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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2015 1

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2015

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2015

3Editorial

A falta de políticas públicas culminou com grandes dificuldades ao setor sucroe-nergético brasileiro, que vem enfrentando há anos uma crise sem precedentes. Situação que se agravou ano passado, com a seca. Fato é que a produtividade dos

canaviais paulistas foi comprometida, gerando incertezas quanto à moagem da próxima safra, que se inicia em abril. É o que você, leitor, vai ver na matéria de capa da edição deste mês.

A revista de fevereiro mostra também que a nova companhia criada a partir da fusão das empresas Rumo Logística, do Grupo Cosan, e a ALL (América Latina Logística), aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), este mês, resulta na formação de uma empresa gigante de logística - ferroviária e portuária - envolvendo investimentos de mais de R$ 8 bilhões até 2020.

Além disso, tem matéria sobre o CAR (Cadastro Ambiental Rural) e sobre os novos benefícios oferecidos ao setor canavieiro pelo Governo Estadual de São Paulo como tam-bém sobre os preparativos para a Fenasucro 2015. Entrevistas com Antônio Duarte No-gueira Júnior, secretário estadual de Transporte e Logística do Estado de São Paulo, e com o deputado estadual Davi Zaia (PPS-SP) podem ser lidas na edição 104.

Além da Coluna Caipirinha, assinada pelo prof. dr. Marcos Fava Neves, opinam no “Ponto de Vista” o prof. dr. Paulo Cesar Sentelhas e Bruno Wanderley de Freitas. Já a gestora técnica da Canaoeste, Alessandra Durigan, a agrônoma Daniela Santa Rosa e o superintendente da Canaoeste, Luiz Carlos Tasso Júnior, assinam artigo técnico que mos-tra a comparação de cultivares de cana-de-açúcar.

As notícias do Sistema Copercana, entre elas a inauguração da loja de ferragem e ma-gazine em Guaíra e a realização de treinamento para operadores de recolhedora de amen-doim, além de notícias da Canaoeste e Sicoob Cocred, assuntos legais, informações se-toriais, classificados e dicas de leitura e de português também podem ser conferidas na revista de fevereiro.

Cadê a Cana?

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

Expediente:Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equiPe de Redação e fotos:Andréia Vital, Fernanda Clariano, Igor Saven-hago e Rafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3300 - Ramal: [email protected]

imPRessão: São Francisco Gráfica e Editora

Revisão: Lueli Vedovato

tiRagem desta edição: 21.500 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do

Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários

são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada,

desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista Canavieiros

Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2008)

[email protected]

www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros

www.facebook.com/RevistaCanavieiros

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2015

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10 - Ponto de VistaProf. Dr. Paulo Cesar Sentelhas

Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agrometeorologia, Doutor em Irrigação e Drenagem e Professor de

Agrometeorologia da ESALQ/USP.

Ano IX - Edição 104 - Fevereiro de 2015 - Circulação: Mensal

Índice:

E mais:

Capa - 30Cadê a Cana?Seca de 2014 e do início deste

ano compromete produtividade dos canaviais paulistas, dificulta ob-tenção de mudas e gera incertezas quanto à moagem da próxima safra

18 - Notícias Copercana- Copercana inaugura loja de Ferragem e Magazine em Guaíra- Copercana realiza o 2º treinamento para operadores de recolhedora de amendoim

28 - Notícias Sicoob Cocred- Balancete Mensal

Entrevista IIDavi Zaia

.....................página 08

Pontos de VistaBruno Wanderley de Freitas

.....................página 12

Nelio Carvalho e Rodrigo Ortega.....................página 14

Coluna Caipirinha.....................página 16

Assuntos Legais.....................página 34

Destaques:SEBRAE subsidia 50% da participa-ção de empresas na Fenasucro

.....................página 36

Evento orienta produtores rurais sobre o preenchimento do CAR

.....................página 38

Setor sucroenergético recebe mais benefícios em SP

.....................página 40

Informações Setoriais.....................página 48

Artigo Técnico.....................página 50

Classificados.....................página 54

Cultura.....................página 57

Agende-se.....................página 58

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44 - Destaque- Olha o trem: negociação promete

uma revolução na logística do agronegócio nacional

05 - EntrevistaAntônio Duarte Nogueira JúniorSecretário de Transportes do Estado de São Paulo“O terminal de cargas vai aumentar a movimentação de aerona-ves e trazer novas oportunidades de negócios”

- Parceira da Canaoeste, Lancers inaugura unidade em Sertãozinho-SP para gestão de benefícios de saúde

- Canaoeste recebe visita de fitopatologista da SRA, principal centro de pesquisa de cana-de-açúcar australiano

- Canaoeste realiza assembleia geral para prestação de contas

24 - Notícias Canaoeste

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Revista Canavieiros: O setor su-croenergético tem buscado alternati-vas para minimizar os custos de logís-tica e, consequentemente, aumentar a competividade, como investimento em outros modais. Um exemplo é o ferro-viário, que integra planos de grupos como São Martinho e Cosan, o que po-derá impactar de forma significativa a cadeia canavieira. Como a Secretaria de Transportes e Logística enxerga e pode contribuir com essa investida?

Nogueira: O transporte ferroviário de cargas é de responsabilidade do Go-verno Federal. Porém, existe um pro-jeto importante para o setor no Estado de São Paulo, que é a implantação do Ferroanel, que tangenciará a Região Metropolitana de São Paulo e irá inter-ligar as regiões de Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba. O tramo Norte ligará as estações de Perus, em São Paulo, à estação Engenheiro Evan-gelista de Souza, em Parelheiros. O ob-jetivo do empreendimento é segregar o tráfego ferroviário de cargas do de passageiros, proporcionar melhorias no transporte coletivo de passageiros sobre trilhos – CPTM –, administrado pela Secretaria de Transportes Metro-politano, e na qualidade de vida da po-

Antônio Duarte Nogueira Júnior

“O terminal de cargas vai aumentar a movimentação de aeronaves e trazer novas

oportunidades de negócios”Sétimo candidato a deputado federal mais votado por São Paulo, com 254.051 votos, Antônio

Duarte Nogueira Júnior (PSDB) se licenciou do cargo para assumir, no último dia 7 de janeiro, a Secretaria de Transportes e Logística do Estado de São Paulo. Presidente do PSDB paulista e creden-ciado como uma das principais lideranças do partido no país, ele, que nasceu em Ribeirão Preto, é formado em Agronomia e já ocupou outras duas secretarias em governos tucanos – Habitação, na gestão de Mário Covas, e Agricultura, já com Alckmin –, tem, entre seus principais desafios, reduzir o impacto dos custos de logística sobre vários setores da economia paulista, como o agronegócio.

Para a região de Ribeirão Preto-SP, a maior produtora de cana-de-açúcar, açúcar e etanol do pla-neta, que enfrenta, em Sertãozinho-SP, uma crise sem precedentes na indústria de base atrelada ao setor, Nogueira destaca os investimentos em rodovias e na implantação do terminal internacio-nal de cargas no aeroporto Leite Lopes. Confira os principais trechos da entrevista, feita via e-mail.

Igor Savenhago

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Entrevista I

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6Entrevista I

pulação. O Governo Federal demons-trou interesse em contratar a DERSA, empresa de capital misto, vinculada à Secretaria Estadual de Logística e Transportes, para elaborar o projeto do tramo Norte. O Governo do Estado aguarda a manifestação da União para dar prosseguimento ao projeto.

Revista Canavieiros: Algum pro-

jeto ou obra específica para a região de Ribeirão Preto, que beneficie o agronegócio como um todo e, de for-ma mais específica o setor da cana, do qual a região é maior produtora mun-dial, para reduzir os impactos da crise que assola essa cadeia?

Nogueira: O Governo do Estado, por meio do DER – Departamento de Estradas de Rodagem –, está investin-do em obras viárias importantes para a região. Nas rodovias da região de Ribeirão Preto, entre 2011 e 2014, fo-ram investidos R$ 659 milhões em 28 obras. Outros R$ 96,5 milhões foram destinados à realização de melhorias em 47 vicinais. Atualmente, estão em andamento pelo DER obras de dupli-cação, recapeamento de pistas, pavi-mentação na Rodovia Abrão Assed [SP-333], duplicação e melhorias de trechos da Rodovia Cândido Portinari [SP-334], duplicação, melhorias e re-capeamento de pistas na Rodovia Pre-feito Fabio Talarico [SP-345] e cons-trução de ponte sobre o Rio Pardo na Rodovia Dona Genoveva Lima de Car-valho Dias [SP-373]. Outra obra vital para a região de Ribeirão Preto foi a remodelação do Trevo Waldo Adal-berto da Silveira, o maior em extensão do País, com investimento de R$ 120 milhões. O trevo faz a interligação da Rodovia Anhanguera com a Avenida Presidente Castelo Branco, sentido Ribeirão Preto, e Rodovia Antônio Machado Sant’Anna [SP-255], sentido Araraquara; da Avenida Castelo Bran-co com a Rodovia Abrão Assed; e das rodovias Prefeito Antonio Duarte No-gueira [SP-322] e Antônio Machado Sant’Anna com a Anhanguera. Tem 11, 8 mil metros de extensão, oito viadu-tos, 20 alças de acesso e retorno, além de passarela de pedestres, que permite também a travessia de ciclistas. Um empreendimento que beneficia mais

de 1,5 milhão de moradores de Ribei-rão Preto e cidades vizinhas, além de usuários das rodovias que passam pela região. O Estado também tem investi-do no setor aéreo. No aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, administra-do pelo Departamento Aeroviário do Estado, o Daesp, está em andamento a implantação do terminal internacional de cargas sob responsabilidade da em-presa privada TEAD. Será o primei-ro da rede administrada pelo Daesp a concorrer com o segmento interna-cional de cargas aéreas, hoje operado somente pela INFRAERO. Trata-se do principal aeroporto do Daesp e de maior movimentação. O terminal de cargas vai aumentar a movimentação das atividades de aeronaves cargueiras e, com isso, trará novas oportunidades de negócios à cidade e região. Além disso, está previsto um pacote de obras estimado em R$ 443 milhões, que serão executadas pelos Governos Estadual e Federal e Prefeitura de Ribeirão Preto para ampliação do terminal de passa-geiros, construção do novo pátio de ae-ronaves, deslocamento da pista em 500 metros, implantação da passagem infe-rior na Avenida Tomaz Alberto Whately e adequação do sistema viário do entor-no do aeroporto. Os projetos das obras foram elaborados pelo DAESP em ju-lho de 2013 e aprovados pela Secretaria de Aviação Civil, do Governo Federal, em novembro de 2014.

Canavieiros: Em relação à expor-tação de produtos do agronegócio, o Porto de Santos é o principal do País. E o local enfrenta uma série de pro-

blemas, como necessidade de draga-gem e dificuldades de acesso. Como o Governo do Estado pode interferir para melhorar essas questões?

Nogueira: O Porto de Santos é de responsabilidade do Governo Federal. Mas o Estado realizou obras viárias importantes para melhorar o acesso ao porto e o fluxo de veículos na região da Baixada Santista, no Sistema Anchie-ta/Imigrantes. Em outubro de 2014, foi entregue o novo Anel Viário de Cubatão e a terceira faixa da Rodovia Cônego Domênico Rangoni [SP-55], com investimento total de R$ 392,6 milhões. A terceira faixa tem 16 quilô-metros de extensão, sendo oito quilô-metros por sentido, e amplia em 50% a capacidade de tráfego neste segmento. Também foi implantada, no km 7 da rodovia, uma faixa de desaceleração. A via permite uma nova ligação com a Avenida Santos Dumont e acesso à margem esquerda do Porto de Santos. A estimativa é que cerca de 4.700 ca-minhões passem a usar o novo acesso como alternativa à Rua do Adubo, no Guarujá. O novo acesso ao tráfego permitirá maior fluidez do trânsito e menos congestionamentos. Já o Anel Viário de Cubatão interliga as rodovias Anchieta [SP-150], Cônego Domênico Rangoni, Imigrantes [SP-160] e Padre Manoel da Nóbrega [SP-55]. Formado por seis viadutos e com extensão de 2,8 quilômetros, o Anel Viário Engenheiro Luiz Antonio Veiga Mesquita permite que os movimentos entre acessos e re-tornos ocorram de forma ordenada. A obra inclui, ainda, uma faixa operacio-nal entre o km 271,4 e o 273,7.

Agência Câmara

RC

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Revista Canavieiros: O que pensa sobre a atual situação do setor sucroenergético?

Davi Zaia: É um desafio importante, que nos preocupa muito. Mas acredito que a mobilização do setor e o apoio po-lítico que tem se concentrado em torno disso nos últimos anos podem buscar novas soluções. O País vai viver ainda um pe-ríodo muito difícil agora em 2015, mas queremos continuar firmes para que o setor possa recuperar o seu espaço, a sua con-dição de ter um bom desenvolvimento. É para isso que vamos trabalhar firmemente na Assembleia Legislativa de São Paulo nesse próximo mandato. O Governo Federal, infelizmente, tem sido muito lento em tomar medidas para resolver essas ques-tões. Acredito, então, que vamos ter que continuar com a nos-sa mobilização, para que possamos encontrar alternativas que ajudem o setor sucroenergético a retomar sua competitividade.

Canavieiros: Diante desse quadro, temos agora o depu-tado federal Arnaldo Jardim na Secretaria de Agricultura de Abastecimento de São Paulo. De que forma isso pode ser um facilitador no diálogo com o Governo Federal?

Zaia: O Arnaldo é uma pessoa de extrema capacidade, tem uma longa experiência nas articulações políticas, e agora, como secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, vai ter um papel ainda mais preponderante e, com certeza, muito mais força, tendo o apoio do governador Geraldo Alckmin para conduzir as políticas agrícolas e a relação com o Gover-no Federal, no sentido de que possamos encontrar melhores soluções. Então, acho que a indicação do Arnaldo para essa importante secretaria é um momento de comemorar, pela ex-periência, pelas relações e pelo conhecimento que tem. Isso, sem sombra de dúvidas, é um alento para todos nós que temos lutado em defesa do setor sucroenergético.

Entrevista II

Davi Zaia

“Precisamos mobilizar as forças políticas para buscar as melhores alternativas nas

decisões do Governo Federal”

Igor Savenhago

O deputado estadual Davi Zaia (PPS-SP) reconhece que 2015 será um ano de muitos desafios. Um cenário preocupante para a economia brasileira e que continuará afetando um setor que tem sofrido sucessivos baques com as estratégias usadas pelo Governo Federal para controle dos preços da gasolina, o que comprometeu o etanol. A cadeia produtiva sucroenergética amarga o fechamento de cerca de 80 usinas nos últimos anos e a extinção de milhares de empregos, como tem ocorrido nos polos industriais de base de Piracicaba-SP e Sertãozinho-SP.

Para Zaia, não há alternativa a não ser continuar mobilizando quem depende do setor para cobrar medidas que permitam uma retomada dos investimentos. Segundo ele, esse processo será facilitado com a posse do deputado federal Arnaldo Jardim como secretário de Agricultura e Abas-tecimento de São Paulo. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida à Revista Canaviei-ros durante a posse de Jardim, em janeiro

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9Entrevista II

Canavieiros: Quais os principais desafios que o novo secretário irá en-contrar no agronegócio paulista?

Zaia: Existem desafios importantes. Não só o da seca, que depende menos da atuação do secretário, já que temos que contar com a recuperação do meio ambiente, das chuvas. Por isso, acho que o Arnaldo vai ter participação im-portante, principalmente porque apro-vamos, recentemente, o Programa de Regularização Ambiental no Estado [PRA] e, agora, haverá todo um traba-lho de regulamentação disso, que, cla-ro, está a cargo da Secretaria de Meio Ambiente, mas o Arnaldo, aqui na Se-cretaria de Agricultura, vai poder nos ajudar muito também nesse sentido. Acho que foi importante o papel da Assembleia Legislativa, que discutiu, abriu, fez as audiências e concluiu em oito meses, que foi o prazo que tramitou o projeto do PRA, oferecendo seguran-ça jurídica a todos os produtores rurais. Outros programas importantes também podem ter uma dinamização maior, no

financiamento à agricultura, na busca por melhores condições para que pos-samos manter o Estado e o agronegócio de São Paulo numa posição de ponta.

Canavieiros: Para concluir, quais são suas perspectivas de trabalho para os próximos anos em prol do setor su-croenergético?

Zaia: Vou continuar exercendo meu mandato na Assembleia com a certeza de

poder acompanhar e estar sempre atuan-do em contato com o setor sucroenergéti-co. Acho que temos boas perspectivas pela frente. O que precisamos é mobilizar as forças políticas para buscar as melho-res alternativas nas decisões do Governo Federal. Temos o governador Geraldo Al-ckmin, que é uma pessoa atenta e conhece bem a realidade do nosso Estado. Então, vão se juntando diversos fatores que po-dem oferecer um caminho melhor.RC

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10Ponto de Vista I

Mais um ano com chuvas abaixo do normal em janeiro traz expectativa de perdas históricas nos canaviais da região Centro-Sul do Brasil*Prof. Dr. Paulo Cesar Sentelhas

Prof. Dr. Paulo Cesar Sentelhas

Como é de conhecimento geral, a agricultura é uma das atividades econô-micas mais dependentes das condições meteorológicas, sendo o clima e sua va-riabilidade os maiores fatores de risco para o agronegócio, tanto para os siste-mas de sequeiro como para os irrigados. Estima-se que cerca de 80% da variabili-dade da produtividade agrícola venha da variabilidade climática sazonal e intera-nual, enquanto que os demais 20% estão associados às questões econômicas, po-líticas, de infraestrutura e sociais.

Enquanto que o termo clima descre-ve a média dos eventos meteorológicos de uma região, a variabilidade climáti-ca se refere às oscilações desses even-tos de um ano para outro (variabilidade interanual) ou de um local para outro (variabilidade espacial), fazendo com que a cada ano em cada local se tenham condições meteorológicas distintas, ou seja, variáveis. A Figura 1, para a série histórica de 1917 a 2014 para Piracica-ba, SP, ilustra a variabilidade interanu-al da chuva. A linha verde descreve a média (1276 mm), também conhecida como normal climatológica, enquanto que a linha vermelha indica o valor de 1000 mm, um referencial para indicar secas severas nessa região. Nota-se que já houve diversos anos em que as chuvas ficaram abaixo de 1000 mm, como nos anos de 1921, 1924, 1978 e 1984, os anos mais secos do período de registros, com menos de 900 mm anu-ais. Esses anos, assim como os demais, incluindo 2014, se caracterizam como anos de anomalia climática, que é quan-do a variável meteorológica foge muito dos padrões normais de variabilidade.

Um dos fatores a influenciar a variabi-lidade climática no Brasil e no mundo é o fenômeno (ENOS) El Niño Oscilação Sul, o qual se apresenta sob três formas, sendo: fase quente, com o aquecimento do Oceano Pacífico equatorial além do

Como a cultura da cana-de-açúcar responde de forma direta e indireta às condi-ções meteorológicas, ou seja, às variações de temperatura, radiação solar, chuva, umidade do ar, velocidade do vento e também à disponibilidade de água no solo, qualquer oscilação nessas variáveis meteorológicas irá repercutir no crescimento, desenvolvimento, produtividade e qualidade dos colmos. Assim, em anos conside-rados mais próximos do normal, ou seja, do que se espera em termos médios, os canaviais apresentam melhores desempenhos, porém, quando há variações bruscas nessas variáveis e isso persiste por vários dias ou meses, os impactos na cana serão visíveis, resultando em redução de sua produtividade e qualidade.

Um exemplo clássico disso é o que vem acontecendo ao longo dos últimos anos, mais precisamente no Estado de São Paulo. A partir de 2009, passamos por uma

normal (El Niño); fase fria, com o res-friamento do Oceano Pacífico equatorial além do normal (La Niña); e fase neutra, quando a temperatura da superfície do Oceano Pacífico equatorial se encon-tra próximo da normalidade (Neutro). Apesar de esse fenômeno ser recorrente, não há uma regra clara e definida para sua manifestação, assim como para seus impactos nas diferentes regiões do glo-bo. Em algumas regiões, esses padrões são mais bem definidos, como ocorre no Sul e no extremo Norte/Nordeste do Brasil. Por outro lado, em grande parte da região central do País, esse padrão é indefinido, sendo essa conhecida como “zona de transição” para as consequên-cias do fenômeno.

Outro fator de forte influência no cli-ma na região Centro-Sul do Brasil é a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), a qual é respon-

sável pela formação de intensa nebu-losidade e chuvas regulares. Quando a ZCAS se manifesta sobre uma região, as chuvas ocorrem em grande quantida-de, ao passo que a sua ausência é res-ponsável pela ocorrência de veranicos, ou seja, período de estiagem durante a estação chuvosa.

Figura 1 – Variabilidade interanual da chuva anual em Piracicaba, SP. Fonte: Estação Meteorológica da ESALQ/USP.

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sequência de anos agrícolas totalmente distintos em relação ao que chamamos de normalidade. Em 2009-2010, ano de El Niño, o Estado foi atingido por chu-vas muito acima do normal entre julho e dezembro de 2009, trazendo uma sé-rie de complicações para as operações de preparo do solo, plantio e colheita dos canaviais. Por outro lado, tal con-dição livrou a cultura da cana dos pro-blemas relativos ao deficit hídrico. Já os anos de 2010-2011 e 2011-2012 foram marcados pelo evento La Niña, com secas mais pronunciadas e ocorrências de geadas, especialmente durante o in-verno de 2011. Entre 2012-2013, ano considerado neutro do ponto de vista do fenômeno El Niño, houve chuvas significativas durante o inverno, o que foi prejudicial para o processo de ma-turação dos canaviais, porém trazendo melhores condições de crescimento das plantas. Situação semelhante foi obser-vada em 2013-2014, mas com geadas moderadas no inverno de 2013, o que surpreendeu os produtores de um modo geral. Finalmente o período 2013-2014 iniciou-se como mais um ano de neu-tralidade, porém com uma situação ex-tremamente atípica durante o final de 2013 e início de 2014, quando tivemos em grande parte da região Sudeste o verão mais seco desde o início dos re-gistros meteorológicos. Em Piracicaba,

mais especificamente, onde os registros se iniciaram em 1917, o total de chuvas do verão de 2013-2014 foi da ordem de 300 mm, enquanto que o normal de-veria ser de 800 mm. Tal quadro, sem precedentes neste histórico, foi agrava-do em razão das altas temperaturas que atingiram no início de fevereiro cerca de 38ºC, o valor mais alto desde o ve-rão de 1955. Isso fez com que o balanço hídrico ficasse muito deficiente, impac-tando substancialmente os canaviais, que praticamente não cresceram devido à baixa disponibilidade de água no solo. Sendo assim, a cultura da cana-de-açú-car, dada sua extensa área no Estado de SP, foi a que mais sofreu com o verani-co de 2013-2014, com perdas estimadas da ordem de 14%, mas oscilando entre regiões de 10% a mais de 30%.

Esse quadro foi marcado principal-mente pela ausência do posicionamen-to da ZCAS sobre a região Centro-Sul do Brasil, trazendo um quadro desola-dor para a cultura da cana, assim como para todas as demais culturas de se-queiro nessa região do País.

O impacto do intenso veranico de 2013-2014 se projetou para os meses seguintes, com o início da estação seca, quando normalmente há a diminuição das chuvas, e ainda para o início da

estação chuvosa de 2014-2015, que se iniciaram e se mantiveram com chuvas irregulares. Mais uma vez, a ausência da ZCAS afastou as chuvas da região Cen-tro-Sul do Brasil, fazendo com que o to-tal de janeiro de 2015 ficasse novamente bem abaixo no normal. Em Piracicaba e região, as chuvas acumularam no mês cerca de 100 mm, quando a média é de 230 mm. Além das poucas chuvas, janei-ro de 2015 voltou a ser de muito calor, atingindo temperaturas recordes, o que agravou ainda mais as condições para os canaviais, elevando o deficit hídrico e assim as perdas de produtividade.

As perspectivas para os próximos meses são de que as chuvas voltem ao seu padrão normal, mas, isso não de-verá mudar muito o quadro das que-bras de produtividade esperadas para as canas de início e meio de safra. A contabilização das perdas até o mo-mento é de que as quebras de produ-tividade sejam maiores do que as do ano passado, com raras exceções para as regiões dos Estados de SP e MS, onde as chuvas ocorreram com maior intensidade e/ou regularidade.

*Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agrometeorologia, Doutor em Irriga-ção e Drenagem e Professor de Agro-meteorologia da ESALQ/USP. RC

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12Ponto de Vista II

Consumo de combustíveis do ciclo Otto bate recorde em 2014*Bruno Wanderley de Freitas

Bruno Wanderley de Freitas

O consumo de combustíveis do Ciclo Otto no Brasil atingiu um recorde de 55,69 bilhões

de litros, em gasolina equivalente, em 2014, crescimento de 8,7% sobre o ano anterior. O consumo de etanol hidrata-do foi o que mais contribuiu para este crescimento. Em 2014, foram consumi-dos 12,99 bilhões de litros de hidratado, aumento de 20,1% em relação a 2013, sendo, portanto, o maior volume consu-mido de hidratado desde 2010.

O aumento do consumo veio em resposta à queda do preço do etanol em meio ao mix mais alcooleiro nesta safra. Em média, 56,94% da oferta de ATR (Açúcar Total Recuperável) fo-ram direcionadas à fabricação de eta-nol, maior mix de etanol desde a safra 2009/10. Até o final de janeiro, a produ-ção de etanol hidratado na região Cen-tro-Sul totalizou 15,15 bilhões de litros, aumento de 4,7% em um ano, apesar do recuo de 4,3% na moagem da cana.

Cabe destacar que o ritmo de consu-mo mensal de etanol hidratado entre os meses de julho e dezembro só foi me-nor que o registrado em 2010. Somente em dezembro, o consumo de hidratado alcançou 1,380 bilhão de litros.

Na média de janeiro a dezembro, o consumo de hidratado em 2014 foi de 1,083 bilhão de litros ao mês, contra 901,39 milhões/mês em 2013, 820,85 mi-lhões/mês em 2012, 908,27 milhões/mês em 2011 e 1,256 bilhão/mês em 2010.

O aumento do consumo de hidratado também esteve atrelado à expansão da frota de veículos flex fuel. Conforme estimativa da DATAGRO, a frota de ve-ículos flex fuel alcançou 23,41 milhões de unidades ao final de 2014, aumento de 12,4% sobre o tamanho da frota ob-servada em mesma data de 2013 (20,83 milhões de unidades).

Como resultado, os veículos flex fuel responderam por 68,9% da frota total de veículos de Ciclo Otto no Brasil. Já o nú-mero de carros movidos apenas a gaso-lina atingiu 10,62 milhões de unidades.

Já o consumo de gasolina A (gasoli-na pura, sem mistura de anidro) atingiu 33,27 bilhões de litros em 2014, au-mento de apenas 5,0% em comparação ao ano anterior. A variação anual do consumo de etanol anidro, de 14,5%, foi proporcionalmente maior em rela-ção ao consumo de gasolina A em virtu-de do aumento da mistura de 20% para

25% a partir de 2013. Como resultado, foram consumidos 11,091 bilhões de litros de anidro em 2014, contra 9,686 bilhões de litros em 2013.

Diante da maior expansão do con-sumo de etanol, sobretudo de hidrata-do, comparativamente ao da gasolina, a participação do etanol na matriz de consumo de combustíveis do ciclo Otto subiu para 36,2% em 2014. Em 2013, a participação era de 33,7%, enquanto em 2012, 31,8%.

Ao contrário do desempenho cres-cente do mercado de combustíveis do ciclo Otto, o consumo de (GNV) Gás Natural Veicular no Brasil sofreu uma retração em 2014. O consumo mé-dio diário de GNV atingiu 4.961 10³ m³/dia, 3,2% a menos que em 2013 (5.125 10³ m³/dia).

A retração do setor de GNV decorre do maior foco do Governo em atender ao mercado termoelétrico. Quase a to-talidade dos investimentos recentes esteve centrada em terminais ligados à infraestrutura para a geração de energia elétrica, preterindo, portanto, as distri-buidoras de combustíveis. O consumo de Gás Natural pelas termoelétricas su-biu 27,0% em um ano para 33.410 m³/dia na média de 2014.

*Economista sênior DATAGRO RC

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14Ponto de Vista II

Importância da gestão de riscos e controles no contexto atual do setor sucroenergético1- Nelio Carvalho*2- Rodrigo Ortega*

O setor sucroenergético nacional vem enfrentando diversas di-ficuldades financeiras, poten-

cializadas principalmente pela perda de produtividade agrícola, agravada por problemas climáticos e pela baixa taxa de renovação dos canaviais, o que resulta em uma quebra esperada na produção de cana-de-açúcar em torno a 5% na safra de 2014/2015 (567 milhões de toneladas de cana), comparado com a safra 2013/2014 (597 milhões de toneladas), para a região Centro-Sul do País, segundo a UNICA - União da Indústria de Cana-de-Açúcar.

Além disso, a menor produtividade no campo incorre no aumento da ociosi-dade industrial, aumentando os custos de produção, os quais não conseguem ser repassados, pois é o mercado quem defi-ne os preços das commodities, o que, em última instância, vem contribuindo para o aumento de endividamento de grande parte das empresas do setor.

Ainda que haja algumas perspecti-vas de melhoras para a safra 2015/2016, como o aumento da produção de cana em 2,5% na região Centro-Sul do País, previsto pela DATAGRO e outras me-didas governamentais como o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina e o retorno da cobrança da CIDE (Contri-buição de Intervenção no Domínio Eco-nômico), esta recuperação ainda é insu-ficiente para reverter o quadro atual e, assim, iniciativas que busquem reduzir os custos das organizações, mitigar os riscos nos processos e aumentar a credi-bilidade da empresa perante o mercado e investidores podem reduzir prejuízos operacionais e, consequentemente, con-tribuir para um início de recuperação.

Dentre essas iniciativas destaca-se o mapeamento de riscos e controles organi-zacionais, cujo reconhecimento vem cres-cendo no setor sucroenergético, principal-mente após a inserção de grandes grupos no mercado, provocando uma mudança de

paradigma no setor e destacando a impor-tância de temas como governança corpora-tiva, gestão de riscos e controles internos.

Um trabalho com este enfoque pode ser conduzido em áreas estratégicas da organi-zação, como em processos agrícolas, visto que seus custos representam mais de 60% dos custos totais para produção de açúcar e etanol e pela maior exposição a fraudes em virtude da dificuldade de se implantar controles e processos em áreas distantes da infraestrutura física de uma unidade indus-trial e administrativa. Atividades de supri-mentos também merecem atenção em tra-balhos de riscos e controles, haja vista que gastos com compras podem representar de 40 a 70% da receita em uma organização e, dessa forma, qualquer oportunidade de redução nesses custos ou de um melhor controle dos mesmos podem impactar consideravelmente nos resultados finan-ceiros (botton line results).

Em um trabalho de mapeamento de riscos e controles, seguindo as etapas descritas na Figura 1, é recomendável que seja iniciado pela revisão dos pro-cessos, a partir dos quais são identifica-dos os riscos das operações e a eficácia de seus controles, gerando inúmeras oportunidades de aprimoramento das atividades, as quais devem ser registra-das e ter sua implantação monitorada pela alta direção organizacional.

Nelio Carvalho

Fonte: FSA Company

Figura 1: Etapas de um trabalho de mapeamento de riscos e controles.

Rodrigo Ortega

Nossa experiência ainda demonstra que é imprescindível o conhecimento prévio do setor em projetos desta na-tureza, visto que determinados riscos, cuja elevada exposição pode incor-rer em prejuízos substanciais à ope-ração, são inerentes e específicos às atividades sucroenergéticas. Assim, é importante se atentar a questões cuja fragilidade nos controles é identificada com frequência em trabalhos no setor, como descritas em Quadro 1.

Com isso, tais questões exempli-ficadas, bem como inúmeras outras relacionadas, devem ter seus riscos devidamente identificados e mitiga-dos com a implantação de melhorias, buscando a substituição de controles manuais por automatizados e, se ne-cessário, a alteração significativa dos processos organizacionais, sempre priorizando ações que não demandem investimentos e que assegurem a efi-cácia do controle.

Dessa maneira, um trabalho de mapeamento de riscos e controles é importante que seja conduzido, mes-mo em um contexto de dificuldades financeiras, tendo em vista que tem o potencial de traçar caminhos para re-cuperação organizacional, favorecen-do também a adequação a modelos de governança corporativa pautados na transparência e confiabilidade prestada aos stakeholders, valorizando sua ima-gem ao mercado.

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Quadro 1: Questões de destaque em mapeamento de riscos em controles no setor sucroenergético.

*1- Nelio Carvalho, graduado e mestrando em Engenharia de Produção pela UFSCar e consultor especialista da consultoria FSA Company.*2- Rodrigo Ortega, graduado em Engenharia de Produção Mecânica pela Escola de Engenharia Mauá e gerente da consultoria FSA Company.

Fonte: FSA Company

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Como está o nosso agro?O Brasil vive um cenário de gran-

des incertezas econômicas e políticas. A inflação de janeiro foi de 1,24% (a maior desde fevereiro de 2003), as ta-xas de juros também estão mais altas, o que aumenta o endividamento e tor-na mais difícil o acesso a crédito. As melhores previsões para o PIB preve-em um crescimento em 2015 de ape-nas 0,5% e ainda soma-se a isso uma enorme crise hídrica. No momento em que escrevo esta coluna, o dólar beira a R$ 3,00.

Nessa realidade, o ano de 2015 não começou com um bom desempenho das exportações do agronegócio. No mês de janeiro, o setor foi responsável por US$ 5,64 bilhões em exportações. O valor é baixo quando comparado com US$ 5,87 bilhões no mesmo pe-ríodo de 2014 e ao desempenho em ja-neiro de 2013 (US$ 6,58 bilhões). Isso pode ser explicado em partes pela re-dução nos preços médios dos produtos exportados pelo País, como é o caso do açúcar, que sofreu redução dos preços no período.

O setor sucroalcooleiro foi o segun-do maior responsável por esse número, exportando US$ 926 milhões. Desse montante, o açúcar foi responsável por 90,4% do exportado e, apesar das re-duções no preço, a quantidade exporta-da aumentou 9% em relação a janeiro de 2014, o que é uma boa notícia.

O saldo da balança comercial do agronegócio foi, mais uma vez, positi-vo. No mês, as exportações superaram as importações em 4,4 bilhões de dóla-res enquanto que a balança comercial geral do Brasil novamente foi negati-va: US$ 3,17 bilhões.

Como está nossa cana? Após um janeiro que judiou dos

nossos canaviais com um calor inten-so e pouca chuva, fevereiro parece

cuidar melhor da cana. Tem chovido bem mais, e a cana deve aproveitar. As estimativas continuam prevendo uma safra de 15/16 relativamente igual a 14/15. Vem cana, que estamos preci-sando. Chove chuva, chove sem parar!

Como está nosso açúcar? Segundo a Archer, as vendas futu-

ras de açúcar (27,3% do total a ser ex-portado) estão menores do que o que ocorreu no ano passado no período (40,88%), mesmo com os preços mé-dios do travamento estando equivalen-tes (17,34 cents). Essa situação é refle-xo do comportamento das tradings que estão mais cautelosas com relação ao setor, mesmo com a taxa do dólar ten-do auxiliado no preço do açúcar e da expectativa de melhora de preços, que vai depender muito da safra brasileira e da alocação de cana para etanol, em que todos ganhariam.

A OIA (Organização Internacional Agropecuária) também apresentou, no início de fevereiro, relatório em que aponta para provável estabilidade em seus números e em cotações. Os últimos números indicam para produção mun-dial de 182,9 milhões de toneladas, e consumo de 182,4 mi ton, com algo pró-ximo a 500 mil toneladas de superavit.

A Rússia soltou estimativa de im-portação ao redor de 550 mil tonela-das, um pouco acima do ciclo anterior. Com a crise que vem passando a Rús-sia, é uma boa notícia.

Como está nosso etanol? Com o retorno da CIDE (Contribui-

ção de Intervenção no Domínio Públi-co) e do PIS-Cofins (R$ 0,22 por litro de gasolina), o etanol hidratado tam-bém sofreu aumento em 25 estados bra-sileiros. Em alguns estados inclusive, o aumento médio no preço do litro foi de R$ 0,10 para o etanol e R$ 0,17 para a gasolina. Por isso algumas regiões ain-da passarão por aumentos em fevereiro.

Foi finalmente aprovada a mistura para 27%. Mais cana que se consome na forma de “gasolina” contribuindo com o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Brasil.

Agora em março entra em vigor em Minas Gerais a redução do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Merca-dorias) sobre o etanol hidratado de 19 para 14 por cento, o que pode dar um vigor para a produção do estado que pela falta de chuvas teve a moagem encerrada mais cedo na safra.

No Brasil hoje temos uma frota de 34 milhões de veículos e 22 milhões desses são carros com tecnologia flex. Estudo recente do IAG/USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) revelou que a concen-tração de um poluente emitido por ve-ículos utilizando etanol na atmosfera se reduziu nos últimos 30 anos devido principalmente aos avanços na tecnolo-gia dos motores e na utilização de cata-lisadores nos escapamentos. Mais uma evidência de que o etanol é uma ótima opção para o meio ambiente.

Mesmo com a queda de aproximada-mente 30 milhões de toneladas da safra de cana no ano em relação ao esperado, o setor ainda conseguiu bater o recorde de 26 bilhões de litros de etanol produ-zidos nessa safra de acordo com a in-

Coluna Caipirinha

Marcos Fava Neves

CaipirinhaAs dificuldades de se prever algo em 2015

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dústria. Isso aconteceu porque, apesar de a quantidade de cana para moagem ter se reduzido com relação à safra pas-sada, a baixa no preço do açúcar mes-mo na entressafra fez com que as usi-nas optassem pela produção de álcool até que os estoques mundiais de açúcar se reduzam. Outro fator que tem contri-buído é que os dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo) mostram que o aumento no consumo de etanol suplan-tou a produção no último ano.

A boa notícia é que a ANP fechou os números de 2014. Mesmo com a derrapagem da nossa economia, o con-sumo de combustíveis cresceu 5,28% no país, para quase 145 bilhões de litros. Comparado com 2013, o con-sumo de etanol cresceu 12,33% em 2014, totalizando 24,08 bi de litros. O etanol contribuiu fortemente para que a redução nas importações de gasolina atingiu quase 28%, mesmo assim tota-lizando quase 2 bilhões de litros, que podem tranquilamente serem substitu-ídos pelo etanol.

Quem é o homenageado do mês?

A coluna Caipirinha todo mês homenageia uma pessoa. Neste mês a homenagem vai para o Fa-bio Venturelli, da São Martinho. A empresa apresentou lucro em momento difícil do setor graças à boa gestão e boa estratégia de comercialização, segurando pro-dutos e se aproveitando dos bons momentos. Ao Fabio, extensivo a todo o time da São Martinho.

Haja Limão: O ministro de Minas e Energia em entrevista ao Canal Livre disse que o uso de termelétricas garan-te o fornecimento de energia sem a ne-cessidade de racionamento. Isso com tanto potencial do setor na geração de energia limpa! Resta esperar que com o possível apagão e a falta de água fi-nalmente decole neste ano a cogeração pela cana, não por planejamento es-tratégico de nosso Governo, mas por necessidade. Se é que este Governo vai ficar por aí...

E sobre a Petrobras??? Aqui falamos dela desde o início desta coluna, antes ainda da crise. A gestão da Petrobras conseguiu produzir o maior limoeiro do mundo. Deus amado, que quadrilha. Que destruição do patrimônio de nossos filhos e netos. Indignação é pouco.

Aliás, parabéns ao setor e a Sertão-zinho. A marcha em defesa do setor foi um show!!! Estive lá, na condição de “ativista”...

Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA/

USP, Campus de Ribeirão Preto. Em 2013 foi Professor Visitante Internacional da Purdue

University (EUA)

Jose Coral, Mendes Thame e Marcos Fava Neves

RC

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Copercana inaugura loja de Ferragem e Magazine em Guaíra

Notícias Copercana

No dia 30 de janeiro, a Coper-cana inaugurou sua 19ª loja de Ferragem e Magazine na ave-

nida Dr. João Batista Santana, 2.589, no centro de Guaíra, cidade com mais de 37.400 habitantes. A inauguração repre-senta a concretização de um sonho e o início de uma nova etapa da coopera-tiva na região. São 944,52 m² de área construída e um investimento de apro-ximadamente R$ 174.000,00.

Além de fertilizantes, adubos, de-fensivos, implementos, ferramentas, insumos, produtos veterinários, a loja conta com uma completa linha de ele-trodomésticos, artigos para cama, mesa, banho e presentes.

Autoridades do município, diretores do Sistema Copercana, Canaoeste e Si-coob Cocred, cooperados, produtores rurais, clientes, empresas parceiras e a imprensa local prestigiaram a cerimô-nia de inauguração.

“Sabemos da pujança que existe em Guaíra, a cidade é essencialmente agrí-cola, conta com muitos produtores e a Copercana veio para somar, fazer uma parceria que traga mais experiência para o nosso cooperado de Guaíra. Eu tenho certeza que a cooperativa vai ser útil para esses produtores, assim como eles serão úteis para nós, pois a Copercana precisa da presença, do consumo e do apoio des-ses produtores para que possa continuar atendendo cada vez melhor essa região”,

Fernanda Clariano

disse o presidente da Copercana, Anto-nio Eduardo Tonielo.

O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, falou sobre as expectativas no

novo empreendimento. “Apesar do ven-to não estar soprando a nosso favor e a favor de quase nenhum brasileiro, devi-do ao fator clima, Governo e finanças, as nossas expectativas são muito boas. Nós

O mais novo empreendimento chega para somar e confirmar o bom desempenho da cooperativa, que conta com lojas espalhadas pelos Estados de São Paulo e Minas Gerais

A 19ª loja de Ferragem e Magazine fica na avenida Dr. João Batista Santana, 2.589,no centro de Guaíra e o telefone para contato é (17) 3332-2775

Antonio Eduardo Tonielo,presidente da Copercana

Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana

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estamos otimistas e vamos passar por mais essa e falamos para os nossos coo-perados e produtores que podem ter cer-teza que vai haver melhora. Estamos nos instalando em Guaíra, confiantes, chega-mos para ficar e vamos procurar dar toda a assistência possível para os produtores dessa cidade e da região”, garantiu.

“Nós entendemos que, embora o mo-mento seja difícil, a Copercana está sem-

pre avançando. Guaíra é uma região onde a agricultura é muito pujante, onde há um grande número de produtores, uma cida-de dinâmica na parte financeira, pois aqui tem uma agricultura bastante intensiva e esperamos que tenha aqui um bom casa-mento, que a Copercana seja bem-suce-dida nos seus negócios ao tempo em que ela vai prestar também um bom serviço para a comunidade e para os produtores rurais dessa região”, analisou o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan.

Durante o discurso, o vice-prefeito de Guaíra, Denir Ferreira dos San-tos, representando o prefeito Sérgio de Mello, destacou a importância do investimento para o município. “Para nós, é um prazer muito grande rece-ber um investimento como esse, uma vez que ele trará oportunidade para o nosso comércio, geração de empre-go, renda e, mais do que nunca, es-tão acreditando no potencial da nossa querida cidade. Em nome do prefeito Sérgio de Mello, gostaria de agrade-

cer imensamente essa confiança que a Copercana está depositando em nossa cidade”, afirmou.

De acordo com o gerente comer-cial da Copercana, Ricardo Meloni, a Copercana chegou a Guaíra com uma gama de produtos que irá fazer toda a diferença para o dia a dia dos produ-tores e das donas de casa. “Estamos trazendo para os cooperados e clientes Manoel Ortolan,

presidente da Canaoeste

Vice-prefeito de Guaíra, Denir Ferreira dos Santos

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de Guaíra toda linha de ferragens, fer-tilizantes, insumos, magazine, dentre outros produtos e esperamos que essa loja seja um diferencial na cidade e que atenda às necessidades de todos, desde o pequeno ao grande produtor, e tam-bém às donas de casa”, destacou.

“Em Guaíra não era comum encontrar uma loja que reunisse a diversidade de produtos e oportunidades de compras em um só lugar e a Copercana chegou com tudo. Estamos com oito funcionários para poder ajudar os cooperados e clientes da melhor maneira possível e esperamos fu-turamente expandir ainda mais”, disse o gerente da loja de Ferragem e Magazine de Guaíra, Rodrigo Geraldo Eloi.

Empresas parceiras também falaram sobre o empreendimento

e as oportunidades“Para a Bayer, essa parceria com a

Copercana é muito importante. É mais uma loja que inaugura, é mais um pon-to de venda onde teremos os nossos produtos disponíveis. É muito gratifi-

cante ver que a Copercana está cada vez mais expandindo os seus negócios e levando junto com ela os nossos pro-dutos”, ressaltou o representante co-mercial da Bayer Veterinária, Rafael Garcia Barbosa.

“Além de expormos nossas ferra-mentas em todas as lojas de Ferragem e Magazine da Copercana, procuramos sempre participar das inaugurações onde trocamos informações e temos contato direto com os cooperados e clientes. Agradecemos a Copercana por essa parceria de longa data e desejamos sucesso nos seus empreendimentos”, disse o promotor técnico da Irwin Fer-ramentas, Junio Caiuby.

Representando os cooperados de Guaíra, o vereador e produtor rural, Marco Antônio Pugliesi, enfatizou o or-gulho de poder receber a cooperativa na cidade. “É com grande satisfação que recebemos a Copercana no nosso muni-cípio, que além da geração de emprego também irá contribuir para o desenvol-vimento da nossa cidade e para o nosso conforto. Faz 30 anos que minha famí-lia é cooperada da Copercana e agora temos o prazer de vê-la chegando em ‘nossa casa’, no ‘nosso quintal’. Du-rante muitos anos saímos daqui e íamos até Sertãozinho para fazer nossas com-pras e hoje o sonho de ter a cooperativa aqui em Guaíra está se concretizando. Eu acredito que a Copercana veio para Guaíra para somar e para ajudar nós, os agricultores”, salientou Pugliesi.

“A Copercana chegou a Guaíra para contribuir e somar forças aos peque-nos, médios e grandes produtores da nossa região. Sabemos que a agricul-tura tem atravessado um momento difícil, mas poder contar uma loja do porte com as características da Coper-cana nos deixa felizes e confiantes”, confirmou o diretor de Agricultura de Guaíra, José Carlos Junqueira.

Após os pronunciamentos, o pa-dre Edson Pátaro, da paróquia São Sebastião, proferiu as bênçãos das novas instalações e logo em seguida, a diretoria fez o descerramento da placa de inauguração.

Rodrigo Geraldo Eloi, gerente da lojade Ferragem e Magazine de Guaíra

Rafael Garcia Barbosa, representante comercial da Bayer Veterinária

Junio Caiuby, Irwin Ferramentas

Marco Antônio Pugliesi, cooperado

José Carlos Junqueira, diretor de Agricultura de Guaíra

Notícias Copercana

RC

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Endereço da loja: Av. Dr. Oswaldo Scatena, nº 461 - Centro - Batatais/SP

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Copercana realiza o 2º treinamento para operadores de recolhedora de amendoim

Notícias Copercana

A Uname (Unidade de Grãos da Copercana), em parceria com a Indústrias Colombo, fabricante

de colhedeiras de amendoim, realizou no dia 10 de fevereiro o segundo treinamen-to consecutivo para produtores e opera-dores de recolhedoras de amendoim.

O objetivo da parceria é contribuir com o dia a dia dos produtores que participam do Projeto Amendoim, para que melhorem suas colheitas e, com isso, tenham menos descontos devido às perdas na hora das análises realizadas na cooperativa e conse-quentemente mais lucros.

Aproximadamente 30 pessoas par-ticiparam do treinamento onde rece-beram explicações e orientações sobre o funcionamento de uma colhedeira, como operar a máquina durante a co-lheita, manutenção e cuidados e tam-bém puderam tirar suas dúvidas e tro-car informações.

“Esse treinamento é muito importan-te porque reduzindo perdas na colheita através dos produtores vamos ter um produto final com mais qualidade e, consequentemente, teremos um preço melhor na comercialização desse pro-duto e com mais ganho para o produtor também”, afirmou o encarregado téc-nico do Projeto Amendoim da Uname, Edgar Matrangolo Júnior.

Fernanda Clariano

Treinamento foi realizado na Uname (Unidade de Grãos da Copercana) em parceria com a Indústria Colombo

“A intenção do treinamento é que o operador de máquina tenha a consci-ência das manutenções necessárias, do uso correto do equipamento e na dimi-nuição de impureza para a indústria. Essa parceria com a cooperativa é de fundamental importância porque nos traz ao contato direto com o produtor e com o operador de máquina”, afirmou Leandro José Magalhães, marketing de produtos da Indústrias Colombo.

Edgar Matrangolo Júnior, encarregado técnico do Projeto Amendoim da Uname

Leandro José Magalhães, marketing de produtos da Indústrias Colombo

“Participo pela segunda vez desse treinamento e acho interessante por-que é sempre bom aprimorar os conhe-cimentos. As explicações são bem cla-ras e tudo que aprendo procuro levar para a roça, repasso para os colegas e a gente vai trocando informações, tudo para melhorar. No começo sofríamos para arrancar o amendoim da forma correta, mas através dos ensinamen-tos vamos colocando em prática o que aprendemos e melhorou muito. Espero poder aprender mais ainda e com isso contribuir lá na lavoura”, disse Osmar Maciel (funcionário do cooperado Geovani Pinto Neto).

Quem participou aprovou

“As dúvidas que tenho, procuro sa-nar durante o treinamento e tudo que aprendo procuro pôr em prática e faz toda a diferença. Eu tinha algumas dú-vidas sobre a regulagem da colhedeira e regulagem do cilindro para não debu-lhar e, depois das instruções que recebi no ano passado, melhorou muito a qua-lidade do produto. Esse treinamento é muito importante, por isso pretendo participar de todos e assim ir aprimo-rando cada vez mais e com isso, evitan-do perdas também”, destacou Márcio José Trovo (funcionário do cooperado Egídio Ângelo Fábio). RC

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Almir Torcato, gestor do departamentoGilberto Leite Araújo,

diretor administrativo da Lancers

O escritório inaugurado em Sertãozinho é exclusivamente destinado aos associados Canaoeste

Fotos: Breno Araújo

Notícias Canaoeste

Parceira da Canaoeste, Lancers inaugura unidade em Sertãozinho-SP para gestão de benefícios de saúde

A inauguração de uma unidade da Lancers Administradora de Be-nefícios de Saúde, em Sertãozi-

nho-SP, consolida uma parceria de dois anos com a Canaoeste. O evento para apresentação do novo endereço foi re-alizado no último dia 11 de janeiro. Os convidados foram recebidos com um coquetel. Desde 2013, a empresa, com instalações também em Ribeirão Preto--SP e Goiânia-GO, faz um trabalho conjunto com o RRP (Relacionamen-tos, Recursos e Projetos) da Canaoeste para regularização e administração dos planos de saúde dos associados.

A atuação da administradora está sen-do feita em etapas. No ano passado, fo-ram contemplados os benefícios Unimed para a região de Bebedouro, Sermed Sertãozinho e Odontoprev (odontológi-co). Já para 2015, a meta é estender para o São Francisco, além de angariar outras prestadoras de serviço para as regiões onde a Canaoeste está presente e que ainda não foram atendidas.

O escritório inaugurado em Sertãozi-nho, que já está em pleno funcionamen-to, é exclusivamente disponibilizado aos associados Canaoeste. Um espaço para tratar de assuntos burocráticos, como emissão de cartões e boletos, in-clusão e exclusão de beneficiários. Em vez de procurar a operadora do plano de saúde, o usuário pode pedir que a Lan-cers faça a intermediação.

A instalação da unidade foi um pedi-do do RRP para estreitar ainda mais o contato com os associados. Para o ges-tor do departamento, Almir Torcato, a vinda da parceira para Sertãozinho trará ganhos significativos para a Canaoeste. “Estamos obtendo sucesso. Funcionou

Igor Savenhago

Escritório oferece comodidade aos associados para resolver assuntos burocráticos, como emissão de cartões e boletos, além da inclusão e exclusão de beneficiários

com a Unimed Bebedouro, passamos para a segunda fase com a Sermed Ser-tãozinho e, com certeza, outras parce-rias virão. Acredito que, com o know how da Lancers, com tantos benefícios em carteira, poderemos oferecer bas-tante coisa para os nossos associados. Começamos 2015 com o pé direito”.

Antes da criação do RRP, cuja gestão foi implantada em 2013, os benefícios de saúde dos associados estavam congelados

por questões técnicas, administrativas e burocráticas. A parceria com a Lancers permitiu dar andamento ao processo. “Temos um carinho especial pela Canao-este porque a nossa empresa é jovem, tem apenas um ano e meio, e a Canaoeste foi a primeira a acreditar no nosso trabalho”, afirma o diretor administrativo da Lan-cers, Gilberto Leite Araújo.

Todos os contratos de benefícios de saúde dos associados são, agora, geri-

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dos pela administradora. “Houve a ne-cessidade de instalar um espaço físico em Sertãozinho para dar maior apoio a este associado, acolhê-lo, orientá-lo e tirar dúvidas, intervindo junto às ope-radoras de saúde de forma a facilitar o acesso a elas, bem como os atendi-mentos médicos. O usuário, que já vem ganhando com essa parceria, terá um conforto ainda maior”, emenda Araújo.

Para ele, a parceria pode ajudar, inclusive, no enfrentamento da crise que atinge a cadeia produtiva da cana-

-de-açúcar em Sertãozinho. “Não me recordo de uma crise maior no setor. Então, toda ajuda é bem-vinda. A ad-ministração de benefícios acaba contri-buindo parcialmente para a recuperação do setor também, quando a gente pensa que tem de otimizar todos os recursos, ajudando o associado na gestão dos benefícios”. A aposta no setor sucro-energético, de acordo com o diretor, é resultado da confiança na retomada dos investimentos.

Além de oferecer maior comodidade, a nova unidade consolida, na visão da gerente operacional da Lancers, Kellen Rodrigues, o trabalho feito com a Ca-naoeste. “É uma referência e uma fide-lização da parceria. Temos uma equipe disposta a atender todos os associados e esclarecer as dúvidas com relação a qualquer necessidade que eles tenham”.

Novos projetosO planejamento para 2015 já indica

avanços tanto no bem-estar dos usu-ários quanto na adesão de novos par-ceiros. Prova disso é que, em breve, um novo benefício será oferecido aos

O escritório será um espaço para tratar de assuntos burocráticos, como emissão de cartões e boletos, inclusão e exclusão de beneficiários

Equipamentos fornecidos pela Acto

Kellen Rodrigues, gerente operacional da Lancers

Patrícia Seabra, supervisora de vendas da Acto

associados. A empresa Acto Indepen-dência Assistida, de Ribeirão Preto, que desenvolve projetos com a Lancers há seis meses, passará a disponibilizar um equipamento que permite um monitora-mento 24 horas da saúde.

Segundo Patrícia Seabra, superviso-ra de vendas da Acto, o aparelho é li-gado à linha telefônica e o usuário fica com um botão de alerta, à prova d’água, que pode ser usado como pulseira ou pingente. A tecnologia europeia tem se difundido bastante no Brasil e é con-siderada uma inovação na assistência à saúde. “O botão pode ser apertado por qualquer motivo. Se o usuário quer conversar com alguém, temos assis-tentes que irão bater um papo com ele. Caso se sinta mal, alguém irá a socor-ro”, explica Patrícia. Ela lembra que a principal causa de morte, nestes casos, não é a falta de socorro, mas a demora para ele que chegue. “Esta tecnologia traz segurança a quem usa e tranquili-dade para a família”.

Além de disponibilizar o equipamen-

to, a Acto faz um cadastro de pessoas próximas ao usuário. Caso haja dificul-dade de comunicação com a empresa, atendentes ligam para esses contatos e informam que algo pode ter ocorrido, já que o botão foi acionado.

SERVIÇO:Lancers SertãozinhoRua Fioravante Sicchieri, nº 593Jardim SoljumarFone: 16- 3491-2269Horário de funcionamento: Segunda

a sexta-feira, das 9h às 18h.RC

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2015

26Notícias Canaoeste

Canaoeste recebe visita de fitopatologista da SRA, principal centro de pesquisa de cana-de-açúcar australiano

As atividades e serviços pres-tados pela Canaoeste, sua área de atuação, indicadores e

história da associação, que comemora seus 70 anos em 2015, foram apresen-tados a Robert Magarey, fitopatologis-ta da SRA (Sugar Research Australia), principal órgão de pesquisa de varie-dades de cana-de-açúcar australiano, durante uma visita à entidade, no dia 10 de fevereiro. O pesquisador tam-bém conheceu a Uname (Unidade de Grãos da Copercana) acompanhado pela gestora técnica Alessandra Duri-gan, pelo gestor operacional Gustavo Nogueira, e pelo gestor de RRP (Rela-cionamento, Recursos e Projetos), Al-mir Torcato, todos da associação.

O especialista estava no Brasil para ministrar palestra sobre doenças e pra-gas que atingem a cana-de-açúcar du-rante o XXXVIII Congresso Paulista de Fitopatologia, realizado em feverei-ro, no Centro de Ciências Agrárias da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), em Araras-SP, e aproveitou para se informar mais sobre a agroin-dústria canavieira brasileira. “É bastan-te extraordinário o tamanho da cadeia de produção de cana-de-açúcar aqui no Brasil porque é 10 vezes maior do que na Austrália, então essa escala de produção é o que mais impressiona”, alegou.

De acordo com ele, na Austrália, a cana-de-açúcar é a segunda cultura agrícola mais importante, atrás apenas do trigo. “O setor canavieiro australia-no produz de 28 a 35 milhões de tone-ladas de cana por ano, o que equivale a cerca de US$ 2 bilhões de faturamen-to”, informou Magarey, que na oca-sião estava acompanhado por Danilo

Andréia Vital

Palestrante em um congresso na UFSCar, realizado em fevereiro, o especialista Robert Magarey também conheceu a cadeia da cana-de-açúcar brasileira

Eduardo Cursi, engenheiro agrônomo e pesquisador da Ridesa (Rede Interuniversitá-ria para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético da Universidade Federal de São Carlos). Essa foi a segunda vez que Magarey, que atua na área de biossegurança da SRA, concentrando esforços em estudos sobre doenças que ocorrem tanto no colmo como nas folhas da cana-de-açúcar, visitou o Brasil. A primeira ocorreu em 2007, a convite da Ridesa/UFSCar para palestrar sobre a ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar.

Ao falar sobre os desafios fitossa-nitários da Austrália, o pesquisador alegou que enfrentam muitas dificul-dades. “Temos muitos problemas com doenças, como o carvão da cana, a es-caldadura, o mosaico, as ferrugens ala-ranjada e marrom, além da ‘pachymetra root rot’, uma espécie de podridão ra-dicular que não é incidente no Brasil”, contou. O carvão da cana também tem sido motivo de dor de cabeça para os produtores brasileiros lembrou Gusta-vo Nogueira, ao advertir que a doença poderá impactar as próximas safras nacionais, caso uma solução não seja tomada. “No Brasil plantam variedades intermediárias ao carvão, mas como a quantidade de inóculo está muito gran-de, essas variedades também estão pe-gando a doença”, explicou Alessandra Durigan, informando que já é o terceiro ano que estão evitando algumas varie-dades como as RB 966928; CTC 2 e RB 92579 devido a este problema.

Além da estrutura da Canaoeste, Magarey conheceu as instalações do

PMGCA (Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-Açúcar) da UFS-Car, integrante da Ridesa, situado no campus da UFSCar de Araras, incluin-do o Laboratório de Biotecnologia de Plantas. Também visitou o Centro de Cana do IAC (Instituto Agronômico), em Ribeirão Preto - SP, e a Usina São Martinho, em Pradópolis-SP.

Durante a sua presença em solo brasi-leiro, a Ridesa/UFSCar divulgou contra-to que firmou com o centro de pesquisa australiano de cana-de-açúcar para troca de variedades. O acordo prevê que a ins-tituição receberá 50 variedades australia-nas e enviará outras 50 para a Austrália, sendo trocadas 10 variedades por ano, ao longo de cinco anos. Estes materiais serão utilizados somente para fins de pesquisa e cruzamento de variedades de cana.

De acordo com Danilo Cursi, no primeiro grupo de materiais RB que vai para a Austrália estão a RB935744, RB855536, RB855156 e RB855113, entre outras, todas desenvolvidas pela Ridesa/UFScar. A primeira remessa de materiais RB embarca para a Oceania já em março de 2015, e a Ridesa/UFSCar receberá as primeiras 10 variedades aus-tralianas em setembro deste ano. RC

Danilo Cursi, Robert Magarey, Gustavo Nogueira, Alessandra Durigan e Almir Torcato durante visita

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Canaoeste realiza assembleia geral para prestação de contas

A Canaoeste realizou uma Assem-bleia Geral Ordinária, no dia 11 de fevereiro, e reuniu diretores

e associados em seu auditório, em Ser-tãozinho-SP. A reunião teve como pauta a apresentação do balanço referente ao exercício de 2014 e foi conduzida pelo presidente da entidade, Manoel Ortolan, na ocasião assessorado pelo diretor tesou-reiro da Canaoeste e diretor de crédito da Sicoob Cocred, Francisco César Urenha, pelo advogado da associação, Juliano Bortoloti, e pelo gestor de Controladoria e Contabilidade, Marcos Molezin.

Embora não tenha sido um ano fa-vorável para o setor sucroenergético, a Canaoeste buscou estar próxima de seus associados, que chegam a 2.595 fornecedores de cana-de-açúcar. Diver-sas ações foram feitas durante o último ano, como a adequação nos escritórios regionais da entidade, como também no campo político e institucional. “Par-ticipamos de eventos importantes, tais como Agrishow, Fenasucro, reuniões no Ministério da Agricultura, no Sena-do e na Câmara dos Deputados, como também marcamos presença no Encon-tro com produtores de cana-de-açúcar, no WABCG (World Association of Beet and Cane Growers, em português, As-sociação Mundial de Plantadores de Cana e Beterraba), realizado em Lon-dres, e no 3º Encontro de Gerentes, en-tre outros” ressaltou Ortolan ao prestar contas das atividades de 2014.

Na parte técnica, o presidente da en-tidade destacou, entre os projetos desen-volvidos, o Harpia, em parceria com a BASF, para controle de pragas, e o su-porte técnico na realização do CAR (Ca-dastro Ambiental Rural). De acordo com dados apresentados, o departamento téc-nico realizou 5.782 visitas a associados; 260 visitas ao laboratório de sacarose

Andréia Vital

Associação expõe atividades realizadas em 2014 e apresenta projeto de plano estratégico para os próximos dez anos

das unidades industriais; 278 visitas aos departamentos técnicos das unidades in-dustriais, além de terem sido realizados 3.458 atendimentos a associados.

“A meta é prosseguir na fiscalização de análises da qualidade da cana entre-gue pelos associados às indústrias da nossa região, o que nos dá maior con-fiança, segurança e tranquilidade quan-to à aplicação das normas do sistema Consecana, determinantes do preço da tonelada de cana com base no quilo do ATR (Açúcar Total Recuperável), bem como esclarecermos os nossos associa-dos em relação às dúvidas e conferência de cálculos das amostras de sua cana re-colhida nas próprias indústrias recebe-doras”, explanou Ortolan.

Outro projeto que ganhou destaque durante a assembleia foi o “Geladeirote-ca” da biblioteca da entidade, que ganhou espaço em diversas mídias, participou de vários eventos e foi um dos vencedores do 7º Prêmio Vivaleitura 2014.

Já o departamento jurídico prestou atendimento a 3.975 associados; reali-zou 169 visitas a associados; 613 visitas a órgãos públicos; fez análises e con-fecção de 143 contratos, 272 projetos e pareceres técnicos; participou de 46 reu-niões externas, além de acompanhar o andamento processual de 944 processos

judiciais e administrativos. No final do encontro, o presidente da entidade apre-sentou também o projeto de um plano estratégico para os próximos 10 anos da Canaoeste. “Eu acho que este trabalho será base para reformularmos a associa-ção dentro daquilo que o produtor quer, e não somente o que nós acreditamos que seja bom para ele”. O plano, que visa uma Canaoeste melhor em 2025, será semelhante ao realizado pela Orpla-na, a qual Ortolan também é presiden-te, intitulado Caminhos da Cana, e que mapeou as principais iniciativas a serem implantadas pela entidade em sua área de abrangência nos próximos anos.

De acordo com Marcos Fava Neves, a ação visa rever as ações e moderni-zar de forma estruturante a associação para que ela mantenha sua excelência e amplie suas ações visando à sustenta-bilidade econômica, social e ambiental de seus cooperados. “Trata-se de um trabalho de seis meses, onde mergulha-remos a fundo e junto com os produto-res e excelente equipe que têm esta or-ganização, construiremos a Canaoeste 2025. Teremos diversos projetos es-tratégicos para serem implementados e garantir o futuro desta associação”, conclui o consultor criador do Markes-trat (Centro de Pesquisas e Projetos em Marketing e Estratégia da USP), que coordenará o projeto.

A mesa foi composta pelo gestor de Controladoria e Contabilidade, Marcos Molezin, pelo advogado da associação, Juliano Bortoloti, o presidente da entidade, Manoel

Ortolan e o 1º Tesoureiro da Canaoeste, Francisco César Urenha

RC

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28Notícias Sicoob Cocred

Balancete Mensal - (prazos segregados)Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do

Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Janeiro/2015 - “valores em milhares de reais”

Sertãozinho/SP, 31 de Janeiro de 2015.

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Cadê

todo o ano passado e início de 2015. Na fazenda, a situação não chega a ser tão crítica, mas Rossetti estima uma queda de 15% na produtividade nas áreas com cana de começo de safra, que respondem pelo mesmo percentual do total plantado, o equivalente a 70 hectares. Nesses pon-tos, que deveriam render 100 toneladas por hectare, em média, o crescimento da plantação está, segundo ele, pelo menos um mês atrasado.

Em outra área, com cana de meio de

safra, para a qual ele leva a reportagem, o exemplo dos prejuízos é claro. “Aqui, a cana secou tanto que, quando a colhe-deira passou, arrancou as touceiras”. No local, as grandes e inúmeras falhas dividem espaço com plantas que ainda resistem, mas que não atingiram o ta-manho ideal. “Ainda bem que esta área em que estamos é pequena. Se estivesse tudo assim, seria desolador”.

Outra preocupação dele é com as canas destinadas a “olhadura” – pro-

Seca de 2014 e do início deste ano compromete produtividade dos canaviais paulistas, dificulta obtenção de mudas e gera incertezas quanto à moagem da próxima safra

Igor Savenhago

Reportagem de Capa

a cana?

cesso de extração das gemas para dar origem a novas plantas. Cultivadas desde março do ano passado, elas fi-caram praticamente paralisadas com a estiagem. Com o desenvolvimento prejudicado, Rossetti precisará dispor de uma área 10% maior para atingir a produção projetada inicialmente.

As consequências de toda essa situ-ação aparecem nas estatísticas de al-guns dos principais institutos de pes-

Canaviais com desenvolvimento abaixo do esperado e dificulda-des para a obtenção de mudas.

O cenário enfrentado pelos produtores de cana de várias regiões do Estado de São Paulo anuncia uma safra 2015/16 preocupante na Região Centro-Sul do País e com números muito próximos do período 2014/15, que está termi-nando. Com início marcado oficial-mente para o dia 1º de abril, o próximo ciclo será de queda na produtividade e novas incertezas com relação à moa-gem e aos aspectos climáticos.

O panorama chegou a mudar até a cor da paisagem. Não é raro observar áreas em que o verde característico das folhas deu lugar a um amarelo pálido, sem vida. No caminho para a Fazenda San-to Antônio, de propriedade de Roberto Rossetti, associado Canaoeste, em Ser-tãozinho-SP, a câmera fotográfica, para onde vira, capta imagens de cana peque-na e seca. Resultado da estiagem que castigou o Estado durante praticamente

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quisa e associações que representam o setor sucroenergético, quando o as-sunto são as perspectivas de moagem. A Archer Consulting, em seu último levantamento, estimou que o Centro--Sul irá processar, em 2015/16, pouco mais de 573 milhões de toneladas de cana, volume que representa apenas 0,62% de aumento diante do atual ciclo, previsto para fechar em 570,1 milhões de toneladas.

Já a UniCA (União da indústria de Cana-de-Açúcar), entidade que congrega as usinas da região, chegou a divulgar, em dezembro, que os nú-meros devem variar de estáveis para uma queda de até 3,6%, realidade bem distinta da temporada anterior à seca, a de 2013/14, quando foram moídas 597 milhões de toneladas, um recorde. Além dos problemas climáti-cos recentes, deve-se considerar que cerca de 80 usinas fecharam no país desde 2008 por causa de dificuldades financeiras.

A falta de chuvas principalmente no final de 2014 e início deste ano, momentos importantes do cresci-mento da cana-de-açúcar, que, geral-mente, vai até março, fará com que a próxima safra comece mal na visão de Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presi-dente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) e sócio-diretor da Consultoria Canaplan. No ano passa-do, mesmo com o solo mais úmido, resultado das chuvas de 2013, a que-da na safra em relação às estimativas iniciais foi de cerca de 40 milhões de toneladas. Para Carvalho, caso as pre-cipitações não voltem agora em 2015, a estiagem prolongada que afetou o Estado de São Paulo no decorrer do ano passado será muito sentida.

De acordo com Orivaldo Brunini, pesquisador do IAC (Instituto Agro-nômico de Campinas), a seca com-prometeu canaviais em todo o Estado, com predominância para a região de Araçatuba e a faixa que vai de Ara-

raquara até São José do Rio Preto, passando por Sertãozinho e Ribeirão Preto-SP. Nessas zonas de abrangên-cia, ele estima que a perda de produti-vidade seja de até 15%. “Um aspecto relevante é que a seca, da forma como ocorreu em 2014, tinha uma probabi-lidade de acontecer de uma em cem, ou seja, a cada cem anos, ela só é pos-sível uma vez. E foi em 2014”.

Dados do próprio IAC mostram que, na sua estação em Ribeirão Preto, o índice pluviométrico foi o pior apu-rado em toda a história das medições, que são feitas desde 1934. Durante o ano de 2014, foram registrados 802 milímetros, contra 1515 em 2013. Nos últimos 20 anos, a média foi de 1445 milímetros, parecida com a dos últi-mos dez anos, que foi de 1464, e a dos últimos cinco – 1429. Desde 1994, os volumes de chuvas que mais se apro-ximaram do ano passado foram em 2012, com 1045 milímetros, em 2010, com 1195, e em 2001, com 1223.

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Canaoeste e Copercana Quando levados em conta especifica-

mente os municípios da área de abran-gência da Canaoeste, a situação é muito parecida. Dados colhidos em Barretos, Bebedouro, Cravinhos, Ituverava, Mor-ro Agudo, Pitangueiras, Pontal, Ribeirão Preto, Serrana, Sertãozinho, Severínia, Terra Roxa e Viradouro, todos municí-pios paulistas, a média de chuvas du-rante todo o ano de 2014 foi de 906,1 milímetros. No ano anterior, o volume apurado havia sido de 1557 milímetros.

Uma queda de 41,8%. Feita mês a mês, a análise aponta menor pre-cipitação em dez deles, em relação a 2013. Apenas em julho e agosto, o volume de chuvas do ano passado su-perou o do ano anterior, como pode

Fonte: CanaoesteChuvas – Acumulado 2014

Fon

te: C

anao

este

No caminho para a Fazenda Santo Antônio, em Sertãozinho, folhas amareladas denunciam a falta de chuva

ser visualizado na tabela abaixo. Já no gráfico, é possível perceber a di-ferença substancial nas curvas que representam as médias de um ano na comparação com o outro.

No índice exclusivo para a Fa-zenda Santa Rita, de propriedade da Copercana em Terra Roxa-SP, cujo objetivo é disponibilizar mudas para cooperados e associados, a produção foi bastante afetada. Segundo a ges-

tora técnica e o gestor operacional da Canaoeste, Alessandra Durigan e Gustavo Nogueira, o fornecimen-to provavelmente não será feito este ano. Lá, o volume de chuvas chegou a 957 milímetros no decorrer de 2014,

enquanto que, em 2013, bateu os 1823 milímetros, quase o dobro. Nos últi-mos 19, dez e cinco anos, as médias variaram de 1526 a 1629 milímetros.

“Em função do deficit hídrico, é co-mum observarmos canaviais na área de abrangência da Canaoeste, prin-cipalmente os colhidos no início da safra, atrasados quanto ao seu desen-volvimento vegetativo. E isso poderá influenciar nos dados de produtividade da safra 2015/16”, afirmam eles.

Na Uname (Unidade de Grãos da Copercana), no entroncamento das Rodovias Armando Salles de Oliveira e Carlos Tonani, saída de Sertãozinho para Ribeirão Preto, os índices não fo-ram muito diferentes. Em 2014, choveu na unidade um total de 942 milímetros, ante 1695 em 2013. As médias dos úl-timos 16, dez e cinco anos variaram de 1400 a 1482 milímetros.

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Choveu pouco em 2014

Com propriedades em Bebedouro--SP e Viradouro-SP, o produtor de cana Heros Mira de Assumpção, ou-

Unidade 2014 2013 Médiaúltimos Médiaúltimos 10anos 5anos

IAC Ribeirão Preto 802 1515 1464 1429

Uname (Unidade de Grãos da Copercana) 942 1695 1400 1482

Fazenda Santa Rita (Copercana) – Terra Roxa-SP 957 1823 1629 1526

tro associado Canaoeste, diz que suas variedades precoces não cresceram como deveriam. Elas ocupam cerca de 30 hectares, que correspondem a um terço das áreas dele, onde a que-da na produtividade deve ser de 12% a 15%. “Faltou chuva quando a cana mais precisava”, relata. “Com isso, as falhas foram aumentando”.

O agricultor também enfrentou di-ficuldades no plantio, que foram fei-tos por uma usina. “Não tive limitação quanto ao número de mudas, mas nas variedades sim. Nem todas estavam em estágio adequado de desenvolvimento”.

O quadro só não é pior na região porque, segundo Maximiliano Salles Heros Mira de Assumpção, produtor de

cana em Viradouro e Bebedouro

Scarpari, pesquisador do IAC em Ri-beirão Preto, este mês de fevereiro teve um quadro um pouco mais fa-vorável. “Choveu um pouco, o que permitiu que algumas áreas degrada-das se recuperassem. Não fosse isso, o cenário seria bem ruim, mas teve uma leve melhora”. Ele explica que, caso as precipitações continuem, as canas de meio e de final de safra tendem a melhorar seu desenvolvi-mento, diferente das precoces, mais comprometidas. “O problema é que está difícil o pessoal dos institutos meteorológicos acertarem. Por isso, sempre montamos três cenários de safra. Um baseado nas previsões, um que prevê um cenário mais favorável e outro, mais desfavorável”. RC

No caminho para a Fazenda Santo Antônio, em Sertãozinho, folhas amareladas denunciam a falta de chuva

Fonte: Canaoeste

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CCIR – Certificado de Cadastro de Imóvel Rural

Prezados leitores, tenho atendido recentemente inúmeros proprie-tários rurais que, por problemas

com o seu CCIR (Certificado de Cadas-tro de Imóveis Rurais), não estão conse-guindo efetuar diversas ações relativas à administração de seu negócio rural. Em razão disso, nas linhas ulteriores passarei a explicar de forma sucinta do que se trata o CCIR, para que serve e como regularizá-lo.

Nosso País instituiu a obrigatorie-dade do CCIR para os imóveis rurais. Se trata de um documento emitido pelo INCRA (Instituto Nacional de Coloni-zação e Reforma Agrária) que constitui prova do cadastro do imóvel rural junto ao SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Ru-ral) . É por meio do CCIR que é efetuada a cobrança da Taxa de Serviços Cadastrais.

Como dito, é um documento obriga-tório para o proprietário ou possuidor de um imóvel rural, uma vez que sem ele não é possível desmembrar, arren-dar, hipotecar, vender ou prometer em venda o imóvel rural, nem mesmo ho-mologar partilha amigável ou judicial

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

Assuntos Legais

(sucessão causa mortis), de acordo com os termos da Lei Federal nº. 4.947/66 e 10.267/2001. Ainda observando refe-ridas normas, o CCIR é imprescindível para o registro da propriedade em car-tório, para inventários, para o acesso a financiamentos e créditos rurais e para a aposentadoria rural. Por isso, somente com o cadastramento do imóvel rural, o proprietário obterá o CCIR.

Outro aspecto importante é que as informações constantes do CCIR são exclusivamente cadastrais e de uso go-vernamental na elaboração de políticas públicas, razão pela qual “não fazem prova de propriedade ou de direitos a ela relativos”, de acordo com o estabelecido no parágrafo único do artigo 3º da Lei n.º 5.868, de 12 de dezembro de 1972.

Em 10 de dezembro de 2014, o INCRA expediu o Ofício Circular 33/2014/DFC/Incra, endereçado às Corregedorias Gerais de Justiça de to-dos os Estados Federados, inclusive o Distrito Federal, dando ciência sobre o lançamento do CCIR 2010-2014, orien-tando que, a partir do dia 08 de janeiro

de 2015, todos os proprietários, titulares de domínio útil ou possuidores a qual-quer título de imóvel rural deveriam/devem acessar o endereço eletrônico http://ccirweb.serpro.gov.br/ccirweb/emissao/formEmissaoCCIRWeb.asp e emitir o Novo CCIR 2010-2014, ou po-dem fazê-lo junto as Salas da Cidada-nia nas superintendências regionais do INCRA, Unidades Avançadas, Salas da Cidadania Digital ou UMC (Unidades Municipais de Cadastramento). Para validar o CCIR, é necessário, porém, efetuar o pagamento da taxa cadastral na rede de atendimento da CEF (Caixa Econômica Federal .

Também foi informado que a partir do exercício do ano de 2015, o lança-mento do CCIR passará a ser anual, com validade do Certificado para cada exercício, sendo que o CCIR de 2015 já está programado para lançamento em setembro de 2015.

Portanto, todos os proprietários/pos-suidores de imóveis rurais que ainda não fizeram o último CCIR de suas proprie-dades, que o façam sob pena de inviabi-lizar a administração de seu negócio.RCAcesse o endereço (http://bit.ly/CCIRural) para emissão do Novo CCIR 2010-2014

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36Destaque I

SEBRAE subsidia 50% da participação de empresas na Fenasucro

Com o intuito de promover a competitividade e o desenvol-vimento sustentável das micro

e pequenas empresas e fomentar o em-preendedorismo, foi lançado no início de fevereiro o Projeto MetalMecânica 2015, em Sertãozinho – SP. Realizado pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em parceria com o CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucro-energético e Biocombustíveis), através do PAE Sertãozinho (Posto de Aten-dimento ao Empreendedor), o projeto oferecerá orientações de planejamento, marketing, vendas, finanças, acesso ao mercado e gestão de pessoas através de palestras, cursos e consultorias a em-presas da cadeia metalmecânica.

De acordo com o representante do SEBRAE, Fábio Menezes de Souza, o fundamento do programa é desenvolver este setor para melhorar sua produção, sua inovação e seu marketing. “Existem várias ações como as de capacitação e de acesso ao mercado, entre elas a par-ticipação em feiras, como a Fenasucro, com subsídio como também ações de visita técnica em feiras e participação

Entidade, em parceria com CEISE Br, lança projeto para impulsionar negócios de fornecedores da cadeia metalmecânica

Andréia Vital

nas rodadas de negócios”, disse ele, reforçando a importância em aderir ao projeto. A excelência da ação também foi destacada pelo diretor do CEISE Br, Apare-cido Luiz, ao dar as boas-vindas no evento, que contou com a pre-sença de empresários, consulto-res e imprensa.

Uma das principais vertentes do projeto é viabilizar o acesso das micro e pequenas empresas na Fenasucro. “Este é um ano difícil para todos e temos uma grande feira pela frente como a Fenasucro, que é uma ótima oportunidade de fazer ne-gócios,” explicou o representante do SEBRAE. Souza ressaltou também que inovação é a palavra da vez e será pre-ciso usar a criatividade para superar a crise, ao ministrar na ocasião, a palestra “Inove para Ganhar Mais”.

Dobra espaço do SEBRAE na Fenasucro

No ano passado, o espaço SEBRAE contou com a participação de 16 em-presas, sendo três delas de outras locais (São José do Rio Preto, Piracicaba e

Araçatuba). Este ano 32 empresas serão contempladas, sendo 20 da região e 12 de outras localidades. Além de 50% do subsídio do valor do estande, contarão com montagem básica, energia e lim-peza. “A quantidade de participantes dobrou devido à demanda de escritó-rios da entidade de outras regiões’’, ex-plicou Souza, contanto que os espaços destinados a cada estande será de 15m² e 16m² e ficarão nos pavilhões 1 e 2 do centro de exposição.

Para o diretor da Fenasucro, Gabriel Godoy, o envolvimento do SEBRAE com a feira é relevante. “O SEBRAE é a uma grande fonte de inovação em termos de novas indústrias, ou seja, ele tem um contato muito forte com pe-quenos investidores e é muito impor-tante tê-lo dentro da Fenasucro porque a feira dá oportunidade para todos. Não é só para grandes empresas”, dis-se ele, adiantando que a edição deste ano apresentará mais conteúdo, com seminários em parcerias com diversas empresas. “Embora exista uma expec-tativa que o ano seja difícil, a procura pela feira está excelente, muito grande, e tendo em vista as modificações que tivemos neste ano, da parte governa-mental, creio que o mercado deve co-meçar a acelerar”, previu, afirmando que 550 marcas devem participar da feira nesta 23ª edição da Fenasucro. Fábio Menezes de Souza,

representante do SEBRAEAparecido Luiz,

diretor do CEISE BrRC

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38Destaque II

Evento na sede do IAC, em Ribeirão Preto-SP, orienta produtores rurais sobre o preenchimento do CAR (Cadastro Ambiental Rural)

A pouco mais de dois meses do prazo limite para cadastro dos proprietários rurais brasileiros

no CAR (Cadastro Ambiental Rural), existem ainda muitas dúvidas sobre o procedimento. O que são, de fato, as APPs (Áreas de Proteção Permanente)? Aquele brejo da fazenda é área de pre-servação? Essas são, segundo a advoga-da Samanta Pineda, assessora jurídica da Frente Parlamentar da Agricultura, algu-mas das questões mais frequentes que dificultam a adesão rápida ao cadastro.

Samanta foi a palestrante do workshop realizado na sede regional do IAC (Ins-tituto Agronômico), em Ribeirão Preto--SP, no dia 6 de fevereiro, para responder aos principais questionamentos sobre o CAR. Durante quatro horas, ela apresen-tou, a 112 inscritos, dificuldades como reconhecimento de tipos de vegetação e como eles devem ser informados no ato do preenchimento, em que casos os produtores rurais ficam isentos de repor áreas desmatadas, entre outros. O evento foi apoiado pela ABAG-RP (Associação Brasileira do Agronegócio, regional de Ribeirão Preto).

O CAR é uma ferramenta imprescin-dível para a implantação do PRA Paulista (Programa de Regularização Ambiental), aprovado em dezembro do ano passado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e que passa, ainda, pela fase de regulamentação. Por exigência do novo Código Florestal, todos os Estados preci-sam definir os seus PRAs. No caso de São Paulo, o programa prevê aumentar, em 20 anos, a cobertura vegetal nativa de 17% para 24%, com o acréscimo de 1,7 milhão de árvores, além de estimular a formação de corredores ecológicos e a manutenção de outros recursos naturais, como nascen-tes e mananciais.

Durante quatro horas, a advogada Samanta Pineda, assessora jurídica da Frente Parlamentar da Agricultura, tirou dúvidas de 112 inscritos

Igor Savenhago

“As dúvidas ainda persistem e os produtores não conseguem preencher o CAR. Não porque não querem ade-rir, mas porque essas questões práti-cas que eles acabam encontrando nas propriedades impedem de dar uma declaração fiel. ‘Esta fazenda é minha e a do lado é minha e do meu irmão. É um CAR ou são dois?’ São ques-tões que não estão regulamentadas na legislação, mas que aparecem a todo momento quando se vai preencher o cadastro”, afirmou Samanta.

Ela disse, ainda, que a aprovação do PRA animou os donos de proprie-dades a regularizar suas situações, mas a falta de regulamentação atrapalha. “Falta um decreto que regulamente a aplicação do Programa de Regulariza-ção Ambiental. Então, esse evento vai tirar dúvidas de como proceder. A im-portância é que os produtores acabam saindo daqui sabendo o que fazer e com uma certa articulação política para que possam regularizar, efetivamente, suas áreas de preservação permanente e re-serva legal”. A mobilização, na visão dela, é importante para evitar que in-fluências de ONGs “sem compromisso com a produção sustentável” ofereçam o risco de provocar uma redução dos “direitos que já foram duramente con-quistados até aqui”.

O prazo final para preenchimento do CAR é o dia 6 de maio. Até 5 de fe-vereiro, segundo o Ministério do Meio Ambiente, responsável pelo acompa-nhamento do cadastro, 551 mil inser-ções já haviam sido feitas, correspon-dentes a um total de 132 milhões de hectares, 40% do que deve ser cadastra-do. A região mais avançada era a Norte, com 62% da meta, seguida pela Centro-

Mais de 100 interessados participaram do evento, realizado na sede do IAC, em Ribeirão Preto-SP

Samanta Pineda, assessora jurídica da Frente Parlamentar da Agricultura

Fotos: Breno Araújo

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-Oeste, com 41%, e pela Sudeste, com 18,5%. A região Nordeste atingia um índice de 9,2% e a Sul, 4,7%. “Como estamos regulamentando uma lei esta-dual, que é o Programa de Regulariza-ção Ambiental, acredito que esse seja o momento apropriado para dirimir as dúvidas”, declarou o diretor executivo da ABAG-RP, Marcos Matos.

ORIENtAÇõESPara fazer o cadastramento, o produ-

tor deve acessar um endereço eletrônico (http://www.car.gov.br/#/), baixar um módulo de cadastro, preenchê-lo e enviá--lo com as informações da localidade e delimitação da área, acompanhadas de imagens de satélite. Por causa das dúvidas,

Marcos Matos, diretor executivo da ABAG Ribeirão Preto

Vinícius Antonio, produtor de cana e consultor agrícola

muitos estão procurando serviços especia-lizados, em sindicatos rurais, empresas de consultorias e associações, como a Cana-oeste, que, no ano passado, por conta das dificuldades enfrentadas por seus associa-dos na confecção do cadastro, montou a Estação CAR, uma equipe multidiscipli-nar composta de agrônomos, desenhistas, topógrafos e especialistas no assunto.

Vinícius Antonio é dono de uma empresa de consultoria, em Igarapava--SP, e produtor de cana. Ele afirma que, independente da regulamentação do PRA, a recomendação é que o produtor cumpra o prazo estipulado para o CAR. “Orientamos dessa forma. E depois va-mos sanando as dúvidas na questão da legislação. Eventos como esse nos aju-dam a ajudar o agricultor”.

Para Antonio, as medidas que estão sendo adotadas são benéficas, tanto à agricultura como ao meio ambiente. “Sinto que o produtor era tratado como criminoso e, na verdade, não é desse jeito. Somos preservacionistas, que-remos conservar. Temos cuidado com a água, com as matas, porque não tem como produzir sem um equilíbrio am-biental. E o CAR veio organizar um pouco essas questões”.

O técnico agrícola Valdecir Aparecido Vasconcelos, do Sindicato Rural de Ibi-tinga-SP e Tabatinga-SP concorda, mas

conta que a procura está além do espera-do. Com 900 associados e mais de duas mil propriedades cadastradas, o sindicato só está conseguindo agendar os próximos interessados a partir do dia 10 de maio, quatro dias depois do prazo limite.

Para tentar evitar o atraso, mais um funcionário seria contratado. “Alguns produtores ficam bravos comigo. ‘Como assim, marcar para depois do prazo?’ Mas não está vencendo”. Por isso, ele espera uma prorrogação. “Estamos espe-rançosos que esse prazo seja estendido pelo menos para mais um ano, para que consigamos, até maio de 2016, atender a todos os nossos associados e também aos produtores do Estado”. RC

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40Destaque III

Setor sucroenergético recebe mais benefícios em SP

O governador de São Paulo, Ge-raldo Alckmin, assinou decreto, no início de fevereiro, alterando

o regulamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para simplificar, racionalizar e atualizar as normas tributárias do setor sucroener-gético, desburocratizando as obrigações tributárias sem perder arrecadação, nem o controle sobre as atividades desenvol-vidas. Com o ato, municípios com usi-nas ou atividades que norteiam a cadeia do setor devem se sentir mais aliviados. Além disso, benefícios diretos deverão respingar nas usinas.

São Paulo já possui o menor ICMS do Brasil para o etanol hidratado. En-quanto a média das demais unidades da federação fica em 22%, no Estado a arrecadação junto ao segmento é de 12%. A nova medida estende o diferi-mento do ICMS - antes previsto ape-nas para a cana-de-açúcar - a todas as demais matérias-primas, como milho, sorgo sacarino, eucalipto, palha, cavaco e outros resíduos da colheita, além dos subprodutos resultantes do processo de industrialização para produção de açú-car, etanol e geração de energia limpa a partir de biomassa, como o melaço e o bagaço de cana.

Medida reduz custos de produtores de açúcar, etanol e energia e restaura o método de cálculo do valor adicionado dos municípios que possuem usinas

Andréia Vital

Ao assinar o decreto, Alckmin afir-mou que o incentivo pode aumentar muito a produção de eletricidade no Estado de São Paulo através da bio-eletricidade. “Essa medida facilita e racionaliza a questão tributária e faz o diferimento de ICMS para insumos, não só para o bagaço e a palha da cana. A meta é aumentar muito a produção de eletricidade do Estado de São Pau-lo”, explicou.

O decreto assinado pelo governador Alckmin promove também a simpli-ficação dos procedimentos tributários das empresas do setor, dispensando de emissão de documento fiscal em cada

operação de fornecimento de combus-tível, lubrificante ou insumo agrícola para fornecedores, transportadores de matéria-prima ou consumo próprio. As operações poderão ser reunidas em um único documento fiscal, lançado no úl-timo dia de cada mês. Este benefício também é extensivo ao estabelecimento centralizador de compras de insumos das empresas agrícolas do setor. O apri-moramento da nova legislação contou com a colaboração da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Copersu-car, São Martinho, Raízen, Bunge, Bio-sev, Noble, Odebrecht, Guarani e Zilor.

De acordo com o Governo Estadual, a mudança no regulamento do ICMS restaura o método de cálculo do valor adicionado da produção de açúcar e álcool de usinas credenciadas pela Se-cretaria da Fazenda instaladas em mu-nicípios que integram a cadeia do setor sucroalcooleiro, com impactos positi-vos no indicador que determina a dis-tribuição dos repasses do ICMS para as prefeituras.

Insumos, como amido de milho, gli-cose, xarope de glicose, amido modifi-cado e dextrina de milho e colas fabri-cadas a base de amido, utilizados pela

Governador de São Paulo se reuniu com lideranças do agronegócio na ocasião

Geraldo Alckmin, Maurício Gasparini, Manoel Ortolan eo deputado Welson Gasparini na cerimônia de assinatura do ato

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Especialistas opinam sobre incentivos

Arnaldo Jardim e Cláudia Tonielo parabenizam Alckmin pela iniciativa

indústria alimentícia também foram desonerados. A medida altera a base de cálculo do ICMS passando dos 18% para 7% a carga tributária que incide nas saídas de amido de milho e deriva-dos realizadas pelos fabricantes ou seus centros de distribuição. O decreto au-

toriza também o diferimento do ICMS das remessas de produtos do fabricante para seus centros de distribuição, me-diante regime especial, sendo assim, o recolhimento do imposto devido passa a ocorrer somente no momento da saída das mercadorias.

As desonerações e simplificações propostas pelo Governo de São Paulo, além de trazerem mais competitividade ao setor, sinalizam com a determinação do Governo de tornar a matriz energé-tica paulista ainda mais limpa e reno-vável, dentro da meta de atingir 69% de participação de energias limpas na matriz até 2020, o que só será possível com o fortalecimento do setor da bioe-nergia, que fornece etanol e bioeletrici-dade ao Estado que mais consome ener-gia na federação, afirma o presidente de honra da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia), Antonio Cesar Salibe.

“Acredito que as ações anunciadas pelo governador Geraldo Alckmin de-vem ampliar ainda mais os benefícios e simplificar as operações do setor sucro-energético, trazendo ainda mais com-petitividade ao segmento, além de ser-virem como parâmetro para que mais Estados sigam o exemplo paulista”, dis-se ele desabafando. “Quiçá o Governo Federal pudesse seguir o exemplo pau-lista e incentivar a geração de bioeletri-cidade no momento em que o País vive uma de suas piores crises energéticas da história”. Para ele, o incentivo dado deve impulsionar ainda mais a produ-

ção de bioeletricidade, permitindo que muitos investimentos que estavam pa-rados possam sair do papel e fazer com que a energia adormecida nos canaviais alivie o estresse energético vivido hoje no Estado e em todo o País.

Segundo o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Pau-lo, Arnaldo Jardim, o auxílio vem em boa hora. “Do ponto de vista prático, a medida possibilita e agiliza o uso de diferimentos, amplia o conceito de co-geração de energia e permite que, além do uso do bagaço da cana para gerar eletricidade, outros materiais podem ser usados para produzir energia. Isso pode aumentar significativamente a participação da bioletricidade na matriz energética paulista”, afirmou.

A iniciativa também foi aprovada pelo presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo. “Eu acho que toda medida que está sendo tomada é impor-tante, principalmente quando se reduz a burocracia. Inclusive, esse fato do Go-verno começar a explorar a compra de energia para o Estado é louvável, pois encurta o caminho entre o produtor e o Estado. Além de ser boa para o setor,

vai estimular a produção de energia”, afirmou.

Para Marcos Fava Neves, prof. titu-lar da FEA/USP, toda redução de tribu-tos é importante para que o setor volte a oferecer as condições para retomada dos investimentos e do crescimento. “Portanto, é louvável, ajuda, mas está longe de ser o que precisamos para a volta dos investimentos, que é uma po-lítica pública de longo prazo que defina o papel do etanol e da cogeração, entre outros, na matriz energética do Brasil em 2025”, alertou ele.

Opinião compartilhada com o pre-sidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Esta-do de São Paulo) e Orplana (Organiza-ção de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Manoel Ortolan. Presente na cerimônia de assinatura do ato, o executivo reforçou que embora as medidas do governador Alckmin não impactem diretamente o fornecedor, trazem melhorias para agroindústria ca-navieira e, consequentemente, acabam indiretamente beneficiando os produ-tores de cana-de açúcar. “Eu acho que no âmbito geral ajudam no sentido que contribuem com alguns produtos, como no caso do milho. Inclusive a questão da regulamentação, equalização do ICMS, ajudará o setor como um todo”, lembrou.

Já para Jair Pires, diretor executivo da MBF Agribusiness, não há bene-fício econômico/financeiro, apenas a melhoria do controle da arrecadação e redução da burocracia. “Insistimos no sentido do setor criar suas próprias dis-tribuidoras de combustíveis e, aí sim, reduzir seus custos com logística, sem que ocorra queda no recolhimento dos impostos”, concluiu.

Antonio Eduardo Tonielo aparece ao lado do deputado estadual Welson Gasparini, do vereador de Ribeirão Preto Maurício Gasparini e do governador

Geraldo Alckmin no Salão de Despachos do Palácio dos Bandeirantes

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“A secretaria olha para a sua finalidade, que é apoiar o agricultor”As medidas anunciadas por Alckmin

foram as primeiras em prol do setor su-croenergético a integrar a nova gestão da Secretaria de Agricultura e Abastecimen-to, que, desde o dia 8 de janeiro, está sob o comando de Arnaldo Jardim (PPS).

Voz ativa na cadeia canavieira, tendo presidido a Frente Parlamentar Federal pela Valorização do Etanol desde 2013, Jardim foi eleito deputado federal por São Paulo pela terceira vez consecutiva, com 155.278 votos. Foi justamente pela habilidade política, de conduzir diálogos, propor parcerias e

reunir lideranças para pressionar quan-do necessário, que foi escolhido para assumir a secretaria.

Ao ocupar o posto que era de Mô-nika Bergamaschi, elogiada pela atu-ação técnica durante três anos e sete meses, o novo secretário prometeu maior integração dos institutos e co-ordenadorias ligados à secretaria, além de ajudar, com programas de preservação de fontes, nascentes e mananciais, a enfrentar a grave crise hídrica que atinge o Estado, e cobrar o Governo Federal medidas que im-

Arnaldo Jardim e Antonio Eduardo Tonielo Filhopulsionem a recuperação de setores em crise, como o sucroenergético.

Por: Igor Savenhago

Revista Canavieiros: Como foi ter recebido o convite para assumir a pasta de Agricultura no Estado de São Paulo?

Arnaldo Jardim: Primeiro, faço questão de esclarecer o contexto em que isso aconteceu, porque acho que dá um pouco de fundamento. O secreta-riado do governador Geraldo Alckmin tem algumas pessoas que são chamadas “políticas”. E outras são mais técnicas. Eu, de alguma forma, sou híbrido. Sou um pouco técnico, porque tenho uma formação como engenheiro, uma certa capacidade no Executivo, uma expe-riência já administrativa, mas também sou político. Vários mandatos de depu-tado estadual, agora federal. Então, sou uma pessoa muito de lidar, no sentido de coordenar programas, de estabelecer regras. Quando o governador decide me convidar para a Secretaria de Agricultu-ra, vi nesse convite mais do que mudar o nome da secretaria. Vi, nesse gesto, e vim por causa disso, uma decisão do governador de fortalecer a sua atuação nesse setor. A secretária Mônika, [que o antecedeu] fez um grande trabalho, muito importante, conduziu as ativi-dades, mas todos nós tínhamos a per-cepção de que isso poderia ser contem-plado com uma integração maior dos institutos, fazer com que eles estejam mais vinculados à produção, e o secre-

Confira os principais trechos da entrevista exclusiva concedida a Ca-navieiros no dia da posse, realizada no salão nobre da secretaria, no centro de São Paulo.

pecuária bovina. Uma pecuária que dei-xa de ser extensiva. Passa a ser mais in-tensiva. O confinamento cresce de uma forma muito importante. Então, existe uma distribuição. A produção de grãos acontece um pouco no nosso Sudoeste e na região Mogiana, onde a cana é mui-to significativa. A cana e o negócio da cana, aliás, respondem por 33% do PIB agropecuário do Estado de São Paulo. Veja aí a relevância que tem o setor. Uma das coisas que busquei frisar no meu pronunciamento de posse é que va-mos dar uma compreensão à secretaria, e à nossa gestão, de ela não fique só nos marcos da produção agrícola: plantio, colheita e distribuição. Vamos entender a agricultura em sentido mais amplo. Todos sabemos, por exemplo, do drama que vivem hoje Sertãozinho e o polo de Piracicaba, pela desativação, enfraque-cimento do setor sucroenergético, que

tário da Agricultura de SP se pronunciar sobre fatos nacionais que influenciam a agricultura de São Paulo e do País. Foi uma decisão do governador de fazer com que a secretaria passasse a ter tal delegação. Isso me encheu de entusias-mo. Estou muito animado, com muita energia para poder dar conta desse re-cado.

Canavieiros: Há a curiosidade de que a secretária anterior, Mônika Ber-gamaschi, era da região de Ribeirão Preto e você também é. Qual será a rele-vância dessa região para a sua gestão?

Jardim: Vai ser imensa. Primeiro, porque o nosso polo de Ribeirão Preto é o grande produtor agrícola do Esta-do de São Paulo. Mas temos, também, outras regiões, como a de Rio Preto, com algumas novidades importantes, que fazem a diferença. Temos ali uma fantástica expansão da borracha, um ca-minho muito interessante que se abriu. Temos, ainda, na região Central do Es-tado, a presença da laranja, ainda com muitos problemas, que vive uma crise há algum tempo já e, por isso, é um dos setores com o qual precisamos ter muita atenção. Depois, na região mais Sudoeste do Estado, em direção a Itape-tininga, Itapeva, há uma presença muito grande da madeira de reflorestamento. E na região de Araçatuba, Andradina, própria região de Presidente Prudente, a

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fecha empresas na área de equipamen-tos. Por isso, compreender a agricultura tendo seu desdobramento no setor de equipamentos, toda a área de insumos, adubos e defensivos também. Essa é outra diretriz que vai orientar meu tra-balho aqui na secretaria.

Canavieiros: Um dos grandes de-safios em 2014 e que continuará em 2015 é a questão da crise hídrica. E muito se ouviu falar que o Governo do Estado poderia ter se antecipado com algumas obras, para evitar que a água faltasse. O que pensa sobre isso e como a Secretaria da Agricultura irá atuar nessa questão?

Jardim: Acho que, realmente, vive-mos um momento muito sério. Isso tem a ver até com uma etapa geológica, com uma questão que, há tempos, falamos e alguns até duvidavam: as mudanças cli-máticas. Por isso, se justifica, por exem-plo, a defesa do nosso etanol, que faz parte de um novo padrão de energia e transportes, em acordo com esse ciclo da agricultura que precisamos encerrar, que é o ciclo da agricultura fóssil, da energia de base fóssil. Então, o etanol veio para ficar. Há uma mudança realmente forte. Segundo, nessa mudança, seria possível ter havido uma antecipação? Acho que sim, embora essa antecipação era uma coisa que não tinha respaldo. Se você falasse em fazer uma reservação de água muito acentuada, aplicar muito dinheiro nisso para poder enfrentar uma possível seca, provavelmente isso seria muito cri-ticado. Pessoas diriam que haveria ques-tões mais emergentes e mais imediatas. Então, prefiro olhar pra frente. Acho que toda essa crise hídrica impõe uma neces-sidade de revermos a política com rela-ção às fontes e aos mananciais, termos uma política de cuidados com relação ao assoreamento, aprofundarmos a questão das matas ciliares e uma disciplina maior

no que diz respeito ao uso de recursos para irrigação e outros fins. Mencionei, no discurso, a revolução que fez a agri-cultura, que muitas vezes não é reconhe-cida por entidades ambientais, quando incentivamos o plantio direto. Quando você vê pivôs de irrigação, da forma como funcionam hoje, acho que isso está fadado a ser uma tecnologia que o tempo deve sepultar. Então, essa questão hídrica veio como grande desafio, impõe novas normas, novos comportamentos, e temos toda uma geração de procedi-mentos e normatizações que deverão vir nesse sentido. A secretaria vai contribuir, fazendo um programa muito forte para direcionar seus institutos e coordenado-rias para a questão de fontes, nascentes e preservação de mananciais.

Canavieiros: Como deputado fe-deral, o Sr. foi um dos interlocutores mais importantes pela valorização do etanol, presidindo a Frente Parlamen-tar Federal. Agora, como secretário de São Paulo, acha que isso facilita o diá-logo com o Governo Federal? E o que pensa da indicação de Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura?

Jardim: Fiquei muito dividido. Tive dúvidas. E muitas pessoas tiveram dú-vidas. Recebi abraços de cumprimentos e, também, confesso, de lamentações. Disseram: “Puxa, Arnaldo, você fez um bom trabalho lá na Frente Parlamentar. A Frente precisa estar mais atuante do que nunca. Vai fazer falta”. Acho que isso vai ser compensado pela minha po-sição como secretário de Agricultura de São Paulo. Primeiro, terei condições de acompanhar os trabalhos da Frente Par-lamentar. Há um conjunto de deputados que podem tocar isso adiante. Existe uma relação, uma interação que será de-senvolvida com eles. Temos também a Frente Estadual, aqui da Assembleia Le-gislativa de São Paulo, que vamos dina-

mizá-la muito. Como secretário, poderei também emprestar muita força à pressão política necessária junto ao Governo Fe-deral. Ministra Kátia Abreu, quero sau-dá-la, desejar uma grande gestão a ela. Ela é uma pessoa do setor. Acho que as contradições que vai enfrentar são muito mais internas, dentro do Governo Dilma. Espero que ela consiga coesionar o go-verno em torno de teses que são caras a nós: a defesa da segurança jurídica, re-conhecer que, hoje, mais que o tamanho das propriedades, deve-se ver exatamen-te a sua capacidade de produzir como pa-râmetro fundamental. Vamos ser solidá-rios a ela em todas as suas atitudes, mas vamos ser críticos quando sentirmos que ela perde força no Governo, por exem-plo, diante de autoridades econômicas ou de outros setores, quando não conse-gue fazer prevalecer os interesses do se-tor sucroalcooleiro, para mencionar um deles. Nesse caso, vamos pedir o empe-nho dela. Se não houver esse empenho, vamos pressionar para que isso ocorra. Mas a nossa disposição é de fazer parce-rias, de integrar esforços. Já temos uma bela história, importante, entre a Em-brapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e os institutos paulistas. Queremos dinamizar isso e desdobrar em outras áreas. Temos a Conab (Com-panhia Nacional de Abastecimento) aqui em São Paulo. Queremos agora enfatizar o lado do abastecimento, dinamizar as parcerias nesse sentido também. Vamos buscar implementar isso.

Canavieiros: O que o produtor de cana pode esperar da sua gestão?

Jardim: Primeiro, quero dar uma palavra de reconhecimento. Parabéns. A você que persevera, que faz de cada desafio um momento de crescimento. Estaremos na secretaria olhando para você. A secretaria não olha para si como órgão governamental. A secre-taria olha para a sua finalidade, que é apoiar o agricultor, para que ele tenha mais renda, mais condições de pro-duzir e de estabelecer parcerias com todas as entidades e empresas que atuam nesse sentido. Contem com o apoio dedicado, decidido, do gover-nador Geraldo Alckmin e da Secreta-ria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. RC

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Olha o trem:negociação promete uma revolução na logística do

agronegócio nacional

O custo logístico do Brasil tem se tornado um obstáculo ao de-senvolvimento do agronegócio

brasileiro, que vive constantemente a ameaça de sofrer um apagão logístico a cada safra recorde que se anuncia. Para evitar que isso aconteça, o País precisa solucionar sua estrutura de transporte, investindo em diferentes modais, evi-tando assim perder sua competitividade agrícola. A fusão entre a ferrovia ALL (América Latina Logística) e a Rumo Logística subsidiária do Grupo Cosan, surge como uma alternativa a este cená-

Fusão entre a ALL e a Rumo Logística, da Cosan, é considerada o novo paradigma

no setor de transporte com a criaçãode empresa avaliada em R$ 11 bilhões

Andréia Vital

rio ruim e promete fazer uma “revolução na logística do agronegócio nacional”, conforme já afirmou Rubens Ometto, presidente do Conselho da Cosan.

A fusão resulta na formação de uma empresa gigante de logística - ferro-viária e portuária - envolvendo inves-timentos de mais de R$ 8 bilhões até 2020, que serão aplicados em amplia-ção e duplicação da via e solução de gargalos, principalmente em trechos do Estado de São Paulo. “Nosso ob-jetivo é aumentar a eficiência da ope-

ração ferroviária para a captação da maior quantidade possível de cargas, firmando contratos de longo prazo com os clientes e melhorando o nível do atendimento dos serviços”, afirmou Marcos Lutz, CEO da Cosan, em co-municado após a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para a criação da empresa.

A nova companhia nasce com 12,9 mil quilômetros de malha ferroviária, abrangendo os Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pa-raná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; 19 milhões de toneladas de capa-cidade de elevação no Porto de Santos, 966 locomotivas, além de 28 mil vagões e 11,7 mil funcionários diretos e indire-tos. A empresa irá operar com foco na expansão da capacidade de operação, redução de custos e aumento da efici-ência operacional, no período inicial de integração, e atuará no transporte de grãos (soja e milho), açúcar, cítricos, celulose, fertilizantes, manufaturados e combustíveis.

NEgOCIAÇãO FOI lONgAAs negociações entre a Rumo e a ALL

começaram em fevereiro de 2012, quan-do a Rumo manifestou interesse na ope-Rubens Ometto, presidente

do Conselho da Cosan Marcos Lutz, CEO da Cosan

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radora ferroviária. Na oportunidade, fez uma proposta de quase R$ 900 milhões para comprar 38,9 milhões de ações da ALL, o equivalente a 5,6% do capital total da companhia. Mas o contrato não evoluiu devido a várias divergências. A principal delas era um litígio bilionário devido a contratos para o transporte de açúcar, que não foram cumpridos, con-forme alegou na justiça a Rumo.

Um ano depois, a empresa de Rubens Ometto formalizou nova oferta à ALL, aceita em 15 de abril e aprovada pelas Assembleias Gerais Extraordinárias da Rumo e da ALL, realizadas em 8 de maio de 2014. A proposta previa que os acionistas da Rumo ficariam com 36,5% do negócio e os da ALL, controladores e minoritários, com 63,5%. Quatro dias depois, as empresas informaram que o litígio pelo não comprimento dos contra-tos celebrados em 2009 para o transporte de açúcar foi suspenso.

Em 21 de julho de 2014, a Rumo deu entrada à proposta de incorporação no Cade e na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que a aprovou no dia 5 de novembro, mesmo dia que a Superintendência Geral (SG) do Cade classificou o caso como complexo. Em 11 de fevereiro de 2015, a criação da nova companhia foi aprovada pelo Cade, com restrições, visto que empre-sas de outros setores do agronegócio, principalmente de grãos, manifestaram preocupação com um possível favoreci-mento ao transporte de açúcar em detri-mento de outros produtos.

De acordo com Fato Relevante di-vulgado pela Cosan, na data da apro-vação da fusão, o Cade aprovou a in-corporação de ações de emissão da ALL pela Rumo, mediante a celebra-ção de um ACC (Acordo em Controle de Concentração), o qual prevê que as companhias adotarão determinados comportamentos voltados a eliminar as preocupações identificadas no parecer da Superintendência Geral do Cade.

“As obrigações comportamentais previstas no ACC vigorarão pelo prazo de até 7 (sete) anos e visam, sobretu-do, assegurar atendimento isonômico

(igualdade de direito) aos usuários dos serviços de transporte ferroviário de cargas, principalmente por meio de re-forço das regras de governança, da ado-ção de mecanismos de transparência nos parâmetros de tarifação, controle de atendimento dos serviços e da limi-tação do uso do transporte ferroviário por partes relacionadas”, esclarecia o documento.

No dia 26 de fevereiro, a negocia-ção recebeu o aval também da AN-TAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), restando somente a apro-vação da SEP (Secretaria de Portos).

NOVA COmPANhIA é BEmVIStA POR CONSultORES

“Nós precisamos de mais investimen-tos, principalmente para modernizar a nossa logística, toda a infraestrutura, para dar mais agilidade ao fluxo entre a origem do produto e seu destino”, afirma Manoel Ortolan, presidente da Canaoes-

te (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) e Or-plana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil). Forte, o Grupo Cosan se destaca pelos investimentos que faz no agronegócio, principalmente no setor sucroenergético, com certeza, deverá trabalhar para me-lhorar a logística para o transporte dos produtos do segmento, como açúcar, etanol e grãos, já que a nova empresa, abrangerá uma área maior de atuação, argumenta o executivo. “Portanto, a nova ALL deverá fazer upgrade neces-sário, propiciando ganhos de eficiência, que vão traduzir em melhoria no custo do frete”, afirma Ortolan.

Para Plínio Nastari, presidente da DATAGRO, o impacto positivo desta fusão deve ser sentido não só pelo se-tor sucroenergético, mas toda a cadeia de exportação do agronegócio. “Este efeito já está sendo observado com as melhorias introduzidas pela Rumo nos

Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e Orplana

Plínio Nastari, presidente da DATAGRO

Destaque IV

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últimos anos, a partir da desacelera-ção dos fretes rodoviários por conta da maior competição com a rota ferroviá-ria. A fusão Rumo-ALL abre a perspec-tiva de grandes investimentos, e de uma maior racionalidade no planejamento do transporte como um todo”, diz o consultor, lembrando que os fretes de açúcar e etanol têm caído nos últimos dois anos. “A desvalorização do real também contribui para reduzir o cus-to do frete em dólares. No entanto, é preciso que sejam viabilizados mais in-vestimentos em armazenagem. O Bra-sil ainda tem uma capacidade estática pequena para o volume transacionado com o exterior. Mais armazenagem per-mitiria uma comercialização mais sau-dável”, analisou Nastari.

De acordo com o presidente-executi-vo da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia), um dos gargalos do setor, hoje em dia, são os altos custos logísti-cos de escoamento da produção, alicer-çados, em sua maior fatia, no modal ro-doviário, o mais caro de todos. “Sendo assim, vemos com muito bons olhos a fusão da ALL e da Rumo Logística, que com certeza trará melhorias na malha ferroviária e ganhos de competitividade ao setor”, assegura.

Para ele, a qualidade do serviço da nova joint venture atenderá de forma muito mais segura e eficaz a demanda do setor, trazendo com isto inúmeros benefícios para a cadeia bioenergética, uma vez que grandes investimentos já

estão sendo anunciados pelos novos parceiros a fim de modernizar o trecho administrado pela nova parceria.

O presidente de honra da UDOP diz que é necessário resolver os entraves que envolvem a logística de transporte dos principais produtos da cana-de-açú-car, o etanol e o açúcar. “Acredito que somente o aperfeiçoamento de sistemas multimodais, como o ferroviário, hidro-viário e rodoviário, poderia trazer bene-fícios para o setor. O ferroviário, com a fusão da ALL e da Rumo, começa a tomar um novo rumo. O hidroviário de-pende de um novo ciclo regular de chu-vas que possam encher, novamente, os reservatórios da principal hidrovia que corta o Estado (Tietê-Paraná), para sua implementação efetiva, e o rodoviário sofrerá adequações de preços com a concorrência, salutar em qualquer ne-gócio”, conclui.

Na avaliação do diretor da consul-toria MBF Agribusiness, Marcos Fran-çóia, o novo negócio como modelo poderá contribuir muito com o agro-negócio. “Se o plano de expansão e in-vestimentos na malha ferroviária, bem como nos terminais, se concretizarem, será um avanço positivo na logística brasileira. Todavia, as regras impostas pelo Cade deverão ser cumpridas, pois não há espaço para aumento de cus-tos”, constata. Segundo ele, os analistas olham os resultados no longo prazo e a nova sociedade pode trazer benefí-cios econômicos significativos para as

empresas, pois a demanda por logística de qualidade e com custos adequados é grande no Brasil.

“Para o mercado, aparentemente, o que o Cade fez foi abrir para as concor-rentes usuárias da malha ferroviária a oportunidade de fiscalizar a utilização por parte da Cosan”, disse, lembrando que é cedo para afirmar que a fusão atrairá novos investimentos. “Mas, le-vando em consideração que tudo que é organizado e com custos adequados atrai os olhos de investidores, esse é mais um motivo para incentivar o que já estamos vendo, que é um novo olhar para setor”.

O consultor argumenta que somente um investimento significativo e contí-nuo poderá tirar o País dessa situação de atraso na questão logística. “Quan-do comparamos o Brasil aos países em desenvolvimento (BRIC), vemos que estamos bem abaixo nos índices técni-cos de logística, com menos estradas pavimentadas, menos abastecimento de cargas (polo modal), assim como baixa eficiência na malha ferroviária, hidro-vias e aeroportos”, diz, completando “É necessário um plano de investimen-to numa infraestrutura que contemple todas essas possibilidades de transpor-te, mas como somos dependentes do transporte rodoviário, no curto prazo o investimento maior deve ser canalizado para essa linha, reduzindo os custos do transporte brasileiro, que aumentam em muito o custo Brasil”.

De acordo com o balanço sobre mo-vimentação de cargas pela ferrovia de 2013 apresentado pela ANTF (Asso-ciação Nacional dos Transportadores Ferroviários), no segundo trimestre de 2014, o agronegócio representou somente 14,86% das 490 milhões de toneladas transportadas por trens. Já a expectativa de crescimento de car-ga movimentadas pelas ferrovias é de 12,5% entre 2014 a 2016, quando atin-girá 550 milhões de toneladas úteis. Para isso, os investimentos devem con-tinuar na ordem dos R$ 5 bilhões. A nova empresa formada a partir da fusão Rumo ALL poderá contribuir para con-quistar essa meta.

Antonio Cesar Salibe,presidente-executivo da UDOP

Marcos Françóia, diretor da consultoria MBF Agribusiness

Destaque IV

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A Rumo foi comandada por Júlio Fontana Neto de 2009 a 2014, quando entregou o cargo para Daniel Rockenba-ch. Com a criação da Cosan Logística, em 2014, Fontana passou a ser o diretor presidente da empresa(braço logístico do Grupo Cosan). O executivo foi presiden-te da ferrovia MRS Logística, por quase uma década, sendo sua gestão marcada pelo incremento do volume transportado e pela evolução dos resultados financei-ros. Naquele período, Fontana planejava ampliar o desempenho da ferrovia, diver-sificando as cargas transportadas, o que seria possível com a aquisição da Brasil

Ferrovias, uma holding que congregava a operação da Novoeste (MS), Ferronorte (MT) e Ferroban (SP), mas a ferrovia foi adquirida pela ALL, em 2006.

Outro plano do executivo era assu-mir o projeto da Cosan para o transpor-te de 9 milhões de toneladas de açúcar para o Porto de Santos. Mas não teve o aval dos acionistas da MRS e os ne-gócios acabaram ficando também com a ALL. Com a aprovação do Cade para a criação da nova empresa, Fontana en-fim terá sob sua administração os dois projetos desenhados no passado.

Qual é a sua visão sobre a fusão entre a ALL e a Rumo Logística? Este novo modelo de ferrovia poderá contri-buir com o setor sucroenergético?

AF: Como brasileiro vi a concreti-zação da transação de fusão da ALL x Rumo Logística com muita alegria, na medida que as operações da ALL são assumidas por um grupo com enorme know how no setor logístico e com uma capacidade fantástica de levantamento dos fundos necessários a cumprir um ambicioso programa de investimen-tos”. Isto com certeza vai favorecer a todos, na medida que a capacidade de transporte nos principais eixos sob con-cessão da ALL vai ser multiplicado. Além disto, a integração porto x fer-rovia coloca um potencial de aumento de eficiência com consequente redução de custos nestes importantes corredores exportadores.

Alguns setores - como o de grãos

- têm dúvidas se a nova ferrovia dará prioridade ao açúcar em detrimento de outros carregamentos e questiona-ram a fusão. Mesmo assim, as ações da ALL dispararam no Ibovespa no dia da aprovação do Cade. Na sua opi-nião, este foi um bom negócio para as empresas? Para o mercado?

AF: O potencial para um ganha é enorme na medida que o aumento de capacidade, eficiência e redução de custos tendem a beneficiar a todos. Al-guns conflitos já foram de alguma for-ma endereçados na aprovação do Cade, mas, com certeza, um diálogo maduro e construtivo entre a concessionária e clientes deve endereçar outras questões

que ainda são motivo de receio pelas partes. O setor de grãos é o cliente dos sonhos, quando, por exemplo, falamos na Malha Norte. O transporte da soja e milho entre Rondonópolis e Santos com elevado volume, e grande distância, faz dele a carga dos sonhos de qualquer ferrovia. O desenvolvimento de modais hidro-rodo-ferroviários pela saída nor-te evidentemente irá equilibrar melhor a distorção hoje existente aonde cargas agrícolas no Brasil viajam por longas distâncias em modais ineficientes e ele-vados custos logísticos

Pode-se dizer que o novo negócio

atrairá novos investimentos para o se-tor sucroenergético?

AF: Os investimentos no setor su-croenergético estão praticamente tran-cados por outras questões que hoje são bem mais relevantes que a questão lo-gística. Mas com certeza no futuro, em outro momento, custos logísticos redu-zidos por sistemas modais mais eficien-tes irão aumentar a competitividade do setor como um todo, em particular fer-rovia, dutos e hidrovias na longa distân-cia, seja para etanol, seja para açúcar.

Qual a sua avaliação sobre a ca-

deia canavieira em 2014 e quais são as perspectivas para 2015?

AF: 2014 foi para o setor sucroener-gético mais um ano muito difícil e de-safiador. Com isto, assistimos ao agra-vamento substancial de parte relevante do setor que ainda está com o peso ele-vado de custos financeiros, enfrentando problemas climáticos que reduziram os Yields agrícola, e não contam com a ven-

“O aumento de capacidade, eficiência e redução de custos de logísticas tende a beneficiar a todos”, afirma Alexandre Figliolino, diretor comercial de açúcar e etanol do Itaú BBA sobre a nova sociedade entre Rumo e ALL.

Alexandre Figliolino, diretor comercial de açúcar e etanol do Itaú BBA

Júlio Fontana Neto,diretor presidente da Cosan Logística

Por trás dos trilhos

Bom para o mercado

da de energia a preços elevados, hoje o único produto realmente rentável para o setor na medida que o açúcar e etanol oferecem zero de retorno econômico.

Para 2015, algumas coisas provo-cam um certo alento, pois o retorno da CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) e a desvaloriza-ção do real são extremamente benéficos tanto para açúcar como para etanol. Porém agora uma ponta de decepção já aparece com a demora da entrada em vi-gor do aumento da mistura do ocorrido da gasolina. Esperamos que 2015 seja o ano da definição de políticas públicas claras para o etanol e para a bioeletrici-dade que aliado a um futuro melhor nos preços internacionais do açúcar possa colocar as coisas novamente nos trilhos.

Mas com certeza teremos um ano ain-da muito difícil, de margens ainda muito apertadas, o que deve aumentar o núme-ro de empresas em sérias dificuldades e que podem chegar até a interromper suas atividades operacionais. RC

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48Informações Setoriais

Chuvas de janeiro e previsões climáticas para março e abril de 2015

Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de janeiro de 2015.

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

A média das chuvas de janeiro de 2015 (112mm) ficou em quase um terço da média histórica (282mm) e quase igual às chuvas do mês de janeiro de 2014 (95mm). Todos os locais mostraram chuvas do mês (bem) aquém das res-pectivas médias históricas (em janeiro do ano passado também). Em alguns deles chegou a ser 5 vezes menor (Barretos e Usina da Pedra) e até 6 vezes menores (Morro Agudo Biosev-MB).

Estes dois meses seguidos de janeiro evidenciam escassez duradoura de água? A Canaoeste recomenda cau-

tela aos noticiários, alguns sensacionalistas, que atribuem, em grande soma, aos incon-troláveis desmatamentos e às persistentes emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa). Tem as suas verdades, sim, pois, em áreas de matas nativas, cafezais, laranjais, flores-tas plantadas e outras de maiores portes, os profundos sistemas radiculares destas plan-tas, somados aos sobreamentos dos solos pelas copas e pelas folhas que caem, con-ferem maior velocidade de infiltração das chuvas e, também, menor perda por eva-poração. Deste modo, chuvas moderadas e

até de 40-50mm/hora tem condições, sem perdas superficiais, de se infiltrarem até os lençóis freáticos que, por sua vez, alimen-tam as nascentes e cursos d’água.

Mas, para esclarecer e acalmar os leitores, estes períodos secos já ocorreram antes, não são duradouros e acontecem de maneira cícli-ca (ao redor de 50 anos, com cerca da metade com excessos e outra metade com deficit). Exemplificando, muitos podem se lembrar de 1963 (com mais um ano antes e outro depois).

Nestes anos recentes, este período seco preocupa sobremaneira, pois está sendo agra-vado pelos maiores custos de produção e me-nores produtividades e preços que não remu-neram a atividade canavieira. Logo, deve-se

sim, atentar às recomendações-exigências ambientais em recompor matas ciliares de nascentes e cursos d’água, revegetações com espécies nativas em áreas impróprias (pe-dregosidades, relevo acentuado) a qualquer espécie de exploração agrícola (os refloresta-mentos têm outros limites).

Senhores, os esclarecimentos acima, com as necessárias precauções e atenções às exigências ambientais que, somadas aos melhores e recomendados manejos e tratos culturais, resumidamente, denominam-se Sustentabilidade. Fácil se adequarem, não é?

Observando-se o Mapa 1 acima, nota-se que, entre os dias 15 a 17 (meados) de janei-ro, a DAAS (Disponibilidade de Água no

Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de janeiro de 2014.Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 15 a 17 de janeiro de 2015

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Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de janeiro de 2015.

Mapa 4:- Elaboração Canaoeste do Prognóstico de Consenso entre INMET-INPE

para fevereiro(final) a abril de 2015.

Quadro 2:- Chuvas de janeiro de 2013, 2014 e 2015 anotadas pelos Escritórios Regionais; bem como as respectivas as médias das chuvas e as normais

climáticas mensais.

• Nestes meses, as temperaturas tendem a serem entre próximas a acima das respec-tivas normais climáticas para toda Região Centro Sul do Brasil;

• Pelo consenso climático INMET-INPE, as chuvas poderão ocorrer com iguais proba-bilidades para as três categorias (acima, pró-xima e abaixo das normais climáticas) em to-das as Regiões Centro-Oeste e Sudeste, bem como para o estado do Paraná. Nos demais estados da Região Sul, as chuvas poderão ficar entre próximas a acima das respectivas médias (até a região litorânea paranaense).

• Tendo-se como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas das chuvas em Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 215mm em fevereiro, 170mm em março e 70mm em abril.

Convém lembrar que houve pequenas diferenças entre este Mapa 4, comparativa-mente aos três últimos anteriores.

A SOMAR Meteorologia assinala que neste verão a soma das chuvas de Fevereiro a Março poderá ser inferior às respectivas médias históricas.

Quanto ao fenômeno El Niño, a SOMAR cita, com base em recente relatório (06 de janeiro) NCEP-NOAA, que mesmo com o aquecimento do Oceano Pacífico Equato-rial, a atmosfera não tem respondido como El Niño. E, caso a atmosfera venha a res-ponder como tal, o fenômeno será fraco e provavelmente não passará de final de mar-ço/meados de abril.

A Canaoeste recomenda especial atenção aos produtores de cana que, pelas atuais previ-sões, não se “fiem” em deixar plantios de cana para a quinzena final de março e na primeira de abril. Utilizar-se de irrigações? Tem água? Serão permitidas? A Canaoeste estará sempre atenta e com as necessárias recomendações e apoios aos planejamentos de plantios.

Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em www.canaoeste.com.br e

www.revistacanavieros.com.br. RC

Solo) mostrava-se baixa a crítica em largas faixas Norte e Oeste do Estado e entre Li-meira-Piracicaba ao extremo Sul. Enquanto que, praticamente na região Central do Esta-do e em algumas “ilhas”, apresentavam bom a elevado nível de DAAS.

Observando-se os Mapas 2 e 3, pode--se notar que ao final de janeiro 2014 (Mapa 2), os melhores níveis de DAAS, a 50cm de profundidade, estavam espalhados em “ilhas”

nas faixas Oeste e Sudoeste, além do extremo Nordeste do Estado; enquanto que, na maior área sucroenergética do Estado predominaram níveis críticos de DAAS. Ao final de janeiro de 2015 (Mapa 3), podia-se notar bom a alto nível de DAAS (50cm) em áreas ao longo do Leste, Noroeste e Centro/Sudoeste do Estado, mas em faixas que se estendiam do Nordeste e Oeste ao Centro do Estado a DAAS (50cm) encontrava-se em níveis críticos.

Os artigos mensais de Informações Seto-riais-Climatologia têm contado com o trabalho diário de anotações de chuvas dos Escritórios Regionais e que são condensados em Vira-douro. Estes dados são disponibilizados dia-riamente no site Canaoeste e as suas médias mensais e normais climáticas são apresentadas também neste artigo (Vide Quadro 2).

OBS:- Normais climáticas (ou médias históricas) correspondem as dos locais enu-merados de 1 a 9 e mais a do Centro de Cana IAC - Ribeirão Preto.

Os dados do Quadro 2 mostram, no des-taque do canto inferior direito, as expressi-vas diferenças observadas entre os totais dos meses de Janeiro 2015 e 2014, comparati-vamente ao de 2013. Neste ano, o acumu-lado das médias (Med) mensais das chuvas foram quase iguais ao das normais climáti-cas do mesmo ano. Porém, em 2015, o acu-mulado das médias mensais de janeiro foi semelhante ao de 2014 e, nestes dois anos, 30 - 40mm inferior às somas das normais climáticas de janeiro de 2013.

Para planejamentos próximo-futuros, a Canaoeste resume o prognóstico de con-senso entre INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os meses feve-reiro (final) a abril de 2015, como descrito abaixo e ilustrado no Mapa 4:

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Comparação de vinte e quatro cultivares decana-de-açúcar (saccharum spp) no município de Frutal no estado de Minas Gerais - Segundo corte Alessandra Durigan - Gestora Técnica da CanaoesteDaniela Aragão Santa Rosa - Agrônoma da Canaoeste de PontalLuiz Carlos Tasso Júnior – superintendente da Canaoeste e pós-doutorando na FCAV/UNESP – Campus Jaboticabal

1INTRODUÇÃOApesar de ainda ser um dos setores da área agrí-cola com maiores taxas de crescimento e inovação

tecnológica do País, o Setor Sucroalcooleiro tem sofri-do muito os efeitos negativos decorrentes dos números de produtividade abaixo do esperado. Nos últimos anos a perda de competitividade devido aos altos custos de produção tem diminuído a rentabilidade causando sérios problemas ao produtor rural e a economia brasileira.

Artigo Técnico I

Alessandra Durigan, Daniela Aragão e Luiz Carlos Tasso JúniorO desenvolvimento da cultura de

cana-de-açúcar tem raízes históricas, que abrange principalmente a busca de tecnologias adequadas, dentro de um contexto da evolução do sistema produ-tivo, compreendendo aspectos técnicos, biológicos, econômicos e sociais (VAS-CONCELOS, 1998).

Para que o setor sucroalcooleiro al-cance os níveis de produtividade neces-sários ao equilíbrio e rentabilidade de sua cadeia de produção, a introdução de novas variedades torna-se fundamental, notadamente face à degenerescência dos materiais utilizados em cultivo intensivo (RESENDE SOBRINHO, 2000).

A produtividade agrícola da cana-de--açúcar tem apresentado aumentos ex-pressivos no País, mas a produtividade média ainda é baixa e poderá ser me-lhorada (MELLIS & QUAGIO, 2009).

Segundo Yokoya (1995), o fator va-riedade é essencial para se conseguir matéria-prima de boa qualidade. O de-senvolvimento de novas variedades pelos programas de melhoramento ge-nético podem incorporar maiores produ-tividades às lavouras de cana-de-açúcar. Realizar um adequado manejo varietal, com materiais modernos, mais produti-vos e adaptados as mais adversas situa-ções de cultivo, contribui significativa-mente para o crescimento do setor.

Neste con-texto, o pre-sente trabalho teve por objetivo avaliar o comportamento agroindustrial de vinte e quatro cultivares no município de Frutal, MG, do segundo corte, e também compa-rar com alguns dados do primeiro corte.

2. MATERIAL E MÉTODOSA área experimental está localizada no

município de Frutal no Estado de Minas Gerais, a 178 km do município de Ser-tãozinho, na Fazenda Santa Helena com localização geográfica de 20º01’26”S e 48º52’9”WG. Até a implantação do ex-perimento, a área estava com plantio de soja desde o ano de 2003. O solo apresen-ta textura média e é distrófico (V% < 50).

A instalação, condução e colheita do campo experimental foi realizada pela Canaoeste (Associação dos Plantado-res de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) em parceria com a APROVALE (Associação dos Plantadores de Cana do Vale do Rio Grande) e Usina Fru-tal (Grupo Bunge), sendo que o plan-tio do experimento foi realizado no dia 01/04/2012, a colheita do primeiro (1º) corte no dia 15/08/2013 e a colheita do segundo (2º) corte no dia 20/08/2014.

Todas as cultivares utilizadas para a implantação desse experimento foram obtidas junto à Fazenda experimental Santa Rita, localizada no município de

Terra Roxa, SP, pertencente a Coper-cana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo).

Na soqueira, após a colheita do pri-meiro (1º) corte, foi realizada a aduba-ção com 500kg/ha da fórmula 20-0-20 e devido à infestação de broca (Diatraea sacharalis) e cigarrinha (Mahanarva frimbiolata), foi necessário realizar os controles com a liberação de 6.000 ves-pas/ha de Cotesias flavipes e 1,0 kg/ha de imidacloprid, respectivamente.

Para ambos os cortes da área experi-mental (1º e 2º), as colheitas foram me-canizadas. No primeiro corte, o canavial apresentava-se com dezesseis meses de idade e no segundo com 12 meses. Utili-zou-se, para a pesagem das parcelas, um caminhão transbordo com balança.

As cultivares foram submetidas a análises tecnológicas através de amos-tras de cana retiradas nos blocos no mo-mento da colheita, para a obtenção dos valores do Brix, pol, pureza, fibra, AR (açúcares redutores), ATR (açúcar total recuperável), segundo a metodologia proposta por CONSECANA-SP (2006).

O delineamento experimental utili-zado foi o de blocos ao acaso, com 24 tratamentos e três repetições. Os resul-

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tados obtidos foram submetidos à análise de variância (Tes-te F) e, nos casos da ocorrência de significância estatística, procedeu-se às comparações de médias pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

3. RESultADOS E DISCuSSãOTabela 1: Valores médios da porcentagem de sólidos so-

lúveis (Brix), Pureza, Fibra, AR (Açúcares Redutores) e POL (porcentagem de sacarose aparente) para as cultivares, além de dados estatísticos – dados do segundo corte.

Observando a Tabela 1, a cultivar SP91-1049 apresen-tou maior valor de Brix, 22,04, e apresentou semelhança estatística a CTC9. As cultivares SP81-3250 e RB857515 apresentaram maiores valores de pol%cana, 15,57 e 15,03 respectivamente; as cultivares SP83-2847 e RB935744 não apresentaram valores adequados de pol%cana e em relação à Fibra e Pureza todas as cultivares obtiveram resultados esta-tisticamente semelhantes. Segundo Brieger (1968), para uma maturidade e maturação adequada, a cana-de-açúcar deve apresentar os seguintes valores mínimos: Brix%caldo = 18; pol%caldo = 15,3 a 14,4; pol%cana = 13 a 16; pureza apa-rente = 85 a 80%. Portanto, no geral, a maioria das cultivares citadas apresentou maturação adequada, exceto a SP83-2847 e RB935744 que apresentaram valores de pol%cana abaixo dos valores citados por Brieger.

Tabela 2: Valores médios da produtividade agrícola ex-pressa em TCH (tonelada de cana por hectare), ATR (açúcar total recuperável) e TAH (tonelada de açúcar por hectare) para as cultivares em estudos, além de dados estatísticos – dados do segundo corte.

Na tabela 2 verifica-se que a cultivar RB965902 obteve o maior valor de TCH, 111,04 ton/ha, portanto foi a cultivar mais produtiva, apresentando diferença estatística em relação às demais cultivares. A cultivar SP81-3250 apresentou o me-nor valor de TCH, 69,15 ton/ha. Quanto ao parâmetro ATR, as cultivares SP91-1049 e CTC9 foram semelhantes na aná-lise estatística e apresentaram os melhores resultados, 168,26 e 167,23, respectivamente. O TAH, tonelada de açúcar por hectare, foi superior nas cultivares SP91-1049 (17,99), RB96-5902 (16,63) e RB966928 (16,56), CTC21 (16,25) e RB867515 (15,96).

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Analisando a Tabela 3, a cultivar SP91-1049 apresentou no primeiro corte maior valor de TCH, 147,95 ton/ha, porém no segundo corte a cultivar RB965902 foi a mais produtiva, 111,04 ton/ha. A queda do valor do TCH de 27,84% na cultivar SP91-1049 pode ser explicada pelo fato dela ser sensível ao pisoteio e possuir uma tendência a dimi-nuir a produtividade nas soqueiras quan-

do a colheita é realizada mecanicamente.

Os maiores valores de quebra de pro-dutividade do primeiro para o segundo corte foram verificados nas cultivares: SP81-3250, CT991906, RB965917 e RB855453.

Vários fatores interferem na produção e maturação da cultura da cana-de-açúcar,

sendo os principais a interação edafocli-mática, o manejo da cultura e a cultivar escolhida (Cesar et al., 1987). A disponi-bilidade de água no solo governa a pro-dução vegetal, assim sua falta ou excesso afetam de maneira decisiva o desenvol-vimento das plantas (Reichardt, 1996), pois alteram a absorção dos nutrientes e da própria água (Humbret, 1968). A cana--de-açúcar apresenta elevado consumo de

tabela3. Valores médios da produtividade agrícola expressa em TCH (tonelada de cana por hectare), ATR (açúcar total recuperável) e TAH (tonelada de açúcar por hectare) para as cultivares em estudos, dados do primeiro e segundo corte.

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água, necessitando de 250 partes de água para formar uma parte de matéria seca na planta (Dillewijn, 1952).

Observou-se também na tabela 3 que os valores de ATR do segundo corte em relação ao primeiro são maiores, possi-velmente devido ao maior período de estiagem do ano de 2014 que influen-ciou diretamente no acúmulo de açúcar nos colmos. Contudo, além das épocas de corte, os resultados apresentados são influenciados por condições edafo-climáticas. Qayym (1973), encontrou valores de Brix mais elevados em cana sob tensão de água no solo.

Quanto aos valores de TAH, tone-lada de açúcar por hectare, na análise consolidada do primeiro e segundo

corte, as cultivares mais produtivas fo-ram SP91-1049, CTC21, RB867515, RB966928 e RB965902.

4. CONCluSãOA maioria das cultivares apresentou

no segundo corte valores adequados em relação à avaliação da qualidade da matéria-prima, com exceção da SP83-2847 e RB935744, que obtiveram va-lores de pol%cana baixos e inadequa-dos. Mostrando, desta forma, que as demais variedades estavam no ponto ideal de colheita.

As cultivare: SP91-1049, RB96-6928, RB96-5902, CTC21 e RB867515, no segundo corte, apresentaram os me-lhores resultados de TAH, tonelada de açúcar por hectare.

No segundo corte, houve conforme esperado uma queda da produtividade, porém em algumas cultivares este valor foi mais acentuado. Já os valores de ATR foram maiores no segundo corte prova-velmente devido à influência edafocli-mática (o ano de 2014 foi mais seco).

Na análise consolidada do primeiro e segundo corte, em relação ao parâmetro TAH, tonelada de açúcar por hectare, as cultivares mais produtivas foram SP91-1049, CTC21, RB867515, RB966928 e RB965902, portanto nesse estudo essas cultivares destacam-se.

Vale ressaltar que os resultados apre-sentados referem-se apenas ao primeiro e segundo corte, sendo necessários maiores estudos para os próximos anos agrícolas.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBRIEGER, F.O.; Início da safra. Como determinar a maturação. Boletim Informativo Copereste, Ribeirão Preto, v4, n1, 1968.CESAR, M.A.A.; DELGADO, A.A.; CAMARGO, A.P. de; BISSOLI, B.M.A.; SILVA, F.C. da. Capaciade de fosfatos naturais e ar-

tificiais em elevar o teor de fósforo no caldo de cana-de-açúcar (cana-planta), visando o processo industrial. STAB: Açúcar, Álcool e Subprodutos, v.6, p.32-38, 1987.

CONSECANA -SP - Conselho dos Produtores de cana-de-açúcar, açúcar e álcool do estado de São Paulo. (2006), Manual de Instruções. Piracicaba: Consecana. pp.112.

DILLEWIJN, C. van. Botany of sugarcane. Walthham: Chronica Botânica, 1952. 371p.HUMBRET, R.P. the growing of sugar cane. New York: Elsevier, 1968. 779p. MELLIS, E.V.; QUAGIO, J.A. 2009. Micronutrientes em cana-de-açúcar: a fome oculta dos canaviais. Artigo em Hypertexto. Dispo-

nível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_3/MicronutrientesCana/index.htm>.PIMENTEL GOMES, F. Curso de estatística experimental. 9.ed. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 1981.

430p.RESENDE SOBRINHO, E.A. Comportamento de variedades de cana-de-açúcar em Latossolo Roxo, na Região de Ribeirão Preto/SP.

Jaboticabal, 2000, 85p. Dissertação (Mestre em Agronomia), Produção Vegetal – Faculdade de Ciências Agrárias Veterinárias, Universi-dade Estadual Paulista.

RITCHEY, K.D.; SILVA, J.E.; ESPINOZA W.; LOBATO, E. Downward movement of calcium and the improvement of subsoil rooting in oxisols of Brazil. In: RUSSEL, S.; IGUE, K.; MEHTA, Y.R. (Coord.) The soil/root system in relation to Brazilian agriculture. Londrina: IAPAR, 1981. p.137-153.

VASCONCELOS, A.C.M. Comportamento de clones IAC e variedades de cana-de-açúcar (Saccharum spp) nas condições edafoclimá-ticas da região do Vale do Paranapanema. Jaboticabal, 1998. 108f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista.

YOKOYA, F. Fabricação da aguardente da cana. Campinas: Fundação Tropical de Pesquisas e Tecnologia “André Tosello”, 1995. (Série Fermentações Industriais,2).

Erramos:Na edição nº 103 - janeiro 2015, página 49 na tabela 2: produtos e dosagens recomendadas para o controle de ferrugens em

cana, onde publicamos o produto Comet, o correto é Opera e o ingrediente ativo é Piraclostrobina + Epoxicolazol

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2015

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VENDE-SE- Fazenda de cana na região de Tietê/SP.

Área de 126 alqueires, sendo 87 alqueires de cana e carreadores, rica em recursos hí-dricos (mais de 5 km de divisa com o Rio Tietê), casa sede com quatro dormitórios + piscina e área de lazer, duas casas de casei-ro, ambas de três dormitórios.

Contrato de arrendamento com usina com vigência até o fim de 2016.

Tratar com Maurício (15) 9.9107-3292 / (15) 3285-1356 ou e-mail: [email protected]

VENDE-SE- Trator Valtra 985 /4x4 com lâmina,

1998, motor Valtra, concha e guincho para Beg – R$ 55.000,00

Tratar com Alex pelos telefones: (16) 9 9997-0166 ou (16)9 9298-9629.

VENDEm-SE - Tanque Chapa para água com capaci-

dade 13.000 litros, seminovo, Cor: laranja, R$ 7.000,00;

- Transformador trifásico de 15 KWA preço R$ 2.400,00;

- Transformador trifásico de 30 KWA preço R$ 2.600,00;

- Elevador de cereais (chupim) elétrico 6 metros comprimento, preço R$ 4.000,00

Tratar com Chico Rodrigues pelos tele-fones: (16) 9 9247-9056, (16) 3947 – 3725 ou (16) 3947 – 4414.

AlugA-SE- Estrutura de confinamento com capa-

cidade para 650 cabeças com: 1 vagão for-rageiro + 1 carreta 4 rodas + 1 carreta 2 rodas, 1 ensiladeira JF90, 1 trator 292 + 1 trator Ford 5610, 1 misturador de ração, 3 silos trincheiras de porte médio, sendo uma grande possibilidade de área para produção de silagem com irrigação ao redor de 30 ha, Jaboticabal - SP a 2 km da cidade.

Tratar com Luiz Hamilton Montans pelo telefone (16) 9 8125-0184.

VENDEm-SE- Sítio de 9 alqueires, sem mato ou bre-

jo (100% aproveitável) em Olímpia- SP, a 5 km Usina Cruz Alta, 10 minutos dos Thermas dos Laranjais, 25 min. de Rio Preto, 35 min. de Barretos, plaino, na ro-dovia, sem benfeitorias, mas com energia na propriedade.

- Sítio Arlindo - município de Olímpia, área de12 alqueires, casa de sede, área de churrasco (100 m²), casa de funcionário

reformada, muitas frutíferas e árvores ao redor da sede, 4 alqueires de mata nativa de médio/grande porte, terras de “bacuri” (indicador de terras muito férteis). Rede elétrica nova, divisa com fazenda Baculerê, distância de 25 Km de Olímpia.

Tratar com David pelo telefone: (17) 98115-6239.

VENDEm-SELIQUIDAÇÃO DE GADO LEITEIRO,

DAS RAÇAS GIROLANDO E GIR PO LEITEIRO- 15 vacas girolando grande, sangue 3/4

e 5/8, com laquitação diária de 25,30 e 40 litros, ambas produtos de inseminação, se-gunda e terceira cria;

- 12 novilhas girolando, grande sangue 3/4 e 5/8, todas de inseminação e prenhes sexado de fêmea;

- 8 bezerras girolando grande sangue 3/4 e 5/8 todas de inseminação;

- 11 vacas GIR PO Leiteiro registrado, sendo 8 paridas, com laquitação de 15 a 26 litros ao dia a pasto, todas se insemina-ção, filhas dos melhores touros GIR PO do ranking nacional;

- 3 novilhas GIR PO Leiteiro, prenhas de sexado de fêmea de touro GIR PO do ranking nacional;

- 3 novilhas prontas para inseminação, filhas de touro GIR PO do ranking nacional;

- 3 touros GIR PO pronto para cobrir;- 2 tourinhos GIR PO, com 11 meses

de idade.Obs.: Sítio localizado na cidade de Santo

Antônio da Alegria - SP, a 15 anos traba-lhando com inseminação.

Tratar com José Gonçalo pelo telefone e/ou e-mail (16) 9.9996-7262 – [email protected]

VENDEm-SE - Mudas de seringueira, Clone RRIM

600, clone com alta produção de látex. Vi-veiro credenciado no RENASEM Nº SP 14225/2013, localizado na Rodovia Vicinal Carlos Deliberto, a 2 Km da rotatória que leva à Usina Moema, município de Orindi-úva - SP. Preço: R$ 4,50/muda.

- Fazenda com 48 alqueirões no municí-pio de Carneirinho - MG, localizada muito próxima da rodovia asfaltada. Ótimo apro-veitamento para plantio de cana, seringuei-ra e/ou pastagens.

Preço: R$ 60.000,00/alqueirão. - Imóvel sobradado em Ribeirão Preto

- SP, localizado na Av. Plínio de Castro Pra-do, com salão e WC privativos, sacada, 03

dormitórios, sendo 01 suíte, armários embu-tidos, banheiro social, sala, sala de jantar, jardim de inverno, cozinha com armários, área de serviço, quarto com estante em al-venaria, WC, despensa, varanda coberta, ótima área externa.

Excelente ponto comercial. Área cons-truída: 270 m².

Tratar com Marina e Ailton pelos telefo-nes: (17) 99656 3637 e (16) 99134 8033 - Marina (17) 99656 2210 e (16) 99117 2210 – Ailton.

VENDEm-SE- L 200 , Diesel, 2006, 4x4, com ar, di-

reção hidráulica, branca, muito conservada.- Gol 2011/2012, com ar, 2 portas, branco.Tratar com Raul pelo telefone:

(34) 99723073.

VENDEm-SE- caminhoneta, F-350, 2001;- caminhoneta, Ranger, 2004;- trator 275 nº 12 MF, 1991;- trator 275 nº 13 MF, 1991;- trator 275 nº 17 MF, 1993;- trator 275/4 nº19 MF, 2000;- trator 620/4 nº06 MF, 1994;- trator 292/4 nº08 MF, 2003;- trator 1780/4 nº03 Valmet,1990;- plantadeira nº 22 JM 2670 PD, 2009;- plantadeira nº 23 JM 2670 PD, 2011;- plantadeira nº 24 JM 2670 PD, 2010;- plantadeira nº 43 JM 2980 PD EX, 2002;- transbordo nº 50 Rinnus, Agromer, 1999;- colhedeira nº47, D Master III, MIAC, 2011;- colhedeira nº49, D Master III, MIAC, 2011;- colhedeira nº46, D Master III, MIAC, 2011;- colhedeira nº45, D Master III, MIAC, 2005;- colhedeira nº52, Twin, MIAC, 2013;- arrancador nº 69, verde e amarelo OBB, 1999;- arrancador nº 68, azul e preto, OBB, 2000;- arrancador nº 70, verde e laranja,

Santal, 2001;- arrancador nº 59, AIA BM 4 litros BM

Dumont, 2012;- pulverizador, Advanced, Jacto, 2003;- pulverizador, Columbia, Jacto, 1995. Tratar com Adailton pelo telefone (16)

9 9174-4912.

VENDE-SE- Destilaria completa com capacidade

para 150.000 litros de etanol hidratado por dia: composta por preparo de cana com pi-cador, nivelador, desfibrador, turbina e es-teira de 48”; 4 ternos de moenda 20 x 36 com turbina e 2 planetários TGM; caldeira;

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2015

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destilaria; trocadores de calor; tratamento de caldo e Gerador 2000 KVA, enfim Des-tilaria completa a ser realocada. Na última-safra obteve uma moagem de aproximada-mente 350.000 toneladas. Preço a combinar. Localizada no município de Tambaú-SP.

Tratar com Edson pelos telefones e/ou e-mail (19) 9 9381-3391 / 9 9381-3513 / 9 9219-4414

e-mail: [email protected]

VENDEm-SE- motor de 75CV com bomba KSB 100/6

revisada e sem uso;- chave de partida ‘a óleo’;- transformador de 75 KVA;- postes duplos T de cimento;- chaves de alta, para raios, cabo e etc.Tratar com Francisco pelo telefone

(17) 9 8145-5664.

VENDEm-SE- grade aradora de arrasto, Tatu 24 discos

de 26” mancal de atrito 23cm de espaça-mento, perfeito estado;

- rolo faca com 09 facas e 2m de largura, ótimo estado.

Tratar com Rodrigo Gugliano pelos telefones e e-mail (11) 9 8319-9913 ou (11) 3596-7474 [email protected].

VENDEm-SE ou ARRENDAm-SE - Destilaria de Cachaça e álcool, comple-

ta, (10.000 litros de cachaça por dia). Es-teira de cana inteira, picador com 22 facas, esteira de cana picada, dois ternos 15x20, esteira de bagaço. Peneira Johnson, cush--cush. Caldeira de 113 m². Máquina a va-por de 220 HP (toca os ternos e o picador). Seis dornas de fermentação de 10.000 litros cada. Destilaria de bandeja/calota A e B de 600 mm de diâmetro com trocador de ca-lor. Dois tonéis de madeira amendoim com capacidade de 50.000 litros cada. Valor R$ 600.000,00. Estudo troca por imóvel. Lo-calização: Laranjal Paulista. Tratar com Adriano pelos contatos: [email protected] ou (15) 9 9705-9901. Veja vídeo em: www.youtube.com/watch?v=_mzWp3PCavA.

VENDE-SE- Cultivador marca DMB Novo São

Francisco para cana crua e queimada, com haste dupla e com motor hidráulico. Acom-panha asas para sulcar e marcador de ban-quetas com pistão.Valor: R$16.000,00.

Contatos com proprietário: (16) 9 9609-5158 ou (16) 9 97660328 com Edinelson/Edenilson.

VENDEm-SE- Fazenda na região de SudMinnucci

- SP, 70 alqueires toda em pasto, terra de cultura, topografia plaina, 2500m à beira do Rio Tietê. Excelente para qualquer tipo de cultura, inclusive em criação de peixe, “Ri-quíssima em água”;

- Sítio na região de Severínia - SP, 8,7

alqueires, tendo 2800 pés de seringueira, com 2300 pés em ponto de sangria. Casa de sede muito boa, uma casa de empregado, 2 barracões, poço artesiano, campo de fute-bol, a cerca de 20 minutos do Thermas dos Laranjais e 30 minutos da Festa do Peão de Barretos. Área de reserva legal. Excelente para investidor de turismo;

- Colheitadeira Santal 2008 Tander. R$ 50.000,00.

Tratar com Maurício pelo telefone (17) 9 9236-7838.

VENDEm-SE- Ordenhadeira Mecânica completa com

4 unidades, Usinox. Obs: também funciona quando ligada no trator;

- Tanque de 550 litros, Purinox. Tratar com José Augusto pelo telefone

(16) 9 9996-2647.

VENDE-SE Ou AlugA-SE - Salão medindo 11,00 metros de frente

por 42,00 metros de fundo 462 metros, pos-sui cobertura metálica com 368,10 metros, localizado à Rua Carlos Gomes 1872, Cen-tro, Sertãozinho-SP, preço a combinar.

Tratar com César pelo telefone (16) 9 9197-7086.

VENDEm-SE- Fazenda de cana na região de Franca-

-SP, área de 450 alqueires,330 alqueires em cana já arrendada para usina, 3 km do asfal-to média de 50 a 60 km das usinas Batatais, Buritizal, Cevasa-Cargil, casa sede, 3 casas de funcionários, 1 curral completo, docu-mentação ok;

- Fazenda de cana na região de Rancharia--SP, área de 650 alqueires, 500 alqueires de cana própria, ótima topografia, estrutura com-pleta, posto de combustível,oficina e etc. (aceita ate 50% em permuta) documentação ok.

- 3,15 alqueires, casa sede com 3 dor-mitórios, 2 banheiros, cozinha com fogão a lenha e sala, acabamento simples avaran-dada, mais casa de empregado, 4 barracões, represa (pequena), duas divisas com água, piquetes com eucalipto tratado, varias divi-sões com mourões de concreto e tela, não tem estrada que atravessa a propriedade, lugar seguro, 6 km do asfalto, tem maquiná-rio que pode ou não ser negociado, pomar, água excelente, energia com transformador na propriedade, documentação impecável.

Tratar com Miguel pelo telefone (16) 9 9312-1441.

VENDEm-SE- Fazenda na região de Rancharia-SP,

620 alqueires, 500 alqueires em cana pró-pria 1º e 2º corte, próximo a Usina Cocal, estuda prazo e permuta;

- Sítio na região de Cajuru, 9 alqueires, 6 em cana, 3 reserva, pasto e área para lazer R$ 900.000,00;

- Apartamento 2 dormitórios., 1 suíte próximo a faculdades;

- Casa em condomínio de alto padrão em Ribeirão Preto, 3 suítes, sala, cozinha integrada com área de lazer, piscina, hidro, completa em armários, clube com toda es-trutura para esporte e cultura;

- Fazenda de Gado com 550 alqueires a 60 km de Ribeirão, fartura em água, casa sede, caseiro, asfalto na porteira da Fazen-da, totalmente mecanizada.

Tratar com Paulo pelos telefones (16) 3911-9970 (16) 9 9290-0243.

VENDE-SE

- Silagem de milho, produzido e arma-zenado na Propriedade Rural Fazenda São José-Pitangueiras-SP.

Tratar pelo telefone (16) 3952-1443.

VENDEm-SE- Plantadeira Baldan solografic, 8 linhas,

plantio direto, ano 1999;- Plantadeira Balban solografic, 8 linhas,

plantio direto, ano 2004;- Colheitadeira Massey Ferguson 3640, sé-

rie 300.000, com plataforma de soja, ano 1987;- Camionete F250, ano 2001. Tratar com Carlos Eduardo pelos tele-

fones: (16) 3947-5268 (16) 9 9253-9266 ou (16) 9 9455-0990.

VENDE-SE- Trator 292 MF, traçado, 2007.Tratar com Saulo Gomes pelo telefone

(17) 9 9117-0767.

VENDE-SE- Ônibus Mercedes Benz – Of 1318, ano 1994.Tratar com Marcio José Sarni pelos te-

lefones: (16) 9 9101-5687 (16) 3946-4200 (ramal 141).

VENDEm-SE

- Caminhão VW 26310, ano 2004 - cana-vieiro 6x4, cana picada;

- Carreta de dois eixos, cana picada – Rondom.

Tratar com João pelos telefones: (17) 3281-1359 ou (17) 9.9732-3118.

VENDE-SE- Cama de frangoTratar com Luiz Martins pelo telefone:

(16) 9 9967-7153 ou José Jovino Borges pelo telefone: (16) 3839-5350 - Ituverava/SP.

VENDEm-SE

- Duas casas, no mesmo terreno, com três cômodos cada, localizada à Rua Pedro Biagi, 789, em Sertãozinho-SP.

Valor: R$ 230.000,00;- 01 estabelecimento comercial, monta-

do com base para Academia, em um terreno de 200m², contendo uma casa de laje com dois quartos, sala, cozinha, copa e banheiro e, ainda, uma sala comercial para escritório. O estabelecimento fica localizado à Rua. Ângelo Pignata, 23 em Sertãozinho-SP.

Valor: R$ 230.000,00 ;

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2015

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- 01 casa de aproximadamente 500m², com seis cômodos e dois salões comerciais com banheiro, separado da casa, localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056 Sertãozinho--SP. Preço a combinar.

Tratar com João Sacai Sato pelo telefone (16) 3610-1634.

COmPRA-SE

- Área que seja própria para o plantio de cana, em torno de 20 alqueires, pode estar arrendada ou em cana própria ou pasto, que seja próxima a Usina.

Tratar com José Antônio pelo telefone: (16) 9 91425362 ou 16 34917144 à noite.

VENDEm-SE

- 01 transformador de 45 KVA. Valor: R$ 1.500,00;

- Apartamento no Guarujá, localizado na praia de Astúrias. Possui quatro suítes, três salas, copa, cozinha, quarto para em-pregada, piscina na sacada do apartamento, quatro vagas na garagem, área comum com piscina aquecida, salão de jogos e festa, churrasqueira, quadra e sauna. Valor: R$ 1.980.000,00.

Tratar com Wilson pelo telefone (17) 9 9739-2000 – Viradouro-SP.

VENDEm-SE

- Colheitadeira Case A7700, ano 2009, - 7700, esteira, motor Cummins M11, má-quina utilizada na última safra.Valor: R$ 145.000,00;

- Colheitadeira Case A8800, ano 2011, esteira máquina na colheita de cana funcio-nando 100%, rolos preenchidos. Valor: R$ 270.000,00;

- Colheitadeira Case A7700, ano 2007, série 770678, motor Scania, motor novo, máquina revisada e trabalhando. Valor: R$ 130.000,00;

- Colheitadeira Case 8800, ano 2010, motor refeito em julho de 2014, máquina revisada e pronta para trabalhar. Valor: R$ 260.000,00.

Tratar com Marcelo pelos telefones: (16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664.

VENDEm-SE- 02 uniport. Modelos disponíveis:

2500 EJ (anos 2003/2004); 3000 EJ (anos 2003/2004); 2500 Star (anos 2009/2010) e 3000 Hidro 4x4 EJ (ano 2004).

Tratar com Moacyr pelo telefone: (16) 9 8112-0770.

VENDEm-SE- VW 15-180 / 12 tanque pipa bombeiro;- VW 15-180 / 11 oficina móvel Gascom;- VW 26-260 / 11 comboio Gascom lu-

brificante e abastecimento;

- A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação.- A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas.

- VW 31-320 / 11 tanque novo Gascom pipa bombeiro;

- VW 31-310 / 10 tanque novo Gascom pipa bombeiro;

- VW 15-180 / 10 comboio novo Gascom lubrificante e abastecimento;

- VW 17-180 / 08 MunkHincol 31.000;- VW 15-180 / 09 comboio Impacto lu-

brificante e abastecimento;- VW 13-180 / 09 comboio Gascom lu-

brificante e abastecimento;- VW 12-140 / 96 oficina móvel Gascom;- MB 2726 / 09 Betoneria;- MB 2423K / 09 Basculante;- MB 1725 / 09 4x4 comboio abastecimento;- MB 2423k / 04 Basculante;- MB 2423k / 01 tanque pipa bombeiro;- MB 1214 / 97 oficina móvel;- MB 1418 / 95 4x4; - MB 2318 / 94 tanque pipa bombeiro;- MB 2213 / 81 MunkMasal 12.000;- MB 1113 / 72 tanque pipa bombeiro;- MB 1113 / 69;- F.Cargo 1719 / 13;- F.Cargo 2628 / 07 basculante;- F.Cargo 2626 / 05 tanque pipa bombeiro;- F12000 / 95 tanque pipa bombeiro;- F14000 / 90 tanque pipa bombeiro;- S10 Executive 2007 prata 4x4 diesel;- Hilux SRV 2010 automática, prata,

4x4, diesel;- Prancha 3 eixosFacchini 2008;- Carreta Extensiva 18 metros, Randon, 1978;- MunkHincol 43.000;- MunkHincol 4.000;- Munck 640-18;- Tanque de Fibra 16.000L;- Comboio lubrificante e abastecimento,

Gascom, fechado 2.000 litros;- Borracharia Móvel Gascom;- Caçamba Basculante Toco;- Caçamba Basculante Truck;- Tanque de Ferro 15.000L;- Baú Sider;- Distribuidor de Calcário Sollus.Tratar com Alexandre pelos telefo-

nes: (16) 39451250 / 9 97669243 Oi / 9 92402323 Claro, whatsApp / 78133866 id 96*81149 Nextel.

VENDE-SE

-Trator Valtra Modelo BH 180, ano 2006, com 7055 horas trabalhadas, “cabinado” de fábrica, completo 4x4 com kit de freio boca de lobo (para puxar carreta).

Tratar com Marco Antônio Oliveira pelo telefone: (16) 9 9166-4286.

VENDE-SE - Uma área de 23,5 alqueires em Ituvera-

va, ideal para reserva. Tratar com Paulo Pínola pelo telefone:

(16) 3839-7506.

VENDEm-SE- Grade niveladora de arrasto com 42

discos de 18 polegadas R$2.500,00;- Bazuca com capacidade de 6.000 Kg

R$ 4.000,00;- Pá carregadeira, modelo 938 GII, ano

2006 série 0938 GERTB em bom estado de conservação. R$ 150.000,00;

- Conjunto de irrigação completo com Ferti-Irrigação, filtro de areia e gotejador Uniram Flex 2,31 x 0,70m com +\- 30 mil metros, sem uso R$ 52.000,00;

- Trator modelo BH 205, gabinado completo com ar - condicionado e hiflow, ano 2010 com 4.241,3 horas de uso R$ 120.000,00;

- Trator modelo BH 205, gabinado completo com ar - condicionado e hiflow, ano 2010 com 5.356,1 horas de uso R$ 120.000,00.

Tratar com FURTUNATO pelos telefo-nes (16) 3242-8540 – 9 9703-3491 [email protected]

Prazo a combinar.

VENDEm-SE - Terreno para construção de rancho

entre Sertãozinho e Pitangueiras, (Vale do Mogi) área: 1.200 m²;

- Rancho entre Sertãozinho e Pitanguei-ras, (Vale do Mogi) área construída: 140 m², área total: 7.000 m²;

Pomar todo alambrado, documentação e parte ambiental ok.

Tratar com André Tonielo pelo telefone (16) 9 9139-8664.

VENDEm-SE -Trator MF 680 “cabinado” ano 2006,

motor com 1000 horas, em boas condições;- L200, traçada, cor branca, ano 2006,

com ar-condicionado. Tratar com Raul pelo telefone

(34) 9972-3073.

VENDEm-SE - Cultivador e sulcador de cana DMB,

com marcador de pistão completo para cana crua e queimada, ano 2004;

- Grade aradora Civemasa, 16x34 espa-çamento 360mm (seminova);

- Grade Niveladora 20x20 de arrasto e transporte no hidráulico;

- Trator Valmet 88, ano 82 ótimo estado;- Roçadeira da marca Camak 1.90, ano 2001; - Arado 3 bacias, reversível marca Santa Isabel;- Carpideira de 5 linhas;- Grade aradora mecânica, 16x26 espa-

çamento 230mm com transporte de pneus marca Tatu.

Tratar com Waldemar pelos telefones: (16) 3042-2008 / 99253-6989 / (16) 98186-9035 (Tim) / 99739-6005 (Vivo).

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2015

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Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

“... não basta me completar, querido. Tem que transbordar.” Renata Carone Sborgia - Livro: Trechos Tecidos com Palavras...

Sentimentos...Afins... Sem Fim... Madras Editora

Cultivando a Língua Portuguesa

1) Maria queria “advinhar” o que estava dentro daquela caixa!...com o erro de grafia, dificilmente, adivinhará!O correto é: adivinhar

2) Sobre pronúncia das palavras...

Ortoépia: trata da pronúncia correta das palavras.Cacoépia: trata da pronúncia incorreta das palavras.

Exemplos: Correto: Advogado Incorreto: Adevogado

Correto: Empecilho Incorreto: Impecilho

Correto: Privilégio Incorreto: Previlégio

3) Pedro entregou o currículo “em mão”.

Entregou corretamente!!!

Obs.: Atualmente, alguns dicionários aceitam as duas formas. Isto é, tanto no singular quanto no plural. Ex.: Entregou a carta em mão. Entregou a carta em mãos.

A expressão é usada para indicar que a carta ou outro documento enviado a alguém é, ou deve ser, entregue ao destinatário por um mensageiro particular e não através do correio.

Biblioteca “General Álvaro Tavares Carmo”

Gestão de Conflitos

“Conflitos são naturais e, em muitos ca-sos, necessários. No entanto, muitos confli-tos são desnecessários e destroem valores, causando prejuízos para as organizações e para as pessoas que nelas trabalham. Uma coisa é certa: existem organizações que não reconhecem, ou não admitem, a presença de conflitos, mas uma organização sem confli-tos não existe!

Portanto, o compromisso dos autores com o leitor é o de respeitar o investimento de seu tempo em ler e utilizar esta obra. Para isso, organizaram um livro para que fosse interessante, divertido, relevante, fácil de usar e que transmitisse algo prático que aju-dará o leitor a transformar os momentos de conflitos em oportunidades positivas.”

(Trecho extraído da “orelha” do livro)

Referência:BURBRIDGE, R. Marc. Gestão de con-

flitos: desafios do mundo corporativo. São Paulo: Saraiva, 2012.

Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem

procurar a Biblioteca da [email protected]

www.facebook.com/BibliotecaCanaoesteFone: (16) 3524-2453

Rua Frederico Ozanan, nº842 Sertãozinho-SP

Renata Sborgia

Coluna mensal* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de

vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

PARA VOCÊ PENSAR:

“Sempre que houver silêncio à sua volta, ouça-o.Isso significa apenas percebê-lo.Ouvir o silêncio desperta a dimensão de calma que já existe dentro de você, porque é só

através da calma que se pode perceber o silêncio.Nesses momentos você se liberta de milhares de anos de condicionamento humano coletivo”.Eckhart Tolle

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2015

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Informações: [email protected] / (19) 3243-0396, (19) 98190-7711

1ª REuNIãO 2015 - GRupO FITOTÉCNICO DE CANA – IAC (INSTITuTO AGRONôMICO DE CAMpINAS)

Dia: 10 de março de 2015hora: a partir das 8:30local: Centro Cana do IAC - Rodovia Antônio Duarte

Nogueira – km 321 (Anel Viário Contorno Sul), Ribeirão Preto

IV ENCONtRO CANA SuBStANtIVO FEmININODia: 12 de março de 2015hora: 8h até 17h30local: Centro Cana do IAC -Rodovia Antônio Duarte No-

gueira – km 321 (Anel Viário Contorno Sul), Ribeirão Preto – SP.

Inscreva-se grátis pelo site: www.canasubstantivofemi-nino.com.br

Eventos de fevereiro de 201519º ENCONTRO DO GRupO DE IRRIGAçãO E

FERTIRRIGAçãO DE CANA-DE-AçúCAR (GIFC) Data: 12 de março de 2015 Início: 8hlocal: UNESP – Campus Central – Sala D 1Endereço: Avenida Brasil Centro, 56 - Ilha Solteira – SPInscrições: pelo site [email protected] (para profissio-

nais de usinas, produtores, fornecedores, profissionais libe-rais, consultores, representantes de instituições de pesquisa e serviços ligados ao setor de cana-de-açúcar).

O cadastro gratuito para se associar ao grupo pode ser fei-to por meio do site www.gifc.agr.br.

mais informações pelo telefone: (16) 3602-0900.

V REuNIãO DO gESuCRO (gRuPO DE EStuDOS pARA GESTãO SuSTENTÁvEL E CONTROLADO-

RIA DA CADEIA SuCROENERGÉTICA)Data: 24 de março de 2015 - CEZ – Sertãozinho - SPRua Guerino Giovanini, 255 – Jardim Lopes da Silva -

Sertãozinho/SP16 3946.6474 - www.mbfagribusiness.com

12ª EDIçãO DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL Em lOgíStICA AgROINDuStRIAl - SIlA:

“LOGíSTICA AEROpORTuÁRIA”Dia: 30 de março de 2015hora: 8h até 18hlocal: Anfiteatro do Grupo ESALQ-LOGAv. Pádua Dias, 11, no Anfiteatro do Grupo ESALQ-LOG

- Piracicaba/SPInscrição pelo site esalqlog.esalq.usp.brEntrada: 2K de alimento não perecível telefone: (19) - 3429-4580Email: [email protected]

Data: 30 e 31 de março de 2015horário: 8h às 17hlocal: Sala de eventos do Arco Hotel Express Piracicaba-

Av. Saldanha Marinho, 1515 - Bairro Alemães - Piracicaba-SPInscrição pelo site: http://www.infobibos.com/mudasca-

na/inscricoes/fichainscricao.asp Informações: [email protected] / (19) 3243-

0396, (19) 98190-7711

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