ed43janeiro10

40
Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 1

Upload: rafael-mermejo

Post on 05-Dec-2014

222 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 11111

Page 2: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 201022222

Page 3: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 33333

2010:Bons tempos a vista

Boa leitura!Conselho Editorial

Editorial

Sem saber ainda o que esperardeste ano que se inicia osprodutores do setor sucroe-

nergético estão ansiosos por notí-cias animadoras. Pensando nisso,a Canavieiros traz em sua “Repor-tagem de Capa”, previsões de lide-ranças de grande reconhecimentono setor: o presidente da Coperca-na e Cocred, Antonio Eduardo To-nielo, o presidente da Canaoeste,Manoel Ortolan, o superintenden-te da Cocred e diretor do ramo cré-dito da Ocesp, Marcio FernandoMeloni e o representante da UNI-CA, Sérgio Prado.

O entrevistado do mês é o presi-dente do Centro Nacional das Indús-trias do Setor Sucroalcooleiro e Ener-gético (CEISE BR), Adézio José Mar-ques. Por e-mail, ele contou a Cana-vieiros sobre as mudanças ocorridasna instituição com a posse da novadiretoria em setembro de 2009. Tam-bém deu sua opinião sobre o queespera para este ano, crise mundiale eleições governamentais.

O consultor da Canaoeste, Cle-ber Moraes é quem assina os arti-gos técnicos nesta edição. Em umdeles Cleber fala sobre os mitos everdades do ATR Relativo da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo.Já no outro, o consultor expõe oscuidados que o fornecedor deve terantes de realizar uma contrataçãode serviços agrícolas.

Em “Assuntos Legais”, o advo-gado da Canaoeste, Juliano Bortolo-ti, trata sobre a obrigatoriedade deobter a autorização do órgão ambi-ental (Secretaria Estadual do MeioAmbiente) para se efetuar a queimade palha de cana-de-açúcar, que senão respeitada, os fornecedores deunidades produtoras de cana-de-açú-car podem responder judicialmente.

2010:Bons tempos a vista

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 33333

O diretor da Canaoeste, LuisCarlos Tasso Junior, está no “Pon-to de Vista” deste mês e faz umaanálise da safra 2009/2010 e tambémfala sobre as perspectivas para asafra 2010/2011, já que de acordocom ele, o setor sucroenergéticoatravessa a maior expansão de suahistória com a entrada no setor degrandes empresas nacionais e in-ternacionais.

Em “Notícias Canaoeste”, a Ca-navieiros mostra todas as novida-des do Netto Campello Hospital eMaternidade. Foram realizadas re-formas estruturais e equipamentosde altíssima qualidade foram adqui-ridos. Nesta reportagem, o leitortambém pode conferir o expressivocrescimento no número de recém-nascidos, internações e atendimen-tos realizados pelo hospital.

A 3ª Sipat - Semana Interna de Pre-venção a Acidentes do Trabalho daUname - Unidade de Grãos da Coper-cana está presente nas “Notícias Co-percana”. Todos os colaboradoresda unidade participaram das pales-tras que abordaram o tema “A des-confiança é a mão da segurança”.

Em “Pragas e Doenças”, a revistatraz o relatório divulgado pela Asses-soria de Comunicação da Secretariade Agricultura e Abastecimento doEstado de São Paulo sobre a ferru-gem alaranjada da cana, que faz umalerta aos produtores em relação à do-ença que vem se espalhando pela re-gião e pode causar um impacto eco-nômico considerado importante.

Além disso, você pode conferiras “Informações Setoriais e Prog-nósticos Climáticos”, de acordocom o assessor técnico da Canao-este, Oswaldo Alonso, e tambémdicas de leitura e português.

Page 4: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 201044444

Artigo TécnicoArtigo TécnicoArtigo TécnicoArtigo TécnicoArtigo Técnico

Verdades e Mitos do ATR RelativoCleber Moraes, Consultor CANAOESTEM. Moraes Consultoria Agronômica S/C Ltda

Análise da safra 2009/2010e perspectivas para safra2010/2011

Luiz Carlos Tasso Júniordiretor da Canaoeste, produtorrural e pós-doutorando da UNESP.

IndiceIndiceIndiceIndiceIndiceEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE

CapaCapaCapaCapaCapa

OUTRASOUTRASOUTRASOUTRASOUTRASDESTDESTDESTDESTDESTAAAAAQUESQUESQUESQUESQUES

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotícias

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotíciasCocredCocredCocredCocredCocred

CanaoesteCanaoesteCanaoesteCanaoesteCanaoeste

- Balancete Mensal

- Netto Campello investe em novasestruturas e equipamentos modernos

Previsões promissoraspara 2010

As opiniões são positivas:este ano vai ser bem melhorpara a cadeia de cana,açúcar e etanol

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 1 01 01 01 01 0

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 1 41 41 41 41 4

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotíciasCopercanaCopercanaCopercanaCopercanaCopercana- Unidade de Grãos da Copercanarealiza a 3ª SIPAT- Safra de grãos já supera em mais de4% a anterior

CIRCULARCONSECANA

ASSUNTOSLEGAIS

INFORMAÇÕESSETORIAIS

ARTIGOTÉCNICO II

PRAGAS EDOENÇAS

REPERCUTIU

CULTURA

AGENDE-SE

CLASSIFICADOS

Revista Canavieiros - Janeiro de 201044444

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g .

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 3 23 23 23 23 2

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 1 61 61 61 61 6

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 3 63 63 63 63 6

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 3 53 53 53 53 5

CONSELHO EDITORIAL:Antonio Eduardo Tonielo

Augusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido Vanzella

Manoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio Sicchieri

Oscar Bisson

EDITORA:Carla Rossini – MTb 39.788

DIAGRAMAÇÃO:Rafael H. Mermejo

EQUIPE DE REDAÇÃO / FOTOS:Carla Rodrigues - MTb 55.115

Carla RossiniRafael H. Mermejo

COMERCIAL E PUBLICIDADE:Janaina Bisson

(16) 3946-3311 - Ramal: [email protected]

IMPRESSÃO:São Francisco Gráfica e Editora

TIRAGEM:11.000 exemplares

ISSN:1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuídagratuitamente aos cooperados, associa-

dos e fornecedores do SistemaCopercana, Canaoeste e Cocred. As

matérias assinadas são de responsabilida-de dos autores. A reprodução parcialdesta revista é autorizada, desde que

citada a fonte.

ENDEREÇO DA REDAÇÃO:Rua Dr. Pio Dufles, 532

Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190)

www.revistacanavieiros.com.br

www.twitter.com/[email protected]

Ponto de vistaPonto de vistaPonto de vistaPonto de vistaPonto de vista

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 0 80 80 80 80 8

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 0 50 50 50 50 5

EntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevista

Adézio José MarquesPresidente do CEISE BR,Diretor Titular do CIESP epresidente da CAMAQ.

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 2 62 62 62 62 6

3 43 43 43 43 4

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 3 73 73 73 73 7

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 1 21 21 21 21 2

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 3 83 83 83 83 8

Pag.Pag.Pag.Pag.Pag.2020202020Pag.Pag.Pag.Pag.Pag.2020202020

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g .0 50 50 50 50 5

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 0 80 80 80 80 8

Os empresários estãootimistas

P a g .P a g .P a g .P a g .P a g . 1 81 81 81 81 8

2828282828Pag.Pag.Pag.Pag.Pag.2828282828Pag.Pag.Pag.Pag.Pag.

Page 5: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 55555

Os empresários estãootimistas

Adézio José Marques

Entrevista

Adézio José MarquesPresidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro eEnergético (CEISE BR), Diretor Titular do Centro das Indústrias do Estado deSão Paulo (CIESP) e presidente da CAMAQ Equipamentos Industriais.

Os empresários estãootimistas

Carla Rossini

O presidente do Centro Nacio-nal das Indústrias do SetorSucroalcooleiro e Energético

(CEISE BR), Adézio José Marques,falou a Revista Canavieiros neste iní-cio de 2010. Segundo ele, os empre-sários do setor sucroenergético es-tão otimistas com as perspectivaspara este ano. Empossado presiden-te do Ceise desde setembro de 2009,o empresário diz estar determinado a“transformar a instituição que re-presentará, de fato e de direito, osinteresses da indústria de bens decapital, máquinas e equipamentos,insumos, serviços e tecnologia dacadeia produtiva sucroenergética”.

Adézio também falou sobre asperspectivas para 2010, deu sua opi-nião sobre a crise mundial e como oBrasil foi afetado. Para finalizar, o pre-sidente do CEISE comentou o que es-pera do próximo governante, já que2010 é ano eleitoral.

Leia, a seguir, a íntegra da entre-vista que Adézio concedeu à Cana-vieiros, por e-mail.

Revista Canavieiros: Em setem-bro de 2009 uma nova diretoria to-mou posse do CEISE BR. Quais mu-danças foram realizadas por essanova diretoria e quais são os obje-tivos a serem alcançados?

Adézio José Marques: Todos osprojetos que encontramos na entida-de e que agradaram a nova diretoriaestão sendo mantidos e inclusiveestamos melhorando e ampliandotudo aquilo que temos a certeza quebeneficiará a indústria e a comunida-

Page 6: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 201066666

Entrevista

“O CEISE, que nasceu há 30 anos,

surgiu da necessidade que osempresários de Sertãozinho tinham de

se unir para somar esforços e,obviamente, dividir benefícios.

de. Desde que fomos eleitos para di-rigir a nossa entidade, em que pese ograu de dificuldades que nossa eco-nomia ainda atravessa, estamos de-terminados a transformar o CeiseBrna instituição que representará, defato e de direito, os interesses da in-dústria de bens de capital, máquinase equipamentos, insumos, serviçose tecnologia da cadeia produtiva su-croenergética. Neste sentido, estabe-lecemos importante parceria com oGoverno Federal garan-tindo assento na Câma-ra Setorial de Agroener-gia e Biocombustíveisdo Ministério da Agri-cultura, que é a mais altae importante instânciaonde são debatidos edecididos os temas donosso setor. Tivemos a honra de re-cebermos em nossa sede, no dia 16de novembro de 2009, o secretário deProdução e Agroenergia do Ministé-rio da Agricultura, Manoel Bertone.E na presença de vice-presidentes,diretores e também dos presidentesda Copercana e Cocred, Toninho To-nielo e da Canaoeste, Manoel Orto-lan, ouvimos dele que já há muitotempo o Governo Federal buscavanovos interlocutores na cadeia pro-dutiva da cana-de-açúcar. Além dis-so, retomamos e buscamos fortale-cer o relacionamento com entidadesimportantes para nosso setor e re-gião, como por exemplo, UNICA,UDOP e ABIMAQ. E, logicamente,voltamos a trabalhar unidos com aFIESP/CIESP, que sempre trouxerambenefícios como representatividademacro política e macro econômica,além de SESI e SENAI. Em novem-bro tivemos a oportunidade de pa-lestrar para empresários brasileiros eargentinos reunidos no Hotel JP, emRibeirão Preto, em um evento promo-vido pela ABIMAQ. Tivemos tambéma oportunidade de apresentar o Cei-se BR a representantes de governosde 20 países que se reuniram no IIEthanol Week, promovido pelos Mi-nistérios da Agricultura e das Rela-ções Exteriores no Hotel Araucária,também em Ribeirão Preto. Infeliz-mente não pudemos participar da reu-nião do Conselho do Desenvolvi-

mento Econômico e Social da Presi-dência da República no Palácio doPlanalto, para a qual fomos convida-dos, em razão da coincidência de da-tas com as nossas negociações como dissídio coletivo trabalhista, quemereceram toda a nossa atenção,pela importância que este assuntotambém nos tem. Estamos discutin-do o projeto que cria em nossa cida-de um Centro Avançado de Pesqui-sas, em parceria com instituições

como a USP, UFSCar, Instituto Fede-ral, Fapesp, Fatec, Prefeitura Muni-cipal, SEBRAE e SENAI. Estamos vi-abilizando a criação da UniversidadeCorporativa do Setor Sucroenergéti-co, a UNICEISE, num projeto queconta com a participação da equipeliderada pelo Prof. Dr. Alberto Bor-ges Matias, da FEA/USP e coorde-nado pelo INEPAD – Instituto deEnsino e Pesquisas em Administra-ção, que conta com 250 professoresdoutores das mais renomadas univer-sidades brasileiras e uma equipe deapoio de 1.100 colaboradores.

Revista Canavieiros: Que serviçoso CEISE BR disponibiliza aos seus as-sociados e como os empresários po-dem se beneficiar desses serviços?

Adézio: Disponibiliza: informa-ção, formação e acima de tudo repre-sentatividade. O Ceise BR, que nas-ceu há 30 anos, surgiu da necessida-de que os empresários de Sertãozi-nho tinham de se unir para somar es-forços e, obviamente, dividir benefí-cios. A história mostrou a força em-preendedora destes empresários narealização de vários eventos, coor-denados até hoje pelo então CeiseBR, e que geram oportunidades denegócios ou melhorias nos produtose/ou processos das indústrias. Atu-almente, temos condição de oferecero caminho que o industrial necessitapercorrer para garantir à sua empre-

sa uma gestão eficiente, que garantanão só lucratividade, mas condiçãopara manter a sustentabilidade soci-oambiental e econômica. Temos de-partamentos que apoiam o desenvol-vimento de práticas ecologicamentecorretas, que incentivam à exporta-ção, departamento jurídico e um nú-cleo que visa desenvolver cursos econsultorias específicas para a ne-cessidade dos nossos industriais.Além de tudo isso, há que se regis-

trar a ampla variedade deconvênios que oferece-mos aos nossos associa-dos. É um dos principaisserviços que uma associ-ação pode oferecer, poisbeneficia diretamente osfuncionários das empre-sas. Entre os mais procu-

rados, cito o que confere descontosem cursos superiores ou de idiomas.O convênio para a aquisição de veí-culos também é bastante procurado.Para se beneficiar, o empresário deveentrar em contato com nosso geren-te. Ele se encarregará de apresentara associação, bem como a forma dese associar.

Revista Canavieiros: 2009 foi umano difícil para os empresários bra-sileiros? Como será 2010?

Adézio: Com certeza foi um anodifícil para empresários do mundotodo. 2009 foi um ano em que a eco-nomia realizou uma série de ajustesque ocorrem de tempos em tempos.Foi também o ano que mostrou quedevemos nos preparar para aconte-cimentos que estão um pouco além

Page 7: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 77777

Entrevista

2009 foi um ano em que a economiarealizou uma série de ajustes queocorrem de tempos em tempos. Foitambém o ano que mostrou que

devemos nos preparar paraacontecimentos que estão um poucoalém das previsões dos economistas.

das previsões dos economistas. Porque ninguém conseguiu prever eanunciar esta crise como se anunciaa erupção de um vulcão ou então umabalo sísmico? A economia está su-jeita ao comportamento humano e,por isso, acredito que, apesar dastendências e perspectivas, é sempreum tanto quanto imprevisível. Quan-to a este ano, vislumbra-se um 2010mais promissor. Temos ainda proble-mas, principalmente os provocadospela inadimplência de algumas usi-nas. Temos desafios a vencer no se-tor sucroenergético como a amplia-ção do número de usinas na cogera-ção de energia elétrica, já que hojeapenas 20% delas comercializam seusexcedentes no mercado. Creio que,de acordo com o que vemos na mídiaou nos encontros empresariais, tere-mos a confirmação do que o profes-sor Vicente Golfeto sempre diz: “Avida vai tomando a forma dos nos-sos pensamentos”. Os em-presários estão otimistas.Também estou, pois perceboem minha própria empresa, aretomada dos investimentos.Há que se lembrar tambémque este será um ano eleito-ral e que certamente será re-pleto de investimentos go-vernamentais, oxigenandoainda mais nossa economia.

Revista Canavieiros:Quais os desafios que os empresári-os, principalmente os do setor su-croenergético, devem enfrentar nestenovo ano?

Adézio: Como mencionei ainadimplência certamente dificultaráa retomada do crescimento. Não po-demos exagerar no otimismo em ja-neiro ou fevereiro, pois, como me dis-se o professor Dr. Alberto Matias, asempresas ficaram um ano sem umageração saudável de caixa. Assim,pode ser que, neste primeiro semes-tre, muitas empresas terão que divi-dir seus recursos entre a regulariza-ção de seus caixas e a necessidadede investimentos para atender a de-manda. Muitas usinas terão que re-formar seus equipamentos, haja vis-to que, na virada de 2008 para 2009poucas foram as que investiram nes-

te tipo de prática comum em nossaregião. Fora isso, penso que, se osempresários não se unirem, desper-diçarão muitas oportunidades de ne-gócios. Vale citar, como excelentemercado para Sertãozinho, a África.No evento que participei, fui indaga-do por vários representantes de maisde 20 países sobre como os africa-nos poderiam construir ou adaptarsuas usinas de açúcar para a produ-ção de etanol.

Revista Canavieiros: O desempre-go nas indústrias brasileiras tambémfoi grande em 2009. Sertãozinho eregião também foram atingidos.Como ficará esta questão em 2010?

Adézio: Talvez uma análise menosagressiva nos mostraria que em 2009,ao contrário do que se pensa, não ti-vemos um saldo negativo tão grandequando se compara admissões e de-missões. Segundo o CAGED, em 2008,

foram criadas 728 vagas de empregosem nossa cidade. No ano seguinte, ti-vemos apenas 79. É uma diferençamuito grande, e que mostra em umgráfico uma queda muito forte da ve-locidade que geralmente estávamosacostumados naquele círculo virtuo-so que vivíamos. Um dos maiores en-traves para a criação de empregos em2009, como disse, foi além da inadim-plência, uma freada brusca da econo-mia, com a paralisação de vários pro-jetos de investimentos. Em 2010 acre-dito que não teremos o mesmo saldode 2008, pois muitas empresas passa-rão um bom tempo consertando os es-tragos deixados pela crise. Há um as-pecto interessante, os empréstimos deBancos para as empresas lentamentese recuperam, acompanhando a reati-vação da economia.

Revista Canavieiros: Algumasavaliações de especialistas em eco-nomia, afirmam que o Brasil sofreupoucos impactos da recessão mun-

dial. Isso realmente acon-teceu? Por quê?

Adézio: Se compararmoso impacto da crise no Brasilcom o que ocorreu nosEUA, por exemplo, podemossim afirmar que aqui tive-mos uma “marolinha”. Nosegundo semestre de 2009,algumas economias já ensai-avam a saída da recessão, amaior parte delas, nos paí-ses emergentes, inclusive o

Brasil. Aliás, no Brasil, a divulgaçãodo PIB do segundo trimestre de2009, com crescimento de 1,9% emrelação ao período anterior, já mar-cava o fim da recessão iniciada nosúltimos três meses de 2008. Compa-rativamente ao cenário global, o paísvive um momento favorável e carac-terizado pela reversão das expecta-tivas do início de 2009.

Revista Canavieiros: Até queponto essa recessão atingiu Sertão-zinho e região? Como se recompordesse período?

Adézio: A diminuição da arrecada-ção da prefeitura em R$ 9 milhões em2009, inclusive com a diminuição tam-bém da projeção do orçamento de 2010,fazendo com que nosso prefeito NérioCosta adiasse alguns projetos de in-

Page 8: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 201088888

Entrevista

vestimentos em nossa cidade, é umaprova cabal de como Sertãozinho foiatingida, além do leve crescimento dodesemprego nesse período. Para se re-compor, é sabido por todos que a in-dústria é a força propulsora da nossaeconomia, ou seja, a indústria indo bemo comércio também vai bem, além é ló-gico do aumento de arrecadação doscofres públicos. Portanto, cabe a nósempresários industriais explorarmos asboas perspectivas iminentes em 2010,principalmente em alguns setores comoo sucroenergético, o de geração deenergia, Pré-Sal, Portuário, Minério, etc.

Revista Canavieiros: Na sua opi-nião, a política econômica adotadapelo Governo Federal está de acor-do com o empresariado brasileiro?

Adézio: Bem, tenho dito que o pen-samento do empresário é mais desen-volvimentista, enquanto que o do Go-verno Federal é mais monetário, ouseja, só vêem cifrão, mas, dizer que apolítica do governo é errada fica difícilnum momento em que acabamos depassar por uma crise mundial sem mai-

ores problemas, comparado com al-guns outros países considerados de-senvolvidos. Porém, na minha opinião,o governo muitas vezes ainda demorapara agir, principalmente no que tangea redução de juros da taxa selic, atra-sando assim, a oxigenação da nossaeconomia, entre outras coisas.

Revista Canavieiros: O governotem cumprido seu papel diante dasnecessidades da indústria brasileira?

Adézio: Por mais que tenha fei-to, faltam coisas fundamentais comoa reforma tributária, desburocratiza-ção e acesso simplificado ao crédi-to. Se compararmos o nível de cré-dito no Brasil, veremos algo em tor-no de 45% do PIB contra cerca de80% nos países desenvolvidos.Outro aspecto que merece a aten-ção do governo é o spread bancá-rio, o maior dentre os 40 países pes-quisados pela FIESP.

Revista Canavieiros: Que medidasdevem ser adotadas para que esse se-tor sofra menos impactos em 2010?

Adézio: Facilitar o acesso ao cré-dito tanto nos bancos federais quan-to nos privados, reduzir a carga fis-cal, através de uma ampla reforma tri-butária, estimular a criação de empre-gos diminuindo os encargos traba-lhistas, revisar a CLT obsoleta quenós temos, melhorar a infraestruturade nosso país (logística) para quepossamos reduzir custos e garantirum bom preço do nosso produto nãosó dentro dos estados brasileiros,mas como para o mundo todo.

Revista Canavieiros: 2010 é umano eleitoral. O que o senhor esperado próximo governante seja ele umaliado do atual governo ou não?

Adézio: Espero que governe nossopaís pensando única e exclusivamenteno bem do povo brasileiro, pois é sabi-do que pensar no povo como um todoé a melhor maneira de pensar em si pró-prio e que sempre respeite os princípi-os básicos da ética, moral e civilidade.Dentre as ações básicas, deveria pro-mover as reformas estruturais tão ne-cessárias para o nosso Brasil.

Page 9: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 99999

Ponto de Vista

Análise da safra 2009/2010 eperspectivas para safra 2010/2011Análise da safra 2009/2010 eperspectivas para safra 2010/2011

Osetor sucroenergético atra-vessa a maior expansão desua história com a entrada

no setor de grandes empresas naci-onais e internacionais. É a corridapelo etanol, açúcar e energia elétri-ca e o início de um longo processode transição que acelera o aumentoda demanda, exige maior competiti-vidade em busca de menores custosde produção e aumento da produti-vidade. Em contrapartida, algumasdas mais tradicionais empresas deadministração familiares, por diver-sos fatores, foram incorporadas porestas grandes empresas. É o inevi-tável processo de competição e con-solidação do setor.

Entretanto, nós produtores decana, passamos pelas duas últimassafras (2007/2008 e 2008/2009) commuitas dificuldades financeiras, faltade crédito, capital de giro, maiorespreços de fertilizantes, fazendo comque muitos deles deixassem de reali-zar os tratos culturais do canavial e,mesmo em alguns casos, tendo quedispor de parte de seu capital paracumprir os compromissos anterior-mente assumidos.

Na atual safra (2009/2010), passa-mos novamente por uma safra de altocusto de produção, apesar dos pre-ços de adubos mais condizentes coma atividade que nas safras anteriores.

Luiz Carlos Tasso Júnior*

Colhemos mais cana, pagamos maispelo CCT - corte, carregamento etransporte - e entregamos uma canacom uma qualidade inferior, próximoa 10kg de ATR a menos por toneladaem comparação com a safra passada.

E a tão esperada recuperação dospreços, está ocorrendo, porém já nofinal da safra, comprometendo o flu-xo de caixa da maioria dos produto-res. Entretanto, com a recuperaçãodos preços do açúcar e etanol nosmercados interno e externo, espera-mos que o fechamento do preço dokg do ATR fique próximo de R$ 0,34,sem variações cambiais significativasaté o fechamento do ano safra emmarço de 2010.

E a próxima safra (2010/2011) quala expectativa de nós produtores? Es-pera-se um ano de recuperação e con-solidação, pois os indicadores sãobons, tais como:

- Boas produtividades agrícolasdevido à maioria dos produtores te-rem realizado corretamente os tratosculturais e a ocorrência de chuvasbem uniformes durante o período decrescimento vegetativo do canavial;

- O período de safra com clima den-tro de uma normalidade e com issouma recuperação dos teores de ATRpor tonelada de cana;

- Permanência dos preços de açú-car e etanol em bons níveis;

-Pouca interferência da variaçãode valores do fator câmbio na forma-ção do valor do kg do ATR, ou me-lhor, até que ocorra valorização doReal, sendo desejável a relação de R$1,90 a R$ 2,10 / US$.

E para finalizar, devemos contri-buir com muito trabalho, impulsionaro desenvolvimento tecnológico, for-talecer os movimentos associativis-tas e a integração dos produtorespara somar informações e subsídiosde análise. É a nossa missão comoprodutor para permanência no setorcanavieiro.

*diretor da Canaoeste, produ-tor rural e pós-doutorando da

UNESP.

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 99999

Page 10: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20101010101010

Unidade de Grãos daCopercana realiza a 3ª SIPATUnidade de Grãos daCopercana realiza a 3ª SIPAT

NotíciasCopercana

Entre os dias 07 e 11 de dezembro de 2009 foi realizada a 3ª Sipat – Semana interna de prevenção aacidentes do trabalho da Uname - Unidade de Grãos da Copercana, cujo tema foi “A desconfiança é amão da segurança”.

Todos os colaboradores da unidade de grãos participaram. As palestras foram realizadas no período damanhã e logo após foram sorteados brindes aos funcionários. A programação contou com os seguintes temas:

Da redação

O presidente da CIPA (Comis-são Interna de Prevenção de Aci-dentes de Trabalho) e também téc-nico de Segurança da Uname, Ja-nio Luis Gasparino, disse que nes-te ano, a Sipat superou as expecta-tivas já que contou com a partici-pação de todos os colaboradores.“Mais uma vez contamos com oapoio da nossa gerência e direto-ria. O espírito de união e colabora-ção ajudou no sucesso da 3ª Sipat”,disse Gasparino.

Para o gerente da Uname, Augus-to Cesar Strini Paixão, a 3ª Sipat foiimportante porque abordou temas re-lacionados a segurança e também pa-lestras e atividades que proporcio-naram aos colaboradores a reflexãosobre bons hábitos, promovendo aqualidade de vida no cotidiano do tra-balho bem como nas relações soci-ais. “A Copercana demonstrou suapreocupação com os colaboradorese reafirmou seu compromisso com aresponsabilidade social não medin-do esforços para o aperfeiçoamentodos recursos humanos e para que oambiente de trabalho seja o melhorpossível”, destacou Augusto.

Dia 07/12: palestra proferida pela enfermeira da empresa Serwork, Rita Rosa-na Montenegro, sobre o tema Primeiros Socorros;

Dia 08/12: palestra ministrada peloespecialista em energia elétrica da CPFLe técnico de Segurança, Frederico Pres-tupa Neto;

Dia 09/12: o tema da palestra foi ostress do dia-a-dia, ministrado pelopsicoterapeuta, Carlos Salerno;

Dia 10/12: as atividades da Sipatforam desenvolvidas por um grupo decolaboradores e contou com as apre-sentações de vídeos motivacionais eteatro que abordou “Superação e For-ça de Vontade”;

Dia 11/12: no encerramento da 3ªSipat, o padre Ivonei Adriani Burtia, daParóquia São João Batista de Sertãozi-nho, celebrou uma missa em ação degraças, com a presença do Menino Je-sus. O diretor da Copercana, Pedro Es-rael Bighetti e a assistente social, Ermi-nia de Fátima Rossanês Neves prestigi-aram a celebração da missa. Logo após,foi oferecido um delicioso café da ma-nhã para todos os colaboradores.

Page 11: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 1111111111

NotíciasCopercana

Safra de grãos já supera emmais de 4% a anteriorSafra de grãos já supera emmais de 4% a anteriorDa redação

Oquarto levantamento da sa-fra de grãos 2009/10 elabora-do pela Conab e divulga-

do na primeira semana de janeiro peloministro da Agricultura, Pecuária eAbastecimento, Reinhold Stephanes,mostra que o Brasil terá a segundamaior produção da história, com umvolume de 141,35 milhões de tonela-das. O resultado é 4,6% superior ou6,21 milhões de toneladas a mais queas 135,13 milhões de toneladas da tem-porada anterior. A maior colheita re-gistrada até agora é de 144,1 milhõesde toneladas, em 2007/08.

Já em relação ao mês anterior(140,60 milhões de toneladas), ocrescimento é de 0,53%. A estimati-va favorável deve-se às boas con-dições climáticas ocorridas duranteo desenvolvimento dos grãos (al-godão, arroz, feijão primeira safra,milho primeira safra e soja), nosmeses de outubro a dezembro e cujoplantio está praticamente concluí-do. O incremento do quadro atual édevido, sobretudo, à recuperaçãodas lavouras de milho primeira sa-fra e da soja, culturas que na safrapassada sofreram com a estiagem,principalmente nos estados do Pa-raná, Rio Grande do Sul e de MatoGrosso do Sul.

No caso específico da soja, o es-tudo confirma a oleaginosa como aque mais cresce no país, com 65,16milhões de toneladas, 14% ou 7,99milhões de toneladas a mais que as57,17 milhões de toneladas produzi-das em 2008/09. Se não houver alte-rações significativas no clima nospróximos meses, a produção de sojaserá recorde.

Outra cultura que registra cres-cimento, mesmo com redução deárea, é o feijão primeira safra, comaumento de 8,3%, ou colheita de

111,1 mil toneladas, resultado da re-cuperação da produtividade afeta-da no ano passado pela estiagem,especialmente no Paraná.

Por outro lado, apresentam que-da o milho (-3,9% ou 1,31 milhão detoneladas), o algodão (-1,2% ou 22mil toneladas) e o arroz (-4,6% ou572,3 mil toneladas), sendo que a se-meadura deste ainda não foi finaliza-da no Rio Grande do Sul por causado excesso de chuvas.

Área – A área total plantada está calcu-lada em 47,88 milhões de hectares, superiorem 0,4%, ou 208 mil hectares a mais que aocupação do ciclo anterior. À exceção dasoja, todas as culturas pesquisadas acusa-ram redução de área. A atualização dos nú-meros foi realizada pelos técnicos da Co-nab entre 14 e 18 de dezembro, de acordocom informações prestadas por produtores,representantes de cooperativas e sindica-tos rurais, órgãos públicos e privados.

Fonte: Marcos Nogueira /Conab

Page 12: Ed43janeiro10

NotíciasCanaoeste

Consecana

Aseguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entreguedurante o mês de DEZEMBRO de 2009. O preço médio do kg de ATR para o mês de DEZEMBRO, referente à safra2009/2010, é de R$ 0,3267.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aosmercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a dezembro e os acumulados até DEZEM-BRO, são apresentados a seguir:

ConsecanaConselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº 12/09DATA: 30 de dezembro de 2009

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercadoexterno (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e aomercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a dezembro e os acumula-dos até DEZEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/09, são os seguintes:

Revista Canavieiros - Janeiro de 20101212121212

Page 13: Ed43janeiro10
Page 14: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20101414141414

Netto Campello investe emnovas estruturas eequipamentos modernos

Netto Campello investe emnovas estruturas eequipamentos modernos

NotíciasCanaoeste

Carla Rodrigues

Desde janeiro de 1.955, quandofoi fundado o Netto CampelloHospital e Maternidade, a dire-

toria da Canaoeste – mantenedora dohospital – não tem medido esforços paratorná-lo referência em saúde para a po-pulação de Sertãozinho e região. Passa-dos 55 anos desde sua inauguração, oNetto Campello mais uma vez está sen-do reestruturado, desta vez, com inves-timentos na ordem de R$ 1 milhão.

Segundo o gerente administrativo doNetto Campello, Hebert Pires de Moraes,uma das maiores necessidades do hos-pital era a aquisição de equipamentosmais modernos e eficazes para ampliar osserviços oferecidos para os fornecedo-res, conveniados e particulares. “A dire-toria entendeu as nossas necessidadese viabilizou o investimento em novosequipamentos”, disse Hebert.

Em 2009, o Netto Campello adquiriubombas de fusão, bombas de soro, ummicroscópio específico para neurocirur-gia conjuntamente com o Maidas (é oequipamento acessório para realizar aperfuração intracraniana dos pacientes),uma caixa com instrumental para proce-dimentos de cirurgia de coluna (corre-ção de postura, escoliose, lordose, en-tre outras), uma caixa de craniotomia (é

outro acessório para neurocirurgia), etambém, uma caixa de tórax para realiza-ção procedimentos de trauma no tórax.

De acordo com Hebert, a ideia étransformar o Netto Campello em refe-rência quando o assunto é procedimen-to de neurocirurgia. “A aquisição des-tes aparelhos possibilita que o neuro-cirurgião venha de pronto atendimen-to e realize o procedimento no NettoCampello, garantindo mais segurançapara o paciente e para o médico tam-bém”, explica Hebert.

Com tudo isso em mãos, o objetivodo hospital é melhorar a ociosidade etrazer novos procedimentos para o cen-tro cirúrgico, evitando assim, o deslo-camento de pacientes para outros cen-tros como Ribeirão Preto, por exemplo.Por enquanto, o único procedimentoque não é realizado no Netto Campelloé a cirurgia cardíaca.

O centro cirúrgico também foi re-formado e conta com seis salas, todasequipadas com monitor multiparâme-tro, para a monitorização completa dospacientes durante a cirurgia. A ilumina-ção das salas também recebeu refor-ços com dois focos novos, para a me-lhoria do nível de intensidade de lumi-nosidade na realização de cirurgias, oque aumenta muito a precisão operató-ria. “Investimos em lâmpadas frias comtecnologia diferenciada, que não libe-ram calor”, conta o gerente.

Para a esterilização foi construídauma área específica e fechada, chamadade “área limpa” ou “super limpa”, ondesão armazenados os materiais esteriliza-dos. Existe no hospital um protocolo deentrada de fluxo, tanto de funcionáriosquanto de materiais, como exige as nor-mas da vigilância sanitária. “Garantimos

a esterilização em 100% dos materiaisdo Netto Campello”, afirma Hebert.

Com as aquisições e reformas con-cluídas, o número de pacientes teve umcrescimento bastante significativo. De2008 para 2009 o número de interna-ções e consultas realizadas aumentouem 19% e 9%, respectivamente.

Novos EspaçosAs reformas vão continuar em 2010.

Estão em andamento, as obras paraconstrução de duas salas de ultrasso-

Iluminação das salas cirúrgicas

O Netto Campelloadquiriu um

microscópio específicopara neurocirurgia

Hebert Moraesgerente administrativo do Netto Campello Hospital e Maternidade

“Área limpa” ou “superlimpa”, onde são

armazenados os materiaisesterilizados.

Page 15: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 1515151515

NotíciasCanaoeste

nografia na área de imagem, que depoisde ser terceirizada, teve um incrementode 60% no número de atendimentos.Também está sendo construída a salade “litotripsia”, que é um procedimentoda urologia, tendo como especialidadea eliminação de cálculo renal.

Outras novidades para este ano sãoa readequação da sala de ginecologia,uma sala de espera, sanitários e umconsultório de oftalmologia que vão serinaugurados em fevereiro.

Novos projetosAlém de transformar o Netto Campe-

llo Hospital e Maternidade em referênciaem neurocirurgia, a administração querser referência também em tratamento parapacientes cardíacos, através do ProjetoHemodinâmica. “Queremos realizar pro-cedimentos de cateterismo, arteriografia,angiografia, (colocação de stents coro-nários), quando necessário. Tambémqueremos implantar uma unidade coro-nariana, que ficará instalada anexa a nos-sa UTI geral”, explica Hebert.

Para Luiz Carlos Tasso Junior, dire-tor do hospital, o objetivo maior de todaesta reformulação é aumentar o nível dequalidade dos serviços oferecidos. “Oque a diretoria visualizou foi a mudançado hospital de média para alta complexi-dade (como neurocirurgia, cirurgia car-díaca e unidade coronariana), melhoriano atendimento aos associados da Ca-naoeste, conveniados e pacientes par-ticulares também. Buscamos excelênciana saúde para a população de Sertãozi-nho e cidades de abrangência da Cana-oeste”, disse Tasso.

Bem estar e capacitaçãodos funcionáriosO Netto Campello Hospital e Materni-

dade está sendo reformulado estrutural-mente, não só visando a adequação pe-rante a vigilância sanitária, mas também anecessidade dos seus funcionários.

Para isso foram construídos vesti-ários feminino e masculino e, na lavan-deria, foram instalados exautores e pro-tetores contra o calor. Uma máquina delavar louças industrial é a novidade dacozinha. Sozinha, em apenas 15 minu-tos, a máquina lava até 70 bandejas, oque uma pessoa demoraria até duas ho-ras para fazer. “Economizamos água,produtos de limpeza e mão-de-obra hu-mana”, disse Hebert.

Até fevereiro de 2010, será reali-zado um treinamento de informáticacom os funcionários de todas as áre-as do Netto Campello. “Queremosaproximar a tecnologia dos funcioná-rios que nunca tiveram contato cominformática. E para aqueles que jáconhecem, faremos uma reciclagem”,comentou Hebert.

Foram construídos vestiários feminino emasculino para atender melhor a necessi-

dade de seus funcionários

Máquina de lavarlouças industrial:economia emáximahigiene

Paulo Canesin, diretor do hospital,acredita que aprimorar as condições deatendimento e serviços oferecidos sejao diferencial para o sucesso e para issotreinamentos e cursos de capacitaçãoestão sendo aplicados aos colabora-dores. “Temos que dar mais suportepara assim conseguirmos mais atendi-mentos, sempre priorizando os associ-ados e conveniados. Também temosuma grande preocupação com a rela-ção entre paciente e hospital, em tor-nar a estadia do paciente a mais agra-dável possível. É muito importante darmotivação e apoio aos médicos paraque tenham condições de fazer seu tra-balho com sucesso. Só assim vamosconstruir uma fidelização com os paci-entes e profissionais”, explicou Paulo.

Maternidade- Após a reforma em setem-

bro de 2006 = incremento de20% na taxa de nascimentos

- Em 2007e 2008 = incre-mento de 34% na taxa de nas-cimentos

- Após a construção daUCI (Unidade de Cuidados In-termediários) em 2009 = incre-mento de 40% na taxa de nas-cimentos.

“Além do Curso de Gestan-te oferecido gratuitamentepelo Netto Campello, foi firma-do recentemente um convêniocom o Cartório de Registro Ci-vil que está presente diaria-mente no hospital, com o in-tuito de facilitar o registro dorecém-nascido, ou seja, a gestante realiza o procedimento e já sai com o bebêregistrado daqui do Netto Campello direto para casa”, finalizou Hebert.

A UTI Neo-natal também colaborou com esse incremento na taxade nascimentos feitos no Netto Campello

Paulo Canesin,diretor do

hospital

Page 16: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20101616161616

Queima de palha de Cana-de-açúcar - obrigatoriedade de autorizaçãopara a safra 2010/2011

Assuntos Legais

Queima de palha de Cana-de-açúcar - obrigatoriedade de autorizaçãopara a safra 2010/2011

Mais uma vez estamos pres-tes a iniciar outra safra ca-navieira, razão pela qual

novamente vimos alertar aos forne-cedores de cana-de-açúcar e unida-des produtoras sobre a obrigatorie-dade de obter a autorização do ór-gão ambiental (Secretaria Estadualdo Meio Ambiente) para se efetuar aqueima de palha de cana-de-açúcar,procedimento obrigatório àquelesque não queiram responder adminis-trativamente e judicialmente (cível ecriminal) por esta omissão, inclusivecom pesadíssimas multas, razão pelaqual a CANAOESTE, novamente esteano, irá proceder a orientação, ela-boração, confecção e envio da do-cumentação necessária à obtençãoda Autorização de Queima Controla-da de Palha de Cana-de-Açúcar paraos seus associados, cujo prazo paraprotocolo no órgão ambiental expi-rará em 02 de abril.

Para tanto, pois sem autoriza-ção não se poderá queimar, bastaque os associados procurem osTécnicos, Agrônomos ou as Secre-tárias dos respectivos escritóriosregionais ou da matriz da CANAO-ESTE, a partir de 01 de fevereiro de2010, para realizar o Requerimento

Juliano Bortoloti - AdvogadoDepartamento Jurídico Canaoeste

de Autorização de Queima de Palhade Cana-de-açúcar.

Os fornecedores(as) associa-dos(as) que tiveram expansões emseus canaviais, aquisições de propri-edades por compra ou arrendamen-to, dentre outras situações, nas quaisa área total ou soma das áreas contí-guas à serem colhidas na Safra 2009/2010 sejam iguais ou superiores a150 ha cultivadas com cana-de-açú-car, deverão procurar os escritóriosda CANAOESTE até a data limite de05 de março de 2010, para possibili-tar o levantamento topográfico pré-vio de sua lavoura, sem custo algum,necessário ao devido licenciamento.O prazo para se indicar, no mapa, asáreas que serão colhidas sem a quei-ma expira em 26 de março de 2010.

Tudo isto se torna necessárioporque, na safra anterior, inúmerosfornecedores de cana não obtiverama autorização de queima, tendo queproceder ao corte manual sem o usodo fogo e/ou de forma mecanizada,mesmo em áreas não adaptadas paraisso. Tudo para evitar o descumpri-mento ao que dispõe o Decreto Esta-dual nº 47.700/2003, regulamentadorda Lei Estadual nº 11.241/2002, que

diz que o produ-tor de cana-de-açúcar pode serautuado pela Po-lícia Ambientalem 30 (trinta)UFESPs (UnidadeFiscal do Estadode São Paulo),aproximadamenteR$ 492,60 porhectare queimadosem as obser-vâncias legais, além de poder, ain-da, ser autuado pelos agentes fis-calizadores da CETESB (Companhiade Tecnologia e de Saneamento Am-biental) em valores que variam de5.001 a 10.000 UFESPs, aproximada-mente R$ 82.116,64 a R$ 164.200,00,independentemente do tamanho daárea queimada.

Alheio a estas penalidades admi-nistrativas, o produtor de cana-de-açúcar que não observar o prescritona legislação poderá responder, ain-da, uma ação cível, visando outra in-denização e a suspensão da queimaem sua propriedade, além de umaação penal, que visa restringir o seudireito de liberdade (pena de deten-ção). Fica registrado, então, que para

Revista Canavieiros - Janeiro de 20101616161616

Page 17: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 1717171717

Assuntos Legaisaquele produtor de cana-de-açúcarque não cumprir os requisitos pres-critos na legislação de queima ou,mais gravemente, efetuar a queimasem a devida autorização, fica evi-dente que não lhe restará quase ne-nhuma possibilidade de defesa, tan-to administrativa (auto de infração)como judicial (cível e penal).

Neste ano, como ocorrido no anoanterior, a Secretaria do Meio Ambi-ente está exigindo a adesão do for-necedor/unidade industrial ao Proto-colo de Cooperação Agroambiental,entabulado entre as entidades declasse dos fornecedores de cana eunidades industriais para com o Go-verno Estadual, que estabelece di-versas metas ambientais, principal-mente a antecipação dos prazos dasqueimadas, em áreas de produtoresindependentes de cana-de-açúcarde 2021 para 2014 nas áreas mecani-záveis e, de 2031 para 2017, nas áre-as não mecanizáveis, além de deter-minar outras providências, todas já

previstas em leis, como a proibiçãoda queima da palha pós colheita,conservação do solo, conservaçãoda água, proteção de matas ciliarese nascentes e descarte adequado deembalagens de agrotóxicos.

Apesar de ser uma adesão volun-tária, os produtores que não a fize-rem poderão enfrentar grandes difi-culdades com os órgãos de fiscaliza-ção ambiental, inclusive com a pos-sibilidade de recusa e/ou corte daautorização de queima e, também,quando da venda de seus produtos(cana-de-açúcar) junto às usinas/destilarias, pois estas estão passan-do por processo de renovação de li-cença, auditoria e certificação ambi-ental/social para viabilizar a comer-cialização do etanol e do açúcar queproduzem.

Logo, se torna evidente a neces-sidade do fornecedor de cana-de-açúcar em buscar a devida autori-zação dentro do prazo legal (até 02

de abril), para poder utilizar-se dofogo como método despalhador dacana-de-açúcar durante a safra2010/2011, bastando, somente, queprocure o mais rapidamente possí-vel a CANAOESTE para a sua de-vida orientação e, se porventura,persistir dúvidas a respeito do as-sunto, os Departamentos Jurídico,Técnico e de Planejamento estarãoà inteira disposição dos associadospara esclarecê-las.

Importante salientar, segundo in-formações da Secretaria Estadual doMeio Ambiente, que o prazo paraprotocolo não será prorrogado, ra-zão pela qual deve o associado pro-curar a CANAOESTE o mais rápidopossível, ressaltando que esta rea-lizará o plano de queima gratuitamen-te até o dia 05.03.2010, para aquelesque não tenham realizado o levanta-mento topográfico da propriedade e/ou precisam alterá-lo e, 26.03.2010,para aqueles que já fizeram o referi-do mapeamento.

Page 18: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20101818181818

NotíciasCocredBalancete MensalBalancete MensalCooperativa de Crédito dos Plantadores de Canade Sertãozinho BALANCETE - NOVEMBRO/2009

Valores em Reais

Page 19: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 1919191919

Page 20: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20102020202020

Previsões promissoraspara 2010

Reportagem de Capa

Previsões promissoraspara 2010Carla RossiniCarla Rodrigues

No início de 2010, a Revista Canavieiros reuniu asopiniões de lideranças para saber o queesperam deste novo ano. A intenção da revistafoi promover uma mesa redonda com os entrevista-

dos. São eles: o presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduar-do Tonielo, o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, o superin-tendente da Cocred e diretor do ramo crédito da Ocesp, MarcioFernando Meloni e o representante da UNICA, Sérgio Pra-do. Confira as opiniões:

As opiniões são positivas: este ano vai ser bem melhorpara a cadeia de cana, açúcar e etanol

Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e Cocred Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste

Revista Canavieiros: O ano de2009 foi melhor ou pior do que se pre-via ao final de 2008?

Antonio Eduardo Tonielo: 2009 foium ano difícil, mas bem melhor do que2008, quando chegou à crise no se-gundo semestre, e quase todo mun-do entrou em recessão. Em 2009 luta-mos para sair da crise, a expectativaque tínhamos de que o segundo se-mestre seria melhor, foi concretizada.O governo ajudou quando liberou fi-nanciamentos, melhorou as condi-ções de crédito para todos os seto-res da indústria, agrícola e comércioe, isso deu uma alavancada na nossaeconomia. Dessa forma, acho que oano de 2009 terminou melhor do quese previa no final de 2008.

Manoel Ortolan: Este ano foi melhor,mas não aquilo que esperávamos. Ape-sar da melhora no preço do açúcar tersido significativa e o preço do álcool tam-bém ter melhorado um pouco, as condi-ções climáticas acabaram por reduzir es-sas vantagens que teríamos sobre o anopassado. Além de ter ficado cana em pé -inclusive de fornecedores de cana, masprincipalmente das usinas -, a qualidadeda cana foi sensivelmente afetada. Nóstemos cerca de 10 a 11 quilos de ATR amenos por tonelada de cana, então essefato acabou comprometendo a melhoraque os preços do açúcar e do álcool trou-xeram para este ano.

Marcio Fernando Meloni: Tivemosum primeiro semestre de preocupações,principalmente em nossa região onde

várias usinas não estavam honrandoseus compromissos com os fornecedo-res de cana. Mesmo assim, a Cocred,com uma boa liquidez, não deixou definanciar o cooperado, diferente demuitos bancos que de repente se en-contraram com pouca liquidez e nãoconseguiram financiar mais. Mas coma retomada do crescimento brasileiro,com a melhoria da liquidez bancária, osfinanciamentos voltaram num ritmomelhor do que estavam e houve umamelhora muito grande no quadro eco-nômico, deixando um segundo semes-tre bem melhor e com boas perspecti-vas para 2010.

Sérgio Prado: O ano foi positivo.No final de 2008, já havia uma expectati-va positiva em relação ao mercado e ao

Page 21: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 2121212121

Reportagem de Capa

Marcio Fernando Meloni, superintendente da Cocred ediretor do ramo crédito da Ocesp Sérgio Prado, representante da UNICA

preço do açúcar. E, de fato, houve umaelevação da demanda do produto nomercado externo, pois países exporta-dores como a Índia tiveram problemasde oferta e este espaço foi ocupado emboa parte pelos produtores brasileiros.Então, podemos dizer que a valorizaçãodo açúcar propiciou um alívio ao setorque vinha tendo perdas significativasnas safras anteriores.

Do ponto de vista do preço do eta-nol, terminamos o ano também com umasaudável melhora na remuneração. Masela ocorreu apenas na parte final da sa-fra. Ou seja, os produtores beneficiaram-se apenas em parte desse fator, poisdurante o primeiro semestre os preçosdo etanol estiveram abaixo do custo pormuito tempo. Aliás, isso ocorreu tam-bém durante os últimos três anos.

Ora, nenhum ramo de atividade podesobreviver numa economia de mercado

se ficar por muito tempo pagando paraproduzir. Ou encontra-se uma forma dehaver rentabilidade ou o setor quebra edesaparece. Por isso, é essencial quetenhamos uma remuneração adequadaao etanol. E ela veio agora, no segundosemestre, puxada pela demanda em altano mercado interno.

Revista Canavieiros: Ainda há res-caldos da crise financeira mundial so-bre o setor?

Tonielo: É claro que sim. Eu pensoque o fornecedor de cana já vinha atra-vessando uma fase difícil mesmo antesda crise que se iniciou no ano passado,e depois sua maior dificuldade era comas usinas que não pagavam corretamen-te. Agora esses pagamentos estão sen-

do efetuados e os fornecedores vãoconseguir colocar a casa em ordem. Já aindústria continua com sérios proble-mas porque investiu muito antes da cri-se e se endividou. As indústrias que ain-da não conseguiram fazer parcerias oureceber recursos de investidores estãocarregando os rescaldos da crise.

Ortolan: Apesar de uma melhorasignificativa no setor, estamos carre-gando problemas que foram agravadoscom a crise. São parcelamentos de dí-vidas da safra passada que estão sen-do realizados, mas isso continua afe-tando os fornecedores de cana. As usi-nas também entraram com pedidos derecomposição de créditos, acabaramdividindo os pagamentos dos fornece-dores, ou seja, estamos recebendo par-celado, então ainda estamos carregan-do ônus do período da crise.

Meloni: De uma maneira geral pa-rece que a crise está indo embora, masé claro que sempre deixa alguns pro-blemas como dívidas que foram rene-gociadas, algumas pendências com usi-nas que ainda não foram totalmentesanadas, enfim, são alguns problemasque levarão um pouco mais de tempopara serem corrigidos.

Prado: Há rescaldos da crise simporque o consumo em países desen-volvidos como os Estados Unidos eEuropa ainda não chegou ao patamaranterior à crise. O dado concreto, emse tratando do etanol é que o volumeexportado pelo Brasil deve fechar oano com uma queda de cerca de 35%.É claro que esperamos que uma me-lhora do mercado externo para o eta-

nol nos próximos anos, mas não é algoque aconteça de uma hora para outra,pois além da questão da demanda, te-mos de lutar contra tarifas e barreirasimpostas ao etanol brasileiro tantopelos norte-americanos quanto peloseuropeus, por exemplo.

Revista Canavieiros: Em relaçãoao crédito, que afetou praticamentetoda a economia, a situação já voltouao normal para as cooperativas, as-sociações de produtores e indústrias?

Tonielo: Felizmente a situação jáestá quase que normalizada. O crédi-to está melhor principalmente para asinstituições, como a Copercana, porexemplo, que sempre cumpriu seuscompromissos. É claro que passamospor um período com muitas preocu-pações, mas com um bom trabalho e

os “pés no chão” conseguimos nosrecuperar. Agora já temos condiçõesde atender nossos cooperados commais facilidade.

Ortolan: Os recursos captadospelas cooperativas através dos ban-cos privados e governamentais volta-ram a normalidade. Estamos buscan-do crédito e temos sido atendidos.Agora, as cooperativas, tanto a decrédito como a de produção, tiveramque prorrogar dívidas de seus associ-ados que tiveram a renda afetada. Foipreciso captar recursos para fazer fren-te às prorrogações das dívidas. Então,as cooperativas ainda estão carregan-do sequelas da crise, mas numa situa-ção melhor porque a parte do créditotambém melhorou.

Page 22: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20102222222222

Reportagem de CapaMeloni: Apesar da Cocred não ter

sentido muito a falta de financiamentosno início do ano, pela boa liquidez quetinha, tivemos uma melhora muito gran-de com relação a oferta de crédito, e ima-gino que todo o sistema bancário tenhamelhorado suas ofertas de crédito parao mercado. O que vem acontecendo éque o crédito está mais seletivo, acabouo crédito fácil. Para quem oferece capa-cidade de pagamento e segurança, podeter certeza que não está tendo proble-mas com financiamentos.

Prado: Em relação a este aspectopodemos dizer que há sinais de melho-ra. Os próprios bancos têm falado queestão com mais oferta de dinheiro paraemprestar, mas na prática ainda há difi-culdade para muitas empresas na horade efetivar as operações. E parece ób-vio a todos que aquela abundância dedinheiro para ser emprestado pelo sis-tema financeiro, que havia antes da cri-se, não voltará tão cedo.

Revista Canavieiros: Se comparar-mos hoje com o dezembro de 2008, ocrédito está mais caro?

Tonielo: O crédito está mais baratoe mais fácil de ser adquirido. É claroque estou dizendo isso para quem estácom suas contas em dia. Para quem estácom dívidas às dificuldades continu-am. 2009 teve uma abundância de cré-dito maior sim, mas o faturamento dealgumas empresas será menor que em2008, porque houve uma queda nospreços dos produtos. Para o produtorisso é vantajoso. Para os nossos coo-perados, por exemplo, os preços foramem média 30% mais baratos para a aqui-sição de insumos, adubos e herbicidas.Isso ajuda muito, mas os preços dosprodutos agrícolas também devem cair.

Ortolan: O crédito esteve bem maiscaro, principalmente nos primeiros seismeses de crise, porém está reduzindo.Quando falamos em juros a tendência

é baixar, hoje estamos com 8,75% deSelic (é um índice pelo qual as taxas dejuros cobradas pelo mercado se bali-zam no Brasil), que talvez volte parafaixa de 10 ou 10,5%, vai subir um pou-quinho e deve parar por aí. A oferta decrédito está fazendo com que, na práti-ca, o juro caia.

Meloni: Ao contrário, hoje temosfinanciamentos bem mais baratos quehá um ano, já que naquela época, coma escassez do crédito e com muita pro-cura por ele, os juros subiram e muito,mas a medida que o crédito começa ase normalizar e ter boa oferta os juroscaem, como está acontecendo agora.

Prado: Em comparação com o anopassado, o crédito está mais acessível.O que aconteceu em 2008 foi uma enor-me restrição. A situação ficou muitodifícil no segundo semestre de 2008,como a maioria da população sabe, poiso pouco de dinheiro que havia para seremprestado era caro demais.

Revista Canavieiros: Dá para seprever, em seus respectivos setores,como será 2010?

Tonielo: A cana vai ter um preçobem melhor. 2010 já começou com opreço do ATR bem mais alto, com umaprodutividade boa o que tudo indicaque esse será o ano do produtor decana. Acredito que até julho/agostoteremos preços excelentes para açúcare álcool e o preço da cana acompanhaessa boa fase. Dessa forma, toda a ca-deia da cana-de-açúcar vai conseguirmelhorar suas condições. O preço doaçúcar, que é o melhor dos últimos 30anos, vai continuar muito bom. O mun-do está com déficit de açúcar e, feliz-mente, o Brasil está preparado para pro-duzir muito mais do que produziu esteano, quando as condições climáticasforam adversas e não deixaram a genteproduzir o que estava se prevendo. OBrasil vai produzir aquilo que era pre-

visto (32 milhões de toneladas de açú-car e 27 bilhões de litros de álcool), in-clusive para exportar.

Para o setor de grãos, o ano serámais difícil. As chuvas atrapalharamum pouco, o mercado ficou menosatraente e isso força a venda a pre-ços mais baratos. O preço da sojadeve cair, mas não vai chegar a trazerprejuízo ao produtor. Os produtoresdo Estado de São Paulo devem con-seguir um preço melhor. Já para oamendoim acredito que o preço serámelhor que no ano passado.

Ortolan: Na cadeia produtiva decana, açúcar e álcool, 2010 com certe-za têm tudo para ser melhor do que foi2009 e, especialmente, os dois anosanteriores. A maior parte dos proble-mas de crise em 2009 ficou superada.As usinas terminam de fazer os paga-mentos parcelados, com isso entramais recurso e, sabemos que o preçodo açúcar vai continuar bom. O preçodo álcool deve também ser melhor –em 2009 o preço do álcool só melho-rou no final da safra, atravessou qua-se que o ano todo muito baixo – comisso a cana também deve melhorar.Dificilmente vamos ter dois anos chu-vosos como este, as próprias previ-sões já sinalizam para um ano maisnormal em termos de chuva e assim atendência do preço é melhorar.

Meloni: A Cocred vem diversifican-do muito sua atuação no setor agrícola,comercial e até mesmo indústria. Em to-dos os setores em que atuamos é notó-rio o entusiasmo para 2010. Já iniciamosuma recuperação muito boa no final de2009 e acho que esse ano será bom, prin-cipalmente por ser um ano eleitoral, ondetudo será feito para obter crescimentoeconômico, disponibilidades maiores definanciamentos dos bancos públicos,manutenção da taxa básica de juros atéo limite máximo que o banco central po-derá segurar, enfim, não deveremos tersurpresas negativas, mas sempre é bomter calma com os gastos.

Revista Canavieiros - Janeiro de 20102222222222

Page 23: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 2323232323

Reportagem de CapaPrado: Bem. Temos expectativa de

um ano positivo, com sinais de aqueci-mento da demanda tanto de açúcarquanto de etanol. E existe também pos-sibilidade de aumento da colheita decana, com a entrada de novas unida-des industriais em operação e cresci-mento de outras que iniciaram as ativi-dades nas últimas quatro safras. Poroutro lado, haverá um aumento da ofer-ta de matéria prima em função do quenão foi possível colher neste ano e au-mento da produtividade, devido àscondições climáticas.

O mercado de açúcar continuaapontando para valorização, além demaior espaço no mercado externo, eisso é importante para os produtoresbrasileiros. Hoje, o Centro-Sul produzcerca de 30 milhões de toneladas deaçúcar, sendo que deste volume maisde 22 milhões de toneladas são desti-nadas à exportação. Além disso, há umdéficit na produção de açúcar no mun-do e o Brasil pode avançar sobre estafatia de mercado.

Precisamos ainda destacar que oaquecimento momentâneo do merca-do de açúcar não significa que deixa-remos de produzir etanol. Se na safrapassada, 39,5% da cana foi destinadapara fabricação de açúcar, neste anotivemos 43,2% da matéria prima usadapara este produto. Então é inverídicaa tese de que há um abandono da fa-bricação de etanol. Em primeiro lugarpor que as empresas mistas não sãototalmente flex e, portanto, não podemmudar tanto seu mix de produção. Eem segundo lugar por que quase 100milhões de toneladas de cana (de umtotal de cerca de 540 milhões de tone-ladas) do Centro-Sul são processadaspor destilarias, que não fabricam açú-car, mas apenas etanol.

Revista Canavieiros: Quais desa-fios terão os produtores de cana, açú-car e etanol daqui para frente?

Tonielo: O nosso desafio é cons-tante e dia após dia. O produtor temque superar as condições climáticas,

as pragas e doenças que surgem na la-voura, os impostos cobrados pelo go-verno, enfim, nosso desafio não acabanunca. Vamos atravessar um ano emque os preços de algumas commoditi-es, como soja e milho, por exemplo,devem ter quedas significativas e issoé um desafio grande. Os principais mer-cados compradores do Brasil, que sãoos chineses, coreanos e norte america-nos estão com dificuldades. Temos quetorcer por uma recuperação dessesmercados. Nós, brasileiros, produzimosmuito e quando se produz muito seganha pouco. Nós pecamos quandoproduzimos muito.

Ortolan: No caso do etanol, existeum caminho a ser seguido que é deevitar essas oscilações de oferta quese traduzem também em oscilações depreços na bomba ao consumidor. Nãoculpo o setor, pois crescer tanto quan-to crescemos num espaço curto detempo, é difícil manter um mercado re-gular. E tínhamos toda a cana para fa-bricar o álcool e açúcar necessários paraabastecer o mercado, só que as condi-ções climáticas não permitiram moer.Tanto é que numa estimativa de 25 mi-lhões de toneladas de cana em pé parapassar de uma safra para outra (canaque é fruto da expansão), devemos pas-sar dos 60 milhões de toneladas. Todomundo gostaria de ter moído e ter feitoo açúcar, ter feito o álcool até para apro-veitar o preço, mas foi impossível. En-tão parte dessa alta do preço ocorreudevido às chuvas.

Outro desafio é a conquista do mer-cado externo. Acredito que ao longodo tempo, o mercado externo vai sedesenvolver, de maneira mais lenta,gradualmente. Hoje, a principal garan-tia do mercado do álcool é a frota flex.

Também temos que cuidar da co-mercialização do álcool, de forma maisequilibrada, sanando esses problemasde caixa de início de safra com meca-nismo do governo ou de políticas dopróprio setor, para que as usinas nãoentrem no desespero no início de sa-fra, tendo que fazer caixa a qualquerpreço e, para isso ofertar álcool a qual-

quer preço. Isso gera uma demandagrande por causa de preço baixo numdeterminado período e depois temosque subir o preço por redução de ofer-ta. O governo vai ter que trabalhar issoque é um desafio grande.

Temos a questão da organização,principalmente aos fornecedores decana. Essa concentração que está ocor-rendo no setor trouxe grupos de gran-de porte, estruturados, profissionaliza-dos e é diferente o relacionamento des-ses grupos com os fornecedores e asassociações. Então, nós produtores decana, também teremos que nos prepa-rar para essa nova fase. Teremos queprofissionalizar mais as nossas entida-des, trazer gente competente para jun-to da gente para fazer frente no tratocom esses grandes grupos.

Prado: Dentro do setor temosconvicção de que a pesquisa e de-senvolvimento de novas tecnologi-as são essenciais para o futuro daatividade. Hoje, o País tem a primaziano uso da cana como gerador com-bustível e energia. Limpo e renová-vel. Tudo muito salutar. Mas não po-demos achar que podemos ficar dor-mindo em berço esplêndido, enquan-to os outros avançam.

O etanol de segunda geração sóserá uma realidade se houver pesadosinvestimentos em pesquisa. No futu-ro a própria palha da cana (além dobagaço) poderá significar mais produ-to final, quando tivermos condiçõesde ter escala industrial para o etanolde segunda geração.

Sem falar que temos de trabalharpela maior produtividade da cana, in-clusive com o advento da plantatransgênica, que hoje ainda não é li-berada. Ou seja, é preciso haver in-vestimento pesado também no cam-po para que possamos produzir maiscana na mesma área, que significa umcrescimento vertical e não mais hori-zontal da atividade.

Então para termos maior eficiênciatanto no campo quanto na fábrica é fun-damental apertar firme o acelerador dapesquisa. O desafio é gigantesco.

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 2323232323

Page 24: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20102424242424

Page 25: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 2525252525

Page 26: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20102626262626

CHUVAS DE DEZEMBROe Prognósticos Climáticos

CHUVAS DE DEZEMBROe Prognósticos Climáticos

Informações Setoriais

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoAssessor Técnico Canaoeste

No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de DEZEMBRO de 2009.

Revista Canavieiros - Janeiro de 20102626262626ÁGUA, usar s

Protejam e preservem as nÁGUA, usar s

Protejam e preservem as n

A média das observaçõesde chuvas durante DE-ZEMBRO (335mm) “fi-

cou” acima da média das normais climáticas (264mm). Apenas em Barretos-CATI/Casa da Agricultura, C.E. Moreno e UsinaIbirá foram observadas chuvas inferiores e, em Bebedouro-EECB e São Simão-Ciiagro, as precipitações ficaram próximas àsrespectivas médias históricas.

O Mapa 1 ao lado, mostra que oíndice de Água Disponível no Solo, noperíodo de 14 a 16 de DEZEMBRO, apre-sentava-se como médio a alto em qua-se toda área sucroenergética do Esta-do de São Paulo. Entretanto, baixasumidades no solo ainda eram observa-das na região de entorno de Araçatubae faixa Oeste e Sudoeste.

Mapa 1:-Água Disponível no Solo entre 14 a 16 de DEZEMBRO de 2009.

Page 27: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 2727272727

Informações Setoriais

sem abusar !nascentes e cursos d’água.sem abusar !nascentes e cursos d’água.

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 2727272727

Mapa 2:- Água Disponível no Solo, ao final de DEZEMBRO de 2008.

Mapa 3:- Água Disponível no Solo, ao final de DEZEMBRO de 2009.

Observando-se os Mapas 2 e 3 acima, nota-se que, na área sucroenergé-tica de São Paulo, a única semelhança entre os meses de DEZEMBRO desteano e de 2008 é a faixa Central para Leste do Estado, divisando com o Estadode Minas Gerais. Na região Central para Oeste, chama atenção as “ilhas” debaixa umidade do solo entre Bauru/Lins/Marília e a do extremo Sudoeste aofinal de dezembro de 2009.

Para subsidiar planejamentos de atividadesfuturas, a CANAOESTE resume o prognósticoclimático de consenso entre INMET-InstitutoNacional de Meteorologia e INPE-Instituto Na-cional de Pesquisas Espaciais para os meses dejaneiro a março

· Prevê-se que a temperatura média nasRegiões Centro Oeste e Sudeste poderão seracima das normais climáticas e próxima da nor-malidade climática na Região Sul;

· Quanto às chuvas, o Mapa 4 abaixo ilus-tra os prognósticos de consenso INMET-INPEpara estes próximos três meses;

· Como referência, as médias históricas daschuvas, pelo Centro de Cana-IAC - Ribeirão Pre-to, são: 280mm em janeiro, 220mm em fevereiroe 160mm em março.

Mapa 4:- Prognóstico de chuvas de consen-so entre INMET–INPE para os meses de janeiroa março

Os prognósticos SOMAR Meteorologia tam-bém mostram que, para região de abrangênciaCANAOESTE, em quase todo estado de SãoPaulo e a faixa do Triângulo Mineiro adjacenteao norte do nosso Estado, as chuvas de janeiroa março serão próximas ou ligeiramente acimadas respectivas médias históricas. Em referênciaàs chuvas de outono, a partir de final de março,serão melhor analisadas e interpretadas na pró-xima edição. As temperaturas médias poderãoficar dentro das respectivas normais climáticasdurante estes três meses de verão.

Persistindo dúvidas, consultem os TécnicosCANAOESTE mais próximos.

Page 28: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20102828282828

Verdades e Mitos do ATRRelativo

Artigo Técnico

Verdades e Mitos do ATRRelativo

Opreço da cana-de-açúcar noEstado de São Paulo é forma-do a partir dos preços médios

líquidos, isto é, livre de impostos, deaçúcar e álcool obtidos pelas unidadesindustriais. Este faturamento líquido édividido entre o produtor de cana-de-açúcar e a usina proporcionalmente aoscustos de produção de cada um. As-sim a metodologia CONSECANA-SPbusca apurar qual o faturamento líqui-do da usina com cada um destes pro-dutos a partir dos preços levantadopela ESALQ/CEPEA. Posteriormente,aplica-se a participação do produtorpara o açúcar e para o álcool, converte-se em ATR (Açúcar Total Recuperável)e ponderam-se os preços dos diversosmercados e produtos. Tem-se, então, opreço do ATR que será multiplicadopela quantidade de ATR fornecida peloprodutor para formar o preço por tone-lada de cana.

Até a primeira revisão do CONSE-CANA-SP, realizada no ano de 2.005,para a formação do preço da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, o pro-dutor de cana participava com 56,8%do faturamento líquido dos preços deaçúcar e com 61,2% e 62,7% dos fatu-ramentos líquidos de álcool anidro ehidratado, respectivamente.

Produtores de cana e industriais ti-nham consciência de que estes valoresde participação estavam defasados eprecisavam ser atualizados, assim comoas perdas na fase comum do processoque eram de 12% e a eficiência de fer-mentação que era de 85,5%. Entretantohavia uma característica no fornecimen-to de cana de produtores independen-tes que impossibilitava o avanço nasnegociações: a distribuição no forneci-mento de cana durante a safra.

Buscamos, em nossa base de da-dos, as avaliações que tínhamos e queforam usadas para analisar a questão.

Cleber Moraes, Consultor CANAOESTEM. Moraes Consultoria Agronômica S/C Ltda

No gráfico 1 é apresentado o perfil de moagem e a distribuiçãomensal de moagem ajustada para uma unidade padrão de 2 mi-lhões de toneladas.

Gráfico 1 – Distribuição de Moagem Usado no ModeloInicial para uma Unidade processando 2 milhões de

toneladas por safra

Esta unidade teria uma capacidade diária de 12 mil toneladas de cana. À épo-ca, antes da revisão a participação média dos produtores ponderada entre açúcare álcool era de 58,3% e acreditávamos que este valor deveria passar de 60%.

Contudo quando usávamos em nosso modelo matemático a distribuição demoagem efetivamente prática pelos produtores de cana (veja gráfico 2), obtínha-mos uma participação média inferior à que tínhamos até então, ou seja, de 58,3%,chegávamos a algo em torno de 57%.

Gráfico 2 - Distribuição de Moagem Praticado pelos Produtores ajustadopara uma Unidade processando 2 milhões de toneladas por safra

Page 29: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 2929292929

Artigo TécnicoNesta condição de distribuição, se-

ria necessária uma unidade com capa-cidade diária de processamento de16.400 toneladas, com investimento in-dustrial 24% maior que uma de 12.000 t/dia e com uma participação inferior aque havia até então.

Havia duas alternativas possíveis:1-) Tornar obrigatória a distribuição

da entrada de cana durante a safra ou2-) Aplicar o cálculo do ATR Rela-

tivo, cujo modelo vinha sendo apri-morado há anos, mesmo antes doCONSECANA-SP existir com o nomede Média Móvel.

A primeira opção foi logo rechaça-da pelos industriais, pois, devido àsmudanças ocorridas desde os primei-ros anos do IAA (Instituto do Açúcar edo Álcool), onde existiam cotas de en-trega, a matéria-prima de fornecedoresem boa parte era colhida pelas unida-des industriais e esta opção retornariao problema para as indústrias.

Entre o início das negociações e adefinição do modelo de fornecimentode cana, outros pontos importantesavançaram: as perdas na fase comumque eram de 12% passariam para 9,5%e a eficiência de fermentação que erade 85,5% passaria para 88%.

As negociações caminharam paradois desfechos possíveis: a utilizaçãodo ATR relativo com os demais avan-ços obtidos ou a manutenção do queestava disponível. Em todas as análi-ses que realizamos utilizando todosestes ajustes, apesar da redução noteor de ATR causado pela aplicaçãodo ATR relativo para aqueles produ-tores que estavam concentrados nomeio da safra, havia um ganho no pre-ço do ATR, com a aplicação das no-vas participações dos fornecedores,que passariam a 59,5% para o açúcar e62,1% para o álcool, e no balanço detodos os fatores, o resultado aponta-va para um ganho para os produtoresde cana-de-açúcar.

Hoje podemos afirmar que os ga-nhos para os produtores variaram de 6a 10% em relação aos valores pagosantes da revisão de 2.005 dependendo

do mix de produção da unidade indus-trial, mas para muitos produtores res-tam uma série de dúvidas. A principaldelas é: com a utilização do ATR relati-vo ainda é importante buscar altos teo-res de ATR para minha cana, se eu voureceber pela média da usina?

Primeiramente é importante dizerque o fornecedor não recebe pela mé-dia da usina. A média da usina é umdos componentes do cálculo do ATRrelativo. Outro importante fator é a dis-persão do fornecedor com relação àmédia da quinzena, isto é, se o teor deATR do produtor na quinzena foi mai-or ou menor que a média e quanto éesta variação.

Vejamos o gráfico 3 onde são apre-sentados dados dos teores médios deATR de uma usina de nossa região daprimeira quinzena da safra (Quinzena 1– 1ª quinzena de abril) à última (Quin-zena 16 – 2ª quinzena de novembro)separando os valores das canas de pro-dutores e da usina e a curva de teormédio de ATR da safra nesta usina.

Cada ponto X azul representa o teorde ATR da cana entregue por um fundoagrícola de um produtor e cada pontofechado em vermelho (Ï%) representa acana entregue por um fundo agrícola dausina. A linha verde representa o teormédio de ATR das canas de entreguesna usina (fornecedores + usina).

Gráfico 3 - Teores médios de ATR “convencional” de produtores de cana eda usina e a curva de teor médio de ATR da safra nesta usina.

Percebam que, dentro de cada quinzena, há alguns fundos agrícolas estãocom teores acima da média, isto é, estão acima da linha verde e outros com teoresabaixo da média.

Vamos usar alguns exemplos para entendermos melhor como é calculado oATR relativo.

Veja os exemplos abaixo. Estes valores foram colocados com fins didáticos enão representam os pontos acima:

Page 30: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20103030303030

Gráfico 4 - Teores médios de ATR relativo de produtores de cana e da usinae a curva de teor médio de ATR da safra nesta usina.

Artigo TécnicoTodos os valores estão em Kg de

ATR por tonelada de cana.Primeiro vamos entender o que sig-

nificam as siglas:F.A. – Fundo AgrícolaATRfq – Teor de ATR do fornece-

dor na quinzena, isto é, o teor de ATRconvencional obtido pelo fornecedor.

ATRuq – Teor de ATR da usinaquinzena. É o teor de ATR médio detodos os fornecedores e das canas pró-prias da usina na quinzena

Dispersão – É a variação para cimaou para baixo que o fornecedor obte-ve da média da quinzena, portanto é oresultado da subtração do ATRfq me-nos ATRuq.

ATRus – Teor de ATR da usina nasafra. É o teor de ATR médio de todosos fornecedores e das canas própriasda usina esperado para a safra. Antesde terminar a safra é calculado pelamédia das últimas 5 safras. Após o tér-mino da safra é substituído pelo teormédio da safra corrente.

ATRfr – Teor de ATR relativo do for-necedor. É o teor de ATR relativo obtidopelo fornecedor e que será utilizado parao cálculo do preço da cana, resultado dasoma da dispersão com o ATRus.

Observe que, no exemplo na páginaanterior, para a 1ª quinzena de maio, o Fun-do Agrícola 1 (F.A. 1) obteve um teor de130 Kg de ATR/t e o F.A. 2 de 120 Kg deATR/t, assim o F.A. 1 ficou 5 Kg de ATRacima da média da quinzena e o F.A. 2ficou 5 Kg de ATR abaixo da média daquinzena que foi de 125 Kg de ATR/t. Paracalcular o teor de ATR relativo do F.A. 1,somamos 5 Kg à média de safra estimadapara a usina, que é 140 kg de ATR/t, e estefundo agrícola (F.A. 1) receberá 145 Kgde ATR/t. Já o F.A. 2 ficou receberá (140 –5) = 135 Kg de ATR/t. Perceba que houveum “ganho” de 15 Kg de ATR para o F.A.1 com relação ao ATR “convencional”entregue e mesmo o F.A. 2 também teveum “ganho” de 15 Kg de ATR/t, mas oF.A. 1 recebeu 10 Kg de ATR a mais que oF.A. 2, mesma diferença encontrada noATR convencional (ATRfq).

Mas quando entrou agosto, o teorde ATR “convencional” obtido pelo F.A.1 foi de 155 Kg de ATR/t, ficando tam-bém 5 Kg acima da média e assim o teorde ATR relativo do F.A. 1 na 1ª quinzenade agosto foi novamente de 145 Kg/t.Perceba que nesta caso, há uma “per-

da” de 10 Kg de ATR/t, mas é justamen-te este equilíbrio entre o início e o meiode safra que torna homogêneo o paga-mento de cana em qualquer época doano, evitando a concentração nos me-ses em que naturalmente um aumentono teor de ATR, mas perceba tambémque o F.A. 1 recebeu 10 Kg de ATR amais que o F.A. 2 na 1ª quinzena de agos-to, mesma diferença entre os teores deATR convencionais (ATRfq).

Bem, mas se o teor da primeira quin-zena de maio ficou igual ao da primeiraquinzena de agosto, o que aconteceriase o produtor não cuidasse de sua canade agosto e, ao invés de 5 Kg acima,ficasse 5 Kg abaixo?

Aconteceria o que aconteceu com oF.A. 2, ficaria com um teor de ATR com10 Kg a menos em relação ao F.A. 1.

Conclusão: O teor de ATR relativonão diminui a necessidade de cuidardo canavial, principalmente de dani-nhas, e de escolher a variedade certapara a época adequada, pois quem des-cuidar do canavial receberá menos.

Outra questão relevante é que a re-visão do CONSECANA-SP não incluiuapenas o ATR relativo, mas tambémmelhorias na participação do fornece-dor, nas perdas da fase comum e naeficiência de fermentação que, no con-junto, como dito, representaram ga-nhos significativos nos preços da cana-de-açúcar.

Veja no gráfico 4 como ficam osteores de ATR relativo de diversosfundos que foram apresentados nográfico 3. Compare o Gráfico 3 como Gráfico 4.

Percebam que fundos que estavamacima da média, continuam acima da mé-dia e recebendo mais por tonelada decana. É importante lembrar também queao final do período de moagem é feito oajuste do ATRus, ou seja, o teor de ATRmédio da usina na safra que inicialmenteé estimado pela média das últimas 5 sa-fras e que, no fechamento de safra, utili-za-se o teor efetivamente obtido na safra.

Devido às características climáticasdeste ano agrícola (safra 2.009/2.010) ea partir de nosso acompanhamento doandamento da safra feito pelo SistemaATR, praticamente todas as unidadesindustriais terão um teor de ATR inferi-or ao estimado inicialmente, o que re-dundará em um teor de ATR relativoinferior ao estimado inicialmente.

Um alerta que gostaríamos de fazertambém àquelas unidades que pagampelo teor médio de ATR da unidade semutilizar o cálculo do ATR relativo, uni-formizando o preço da cana para todosos fornecedores: haverá uma tendên-cia dos produtores plantarem varieda-des mais rústicas e produtivas mesmoem terras mais férteis, ao invés de vari-edades com melhores teores de ATR, oque redundará em baixo rendimentoindustrial e baixa eficiência dos proces-sos de extração, lavagem, recuperaçãode açúcar e fermentação.

Em caso de dúvidas, procure o De-partamento de Planejamento e Contro-le Agrícola através do telefone (16)3946-3300 ou na sede da CANAOES-TE em Sertãozinho.

Page 31: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 3131313131

Page 32: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20103232323232

Artigo Técnico II

Contratação de ServiçosAgrícolasContratação de ServiçosAgrícolas

Cleber Moraes, Consultor CANAOESTEM. Moraes Consultoria Agronômica Ltda

Passo 1: Solicitar orçamento deta-lhado dos serviços a serem prestados,discriminando: operações mecaniza-das, de transporte ou de mão-de-obraa serem realizadas; equipamentos aserem utilizados no caso das opera-ções mecanizadas e de transporte; ren-dimento operacional (horas para trato-res por hectare, quilômetros rodadospara veículos e diárias para rurícolas);custo por unidade de medida (horas,quilômetros ou diárias). No caso de in-sumo, discriminar o insumo, a dose, ocusto e o valor total.

Passo 2: Consultar o agrônomo daCANAOESTE, em quaisquer dos escri-

tórios regionais, para verificar se asoperações e insumos sugeridos no or-çamento estão adequados para a con-dição de solo, relevo e clima de sua pro-priedade. Lembre-se que, como presta-dor de serviço, quanto mais operaçõese insumos melhor. Todos os custos jávêm acrescidos de um adicional que re-presenta o lucro da prestação de servi-ços, pois ninguém trabalha de graça,mesmo que o discurso seja diferente.

Passo 3: Enviar uma cópia do orça-mento ao Departamento de Planejamen-to e Controle, situado na sede da CA-NAOESTE em Sertãozinho, para avali-ar se os valores sugeridos estão ade-

quados, elevados ou se contêm, defato, algum benefício ao fornecedor.

Passo 4: Aprovado o orçamento,pedir uma “minuta” do contrato (pri-meira redação feita pelo prestador deserviços sem a revisão do contratan-te). Enviar esta minuta ao Departamen-to Jurídico para uma avaliação e corre-ção de cláusulas que tragam ônus des-proporcionais ao produtor de cana oumesmo cláusulas abusivas.

Passo 5: Acompanhar no campo a exe-cução das operações e aplicação dos in-sumos, conforme descrito no orçamento.Talvez este seja o passo mais importante.

O fornecedor também deve estar ci-ente de algumas questões extremamenterelevantes para não ser surpreendidocom possíveis ações judiciais (ação decobrança, reclamação trabalhista), decor-rentes da má confecção do contrato.

A contratação de serviços agrícolas exige que o fornece-dor de cana fique atento a alguns passos que devem sertomados antes que seja assinado o contrato de presta-ção de serviços ou mesmo se inicie a prestação dosserviços na lavoura.

Page 33: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 3333333333

Os casos mais comuns são osseguintes:

Artigo Técnico II

Os casos mais comuns são osseguintes:

1. Pagamento dos serviços emcana: Normalmente quando os ser-viços são pagos em cana, faz-se aconversão do valor do serviço emreais, dividindo pelo valor da canacom teor de ATR de 121,97 Kg portonelada. Acontece que a cana en-tregue na unidade industrial terá emmédia 145,00 Kg de ATR por tonela-da, podendo chegar a mais de 160,00Kg de ATR por tonelada. A diferençade ATR deverá cobrir os custos deCCT (colheita) da cana fornecida atítulo de pagamento da prestação deserviços, pois, do contrário, estarárepresentando a cobrança de juros,por sinal bastante elevado.

2. Valor dos serviços de mão-de-obra: Os valores dos serviços demão-de-obra rurícola provêm de umacordo coletivo feito pelos sindica-tos rurais, que acrescidos dos encar-gos tributários e trabalhistas, que sãochamados genericamente de encar-gos sociais. Estes exigem que a pres-tação dos serviços tenha um valormínimo para preencher todos os re-quisitos legais. Assim valores deplantio muito baratos podem impli-

car em ônus futuros com ações tra-balhistas, pois o contratante, no casoo fornecedor, tem obrigação subsidi-ária ao prestador de serviços.

3. Valor do CCT (colheita) a sercobrado nas safras futuras: Quan-do a prestação de serviços de plan-tio é feita por uma unidade industri-al e não é cobrado à vista, esta obri-ga que o fornecedor entregue todaa produção, deste ciclo da lavouraplantada, em sua unidade industri-al. É extremamente importante esta-belecer no contrato um valor de CCTpara o primeiro ano, um índice dereajuste para este valor (IGP-M, IPC,INPC ou qualquer outro), que repre-sentará o valor máximo a ser cobra-do nas safras seguintes e, ainda,abrir a possibilidade do fornecedorcontratar outro prestador de servi-ços para realizar a colheita entregan-do a cana obviamente na unidadeindustrial que prestou o serviço deplantio, caso o valor sugerido pelaunidade industrial esteja acima dequalquer outro orçamento.

4. Definição do método do paga-mento de cana: Pelos Manuais doCONSECANA é preciso que consteem contrato que a metodologia depagamento de cana a ser adotada é o

CONSECANA. No Manual do CON-SECANA, que pode ser baixado pe-los associados da CANAOESTE nainternet através do site da ORPLA-NA, existe um capítulo com as Re-gras Mínimas para Elaboração doContrato de Compra e Venda deCana-de-Açúcar. O fato de estabele-cer-se valores tetos ou garantidos deteor de ATR, expresso em Kg de ATRpor tonelada e/ou valor de ATR, ex-presso em reais por Kg, não impossi-bilita a adoção do método CONSE-CANA. Portanto, é fundamental aelaboração de um contrato sempre.

No mais e para outras dúvidas pro-cure o Departamento de Planejamentoe Controle da CANAOESTE através dotelefone (16) 3946-3300 ramal 2100.“...serviços são pagos em

cana, faz-se a conversão dovalor do serviço em reais,

dividindo pelo valor dacana com teor de ATR...”

“...serviços são pagos emcana, faz-se a conversão dovalor do serviço em reais,dividindo pelo valor da canacom teor de ATR...”

“...serviços são pagos emcana, faz-se a conversão dovalor do serviço em reais,dividindo pelo valor da canacom teor de ATR...”

“...serviços são pagos emcana, faz-se a conversão do

valor do serviço em reais,dividindo pelo valor da

cana com teor de ATR...”

“...plantio é feita poruma unidade

industrial e não écobrado à vista, esta

obriga que o fornece-dor entregue toda a

produção...”

“Pelos Manuais doCONSECANA é

preciso que conste emcontrato que a

metodologia depagamento de cana a

ser adotada é oCONSECANA.”

Page 34: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20103434343434

Pragas e Doenças

Ferrugem Alaranjada da Cana:secretaria de agriculturaapresenta relatório

Ferrugem Alaranjada da Cana:secretaria de agriculturaapresenta relatório

O grupo técnico da Secretariade Agricultura e Abastecimento do Estado de São Pau-

lo que cuida da ferrugem alaranjadada cana se reuniu na quarta-feira, 13,para avaliar e apresentar as ações re-alizadas na coleta de dados e análisede resultados, em Ribeirão Preto. Es-tiveram presentes pesquisadores doCentro Cana do Instituto Agronômi-co (IAC), do Instituto Biológico (IB)e técnicos da Coordenadoria de De-fesa Agropecuária (CDA).

Na primeira semana de dezembro,técnicos do setor privado aponta-ram a suspeita de ocorrência da fer-rugem alaranjada da cana-de-açúcarem canaviais próximos a RibeirãoPreto. A informação foi levada à Se-cretaria de Defesa Agropecuária doMinistério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento (Mapa), que acio-nou a CDA.

Segundo relatos do pesquisadorda Secretaria, Marcos Landell, asinspeções realizadas pelas equipespermitem inferir que, no universo devariedades cultivadas em São Pau-lo, pequeno percentual tem apresen-tado susceptibilidade a nova doen-ça até o momento, o que faz preverum impacto econômico de relativaimportância.

No último mês, esse grupo detécnicos ligados à Comissão Téc-nica da Cana do Estado de São Pau-lo, da Secretaria, vem realizandouma série de ações para mapear aabrangência da praga e a intensi-dade que ela se dá nas diversas re-giões de São Paulo. Para tanto, pre-viamente, identificou-se três varie-dades comerciais com susceptibili-dade à ferrugem alaranjada, causa-da pelo fungo Puccinia kuenii. Olevantamento concentra-se nestas,com o objetivo de determinar a dis-persão da praga.

Além da região de Araraquara,identificou-se o fungo em RibeirãoPreto e Jaboticabal. A CDA tem le-vantado outras regiões como Araça-tuba, Orlândia, Jaú, Bauru, Andradi-na, Catanduva, São José do Rio Pre-to, Barretos e Lins, no entanto, nãofoi identificado o fungo nas amos-tras encaminhadas ao IB.

“O levantamento é importantepara apontar a ocorrência da doençae em quais variedades. Isso subsidi-ará a nossa área de pesquisa na pro-cura das variedades mais resisten-tes”, afirma o coordenador da CDA,Cláudio Alvarenga de Melo.

SOBRE A DOENÇA - A ferrugemalaranjada existe na Ásia e Austráliadesde o século 19. Em 2007, foi en-contrada em canaviais dos EstadosUnidos e, depois, em vários outrospaíses da América Central. Provavel-mente tenha sido nessa região quese originou a praga, trazida por cor-rentes de ventos.

Quanto às medidas fitossanitári-as, ela se restringem ao uso de varie-dades resistentes, o que é mais efici-ente e barato, além de o Brasil ter essatecnologia de forma abundante, poisnos últimos dez anos os programasbrasileiros liberaram aproximadamen-te 80 novas cultivares.

Segundo Landell, a situação doBrasil é diferente da Austrália, porexemplo, que em 2000, quando a fer-rugem alaranjada se manifestou demaneira danosa, tinha 86% da áreade Queensland (sua principal áreaprodutiva) ocupada com uma únicavariedade, a qual se mostrou extre-mamente susceptível à doença.

No ano posterior, houve uma que-da de aproximadamente 40% de pro-dutividade naquela região. “Não acre-ditamos que isso ocorra no Brasil,

pois temos importantes e ativos pro-gramas de melhoramento de cana-de-açúcar”, afirma ele.

PRODUÇÃO - São Paulo é o mai-or produtor de cana, açúcar e álcooldo País: responde por quase 60% daprodução brasileira, com cerca de cin-co milhões de hectares cultivados.Na última safra, produziu em tornode 400 milhões de toneladas. A canaé o primeiro item na pauta de expor-tações do agronegócio paulista, con-tabilizando mais de US$ 5 bilhões emdivisas para o Estado.

Fonte: Assessoria de Comuni-cação da Secretaria de Agricultu-ra e Abastecimento do Estado de

São Paulo

Page 35: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 3535353535

Repercutiu

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 3535353535

João Angelo Guidi recebe título deCidadão de Uberaba

O cooperado João Angelo Guidi, recebeu no final de novembro de 2009, o título de cidadão de Uberaba. A homenagemfoi uma iniciativa do vereador presidente da Câmara, Lourival dos Santos. “É uma forma de reconhecimento à atuação deJoão Angelo em prol da cidade de Uberaba”, disse o vereador.

Sobre a decisão de reduzir de 25% para 20% o percentual de mistura do Etanol Anidrona Gasolina, anunciada pelo Governo Federal no dia 11/01/2010

“As razões pelas quais o Governo decidiupela redução são aceitáveis, mas é preciso res-peitar o prazo de 90 dias para voltar ao pata-mar atual... é louvável o fato de o Governo terouvido o setor e estabelecido um prazo para avigência da medida, cujo término, aliás, ocor-rerá no início da maior safra histórica esti-mada no País”

Opinião do diretor técnico da UNICA, Anto-nio de Padua Rodrigues

“O que aconteceu é que o preço do açúcar nomercado internacional subiu e houve uma certapreferência dos agricultores pela produção doaçúcar. Além disso, as chuvas que fizeram comque a taxa de sacarose no caldo da cana tenhareduzido a produção do álcool”.

Do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão

Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr

“O documento, cuja íntegra tem mais de 80 páginas, contém equívocos inaceitáveis. Ali, o agronegócio éconsiderado instituição suspeita e desprezível. Tanto que até liminares, um dos instrumentos jurídicos maisessenciais no caso de invasões de terra por terem efeito imediato, só poderão ser concedidas depois derealizados procedimentos administrativos e “conciliatórios”. Não há prazos previstos aqui, e os procedimen-tos poderão ser tão numerosos que tornarão inócuas as providências de urgência reclamadas quando hádesrespeito ao direito de propriedade”.

Trecho retirado do artigo “Direitos humanos ou gato por lebre”, sobre o novo Programa Nacional dosDireitos Humanos, PNDH-3, assinado pela senadora e presidente da CNA, Kátia Abreu (DEM-TO).

Foto: José Cruz/Abr

“A agricultura não pode ser dividida ape-nas em agricultura comercial e agricultura fa-miliar. Esse conceito não se aplica. Temos pe-quenos agricultores, médios agricultores egrandes agricultores. Todos eles participam, deuma forma ou de outra, da agricultura comerci-al ou do agronegócio.”

Do ministro da Agricultura, Reinhold Ste-phanes, que também criticou o Plano Nacionalde Direitos Humanos, da Secretaria Especialdos Direitos Humanos (SEDH).

Foto: Elza Fiuza/ABr

Page 36: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20103636363636

BibliotecaBibliotecaBibliotecaBibliotecaBiblioteca“GENERAL ÁLVARO

TAVARES CARMO”

Os interessados em conhecer as sugestões deleitura da Revista Canavieiros podem procurar

a Biblioteca da Canaoeste, na Rua AugustoZanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone

(16)3946-3300 - Ramal [email protected]

Bioetanol de Cana-de-Açúcar - Energiapara o Desenvolvimento Sustentável

Coordenação: BNDS e CGEE

Cultura

CultivandoCultivandoCultivandoCultivandoCultivandoa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua PortuguesaEsta coluna tem a intenção de maneira didática,esclarecer algumas dúvidas a respeito do português

Renata CaroneSborgia*

* Advogada e Prof.ª de Português e InglêsMestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em

Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras)com Miriam M. Grisolia

"O sonho sonha na realidade lúcida sem ilusões"Renata Carone Sborgia

1)...mais um final de ano.... mais expectativas, confraternizações e talvez alguns per-

dões.Pedro disse:- Eu “perdôo” as confusões familiares que houve este ano...

O perdão é sempre bem-vindo para a alma e para a Língua Portuguesa. (desdeque escrito corretamente).

Segundo o Novo Acordo Ortográfico, prezados amigos leitores, principal-mente, para os que desejam perdoar algo ou alguém: o acento circunflexo não émais usado nas expressões terminadas em oo.

Para o verdadeiro perdão existir, na primeira pessoa do singular, do verboPerdoar, escreva corretamente: PERDOO.

2) E o Natal?! Parentes e “agregados” juntos: sogra com nora, genro com sogro, cunhada

com cunhada... É a família reunida com a ceia de natal! Alegria e paz!Maria disse que a confraternização será TRANQUILA.

Maria o trema é pronunciado, porém foi abolido (regra geral), segundo o NovoAcordo Ortográfico.

Para que todos tenham um Natal TRANQUILO é simples na Língua Portugue-sa: não use o trema!

3) Prezados amigos leitores como está a “auto-estima” para o próximo ano?Escrita de forma incorreta: baixa.Para que todos nós tenhamos a AUTOESTIMA alta, iremos relembrar a regra

do Novo Acordo Ortográfico sobre o Hífen: o hífen deixa de ser empregado quan-do o prefixo termina em vogal (no exemplo: auto) e o segundo elemento com umavogal diferente (no exemplo: estima).

Assim, para todos vocês, meus sempre queridos amigos leitores, um AnoNovo com uma autoestima altíssima!

PARA VOCÊ PENSAR:

Ointeresse mundial pelo desenvolvimento dos biocombustíveis cresceu devido

a maior preocupação no que diz respeito aodesenvolvimento de fontes energéticas reno-váveis e mais limpas. Sendo assim, o Brasil édestaque entre os outros países.

De acordo com o livro, o programa de bio-etanol de cana-de-açúcar do Brasil apresentaresultados de grande relevância para o setor,desde a pesquisa de variedades de cana demaior rendimento até a fabricação de motoresque funcionam com qualquer mistura de ga-solina e etanol. Compartilhar esta experiênciafoi o principal motivo que levou o presidenteLuiz Inácio Lula da Silva encomendar esta obraao Banco Nacional Desenvolvimento Econô-mico e Social (BNDS) e ao Centro de Gestão eEstudos Estratégicos (CGEE).

“Os ventos que as vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazemalgo que aprendemos a amar.. Por isso não devemos chorar pelo que nos foitirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que érealmente nosso, nunca se vai para sempre.”

(Bob Marley)

“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência,poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.”

(William Shakespeare)

Page 37: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 3737373737

Fevereiro e Março Fevereiro e Março Fevereiro e Março Fevereiro e Março Fevereiro e Março de de de de de 20102010201020102010

Agende-seAgende-seAgende-seAgende-seAgende-se

SHOWTEC 2010Empresa Promotora: Fundação MSTipo de Evento: Encontro / SimpósioInício do Evento: 02/02/2010Fim do Evento: 04/02/2010Estado: MSCidade: MaracajuLocalização do Evento: Fundação MS - Estrada da

Usina Velha, km 2Informações com: Fundação MSSite: www.fundacaoms.org.brTelefone: 67 3454-2631E-mail: [email protected]

XXXIII CONGRESSO PAULISTA DEFITOPATOLOGIA

Empresa Promotora: Associação Paulista de Fito-patologia e ESALQ

Tipo de Evento: CongressoInício do Evento: 02/02/2010Fim do Evento: 04/02/2010Estado: SPCidade: ItuveravaLocalização do Evento: Faculdade Dr. Francisco

MaedaInformações com: Secretaria do CongressoSite: www.cpfito.com.brTelefone: (16) 3729-9060E-mail: [email protected]

SHOW RURALCOOPAVEL 2010

Empresa Promotora : Coopavel CooperativaAgroindustrial

Tipo de Evento: Exposição / FeiraInício do Evento: 08/02/2010Fim do Evento: 12/02/2010Estado: PRCidade: CascavelLocalização do Evento: Show Rural CoopavelInformações com: CoopavelSite: www.showrural.com.brTelefone: (45) 3225-6885E-mail: [email protected]

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 3737373737

EXPOAGRO AFUBRA 2010 Empresa Promotora: Associação dos Fumicultores

do Brasil Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 03/03/2010 Fim do Evento: 05/03/2010 Estado: RS Cidade: Rio Pardo Localização do Evento: BR 471 - Km 143

Rincão del Rey Informações com: Departamento Agroflorestal da

Afubra Site: www.expoagroafubra.com.br Telefone: (51) 3713-7700 E-mail: [email protected]

15º DIA DE CAMPO COPERCAMPOS Empresa Promotora: Copercampos Tipo de Evento: Dia-de-Campo / Visita Técnica Início do Evento: 09/03/2010 Fim do Evento: 11/03/2010 Estado: SC Cidade: Campos Novos Localização do Evento: Campo Demonstrativo Co-

percampos Informações com: Copercampos Site: www.copercampos.com.br Telefone: 49 3541-6000 E-mail: [email protected]

FEINCO 2010 - 7ª FEIRA INTERNACIONALDE CAPRINOS E OVINOS

Empresa Promotora: Agrocentro Feiras e Exposições Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 09/03/2010 Fim do Evento: 13/03/2010 Estado: SP Cidade: São Paulo Localização do Evento: Centro de Exposições Imi-

grantes Informações com: Secretaria Site: www.feinco.com.br Telefone: (11) 5067-6767 E-mail: [email protected]

Page 38: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20103838383838

VENDE-SE- Trator Massey Ferguson 65x, ano

74 com 5000 hs, original, pneus novos-revisado completo. Tratar com Erminiapelo telefone: (16) 9169-3510.

VENDE-SE- Caminhão 1318, ano 87, com carro-

ceria, mecânica impecável, bom depneus e cabine. Tratar com o JuniorGazoti pelo telefone: (18) 97495042 oupelo email: [email protected].

VENDE-SE ou LOCA-SE- Colhedora de cana, ano 2008, com

opcional para colheita de cana muda.Revisada, pronta para iniciar a safra.Temos transbordos de oito e dez tone-ladas. Tratar com José Ary Jr. pelo tele-fone: (016) 9159 7452 ou pelo email:[email protected].

VENDE-SE- Caminhão Cargo 6332, ano/mod.

2008/2008, prata, com gaiola para canainteira e 10 pneus novos. Possuo tam-bém reboque três eixos, cana inteira,ano 1996. Se optar, vendo apenas o ca-minhão com ou sem gaiola. Tratar comLuis Fernando Raimundo pelos telefo-nes: (16) 3851-1641/ (16) 9261 6339 oupelo email: [email protected].

VENDE-SE- Vendo ou arrendo Fábrica de Aguar-

dente, capacidade de 1000 lts/ hora.Tratar com Marcio Viana pelo telefone:(31) 9932 3470 ou pelo email:[email protected].

VENDE-SE- Subsolador Tatu Ast-Matic, de 9

hastes, seminovo,ano 2006,com todosos bicos novos e desarme automático,podendo ser testado no local. Tenhotambém terraceador de 22 disco, semi-novo, Tatu. Tratar com Sergio Murilopelo telefone: (62) 9654 3114 ou peloemail: [email protected].

VENDEM-SE- 01 caixa d'água modelo australiana

para 50.000 lts de água- 01 caixa d'água modelo australiana

para 5.000 lts de água- 01 transformador de 15 KVA- 01 transformador de 45 KVA- 01 transformador de 75 KVA- tijolos antigos e telhas- lascas, palanques e mourões de aroeira- 01 sulcador de duas linhas DMB- postes de aroeira- terças, caibros e porteiras- 01 moto CBR 1000, ano 2008, com

2000 km- 02 mulas com um ano de idade- 02 burros com um ano de idade- coxos de cimento- 01 caminhão MB 1114, ano 1987 -

revisado Tratar com Wilson pelo telefone (17)

9739.2000 - Viradouro SP

VENDE-SE-Tubos de Aço Galvanizados de 4 e 6

polegadas, novos e seminovos,barrasde 6 metros com rosca e luvas, para de-socupar lugar, serve para irrigação, redede água e incêndio em usinas e fazen-das. Valor: R$ 4,00 por Kilo. Tratar comSergio Murilo pelo telefone:(62) 96543114 ou pelo email: [email protected].

VENDE-SE- Caminhão MB, 2635, ano 1995. Tra-

tar com João Pedro pelo telefone (16)39491157 ou 92182769.

VENDE-SE- 01 colhedora de amendoim máster

Double 2, ano 2005;- 01 transbordo de amendoim;- 01 arrancador de amendoim;- 01 caminhão Chevrolet , modelo

D60, ano 80;- 01 caminhão mercedes 1113, ano 77,

basculante;-01 trator Valtra, 1380, ano 95.Tratar com Rui: (16) 9187 - 1027

VENDE-SEMB 2318 ANO 1997 TRAÇADO 6X4Tratar com Patito: (16) 9187-1901 ou

[email protected]

VENDEM-SE- Trator de esteira, marca Komatsu

D-06 F-8b motor Cummins de 189 cv.novo. - R$320.000,00

- Conjunto de irrigação metal lavrasc/ encanamento 54 metros

Falar c/ Zezé 39422895

VENDEM-SE- Cultivador de Cana DMB OP c/ Sul-

cador - R$3800,00- Arado 2 Aiveca R$700,00- Enleirador de cana leve R$800,00- Forrageira Jumil R$1500,00- Cultivador de Cana OP reformado

R$4200,00.Falar c/ Marco 39423987

Page 39: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2010 3939393939

Page 40: Ed43janeiro10

Revista Canavieiros - Janeiro de 20104040404040