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caderno do PROFESSOR EDUCAÇÃO FÍSICA ensino fundamental volume 4 – 2009 6 a - SÉRIE

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Page 1: Edfis cp 6s_vol4reduzido

caderno doPROFESSOR

EDUC

AçÃO

FÍS

ICA

ensino fundamental

volume 4 – 20096a- SÉRIE

Page 2: Edfis cp 6s_vol4reduzido

GovernadorJosé Serra

Vice-GovernadorAlberto Goldman

Secretário da EducaçãoPaulo Renato Souza

Secretário-AdjuntoGuilherme Bueno de Camargo

Chefe de GabineteFernando Padula

Coordenadora de Estudos e NormasPedagógicasValéria de Souza

Coordenador de Ensino da RegiãoMetropolitana da Grande São PauloJosé Benedito de Oliveira

Coordenador de Ensino do InteriorRubens Antonio Mandetta

Presidente da Fundação para oDesenvolvimento da Educação – FDEFábio Bonini Simões de Lima

EXECUÇÃO

Coordenação GeralMaria Inês Fini

ConcepçãoGuiomar Namo de MelloLino de MacedoLuis Carlos de MenezesMaria Inês FiniRuy Berger

GESTÃO

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Presidente do Conselho Curador:Antonio Rafael Namur Muscat

Presidente da Diretoria Executiva:Mauro Zilbovicius

Diretor de Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação:Guilherme Ary Plonski

Coordenadoras Executivas de Projetos: Beatriz Scavazza e Angela Sprenger

COORDENAÇÃO TÉCNICA

CENP – Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas

Coordenação do Desenvolvimento dos Conteúdos Programáticos e dos Cadernos dos ProfessoresGhisleine Trigo Silveira

AUTORES

Ciências Humanas e suas Tecnologias

Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira

Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo, Regina Célia Bega dos Santos e Sérgio Adas

História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari

Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo

Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume

Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume

Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira

Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti e Sérgio Roberto Silveira

LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo

Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos

MatemáticaMatemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli

Caderno do GestorLino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie

Equipe de Produção

Coordenação Executiva: Beatriz Scavazza

Assessores: Alex Barros, Beatriz Blay, Carla de Meira Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark, Ruy César Pietropaolo, Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias Moretti

Equipe Editorial

Coordenação Executiva: Angela Sprenger

Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa

Projeto Editorial: Zuleika de Felice Murrie

Edição e Produção Editorial: Conexão Editorial, Edições Jogo de Amarelinha e Occy Design (projeto gráfico)

APOIOFDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação

CTP, Impressão e AcabamentoImprensa Oficial do Estado de São Paulo

São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.

Caderno do professor: educação física, ensino fundamental – 6ª- série, volume 4 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti. – São Paulo : SEE, 2009.

ISBN 978-85-7849-396-7

1. Educação Física 2. Ensino Fundamental 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Inês. II. Daolio, Jocimar. III. Venâncio, Luciana. IV. Sanches Neto, Luiz. V. Betti, Mauro. VI. Título.

CDU: 373.3:796

S239c

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegi-dos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº 9.610/98.

* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.

Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas

Page 3: Edfis cp 6s_vol4reduzido

Caras professoras e caros professores,

Este exemplar do Caderno do Professor completa o trabalho que fizemos de

revisão para o aprimoramento da Proposta Curricular de 5a- a 8a- séries do Ensino

Fundamental – Ciclo II e do Ensino Médio do Estado de São Paulo.

Graças às análises e sugestões de todos os professores pudemos finalmente

completar um dos muitos recursos criados para apoiar o trabalho em sala de aula.

O conjunto dos Cadernos do Professor constitui a base estrutural das aprendi-

zagens fundamentais a serem desenvolvidas pelos alunos.

A riqueza, a complementaridade e a marca de cada um de vocês nessa elabo-

ração foram decisivas para que, a partir desse currículo, seja possível promover as

aprendizagens de todos os alunos.

Bom trabalho!

Paulo Renato SouzaSecretário da Educação do Estado de São Paulo

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São Paulo faz escola – Uma Proposta Curricular para o Estado 5

Ficha do Caderno 7

Orientação sobre os conteúdos do Caderno 8

Tema 1 – Esporte – Modalidade coletiva: voleibol 10

Situação de Aprendizagem 1 – O voleibol já é do conhecimento de todos os alunos 12

Situação de Aprendizagem 2 – Para jogar é preciso saber as técnicas? 13

Atividade Avaliadora 17

Proposta de Situações de Recuperação 18

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 18

Tema 2 – Luta: judô 20

Situação de Aprendizagem 3 – Reconhecendo as lutas 24

Situação de Aprendizagem 4 – Lutando com os amigos 26

Atividade Avaliadora 27

Proposta de Situações de Recuperação 28

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 28

Considerações finais 30

Quadro de Conteúdos 31

SUMáRiO

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SãO PaULO Faz ESCOLa – UMa PROPOSTa CURRiCULaR PaRa O ESTadO

Caros(as) professores(as),

Este volume dos Cadernos do Professor completa o conjunto de documen-

tos de apoio ao trabalho de gestão do currículo em sala de aula enviados aos

professores em 2009.

Com esses documentos, a Secretaria espera apoiar seus professores para

que a organização dos trabalhos em sala de aula seja mais eficiente. Mesmo

reconhecendo a existência de classes heterogêneas e numerosas, com alunos em

diferentes estágios de aprendizagem, confiamos na capacidade de nossos pro-

fessores em lidar com as diferenças e a partir delas estimular o crescimento

coletivo e a cooperação entre eles.

A estruturação deste volume dos Cadernos procurou mais uma vez favore-

cer a harmonia entre o que é necessário aprender e a maneira mais adequada,

significativa e motivadora de ensinar aos alunos.

Reiteramos nossa confiança no trabalho dos professores e mais uma vez

ressaltamos o grande significado de sua participação na construção dos conhe-

cimentos dos alunos.

Maria Inês FiniCoordenadora Geral

Projeto São Paulo Faz Escola

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Page 7: Edfis cp 6s_vol4reduzido

7

FiCha dO CadERnO

Esporte - Modalidade coletiva; Luta

nome da disciplina: Educação Física

área: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Etapa da educação básica: Ensino Fundamental

Série: 6ª

Volume: 4

Temas e conteúdos: Esporte

Luta

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ORiEnTaçãO SObRE OS COnTEúdOS dO CadERnO

Professor, este Caderno foi elaborado para

servir de apoio ao seu trabalho pedagógico co-

tidiano com a 6ª série do Ensino Fundamental.

Os temas deste 4º bimestre são enfocados a partir

da concepção teórica da disciplina, já explicitada

anteriormente, fundamentada nos conceitos de

Cultura de Movimento e Se-Movimentar.

Assim, pretende-se que as Situações de

Aprendizagem aqui sugeridas para os temas

Esporte e Luta possibilitem que os alunos di-

versifiquem, sistematizem e aprofundem suas

experiências do Se-Movimentar no âmbito das

culturas lúdica e esportiva, tanto para propor-

cionar novas experiências de Se-Movimentar

(permitindo aos alunos estabelecerem novas

significações) como para dar novos significa-

dos a experiências já vivenciadas. Espera-se

que o enfoque adotado para o desenvolvimen-

to dos conteúdos deste bimestre seja compatí-

vel com as intencionalidades do projeto polí-

tico-pedagógico de cada escola.

Neste 4º bimestre da 6ª série, serão de-

senvolvidos os temas Esporte – Modalidade

Coletiva e Luta. O primeiro abordará o vo-

leibol como modalidade esportiva coletiva,

discutindo seus princípios técnicos e táticos,

suas regras e seu processo histórico. Espera-se

que os alunos sejam capazes de compreender

as principais regras e o processo histórico de

desenvolvimento dessa modalidade, aplicar os

princípios técnicos e táticos e analisar as dife-

rentes possibilidades de vivenciar o voleibol.

No segundo tema, o judô será tomado

como exemplo para a discussão dos princí-

pios de confronto e oposição, de classificação

e de organização das lutas. Esse tema também

tratará da questão da violência atribuída e

associada às lutas. Cabe ressaltar que outras

lutas serão mencionadas, de modo a ampliar

a abordagem geral do tema. Espera-se com

isso que os alunos possam valorizar e reco-

nhecer a importância das condutas respeito-

sas e colaborativas nas lutas.

Os procedimentos propostos para a avalia-

ção caminham na direção de uma avaliação integrada das condutas dos alunos no pro-

cesso de ensino e aprendizagem, sem esta-

belecer procedimentos isolados e formais.

As Atividades Avaliadoras devem favorecer

a geração, por parte dos alunos, de infor-

mações ou indícios, qualitativos e quan-

titativos, verbais e não verbais, que serão

interpretados pelo professor, nos termos

das competências e habilidades que se pre-

tende desenvolver em cada tema/conteúdo.

Privilegia-se a proposição de Situações de

Aprendizagem que favoreçam a aplicação

dos conhecimentos em situações cotidianas

e a elaboração de textos-síntese relaciona-

dos aos temas abordados. Serão também

priorizados os questionamentos aos alu-

nos, visando checar a compreensão dos

conteúdos e a aquisição das competências

e das habilidades propostas ao longo das

aulas.

Page 9: Edfis cp 6s_vol4reduzido

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Educação Física - 6a série - Volume 4

A quadra é o tradicional espaço da aula

de Educação Física, mas algumas Situações de

Aprendizagem aqui sugeridas poderão ser

desenvolvidas no espaço da sala de aula, no

pátio externo, na biblioteca, na sala de infor-

mática ou de vídeo, bem como em espaços da

comunidade local, desde que compatíveis com

as atividades programadas. Algumas etapas

também podem ser realizadas pelos alunos

como atividade extra-aula (pesquisas, produ-

ção de textos etc.).

As orientações e sugestões a seguir pretendem

oferecer-lhe subsídios para o desenvolvimen-

to dos temas apresentados. Não pretendem

apresentar as Situações de Aprendizagem

como as únicas a serem realizadas, nem res-

tringir sua criatividade, como professor, para

outras atividades ou variações de abordagem

dos mesmos temas.

Nesse mesmo sentido, o Caderno do Aluno

é mais um instrumento para servir de apoio

ao seu trabalho e ao aprendizado dos alunos.

Elaborado com base no Caderno do Profes-

sor, esse material adicional não tem a preten-

são de restringir ou limitar as possibilidades

do seu fazer pedagógico.

De acordo com o projeto político-pedagó-

gico da escola e da sua condução do compo-

nente curricular, é possível que os temas nele

elencados, selecionados entre os propostos no

Caderno do Professor, não coincidam com as

atividades que vêm sendo desenvolvidas na

escola. Neste caso, a expectativa é subsidiar

a condução dessas atividades para que sejam

realizadas de maneira similar às propostas no

Caderno do Aluno.

Para otimizar seu tempo em quadra, o

Caderno do Aluno apresenta as Situações

de Aprendizagem de caráter teórico, também

propostas no Caderno do Professor, como

sugestões de pesquisa e atividades de lição de

casa. Além disso, traz, em todos os volumes,

dicas sobre nutrição ou postura, a fim de con-

tribuir para a construção da autonomia dos

alunos, um dos princípios da Proposta Curri-

cular da disciplina.

Isto posto, professor, bom trabalho!

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TEMa 1 – ESPORTE – MOdaLidadE COLETiVa: VOLEibOL

O voleibol foi criado pelo norte-americano

William G. Morgan, em 1895, então diretor

de Educação Física da Associação Cristã de

Moços (ACM). Naquela época, o principal

esporte nos Estados Unidos, o basquetebol,

estava em crescente difusão, especialmente

entre os jovens. Entre as pessoas mais velhas,

era considerado um jogo cansativo, em razão

de sua dinâmica. Foi como uma alternativa ao

basquetebol que Morgan idealizou um jogo

que exigiria menos esforço e nenhum contato

físico entre seus praticantes, atendendo assim

ao público mais velho. Para limitar os deslo-

camentos, Morgan empregou uma rede seme-

lhante à de tênis, com uma altura aproxima-

da de 1,90 metro, sobre a qual uma bola feita

com a câmara da bola de basquetebol seria

rebatida entre duas equipes.

Logo o voleibol começou a ganhar adeptos,

sendo difundido e introduzido em outros paí-

ses. O Canadá foi o primeiro a receber o novo

esporte, em 1900. Posteriormente, passou a ser

praticado em outras nações, como Cuba, Fili-

pinas e Japão, Porto Rico, Peru, Uruguai. No

Brasil, fontes oficiais indicam que o voleibol foi

introduzido entre 1915 e 1917 pela ACM.

Atualmente, nosso país ocupa posição de

destaque nesse esporte como uma das maio-

res potências tanto do vôlei de quadra como

do vôlei de praia (variação do jogo de quadra,

em que a equipe é formada por uma dupla).

No masculino, o Brasil iniciou sua trajetória

vitoriosa na Liga Mundial em 1993. De 2001 a

2007 disputou todas as finais, sendo vice-cam-

peão em 2002 e 4º colocado em 2008. Em julho

de 2009 conquistou mais um título, tornando-se

octacampeão da Liga Mundial.

No feminino, os resultados alcançados pelo

país também têm sido expressivos: vice-campeão

da Copa do Mundo (1995, 2003 e 2007) e

campeão olímpico (2008), além de oito títulos do

Grand Prix, competição anual criada em 1993.

As modalidades esportivas coletivas reuni-

das na Proposta Curricular de Educação Física

foram agrupadas e compreendidas a partir da

categoria Esporte Coletivo, que reúne o futsal,

o handebol, o basquetebol, o voleibol, o futebol

de campo, entre outras. As modalidades coletivas

foram estruturadas com base em algumas seme-

lhanças: em todas, duas equipes disputam um

implemento (a bola), criando táticas para levá-lo

a um alvo, enquanto devem proteger o próprio

alvo das investidas da equipe adversária. O volei-

bol, porém, apresenta algumas variações em rela-

ção ao alvo, à circulação de bola e à marcação.

As Situações de Aprendizagem e as ativida-

des propostas para o voleibol seguem os níveis

de relação propostos por Garganta (1995),

sempre vinculados aos seis princípios opera-

cionais descritos por Bayer (1994), dividindo-os

em ataque e defesa.

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Educação Física - 6a série - Volume 4

Em situação de ataque:

Conservação da posse de bola. f

Progressão da bola e da equipe em direção f

ao alvo adversário.

Finalização em direção ao alvo. f

Em situação de defesa:

Recuperação da posse de bola. f

Contenção da bola e da equipe adversária f

em direção ao próprio alvo.

Proteção do alvo. f

Em função de o voleibol ter uma estru-

tura diferente em sua dinâmica de jogo (a

noção de alvo e a presença de uma rede que

estabelece e delimita claramente os campos

de defesa e de ataque, e o não contato físico

entre as equipes), adaptaremos a proposta

de Bayer.

Enquanto nas outras modalidades a

conservação da posse de bola é ilimitada

(futsal, handebol etc.) ou limitada por um

tempo (basquetebol), no voleibol a pos-

se de bola é limitada pelo número máximo

de passes que a equipe pode efetuar (três).

Isso muda a dinâmica do jogo e, portanto,

a forma de ensiná-lo aos alunos. O uso da

rede faz com que as equipes não penetrem

na quadra do adversário, o que estabelece

uma relação de não contato físico com o

adversário. Com isso, a recuperação da

bola nunca é efetuada por meio de uma

interceptação de um passe, já que nesse

momento a equipe adversária assiste ao

desenvolvimento da jogada de ataque do

adversário. Assim, a recuperação da bola

acontece por ação de bloqueio ou defesa da

equipe que está sem a posse de bola ou por

erro do adversário (no passe ou ao desper-

diçar o ataque).

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Figura 1 – Voleibol: conservação e recuperação da bola.

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Nessa modalidade, diferenciam-se tam-

bém tanto a progressão da bola e da equipe

em direção ao alvo adversário como a con-

tenção da bola e da equipe adversária em di-

reção ao próprio alvo. O alvo pode ser a qua-

dra e o próprio oponente, pois marcam-se

pontos se a bola cair dentro da quadra ad-

versária ou se, após uma ação de ataque,

a bola tocar no adversário e cair em qual-

quer parte da quadra de defesa dessa equipe

(seja dentro, seja fora da quadra). Portanto,

o alvo não se limita à cesta, como no bas-

quetebol, ou à meta, como no futsal e no

handebol. Toda a quadra pode ser o alvo, o

que exige uma distribuição atenta dos joga-

dores. Como não pode haver invasão do ter-

ritório ocupado pela outra equipe (salvo em

algumas situações), resta ao time que está

sem a bola se posicionar bem e executar o

bloqueio ou a defesa para tentar recuperar

sua posse.

A manutenção da posse de bola está

diretamente relacionada com o ataque ao

alvo, já que a equipe que está com a bola

não pode fazer mais de três passes e, por

isso, deve se “livrar” da bola atacando a

equipe adversária. A proteção do alvo

ocorre de maneira diferente na comparação

com os demais esportes coletivos. Embo-

ra exista a figura do líbero, cuja função é

apenas defender, todos os jogadores de-

vem proteger o alvo, isto é, a quadra e seus

companheiros.

SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 1 O VOLEIBOL JÁ É DO CONHECIMENTO DE TODOS OS ALUNOS

A apresentação do voleibol para os alunos

pode ser feita a partir do histórico da mo-

dalidade, associando-o aos acontecimentos

atuais. A proposta é desenvolver um entendi-

mento da lógica geral desse jogo a partir do

vôlei-câmbio.

Tempo previsto: 1 a 2 aulas.

Conteúdos e temas: o surgimento do voleibol: entendimento e construção da modalidade com os alunos.

Competências e habilidades: entender a história do voleibol; compreender a estrutura básica da modalidade.

Recursos: bolas de voleibol; bolas maiores e mais leves; redes de voleibol; canetas e folhas de sulfite.

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Educação Física - 6a série - Volume 4

É importante priorizar a dinâmica do jogo

em detrimento da técnica “fechada e padroni-

zada”, muitas vezes entendida como a única

possibilidade para se chegar ao jogo formal. As

várias etapas desta Situação de Aprendizagem

pretendem reconstruir a dinâmica do voleibol.

SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 2 PARA JOGAR É PRECISO SABER AS TÉCNICAS?

introduzidas com a finalidade de ir aproxi-

mando o vôlei-câmbio do jogo de voleibol,

como permitir que se agarre a bola somente

na recepção e no primeiro passe, introduzin-

do-se as rebatidas em seguida; ou utilizar

uma bola maior e mais leve, a fim de facili-

tar as rebatidas.

Etapa 2 – Pensando nas estratégias do jogo

Solicite aos alunos, em grupos, que elabo-

rem estratégias para o jogo de vôlei-câmbio e

que as registrem por escrito e/ou com ilustra-

ções. Proponha que tentem aplicar as estraté-

gias durante os próximos jogos. Depois dessa

vivência, analise e discuta com a turma o que

foi proposto.

desenvolvimento da Situação de aprendizagem 1

Etapa 1 – O jogo possível: o vôlei-câmbio

Primeiro trabalhe o histórico do voleibol

e sua grande repercussão no Brasil atual-

mente. Depois, procure reconstruir o jogo

com a realização do vôlei-câmbio, cuja es-

trutura se assemelha à do voleibol, a despei-

to de os passes serem realizados com a bola

dominada, e não rebatida. Nessa adaptação

do voleibol, segurar a bola representa a pos-

sibilidade concreta de jogá-lo, facilitando a

participação dos alunos, visto que nesta fai-

xa etária é, ainda, difícil executar um passe

com precisão. Algumas variações podem ser

Tempo previsto: 5 a 6 aulas.

Conteúdos e temas: princípios técnicos e táticos do voleibol; jogos reduzidos.

Competências e habilidades: identificar e aplicar em situações-problema os princípios técnicos e táticos do voleibol; compreender a dinâmica tática da modalidade; identificar e analisar as dife-rentes possibilidades de espaço e número de participantes na organização do voleibol; entender diversas possibilidades dos sistemas de jogo e táticas.

Recursos: bolas de borracha, bolas de voleibol, rede de voleibol, banco sueco, plástico, jor-nal, peteca, cones, barbante, câmera de vídeo (opcional).

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desenvolvimento da Situação de aprendizagem 2

Etapa 1 – Eu-bola

Nessa etapa, procure fazer com que o

aluno se familiarize com a bola de voleibol.

Inicialmente, podem ser utilizadas bolas de

diferentes tamanhos e pesos. Posteriormente,

contudo, as atividades deverão fazer uso ape-

nas de bolas de voleibol. Realize atividades

de condução, de recepção, de passes, sem se

preocupar com as regras específicas do jogo.

O importante é que os alunos percebam a ne-

cessidade de dominar a bola realizando várias

ações, sem impor uma forma única de recep-

ção ou de passe. Essas atividades de domínio

de bola podem ser praticadas no início de

várias aulas, servindo também como aqueci-

mento para outras ações.

Ao observar que os alunos se sentem se-

guros retendo e manipulando a bola, deve-se

estimulá-los a rebatê-la, tanto com os dedos

(toque) como com os antebraços (manchete),

conforme exigem as regras do voleibol.

Etapa 2 – Eu-bola-colegas(s)

Nesse momento, a intenção é o controle

de bola coletivamente, com um colega (du-

plas) e com grupos maiores (trios, quartetos,

quintetos). A preocupação aqui deve ser a

contínua troca de passes entre os alunos do

grupo sem deixar a bola cair. Depois de pra-

ticar trocas de passes retendo a bola, os alunos

deverão tentar a troca de passes rebatendo a

bola. Várias atividades podem ser feitas com

esse objetivo:

Troca de passes em duplas ou em trios

Troca de passes com distâncias variadas. f

Deslocamentos em duplas ou em trios tro- f

cando passes.

Troca de passes em grupo, utilizando mais f

de uma bola etc.

Etapa 3 – Eu-bola-alvo

Nessa etapa, a intenção é praticar o lan-

çamento da bola em direção à quadra ad-

versária, com o objetivo de se atingir o alvo;

no caso do voleibol, a outra metade da qua-

dra. Nessa modalidade, as situações em que

isso ocorre são no saque (ação para iniciar

um jogo ou para repor a bola em jogo após

o ponto) e no ataque (ação ofensiva em que

uma equipe, após receber a bola da equipe

adversária, realiza os três passes visando

finalizar a jogada em direção à quadra ad-

versária). Distribua arcos, cones, bolas pela

quadra para que os alunos, ao vivenciarem

as situações de saque e ataque, atinjam os al-

vos estabelecidos. Pode-se também dividi-los

em duas equipes e conferir pontos diferentes

para cada alvo acertado.

Etapa 4 – Eu-bola-colega(s)-alvo

As situações propostas, nessa etapa, de-

vem envolver a troca de passes entre os alunos

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15

Educação Física - 6a série - Volume 4

e a conclusão do ataque com finalização na

quadra adversária. O ataque representa, nor-

malmente, o terceiro contato da equipe com

a bola e essa ação é conhecida como cortada,

que consiste em rebater a bola rapidamente

para a quadra adversária. A bola pode tam-

bém ser colocada em um espaço desguarnecido

da quadra adversária.

As atividades a serem desenvolvidas permi-

tirão o trabalho com diferentes situações de

jogo, como colocar um aluno para fazer o pas-

se, enquanto um segundo faz o levantamento

para o primeiro atacar em direção à quadra

adversária. Essa formação proporciona a pos-

sibilidade de variações de posicionamento dos

alunos. Nessa etapa é importante enfatizar a

realização dos três passes permitidos e a rápi-

da troca de passes entre os alunos, variando os

locais e as formas de finalização em direção à

quadra adversária. Além disso, alvos podem

ser colocados na quadra adversária para se-

rem atingidos.

Podem ser desencadeadas situações com ou-

tros alvos que não a quadra adversária, a fim de

estimular ações de ataque como, por exemplo,

o jogo “três-corta”, em que os alunos, em círcu-

lo, trocam passes entre si para que, no terceiro

passe (cortada), tentem acertar um aluno que

esteja sentado no centro da roda em posição de

alvo do jogo. Se o aluno-alvo conseguir segu-

rar a bola, troca de posição com quem realizou

a cortada. Se o aluno que realizou a cortada

não acertar o alvo, ele se torna o próximo alvo.

Deve-se utilizar uma bola de borracha leve, a

fim de que nenhum aluno se machuque.

Etapa 5 – Eu-bola-colega(s)-adversá-rio(s)-alvo

Nesse nível de relação, estarão presentes

todos os princípios operacionais explicitados

por Bayer (1994), já que as situações de ata-

que e de defesa estarão bem definidas.

O jogo “rede viva” pode ser útil para o início

da organização das situações de ataque e defe-

sa do voleibol. Divida a turma em três equipes,

sendo que duas vão jogar e a outra servirá de

rede. Para facilitar a recuperação da bola pelo

grupo que assume a posição de rede, coloque-o

sobre o banco sueco. As duas equipes come-

çam um jogo de voleibol, realizando três passes

a cada vez que a bola estiver em sua quadra e a

enviando, em seguida, para a quadra adversá-

ria. Sempre que a bola tocar na rede viva, tro-

ca-se a posição das equipes, ou seja, a rede viva

passa a ocupar o lugar da equipe que perdeu a

bola para a rede. Esse jogo propicia dinamismo

e exige grande atenção por parte dos alunos, já

que é constante a troca de posições durante sua

prática. Ele também possibilita variações. Por

exemplo, caso não haja banco sueco, os alunos

que estão na rede poderão saltar (verticalmen-

te) para tocar na bola e assim recuperá-la.

Outra atividade interessante é o “vôlei no

escuro”. Organize espaços que permitam re-

presentar várias quadras, a fim de que todos

os alunos participem. Com jornal ou plástico

(ou qualquer outro tipo de material) cubra a

rede, de modo que as equipes não visualizem

a quadra adversária. Nessa atividade às escu-

ras, alguns alunos podem atuar como árbitros,

Page 16: Edfis cp 6s_vol4reduzido

16

Etapa 7 – O jogo de voleibol

Após a realização de várias situações reduzi-

das, chegou a hora de trabalhar efetivamente com

o jogo formal de voleibol (6 x 6), orientado por

algumas regras básicas, que podem ser adaptadas

conforme as intenções e os objetivos pretendidos.

Preocupe-se com a distribuição dos alunos em

quadra, especialmente com o posicionamento

defensivo para recuperar a bola após um ataque

adversário. Nesse momento, seria interessante

explicar-lhes a função defensiva do líbero.

Caso considere necessário, interrompa o jogo

a fim de orientar o posicionamento dos alunos,

explicar os sistemas de jogo e também proble-

matizar as possibilidades de cada jogada. Nada

impede que as regras sejam alteradas conforme

as necessidades do grupo. Um procedimento pos-

sível é permitir um ou mais “pingos” da bola na

quadra para que o jogo prossiga. Se existir exces-

siva dificuldade em recepcionar o saque adversá-

rio (o saque pode ser visto como uma primeira

forma de ataque), por que não permitir que os

alunos segurem a bola no primeiro toque?

para que analisem o andamento da partida e

as estratégias utilizadas pelas equipes.

Outra sugestão é trabalhar um jogo popu-

lar: a peteca. Este jogo tem como objetivo

rebater a peteca em direção à quadra adver-

sária. Como a intenção é fazer com que os

alunos transfiram elementos desse esporte

para o voleibol, sugere-se que sejam efetuados

três passes antes de se realizar o ataque contra

a equipe adversária. A estrutura do jogo seria

a mesma do voleibol, com mudança, apenas,

do objeto a ser rebatido.

Etapa 6 – Jogos reduzidos

Nessa etapa, deve-se propor a realização

de jogos reduzidos, em meia quadra partindo

da composição 2 x 2, 3 x 3, 4 x 4 e 5 x 5. Os

jogos reduzidos são excelentes oportunidades

para os alunos compreenderem as demandas

táticas e as exigências técnicas do jogo, uma

vez que ocorrem em situações simplificadas,

porém próximas da situação real, além de pro-

piciar que todos os participantes toquem na

bola durante a atividade.

Professor, para que todos os alunos efetiva-mente joguem durante essa etapa, transforme a quadra em várias pequenas quadras. Basta ter um barbante ou qualquer outro material para montar a rede. Procure interromper o jogo sempre que necessário, alertando os alunos para seu posicionamento, de seus companheiros e de seus adversários, bem como enfatizando as regras do voleibol. Nesse momento, deve-se também mostrar aos alunos variações táticas de posicionamento de defesa e ataque.

Figura 2 – Possibilidade de prática do voleibol.

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17

Educação Física - 6a série - Volume 4

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kATIVIDADE AVALIADORA

Proponha situações características da moda-

lidade voleibol, apresentando-as como problemas

a serem discutidos, vivenciados e solucionados

pelos alunos, por escrito ou demonstrados na

quadra. Tal estratégia possibilitará avaliar a ca-

pacidade dos alunos para pensar taticamente o

voleibol. Não valorize a realização em termos de

execução perfeita das ações específicas do jogo

ou da consecução do ponto após a ação. Avalie

se os alunos compreendem a situação de jogo

proposta e as suas iniciativas para solucioná-la.

Seguem alguns exemplos de questões a serem

apresentadas aos alunos:

Quais as diferenças entre as atividades desen- f

volvidas: “vôlei-câmbio”, “vôlei no escuro”

e “rede viva”?

O espaço físico é fator importante para ga- f

rantir a organização do voleibol? Explique.

Qual a diferença entre jogar o voleibol com f

menos jogadores na equipe e com o núme-

ro oficial definido pela regra?

O que é um ataque no voleibol? Como ele f

se realiza e para que serve a cortada?

Em quais aspectos a presença do árbitro é f

importante no voleibol?

Qual o melhor posicionamento para a de- f

fesa quando recebe uma bola de saque?

E quando defende uma cortada na ponta

da rede?

Vocês alterariam alguma regra da modali- f

dade? Qual? Por quê?

Discuta com os alunos as respostas apre-

sentadas e dê as orientações necessárias. É

importante garantir que os alunos atentem

para a organização tática coletiva do voleibol.

Para tanto, descreva situações reais de partidas,

colocando-os como árbitros e pedindo sua opi-

nião. Se possível, para enriquecer essa discussão

e, se houver material disponível, grave os jogos

dos alunos para que eles analisem as próprias

ações. Essa situação pode ser operacionalizada

em forma de gincana, para que os vários grupos

respondam às questões, contando pontos para

as respostas certas. O objetivo é que os alunos

retomem as regras do voleibol.

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Figuras 3 e 4 – Possibilidades de prática do voleibol.

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18

PROPOSTA DE SITUAçÕES DE RECUPERAçãO

Livros

BAYER, Claude. O ensino dos desportos

colectivos. Lisboa: Dinalivros, 1994.

Apresenta o esporte coletivo como uma cate-

goria – partindo das semelhanças estruturais das

modalidades, além de possibilidades pedagógicas.

GARGANTA, Júlio. Para uma teoria dos jo-

gos desportivos colectivos. In: OLIVEIRA, Júlio;

GRAçA, A. O ensino dos jogos desportivos. 2. ed.

Porto: Universidade do Porto, 1995, p. 11-25.

O capítulo apresenta possibilidades de in-

tervenção pedagógica na prática das modali-

dades esportivas coletivas.

GRECO, Pablo J. (Org.) Iniciação esportiva

universal: metodologia da iniciação esportiva

na escola e no clube. 1ª reimpressão. Belo Ho-

rizonte: UFMG, 2007. v. 2.

O livro apresenta estratégias para a inicia-

ção esportiva nas modalidades coletivas.

MARCHI Jr., Wanderley. “Sacando” o volei-

bol. São Paulo: Hucitec; Ijuí: Unijuí, 2004.

Apresenta uma leitura da história do vo-

leibol, abrangendo sua evolução de esporte

amador para mercadoria espetacularizada no

universo da sociedade de consumo.

Durante o percurso pelas várias etapas

das Situações de Aprendizagem, alguns

alunos poderão não apreender os conteú-

dos ou não desenvolver as habilidades da

forma esperada. É necessário, então, pro-

fessor, elaborar outras Situações de Apren-

dizagem, permitindo ao aluno “revisitar”

de outra maneira o processo. Tais estraté-

gias podem ser desenvolvidas durante as aulas

ou em outros momentos, individualmente ou

em pequenos grupos, envolver todos os alu-

nos ou apenas aqueles que apresentaram

dificuldades. Podem ser, por exemplo:

atividade-síntese de um determinado con- f

teúdo, em que as várias atividades serão

refeitas numa única aula e discutidas pos-

teriormente. Por exemplo: circuito que

contemple diferentes preceitos e esquemas

táticos do voleibol;

apresentação de uma situação de jogo f

para que o aluno resolva o problema apre-

sentado.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSãO DO TEMA

Page 19: Edfis cp 6s_vol4reduzido

19

Educação Física - 6a série - Volume 4

artigos

DAOLIO, Jocimar. Jogos esportivos coletivos:

dos princípios operacionais aos gestos técnicos –

modelo pendular a partir das ideias de Claude

Bayer. Revista Brasileira de Ciência e Movimen-

to. v. 10, n. 4, p. 99-103, 2002. Disponível em:

< http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/

issue/view/43 >. Acesso em: 29 maio 2009.

Apresenta um modelo pendular para o en-

sino dos esportes coletivos, partindo dos prin-

cípios operacionais até os gestos técnicos.

SADI, Renato M.; COSTA, Janaina C.;

SACCO, Bárbara T. Ensino de esportes por

meio de jogos: desenvolvimento e aplicações.

Pensar a prática. v. 11, n. 1, 2008. Disponível em:

<http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/

article/view/1298/3333 >. Acesso em: 29 maio 2009.

Apresenta o ensino de esporte por meio de

jogos, com procedimentos pedagógicos e me-

todológicos relativos a jogos de invasão.

SILVA, Thatiana A. F.; ROSE Jr., Dante de.

Iniciação nas modalidades esportivas coletivas:

a importância da dimensão tática. Revista Ma-

ckenzie de Educação Física e Esporte. v. 4, n. 4,

p. 71-93, 2005. Disponível em: < http://www4.

mackenzie.com.br/fileadmin/Graduacao/CCBS/

Cursos/Educacao_Fisica/REMEFE-4-4-2005/

art5_edfis4n4.pdf >. Acesso em: 29 maio 2009.

Apresenta discussão sobre a importância da

dimensão tática na iniciação das modalidades

esportivas coletivas.

Filme

Os reis da praia (Side out). Direção: Peter

Israelson. EUA, 1990. 100min.

Monroe Clark é um estudante de Direito que,

durante o verão, vai para a Califórnia trabalhar

no escritório de seu tio Max. O jovem recebe uma

missão: entregar uma ordem de despejo para zack

Barnes, um ex-jogador de vôlei de praia. Barnes,

para não ser despejado, faz uma proposta a Clark:

os dois formarem uma dupla e disputarem o mais

importante torneio de vôlei de praia no mundo.

Sites

Existem inúmeros sites sobre voleibol que po-

dem auxiliar tanto o aluno quanto o professor em

seus estudos e pesquisas para o aprofundamento do

tema, com informações oficiais sobre competições

e transmissões pela televisão. Também apresentam

as regras oficiais da modalidade, algumas informa-

ções históricas, artigos informativos, seleção de fo-

tos, as principais conquistas das seleções nacionais

em várias categorias e acesso para outros sites, bem

como alguns pequenos vídeos. Disponível em:

Federação Internacional de Voleibol (FIBV).

Disponível em: < http://www.fivb.org>. Acesso

em: 10 jul. 2009.

Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Dis-

ponível em: < http://www.volei.org.br >. Acesso em:

10 jul. 2009.

Programa Viva Vôlei. Disponível em: <http://

www.vivavolei.com.br>. Acesso em: 10 jul. 2009.

Page 20: Edfis cp 6s_vol4reduzido

20

TEMa 2 – LUTa: JUdÔ

grande popularização do judô no Japão e em di-

versos países do Oriente e Ocidente também.

O judô, quando concebido, pressupunha pra-

ticantes pacíficos e equilibrados nas suas con-

dutas e gestos em confronto com o outro. Esses

princípios se contrapunham aos de outras ma-

nifestações de lutas, caracterizadas e concebidas

unicamente para a formação de guerreiros.

A palavra “judô” é composta por ideogramas

japoneses: ju significa não resistência, flexível, sua-

ve; e do significa caminho ou via; ou seja, caminho

ou via da flexibilidade ou suavidade, literalmente.

O judô é caracterizado por movimentos que

envolvem agarramentos, rolamentos, quedas, equi-

líbrios, desequilíbrios, projeções (lançamentos) e

imobilizações, durante os quais os praticantes terão

de confrontar-se e opor-se mutuamente, comparan-

do e cotejando gestos e movimentos corpo a corpo.

O judô é uma luta que se constituiu a partir

dos movimentos e gestos do ju-jutsu (ju: flexí-

vel e jutsu: arte ou habilidade – ou seja, arte ou

habilidade flexível, em japonês). Conhecido no

Ocidente como jiu-jítsu, o ju-jutsu é uma arte

marcial atribuída aos samurais japoneses que

não utilizavam armas – luta desarmada, carac-

terizada por agarramentos, lançamentos, chutes

e golpes de mãos em pontos vitais do corpo –

ocidentalizada no final do século XIX.

Como luta, o judô foi sistematizado e orga-

nizado por volta de 1882, pelo mestre oriental

Jigoro Kano, ex-praticante de jiu-jítsu. No iní-

cio, o judô caracterizou-se como uma luta de

praticantes com diferentes especificidades, o

que chamou a atenção e despertou o interesse

de adeptos de outras artes marciais e de pessoas

que não tinham pretensão de combate. Atribui-se

ao método educacional e competitivo (simula-

ção de combate), sistematizado pelo mestre, a

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Figura 5 – Judô: confronto e oposição face a face.

Page 21: Edfis cp 6s_vol4reduzido

21

Educação Física - 6a série - Volume 4

O judô transcendeu a condição de arte

marcial, pois seus princípios, quando disso-

ciados do jiu-jítsu, foram assimilados pelos

praticantes que buscavam também equilí-

brio para sua vida cotidiana, não atrelando

a luta exclusivamente ao combate.

Os movimentos e golpes característicos do

judô são sustentados pela conhecida lei de ação

e reação: quanto maior a força aplicada em um

golpe, também proporcional será a força do

contragolpe. Percebe-se que, nos movimentos

realizados nessa modalidade de luta, a queda

pode ser uma estratégia para se conseguir

realizar um contragolpe eficiente. Nesse caso, a

queda não se caracteriza como um movimento

de derrota ou fracasso, mas sim de preparação

para confrontar o oponente. Segundo os prin-

cípios do judô, um lutador considerado não

tão forte físicamente pode vencer um oponente

considerado mais “forte”. Isso pode ser obser-

vado quando o menos forte consegue aplicar um

golpe que desequilibra o oponente em condições

físicas superiores por ele ter se descuidado de

um dos princípios da luta.

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Figuras 6 e 7 – Movimentos que caracterizam confronto e oposição no judô.

O judô é uma luta com duração de até cinco minutos, praticado sobre um tatame, área que mede de 14 a 16 metros quadrados. É considerado vencedor do confronto o praticante que conseguir aplicar o ippon, objetivo do judô. Caso nenhum dos lutadores conquiste o ippon, será considerado vencedor aquele que tiver mais vanta-gens. Essa vantagem pode ser medida pela soma de outros golpes aplicados na tentativa de se aplicar o ippon.

Ippon: é o golpe completo (objetivo da luta). Ocorre quando um praticante consegue derrubar o opo-nente de costas no chão ou imobilizá-lo por 25 segundos. Vale um ponto.

Wazari: outra possibilidade de conquistar o ippon é realizar dois wazari. O wazari é um ippon incompleto (consi-derado uma vantagem, vale meio ponto), sem concretizar o contato das costas do adversário no tatame.

Yuko: caracteriza-se por uma queda de lado no tatame. Cada yuko vale um terço de ponto.

Koka: golpe caracterizado por uma queda sentada no tatame. É a menor pontuação do judô. Vale um quarto de ponto.

No judô não são permitidos golpes no rosto ou que possam provocar lesões. No Brasil, as cores das faixas que prendem o quimono (espécie de roupão) identificam as graduações dos praticantes (judocas): branca, cinza, azul, amarela, laranja, verde, roxa, marrom, preta.

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22

Figura 8 – Braço de ferro.

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Figura 9 – Luta indígena brasileira.

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Page 23: Edfis cp 6s_vol4reduzido

23

Educação Física - 6a série - Volume 4

Os movimentos de confronto e oposição do

judô podem ter um novo significado nas aulas

de Educação Física, principalmente quando os

conceitos que fundamentam a luta são contex-

tualizados e incorporados no trato pedagógico.

Existem outras lutas orientais ou ocidentais,

com ou sem utilização de armas ou objetos

nas mãos, que podem receber um tratamento

pedagógico semelhante, como sumô, caratê,

tae kwon do, kendo, aikido, esgrima, boxe, luta

greco-romana, braço de ferro, lutas indígenas,

entre outras.

a questão da violência

A violência, muitas vezes, é um dos argu-

mentos usados para justificar a não inclusão

das lutas como conteúdo a ser tratado peda-

gogicamente nas aulas de Educação Física.

Segundo esse argumento, a violência é intrín-

seca à prática de qualquer luta e pode sus-

citar ou provocar comportamentos, atitudes

ou condutas não desejadas nos alunos.

Vivemos em uma sociedade cujos traços de

violência são percebidos cotidianamente em

diferentes contextos, inclusive no escolar. Se-

gundo Olivier (2000), o professor pode desen-

volver atividades que evidenciem os aspectos

positivos do confronto por meio de práticas

que promovam o prazer e incentivem o uso

de estratégias de jogos com regras, nos quais

os alunos poderão, em condições definidas e

seguras, liberar a agressividade e, ao mesmo

tempo, reconhecer a importância do outro.

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Figura 10 – Sumô.

Page 24: Edfis cp 6s_vol4reduzido

24

As lutas, quando organizadas estrategica-

mente, permitem ao aluno confrontar-se com o

outro, aprender a respeitar as regras discutidas e

acordadas antes de um combate, expressando ati-

tudes sem uso de violência. As atitudes e condutas

respeitosas e solidárias devem se constituir em

busca constante não só no trato com o conteúdo

de luta, mas em todas as manifestações da Cultu-

ra de Movimento. Comportamentos violentos

podem manifestar-se em diferentes momentos

das aulas. É necessário identificá-los, com-

preendê-los, contextualizá-los e modificá-los.

Acredita-se e espera-se que os alunos

possam dar novos sentidos para sua ação

e comunicação por meio de gestos e movi-

mentos significativos. Seja no confronto ou

na oposição das situações de luta, nas formas

acrobáticas das ginásticas ou do circo, nos

gestos, técnicas e táticas dos jogos e modali-

dades esportivas etc.

As situações de combate devem permitir

ao aluno agir e controlar as próprias con-

dutas e as do seu oponente, na tentativa de

agarrar, desequilibrar, projetar, rolar, tracio-

nar etc. Para combater e confrontar, é preciso

tocar o oponente, agarrá-lo. É preciso reco-

nhecer e respeitar a presença e a existência

do outro.

SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 3 RECONHECENDO AS LUTAS

Nesta Situação de Aprendizagem, os alu-

nos, em grupos, serão motivados a identificar

e perceber as características necessárias para

se manter em equilíbrio e desequilibrar o opo-

nente, durante as lutas que envolvem movi-

mentos de confronto e oposição.

Tempo previsto: 2 a 4 aulas.

Conteúdos e temas: princípios de confronto e oposição nas situações de luta.

habilidades específicas: identificar e compreender os movimentos e gestos de equilíbrio e

desequilíbrio em diferentes posições; reconhecer a importância de se equilibrar e de dese-

quilibrar o oponente nas lutas; estabelecer estratégias para manter-se em equilíbrio durante

certo tempo e esquivar-se das investidas de ataque do oponente.

Recursos: colchões, placas de EVA ou gramado, bolas, garrafas PET e prendedores de rou-

pa, canetas, folhas de sulfite e imagem de diferentes modalidades de lutas.

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25

Educação Física - 6a série - Volume 4

desenvolvimento da Situação de aprendizagem 3

Etapa 1 – Movimentos de confronto e oposição: o que é isso?

Sugira aos alunos que, organizados em

grupos, identifiquem e relatem uns aos outros

quais são os nomes das lutas que conhecem.

Proponha que escrevam as respostas em uma

folha ou cartaz. Na sequência, peça que iden-

tifiquem aquelas lutas cujos movimentos se

caracterizam por contatos corpo a corpo.

Se possível, mostre, após a discussão, imagens

de diferentes modalidades de lutas para que

os alunos associem com os relatos.

Etapa 2 – desequilibrando meus colegas

Organize a turma em quatro ou cinco gru-

pos, formando duplas em cada um deles. Sugi-

ra aos alunos que realizem a brincadeira briga

de galo (agachados e/ou em pé). Estabeleça, se

preferirem, uma possível marcação de pontos.

Por exemplo, se estiverem agachados, marca

ponto aquele que conseguir desequilibrar o co-

lega e fazer com que ele coloque qualquer parte

do corpo no chão (mãos, joelhos, glúteos etc.).

Podem ser atribuídos pontos diferentes para

cada parte do corpo que tocar o solo.

Nessa etapa, é importante definir o que

pode ou não pode ser feito. Por exemplo,

agachados ou em pé, os alunos devem es-

tar com as mãos espalmadas, não sendo

permitido agarrar o colega, mas somente

empurrá-lo, tocando-o.

Etapa 3 – invasão equilibrada de território

Sugira que os alunos permaneçam organi-

zados em duplas dentro dos grupos. Delimite

uma área e divida-a em duas partes, cada gru-

po fica responsável por uma parte. Distribua

em uma das partes objetos (bolas pequenas,

pedaços de madeira, prendedores de roupa,

garrafas PET pequenas etc.), que deverão ser

capturados por um dos grupos.

A captura dos objetos poderá ser feita

pelos alunos em pé ou equilibrando-se em

um dos pés. Na opção “um pé só”, os obje-

tos deverão ser devolvidos quando os alunos

tocarem o solo com o outro pé. O grupo que

defende/protege os objetos também deverá

se equilibrar em um pé só. Caso toque o solo

com o outro pé, a equipe deverá entregar um

dos objetos aos “invasores”.

Se preferir, em vez de distribuir diversos ob-

jetos no chão, sugira que os alunos coloquem

prendedores de roupa em diferentes partes do

corpo, para que sejam retirados pelo grupo

adversário. Nesse caso, os alunos que defen-

dem apenas deverão esquivar-se dos ataques

utilizando as mãos, não podendo empurrar o

colega que tenta retirar os prendedores.

Outra possibilidade é propor que as

invasões e defesas dos objetos sejam feitas por

duplas. Os grupos ou duplas deverão revezar

as funções de defensores e invasores dos terri-

tórios. Sugira um tempo para cada grupo cap-

turar os objetos ou prendedores de roupa, por

exemplo, 15 ou 20 segundos.

Page 26: Edfis cp 6s_vol4reduzido

26

Nesta Situação de Aprendizagem, os alu-

nos irão praticar o confronto corpo a corpo

em diferentes posições. A intenção é que per-

cebam a necessidade de estratégias para os di-

ferentes planos nos quais as lutas de confronto

e oposição são realizadas. As condutas positi-

vas também serão enfatizadas nesta Situação

de Aprendizagem.

SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 4 LUTANDO COM OS AMIGOS

Tempo previsto: 2 a 4 aulas.

Conteúdos e temas: princípios de confronto e oposição nas lutas; condutas não violentas no confronto e oposição das lutas.

Competências e habilidades: perceber e identificar as características individuais na realização dos gestos e movimentos de confronto das lutas; atribuir significado para as lutas que envol-vem confronto e oposição; valorizar e respeitar as condutas nas lutas.

Recursos: giz, placas de EVA, gramado ou colchões e bolas.

desenvolvimento da Situação de aprendizagem 4

Etapa 1 – Empurrando meu colega para fora do seu território: eu tenho a força... Será que tenho equilíbrio?

Aproveite a mesma organização dos alunos

da Situação de Aprendizagem 3 e peça que, em

duplas, de costas um para o outro, tentem des-

locar (empurrar) seu oponente para fora de uma

área previamente definida. Outra possibilidade

é empurrar o oponente utilizando os ombros.

Etapa 2 – O confronto em busca da bola

Os rolamentos nas lutas são importantes

para amortecer as quedas, preparar investi-

das para o ataque ou desvencilhar-se de uma

imobilização. Aproveite a mesma organiza-

ção dos alunos da etapa anterior e, caso a

escola possua placas de EVA ou colchões,

oriente os alunos para que realizem dife-

rentes rolamentos (para a frente, para trás

e lateralmente).

Providencie uma bola (de voleibol ou de

borracha) para cada dois grupos. Cada grupo

irá escolher:

Um representante, que terá 20 ou 30 segun- f

dos para capturar a bola de seu oponente,

por meio de estratégias que deverá pensar

e organizar para esse fim. Dentre essas, po-

derá rolar o colega no chão, sem recorrer a

atitudes ou condutas indesejadas.

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27

Educação Física - 6a série - Volume 4

O defensor da bola deverá assumir qual- f

quer posição em plano baixo e, em hipótese

alguma, poderá ficar em pé e usar os pés ou

as mãos para se livrar do confronto. A ideia

é defender a bola – que estará envolvida

pelo corpo – e para isso o aluno deverá pen-

sar em maneiras de se defender dos agarrões

e investidas durante o confronto.

Os outros colegas poderão ajudar seus

representantes dando palpites ou dicas,

mas, em hipótese alguma, invadir a área de

combate.

As duplas devem se revezar nas funções,

possibilitando que todos os componentes dos

grupos participem. Organize com os alunos a

contagem dos confrontos, as regras para ocu-

pação e uso do espaço e a definição de condu-

tas não desejáveis. Muitas são as possibilidades

de movimentos e gestos nos confrontos:

Agarramentos: braços, pernas, quadris e f

tronco.

Retenção: com as mãos e pés. f

Desequilíbrios: puxando, empurrando, f

tracionando, carregando, levantando, proje-

tando, rolando etc.

Imobilização: rolando, agarrando, tracio- f

nando etc.

Esquivas: rolando, saltando, abaixando, f

afastando, girando em torno de si mesmo etc.

Resistência: opondo-se, empurrando, des- f

viando, atacando etc.

Assim que todas as duplas realizarem os

confrontos propostos, sugira que, em grupo,

relatem as facilidades, dificuldades e estraté-

gias utilizadas.

ATIVIDADE AVALIADORA

Selecione com antecedência algumas ima-

gens de lutas que caracterizam confronto e

oposição dos lutadores. Proponha aos alunos

que identifiquem os gestos e movimentos das

lutas selecionadas.

Pode ser interessante numerar as ima-

gens para que os alunos possam identificar

os gestos e os movimentos nelas caracteri-

zados. As identificações poderão ser feitas

em grupos e registradas em uma folha de

papel. Vamos tomar como exemplo a ima-

gem ao lado: Figura 11 – Judocas lutando.

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Page 28: Edfis cp 6s_vol4reduzido

28

Quais movimentos as duas lutadoras estão f

realizando? Desequilíbrios? Agarramentos?

Quais são os possíveis movimentos a serem f

realizados pelas lutadoras?

Qual delas tem mais probabilidade de cair? f

Por quê?

PROPOSTA DE SITUAçÕES DE RECUPERAçãO

Durante o percurso pelas várias etapas

das Situações de Aprendizagem, alguns alu-

nos poderão não apreender os conteúdos da

forma esperada. É necessário, então, profes-

sor, criar outras Situações de Aprendizagem

em que as vivências de confronto e oposição

nas lutas estejam presentes. Elas devem ser

diferentes, de preferência, daquelas que ge-

raram dificuldades para os alunos. Tais es-

tratégias podem ser desenvolvidas durante

as aulas ou em outros momentos, envolver

todos os alunos ou apenas aqueles que apre-

sentaram dificuldades.

Como exemplo, sugerimos a elaboração de

um roteiro de estudos com perguntas nortea-

doras referentes à dinâmica do confronto do

judô ou de outra luta para posterior apresen-

tação em registro escrito. São elas:

O judô é uma luta com armas ou uma luta f

corpo a corpo?

Quais as partes do corpo utilizadas na prá- f

tica do judô?

O que diferencia o judô de outras lutas? f

Como podemos cair sem nos machucar ou f

sem machucar o colega?

Quais são as formas de amortecer a queda? f

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSãO DO TEMA

Livros

CARREIRO, Eduardo. Lutas. In: DARIDO,

Suraya Cristina; RANGEL, Irene Concei-

ção Andrade. Educação Física na escola:

implicações para a prática pedagógica. Rio

de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005, p.

244-261.

O capítulo traz informações sobre diferen-

tes lutas, além de apresentar possibilidades

pedagógicas para o tema.

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Educação Física - 6a série - Volume 4

REID, Howard; CROUCHER; Michael. O caminho do guerreiro: o paradoxo das artes

marciais. São Paulo: Cultrix, 1984.

Os autores apresentam diferentes aspectos do desenvolvimento das lutas no Oriente e seu

processo de ocidentalização.

OLIVIER, Jean C. Das brigas aos jogos com

regras: enfrentando a indisciplina na escola.

Porto Alegre: Artmed, 2000.

Nesse livro, o autor apresenta, por meio de jo-

gos, diferentes situações de confronto e oposição

nas lutas, discute também as questões que envol-

vem violência e condutas nas situações de aula.

artigos

DRIGO, Alexandre Janotta et al. A cultura oriental e o processo de especialização precoce nas artes marciais. Lecturas: Educacion Fisica y Depor-tes (Revista Digital), Buenos Aires. v. 10, n. 86, jul. 2005. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd86/artm.htm>. Acesso em: 04 jun. 2009.

NASCIMENTO, Paulo Rogério Barbosa do; ALMEIDA, Luciano. A tematização das lutas na Educação Física escolar: res-trições e possibilidades. In: Revista Movi-mento. Porto Alegre. v. 13, n. 3, p. 91-110, set./dez. 2007. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/

view/3567/1968>. Acesso em: 04 jun. 2009.

Sites

Discovery Channel. Disponível em: <http://

www.discoverybrasil.com/artes_marciais_

home>. Acesso em: 04 jun. 2009.

Traz informações sobre origem e história de di-

versas lutas e artes marciais, manifestações das lutas

nos diferentes continentes, além de indicação de fil-

mes e programação com matérias específicas.

Golpes do judô. Disponível em: <http://br.

geocities.com/carnalegria/judo/golpes.html>.

Acesso em: 04 jun. 2009.

Imagens da prática correta de golpes do judô.

Asvz Judo. Disponível em: <http://www.judo.

ethz.ch/photos/exams/o-soto-gari.gif>. Acesso

em: 04 jun. 2009.

Animações sobre alguns golpes do judô.

Fundação Nacional do Índio. Disponível em:

< http://www.funai.gov.br/indios/jogos/novas_

modalidades.htm#009 >. Acesso em: 04 jun. 2009.

Informações sobre lutas e jogos indígenas que

são utilizados como estratégias em lutas, torneios

e competições entre diferentes tribos brasileiras.

Filme

Kung fu panda. Direção: Mark Osborne;

John Stevenson. EUA, 2008. 110min. Livre.

Desenho animado cuja narrativa se passa na

China, durante a Antiguidade. O personagem

principal é um panda que tem a incumbência de

proteger o Vale da Paz de um terrível leopardo

e, para isso, precisará se tornar um exímio luta-

dor de kung fu.

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COnSidERaçÕES FinaiS

Professor, as Situações de Aprendizagem aqui

propostas permitem as mais diferentes adapta-

ções em virtude das características específicas de

cada escola, assim como uma análise crítica de

sua parte, para aperfeiçoar a Proposta Curricular

da disciplina de Educação Física. Esperamos ter

contribuído com o seu fazer cotidiano na perspec-

tiva de ampliar o significado do Se-Movimentar

dos alunos no âmbito da Cultura de Movimento.

É preciso também lembrar que os temas

e conteúdos propostos para o Ensino Fun-

damental constituem uma continuidade ao

longo das diversas séries e bimestres. Por-

tanto, as Situações de Aprendizagem neles

trabalhados, assim como habilidades e com-

petências, não devem ser tomadas de modo

isolado, mas em relação ao que foi desenvol-

vido anteriormente.

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Educação Física - 6a série - Volume 4

QUadRO dE COnTEúdOS – EnSinO FUndaMEnTaL

5a- série 6a- série 7a- série 8a- série

1o - bim

estr

e

Jogo e esporte: competição e cooperaçãoJogos populares Jogos cooperativosJogos pré-desportivosEsporte coletivo: princípios gerais– ataque– defesa– circulação da bolaOrganismo humano, movi-mento e saúdeCapacidades físicas: noções gerais– Agilidade, velocidade e flexibilidade– Alongamento e aquecimento

EsporteModalidade individual: atletismo (corridas e saltos) – Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo históricoatividade rítmicaManifestações e representações da cultura rítmica nacional– Danças folclóricas/regionais– Processo histórico– A questão do gêneroOrganismo humano, movi mento e saúdeCapacidades físicas: aplicações no atletismo e atividade rítmica

EsporteModalidade individual: atletismo (corridas e arremessos/lançamentos)– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo históricoLutaModalidade: judô, caratê, tae kwon do, boxe etc.– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo históricoOrganismo humano, movi mento e saúdeCapacidades físicas: aplicações no atletismo e na luta

LutaModalidade: capoeira– Capoeira como luta, jogo e esporte– Princípios técnicos e táticos– Processo histórico atividade rítmicaManifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop, street dance, entre outras– Diferentes estilos como expressão sociocultural– Principais passos e movimentos

2o - bim

estr

e

EsporteModalidade coletiva: futsal ou handebol– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo históricoOrganismo humano, movi-mento e saúdeCapacidades físicas: noções gerais– Resistência e força– Postura

EsporteModalidade coletiva: basquete-bol ou voleibol– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo históricoOrganismo humano, movi mento e saúdeCapacidades físicas: aplicações em esportes coletivos

EsporteModalidade coletiva: a escolher– Técnicas e táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo– Noções de arbitragemGinásticaPráticas contemporâneas: ginástica aeróbica, ginástica localizada, entre outras– Princípios orientadores– Técnicas e exercícios

EsporteModalidade coletiva: a escolher– Técnicas e táticas como fato-res de aumento da complexida-de do jogo– Noções de arbitragem– Processo históricoO esporte na comunidade esco-lar e em seu entorno: espaços, tempos e interessesEspetacularização do esporte e o esporte profissional– O esporte na mídia– Os grandes eventos esportivosatividade rítmicaManifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop, street dance, entre outras– Coreografias

3o - bim

estr

e

EsporteModalidade individual: ginástica artística ou ginástica rítmica – Principais gestos técnicos– Principais regras– Processo históricoOrganismo humano, movi-mento e saúdeAparelho locomotor e seus sistemas

EsporteModalidade individual: ginástica artística ou ginástica rítmica (a modalidade não contemplada no 3o bimestre da 5a série)– Principais gestos técnicos– Principais regras– Processo históricoGinásticaGinástica geral– Fundamentos e gestos– Processo histórico: dos métodos ginásticos à ginástica contemporânea

atividade rítmicaManifestações e representações de outros países– Danças folclóricas– Processo histórico– A questão do gêneroGinásticaPráticas contemporâneas: ginásticas de academia– Padrões de beleza corporal, ginás-tica e saúdeOrganismo humano, movimento e saúdePrincípios e efeitos do treinamento físico

EsporteJogo e Esporte: diferenças conceituais e na experiência dos jogadores – Modalidade “alternativa”: rúgbi, beisebol, badminton, frisbee etc.– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo histórico

4o - bim

estr

e

EsporteModalidade coletiva: futebol ou handebol (a modalidade não contemplada no 2o bimestre)– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo históricoOrganismo humano, movi-mento e saúdeNoções gerais sobre ritmoJogos rítmicos

EsporteModalidade coletiva: basquete-bol ou voleibol (a modalidade não contemplada no 2o bimestre)– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo históricoLutaPrincípios de confronto e oposiçãoClassificação e organizaçãoA questão da violência

EsporteModalidade individual ou coletiva (ainda não contemplada)– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo históricoOrganismo humano, movimento e saúdeAtividade física/exercício físico: implicações na obesidade e no emagrecimentoDoping: substâncias proibidas

atividade rítmicaOrganização de festivais de dançaEsporteOrganização de campeonatos

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