dito que essa experiência me dei-xou curado da minha doença bur-guesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Fa-ço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma coisa.

TODOS PELA EDUCAÇÃO ----------------------------

A Gazeta Valeparaibana, um veículo da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos, so-mente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de aulas, tais como: educação, cultura, tradi-ções, história, meio ambiente e sus-tentabilidade, responsabilidade social e ambiental, além da transmissão de conhecimento. Assim, publica algu-mas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conhecimento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos de-vemos nos unir, na busca de uma so-ciedade mais justa, solidária e conhe-cedora de suas responsabilidades sociais. No entanto, todas as matérias e ima-gens serão creditadas a seus edito-res, desde que adjudiquem seus no-mes nas matérias publicadas. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato.

[email protected]

“ À medida que a expectativa de vida do Brasileiro cresce, especialistas debatem se as metrópoles brasileiras estão preparadas para o desafio de acolher de forma autônoma e sustentável os cidadãos da terceira idade”

Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 14

Juntos e na mesma direção

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Culturas e Tradições Populares

C & C Casa e Construção - Uma empresa comprometida com o social, meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.

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EDUCAR * Uma Janela para o mundo - SaciArte - Arte&Sobra - Reciclagem - Teatro - Viveiro Escola Planta Brasil

Não existe País que se queira grande, sem que invista em boa educação , para seu povo.

www.downbrasil.org “Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, isso é realidade.”

O Projeto Social “Formiguinhas do Vale” mantém na rádio web dois programas de divulgação de seus projetos, a saber:

EDUCAR - Uma janela para o mundo. Neste programa abordados as questões sociais mais importantes, tais como Educação, Sustentabilidade Social, Meio Ambiente e Culturas.

No ar todos os Sábados das 18;00 ás 20;00 horas > acesse: www.terapeutasvirtuais.com.br

RAÍZES & MATRIZES. Este programa é dedicado á Comunidade Lusófona Internacional e nele aborda-mos a Cultura, Turismo e História de cada país e cidade, além de servir como um prestador de serviços e de apoio a todo o cidadão das Comunidades Lusófonas em dificuldades, quer seja de Documentação ou outra dificuldade pontual.

Vai ao ar todas as Sextas-Feiras das 18;00 ás 20;00 horas. Acesse: www.terapeutasvirtuais.com.br

SOU UM PROFESSOR QUE PENSA...

Pensa em sair correndo toda vez que é convocado para uma reuni-ão, que certamente o responsabili-zará mais uma vez, pelo insucesso do aluno. SOU UM PROFESSOR QUE LUTA... Luta dentro da sala de aula, com os alunos, para que eles não se

matem uns aos outros. Que luta contra seus próprios princípios de educação, ética e moral. SOU UM PROFESSOR QUE COMPREENDE...

Compreende que não vale a pena lutar contra as regras do sistema, ele é sempre o lado mais forte. SOU UM PROFESSOR QUE CRITICA... Critica a si mesmo por estar fazendo o papel de vários outros profis-sionais como: psicólogo, médico, assistente social, mas não conse-

gue fazer o próprio papel que é o de ensinar. SOU UM PROFESSOR que tem esperança, E espera que a qualquer momento chegue um "estranho" que nunca entrou em uma sala de aula, impondo o modo de ensinar e avaliar. SOU UM PROFESSOR QUE SONHA... SONHA COM UM ALUNO INTERESSADO, SONHA COM PAIS RESPONSÁVEIS, SONHA COM UM SALÁRIO MELHOR, UM MUNDO MELHOR. ENFIM, SOU UM PROFESSOR QUE REPRESENTA... Representa a classe mais desprestigiada e discriminada, e que é in-centivada a trabalhar só pelo amor à profissão.

Representa um palhaço para os alunos. Representa o fantoche nas mãos do sistema concordando com as falsas metodologias de ensino. E esse professor, que não sou eu mesmo, mas uma outra pessoa, representa tão bem, que só não trabalha como ator, porque já é PRO-FESSOR e não dá para conciliar as duas coisas.

Novembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 15

Educação ( continuação )

De acordo com Faria da Silva, intera-ção social não é problema para seus filhos enquanto existe espaço de brincadeiras no prédio, convivência social na igreja e até mesmo na rua, com monitoramento dos pais. “Por volta dos 15 anos, quando eles terão vínculos sociais sem uma supervisão tão intensa pela parte do pai e da mãe, é que pretendo colocá-los no ensino formal. A partir deste momen-to, ele ganha outra dimensão”, diz o professor. À medida em que seus filhos forem se tornando mais autôno-mos, Faria da Silva planeja inseri-los em uma convivência social maior, sem a supervisão parental. “Além do mais, eles precisarão se preparar pa-

ra o nível superior num patamar de especialização que nós, eu e minha mulher, não podemos oferecer”, ob-serva.

De olho na fechadura

De acordo com a deputada Nilmar Ruiz, o modelo adotado pelo Estado é a educação como obrigação do Es-tado e participação da família, já que a escola não trata somente da educa-ção cognitiva, mas também social e emocional. Para a diretora pedagógi-ca Edimara de Lima, no entanto, a lei não deveria fechar as portas para a educação domiciliar, nem tampouco escancará-las. “Não acredito que so-mente pedagogos podem dar aulas.

Meus receios quanto em relação à educação domiciliar, além da questão social, seria de que isso poderia sa-tisfazer necessidades não-saudáveis de algumas famílias, como aquelas que são essencialmente discriminató-rias”, revela.

Segundo ela, há um risco que se cor-re no caso da educação domiciliar ser devidamente admitida e legaliza-da no Brasil: famílias que se isolarão e exercerão demasiado controle so-bre os filhos.

Enquanto nas cidades pequenas há uma vida comunitária muito forte, nos grandes centros esta vida social é menos densa, e o perigo moraria

principalmente aí – na falta de conví-vio com aquilo que é diferente, o que forma e estimula o conceito da tole-rância. Já para Algarra, a união dos Ministérios do Trabalho e da Educa-ção para certificar o trabalhador sem diploma que já exerce uma função específica já é um passo a mais para a valorização do aprendizado infor-mal. “Nossos jovens já estão se tor-nando aprendizes em espaços que hoje não são vistos pelo Estado.

Fechar os olhos para isso significaria abandonar conteúdos importantes para capacitá-los”, afirma.

Da redação

Educar: propiciando oportunidades e orientando novos cidadãos

Comunicando-se Comunicação é uma arte que

precisa de atenção.

Comunicação é uma arte e, como toda arte, possui segredos e técni-cas. Estudando o poder da lingua-gem, a gente sabe que existem técni-cas que podem ser facilitadoras para uma boa narrativa. É preciso convi-dar o ouvinte para ouvir. É preciso instigar a imaginação do ouvinte, tentando despertar o interes-se dele pelo conteúdo da mensagem.

O narrador precisa conhecer o públi-co que vai ouvir sua narrativa ou sua conversa para oferecer uma mensa-gem que faça sentido para o ouvinte. Não é fácil, pois para ouvir uma boa narrativa é preciso concentração e o narrador precisa ter propriedade do que está falando, conhecer as infor-mações que estão nas entrelinhas do assunto narrado. A narrativa deve fazer parte do nar-

rador até o momento em que ele não fala mais, mas canta.

A mensagem flui de uma forma can-tada, harmonizada, tocando o cora-ção da sua audiência. É nesse mo-mento que percebemos a sabedoria do contador, ao definir qual a mensa-gem que ele deseja transmitir para um público específico, naquele mo-mento da narração. Na comunicação a interação entre o

locutor e o público tem que ser estrei-ta e colaborativa. Não se pode deixar que o programa caminhe para o mo-nólogo. O monólogo cansa, o monó-logo afasta. Como em comunicação o que conta é o numero e a qualidade dos ouvin-tes, na rádio não é diferente; um bom programa atrai bons patrocinadores, enquanto que um mau programa ten-de a acabar onde começou. Para uma emissora, não é interes-sante a ocupação de espaços so-mente para ocupar intervalos de pro-gramação. Neste caso, o Editor deve optar por programas musicais e com pouco papo. Usualmente costuma-se construir este tipo de programa. No entanto, não aconselhamos esta for-ma de apresentação já que o ouvinte não é identificado em rádio o que i-dentifica ouvinte é a voz e não o no-me.

Na web, o sonho de muitos tem feito prosperar as chamadas rádios web, ou seja, a web rádio. No entanto, muito poucas têm tido uma vida lon-ga, precisamente porque não têm Editores ou não dispõem de profissio-nais habilitados ou suficientemente profissionais para ocupar o seu espa-ço livre nas 24 horas do dia. Rádio não pode ficar ociosa. Rádio ociosa cede gratuitamente o espaço para outras rádios e, cada vez que o ouvinte acessa a radio e ela está in-disponível (fora do ar) ele sente a fra-gilidade e, geralmente deixa de pro-curar esse link. O que se vê muito são rádiosweb tipo familiares, ou seja, onde um determinado grupo se reúne para brincar de rádio. Comunicação é muito mais

que isso. Filipe de Sousa

Comunicando-se

Desigualdade diminui no País, mas em ritmo lento,

mostra IBGE

Entre 1996 e 2006 PIB per capi-ta cresceu 11,2% enquanto o in-dicador que mede as diferenças

sociais recuou 7,1%

A recuperação do mercado de traba-lho aliada ao crescimento do rendi-mento médio da população contribuí-ram para reduzir, ainda que de forma lenta, as desigualdades na distribui-ção de renda no País, segundo da-dos compilados pelo Instituto Brasilei-

ro de Geografia e Estatística (IBGE) para a elaboração do relatório Indica-dores de Desenvolvimento Sustentá-vel (IDS) divulgado nesta quarta-feira.

Segundo o IBGE, a taxa de desigual-dade social apresentou nos últimos anos uma tendência de redução, a-pesar de ainda ser considerada ele-vada. Um dos indicadores utilizados pelo instituto para medir as diferen-ças sociais é o Índice de Gini, que varia de 0, situação de perfeita igual-dade a 1, situação de desigualdade máxima. No Brasil, o indicador foi de 0,531 em 2008, apesar do cresci-mento da economia. No ano anterior, o índice foi de 0,535.

Entre 1995 e 2008, segundo o IBGE, a queda da desigualdade foi de 0,97% ao ano em média, inferior ao incremento médio anual do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, sendo que no intervalo de dez anos, entre 1996 e 2006, o PIB per capita au-mentou 11,2%, enquanto o índice de Gini recuou 7,1% no País. No âmbito regional, o Centro-Oeste, com 0,558 no índice de Gini em 2008, apresentou a maior taxa de

desigualdade na distribuição de ren-da, sendo o Distrito Federal a unida-de da Federação com o maior valor (0,618). A região Sul apresentou o menor nível de desigualdade (0,498). Os estados com as menores desi-gualdades em 2008 foram o Amapá, Santa Catarina e Rondônia (0,442, 0,475 e 0,484, respectivamente).

A taxa média anual de desocupação apresentou um recuo significativo nas seis principais regiões metropolitanas do País entre 2003, quando estava em 12,3%, e 2009, quando o indica-dor ficou em 3,5%, segundo o IBGE.

Essa evolução do mercado de traba-lho, também contribui de forma positi-va para a evolução da renda da po-pulação brasileira. A proporção de famílias com rendimento per capita de até meio salário mínimo apresen-tou uma queda, passando de 31,6% em 2004, para 22,8% em 2008, se-gundo o IBGE.

As regiões Nordeste e Norte apre-sentavam em 2008 os maiores per-centuais de famílias com rendimento per capita de até meio salário mínimo (41,5% e 32,6%, respectivamente), enquanto as regiões do centro-sul do País possuíam menores proporções. Nos Estados, Alagoas e Maranhão possuíam as maiores proporções (47,6% e 45,8%, respectivamen-te), embora menores do que em 2006, quando mais de 50% das famílias nessas localidades se en-contravam nesta faixa de rendi-mentos. As menores proporções foram re-gistradas em Santa Catarina (9,6%), São Paulo (10,6%) e Rio de Janeiro (13,4%).

Da redação

Novembro 2010 EDIÇÃO Nº. 36 Ano III

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável

Mudanças Climáticas De Kyoto a Montreal,

via Cancún

Fez 23 anos, na semana passa-da, o Protocolo de Montreal. Ho-je, talvez pouca gente se lembre dele, mas na década de 80, fala-va-se do buraco na camada de ozônio sobre o Pólo Sul como hoje se fala de mudanças climá-ticas. Era um desafio imenso. E uma ameaça. Praticamente todos os aerossóis e vários produtos usavam os c h a m a d o s g a s e s C F C s (clorofluorcarbonos), que destro-em o ozônio na atmosfera. Como resultado, cientistas descobri-ram que esse filtro fundamental para a saúde do planeta - parti-cularmente a nossa - estava de-saparecendo.

O primeiro passo foi um tratado multinacional, que abrange to-dos os países-membros das Na-

ções Unidas, e que aos poucos foi sendo aprofundado e imple-mentado nacionalmente para re-duzir localmente o consumo e produção de CFCs. Nos países em desenvolvimento, as obrigações introduzidas pelo Protocolo de Montreal foram a-companhadas de financiamentos e outros mecanismos de apoio financeiros bancados pelos paí-ses ricos. Lembra Kyoto, não? Bem, as semelhanças com as mudança climáticas acabam por aí. Processo lento e gradual O resultado, segundo a ONU, é uma redução de 97 % no poten-cial de destruição do ozônio. Pouco mais de duas décadas mais tarde, cientistas constatam a recuperação lenta e gradual da camada de ozônio. No caso do protocolo de Kyoto, um punhado dos países signatá-rios atingiu as metas obrigató-rias. Como no caso do clima, o pro-cesso é muito lento: cientistas calculam que a camada de ozô-nio só deve voltar aos níveis ori-ginais por volta do ano 2500, em-bora ele possa começar a dimi-nuir em 10 a 15 anos. E o aqueci-mento global é um fator que atra-palha a regeneração. O que nos traz de volta ao desa-fio atual: um tratado sobre mu-danças climáticas. Entre 29 de novembro e 10 de dezembro, acontece mais uma rodada de negociações sobre o clima, dessa vez em Cancun, no México - a primeira após o alar-deado fracasso de Copenhague, em 2009. Mas, se as mudanças climáticas são uma ameaça muito mais dra-mática que o buraco da camada de ozônio, por que Montreal deu certo e Copenhague (alguns di-zem Kyoto) afundou?

Existem mil respostas. Para ficar nas mais tangíveis, um protocolo sobre o clima envolve muito mais setores do que um sobre CFCs. Envolve também mudan-ças profundas na cadeia de pro-dução: CO2 é produzido por vir-tualmente toda a indústria. E en-volve muito, mas muito dinheiro. Principais economias em reuni-ão Líderes dos 17 países responsá-veis por 80% da poluição do pla-neta, o chamado grupo das gran-des economias, concluem em Nova York mais uma reunião de cúpula para tentar aparar arestas e chegar a um consenso para liberar verbas já prometidas aos países mais pobres e preparar novas propostas que possibili-tem um acordo em Cancun. Ninguém espera grandes avan-ços. A crise ainda ronda os paí-ses mais ricos, o ceticismo - que contraria a grande maioria dos estudos científicos - parece ter ganhado força e um dos princi-pais atores do processo, os Es-tados Unidos, continuam atola-dos no meio do caminho que po-deria levar a um futuro com bai-xas emissões de carbono. Outras reuniões preparatórias estão marcadas para antes de Cancun. A esta altura do ano passado, vésperas de Copenha-gue, a pressão da opinião públi-ca era enorme, mas já havia indí-cios do naufrágio adiante.

Neste ano, a situação se inver-teu: ninguém espera avanços e a pressão é bem menor. Será que só a publicação do novo relató-rio do Painel Intergovernamen-tal para Mudanças Climáticas (IPCC), previsto para 2013-14,

vai dar fôlego às negociações?

Metas do milênio O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, alertou que mais de EUA $ 100.000 mi-lhões para atender os chamados

Objetivos do Milênio em termos de redução da pobreza e da fo-me no mundo. A Declaração de Ban veio uma semana antes do início de uma cimeira em Nova Iorque, os obje-tivos de desenvolvimento da O-NU. O encontro visa estimular os es-forços para alcançar as oito me-tas estabelecidas pela Cúpula do Milênio em 2000, para serem cumpridas até 2015.

Os objetivos são: 1 - erradicar a extrema pobreza e a fome;

2 - alcançar a educação primária universal;

3 - promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mu-lheres;

4 - reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna;

combater o HIV / SIDA, a malária e outras doenças;

5 - garantir a sustentabilidade ambiental e desenvolver uma parceria global para o desenvol-vimento.

Segundo Ban Ki-moon, são pre-cisos mais de EUA $ 100.000 mi-

lhões para atender as metas do milênio.

Da redação

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