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    No Cdigo Nacional de Trnsito de 1961 a palavra educaoaparece duas vezes; o termo campanhas educativas, quatro vezes;a palavra aprendizagem, duas vezes. Assim, o tema educaoaparece num total de oito vezes, o que representa pouco mais de6%, levando em conta os 131 artigos da Lei.

    No CTB, a palavra educao pode ser lida vinte e oito vezes,alm de mais 13 palavras e termos correlatos (aprendizagem,campanha educativa, especializao, nvel de ensino, currculode ensino, currculo interdisciplinar, escola pblica etc.) queaparecem vinte e uma vezes.

    O tema abordado, portanto, quarenta e nove vezes, o querepresenta 15% dos 341 artigos da Lei.

    ALMEIDA, Dlson de Souza. Palestra proferida em 1999.

    No entanto, quando o assunto educao, o artigo mais debatidodesde a implementao do CTB o artigo 76.

    A educao para o trnsito ser promovida na pr- escola enas escolas de 1, 2 e 3 graus, por meio de planejamento e aescoordenadas entre rgos e entidades dos Sistema Nacional deTrnsito e de Educao, da Unio, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municpios, nas respectivas reas de atuao.

    Pargrafo nico. Para a finalidade prevista neste artigo, oMinistrio da Educao e do Desporto, mediante propostado CONTRAN e do Conselho de Reitores das UniversidadesBrasileiras, diretamente ou mediante convnio, promover:

    I a adoo, em todos os nveis de ensino, de um currculointerdisciplinar com contedo programtico sobre segurana detrnsito;

    II a adoo de contedos relativos educao para o trnsitonas escolas de formao para o magistrio e o treinamento deprofessores e multiplicadores;

    III a criao de corpos tcnicos interprofissionais paralevantamento e anlise de dados estatsticos relativos aotrnsito;

    IV a elaborao de planos de reduo de acidentes de

    trnsito junto aos ncleos interdisciplinares universitrios detrnsito, com vistas integrao universidades-sociedade narea de trnsito.

    Uma refexo sobre o artigo 76...

    Quando o CTB foi implementado, a atual Lei de Diretrizese Bases da Educao Nacional (LDB), Lei n. 9.394, de 20de dezembro de 1996, j vigorava, apresentando alteraes

    Grupo de profissionaistrabalhando de formaintegrada.

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    grupos humanoshomogneos quanto

    lngua, cultura etc.

    Que no obrigatria.

    Conjunto de termospeculiares a umaarte ou cincia.

    significativas em comparao Lei anterior (5.692/71). A atualLDB estabelece somente dois nveis escolares: a EducaoBsica (composta pela Educao Infantil, Ensino Fundamentale Ensino Mdio) e a Educao Superior.

    Como se pode perceber, a nomenclatura utilizada no CTB no est

    de acordo com a utilizada na LDB. Para implementar a educao de trnsito na Educao Bsica

    e na Educao Superior, o CTB estabelece que o Ministrioda Educao e do Desporto (MEC) mediante propostado CONTRAN e do Conselho de Reitores das UniversidadesBrasileiras diretamente ou mediante convnio promovera adoo de um currculo interdisciplinar com contedoprogramtico sobre segurana no trnsito.

    No entanto, a LDB clara quando dispe que:

    Os currculos do ensino fundamental tm uma base nacionalcomum (Parmetros Curriculares Nacionais). Porm, cabe

    a cada sistema de ensino e a cada escola oferecer uma partediversificada de acordo com as caractersticas regionais e locaisda sociedade, da cultura, da economia e da clientela.

    A base nacional comum o estudo da lngua portuguesa e damatemtica, o conhecimento do mundo fsico e natural e darealidade social e poltica, especialmente do Brasil. O ensinoda arte e da educao fsica (facultativa nos cursos noturnos)tambm componente curricular obrigatrio. O ensino daHistria do Brasil levar em conta as diferentes culturas eetnias para a formao do povo brasileiro.

    Para atender a LDB, assim como Constituio Brasileira,que estabelece a necessidade e a obrigao de o Estado elaborarparmetros claros capazes de orientar aes educativas do ensinoobrigatrio, de forma a adequ-los aos ideais democrticos e busca da melhoria do ensino nas escolas brasileiras, foram criadosos Referenciais Curriculares Nacionais da Educao Infantil(RCNEI), os Parmetros Curriculares Nacionais do Ensino

    Fundamental e do Ensino Mdio (PCN).

    Como se pode notar, a LDB no contempla o estudo do trnsito emsua base nacional comum. Da mesma forma, os RCNEI e os PCN noindicam o trnsito sequer como tema transversal.

    Os temas transversais para o trabalho escolar do ensino

    fundamental foram estabelecidos de acordo com os seguintescritrios:

    Urgncia social: questes graves que se apresentassem comoobstculos para a concretizao da plena cidadania;

    Abrangncia nacional: questes que fossem pertinentes atodo o Pas;

    Possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental:temas ao alcance da aprendizagem nessa etapa de ensino;

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    C o n f u s a s ,embaraadas.

    Favorecer a compreenso da realidade e a participaosocial: temas que possibilitassem uma viso ampla econsistente da realidade brasileira (e do mundo) e aparticipao social dos alunos.

    De acordo com esses critrios, os temas transversais eleitosforam:tica, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Sade eOrientao Sexual.

    Trabalho e Consumo foi um tema escolhido apenas para osalunos de 5 a 8 sries, alm dos cinco citados.

    Nos PCN, de acordo com a realidade de cada lugar, as escolaspodem eleger se quiserem alm dos temas transversais estabelecidos temas locais para serem trabalhados.

    (...) Tomando-se como exemplo o caso do trnsito, v-se

    que, embora esse seja um problema que atinge uma parcelasignificativa da populao, um tema que ganha significadoprincipalmente nos centros urbanos, onde o trnsito tem sidofonte de intrincadas questes de natureza extremamente diversa.Pense-se, por exemplo, no direito ao transporte associado qualidade de vida e qualidade do meio ambiente; ou odesrespeito s regras de trnsito e a segurana de motoristas epedestres (o trnsito brasileiro um dos que, no mundo, causamaior nmero de mortes). Assim, visto de forma ampla, o tematrnsito remete reflexo sobre as caractersticas de modos devida e relaes sociais.

    Parmetros Curriculares Nacionais: apresentao dos temas transversais, tica.Secretaria de Ensino Fundamental. Braslia: MEC/SEF, 1997. p.35.

    A partir da anlise dos PCN, podemos afirmar, ento, que o trnsito na viso do MEC umproblema. Problema que atinge (em especial)a populao dos centros urbanos. Isso faz crer que o trnsito no foieleito como tema transversal por no se tratar de uma questo deabrangncia nacional.

    Tambm nos PCN encontrada uma concepo reducionista sobreo tema. Vimos, na unidade anterior, que o trnsito um direito detodos e no podemos mais aceit-lo apenas como um fenmeno dosgrandes centros urbanos.

    O trnsito mencionado apenas nos PCN do ensinofundamental (como sugesto de tema local), no havendoreferncia alguma sobre o tema nos RCNEI, assim como nosPCN do ensino mdio.

    muito importante que o profissional de educao de trnsitoconhea o CTB, a LDB, os RCNEI e os PCN. Dessa forma se prevenircontra informaes distorcidas que divulgam que o trnsito um tema

    Slido.

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    transversal, que o trnsitodeve ser tratado dentro dos temas transversaiseleitos pelo MEC, que deve serinserido nas especificidades das disciplinas (oque isso quer dizer?) ou, pior ainda, que obrigatrio por lei dar aulas detrnsito nas escolas. Uma srie de afirmaes descabidas, sem a menorfundamentao.

    Por isso, no se deve acreditar em tudo o que se ouve e emtudo que se l. importante buscar novas informaes, pesquisar eanalisar as informaes recebidas. No CD, integrante deste material,esto disponveis documentos (CTB, LDB, RCNEI, PCN) na ntegrapara que seja feita uma leitura mais aprofundada sobre este assunto.

    Fato histrico

    O MEC, um dia, pensou em educao de trnsito naescola...

    Em 1991, no dia 15 de maio, o Dirio Oficial da Unio

    publicou a Portaria n. 678, de 14 de maio, do Ministrio daEducao, trazendo como contedo:

    1 Os sistemas de ensino em todas as instncias, nveis emodalidades contemplem, nos seus respectivos currculos, entreoutros, os seguintes temas/contedos referentes :

    a) Preveno do uso indevido de substncias psicoativas;

    b) Educao Ambiental;

    c) Educao no trnsito;

    d) Educao do Consumidor;

    e) Preveno da DST/AIDS.

    f) Preveno de acidentes de trabalho;

    g) Defesa Civil;

    h) Relao contribuinte/Estado; e,

    i) Educao em sade.

    2. CURRCULO INTERDISCIPLINAR

    No artigo 76 do CTB, a determinao : a adoo, em todos os nveisde ensino,de um currculo interdisciplinarcom contedo programticosobre segurana detrnsito.

    Para compreender essa determinao, necessrio esclareceralguns conceitos.

    Totalidade.

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    Dificuldade.

    O que currculo?

    A palavra currculo pode ser entendida como o conjunto dasdisciplinas escolares ou, ainda, como a exposio dos contedos aserem trabalhados em cada disciplina.

    Porm, a concepo do termo currculo, na educao brasileiraatual, vai alm da simples enumerao dos contedos referentes sreas do conhecimento (disciplinas). O currculo est expresso emprincpios e metas que devem nortear o projeto pedaggico da escola.Perfeitamente afinado, ento, com a importncia de uma educaofundamentada em valores, como visto na unidade anterior.

    Em seu projeto pedaggico, a escola deve programar o que ensinarem cada rea do conhecimento, mas deve comprometer-se acimade tudo com o desenvolvimento de capacidades que possibilitem aoaluno intervir em sua realidade para transform-la.

    O que interdisciplinar?

    A interdisciplinaridade o trabalho de integrao profunda entreas diferentes reas do conhecimento. Estas reas no aparecem deforma fragmentada e compartimentada, esquematizadas em contedosproduzidos fora da realidade dos alunos.

    Para que a interdisciplinaridade acontea de verdade na escola, necessrio que os professores estejam preparados para estabeleceruma relao de troca de experincias. Devem estar sempre abertos aodilogo e ao planejamento cooperativo. um trabalho, sobretudo, deparceria.

    (...) A alegria desse trabalho em parceria manifesta-se noprazer em compartilhar falas, compartilhar espaos, compartilharpresenas, compartilhar ausncias. Prazer em dividir e, nomesmo movimento, multiplicar, prazer em subtrair para, nomesmo momento, adicionar, que, em outras palavras seria deseparar para, no mesmo tempo juntar. Prazer em ver no todo aparte ou vice-versa a parte no todo. (...) Parceria, enfim, podeser traduzida em cumplicidade. (...) Tal o sentido da parceria nainterdisciplinaridade.

    FAZENDA. Ivani Catarina A. Interdisciplinaridade: um projeto em parceria.So Paulo: Loyola, 2002.

    Esta parceria transcende o mero debate acerca de contedos. Nose trata apenas de uma troca de idias superficial para estabelecer umarelao entre as disciplinas: um texto de lngua portuguesa pode serutilizado pelo professor de matemtica.

    O objetivo da interdisciplinaridade , portanto, o de promovera superao da viso restrita do mundo e a compreenso dacomplexidade da realidade, ao mesmo tempo resgatandoa centralidade do homem na realidade e na produo do

    Dividido.

    Dividida.

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    conhecimento, de modo a permitir ao mesmo tempo uma melhorcompreenso da realidade e do homem como o ser determinantee determinado.

    LCK, Helosa. Pedagogia interdisciplinar: fundamentos terico-metodolgicos.Petrpolis, RJ: Vozes, 1994.

    Como se pode notar, um currculo interdisciplinar envolve otrabalho conjunto dos professores no sentido de integrar as disciplinasescolares entre si e com a realidade, superando a fragmentao doensino, a fim de que os alunos sejam capazes mediante uma visoglobal do mundo de exercerem sua cidadania.

    Ao estabelecer a adoo de um currculo interdisciplinar comcontedo programtico sobre segurana no trnsito, o CTB vai de encontro interdisciplinaridade, proposta como um movimento a ser assumido econstrudo pelos professores sem imposies. Alm disso, como se viu,um currculo interdisciplinar no traz somente contedos programticos

    a serem trabalhados.Diante dessa confuso conceitual, a Cmara Temtica de

    Educao e Cidadania no Trnsito rgo de assessoramento aoConselho Nacional de Trnsito (CONTRAN) em conjunto como Departamento Nacional de Trnsito (DENATRAN) estudam apossibilidade de sugerir ao MEC o trnsito como tema transversal sreas curriculares.

    ATIVIDADE

    Assinale a questo que no se refere interdisciplinaridade:

    a) Viso global e no fragmentada da realidade.b) Adoo de um nico mtodo de trabalho por vrias

    disciplinas.

    c) Integrao poltica e social do aluno em seu meio.

    d) Trabalho de cooperao e troca, aberto ao dilogo e aoplanejamento.

    Resposta b. A interdisciplinaridade no um mtodo de ensino, mas umaprtica pedaggica.

    3. TRNSITO: UMA PROPOSTA TRANSVERSAL

    J foi visto que o trnsito no foi eleito pelo MEC como tematransversal. Porm, se quiserem, as escolas podem encaminhar suaprtica educativa nesta direo.

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    Ultrapassam.

    Tema transversal

    Todas as pessoas aprendem na escola a ler, a escrever, a somar,a dividir. Ao longo da vida escolar, aprendem centenas, talvezmilhares, de contedos: sinnimos, antnimos, relevo, hidrografia, raizquadrada, equao numrica, colnia, repblica. Mas, desde sempre,os professores alm de contedos trabalharam com valores, emborasem saber disso. Tambm se aprende na escola que xingar o colegano correto; que no se deve riscar as carteiras, pois preciso cuidarda escola...

    Qualquer pessoa capaz de lembrar diversas ocasies em queseu professor ou sua professora interrompeu a aula para falar sobre aimportncia do respeito aos colegas, da preservao do meio ambiente,das diferenas entre as pessoas. Assuntos que aparentemente notinham nada a ver com a aula. Entretanto, sempre que fizeram isso,transversalizavam um tema.

    Na escola, hoje, estas conversas informais precisam ser planejadas.

    Ou, seja: o professor, ao programar sua aula, j deve saber que, alm docontedoformal, precisa criar situaes que possibilitem a aquisio devalores, posturas e atitudes. nesse momento que os temas transversaisaparecem. Eles tm por objetivo trazer tona, em sala de aula, questessociais que favoream a prtica da democracia e da cidadania.

    Os temas transversais no so novas disciplinas. So contedoseducacionais fundamentados em aspectos da vida social quetranspassam pelas disciplinas. Portanto, o professor no vai dar aulasde tica ou aulas de meio ambiente e to pouco aulas de trnsito.Ele vai inserir, em sua aula, atividades que favoream a anlise e areflexo sobre estes temas, a fim de que os alunos realizem sua prpriaaprendizagem e traduzam em comportamentos os conhecimentos

    construdos.

    Interdisciplinaridade X Transversalidade

    Os Parmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamentalexplicam a diferena entre interdisciplinaridade e transversalidade daseguinte forma:

    A interdisciplinaridade questiona a segmentao entreos diferentes campos de conhecimento produzida por umaabordagem que no leva em conta a inter-relao e a influncia

    entre eles questiona a viso compartimentada (disciplinar)da realidade sobre a qual a escola, tal como conhecida,historicamente se constituiu. Refere-se, portanto, a uma relaoentre disciplinas.

    A transversalidade diz respeito possibilidade de seestabelecer, na prtica educativa, uma relao entre aprenderna realidade e da realidade de conhecimentos teoricamentesistematizados (aprender sobre a realidade) e as questes da vidareal (aprender na realidade e da realidade).

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    Trnsito como tema transversal

    A partir de uma viso ampla e abrangente de trnsito possvelpropor s escolas um trabalho de transversalizao do tema.

    O trnsito poder ser contemplado em todas as disciplinas, como

    possvel notar em simples exemplos: na Lngua Portuguesa: a leitura e a interpretao de textos

    jornalsticos, literrios entre outros, sobre o tema trarodiferentes elementos para debate;

    na Geografia: o estudo das diferentes paisagens que compemos espaos rurais e urbanos provocar uma viso crtica eaprofundada em relao ao prprio municpio;

    na Matemtica: a anlise de indicadores de trnsito possibilitara identificao de problemas no trnsito e a busca de solues;

    naHistria: o reanimar de cenas do transitar humano reforara viso de que todas as pessoas so responsveis pela construo

    da realidade; na Arte: o acesso a diferentes formas de expresso que abordam

    o trnsito remeter a exteriorizao de sentimentos e de idias;

    nas Cincias Naturais: a reflexo sobre as relaes entretrnsito, ambiente, ser humano e tecnologia favorecer aintegrao ao ambiente e cultura, oportunizando aes derespeito e de preservao do espao pblico;

    na Educao Fsica: o desenvolvimento de habilidadescorporais e de noes espaciais ser imprescindvel compreenso da importncia do ato da locomoo para a vidahumana.

    importante compreender que este trabalho deve ser permanentenas escolas. Ningum apreende valores em um dia, em uma semana, emum ano. Assim, para que o trnsito seja transversalizado nas escolas, necessria a formao dos professores. Eles precisam estar preparadospara desenvolver o tema trnsito como prtica educativa cotidiana. Epara isso, devem ter representaes adequadas sobre o assunto.

    ATIVIDADE

    Assinale a afirmativa que no corresponde a uma proposta detransversalidade.

    a) A proposta de um currculo de transversalidade nosignifica que deva ser considerada como uma nova matria.Trata-se de apresentar atitudes, procedimentos, fatos,conceitos que os alunos devem conhecer ao longo de suaeducao formal.

    b) Numa proposta de transversalidade, os temastransversais podem ser considerados como linhas que seentrecruzam nas disciplinas, criando a possibilidade detrabalhar com questes de interesse social.

    Indispensvel.

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    Promovem odesenvolvimento,estimulam.

    c) A transversalidade pode ser considerada como umabrecha no ensino formal para mencionar questes sociais.

    d) Os contedos dos temas transversais potencializamvalores, fomentam comportamentos, desenvolvem atitudes e

    no podem ser contemplados de maneira casual.

    Resposta c. A transversalidade no pode ser considerada como uma brechano ensino. Os temas transversais devem estar ser escolhidos, seqenciados,desenvolvidos e avaliados permanentemente.

    4. AES EDUCATIVAS DE TRNSITO

    Implementar o trnsito como tema transversal nas escolas umgrande desafio para os rgos gestores de trnsito. Este trabalho requera elaborao de um projeto srio: objetivos bem definidos, recursoseducativos de qualidade, acompanhamento e avaliao permanentes,corpo tcnico capacitado.

    Entretanto, outras aes podem ser desenvolvidas com sucesso,como por exemplo:

    encontros de professores: seminrios, oficinas etc. quesensibilizem e incentivem os educadores para o desenvolvimentode atividades relacionadas ao trnsito na escola;

    espetculos teatrais: peas de teatro bem montadas, com

    textos adequados s diferentes faixas etrias, com espao paradebate ao final da pea;

    sesses de vdeo: a produo de programas educativos,abordando valores, gerando debates entre os alunos;

    oficinas com alunos: a apresentao de pesquisas e de outrostrabalhos produzidos pelos alunos;

    encontros com pais, alunos e comunidade: a promoo deeventos com o objetivo de debater questes relacionadas aotrnsito.

    Estes so apenas alguns exemplos. O profissional de educao detrnsito pode criar uma srie de outras aes educativas a partir das

    necessidades e das expectativas dos educadores, dos alunos, dos paisdos alunos, enfim, de todas as pessoas que compem o universo escolar.Afinal, ele sabe o quanto importante a participao da sociedadepara um trabalho efetivo de educao.

    Alertas!

    Quando o assunto trnsito nas escolas, preciso consideraralguns aspectos muito importantes:

    Abertura,oportunidade.

    Tornam possvel.

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    Geralmente, na Semana Nacional do Trnsito, os rgosgestores trabalham, exaustivamente, promovendo aeseducativas: elaboram materiais, mandam fazer camisetas,promovem seminrios... No entanto, fundamental acreditarque qualquer ao educativa de trnsito que tenha comoobjetivo ensinar valores deve ser permanente. E paraisso, aes devem ser planejadas, programadas, pensadas edesenvolvidas no decorrer de todo o ano.

    Muitas vezes, as pequenas aes so mais eficazes quegrandes obras. Um exemplo disso so as mini-cidades.A construo de um ambiente como este implica enormegasto de dinheiro pblico que poderia ser utilizado para odesenvolvimento de programas permanentes. Em vez deuma mini-cidade, por que no promover passeios orientadospela cidade? Que tal a implementao de um projeto voltadopara a descoberta da cidade: o desenho das ruas, das casas, daspraas..

    Para refexo

    (...) construir e morar em cidades implica necessariamenteviver de forma coletiva. Na cidade nunca se est s, mesmoque o prximo ser humano esteja para alm da parede doapartamento vizinho ou num veculo no trnsito. O homems no apartamento ou o indivduo dentro do automvel umfragmento de um conjunto, parte de um coletivo.

    Hoje, este conjunto se define como massa, aglomeraodensa de indivduos cujos movimentos e percursos so

    permanentemente dirigidos. Isto bem claro, por exemplo, nomovimento dos terminais de transporte, em horas de pico, ou nasada de um jogo de futebol.

    Na verdade esta regulao de fluxos est presente o tempotodo no cotidiano das cidades: so o semforo e a faixa depedestres, as entradas de servio e social nas portarias dosedifcios, as filas de nibus, os impostos urbanos etc. Soregulamentos e organizaes que estabelecem uma certa ordemna cidade definindo movimentos permitidos, bloqueandopassagens proibidas.

    ROLNIK, Raquel. O que cidade. So Paulo: Brasiliense, 1995.

    No Frum Nacional de Educao, realizado em So Paulo, nodia 3 de abril de 2004, Bernard Charlot, professor da Universidadede Paris e doutor em Cincia da Educao, afirmou que o grandedesafio da educao ligar os recursos educativos da cidade aosda escola e fazer da escola um lugar onde se aprenda a vida.

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    Aparncia, fingimento.

    Esquecido.

    Jaqueline Moll, professora da Faculdade de Educao daUniversidade Federal do Rio Grande do Sul e conferencista dopainel Cidade educadora: construo de currculos e produodo conhecimento, defendeu a mudana nos currculos. Aescola deve ser vista como uma habitante da cidade; processoseducativos devem ser realizados fora da sala de aula. A escola ea cidade devem ser reinventadas; caso contrrio, nosso discursoser um simulacro.

    As aes educativas de trnsito nas escolas, promovidas pelosrgos gestores de trnsito, devem ter a parceria das secretariasde educao (municipal ou estadual, conforme o mbito desua circunscrio). Esta parceria fundamental para troca deidias e de experincias. Alm disso, uma ao aprovada pelasecretaria de educao tem sempre melhor aceitao por partedos educadores.

    Nenhuma ao educativa destinada s escolas deve ter comoobjetivo formar futuros motoristas. Isto porque no existelei alguma determinando que todas as pessoas devem sermotoristas. Alm disso, muitas pessoas no tm condiesfinanceiras para comprar um automvel e no podem serensinadas desde crianas a valorizar um bem material,quando h tantos outros valores a serem ensinados. E omais importante: a escola no um Centro de Formao deCondutores (CFC) e, portanto, o professor no tem obrigaode ensinar contedos de direo defensiva, legislao etc. Afuno da escola analisar, refletir e debater sobre o respeito

    s leis de trnsito e ao espao pblico; sobre a convivnciaentre as pessoas pelas ruas da cidade, baseada na cooperao;sobre tolerncia, igualdade de direitos, responsabilidade,solidariedade e tantos outros valores imprescindveis para umtrnsito mais humano.

    Para refexo

    A escola deve, em qualquer momento do processo pedaggico,ter clareza de seu papel. H um alvo a ser alcanado: auniversalizao e a socializao do saber, das cincias, das letras,das artes, da poltica e da tcnica. Mas h um ponto de partida

    que no pode ser olvidado: as experincias de vida e a realidadepercebida por aqueles a quem ela deve educar. O objetivo deveser o de elevar o nvel da compreenso dessa realidade por partedo educando, que deve ultrapassar a percepo do senso comumem direo a formulaes mais elaboradas e organizadas. Esse otrajeto que a escola deve percorrer.

    RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola: o transitrio e o permanente naeducao. So Paulo: Cortez, 2000.