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Revista Canavieiros - Novembro de 2014 1

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Revista Canavieiros - Novembro de 2014

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Revista Canavieiros - Novembro de 2014

3Editorial

A revista de novembro traz uma matéria especial sobre as alternativas de combate às pragas da cana-de-açúcar, inimigas que vêm causando grandes prejuízos aos cana-viais, mas, por outro lado, novas tecnologias surgem como alternativas como solução

destes problemas. Como no caso do projeto Harpia, que possibilitou localizar áreas infesta-das através de imagens coletadas via satélite. A ferramenta foi disponibilizada aos associados da Canaoeste, por meio de parceria entre a entidade e a BASF. O especial mostra também a cobertura de eventos como o II Encontro Técnico sobre Pragas Canaoeste e o Experts Cana, além de lançamento de produto para ajudar no controle e manejo das pragas.

O destaque do mês fica por conta dos resultados do projeto Caminhos da Cana, como tam-bém de matéria que mostra que a FAO-ONU aponta o Brasil como principal ator para suprir a demanda de alimentação global. Também tem destaque a inauguração da misturadora de fer-tilizante da Yara, em Sumaré-SP, a cobertura da Conferência Internacional DATAGRO sobre Etanol e Açúcar e a reunião da Canaplan, que estima moagem de 544 milhões de toneladas na safra atual. Outro destaque é a matéria que mostra que investir em irrigação é uma alternativa para aumentar a produtividade dos canaviais brasileiros.

A edição 101 traz ainda entrevistas com Arnaldo Jardim, deputado federal (PPS-SP), e com José Orive, presidente da Organização Internacional do Açúcar (ISO na sigla em inglês).

Além da Coluna Caipirinha, assinada pelo Professor Marcos Fava Neves, opinam no “Pon-to de Vista”, Guilherme Nastari e Ciro Antonio Rosolem. Já o engenheiro agrônomo da Ca-naoeste, André Volpe, assina artigo técnico sobre a sistematização de áreas e preparo de solo.

As notícias do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, assuntos legais, informa-ções setoriais, classificados e dicas de leitura e de português também podem ser conferidos na revista de novembro.

Combatendo as pragas

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

Expediente:Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equiPe de Redação e fotos:Andréia Vital, Carla Rodrigues, Fernanda Clariano, Igor Savenhago e Rafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3300 - Ramal: [email protected]

imPRessão: São Francisco Gráfica e Editora

Revisão: Lueli Vedovato

tiRagem desta edição: 21.500 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do

Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários

são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada,

desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista Canavieiros

Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2008)

[email protected]

www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros

www.facebook.com/RevistaCanavieiros

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Revista Canavieiros - Novembro de 2014

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10 - Ponto de VistaGuilherme Nastari

Diretor da DATAGRO

- Presidente da Canaoeste participa de 7º Congresso da UDOP- Reuniões Técnicas Canaoeste

18 - Notícias Canaoeste

Ano VIII - Edição 101 - Novembro de 2014 - Circulação: Mensal

Índice:

E mais:

Capa - 22Especial Pragas:Pragas sob controleO projeto Harpia, uma parceria

da Canaoeste com a BASF, coletou imagens de canaviais via satélite e mapeou áreas de baixa biomassa, permitindo um controle mais rápi-do e eficaz em casos de infestação por pragas

16 - Notícias Copercana- Copercana é parceira do Posto de Recebimento de Embalagens Vazias de Defensi-

vos Agrícolas de Campo Florido

20 - Notícias Sicoob Cocred- Balancete Mensal

Pontos de VistaCiro Antonio Rosolem

.....................página 12

Coluna Caipirinha.....................página 14

Destaques:Inauguração da Yara

.....................página 36

Produção de alimentos até 2050.....................página 38

Em busca da produtividadede três digitos

.....................página 42

Caminhos da Cana chega ao fim.....................página 44

Irrigacana.....................página 46

Conferência Internacional Datagro.....................página 48

Canaplan.....................página 51

Agende-se.....................página 54

Assuntos Legais.....................página 55

Informações Setoriais.....................página 56

Acompanhamento da safra.....................página 60

Classificados.....................página 63

Cultura.....................página 66

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58 - Artigos Técnicos- Sistematização de Áreas e Preparo de Solo.

A colheita mecanizada da cana-de-açúcar é considerada uma tendência natural do setor sucroenergético. Dessa forma, existe a necessidade de alterações no modelo estabelecido de implantação de manejo dos canaviais...

05 - EntrevistaArnaldo JardimDeputado Federal“A crise exige otimização de esforços e o setor tem feito a lição de casa”

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Revista Canavieiros: Qual a sua avaliação sobre a situação do setor sucroenergético?

Arnaldo Jardim: É uma situação muito difícil. Tivemos, nos últimos quatro anos, no governo Dilma, 60 usinas que fecharam. Temos outras 70 em recuperação judicial e, não bastas-se isso, houve desmantelamento mui-to importante do setor. É só olharmos para a indústria de base de Sertãozi-nho-SP, as demissões que ocorreram e a interrupção de encomendas. O mes-mo aconteceu no polo fornecedor de equipamentos de Piracicaba-SP. E tão decisivo é o fato de que, no momento em que estávamos ganhando credibili-dade internacional com o nosso etanol, já que o etanol à base de milho definha nos Estados Unidos – um cenário, por-tanto, que se abria –, nós introduzimos uma incerteza sobre a real capacidade de produzirmos nosso etanol. E essa crise, que origem ela tem? Será que temos uma nova praga que compro-meteu a produtividade? Não. Embora a mecanização tenha trazido uma nova situação, como a ocorrência de cigar-rinhas, são problemas menores diante

da dificuldade que estamos vivendo. Surgiu um novo combustível, mais amigável ambientalmente? Não. Mais barato? Não também. A crise foi gera-da de fora para dentro, a partir de uma manipulação que o Governo fez do preço dos combustíveis. Na paridade assentada em torno de 70%, o etanol acabou vivendo as consequências do congelamento do preço da gasolina. E a Petrobras arcou com os prejuízos inerentes a isso. Pagou um preço que foi alto, que está sendo alto. A Petro-bras perdeu valor de mercado. E não estou falando dos malfeitos, que, in-felizmente, são tantos na sua gestão. Falo, estritamente, da política de com-bustíveis. A empresa vale, hoje, 40% do que valia há quatro anos. A política de preços produziu, então, uma situa-ção de muita penúria.

Revista Canavieiros: Quais se-riam as propostas para rever essa política?

Jardim: O caminho que o governo adotou quando retirou a CIDE (Con-tribuição de Intervenção no Domínio Econômico) da gasolina foi equivoca-

Entrevista I

Arnaldo Jardim

“A crise exige otimização de esforços e o setor tem feito a lição de casa”

Igor Savenhago

Eleito para o terceiro mandato consecutivo de deputado federal por São Paulo, com 155.278 vo-tos, que o colocaram entre os 30 mais lembrados pelos eleitores do Estado, Arnaldo Jardim (PPS--SP), de 59 anos, assumiu, há um ano e meio, a missão de conduzir a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, pela qual vem intermediando tentativas de diálogo entre lideranças da cadeia produtiva da cana-de-açúcar e o Governo Federal.

A tarefa da frente não é nada fácil: convencer a Presidência da República de que é preciso rever pontos da política econômica, que prioriza o controle da inflação por meio do congelamento do preço da gasolina, para que a expansão canavieira retome o ritmo esperado, visando atender às demandas mundiais por energia limpa e renovável.

Nesta entrevista, ele aborda as principais reivindicações do setor, as propostas que espera ver atendidas, o investimento em pesquisas e no desenvolvimento de novas tecnologias, os desafios diante da crise e as projeções para os próximos anos.

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6Entrevista I

do. Hoje estamos muito concentrados na busca de restabelecer a CIDE, que era exatamente o diferencial entre o combustível fóssil e o renovável. Temos uma proposta arrumada para isso. Ninguém está propondo algo que provoque impacto inflacionário. Queremos cuidar, sim, do setor, mas amarrar isso numa política global. Para isso, nossa proposta é singela e consistente: que a retomada da CIDE faça com que aquilo que for por ela arrecadado se destine a um fundo que repasse esses recursos para baratear as tarifas de transporte coletivo nos grandes centros urbanos. Estudos feitos pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a partir da solicitação do setor, mostram que, se de um lado o Governo aumenta a CIDE e provoca um impacto inflacio-nário, de outro, com a utilização dos próprios recursos da CIDE, neutraliza esse impacto. Então, não tem conse-quência do ponto de vista da taxa de inflação. Isso já poderia ter sido feito pelo governo em época anterior.

Revista: Há um ano e meio, o Sr. preside a Frente Parlamentar em de-fesa do setor em Brasília. Que balan-ço pode ser feito desse trabalho?

Jardim: Começamos um proces-so de mobilização do setor. Vocês próprios, da Revista Canavieiros, testemunharam isso, através do pri-meiro evento da frente que fizemos em Piracicaba-SP. Depois, um segun-do momento muito importante, em

Sertãozinho. Isso se desdobrou na constituição da Frente Parlamentar na Assembleia Legislativa de São Pau-lo e, posteriormente, foi criada a da Câmara Federal. Uma frente que, des-de o primeiro momento, tratamos de orientar para que não fosse de oposi-ção ou de situação. Buscamos manter um equilíbrio para que sua preocupa-ção fosse estritamente a de defender o setor. O vice-presidente da frente, por exemplo, é o deputado federal, agora reeleito, Odair Cunha, do PT de Minas Gerais, escolhido por nós. Eu o convidei e ele aceitou, o que foi importante para garantir a pluralida-de. O secretário-geral, que agora terá que ser substituído porque se elegeu governador de Alagoas, é o deputado Renan Filho, do PMDB. Uma tentati-va, portanto, de fazer uma conjunção de forças, de diferentes partidos. E dou um balanço muito positivo. Con-seguimos tirar o PIS/Cofins da cana, o que foi um ganho de competitividade para o setor, e introduzir os motores flex no Inovar-Auto, programa de in-centivo à indústria automobilística. Antes, o Governo só previa investi-mentos em pesquisa para os motores a gasolina. Foi duro, e até parece patéti-co, termos que lutar por isso. Mas foi necessário e conseguimos estender os benefícios aos flex. Outra conquista importante foi o aumento da mistura, a partir do ano que vem, de 25% para 27,5% de álcool anidro na gasolina, o que irá representar um consumo adi-cional de 1 bilhão e 300 milhões de

litros, importante para sustentar preço e criar demanda. Tratamos, também, da bioeletricidade, porque estamos estarrecidos com o fato de que o go-verno, que, durante quatro anos se negou a contratar novos projetos de cogeração, por considerar que os pre-ços estavam altos – eles oscilavam em torno de R$ 180 a R$ 200 o me-gawatt –, agora aciona, de uma forma permanente, as termelétricas movidas a gás, óleo, carvão, cujo preço médio está em torno de R$ 380 a R$ 400 o megawatt. E tem muitas outras coisas cotidianas. Houve, por exemplo, uma resolução do Denatran (Departamen-to Nacional de Trânsito) que mostra bem a distância que há de Brasília em relação à realidade. Foi quando se aprovou o chamado lonamento, a obrigatoriedade de que cada cami-nhão, depois de carregado na roça, aplicasse a lona. Depois, teria que ir até a usina, no caso da cana, e retirar a lona para descarregar. As pessoas que acompanham o setor sabem que, durante a safra, o período médio que um caminhão usa para descarregar é de três minutos. Por isso, lonar exi-giria mais mão de obra, ampliação de custos, num momento em que o setor está sem competitividade. Fizemos o cálculo e mostramos o que isso signi-fica de gravidade. Além do que existe um fato fundamental. Parece até brin-cadeira dizer isso, mas o Brasil não tem lona suficiente para todos os ve-ículos que fazem safra. Haveria a ne-cessidade de uma grande importação

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de lonas, que não é coisa que se faz do dia para a noite. Essa medida, no entanto, ainda não resolvemos defini-tivamente. Mas conseguimos um pra-zo adicional de dois anos para que ela seja colocada em prática.

Revista Canavieiros: Com essa atuação, será que foi possível cha-mar a atenção do governo para as necessidades do setor?

Jardim: Durante muito tempo não tivemos eco nenhum. Agora, o Gover-no passa a ter mais sensibilidade. Até porque há uma pressão interna, de se-tores ligados a Petrobras, que criticam essa política de preços. Parece uma sacada para controlar a inflação, mas, sempre que se introduz um artificialis-mo na economia, se paga muito caro depois. O Governo está fazendo isso com a energia elétrica e vamos ter um grande problema pela frente. Fez isso com o combustível, mas vai ter que reajustar e o susto pode ser maior. É como um córrego que, gradativamente, extravasa num terreno. Se aumenta um pouco o fluxo, a natureza se encarre-ga de transbordá-lo e ele busca novos caminhos. Agora, se você o represa, quando abre a comporta, ele vem com uma força muito mais danosa e menos controlável. Foi isso que o Governo fez no preço da energia. Portanto, será necessário um reajuste. Dependendo da circunstância, isso se dará de forma mais ou menos danosa. Mas acho ine-vitável que ocorra. Há um ano tive um diálogo com um representante do Mi-nistério de Minas e Energia e ele disse que o etanol está no limite, que precisa descobrir novos caminhos e aumentar sua produtividade porque o Brasil não pode pagar mais caro. Segundo ele, é mais barato importar gasolina, que teria uma oferta mundial abundante e crescente. Discordamos disso. Eu con-sidero, e o nosso setor tem demonstra-do, que não temos gasolina barata. Ao preço que a Petrobras contratou, a R$ 1,50 (o litro), nós conseguiríamos por muito menos aqui, com o etanol. Se-gundo que abundante não é. Vivemos um momento de relativa retomada da atividade econômica nos Estados Uni-dos e na Europa. A China diminuiu sua previsão de crescimento, mas é uma

redução pequena, 8% para 7%, e con-tinuará sendo grande demandadora de energia. E, por último, temos um pro-blema de logística das novas refinarias da Petrobras. São duas em constru-ção e nenhuma delas está programa-da para processar gasolina, mas óleo diesel. Então não é bom, não é barato e nem abundante. É um petróleo que tem limites. A nossa disponibilidade do pré-sal virá, mas eu defendo que o tenhamos como material de exporta-ção, não para que se aprofunde a nossa dependência de combustíveis fósseis. O Governo, no entanto, tem mantido, teimosamente, suas posições.

Revista Canavieiros: Diante dis-so, o que projeta para o setor?

Jardim: A boa notícia é a capaci-dade fantástica de resistência da nossa gente, do nosso empreendedor e da po-pulação brasileira. Está sendo um pre-ço muito alto a desativação de usinas, a desmobilização de parte da indústria de base e a diminuição da participação relativa do etanol na matriz de com-bustíveis. Por outro lado, a crise exige otimização de esforços e o setor tem feito a lição de casa, buscando novos cultivares. Quem passa por uma cri-se sai revigorado. Hoje há uma maior eficiência, tanto na área agrícola como na industrial e de logística. Tivemos ganhos importantes, como alcooldu-tos que passaram a fluir. E existem, ainda, pontos estratégicos que preci-samos multiplicar. A prioridade é a recomposição da CIDE. O segundo ponto é continuar a pesquisa do etanol de segunda geração. Já temos algumas plantas começando a funcionar. É mui-to importante isso, porque, com o mes-mo volume de cana, pode-se produzir muito mais etanol. E também dar uma perspectiva à utilização da palha, que visa proporcionar um ganho de pro-dutividade também muito importante. Continuaremos buscando ganhos de logística de escoamento, diminuindo custos de transporte. Defendemos que o Governo tenha uma instância para cuidar da gestão da agroenergia, por-que uma hora você trata com o Minis-tério do Desenvolvimento Econômico, outra com o da Agricultura e outra com o de Minas e Energia. Não estou pro-

pondo criar nenhum ministério novo. Aliás, acho que o número de minis-térios precisa diminuir, porque tem alguns que a gente nem sabe direito o propósito. Mas há a necessidade de se ter uma instância coordenadora, res-peitada, para definir políticas para os biocombustíveis e a agroenergia. Acho que virá, seja por convicção ou cons-trangimento, uma inevitável recompo-sição de preços e, portanto, o setor tem condições, em médio prazo, de pensar, com muita tranquilidade, numa reto-mada do seu ritmo de expansão.

Revista Canavieiros: Sua reelei-ção para deputado federal foi ex-pressiva. Como será o trabalho em prol do setor nos próximos quatro anos?

Jardim: A minha profissão é uma profissão de fé no setor. Quero agra-decer às lideranças das áreas agrícola, industrial e de logística. A esses fan-tásticos heróis, que são os plantadores e fornecedores de cana, o elo que tem mais sofrido as consequências desse momento de crise. Saudar os nossos industriais, que buscam incessante-mente otimizar seu trabalho. Muitos hoje fazem até compensação de lucra-tividade de outros setores de ativida-de para poder bancar a manutenção do negócio. Então, vocês que fazem toda essa cadeia maravilhosa, cana-vieira, sucroalcooleira, sucroenergé-tica, o meu respeito e a minha honra de poder ser, lá na Câmara Federal, um porta-voz, com muita convicção e entusiasmo. As mudanças climáticas estão aí como dura realidade e o Bra-sil pode ser, neste momento, em que o mundo vai ter que buscar mecanismos para enfrentar essa questão – chama-da de economia de baixo carbono, economia verde ou nova economia –, um diferencial extraordinário, ba-seado nesse biocombustível, o nosso etanol. Não podemos permitir que o país e a humanidade abram mão des-sa fantástica experiência. Vamos lutar com a certeza de que haverá uma re-tomada e que o Brasil vai garantir, de novo, o espaço do etanol como refe-rência para o mundo. O etanol verde e amarelo, o nosso etanol da cana-de--açúcar, o etanol brasileiro. RC

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Revista Canavieiros: Os efeitos da atual situação climática do Brasil e a expectativa de deficit mundial no próxi-mo ano safra continuam sendo motivo de preocupação. Na sua visão, diante deste fato, quais são as perspectivas para o setor sucroenergético brasileiro?

José Orive: A curto prazo, as pers-pectivas não são alentadoras. A longo prazo, esperamos uma recuperação no mercado mundial, que enfrentará um deficit na safra 2015/16, fato que pode-rá impulsionar os preços do açúcar para US$ 0,19 ou US$ 0,20.

Revista Canavieiros: A safra global 14/15 apresentará o primeiro deficit de açúcar após quatro temporadas conse-cutivas de superavit, afirmam as prin-cipais consultorias mundiais. Qual é a sua opinião sobre esta previsão?

José Orive: Existem projeções que in-dicam que haverá deficit nesta safra, toda-via aguardamos o comportamento dos es-toques e a liberação de açúcar para países como a Tailândia, para ter mais precisão neste dado. Mas nós acreditamos que a safra 2014/15 terminará com um pequeno superavit. Já na safra 2015/16, sim, acre-ditamos que terá deficit.

Revista Canavieiros: Qual influên-cia terá a mudança no regime de cotas da União Europeia no cenário açuca-reiro?

José Orive: A diferença será que a Europa irá produzir mais, podendo vol-tar a ser uma grande exportadora de açú-

car e o mercado europeu diminuirá suas importações, o que deverá influenciar o preço da commodity. Portanto, os paí-ses que dependem da exportação para o mercado europeu devem se conscienti-zar dessa projeção que impactará seus negócios. Segundo nossas estimativas, a união europeia deverá produzir em torno de 19 milhões de toneladas de açúcar, quantidade necessária para atender à de-manda interna e exportar 2,5 milhões de toneladas no médio prazo.

Revista Canavieiros: O crescimen-to de longo prazo para a demanda de açúcar e energia renovável a partir do etanol e cogeração continua positivo?

José Orive: Continua positivo, espe-ramos que o consumo seja maior e que a proporção total de combustível em rela-ção à gasolina, seja mais favorável para o etanol.

Revista Canavieiros: A previsão de menor oferta de cana no Brasil im-pactou de forma imediata os preços no mercado mundial. Qual é tendência para o próximo ano?

José Orive: Nós esperamos que ocor-ra uma sentença de preços, acreditamos que a partir de novembro os mercados futuros irão melhorar. Já em março de 2015 os valores devem ser cotados a US$ 0,19 e nós esperamos que possa chegar a US$ 0,20.

Revista Canavieiros: Qual é a pre-visão da ISO para a safra mundial de

José Orive

União europeia deixará de ser grande importadora de açúcar

A declaração é de José Orive, diretor executivo da Organização Internacional do Açúcar (ISO na sigla em inglês) ao se referir ao impacto que o mundo açucareiro sofrerá após a extinção das cotas de produção na União Europeia.

De acordo com Orive, após 2017 a Europa poderá produzir uma média de 19 milhões de toneladas de açúcar, voltando a ter condições de atender à demanda interna e exportar 2,5 milhões de toneladas no médio prazo, o que poderá revolucionar o mercado de açúcar.

O executivo, que é da Guatemala, foi um dos palestrantes da 14ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol, realizada em outubro, em São Paulo/SP, e coordenará o seminário “Sugar and Ethanol: Fresh Options”, da ISO, que acontece no final de novembro, em Londres, do qual, participará o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan.

açúcar 2015/16? José Orive: Nós esperamos que para

2015/16 retornaremos a ter um deficit de aproximadamente de 2 a 2,5 milhões de toneladas.

Revista Canavieiros: O senhor as-sumiu a ISO este ano. Qual é a sua missão no comando da organização?

José Orive: Atrair maior valor agre-gado aos outros membros com as ten-dências atuais do açúcar. Atualmente, enfrentamos muitos ataques contra o va-lor nutritivo do açúcar. Diante deste fato, teremos que comunicar melhor a socieda-de, através de evidência científica, confir-mando que o açúcar é necessário para a saúde humana e que uma dieta correta de açúcar, pode ser até mesmo com frutas, acompanhada de atividade física, é a me-lhor maneira de manter uma boa saúde. Outro desafio é oferecer transferência em tecnologia e informação aos países pos-sibilitando que desenvolvam suas indús-trias para que possam crescer de maneira sólida e sustentável. RC

Andréia Vital

Entrevista II

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Estoques de etanol e de açúcar no Centro-Sul seguem em altaPor Guilherme Nastari – Diretor da DATAGRO

Guilherme Nastari

Em função do baixo ritmo das ex-portações, os estoques de açúcar e de etanol na região Centro-Sul

estão maiores neste ano. Conforme es-timativa da DATAGRO, o estoque final de açúcar atingiu 11,95 milhões de to-neladas ao término do mês de setembro, volume 19,3% maior ao verificado há um ano. Essa mesma diferença também é calculada ao se levar em conta um es-toque operacional mínimo que deve ser mantido pelo setor.

Com a elevada disponibilidade dos estoques, embarques de açúcar em 2014 seguem ofertados com descontos. O pronto embarque de VHP no Brasil foi negociado com descontos que variaram de 95 a 115 pontos sobre o primeiro fu-turo para entrega em outubro, enquanto para entrega em novembro, o intervalo dos descontos varia de 82 a 100 pontos.

O desaquecimento das exportações de açúcar também reflete a falta de espaço no mercado internacional. De acordo com a última estimativa de balanço mundial de açúcar da DATAGRO, o volume esto-cado de açúcar previsto para o primeiro trimestre de 2015 será praticamente o mesmo do primeiro trimestre de 2014, em torno de 105 milhões de toneladas.

Mas a depender da valorização do dólar, produtores podem ser levados a ampliar suas exportações de açúcar. O açúcar #11 chegou a ser negociado a

R$ 902,50/ton na primeira semana de outubro, maior cotação em reais desde o início da safra 2014/15 no Centro--Sul. Não é à toa que os preços do açú-car no mercado interno reagiram nos últimos dias. Fruto também do encer-ramento antecipado da safra, no dia 30 de outubro, o açúcar cristal foi cotado a R$ 49,18/sc em São Paulo, alta de 9,50% em um mês, embora 7,0% abai-xo do preço praticado há um ano.

Quanto ao etanol, até setembro os es-toques estiveram acima do nível obser-vado há um ano, fruto da menor expor-tação aliado à estratégia de manutenção das usinas com o objetivo de atender à entressafra. Conforme estimativa da DATAGRO, ao levar também em con-sideração transferências para as regiões Norte e Nordeste, o estoque de etanol na região Centro-Sul alcançou 8,95 bi-lhões de litros no final de setembro, vo-lume 17,5% superior ao registrado em setembro de 2013.

Com as usinas aumentando o mix para o etanol, sobretudo para o hidrata-do, os preços nas usinas tornaram a cair. Conforme o nosso levantamento, o pre-ço do hidratado caiu 7,8% em um mês para R$ 1,135/litro. Hoje, os preços do hidratado no Estado de São Paulo têm oscilado entre R$ 1,126 e R$ 1,153 o litro, sem impostos. O anidro é nego-ciado de R$ 1,320 a R$ 1,340 o litro,

sem impostos. No Mato Grosso do Sul, o valor do hidratado varia de R$ 1,074 a R$ 1,109 o litro, sem impostos, na usi-na, enquanto o anidro é ofertado a R$ 1,320 o litro, sem impostos.

Produtores têm enfrentado proble-mas com a falta de espaço nos tanques e armazéns e, diante da necessidade de gerar fluxo de caixa, o mercado deve seguir pressionado. Mas tão logo a que-da dos preços seja transmitida ao con-sumidor, a demanda de etanol voltará a subir, o que impedirá com que os preços registrem maiores perdas.RC

Ponto de Vista I

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12Ponto de Vista II

Bom dia, Chicago!Por Ciro Antonio Rosolem*

Ciro Antonio Rosolem

“Bom Dia! Como está Chicago?”. Essa tem sido a saudação entre sojicultores ultimamente. A cada

respiro do clima nos Estados Unidos, a cada ajuste na previsão de produção de algo próximo de 100 milhões de tonela-das de soja lá pelas bandas da América do Norte, algumas centenas de agricul-tores brasileiros passam do verde para o vermelho. Estaríamos iniciando um ciclo de baixos preços de commodities? Alguns economistas dizem que sim.

Os preços internacionais dos produ-tos agrícolas obedecem a ciclos, media-dos por diversos fatores. Após um perío-do de aumento rápido de preços, vive-se um período de vacas gordas. Mas, logo em seguida vem um período de ajustes, quando os preços sobem menos, e depois sofrem queda. Muito bem. Alguns eco-nomistas apontam fortes evidências de que o pico de alta teria passado e, agora, enfrentaríamos um período de baixa. Até aí, tudo normal. É cíclico. O problema é o que aconteceu, ou deixou de acontecer, durante a bonança.

O desenvolvimento da agricultura brasileira é conhecido e hoje reconhe-cido. Ganhos em eficiência, em tecno-logia e em escala compensaram a pri-meira onda de diminuição de preços.

Entretanto este elástico está no fim. Quase arrebentando. Apesar de ainda haver algum aumento na produtividade média da soja no Brasil, no Mato Gros-so, onde se tem as maiores produtivida-des, ela tem oscilado de 3.000 a 3.200 kg/ha há aproximadamente 10 anos. Está estagnada. Por outro lado, os ga-nhos em produtividade foram engolidos pelos altos custos logísticos, tributários e trabalhistas. Enquanto isso, com as obras públicas empacadas, tome con-versa eleitoreira.

O ciclo de alta, mais a evolução da tecnologia e da gestão agrícola permiti-ram à agricultura brasileira viver um ci-clo virtuoso, em que o crescimento eco-nômico foi acompanhado da melhoria na sustentabilidade dos sistemas e do respeito ambiental. O grande exemplo são os sistemas integrados. Entretanto, segundo levantamento da EMBRAPA, boa parte da soja brasileira é produzida em áreas marginais para a cultura. Tam-bém a rotação com pastagem, ou flo-restas, se dá, na maioria das vezes, em áreas marginais de cultivo. Isso quer di-zer: custo alto. Daí muitos agricultores oscilarem entre o verde e o vermelho a cada Bom Dia, Chicago!

Mas a China não tem conseguido

produzir toda soja que precisa. E vai precisar mais. É um indicativo de que, talvez, aquisições chinesas contenham a queda livre dos preços.

Os americanos estão de olho neste mercado e têm mostrado competência em negociar suas safras. De qualquer modo, as obras necessárias teriam mais um tem-po para desemPACarem no Brasil, que assim manteria a competitividade.

*Membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS)

e professor titular da Faculdade de Ciências Agrícolas da Universidade

Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCA/Unesp Botucatu).RC

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Como está o nosso agro?: pelo terceiro mês consecutivo, em outubro, o desempenho das ex-

portações do agronegócio sofreu queda. As exportações (US$ 8,95 bilhões), se comparadas com o mesmo período de 2013 (US$ 8,42 bi), diminuíram 5,7%. O saldo na balança do agro de outubro foi de US$ 6,51 bi, uma queda de 4,3% em relação a outubro de 2013.

O valor exportado acumulado no ano (US$ 83,9 bilhões) teve queda de 3,0% quando comparado com o mesmo perí-odo de 2013 (US$ 86,4 bilhões). O sal-do acumulado no ano foi de US$ 69,7 bilhões (3,3% menor que o mesmo pe-ríodo em 2013). Se continuarmos nesse ritmo, fecharemos 2014 com um mon-tante de US$ 101 bi, atingindo a meta dos 100 bi, porém cabe ressaltar que no acumulado de janeiro-outubro de 2013 tivemos uma exportação de US$ 86,4 bi e fechamos 2013 com a cifra de US$ 99,9 bilhões.

Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram uma grande queda de 27,9% nas exportações (US$ 14,4 bi em 2013, para US$ 10,4 bi em 2014), o que levou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras a alcançar um patamar de 43,3% do total das ex-portações brasileiras.

O saldo da balança comercial brasi-leira acumulado no ano teve pequena recuperação em relação a outubro de 2013, saindo de um deficit de quase US$ 2 bilhões para um deficit de US$ 1,87 bilhão. Se não fosse o agronegó-cio, a balança comercial brasileira teria um déficit de US$ 72 bilhões acumu-lados no ano, ou seja, mais uma vez o agro evitou um desastre maior na eco-nomia brasileira.

Como está nossa cana? Até 1º de novembro as usinas do

Centro-Sul haviam processado 515 mi. t., 95% das 545 mi. t. esperadas para esta safra (UNICA). O ATR está um pouco melhor (146,2 kg/t, 5,6% maior). Realmente a seca foi de terrível impac-to principalmente em certas regiões do Centro-Sul. A própria COSAN decla-

rou que deve moer ao redor de 58 mi. t. de cana, contra 61,4 mi. t. na safra passada. E a empresa estima ainda que para a safra 15/16, o volume deve ser o mesmo deste ano.

O final da queima em SP representará quase 370 mil hectares a menos na produ-ção (6,7% da área do Estado), em 2017. Um dos municípios mais afetados será Piracicaba, que perderá 17% da área.

Como estão as empresas do setor?Boa notícia veio da São Martinho,

que apresentou lucro de R$ 115 milhões no trimestre, puxado principalmente pelos resultados em eletricidade, onde preços médios ficaram ao redor de R$ 600 o MW e a empresa produziu 44% a mais.

Também estive presente no momen-to onde a Odebrecht comunicou ao mercado (evento da UDOP) que inves-tirá apenas 50% do previsto neste e nos próximos anos, sendo que o objetivo é o de encher as usinas com cana. Nada de expansão industrial.

A Tereos, que é o quinto maior grupo mundial de açúcar, anunciou a criação de uma trading que pretende distri-buir 15% do açúcar mundial até 2020. Percebem-se muitos movimentos nesta área, que deve ser dominada por gigan-tes, como a recente joint-venture entre Copersucar e Cargill.

Como está o açúcar?Saiu a nova projeção da Organização

Internacional do Açúcar. Para a tempo-rada 2014/15, com início em outubro de 2014, prevê um superávit menor, de 473 mil t (produção mundial de 182,9 mi t e consumo de 182,4 mi t). As exporta-ções do Brasil devem ser quase 1 mi t menores, caindo de 24,7 para 23,9 mi t. O relatório mostra grande crescimento nas exportações da Tailândia. O ponto positivo é que a OIA sinaliza que para 2015/16, devemos ter um deficit de 2 milhões de toneladas, mostrando já um efeito desestimulador dos preços baixos.

Espera-se que a Índia exporte ao re-dor de 1,5 mi. t. A Índia e sua políti-

ca de subsídios governamentais é algo que atrapalha os preços dos produtos da cana no Brasil. Quando se espera que as forças de mercado atuem por lá, e baixos preços tragam menor produção, vem o Governo e interfere nas regras, mantendo uma produção elevada.

Há de se observar também os efeitos do câmbio nas exportações e no pre-ço do açúcar. Muitas usinas fixaram o açúcar com câmbio a 2,60. O preço do açúcar a este câmbio, quando converti-do para reais passa a ficar interessante.

Como está o etanol?O tão esperado reajuste na gasoli-

na veio, mas decepcionou o mercado. Apenas 3%, o que não resolve a ques-tão da Petrobras nem do setor de cana. Fora isto, ao aumentar o diesel em 5%, o Governo aumenta os custos de produ-ção do setor.

A aprovação da mistura de 27,5% de anidro na gasolina depende agora de reunião entre Governo e setor privado. A demanda do setor privado é que a mistura comece já a partir de 1º de ja-neiro de 2015, sendo garantidos os su-primentos de anidro.

As usinas mais capitalizadas estão estocando etanol para a entressafra, o que deve aumentar ainda mais o fosso existente entre estas e as usinas endividadas.

Temos também que observar eventu-al menor crescimento ou até queda no consumo de combustíveis com a crise

Coluna Caipirinha

Marcos Fava Neves

CaipirinhaUma Seca como Nunca Antes Vista na História deste País

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que se aproxima cada vez mais da eco-nomia brasileira. Com isto, cai também o consumo do etanol.

Como está a cogeração?Com o elevado endividamento do

setor, muitas usinas estão vendendo ou arrendando as estruturas de cogeração, para melhorar o perfil do endividamen-to. Por ser uma unidade bastante atra-tiva, estima-se que a maior capacidade existente é a da Cosan, com 900 MW, seguida pela Odebrecht, com 740). A Odebrecht vendeu esta capacidade para outra empresa do grupo, melhorando o perfil da dívida. Estima-se que 25% da capacidade instalada de cogeração te-nha trocado de mãos. Se alivia a dívida no curto prazo, a venda da cogeração é uma ação que tira um dos principais ati-vos das usinas, portanto pode destruir valor no médio prazo. O ideal seria que o próprio grupo investisse na expansão.

Fora isto, ainda há possibilidade de se usar menos energia para se produzir açúcar, liberando mais bagaço para co-mercialização de eletricidade. Segun-do a Guarani, no Brasil gasta-se 50%

a mais de energia quando comparado à França, para se produzir a mesma quantidade de açúcar. Além deste, mui-to investimento ainda pode ser feito na eficiência das caldeiras. A própria Bio-sev declarou que as caldeiras em 2014 produziram 28 quilowatts/t, contra 23,6 qw/t em 2013. Ou seja, temos grandes ganhos ainda nesta área.

Quem é o homenageado do mês? A coluna Caipirinha todo mês ho-

menageia uma pessoa. Neste mês a homenagem vai para o amigo Renato Buranello, advogado e especialista em agronegócios, grande estudioso e co-nhecedor do setor.

Haja Limão: a operação Lava-Jato da Petrobras revela provavelmente o caso mais escabroso que se tem notí-cia de corrupção no Brasil. Revoltante a todos nós. Graças a uma parte boa do nosso Judiciário e da nossa Polícia Federal veremos muita coisa ainda. Gente presa, gente devolvendo dinhei-ro, e quem sabe uma assepsia em Bra-sília, no sistema econômico e político. Enquanto termino a coluna deste mês,

abro a página de um dos nossos princi-pais jornais e vejo que (u)Um simples gerente da Petrobras abocanhou US$ 100 milhões. Isto mesmo CEM MI-LHÕES DE DÓLARES. A presidência da empresa nada sabia, nada percebia, a presidente do conselho da empresa nada sabia, nada percebia. Não acredi-tam serem responsáveis por nada, ape-sar de terem honorários.

E os estudantes do Brasil, os Cen-tros Acadêmicos, a UNE… permane-cem… adormecidos… vendo o maior saque feito no patrimônio público, no patrimônio do povo brasileiro. Fica a pergunta do porquê da omissão total desta nova geração que vem vindo. Em 1992 saímos às ruas e o então pre-sidente foi derrubado por estudantes, por muito menos que isto tudo. Hoje o considero um homeopata perto desta turma. Mas esta turma não vê nada de errado. Triste país.

Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto. Em 2013 foi Professor Visitante Interna-cional da Purdue University (EUA) RC

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Copercana é parceira do Posto de Recebimento de Embalagens Vazias de Defensivos Agrícolas de Campo Florido

Notícias Copercana

No dia 28 de outubro foi inau-gurado o Posto de Recebi-mento de Embalagens Vazias

de Defensivos Agrícolas de Campo Florido-MG. A unidade, que será gerenciada pela Canacampo (Asso-ciação dos Fornecedores de Cana da Região de Campo Florido), integrará uma malha de 63 postos e centrais presentes em Minas Gerais. A Coper-cana é uma das parceiras do Posto, além da Usina Coruripe, inpEV (Ins-tituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), entre outros.

A previsão é de que a unidade re-ceba 80 toneladas do material duran-te o primeiro ano de funcionamento. Estima-se que ela atenderá cerca de 110 agricultores dos municípios de Campo Florido, Pirajuba e Rio do Peixe. Todo o material recebido no local irá para a Central de Uberaba, gerenciada pela Fundação Triângulo de Pesquisa e Desenvolvimento e, posteriormente, encaminhado para a destinação final, reciclagem ou inci-neração, por meio do inpEV.

Segundo o coordenador regional de Operações do instituto na re-gião, Jair Furlan Júnior, a construção do posto demonstra que o Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas) vem acompanhando o crescimento e desenvolvimento do agronegócio na região.

O diretor da Copercana, Pedro Es-rael Bighetti, acompanhou o proces-so de construção do novo Posto de Recebimento de Embalagens Vazias de Defensivos Agrícolas de Campo Florido e esteve presente na inaugu-ração. “A Copercana fez questão de

Carla Rossini

participar e apoiar a construção deste empreendimento porque reconhece a sua importância, além disso, é mais um serviço que estamos disponibi-

lizando para os agricultores coope-rados da região de Campo Florido”, disse Lelo Bighetti, apelido pelo qual o diretor é conhecido.

A previsão é que a unidade receba 80 toneladas de material e atenda 110 agricultores da região

Rodrigo Piau (coordenador agrícola da Canacampo); Ademir Ferreira de Mello Júnior (presidente da Canacampo); Ademir Ferreira de Mello (prefeito de Campo Florido-

MG); Lelo Biguetti (diretor da Copercana); Fábio Moniz (diretor da Usina Coruripe); Rui Ramos (prefeito de Pirajuba-MG); Silvio de Castro Cunha Júnior (ex presidente da

Canacampo); Mário Campos (presidente da SIAMIG); entre outros.

Weider Santana superintendente do inpEV; Ademir Ferreira de Mello Júnior, presidente da Canacampo; Ademir Ferreira de Mello prefeito de Campo Florido-MG;

Lelo Biguetti diretor da Copercana.

RC

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18Notícias Canaoeste

Presidente da Canaoeste participa de 7º Congresso da UDOP

O presidente da Canaoeste e Or-plana, Manoel Ortolan, partici-pou do 7º Congresso Nacional

de Bioenergia, realizado nos dias 12 e 13 de novembro, em Araçatuba-SP. O evento, realizado pela UDOP (União dos Produtores de Bioenergia) em parceria com a STAB (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil), reuniu cerca 1300 participantes, entre palestrantes, moderadores e congressis-tas, no Unisalesiano (Centro Universitá-rio Católico Salesiano Auxilium).

Vários temas envolvendo o setor sucroenergético foram discutidos, se-parados por 12 salas temáticas: Ad-ministrativa/Financeira, Comunica-ção, Recursos Humanos, Etanol 2G/Bioprodutos, Mercado/Comercializa-ção/Logística, Controladoria/Custos, Saúde/Segurança/Meio Ambiente do Trabalho, Sustentabilidade, Agrícola, Industrial, Novas Tecnologias Embra-pa e Tecnologias da Informação. Em cada uma, lideranças debateram alter-nativas para enfrentar as instabilidades que atingem a produção de cana e de seus subprodutos.

Da redação, com informações da assessoria UDOP

Evento reuniu cerca 1300 participantes nos dias 12 e 13 de novembro, em Araçatuba-SP, para discutir saídas para a crise do setor sucroenergético

O congresso foi marcado tam-bém por um tradicional jantar, para comemorar o sucesso dos cursos oferecidos pela UniUDOP, e pela entrega da Medalha da Agroener-gia a Luiz Carlos Correa Carvalho, o Caio, presidente da Abag (Asso-

ciação Brasileira do Agronegócio) e conselheiro da UDOP, pelo desem-penho nas atividades relacionadas ao agronegócio brasileiro. O encer-ramento foi com o sorteio de um carro flex, duas motocicletas e nove tablets para os presentes.RC

Manoel Ortolan (ao centro) com outras autoridades ligadas ao setor sucroenergético

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Reuniões Técnicas CanaoesteDa redação

A Canaoeste e Copercana de Se-verínia, com a parceria da em-presa Euroforte Agrociências,

realizaram uma Reunião Técnica onde foram abordados temas importantes como: correção de solos e adubação com macro e micronutrientes. A reu-nião aconteceu no dia 14 de outubro, no Rotary Clube, em Severínia-SP, e contou com a participação do pales-trante dr. André Vitti da Apta (Agência Paulista de Tecnologia do Agronegó-cio) e com a presença de aproximada-mente 60 pessoas.

A Canaoeste e Copercana de Cravi-nhos-SP, com o apoio da empresa Syn-genta, realizaram uma Reunião Técni-ca para a discussão do tema “Pragas e Doenças da Cana-de-Açúcar”. Tam-bém na ocasião, o engenheiro agrôno-mo Fábio Soldera, do Departamento

Reunião Técnica em SeveríniaParceria: Canaoeste, Copercana e Euroforte Agrociências.

Reunião Técnica em Cravinhos – Parceria: Canaoeste, Copercana e Syngenta.

Ambiental da Canaoeste, ministrou uma palestra sobre o CAR (Cadastro Ambiental Rural). A reunião acon-

teceu no dia 30 de outubro no Clube Mieli, em Cravinhos-SP. Participaram aproximadamente 50 pessoas.RC

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20Notícias Sicoob Cocred

Balancete Mensal - (prazos segregados)Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do

Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Outubro/2014 - “valores em milhares de reais”

Sertãozinho/SP, 31 de Outubro de 2014.

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Descobrir os pontos do canavial onde as pragas se escondem é desejo de todo produtor. Para

associados da Canaoeste, isso foi possí-vel, graças a uma parceria com a BASF. O projeto Harpia, que coletou imagens via satélite de quase 30 mil hectares – de um total de 150 mil da área de abrangência da associação –, mapeou os locais de baixa biomassa, permitindo intervenções rápidas para correção de falhas, o que pode representar redução de custos, aumento de produtividade e menor impacto ambiental.

A Canaoeste foi a primeira associa-ção a receber a tecnologia. Antes, o ser-viço era destinado só a grandes usinas. As imagens, colhidas de abril a junho de 2013, foram feitas pela SIGMA – Sistemas Integrados de Geoprocessa-mento e Meio Ambiente –, empresa de Ribeirão Preto, SP. Os dados obtidos foram dispostos em mapas de cada pro-priedade monitorada, em que as áreas foram classificadas por um sistema de cores. Em vermelho, foram apontadas

O projeto Harpia, uma parceria da Canaoeste com a BASF, coletou imagens de canaviais via satélite e mapeou áreas de baixa biomassa, permitindo um controle

mais rápido e eficaz em casos de infestação por pragas

Imagens captadas por satélite geraram mapas

com sistemas de cores...

Igor Savenhago

Pragas sob controle

aquelas consideradas críticas, com ín-dices muito baixos de biomassa. Em amarelo, as de transição, de média bai-xa biomassa. Já as que tiveram índices dentro do esperado ganharam diferen-tes tons de verde, dependendo da condi-ção apontada: média, média alta e alta.

Com os mapas em mãos, a equipe de pragas contratada pela Canaoeste visi-tou, de setembro de 2013 a julho deste

ano, as áreas vermelhas e amarelas, em que foram demarcados pontos de amos-tragem, para verificar as causas de cada falha. “Áreas de baixa biomassa suge-rem problemas. Tendo mapeado essas áreas, você consegue focar, direcionar o trabalho para elas. Com isso, se au-menta muito o rendimento das equipes de campo”, afirma Alessandra Durigan, gestora técnica da Canaoeste.

Segundo ela, nem todo local com bai-xa biomassa significa ocorrência de pra-gas. É preciso considerar outros motivos, como plantas daninhas, pisoteio, proble-mas de compactação, pedras ou baixa fer-tilidade. Mas, se as pragas forem mesmo encontradas, é possível agir com rapidez, pensando na melhor medida antes que a situação fuja do controle. Outra vantagem é que a aplicação de defensivos não pre-cisa mais ser feita em toda a extensão do canavial, mas restringir-se às áreas onde o inimigo foi localizado.

O produtor João Luiz Balieiro, de Viradouro, SP, concorda. “Se aparece Alessandra Durigan, gestora técnica

Reportagem de Capa - Especial Pragas

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...que ajudaram na localização de falhas nos

canaviais...

...causadas, entre os outros motivos, por pragas como

o Sphenophorus Levis, conhecido popularmente

como bicudo da cana.

alguma coisa, a gente vê no começo e já combate. Isso faz gastar menos. Não deixa tomar conta do canavial”, conta. “Sem a equipe da Canaoeste, quando ia ver, a praga já tinha se alastrado. Tive problemas assim no passado, quando precisei arrancar um canavial de apenas três cortes”.

Hoje, Balieiro comemora seus 290 hectares de canavial sadio. Na região onde ele planta, o Harpia mapeou quatro mil hectares. Ao todo, o proje-to observou 29.350, dos quais 25 mil

foram monitorados – o restante estava com o solo nu. Em 996,86 hectares, as pragas apareceram, entre elas uma das mais temidas: o Sphenophorus Levis, popularmente conhecido como bicudo da cana. As larvas desse inseto se ali-mentam dos rizomas (colmos subter-râneos) e, algumas vezes, do primeiro entrenó basal. O resultado é uma perda acentuada de produtividade – 20 a 25 toneladas por hectare.

Alessandra alerta que, em áreas muito infestadas, a praga provoca a morte da planta e obriga a reformar até canaviais novos, de dois ou três cortes. “A popu-lação do Sphenophorus tem aumentado muito, principalmente com a colheita de cana crua. É uma praga importante, com a qual a gente tem que tomar muito cui-dado. Ocorrendo nos canaviais, é neces-sário realizar o controle”. Sem a atenção devida, o Sphenophorus também pode se espalhar com facilidade, levado, por exemplo, por colhedoras ou mudas, comprometendo outras áreas.

De acordo com Thiago Verri, agrô-nomo da Canaoeste que atende à re-gião de Sertãozinho-SP, numa época em que é urgente pensar em aumento

Thiago Verri, Agrônomo

João Luiz Balieiro, produtor

de produtividade, para estimular uma maior competitividade do setor su-croenergético, o combate a esse tipo de praga deve ser prioridade. “Temos muitos fatores que brigam com a gente em relação à produtividade. O Sphe-nophorus é um deles. Por isso, com os levantamentos feitos (pelo Harpia), juntamente com a parte técnica da Ca-naoeste, que passa todas as informa-ções para os associados, permitindo as aplicações corretas, estamos con-seguindo eliminar essa praga, além de manter uma produtividade para que o produtor não saia da atividade”.

Reportagem de Capa - Especial Pragas

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Equipe de pragas

A Canaoeste aproveitou a parceria com a BASF para intensificar o traba-lho de monitoramento nos canaviais de seus associados. A equipe de pra-gas, composta por dois coordenadores – Sandro Augusto Galhardo e Antônio Carlos Cussiol Júnior –, um encarrega-do de campo – Luiz Silvério Neto – e três auxiliares, foi mantida no quadro da associação, mesmo após o térmi-no do mapeamento feito pelo Harpia. Continuará, portanto, percorrendo as propriedades, aprimorando a busca de invasores naturais e informando produ-tores sobre medidas de controle.

Segundo Galhardo, o trabalho não para. A equipe faz de cinco a sete visi-tas por dia. Em uma das áreas em Vira-douro, no dia 7 de novembro, quando foi realizada esta reportagem, foram necessários somente poucos minutos para que vários exemplares adultos e larvas do bicudo fossem encontrados num ponto marcado em vermelho no

mapa. “Essa ferramenta, o Harpia, veio para nos ajudar a monitorar com mais rapidez, mais eficiência, agilizando o trabalho da nossa equipe. Isso é muito valioso, porque a gente consegue dar um retorno logo para o associado”, ex-plica Galhardo.

Para Antônio Pagoto, agrônomo da Canaoeste responsável pelos aten-dimentos nesta região, o monitora-mento constante favorece uma otimi-zação da aplicação de defensivos nos canaviais. “Às vezes, o produtor, por falta de técnicos, identificava qual-quer coisa diferente na cana achando que era praga e já aplicava um pro-duto. Nesse caso, poderia ocorrer um impacto ambiental grande e um custo maior sem necessidade nenhu-ma. Então, a gente alinhou toda essa equipe para identificar as pragas, usar os produtos corretos, nas épocas certas. Tudo isso para que o produtor tenha um melhor resultado”.

Sandro Augusto Galhardo Antônio Pagoto

Antônio Carlos Cussiol Júnior

Luiz Silvério Neto

Cussiol complementa que, dessa for-ma, o controle se torna mais econômi-co, já que “evita desperdícios, reduzin-do os custos de produção e viabilizando a produção de uma forma responsável e sustentável”.

A iniciativa foi um alívio para João Luiz Balieiro. “A praga, hoje, é o maior problema que nós temos, porque o res-tante a gente faz, aduba direitinho... Mas aí vem a praga. Por isso, as ferra-mentas que a Canaoeste nos oferece são muito boas”.

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Benefícios

BASF

Roberto Rossetti

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Luís Carlos Martins Amorim

Outro que agradece os serviços prestados é o associado Roberto Ros-setti, que produz cana em 480 hectares em Sertãozinho, SP. “São benefícios que a Canaoeste está trazendo, possi-bilitando um melhor manejo e redução de custos, que hoje é o principal ob-jetivo na fazenda”. Antes do Harpia e da formação da equipe, o combate às pragas, no caso dele, era feito por uma prática que gerava mais custos. “Era um critério que eu estabelecia, depen-

dendo do número de cortes, e que, com certeza, não era o ideal”.

O Sphenophorus foi identificado em 5% das áreas dele, possibilitando aplicação localizada de inseticida. “O Harpia deu condições de saber exata-mente quais as áreas infestadas. Às vezes, eu podia aplicar em áreas que não precisavam, como também não aplicar em áreas que estavam preci-sando do controle”.

Números do HarpiaAbrangência do projeto: 29.350 hectaresÁrea monitorada: 25 mil hectares

Classificação das áreas monitoradas: Alta biomassa – 6,18%Média alta – 19,87%Média – 50,34%Média baixa – 17,1%Baixa – 6,51%

Falhas observadas: Falhas com pragas – 996,86 hectares (4,01%)Falhas sem pragas – 19,59%Sem falhas – 76,04%

Pragas encontradas: Yponeuma – 43,85%Cigarrinha – 17,86%Sphenophorus Levis – 16,47%Cupim – 16,07%Migdolus – 2,58%Outras pragas – 3,17%

Para Luís Carlos Martins Amorim, representante técnico de vendas da BASF, o projeto Harpia é importante porque leva aos produtores informa-ções exatas sobre as necessidades de cada área produtiva. Isso propicia, segundo ele, um manejo correto da plantação e consequente economia de tempo e recursos. “Para a BASF, é fundamental a sustentabilidade do ne-gócio cana como um todo, tanto para a empresa quanto para seus clientes”.

A economia na aplicação de pro-dutos pode chegar, de acordo com Amorim, a 80%. “Um exemplo é um defensivo para uma praga que se dá em reboleiras. Com o mapa de análi-ses, você sabe onde ela está atacando e faz a aplicação no local exato. Um ser-viço que traz mais rentabilidade numa época difícil, de crise. Benefício tanto para a BASF quanto para os produto-res e a Canaoeste”. RC

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BASF promove evento para discutir ferrugem alaranjada e para lançamento do herbicida Heat

Para apresentar soluções e disse-minação de boas práticas de con-trole e manejo, a BASF promo-

veu, em outubro, reunião técnica com renomados palestrantes e representantes de usinas, que debateram sobre as pra-gas da cana-de-açúcar, principalmente a ferrugem alaranjada. A praga causa grandes prejuízos, pois reduz drasti-camente a produtividade e a qualidade da matéria-prima e tem preocupado os fornecedores de cana-de-açúcar pela forma agressiva de seu aparecimento e pelo volume afetado.

O pesquisador e ex-professor da Unesp, Modesto Barreto, abriu a pro-gramação de palestras, que foi dividida em duas partes, e reuniu no Hotel JP produtores de toda a região de Ribeirão Preto- SP. De acordo com suas consi-derações, a ferrugem alaranjada come-çou a ser descoberta em 2009 e como a ferrugem marrom, causa perdas de mais de 50% se a variedade for suscetível. “A única diferença entre as duas é que a ferrugem marrom apresenta resistên-cia que a gente chama de resistência de planta adulta e a alaranjada não, o que significa que uma cana que tiver com sete ou oito meses para frente fica resis-tente à ferrugem marrom, ao contrário da alaranjada, que pode ter a idade que for o comportamento é o mesmo se a variedade for suscetível”, explica.

A ferrugem alaranjada é provocada pelo fungo Puccinia Kuehnii que causa lesões na parte interna das folhas, com pústulas pendentes que carregam gran-de quantidade de esporos, que são lan-çados no ar e disseminados pelo vento, alastrando o problema da doença.

Barreto lembrou que desde quando surgiu a cultura da cana, criou-se o há-bito de fazer o controle de doenças com a troca por uma variedade mais resis-

Multinacional reuniu produtores para apresentar novo produto e trocar experiências sobre importantes ações no manejo do canavial

Andréia Vital

tente, mas a medida não é suficiente, pois se esquece de fazer a prevenção e a praga retorna. O especialista deu como exemplo o que aconteceu com o mo-saico da cana que praticamente arrasou o setor canavieiro, em 1925, e depois com o carvão, em 1953, que impulsio-nou a troca de variedades, mas a praga retornou em 1975. Neste caso, o profes-sor alertou que se tiver uma quantidade de inóculo muito alta, todas as varieda-des são suscetíveis ao carvão, então se uma usina ou fornecedor plantar uma variedade e tiver muito carvão, ele não está prejudicando só a si mesmo, mas também prejudicando a outros, porque a variedade dos vizinhos vai começar a dar carvão.

De acordo com o consultor, é neces-sário tomar cuidado com a tecnologia de aplicação porque para a doença o molhamento foliar tem que ser muito melhor, mesmo com produto sistêmico. “Praga anda, doença não anda, fungo e bactéria não andam, então se ele cair onde não caiu o produto o fungo entra na cana e causa a doença”, explica, re-comendando a aplicação preventiva caso tenha sido constatada a doença no ciclo anterior.

Na ocasião, o engenheiro agrôno-mo de desenvolvimento de mercado

da BASF, Mauro P. Cottas, destacou os produtos da multinacional para o con-trole de doenças e mostrou os benefí-cios do Opera no controle de doenças como a ferrugem alaranjada, como também no incremento da produtivida-de. O produto é um fungicida com alta eficiência no controle de doenças e ofe-rece maior produtividade, qualidade e rentabilidade através dos benefícios do AgCelence, afirma o fabricante.

“A aplicação do Opera apresentou os melhores resultados, além de oferecer maiores ganhos em TCH, sendo assim o nosso produto escolhido para o controle dessa doença”, afirmou Carlos Daniel

Reportagem de Capa - Especial Pragas

O pesquisador e ex-professor da Unesp, Modesto Barreto, abriu a programação de palestras

Mauro P. Cottas, engenheiro agrônomo de desenvolvimento de mercado da BASF

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Multinacional lança Heat, uma nova ferramenta no combate às folhas largas

Berro Filho, do departamento de P & D e Tratos Culturais, da Bunge Brasil, que também testemunhou sobre os benefí-cios conseguidos com o uso do produto.

De acordo com ele, a ferrugem ala-ranjada ganhou dimensões comerciais em 2014, na área de atuação da Bun-ge, que tem oito usinas, em São Paulo, Minas Gerais e Tocantins, contemplan-do 300 mil ha, sendo cerca de 30% de fornecedores. O problema demandou a necessidade da realização de estudos para identificação de manejo ideal, que constatou a eficiência do Opera. Berro Filho também destacou que os estudos apontaram ainda que para manter as fo-lhas verdes, o controle tem que ser pre-ventivo e que o uso de ferramentas de previsibilidade, como o agrodetecta, é fundamental.

A parceria com a BASF para o con-trole da ferrugem alaranjada também foi destacada pelo agrônomo Rodrigo de Carvalho Nogueira, coordenador da Canacampo (Associação dos Fornece-dores de cana da região de Campo Flo-rido-MG), que atende a Usina Coruripe. O engenheiro agrônomo contou que a entidade conta com 62 fornecedores e aproximadamente 200 arrendatários, que correspondem por 2.440 milhões toneladas dos 3.720 milhões que se-rão moídos pela unidade. “A aplicação do fungicida no tempo certo nas áreas acompanhadas pela Canacampo e pe-las equipes técnicas dos fornecedores, apresentou ganho de produtividade na média de 8 a 10 de tonelada por hectare com o uso do Opera”, disse.

A reunião técnica da BASf também serviu para o lançamento do Heat, um herbicida com alta eficiência contra plantas daninhas de folhas largas, coor-denado por Alan Borges, Gerente de De-senvolvimento de Mercado e Carulina Oliveira, gerente de marketing para o se-tor de Cana, da multinacional. “O Heat é um herbicida com alta eficácia para plantas daninhas de folhas largas, cordas de viola, inclusive, cipó, como mamona e é altamente seletivo”, afirma Carulina, explicando que o produto tem inúmeras características que faz com que ele tenha mais de um funcionamento, ou seja, para o plantio, pré-colheita, pré-emergência, pós-emergência e soqueira.

O produto oferece alta seletividade, fácil absorção via raiz e ótimo custo-be-nefício, além ter efeito rápido em pré e pós-emergência. “Porém agora nós só vamos falar do seguimento de plantio, antes do quebra lombo”, diz a executi-va, explicando que o Heat foi lançado nos EUA, em 2009, e depois em mais 49 países e chegou ao Brasil, em janeiro

de 2013, quando foi lançado para outras culturas como soja e algodão. “Agora estamos lançando oficialmente o pro-duto para a cana e posicionando-o no plantio de final de ano e plantio de ja-neiro”, afirma Carulina, explicando que o lançamento do produto na soqueira acontecerá no meio do próximo ano. “Como a cana tem vários segmentos, resolvermos fazer os lançamentos tam-bém segmentados”.

Estudos sobre o uso do Heat e seus resultados foram apresentaram na reu-nião pelo pesquisador Weber Geraldo Valério, da Agro Analítica Consultoria Agronômica e por Marcelo Nicolai, en-genheiro agrônomo da Agrocon Asses-soria Agrícola.

Na oportunidade, Carulina também explanou sobre o desafio Canamax, que é uma parceria com a BASF e o CTC que tem como objetivo estimular o se-tor sucroenergético a conquistar a má-xima produtividade dos canaviais. RC

Carlos Daniel Berro Filho, do departamento de P & D e Tratos

Culturais, da Bunge

lan Borges, Gerente deDesenvolvimento de Mercado

Carulina Oliveira, gerente de marketing para o setor de Cana

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Canaoeste promove II Encontro Técnico sobre pragas da cana-de-açúcar

O avanço da mecanização do plantio e colheita da cana-de--açúcar otimizou o sistema no

campo, mas ao mesmo tempo, o au-mento da cana crua e a falta de controle biológico contribuíram para a prolife-ração das pragas na lavoura. Carvão, nematoides, migdolus, broca-da-Cana, cigarrinhas e mais recentemente, Sphe-nophorus, passaram a fazer parte do dia a dia de produtores rurais, que buscam alternativas para não perder suas plan-tações, já que o prejuízo causado pelas pragas e doenças é avassalador.

Foi com este propósito, de oferecer ao produtor acesso a novas tecnologias e soluções para o controle, monitora-mento e manejo, que a Canaoste, pro-moveu, em outubro, o II Encontro Téc-nico sobre pragas da cana-de-açúcar. A reunião realizada no auditório da enti-dade, em Sertãozinho-SP, reuniu mais de 200 fornecedores de cana-de-açúcar da região de Ribeirão Preto-SP. O even-to contou com a parceria com a Coper-cana, Arysta Lifescience Corporation, BASF, Dupont, FMC e Syngenta.

“O objetivo deste encontro técnico é falar sobre broca, cigarrinhas e Sphe-nophorus, que são as pragas de maior ocorrência nas áreas de abrangência da Canaoeste. Foram abordados os as-suntos como o por quê, quando e como controlar estas pragas a fim de que o produtor mantenha o seu canavial sadio

Evento debateu impactos negativos e apresentou estratégias para o monitoramento e controle das infestações

Andréia Vital

Reportagem de Capa - Especial Pragas

e vigoroso e não comprometa a produti-vidade agrícola e a qualidade do produ-to final”, disse a gestora técnica da Ca-naoeste, Alessandra Durigan. Para ela, a segunda edição do evento foi muito proveitosa. “Foi muito válida, tivemos a presença do professor Wilson Nova-retti, que tem uma ampla experiência neste assunto e, com certeza, contribuiu muito para passar toda informação ne-cessária para o produtor rural referente aos assuntos que foram abordados”.

Segundo Gustavo Nogueira, gestor operacional da Canaoeste, o encontro é realizado nesta época do ano justamen-te por ser o início das chuvas, momen-to de maior infestação das pragas do campo. “Eu achei que o evento foi óti-mo, o resultado foi atingido, a palestra do professor Novaretti foi excelente”, disse ele, argumentando que ao con-trário de outras ocasiões, desta vez, o público interagiu mais. “Os produtores participaram bastante, perguntaram, es-clareceram dúvidas, o que nunca acon-teceu em outras vezes. Acho que a boa participação dos produtores se deve ao modo como o palestrante conduziu a palestra, que estimulou, desinibiu, dei-xou o pessoal mais à vontade para fazer

perguntas. Então, o objetivo foi atingi-do com sucesso graças ao trabalho de toda a equipe”, afirmou.

Ao dar as boas-vindas aos produ-tores rurais que participavam do en-contro, Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e Orplana, destacou a impor-tância da indústria canavieira e lamen-tou a falta de atenção do Governo para com o segmento. “O setor sucroenergé-tico é a solução para grandes problemas do País, como a energia, mas estamos assistindo ao setor acabar, com em-

Professor Wilson Novaretti falou sobre o controle de praga na cana-de-açúcar

Alessandra Durigan, gestora técnica da Canaoeste entregou homenagem ao Professor Wilson Novaretti

Gustavo Nogueira, gestor operacional da Canaoeste

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As empresas parceiras na organiza-ção do evento também apresentaram suas soluções para o controle desses novos inimigos.

Antonio Gonçalves, da Arysta Li-feScience, destacou produto lançado pela multinacional, em setembro, para o controle da broca: o Atabron. O novo ativo da Arysta é um inseticida fisio-lógico inibidor da biossíntese de qui-tina. Segundo o consultor, o produto tem ação rápida por contato e ingestão, como também ação seletiva ideal para o manejo integrado de pragas preservan-do os inimigos naturais.

Vinicius Batista, consultor da FMC, apresentou as soluções da multinacio-nal americana para o controle de pra-gas. O destaque foi para o novo produto da FMC, o Talisman, que tem como benefícios a eficiência no controle de Sphenophorus, melhor desenvolvimen-to do sistema radicular e ação no con-trole de cigarrinhas, entre outros.

Novas tecnologias

presas passando dificuldades e muitas devem fechar antes da próxima safra”. Ortolan também ressaltou que o Brasil tem um potencial enorme para atender à demanda mundial de alimentos que existirá nos próximos anos, mas a opor-tunidade será perdida se as coisas não mudarem. Também afirmou ser muito importante o produtor ter acesso às no-vas tecnologias ao combate às pragas, evitando prejudicar a produtividade dos seus canaviais.

De acordo com o pesquisador Wil-son Novarreti, o controle de praga na cana-de-açúcar é uma rotina como qualquer outra, tais como adubação e preparo de solo.

“As pragas estão aí, dificilmente você vai eliminá-las. Temos que apren-der a conviver com elas abaixo do nível de dano e o objetivo dessa reunião é mostrar técnicas de controle, principal-mente da broca, cigarrinha e Spheno-phorus, focando em diversos métodos, como químico, bioquímico, biológico e cultural mecânica”, esclareceu Nova-retti, que foi o palestrante no dia.

O aumento da população dessas três pragas se deu em função de dois fato-res, explica o pesquisador. “O primei-ro é o fator climático. Estamos tendo anos seguidos de seca e a deficiência hídrica tem uma influência grande nos inimigos naturais, mas poucas influên-cias sobre as pragas. Com o início das chuvas elas ocorrem com uma inten-sidade maior”, analisa, dizendo que o

Antonio Gonçalves, da Arysta LifeScience

Vinicius Batista, consultor da FMC

Jedir Fiorelli mostrou tecnologia da DuPont

Manoel Ortolan,presidente da Canaoeste

outro fator que tem contribuído para o aumento das pragas é a cana crua. Se-gundo ele, a palha mantém a tempera-tura amena para a praga, além disso, a mecanização que contribui para a disseminação do inimigo, que no caso do Sphenophorus tem ocorrido basica-mente pela muda e pela colhedora.

O Sphenophorus é uma praga relati-vamente nova para a região e tem preo-cupado o setor canavieiro devido a sua rápida disseminação. “Para a broca e

cigarrinha existem métodos de controle interessante, mas para os Sphenophorus tem preocupado a gente, não só pela sua disseminação, mas pelo dano que promove e também pela característica biológica do adulto”, explica Nova-telli. Segundo ele, o adulto das pragas de cana, normalmente vive 4, 5, 8,10 15 dias e, no caso do Sphenophorus, o adulto vive 200 dias. “Com isso, a ca-pacidade de reprodução e a capacidade de infecção são muito maiores de infes-tação”, conclui.

Já o consultor Jedir Fiorelli mostrou tecnologia da DuPont, o inseticida Al-tacor para evitar a infestação da broca. Ele deu como exemplo uma usina da região de Ribeirão Preto - SP, que tinha 11% de sua área infestada e conseguiu reduzir para 1,49% após a aplicação do produto.

O inseticida Regent Duo foi desta-cado pelo consultor da BASF, Mauro Cottas, na ocasião. O inseticida tem excelente controle da larva ao besouro

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Para o líder de Fitotecnia da Usina Batatais, Ismael Ferreira Rodrigues, agregar novos conhecimentos é sem-pre relevante. “É importante um evento como este porque no momento o setor enfrenta uma crise por conta das pragas, que estão dando em grandes proporções, e é bom a gente sempre agregar mais co-nhecimento para conseguir segurar um pouco o avanço dessas pragas”, disse.

De acordo com Luiz Carlos Tasso Júnior, superintendente da Canaoes-te e conselheiro fiscal da Copercana e Sicoob Cocred, o evento faz parte da filosofia da Canaoeste que é a de pro-porcionar ao associado acesso a novas soluções e informações para o controle do canavial. “O nosso objetivo é trazer extensão, novas tecnologias de con-trole, controle químico, manual e me-cânico para que o produtor consiga ter maior eficiência no canavial, com maior produtividade e lucratividade ao nosso associado”, afirmou, ele concluindo. “É a Canaoeste ao lado do produtor”. RC

do Sphenophorus, possui longo residual e controle eficiente, protegendo o rizo-ma da planta por mais de uma geração no mesmo ano, afirma o fabricante. O engenheiro agrônomo também falou do 1º Desafio de Produtividade da Cana - CANAMAX - CTC/Basf - Soca da Safra 2014/2015, iniciativa que tem o objetivo de estimular o setor sucroener-gético a conquistar a máxima produtivi-dade dos canaviais.

O evento foi bem avaliado pelos participantes. “Achei o evento ótimo. As pesquisas mostram que buscar uma maior produtividade é o caminho que a gente tem que seguir, senão todos estes problemas citados vão nos prejudicar, portanto, é importante compartilhar as informações”, afirmou João Batis-ta Gonçalves Dias. Produtor rural de Mococa-SP, onde tem uma área de 700 hectares, ele contou que já encontrou Sphenophorus, o que já tem causado impacto na sua produção. “Muitas coi-sas que aprendemos aqui poderemos usar no nosso dia a dia”, afirmou.

Opinião compartilhada com o produ-tor de Morro Agudo - SP, Rodrigo Sic-chieri Rosa. “Eu acho que o setor está atravessando um momento de grande dificuldade, passando por uma modifi-cação muito ampla, que é da cana quei-mada para cana crua e o produtor fica meio perdido, sem saber o que fazer com essa situação. Então eu acredito

Mauro Cottas, consultor da BASF

Aprovação dos participantes

que um evento deste porte pode orien-tar o que fazer com a cana e que hora agir. O evento vem a somar muito para o produtor”, disse. Fornecedor de cana, ele produz de 11 a 12 mil toneladas por safra e afirmou que teve problemas com cigarrinha e broca, mas o Sphenopho-rus ainda não encontrou em suas terras, mas as informações obtidas no evento ajudarão a se prevenir contra a praga.

João Batista Gonçalves Dias

Rodrigo Sicchieri Rosa

Ismael Ferreira Rodrigues

Luiz Carlos Tasso Júnior

Equipe técnica da Canaoeste com o palestrante Wilson Novaretti

Reportagem de Capa - Especial Pragas

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Experts Cana é realizado para cooperados

A Copercana foi sede, em setem-bro, da realização do Experts Cana, um evento promovido

pela FMC Agricultural Products, para gerentes, supervisores e consultores das principais usinas dos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Alagoas. O encontro, que faz parte de uma progra-mação que foi realizada entre os meses de julho e outubro, teve o objetivo de auxiliar o produtor rural na escolha de tecnologias assertivas em relação ao manejo nos canaviais, proporcionando, assim, um melhor retorno sobre o in-vestimento aplicado.

De acordo com Vinícius Batis-ta, agrônomo da FMC e responsável pela gestão da conta da Copercana, a parceria entre a multinacional e a co-operativa é eficiente no sentido de di-fundir as inovações, soluções e novas tecnologias aos cooperados, visando que eles consigam produzir mais. “Temos como missão gerar produti-vidade e, para gerar produtividade, é necessário aumentar a rentabilidade”, explica Batista, contando que a ideia das reuniões é oferecer conhecimento para que os produtores consigam uti-lizar as informações em prol de me-lhores resultados no campo.

Dando início à abordagem das solu-ções tecnológicas com foco na renta-bilidade da cana, o evento contou com

Evento promovido pela FMC em parceria com a Copercana ofereceu orientaçõessobre técnicas de manejo para a cultura da cana-de-açúcar

Andréia Vital

palestras como a de Michel Fernandes, professor da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) e consultor, especialista em plantas daninhas, que na ocasião, explanou sobre as tendên-cias do mercado, manejo de pragas e controle químico.

Responsável pelo setor de Desen-volvimento da usina Cerradão, em Frutal (MG), Fernandes explanou so-bre as experiências que teve em usi-nas ao longo de 10 anos, abordando a questão da seletividade dos herbici-das. “O cenário mudou muito, saímos da colheita queimada e passamos para a colheita crua e isso tem um impacto grande com o surgimento de pragas que interferem na produtividade e no custo”, disse, lembrando que o plan-tio também mudou.

“Quem não evolui se encontra perdi-do. Hoje temos um canavial doente, um fator de produtividade mutante” alegou, advertindo que novos obstáculos sur-gem como a ferrugem alaranjada. “Não se dava bola para esta doença, mas atu-almente ela está causando um prejuízo absurdo, principalmente no Triangulo Mineiro”, contou, afirmando que em outras culturas, como soja e milho, conseguiram aumentar a produtividade, mas na cana-de-açúcar a média conti-nua no mesmo patamar.

Além de todos os fatores adversos, existem práticas que estão resultando na perda de produtividade e um dos pontos de extrema importância para reverter este quadro é o manejo de ervas dani-nhas, que afetam a qualidade e eficiên-cia agrícola. De acordo com o consultor, existem produtos com excelente controle de ervas, mas é necessário avaliar a sele-tividade. “Seletividade é a capacidade de determinado herbicida eliminar as ervas daninhas de uma cultura, sem reduzir a produtividade ou a qualidade do pro-duto. Então temos que controlar a erva daninha só que não podemos controlar a cana, que tem que estar no máximo de seu desenvolvimento”, explica.

O especialista alertou que os principais fatores que interferem na seletividade são

Vinícius Batista, agrônomo da FMC Michel Fernandes, professor da UEMG

Reportagem de Capa - Especial Pragas

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a dose, principalmente para os produtos utilizados no meio do ano, período pró-ximo das chuvas. Fernandes ressaltou também que a maioria das variedades é sensível aos produtos químicos.

O consultor apresentou trabalho feito em 2008, que conclui que o tra-tamento que teve o maior controle das ervas daninhas, “que deixou o cana-vial como um asfalto”, obteve também uma redução de produtividade agrícola. “Nem sempre o local onde está muito limpo quer dizer que o canavial vai pro-duzir mais” disse, completando, “temos que ter planejamento, saber o que va-mos aplicar, ter os produtos e máquinas corretas, aplicar em pré, e não somente utilizar o que tem, vamos economizar dinheiro, pensando”, ensinou.

Na ocasião, o gerente de Desenvol-vimento de Produto Herbicida da FMC, Roberto Toledo, abordou a questão do manejo de defensivos de alta perfor-mance em cana ressaltando o portfólio de herbicidas da FMC.

“A FMC pode contribuir com o setor de maneira imediata disponibilizando

portfólio assertivo e eficaz para o ma-nejo de plantas daninhas, com produ-tos com diferentes modos de ação, de diferentes mecanismos ou novas tec-nologias realmente para o setor”, diz o consultor, se referindo à família Boral, herbicida que promove excelente con-trole de folhas largas e estreitas com residualidade, inclusive no controle de diferentes espécies de corda-de-viola.

Na linha de produtos da empresa tam-bém ganharam destaque o herbicida Si-nerge, que tem um controle eficiente de folhas largas com alto residual e seleti-vidade; o Furadan, nematicida eficiente, com ação complementar inseticida e efei-to fitotônico que promove longevidade e produtividade para o canavial; o Talis-man, inseticida que combina dois mo-dos de ação diferentes, resulta em efeito de choque e residual para o controle de Sphenophorus promovendo mais vigor para os canaviais e ganhos significativos de produtividade e para o manejo de plan-tas daninhas e o herbicida Aurora, exce-lente no manejo de plantas tolerantes.

Para encerrar o evento, a pesquisadora Leila Dinardo Miranda, do IAC (Centro de Cana) abordou a questão do aumento das plantas daninhas com a introdução da me-canização na lavoura de cana-de-açúcar.

A pesquisadora advertiu que embora sejam simples de manejar, os nematoi-des foram esquecidos nos últimos anos, em parte por conta da preocupação com a situação econômica e com outras pragas, como Cigarrinha e Sphenophorus levis, fato que contribuiu para a disseminação da praga, que é um parasita microscópi-co que impacta de forma negativa a pro-dutividade por dificultar a absorção dos nutrientes pelas raízes e destruí-las.

De acordo com Leila, os nematoides reduzem de 20% a 30% a produtividade no primeiro corte da cana-de-açúcar. Já a queda da produtividade das soqueiras é de 10% a 20% por corte, além de re-duzir a longevidade do canavial, com prejuízo da perda de um corte. “São poucas as culturas nas quais os nema-toides têm tanta importância quanto a cana-de-açúcar”, alertou.

As quatro espécies mais comuns as-sociadas à raiz da cana são Meloidogy-ne incógnita e Meloidogyne javanica, que causam as galhas nas raízes, Pra-tylenchus zeae e Pratylenchus brachyu-rus, que ocasionam lesões que nem sempre são fáceis de identificar, porque existem outras pragas que provocam o mesmo tipo de lesão, explica a pes-quisadora. “A cigarrinha quando suga a raiz provoca um sintoma parecido, en-tão a gente consegue descobrir se tem ou não nematoide arrancando a raiz e coletando a amostra que deve ser leva-da para o laboratório”, diz, explicando que os nematoides atacam o sistema radicular e por isso destroem todas as raízes, o que dificulta a cana absorver água e nutrientes, crescendo menos.

Roberto Toledo, gerente de Desenvolvimento de Produto Herbicida

Leila Dinardo Miranda, pesquisadora do IAC

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A profissional lembrou que a praga ocorre em qualquer tipo de solo, argilo-so ou arenoso, sendo que o dano acaba sendo maior no solo arenoso, porque a planta tem menos condições de suportar o ataque da praga já que o solo areno-so geralmente é mais pobre, ou seja, a planta sofre mais no solo arenoso.

Para verificar se uma área está infesta-da, é necessário fazer uma amostragem, mas nunca em período seco do ano – entre junho e outubro, e sim aguardar um mês após o início das chuvas. “Isso porque a população de nematoides não é constante, ela flutua, sobe e desce, inclusive há com-petição entre espécies, e ela aumenta quan-do chove, pois no período chuvoso a cana emite raiz e os nematoides se alimentam das raízes, portanto aumentam. Quando começa o período seco, a cana vai perden-do a raiz e os nematoides vão diminuindo devido à falta de umidade no solo”, diz.

Segundo a especialista, o tratamento mais utilizado é feito com o nematici-da, pois a cana responde muito ao uso desse produto, que quando aplicado no plantio e na soqueira reduz e controla a população de nematoide por um perío-do que varia de 2 a 6 meses e pode au-mentar a produção em até 30 toneladas por hectare. “Se eu planto numa época muito chuvosa, cana de ano, o residu-al é mais curto, pois o período é muito chuvoso. Se o plantio acontece de mar-ço a abril, o residual é maior, controlan-do por 5 ou 6 meses ou até mais, porque no período mais seco o produto se de-grada menos”, ensina Leila, concluindo “a minha recomendação é a seguinte: se você tiver uma área muito infesta-da de nematoide, quando for renovar o canavial, plante uma variedade média e tardia, porque este tipo é mais fácil de ter retorno quando se faz o tratamento”.

Na oportunidade, Leila também ex-planou sobre outra praga que tem sido o calcanhar de Aquiles dos produtores. “A primeira praga que percebemos que se intensificou com a cana crua foi a cigarri-nha, mas não foi só ela, os Sphenophorus também se beneficiaram com o novo sis-tema”, diz a profissional, lembrando que as queimadas matavam uma parte das pragas, agora sem o fogo, além de não

matar o adulto deixam a palha que para ele serve de cobertor, elucida a pesquisa-dora, afirmando que a praga é encontrada o ano todo no campo e pode causar uma redução de produtividade altíssima.

A população de Sphenophorus au-menta na medida em que o canavial en-velhece e sua disseminação acaba sen-do feita principalmente com a muda ou até mesmo com a colhedora. Devido a este fator, é necessário ter cuidado com a limpeza das máquinas, lembra Leila.

Amostragens na área de reforma, antes de se destruir a soqueira, são in-dicadas para verificar se a praga está no campo. “A minha recomendação é que, principalmente, para as pessoas que não sabem se têm praga na área, que façam dois pontos por hectare, e se a popula-ção está baixa, é conveniente aumentar a grade de amostragem para seis pontos por hectare”, explica. Outro detalhe importante quando se adota medida de controle para Sphenophorus no plantio é destruir mecanicamente a soqueira velha, no caso de ter encontrado a pra-ga. Além disso, é importante rotacionar produtos, ensina a especialista.

O gerente comercial da Copercana, Frederico Dalmaso, destacou a relevân-cia do Experts Cana. “O evento é de alta qualidade técnica, com palestrantes de primeira linha, por isso é importante para o fornecedor ter acesso às infor-mações que conseguimos trazer com a ajuda de um parceiro forte como a FMC”, afirmou ele, pontuando que foi o primeiro Experts Cana realizado em Sertãozinho-SP e o primeiro feito junto à cooperativa.

Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana, também aprovou a realiza-ção do evento e destacou a relevância das informações oferecidas pelos pa-lestrantes. “A Copercana e Canaoeste contam com mais de 30 agrônomos no campo, é importante conhecer o que há de novo, principalmente neste caso de combate às doenças, temos sempre que nos unir com multinacionais, como a FMC, que sempre fez sozinha este pro-jeto e agora nos convidou para sermos seus parceiros”, disse.

Participando de uma visita às instala-ções do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, o deputado federal Arnaldo Jardim, então candidato à ree-leição, no momento, aproveitou para dar sua palavra aos participantes do evento. Acompanhado pelo presidente da Cana-oeste, que agradeceu a presença de to-dos, o deputado falou sobre o trabalho da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Sucroenergético, que coordena em Bra-sília e outros assuntos pertinentes à sua atuação em prol do segmento. RC

Frederico Dalmaso, gerente comercial de insumos da Copercana

Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana

Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e o Deputado Federal Arnaldo Jardim

Reportagem de Capa - Especial Pragas

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36Destaque I

Copercana e Canaoeste prestigiam inauguração de unidade da Yara

O presidente e diretores da Co-percana, além de gerentes da Copercana e da Canaoeste, esti-

veram em Sumaré-SP, em 11 de novem-bro, para a inauguração da nova unidade misturadora de fertilizantes da Yara. Eles conheceram a planta mais moderna do País no segmento, que recebeu investi-mentos de R$ 115 milhões e terá capaci-dade para armazenar 115 mil toneladas e envasar 750 mil por ano, em embalagens de 50 kg e uma tonelada.

Com a compra da Bunge, em 2013, a Yara se tornou a líder no mercado na-cional de fertilizantes, respondendo por 25% das vendas. Sumaré, por se localizar numa região estratégica, às margens da Rodovia Anhanguera, próxima a áreas de cana, café, grãos e citros e com fácil des-locamento até o Porto de Santos, integra um audacioso plano da Yara que prevê um crescimento ainda maior no Brasil.

De acordo com o presidente da Yara Brasil, Lair Hansen, o nosso País se tor-nou especial para os negócios da com-panhia, que nasceu em 1905, na No-ruega. Além de oferecer terras férteis, uma combinação ideal de sol e chuva na maior parte das regiões e possuir a maior reserva de água doce do plane-ta, o Brasil cresce, em média, 3,5% ao ano em consumo de fertilizantes. “Em 2050, teremos o desafio de alimentar nove bilhões de pessoas no planeta. Nesse aspecto, o Brasil se tornou um pilar da economia mundial”.

O presidente da Copercana, An-tonio Eduardo Tonielo, declarou que esta nova unidade misturadora apre-senta o que há de mais moderno em tecnologia para adubo. “Para a Co-percana, parceira da Yara já há muitos anos, é muito importante termos uma indústria como esta no Estado de São Paulo. Pensando no desenvolvimen-

Com investimentos de R$ 115 milhões, misturadora de fertilizantes em Sumaré-SPterá capacidade para envasar 750 mil toneladas por ano

Igor Savenhago

to agrícola, é fundamental termos esse avanço na qua-lidade dos insumos, para que possamos ter uma me-lhor produtividade”.

Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana, pa-rabenizou os executivos da Yara pelo investimento. “É de muito mérito, de muito valor, porque a Yara é uma empresa ‘pés no chão’, bas-tante sólida. Basta ver que, numa crise como a que es-tamos vivendo, ela tem condições de apostar nessa unidade moderna. Para nós, foi um presente”.

A unidadeA nova planta é a 33ª unidade mis-

turadora da Yara no Brasil. A compa-nhia mantém, ainda, dois escritórios, em Porto Alegre e São Paulo, e duas fábricas, em Rio Grande-RS e Ponta Grossa-PR. Como 70% dos insumos para a produção de fertilizantes no país são importados, uma das preocu-pações, ao escolher Sumaré, foi se ins-talar numa região com fácil acesso ao Porto de Santos.

As atividades da nova unidade estão no início. Conforme for expandindo a capacidade de operação, uma das me-

tas é fazer a substituição de até 80% da frota rodoviária, que seria composta por 25 mil caminhões/ano, por transporte sobre trilhos, o que permitirá a redução de um milhão de quilos de CO2 anual-mente. Para isso, a área, que tem um total de 80 mil metros quadrados, sendo

Revista Canavieiros - Novembro de 2014

nova unidade misturadora de fertilizantes da Yara

Lair Hansen, presidente da Yara Brasil

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34 mil construídos, dispõe de um mo-dal rodoferroviário operado pela Rumo Logística, que integra as duas malhas e liga, também, os trens ao porto.

Os fertilizantes misturados e en-vasados em Sumaré irão abastecer os mercados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul – esses dois últimos em menor escala. Toda automatizada, a unidade contará com 90 colaboradores.

Presente no Brasil desde 1977, com a denominação de Norsk Hidro e aten-dendo, inicialmente, aos ramos de petró-leo, alumínio e fertilizantes, a empresa adquiriu, no início dos anos 2000, a Adubos Trevo. Em 2004, passou a se chamar “Yara”, que, em norueguês, sig-nifica “boa colheita”. Desde então, atua, apenas, em nutrição vegetal. Dois anos depois, adquiriu a Fertibrás; em 2013, a Bunge; e, neste ano, comprou 60% da Galvani. Com mais de três mil colabora-dores em todo o país, a Yara Brasil fatura R$ 5,6 bilhões ao ano, em média, movi-mentando 7,6 milhões de toneladas, com vendas direcionadas principalmente ao mercado interno e ao Paraguai.

Presença internacionalA inauguração da unidade contou

com as presenças do presidente inter-nacional da Yara, Torgeir Kvidal, que veio acompanhado pelo responsável da área de vendas mundiais da compa-nhia, Egil Hogna.

Kvidal afirmou que, além do cres-

cimento populacional, que obrigará o planeta a produzir, nas próximas cinco décadas, a mesma quantidade de ali-mentos dos últimos dez mil anos, os hábitos da população estão mudando, favorecendo um maior consumo de fru-tas, legumes e verduras. “A indústria de fertilizantes precisará estar preparada para dar respostas a esses desafios”.

Já Hogna citou dois aspectos. O pri-meiro foi a escassez de água no planeta, que, ao mesmo tempo em que preocu-pa, movimenta o setor de nutrição vege-tal a pensar em alternativas para reduzir a dependência dos recursos hídricos. “Quando você utiliza o fertilizante cor-reto, é possível aumentar a produtivi-dade de forma que o volume de água utilizado seja menor. Isso depende de pesquisas para que se avalie a quanti-dade adequada de fertilizantes diante da água disponível. Hoje, já é possível

Torgeir Kvidal, presidente internacional da Yara

Descerramento da placa inauguralEgil Hogna, Torgeir Kvidal, Lair Hansen, Cristina Bredda Carrara,

Morten Høglund, Mônika Bergamaschi e Francisco Jardim

Antonio Eduardo Tonielo, Sandro Sorrente, Gustavo Nogueira, Pedro Esrael Bighetti, Frederico Dalmaso e Franco Viana

Os participantes fizeram uma visita as instalações acompanhados de explicações dos

processos realizados

dizer que dá para triplicar a produção com a mesma quantidade de água”.

Outro ponto abordado foi a posição estratégica que o Brasil ocupa nos ne-gócios na Yara Internacional, que opera em 50 países, fornecendo produtos para 150 nações. Segundo ele, considerando que a agricultura brasileira mais que tri-plicou a produção de grãos nas últimas duas décadas e que isso se deve, entre outros fatores, ao crescimento do uso de fertilizantes, é necessário que a indús-tria se atente para conseguir ofertar um volume suficiente de soluções em nutri-ção vegetal para atender às demandas por comida no planeta.

A secretária de Agricultura e Abas-tecimento do Estado de São Paulo, Monika Bergamaschi, também convi-dada para o encontro, chamou a aten-ção para o fato de que a produção de alimentos deverá se sustentar num tripé de sustentabilidade: ambien-tal, social e econômica. “É mais fácil lembrar das questões ambientais e da pressão por aspectos sociais. Mas a questão econômica é primordial, sem a qual nossos agricultores, empresários e investidores perderão a condição de permanecer na atividade”.RC

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38Destaque II

Produção de alimentos terá que aumentar 70% até 2050

A população mundial deve che-gar a 9,1 bilhões de pessoas em 2050, 34% a mais do que o

número atual, sendo que a maior parte será proveniente de países em desen-volvimento, viverá em áreas urbanas e com níveis de renda maiores do que os atuais, de acordo com projeções da Or-ganização das Nações Unidas para Ali-mentação e Agricultura (FAO-ONU). Para atender às necessidades deste novo contingente, a produção de alimentos terá que aumentar em 70%, ou seja, te-rão que ser produzidas 200 milhões de toneladas de carnes a mais e aumentar a produção de cereais em 900 milhões de toneladas, passando dos atuais 2,1 bilhões para 3 bilhões toneladas/ano. Já a produção de açúcar deverá ser 20% maior do que é atualmente.

“O desafio não é só produzir, mas também é o de que as pessoas tenham acesso a estes alimentos” alertou o re-presentante da FAO-ONU no Brasil, Alan Bojanic, durante o VI Fórum Ino-vação, Agricultura e Alimentos para um Futuro Sustentável - Desafio 2050, realizado no dia 14 de outubro, no Mu-seu Brasileiro da Escultura (MuBE), em São Paulo-SP. O evento, que foi realizado pela FAO-ONU, Embrapa, Associação Nacional da Defesa Vege-tal (Andef), Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), faz parte da agen-da oficial, no Brasil, da Semana Mun-dial da Alimentação, e reuniu lideranças da cadeia produtiva de alimentos e do agronegócio, como a secretária de Agri-cultura do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, e Braz Agostinho, presi-dente da FETAESP (Federação dos Tra-balhadores na Agricultura do Estado de São Paulo), entre outros.

Bojanic afirmou, na ocasião, que é preciso resolver o problema da fome atual ao mesmo tempo que se discute

FAO-ONU aponta o Brasil como principal ator para suprir a demanda de alimentação global e destaca a importância do papel do pequeno produtor rural no sistema produtivo

Andréia Vital

como alimentar o mundo nos próximos anos. “O grande desafio é erradicar a fome no presente, pois ainda existem 805 milhões de pessoas que passam fome no mundo”, disse ele, contando que de cada 1 em cada 9 pessoas e 1 em cada 4 na África sofrem de fome crôni-ca sem ter nada para comer regularmen-te, conforme relatório anual da FAO.

Devido a sua contribuição para a er-radicação da fome, o Brasil ganhou um capítulo especial na edição do docu-mento deste ano, que foi divulgada em setembro. “A pobreza foi reduzida em 65% no Brasil, de 2002 a 2012, passan-do de 24,8% para 8,5% e a extrema po-breza foi reduzida de 9,8% para 3,5%” comentou o executivo. O relatório mos-tra também que o excesso de peso au-mentou em 3 vezes para os homens e dobrou para as mulheres entre 1974/75 e 2008/09 e o aumento entre adoles-centes e crianças de 5 a 9 anos foi de 3 vezes nos últimos 20 anos. Fato que deve ser levado em consideração, pois o maior acesso aos alimentos e o exagero têm elevado o índice de doenças, como o AVC, explicou o executivo.

O representante da FAO também afirmou que o Brasil tem um papel fundamental para a segurança alimen-tar do planeta. “É um dos países mais importantes em termos de fornecimento e, com certeza, com grandes disponibi-lidades de aumentar o seu potencial de produção, como também pode exportar conhecimento, programas bem-sucedi-dos, experiência de produtores e de co-operativismo”, disse.

Bojanic ressaltou também a relevân-cia da Agricultura Familiar na superação do desafio de alimentar o mundo no fu-turo, já que existem mais de 500 milhões de explorações familiares no mundo e quase 98% de todas as explorações agrí-

colas mundiais pertencem a pequenos agricultores. “Os pequenos agricultores têm um importante papel na luta para a erradicação da fome e da pobreza, tanto como produtores como consumidores de alimentos”, afirmou, lembrando que em 2014 se comemora o ano internacional da Agricultura Familiar.

Ao finalizar sua apresentação, o re-presentante da FAO enfatizou que o de-senvolvimento sustentável necessário no futuro será alcançado com inovações e aumento da produtividade e acentuou que o uso de renováveis é essencial neste cenário. “Para nós é fundamental aumentar a utilização das bioenergias, pois entendemos que é uma das formas de descarbonizar a agricultura, reduzin-do a emissão de carbono”, disse.

Tema evidenciado também pelo pre-sidente da Embrapa, Maurício Lopes, em sua palestra. “As tendências de con-sumo conduzem a maior valorização de

Alan Bojanic, presentante daFAO-ONU no Brasil

Maurício Lopes, presidemte da Embrapa

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produtos verdes, saudáveis, produzidos por meio de sistemas sustentáveis”, es-clareceu ele. Na ocasião, Lopes deu um panorama sobre o cenário que impacta-rá o futuro dos alimentos, ressaltando a importância de se antecipar e planejar, antes de agir. “A agricultura está em constante evolução e as novas tecnolo-gias revolucionarão a produção de ali-mentos”, disse.

Para o presidente da ABAG, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, a baixa produ-tividade média mundial da agricultura é um grande obstáculo a ser superado

no sentido de alimentar o mundo no fu-turo. “É extraordinário o que consegui-mos atingir em produtividade em grãos e carnes, com tecnologia desenvolvida aqui. Isto é de fato uma bandeira dife-renciada do Brasil, mas para atender aos 40% do adicional de demanda, con-forme indicou a FAO, o País precisará a cada 10 anos, atingir o seu máximo de produtividade para cumprir a meta”, ressaltou Carvalho. Opinião compar-tilhada com o presidente do Conselho

Luis Carlos Corrêa Carvalho

O projeto Revolução Verde homenageou personalidades do agronegócio

Diretor da ANDEF, Laércio Giampani, que evidenciou também a importância de se somar esforços do setor produti-vo, governos e sociedade, para que o Brasil possa cumprir sua missão.

Ao explanar no painel “Gastronomia brasileira: qualidade para alcançar o mundo”, a chef Mônica Rangel foi ta-xativa ao afirmar que é imprescindível evidenciar mais a culinária nacional, como também despertar o patriotismo

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na sociedade a fim de valorizar o que é produzido no País. Mônica, que é jurada do programa Cozinheiros em Ação, da GNT, e proprietária de um restaurante em Visconde de Mauá – RJ, destaque do Guia Quatro Rodas como a melhor co-mida mineira há mais de 10 anos, é fun-dadora do movimento “Brasil à Mesa”, projeto que nasceu justamente dessa ne-cessidade de valorização da gastronomia brasileira diante de um interesse aluci-nante pela cozinha estrangeira.

“Quando eu vi que a Embratur vol-taria as classificações hoteleiras, ou seja, a indicar as estrelas dos hotéis, e um dos critérios para se ter cinco es-trelas era ter um restaurante com co-zinha internacional eu não acreditei”, contou ela indignada. “Aquilo para mim foi um soco, como assim? Nós brasileiros vamos valorizar somente a gastronomia internacional, quer dizer não é obrigatório ter um restaurante de comida brasileira dentro do hotel?”, questionou ela, contando que a partir daí levantou uma bandeira a favor da cozinha nacional, ação que resultou não somente no projeto, em 2012, mas na apresentação da culinária brasileira em feiras mundiais e promoção de eventos. Exemplo desse esforço é o projeto Goal to Brasil, em parceria com a Embra-tur, que reforçou o turismo do Brasil e promoveu as cidades sede da Copa de 2014, com a participação de 22 chefs brasileiros, em 14 países.

O evento também contou com a par-

ticipação da representante para o Bra-sil, do Projeto Millenium da WFUNA--ONU, Rosa Alegria, que falou sobre a oferta de recursos para uma superpopu-lação no futuro. E também de Walter Belik, que é coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação da Unicamp e um dos idealizadores do programa Fome Zero.

O embaixador Marcos Azambuja, ex-secretário geral do Itamaraty e coor-denador da Rio92, finalizou o encontro, com a palestra “A projeção internacio-nal do Brasil no desafio de combater a fome” e afirmou, na ocasião, que pela primeira vez o Brasil entra de maneira decisiva numa relação de poder com a

qual não está acostumado e deve se pre-parar para receber um tratamento hostil. “O Brasil não tem tradição de ser par-te do jogo do poder, além disso, tem a convicção permanente de que faz parte de um encantamento, de uma sedução mundial, que os outros lhe darão as boas-vindas, mas isso não é verdade”, afirmou, ressaltando que não haverá uma recepção cordial, pois a chegada do Brasil ao mercado desaloja e per-turba interesses já definidos, “de quem chegou antes de nós”.

“O Brasil não é muito relevante ainda industrialmente, cientificamen-te, mas no tema agrícola, o Brasil já é uma grande potência, e não se chega a ser grande potência sem desafiar inte-resses criados, então o ponto essencial é que neste terreno o Brasil vai ter que enfrentar adversários que vão se mo-bilizar para impedir que o País chegue

lá como nós pretendemos e nos prazos determinados”, advertiu ele, lembrando que a defesa contra o avanço brasileiro será de uma ferocidade extraordinária. “É um jogo muito pesado. Ninguém brigará muito por castanha-do-pará, mas sim por carne, por trigo, por soja, por açúcar e com estes produtos o Bra-sil começa a existir e a incomodar”, diz o embaixador, concluindo “O Brasil não terá tapete vermelho na entrada do mercado”.

Revolução verde Durante o evento

também foram homena-geados cientistas e agri-cultores que ajudaram a transformar a produção agropecuária no País, possibilitando ao Brasil a deixar a incômoda po-sição de importador de alimentos para se trans-formar em um dos princi-pais produtores de grãos, carnes, frutas, fibras e biocombustíveis. Essa vi-rada só foi possível graças à ciência, ao uso intensivo de tecnologias e, princi-palmente, à ousadia de alguns cientistas e agricultores brasileiros, afirmaram os organizadores do evento.

Devido a isso, foi lançado em 2013, o projeto Revolução Verde, que apre-senta anualmente 10 heróis, e em 2014, homenageou as seguintes personali-dades: Cyro P. da Costa, João Pratagil Araujo, Fernanda Abadio Finco, Dirceu Gassen, Glauco Olinger, Luiz A. B. de Castro; Manoel Pereira, Renato Rodri-gues, Moacyr Corsi, Tsai Siu Mui.

Pelas pesquisas nas ciências do solo, a agrônoma Johanna Döbereiner, que recebeu homenagem póstuma, foi a

sétima cientista brasileira mais citada pela comunidade cientifica mundial e a primeira entre as mulheres, rendendo inclusive a indicação ao prêmio Nobel de Química de 1997. Seus trabalhos contribuíram para que o Brasil desen-volvesse o Pró-Álcool e se tornasse o segundo produtor mundial de soja, além de poupar ao País um gasto anual próximo a US$ 1,5 bilhão.

Na primeira edição da premiação foram reconhecidos o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, Alfre-do Scheid Lopes, Alysson Paolinelli, Cacilda Borges do Valle, Edson Loba-to, Eliseu Alves, Fernando Penteado Cardoso, Helena Lage Ferreira, Herbert Bartz, e Romeu Kiihl.

Marcos Azambuja, embaixador

Destaque II

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42Destaque III

Em busca da produtividade de três dígitos

A 6ª reunião de 2014 do Grupo Fitotécnico de Cana IAC reu-niu no início de outubro, em

Ribeirão Preto-SP, mais de 300 repre-sentantes de usinas, pesquisadores e profissionais ligados à cultura de cana para discutir as estratégias para atingir produtividades de três dígitos em cana--de-açúcar.

Coube ao pesquisador e coordenador do IAC (Instituto Agronômico de Cam-pinas), dr. Marcos Guimarães de Andra-de Landell, fazer a abertura do evento, dando um panorama sobre as ações realizadas em busca de mais eficiência agrícola no setor sucroenergético. Ao explanar sobre as estratégicas fitotécni-cas para redução dos deficit hídricos em canaviais, o pesquisador contou que a partir de 1995, o IAC começou o tra-balho da rede experimental, que gerou um banco de dados, com solos e regi-ões distintas e foram realizados ensaios com as três épocas de colheita - início, meio e final de safra, que passaram a chamar de outono, inverno e primavera, com ensaios colhidos em abril/maio, ju-lho/agosto e outubro/novembro.

De acordo com o Landell, a ação possibilitou estabelecer padrões fixos da variedade mais plantada no País e padrões móveis, que são variedades indicadas pelos parceiros, e vários tra-balhos foram gerados devido a este pro-jeto. Um deles foi um estudo feito em 2003, que mostrou que a caracterização

Evento discute como as novas tecnologias e ações podem ajudar osetor sucroenergético a ter mais eficiência agrícola

Andréia Vital

do solo seria bastante importante prin-cipalmente a partir do terceiro corte.

Os estudos possibilitaram a cons-trução de uma matriz de ambientes de produção, com nove caselas dadas pe-las combinações de ambientes/solos e épocas de colheita, que possibilitou a construção de um plano estratégico para minimizar, por exemplo, os efeitos de áreas restritivas na produtividade. Diante do fato, a primeira alternativa apontada foi a utilização da irrigação. Outra estratégica relevante, segundo o pesquisador, seria a antecipação da sa-fra nos ambientes desfavoráveis, o que produziria um aumento da produtivida-de da cana. “Quando você pega um solo desfavorável e adianta a colheita dele, você tem um aumento substancial da produtividade”, explicou o palestrante, dando como exemplo, o ensaio realiza-do em 2009, em uma unidade do Cerra-do, que conseguiu passar dos 58,5, na média de cinco cortes, para 80,4 tone-ladas/hectare.

Além disso, os estudos ajudaram também a entender que o sistema radi-cular de cana planta é mais superficial que de socas mais adiantadas, no caso do 3º, 4º, 5º cortes, portanto, estes ca-naviais são mais expostos ao deficit hídrico, explicou Landell. “A colheita no outono reduz esta exposição e possi-

bilita melhores produtividades, princi-palmente em regiões onde este deficit é mais pronunciado”, elucidou o pesqui-sador, informando ainda que a colheita de canas mais novas, no 1º e 2º cortes, em períodos de menor deficit hídrico, reduz a exposição ao hídrico dos pri-meiros ciclos.

“Quando você obedece essa estra-tégia, de antecipar o primeiro terço da safra, você tem produtividades supe-riores daquela estratégia de espalhar a colheita de primeiro corte praticamente durante toda a safra seguindo a curva de maturação das variedades”.

Segundo Landell, a matriz criada pelo IAC passou a ser aplicada pelas usinas, sendo que a primeira a usá-la com dados reais foi a usina Jalles Ma-chado, em 2007.

As questões do yield-gap da cana--de-açúcar brasileira e eficiência agrí-cola foram abordadas pelo professor dr. Fábio R. Marin, da ESALQ-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, que na ocasião apresentou pesquisas em modelagem que ajudam a identificar gaps no alcance da produti-vidade.

Raffaella Rossetto, pesquisado-ra científica do IAC/APTA (Instituto Marcos Landell, pesquisador e

coordenador do IAC

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Agronômico de Campinas/Agência Paulista de Tecnologia do Agronegó-cio), que coordenou a reunião com Lan-dell, lembrou que apesar dos problemas enfrentados este ano, existem manejos nos quais a cana-de-açúcar, mesmo com a falta de água conseguiu produzir - in-clusive até relativamente bem - e que discutir a questão da nutrição e aduba-ção para conquistar a produtividade de três dígitos é sempre importante.

Ao falar sobre adubação para la-vouras de cana de alta produtividade, o prof. dr. Gaspar Henrique Korndör-fer, da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) mostrou como promover

uma melhor exploração do sistema radicular, especialmente em profundi-dade, abordando a questão da compac-tação, correção do solo e drenagem. “Se quisermos ter resultado satisfató-rio com nosso programa de adubação, temos que reduzir este fator limitante que é a compactação do solo”, disse ele ressaltando os benefícios do silício (Si) em prol da produtividade. “Au-mentando a quantidade de silício no solo aumenta a produtividade, inclu-sive nas terras arenosas onde não têm muito silício e em geral a resposta é menor”, avaliou o pesquisador.

Korndörfer também afirmou que é necessário trabalhar a nutrição dentro de um programa integrado, ou seja, pensar a nutrição não somente como parte do metabolismo da planta, mas o elemento pode fazer parte do manejo de doença e de pragas, reduzindo a inci-dência de cigarrinha na cana-de-açúcar.

Já Lucy Lancia Pereira, especialista de produtos da John Deere, mostrou na

ocasião as tecnologias da empresa para o setor sucroenergético, como os Pul-verizadores Autopropelidos. E o enge-nheiro agrícola, Marco Viana, da RPA Consultoria, falou sobre os benefícios da irrigação e sobre a realização do Ir-rigacana – I Seminário Brasileiro de Ir-rigação de Cana-de-Açúcar com Água.

Edgar Alves, gerente Agrícola da unidade Otávio Lages, do Grupo Jalles Machado S/A, apresentou no encontro as experiências da usina na busca da produtividade de três dígitos. Localiza-do em Goianésia/GO, o Grupo tem duas unidades: a Jalles Machado (“UJM”) e a Otávio Lage (“UOL”), uma área total de 62.8 mil hectares, capacidade total de 4,3 mm ton. e a empresa é a maior produtora de açúcar orgânico do mun-do. “Os bons resultados dependem de uma junção de fatores, como mane-jo varietal, preparo de solo, inovação/tecnologia, irrigação, treinamento de colaboradores e comprometimento de equipe”, afirmou o engenheiro agrícola, que encerrou o evento.

Gaspar Henrique Korndörfer, da UFU

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44Destaque IV

Caminhos da Cana chega ao fim com sucesso

Depois de percorrer 9000 km, desde junho, o projeto Cami-nhos da Cana 2014 terminou

no início de novembro com todos os seus objetivos alcançados. A ação visa-va coletar informações junto às associa-ções ligadas à Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro--Sul do Brasil) para elaboração de um planejamento estratégico para a entida-de, através de pesquisa acadêmica que identificou demandas do setor sucroe-nergético, como também disseminar co-nhecimento aos produtores rurais com palestras e reuniões com lideranças.

Os resultados do projeto foram apre-sentados para representantes de várias associações de agricultores nos dias 4 e 5 de novembro, em evento realizado no Hotel JP, em Ribeirão Preto – SP, e mostraram que mais de três mil pessoas participaram dos eventos realizados em 19 das 33 associações que integram a Orplana. O questionário entregue em cada encontro, que teve como objetivo descobrir qual a impressão sobre a atu-ação da entidade e as necessidades dos produtores, foi respondido por 152 ges-tores e 548 produtores de cana.

“Foi uma oportunidade muito in-teressante de ir às regiões produtoras, diagnosticar a grave situação em que se encontram os produtores independentes de cana, como também se encontram as usinas, e levantar o que precisa ser feito no âmbito público e privado, quais são as estratégias solicitadas para o Governo e quais são as questões privadas principal-mente ligadas ao aumento da produtivida-de”, explicou o professor titular da FEA/USP Marcos Fava Neves, comandante da expedição Caminhos da Cana e criador do Markestrat (Centro de Pesquisas e Pro-jetos em Marketing e Estratégia da USP), que organizou as iniciativas do projeto.

É de autoria de Fava Neves também o livro “Caminhos da Cana” que contém

Iniciativa termina com elaboração de um plano estratégico com 19 projetos de melhoria que deverão ser implantados pela Orplana até 2025

Andréia Vital

coletânea de artigos publicados nos últi-mos dois anos e que foi distribuído duran-te as visitas do projeto, que contou com apoio da Canaoeste, Orplana, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), FEA-RP/USP, UNICA, Ceise BR, Bayer CropScience e Case IH.

De acordo com Neves, é necessário buscar alternativas para que a produtivi-dade da cana alcance os três dígitos, por-que os custos de produção explodiram e os índices agrícolas só caem se considera-dos os últimos 10 anos. “Tem um conjun-to grande de iniciativas que precisam ser feitas”, alega o professor, pontuando que do lado do Governo, se resume à agenda tradicional, de valorização do combustí-vel renovável em detrimento do fóssil, ter um tratamento tributário mais privilegia-do e valorizar a cogeração de energia. “A situação em que o Brasil se encontra ficou tão ruim agora que é praticamente inevi-tável que o Governo não olhe para o setor de cana”, disse ele.

Com o planejamento na mão, a Or-

plana tem agora um norte para conse-guir fortalecer-se como associação, tanto na sua voz política quanto na voz empresarial, e trazer uma nova cara de ação conjunta no Brasil, explica o pro-fessor. “O que falta ao nosso País é a mobilização para o bem, para a produ-ção e é esse o objetivo principal que

se tenta com este projeto, levantar um degrau à atuação dessa organização e fortalecer o associativismo, porque é só com sociedade organizada que a gente move para frente”, argumenta Neves, dizendo que começar pela própria orga-nização da cana, que ainda deixa bas-tante a desejar, é uma boa iniciativa.

Segundo Fava Neves, o estudo apon-ta que a Orplana pode exercer um papel muito mais preponderante do que exerce hoje, podendo absorver muitas das ações que são feitas por associações integrantes de maneira isolada, compartilhar essas informações, práticas de gestão, de certi-ficação e de relacionamento com usinas. “Dentro de casa tem um conhecimento muito grande, que melhor compartilha-do, vai levar a um desempenho muito superior. É esse o nosso objetivo aqui, porque ouvimos todas elas e temos esse inventário de boas práticas que precisam ser compartilhadas”, ressalta o professor.

Para o presidente da Orplana, Manoel Ortolan, o planejamento contribuirá para o fortalecimento das associações e dos associados, porque um é ligado ao outro. “As coisas mudaram muito, o País está mudando, o setor está mudando muito, por isso a necessidade da moderniza-ção”, explicou ele, admitindo que com a mecanização em especial, o perfil da classe produtora também será outro.

Marcos Fava Neves apresenta os resultados obtidos com o Caminhos da Cana

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A ideia de se fazer este trabalho par-tiu da necessidade de se modernizar a Orplana, conta Ortolan, que também é presidente da Canaoeste. “Precisa-mos, para isso, estar organizados, es-tabelecer um plano estratégico com ações para desenvolvermos daqui para a frente, é um trabalho para projetar a Orplana nos próximos dez anos”, con-ta afirmando que o projeto veio em uma hora excelente e será um divisor de água para a entidade.

Opinião compartilhada com Sylvio Ribeiro do Valle Mello Junior, presi-dente da Assocana (Associação Ru-ral dos Fornecedores e Plantadores de Cana da Média Sorocabana), de Assis--SP. “O trabalho apresentado é o de maior profundidade e relevância que já foi realizado sobre o setor sucroe-nergético, principalmente porque tem o fornecedor de cana como protagonista”, disse ele, enfatizando que o que mais chamou a sua atenção foi o item que se refere à remuneração, “que não é um problema que seja exclusivamente das associações, pois é um problema maior, de falta de política para o setor, mas que também tem uma parcela de culpa nossa”, assume o produtor, alegando que a classe precisa saber se comunicar melhor com a sociedade. “Eu até acho que a falta de política governamental pode estar sendo influenciada por uma falta de comunicação nossa, uma inefi-ciência nossa”, se justifica, aprovando a modernização proposta pelo projeto “Eu acho que o nosso setor tem muito a se modernizar, tendo em vista o que está acontecendo ao nosso redor”.

Já Ismael Perina Júnior, conselheiro da Socicana (Associação dos Fornece-dores de Cana de Guariba), de Guariba--SP, admite que as informações apre-sentadas podem contribuir para uma maior integração do setor. “Eu acho que, cada vez mais, integração, asso-ciação são palavras de ordem. A gente sabe que sozinho tem dificuldade e as associações permitem que os peque-nos virem grandes. E a partir daí, você consiga ter conquistas para a sua ativi-dade”, admite o engenheiro agrônomo, que também é presidente do Sindicato Rural de Jaboticabal-SP e da Câmara

Setorial da Cadeia Produtiva de Açúcar e Álcool, órgão consultivo ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Segundo Perina, o trabalho possibi-litará aproximar mais o produtor rural da Orplana, pois muitas vezes, ele está mais vinculado à sua associação e não tem noção clara do que a Orplana repre-senta. “Eu acho que esses pontos levan-tados nos trazem oportunidades para fa-zer cada vez mais um trabalho voltado para o produtor, que é o fundamento da associação existir e é o fundamento da Orplana existir”, diz.

O presidente da Oricana (Associação

dos Fornecedores de Cana Região de Orindiúva) e produtor independente de cana, Roberto Cestari, também aprovou a iniciativa. “Dentro da minha visão, como produtor de cana e como lideran-ça do setor sucroenergético brasileiro, eu acho que é uma oportunidade única para estruturamos as nossas organiza-ções como um todo, tanto a Orplana quanto as suas filiadas”.

Cestari pontua que o produtor de cana precisa se preocupar mais com a sua atividade, tendo a sua independên-cia da usina. “Toda vida no setor sempre foi assim, desde a época do Pró-Álcool, sempre, no aspecto político, o produtor de cana sempre foi forte, politicamente e economicamente, e com o decorrer dos anos, nós fomos perdendo essa for-ça por omissão”, alega, ressaltando que “o próprio Consecana (Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de S. Paulo), que está na iminência de reestruturação e,

geralmente, quando há essas reestrutu-rações, prevalece o poder econômico, que é o do industrial”, afirma.

“Não queremos subsídio de nin-guém, não queremos subsídio de usinei-ro, não queremos subsídio do Governo, queremos um preço justo da tonelada de cana, para nós sobrevivermos”, de-sabafa o produtor.

O “Caminhos da Cana”, que tam-bém foi apresentado em congressos e seminários voltados ao agronegócio da cana-de-açúcar, promovidos no Rio de Janeiro-RJ e Recife-PE, com a finalida-de de difundir suas ações e os proble-mas enfrentados pelo setor canavieiro para novos públicos, teve sua última apresentação de 2014 no 7º Congres-so Nacional da Bioenergia, organizado pela UDOP (União dos Produtores de Bioenergia), nos dias 12 e 13 de no-vembro, em Araçatuba-SP.

Depois de finalizada esta etapa, é provável que o projeto continue no ano que vem, com visita a outras 15 cidades que tenham sinergia com o trabalho da própria Orplana. “O nosso objetivo é que daqui a dez anos todo o setor de cana e produção independen-te seja participante da Orplana”, conta Fava Neves.

“O plano estratégico não é estabele-cido e ponto final. É um trabalho para ser conquistado e, no correr dos anos, será alterado de acordo com as neces-sidades”, explicou o presidente da Or-plana, revelando que a ideia é também executar um planejamento parecido na área de abrangência da Canaoeste.

Ismael Perina Júnior, conselheiro da Socicana Roberto Cestari, presidente da Oricana

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46Destaque V

Seminário apresenta tecnologias para aumentar a produtividade com irrigação

Investir em irrigação para aumentar a produtividade dos canaviais brasilei-ros. Foi com esse objetivo que pes-

quisadores, representantes de usinas e fornecedores de tecnologias se reuniram, nos dias 29 e 30 de outubro, no Espaço Pereira Alvim, em Ribeirão Preto-SP, para o I Seminário Brasileiro de Irrigação em Cana-de-Açúcar com Água – Irriga-cana. O evento, promovido pelo GIFC (Grupo de Irrigação e Fertirrigação em Cana-de-Açúcar), fundado há dois anos, reuniu 500 interessados em alternativas que elevem o número de toneladas por hectare e, com isso, contribuam para re-cuperar o setor sucroenergético no País, que enfrenta sérias instabilidades pelo menos desde 2008.

Segundo Marco Viana, presidente do GIFC, que representa 40% da cana mo-ída atualmente no Brasil, o Irrigacana foi o ponto alto de uma discussão feita durante todo o ano na sede de várias usi-nas. A cada dois meses, eram marcadas reuniões nas unidades industriais para estimular o investimento em irrigação como um dos caminhos para a retoma-da da competitividade do setor. Todos os temas em pauta nesses debates foram reunidos novamente no seminário, para que fossem tiradas algumas conclusões. Uma delas é que não existem mais dú-vidas de que o aumento dos índices de produtividade passa pela aposta em no-vas tecnologias que envolvam o uso ra-cional da água.

O Irrigacana, realizado em Ribeirão Preto-SP, promoveu intercâmbio de informaçõesentre palestrantes estrangeiros e casos de sucesso de usinas brasileiras

Igor Savenhago

“Existia um grande preconceito em relação à irrigação e ao manejo da água. Isso caiu por terra. Temos a certeza de vão favorecer muito a produtividade e a recu-peração do nosso setor”, afirma Viana.

As experiências bem-sucedidas no Brasil ganharam, durante o evento, o olhar de autoridades estrangeiras, como o professor Geoff Inman-Bamber, dire-tor de pesquisa da CSIRO, uma agên-cia australiana, e Dnyandeo Gangaram Hapase, diretor do Instituto de Açúcar Vasantdada – principal órgão de pes-quisa em cana-de-açúcar da Índia – e ex-presidente do conselho do Comitê Consultivo de Pesquisa, do Instituto de Reprodução de Cana-de-Açúcar de Coimbatore e do Conselho de Pesquisa Agrícola, todos na Índia, país que ocu-pa o segundo lugar no mundo em pro-dução de cana, atrás apenas do Brasil.

Bamber, um fisiologista renomado, apresentou modelos de planos diretores agrícola e de irrigação, necessários para orientar a implantação de novas tecno-logias. Já Hapase falou sobre o trabalho desenvolvido com pequenos produtores indianos, o que tem se refletido em bons resultados, com produtividades sempre acima de 86 toneladas por hectare. O in-tercâmbio de informações permitiu que os dois conhecessem casos de sucesso em usinas brasileiras, principalmente no Nordeste, onde a irrigação é tradicional e

responde por produtividades que podem ultrapassar 300 toneladas por hectare – cerca de quatro vezes a média nacional, que, conforme as principais instituições de pesquisa do setor, tem oscilado entre 75 e 85 toneladas por hectare.

O Brasil tem quase nove milhões de hectares cultivados com cana-de--açúcar, dos quais 20% são irrigados, de acordo com informações da Agên-cia Nacional de Águas (ANA). O baixo índice se justifica pela baixa adesão do Centro-Sul, que, geralmente, apresen-ta índices pluviométricos satisfatórios, diferentes dos canaviais nordestinos. A seca intensa atravessada pelo Estado de São Paulo agora em 2014, no entanto, acendeu o alerta e mobilizou a cadeia produtiva em busca de soluções.

“Nós estamos vendo que a anomalia climática, a má distribuição e a redução das chuvas estão fazendo uma diferen-Marco Viana, presidente do GIFC

Dnyandeo Gangaram Hapase, diretor do Instituto de Açúcar Vasantdada

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Desconhecimento

ça muito grande. Quem tem a irrigação tem, também, segurança maior em ga-rantir a produtividade e a sustentabilida-de do sistema”, afirma Célio Manechini, assessor de tecnologia agrícola da Usina São Martinho. Ele acredita que a divul-gação da tecnologia e o investimento em pesquisa são fatores essenciais para mu-dar conceitos, sobretudo no Centro-Sul.

Manechini explica, ainda, que a irrigação no Grupo São Martinho sempre esteve ligada à aplicação res-ponsável de efluentes – águas resi-duárias e vinhaça – da produção de cana, açúcar e etanol. “Com a migra-ção do grupo para a região Centro--Oeste do país, estamos percebendo que a irrigação com água, naquela

situação, é muito importante, inclu-sive para que pudéssemos viabilizar nosso empreendimento da Usina Boa Vista [Quirinópolis-GO]. Pode-se di-zer que a irrigação com água garante a estabilidade do canavial. Tivemos, em alguns casos, a produtividade au-mentada em 20% a 30% em determi-nadas condições”.

Além das palestras, o Irrigacana ofe-receu um espaço para que os patrocina-dores do evento montassem estandes e apresentassem o que há de mais moder-no em produtos para irrigação no mer-cado. No portfólio da Netafim, foi ex-posta a menina dos olhos da empresa: a irrigação por gotejamento, que, segun-do Marcos Kawasse, gerente comercial de cana-de-açúcar, facilita a aplicação de água e nutrientes, o que resulta em redução de custos.

Na visão dele, o uso de equipamen-tos de irrigação ainda não virou hábito no Centro-Sul por dois fatores. “Um é o desconhecimento e o outro, por achar que é caro”. Kawasse diz que, apesar do in-vestimento considerável, o sucesso alcan-çado no País prova que os projetos dão retorno. “Quando você passa a conseguir um custo menor por tonelada produzida,

vê que o investimento se paga. Por isso, estamos trabalhando forte em divulgação, participando de eventos como estes e di-fundindo nossos produtos”.

O gerente lembra que, após a aquisi-ção da tecnologia, a Netafim oferece o apoio agronômico para a operacionaliza-ção. “Não adianta nada comprar uma Fer-rari e não saber pilotar. O apoio é a chave para poder extrair valor da ferramenta”.

Já Marcelo Ferrero, diretor geral da Raesa Brasil, destaca a importância do seminário, para que se crie uma cultura de irrigação nas áreas produtivas. No Nordeste, onde a empresa atua em 80 mil hectares de cana, com o sistema de Alas Móveis Raesa, a produção supera 100 toneladas por hectare. “Algo que, aqui no Centro-Sul, ainda não conse-guimos. Por isso, eventos como este

são fundamentais, já que a região sem-pre foi considerada um limitante para a venda de irrigação em cana-de-açúcar”.

Para Ferrero, o Centro-Sul se ba-seou, durante muitos anos, no paradig-ma de que não havia respostas econô-micas para o investimento em irrigação, o que está sendo quebrado aos poucos, processo acelerado pelas mudanças climáticas. Ele antecipa que os longos períodos de estiagem irão impulsionar a busca por técnicas que aperfeiçoem o uso da água. Mas recomenda que não haja demora na obtenção das licenças exigidas para isso. “Acredito que, com o trabalho especializado, de empresas acostumadas aos trâmites burocráticos, usinas e fornecedores de cana podem conseguir as outorgas até com certa fa-cilidade, já que, sem elas, os projetos de irrigação não avançam”. RC

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48Destaque VI

Canaoeste participa da Conferência Internacional DATAGRO sobre Etanol e Açúcar

O presidente da Canaoeste, Ma-noel Ortolan, foi um dos pa-lestrantes da 14ª Conferência

Internacional DATAGRO sobre Etanol e Açúcar - um dos principais eventos promovidos no Brasil com o intuito de debater os desafios e oportunidades para o setor canavieiro nacional. Rea-lizado nos dias 20 e 21 de outubro, no Grand Hyatt São Paulo, em São Paulo – SP, o evento reuniu 650 participantes que conferiram as informações expos-tas por 40 palestrantes de 32 países. Autoridades como Gustavo Diniz Jun-queira, presidente da Sociedade Rural Brasileira, e o deputado federal Arnal-do Jardim, que ao fazer um discurso foi muito aplaudido por sua atuação em prol do setor sucroenergético, também participaram do evento.

Ortolan destacou a importância da participação da entidade e dos assuntos abordados no evento para os fornece-dores de cana-de-açúcar e manifestou a preocupação com o setor, elencando vários fatores que contribuíram para a atual situação de crise. “Estamos viven-do um momento muito complicado que é fruto de uma sequência de anos ruins, com custos subindo, renda menor e pro-dutividade caindo. Nós temos assistido ao fechamento de unidades, outras en-trando em recuperação judicial e pro-dutores rurais arrendando as suas terras ou mesmo mudando, quando possível, para outras culturas”, conta o executi-vo, advertindo que a situação poderá se agravar com o término da safra.

“Algumas unidades não estão pagan-do os seus produtores e arrendatários. Eu creio que a hora que fechar a cha-ve da produção do etanol e do açúcar, nós teremos mais usinas fechando, mais problemas com o pagamento e isso não é bom se pensarmos na safra seguinte, pois significa também que com menos

Evento realizado em São Paulo, em outubro, reuniu autoridades e lideranças nacionais e internacionais para discutir o futuro do setor sucroenergético

Andréia Vital

recurso, certamente, os produtores e até mesmo as unidades industriais vão in-vestir menos em insumos e no plantio, comprometendo de certa forma a produ-ção para a safra 15/16”, desabafou ele, advertindo que é necessário a retomada da produção através da produtividade e do preço, o que tem se tornado difícil, pois a agroindústria canavieira tem sido sistematicamente castigada pelo clima. “Este ano a estiagem foi mais forte, transformando a nossa Califórnia brasi-leira no novo sertão de São Paulo, situ-ação que impactou na produtividade”, analisou o presidente, afirmando ainda que, mesmo assim, persiste a esperança fundamentada na demanda do açúcar e possível demanda do etanol possibi-litando a perspectiva de dias melhores para aqueles que conseguirem vencer o momento crítico.

A esperança também pautou a apre-sentação da secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi. Segundo ela, ape-sar da somatória de todos os males que assolam o setor desde 2010, as perspec-tivas são boas para o futuro do setor. “O açúcar cresce a 3,5 milhões de toneladas por ano, o etanol poderá crescer na faixa de 5 a 8 bilhões de litros por ano, a pes-quisa segue forte, temos o nosso progra-

ma Cana, com uma equipe multidiscipli-nar, trabalhando com novas variedades, com a questão sanitária, programas dos institutos de pesquisa que vêm fazendo trabalhos extraordinários. Inovação, bio-farma, mudas pré-brotadas, enfim, pre-cisamos, acima de tudo, é de mirar este futuro, melhorar nossa comunicação e fincar os pés na sustentabilidade”, dis-se ela, afirmando “A esperança é sim a nossa energia alicerçada na fé de que o futuro do nosso etanol e da nossa cana--de-açúcar será brilhante”.

Para Plinio Nastari, presidente da DATAGRO, organizadora da conferên-cia, ficou claro que a crise do setor tem como elementos fundamentais o clima; os impactos advindos da mecanização de colheita e plantio; os impactos da política pública adversa, conforme fi-cou comprovado em painel que discutiu a produção no Brasil. “Existe ainda um estoque de produtividade muito gran-de, a ser incorporado, isso ficou claro, e existem oportunidades para aumento de recuperação de competitividade caso sejam adotadas as medidas e sejam pro-movidas os incentivos e a recuperação de produtividade e eficiência dos ve-ículos que utilizam etanol”, disse ele, explicando que há uma grande expecta-tiva em relação ao que pode ocorrer em

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relação a esta questão. “Não se deseja uma intervenção de Governo ou volta de intervenção de maneira nenhuma, isso ficou claro nos debates, mas o que se busca é uma regulamentação míni-ma, que preserve condições de compe-titividade para que agentes econômicos privados continuem podendo atuar de forma minimamente previsível nesta atividade”, afirmou.

Ao apresentar as estimativas da safra 2014/15, Nastari apontou uma menor oferta de cana em resposta novamente à falta de chuvas, enquanto baixos investi-mentos em renovação impactarão nega-tivamente os canaviais no próximo ciclo. De acordo com a consultoria, estima--se moagem de 550.18 milhões ton. no Centro-Sul. Já a produção de açúcar de-verá ficar em 31,6 mm ton. e de etanol, 24.931 bilhões de litros, sendo 10.520 b/l de anidro e 13.888 b/l de hidratado.

Já a moagem de cana-de-açúcar do Centro-Sul para a safra 2015/16

ficará entre 520 milhões e 560 mi-lhões de toneladas. A tendência é que o mix seja mais alcooleiro, com pro-dução de açúcar projetada entre 29,1 milhões e 31,3 milhões de toneladas com 135 kg ATR/tc.

O presidente da Canaoeste também participou do painel com os presiden-tes dos sindicatos de todo o Brasil, que mostrou que, embora a defasagem da gasolina tenha caído significadamen-te, existe a real possibilidade da re-cuperação da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), como também a possibilidade de re-cuperação do preço da gasolina, não porque esteja defasado, mas porque a Petrobras precisa de uma recuperação em sua capacidade de geração de cai-xa, “Isso deve trazer um fôlego adicio-nal e deve ser positivo para a competi-tividade do etanol justificando, assim, a safra mais alcooleira no ciclo 15/16”, explicou o presidente da DATAGRO, após final do debate.

Na conferência, o presidente da Or-ganização Mundial do Açúcar (ISO em inglês), José Orives, fez uma ava-liação sobre os impactos no mercado de açúcar, pós-extinção das cotas de produção na União Europeia. A região já foi a maior exportadora de açúcar do mundo, transformou-se na maior im-portadora e, neste momento, passa por um processo de grande transformação, com recuperação de oportunidade, de-pois da consolidação que ocorreu e da asfixiação da produção em uma série de países da Europa.

De acordo com dados apresentados, a recuperação ocorre justamente em um momento no qual a União Europeia ca-minha a passo largo na direção da libe-ração das cotas de produção, o que vai trazer consequências não só pelo au-mento da produção de beterraba na Ale-manha, mas também pela produção da glicose do milho, que deve aumentar a sua industrialização. O painel mostrou também que existe uma perspectiva de

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expansão do mercado de açúcar, que deve crescer 41 milhões de toneladas até 2023, sendo que cerca de 10 mi-lhões de toneladas deverão ser providos pelos produtores brasileiros.

Com coordenação da presidente da UNICA (União da Indústria da Cana--de- Açúcar), Elisabeth Farina, e par-ticipação de diretores e presidentes de usinas como São Martinho, Guarani, Copersucar, Biosev e Raízen foi dis-cutido também no evento o futuro do etanol hidratado. O painel mostrou que existe um consenso sobre a importância do mercado de hidratado e do potencial de crescimento do mercado de etanol como um todo. Também foi destacado o potencial deste mercado em outras geo-grafias, além do Brasil, e a perspectiva de que continuará crescendo por conta da expansão projetada das demandas de combustível nas geografias e principal-mente na Ásia.

Ao falar das perspectivas para o mercado de etanol, Pedro Mizutani, vice-presidente da Raízen, destacou os avanços da empresa na produção de etanol de segunda geração. O executi-vo ressaltou que o conhecimento é es-sencial para a fabricação do 2G e que a equipe envolvida neste novo negócio da Raízen fez treinamento no Canadá. Na ocasião, mostrou vídeo da obra da fábrica da Raízen, que deverá iniciar as operações comerciais até o final do ano.

A questão da comunicação do setor com a sociedade foi outro tema abor-dado na conferência. Os jornalistas Heródoto Barbeiro, Mariana Godoy, o diretor do Núcleo de Estudos do Agronegócio, da ESPM São Paulo, José Luiz Tejon, e o editor-chefe da revista IstoÉ, Luiz Fernando de Sá, falaram sobre a consciência da popu-lação em relação ao etanol e ao açú-car. De acordo com eles, é necessário trabalhar mais ativamente os canais de comunicação, não apenas para esti-mular o consumo de etanol e também de açúcar, como também desmitificar o setor que tem contribuído muito para o meio ambiente para o desen-volvimento das pequenas cidades e para a economia do Brasil.

Já o painel sobre emissões e meio ambiente deixou a mensagem de que a comunidade científica internacio-nal acredita nos biocombustíveis, na biodiversidade como solução para a humanidade para controlar os efeitos da mudança climática e os efeitos do aquecimento global. Neste sentido, o vice-presidente da ANFAVEA (Asso-ciação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Henry Jose-ph Jr, também afirmou o interesse da indústria automotiva e da engenharia nacional, na possibilidade de desen-volver tecnologia mais avançada para utilização do etanol, seja para veículos flex, hídricos ou células a combustível.

O atual momento dos mercados fi-nanceiros fez parte da explanação de Alexandre Figliolino, diretor do Itaú BBA, que deu um panorama sobre a situação dos 65 grupos do setor sucro-energético que compõem a carteira do banco, e afirmou que a dívida aumentou 15%, passando de R$ 39.171 mm da safra 2012/13 para R $ 44.936 mm, na safra atual. Já o chefe do departamento de biocombustíveis do BNDES, Carlos

Eduardo Cavalcanti, contou que o ban-co de fomento, desde 2008, já liberou R$ 37 bilhões ao setor sucroenergético, sendo R $ 6,9 bi no ano passado. Ele afirmou também que foram financiados 100 projetos de greenfields e expan-sões, o que representou mais de 50% do crescimento da moagem entre 2006 e 2014. “O apoio atinge mais de 130 gru-pos econômicos”, disse ele.

O evento foi encerrado com o pai-nel Tecnologia e Inovação, que contou com a participação de Celso Procknor, presidente da Procknor Engenharia e de Antonio Zem, presidente da FMC, que palestrou sobre a otimização do custo da ATR.

“Temos o desafio de fazer com que a sociedade entenda que este setor é muito mais do que simplesmente pro-duzir energia limpa e renovável”, fina-lizou Nastari, lembrando que a próxi-ma edição da conferência acontecerá nos dias 22 e 23 de setembro de 2015, não será em outubro, porque no ano que vem terá Sugar Dinner, em São Paulo – SP, avisou.

Após a conferência, no dia 22 de outubro, foi rea-lizada o 4º Business Round Apla/Datagro, promovido pelo Projeto Brazil Sugarca-ne Bioenergy Solution, par-ceria entre o Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool) e Apex-Brasil (Agência Bra-sileira de Promoção de Ex-portações e Investimentos).

As 30 empresas brasileiras partici-pantes puderam demonstrar seus pro-dutos, tecnologia, máquinas e equipa-mentos para 23 representantes de 11 países. Neste dia forma realizadas 412 reuniões, que geraram US$ 55 milhões em oportunidades de negócios para os próximos doze meses.

Para o diretor executivo da Associa-ção dos Produtores de Açúcar (Apa-mo), do Moçambique, João José Paulo

4º Apla/Datagro Business Round

Jeque, foi importante a participação de sua entidade nas rodadas de negócio. “Esta é uma oportunidade muito feliz para nós, pois estamos num processo de transição e, nas rodadas, podemos co-nhecer quem poderá nos fornecer tec-nologia para a diversificação de nossos produtos”, explica. Recentemente, o governo moçambicano comunicou as premissas para a criação do ambiente macroeconômico e legal para a produ-ção de etanol e energia no país.

Destaque VI

RC

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51Destaque VII

Canaplan estima moagem de 544 milhões de toneladas na safra 2014/15 do Centro-Sul

A safra 2014/15 deverá terminar com um volume de 544 milhões de toneladas de cana-de-açúcar

processadas, 52,94 milhões de tonela-das a menos do que a produção da safra passada, que foi de 596,94 milhões de toneladas no Centro-Sul. A estimati-va foi feita pela Canaplan durante a 2ª Reunião Anual da consultoria, realizada em outubro, no Centro de Cana – IAC, em Ribeirão Preto – SP.

De acordo com dados projetados pela empresa, 57% da matéria-prima será destinada à produção de etanol, com volume de 24,8 bilhões de litros e, os outros 43%, para a produção de açúcar, que deverá ser de 30,8 milhões de toneladas. O preço baixo da com-modity é a justificativa para que o mix seja mais alcooleiro. Já a produtividade deverá ser de 73 toneladas por hectare e o ATR ficará em 136 kg por tonelada de cana.

“Quem olha a seca de 2014 imagina quedas muito maiores e só não foram porque, embora tenha tido deficit hí-drico, em 2013, no final da primavera e começo de verão ocorreram muitas chuvas, o que ajudou a sustentar o de-sastre que foi 2014, caso contrário teria sido pior”, explicou Luiz Carlos Côrrea de Carvalho, diretor da Canaplan.

Queda de 8,87% em relação ao ciclo 2013/14 só não será maior devido à resiliência da cana-de-açúcar, afirma consultoria

Andréia Vital

Opinião compartilhada com o diretor do Condomínio Agrícola Santa Izabel, Paulo Roberto Rodrigues. “Ninguém imaginava que fosse ter uma escassez de água tão grande quanto essa e eu acho que produziu muito bem, face a pouca chuva que tivemos. E isso é para mim a maior surpresa desta safra, o que com-prova a resistência da cana”. Já Marinho Ortiz Gandini, da Usina São Martinho, credita à estiagem - a maior nas 43 sa-fras em que ele atuou - quebra de 15%. “Tivemos aumento de 6% no ATR, o que nos dá uma redução de 10% na tonelada de açúcar por hectare”, afirmou Gandini.

Para Carvalho, o setor vive um ciclo de baixa produtividade, impulsionado pela severa seca enfrentada no atual ano, que será quebrado somente com a ajuda

de muita tecnologia e inovação. A safra 14/15 também é marcada pela dispersão de dados, por exemplo, ocorreram quedas na produtividade agrícola em algumas re-giões, como Piracicaba-SP e Araçatuba--SP, ao contrário de outras regiões, que conseguiram recuperação como em Mato Grosso do Sul e Goiás, que não sentiram tanto as intempéries climáticas.

O baixo índice de renovação de cana-viais, o clima de 2014, o fechamento de muitas usinas e outras, em recuperação judicial, falta de políticas públicas, endi-vidamento maior, dificuldade de acesso aos créditos e alto nível de falta de segu-rança prejudicam uma retomada mais ágil da agroindústria canavieira, afirma ele.

Além disso, o setor enfrentará uma nova fase com a queda do preço do pe-tróleo, baixo crescimento global e crises graves na Rússia, Oriente Médio e outros países, inclusive no Brasil, alerta o con-sultor, que adverte que mesmo que o cli-ma seja normal em 2015, “o buraco será mais embaixo” devido às dívidas maio-res, canavial velho e gestão complexa. “Não há nenhuma projeção de cenário de milagre para 2015. A tendência é que a safra 15/16 seja menor do que a 14/15, mas o tanto que ela será menor dependerá das chuvas”, alega o empresário. Luiz Carlos Côrrea de Carvalho,

diretor da CanaplanPaulo Roberto Rodrigues, diretor do Condomínio Agrícola Santa Izabel

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Brasil influenciará no preço do açúcar

Endividamento do setor cresce Delta sucroenergética atinge as metas

Gareth Forber, representante da LMC Internacional, uma consulto-ria estrangeira do setor de agrone-gócios, lembrou que nos últimos quatro anos, ocorreram superavit no mercado de açúcar, com um acrésci-mo de 25 milhões de toneladas aos estoques globais, o que mantém as demandas para a importação baixas e os preços também. Mas este cenário deverá mudar já que na Safra mun-dial, iniciada em outubro de 2014 até setembro de 2015, a produção cairá em relação ao ciclo anterior, o que representará um deficit de 1,5 milhão de toneladas.

De acordo com Forber, esse deficit, o primeiro em cinco anos, refletirá no preço da commodity quando os estoques baixarem, embora possam reagir antes, caso a safra no Brasil seja menor, con-forme prevê a Canaplan. “Nossa previ-são é que o Brasil moa de 560 a 565 mi-lhões de toneladas em 2015 e a produção de açúcar seja de 31,4 milhões de tone-ladas, volumes muito maiores do que a previsão que vi aqui”, alertou ele admi-tindo que em 2016 a produção deverá ser menor. “Os preços baixos estão criando dificuldades para muitas empresas do mundo inteiro, o que deverá levar a uma oferta muita mais baixa no futuro”.

O diretor comercial do Itaú BBA, Alexandre Figliolino, deu um panorama sobre a macroeconomia e a econômico--financeira do setor sucroenergético e admitiu, na ocasião, que a dívida líquida do segmento foi de R$ 44.936 bilhões no ciclo 2013/2014, 15% a mais do que a dívida da safra anterior, que era de R$ 39.171 bilhões. Já a dívida por tonelada de cana moída passou de R$ 104 para R$ 105 e os custos de produção aumentaram 10%, passando de 38.969 na safra passa-da para 42.892, na atual. A amostragem foi feita com base nos 65 grupos sucro-alcooleiros presentes na carteira do Itaú BBA, que corresponde a 72% da moa-gem do Centro-Sul, com capacidade de 428 mm de toneladas.

“Por mais que tenha sido fundamental para a deterioração do setor a total au-sência de definição de políticas públicas, sem dúvida as questões climáticas e a mecanização acelerada das atividades de colheita e plantio, aliadas à má gestão e planejamento em uma parte significante do setor, também tem seu papel de res-ponsabilidade no tamanho da crise que vivemos”, avaliou o bancário.

De um modo geral, o especialista acredita que bons ventos voltarão a to-car em direção ao setor com melhora no preço do açúcar, aumento da gasolina e retorno na CIDE (Contribuições de In-

Gareth Forber, representante da LMC Internacional

Alexandre Figliolino, diretor comercial do Itaú BBA Antonio Eduardo Tonielo,

Virginia e Robert Lyratervenção no Domínio Econômico), mas é preciso estabelecer regras. A cogeração é a bola da vez do setor, além de uma série de outros agregadores de valor es-tarão no radar do setor, pois são muito importantes para aumentar a continuida-de das empresas e baratear diretamente o custo de produção do açúcar e do etanol.

O executivo revelou também que há um movimento de consolidação devido a enorme disparidade de resultados e ní-vel de endividamento no setor, que fará empresas bem estruturadas do ponto de vista operacional e com capacidade de alavancagem financeira, absorverem outras em dificuldade com as quais haja bom ganho de sinergias na empresa re-sultante da aquisição/fusão. Também existe a tendência que investidores es-trangeiros estejam interessados no setor sucroenergético brasileiro e visem par-cerias com grupos já estabelecidos.

Completando dois anos de criação em outubro, após cisão das usinas do Grupo Carlos Lyra, a Delta Sucroenergia está cumprindo suas metas e todos estão satis-feitos, conta seu presidente Robert Lyra, que participou da reunião da Canaplan.

De acordo com o empresário, apesar do contexto global não ajudar, com a defasagem de preço e questão climática, que poderá comprometer a safra futura, a Delta deverá moer neste ciclo 9,6 mi-lhões de toneladas, (com 200 toneladas de cana bis), contra 9,8 milhões de tone-ladas processados na safra passada.

Cerca de 14% do canavial da usina foi renovado, contou Lyra, afirmando que o objetivo agora é buscar produti-vidade alta em um canavial mais velho. Atualmente, a produtividade na usina Delta é de 80 toneladas por hectare.

Destaque VII

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O caminho do etanol

Futuro do setor será brilhante, diz Mônica Bergamaschi

Ao explanar sobre o mercado de combustíveis no País, Rodrigo Cáo Pi-res, da Petrobras, afirmou que dentro do cenário da estatal não há previsão de investimentos para a produção de gasolina e sim somente para refinarias de diesel. Embora tenha admitido que o Ciclo Otto (ciclo termodinâmico uti-lizado nos principais modelos de mo-tores de combustão interna) demanda-rá mais etanol nos próximos anos, o que provocou um questionamento do diretor executivo da Bioagência, Tar-cilo Rodrigues. “Tenho a impressão que neste País algumas partes não se falam, porque se o planejamento da Petrobras diz que quem vai suprir o Ciclo Otto é etanol, então isso deve-ria nortear os investimentos dentro da

Petrobras”, alega, “mas não, pelo que vimos, a maior empresa do Brasil vai produzir diesel, com a capacidade de refino de gasolina estagnada, e ao mes-mo tempo não tem oferta de etanol, isso significa que estamos caminhando para o caos”, disse ele indignado.

Rodrigues alega também que mes-mo que se tivesse um “lampejo de na-cionalidade” e se decretasse a volta da CIDE e que teria uma equiparação de preços internacionais da gasolina no Brasil, levaria no mínimo quatro anos para o setor sucroenergético sanar seus problemas e poder reagir à demanda. “O produtor está fazendo a sua lição de casa todo dia, acorda e dorme pensan-do em redução de custos e está ao lado do pessoal de tecnologia, mas não está aqui a solução”, diz ele. “Há uma des-conexão total neste processo de abaste-cimento neste País, porque se não vai ter etanol e não tem capacidade de refi-no de gasolina, nós vamos virar o maior importador de gasolina do planeta, dei-xar o nosso lar sujo e as usinas paradas, olha o contrassenso”, analisa.

“Infelizmente estamos vivendo uma utopia, um negócio surreal, não é só

uma questão de preço. A gente preci-sa de muito mais, de um planejamento estratégico de longo prazo, saber sen-tar com produtor, Petrobras e Governo com vontade de resolver o problema, sem isso nós vamos ficar ouvindo his-tória”, conclui o diretor.

Durante a reunião, as empresas BASF, John Deere, Antoniosi, Bayer, FMC, Syngenta, DuPont e GAtec mos-traram suas tecnologias para o setor sucroenergético. O próximo encontro da Canaplan deverá ocorrer em abril de 2015, quando a consultoria dará as pro-jeções para a safra 15/16.

Para a secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, que marcou pre-sença na reunião da Canaplan, o futuro do setor sucroenergético será brilhante. “Só não consigo ter a mínima noção de quando este futuro tardará para chegar, mas fazendo uma rápida análise, não podemos olhar para frente sem avaliar o que está acontecendo hoje e o que aconteceu no passado”, disse lembran-do que o setor sucroenergético sempre soube responder às suas grandes de-mandas e já enfrentou outras crises.

“É bem verdade que essa é uma cri-se muito diferente das outras, porque você tem aspectos políticos externos interferindo na performance e nós já estamos deixando pedaços importan-tes pelo caminho”, ressaltou a secretá-

ria, afirmando que a falta de confiança geral marca o momento atual, então é necessária uma mudança de ânimos, com o restabelecimento da segurança no setor para que a retomada se inicie e os investimentos retornem. “Então temos que caminhar para frente, olhar para frente, nós sentimos todas as dores de não crescer, agora queremos sentir as dores de crescer, então temos a cons-ciência da necessidade de crescer com sustentabilidade e crescer com susten-tabilidade necessariamente passa pela utilização de energias limpas, de ener-gias renováveis”, pontuou.

Ao ser questionada sobre se manter na pasta na próxima gestão de Geral-do Alckmin, reeleito como governador de São Paulo, Mônica alegou que tem muito a fazer até o final do ano. “Nós

ainda temos este mandato com muito trabalho a fazer e é isso que estamos cuidando”, alegou ela, explicando que o período eleitoral é marcado por res-trição em relação a muitas ações que o Governo deveria fazer, por isso “há muito ainda o que fazer até o final do ano, depois a gente vê isso”.

Manoel Ortolan, Walter Biagi, da Biosev, Marcos Landell, IAC e Paulo Carvalho do Grupo Colorado

Mônika Bergamaschi, secretária de Agricultura e

Abastecimento do Estado de São Paulo

Tarcilo Rodrigues, diretorexecutivo da Bioagência

RC

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Revista Canavieiros - Novembro de 2014

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Eventos de novembro de 2014WORkshOP EFiCiêNCiA ENERGétiCA

Data: 02/12/2014 hora: 8h às 11h30 Local: Auditório Senai Sertãozinho Realização Centro de treinamento sENAi – “Ettore Za-

nini”

iii simPósiO DE AGRONEGóCiO E GEstãOData: 4, 5 e 6 de dezembro hora: 7h às 19hLocal: Campus da Esalq/Usp – Av. Pádua Dias, 11 – São

Dimas – Piracicaba/SP.informações sobre inscrições: (19) 3375-4251 / 3377-

0940 / [email protected] ou acesse www.evento-sim.org.br

13º sEmiNÁRiO sOBRE PRODutiviDADE & REDuçãO DE CustOs

Data: 03 a 04 de dezembroinscrições: Até o dia 02 de DezembroLocal: Centro de Cana IAC Endereço: Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, Ri-

beirão Preto-SP.

CuRsO DE iNsEmiNAçãO ARtiFiCiAL CRv LAGOA

Tipo de Evento: Curso / TreinamentoData: 08/12/2014 a 12/12/2014Cidade: Sertãozinho-SPLocalização do Evento: CRV Lagoasite: www.crvlagoa.com.brtelefone: 016 2105.2299E-mail: [email protected]

CuRsO DE CAsQuEAmENtO PREvENtivO E CORREçãO DE APRumOs Em BOviNOs

CPT Cursos PresenciaisData: 16/12/2014 a 18/12/2014Cidade: Viçosa-MGLocalização do Evento: Unidade de Ensino CPT Cursos

Presenciaisinformações com: CPT Cursos Presenciaissite: http://www.cptcursospresenciais.com.brtelefone: (31) 3899.8300E-mail: [email protected]

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Revista Canavieiros - Novembro de 2014

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Queima de Palha de Cana-de-açúcarmais uma vitória importante no Tribunal de Justiça de São Paulo

Estimados produtores de cana-de-açúcar, o Depar-tamento Jurídico da Ca-

naoeste, defendendo um de seus inúmeros associados, obteve mais uma vez no último dia 06 de novembro de 2014, importante e favorável decisão proferida pela 1ª Câmara Reservada do Meio Ambiente, nos autos da Apelação n. 0008016-75.2010.8.26.0459, que reconheceu a aplicação da Lei Estadual n. 10.547/2000, al-terada pela Lei n. 11.241/2002, regulamentadas pelo Decreto n. 47.700/2003, em detrimento da legislação utilizada pela CE-TESB (Lei n. 997/1976 e Decre-to n. 8.468/1976).

Parece óbvio, em termos jurí-dicos, que em se tratando de in-cêndios ocorridos em canaviais, deve a legislação específica cria-da (Lei n. 11.241/2002) definir as eventuais penalidades a in-correr sobre os infratores. Mas, na prática, não é o que entende a CETESB (Companhia Ambien-tal do Estado de São Paulo), que sempre adotou uma questionável legislação datada do ano 76 (se-tenta e seis), do século passado.

As penalidades desta úl-tima legislação partem de 5.001 UFESPs, o que equivale hoje a aproximadamente R$-100.720,00, INDEPENDENTE DA ÁREA QUEIMADA, o que não precisamos dizer ser total-mente desproporcional ao even-tual dano ocorrido e, consequen-temente, sem razoabilidade a lhe legitimar constitucionalmente, significando, ainda, CONFIS-CO com determinados casos. No caso analisado, por exemplo,

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

Assuntos Legais

a multa aplicada pela CETESB foi de 7.500 (sete mil e quinhen-tas) UFESPs ou cerca de R$-151.050,00 (cento e cinquenta e um mil e cinquenta centavos) em uma área atingida pelo fogo de 25 (vinte e cinco) hectares.

Entendeu o Tribunal de Justiça de São Paulo, no corpo da refe-rida decisão, que a multa a ser aplicada, pela queimada dos 25 hectares de cana, deve observar sempre o artigo 15, do Decreto Estadual n. 47.700/2003, decre-to este que regulamenta a lei de queima (Lei n. 10.547/2000), que fixa a multa em 30 UFESPs por hectare queimado, o que atinge hoje cerca de R$-15.105,00.

Referida decisão, aliás, é his-tórica, pois proferida pela 1ª Câ-mara Especial do Meio Ambien-te do Tribunal de Justiça de São Paulo, reconhecendo pela primei-ra vez a aplicabilidade da legis-lação especial de queima contro-lada para as multas decorrentes de eventuais regularidades, em detrimento de legislação estranha ao tema, o que foi, certamente, o desejo político da sociedade quando da promulgação da Lei n. 10.547/2000.RC

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Revista Canavieiros - Novembro de 2014

56Informações Setoriais

Chuvas de outubro e previsões climáticas para novembro/14 a janeiro/15

Quadro 1: Chuvas observadas durante o mês de OUTUBRO de 2014.

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

A média das chuvas de OUTUBRO de 2014 (39mm) foi muito inferior a da média históri-ca (114mm) e as do mês de OUTUBRO de 2013 (112mm). Merece lembrar que, na região de abrangência CANAOESTE, entre os meses de ja-neiro a outubro deste ano, comparativamente ao mesmo período de 2013, ocorreram desvios nega-tivos de chuvas em quase todos os meses, exceto em abril e julho. Vide Quadro 2.

O mapa 1 mostra que, entre os dias 13 a 15 (meados) de outu-bro, a DAAS (Disponibilidade

de Água no Solo), com poucas exce-ções, apresentava-se em nível crítico em quase toda faixa Centro-Norte do Estado de São Paulo. O mapa, logo à direita, mostra brusco diferencial nega-tivo de DAAS, três-quatro dias depois, incluindo a faixa Centro-Sul do Estado.

Os Mapas 2 e 3, correspondentes aos finais de outubro de 2013 e 2014, apre-sentam certa semelhança entre as DA-AS-Disponibilidades de Água no Solo, quando se observa a metade Centro--Oeste do Estado. O diferencial foi que, em 2013, ocorreram melhores volumes de chuvas na faixa Centro - Sul de São Paulo. O mapa 3, mostra que três dias

antes (26 a 29) toda faixa Sudoeste do Estado também estava em condição crí-tica de água no solo.

Os artigos mensais de Informações Climáticas contam com o trabalho di-ário de anotações de chuvas dos Escri-tórios Regionais e, neste mês, conden-sados em Pitangueiras. Estes dados são disponibilizados diariamente pelo site Canaoeste e as suas médias mensais e as normais climáticas são aqui apresen-tadas no Quadro 2.

Os dados do Quadro 2 mostram, no destaque do canto inferior direito, as expressivas diferenças observadas entre os totais dos meses de janeiro a outubro de 2014 e 2013. Em 2013, o acumulado das médias mensais das chuvas foi pra-

ticamente igual ao das normais climá-ticas. Entretanto, o acumulado das mé-dias mensais das chuvas em 2014 está sendo praticamente a metade da soma das normais climáticas, mesmo com a sua redução em 100mm, provocada pe-las menores chuvas durante este ano.

Estas normais climáticas (1.111mm, em 2013 e 1.020mm, em 2014) se mos-tram diferentes em função das ponde-rações das médias históricas (normais climáticas) nestes dois anos, devido principalmente, pelos meses de janeiro e março.

Para planejamentos próximo-futu-ros, a Canaoeste resume o prognósti-co de consenso entre INMET-Instituto

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 13 a 15 de outubro de 2014Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao

final de outubro 2013.

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Revista Canavieiros - Novembro de 2014

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Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

OBS:- Normais climáticas (ou médias históricas) correspondem as dos locais enumerados de 1 a 9 e do Centro de Cana IAC - Ribeirão Preto.

Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de outubro de 2014.

Mapa 4:- Elaboração CANAOESTE do Prognóstico de Consenso entre INMET-INPE para novembro(final)

2014 a janeiro 2015

Quadro 2:- Somas das chuvas mensais de JANEIRO a OUTUBRO de 2013 e 2014 anotadas pelos Escritórios Regionais; bem como, as respectivas médias mensais e normais climáticas.

Nacional de Meteorologia e INPE-Ins-tituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses novembro (final) 2014 a janeiro 2015, como descrito abaixo e ilustrado no Mapa 4:

• Nestes meses, as temperaturas ten-dem a ser próximas a acima das respec-tivas normais climáticas para toda Re-gião Centro-Sul do Brasil;

• Pelo consenso climático INMET--INPE, as chuvas poderão ocorrer com iguais probabilidades para as três

categorias (acima, próxima e abaixo das normais climáticas) em todas as Regiões Centro-Oeste e Sudeste. Na Região Sul, as chuvas poderão ficar entre próximas a acima das respec-tivas médias (até a região litorânea paulista), exceto na faixa norte do Estado do Paraná, que podem ser pró-ximas aos dos demais estados das re-giões acima;

• Tendo como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas das chuvas em Ribeirão Preto e municípios

vizinhos são de 170mm em novembro e 270mm em dezembro e janeiro.

A SOMAR Meteorologia, pelos mo-delos climáticos que utiliza, prevê que as chuvas nesta primavera serão irre-gulares em volumes, períodos e locais em quase toda área sucroenergética da Região Centro-Sul. Por exemplo, em dezembro as chuvas poderão ser mais concentradas durante a primeira quin-zena. Ainda, tomando-se com referên-cia os mesmos modelos climáticos, a SOMAR prevê que para os meses de verão apenas janeiro (mais na segunda quinzena) poderá ser mais chuvoso.

A Canaoeste recomenda especial atenção aos produtores de cana que, pelas atuais previsões, não se “fiem” na quinzena final de março e na primeira de abril para efetuarem seus plantios de cana. A Canaoeste estará sempre atenta, com previsões mais confiáveis possí-veis e com as antecedências necessárias aos planejamentos de plantio.

Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Cana-vieiros. Fatos climáticos relevantes se-rão noticiados em www.canaoeste.com.br e www.revistacanavieros.com.br.

Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste.RC

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Revista Canavieiros - Novembro de 2014

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Sistematização de Áreas e Preparo de Solo

A colheita mecanizada da cana--de-açúcar é considerada uma tendência natural do setor su-

croenergético. Dessa forma, existe a necessidade de alterações no modelo estabelecido de implantação de manejo dos canaviais, solucionando ou atenu-ando os problemas relacionados ante-riormente, como rendimento de máqui-nas e queda de produtividade.

A sistematização de uma área está relacionada diretamente com o rendi-mento operacional das máquinas, nas mais variadas operações, incluindo a colheita, pois a sistematização vai determinar o percurso destas opera-ções e consequentemente as mano-bras necessárias.

Entende-se também uma sistemati-zação adequada o melhor preparo do solo, com uniformidade da profundida-de e um razoável nivelamento do ter-reno, sendo que as ações possibilitam uma sulcação uniforme e perfeito pa-ralelismo. Neste processo é importante que as linhas de sulcação sejam bas-tante alongadas e com menor número possível de matações, uma vez que com isso irá reduzir as manobras das máqui-nas, conseguindo atingir um maior ren-dimento na colheita.

O planejamento da base física de

uma fazenda ou gleba de plantio de cana-de-açúcar é uma das ferramen-tas de mais baixo custo e de grande impacto nas operações motomeca-nizadas. Dentre os procedimentos, o planejamento da sulcação é o que traz resultados imediatos, pois aumenta o rendimento das operações, ao mesmo tempo em que reduz os custos. Pra-ticamente todas as operações do sis-tema de produção da cana-de-açúcar seguem as linhas de plantio para a cultura (plantio em nível).

Sobre a sulcação da área é necessá-

rio sempre pensar em linhas contínuas

André Volpe, Engenheiro Agrônomo da CanaoesteBreno Henrique de Souza, Engenheiro Agrônomo da Canaoeste de Descalvado

Artigo Técnico

Breno de Souza André Bosch Volpe

(menor número de sulcos mortos). Com isso haverá uma redução do número de manobras necessárias para todas as operações mecânicas, sejam de plantio mecânico ou manual, aplicação de de-fensivos, cultivo de soqueiras e colheita mecânica. O sucesso da sulcação de-pende de grande parte do tipo de solo, declividade, sistema conservacionista, estruturas de conservação e o tipo de preparo de solo.

As técnicas de sistematização de solo têm o objetivo de melhorar a conserva-ção e minimizar as erosões, da mesma forma que permite a melhor infiltração e distribuição de água no solo.

A locação de estradas e carreadores deve ser apropriada para se conseguir um tráfego na área sem nenhum com-prometimento operacional. É preciso também que as estradas e carreado-res permitam a movimentação fácil a todos os pontos da propriedade, em qualquer época do ano. Para isso precisam estar bem alocadas ou dis-postas, precisam ser bem construídas e estarem bem conservadas. Em algu-mas propriedades não é esta a situa-ção que encontramos. Muitas vezes, recebem água das glebas vizinhas que correm sobre elas provocando erosão, dificultando o tráfego e encarecendo os trabalhos de manutenção.

Para a implantação de um canavial,

inicialmente se deve fazer o plane-jamento da área, bem como subdivi-dir os talhões e alocar os carreadores primários e secundários. Geralmente os talhões de cana são subdivididos quanto à topografia e homogeneidade do solo e apresentam em média 10 a 20 hectares. Devem-se escolher áreas sem a presença de árvores, cercas, tocos e pedras que venham a impedir o rendi-mento das operações.

Os terraços (curva de nível) são

considerados práticas conservacionis-

tas que reduzem o volume e a veloci-dade da água da enxurrada através da presença de um obstáculo físico (ram-pa). O tipo adequado de terraço a ser implantado em determinada área deve ser escolhido com base na análise das características da chuva (quantidade, intensidade, duração e frequência) e do solo (profundidade, textura dos ho-rizontes e permeabilidade). O conhe-cimento destes elementos permite que selecione o tipo de terraço mais apro-priado à sua situação. A seleção do tipo de terraço mais eficiente para o contro-le da erosão que menores transtornos causam ao agricultor durante as ope-rações agrícola é feito de acordo com a topografia do terreno, as caracterís-ticas do solo, as condições climáticas, da cultura ser implantada, o sistema de cultivo utilizado e a disponibilidade de máquinas na propriedade.

A diversidade de solos ocupados para o cultivo de cana de açúcar e as di-ferentes características de manejo ado-tadas regionalmente possibilitam uma série de combinações de máquinas, implementos e operações distintas de preparo de solo. Escolher o sistema de preparo que atenda às condições eda-foclimáticas específicas de cada área é fundamental para o sucesso do cultivo de cana-de-açúcar. Além destes fatores, a intensificação da mecanização, princi-palmente na colheita, trouxe novas ca-racterísticas ao ambiente de produção, como a alta presença de palha e aumen-

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Revista Canavieiros - Novembro de 2014

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Figura 1: Área anterior ao dimensionamento (sistematização):

Fonte: AL GAZON Consultoria e Assessoria Ltda.

Figura 3: Sulcação em Nível: Fonte Jairo Mazza

Figura 4: Sulcação Reta: Fonte Jairo Mazza

Figura 2: Área após o dimensionamento (sistematizada):

Fonte: AL GAZON Consultoria e Assessoria Ltda.

to de zonas de compactação em subsu-perfície, que devem ser considerados para a escolha do sistema de preparo de solo adequado.

O preparo do solo deve ser visto

como uma estratégia de manejo, pois é neste momento que se tem a oportu-nidade de realizar as correções neces-sárias em diversos aspectos, sejam eles ligados à química, física ou biologia do solo. Desta forma, seguem 3 sistemas de preparo de solo, descrevendo suas características e em quais situações adotar cada sistema.

O preparo convencional é caracteri-

zado pelo intenso revolvimento do solo, realizado através de diversas operações subsequentes. Neste tipo de preparo a utilização de gradagens sequenciais é comum, seguida de uma aração ou sub-solagem e finalizada por uma operação de nivelamento do solo. Esta modali-dade de preparo possibilita a correção química do solo nas camadas mais pro-fundas com a incorporação de insumos, assim como a quebra do ciclo de pragas de solo e plantas daninhas.

O preparo mínimo, também muito utilizado na cultura canavieira, con-siste na eliminação da soqueira antiga por meio da dessecação (aplicação de herbicida), seguida por uma ou duas subsolagens, a fim de romper as cama-das de compactação em subsuperfície, possibilitando uma melhor penetra-ção das raízes para o próximo ciclo da cultura. Este sistema de preparo é indicado quando os aspectos químicos em profundidade estão dentro dos pa-drões (V% > 30) e não há existência de pragas de solo (Sphenophorus l. e Migdolus f.) na área.

O plantio direto tem como princípio o não revolvimento do solo, mantendo sua estrutura inalterada. Desta forma, a eliminação da soqueira é realizada atra-vés da dessecação e nenhuma operação de preparo é realizada. Para a adoção deste sistema, o solo deve estar com uma boa fertilidade em subsuperfície e livre de zonas de compactação, além de não estar infestado com pragas de solo.

A figura abaixo relaciona os aspec-tos químicos, físicos e biológicos com os três tipos de preparo descritos acima, indicando quando cada sistema de pre-paro pode ser utilizado e quais caracte-rísticas restringem o uso dos sistemas.

Os três fatores considerados são: V% na camada de 25 a 50 cm, compactação (resistência à penetração) e presença de pragas de solo (Sphenophorus l., Mig-dolus f. e nematoides).

A reforma do canavial deve ser encarada como uma oportunidade. É o momen-to de planejar, repensar e realizar as correções necessárias, pensando sempre nas possíveis demandas que possam surgir durante o período de cultivo do canavial. Neste contexto, a sistematização e o preparo de solo são fundamentais e, quando bem planejados, possibilitam o aumento de rendimento operacional (redução de custos), melhor aproveitamento da água e diminuição das zonas de compactação, refletindo em maior longevidade e aumento de produtividade do canavial.

A equipe de agrônomos da Canaoeste está preparada para esclarecer as dúvidas pertinentes ao assunto e auxiliar no planejamento para a sistematização das áreas de reforma e preparo de solo.

RC

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Revista Canavieiros - Novembro de 2014

60Safra

Acompanhamento da safra 2014/2015

Thiago de Andrade SilvaGestor de Planejamento, Controle

e Topografia da Canaoeste

Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste das Safras 2013/2014 e 2014/2015

Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste, até a 2ª quinzena de outubro, da Safra 2013/2014.

A seguir são apresentados os dados obtidos pelos fornecedores de cana até a 2ª quinze-na de outubro, referentes à Safra 2014/2015,

em comparação com os da Safra 2013/2014, no mesmo período. Na Tabela 1 encontra-se o ATR

médio acumulado (kg/tonelada) do início da safra até a 2ª quinzena de outubro desta Safra em com-paração com o obtido na Safra 2013/2014, sendo que o ATR da safra 2014/2015 está 6,22 Kg acima do obtido na Safra 2013/2014 no mesmo período.

Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2014/2015 e 2013/2014Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2014/2015 e 2013/2014

Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste, até a 2ª quinzena de outubro, da Safra 2014/2015

As tabelas 2 e 3 contêm detalhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas safras 2013/2014 e 2014/2015, respectiva-mente, no período de abril a agosto de 2014.

O gráfico 1 contém o comporta-mento do BRIX do caldo da Safra 2014/2015 em comparação com a Safra 2013/2014.

O BRIX do caldo da Safra 2014/2015 fi-cou equiparado no mês de março e na 2ª quinzena de maio, ficando acima no mês de abril, na 1ª quinzena de maio, nos meses de junho, julho, agosto, setembro e outu-bro com maior acentuação a partir da 2ª quinzena de junho em relação ao da Safra 2013/2014. Na média, o BRIX do caldo obtido nesta safra está 5,7% supe-rior ao da safra 2013/2014.

O gráfico 2 contém o comportamen-to da POL do caldo na Safra 2014/2015 em comparação com a Safra 2013/2014.

Pode-se observar que a POL do cal-do apresentou o mesmo comportamen-to do BRIX do Caldo, sendo que na média, nesta safra de 2014/2015, a POL do caldo está 4,8% superior a da safra 2013/2014.

O gráfico 3 contém o comportamento da Pureza do caldo na Safra 2014/2015 em comparação com a Safra 2013/2014.

Page 61: Edição 101   novembro 2014 - pragas sob controlet

Revista Canavieiros - Novembro de 2014

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Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2014/2015 e 2013/2014 Gráfico 4 – Comparativo da Fibra da cana

Gráfico 5 – POL da cana obtida nas Safras 2014/2015 e 2013/2014 Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2014/2015 e 2013/2014

Page 62: Edição 101   novembro 2014 - pragas sob controlet

Revista Canavieiros - Novembro de 2014

62Safra

Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica por Trimestre, em 2013 e 2014.

Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada em 2013 e 2014

A Pureza do caldo da Safra 2014/2015 ficou muito abaixo da obtida na Safra 2013/2014 no mês de março, ficando acima nas duas quinzenas do mês de abril, ficando próximo no mês de maio e pouco abaixo nos meses de junho, julho, agosto, setembro e outubro, equiparando na 1ª quinzena de agosto.

O gráfico 4 contém o comportamen-to da Fibra da cana na Safra 2014/2015 em comparação com a Safra 2013/2014.

A Fibra da cana na Safra 2014/2015 ficou muito acima daquela obtida na Safra 2013/2014 nos meses de março, abril, setembro, outubro e 1ª quinze-na de maio, abaixo no mês de junho e acima na 2ª quinzena de maio e nos meses de julho e agosto, ficando na mé-dia 0,6% superior à observada na safra 2013/2014.

O gráfico 5 contém o comportamen-to da POL da cana na Safra 2014/2015 em comparação com a Safra 2013/2014.

A POL da cana na Safra 2014/2015 ficou muito abaixo da obtida na safra 2013/2014 no mês de março, ficando acima no mês de abril, na 1ª quinzena de maio e nos meses de junho, julho, agosto, setembro e outubro, se equipa-rando na 2ª quinzena de maio e, na mé-dia, encontra-se 4,7% superior a da Safra 2013/2014. O gráfico 6 contém o com-portamento do ATR na Safra 2014/2015 em comparação com a Safra 2013/2014.

O ATR, expresso em kg/t de cana na Safra 2014/2015, ficou muito abaixo do obtido na safra 2013/2014 no mês de março, muito acima nos meses de abril, junho, julho, agosto, setembro e outu-bro, com menor proporção na 2ª quin-

zena de setembro, se equi-parando no mês de maio, apresentando, portanto, comportamento semelhante ao da POL da cana, tendo em vista que a mesma par-ticipa com 90% do ATR. Na média, o teor de ATR desta safra está 4,7% superior ao da safra anterior.

O gráfico 7 contém o com-portamento da precipitação pluviométrica registrado na Safra 2014/2015 em compa-ração com a Safra 2013/2014.

A precipitação pluviomé-trica média observada nos meses de janeiro, fevereiro, março, maio, junho e outu-bro de 2014 ficaram muito abaixo da obtida em 2013 e abaixo no mês de abril. A precipitação pluviométrica ficou acima nos meses de julho e setembro, e equipa-rada no mês de agosto.

O gráfico 8 contém o comportamento da preci-pitação pluviométrica acumulada por Trimestre na Safra 2014/2015 em com-paração com a Safra 2013/2014.

Em 2014, observa-se um volume de chuva muito abaixo no 1º trimestre, no 2º trimestre, no 4º trimestre e acima no 3º trimestre, se comparado aos volumes médios de 2013.

A precipitação pluviométrica do mês de setembro, apesar de amenizar o im-pacto do deficit hídrico, não foi sufi-ciente para viabilizar a recuperação do RC

crescimento vegetativo perdido ao longo da safra, onde a cana colhida em julho aparenta estar com o mesmo tamanho de uma cana colhida em setembro. Portan-to, a produtividade continua comprome-tida, devido ao estresse hídrico ocasio-nado pela estiagem e o teor de ATR se manteve próximo desde a 2ª quinzena de setembro e muito acima se equiparado ao teor médio de ATR registrado na Sa-fra 2013/2014. Levando em conta todo o cenário, o ATR médio ficou 6,43 kg aci-ma do obtido na Safra 2013/2014, até a 2ª quinzena de outubro.

Page 63: Edição 101   novembro 2014 - pragas sob controlet

Revista Canavieiros - Novembro de 2014

63

vENDEm-sE - caminhoneta, F-350, 2001;- caminhoneta, Ranger, 2004;- trator 275 nº 12 MF, 1991;- trator 275 nº 13 MF, 1991;- trator 275 nº 17 MF, 1993;- trator 275/4 nº19 MF, 2000;- trator 620/4 nº06 MF, 1994;- trator 292/4 nº08 MF, 2003;- trator 1780/4 nº03 Valmet,1990;- plantadeira nº 22 JM 2670 PD, 2009;- plantadeira nº 23 JM 2670 PD, 2011;- plantadeira nº 24 JM 2670 PD, 2010;- plantadeira nº 43 JM 2980 PD EX,

2002;- transbordo nº 50 Rinnus, Agromer,

1999;- colhedeira nº47, D Master III,

MIAC, 2011;- colhedeira nº49, D Master III,

MIAC, 2011;- colhedeira nº46, D Master III,

MIAC, 2011;- colhedeira nº45, D Master III,

MIAC, 2005;- colhedeira nº52, Twin, MIAC, 2013;- arrancador nº 69, verde e amarelo

OBB, 1999;- arrancador nº 68, azul e preto, OBB,

2000;- arrancador nº 70, verde e laranja,

Santal, 2001;- arrancador nº 59, AIA BM 4 litros

BM Dumont, 2012;- pulverizador, Advanced, Jacto, 2003;- pulverizador, Columbia, Jacto, 1995. Tratar com Adailton pelo telefone

(16) 9 9174-4912

vENDE-sE - Destilaria completa com capacidade

para 150.000 litros de etanol hidratado por dia: composta por preparo de cana com picador, nivelador, desfibrador, tur-bina e esteira de 48”; 4 ternos de moen-da 20 x 36 com turbina e 2 planetários TGM; caldeira; destilaria; trocadores de calor; tratamento de caldo e Gerador 2000 KVA, enfim Destilaria completa a ser realocada. Na última safra obte-ve uma moagem de aproximadamente 350.000 toneladas. Preço a combinar. Localizada no município de Tambaú-SP.

Tratar com Edson pelos telefones e/ou

e-mail (19) 9 9381-3391 / 9 9381-3513 / 9 9219-4414

e-mail: [email protected]

vENDEm-sE - motor de 75CV com bomba KSB

100/6 revisada e sem uso;- chave de partida ‘’ a óleo”,- transformador de 75 KVA;- postes duplo T de cimento;- chaves de alta, para raios, cabo e etc.Tratar com Francisco pelo telefone

(17) 9 8145-5664

vENDEm-sE - grade aradora de arrasto, Tatu 24

discos de 26” mancal de atrito 23cm de espaçamento, perfeito estado;

- rolo faca com 09 facas e 2m de lar-gura, ótimo estado.

Tratar com Rodrigo Gugliano pelos telefones e e-mail (11) 9 8319-9913 ou (11) 3596-7474 [email protected]

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- Cultivador marca DMB Novo São Francisco para cana crua e queimada, com haste dupla e com motor hidráulico. Acom-panha asas para sulcar e marcador de ban-quetas com pistão. Valor: R$16.000,00

Contatos com proprietário: (16) 9 9609-5158 ou (16) 9 97660328 com Edinelson/Edenilson

vENDEm-sE ou ARRENDAm-sE - Destilaria de Cachaça e álcool, com-

pleta, (10.000 litros de cachaça por dia). Esteira de cana inteira, picador com 22 facas, esteira de cana picada, dois ter-nos 15x20, esteira de bagaço. Peneira Johnson, cush-cush. Caldeira de 113 m². Máquina a vapor de 220 HP (toca os ternos e o picador). Seis dornas de fermentação de 10.000 litros cada. Des-tilaria de bandeja/calota A e B de 600 mm de diâmetro com trocador de ca-lor. Dois tonéis de madeira amendoim com capacidade de 50.000 litros cada. Valor R$ 600.000,00. Estudo troca por imóvel. Localização: Laranjal Paulis-ta. Tratar com Adriano pelos contatos: [email protected] ou (15) 9 9705-9901. Veja vídeo em: www.youtube.com/watch?v=_mzWp3PCavA

vENDEm-sE - Fazenda na região de Sud Minnucci

- SP, 70 alqueires toda em pasto, terra de cultura, topografia plaina, 2500m à beira do Rio Tietê. Excelente para qual-quer tipo de cultura, inclusive em cria-ção de peixe, “Riquíssima em água”;

- Sítio na região de Severínia - SP, 8,7 alqueires, tendo 2800 pés de seringueira, com 2300 pés em ponto de sangria. Casa de sede muito boa, uma casa de emprega-do, 2 barracões, poço artesiano, campo de futebol, a cerca de 20 minutos do Ther-mas dos Laranjais e 30 minutos da Festa do Peão de Barretos. Área de reserva le-gal. Excelente para investidor de turismo;

- Colheitadeira Santal 2008 Tander. R$ 50.000,00.

Tratar com Maurício pelo telefone (17) 9 9236-7838

vENDEm-sE - Ordenhadeira Mecânica completa

com 4 unidades, Usinox. Obs: também funciona quando ligada no trator;

- Tanque de 550 litros, Purinox. Tratar com José Augusto pelo telefo-

ne (16) 9 9996-2647

vENDE-sE Ou ALuGA-sE - Salão medindo 11,00 metros de frente

por 42,00 metros de fundo 462 metros, possui cobertura metálica com 368,10 me-tros, localizado à Rua Carlos Gomes 1872, Centro, Sertãozinho-SP, preço a combinar.

Tratar com César pelo telefone (16) 9 9197-7086

vENDEm-sE- Fazenda de cana na região de Franca-

-SP, área de 450 alqueires, 330 alquei-res em cana já arrendada para usina, 3 km do asfalto média de 50 a 60 km das usinas Batatais, Buritizal, Cevasa-Car-gil, casa sede, 3 casas de funcionários, 1 curral completo, documentação ok;

- Fazenda de cana na região de Ran-charia-SP, área de 650 alqueires, 500 alqueires de cana própria, ótima to-pografia, estrutura completa, posto de combustível, oficina e etc. (aceita ate 50% em permuta) documentação ok.

Tratar com Miguel pelo telefone (16) 9 9312-1441

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Revista Canavieiros - Novembro de 2014

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vENDEm-sE - Fazenda na região de Rancharia-SP,

620 alqueires, 500 alqueires em cana própria 1º e 2º corte, próximo a Usina Cocal, estuda prazo e permuta;

- Sítio na região de Cajuru, 9 alquei-res, 6 em cana, 3 reserva, pasto e área para lazer R$ 900.000,00;

- Apartamento 2 dorms., 1 suíte próxi-mo a faculdades;

- Casa em condomínio de alto padrão em Ribeirão Preto, 3 suítes, sala, cozi-nha integrada com área de lazer, pisci-na, hidro, completa em armários, clube com toda estrutura para esporte e cul-tura.

- Fazenda de Gado com 550 alqueires a 60 km de Ribeirão, fartura em água, casa sede, caseiro, asfalto na porteira da Fazenda, totalmente mecanizada.

Tratar com Paulo pelos telefones (16) 3911-9970 (16) 9 9290-0243.

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- Silagem de milho, produzido e arma-zenado na Propriedade Rural Fazenda São José-Pitangueiras/SP

Tratar pelo telefone (16) 3952-1443

vENDE-sE - Sítio com 05 hectares, localizado na

altura do Km 11,5 da Rodovia Abrãao Assed, a 30 minutos de Ribeirão Preto, fazendo frente com a Rodovia. Locali-zada a 3 Km de Santa Cruz da Esperan-ça e 10 Km de Cajuru. Todo cercado, repleto de benfeitorias, mina de água de alta qualidade e disponibilidade, com sistema de alimentação em toda a propriedade (casa sede, casa do casei-ro, baias, curral e outras dependências), sistema de represa com peixes, com captação de água através de bomba elé-trica de 10Hp e através desta distribui-ção por sistema de irrigação por toda a propriedade, cachoeira de aproximada-mente 12m de altura em um riacho de uma das divisas da propriedade, entre outras comodidades. Preço: A combinar

Tratar com Maurício Pires de Moraes pelo telefone (16)9 9103-7271

vENDEm-sE

- Plantadeira Baldan solografic, 8 li-nhas, plantio direto, ano 1999;

- Plantadeira Balban solografic, 8 li-nhas, plantio direto, ano 2004;

- Colheitadeira Massey Ferguson 3640, série 300.000, com plataforma de soja, ano 1987;

- Camionete F250, ano 2001. Tratar com Carlos Eduardo pelos te-

lefones: (16) 3947-5268 (16) 9 9253-9266 ou (16) 9 9455-0990

vENDE-sE

- Cultivador marca DMB, novo São Francisco para cana crua e queimada, com haste dupla e com motor hidráuli-co. Acompanha asas para sulcar e mar-cador de banquetas com pistão. Valor: R$16.000,00. Jaboticabal-SP.

Tratar com Edinelson e Edenilson pe-los telefones: (16) 969095158 ou (16) 9 9766-0328

vENDE-sE

- Trator 292 MF, traçado, 2007.Tratar com Saulo Gomes pelo telefo-

ne (17) 9 9117-0767

vENDE-sE - Ônibus Mercedes Benz – Of 1318,

ano 1994;Tratar com Marcio José Sarni pelos

telefones: (16) 9 9101-5687 (16) 3946-4200 (ramal 141)

vENDEm-sE

- Caminhão VW 26310, ano 2004 - canavieiro 6x4, cana picada;

- Carreta de dois eixos, cana picada – Rondom.

Tratar com João pelos telefones: (17) 3281-1359 ou (17) 99732-3118.

vENDE-sE

- Cama de frangoTratar com Luiz Martins pelo telefo-

ne: (16) 9 9967-7153 ou José Jovino Borges pelo telefone: (16) 3839-5350 - Ituverava/SP.

vENDEm-sE

- Duas casas, no mesmo terreno, com três cômodos cada, localizada à Rua. Pedro Biagi, 789 em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 230.000,00;

- 01 estabelecimento comercial, mon-tado com base para Academia, em um terreno de 200m², contendo uma casa de laje com dois quartos, sala, cozinha, copa e banheiro e, ainda, uma sala co-mercial para escritório. O estabeleci-mento fica localizado à Rua. Ângelo Pignata, 23 em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 230.000,00.

- 01 casa de aproximadamente 500m² com seis cômodos e dois salões comer-ciais com banheiro, separado da casa, localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056 Sertãozinho-SP. Preço a combinar.

Tratar com João Sacai Sato pelo tele-fone (16) 3610-1634.

vENDE-sE - Área para reserva legal localizada

em Buritizal-SP. Valor: R$ 15.000,00 o hectare em mata fechada;

- Um sítio de 70 hectares em Coro-mandel-MG bom para café, com casa, energia, formada 30 hectares em Bra-quiarão, 10 hectares em campo, 7 hec-tares em lavoura e 1 hectare em euca-lipto de 30 anos, restante mata em terra de cultura, represa. Aceita troca por imóveis urbanos. Valor: R$500.000,00.

Tratar com José Antônio pelo telefo-ne: (16) 9 91425362.

vENDEm-sE

- Fazenda região de Rancharia/SP. Possui 569 alqueires, 25 divisões de pasto, quatro piquetes mais confina-mento para 500 bois, 500 cabeças de gado (vaca, bezerro, boi), um curral grande completo, um curral só com bretes, um barracão de estrutura metá-lica, um barracão de telhas francesas, 200 alqueires de pasto novo (três anos), cercas novas de cinco fios e cinco casas de caseiro.

- Fazenda (agricultura/pecuária) em Martinópolis/SP, próxima à rodovia Raposo Tavares (16 km). Possui área de 1818 alqueires, 360 alqueires de reser-va legal, 900 alqueires para agricultura, 566 alqueires para pastagens, confina-mento para 3.000 cabeças, quatro cur-rais completos, terra mista com prática de agricultura de soja e milho, estrutu-ra completa (casas de caseiro, oficina, borracharia, tanque de diesel) e pista de pouso asfaltada.

Tratar pelo telefone: (16) 9 9281-8932.

vENDEm-sE

- 01 transformador de 45 KVA. Valor: R$ 1.500,00;

- Apartamento no Guarujá, localiza-do na praia de Astúrias. Possui quatro suítes, três salas, copa, cozinha, quarto para empregada, piscina na sacada do apartamento, quatro vagas na garagem, área comum com piscina aquecida, sa-lão de jogos e festa, churrasqueira, qua-dra e sauna. Valor: R$ 1.980.000,00.

Tratar com Wilson pelo telefone (17) 9 9739-2000 – Viradouro/SP.

vENDEm-sE

- Colheitadeira Case A7700, ano 2009, - 7700, esteira, motor Cummins M11, máquina utilizada na última safra. Valor: R$ 145.000,00;

- Colheitadeira Case A8800, ano

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Revista Canavieiros - Novembro de 2014

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2011, esteira máquina na colheita de cana funcionando 100%, rolos preen-chidos. Valor: R$ 270.000,00;

- Colheitadeira Case A7700, ano 2007, série 770678, motor Scania, mo-tor novo, máquina revisada e trabalhan-do. Valor: R$ 130.000,00;

- Colheitadeira Case 8800, ano 2010, motor refeito em julho de 2014, máqui-na revisada e pronta para trabalhar. Va-lor: R$ 260.000,00.

Tratar com Marcelo pelos telefones: (16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664.

vENDEm-sE - 02 uniport. Modelos disponíveis: 2500

EJ (anos 2003/2004); 3000 EJ (anos 2003/2004); 2500 Star (anos 2009/2010) e 3000 Hidro 4x4 EJ (ano 2004).

Tratar com Moacyr pelo telefone: (16) 9 8112-0770.

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- VW 15-180 / 12 Borrachero Móvel Gascom;

- VW 26-260 / 11 Comboio Gascom Lubrificante e Abastecimento. 9.000 litros;

- VW 15-180 / 11 Oficina Móvel Gas-com;

- VW 13-180 / 11 Pipa Bombeiro 10.000 litros;

- VW 31-320 / 10 Tanque Gascom 20.000 litros pipa bombeiro;

- VW 15-180 / 10 Comboio Gascom Lubrificante e Abastecimento. 6.000 litros;

- VW 15-180 / 09 Comboio Impacto Lubrificante e Abastecimento 6.000 li-tros;

- VW 13-180 / 09 Comboio Gascom Lu-brificante e Abastecimento 4.000 litros;

- VW 12-140 / 96 Oficina Móvel Gas-com;

- MB 2726 / 09 Betoneira 8m³;- MB 2423k / 09 Basculante 12m³;- MB 1725 / 09 4x4 Comboio Abaste-

cimento Diesel 10.000 litros;- MB 2423k / 04 Basculante 12m³;- MB 2423k / 01 Tanque 15.000 litros

Pipa Bombeiro;- MB 1214 / 97 Oficina Móvel;- MB LA 1418 / 95 4x4 chassi;- MB 2318 / 94 Tanque 12.000 litros

Pipa Bombeiro;- MB 2213 / 81 Tanque 14.000 litros

Pipa Bombeiro;

- MB 1113 / 72 Tanque 7.000 litros Pipa Bombeiro;

- MB 1113 / 69 Toco Chassi;- F.Cargo 1719 / 13 Toco Chassi;- F.Cargo 2628 / 07 Basculante 12m³;- F.Cargo 2626 / 05 Tanque 16.000 li-

tros Pipa Bombeiro;- F-12000 / 95 Tanque 10.000 litros

Pipa Bombeiro;- F-14000 / 90 Tanque 9.000 litros

Pipa Bombeiro;- Carreta Prancha Facchini 2008 3 ei-

xos rebaixada;- Toyota Hilux SRV 2010, Prata, auto-

mática, 4x4, diesel, 50.000km;- GM S10 Executive 2007 Prata 4x4

diesel;- Caçamba Basculante Toco 5m³;- Tanque de Fibra 16.000 litros;- Tanque de Ferro 15.000 litros;- Baú Sider 6.50 metros;- Comboio Gascom 2.000 litros Lu-

brificante e Abastecimento;- Munk Hincol 43.000 ano 2012;- Munk Hincol 31.000 ano 2010;- Munk Masal 12.000 ano 2004;- Munk Munck 640-18. Contato Alexandre (16) 39451250 / 9

97669243 oi / 9 92402323 claro, what-sApp / 78133866 id 96*81149 nextel

vENDE-sE

- Trator Valtra Modelo BH 180, ano 2006, com 7055 horas trabalhadas, “ca-binado” de fábrica, completo 4x4 com kit de freio boca de lobo (para puxar carreta).

Tratar com Marco Antônio Oliveira pelo telefone: (16) 9 9166-4286

vENDE-sE

- Uma área de 23,5 alqueires em Itu-verava, ideal para reserva.

Tratar com Paulo Pínola pelo telefo-ne: (16) 3839-7506.

vENDEm-sE

- Atomatizador marca FMC com ca-pacidade para 4000 litros, ano 2004 se-minovo R$12.000,00;

- Grade niveladora de arrasto com 42 discos de 18 polegadas R$2.500,00;

- Bazuca com capacidade de 6.000 Kg R$ 4.000,00;

- Pá carregadeira, modelo 938 GII, ano 2006 série 0938 GERTB em bom estado de conservação. R$ 180.000,00;

- Conjunto de irrigação completo com

Ferti-Irrigação, filtro de areia e goteja-dor Uniram Flex 2,31 x 0,70m com +\- 30 mil metros, sem uso R$ 52.000,00;

- Trator modelo BH 205, gabinado completo com ar condicionado e hi-flow, ano 2010 com 4.241,3 horas de uso R$ 120.000,00;

- Trator modelo BH 205, gabinado completo com ar condicionado e hi-flow, ano 2010 com 5.356,1 horas de uso R$ 120.000,00.

Tratar com FURTUNATO pelos te-lefones (16) 3242-8540 – 9 9703-3491 [email protected] Prazo a combinar

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- Terreno para construção de rancho entre Sertãozinho e Pitangueiras, (Vale do Mogi) área: 1.200 m²;

- Rancho entre Sertãozinho e Pitan-gueiras, (Vale do Mogi) área construí-da: 140 m², área total: 7.000 m²;

Pomar todo alambrado, documenta-ção e parte ambiental ok.

Tratar com André Tonielo pelo telefo-ne (16) 9 9139-8664.

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-Trator MF 680 “cabinado” ano 2006, motor com 1000 horas, em boas con-dições;

- L200, traçada, cor branca, ano 2006, com ar-condicionado.

Tratar com Raul pelo telefone (34) 9972-3073.

vENDEm-sE

- Cultivador e sulcador de cana DMB, com marcador de pistão completo para cana crua e queimada, ano 2004.

- Grade Aradora Tatu, 14x28 espaça-mento 270mm, ano 2004.

- Grade aradora Civemasa, 16x34 es-paçamento 360mm (seminova).

- Carreta de plantio de cana-de-açú-car, com assoalho novo, comprimento 4 metros com um eixo e dois pneus 900x20.

- Plantadeira PH 2700 de 4 linhas plantio convencional, toda reformada e revisada.

- Grade Niveladora Piccin 48x22, gra-de conversada.

Tratar com Waldemar pelos telefo-nes: (16) 3042-2008/ 99253-6989 /(16) 98186-9035 (Tim) / 99739-6005 (Vivo).

- A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação.- A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas.

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Revista Canavieiros - Novembro de 2014

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Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

...e a cada dia que levanto curvo-me frente a Deus. Agradeço-o. Renovo meu contrato de vida. Livro: Trechos Tecidos com Palavras... Sentimentos...

Afins... Sem Fim... Madras, Editora - Renata Carone Sborgia

Cultivando a Língua Portuguesa

1) Maria preparará a deliciosa receita de salada que terá “salchicha”!

... não será tão deliciosa assim, Maria, com o ingrediente escrito errado!O correto é: salsicha

2) Foi aquele tumulto por causa da “largatixa” que apareceu na sala de aula!

... e o tumulto continuou com a grafia errada! Sem tumultos com a palavra!O correto é: lagartixa

3) “Fazem” vários dias que Pedro não fala com Maria.

...continuará não falando com o verbo conjugado errado!O correto é: fazRegra fácil: O Verbo Fazer indicando tempo decorrido (passado) nunca vai

para o plural.

Biblioteca “General Álvaro

Tavares Carmo”

Will & Willum nome, um destino

“Em uma noite fria, em uma improvável esquina de Chicago, Will Grayson encon-tra... Will Grayson. Os dois adolescentes dividem o mesmo nome. E, aparentemen-te, apenas isso os une. Um Will é amigo do mais expansivo gay de sua escola. O outro precisa explicar à própria mãe sua orienta-ção sexual.

Mas, mesmo circulando em ambientes completamente diferentes, os dois estão prestes a embarcar em uma aventura de pro-porções épicas.”

(Trecho extraído da “orelha” do livro)

Referência:GREEN, John. Will & Will: um nome,

um destino. 7ªed. Rio de Janeiro: Galera Record, 2014.

Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem

procurar a Biblioteca da [email protected]

www.facebook.com/BibliotecaCanaoesteFone: (16) 3524-2453

Rua Frederico Ozanan, nº842 Sertãozinho-SP

Renata Sborgia

Coluna mensal* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de

vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

PARA VOCÊ PENSAR:...e foi na curva que a reta entortou-se para o encaixe. E encaixados ouviram

suspiros em espiral. Amávamos de forma tortuosa e sinuosa... amávamos numa geometria somente compreendida por nós. Éramos o avesso encaixados. Livro: Trechos Tecidos com Palavras... Sentimentos... Afins... Sem Fim... Madras, Edi-tora - Renata Carone Sborgia

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