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Revista Canavieiros - Janeiro 2012 1

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Revista Canavieiros - Janeiro 2012

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3Editorial

Diante da proximidade do iní-cio da safra 2012/13 e da falta de investimentos para

realizar a renovação nos canaviais, os produtores ainda não sabem qual direção seguir para alcançar o poten-cial máximo de produção. De acor-do com Oswaldo Alonso, consultor agronômico da Canaoeste, a safra 2011/12 foi marcada pela queda da produtividade e os principais fatores contribuintes foram os ambientais e econômicos. Veja na “Reportagem de Capa” desta edição uma retrospecti-va da safra passada, assim como aler-tas para o produtor alcançar uma boa produção na próxima safra.

O entrevistado deste mês é o se-cretário de Energia do Estado de São Paulo, José Anibal. Com experiência suficiente para falar sobre o assunto, Anibal, aborda o potencial brasilei-ro em geração de energia. Em sua opinião, a diversificação da matriz energética é bem vinda em qualquer situação, principalmente se for por meio de energias renováveis.

Patrícia Millan, diretora executiva da Abag-RP (Associação Brasileira do Agronegócio de Ribeirão Preto) assina o “Ponto de Vista” desta edi-ção. Em sua opinião o agronegócio brasileiro é um setor da economia com características únicas e propõe para 2012, um ano baseado em equi-líbrio e estratégias de investimento.

Nas páginas de “Notícias Canao-este” o leitor acompanha a parceria realizada entre a associação e a CHB Sistemas para investimentos em tec-nologia. Essa parceria irá proporcio-nar ao produtor uma gestão moderna para controle de custos.

Em “Notícias Copercana” é pos-sível conferir o encontro de fornece-dores da região de Frutal, realizado pela cooperativa, Usina Cerradão e

Aprovale para discutir as tendên-cias do mercado sucroalcooleiro. Ainda em “Notícias Copercana”, o resultado da campanha “Copercana Premiada”, que entregou 4 carros 0 km e R$ 1.000 por dia no período de 03/11 a 04/01/12.

Já “Notícias Sicoob Cocred”, a cooperativa de crédito traz o lan-çamento da “Cartilha sobre Segu-rança no Campo”, desenvolvida pelo Sindicato Rural de Batatais em parceria com a Polícia Militar. O material contém informações e dicas de como o produtor e traba-lhador rural deve se manter diante de situações de risco.

Em “Assuntos Legais”, o advo-gado da Canaoeste, Juliano Borto-loti, esclarece a Lei Complementar sancionada pela presidente Dilma Rousseff, que institui normas de cooperação entre a União, os Esta-dos e Distrito Federal e os Municí-pios, no que diz respeito às ações de proteção, controle e fiscaliza-ção do meio ambiente.

A editoria “Safra Canavieira” traz os resultados da moagem de cana do Centro-Sul do país, que até 1º de ja-neiro havia atingido 492,23 milhões de toneladas. O total para o mesmo período da safra anterior foi de 555,39 milhões de toneladas. Confira.

Em “Pragas e Doenças”, o enge-nheiro agrônomo da Canaoeste, Anto-nio Carlos Cussiol Júnior, fala sobre uma nova praga que ameaça os cana-viais da região Centro-Sul do Brasil, o Sphenóphorus Levis mais conhecido como bicudo da cana-de-açúcar.

Além disso, não deixe de confe-rir as Informações Setoriais com o consultor agronômico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, dicas de leitura e português.

Produtividade x Investimento

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equiPe de Redação e fotos:Carla Rodrigues - MTb 55.115Murilo SicchieriRafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3300 - Ramal: [email protected]@revistacanavieiros.com.br

imPRessão:São Francisco Gráfica e Editora Ltda

tiRagem: 11.000 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gra-tuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos au-tores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista CanavieirosRua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550Fone: (16) 3946 3300 - (ramal 2190)

[email protected]

www.twitter.com/canavieiros

Expediente:

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Ano V - Edição 67 - Janeiro de 2012 - Circulação: Mensal

Índice:

E mais:

Capa - 20Safra 2011/12: bem marcada

pela queda da produtividade dos canaviais

Fatores ambientais e econô-micos foram os principais res-ponsáveis

10 - Notícias Copercana

12 - Notícias Canaoeste

17 - Notícias Sicoob Cocred

- Copercana realiza campanha e garante sucesso nas vendas de final de ano- Copercana, Usina Cerradão e Aprovale promovem palestra em Frutal

- Canaoeste realiza parceria para investir em novas tecnologias

- Sindicato Rural de Batatais lança Cartilha com apoio da Sicoob Cocred- Sistema SICOOB passa a arrecadar Nacional- Balancete Mensal

Circular Consecana.................página 16

Notas.................página 22

Opniões.................página 24

Biblioteca.................página 25

Informações Setoriais.................página 26

Safra Canavieira.................página 30

Assuntos Legais.................página 31

Classificados.................página 32

Cultura.................página 33

Agende-se.................página 34

05 - EntrevistaJosé AnibalSecretário de Energia do Estado de São Paulo“Se as condições apropriadas forem alcançadas, temos

uma Itaipu em potencial até 2020”

07 - Ponto de Vista

Patrícia MilanDiretora executiva da Abag/RP

Uma questão de equilíbrio

28 - Pragas e DoençasA ameaça dos canaviais

Uma praga antessecundária, agora é motivo de

grande preocupação aos produtores de cana

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5Entrevista

José Anibal

“Se as condições apropriadas forem alcançadas, temos uma Itaipu em potencial até 2020”

Carla Rodrigues

Revista Canavieiros: A expansão da bioeletricidade a partir da biomas-sa da cana-de-açúcar precisa avançar no Brasil. Para que isso ocorra, quais são os obstáculos a serem enfrentados e superados?

José Anibal: A bioeletricidade de cana, por ser abundante e renovável, poderia ser uma vantagem competitiva, valiosa nesses tempos de pressão sobre a demanda e de aumento no consumo de energia. São Paulo fez a sua parte. O go-vernador Geraldo Alckmin desonerou a bioeletricidade de cana zerando o ICMS de máquinas e equipamentos para co-geração de energia que não tenham si-milares nacionais. Também passamos a liberar integralmente os créditos de ICMS para bens de capital adquiridos no estado. A intenção é aumentar o ca-pital de giro das usinas, para que elas tenham condições de modernizar as caldeiras, e assim aumentar a produti-vidade na geração de energia. Agora, não depende só da gente. É preciso fazer as re-des coletoras para in-terligar o excedente gerado pelas usinas à rede nacional. Quem define estas obras é a Empresa de Planeja-mento Energético (EPE), órgão do Mi-nistério de Minas e Energia responsável por estabelecer as prioridades nos in-vestimentos do setor energético. A EPE tem se mostrado pouco sensível à bioe-

A afirmação é do secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Anibal, em entrevista concedida à Canavieiros. À frente da secretaria desde o início de 2011, Anibal tem ba-gagem suficiente para falar sobre o potencial brasileiro em geração de energia. Na opinião do secretário, a diversifica-ção da matriz energética é bem vinda em qualquer situação, principalmente se for por meio de energias renováveis. Con-fira a íntegra da entrevista:

letricidade de cana, a despeito de todas as suas vantagens. Outro problema são os leilões da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). No 13º leilão A-5, a bioeletricidade representou menos de 10%. Não há uma concorrência direta entre as diversas fontes. Por ser mais competitiva, a bioeletricidade não tem as mesmas facilidades de financiamento ou de subsídios dados, por exemplo, à energia eólica.

Revista Canavieiros: Se o país conseguir enfrentar esses obstáculos, quais ganhos terá?

José Anibal: Em primeiro lugar, di-versificar a matriz energética é bom em qualquer situação. Se essa diversificação for feita por meio de energias renová-veis, tanto melhor. Nada é desperdiça-do na cadeia da cana. Uma tonelada de cana gera cerca de 175 quilos de açúcar,

80 litros de etanol e 250 quilos de bagaço úmido, que é usa-do na cogeração de energia. Uma tone-lada de bagaço gera 300 kWh, enquanto a mesma tonelada de bagaço com palha pode gerar até 500 kWh. Se não bastas-se, a lavoura de cana

absorve CO2, a safra ocorre exatamen-te no período de baixa nos reservatório das hidrelétricas e não há o desperdício das longas linhas de produção. Ou seja, a bioeletricidade, ao mesmo tempo, re-

força a segurança energética, não polui e é economicamente competitiva. Se o Governo Federal se sensibilizasse, po-deríamos disponibilizar só em São Pau-lo uma Itaipu em energia limpa e barata até 2020.

Revista Canavieiros: Segundo algu-mas autoridades do setor sucroenergé-tico, o grande desafio do estado de São Paulo, é reduzir em 20% a emissão dos gases de efeito estufa até 2020. Qual é o papel que o etanol e a bioeletricidade têm no cumprimento dessa meta?

José Anibal: Se observarmos bem, a matriz energética de São Paulo é uma das mais limpas do mundo. Nosso pro-blema para cumprir a PEMC (Política Estadual de Mudanças Climáticas) está na matriz de transportes, que basica-mente é rodoviária. O etanol e a bioe-letricidade ajudam na medida em que for possível substituir combustíveis e energéticos que emitem gases de efeito estufa. Mas só seremos capazes de re-verter a tendência atual investindo em infraestrutura de transportes. A constru-

“Nada é desperdiçado na cadeia da cana. Uma tonelada de cana gera cerca de 175 quilos de

açúcar, 80 litros de eta-nol e 250 quilos de baga-ço úmido, que é usado na cogeração de energia...”

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ção do álcoolduto entre Ribeirão Preto e Paulínia, por exemplo, vai evitar 80 mil viagens de caminhão a cada ano. O álcoolduto fará conexões com a hidro-via Tietê-Paraná, que escoará a produ-ção do Etanol da região de Araçatuba. O mesmo vai ocorrer com o transporte de açúcar para Santos, que vai passar a ser feito por ferrovias. Mas nós podemos ir além. Por que não converter toda a frota de ônibus do transporte público da capi-tal para rodar com biocombustíveis? As soluções estão aí.

Revista Canavieiros: O que a Se-cretaria de Energia vem fazendo para que essa meta seja atingida?

José Anibal: São Paulo praticamente não tem usinas termoelétricas conven-cionais. Nossa matriz é basicamente hidráulica. A diversificação da matriz energética que a Secretaria tem levado adiante é sempre na área de renováveis. Além do bagaço de cana, estamos ter-minando as medições do mapa eólico do estado. O mesmo vale para os estudos técnicos para a im-plantação de uma usina de reaprovei-tamento energético a partir de resíduos só-lidos. Estão em fase de conclusão. Em breve anunciaremos projetos pioneiros em energia fotovol-taica, isto é, a eletricidade gerada a par-tir dos raios solares. Outro programa de vulto é na área de eficiência energética. A Secretaria de Energia, em parceria com a EDP Bandeirante e com a prefei-tura de Aparecida, tem um projeto piloto em eficiência energética sendo implan-tado no município. Será a primeira ci-dade inteligente na área de energia, com tecnologia em estado da arte. Em suma, São Paulo está na vanguarda quando o

assunto é sustentabilidade na área ener-gética. Até o final deste governo fare-mos muito mais. Esta é a orientação do governador Geraldo Alckmin, avançar fortemente nestas questões.

Revista Canavieiros: Qual é o po-

tencial estimado para geração de bio-eletricidade de cana no estado de São Paulo?

José Anibal: Atualmente o estado de São Paulo gera 10.692 GWh com ba-gaço de cana, sendo exportados 5.789 GWh. Até 2015, deveremos chegar a 13.260 GWh. Se as condições apropria-das forem alcançadas, temos uma Itaipu em potencial até 2020. Isso equivale a 92.000 GWh.

Revista Canavieiros: A cadeia su-croenergética e o governo de São Pau-lo firmaram um acordo que prevê o fim das queimadas na colheita da cana até 2014. Para que todos entendam, expli-que qual é o caminho a ser percorrido

pela palha deixada no canavial.

José Anibal: Até 2014 o estado de São Paulo vai banir as queimadas da colhei-ta da cana em áreas mecanizáveis. Não se

trata apenas de uma medida ambiental, mas também econômica. O poder calorí-fico da palha é ainda maior do que o do bagaço. Como a colheita em São Paulo é quase toda feita de maneira mecanizada, a palha é separada por meio da tecnolo-gia de limpeza a seco. Essa tecnologia foi desenvolvida pelo Centro de Tecno-logia Canavieira (CTC) em parceria com o Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA). Com essa tecnologia, a cana é separada da palha por meio de correntes de vento. A ideia é que as usinas aprimo-

rem as técnicas para o enfardamento da palha e façam as adaptações técnicas necessárias para receber a palha como combustível para gera-ção de energia.

Revista Canaviei-

ros: Quais são os pro-jetos de sua pasta para um futuro próximo do bagaço de cana, palha

e resíduos sólidos?José Anibal: Há toda uma cadeia de

pesquisa e desenvolvimento de tecnolo-gias voltadas à diversificação da cadeia da cana hoje em São Paulo. Neste mo-mento está sendo desenvolvido o etanol celulósico, além de uma série de expe-riências com bioplásticos. A Embraer já testa o etanol de aviação. As pesquisas para a gaseificação do vinhoto e da pa-lha também estão adiantadas.

Revista Canavieiros: Falando sobre

energia eólica, sabemos que o Brasil tem grande potencial para gerar esse tipo de energia. Isso está acontecendo? O país está sabendo usar esse potencial?

José Anibal: Há uma enorme ex-pansão da eólica nos últimos leilões da Aneel. Estados como o Rio Grande do Norte, Bahia e o Rio Grande do Sul têm tido uma expansão considerável em seus parques eólicos. Há muitos incen-tivos hoje no Brasil que tornam a ener-gia eólica competitiva. De uma maneira geral, acho que potencial tem sido bem utilizado. O problema é que esta expan-são muitas vezes se dá em detrimento de outras opções igualmente ou mesmo mais competitivas, como é o caso do bagaço de cana. Como eu disse, não há verdadeiramente uma concorrência en-tre as fontes.

Revista Canavieiros: E a energia solar, como está sendo usada aqui no Brasil?

José Anibal: A energia solar fotovol-taica ainda não é competitiva em larga escala. As tecnologias disponíveis ainda não conseguem fazer com que a energia solar possa competir em pé de igualdade com as demais alternativas. O que há no Brasil é a utilização de aquecedores so-lares para água. Porém, num futuro pró-ximo, a tendência é que a energia solar conquiste seu espaço no mercado. Em países como a Alemanha, por exemplo, é comum os consumidores produzirem sua própria energia em casa a partir da instalação de painéis fotovoltaicos nos telhados. A energia excedente é vendi-da à rede. São Paulo já iniciou seus es-tudos para diagnosticar o potencial da energia solar no estado. Se a tecnologia disponível atingir níveis relativos de competitividade, certamente esta será uma boa opção. Afinal, temos 300 dias de sol por ano. RC

Entrevista

“...a bioeletricidade, ao mesmo tempo, reforça

a segurança energética, não polui e é economica-

mente competitiva”.

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O agronegócio é um setor da economia brasileira com ca-racterísticas únicas: é produtor

de alimentos, fibras e energias consu-midos nos centros urbanos e é pro-pulsor do crescimento nacional atra-vés da geração de renda e empregos; além de participar substancialmente no desenvolvimento de pesquisas e na difusão do conhecimento. Como mos-tra da sua importância, basta observar sua contribuição positiva ao Produto Interno Bruto (PIB) e ao superávit da balança comercial do país, alcançados apesar das acentuadas oscilações de preços das commodities e dos riscos climáticos inerentes à atividade.

Para 2012, já foram divulgados alguns números referentes ao desem-penho do setor: como a projeção da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) – de uma produção nacional de grãos de 158,446 milhões de toneladas e de café entre 48,97 e 52,27 milhões de sacas beneficiadas –, ou o anuncio, pelo Ministro da Agri-cultura, da expectativa de um novo re-corde nas exportações, com um volu-me acima de US$ 100 bilhões. O ano também será marcado pela votação do novo Código Florestal, previsto para março, e pela Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvol-vimento Sustentável, agendada para junho.

Entretanto, independente dessas projeções e expectativas se concreti-zarem no decorrer do ano que se ini-cia, já está mais do que consolidado o papel do agronegócio brasileiro como fornecedor de alimentos, fibras, energia e conhecimento para o país e para o mundo. E é sob essa ótica que algumas tendências para o setor, que influenciam suas diretrizes de médio e longo prazo, vêm se delineando.

Um primeiro ponto a considerar é a forma de análise e compreensão do se-tor. Nesse sentido ganha cada vez mais importância o conceito de cadeias do agronegócio, englobando os elos do

“antes”, “dentro” e “pós” porteira das culturas, bem como os vínculos e re-lações instituídos entre os mesmos. Essa visão holística é fundamental tanto para uma melhor identificação dos pontos de melhorias e vantagens competitivas, promovendo maiores ganhos de eficiência na gestão, quan-to para a elaboração de estratégias de investimento e a estruturação de po-líticas.

Na gestão eficiente da cadeia pro-dutiva agropecuária também se enqua-dra a conservação da água e demais recursos naturais e o uso racional e in-teligente dos insumos produtivos. Es-sas práticas têm sido incorporadas ao manejo das lavouras e dos rebanhos através da difusão do conhecimento derivado das pesquisas, sendo valori-zadas pelo mercado. Um exemplo foi o reconhecimento, pelo IFC (Inter-national Finance Corporation) – uma instituição ligada ao Banco Mundial – da sustentabilidade do modelo ado-tado pelo Brasil para a produção de cana-de-açúcar e seus derivados, des-tacando o uso do bagaço de cana na produção de bioeletricidade e a reu-tilização de subprodutos industriais, como a torta de filtro e a vinhaça.

Isso vem ao encontro do que a FAO (Food and Agriculture Organization) tem considerado como o novo para-digma da agricultura: a SCPI (Sus-tainable Crop Production Intensifica-tion), um modelo para a intensificação da produção de lavouras sustentáveis. Trata-se de um objetivo estratégico da organização que consiste em for-necer aos países membros tecnologia, políticas, conhecimento, informação e capacitação, visando o aumento da produtividade e rentabilidade de suas lavouras, através do uso de insumos, com maior eficiência e sem causar efeitos adversos sobre os recursos na-turais, de forma a elevar a competiti-vidade dos produtores no mercado.

Nessa linha da abordagem de uma agricultura de conservação, o Brasil

também tem avançado em modelos de sistemas de produção diferenciados, como o plantio direto, o corte meca-nizado de cana-de-açúcar crua e o sis-tema de integração lavoura-pecuária; além da incorporação de novas técni-cas de manejo agropecuário que visam à redução do uso de fertilizantes quí-micos e defensivos.

Tanto esforço torna nítida a preocu-pação existente com a capacidade do mundo em alimentar sua população de forma sustentável e com segurança quantitativa e qualitativa. E é para su-perar esse desafio que o agronegócio brasileiro está escalado para assumir um papel central. A grande questão será como equilibrar os fatores: ges-tão eficiente de cadeias agropecuárias, conservação dos recursos hídricos e uso inteligente dos insumos produti-vos, visando à elevação da produtivi-dade das lavouras e a produção de ali-mentos seguros; ao mesmo tempo em que será necessário adequar os siste-mas a uma nova legislação ambiental e enfrentar as adversidades proporcio-nadas por uma crise econômica. Tudo isso sem perder de foco a rentabilida-de do negócio.

*Diretora executiva da Abag/RP

RC

Ponto de Vista

Patrícia Milan*

Uma questão de equilíbrio

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10Notícias Copercana

Copercana realiza campanha e garante sucesso nas vendas de final de ano

A campanha “Copercana Premiada” entregou 4 carros 0 km e R$ 1.000 por dia

A campanha “Copercana Premia-da” é realizada desde 2007 em todos os Supermercados Coper-

cana (Sertãozinho, Pitangueiras, Pontal e Serrana) como em outros estabeleci-mentos da rede Copercana, como pos-tos de combustíveis, lojas de ferragens e magazines.

Durante a campanha de 2011, que foi realizada no período de 03/11 a 04/01/12, foram sorteados 67 prêmios, sendo: 63 em vale-compras no valor de R$ 1.000 para utilizar na rede Coperca-na e 4 carros 0 km. Todos os clientes que compraram em qualquer estabele-cimento Copercana, um valor acima de R$ 50,00 (a cada R$ 50,00 o cliente ga-nhava 1 cupom) estavam concorrendo aos prêmios.

“Hoje com quatro supermercados, temos condições de atender melhor nossos clientes, com ótimos preços e produtos, gerando empregos e capaci-tação dos profissionais”, disse Ricardo Meloni, gerente de comercialização da Copercana.

O objetivo da campanha, além de aumentar as vendas de final de ano, principalmente dos supermercados, é

Carla Rodrigues

conquistar os clientes. Segundo o dire-tor da Copercana, Pedro Esrael Bighet-ti, a realização de uma campanha como a “Copercana Premiada” é de grande importância para fidelizar os consumi-dores. “Nós temos que fazer com que o cliente ou cooperado, sinta vontade de vir comprar na Copercana, por que ele sabe que aqui irá encontrar tudo o que precisa e com o melhor preço”. expli-cou Bighetti.

Helena Ferreira, cliente do Supermer-cado Copercana, acredita que campanhas como esta ou qualquer outra que a coo-

perativa faça parte, incentivam muito os clientes a continua-rem consumindo os produtos oferecidos pela rede. “Todo cliente tem a espe-rança de comprar, adquirir seu cupom, concorrer aos prê-mios, e quem sabe, com sorte, começar o ano com um carro novo. Além disso, sei que estarei le-vando para minha casa produtos com datas de valida-de regulares e alta qualidade”, disse a cliente. RC

Moacir Roberti Garcia (auditor externo), Pedro Esrael Bighetti (diretor da Copercana), Sérgio Sicchieri (assessor das diretorias) e

Márcio Zeviani (surpevisor de Supermercados)Ricardo Meloni, gerente de comercialização da Copercana

Lelo Bighetti, diretor da Copercana

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12Notícias Copercana

Copercana, Usina Cerradão e Aprovale promovem palestra em Frutal

Cerca de 70 fornecedores de cana da região de Frutal participaram de um encontro promovido pela

Copercana, a Usina Cerradão e a Aprova-le (Associação dos Produtores de Cana do Vale do Rio Grande) no dia 22 de dezem-bro, onde foram discutidas as tendências do mercado sucroalcooleiro. O evento contou com o patrocínio da Basf.

O moderador do encontro foi o coor-denador de produção e sustentabilidade da Usina Cerradão, Otávio Queiroz que iniciou os trabalhos passando a palavra para o presidente da Aprovale, Reginal-do Dias Machado que deu as boas vindas iniciais e falou sobre a importância da participação dos associados na reunião.

Em seguida, o gerente agrícola da Usi-na Cerradão, José Cirilo apresentou um trabalho com os números da safra 2011 e as projeções para a safra 2012/2013.

A terceira palestra do dia foi profe-rida pelo engenheiro agrônomo da Co-percana – filial de Frutal – Marcos de Felício, que falou sobre a importância e os benefícios que a cooperativa oferece aos cooperados. E o engenheiro agrôno-mo da Basf, Mauro Cottas, apresentou o portfólio de produtos da multinacional na área de cana-de-açúcar.

Carla Rossini

Em parceria com a Usina Cerradão, a Aprovale e patrocínio da Basf, a cooperativa reuniu forne-cedores de cana para discutir as tendências do mercado sucroalcooleiro

O sócio proprietário da Usina Cer-radão, Adalberto José de Queiroz, tam-bém fez uso da palavra e falou sobre a as mudanças ocorridas na economia da região após o início do cultivo de cana.

A palestra principal foi proferida pelo professor titular no Departamen-to de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Conta-bilidade de Ribeirão Preto da USP, Marcos Fava Neves. O professor pa-lestrou sobre as principais tendências

do mercado sucroalcooleiro a curto e médio prazos.

A reunião foi encerrada pelo diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, que falou sobre a atuação da coopera-tiva na região de Frutal e também dis-cutiu as principais tendências da cadeia de cana-de-açúcar. “Promovemos esses encontros que são muito importantes para manter os cooperados atualizados sobre as tendências de safra e merca-dos”, disse Bighetti.

Com o intuito de promover integração entre empresas, cooperativa e usinas, foi organizado um futebol e um churrasco de confraternização na noite do dia 22. Par-ticiparam da brincadeira, representantes da Copercana, Usina Cerradão, Usina Frutal, e das multinacionais Basf, Ou-rofino, Syngenta, Bayer, Dupont, FMC, Cheminova e Dow.

Segundo o agrônomo da Copercana, Marcos de Felício, não houve vencedo-res devido ao “nível técnico e preparo físico dos atletas”, disse.

Confraternização

Representantes das empresas promotoras do encontro e palestrantes

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RC

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14Notícias Canaoeste

Canaoeste realiza parceria para investir em novas tecnologias

Em dezembro passado, a Canaoeste realizou uma parceria com a CHB Sistemas, a fim de viabilizar a im-

plantação de sistemas para controle agrí-cola, frota, financeiro, estoque e entrada de notas para os associados, além de pro-porcionar ao produtor rural uma gestão moderna e com custos diferenciados.

A parceria é um projeto piloto, que inicialmente, será trabalhada com três associados em caráter experimental, os quais irão fornecer todos os dados, como notas fiscais de compra de insumos e óleo diesel, quantidade de empregados, folha de pagamentos, enfim, tudo o que envolva as propriedades rurais.

“Com esta parceria, o produtor terá acesso a um software de última geração, de fácil utilização e uma estrutura de su-porte adequada para um atendimento rá-pido e especializado”, disse Leandro Er-nandes, analista de marketing da CHB.

De acordo com o diretor da Canaoes-te, Luiz Carlos Tasso Júnior, “o objetivo deste trabalho é proporcionar em mais um serviço de qualidade e controle dos custos de produção da cana-de-açúcar, aumen-tando a rentabilidade das propriedades dos médios e grandes associados”.

Para os pequenos associados, que são a grande maioria, um destaque e preocupação especial, pois são fornecedores tradicionais, que sempre apoiaram todas as ações e de-senvolvimento da Canaoeste, essa parceria também proporcionará uma forma de como viabilizar sua atividade, através da formação de condomínios e/ou consórcios, principal-mente, a partir de 2014, com a eliminação da queima da cana.

O projeto contará com a escolha de três associados em três regiões distintas dentro da área de atuação da Canaoeste, sendo elas: região 1- constituída pelos municípios de Serrana/Cravinhos/Santa Rita do Passa Quatro; região 2- consti-tuída pelos municípios de Sertãozinho/

Carla Rodrigues

Projeto experimental visa implantação de sistemas para controle de custos do setor

Pontal/Pitangueiras/Viradouro e região 3- constituída pelos municípios de Co-lina/Barretos/Morro Agudo.

O tempo de duração inicial do projeto é de um ano, tempo necessário para efe-tivar o banco de dados dos associados que serão contemplados com este tra-balho, resultando nos primeiros relató-rios práticos sobre custos de produção; custo da manutenção de frota composta por veículos, caminhões, tratores e im-plementos; ponto de equilíbrio e via-bilidade econômica de manutenção de serviços próprios ou terceirizados, flu-xo de caixa, capacidade de pagamento e possibilidade de novos investimentos.

Leandro Ernandes, analista de marketing da CHB

Luiz Carlos Tasso Júniordiretor da Canaoeste

Segundo Tasso, muitos fornecedo-res trabalham com terras próprias e arrendamentos e nem sempre é viável economicamente manter estes arrenda-mentos, ou seja, ficam tirando dinheiro de um imóvel próprio para manter um arrendamento, prejudicando a rentabi-lidade da propriedade como um todo. Os sistemas desenvolvidos pela CHB são especializados no setor sucroalco-oleiro há mais de 20 anos e hoje já são utilizados por mais de 60 usinas em todo país, assim como por produtores rurais de diversas regiões.

“Trata-se de uma solução composta por softwares evoluídos e adequáveis à realidade de cada particularidade do agronegócio, que possibilita um ge-renciamento completo e integrado dos principais custos do setor”, explicou Ernandes.

Podem participar deste projeto todos os associados da Canaoeste que possuem estrutura de informática própria ou da associação. Os custos são diferentes e devem ser consultados via associação ou pela CHB. RC

“Com esta parceria, o produtor terá acesso a um software de última

geração, de fácil utiliza-ção e uma estrutura de suporte adequada para

um atendimento rápido e especializado”

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16Notícias Canaoeste

Consecana CIRCULAR Nº 11/11DATA: 29 de Dezembro de 2011

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de DEZEMBRO de 2011 e ajuste parcial da safra 2011/2012. O preço médio do kg de ATR para o mês de DE-ZEMBRO, referente à Safra 2011/2012, é de R$ 0,5037.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a dezembro de 2011 e acumulados até DE-ZEMBRO, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a dezembro de 2011 e acumula-dos até DEZEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/11, são os seguintes:

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17Notícias Sicoob Cocred

Sindicato Rural de Batatais lança Cartilha com apoio da Sicoob Cocred

Sistema SICOOB passa a arrecadar o Simples Nacional

Com o objetivo de reduzir a ocor-rência de furtos e roubos no cam-po, o Sindicato Rural de Batatais,

em parceria com a Polícia Militar e apoio da cooperativa de crédito Sicoob Cocred, lançou recentemente a “Cartilha sobre Segurança no Campo”, que traz infor-mações, dicas e orientações para que os produtores e trabalhadores rurais fiquem cientes e saibam como se proteger em si-tuações de risco.

A iniciativa, que recebeu atenção e elogios da Câmara Municipal de Batatais, é um importante recurso na prevenção de

A partir de janeiro de 2012, o Sis-tema de Cooperativas de Crédito SICOOB passa a arrecadar Tributo

Federais através do Documento de Arreca-dação do Simples Nacional (DAS). Os em-preendedores que possuem negócios vin-culados a esse regime já podem quitar as obrigações de suas empresas no SICOOB.

O recebimento do Simples é mais um serviço disponibilizado pela cooperati-va para beneficiar seus cooperados, que agora poderão centralizar a movimenta-ção financeira na própria cooperativa.

Além do Simples, o SICOOB está habilitado para receber o DARF (Docu-

Paula Venturin / Sicoob Cocred

todo tipo de violência da qual o ho-mem do campo está exposto. Para aperfeiçoar a prevenção de ações criminosas e agilizar o atendimen-to, a Polícia Militar também fará um mapeamento das propriedades rurais do município, que receberão sigla para facilitar a localização e rastreio por GPS.

A cartilha será entregue aos as-sociados do Sindicato e estarão dis-poníveis no PAC (Posto de Aten-dimento ao Cooperado) da Sicoob Cocred de Batatais.

mento de Arrecadação Federal), boletos, contas de luz, água, telefone, entre ou-tros recebimentos.

Os principais tributos federais recebi-dos por meio do DAS são:

*Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);

*Imposto sobre Produtos Industriali-zados (IPI);

*Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);

*Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);

*Contribuição para o PIS/PASEP; *Contribuição Patronal Previdenciá-

ria (CPP);

*Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte In-terestadual e Intermunicipal e de Comu-nicação (ICMS);

*Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS);

*Contribuição para a Seguridade So-cial (GPS).

No momento, as arrecadações no Si-coob foram liberadas apenas no caixa da cooperativa, tanto para associados quan-to não associados. Em breve, os canais de autoatendimento do Sistema também serão habilitados para arrecadação.

Fonte: Sicoob

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18Notícias Sicoob Cocred

Balancete MensalCOOP. CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO

INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - DEZEMBRO/2011Valores em Reais

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20Safra 2011/12: bem marcada pela queda da produtividade dos canaviais

Fatores ambientais e econômicos foram os principais responsáveis

Imediatamente antes do início da safra 2011/2012, na grande região de Ri-beirão Preto e larga faixa entre Cen-

tro do Estado de São Paulo, região cana-vieira mineira e quase todo Centro Oeste (Vide Mapa 1), as ”águas de março” de 2011 foram equivalentes (ou até pouco acima) de um terço da soma anual (ao re-dor de 1.400mm). Esta condição de pre-cipitação elevada e imprevista, fez com que o céu ficasse encoberto por muitas horas diurnas e dias do mês, reduzindo consideravelmente as necessárias horas de luz para os canaviais serem colhidos, prejudicando seu potencial neste perío-do e tendo ainda como consequência em variedades sensíveis, uma forte indução floral”, explicou Oswaldo Alonso, con-sultor agronômico da Canaoeste.

Esta indução faz com que variedades floríferas, interrompam o seu crescimen-to vegetativo, ou seja, os entrenós que se desenvolveram e ficaram à mostra, já estavam formados no cartucho (palmito) antes da indução. Depois deste processo fisiológico da cana, ocorre a diferencia-ção de crescimento vegetativo (industria-lizável) para formação da inflorescência (flexa). Tal foi a intensidade indutiva,

Carla Rodrigues

Oswaldo Alonso, consultor agronômico da Canaoeste

que fez com que a isoporização também fosse forte e rápida.

De meados de abril a final de setem-bro, as condições climáticas foram com-pletamente diferentes: “faltou chuva e muita”, frisa Alonso. Com tamanha indu-ção floral e a falta de umidade no solo e na planta, as variedades com combinadas características de florescimento e isopo-rização, mostraram significativas perdas de produtividade e impactos negativos na qualidade e extração do caldo da cana.

“Ao final da safra, ou seja, de outubro a meados de dezembro, as chuvas ocor-reram dentro (próximas) das normalida-des climáticas. Mas, infelizmente, não se tinha mais o que fazer, os impactos nega-tivos do clima já haviam sido estabeleci-dos”, disse Alonso.

Ainda se referindo às condições cli-máticas, a partir de agosto de 2009, ocorreram chuvas acima das médias his-tóricas em quase toda Região Centro-Sul e, especialmente, na grande região de Ri-beirão Preto, culminando com o mês de setembro (2009), que choveu até 4 vezes a média.

Todos os produtores de cana, inde-pendentes ou industriais, fizeram até o impossível para atender toda a deman-da que já estava contratada, entretanto, as condições climáticas não permitiram que as operações de colheita fossem con-duzidas com a recomendável qualidade técnica, pois ocorreram fortes pisoteios em muitas das áreas de colheita, fazendo

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com que em 2010, dados os períodos de estiagem ao longo da safra, os canaviais já mostrassem as consequências.

Economicamente, os preços pratica-dos nas safras 2007/08 e 2008/09 foram abaixo dos custos de produção, muito embora fossem observados, em outra via, corrida de instalações de novas uni-dades produtoras. Mas, a crise econômi-ca deflagrada ao final de 2008, tornou o crédito escasso e caro, inviabilizando muitos projetos de novas unidades e difi-cultando, ainda mais, os recursos para as renovações e tratos culturais das unida-des tradicionais ou já instaladas

Voltando à safra 2011/2012, além dos impactos do intenso florescimento/ iso-porização e longa estiagem, ocorreram geadas (até três, em muitas áreas dos Estados do Mato Grosso do Sul, Para-ná e São Paulo) que, em vários casos, provocaram morte do meristema apical e algumas gemas laterais (de variedades e colmos que não floresceram). Isto fez com que todas as programações de co-lheita – manejo de variedades e idades – exigissem alterações para evitar perdas desta matéria prima, pois, os colmos que sofreram estes efeitos exigiram priorida-de de colheita, impossibilitando assim que o melhor manejo fosse aplicado.

“Esta condição de florescimento, em quase toda região Centro-Sul, “pegou” quase todos os produtores desprevenidos. Houve florescimentos em alguns anos anteriores, mas não com a intensidade que ocorreu em 2011/12. As variedades suscetíveis foram duramente atingidas e muitos desses canaviais que já estavam debilitados pela “maior” idade ou pela falta de pleno trato cultural, sentiram mais ainda”, explicou o consultor.

Face ao exposto, é importante que providências sejam tomadas antes e du-rante esta próxima safra, no sentido de se (estar atento) efetuar o monitoramento destas condições climáticas, pelo menos, para evitar as mesmas consequências do ano passado.

“Para voltar àquela produtividade mé-dia de 85 toneladas de cana/ha, talvez se-jam necessários até 3 anos e com níveis tecnológicos desejáveis em renovações e tratos culturais pelos produtores de cana, quer sejam independentes ou unidades industriais, porém, é imprescindível, também, que evitem perdas de produti-vidade e qualidade por: danos de pragas ou doenças; eventual florescimento; e, pela colheita mecanizada que, em muitas situações, tem provocado significativas perdas de cana”, destacou Alonso.

Mapa 1: Chuvas que ocorreram durante o mês de março em todos os Estados da Região Centro Sul

Sobre a Safra 2012/13

Para Alonso, falar em previsão antes do término do verão é difícil, além de prematuro. O grau de acerto é baixo, uma vez que prognósticos climáticos são mais confiáveis dentro de 15 dias, muito embora, os modelos climáticos atuais para 2 a 3 meses a frente já se-jam mais precisos, mas não dispensam atualizações, tal como a Canaoeste efe-tua em seus artigos mensais na Revista Canavieiros ou, ainda, através de alertas em seu site.

Entretanto, com as condições cli-máticas que ocorreram durante a safra 2011/12 e tomando-se como referência o mês de dezembro de 2011, o setor sucroenergético ainda acredita que a produtividade da próxima safra possa ser igual ou ligeiramente superior à da safra 2011/12.

Dica constante recomendada pelo consultor é de que os produtores evitem sempre lutar contra a natureza, procuran-do aproveitar o melhor que o clima tem a oferecer. Também lembra ser importan-te respeitar a melhor condição de época de plantio e qualidade da muda, realizar os tratos culturais necessários, contínuo monitoramento e controle de pragas.

Além das pragas mais conhecidas, como a broca, cigarrinha e o migdolus, é preciso ficar atento a uma nova praga - o bicudo da cana - que tem provocado grandes danos, podendo comprometer o canavial já no terceiro corte.

Já durante o período de moagem os produtores devem estar atentos para a qualidade e proporcionalidade de co-lheita, principalmente aqueles que en-tregam cana em unidades produtoras que aplicam o ATR relativo. RC

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22Notas

Reforma do Código Florestal

Iniciativas no setor sucroenergético diminuem escassez de mão de obra qualificada

Parceira das mais renomadas universidades do país, como UFSCar e USP, a UNICEISE possui em sua grade, cursos para atender esta crescente demanda

Carla Rossini

Está disponível na Biblioteca da Canaoeste, em Sertãozinho, a Revista “Anais do Seminário Reforma do Códi-go Florestal – Buscando uma solução de consenso”. Tal Seminário foi realizado no dia 7 de outubro de 2011 na Univer-sidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, e contou com a coordenação do Conselho de Produtores “Brasil Verde que Alimenta”.

A revista contêm as apresentações e trabalhos dos palestrantes que debateram o tema juto a juristas, técnicos e conhe-cedores do assunto com diferentes visões, de forma a obter o máximo de consenso.

O setor sucroenergético está entre os maiores índices de empregabilida-de do país, fechando em 1,28 milhões de pessoas com carteira assinada e massa salarial de US$ 738 milhões em 2008, ano em que o setor passou por uma forte crise. É responsável por 2% do PIB do Brasil, o equivalente a US$ 28,2 bilhões, ou quase a totalidade da riqueza gerada em um ano por um país como o Uruguai (US$ 32 bilhões). Es-ses números tendem a aumentar sig-nificativamente até 2020, já que para atender a crescente demanda de etanol estima-se que serão necessárias cerca de 150 novas usinas e um investimen-to de R$ 80 bilhões.

Entretanto, apesar dos números ex-

pressivos, o setor vivencia um apagão de mão de obra qualificada. O cres-cimento acelerado da economia e as inovações tecnológicas apresentadas pela indústria exigem do profissional um nível de conhecimento específico, seja na área industrial ou agrícola. Os candidatos que preencherem as expec-tativas da vaga são mais valorizados, com remunerações maiores e possibi-lidade de plano de carreira. Estima-se que para cargos como subgerente e gerente executivo, os salários variam de R$ 8 mil a R$ 15 mil. Entretanto, a demanda nas usinas e indústrias por gerentes e diretores capazes de gerir

Iniciando sua terceira turma em março de 2012, o curso pós graduação (MTA), um mestrado Lato sensu em Gestão de Tecnologia Industrial Sucroenergética, a UNICEISE em parceria com a UFSCar já formou 77 alunos, se tornando assim referência entre os profissionais. Voltado para quem atua ou se interessa pelo setor, o curso visa fornecer conhecimentos ne-cessários ao gerenciamento das tecnolo-gias na produção sucroenergética.

um setor em pleno crescimento é in-compatível à oferta de profissionais no mercado.

Para acompanhar a nova tendência

do mercado, o profissional já encontra uma gama de cursos de especialização voltados ao setor sucroenergético, tan-to na área administrativa para gerentes e diretores, quanto na área agrícola e industrial. Universidades conceituadas como ESALQ e UFSCar possuem em sua grade curricular cursos de especia-lização em gestão agroindustrial, pre-senciais e à distância, visando tanto o aluno que ainda cursa graduação como profissionais que já atuam no mercado. Encontra-se também a disposição cur-sos de gestão sustentável, manejo de solo, irrigação, entre outros.

Engajado em fomentar ações para

o desenvolvimento do setor sucro-energético e preocupado com o apa-gão de mão-de-obra qualificada que as indústrias enfrentam, o CEISEBR - Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustí-veis lançou em 2010 a Universidade Corporativa do Setor Sucroenergéti-co (UNICEISE), iniciativa que conta com o apoio da UNICA - União da In-dústria de Cana-de-açúcar e a Orpla-na - Organização dos Plantadores de Cana do Estado São Paulo.

A UNICEISE também possui outros cursos em andamento, como o MBA em Gestão Empresarial no Setor Sucroalco-oleiro em parceria com a Fundace/USP e a Oficina de Planejamento e Gerencia-mento de Sistemas Mecanizados Agríco-las, em parceria com a ESALQ/USP.

Fonte: Assessoria de Imprensa CEISE Br

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Estudo mapeia aquisições do setor sucroalcooleiro

Ciclos

País tem mais de 430 usinas em operação, distribuídas entre 180 grupos empresariais

Foram identificados três ciclos distin-tos de entradas dessas empresas inter-nacionais. O primeiro foi marcado pelo processo de desregulamentação do setor e emergências das exportações brasilei-ras de açúcar, com as entradas de quatro empresas francesas, entre 2000 e 2001: duas trading companies (Louis Dreyfus Commodities e Sucden) e duas coopera-tivas agroindustriais produtoras de açú-car de beterraba (Union DAS/Tereos e Béghin-Say). Não houve investimentos estrangeiros nos quatro anos seguintes. Mas em 2006 verificou-se o segundo ci-clo, com a necessidade do mercado inter-nacional em etanol. Aumentou o número de empresas e de setores (petrolíferas, petroquímicas, entre outras), com 18 movimentações de investimentos diretos entre 2006 e 2008 no País.

A crise econômica mundial no segun-do semestre de 2008, no entanto, conte-ve essa euforia. “Essa crise espantou os ‘aventureiros’”, afirma Alves Pinto. Ou seja, as que buscavam algum tipo lucro a curto prazo afastaram-se, ficando as que vislumbravam um negócio a lon-go prazo. Assim, o terceiro ciclo teve entrada mais lenta. Em 2009, a Shree

O setor sucroalcooleiro é um dos mais dinâmicos do Brasil que sofreu fortes mudanças, desde a implantação do Pro-álcool até as compras de várias unida-des industriais nacionais (usinas) por grandes empresas estrangeiras. E esse processo não deve mudar. Para os pró-ximos anos, empresas petrolíferas (com forte poder financeiro), petroquímicas e de biotecnologia estrangeiras devem do-minar as aquisições no setor. Esse foi um dos resultados da dissertação de mestra-do em Administração em Organizações, do consultor Mairun Junqueira Alves Pinto, intitulada “Investimentos diretos estrangeiros no setor sucroenergético”, desenvolvido na Faculdade de Econo-mia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP.

Alves Pinto analisou a trajetória dos investimentos internacionais no setor sucroenergético no Brasil desde 2000. Para chegar à conclusão, além do levan-tamento de negociações, entrevistou es-pecialistas que atuam no setor, incluindo representantes de empresas estrangeiras. Os entrevistados foram unânimes em afirmar que as empresas petrolíferas e as indústrias químicas, petroquímica e de biotecnologia, que possuem tecnologia para agregar valor ao negócio, deverão ser as principais compradoras no futuro próximo. “Esse trabalho foi um mapea-mento do setor mostrando os diferentes ciclos de aquisições e um histórico de quem são essas empresas e o que as mo-tivou a investir no País”, comenta.

Alves Pinto abordou as transformações em relação aos investimentos estrangeiros em usinas brasileiras, diferentes ciclos de desenvolvimento e crise, conquista de no-vos mercados e desenvolvimento de novos produtos. Apesar dessas mudanças de ce-nário, típicas do setor, ele verificou a ca-pacidade de atrair empresas estrangeiras de diversos países e setores da economia. O trabalho de Alves Pinto, sob orientação do professor Marcos Fava Neves, buscou ana-lisar e compreender a evolução desse pro-cesso e identificar quais os tipos de empre-sa estrangeiras realizaram os investimentos diretos no setor, quais são suas principais motivações e quais são os fatores que pos-

Renuka, a maior produtora de açúcar da Índia, foi a única estrangeira a realizar os primeiros investimentos diretos no setor. Em 2010, houve apenas a entra-da da trading suíça Glencor e, até julho de 2011, a produtora de grãos argentina Los Grobo e a petrolífera Royal Dutch Shell, com sede na Holanda, foram as únicas entrantes do ano.

Apesar da cautela, estrangeiros con-tinuaram investindo no Brasil, aumen-tando as capacidades de moagem de suas usinas, saltando de 7%, em 2008, para 14%, em 2009, 22%, em 2010, e, finalmente, 32% em 2011. O trabalho do pesquisador analisou ainda as estra-tégias dos investidores, que na maioria das vezes optaram por comprar usinas, ou com controles compartilhados, e não montar novas indústrias. O Brasil tem mais de 430 usinas em operação, distri-buídas entre 180 grupos empresariais. Os interessados em obter mais informa-ções, podem entrar em contato através do email [email protected], com Mairun Junqueira Alves Pinto

Fonte: Outras Palavras Comunicação Empresarial

sivelmente influenciam as decisões quanto às estratégias de entrada – esse último item não foi aprofundado no trabalho.

Desde o início do século 21, o setor re-

cebeu entrada forte de capitais de empre-sas estrangeiras, de diferentes segmentos, desde tradings companies, do setor açuca-reiro, petrolíferas, petroquímicas, biotec-nológicas e de fundos de investimentos.

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O cooperativismo brasileiro vem crescendo bastante, impulsio-nado pelo firme timão da OCB

(Organização das Cooperativas Brasi-leiras), órgão de cúpula do movimento.

Muita gente acha que esse poderoso instrumento de organização econômica da sociedade seja exclusivamente agrí-cola, o que é um engano. Os números são notáveis e mostram como o movi-mento se expandiu na área urbana.

Há dez anos, o Brasil tinha 5.903 cooperativas, das quais 1.411 eram ru-rais, com 831.654 associados. Na épo-ca, cerca de 2.067 eram urbanas, com 2.493.197 associados. No último le-vantamento da OCB, de dezembro de 2010, as cooperativas urbanas já eram 2.953, com 3.816.026 associados, e as agrícolas eram 1.548, com 943.054 as-sociados.

As cooperativas urbanas atuam nas áreas de consumo, educação, habitação, infraestrutura, produção, saúde, trans-porte, turismo e, acreditem, a especial (para pessoas com deficiência).

E, além das rurais e urbanas, existem as cooperativas de crédito, em número de 1.064, com mais de 4 milhões de associados, a grande maioria urbanos, embora a área rural ainda tenha maior poder econômico neste sistema. Tam-bém, as cooperativas de trabalho, 1.024 no total, são majoritariamente urbanas, com seus 217 mil associados, mas algu-mas funcionam no campo também.

O número das que são apenas agrope-cuárias cresceu 35% nestes dez anos, e as exclusivamente urbanas, 42%. Mas o número de associados destas aumentou 53%, enquanto o das agropecuárias, só 13%. É claro que a urbanização crescen-te do Brasil tem muito a ver com isso, mas não é o único fator responsável.

Uma cooperativa precisa de três con-dições básicas para se desenvolver de maneira positiva:

Em primeiro lugar, precisa ser neces-sária. Não adianta querer criar uma coo-perativa de qualquer tipo se ela não for sentida, pelos futuros cooperados, como uma necessidade, capaz de responder às pressões econômicas a que estão subme-tidos. Cooperativismo é um movimento de base, tem que crescer de baixo para cima, não pode ser imposto.

Em segundo lugar, precisa ser viável economicamente. Cooperativas são em-presas, com a diferença de que o lucro não é a sua única finalidade; elas são os instrumentos da doutrina cooperativista que objetiva “corrigir o social através do econômico”. Portanto, a cooperativa -de qualquer ramo- oferece ao seu cooperado serviços que lhe permitam evoluir eco-nomicamente. Mas, mesmo tendo alto viés social, é uma empresa e, como tal, tem que ser eficiente e lucrativa. Por isso tudo, criar uma cooperativa sem nenhum capital é vê-la nascer morta.

E, por fim, é preciso que haja espíri-to associativo, com liderança capaz de conduzir o processo.

Ora, a rápida urbanização do país trouxe para as cidades demandas estru-turais, tendo em vista melhorar a ren-da dos cidadãos. Estes se organizaram então em cooperativas de trabalho, de consumo, de saúde, de educação, de ha-bitação, de crédito etc., e o movimento ganhou uma dimensão tão espetacular quanto a que aconteceu em outros paí-ses do mundo pelas mesmas razões.

Tudo isso foi potencializado pelo

vigoroso processo de globalização da economia que produziu exclusão social e concentração da riqueza, dois inimi-gos mortais da democracia e da paz.

Os excluídos se agruparam em coopera-tivas e com isso também mitigaram a con-centração, transformando-se em bastiões aliados dos governos democráticos pela sustentação da paz. Aqui e no mundo todo.

É bom lembrar que existem coopera-tivas em todos os países, e o número to-tal de seus associados é próximo a 1 bi-lhão de pessoas. Se cada qual tiver três agregados, são 4 bilhões de terráqueos ligados direta ou indiretamente ao coo-perativismo, constituindo o mais gigan-tesco contingente humano em defesa da democracia e da paz universal.

Não é por outra razão que a ONU de-clarou 2012 como o Ano Internacional do Cooperativismo. E pela mesma ra-zão esse extraordinário movimento bem que merece o Prêmio Nobel da Paz.

Roberto Rodrigues é coordenador do Centro de Agronegócio da FGV-

Fundação Getúlio Vargas, professor da Unesp-Jaboticabal e foi ministro

da AgriculturaFonte: Folha de S. Paulo

Opniões

Roberto Rodrigues*

Ano do cooperativismo

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Biblioteca “General Álvaro Tavares Carmo”“A obra, que ora se apresenta, reúne

uma coleção, devidamente sistematizada, de Tabelas e Figuras, contendo preciosas informações técnicas coletadas e adap-tadas de vinte e quatro unidades agroin-dustriais que compõem o Setor Sucroe-nergético da região nordeste do Estado de São Paulo, na safra 2010/2011.

Editada pela Associação dos Plan-tadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo – CANAOESTE, os autores esmiúçam os desempenhos das diferen-tes unidades, ao longo da safra, de forma clara, didática e de simples entendimen-to, porém mantendo os aspectos técnicos com toda a sua essência e requintes que caracterizam o momento por que passa o setor.

A qualidade técnica dos autores é in-discutível. São profissionais do mais alto nível e importantes no cenário sucroe-nergético brasileiro, o que é corroborado pelos cargos que ocupam, pelas funções

que vêm desempenhando, de longa data, além das posições que adotam, sempre caracterizadas, sobretudo, pelo profissio-nalismo em grau elevado.”

SILVA, Thiago de Andrade. CANAO-ESTE: Relatório de fechamento Unidades Industriais Safra 2010/2011. SILVA, Thia-go de Andrade, TASSO Jr., Luiz Carlos, ORTOLAN, Manoel Carlos de Azevedo. Sertãozinho: CANAOESTE, 2011.

A Canaoeste também disponibiliza para seus associados o material “Tópicos especiais: inovações tecnológicas na pro-dução de cana-de-açúcar e co-geração de energia”, disponibilizado em CD-ROM e editado por Dr. Luiz Carlos Tasso Júnior e Prof. Dr. Marcos Omir Marques. Trata-se de palestras e capítulos que têm como tema central o setor sucro-energético, abordado durante a disciplina ofereci-da pelo programa de Pós-graduação em produção vegetal pela FCAV/UNESP no período de 07/10/2011 à 16/12/2011.

Estes materiais estão disponíveis na biblioteca da Canaoeste, situada na Rua Augusto Zanini, 1461 - Sertãozinho-SP

Além desses materiais, o Departa-mento de Topografia da Canaoeste de-senvolveu o primeiro “Caderno de Ma-pas - Fornecedores Usina Virálcool”, com informações das propriedades (cor-te, plantio, variedade e reformas) dos fornecedores, com a finalidade de criar um banco de dados, que será atualizado anualmente. Posteriormente, este mesmo material será desenvolvido para as outras unidades industriais.

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26Informações Setoriais

Chuvas de dezembro e Prognósticos Climáticos de janeiro a marçoNo quadro a seguir, são apresentadas as chuvas do mês de DEZEMBRO de 2011.

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoTécnico Agronômico da Canaoeste

A média das observações de chuvas anotadas durante o mês de dezembro (186mm) ficou aquém da média das nor-malidades climáticas de todos os locais informados (261mm). O único local com chuvas acima de sua média foi registrado na LDCSEV MB. Nota-se que, a exemplo de novembro, a distribuição das chuvas na região foi irregular.

O Mapa 1, que se refere ao perí-odo até 14 a 16 de dezembro, mostra que havia estreitas faixas

no Centro e Norte com baixa disponibi-lidade de Água no Solo e já crítico no extemo Noroeste do Estado que, como poderão notar no Mapa 3, acentuou-se durante a segunda quinzena do mês.

Nos Mapas 2 e 3, que pela ordem correspondem aos finais dos meses de dezembro de 2010 e 2011, nota-se seme-lhança dos baixos e até críticos índices de disponibilidades de Água no Solo que observados entre o Centro ao Oeste do Estado. Enquanto que, em dezembro de 2010, na faixa Leste do estado, mostra-

va-se com área bem maior de índice fa-vorável de Disponibilidade de Água no Solo que no mesmo mês de 2011.

Para subsidiar planejamentos de ati-vidades futuras, a Canaoeste resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteoro-

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 14 a 16 de DEZEMBRO de 2011 Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de DEZEMBRO de 2010.

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logia e INPE-Instituto Nacional de Pes-quisas Espaciais para os meses de janeiro a março, conforme mostrado no Mapa 4.

• Para os meses janeiro a março, as temperaturas médias deverão ser próxi-mas das respectivas médias históricas em toda Região Centro Sul;

• Com relação às chuvas, durante o mesmo período, “ficarão” em torno das normais climáticas, mas com probabi-lidade de ocorrência de chuvas abaixo das respectivas médias nestes próximos meses no Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina, já como consequência “da volta” do fenômeno La Niña;

• Como referência de normais climáti-cas para Ribeirão Preto e municípios vizi-nhos, pelo Centro de Cana-IAC, as médias de chuvas são: 280mm em janeiro, 220mm em fevereiro e 170mm em março.

Por sua vez, a SOMAR Meteorologia assinala, com apoio de modelo de pre-visão climática mais recente que, para esta região de abrangência da Canaoes-teas somas de chuvas de janeiro a abril poderão ser próximas das respectivas médias históricas. Entretanto, a Zona de Convergência do Atlântico Sul, fenôme-no climático que tem provocado intensas chuvas na faixa Minas Gerais-Espirito Santo-Rio de Janeiro, está migrando para

São Paulo por duas a três semanas, fa-zendo com que se intensifique as chuvas neste estado durante o restante do mês de janeiro, podendo voltar à normalidade após início do mês ou na segunda sema-na de fevereiro.

Mesmo que com muita antecedência, deve-se citar que a climatologia para (2ª quinzena, principalmente) março poderá ser mais favorável às operações de plan-tio da cana e até, no máximo, a primeira quinzena de abril.

Face estas previsões climáticas para estes próximos meses, a Canaoeste re-comenda aos produtores de cana muitas atenções mesmo - em monitoramentos/controles de pragas (leia-se, cigarri-nhas), doenças e ervas daninhas. Reco-menda, também, que em canaviais sem falhas e já com cobertura total do solo possam proceder à adubação foliar (até o final de janeiro) com N-Nitrogênio + Mo-Molibdênio, visando aumentar pro-dutividade para a próxima safra, face à crescente demanda por matéria prima na próxima safra.

Mas, atenção! Qualidade das mudas é fundamental para assegurar produti-vidade e longevidade dos canaviais. A relação custo/benefício é por demais de

Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de DEZEMBRO de 2011.Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de DEZEMBRO de 2010.

Mapa 4:- Adaptação pela CANAOESTE do Prognóstico de Consenso entre INMET e INPE para o trimestre janeiro-março. Prognóstico este não muito

diferente dos anteriores.

RC

favorável quando se empregam mudas sadias.

Estes prognósticos serão revistos a cada edição da Revista Canavieiros. Prognósticos climáticos relevantes ou fatos serão noticiados em nosso site www.canaoeste.com.br

Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste.

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2012

28

A ameaça dos canaviais

Diferenças entre Sphenophoruslevis e Metamasiushemipterus

O Sphenóphorus Levis mais conheci-do como bicudo da cana-de-açúcar, vem preocupando os produtores da

região Centro-Sul do Brasil, devido a vora-cidade destrutiva que o inseto possui.

Até meados de 1990, a praga estava restrita a 14 municípios da região de Pi-racicaba, já em 2004 passava de 30 mu-nicípios e em 2006 o número chegou a 53 municípios catalogados. Atualmente, este número é bem maior e além disso, é possível encontrar a praga no Estado de Minas Gerais.

Esta disseminação provavelmente foi e continua sendo rápida porque envolve o transito de mudas sem o cuidado com a sanidade. O inseto não possui o hábito de voar a longas distâncias, tornando sua dispersão lenta, porém em cima de um caminhão transportando muda com ovos ou adultos podem andar a grandes velo-cidades e distância.

O inseto é da família dos curculio-nídeos, as fêmeas perfuram a base do colmo ou dos perfilhos com sua mandí-bula presente em seu “bico”, inserindo os ovos no interior do colmo. Possuem

As larvas diferem-se na curvatura de seu abdômen. A larva do Sphenophorus é menos acentuada, além de possuir um W de coloração marrom acima de sua cabeça, seu casulo é feito com seragem fina. Isso a diferencia do Metamasius que é confeccionado com fibras longas, rígido e de formato bem definido.

Os adultos diferem-se em sua colo-ração sendo que o Sphenophorus é de coloração marrom com manchas mais claras e o Metamasius possui faixas alaranjadas e pretas como na figura 2.

Porém o Metamasius não consegue perfurar os colmos para inserir seus ovos, colocando-os apenas em portas abertas como, por exemplo, colmos quebrados e brocados.

Antonio Carlos Cussiol Júnior - engenheiro agrônomo da Canaoeste

Pragas e Doenças

ainda uma capacidade média de ovopo-sitar de até 70 ovos durante sua vida. Os ovos são de coloração branca, eclodindo após 7 a 12 dias, originando as larvas de coloração branca leitosa, que se ali-mentam de tecidos do interior do colmo. Os danos observados são galerias que podem provocar a morte das plantas ou

Uma praga antessecundária, agora é motivo de grande preocupação aos produtores de cana

torná-las sensíveis. Depois de aproxima-damente 60 dias dessa fase, as larvas se preparam para empupar, construindo sua câmara pupal no interior do colmo sem se alimentar por aproximadamente 15 dias. Quando chegam a fase adulta per-duram por aproximadamente 220 dias, dando sequência ao ciclo.

Figura 1: Ciclo de Vida Sphenophorus Levis

Figura 2: diferenças entre Sphenophoruslevis e Metamasiushemipterus

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Revista Canavieiros - Janeiro 2012

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Sintomas Visíveis:

Metodologia de amostragem:

Controle em plantio e soqueira Conclusão:

O sintoma visível é a seca progres-siva das folhas, ou seja, inicia-se nas folhas mais velhas estendendo para as mais novas, podendo levar à morte do perfilho, notando ainda grandes falhas no canavial uma grande invasão de plantas daninhas, já que ocorre certa dificuldade de fechamento do cana-vial e com isso a perda média pode chegar a 25 toneladas de cana por hectare/ano.

O controle dessa praga é difícil devi-do ao local onde as larvas encontram-se, dificultando o contato da mesma com os inseticidas. Os adultos, por sua vez, demonstram uma grande preferên-

Os levantamentos são realizados com aberturas de trincheiras (0,5m x 0,5m por 0,3 de profundidade) sendo necessários no mínimo 2 pontos por hectare coletan-do e anotando todas as formas biológicas encontradas. A melhor época para realizar esse levantamento é entre os meses de maio a setembro quando a concentração de larvas e pupas são maiores.

Já o levantamento populacional de adultos é realizado com iscas tóxicas confeccionadas com toletes de cana de aproximadamente 30 cm partidos ao meio, embebidos em solução de CAR-

Atualmente os produtos existentes no mercado não conseguem nível satisfatório de controle em cana soca, não ultrapassam os 70%, por isso a importância no cuidado da implantação dos novos canaviais.

Resultados satisfatórios vem sendo observados quando realiza-se um con-junto de medidas corretivas na reforma do canavial sendo elas:

- Utilização do elimidador de soqueiras preferencialmente de maio a setembro, arrancando duas ruas e pulando duas, que serão eliminadas 15 dias depois;

- Utilizar rotação de cultura (preferen-cialmente soja e amendoim devido ao uso de inseticidas diferentes dos utili-zados na cultura da cana e que possivel-mente ajudam neste controle);

-Utilização de mudas isenta de qualquer forma biológica do inseto, em caso de dú-

Falhas causadas por Sphenophoruslevis

Iscas tóxicas colocadas no canavial e após capturar Sphenophorus

Implemento cortando a soqueira

cia por horas e locais mais frescos. A palha da colheita mecanizada contribui para isso, além do comportamento de

BARYL 85 PM na concentração de 1,25% por 24 horas. Esses toletes são distribuídos na quantia de 200 iscas por hectare, colocadas na base do colmo com área partida para baixo e cobertas com

vida, realizar o corte basal mais alto;-Utilização de inseticidas no fundo do

sulco.

No caso da soqueira, os resultados que minimizam as perdas é a utiliza-ção de inseticidas cortando a soqueira, preferencialmente nos meses de maio a setembro ou pulverização dos fungos be-auvériabassiana, Methariziumanisopliae, ou ainda da bactéria bacillusthuringien-sesnos - meses de outubro a março.

tanatose, ou seja, fingem de mortos de-sestimulando sua predação por inimi-gos naturais.

palha quando possível. Indica-se, prefe-rencialmente, realizar o levantamento de outubro a março e obrigatoriamente em viveiros nas regiões aonde já foi consta-tado a presença do inseto.

Especialmente em 2012, com a cor-rida para buscar o aumento de produti-vidade, o ideal é tomar cuidado com as mudas a serem utilizadas, verificando a sanidade do viveiro, bem como, a pos-sível existência de sphenophorus, evi-tando assim, o aumento dessa praga de difícil controle.RC

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2012

30

Moagem de cana praticamente encerrada no Centro-Sul atinge 492,23 milhões de toneladas até 1º de janeiro

Safra Canavieira

Uma praga antessecundária, agora é motivo de grande preocupação aos produtores de cana

O volume de cana-de-açúcar proces-sado até 1º de janeiro pelas unida-des produtoras da região Centro-

Sul do Brasil somou 492,23 milhões de toneladas no acumulado desde o início da safra. O total para o mesmo período da safra anterior foi de 555,39 milhões de to-neladas. No mês de dezembro, a moagem somou 3,65 milhões de toneladas, 67,61% abaixo do valor registrado em dezembro de 2010 (11,27 milhões de toneladas).

O diretor técnico da UNICA - União da Indústria da Cana-de-açúcar, Anto-nio de Padua Rodrigues, explica que “os valores observados até o momento são praticamente os números finais da safra 2011/2012 da região Centro-Sul, pois ocorrerão apenas ajustes marginais até o final de março.”

O executivo afirma que apenas 7 uni-dades estão em operação em janeiro de 2012: uma usina no Estado do Paraná, quatro em Mato Grosso do Sul e duas em Minas Gerais. A produção adicional des-sas usinas deve ser residual comparada ao volume total do Centro-Sul.

Produção de açúcar e etanolA produção de açúcar, acumulada

desde o início da safra até o final de de-zembro, atingiu 31,17 milhões de tonela-das, recuo de 6,86% comparativamente a igual período de 2010. No tocante ao eta-nol, esta queda foi de 18,74%, com 20,56 bilhões de litros produzidos na safra atual (2011/2012), dos quais 12,66 bilhões de litros de etanol hidratado e 7,90 bilhões de litros de etanol anidro.

Em dezembro de 2011, a fabricação de açúcar alcançou 178,58 mil tonela-das, contra 437,10 mil toneladas verifi-cadas no ano anterior. Já a produção de etanol somou 183,67 milhões de litros, sendo 166,68 milhões de litros de etanol hidratado e 16,99 milhões de litros de etanol anidro.

Considerando que a safra atual está praticamente encerrada, e comparando-

se os valores acumulados até dezembro com os dados finais da safra 2010/2011, observa-se uma retração da moagem de 11,62% (492,23 milhões de toneladas até dezembro de 2011 contra 556,95 milhões na safra 2010/2011. As produções de açúcar e de etanol estão 6,95% e 19,00% menores do que na safra anterior, res-pectivamente. O volume produzido de etanol anidro apresentou crescimento de 6,59%, enquanto o etanol hidratado re-gistrou queda de 29,56%.

Qualidade da matéria-primaNo acumulado até 31 de dezembro

de 2011, a quantidade de Açúcares To-tais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar atingiu 137,65 kg, 2,09% inferior aos 140,58 kg verificados em igual período do ano anterior.

No comparativo mensal, a concentração de ATR por tonelada de matéria-prima to-talizou 136,04 kg em dezembro de 2011, ante 122,65 kg no mesmo mês de 2010.

Mix de produçãoNo acumulado desde o início desta

safra, a proporção de cana-de-açúcar destinada à produção de etanol alcançou 51,71%. A exemplo do que vem ocor-rendo nas últimas nove safras, a maior parte da cana processada no Centro-Sul continua sendo direcionada para a pro-dução de etanol. Porém, o percentual na atual safra é inferior aos 55,01% obser-vados em igual período de 2010 e aos 55,07% registrados nos dados finais da safra anterior.

Em dezembro, 62,25% da matéria-prima processada destinaram-se à fabri-cação de etanol, contra 66,80% verifica-dos naquele mesmo mês do ano anterior.

Vendas de etanol O volume de etanol comercializa-

do pelas unidades produtoras da re-gião Centro-Sul, desde o início da sa-fra 2011/2012 até 1º de janeiro, somou 16,15 bilhões de litros (6,10 bilhões de

litros de etanol anidro e 10,05 bilhões de litros de etanol hidratado), uma redução de 19,34% comparativamente a igual período da safra 2010/2011. Deste total, 1,64 bilhão de litros foram exportados, e 14,51 bilhões de litros destinados ao mercado doméstico.

Em dezembro, as vendas alcançaram 1,52 bilhão de litros, contra 2,22 bilhões de litros apurados no mesmo mês de 2010, e 1,75 bilhão de litros contabilizados em no-vembro de 2011. Este recuo reflete a forte queda do volume vendido de etanol hidra-tado: 866,20 milhões de litros comercializa-dos, dos quais 841,68 milhões de litros des-tinados ao mercado interno, ante 1,51 bilhão de litros verificados em dezembro de 2010.

Em relação ao etanol anidro, a venda mensal somou 654,50 milhões de litros, quantidade praticamente estável quando comparada aos 658,09 milhões de litros comercializados em dezembro de 2010. Daquele volume, 86,87 milhões de litros direcionaram-se à exportação e 567,63 mi-lhões de litros ao abastecimento doméstico - 6,57% abaixo dos 607,52 milhões de li-tros observados em dezembro de 2010.

Para o diretor da UNICA, “as vendas de etanol das unidades produtoras ao merca-do doméstico em dezembro apresentaram um ligeiro decréscimo, devido à transfe-rência de etanol da região Norte-Nordeste para alguns estados do Centro-Sul, além da chegada de alguns navios com etanol anidro importado naquele mês”.

O volume de etanol importado de abril a

dezembro de 2011 totalizou 1,13 bilhão de litros. Desse montante, 704,97 milhões de litros desembarcaram em portos da região Centro-Sul e 420,93 na região Norte-Nordes-te. O volume de etanol importado permitiu um aumento significativo na oferta de etanol anidro carburante para o mercado doméstico, acrescentou o executivo da UNICA.

Fonte: UNICA - União da Indústria da Cana-de-açúcar

RC

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Revista Canavieiros - Janeiro 2012

31

Competência Ambiental

No dia 08 de dezembro de 2011, a presidente Dilma Rousseff san-cionou a Lei Complementar nº

140, que regulamentando o artigo 23, da Constituição Federal, instituiu normas de cooperação entre a União, os Estados e Distrito Federal e os Municípios, no que concerne as ações de proteção ao meio ambiente, mais precisamente ao exercí-cio da competência de cada um nas pra-ticas de controle e fiscalização.

Referida forma de cooperação poderá ser feita, também, via convênio, desde que o órgão pretendente possua técnicos suficientes e capacitados, bem como um conselho de meio ambiente

Na prática, tal lei elimina a sobreposi-ção de competências dos entes federativos para fiscalizar e controlar as atividades potencialmente poluidoras, esclarecendo ao empreendedor qual o órgão responsá-

ferida licença “até a manifestação defini-tiva do órgão ambiental competente.”

Aspecto importante que decorre de tudo isso será a uniformização dos pro-cedimentos pertinentes às exigências e condicionantes para a obtenção de uma licença ambiental. Tudo estará mais cla-ro ao empreendedor e, certamente, lhe trará mais segurança jurídica.

vel para o licenciamento e fiscalização de sua atividade, o que significa que somente um ente terá tal poder, diferentemente do que ocorre atualmente, onde vários órgãos licenciam, fiscalizam e aplicam penalida-des à mesma atividade.

Cada ente federativo, portanto, será responsável pela fiscalização do que autorizou. Se foi órgão federal, será a União; se órgão estadual, o Estado; e, se for municipal, o Município.

Sendo os licenciamentos autorizados por um único ente, certamente que ficará a critério desse o estabelecimento de va-lores das taxas a serem cobradas.

Também se acrescentou na novel lei que o empreendedor terá prazo de 120 (cento e vinte) dias antes do vencimento da licença para pleitear a sua renovação, ficando prorrogada automaticamente re-

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

Assuntos Legais

RC

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2012

32

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dópolis. Planta 27 alqueires. Valor: R$ 35.000,00/ alqueire – 60 toneladas de

Page 33: Ed67janeiro12

Revista Canavieiros - Janeiro 2012

33

renda/alqueire;-125 alqueires na região de Fernan-

dópolis. Planta 100 alqueires. Valor: R$ 43.000,00/alqueire – 50 toneladas de renda/alqueires;

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Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

“Jamais haverá ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos velhos.” Luís de Camões

Cultivando a Língua Portuguesa

PARA VOCÊ PENSAR:

Dicas e sugestões, entre em contato: [email protected]* Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua

Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

1) Maria escreveu no e-mail os nomes próprios “sem trema” como: Bunchen, Muller, Hubner...

... e errou!!! A regra geral do trema, segundo o Novo Acordo Ortográfico, não será mais usado,

MAS permanecerá em nomes próprios.

O correto nos exemplos acima é grafar o trema nas vogais “u”.

2) “VÊEM” as datas festivas com alegria!!!

Prezado amigo leitor para as palavras também ficarem “ alegres”, precisa saber a nova ortografia!!! O correto é: VEEM.Segundo o Novo Acordo Ortográfico, palavras com duplo “e” não terão mais

acento circunflexo.

3)Almoçou muito e sentiu “enjôo”?

...alimentar na medida certa e conhecer as novas regras ortográficas, não dão en-joo!

O correto é: enjoo (sem acento).

Segundo o Novo Acordo Ortográfico, palavras com duplo “o” não terão mais acento circunflexo.

Antes: enjôoNovo Acordo: enjoo

“ Ouve-me, então, com o teu corpo inteiro.”

Clarice Lispector

“Os bons vi sempre passar/ No mun-do graves tormentos;/ E para mais me espantar/ Os maus vi sempre nadar/ Em mar de contentamentos.”

Luís de Camões

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2012

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Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”Grupo de Apoio à Pesquisa e Extensão

O GAPE (Grupo de Apoio à Pesqui-sa e Extensão) foi fundado no dia 11 de agosto de 1997 e é formado por um grupo de 16 estagiários da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. O princi-pal objetivo do grupo é contribuir para o desenvolvimento agrícola do país, através da adoção do Plantio Direto, tornando a atividade agropecuária mais rentável eco-nomicamente, sem causar impactos ao ambiente, através da geração de conheci-mentos nas áreas de nutrição de plantas, fertilidade do solo, adubos e adubação para diversas culturas, além da formação de profissionais altamente capacitados para atuar no setor agropecuário.

Segundo o coordenador do grupo, Prof. Dr. Godofredo Cesar Vitti, a prin-cipal “diferença” que o GAPE faz hoje, é formar Engenheiros Agrônomos bem preparados para o mercado, tanto tecni-camente como pessoalmente. Através da vivência e participação do aluno no es-tágio, ele irá adquirir ensinamentos que dificilmente seriam adquiridos em sala de aula, preparando-o para o mercado de trabalho. “A contribuição que o grupo oferece ao setor surge da constante busca pela melhoria da produtividade sem cau-sar danos ao ambiente, e isso é feito atra-vés da pesquisa e posterior extensão para as unidades produtoras”, disse Vitti.

O grupo realiza atividades nas áre-as de pesquisa e extensão universitária, transmitindo conhecimentos adquiridos na Universidade para as pessoas ligadas

à atividade agropecuária. Dentre suas atividades, pode-se citar:

- Pesquisas relacionadas ao setor agro-pecuário, em convênio com órgãos oficiais de pesquisa, cooperativas, empresas públi-cas e privadas, objetivando definir melho-res doses de fertilizantes a serem aplicados, com objetivo de alcançar maiores produ-ções e menores impactos ambientais;

- Orientação a engenheiros agrônomos, técnicos e produtores rurais da região de Piracicaba e demais regiões do país, levando-lhes informações que propiciem melhores condições de trabalhar por uma atividade agrícola mais rentável;

- Visitas técnicas a empresas, proprie-dades rurais e centros de pesquisa;

- Assessoria a pequenos produtores rurais da região de Piracicaba, que se encontram carentes de informações técnicas e desesti-mulados com a atividade agropecuária;

- Elaboração de artigos e informativos técnicos visando transmitir novas tecno-logias e tornar público conhecimentos da atividade agropecuária, de forma que os produtores sejam mais bem esclarecidos;

- Organização de eventos de divulga-ção científica e técnica, como simpósios e palestras, com o objetivo de diminuir a distância entre Universidade e Produto-res rurais da região de Piracicaba, visan-do trazer desenvolvimento à agricultura regional e crescimento econômico de seus produtores;

- Projetos de assessoria na área de po-luição ambiental, visando proporcionar agricultura mais sustentável e sem cau-sar danos ambientais;

Eventos em Fevereiro 2012SEMINÁRIO STAB – FLORESCIMENTO E MATURA-

çãO / FISIOLOGIAS E SUAS APLICAçõESData: 09/02/12Local: Centro de Convenções da Cana – IAC (Instituto

Agronômico) - Ribeirão Preto / SP

CURSOS DE INSEMINAçãO ARTIFICIAL CRV LAGOAData: de 06/02 a 10/02 // de 13/02 a 17/02 // de 27/02 a 02/03Local: CRV Lagoa – Sertãozinho – SPInformações: www.crvlagoa.com.br // (16) 2105 2299

28ª. REuNiãO ANuAl DO ENSAiO DE PROfiCiÊNCiA iAC PARA lABORATóRiOS DE ANáliSE DE SOlOS Data: 28/02/2012 Local: Anfiteatro Otávio Tisselli Filho, Av. Barão de Itapu-

ra, nº 1481 - Campinas - SPInformações com: Heitor Cantarella Site: www.iac.sp.gov.br/ Telefone: (19) 2137-0750 E-mail: [email protected]

ORGANIzAçãO DE EVENTOS

O grupo também organiza eventos de divulgação científica e técnica, como simpósios e palestras, com o objetivo de diminuir a distância entre Universidade e Produtores rurais da região de Piraci-caba, visando trazer desenvolvimento à agricultura regional e crescimento eco-nômico de seus produtores.

No ano de 2011 o GAPE organizou o V Simpósio Tecnologia de Produção de Cana-de-açúcar, que contou com a parti-cipação de 800 pessoas. Nos dias 4, 5 e 6 de julho de 2012 será realizado o Simpó-sio de Micronutrientes e Magnésio.

Em fevereiro deste ano será realizada a segunda Expedição Sistema Plantio Direto, que oferece para 40 alunos da ESALQ a oportunidade de visitar duran-te uma semana, propriedades e empresas do estado do Paraná, ligadas ao tema. O custo da expedição e coberto por empre-sas patrocinadoras.

Fonte: GAPE

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