edição 03 - março-2006

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  • Todos sabemos que temos a liberdade de escolher a religio que desejamos seguir, pois no Brasil h liberdade de religio. Mas, poucos sabem a quem devemos o direito de ser espritas, ou um-bandistas, ou protestantes, ou esotricos. Sim, a emenda da liberdade religiosa custou muito trabalho e muita astcia ao grande escritor e amante da cultura popular Jorge Amado. Ele a preparou, porque viu a violncia desmedida com que eram atacados os valores culturais provenientes da frica. Tentavam de todos os modos exterminar tradies, costumes, deidades, ln-guas tribais, enfim, crenas do nosso povo. Jorge Amado conviveu com ialorixs, baianas, babalas, ekedes, escritores de magia, gente do ax. Os viu espancados e presos. Em 1946 no Cear viu protestantes saqueados por fanticos com uma cruz frente. Ento es-creveu a emenda da liberdade religiosa e saiu em busca de quem a assinaria junto com ele. O primei-ro foi Gilberto Freire (autor de Casa Grande e Senzala), o sbio das coisas brasileiras, e depois, mais de oitenta parlamentares, de Otvio Mangabeira a Nestor Duarte, a assinaram. Com a aprovao da emenda, a liberdade religiosa tornou-se lei. Foi na Constituio Demo-crtica de 1946. Acabara-se a perseguio aos protestantes, a violncia contra o Candombl e a Um-banda. Graas ao nosso maior escritor (permitam cham-lo assim, pois o amo) Jorge Amado, hoje te-mos o direito de ter nossas Casas de Santo abertas e aceitas. Ora, se a emenda favoreceu nossos cultos, fez o mesmo com o Protestantismo, religio funda-da por Lutero, nascida de um protesto. Vejam que hoje h verdadeiras campanhas contra os cultos afros. Por que? No foram perseguidos tambm os protestantes e os espritas antes de 1946? Jorge Amado pensava por certo nos seus amados Ils quando redigiu esta emenda da Constituio libertando todos os cultos. Mas, como disse, todos tiveram assim, liberdade. Jorge Amado conviveu com Artur Ramos, Edison Carneiro (meu querido professor de Faculda-de) e Verger, o francs dos axs e viu o sofrimento dos que seguiam os cultos vindos da bela frica. E deu ao povo esta contribuio. Logo, se voc do al de Oxal, do caruru de Ibeijis, da roda de santo, se cultua os nossos ancestrais caboclos tupis, tamoios, as nossas Juremas, se bate tambor, se louva Ex e canta para os ciganos, se vai a outro culto e l livro sagrado, se maometano, se paisano sem Deus, o problema seu. Maom e o Islamismo foram importantes na Bahia e fizeram a primeira tentativa de libertar os negros. No meu livro Mals, os negros bruxos, conto estas estrias. Corri todas as velhas igrejas desde a de Cosme e Damio em Pernambuco e Bahia. Fui a cultos ortodoxos, entrei em Mesquitas no Marrocos, no Egito, comunguei em Jerusalm, rezei no muro das lamentaes em Israel, orei com Pentescostais, enfim, vi de tudo onde se fala em Deus. A liberdade religiosa um bem. Vamos respeit-la. No fundo somos todos iguais e o mais interessante que a origem da raa humana a frica negra. De l veio o DNA de todos ns, humanos e filhos de Deus.

    Autora: Maria Helena Farelli (escritora)

    Fonte: Centro Esprita Trabalhadores Humildes Do site http://cethrio.vilabol.uol.com.br/index.htm

    Como Surgiu a Liberdade Religiosa no Brasil Edio 3 Correio da Umbanda - Maro / 2006

    Correio da UMBANDA

  • J h alguns anos temos notado que o Movimento Umbandista vem passan-do por fases interessantes, muitas delas, lamentavelmente, extremamente destruti-vas para o meio. H pouco mais de dois anos atrs, surgiu o termo "Escola", para designar as vrias tendncias doutrinrias e ritualsticas inerentes Umbanda. Foi um "Deus nos acuda": criaram-se faces e, pelo menos nos meios virtuais, criou-se uma a-cirrada disputa entre as tais "Escolas" para determinar quem estava mais certo do que o outro. O resultado? A maioria dos que esto lendo estas linhas conhece: listas de discusses foram fechadas, processos judiciais movidos, ameaas, grupos estraa-lhados... um verdadeiro caos tomou conta do j muito confuso e desunido Movi-mento Umbandista. A velha mxima romana de "dividir para conquistar" nunca foi (e talvez nunca mais ser) to atual como agora... Agora o meio umbandista est envolto em outra disputa: a supremacia e "legalidade" das Federaes. As armas usadas neste "combate", porm, no so novas: acusaes sem provas, calnias, difamaes, "dossis" e todo aquele arse-nal tpico dos que se aprazem mais em discutir pessoas ao invs de idias. Estamos muito prximos em comemorar o centenrio do Advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas e a Religio por ele revelada d sinais claros de cansao sendo que, talvez, no resista por mais 100 anos. A busca pelo poder temporal, pela imposio de "verdades" e as verdadeiras guerras fatricdas que h muito vem sendo travadas em nosso meio demonstram que o Reino da Umbanda est por demais dividido e, como disse o Supremo Mestre Jesus: "Todo reino dividido contra si mesmo devastado; e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma no subsistir" (Mateus 12:25) A busca pela unidade doutrinria uma utopia. Ningum conseguir fazer com que todos os Umbandistas "rezem pela mesma cartilha". Nenhuma tradio inicitica ou religiosa conseguiu, at hoje, criar um pa-dro para seus rituais e prticas litrgicas. Dentro de Ordens tradicionais como a Maonaria, o Rosacrucianismo, o Mar-tinismo, dentre outras, vemos uma base ideolgica acompanhada de uma multipli-cidade litrgica. Com uma religio to nova como a Umbanda no seria diferente. A pluralidade de ritos nada mais do que a manifestao externa da plurali-dade de conscincias. Seria mais til deixarmos a pretensa e utpica "Codificao da Lei de Umbanda" de lado, esquecermos nossas diferenas e nos atermos quilo que nos une. A situao por demais sria e nossa Religio, efetivamente, corre o perigo de ser apenas lembrana em um futuro no muito distante. Enquanto os interesses pessoais, a busca de poder, ttulos e influncia tem-poral for o objetivo perseguido por aqueles que se posicionam como "lderes" do Movimento Umbandista, continuaremos como o viajante incauto: perderemos o trem... O trem da histria. Pior... Seremos apenas histria...

    Autor: Ricardo Machado - Mestre Ubajara Fraternidade de Umbanda Esotrica Vozes de Aruanda Belo Horizonte - MG - email: [email protected]

    Publicado no Boletim Sarav Umbanda Ano 06 - Nmero 16 - 01/01/2004 - email: [email protected] Do site Sarav Umbanda: http://www.umbanda.byhost.com.br

    Umbanda - Uma Religio Dividida

    Seria mais til deixarmos a pretensa e utpica "Codificao da Lei de Umbanda" de lado, esquecermos nossas diferenas e nos atermos quilo que nos une.

    Pgina 2 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • Em julho de 1970, eu estava numa das minhas viagens ao Rio de Janeiro, com fragmentos de uma informao que havia colhido de uma conversa com o Sr. Demtrios Domingues, segundo o qual a mais antiga Tenda de Umbanda seria a de Zlio de Morais. Eu me encontrava em So Joo do Meriti-RJ, j de sada para So Paulo, quando decidi que procuraria essa pessoa e se que ela realmente ainda existia. Aps me informar de como chegar a Cachoeiras de Macacu, atravessei a ponte Rio-Niteri e, tomando a estrada para Friburgo, consegui chegar, depois de vrias informaes erradas. Cada tarde naquela cidade. Era dia de jogo do Brasil na copa do mundo, o que serviu para complicar meu trabalho. Em todo local que pedia informaes, todos estavam com olhos gru-dados na televiso. Meu carro, embora novo, tinha um mau contato no rdio e a minha compa-nheira Norminha passou metade da viagem dando tapas embaixo do painel, para ouvir o jogo. Vrias vezes ela me disse que aquilo era uma loucura e que o melhor era voltarmos ao Rio de Janeiro, mas eu estava determinado a esclarecer o assunto de uma vez por todas. Ao entrar na cidade, que muito pequena, dirigi-me primeiro a um bar, pe-dindo as primeiras informaes, pois contava encontrar uma pessoa muito popular na cidade. Fiquei muito surpreso com o fato de que ningum soube dar-me nenhu-ma informao, nem quanto figura de Zlio nem quanto sua Tenda. Essa pessoa que eu procurava, se ainda estivesse viva, devia ser um ancio e, assim pensando, procurei uma farmcia, pois nessas pequenas comunidades os velhos quase sempre freqentam regularmente a farmcia. Nova decepo: nin-gum conhecia Zlio e nem havia ouvido falar de sua Tenda. Cheguei a procurar a Igreja local e indaguei ao padre, apresentando as mi-nhas credenciais de reprter. Este tambm declarou nada saber a respeito de quem eu procurava (mais tarde vim a saber que a famlia Morais no era conhecida do padre, como participava financeiramente das realizaes sociais da igreja). J quase desistindo, parei numa padaria, em uma das travessas da cidade, e foi l que encontrei o "louco". Demo-lhe este nome porque durante a nossa conversa ele pareceu no ser um indivduo equilibrado. Afirmou conhecer Zlio e disse-me que ele tinha um bar em Boca do Mato. Contestei imediatamente, pois as informaes que eu tinha dizi-am que Zlio morava em Cachoeiras. Depois de muitas explicaes, fiquei sabendo que Boca do Mato era um bair-ro desse micromunicpio, com praticamente uma nica rua que terminava na mata, da o nome que lhe deram: Boca do Mato. Um tanto temeroso ainda, convidei o "louco" para que nos levasse at o lo-cal. Norminha estava apavorada com a minha atitude, achando que estvamos sen-do conduzidos a uma emboscada. O cair da tarde era frio e garoava muito, lembrando uma tarde de inverno paulistano. A regio serrana talvez propiciasse esse clima. Ao voltarmos estrada, o "louco" apontava para a propriedade mais bonita e dizia: "Eu vendi para o depu-tado, para o gerente do Banco do Brasil, etc". Se era fato ou no, o certo que ja-mais ficaremos sabendo. Finalmente uma curva na estrada, nenhuma casa aparente, ele nos pede

    Como Conheci Zlio de Moraes

    Fiquei muito surpreso com o fato de que ningum soube dar-me nenhuma informao, nem quanto figura de Zlio nem quanto sua Tenda.

    Pgina 3 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • para entrarmos direita. S a menos de dez metros da entrada que eu consegui enxergar a sada. O receio transformou-se em medo. Apesar de tudo, fomos em frente: uma rua sinuosa, vrias pontes, algumas casas esparsas, nenhuma casa de comrcio aberta. Paramos e ele disse: " aqui!". A casa estava fechada. Bati palmas vrias vezes; numa casa vizinha uma janela se abriu e uma senhora de meia-idade, muito atenciosa, perguntou: "Vocs esto procurando quem?" Mostrei-lhe as credenciais e expliquei tudo. "Sou reprter e preciso encon-trar Zlio". Ela ento me esclarece: "Seu Zlio est muito doente e no h nin-gum em casa". Finalmente algum confirmou que Sr. Zlio existia. Perguntei onde o encon-trava e ela disse: "Ele est na casa da filha, em Niteri". Senti como se tivesse pi-sado num alapo, pois havia passado por Niteri e levei duas horas para chegar at ali. Teria de fazer todo o caminho de volta. Perguntei se ela teria o endereo. Ela, muito educada, respondeu: "No sei exatamente onde eles moram, mas tenho o telefone da filha". Depois de assegurar-me de que realmente o apartamento ficava em Niteri, despedi-me. O "louco" estava eufrico, a informao era correta. Paramos em Cachoeiras de Macacu e eu o gratifiquei. Ele agradeceu e saiu correndo com o dinheiro em direo ao primeiro bar, "como um louco". Voltei para Niteri. Norminha dizia que o louco era eu por continuar naquela busca intil, mas me acompanhava, apesar de tudo. J no se falava mais em futebol, somente se encontraramos ou no o Sr. Zlio. Chegamos em Niteri por volta das 19 horas. Assim que deixei estrada, cru-zei algumas ruas e cheguei a uma farmcia. "Cariocamente", estacionei o carro na calada, desci, apresentei minhas credenciais e pedi para usar o telefone. Logo, em minha volta estava estabelecida a confuso. "O senhor reprter? Foi crime? Onde foi? Quem morreu?". Tentando ignorar as perguntas, consegui completar a ligao. Do outro lado da linha uma voz de menina atendeu-me. Eu disse apenas que era de So Paulo, que queria entrevistar o Sr. Zlio e que havia sido informado de que ele se encontrava naquele telefone. A mocinha pediu-me que esperasse um instante. Eu a ouvi transmitindo as informaes que lhe dera. Outra voz no aparelho, desta vez a de uma senhora; ex-plico os objetivos da minha visita (em nenhum momento declinei meu nome). Ouo a pessoa com quem estou conversando dirigir-se a outra e explicar: "Papai, h um senhor de So Paulo ao telefone, que veio entrevist-lo. O senhor pode atend-lo?" E, para minha surpresa, ouo l no fundo uma voz cansada res-ponder: " Ronaldo, minha filha, que estou esperando h muito tempo. O homem que vai tornar o meu trabalho conhecido em todo o mundo". Eu ouvia e no acreditava. Eu no havia dito a ningum o meu nome e, no entanto, ele sabia de tudo, como se estivesse informado. Pedi o endereo, trmulo e emocionado. No me saa da cabea como ele sabia quem eu era. Agradeci ao farmacutico e sa "pisando fundo".

    Como Conheci Zlio de Moraes (continuao)

    " Ronaldo, minha filha, que estou esperando h muito tempo. O homem que vai tornar o meu trabalho conhecido em todo o mundo".

    Pgina 4 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • Na Avenida Almirante Ari Pereira, perguntei a um, a outro e, finalmente, es-tava defronte ao prdio. Um tanto receoso, encostei o veculo. Passam os andares e finalmente o ele-vador para. Tive a impresso de que meu corao havia parado tambm. Descemos. Na nossa frente havia duas portas. Bati porta da direita. Ela abriu-se. Era a mocinha gentil que me atendera da primeira vez: "Sr. Ronaldo?" "Perfeitamente!" "Um momentinho". A porta da sala a outra e Dona Zilmia vai atend-lo. O espao que separava uma porta da outra no ultrapassava trs metros. Com quatro passos estava diante da outra, que j comeava a abrir-se. Diante de mim, uma senhora sorriu muito educada e perguntou: O senhor Ronaldo? Confirmei e apresentei Norminha, minha esposa. A sala era um "L" e, no canto direito, um velhinho, usando pijama com uma blusa de l por cima, sorriu para mim. O apartamento era modesto; havia um enor-me aqurio numa das pernas do "L". Ao ver a frgil figura do velhinho, veio-me cabea que aquele deveria ser, no mnimo, irmo gmeo de Chico Xavier, tal a sua semelhana fsica com o famoso mdium kardecista. Tomado de grande emoo, aproximei-me do senhor Zlio. Ele sorriu e dis-se, brincando: Pensei que voc no chegaria a tempo. No sei por que, mas aproximei-me, ajoelhei-me diante daquela figura sim-ptica e tomei-lhe a bno. Ele tomou minhas mos, fez-me sentar ao seu lado e repreendeu a Norminha, dizendo-lhe: Por que voc no queria vir para c? Quando consegui falar, disparei uma "rajada" de perguntas. Eu estava total-mente abalado, o homem parecia saber tudo sobre mim e procurava acalmar-me, dizendo: Sei perfeitamente o que voc quer saber e no h motivo para que esteja to nervoso. Sua presena me acalmava. Dona Zilmia, depois de conversar conosco por 15 minutos, explicou que era seu dia de tocar os trabalhos e desculpou-se, dizendo que precisava sair. Pedi-lhe o endereo da Tenda e, depois de tudo anotado, ela retirou-se e fiquei na companhia do senhor Zlio. Ele realmente tinha todas as respostas para minhas perguntas e, na maior parte do tempo, antecipava-se a elas. Coisa que at hoje no consigo compreender. Eu estava diante de algum como nunca havia visto antes. Finalmente eu encontrara o "homem".

    Autor: Ronaldo Linhares

    Fonte: Centro Esprita Trabalhadores Humildes Do site http://cethrio.vilabol.uol.com.br/index.htm

    Como Conheci Zlio de Moraes (continuao)

    Pensei que voc no chegaria a

    tempo.

    ...

    Ele realmente tinha todas as respostas para

    minhas perguntas e, na maior parte

    do tempo, antecipava-se a

    elas.

    Coisa que at hoje no consigo compreender.

    Pgina 5 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • Dizem por a que a Umbanda no caridade! Que normal se cobrar pelas palavras amigas de um Preto-Velho, pela energia revigo-rante de um Caboclo, pela pureza de uma Criana ou pela proteo de um Ex. Que devemos cobrar pelo que nos foi dado gratuitamen-te. A mediunidade um dom, mais que um dom, um presente divi-no. Uma forma de atingir o corao das pessoas mais necessitadas e lhes encher de carinho e segurana. Afinal, a Umbanda tambm a-mor! Amor pelos encarnados e pelos desencarnados. Amor por ajudar aos necessitados. Amor pela caridade, pois a Umbanda acima de tu-do amor pela caridade! Desde que foi revelada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, a caridade foi colocada como alicerce da Umbanda. Pois a Umbanda louvao Deus. E Deus amor e caridade. E todas as entidades que estiverem dispostas a trabalhar em prol da humanidade tero seu lu-gar em um verdadeiro terreiro de Umbanda. Afinal, a Umbanda ser-vio prestado ao prximo, se esquecer do orgulho humano e apren-der a ser humilde. Aprender a respeitar o sofrimento alheio como se fosse o nosso prprio sofrimento. Ser Umbandista ter sempre o corao aberto ao novo. Pois a Umbanda filha do preconceito, e na Umbanda no se deve existir discriminao. Somos todos iguais! Em gnero, cor (todos somos da raa humana) e classe social! Na Umbanda no h distino entre os encarnados e nem entre os desencarnados. Afinal, somos todos filhos de Deus. E todos mere-cemos ser tratados com amor e dedicao. Na Umbanda todos temos o direito de buscar e obter o auxlio necessrio para nossa evoluo. Pois evoluir necessrio. E no h meio melhor de se evoluir do que coma prtica da caridade, do que sendo caridoso. Como diz Pai Pery, fazer caridade importante,ser caridoso com o irmo essencial. Ser Umbandista ser caridoso! Ento meus irmos, no se iludam! No se deixem enganar por quem diz que devemos pagar para obter auxlio em um terreiro de Umbanda. No se deixem enganar por quem diz que a Umbanda u-ma fbrica de desejos e lhes promete tudo com prazos. Pois a Um-banda, tambm merecimento. Seja caridoso meu irmo, e ento sers Umbandista. Umban-dista de corpo, alma, mente e corao. Umbandista a servio da caridade.

    Matheus Zanon Figueira Centro Espiritualista Caboclo Pery

    Niteri-RJ [email protected]

    Umbanda e Caridade

    Ser Umbandista ter sempre o corao aberto ao novo. Pois a Umbanda filha do preconceito, e na Umbanda no se deve existir discriminao.

    Pgina 6 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • Comeo por destacar o preconceito que ns umbandistas sofre-mos no nosso dia-a-dia. As brincadeiras de colegas de trabalho, de familiares, de amigos... A expresso de incredulidade quando expressamos sem vergo-nha a nossa religio. Sim, eu sou UMBANDISTA! E pronto. Logo co-mea o rebulio. E as perguntas fluem. Admito e concordo que muitas dessas dvidas so comuns e a-t considerveis, mas cada coisa que se ouve... E a que devemos toda essa falta de esclarecimento? Todas essas dvidas que seriam to fceis de serem explica-das? A falta de estudo! Muitos acham que ser Umbandista s chegar no terreiro, in-corporar e pronto. Cumpri minha tarefa. Mas a Umbanda tambm estudo. Estudo para se entender o porqu do caboclo gritar, o porqu do charuto do Ex ou da gua e da vela tanto usadas pelos Pretos-Velhos. Estudo para se entender a nossa f. E a chegamos a juventude. E sua eterna sede pelo saber (ou ao menos assim deveria ser...). fraca a presena e a participao de jovens nos terreiros de Umbanda. Talvez por falta de informao ou at por vergonha de se-rem taxados de macumbeiros. Por qu ser que os jovens esperam envelhecer para adentrar em um terreiro e s vezes desencarnam jurando que so espritas e no umbandistas? Por qu o medo e a vergonha do jovem levantar a bandeira da Sagrada Umbanda? De agradecer a Zambi e desejar a paz de Oxal? Sei que a nomenclatura no importa. Seja Deus, Ala, Zambi... Mas porque no usar a nomenclatura prpria da Umbanda? Ser que to difcil o jovem lutar para desmistificar a Umban-da? A Umbanda uma religio aberta que permite diversas inter-pretaes. E isso acaba dificultando o estudo.

    O Movimento Jovem Umbandista

    Estudo para se entender o porqu do caboclo gritar, o porqu do charuto do Ex ou da gua e da vela tanto usadas pelos Pretos-Velhos.

    Pgina 7 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • s vezes a corrente que voc segue no seu atual terreiro no ser a corrente (de pensamento) que ser no prximo. No existe uma bblia explicitando a prtica e os conceitos da Umbanda. Isso varia de terreiro pra terreiro. Mas ser que a troca de experincias no nos auxiliaria a compreender melhor a Umbanda? No estou propondo aqui uma estilizao da Umbanda. Uma u-nificao de culto. No! O que digo , unirmo-nos em uma frente para acabar com o preconceito, com a falta de estudo e compreenso. E poder oferecer esclarecimento para todos que se interessam por essa linda religio. Isso dever de todo Umbandista! Mas deveria se um desejo es-pecial o jovem. Lutar pela justia! Quantas barreiras impostas a Umbanda j no foram quebradas por uma gerao anterior a nossa? E o que a nossa gerao faz? Ns somos o futuro da Umbanda! Seremos ns que escreveremos os pr-ximos 100 anos de nossa histria como religio. Assim como no in-cio. Ou ser que esquecemos que foi um jovem o aparelho utilizado para a decodificao da Umbanda? E que so os jovens, os jovens de esprito principalmente, que lutaram e lutam para que a nossa religi-o seja respeitada. A Umbanda juventude! Juventude com seu desejo de se im-por sem agredir. A juventude com sua vontade de buscar e comparti-lhar conhecimento. Ento, avante filhos de f! Vamos buscar. Vamos partilhar. Vamos vivenciar. Vamos ser UMBANDA!

    Matheus Zanon Figueira Centro Espiritualista Caboclo Pery

    Niteri-RJ [email protected]

    O Movimento Jovem Umbandista (continuao)

    No estou propondo aqui uma estilizao da Umbanda.

    Uma unificao de culto. No!

    O que digo , unirmo-nos em uma frente para acabar

    com o preconceito,

    com a falta de

    estudo e compreenso.

    Pgina 8 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • muito comum encontrar em diversos sites relacionados, ma-trias sobre o uso do sangue em terreiros de Umbanda. O seu terreiro usa sangue para algum tipo de trabalho de Um-banda? Esperamos que no. J tivemos oportunidade de ver trabalhos em terreiros de Um-banda onde "aprendemos" os termos: "vamos deitar um bode", "vamos rasgar um galo", etc... Gostaramos de fazer saber a todos os nossos visitantes que NA UMBANDA NO SE USA SANGUE para nenhum tipo de trabalho, nem espiritual, nem carnal, em nenhuma hiptese e sob nenhuma circuns-tncia. ISTO LEI !!! E apesar disso, muita gente ainda anda usando e estimulando o seu uso em terreiros de Umbanda. Achamos um verdadeiro absur-do!!! A Umbanda a verdadeira cincia da magia, da manipulao energtica, do conhecimento da alquimia. Os mentores espirituais que se dignam a vir aos trabalhos espirituais nos terreiros de Umban-da so, na verdade, alquimistas por excelncia, ou seja, tm o conhe-cimento e a capacidade de transformar diversos elementos dispon-veis em elementos necessrios ao trabalho em questo. Para tanto, no se faz necessrio o uso do sangue e nem qualquer sacrifcio de um ser vivo para qualquer tipo de trabalho. Um grande amigo nos disse (com muita propriedade): "Quem sabe manipular energia no precisa de sangue. Valem-se do sangue em trabalhos somente as pessoas e/ou entidades que no conhecem nada de manipulao energtica ou de alquimia e, infelizmente, na sua grande maioria, no sabem o que esto fazendo. Note, caro ami-go, que at um copo de gua, quando bem trabalhado e energizado, ter o mesmo efeito que a mesma medida de sangue." O que temos acompanhado "por a" que muitos praticantes da Umbanda tm misturado muitas coisas desta religio com o Candom-bl, praticando ento o que chamamos de umbandombl, o que con-sideramos uma verdadeira aberrao. O Candombl, assim como a Umbanda, so religies criadas pe-lo astral, pela ordem divina. Esta umbandombl algo criado pelos homens de pouca capacidade de aprendizagem e desenvolvimento e nada tem a ver com o divino. Vale-se esclarecer tambm o seguinte:

    Sangue na Umbanda ?

    ... Note, caro amigo, que at um copo de gua, quando bem trabalhado e energizado, ter o mesmo efeito que a mesma medida de sangue.

    Pgina 9 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • Quando se faz trabalho com uso de sangue, normalmente quem o faz direciona-o ou pedem aos Exs e Pombas-Gira. A questo seria: E os Exs e Pombas-Gira executam este trabalho com san-gue ??? A resposta um grande SIM!!! Eles executam. Notem que a expresso usada "executam". Os Exs e Pom-bas-Giras so os executores da Lei e, como tal, executam o que lhe pedem, muitas vezes estando certos ou errados. Ex no decide... Ex executa!!! Da, tem-se dois caminhos: O Certo: nunca estaro, pois se na Umbanda no se usa san-gue, no h porque executar trabalhos baseando-se no uso do san-gue. Desta forma, estas entidades que aceitam o sangue para seus trabalhos no deveriam estar trabalhando na linha de Umbanda. Vale aqui um alerta para os mdiuns que tm usado sangue em seus trabalhos de Umbanda! Certamente quem est errado neste ca-so o mdium e no a entidade. Forando uma entidade a usar san-gue em seus trabalhos estaremos forando esta entidade sua re-gresso. O Errado: todos!!! fato que na Umbanda no se usa sangue. Infelizmente normal ver que alguns mdiuns, mostrando total inca-pacidade e falta de conhecimento, tomam para si a "pseudo-capacidade" e principalmente gostam de mostrar que podem mais do que realmente podem e conhecem mais do que realmente conhecem, induzindo seu Ex ou Pomba-Gira a aceitar e trabalhar com o sangue. O que vai acontecer? Simples. O Ex ou Pomba-Gira ser "rebaixado" e certamente ser punido pelo que foi executado, pois se j lhe foi dada a permisso de trabalhar na linha de Umbanda, teria que saber que no deveria trabalhar com sangue. O mdium certamente pagar muito caro. Dever desta forma conhecer muito mais sobre a linha de trabalho da Umbanda, e quem cuidar disto? Certamente o Ex ou Pomba-Gira em questo, pois co-mo so os executores da Lei eles mesmos tero de tratar da devida punio ao seu mdium de trabalho. Notem que o Ex o executor e, como tal, tambm far seu mdium conhecer o erro que cometeu, e o far pagar pelo que fez. Pagando aqui mesmo que se chegar mais prximo ao conhecimen-

    Sangue na Umbanda ? (continuao)

    ... o Ex ou Pomba-Gira em questo, pois como so os executores da Lei eles mesmos tero de tratar da devida punio ao seu mdium de trabalho.

    Pgina 10 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • to e ao perdo. Infelizmente v-se em diversas casas os mdiuns "forando" seus Exs a trabalharem com sangue. Isto certamente far com que o Ex regrida e deixar seu progresso mais difcil e com um caminho mais longo. Da mesma forma para o mdium. Fazendo com que seu Ex trabalhe com sangue, voc mdium, estar atrasando o seu desenvolvimento e tambm o desenvolvimen-to de seu Ex, ento ser responsvel pelo "atraso" dos dois. Pense nisso antes de manipular energias diversas como a do sangue. Certa vez acompanhei uma questo abordada com um grande amigo Ex Serpente a respeito de corte na Umbanda, se isto vlido ou no. Como este Ex no tem "papas na lngua" foi logo dizendo: - "Filhos, quem precisa de sangue ou vampiro ou sangue-suga. Ento que tipo de espritos vocs pretendem alimentar com sangue? Que tipo de espritos exigem sangue? Coisa boa no h de ser." - "Considerem ainda que no podemos atentar contra a vida do que quer que seja para tentar ajudar o prximo. Atentar contra a vida atentar contra as leis divinas. Como poderia o Pai permitir que uma vida fosse tirada pelas nossas mos para que outra fosse salva? Como poderia o Pai permitir que se lhe fosse destruda a vida que Ele construiu? No estaramos infringindo a prpria lei de Deus? Quem somos ns para fazermos esse tipo de justia? Se prezamos pela vida e pela natureza como manda a Lei de Umbanda por que tentamos sempre destru-la em benefcio de terceiros (mesmo que seja o prximo)?" - "No se deixem levar pelo conhecimento daqueles que o es-condem, pois mironga de cong a cortina que esconde o vazio". Vale aqui o ditado: "Quem no pode com mandinga no carrega patu, quem no sabe quebrar demanda no adianta ter cong!"

    Fabio Fittipaldi Curitiba - PR

    Responsvel pelo site http://www.umbanda.amovoce.net

    [email protected]

    Sangue na Umbanda ? (continuao)

    Considerem ainda que no podemos atentar contra a vida do que quer que seja para tentar ajudar o prximo. Atentar contra a vida atentar contra as leis divinas. ...

    Pgina 11 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • Deus nosso Pai, que sois todo o poder e bondade. Dai foras queles que passam pelas provaes. Dai a luz queles que procuram a verdade. Ponde no corao do homem, a compaixo e a caridade. Deus! Da ao viajor a estrela-guia, ao aflito a consolao e ao doente o repouso. Pai! Dai ao culpado o arrependimento, ao esprito a verdade, criana o guia e ao rfo o pai. Senhor! Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que crias-tes. Piedade, Senhor, para aqueles que no vos conhecem e espe-ranas para aqueles que sofrem. Que a vossa bondade permita aos espritos consoladores derra-marem por toda parte a paz, a esperana e a f. Deus! Um raio, uma fasca do vosso amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita. E todas as lgrimas secaro, todas as dores se acalmaro. Um s corao, um s pensamento subir at vs, como um grito de reconhecimento e de amor. E como Moiss sobre a montanha, ns vos esperamos com os braos abertos. Oh! Poder. Oh! Bondade. Oh! Beleza. Oh! Perfeio. E queremos de alguma sorte merecer a Vossa misericrdia. Deus! Dai-nos a fora de ajudar o progresso, a fim de subirmos at vs; dai-nos a caridade pu-ra, dai-nos a f e a razo; dai-nos a simplicidade e a humildade que faro de nossas almas o espelho onde se deve refletir a Vossa Santa Imagem! Que assim seja!

    Sandro da Costa Mattos [email protected]

    Associao de Pesquisas Espirituais Ubatuba

    Templo de Umbanda Branca do Caboclo Ubatuba So Paulo/SP

    Prece de Critas

    Ponde no corao do homem, a compaixo e a caridade.

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  • A corrente dos marinheiros constituda por espritos de pesca-dores, militares, caiaras, e por aqueles que de alguma forma de afi-nizam com as regies costeiras. Em sua grande maioria, os marinheiros atuam sob a ordem e proteo de nossa Me Iemanj, mas temos tambm aqueles que tra-balham nas guas doces, sendo comandados pela Mame Oxum. Quando incorporados, geralmente apresentam-se balanando o corpo do mdium, o que muitas vezes leva pessoas mal informadas a entenderem que esses espritos esto embriagados, o que no verdade. Esse balanar tem em seu significado, a representao do vai-e-vem das guas do mar, ou mesmo, a movimentao das embarca-es provocada pelas ondas. Grandes conhecedores da magia popular, esses espritos traba-lham nos terreiros de Umbanda, atendendo a muitas pessoas, e so especialistas nos casos mais voltados ao terra-a-terra, j que possu-em uma vibrao mais prxima dos seres encarnados. Entre os mais conhecidos, temos o Martim Pescador, que co-manda uma imensa legio que se apresenta com seu nome. A cor representativa dos marinheiros o azul, ou ainda o azul e branco. Sua saudao Mari-bab! Autor: Sandro da Costa Mattos - Og-Alab

    [email protected]

    Publicado no Jornal de Umbanda Branca Edio 11 - Fevereiro/2006

    Vinculado APEU Associao de Pesquisas Espirituais Ubatuba

    Templo de Umbanda Branca do Caboclo Ubatuba

    So Paulo/SP

    Os Marinheiros

    Esse balanar tem em seu significado, a representao do vai-e-vem das guas do mar, ou mesmo, a movimentao das embarcaes provocada pelas ondas.

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  • Sentadinho no seu toco, afastado do mdium que lhe deveria servir de instrumento encarnado, o Preto-Velho deixava suas lgrimas rolar rosto abaixo. Observando agora calado, estava cansado e j es-gotara seus argumentos junto aquele moo que usava o nome de seu protetor, para dar passagem sua vaidade. Depois de uma mediunidade reprimida por longos anos, o rapaz que j havia passado por inmeras Casas Espritas, achou interessan-te o trabalho que se fazia nos terreiros de Umbanda e resolveu assu-mir sua mediunidade que a tanto lhe pediam que fizesse. Entrou para o curso que a Casa oferecia, onde se pretendia e-ducar os mdiuns, disciplin-los para que se tornassem bons instru-mentos. Mas na verdade o que lhe atraa mesmo eram os rituais, as incorporaes, o toque dos atabaques... Depois de trabalhar como cambone por algum tempo, seu Pre-to-velho, feliz pela aceitao do aparelho, se chegou e por alguns a-nos. Trabalharam em perfeita harmonia auxiliando os necessitados, exercendo a caridade to til e necessria para ambos. Certo dia um amigo lhe convidou para ir com ele consultar uma tal de Cigana Flor, que segundo ele, lia as mos e tambm as cartas e que desvendava o futuro de qualquer pessoa. Quando recebeu o convite, quase recusou, lembrando das pala-vras de seu protetor preto velho que sempre aconselhava os consu-lentes, evitarem buscar milagres fora de si mesmos, mas a curiosida-de foi mais forte e se deixou vencer por ela. Pagando para isso, ouviu da Cigana o queria ouvir para inflar seu ego. O local j instigava ao mistrio, pois alm do ambiente mui-to colorido, exalando o cheiro forte de incenso, ela mantinha amule-tos variados dependurados pela tenda, o que criava um certo te-mor. Muito bonita, vestia-se exoticamente como cigana e mantinha um sorriso teatral no rosto. Alm de muitas adivinhaes de seu futu-ro, ela afirmou que o rapaz tinha um cigano como companheiro espi-ritual com o qual deveria passar a trabalhar, e que isso lhe traria um sucesso material certo. Como tudo o que se afiniza conosco, encontra ressonncia em seu ser, aquilo comeou a incomodar a sua mente, tirando-lhe o sono e comeou a sonhar com dias propcios, com viagens, com bens ma-teriais que com certeza, o emprego de simples funcionrio pblico no lhe daria no futuro. Durante o sono, o bondoso Preto-Velho tentou lhe arrancar des-te estado hipntico, porm seu esforo foi em vo, pois o rapaz retor-

    Em Busca de Fenmenos

    Quando recebeu o

    convite, quase recusou,

    lembrando das palavras de seu

    protetor que sempre

    aconselhava os consulentes,

    evitarem

    buscar milagres fora de si mesmos,

    mas a

    curiosidade foi mais forte e se deixou vencer

    por ela.

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  • nou ainda cabana da Cigana Flor e em cada vez sua energia se afinizava mais com as entidades que l estavam e cujo malefcio, ele ignorava. Da em diante, pela faixa vibratria em que adentrara, tornou-se impossvel a aproximao do esprito cuja misso era de reencami-nhar aquele ser encarnado, tantas vezes falido. Continuando a freqentar o terreiro de Umbanda, o rapaz no se deu conta da diferena energtica das vibraes que agora recebi-a. Hipnotizado e conduzido pela entidades que buscou exercendo seu livre arbtrio, agora era escravo deles e mesmo pensando que era seu Preto-Velho a quem dava passagem, na verdade estava sendo m-dium das trevas. O dirigente da Casa, orientado pelo seu guia, iniciou um chama-mento de ateno corrente medinica, esclarecendo sobre o perigo de cada um deles em servir de brao para as trevas dentro do ter-reiro. Alertava sobre a f racional, e a importncia de se evitar os fe-nmenos em detrimento da simplicidade que deveria se revestir a ca-ridade. Alm disso, o Guia Chefe, incorporado, por vrias oportunida-des chegou a pedir que os mdiuns que estavam buscando outras bandas, que tivessem o bom senso de escolher o lado que queriam seguir, para se evitar que a dor viesse como chamamento realida-de. Indiferente, mesmo com a conscincia pesada, ele prosseguiu qual animal em busca do corredor do matadouro. Nesta noite porm, por ordem dos Superiores que mantinham a proteo daquele terreiro, seria dado uma chance quele esprito or-gulhoso que se fingia de Preto-Velho e que agora se dizia mentor do rapaz. Ele seria instigado a desvendar a mscara e assim se fez. Quando os atendimentos encerravam e atravs das preces can-tadas e pontos riscados foram feitos campos de fora no plano astral, impedindo que aquele esprito pudesse sair livremente dali. Grudan-do-se ao mdium, ele manifestou toda sua ira e o baixo nvel em que se encontrava. Desafiou a luz e a direo da Casa, dizendo que ali en-trava qualquer um e fazia o que queria e que ele iria se instalar com toda sua falange, para mostrar como se fazia magia de verdade. Sob o comando de Ogum, os guardies Exs atuaram aps a tentativa intil de dilogo com a entidade, afastando-o do ambiente. O mdium por sua vez, aps a desincorporao de seu amigo, tentando se justificar, fingiu passar mal. Atuando em outro aparelho disponvel, seu verdadeiro protetor agora manifestava-se para dizer a ele que, para sua tristeza, a esco-

    Em Busca de Fenmenos (continuao)

    Continuando a freqentar o terreiro de Umbanda, o rapaz no se deu conta da diferena energtica das vibraes que agora recebia.

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  • lha fora feita e que pelas cores exaladas, seu corpo energtico de-monstrava que ele no estava arrependido do consrcio que fizera. A partir de ento, liberava-o para seguir seu caminho e solicitava ao di-rigente do terreiro que desligasse o mdium da corrente, pois uma fruta podre pode estragar o cesto todo. Indignado, o rapaz agora saa do ambiente dizendo palavres e improprios toda corrente, demonstrando suas verdadeiras inten-es, prometendo mostrar o poder que tinha. Seus afins espirituais o esperavam na rua e o inturam a buscar naquele momento mesmo a Cigana Flor. Desequilibrado e sob a influncia do mal, passou num bar para beber e quando saa dali, j tonto, encontrou na porta aquela que se passava por Cigana, acompanhada de seu atual namorado. Sem pensar muito, barrou a moa, agarrando-se no seu brao e dizendo que ela fosse para casa para atend-lo. Por sua vez, o namorado da moa, o qual tambm estava com companhias espirituais nada reco-mendveis, envolvido pela energia brutal dos mesmos, enciumado, virou-se e deferiu vrios golpes contra o rapaz que desacordado foi levado ao hospital e no resistindo, desencarnou. Em tal estado vibratrio, se viu fora do corpo sendo arrastado pelos amigos que fizera nos ltimos tempos no lado espiritual e que sabendo de sua mediunidade, agora o levavam como escravo, para as zonas umbralinas mais densas. Mais uma vez a falncia daquele esprito. A vaidade, o orgulho, o materialismo, a soberba. Sementes que trazemos adormecidas em nosso esprito e que se adubadas podem invadir a lavoura do bem, sufocando e matando qual erva daninha. A ns cabe a escolha de priorizar o bem ou o mal, sabendo que tudo na vida tem um preo a ser pago. Seu protetor Preto-Velho, atua ainda na Umbanda atravs de outro instrumento que lhe faz jus, mas no se cansa de descer s zo-nas mais densas em busca do arrependimento de seu pupilo, pois sa-be que um dia ele vir. E nova tentativa se far, pois a essncia de todo homem o bem. O mal, mscara transitria que usamos para nos esconder de ns mesmos, pois diante do Supremo somos todos transparentes. Sempre!

    Histria contada por Vov Benta

    Enviado por Leni W. Saviscki Sociedade Fraternal Cantinho da Luz

    Erechim - RS [email protected]

    Em Busca de Fenmenos (continuao)

    Seu protetor Preto-Velho,

    atua ainda na

    Umbanda atravs de outro instrumento que

    lhe faz jus,

    mas no se cansa de descer s zonas mais

    densas

    em busca do arrependimento de seu pupilo,

    pois sabe que

    um dia ele vir.

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  • A concentrao, no exerccio regular da mediunidade, a base imprescindvel para as comunicaes e assegura o xito da reunio quando aqueles que a integram conseguem formar um todo harmoni-oso e homogneo. CONCENTRAR, como o prprio termo indica, reunir num cen-tro. fazer convergir todos os pensamentos para um objetivo co-mum. Se os pensamentos dos integrantes da reunio forem divergen-tes, haver prejuzos e at, favorecimento presena de espritos mistificadores. Infere-se, em decorrncia, que a concentrao individual da maior importncia, pois exatamente o desempenho de cada um que ir constituir o conjunto vibratrio necessrio para que os Guias dire-cionem os trabalhos medinicos. A concentrao a capacidade de focalizar a mente de maneira poderosa. O primeiro elemento fundamental para a concentrao, o po-der do pensamento, da fora mental. A concentrao pressupe, tambm, uma visualizao mental, uma imagem mental. Uma visualizao requer basicamente a participao da mem-ria e difere de uma impresso visual real, pois esta compreende a uti-lizao dos sentidos, no caso, a viso. Exemplifiquemos: atravs da memria, podemos, neste instan-te, trazer nossa mente uma rosa. Cada um ir recordar-se de uma determinada cor, em boto, entreaberta ou plenamente aberta. Esta flor pode ser lembrada no seu todo, no seu conjunto, mas, obviamente no ter a riqueza de detalhes, o perfume e a beleza de uma rosa verdadeira, que possibilite uma impresso visual e a emo-o do belo que dela flui. A memria , pois, o segundo componente do processo. Mas existe um terceiro fator que tambm concorre de maneira preponderante: a vontade.

    Mediunidade - Concentrao

    concentrao individual da maior importncia, pois exatamente o desempenho de cada um que ir constituir o conjunto vibratrio necessrio para que os Guias direcionem os trabalhos medinicos.

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  • O ser humano tem a seu dispor esse potencial fantstico e nem sempre utilizado a contento, que a fora da vontade. Exercer a fora disciplinadora da vontade no controle mental um treinamento que se faz dia a dia e que ir facilitar a concentrao nos momentos da reunio medinica. Acrescenta-se, ainda um quarto elemento essencial vida das criaturas: o sentimento. Poder-se-ia dizer: a emoo. O sentimento reveste o pensamento e o tipifica e a fora de vontade o impele no rumo que se pretende. H, finalmente, um quinto componente que atua no processo: a razo. exatamente por intermdio desta que a pessoa ir selecionar pensamentos, direcion-los, abstrair-se daqueles que no so oportu-nos, enfim, submetendo tudo a uma analise racional, para distinguir o que for conveniente e prprio ao ato de concentrar. RESUMINDO a concentrao engloba os seguintes atributos, que so prprios do ser humano: pensamento, memria, vontade, sentimento e razo. Usando ainda o exemplo da rosa, vamos observar que, ao visu-aliz-la, ns a criamos mentalmente com os recursos dos cinco com-ponentes citados. Se concentrarmos nossa mente nessa imagem, es-taremos criando uma forma-pensamento ou um clich mental. Mantendo o pensamento firme na imagem da flor, ns fortale-cemos esse clich mental, que se exterioriza e pode, inclusive ser captado por outra pessoa (encarnada ou desencarnada) que tenha essa capacidade de captao. Numa reunio sria, onde o exerccio da mediunidade encara-do como ensejo de aprendizado e caridade, a concentrao a base fundamental para que a Espiritualidade Maior possa elaborar uma programao de nvel correto e elevado e que seja proveitosa para todos. O que se consegue realizar numa reunio medinica exata-mente aquilo que os encarnados possam oferecer. A reunio medinica um ser coletivo e as suas qualidades e

    Mediunidade - Concentrao (continuao)

    a concentrao

    engloba os seguintes atributos,

    que so prprios do

    ser humano: pensamento,

    memria, vontade,

    sentimento e razo.

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  • propriedades resultam das qualidades e propriedade daqueles que a integram, num somatrio desses valores individuais e que iro formar um todo homogneo. Quanto maior for a interao entre seus partici-pantes, mais fora a reunio ir alcanar. Livro dos Mdiuns. O domnio dos pensamentos, nesse campo vastssimo que a mediunidade propicia, passa, como se depreende, pelo controle das emoes, pela seleo que se deve fazer dos tipos de leitura, conver-sao, filmes e ambientes freqentados, para que a mente assim hi-gienizada e disciplinada seja capaz de centralizar-se em Jesus, nos objetivos superiores do trabalho medinico, que so o bem, a paz e o amor. QUANDO ME CONCENTRO NO BEM E NO AMOR, QUANDO ELE-VO MEU PENSAMENTO A DEUS, SINTO A ENERGIA LUMINOSA QUE FLUI ATRAVS DE MIM E OS BENFEITORES ESPIRITUAIS SE APROXI-MAM, DANDO-ME A SENSAO DE LEVEZA E BEM ESTAR. NESSES MOMENTOS EU COMPREENDO UM POUCO MAIS A BELEZA DA VIDA, E O ANSEIO DE PROGREDIR E SER PLENAMENTE FELIZ. Estou firme no propsito de captar os recursos espirituais que DEUS mantm em beneficio da vida. Para isto busco a sintonia do amor e da paz, pois ser feliz mi-nha opo. Atravs da mediunidade procurarei servir aos que ainda pade-cem nas sombrias gals da ignorncia, dividindo assim o tesouro do conhecimento que adquiri. Enviado por Regina C. V. Jardim

    Moderadora da Sala @@Umbanda@@ no PalTalk Rio de Janeiro - RJ [email protected]

    Mediunidade - Concentrao (continuao)

    O domnio dos pensamentos, passa,

    pelo controle das emoes,

    pela seleo que se deve fazer dos tipos de leitura,

    conversao, filmes e ambientes freqentados,

    para que a mente assim higienizada e disciplinada seja capaz de centralizar-se em Jesus,

    nos objetivos superiores do trabalho medinico,

    que so o bem, a paz e o amor.

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  • Ns, mdiuns Umbandistas, temos de nos conscientizar de nossa responsabilidade quanto ao atendimento de pessoas em nossas casas. Existem alguns pontos a serem observados. Nunca devemos pensar que a responsabilidade de um atendimento toda da Entidade. Ns tambm temos uma parcela muito grande de participao em todo o contato com os consulentes. De ma forma simples podemos entender assim: O mdium gera uma energia que ao juntar-se energia da Entidade que venha a incor-porar, cria uma terceira energia, que a que vai atuar durante o atendi-mento, portanto se uma das energias estiver em desequilbrio (geralmente a do mdium), isto afetara a eficcia do atendimento. Sendo assim, sempre que formos aos trabalhos devemos tentar ao mximo estarmos equilibrados, e se isto no for possvel o correto seria no atendermos diretamente a ningum, pelo menos at estarmos em condies. Devemos ter muita ateno ao que falado para as pessoas. Lem-bremos que muitos que vo at os terreiros, muitas vezes esto deses-perados, abalados emocional e psicologicamente e podem interpretar de forma errnea as palavras. Tambm podemos estar criando iluses que podem vir a se tornar decepes. Outro ponto a ser considerado o atendimento a pessoas com al-gum tipo de doena. Nunca, em hiptese alguma, podemos faz-la pen-sar que pode parar com os medicamentos receitados pelo seu Mdico, simplesmente por estar se tratando tambm no terreiro, pois se assim for feito e esta pessoa vier a piorar ou at a morrer, podemos ser res-ponsabilizados criminalmente. Tambm no podemos nunca receitar remdios que no sejam de ervas ou naturais e mesmo assim tomando muito cuidado. Sabemos que muitas ervas se no usadas corretamente podem causar efeitos colate-rais, pois so txicas. Lembrem, receitar remdios (de farmcia) sem estar habilitado para isto, exerccio ilegal da medicina. Irmos de f, vamos ser umbandistas com tica e responsabilida-de, no vamos prometer milagres que sabemos ter capacidade de reali-zar. No vamos criar falsas iluses que venham mais tarde se tornar verdadeiras decepes. Faamos da Umbanda uma religio de f e amor, onde todos en-tendam que temos um caminho e que ao caminhar por ele, vamos colher os bnus, mas tambm pagar os nus ...

    Marco Boeing Associao Espiritualista Mensageiros de Aruanda - Curitiba-PR

    [email protected]

    A Responsabilidade do Mdium Umbandista

    O mdium gera uma energia que ao juntar-se energia da Entidade que venha a incorporar, cria uma terceira energia, que a que vai atuar durante o atendimento

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  • Uma coisa que at hoje ns Umbandistas nos furtamos de discutir, criando at certo tabu em relao ao assunto sobre o nosso papel e de nossa religio perante a sociedade. Qual nossa importncia? Como podemos participar, enquanto cidados Umbandistas das questes sociais? Qual o papel da Umbanda perante a sociedade? Fico triste e constrangido, quando vejo uma pessoa pblica, um poltico, um indivduo que faz parte de uma das classes mais desacredi-tadas deste Pas falando: Terreiro de Umbanda consultrio Psicolgico de pobre Por que ser que ele disse isto? Ser que no porque quando o entrevistador do IBGE bate em nosso porto omitimos nossa condio de Umbandistas? Ser que no por que temos vergonha de usar nosso branco, co-locando a Umbanda numa situao de marginalidade perante a socieda-de? Estamos quase completando 100 anos. Somos uma religio que cresce a olhos vistos, e observamos isto no com base em pesquisas, mas sim pelo que vemos no dia a dia de nossos terreiros. No seria a hora de assumirmos nossa religio definitivamente? No adianta ficarmos combatendo foras externas enquanto no nos aceitarmos por completo. No podemos nos considerar Umbandistas apenas nas 3 ou 4 ho-ras que passamos no terreiro, temos de ser Umbandistas 25 horas por dia. Senhores dirigentes, ensinem a seus mdiuns a amar a UMBANDA, mostrem a eles que no temos do que nos envergonhar ou temer. Que eles tragam suas crianas para o terreiro pois elas so nosso futuro. Que eles usem o branco com orgulho. Que no baixem a cabea, que olhem nos olhos e respondam quando questionados sobre sua opo religiosa: SOU UMBANDISTA

    Marco Boeing Associao Espiritualista Mensageiros de Aruanda

    Curitiba-PR [email protected]

    Ns Nos Assumimos ?

    Estamos quase completando 100 anos. No seria a hora de assumirmos nossa religio definitiva-mente?

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  • No se aflijas na dor e no sofrimento. Nesta terra dor e sofrimento so passageiros. Todos servem de libertao e aprendizado espiritual, s mais um motivo para nos lembrar que tem algum no espao a nos olhar e observar. Por que tanta das vezes nos passam desapercebidas as coisas de Deus. Ftima F. de O. de Souza em 25/07/1997 Deus quer que ns manifestemos a nossa f, nos reunindo em nossos cultos para darmos testemunhos e mostrar ao povo que acre-ditamos no que praticamos e no s ficarmos sentados em nossos la-res apenas dizendo que creio em Deus, no demonstrando o que real-mente sentimos. E mostrando, que podemos fazer com que a luz se ascenda no corao daqueles que se sentem perdidos e em depresso. Fazendo com que a moral, a credibilidade e a esperana voltem aos coraes das pessoas. Muitas pessoas que se encontram em desespero esto com sua energia espiritual desgastada, no sentem mais vontade de fazer na-da na vida e se deixam levar pela depresso, que nada mais do que um sintoma de fraqueza espiritual. Por isto, nos reunimos em nome do Senhor Deus e transmiti-mos suas mensagens. As mensagens e passes espirituais servem de fortaleza para a-queles que se sentem fracos ou desanimados. Ento meus irmos, vamos vibrar positivo em benefcio de to-dos que se encontram ao nosso lado. Vamos cultuar nossos guias e Orixs, dar graas ao bom Deus pelo nosso Anjo da Guarda e pela misericrdia infinita. Sermos confiantes at mesmo na hora da dor. Salve nosso Pai Oxal! Ftima F. de O. Souza em 20/11/2001 14:00hs

    Enviado por

    Sandra Aparecida Gonalves Centro de Umbanda Pai Joo de Angola - So Paulo-SP

    [email protected]

    Mensagens

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  • Quem s, oh Elegbara!? Que com teu falo em riste deixava estupefatos os zelosos sacer-dotes do clero catlico. S pode ser o demnio infiltrado nestas tribos primitivas que habitam o solo rido da frica, gritavam os inquisidores zelosos. Negros sem alma, que s pensam em se reproduzir, em ofertar para a fertilidade da lavoura, levem-nos para o Brasil e vendam-nos como escravos que l aprendero as verdades dos cus. C chegando, quem s, Ex, "orix" amaldioado pela dualida-de judaico-catlica, que no pde ser sincretizado com os "santos" santificados pelos papas infalveis... Quem s, Ex, que os homens da Terra determinam que no santo e por isto venerado escondido no escuro das senzalas e seus assentamentos ficam enterrados em locais secretos? Quem s, Ex, que o vento da liberdade que aboliu a escravi-do "enxotou" para as periferias da capital de antanho? Quem s, Ex, que o inconsciente do imaginrio popular vestiu com capa vermelha, tridente, p de bode, sorridente entre labaredas, que por alguns vintns, farofa, galo preto, charuto e cachaa, atende os pedidos dos fidalgos da zona central que vm at o morro em bus-ca dos milagres que os santos no conseguem realizar? Quem s, Ex, que continua sendo "despachado" para no inco-modar o culto aos "orixs"? Exu, entidade? Ento no entra, dizem os ortodoxos que pre-conizam a pureza das naes. Aqui no tem lugar para egum... Esp-rito de morto... Ex, fique na tronqueira.

    Mdiuns umbandistas pensem nos Caboclos e Pretos-velhos. No recebam estes Exs, que admoestam certos iniciados che-fes de terreiro. Eles so perigosos para os iniciantes. Sim, estes iniciantes e iniciados que, pelo desdobramento natu-ral do esprito durante o sono fsico, vo direto para os braos do seu quiumba - obsessor - de f, e saem de mos dadas para os antros de sexo, drogas, jogatinas e outras coisitas prazeirosas do umbral mais inferior. Noutro dia, sonolentos e cansados do festim sensrio, imputam a ressaca ao temvel Ex.

    Quem s ?

    Quem s, Ex, que o inconsciente do imaginrio popular vestiu com capa vermelha, tridente, p de bode ...

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  • Oh! Quantas iluses! Afinal, que s tu, Ex? Por que sois to controverso? Eu mesmo vos respondo... Iah, ah, ah, ah.... No sou a luz... Pois a luz cristalina, refulgente, s a de Zambi, Olurum, Incria-do, Deus, seja l que nome vocs do... No sou a luz... Logo sou esprito em evoluo. Esta no uma peculiaridade nossa, s dos Exs, mas de todos os espritos no infinito cosmo espiritual.

    Afirmo que no existe esprito evoludo, como se fosse um pro-duto acabado. Todos os espritos, independente da forma, esto em eterna evoluo, partindo do pressuposto que s existe um ser plena-mente perfeito, um modelo de absoluta perfeio, o prprio Absoluto, Deus. Assim, perante os "olhos" de Olurum, sou igual aos Pretos-velhos, Caboclos, Baianos, Boiadeiros, Ciganos, Orientais... As distines preconceituosas, ficam por conta de vocs. No sou a luz, mas tenho minha prpria luminosidade, qual la-bareda de uma chama maior, assim como todos vs.

    Basta tirar as ndoas escuras do candeeiro que vos nublam o discernimento que podereis enxerg-la, l dentro de vs, o que cha-meis de esprito. H algo que me distingue dos demais espritos. o fato de eu no estar na luz. Meu habitat a escurido. Os locais trevosos onde h sofrimento, escravido, dominao coletiva, magismo negativo, castelos de poder alimentados pelo mediunismo na Terra que busca a satisfao imediata dos homens, doa a quem doer. O que eu fao l? Eu, um Ex, entre tantos outros, levo a luz s trevas, qual cavaleiro com estandarte em punho. Dentro da lei universal de equilbrio, eu abro e fecho, subo e deso, atuo na horizontal e na vertical, no leste o no oeste, atrs e na frente, encima e embaixo, impondo sempre o equilbrio s criaturas humanizadas neste planeta, encarnados e desencarnados

    Quem s ? (continuao)

    Todos os espritos,

    independente da forma,

    esto em eterna evoluo,

    partindo do pressuposto que s existe um ser

    plenamente perfeito,

    um modelo de absoluta

    perfeio,

    o prprio Absoluto, Deus.

    Pgina 24 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • aos milhes. O Cosmo movimento, nada est parado, nada esttico. Eu sou movimento. No sou as ondas do mar, mas eu as fao movimentar-se... No sou as estrelas na abbada celeste, mas meu movimento faz a sua luz chegar at as retinas...

    No sou o ar que perpassa as folhas, mas as suas molculas e partculas atmicas so mantidas em coeso e movimentadas pela minha fora...

    Iah, ah, ah...

    Este equilbrio no se prende as vontades humanas e aos vos-sos julgamentos de pecado, certo ou errado, moral ou imoral. Eu atuo no contnuo temporal do esprito e naquilo que necessrio para a evoluo. Se tiverdes programado nesta encarnao serdes ricos, o ser com ax de Exu.

    Se for o contrrio, se em vida passada abusou da riqueza, ex-plorou mo de obra, matou mineiros e estivadores de canaviais, e para o equilbrio de vosso esprito serdes mendigo, nascers em fave-la sentindo nas entranhas o efeito de retorno, com ax de vosso Ex que vos ama. Assim como um elstico que puxado esticando e de-pois volta posio de repouso inicial, estarei atuando para que seja cumprida a Lei de Harmonia Univesal, mesmo que "julgueis" isto uma crueldade.

    Eu, Ex, vos compreendo.

    Vs ainda no me compreendeis.

    Eu sou livre, livre e feliz.

    Vs sois preso, preso e infeliz no ciclo das reencarnaes suces-sivas.

    Eu dou risada.

    Iah, ah, ah, ah !!!!

    Sabe por qu? Porque eu sei que no dia que o Sol no mais existir e vosso pla-neta for mais um amontoado de rocha inerte vagando no cosmo, es-taremos vivos, vivos, muito vivos, evoluindo, evoluindo, sempre evo-luindo.

    Quem s ? (continuao)

    No sou o ar que perpassa as folhas,

    mas as suas molculas e partculas atmicas

    so mantidas em coeso e movimentadas

    pela minha fora...

    Pgina 25 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • Assim como vim para a Terra como caravaneiro da Divina Luz h milhares de anos atrs, assim iremos todos para outro orbe quan-do este planeta "morrer".

    Quando este dia chegar, vs estareis um pouco menos iludidos com as pueris verdades emanadas dos homens e seus frgeis julga-mentos religiosos.

    Eu, Ex, vou trabalhar arduamente para quando este dia che-gar, vs estejais menos iludidos e quem sabe livre da priso do esca-fandro de carne, assim como eu sou livre, livre, livre e feliz. Iah, ah, ah, ah, ah. * * * Obs: O Ex que ditou esta mensagem mais um dentre tantos que se denominam PINGA FOGO e labutam em prol da Divina Luz, nossa amada Umbanda. Quanto a quem recebeu a mensagem, isto s mais uma iluso. Autor Desconhecido

    Enviado por Joo Luiz de Almeida Carneiro [email protected]

    Mantenedor da Lista de Discusso Apometria e Umbanda http://br.groups.yahoo.com/group/apometria_umbanda/

    Rio de Janeiro - RJ

    Quem s ? (continuao)

    Assim como vim para a Terra como caravaneiro da Divina Luz h milhares de anos atrs, assim iremos todos para outro orbe quando este planeta "morrer".

    Pgina 26 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • De uns tempos pra c, um assunto que no deveria ser polmi-co, tomou conta das diversas listas e comunidades da internet: a Um-banda ou no crist? Bem, existem aqueles que defendem a idia de que a Umbanda no poderia ser crist, pois esta seria uma religio baseada nos cultos afros. Dentro da viso desses irmos, apesar do respeito que demons-tram, Jesus Cristo apenas uma figura simblica, relacionada atravs do sincretismo criado pelos negros ao Orix Oxal, naqueles tempos em que a Coroa Portuguesa, atravs do poder da Igreja, impunha aos escravos sua f trazida da Europa. E a, com o passar do tempo e com a associao dos cultos a-fros ao espiritismo e ao prprio catolicismo, teria nascido a Umbanda no Brasil. J os que defendem a idia da Umbanda como um culto cristo, baseiam-se principalmente nas palavras do Caboclo das Sete Encruzi-lhadas que em 15/11/1908, que informou aos presentes que estava iniciando ali, um novo culto, chamado Umbanda, onde espritos de negros e ndios poderiam praticar a caridade. Disse tambm que esta nova religio trabalharia baseada nos Evangelhos de Cristo e que teri-a como Mestre Supremo: Jesus Ento, como poderamos saber qual corrente tem mais razo. Vejamos: Estamos no incio do sculo XXI, mais precisamente em 2006 (118 anos depois da Lei urea, assinada pela Princesa Isabel). Porque ento os umbandistas continuam com a imagem de Cristo no local mais alto do cong? Afinal de contas no existe mais feitor, sinhozinho ou capito-do-mato. Nem a perseguio policial que ocorria no incio do sculo XX. Mas estamos l, ajoelhando, orando e pedindo diante de Sua i-magem. Simples, porque no ntimo da grande maioria dos filhos de f, Cristo sem dvida, o Ser de maior expresso espiritual que passou neste orbe. No bastasse isso, extremamente comum observarmos nos-sas Entidades, em especial os Pretos-Velhos, clamando foras a zin Nosso Sinh Jesus Cristo. Teriam esses Guias de Luz, medo do sinho-zinho? Ou da Igreja Catlica? No, claro que no. Eles pedem a Jesus com imenso respeito e devoo, assim como rogam aos Orixs, pois sabem que assim podero nos conduzir trilha que nos leva ao Pai. Alm dos Vovs e Vovs, isso muito fcil de se perceber numa gira de baianos ou boiadeiros, que rogam a Nosso Senhor do Bonfim

    Umbanda - F Crist

    ... no ntimo da grande maioria dos filhos de f, Cristo sem dvida, o Ser de maior expresso espiritual que passou neste orbe.

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  • e a Bom Jesus da Lapa. At quando tratamos com Exs de Lei, estes demonstram um respeito e um carinho especial ao Nazareno. Alguns o chamam at de o Coroado e se mostram satisfeitos em ter enxergado a impor-tncia em trabalhar baseado nos ensinamentos DEle. Se no bastasse isso, existe um sem nmero de pontos canta-dos que nos remetem figura do Messias... Abre a porta gente, que a vem Jesus, e ele vem cansado com o peso da cruz..., Preto-Velho quando vem, ele vem aos ps da cruz, vem tra-zendo proteo para os filhos de Jesus... Jesus nasceu, padeceu e morreu..., Seu cavalo corre, sua espada reluz, sua bandeira cobre todos filhos de Jesus..., entre outros. Sem contar as preces utilizadas, inclusive o Pai Nosso Umban-dista, baseado no Pai Nosso ensinado pelo Mestre h 2000 atrs. Quanto relao da Umbanda a outros segmentos, notamos forte influncia catlica e kardecista (ambas religies crists), somada a cultura e f afro (influncia dos espritos de negros escravos e de ex-participantes destes cultos que vieram a se tornar umbandistas). Respeitando a viso de todos os filhos desta linda religio, po-rm, baseado nessas e em outras tantas questes que poderiam ser formuladas, somadas ainda s palavras do Caboclo das Sete Encruzi-lhadas, particularmente creio sim numa Umbanda CRIST, universa-lista e cheia f nos Orixs, Guias e Protetores Espirituais. O objetivo do texto no criar polmicas ou discusses, at porque seriam em vo, j que cada pessoa tem o direito de pensar e acreditar no que quiser, mas apenas de colocar alguns pontos que s vezes passam despercebidos mesmo durante os debates. E, alm disso, tenho a certeza de que, acreditando NEle ou no, Jesus ampara a todos, assim como os Orixs, que independente at do credo da pessoa, esto sempre abertos a trabalhar em prol da caridade. Que o Mestre Jesus Cristo, chamado carinhosamente por ns de Pai Oxal, nos cubra com Vosso Manto Sagrado, envolvendo-nos com as energias que Ele traz do Pai Universal - Deus (ou Zambi, Olorum, Tup, ......).

    Sandro da Costa Mattos [email protected]

    Associao de Pesquisas Espirituais Ubatuba Templo de Umbanda Branca do Caboclo Ubatuba

    So Paulo/SP - 15/03/2006

    Umbanda - F Crist (continuao)

    ... acreditando NEle ou no, Jesus ampara a todos, assim como os Orixs, que independente at do credo da pessoa, esto sempre abertos a trabalhar em prol da caridade.

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  • 1 - Conserve sua sade psquica, vigiando seu aspecto moral: a) no alimente vibraes negativas de dio, rancor, inveja, ci-me, etc.; b) no fale mal de ningum, pois no juiz, e via de regra, no se pode chegar s causas pelo aspecto grosseiro dos efeitos; c) no julgue que o seu guia ou protetor o mais forte, o mais sabido, mais, muito mais do que o de seu irmo, aparelho tambm; d) no viva querendo impor seus dons medinicos, comentan-do, insistentemente, os feitos do seu guia ou protetor. Tudo isso pode ser bem problemtico e no se esquea de que voc pode ser testado por outrem e toda a sua conversa vaidosa ruir fragorosamente. D paz ao seu protetor, no astral, deixando de falar tanto no seu nome. Assim voc est se fanatizando e aborrecendo a Entidade, pois, fique sabendo, ele, o Protetor, se tiver mesmo ordens e direito de trabalho sobre voc, tem ordens amplas e pode disciplin-lo, cassan-do-lhe as ligaes medinicas; e) quando for para a sua sesso, no v aborrecido e quando l chegar, no procure conversas fteis. Recolha-se a seus pensamentos de f, de paz e, sobretudo, de caridade pura, para com o prximo. 2 - No mantenha convivncia com pessoas ms, invejosas, maldizentes, etc. Isso importante para o equilbrio de sua aura, dos seus prprios pensamentos. Tolerar a ignorncia no partilhar dela. Assim:

    a) faa todo o bem que puder, sem visar recompensa ou agra-decimentos; b) tenha nimo forte, atravs de qualquer prova ou sofrimento, confie e espere; c) no conte seus segredos a qualquer um, pois sua conscin-cia o templo onde dever lev-los anlise; d) no tema a ningum, pois o medo uma prova de que est em dbito com sua conscincia; e) lembre-se de que todos ns erramos, pois o erro humano e

    Conselhos para os Mdiuns

    ... via de regra, no se pode chegar s causas pelo aspecto grosseiro dos efeitos;

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  • fator ligado dor, ao sofrimento e conseqentemente, s lies com suas experincias. Sem dor, lies, experincia, no h carma, no h humaniza-o nem polimento ntimo. O importante que no erre mais, ou melhor, que no caia nos mesmos erros. Passe uma esponja no passado, erga a cabea e procure a sen-da da reabilitao: para isso, mate a sua vaidade e no se importe, de maneira alguma, com o que os outros disserem ou pensarem a seu respeito. Faa tudo para ser tolerante, compreensivo, humilde, pois as-sim s podero dizer boas coisas de voc.

    3 - Zele por sua sade fsica com uma alimentao racional e equilibrada: a) no abuse fumo, lcool ou quaisquer excitantes; b) no dia da sesso, no use lcool ou qualquer excitante; c) se possvel, escolha um dia por ms para por algum tempo ficar em contato com a natureza, especialmente uma mata, uma ca-choeira, um jardim silencioso, etc. Ali fique lendo ou meditando, pois assim ficar a ss com sua prpria conscincia, fazendo reviso de tudo que lhe parea ter sido positivo ou no, em sua vida material, sentimental e espiritual.

    Autor desconhecido Retirado da internet

    Enviado por Marco Boeing

    Associao Espiritualista Mensageiros de Aruanda Curitiba - PR

    [email protected]

    Conselhos para os Mdiuns (continuao)

    se possvel, escolha um dia por ms para por algum tempo ficar em contato com a natureza, especialmente uma mata, uma cachoeira, um jardim silencioso, etc;

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  • Abenoados os que possuem amigos, os que os tm sem pedir. Porque amigo no se pede,

    no se compra, nem se vende, amigo a gente sente!

    Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar. Porque amigo no se cala,

    no questiona, nem se rende, amigo a gente entende!

    Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar. Porque amigo sofre e chora,

    amigo no tem hora, pra consolar! Benditos sejam todos os amigos, que acreditam na tua verdade

    ou te apontam a realidade. Porque amigo a direo, a base, quando falta o cho.

    Benditos sejam todos os amigos de razes, verdadeiros.

    Porque amigos so herdeiros, da real sagacidade.

    Ter amigos... a melhor cumplicidade!

    *** Este poema encontrado comumente na internet. Em muitos sites, o autor citado Machado de Assis. Em alguns outros, citada Isabel Macha-do. Procurei bastante, mas no consegui encontrar uma fonte, que pudesse afirmar com certeza o autor correto. Acho isso importante. Mas, afinal, porque ento estou transcrevendo-o para c ? O projeto do jornal est sendo muito recompensador. Tenho aprendi-do bastante e conhecido timas pessoas. Tenho a convico, que estamos criando fortes laos de amizade, que devem perdurar, alm de estreitar al-guns pr-existentes. Talvez at, seja possvel resgatar alguns que ficaram pelo caminho. Salve os amigos! Visveis e Invisveis. Certamente eles so uma das melhores coisas da vida.

    Paulo C. L. Vicente Templo Espiritualista Sol e Esperana

    Templo Espiritualista Anita Zippin - Curitiba/PR [email protected]

    Bons Amigos !

    . . .

    amigo no se cala,

    no questiona, nem se rende,

    amigo a gente entende!

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  • Nesta oportunidade, desejo falar-vos sobre o real poder das preces e oraes, para esclarecer-vos sobre a necessidade de pratic-las com plena conscincia e sabedoria. Sabei que as palavras contidas numa prece, devem ser balan-ceadas numa freqncia vibratria elevada. A luz da sublime elevao ser absorvida e sustentada por vs ou no, de acordo com a qualidade de pensamento e sentimento que acolherdes em vossos coraes e mentes, quando estiverdes em ora-o. Uma prece nunca deve ser envolvida por vibraes violentas, como revolta, raiva, cime e outras, o que certamente poder ocasio-nar efeitos inesperados e contraditrios. As palavras contidas numa orao ou prece, principalmente se elas j possuem uma egrgora prpria, so repletas de poder e magi-a, portanto devem ser conscientemente pronunciadas, cuidadas e ja-mais usadas sem necessidade ou de forma inadequada. Pg. 27 - Num ato de adorao a Deus ocorre uma grande mo-vimentao de luz. So energias que se elevam, energias que descem em retorno, mesclando-se com a dos corpos do prprio discpulo, embora ele mui-tas vezes no se aperceba da riqueza do sublime acontecimento. Harmonizai-vos antes de proferir vossas preces, para que elas partam de vossos coraes repletos do verdadeiro impulso divino. Somente assim alcanareis o seio PATERNO ou MATERNO DE DEUS, ou de seus representantes.

    Arcanjo Samuel Trechos isolados, extrados do Livro O Servidor Divino I. M. M. Marinho Ponte Atividade do Fogo Sagrado.

    Enviado por Sandra Ribeiro Moderadora da Sala @@Umbanda@@ no PalTalk

    Rio de Janeiro - RJ [email protected]

    O Poder da Orao

    Uma prece nunca deve ser envolvida por vibraes violentas, como revolta, raiva, cime e outras, o que certamente poder ocasionar efeitos inesperados e contraditrios.

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  • A obsesso a ao persistente que um mau esprito exerce sobre um indivduo. Ela apresenta caractersticas muito diferentes, desde a simples influncia moral, sem sinais exteriores sensveis, at uma perturbao completa do organismo e das faculdades mentais. O Envagelho Segundo o Espiritismo H obsessores terrveis do homem, denominados "orgulho", "vaidade", "preguia", "avareza", "ignorncia" ou "m-vontade", e convm examinar se no se vtima dessas energias per-versoras que, muitas vezes, habitam o corao da criatura, encegue-cendo-a para a compreenso da luz de Deus. Contra esses elementos destruidores, faz-se preciso um novo gnero de preces, que se constitui de trabalho, f, esforo e boa-vontade. Emmanuel - (Consolador) Espritos elevados no nos prejudicam, no nos desequilibram, no criam constrangimento, pelo contrrio. Nos orientam, nos indu-zem ao bem, prtica da f, ao crescimento, aos bons pensamentos e boa conduta. Espritos inferiores, por afinidade, tiram proveito das nossas fraquezas e limitaes. Cabe a ns a busca do entendimento, a conscincia dos nossos limites, a perseverana e a pacincia na luta contra os vcios e os ex-cessos, a reflexo para tirar proveito das orientaes que recebemos, a percepo e a gratido pela proteo que temos, na forma de esfor-o para a reforma ntima. O nosso estado de alerta, a prtica do bem, nossa fora de von-tade e a nossa melhoria so a preveno e o remdio. Paulo C. L. Vicente

    Templo Espiritualista Sol e Esperana Templo Espiritualista Anita Zippin - Curitiba/PR [email protected]

    Obsesso

    H obsessores terrveis do homem, denominados

    "orgulho", "vaidade", "preguia",

    "avareza", "ignorncia" ou "m-vontade"

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  • Obsesso por vingana um tipo comum. A pessoa ao reencarnar traz o dio de alguns inimigos de vidas passadas, que passam a obsedi-lo a procura de vingana. Obsesso por trabalho feito Tambm muito comum em nossos terreiros, causada pela a-o de espritos baixos, que mediante uma paga feita por outrem, passam a obsediar a pessoa. Obsesso por afinidade aquela causada a partir do momento em que um desencarna-do, encontre um encarnado que se afinize com sua vibrao e que te-nha algum tipo de vcio em comum. Por exemplo: um esprito que mantm o mesmo vcio da bebida que tinha quando encarnado, encontra numa pessoa afinidade com esta vibrao, e passa a obsedi-lo, fazendo-o beber cada vez mais, para se satisfazer. Este tipo de obsesso se manifesta principalmente em pessoas que tenham algum tipo de vcio como: bebida, drogas, fumo, sexo, gula, etc. Auto obsesso aquela em que a pessoa cria sua prpria obsesso, a partir do momento em que passa a acreditar que tudo o que acontece de ruim em sua vida culpa dos espritos. Geralmente acontece, com aqueles que encontram nisto uma justificativa para os prprios erros, podendo assim culpar algum por eles e por sua falta de coragem e determinao para lutar.

    Marco Boeing Associao Espiritualista Mensageiros de Aruanda

    Curitiba - PR [email protected]

    Alguns Tipos de Obsesso Numa Viso Simples

    ... a pessoa cria sua prpria obsesso, a partir do momento em que passa a acreditar que tudo o que acontece de ruim em sua vida culpa dos espritos.

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  • Eram 18:00h e Jorge j dava os ltimos retoques em seu terno, para assistir a mais uma reunio na Igreja Evanglica Neopentescos-tal que freqentava h um ano. Homem trabalhador, desde jovem j exercia a profisso de car-pinteiro. Hoje, aos 60 anos, com esposa e um neto, tinha vida humil-de e tranqila, apesar dos problemas de sade e finanas que o afligi-am. Carregava uma grande mgoa no corao. Tendo sido mdium umbandista atuante por mais de 20 anos, deparou-se com uma en-fermidade que atingiu violentamente sua nica e amada filha. Rogou a Deus, a seu Guia Espiritual e as demais entidades espi-rituais do terreiro em que trabalhava que a curassem. No logrou xi-to, perdendo a presena fsica de sua filha em 6 meses. Revoltado com a tragdia, abandonou a Umbanda a afirmou que jamais voltaria a religio, pois se ali estivessem espritos do Bem e Deus, no teriam deixado que to grande desgraa lhe atingisse. Sob grande instabilidade psquica e induzida por fanticos evan-glicos, l estava ele, ao lado da esposa, nos cultos da igreja, cujo ministro religioso exortava a todos os presentes a esconjurarem os espritos malignos da macumba, alm de prometer a salvao e... pe-dir dinheiro. Jorge no reclama, dando seu dzimo e ofertas com difi-culdade, mas acreditando ser o caminho a seguir. Em suas horas de descanso, na paz do convvio familiar, Jorge quase sempre ouvia uma voz estranha, que lhe dizia: sempre estarei ao seu lado. Comentava o fato com a esposa que, influenciada pelo fanatismo religioso, dava como resposta que deveria ser um esprito maligno que o acompanhava, aconselhando-o a comentar o assunto com o pastor da igreja. Resolveu seguir os conselhos de sua mulher, procurando, du-rante um culto, esclarecimentos com o missionrio. Este lhe informou que as ocorrncias eram obras do diabo, soli-citando ao Jorge que aumentasse o valor de suas ofertas para que Deus pudesse operar em obra e graa na sua vida (a vida de Jorge). Com imensa dificuldade, dobrou o valor do dzimo e das ofertas, Contudo a voz, insistentemente lhe invadia, dizendo: sempre estarei ao seu lado. Numa tarde de domingo, aps o almoo, Jorge preparava-se para descansar em seu leito, quando bruscamente foi vitimado por uma forte dor no peito, prxima ao corao. Caiu desmaiado, sendo acudido por sua esposa, que aos berros rogava ajuda dos vizinhos. Colocado em txi, rumou s pressas para o hospital mais prximo, a fim de ser atendido.

    Meu Caboclo, Meu Querido !

    Em suas horas de descanso, na paz do convvio familiar, Jorge quase sempre ouvia uma voz estranha, que lhe dizia: sempre estarei ao seu lado.

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  • Aps o pronto atendimento e posterior exame clnico, foi diag-nosticado uma insuficincia cardaca provocada por uma grande leso nas artrias do corao. O caso solicitava o concurso premente de in-terveno cirrgica, sem a qual Jorge certamente sucumbiria. A operao foi marcada. Sua esposa, apavorada com o cenrio, encaminhou-se para a igreja, a fim de solicitar os prstimos religiosos do pastor. Foi atendida e aconselhada pelo missionrio a aumentar as contribuies pecunirias (dinheiro) e a fazer um desafio a Deus pela cura de Jorge. Desolada com pouco caso dado situao, voltou ao hospital, sendo ali informada que seu marido piorava e que, por isto, tinham antecipado a cirurgia. Encostou-se a uma cadeira na recepo e comeou a rogar a Deus pela sade do amado esposo. Ouviu ento uma voz que lhe to-cou como verdadeiro blsamo, que dizia: eu sempre estarei com e-le. J na sala de cirurgia, Jorge, ainda acordado, pediu a Deus que o deixasse viver, pois tinha uma esposa e neto para sustentar. Observando a movimentao dos mdicos que preparavam a anestesia geral, Jorge notou intenso feixe de luz que surgia do canto direito daquele recinto. De cores variadas e predominncia do violeta, a luminescncia pouco a pouco foi se condensando na figura ativa de um ndio, que empunhando uma moringa nas mos, se aproximou do leito. Jorge chamava pelos mdicos, que no lhe escutavam. Pergun-tava-se mentalmente quem era aquele indgena. Do interior da moringa, a entidade Espiritual retirou um lquido verde e extremamente cintilante, derramando-o sobre o peito de Jor-ge, alm de faz-lo ingerir um pouco da substncia. Ato contnuo, o esprito desapareceu e Jorge adormeceu. Quatro horas depois, despertou na enfermaria, notando a pre-sena do mdico e da esposa. Perguntou sobre a operao e, para seu espanto, o mdico que ali estava disse-lhe que a cirurgia fora cancelada, uma vez que mo-mentos antes da aplicao da anestesia geral, o cirurgio-mdico cismou em realizar novos exames, os quais no acusaram qualquer leso nas artrias coronrias. Tambm relatou a Jorge que durante os preparativos para a o-perao, a equipe cirrgica sentiu uma enorme fragrncia de ervas no recinto, cuja origem no conseguiu detectar. Passados dois meses de susto, Jorge, sentado sob a copa da mangueira em seu quintal, observava o lindo luar que despontava no

    Meu Caboclo, Meu Querido! (continuao)

    ... a cirurgia fora cancelada, uma vez que momentos antes da aplicao da anestesia geral,

    o cirurgio-mdico cismou em realizar novos exames, os quais no acusaram qualquer leso nas artrias coronrias.

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  • cu estrelado, indagava-se sobre os acontecimentos passados, procu-rando uma resposta sensata para o que ocorrera: a cena na sala de cirurgia no lhe saia da mente. A brisa corria suave, e com ela uma voz chegou aos ouvidos de Jorge: sempre estarei com voc. Virou-se na direo dos arbustos de seu quintal e, esttico, visualizou a presena do mesmo ndio pre-sente no hospital. A entidade Espiritual, aproximou-se, informou a Jorge ser Guia Espiritual, caboclo nominado aqui de Y, e que rece-bera ordens superiores para cur-lo da enfermidade. Trazia tambm informaes sobre sua querida filha, que estava bem e envolvida em trabalhos assistenciais dentro da Umbanda, sali-entando a Jorge que a doena de sua filha era processo depurador ir-reversvel, motivo pelo qual no teve como interferir. Jorge, profundamente emocionado, no conseguia expressar-se, O Caboclo Y disse-lhe que respeitava sua mudana de religio, mas onde estivesse, ele, o Caboclo, sempre estaria a seu lado, em labor de amparo e aconselhamento. O carpinteiro Jorge, sensibilizado pelas palavras do amigo espi-ritual pediu desculpas pela falta de f nos Guias e Protetores da Um-banda. O Caboclo Y sorriu, ao mesmo tempo em que comeava a perder sua forma ideoplstica por entre a vegetao. Jorge observando a grande beleza cenogrfica espiritual, relem-brava os tempos de terreiro; as pessoas sendo auxiliadas; sua queri-da filha cambonando o Caboclo Y; a caridade pura e simples se ma-nifestando, sem dzimos, ofertas, ou barganhas com Deus. Jorge voltou a seu antigo terreiro, sendo calorosamente recep-cionado pelos amigos espirituais e carnais que o aguardavam. Aps cada sesso de caridade como instrumento de expresso dos amigos espirituais, Jorge, feliz por mais um dia de amparo aos necessitados, e relembrando da fisionomia de seu guia-chefe, no si-lncio de sua preces, sempre exclama: Meu Caboclo, meu querido.

    Enviado por Dimas Baslio Templo Espiritualista Sol e Esperana

    Templo Espitualista Anita Zippin [email protected]

    Publicado no Site Jornal Umbanda Hoje www.jornalumbandahoje.com.br Reproduo autorizada

    Meu Caboclo, Meu Querido! (continuao)

    A brisa corria suave,

    e com ela uma voz chegou aos ouvidos de Jorge:

    sempre estarei com

    voc.

    Pgina 37 Correio da Umbanda - Maro / 2006

  • Jesus de Nazar nos disse: Vs, porm, no queiras ser chama-dos Mestres; porque um s o vosso Mestre, e todos vs sois irmos. Evangelho de Mateus 23:8. Queridos irmos de f, gostaria de entrar em um tema que fato comum nos dias atuais, em especial no mundo religioso e eXotrico. Estamos vivendo a era da grande oferta de gurus, pseudo-sbios, mestres, magos e avatares. Mdiuns que fazem e desfazem qualquer tipo de trabalho, trazem pessoa amada em trs dias e vai por a afora. A Humanidade, carente em suas necessidades bsicas tais como cultura, educao, necessidades psico-emocionais, equilbrios financeiros etc., facilmente cai nas garras destes fanticos religiosos ou vendilhes de resultados. Infelizmente o Movimento Umbandista no pde fugir a este modismo, tpico de final de milnio. H uma miraculosa oferta de mestres por a... Os mesmos es-queceram do verdadeiro sentido da palavra MESTRES, que simblica e relativa a um trabalho especial e interno; no um smbolo de status ou supremacia espiritual, nunca devendo ser usada para menosprezar os irmos ainda em estados conscienciais menos adiantados. Mestre o que esta dentro, a essncia (o caminho esotrico do corao, amor, resignao, humildade, sabedoria, etc). o Guia interno de cada um e no o que esta fora, vale dizer, diferente da forma (o ca-minho sinuoso e exotrico do ego, paixo, orgulho, supremacia etc.). No existe nenhum tipo de regra, receita de bolo, caminho religio-so exclusivo ou exigncia scio-cultural para que cada um encontre seu mestre interno. No h exigncias formal-acadmicas para isto, nem nas ditas escolas iniciticas (como a maonaria), pois se assim fosse, de que forma explicaramos este grande exemplo de trabalho medinico, humil-dade e sabedoria, que vem do nosso querido Francisco Cndido Xavier ou simplesmente Chico Xavier, homem que cursou somente o primrio no mundo, mas graduado na Universidade da Vida. Exemplo maior ainda o prprio Jesus de Nazar um verdadeiro mestre e filho de carpinteiro. Meus queridos irmos, gostaramos que soubessem que no esta-mos fazendo apologia ou menosprezando o fantstico conhecimento tc-nico-cientfico que temos hoje; ao contrrio, precisamos cada vez mais diminuir as taxas vergonhosas de analfabetismo. Alertamos, porm, que preciso estar alerta com a maneira pela qual empregamos as coisas (e os ttulos) aplicando-as corretamente no seu devido tempo e espao, respeitando sempre os limites. Sarav

    Enviado por Dimas Baslio Templo Espiritualista Sol e Esperana

    Templo Espitualista Anita Zippin [email protected]

    Mestres... Uns Querem Ter, Outros Querem Ser!

    Mestre o que esta dentro, a essncia (o caminho esotrico do corao, amor, resignao, humildade, sabedoria, etc)

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    Publicado no site Jornal Umbanda Hoje www.jornalumbandahoje.com.br Reproduo autorizada

  • Gostaramos de agradecer ao Irmo de f Marco Valrio Pellizer, diretor do Jornal Umbanda Hoje, por nos permitir incluir diversas ma-trias e trechos de matrias em nossas edies. O Jornal de Umbanda Hoje , na nossa opinio uma tima fonte de informao e de aprendizado. Sabemos da dificuldade de se manter um projeto semelhante, de maneira que salientamos a importncia de mencionar sempre o autor e a fonte das informaes, para o devido crdito do trabalho executado. Recomendamos a leitura sempre que possvel, no site: www.jornalumbandahoje.com.br Exemplos: Na edio de janeiro de 2006: * Historia da Umbanda (Matria) * Umbandistas, graas a Deus (Matria) * Fotos Zlia e Zilma de Moraes, da Tenda Nossa Senhora da Piedade, e da Cabana de Pai Antnio Edio de Fev/2006 * Consideraes sobre o Cong (Matria) * Defumao, seus Efeitos Astrais e Fsicos (Matria) * Sal Grosso (Matria) Nesta edio * Mestres... Uns Querem Ter, Outros Querem Ser! (Matria) * Meu Caboclo, Meu Querido ! (Matria) Paulo C. L. Vicente

    Templo Espiritualista Sol e Esperana Templo Espiritualista Anita Zippin - Curitiba/PR [email protected]

    Jornal Umbanda Hoje

    O Jornal de Umbanda Hoje , na nossa opinio uma tima fonte de informao e de aprendizado.

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  • De famlia catlica fui criada e educada pelos meus pais at os meus 17 anos sem saber ao certo o que era a Umbanda. Meu pais j conheciam a histria de pessoas (inclusive meus tios) que recebiam incorporaes de Caboclos e espritos que se diziam alemes (at mesmo um espirito de um engenheiro, muito famoso da poca atrs). Fui uma criana que vivia em "benzedeiras", pois vivia doente sem ter explicao mdica. Esses foram meus primeiros contatos com a espiritualidade (que eu me lembre). Fui crescendo e assuntos sobre a Umbanda sempre me chama-ram a ateno, mas meus pais no queriam se envolver com "essas coisas" (j haviam sofrido muito com feitios). Foi quando minha irm mais velha se separou do marido, que meus pais junto a ela come-am a procurar, a ir em busca de ajuda espiritual (sem pedidos de amarrao). L descobri que era mdium, fiquei feliz mas assustada pois no entendia nada... O tempo passou e conheci meu marido por intermdio de meu pai e para minha felicidade ele era mdium e trabalhava em centro de Umbanda. Me filiei l e comecei meu desenvolvimento que tanto so-nhei. Para minha tristeza ouve um desentendimento entre meu pai e minha me de santo, que acabou ocasionando a minha sada de l junto com meu marido(na poca noivo) e meus pais. O tempo passou, acho que uns 3 meses... Quando meu pai re-cebeu um Preto-velho em nossa casa, pois eu andava muito triste e chorava por tudo. Ele veio at mim para dar um passe e anunciou que ali seria montado a sua casa, o Centro de Umbanda Pai Joo de Angola. Fiquei muito feliz e da por diante, sempre fui Cambone do Preto-velho com muito amor e carinho. Sabe-se que dentro de uma casa onde h varias pessoas, sem-pre h algumas desavenas. Acho isto at normal, mas o que mais me fere a alma e a fofoca, a hipocrisia e a ingratido. Meu Pai j de idade e se achando fraco para tocar os trabalhos, pediu licena aos seus Orixs e passou a mim toda a direo da casa. A mim