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Pág. 1 Vargem Grande do Sul e Região - Janeiro de 2012 - Ano III - Nº 29 - Distribuição Gratuita

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Edição 29 - Janeiro 2012

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Vargem Grande do Sul e Região - Janeiro de 2012 - Ano III - Nº 29 - Distribuição Gratuita

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EDITORIAL

EXPEDIENTEO Jornal do Produtor é uma publicaçãomensal, editado à rua Antônio Rodriguesdo Prado, 48, Bairro N. Sra. Aparecida,Vargem Grande do Sul - SP. E-mail:[email protected] - Fone: (19)3641-1392

Jornalista ResponsávelBruno de Souza - MTb 46.896Diagramação, Fotos e ArtesRicardo Falcão - Angelino Jr.

PublicidadesFernando W. Franco - (19) 9310-5700

Circulação: Vargem Grande do Sul -Aguaí - Águas da Prata - Caconde -

Casa Branca – Campinas( Ceasa) - Divinolândia - Espírito

Santo do Pinhal - Itobi – Itapetininga -Mococa - Santa Cruz das Palmeiras -Santo Antônio do Jardim - São João

da Boa Vista - São José do Rio Pardo- São Sebastião da Grama - Tambaú -Tapiratiba – Porto Ferreira - RibeirãoPreto - São José do Rio Preto. EmMinas Gerais Sacramento e Araxá.

O Valor Bruto da Produção (VBP), quecorresponde ao faturamento agrícola ob-tido nas 20 principais lavouras, atingiu orecorde de R$ 205,8 bilhões em 2011. Tra-ta-se do maior valor registrado desde1997. Os produtos que mais colaborarampara obter esse resultado foram o algo-dão, com aumento real do valor de124,7%, café (36,4%), laranja (10,5%), mi-lho (30,7%), tomate (12,1%) e uva(41,17%).

De acordo com o Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa), os dados regionais de 2011 des-tacam a liderança do valor da produçãono Sudeste, Sul e Centro-Oeste, respecti-vamente. Essas três regiões representamquase 80% do valor gerado em 2011. Osnúmeros obtidos neste ano são recordetambém para o Nordeste, Sudeste, Sul eCentro-Oeste do país. Os maiores aumen-tos observados no valor da produção ocor-reram, principalmente, em Mato Grossoe no Ceará.

Para o coordenador de PlanejamentoEstratégico do Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento, José Gasques,as previsões para 2012 são otimistas. Se-gundo ele, o valor da produção esperado éde R$ 212,3 bilhões, 3% superior ao regis-trado em 2011. Se essa tendência se con-firmar será possível registrar um aumentodo valor, sem interrupção, desde 2009.

Elaborado pela Assessoria de GestãoEstratégica desde 1997, o Valor Bruto daProdução (VBP) é calculado com base naprodução e nos preços de mercado das20 maiores lavouras do Brasil. Para reali-zar o estudo são utilizados dados do Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV)e da Companhia Nacional de Abasteci-mento (Conab).

O VBP é correspondente à renda den-tro da propriedade e considera as planta-ções de soja, cana-de-açúcar, uva, amen-doim, milho, café, arroz, algodão, bana-na, batata-inglesa, cebola, feijão, fumo,mandioca, pimenta-do-reino, trigo, toma-te, cacau, laranja e mamona.

Mensalmente, o Ministério da Agricul-tura divulga a estimativa do valor da pro-dução agrícola para o ano corrente. Essevalor pode ser corrigido, de acordo comas alterações de preço e a previsão de sa-fra anunciados ao longo do ano.

Recorde em 2011Divinolândia obtém primeiros resultados

positivos do Programa Divinoliva

No primeiro ano da administra-ção do prefeito Ico e seu vice Padocateve início o Programa Divinoliva.Esta medida teve como intuito in-centivar a cultura das oliveiras nomunicípio, uma vez que, após estu-dos, foi verificado que a altitude e oclima são propícios para o cultivo.

Para apresentar a proposta aosagricultores e os manejos sobre acultura das oliveiras, em 2009, o exe-cutivo organizou uma palestra, comespecialistas, no anfiteatro da pre-feitura. Também foram oferecidoscursos em Maria da Fé, uma das ci-dades referências no cultivo da oli-veira. Durante as capacitações, foiexplicado que a oliveira é uma prá-

O agricultor Andrés Fernandes Alarcon possui plantação com cerca de 6.500 pés de oliveiras.Altitude e clima do município são propícios para o cultivo

tica de longo pra-zo, já que, levacerca de cincoanos para as pri-meiras colheitas.

O agricultorAndrés FernandesAlarcon acreditouno programa de-senvolvido pelaprefeitura, atravésda Casa da Agricul-tura, e investiu nacultura. Atual-mente, ele tem cerca de 6.500 pésda planta, que surpreendentemen-te já estão produzindo os frutos emapenas dois anos de cultivo.

O prefeito Ico e o vice Padoca es-tiveram na plantação e constataramo resultado. “O Divinoliva está dan-do certo e o curto tempo de cultivodemonstra que os estudos realiza-dos pela engenheira agrônoma daprefeitura, Sheila Sanches, estavamcorretos. Sempre buscamos investirem novidades que promovam o de-senvolvimento da cidade e benefici-

em o agricultor e a população emgeral. A cidade realmente é idealpara tal cultura”, ressaltou o prefei-to Ico.

“Temos que investir na diversida-de de produtos agrícolas. Sempreacreditamos no sucesso doDivinoliva e a prova é a rápida adap-tação da planta em nossa cidade.Divinolândia é um município agríco-la e incentivando a plantação de no-vas culturas, estamos também inves-tindo no desenvolvimento da cida-de”, finalizou o vice Padoca.

Andre Fernandes junto com o prefeito Ico e o vice Padoca

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Chega ao mercado a Edição Especial dosMelhores Cafés de São Paulo – Safra 2011

A 9ª Edição Especial dos Melho-res Cafés de São Paulo – Safra 2011já está ao alcance dos consumido-res. São 11 marcas elaboradas comgrãos gourmet vencedores do 10ºConcurso Estadual de QualidadeCafé de São Paulo, realizado em ou-tubro, e que foram adquiridos emleilão pelas indústrias e agora che-gam ao mercado: Café PremiadosTiradentes, Café Toledo, Café Baro-nesa, Café Serra da Grama, CaféÁguas Claras, Café Floresta, Café

As 11 marcas premiadas no concurso estadual já estão ao alcance dos consumidores

Morro Grande, Café de Origem,Barisly Café, Café Ramarica eCafeteria do Museu, do Museu doCafé, de Santos.

A iniciativa brinda os consumido-res com cafés excelentes produzi-dos nas principais regiões cafeeiraspaulistas, é uma realização do go-verno estadual, promovida pormeio da Câmara Setorial do Café eda Coordenadoria de Desenvolvi-mento dos Agronegócios da Secre-taria da Agricultura do Estado de

São Paulo (Codeagro), e visa exata-mente incentivar a melhoria daqualidade do café. Conta com oapoio do Sindicafé - São Paulo, daAssociação Brasileira da Indústriade Café (ABIC) e da Associação Co-mercial de Santos (ACS).

O programa engloba todos osagentes da cadeia produtiva, des-de o produtor, que recebe orienta-ções e técnicas sobre como obter amáxima qualidade de sua lavoura,até as indústrias, que devem pro-cessar adequadamente os grãospara assegurar que o consumidorpossa saborear um café excepcio-nal, com todas as principais carac-terísticas de uma bebida exemplar:aroma marcante, acidez equilibra-da, corpo acentuado e retrogostoprolongado.

Solenidade de lançamentoO lançamento da edição especi-

al dos cafés aconteceu no dia 14 dedezembro, em uma cerimônia noPalácio dos Bandeirantes, em SãoPaulo, com a presença do governa-dor Geraldo Alckmin. Também foirealizada a premiação das empre-sas campeãs.

A Torrefação e Moagem de CaféSerra da Grama, de São Sebastiãoda Grama, que arrematou por R$ 45

mil o lote de 10 sacas do produtorJosé dos Santos Cecílio Filho, daFazenda Bela Vista da Grama, domesmo município, receberá o prê-mio nas categorias Ouro, pelo mai-or valor pago por saca (R$ 4.500) eDiamante, pelo maior investimen-to feito.

Já a Cafeteria do Museu do Caférecebe o prêmio na categoria Espe-cial, pelo maior lance dado a ummicrolote. A empresa adquiriu porR$ 1.700 a saca do café produzidopor Maria Aparecida do Nascimen-to no Sítio Samambaia, também deSão Sebastião da Grama.

O produtor campeão do concur-so, José Romeu Aith Favaro, tam-bém recebeu seu prêmio durante asolenidade. Seu café produzido naEstância Tijuco Preto, em Tejupá,associado da Proced (Associaçãodos Produtores de Café Descasca-do de Piraju e Região) e obteve amaior nota: 9,086, em uma escalade 0 a 10.

Na solenidade, foi feita a entre-ga do Café do Instituto Biológico –o último cafezal remanescente dacapital – ao Fundo Social de Solida-riedade do Estado de São Paulo. Fo-ram doados 2 mil pacotes de 250gramas de café torrado e moído.(Portal Espresso)

Fotos: José Luis da Conceição

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Geraldo Canela é destaque na área agropecuáriaO produtor Geraldo Canela esteve

entre os homenageados pela CâmaraMunicipal de Vargem Grande do Sul. Oagricultor recebeu o Diploma do Méri-to “Dr. Francisco Álvares Florence”como destaque na área agropecuária,sendo indicado pelo vereador RubensRonqui. A cerimônia ocorreu no dia 16de dezembro na Casa da Cultura.

Geraldo é considerado um dos prin-cipais responsáveis pelo crescimentodo setor agrícola do município, princi-palmente no cultivo de batata. Filho deJosé Canela e Maria Aparecida VaraldaCanela, ele despertou sua vocação paraa agricultura logo na infância. Desde osseis anos de idade já trabalhava, tiravaleite com seu pai e o ajudava no cultivode batatas no bairro Pedregulho, emSão João da Boa Vista, onde morava.

Aos 17 anos de idade mudou-se comsua família para Vargem Grande do Sulpara ficar mais próximo do trabalho. Em1970, seu pai adquiriu um sítio para cul-tivar batata, milho e algodão. Após cin-co anos de muito trabalho e dedicação,compraram um sítio no município e con-tinuaram plantando.

Muitas foram as lutas de Geraldo esua família. A jornada era árdua e difí-

Produtor vargengrandense foi homenageado pela Câmara Municipal com oDiploma do Mérito “Dr. Francisco Álvares Florence”

cil, chegando a passar pormomentos delicados,como a época em que nãotinham dinheiro nem paracolocar óleo no caminhão.

No ano de 1980, Geraldocomprou sua primeira pro-priedade de sócio com seupai. A partir daí, o tempo foipassando e a vontade decrescer e vencer tornava-secada vez maior. Em 1990, elecomprou terras e começoua trabalhar sozinho.

Cinco anos depois, oagricultor vendeu suasterras e comprou umafazenda em Mogi Guaçue prosseguiu com seusinvestimentos. Outropasso importante de suavida ocorreu em 2007,quando comprou a GranSafra Beneficiadora deBatatas em sociedadecom Fernando Mascarin.

Atualmente Geraldo possui qua-tro fazendas, todas voltadas aoplantio de batata. Em Vargem Gran-de do Sul, ele possui um lavador de

batatas e um barracão com câmarafria para armazenar as sementes.Com todos esses investimentos, eleemprega 25 funcionários e gera maisde 100 postos de trabalho durante a

safra. Além disso, assim que a colhei-ta da batata se encerra em VargemGrande do Sul, Geraldo inicia suasplantações em Uberaba, levando osfuncionários daqui para trabalhar lá.

O produtor Geraldo Canela junto com seus familiares durante a homenagem

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O ambulatório da Cooperbatata comple-tou em dezembro de 2011, dois anos de exis-tência. Neste período de existência, ele aten-deu mais de 500 consultas.

Além do atendimento médico, o ambula-tório realiza campanhas de prevenção a al-gumas doenças. Dentre estas campanhas fo-ram realizadas em 2010 e 2011 as vacina-ções: H1N1 + Influenza; Meningite C; HPV;Catapora; Hepatite dentre outras.

Agora com sede própria, dentro daCooperbatata, o ambulatório possui umaampla instalação, atendendo todas as exi-gências do Ministério da Saúde, com salasespecíficas de acordo com as normas vigen-tes. Ele também conta com sala de peque-nas cirurgias, sala para atendimento de pri-meiros socorros além da sala de consultas esala de medicação.

O ambulatório da Cooperbatata contacom profissionais gabaritados na área desaúde. A enfermeira padrão, Sheila Beatriz,com especialização em ginecologia – obste-trícia e enfermagem do trabalho e orenomado dr. Dagoberto Coracini, especia-lista em Cirurgia Geral e Medicina do Traba-lho.

O ambulatório foi criado para atender oscooperados e seus funcionários. Dispõe demedicamentos de primeira necessidade paraatendimento imediato, alem da aferição dapressão arterial e teste de glicemia capilar(diabetes) diariamente.

O horário de atendimento é das 7h às 11he das 13h as 17h de segunda a sexta-feira.Para consultas com dr. Dagoberto Coracini,o atendimento é das 14h às 15h de segundaa quinta-feira. Os agendamentos podem serfeitos pelo telefone (19) 3641-6563 no ra-mal 223.

A Cooperbatata gostaria de salientar quetodo esse serviço é oferecido aos coopera-dos e aos seus funcionários sem nenhumcusto.

O ambulatório deseja a todos um Feliz2012!

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O milho deverá ser a primeira opção de cultivo e deixará deser apenas uma cultura de rotação para muitos produtores bra-sileiros em 2012. A produtividade, as tecnologias e o mercadoestão favoráveis e devem dar ao Brasil cada vez mais destaqueno cenário internacional. É o que afirma Alysson Paolinelli, pre-sidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores deMilho (Abramilho), ao comemorar que as perspectivas para esteano são ainda melhores e que o cereal está em sua melhor fase.“Já tivemos bons períodos para o milho, mas, dessa vez, o mo-mento é certamente o melhor já visto”, salienta.

Segundo ele, essa é a primeira vez que todos os fatores queinfluenciam a cultura estão a favor do agricultor no Brasil. “Omomento é completamente positivo. Estamos com bons resul-tados, produtividade elevada, clima favorável, bons preços, óti-mas tecnologias agrícolas disponíveis e, além de tudo, o merca-do internacional e os resultados dos países que eram grandesprodutores, como EUA e China, não foram bons e, por isso, nos-sas exportações poderão crescer ainda mais”, explica.

Segundo o presidente, a Abramilho, como representante dosprodutores, está em constante contato com o governo para me-lhorar algumas questões necessárias. “Logística de escoamentoe infraestrutura das rodovias, portos e hidrovias são apenas al-guns dos pontos que devem ser aprimorados. A Abramilho estáativa e batalhando por isso”.

Reflexo no resultado

Paolinelli destaca que o produtor brasileiro já entendeu osbenefícios e o retorno que o milho pode trazer e, por isso, ogrão não é mais apenas uma cultura de rotação. “Hoje o milho éa primeira opção para muitos produtores no Brasil. Nossa inten-ção é que ele ainda se torne a principal cultura do País”.

Além disso, para o executivo, a variedade de tecnologias dis-poníveis no Brasil faz toda diferença no resultado final. “Hoje, oagricultor tem diversas opções para melhorar sua produção, des-de maquinário, até as sementes mais modernas. Tudo isso re-flete no resultado e os recordes de produção e produtividadedas lavouras comprovam isso”, completa.

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As variedades mais comuns de milho e o cereal conhecido como pipoca tiveram estabelecidos novos regulamentostécnicos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os padrões estão descritos nas InstruçõesNormativas nº 60 e 61, publicadas em 23 de dezembro, no Diário Oficial da União (DOU).

A legislação se refere aos grãos provenientes da espécie Zea mays L. e da subespécie mays (pipoca). O principalobjetivo das regras é definir o padrão oficial de classificação do milho, considerando seus requisitos de identidade equalidade, a amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem, nos aspectos referentes à identificaçãodo produto.

O padrão técnico de classificação do cereal existia desde 1978, mas não distinguia o milho pipoca das demais varieda-des. Como esse tipo de grão tem características diferentes e necessita de outros critérios e instrumentos para avaliação,o Ministério da Agricultura decidiu criar uma norma exclusiva para o grão pipoca.

O principal requisito de qualidade do milho dessa variedade é a sua capacidade de expansão (relação entre o volumede pipoca estourada e o peso de grãos utilizado, expresso em ml/g) para se transformar em pipoca, quando submetidoà temperatura de aproximadamente 180ºC.

Para uniformizar os critérios de classificação, a área técnica competente da pasta poderá elaborar um referencialfotográfico, identificando e caracterizando os requisitos de qualidade que servirão de base para a classificação do milhopipoca, previstos nessas normas. Ambas entrarão em vigor no dia 1º de julho de 2012.

Vargem tem 4.100 hectares plantados de milhoA Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) realizou um levantamento em 2008 apontando a área total de

plantio de milho de Vargem Grande do Sul. Segundo o estudo, aproximadamente 4.100 hectares do cereal são plantadosno município, divididos em cerca de 131 propriedades agrícolas.

Atualmente a produção de milho ocupa o segundo lugar entre as culturas de Vargem Grande do Sul, ficando atrásapenas do cultivo da cana-de-açúcar, segundo informações da Casa da Agricultura.

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Quando pensamos em avançostecnológicos, estamos acostumados aouvir conceitos como conectividade,dispositivos 2.0, smartphones, GPS, en-tre outros. Mas os benefícios dessa evo-lução não estão restritos ao meio urba-no. No campo, a tecnologia é utilizadapara auxiliar o produtor a obter diag-nósticos mais rápidos e assertivos alémde promover chats e fóruns virtuais nabusca por melhores soluções agrícolas.Com esse auxílio, além de manter a saú-de da lavoura, o produtor adquire no-vos conhecimentos e protege o meioambiente já que evita o uso desneces-sário de defensivos agrícolas.

E como isso é possível? Explicare-mos. Desde 2009 está disponível aosagricultores um serviço composto porum microscópio digital - capaz de au-mentar a imagem em até 200 vezes - eum software com banco de dados eimagens das principais pragas e doen-ças existentes nas plantações, intituladoDigilab. Ao suspeitar que algum proble-ma esteja ocorrendo na lavoura, o téc-nico recolhe algumas amostras dasplantas, como folhas, hastes ou raízes.Ele realiza uma avaliação comparativaentre o material coletado e as imagensda biblioteca virtual. O software foi de-senvolvido com base na literatura es-pecializada e com o apoio de pesquisa-dores universitários. O banco de dadoscontempla 33 diferentes pragas, 138 ti-pos de doenças e 89 espécies de ervasdaninhas separadas em 16 culturas. Atecnologia já está presente em 40% doterritório nacional. Nos últimos doisanos já foram capturadas mais de 40 milimagens, das quais 12 mil foram cata-logadas e seis mil publicadas na biblio-teca virtual do serviço.

Como foco em pesquisas agrícolas,o serviço também está disponível naversão 500. Isso significa que professo-res e pesquisadores tem à disposiçãouma lupa capaz de aumentar a imagemem até 500 vezes e com isso podemotimizar procedimentos inerentes àpesquisa acadêmica. O trabalho desen-volvido por esses profissionais é primor-dial na busca de soluções para garantiro bom desempenho da agricultura.

Recentemente, o Digilab evolui paraa tecnologia 2.0. Surgido em meados doano 2000, nos Estados Unidos, o termo2.0 designa a segunda geração de co-munidades e serviços que utiliza aInternet como plataforma de

conectividade. O novo software é maiságil no diagnóstico de alvos no campo.Um sistema de navegação intuitivo, defácil manuseio, permite a troca rápida deinformações. A atualização tornou anova versão compatível com a maioriados sistemas operacionais. Além da na-vegação por ocorrências de pragas, do-enças e ervas daninhas, oferece informa-ções personalizadas, atendendo às ne-cessidades específicas de cada usuário.

Outra inovação é a presença de umGPS acoplado ao hardware do equipa-mento que possibilita georreferenciar asaúde de determinadas culturas do País,da região e até mesmo da propriedadedos usuários. A meta é de que em pou-co tempo todos os alertas diagnostica-dos estejam disponíveis em um roteirode ocorrências, que será visualizado atra-vés de um mapa, via satélite.

Além do conceito 2.0, o Digilab tam-bém oferece uma ferramenta para quehaja mais mobilidade no campo. A ver-são mobile é um aplicativo disponível aosusuários de smartphones com sistemaoperacional android. Ele pode ser utiliza-do para fotografar pragas, doenças e plan-tas daninhas, com resposta automática.

Ainda nos resta falar que um dos prin-cipais ganhos que o Digilab traz para aagricultura brasileira é a conectividade.Todos os usuários Digilab podem trocarinformações entre si por meio da comu-nidade Top Ciência. O grupo virtual rea-liza periodicamente chats e fóruns de dis-cussão sobre assuntos pertinentes aomanejo de cultivos. O intercâmbio de in-formações permite ao usuário a enten-der melhor as ocorrências encontradas,além de conhecer novas formas de ma-nejo e controle de pragas, doenças eplantas daninhas.

Inovações como estas são um refle-xo da mudança nas formas de interaçãoentre pessoas, que cada vez utilizam fer-ramentas de características maisparticipativas e menos unilaterais. A ini-ciativa também fomenta o conceito deAgricultura de Excelência, que viabilizamelhores práticas no setor por meio derelacionamento, proximidade,ferramentas e educação,com a finalidade de con-tribuir para o aumen-to de produtividade,qualidade e renta-bilidade nas lavou-ras.

Arrancadeira de Batata

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Caprinos: técnica dobra número de embriões no rebanho

Uma técnica origina-da há 10 anos, apesar denão ser muito popularnos dias atuais, pode au-mentar a produtividadedo rebanho a partir doaumento do número deembriões. É a chamadabipartição de embriões,que consiste em cortaros embriões em duaspartes e implantá-losem uma fêmea produti-va. Segundo HévilaSalles, pesquisadora daEmbrapa Caprinos e Ovi-nos, no início, a técnicaera realizada de formasimples.

“ U s á v a m o s u mestilete adaptado a umapipeta Pasteur. Com ouso de um estereoscópio,visualizávamos o em-brião, que era fixado ecortado com a lâminaem duas partes. Hoje, jáexistem equipamentosmais sofisticados quepodem ser utilizados”,conta.

De acordo com ela,com a bipartição, é pos-sível dobrar o númerode embriões. Por exem-plo, o produtor podeviabilizar, em vez de 10,20 embriões por fêmea. No entan-to, a técnica apresenta riscos. “Oembrião tem uma barreira de pro-teção sanitária que é rompida duran-te a técnica. Então, caso ele não te-nha sido bem lavado e venha de fême-as soropositivas a doenças, esse em-brião não deve ser usado”, explica.

O criador também precisa ter al-guns cuidados. Hévila diz que o re-banho deve ser preparado antes detodas as técnicas de reprodução. Eledeve viabilizá-las em um rebanhosanitariamente e nutricionalmente

Para ser bem sucedida, bipartição deve contar com conhecimento prévio do produtor sobre as fêmeas utilizadas

preparado e conhecer as fêmeascom as quais está trabalhando paraobter êxito. “Hoje, a técnica não émuito utilizada devido à falta de co-nhecimento por parte do produtor.Algumas tentativas, não só dabipartição como da própriainseminação artificial, não forambem sucedidas em algumas propri-edades exatamente por falta de co-nhecimento sobre as fêmeas utiliza-das. Costuma-se pensar muito nadoadora, mas não na receptora”,afirma a entrevistada.

Já o custo da bipartição, segun-do ela, não é elevado. Ele se pagapelo número de crias que se retirade uma fêmea top de linha. Para apesquisadora, se uma fêmea é boa

produtora de leite ouapresenta bom poten-cial de produção decarne, ela se paga ra-pidamente com a ven-da dos primeiros cabri-tos.

No entanto, é ne-cessário enfatizar queela só é viável emquem tem o manejosanitário e nutricionalcorreto. “Hoje, já exis-tem equipes traba-lhando com transfe-rência de embriões empropriedades que jáestão utilizando tantoa transferência de em-brião quanto ainseminação artificial ea bipartição. No entan-to, os produtores quedesejam utilizar técni-

cas mais avançadas de manejoreprodutivo devem começar agorainstalando técnicas mais básicas demanejo produtivo, nutricional e sa-nitário”, orienta Hévila.

Bipartição de embriões pode aumentar a produtividade

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Decretos beneficiam setores de carne e laticínios

O governador Geraldo Alckmin as-sinou no dia 27 de dezembro os de-cretos que estendem benefícios decrédito outorgado para produtores deleite longa vida, iogurte e leite fermen-tado e que permitem a concessão deregime especial aos frigoríficospaulistas, para apropriação e utiliza-ção de crédito acumulado do Impos-to sobre a Circulação de Mercadoriase Serviços (ICMS).

Quando as mercadorias são produ-zidas em seu próprio estabelecimen-to, fabricantes de laticínios já têm di-reito a crédito outorgado de ICMS de14% (leite longa vida) ou 12% (iogurtee leite fermentado) na saída dessasmercadorias para destinatários locali-zados no estado de São Paulo. A assi-

Medidas do governo de São Paulo atendem a pleitos tributários dos dois setores

natura do decreto prorroga esse be-nefício, que se encerraria ao final des-te ano, até 31 de dezembro de 2013.

Além disso, tais fabricantes tam-bém terão direito ao crédito outorga-do caso a mercadoria tenha sido pro-duzida sob encomenda em estabele-cimento de outro contribuinte locali-zado em São Paulo, desde que osinsumos utilizados na fabricação damercadoria tenham sido fornecidospela empresa encomendante. Nessahipótese, deve-se observar que o cré-dito somente será admitido em rela-ção às saídas internas das referidasmercadorias promovidas peloencomendante.

Já o decreto que permite a conces-são de regime especial aos frigoríficos

paulistas atende ao pedido de empre-sas do setor, que têm encontrado difi-culdades na apropriação e utilização decrédito acumulado do ICMS em razão,dentre outros motivos, da existência dedébitos de autos de infração e imposi-ção de multa decorrentes da glosa decréditos da “guerra fiscal”.

Com a publicação do decreto, os es-tabelecimentos que realizam saídas in-ternas de carne e demais produtos re-sultantes do abate de aves, gado eleporídeos poderão requerer ao secre-tário da Fazenda concessão de regimeespecial para que seja autorizada aapropriação e utilização do créditoacumulado de ICMS, com afastamen-to da vedação relativa aos débitos de-correntes da “guerra fiscal”.

Captação de leite

De acordo com os dados da Pes-quisa Trimestral do Leite, divulgadospelo Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística (IBGE), os laticínios e coo-perativas brasileiras captaram 5,3 bi-lhões de litros de leite – produção for-mal – durante o terceiro trimestre de2011. Este volume foi 2,2% maior queo captado no terceiro trimestre de2010. No acumulado até setembro de2011, foram captados 15,8 bilhões delitros. Um aumento de 3,0% na com-paração com a captação no mesmoperíodo de 2010. Nos últimos dez anosa captação de leite aumentou em to-dos os anos, exceto em 2009 em fun-ção da crise e redução de investimen-tos por parte do produtor.

O crescimento médio, consideran-do os meses de janeiro a setembro,foi de 5,2% ao ano desde 2001. No en-tanto, o crescimento do ano passadofoi menor do que a média dos últimosdez anos. A captação aumentou 3,0%frente a 2010.

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Pêssego atinge 30t de produtividade em São PauloCom o plantio adequado, colheita

no momento certo e cultivares ade-quadas para cada região, o pêssegopode alcançar boa produtividadesque podem chegar a 30t por hecta-re. Entre os cuidados principais, estáo manejo de pragas e doenças, comoa ferrugem ou ainda a proximidadedo mercado, já que a vida útil da fru-ta é curta após a colheita. SegundoSarita Leonel, professora da área defruticultura da Faculdade de Ciênci-as Agronômicas da Unesp, o pêsse-go é, tradicionalmente, uma plantade clima temperado, ou seja, de re-giões frias. “No Estado de São Pau-lo, temos algumas regiões de climasubtropical, onde o pessegueiro temsido cultivado com sucesso”, afirmaa professora.

Ela conta que o pessegueiro temum elenco de muitas cultivares dis-poníveis. Existem algumas, em SãoPaulo, oriundas do programa de me-lhoramento genético do InstitutoAgronômico de Campinas (IAC). Essassão menos exigentes por períodos defrio. “Os pêssegos douradão e dou-rado 2, por exemplo, apresentarambons resultados nas nossas condi-ções. Tivemos produtividade entre25t e 30t por hectare”, diz Sarita.

Plantação deve estar localizada próxima a mercado para comercialização, pois fruta tem curta vida útil após colheita

De acordo com a professora, oplantio de espécies perenes deve serfeito em regiões que tenham dispo-nibilidade de água ou irrigação paraque haja um bom pegamento das

CuidadosNa região de São Paulo, a profes-

sora conta que o pessegueiro sofreuma doença séria: a ferrugem. Ela pro-voca uma intensa queda de folhas e,com isso, a planta perde bastante emprodução de frutos. Portanto, o ma-nejo dessa doença é muito importan-te. Em igualdade de importância, estáa mosca-das-frutas e a mariposa ori-ental, uma praga que entra pelos ra-mos do ponteiro e causa prejuízo tam-bém aos frutos. “O manejo da ferru-gem deve ser feito com produtos quí-micos alternados e com rotação deprincípio ativo, como o cobre associa-do a algum outro produto”, orienta.

Já em relação à mosca e à maripo-sa, Sarita afirma que o controle reco-mendado é a utilização de armadilhasalimentares e a base de ferormôniosexual, produtos químicos ou técnicade disseminação de macho estéril.

ColheitaA colheita do pessegueiro é ma-

nual. Os frutos devem se colhidoscom o pedaço do pedúnculo para quenão haja apodrecimento. “Ele é umafruta climatérica, mas precisa estarem um estágio de desenvolvimentoque não seja totalmente verde. Alémdisso, é uma fruta que apresenta cur-ta vida útil depois de colhida. Portan-to, o mercado precisa estar razoavel-mente próximo para acomercialização”, orienta. (Portal Diade Campo)

mudas. Se a região não for sujeita àgeada, o plantio pode ser feito o anotodo. “As vezes, os produtores nãotêm disponibilidade de água para ir-rigação ou se encontram em uma re-gião mais fria que possa estar sujeitaà geada. A época ideal de plantiopode coincidir com a época de plan-tio de culturas anuais. Nesse caso,recomendamos o período primave-ra/verão”, explica.

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Contaminação por agrotóxicos persiste emalimentos analisados pela Anvisa

O pimentão, omorango e o pepi-no lideram oranking dos ali-mentos com omaior número deamostras conta-minadas poragrotóxico, duran-te o ano de 2010.É o que apontamdados do Progra-ma de Análise deResíduos deAgrotóxicos deAlimentos (Para) da Agência Nacio-nal de Vigilância Sanitária (Anvisa),divulgados em dezembro do anopassado. Mais de 90% das amostrasde pimentão analisadas pelo progra-ma apresentaram problemas.

No caso do morango e do pepi-no, o percentual de amostras irre-gulares foi de 63% e 58%, respecti-vamente. Os dois problemas detec-tados na análise das amostras foram:teores de resíduos de agrotóxicosacima do permitido e o uso deagrotóxicos não autorizados paraestas culturas.

A alface e a cenoura tambémapresentaram elevados índices decontaminação por agrotóxicos. Em55% das amostras de alface foramencontradas irregularidades. Já nacenoura, o índice foi de 50%.

Na beterraba, no abacaxi, na cou-ve e no mamão foram verificadas ir-regularidades em cerca de 30% dasamostras analisadas. “São dadospreocupantes, se considerarmosque a ingestão cotidiana dessesagrotóxicos pode contribuir para osurgimento de doenças crônicas nãotransmissíveis, como a desregulaçãoendócrina e o câncer”, afirma o di-retor da Anvisa, Agenor Álvares.

Por outro lado, a batata obteve

Pesquisa analisou 2.488 amostras de 18 alimentos em 26 estados e no Distrito Federal.São Paulo foi o único estado que não participou do estudo

resultados satisfatórios em 100% dasamostras analisadas. Em 2002, pri-meiro ano de monitoramento doprograma, 22,2% das amostras debatata coletadas apresentavam irre-gularidades.

BalançoNo balanço geral, das 2.488

amostras coletadas pelo Para, 28%estavam insatisfatórias. Deste total,em 24, 3% dos casos, os problemasestavam relacionados à constataçãode agrotóxicos não autorizados paraa cultura analisada.

Já em 1,7% das amostras foramencontrados resíduos de agrotóxicosem níveis acima dos autorizados. “Es-ses resíduos indicam a utilização deagrotóxicos em desacordo com as in-formações presentes no rótulo e bulado produto, ou seja, indicação donúmero de aplicações, quantidade deingrediente ativo por hectare e inter-valo de segurança”, evidencia Álva-res. Nos 1,9% restantes, as duas irre-gularidades foram encontradas si-multaneamente na mesma amostra.

ParaEm 2010, o programa monitorou

o resíduo de agrotóxicos em 18 cul-turas. As amostras foram coletadas

em 25 estados do país e no DistritoFederal. Apenas São Paulo não par-ticipou do programa.

O material coletado é encaminha-do para análise no Instituto OctávioMagalhães, Laboratório Central doParaná, Laboratório Central do RioGrande do Sul e Laboratório Centralde Goiás.

A metodologia analítica emprega-da pelos laboratórios é amultiresíduos, capaz de identificar apresença de até 167 diferentesagrotóxicos em cada amostra anali-sada. “Trata-se de uma tecnologia deponta e é utilizada por países comoAlemanha, Austrália, Canadá, Esta-dos Unidos e Holanda paramonitorar resíduos de agrotóxicosem alimentos”, diz o diretor daAnvisa.

CuidadosPara reduzir o consumo de

agrotóxico em alimentos, o consumidordeve optar por produtos com origemidentificada. Essa identificação aumen-

ta o comprometimento dos produtoresem relação à qualidade dos alimentos,com adoção de boas práticas agrícolas.

É importante, ainda, que a popula-ção escolha alimentos da época ou pro-duzidos por métodos de produção inte-grada (que a princípio recebem cargamenor de agrotóxicos). Alimentos orgâ-nicos também são uma boa opção, poisnão utilizam produtos químicos paraserem produzidos.

Os procedimentos de lavagem e re-tirada de cascas e folhas externas deverduras ajudam na redução dos resí-duos de agrotóxicos presentes apenasnas superfícies dos alimentos. “Os super-mercados também tem um papel fun-damental nesse processo, no sentido derastrear, identificar e só comprar produ-tos de fornecedores que efetivamenteadotem boas práticas agrícolas na pro-dução de alimentos”, afirma Álvares.

Em 2010, apenas 2,1% das amostrasanalisadas pelo Para não tiveram qual-quer rastreabilidade. Na maioria doscasos (61,2%), foi possível rastrear o ali-mento até o distribuidor.

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Radar Técnico

O Preço da @ do Boi

Alessandro de Souza Médico Veterinário

Desejamos a todos seus clientes e amigos um feliz Natal e um próspero Ano Novo com muita saúde e paz

E n t r a m o sem 2012 com opé direito e mo-lhado, logo noprimeiro dia doano, já que cho-veu bastanteem nossa re-gião. EmVargem Grande

do Sul chegamos a 72 mm de água.Ainda bem, pois esta é a época deisso acontecer. Pedimos só que achuva seja calma e mansa como foi.Cada vez que começamos um anonovo fazemos planos e promessas,bem pelo menos comigo é assim, sevamos cumprir é outra coisa, masvamos lá.

Como sempre falamos de assun-tos que tratam de temas relaciona-dos à agropecuária deparei-me comuma reportagem sobre índice depreços do boi gordo da revista DBO,explicando sobre como são calcula-dos, processados e informados osvalores de cotação de produtosagropecuários mais precisamente aarroba (@) do boi gordo.

Existe um órgão chamado CEPEA

(Centro de Estudos Avançados emEconomia Aplicada) que traz as co-tações para o preço do boi gordopraticado em várias regiões do país.Este é ligado diretamente aBM&FBOVESPA - Bolsa de Mercado-rias e Futuro e à Esalq (Escola Supe-rior de Agricultura “Luis de Queiros”da Universidade de São Paulo) quecapta as informações sobrecomercialização em várias “praças”de venda de animais e com diversos

pecuaristas diariamente sobre a suacomercialização. É mais ou menosassim: para realizar a pesquisa depreço o Cepea separa os produtoresde acordo com a sua força decomercialização, ou seja, de acordocom as suas vendas ou negócios emnúmeros de animais – que hoje con-tam com cerca de 120 milpecuaristas – e os separam em gru-pos classificatórios, ou seja, de acor-do com a sua participação no mer-cado. A partir daí são consultados osque vendem desde oito cabeças porano até os que vendem quinhentascabeças, baseando em uma porcen-tagem de suas participações no mer-cado.

De acordo com a Revista DBO, sãoconsultados cerca de 230 produto-res por dia e com base em suascomercializações é que se dá o pre-ço da arroba no mercado físico – odo mercado futuro, aquele da Bolsade Valores, segue outra padroniza-ção, conseguindo com isso ditar osvalores de mercado da arroba do boigordo.

Toda esta consulta acontececomo dissemos diariamente e emvários locais com os produtores ba-seados em suas informações de ne-

gócios. Com isto chega-se a um va-lor médio e se houve queda ou au-mento de preços. Mesmo diantedesta consulta e de toda a sistemá-tica que envolve esta pesquisa depreços que é seria, o produtor aindacontinua vulnerável a questão dopreço de seu produto, valendo-se denegociação para obter maior valorou não.

Acredito que duas questões sãorelevantes nesta história toda. Umaé em consideração ao preço e loca-lização das terras onde são criadosos animais, pois variam muito de re-gião para região, além do tipo desolo, topografia, clima, distância delocais de abate e localização do mer-cado consumidor. Já a outra é quan-do forem consultados também osvalores de nota fiscal de compra evenda entre produtor e indústriaque influenciam bastante elevandoou diminuindo o preço do produto.

Espero que neste ano o setoragropecuário continue impulsionan-do a economia brasileira e mundial,pois precisamos cada vez mais pro-duzir com qualidade e quantidade,até a próxima.

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Ministério altera norma para uso de anabolizantes em bovinosO Ministério da Agricultura, Pecuá-

ria e Abastecimento (Mapa) alterou umdetalhe da regra que determina o usode anabolizantes em bovinos de aba-te. Pela legislação anterior – descrita naInstrução Normativa nº 10, de 27 deabril de 2001 – qualquer substância uti-lizada para fins de crescimento e gan-ho de peso, até mesmo um grão de sojausado na alimentação dos animais,poderia ser classificada comoanabolizante e, portanto, proibida.

A Instrução Normativa nº 55,publicada no Diário Oficial da União(DOU) no dia 2 de dezembro corrigeessa determinação. Ela mantém facul-tativa a aplicação de hormônios ou as-semelhados para fins terapêuticos ereprodutivos, como sincronização docio de vacas e transferência de embri-ões, entre outras atividades.

Segundo o diretor do Departamen-to de Fiscalização de Insumos Pecuári-os do Mapa, Ricardo Pamplona, a alte-ração tem como finalidade aprimoraro texto e esclarecer a regra. Pamplonasalienta que os produtos permitidosnão acarretarão riscos para a saúdehumana, pois se tratam de produtos deuso pontual e não contínuo.

Permanece proibida a importação,

Animais com a presença de substâncias proibidas poderão ter a movimentação impedida e até serem sacrificados.

a produção, a comercialização e o usode substâncias naturais ou sintéticas,com atividade anabolizante hormonal,para engordar os animais. A fiscaliza-ção caberá ao Departamento de Inspe-ção de Produtos de Origem Animal(Dipoa) do Ministério da Agricultura. Osanimais com presença comprovada de

anabolizantes hormonais serão identi-ficados e não poderão ser movimenta-dos por um período de seis meses.

Também segue proibido o uso dosanabolizantes do grupo estilbeno(Hexestrol, Dienestrol eDietilestilbestrol). Caso seja comprova-da a presença de alguma dessas subs-

tâncias no laudo laboratorial, os bovi-nos serão abatidos compulsoriamente,no prazo máximo de 15 dias, contadosa partir da data de notificação. As car-caças dos animais sacrificados não po-derão ser destinadas ao consumo hu-mano ou animal, e deverão ser incine-radas.

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Novas variedades aumentam a produtividade da canaPromovido no início de

dezembro em Piracicaba,o Cana Show 2011 trouxeà tona a evolução do se-tor sucroenergético brasi-leiro desde o Próalcoolaos dias atuais, e comuma projeção para daquidez anos. “Até aqui, acontribuição de todas asinstituições de pesquisaresultou num ganho deR$ 1 trilhão ao setor”, dizGustavo Leite, novo dire-tor-superintendente doCentro de TecnologiaCanavieira (CTC), respon-sável pelo evento. “Nosúltimos 15 anos, a produ-tividade aumentou 30%,agora estamos buscandoum novo salto”, comenta.

Segundo Leite, a chavepara tal incremento está na inova-ção tecnológica. Por sinal, o CanaShow 2011 foi palco de lançamen-to de duas novas variedades decana-de-açúcar, a CTC 23 e aCTC24, ambas indicadas para o fi-nal de safra, fase mais crítica, emque as plantações de cana flores-cem, tombam e (ou) apresentamqueda do nível sacarose. “Liberarvariedades competitivas neste pe-ríodo garante um bom desempe-nho”, explica Arnaldo Raizer, coor-denador de Pesquisa & Desenvol-vimento do CTC.

Tanto a CTC23 quanto a CTC24têm como características um altoteor de sacarose, porte ereto e nãoflorescimento. A diferença entre asduas está no perfil de solo, a pri-meira é indicada para localidadescom escassez hídrica. As pesquisasde campo com as duas novatascomprovaram ganhos de produti-vidade de 11% a 15% superior àsvariedades atualmente mais plan-tadas, a RB86-7515 e a SP81-3550.

Na palestra de SabrinaChabregas, coordenadora da área

Centro de Tecnologia Canavieira também investe em planta para etanol de 2ª geração

de biotecnologia do CTC, o desta-que foi a cana transgênica. Segun-do ela, a população está aumen-tando e as pessoas precisam de ali-mentos, de combustível e de ener-gia e não há desenvolvimento sus-tentável sem tecnologia. O CTC foia primeira instituição de pesquisaa produzir uma cana transgênica,isso em 1994. Hoje, com o aval daComissão Nacional deBiossegurança (CTNBio), a varieda-de está sendo testada em campo.

Desde janeiro deste ano, o CTCdeixou de ser uma Organização de

Sociedade Civil de Interesse Públi-co (Oscip) para se tornar uma So-ciedade Anônima (SA). Isso possi-bilitou parcerias com empresascomo Basf e Bayer, o que deve ace-lerar as pesquisas embiotecnologia, que visam quatropontos: aumento do açúcar, tole-rância à seca, tolerância aherbicidas e aumento de produti-vidade. Dados de um estudo daconsultoria Céleres apontam que ouso da biotecnologia em dez anospode resultar na economia de 134bilhões de litros de água.

O potencial dabiomassa também entrouem discussão. Segundo Ta-deu Andrade, diretor dePesquisa & Desenvolvi-mento do CTC, um hecta-re de cana tem o potencialde produzir 12 toneladasde palha. Cada tonelada depalha, por sua vez, podegerar 0,83 mega wattshora (MWH). Estipulandoque o MWH seja algo emtorno de R$ 200, isso sig-nificaria ao agricultor cer-ca de R$ 2 mil a mais porhectare.

“Hoje o bagaço e a pa-lha da cana estão sendousados para a produçãode energia elétrica. Daquia dez anos, iremos trans-formar a biomassa em gás

e teremos a biorrefinaria”, diz Ta-deu Andrade, diretor de Pesquisa& Desenvolvimento do CTC. Abiorrefinaria promete ser umagrande revolução, uma vez quepossibilitará a produção dos “mes-mos derivados do petróleo”, a par-tir de uma matéria-primarenovável.

Por ora, a grande novidade foianunciada por Thomas Ritter, dire-tor de Pesquisa & Desenvolvimen-to Industrial do CTC. “Ano quevem, vamos construir emPiracicaba uma planta modelosemicomercial de etanol celulósicoacoplada a uma usina tradicional”,diz. O etanol celulósico é o chama-do etanol de segunda geração queaproveita o bagaço e a palha, atéentão subprodutos, na produçãode etanol.

O encerramento do Cana Showfoi feito pelo ex-ministro Maílsonda Nóbrega, que ressaltou o au-mento da produtividade como umdos ingredientes fundamentaispara que o Brasil continue sua tra-jetória de crescimento.