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Culinária Traga a cozinha do oriente para sua casa Cultura Aprender pode ser uma grande diversão Motos Suzuki BKing: com ela você é o rei Uma beleza que vem de dentro para fora SÍlvia Neves SEM MEDID A Revista wr ters i Editora Comunicação Para quem não tem medo da fita métrica Ano 2 - Nº 11/12 - Dezembro de 2010/Janeiro de 2011 LEITURA DIGITAL POR UM MUNDO SUSTENTÁVEL

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Publicação digital gratuita dirigida ao público plus size de lingua portuguesa.

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Page 1: Ed. 11/12 - Ano 2 - 01/2011

CulináriaTraga a cozinhado oriente parasua casa

Cultura

Aprenderpode ser umagrande diversão

MotosSuzuki BKing:com ela vocêé o rei

Uma beleza que vemde dentro para fora

SÍlvia Neves

SEMMEDIDARevista

wr tersiEditora ComunicaçãoPara quem não tem medo da fita métrica

Ano 2 - Nº 11/12 - Dezembro de 2010/Janeiro de 2011

LEITURA DIGITAL

POR UM MUNDOSUSTENTÁVEL

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2010 • 2011Primavera VerãoModa comestilo e confortoque valorizaseu corpo todosos dias.

www.lepoque.com.br

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s leitores de Sem Medida certamente irão no-tar algumas diferenças nesta edição. A primeira é que decidimos mudar a data de circulação da

revista para o dia 10 de cada mês. E, para fazer isso, tivemos que condensar duas edições em uma. Outra dife-rença é que abordamos assuntos mais leves e esta aca-bou se tornando uma edição praticamente cultural, com dicas para preparar pratos em casa, opções de leitura e de lazer ao ar livre. Um reflexo dos meses de dezembro e janeiro, quando todos estão de férias e a grande pedida é relaxar e curtir.

Porém, mudanças de peso ainda vão acontecer nos próximos meses. Em fevereiro, vamos lançar um novo projeto editorial e gráfico. Isso significa matérias sobre assuntos mais polêmicos, sempre com a abordagem jor-nalística que gostamos de imprimir ao nosso conteúdo e que você está acostumado a ler. Quanto ao visual, ele mudará um pouco, afinal, pelos comentários de nossos leitores, a diagramação que previlegia as imagens é um ponto forte da revista. Foram pequenas mudanças, mas que acreditamos, formará um conjunto harmonioso entre imagens e textos.

Mas, o que realmente está nos deixando animados é o mês de abril, quando lançaremos uma versão de Sem Medida realmente ao “estilo digital”. Isso significa que adaptaremos nosso formato ao iPad, o tablet da Apple que foi lançado neste Natal e que se transformou no pro-duto mais desejado pela grande maioria dos brasileiros.

Com isso, pretendemos incorporar mais recursos à re-vista. Um deles será a apresentação de conteúdo multimí-dia, animações, sons e todo tipo de recurso que torne a leitura mais dinâmica e informativa. Além disso, atenden-do a pedidos de leitores, criaremos um “index” de todos os assuntos abordados, que poderão ser pesquisados através de palavras-chave e vistos sem a necessidade de pesquisar página a página todas as edições.

O futuro que anunciamos nestes dois anos chegou. A leitura digital já é uma realidade para todos os brasileiros e nós nos sentimos orgulhosos por Sem Medida ter nas-cido assim. Sempre fomos e continuaremos a ser digitais, ecológicos e gratuitos. Isso, para nós, é um compromisso que jamais deixaremos de honrar.

Boa leitura e um feliz ano novo gordo para todos.

Roberto Paes

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SEMMEDIDARevista

Para quem não tem medo da fita métrica

“Sem”Preposição

Ausência de condição necessária.

“Medida”Substantivo feminino

O que não pode ou não deve ser ultrapassado; limite, termo.

A revista Sem Medida é uma publicação eletrônica periódica editada pela Writers Editora e Comunicação Ltda., de acesso gratuito através do web site: www.semmedida.com.br. Os artigos publicados aqui não refletem, necessariamente, as posições ideológicas do projeto e da editora e são de inteira responsabilidade de seus autores.

EditoresRoberto Paes e Francisco Reis

Jornalista responsávelFrancisco Reis (MTb: 14.887)[email protected]

Produção gráfica e webdesignRoberto [email protected]

Tradução (português/inglês)Ana Paula Menezes (Mundo GG)

PublicidadeDepartamento - [email protected]

Writers Editora e Comunicação Ltda.Rua Prof. Guilherme B. Sabino, 1347 Cj 112 - Jd. Marajoara - São Paulo - SPCep: 04678-002Tel.: 55 (11) 3729-3534Web site: www.writers.com.brE-mail: [email protected]

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seguir em frente e evoluir

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POR UM MUNDOSUSTENTÁVEL

O

Hora de mudar,

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Comportamento 60 Motos 78

8 Perfil 30 CulturaÍndice

20 Culinária

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Motos 78 Mídia 88 Internet 96

30 Cultura 42 Turismo

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LEITURA DIGITAL

POR UM MUNDOSUSTENTÁVEL

Mude seus hábitos.leia em formato digital.

Imagem: Wikimedia Commons

SEMMEDIDARevista

À frente de seu tempo.

A forma como você está acostumado a ler está mudando.Até 2015, mais de 40 mihões de pessoas estarão usandoum destes aparelhos para ter acesso on-line à informação.

Sem Medida é uma revistaque nasceu digital para

poder oferecer conteúdogratuito e, acima de tudo,incentivar a preservação

dos recursos naturais e promover o equilíbrio

do meio-ambiente.

Mude seus hábitos.Leia em formato digital.

LEITURA DIGITAL

POR UM MUNDOSUSTENTÁVEL

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beleza que vem dedentro para fora

SÍlvia Neves

Texto: da Redação | Imagens: Cassiano Grandi (Capa), Marcus Nevese Hilton Costa

Com esse pensamento e curvas que Deus lhe deu, Sílvia Neves deixou

de ser apenas mais uma gorda e transformou-se em uma modelo plus

size muito requisitada e muito amada.

Marcus Neves

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alvez por sorte, ou por uma ques-tão de posicionamento perante às outras pessoas, Sílvia Mau-rício de Souza Campos Neves

apesar de ter estado sempre acima do peso ditado como “normal”, nunca se sen-tiu estigmatizada. “Desde criança sempre fui gordinha”, lembra Sílvia. “Na escola ti-nha os famosos apelidos, mas nada que me deixasse traumas. Na adolescência, foi pior, pois encarava regimes malucos e raras vezes conseguia resultados duradou-ros e isso me deixava muito retraída”.

Mas com uma ótima cabeça, ela deixou os apelidos e as gracinhas para trás, igno-rando todos eles e sem se afetar. Ficava magoada de vez enquanto, mas não deixa-va a peteca cair e ia procurar abrigo com sua família que sempre a apoiava dizendo que ela não era nada daquilo que os outros falavam. Aprendeu que a melhor maneira de lidar com o sarcasmo é ignorá-lo.

E essa atitude deu tão certo que ela não tem nenhuma passagem para contar que a tenha magoado por ser gorda.

A descoberta

Cabeça feita e querendo progredir na vida, Sílvia começou a cursar Psicologia, não gostou muito e recentemente acabou Pedagogia. Mas ela sempre gostou de moda, além de se achar bonita o suficiente para ser modelo. Porém, a miopia do mer-cado sempre pedia que ela emagrecesse.

Conhecedora do movimento plus size nos Estados Unidos, via o preconceito que ele sofria aqui no Brasil. O empurrão que

T faltava veio por meio de uma entrevista da modelo Fluvia Lacerda em um programa de TV. Daquele dia em diante, começou a correr atrás de mais informações, pes-quisou na internet, em agências, em sites de relacionamentos, até conhecer outras meninas que também estavam fazendo as mesmas buscas. Começou a trocar expe-riências e conhecer modelos que já atua-vam no mercado.

Dessa troca de experiência, surgiu a modelo plus size Sílvia Neves, que após a entrevista da Fluvia Lacerda começou a pesquisar agências em Minas Gerais, onde mora, e em outros estados. Fez fi-guração para um comercial do Governo, cursos sobre o mundo da moda, postura, maquiagem, etc. Participou também do concurso da revista eletrônica Sem Medi-da e foi classificada para integrar o casting de modelos plus size. Logo depois, após alguns contatos, fez um book em São Pau-lo direcionado às mulheres “com excesso de gostosura”. “Com essas fotos mais ela-boradas e bem produzidas, pude me apre-sentar de uma maneira mais profissional às agências e clientes”, lembra Sílvia que já está atuando como modelo plus size há 1,5 ano.

Mas não é muito fácil desbravar um mer-cado onde a falta de informação é grande. Segundo Sílvia, as maiores dificuldades fo-ram, principalmente, a falta de informação das agências sobre esse novo mercado e o despreparo dessas agências em receber as modelos. “Já cheguei em uma agência em que fui recebida com sarcasmo e hoje seus funcionários correm atrás de mim”,

“Não há a aceitação pelo grande mercado da moda, pois às vezes, as grifes voltadas

para tamanhos especiais se sentem inibidas a usarem modelos plus size.”

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conta satisfeita e vencedora. “Como plus size, participei de duas edições do Fashion Week Plus Size, grandes desfiles destina-dos ao público GG em SP. Também fiz o catálogo de moda para a grife mineira Ro-saura Modas, desfilei para grife mineira Marcia Moraes, catálogo da grife Didu’s e Loja Daira (lingerie), além de desfiles em programas de TV locais e nacionais e edi-toriais de moda em grandes revistas. Hoje, um dos trabalhos com maior destaque, é a personagem Milu, da revista semanal Ana Maria da Editora Abril”.

Sílvia acredita no seu potencial e no po-tencial do mercado da moda plus size, prin-cipalmente para quem mora em São Paulo. “No meu caso, que moro em Minas Gerais, ainda não, pois o mercado ainda não se voltou totalmente para esse novo ramo da moda e para ir a São Paulo, muitas vezes tenho que arcar com despesas de viagem, o que diminui o valor real do trabalho, tor-nando-o desinteressante”, calcula Sílvia.

Segundo ela, ainda não há a aceitação pelo grande mercado da moda, pois às ve-zes, as grifes voltadas para tamanhos es-peciais se sentem inibidas a usarem mode-los plus size em seus catálogos por causa das exigências estéticas do mercado.

De bem com a vida

Gordinha não! Plus size! Plus simpatia, inteligência, sensualidade com muita pai-xão e amor. Casada há quase 13 anos, Síl-via se diz uma mulher completa em todos os sentidos. Marcus Vinicius, seu marido a ama como ela é, “mais fofinha, com mais

curvas”, diz sorridente fazendo uma incon-fidência. “Quando nos conhecemos, eu ti-nha acabado de fazer um regime maluco e estava mais magra. Mas hoje, ele diz que estou bem melhor assim, pois quando es-tava magra tinha cara de doente”.

E um homem inteligente, reconhece a sua mulher ideal e a apóia sempre. “No início da minha atividade como plus size, ele via como brincadeira. Mas assim que começaram a chegar os primeiros traba-lhos, ele viu que realmente estava levando a sério e começou a me apoiar ainda mais. Sempre que é possível, vai comigo aos eventos, está fazendo um site para mim e adora divulgar os meus trabalhos para os amigos”.

A única saia justa que Marcus acabou tirando de letra, foi quando ele viu os tra-balhos de Sílvia para uma confecção de lingerie. “Ele só se assustou um pouco quando viu o trabalho”, lembra Sílvia. “Mas conversamos muito e hoje ele tem muito orgulho da linda esposa que tem”.

Como ainda é impossível, aqui no Bra-sil, viver como modelo plus size, Sílvia tem um trabalho como funcionária pública e sabe que o ser humano vale por aquilo que é. Por isso, depois de começar o cur-so de Psicologia, concluir o de Pedagogia, pretende estudar Música, que é sua outra paixão.

Antes e depois

Analisando sua vida antes e depois de ser modelo plus size, Sílvia vê que só teve ganhos. “Antes vivia na corrida contra a

“Não adianta um movimento que valorize as mulheres acima do peso se realmente essa mulher não se sente bem com o peso que tem”

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balança, no velho e estressante engorda e emagrece. Às vezes me entupindo de re-médios que não faziam nada bem à minha saúde, só para agradar a todos”, lembra. “Hoje tenho a autoestima mais elevada, me acho bonita como sou e não como os outros querem que eu seja e procuro aju-dar também meninas que estejam no mes-mo padrão”.

E nossa modelo não é diferente de ninguém. Pretende se realizar profissio-nalmente, atingir uma boa estabilidade fi-nanceira que permita que ela viaje muito, coisa que adora fazer. No lado profissional, sabe que além do preconceito das medi-das, corre contra o preconceito de idade (ela tem 36 anos), o que não lhe permite ver uma longa carreira. Mas até lá, garante que irá fazer o melhor, mas pretende con-tinuar atuando no ramo de moda do outro lado. Talvez como uma empresária no ramo de vestuário GG. E também pretende inves-tir na carreira musical, pois é considerada uma boa cantora.

Quando está de folga, Sílvia adora ficar em casa (coisa rara), e assistir filmes com uma pipoquinha ao lado do maridão, além de conversar com amigos pela internet e escutar boa música.

Para se divertir, vai ao seu “segundo lar”, ou seja, ao shopping, de onde gosta muito por ser um lugar onde se tem tudo, boa comida, cinema, além de exercitar, quando pode, o velho instinto consumis-ta. Também gosta muito de ir a concertos, ama música clássica e procura sempre participar desse tipo de eventos.

Para manter a saúde em dia, cuida mui-

to da alimentação, evita frituras, toma bas-tante água, além de não comer carne ver-melha, por opção. Esse ano não fez exer-cícios físicos devido a real falta de tempo, com trabalho, faculdade, concertos e tudo mais, porém, para 2011, já estão em seus planos atividade física, pois sabe que é im-portante não só para o corpo mas para a mente.

Um caminho

Para as mulheres que estão com uns quilos a mais, Sílvia afirma com conheci-mento de causa, que a beleza vem de den-tro para fora. “Não adianta um movimento que valorize as mulheres acima do peso se realmente essa mulher não se sente bem com o peso que tem”, explica. “Já conver-sei com meninas que se intitulam modelos plus size, para se sentirem mais amadas e não por considerarem a causa em si. Sem-pre defendo a máxima que diz: se não me amar do jeito que sou, como exigir que as pessoas me amem. A chave de tudo é se gostar como se é, e não como querem que eu seja”.

Para aquelas mulheres que se amam, se sentem bem com o peso que tem e pre-tendem ser modelos, Sílvia alerta que em primeiro lugar é preciso, caso seja isso que realmente querem, ter persistência, pois ouvirão muitos “nãos”. “Além é claro, de ter um bom material fotográfico em mãos, cuidar da pele, cabelos e procurar se apri-morar com cursos de modelo, maquiagem e tudo o que representar um diferencial no mercado”, aconselha nossa modelo.

“Já cheguei em uma agência em que fui recebida com sarcasmo e hoje seus

funcionários correm atrás de mim”

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leve estes aromas e sabores para casa

TailândiaTexto: da Redação | Imagens: arquivo Orbacco Wikimedia Commons

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Apesar de o frio não querer nos abandonar, pelo menos aqui na região Sudeste, o fato

de estarmos na primavera sugere a entrada no cardápio de pratos leves e ao mesmo tempo bastante aromáticos, companhias

ideais para bons vinhos brancos.

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gastronomia da Tailândia é uma cozinha que usa manga, coco, frutos do mar, marcada por for-te sabor apimentado. A comida

tailandesa está cada vez mais difundida e apreciada. O segredo dessa culinária mile-nar vai além do preparo dos pratos.

Conta-se que há dois séculos os tailan-deses comiam sentados numa esteira ou tapete. No lugar de mesas, eram usados grandes vasos de bronze com uma tampa, sobre a qual era colocada uma toalha ver-melha. A carne era cortada em pequenos pedaços e o arroz colocado numa tigela funda no chão. Para servir a comida, utili-zavam colheres de madrepérola. Os convi-dados não usavam facas nem garfos. Eles comiam fazendo pequenas bolas de arroz com os dedos e as mergulhavam nos pra-tos de acompanhamento.

O equilíbrio de sabores, aromas, textu-ras e cores é muito valorizado nessa co-zinha. As refeições tailandesas são com-postas por muitos pratos, todos levados à mesa ao mesmo tempo: uma sopa, uma salada, um prato picante (caril ou curry) e vários molhos em geral à base de “nam pla” (molho de peixe) onde são mergu-lhados vegetais ou frutos do mar. Tudo acompanhado de uma boa dose de arroz, considerado o alimento principal em mui-tos países da Ásia. O tipo mais comum é o arroz jasmim, que é mais perfumado e delicado.

A culinária da Tailândia também utiliza muitos produtos de origem vegetal, como, por exemplo, a cenoura, ervilha, brotos, salsão, erva doce, entre outros e também diversos tipos de carne (bovina, suína, ca-prina) e é riquíssima em frutos do mar.

Robalo ao molho Tai

Ingredientes(Este prato serve 2 pessoas)

2 filés de robalo½ pimenta dedo de moça3 talos de coentro 2 dentes de alho (pequenos)1 cenoura pequena2 colheres de sopa de suco de limão

A

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1 colher de sopa de nan pla (molho de peixe, encontrado em lojas orientais)

1 colher de sopa de açúcar2 litros de água3 sachês de chá de jasmim1 xícara de arroz negro80 gramas de manteiga com sal80 gramas de farinha do tipo Panco (en-

contrada em lojas orientais)30 gramas de bacon

Modo de preparo

Corte os talos de coentro, as cenouras, o alho e a pimenta em cubos bem peque-nos. Em seguida, acrescente o açúcar e o suco de limão e o nan pla aos cubos e re-serve para que sejam usados mais tarde, como molho. Numa panela, ferva a água depois de ter acrescentado a ela o sal e os saches de chá de jasmim. Coloque o arroz para ser cozido nesta água e assim que ele estiver pronto, escorra, acrescen-te metade da manteiga, espere que ela se derreta totalmente e misture-a ao arroz. Em seguida, reserve.

Coloque em uma frigideira o bacon para fritar. Depois que os cubos estiverem dou-rados, retire da frigideira o excesso de gor-dura, acrescente o restante da manteiga e frite nesta mistura a farinha. Depois que ela estiver pronta, retire da frigideira e re-serve.

Em seguida, tempere os filés de robalo com sal a gosto e coloque-os para serem cozidos no vapor. Existem panelas espe-ciais para fazer isso, que podem ser en-contradas em lojas orientais. Caso você não tenha uma à sua disposição, preencha metade da altura de uma panela com água, apóie sobre a borda da panela uma grelha e sobre ela disponha os filés. Coloque a tampa da panela sobre eles para que o co-zimento aconteça.

Para terminar e preparar para servir, dis-ponha os filés num prato, regue-os com o molho criado no início. Com o auxílio de um aro de metal, ou usando uma xícara virada para cima, monte camadas, intercalando o arroz com a farofa, uma sobre a outra. Em seguida, coloque no prato, ao lado dos fi-lés. Use a foto ao lado como referência.

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um olhar ácido sobrea realidade cotidiana

Drika SanchezTexto: da Redação | Imagens: arquivo entrevistada

O humor, sem sombra de dúvida, é a mais refinada forma de crítica social e política

conhecida pelo homem. É com ele que, ao mesmo tempo em que provoca a gargalhada,

o escritor também imprime na mente de seus leitores a semente da reflexão.

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T odos já ouvimos a célebre frase: “eu estou rindo para não chorar”. E, com certeza, quando bem em-pregado, o humor, além de fazer

rir, também é capaz de nos fazer pensar. Ele pode ser simples e mostrar a falta de caráter com que aqueles que estão no po-der enganam seus eleitores, ou pode ser mais elaborado, para passar mensagens às pessoas sem que os criticados às per-cebam. Em lugares onde ainda existem regimes opressores, o humor é a saída se-gura de quem procura a liberdade e, em países onde se pode falar abertamente sobre tudo, ou quase tudo, ele assume um caráter de crítica social, capaz de nos fa-zer rir de nós mesmos.

Neste sentido, repleto de uma acidez de causar inveja a qualquer limão, um óti-mo exemplo do humor empregado na crí-tica social, e por que não dizer, pessoal, é o livro “Só acontece comigo?”, escrito pela advogada Adriana Martins Sanchez, ou melhor, pela jovem escritora plus size Drika Sanchez, que, aos 28 anos, além do Direito, fez o curso de especialização em tradução e formação de escritores.

A autora conta que seu livro está re-pleto de crônicas do cotidiano emocional, histórias de amores e de desilusões pelos quais ela mesma passou e por outros, fru-tos de sua imaginação, mas que, segundo Drika, “qualquer um poderá vivenciar um dia”. Na parte “autobiográfica” do livro é fácil imaginar de onde a autora retirou inspiração, ou vivência para escrever. Ela conta que já nasceu acima do peso e, por conta disso, teve uma infância e adoles-

cência complicadas. Baixa autoestima, não é preciso nem falar, mas, além disso, Drika conta que acumulou em seu histó-rico, problemas semelhantes aos de toda mulher plus size. “Sempre me senti vítima de preconceito. Só não sabia se ele vinha de dentro de mim ou dos olhares das pes-soas. Hoje entendo que era um pouco de cada”, diz a escritora. Na parte da ficção, a autora deve ter sido influenciada por suas leituras. Ela confessa que é “uma traça de livros”, alguém que compra e lê sem pa-rar. Seus autores preferidos são Agatha Christie, Fernando Sabino, Clarice Lispec-tor, Mario Prata, Luiz Fernando Veríssimo, Martha Medeiros e Tati Bernardi. Isso sem falar nas biografias, como, por exemplo, as de Erasmo Carlos e Renato Russo.

É por conta dessa mistura eclética que “Só acontece comigo?” não é um amon-toado de histórias de humor pesado, no mal sentido. Em alguns momentos, em diversos contos, o leitor compartilha com a autora uma inigualável sensação de vin-gança, como, por exemplo, a proporcio-nada pela frase: “toda vez que saíamos, eu tinha a nítida impressão que todas as meninas pensavam e diziam, entre si: ‘o que aquele deus está fazendo com aquela gordinha?”. E, além disso, o leitor também acaba por perceber que a vida amorosa de uma mulher plus size não são apenas lágri-mas. “Por incrível que pareça, apesar de me sentir insegura por muito tempo, nunca tive problemas para conseguir namorados. Com o tempo, percebi que isso era tam-bém uma boa seleção para os pretenden-tes. Quem estava comigo era realmente

“Você toma seu banho para assistir a novela que não via há anos e, do nada, liga

aquele ex-caso que desapareceu porque ‘tinha que pensar na vida’ (leia-se: começou

a namorar outra sem te contar)...”

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condições de financiar este sonho ainda”, comenta a autora. Foi então que ela des-cobriu o Clube dos Autores (www.clubedo-sautores.com.br), uma editora que monta livros sob demanda. Neste clube, os auto-res não pagam nada para publicar e rece-bem uma quantia pequena pela venda de seus títulos. “A idéia central é a divulgação e é nisso que estou focando. Acredito que para uma primeira experiência, sem revi-são profissional, tudo feito por mim (capa, revisão, formatação etc.), o resultado ficou deveras satisfatório”, afirma Drika.

Apesar da “milhagem literária” nas cos-tas, Drika confessa que ainda se conside-ra uma amadora na literatura e conta com o tempo para se aprimorar nos afazeres de escritora. “Mesmo escrevendo sempre, ainda me considero amadora nesta arte. Não consigo separar o texto profissional do texto pessoal, acabo misturando tudo. Chego a achar que isso fez com que os leitores dos meus blogs, desde 2001, se identificassem com minhas histórias e com a maneira que exponho minhas opiniões”, finaliza Drika.

Para quem quer dar boas risadas e também refletir um pouco a respeito de si mesmo, os textos de Drika Sanchez es-tão disponíveis no blog “bebendo fumaça” e seu livro “Só acontece comigo?” pode ser adquirido através do web site do Clu-be do Autores. Para o ano que vem, Drika está preparando diferentes versões do “Só acontece”, desta vez, voltado para suas ex-periências profissionais. O conteúdo, por enquanto, só ela conhece, mas se os tex-tos seguirem a mesma linha.

por mim, por ‘tudo’ o que eu era. Um ho-mem que sente orgulho de estar comigo, independente do que a sociedade impõe como padrão, só pode ser um homem dife-renciado” afirma Drika.

A autora afirma que sempre teve veia literária. Desde adolescente, ela escrevia em seus cadernos de anotações. “Acho que desde que nasci tinha o sonho de escrever livros, só não sabia como e nem sobre o que. As minhas experiências pes-soais, as histórias que me contavam e as que eu ouço até hoje, são a inspiração para tudo o que escrevo. Sabe aquela pes-soa sobre a qual alguém conta: ‘poxa, tudo acontece com ela?’. Pois é, eu sou essa pessoa. Sempre ouvi isso e resolvi tratar os meus dramas e passagens pessoais com humor”, comenta Drika.

De certa forma, para ela, tudo ficou mais fácil com as possibilidades ofereci-das pela internet. Drika incorporou ao pa-pel, o digital, criou seu blog, postou seus textos e começou a receber os comentá-rios de seus primeiros leitores. “Com a in-ternet, comecei a me exercitar nos blogs, ler os comentários e sentir que era real-mente o que eu gostava de fazer”, explica ela. Depois de três anos postando no blog “Bebendo Fumaça” (www.bebendo.com.br) onde ela escreve com o nickname Cafeína, Drika percebeu que tinha histórias suficien-tes para selecionar e criar um livro. “Re-cebia muitos e-mails e contatos pedindo que eu publicasse de forma organizada as melhores passagens. Tentei algumas edi-toras, mas nunca recebi retorno. Sempre exigiam dinheiro em troca e eu não tinha

“Já tive primeiros encontros péssimos mesmo usando salto alto, maquiagem e falando sobre revolução francesa. E outros encontros ótimos, com um café sem graça e tênis sem cadarço. Já menti pra agradar e não deu certo. Já falei a verdade cruel e, surpresa minha, eles gostaram.”

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um lugar para aprendere se divertir também

MLPTexto: Francisco Reis | Imagens: divulgação

Quando ouvimos falar a palavra museu, logo pensamos em coisas

antigas, silêncio, tudo parado, quadros e estátuas. Mas o Museu da Língua

Portuguesa é bem diferente. Dinâmico, interativo, instigante e provocativo. Não

dá para ficar apenas apreciando.

Museu da Língua Portuguesa

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stá muito enganado quem acha que cultura não é um bom produ-to de venda. Um público de dois milhões de pessoas em quatro

anos é o grande avalista do sucesso do Museu da Língua Portuguesa (MLP).

A sua localização já é uma atração à parte. Ele foi implantado no prédio da Es-tação da Luz, no centro de São Paulo, que passou por uma restauração completa. O prédio é lindo e mantém as características originais. O edifício, do século XIX, faz par-te do patrimônio histórico, e São Paulo é a cidade com o maior número de falantes da língua portuguesa no mundo.

Uma vez acertado o local, uma equipe de mais de 30 profissionais altamente qualificados em suas áreas começaram a elaborar como seria o Museu. Sob a orien-tação da Fundação Roberto Marinho, so-ciólogos, museólogos, especialistas em língua portuguesa e artistas deram o seu melhor em prol de um museu de primeiro mundo.

Dedicado à valorização e difusão da lín-gua portuguesa, o MLP se diferencia das demais instituições por ter uma forma ex-positiva diferenciada, usando tecnologia de ponta e recursos interativos para a apresentação do seu conteúdo.

Um dos objetivos do Museu da Língua Portuguesa é mostrar a língua como ele-mento fundamental e fundadora da nossa

cultura, celebrando e valorizando a língua portuguesa. Além disso, outro objetivo é aproximar o cidadão usuário do seu idio-ma, mostrando que ele é o verdadeiro “pro-prietário” e agente modificador da língua.

Por ser abrangente, o MLP valoriza a diversidade da cultura brasileira, promove o intercâmbio entre os diversos países de língua portuguesa, promove cursos, pales-tras e seminários sobre a língua portugue-sa e temas pertinentes.

Encontrando Fernando Pessoa

E se tudo isso não bastasse, o Museu ainda realiza exposições temporárias so-bre temas relacionados à língua portugue-sa e suas diversas áreas de influência. Desde o dia 24 de agosto e até o dia 30 de janeiro de 2011, está acontecendo a exposição “Fernando Pessoa, plural como o universo.

Nesta exposição o público está tendo a oportunidade de conhecer, ou reconhecer, algumas das pessoas do poeta português, que se revelam nos versos assinados por seus heterônimos - personagens-poetas com identidade própria - e por Pessoa. “Ele-mesmo”, e a observar a interação en-tres esses e outros vários personagens literários criados, simultaneamente, ao longo de seus 47 anos de vida. A exposi-ção mostra toda a multiplicidade da obra

E

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo,

se o que quero dizer-te é que te amo?

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de Pessoa e pretende conduzir o visitante a uma viagem sensorial pelo universo do poeta, fazendo-o ler, ver, sentir e ouvir a materialidade de suas palavras.

O visitante terá a chance de ver algumas raridades, como a primeira edição do livro Mensagem, único publicado por ele em vida, e os dois números da revista Orpheu, um marco do modernismo em Portugal.

Para Carlos Felipe Moisés, um dos cura-dores, não é necessário conhecer previa-mente a obra do poeta para visitar a ex-posição. “Nosso propósito básico é levar Fernando Pessoa à vida do cidadão que não o conhece, e que, portanto, encontra-rá uma linguagem acessível, e aqueles que já estão familiarizados com seus versos, que terão a chance de descobrir aspectos e conceitos novos”. Moisés acredita que basta conviver com a obra de Pessoa para entendê-la. E afirma que isso deve ser feito em etapas para melhor assimilá-la. “Nos-sa intenção é provocar o público, fazer com que as pessoas fiquem intrigadas, inquie-tas e voltem para perceber a exposição de outras formas”.

Durante o percurso da exposição, o vi-sitante entrará em contato com os versos de Alberto Caeiro, o “poeta da natureza”; Ricardo Reis, médico e discípulo de Caei-ro; Álvaro de Campos, um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa; Bernardo Soares, autor do Livro do De-sassossego; e de Pessoa, “Ele-mesmo”,

considerado pelo próprio um ortônimo, em tom de ironia. Estarão expostos também poemas de heterônimos menos conheci-dos e de algumas de suas personalidades literárias, como o Barão de Teive, o prosa-dor suicida.

O percurso da exposição

Com projeto assinado pelo cenógrafo Hélio Eichbauer, a exposição tem como identidade visual o mar – de Sagres e to-dos os outros – e os diferentes tons de azul da água e do céu, remetendo à época dos descobrimentos e das grandes conquistas de Portugal, inspirada no livro Mensagem.

No primeiro ambiente da sala de expo-sições temporárias do Museu, o visitante pode entrar em cinco cabines, onde são projetados trechos de poemas do próprio Fernando Pessoa e de seus heterônimos Alberto Caieiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Bernardo Soares. A sexta ca-bine, chamada de “Eu sou muitos”, é de-dicada a outras personalidades literárias criadas pelo poeta. Nesse mesmo ambien-te, ao fundo, fica exposta uma imagem de Pessoa reproduzida pelo artista plástico português e amigo do poeta, Almada Ne-greiros.

Em seguida, o visitante entra numa es-pécie de labirinto poético que mostrará de forma lúdica e encantadora trechos de poesias e imagens de Fernando Pessoa,

Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito.

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como forma de retratar suas várias per-sonas. E depois passa para um ambiente onde documentos fac-símile ampliados, manuscritos ou datilografados, relaciona-dos à sua vida-obra estão expostos dentro de vitrines.

Na parede ao fundo, dois vídeos são projetados, como se fossem duas janelas. O primeiro, mostra pessoas, em meio a uma multidão, recitando Pessoa. O segun-do mostra uma imagem do mar, sempre em movimento, tirada do emblemático fil-me “Limite” (1931), de Mario Peixoto. Nes-se ponto, a vontade que se tem é de ficar sentado em um dos bancos ouvindo as po-esias. É algo envolvente e que faz as pes-soas saírem feliz sorrindo como que ainda escutando a poesia.

No último espaço da exposição, o visi-tante poderá acompanhar a cronologia da vida-obra do poeta, por meio de imagens retiradas da recém-lançada fotobiografia

Muito o que se ver

Depois de se embriagar com a poesia de Fernando Pessoa, é preciso respirar fun-do para voltar ao mundo real e às outras atrações do Museu da Língua Portuguesa. No segundo andar, existe a Grande Gale-ria, uma tela de 106 metros com projeções simultâneas de filmes que mostram a lín-gua portuguesa no cotidiano e na história

de seus usuários.No mesmo andar, existem totens de-

dicados às influências das línguas e dos povos que contribuíram para formar o por-tuguês falado no Brasil. Existe ainda um oitavo totem dedicado ao português falado nos demais países.

Utilizando recursos interativos, o visi-tante pode conhecer melhor a língua por-tuguesa. Para isso colabora também jogos eletrônicos interativos que permite uma brincadeira com a criação de palavras, além de conhecer a origem e significado das mesmas.

E você vai virar criança quando encon-trar três mesas de vidro onde várias pala-vras quebradas ao meio ficam circulando. Sua função é ir empurrando um pedaço até encontrar a outra metada. Quando isso acontece, tudo se apaga e aparece a palavra completa e uma voz explica seu significado e origem.

O Mapa dos Falares é um grande mapa do Brasil onde estão assinaladas diversas localidades em todos os estados da fede-ração. Ao indicar uma localidade, o visitan-te pode ver e ouvir declaração de um bra-sileiro daquela região escolhida e assim conhecer e apreciar as maneiras de falar distintas de cada lugar.

E para quem tem curiosidade para sa-ber mais sobre a Estação da Luz, painéis mostram um pouco da história do edifício

Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de

realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.

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e os trabalhos de restauro realizados para a implantação do Museu da Língua Portu-guesa.

No terceiro andar existe um auditório onde é projetado um filme de 10 minutos de duração sobre as origens da Língua Portuguesa. Terminado o filme, o público é convidado a entrar na Praça da Língua, uma espécie de “planetário”, composto por imagens projetadas e áudio. No chão, é possível ler algumas poesias.

E até o elevador torna-se um espaço expositivo pois dá visão total da escultu-ra “Árvore das Palavras” criada por Rafic Farah, com 16 metros de altura. Além dis-so, no interior dos elevadores, os visitan-tes podem ouvir uma espécie de mantra, composto por Arnaldo Antunes, que repete as palavras “língua” e “palavra” em vários idiomas.

Atividades Paralelas

Além dos espaços expositivos perma-nentes e temporários, o Museu da Língua Portuguesa desenvolve uma série de ações paralelas importantes para a aproximação da instituição com o seu público. Como por exemplo, apresentações gratuitas de contadores de histórias e pequenos espe-táculos teatrais. Periodicamente, o espaço térreo recebe atividades que valorizam a oralidade, voltadas para o público infanto-

juvenil. Também existem cursos de capacitação

para contadores de histórias, ciclos de lei-tura, oficina de escrita entre outros. Essas atividades são sempre coordenadas por profissionais capacitados, de acordo com a temática a ser desenvolvida.

As atividades são realizadas nas Salas de Aula ou no Espaço Digital do Museu. A divulgação e as inscrições são feitas pelo Portal da Língua Portuguesa, pelo site da Secretaria de Estado da Cultura. Tratando-se de atividades com vagas limitadas (em média 20 por curso) e gratuitas, pode ha-ver um processo seletivo.

Serviço Educativo com uma equipe es-pecializada composta por uma coordena-dora, um supervisor e cerca de 30 jovens universitários ou recém formados, oriundos das áreas de Letras, História, Arquitetura e Sociologia, entre outras.

Esta equipe é responsável pelas visitas monitoradas realizadas com pré-agenda-mento por escolas (públicas e particula-res), durante a semana, e visitas monitora-das realizadas com o público espontâneo aos sábados e domingos.

Os professores que agendam visitas ao Museu recebem gratuitamente, cerca de um mês antes da data da visita um cader-no de apoio para que possam se preparar para trabalhar em sala de aula.

Todos os meses, é realizado um curso

A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.

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de capacitação, gratuito, para os professo-res que têm visitas agendadas. Este curso tem aproximadamente quatro horas de du-ração.

Semanalmente, o Museu acolhe visitas de grupos como jovens e crianças em si-tuação de risco participantes de projetos sociais e educacionais, terceira idade, por-tadores de deficiências físicas e grupos monitorados pela Polícia Militar do Estado de São Paulo.

O Museu da Língua Portuguesa adotou uma política, pioneira em São Paulo, de permanecer aberto até às 22h em todas as últimas terças-feiras do mês.

No andar térreo do Prédio da Estação da Luz, com acesso livre ao público, o museu dispõe de uma livraria administrada pela Imprensa Oficial do Estado, onde podem ser encontrados livros e publicações sobre temas variados. Os dias e horários de fun-cionamento da livraria são os mesmos do museu.

Depois de tantas informações, o que você está esperando para ir conhecer o Museu? Vá visitá-lo, mas vá com tempo. Eu demorei duas horas, mas saí com a im-pressão de que deveria ficar o dobro de tempo, tamanha é a paz, e conhecimento que se apreende. Comprove que o que Al-bert Einstein disse é verdade: “a mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original”.

Serviço

Museu da Língua PortuguesaPraça da Luz, s/n – São Paulo – SPTel: +55 (11) 3362-0775www.museudalinguaportuguesa.org.br ewww.poiesis.org.br. Exposição Fernando Pessoa, plural

como o universo. De 24 de agosto de 2010, até 30 de janeiro de 2011. Ingresso: R$ 6,00 (pagamento em dinheiro). Terça a domingo, das 10h às 18h.

A liberdade é a possibilidade do isolamento.Se te é impossível viver só, nasceste escravo.

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um país que pareceum conto de fadas

SuéciaTexto e imagens: Francisco Reis

A Suécia é um lindo país onde além de uma paisagem fantástica, tudo funciona. A educação da população e a legislação fazem do país um paraíso, apesar do frio.

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Suécia, oficialmente Reino da Suécia, é um país nórdico, loca-lizado na Península Escandina-va, na Europa Setentrional. Faz

fronteira com a Noruega, a oeste, e com a Finlândia, a nordeste, além de estar ligada à Dinamarca através da Ponte do Oresund, no sul. Essa ponte é um misto de ponte com túnel e estrada sobre uma ilha artifi-cial. É uma mega construção que custou três bilhões de dólares, divididos meio a meio pelos dois países. Em um determina-do ponto, a ponte de 6,7 km chega a uma ilha artificial de quatro quilômetros e mer-gulha no mar por mais 3,7 km para permitir a passagem de navios. Só essa ponte já vale uma visita ao país.

Com 450.295 quilômetros quadrados (aproximadamente 1/3 do tamanho do mu-nicípio de São Paulo), a Suécia é o terceiro maior país da União Européia, em termos de área e possui uma população total de cerca de 9,2 milhões de habitantes. Tem uma baixa densidade populacional, com cerca de 21 habitantes por quilômetro qua-drado, com cerca de 85% da população vi-vendo em áreas urbanas. A capital e maior cidade da Suécia é Estocolmo, com uma população de 1,3 milhão na área urbana e de dois milhões na área metropolitana. A segunda e terceira maiores cidades são Gotemburgo e Malmô, onde começa a pon-te do Oresund.

A Suécia é uma monarquia constitucio-nal com um sistema parlamentar de gover-no, onde existe um rei, mas que só cum-pre compromissos protocolares. Sílvia, a

A rainha da Suécia, é brasileira. A economia é altamente desenvolvida. O país ocupa o primeiro lugar do mundo no Índice de de-mocracia, feito pela revista inglesa The Economist, e o sétimo lugar no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU (o Brasil está em 73º lugar).

Clima

A maior parte da Suécia tem um clima temperado, apesar de sua latitude norte, com quatro estações distintas e tempera-turas amenas durante todo o ano. O país pode ser dividido em três tipos de clima: a parte mais ao sul tem um clima oceânico, a parte central tem um clima continental úmido e a parte norte tem um clima sub-ártico. No entanto, a Suécia é muito mais quente e seca do que outros lugares situa-dos em uma latitude similar, e até mesmo um pouco mais ao sul, principalmente de-vido à Corrente do Golfo. Por causa de sua alta latitude, a duração do dia varia muito. No norte do Círculo Polar Ártico, o sol nun-ca se põe em parte de cada verão e ele nunca nasce em parte de cada inverno. Na capital, Estocolmo, o dia dura mais de 18 horas no final de junho, mas apenas cerca de seis horas no final de dezembro.

As partes sul e central do país têm ve-rões quentes e invernos frios, com tempe-raturas médias elevadas de 20 a 25ºC, e baixas de 12 a 15°C no verão, e tempe-ratura média de -4 a 2°C no inverno, en-quanto a parte norte do país tem verões mais curtos e frios e invernos mais longos,

Por não ter ruas íngremes, grande parte da população utiliza a bicicleta

para se locomover. Alguns usam a própria, outros alugam. Essa é uma

boa opção para os turistas.

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mais frios e com neve, com temperaturas que, muitas vezes chegam abaixo de zero de setembro a maio.

Passeando por Estocolmo

Viajando à Suécia para cobrir a escolha do “Melhor Motorista de Caminhão da Eu-ropa”, promovido pela Scania, que tem sua matriz neste país, fiquei impressionado com muitas coisas. Chegando ao Arlanda, aeroporto de Estocolmo me impressionei com seu tamanho. Ele é tão grande, que para se deslocar de um setor ao outro, existem passarelas rolantes. E nelas, o primeiro sinal de educação e respeito ao próximo. Quem quer ficar parado na passa-rela rolante e deixar-se levar, fica do lado direito. Quem quer andar, mesmo com o deslocamento da passarela, tem o lado es-querdo. Em 2009, o Arlanda recebeu mais de 16 milhões de passageiros, e com tran-quilidade, uma vez que tem capacidade para 25 milhões de passageiros/ano.

Distante 41 km da capital, Estocolmo, obriga o turista a fazer um pequeno trajeto que pode ser muito agradável, devido às paisagens e casas que parecem terem saí-do de um livro de conto de fadas, ou muito ruim devido ao congestionamento.

Em um dia de chuva, no horário do rush, não há muita diferença entre os congestio-namentos de São Paulo. Porém, há uma grande diferença. Os congestionamentos só acontecem por cerca de uma hora pela manhã, e uma hora à tarde. Quando todos estão deixando seus escritórios e indo

para casa e vice-versa.Estocolmo é uma bela cidade, com

construções antigas e muito bem preser-vadas misturando-se com edifícios moder-nos, com altura máxima limitada. Como a Suécia é formada por uma série de ilhas, em qualquer lugar que se olhe, sempre se vê água. E nesse ponto mais duas surpre-sas agradáveis. Em qualquer torneira que se abra, no país inteiro, a água é potável. Graças ao binômio: educação e legislação. Todo mundo aprende desde criança que não se deve poluir rios e o mar. Porém, quem “esquece” essa lição é severamente punido com multas altas.

O resultado é água 100% potável e ce-nas que, para quem mora em São Paulo, podem parecer coisa de maluco. Em pleno domingo, no centro de Estocolmo, grupos de dois ou três amigos, pescando em um braço do mar, ao lado da prefeitura, com o metrô passando ao seu lado e os carros do outro. Estavam pescando o almoço de domingo.

Transporte

O trânsito é civilizado e, tirando aquelas duas horas, não há congestionamentos. O número de carros é pequeno. Isto por-que o transporte público é muito eficiente. Ele consta de ônibus, bonde, metrô e mui-tas bicicletas. No bonde, as portas só se abrem quando alguém aperta um botão, e não como o nosso metrô. A explicação é simples: imagine um ponto onde ninguém vai descer e a porta abre automaticamen-

No outono, final de outubro, as árvores trocam suas folhas e dão um colorido especial. Em uma mesma árvore é possível ver várias tonalidades.

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te. Não seria nada de anormal se a tempe-ratura externa não fosse -4º, e quase sem-pre com neve. Em vez de pessoas, é muito provável que entraria neve.

Em todos esses meios de transporte, o usuário sabe exatamente quanto tempo ficará esperando. Existe um mostrador ele-trônico que indica o horário que o ônibus chegará. E não há erro. Como é possível? Se o ônibus atrasar, alguém liga para o or-ganismo controlador e a empresa recebe uma pesada multa.

E isso funciona até com o sistema de barcos. Como são muitas ilhas, existem li-nhas regulares que fazem a ligação entre elas. Mesmo que não tenha ninguém es-perando o barco, ele encosta no cais e vai embora.

A frente do barco se abre como uma boca de tubarão, e dois marinheiros colo-cam uma passarela para que as pessoas entrem. A operação é muito rápida, e o ho-rário é cumprido à risca.

Em um passeio de barco a um ilha com um belo restaurante, o horário da volta estava marcado para às 16h30 horas. De medo de perder o barco, cheguei às 16 horas. Não havia ninguém. E como estava em uma ilha e tinha visto várias pessoas, sabia que elas teriam que voltar comigo. Às 16h15, só eu no cais. Às 16h20 chega-ram dois casais e às 16h25 mais quatro. Às 16h30 o barco chegou, abrindo a frente antes de atracar. Encostou, pegou os pas-sageiros e continuou sua viagem rumo à Estocolmo.

Nas estradas, outro exemplo do binô-

mio: educação e punição. A primeira dife-rença que se nota é que todos os veículos circulam com os faróis acesos mesmo de dia. Lá na Suécia isso é lei. Um estudo americano comprovou que trafegando com os faróis acesos durante o dia, o índice de acidente cai em 75%.

Todos com os faróis acesos e mais uma “coisa estranha”. Os carros mais velozes fazem as ultrapassagens e voltam para a faixa da direita. Na Suécia, a faixa da es-querda é só para ultrapassagem. E todos respeitam. Algumas estradas chegam a um nível de sofisticação de colocar três tipos de pisos diferentes. Na direita, mais liso, não oferece grande resistência à rolagem dos pneus. Economiza os pneus, mas a ve-locidade tem que ser menor. Na faixa do meio, um piso intermediário e na esquerda ele fica mais rugoso, mais aderente, o mo-torista irá gastar mais pneu, porém, pode-rá ir mais rápido com segurança.

Esse “mais rápido” é relativo. Isso por-que a velocidade máxima é de 90 km/h e a fiscalização é rigorosa. São muitos ra-dares fotográficos espalhados pelas rodo-vias. Caso seja flagrado em alta velocida-de, o motorista é multado, a multa chega em sua residência e ele tem 10 dias para pagar.

Perguntei para o motorista que me leva-va a outra cidade, porque ele insistia em andar a 85 km/h, em uma pista excelente, sem buraco, um dia de sol lindo e pouquís-simos carros na estrada. E ele me disse que a velocidade máxima era 90 km/h. Se fosse pego a 95 km/h receberia uma multa

Devido ao frio, as ruas suecas à noite são desertas. A população se diverte

frequentando bares e restuarantes onde é possível comer bem, por preços acessíveis.

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de 3.000 coroas (R$ 750,00). Se o pegas-sem a 100 km/h, a multa seria dobrada. E se a velocidade fosse de 110 km/h ele perderia a carteira de motorista.

E o perder a carteira, na Suécia, é coi-sa muito séria. Um policial aparece não se sabe da onde, faz o motorista parar, multa, apreende a carteira e pergunta se ele tem alguém para vir buscar o carro, ou será pre-ciso guinchar até o pátio. Além da multa, o motorista fica sem carteira por um ano e para recuperá-la tem que passar por um curso de reciclagem de um mês. Por isso todos respeitam as leis, e isso resulta em um índice de acidente muito baixo.

Ainda nas estradas, quando existe al-gum reparo a ser feito, a preocupação com segurança é muito grande. Além dos cones que conhecemos, antes deles sempre fi-cam dois caminhões pesados, com placas de ferro grossas pintadas com tinta refle-tiva. A idéia é que se um carro não ver os cones, baterá no caminhão, e não em ou-tros carros.

Passeios

Estocolmo é uma linda cidade. De dia ou de noite, tem muita coisa para se ver. As construções, as marinas, palácios, como o da Prefeitura, onde é entregue o Prêmio Nobel. No final de outono, as árvores ga-nham um colorido que nós, brasileiros, não conhecemos. Uma mesma árvore pode ter até quatro cores, indo do verde ao marrom, passando por tonalidades de amarelo.

Os restaurantes agradam qualquer pala-

dar e bolso. Tem as grandes redes de fast food, barzinhos transados e frequentados pela moçada e restaurantes de alto nível com uma comida excelente. Uma impor-tante observação: se você é maluco por arroz, não esqueça de levar um pacote na sua mala. Na Suécia é muito difícil encon-trar esse tipo de alimento. Por outro lado, batata é o que seria o arroz para os brasi-leiros. A maioria dos pratos tem batata na composição.

Uma boa maneira de conhecer a cida-de é de bicicleta que podem ser alugadas facilmente. A cidade inteira tem ciclovias e todos respeitam não apenas a mão e con-tra-mão, como faróis e pedestres. Existem alguns pontos onde elas ficam travadas. Basta passar o cartão de crédito, digitar o número da bicicleta e automaticamente é destravada. O usuário pode andar o tempo que quiser e ir onde quiser. Ao chegar ao destino, basta colocá-la em outro ponto, e, ao travá-la, o tempo para de ser marcado no cartão de crédito. O índice de roubo de bicicleta é zero por dois motivos: primeiro porque elas são pintadas de branco e azul têm o nome da empresa de aluguel. Se-gundo, porque enquanto ela não for trava-da em algum dos pontos espalhados pela cidade, o tempo continua correndo no car-tão, o que significa que o aluguel continua-rá a ser cobrado.

E não são apenas turistas que utilizam a bicicleta. Devido à topografia da cidade, praticamente toda plana, boa parte da po-pulação tem esse meio de transporte como alternativa para ir ao trabalho e à escola.

A Suécia é formada por mais de 100 ilhas.O serviço de barco é muito eficiente. Por meio dele é poissível explorar ilhas com execentes restaurantes e fazendas onde se criam ovelhas.

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Pela manhã e no final da tarde é comum ver muitas bicicletas pelas ruas. São jo-vens, senhoras, crianças e até executivos.

Nos cruzamentos com semáforos, ou-tra lição para os brasileiros. O pedestre ao chegar no sinaleiro, aperta um botão. Ele começa a piscar e emite um som intermi-tente. Quando o sinal abre, esse som fica mais rápido. O pedestre vê o sinal verde, e quem for deficiente visual, saberá, pelo som mais rápido, que o sinal está aberto.

A cidade é muito limpa. Porém, em al-gumas ruas do centro vi papéis e lixo joga-do displicentemente no chão. Alguns garis que limpam as ruas, utilizam um pegador de sujeira. Uma haste grande com uma presilha na ponta e um gatilho na outra. Ao apertar o gatilho a presilha se fecha pe-gando a sujeira. Um deles me disse que aquele equipamento era muito bom, pois preservava suas costas.

Pude ver ainda mais dois exemplos de cuidados com os trabalhadores. Os cartei-ros não andam com sacolas nos ombros, possuem carrinhos com sacolas que são empurrados facilmente pelas ruas. E os

operadores de britadeiras não ficam cha-coalhando como os brasileiros. Eles con-trolam tudo por um controle remoto, en-quanto um braço mecânioco faz o trabalho pesado.

Ainda andando pela cidade, vi alguns pedintes, “músicos” tocando nas ruas em troca de uns trocados, e até uma “está-tua humana”. Mas, mesmo por volta das 23 horas, nas ruas centrais de Estocolmo, não senti nenhum medo. A sensação de segurança é algo muito presente e as pes-soas caminham tranquilamente. E se vê muito pouco policiamento.

Bem, hora de voltar ao Brasil. O que eu trouxe da Suécia? A lembrança de um lindo país. As cores das árvores, as casas, um cenário de filme, a organização, tudo fun-cionando direitinho. Um povo educado. Tão educado ao ponto de parar o carro para você passar, mesmo fora da faixa de pe-destre. Um país ao qual eu voltaria várias vezes para poder conhecer melhor. Morar na Suécia? Não, definitivamente não. Ado-ro o sol, o verão, e lá, isso é um artigo de luxo. Luxo que dura três meses.

A ponte do Oresund é uma megacontrução que liga a Suécia à Dinamarca. Ela tem mais de 6 quilômetros, dos quais 3,7 estão submersos.

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o que as mulherespensam sobre ele

AmorTexto: da Redação | Imagens: arquivo SM

O que os homens pensam a respeito das mulheres plus size nós já sabemos. Agora, o que nos interessa, é descobrir o que as mulheres que estão acima do peso esperam dos homens em um relacionamento.

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Detalhe de “O Sofá Verde”, Max Peckstein, Museu Ludwig, Colônia

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a edição nº 7, ano 2, da revista Sem Medida, ao entrevistarmos uma garota de programa plus size, procuramos mostrar carac-

terísticas que cercam o modelo de envol-vimento amoroso masculino e, com isso, esperamos ter esclarecido para as nossas leitoras um pouco do que influencia seus relacionamentos. Nesta edição, buscando o “outro lado da moeda”, tentamos alinha-var o tipo de homem que nossas leitoras querem encontrar. Para fazer isso, há algu-mas semanas, divulgamos um breve ques-tionário em nossa rede social.

Depois de recebermos dezenas de questionários, procuramos estabelecer um padrão de respostas que refletissem o pensamento da maioria. E, além disso, sem identificar as autoras, usamos algu-mas respostas para ilustrar as conclusões a que chegamos no que diz respeito a como deve ser o homem ideal para uma mulher plus size.

Rapidamente, analisando as respostas e levando em consideração a pesquisa de perfil dos leitores da revista, percebemos que a grande maioria das mulheres que participou da enquête tem idade superior a 27 anos. Isso, certamente, influenciou a seleção das características desejadas em um homem ideal e, também, foi um fator crucial para que chegássemos à conclusão de que existe um abismo entre o que estas mulheres procuram e o que elas acabam por encontrar.

De forma quase que unânime, as res-postas obtidas nos fazem acreditar que a mulher plus size está em busca de um homem que, do ponto de vista físico, não precisa ser “escultural”, mas, em compen-sação, deve ser inteligente, ter cultura, ser articulado para conversar de forma des-contraída sobre diversos assuntos. Além disso, ele também deve ser carinhoso, capaz de demonstrar ternura e mostrar-se envolvido e fiel no relacionamento. Por ou-tro lado, mostrando que o sonho está bem distante da realidade cotidiana, a esmaga-dora maioria das mulheres que respondeu à enquete se mostrou incrédula quanto à possibilidade de encontrar um homem com estas características. Algumas delas inclusive, mostraram-se bastante desa-pontadas com a maioria dos homens que passaram por suas vidas.

Muitas das respostas nos fazem acredi-tar que as mulheres são encaradas pelos homens como um objeto que se deve con-quistar para a satisfação de uma necessi-dade momentânea, normalmente sexual, e devem ser deixadas de lado assim que percam sua utilidade. Outra conclusão que fica bastante clara através das respostas obtidas é que, mesmo quando o homem leva adiante um relacionamento é prati-camente impossível para ele realizar uma equivalência de fidelidade semelhante à praticada pela mulher.

Em função destas constatações, o que se torna fácil perceber é que as mulheres

N

E, como resultado de decepções constantes, a maioria destas mulheres

acaba por acreditar que o homem que elas idealizam jamais irá existir.

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Detalhe de “Leopold Zhorawski”, Amadeo Mondigliani, Masp, São Paulo

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Detalhe de “Melancolia”, Edward Much, Coleção Rasmus Moyer, Bergen

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idealizam um homem com características muito próximas das que elas possuem, ou seja, inteligência, disposição para dialogar, afetuosidade e fidelidade e que são ofere-cidas aos seus parceiros durante um rela-cionamento e que elas acabam não encon-trando. E, como resultado de decepções constantes, a maioria destas mulheres acaba por acreditar que o homem que elas idealizam jamais irá existir.

A primeira pergunta do questionário foi “Que características físicas, culturais e emocionais um homem deve ter para que você se apaixone?” A resposta que con-sideramos mais representativa para esta questão diz que “mesmo parecendo falsa ou piegas, não me ligo em características fí-sicas para gostar de um homem. A atração ocorre, independente de que aparência ele tenha. Quanto às culturais, talvez nesse ponto eu seja chata. Gosto de homens que saibam conversar, tenham assunto e jogo de cintura para se dar bem em vários as-suntos. Quanto às características emocio-nais, gosto de homens que saibam manter a ternura. É tão gostoso um homem que fale dos seus sentimentos, da família, da vida que o cerca, sem ser grosseiro ou de-selegante.”

Respondendo a segunda pergunta “O que você espera de um homem em termos de relacionamento (afetivo e amoroso)?”, destacamos como mais representativa a seguinte resposta: “respeito. Não sou ‘grudenta’ e nem vou atrás para saber se

está me traindo ou não. Eu peço sempre respeito. Quem respeita não mente, não trai. Teve interesse por outra? Está cansa-do do relacionamento? Por respeito, isso será sempre conversado, numa boa, sem dramas ou traumas.”

Em resposta a terceira pergunta “Que tipo de homem você tem encontrado até hoje? O que você idealiza ou aquele que você gostaria de esquecer?”, reproduzimos a seguinte resposta: “encontrei homens de todos os tipos e aprendi que é muito difícil achar um que queria algo sério, por mais que eles digam isso. Só querem nos levar para a cama logo. Eu idealizo e espero en-contrar um homem que corresponda meu sentimento por ele e batalhe junto comigo pelos meus objetivos, nosso sucesso”.

Se analisarmos friamente as respos-tas desta enquete, fica fácil afirmar que as mulheres plus size estão destinadas à desilusão e a viverem sonhando com um homem que não existe. No entanto, para quem está acostumado a buscar mais nas palavras do que o seu frio e exato significa-do, em todas as respostas que recebemos é possível perceber um fio de esperança. A certeza de que cada uma destas mulheres acredita que para toda regra existe uma exceção. Afinal, se isto não fosse verdade, por que algumas delas acumulam mais de uma decepção? A única explicação possí-vel é a de que elas continuaram, e ainda continuam, tentando encontrar aquele ho-mem ideal que vive em seus sonhos.

... a mulher plus size está em busca de um homem que, do ponto de vista físico, não precisa ser “escultural”, mas, em compensação, deve ser inteligente, ter cultura, ser articulado para conversar ...

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a beleza congelada emimagens que encantam

Jô LoureiroTexto: da Redação | Imagens: Jõ Loureiro

De que vale a melhor câmera do mundo se quem está do outro

lado da lente não é um artista? Criar grandes imagens, imortalizar emoções e despertar as de quem

olha uma foto é um feito que se pode creditar a poucos fotógrafos.

A paranaense Jô Loureiro certamente faz parte deste seleto

grupo de profissionais.

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osiane Pereira Lehmann Brás Lou-reiro, ou apenas Jô Loureiro, é his-toriadora por formação acadêmica, mas tornou-se fotógrafa incenti-

vada por uma paixão pelas imagens. E a que ela tem pela fotografia, vem de longa data. Desde muito jovem, começou a fazer books caseiros, fotos para formaturas e de forma bem amadora, fotografava casamen-tos para amigos e parentes.

Certa de que aquele era seu destino, abandonou o amadorismo e foi se especia-lizar. E assim, a paranaense, de Rio Negro, começou acumular cursos, participar de workshops, palestras e congressos nes-ta área. Foi aluna de “feras” como Danilo Russo, com quem aprendeu técnicas de fotografia e direção de modelos, a criação de books de moda e retratos. Como queria ser uma fotógrafa para qualquer situação, com Evandro Rocha aprendeu tudo sobre a cobertura de casamentos e com Rafa-el Fraga Flash TTL, conheceu os detalhes que envolvem a cerimônia. Participou dos congressos do Estúdio Brasil e da Wedding Brasil.

“A fotografia sempre esteve presente em minha vida”, lembra Jô. “Durante a graduação em história, fiz vários trabalhos com ênfase na memória fotográfica. Como fotógrafa profissional, estou atuando há cinco anos, o que me permitiu montar meu próprio estúdio há dois anos, em Rio Ne-gro, Paraná”.

E toda a preparação, cursos e aprendi-zado de Jô deram resultado. Ela começou sua carreira profissional justamente na co-bertura de um memorável casamento na cidade de São Bento do Sul, em Santa Ca-tarina, onde fez um belíssimo trabalho do qual se orgulha muito.

J

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“Atualmente eu trabalho na confecção de books, fotografo gestantes, crianças, casamentos e outros eventos”, explica Jô. “A paixão, o amor e a sensualidade são, sem dúvida, a temática do meu trabalho. Captar esses sentimentos é o que sempre busco em meus trabalhos”.

E essa busca pelo amor, sensualidade e paixão, pôde ser vista na edição de agosto de 2010 da revista Sem Medida, quando Jô fotografou Day Paes, grávida, a poucos dias de ser mãe pela segunda vez. Neste trabalho, Jô conseguiu transmitir o verda-deiro sentido de família nas fotos onde Day aparece sozinha, com o marido, com sua filha e em imagens com a família toda reunida. A sensibilidade e o olhar treinado, permitiram que Jô transmitisse não ape-nas a alegria desta família com a chegada de mais um membro, como também, toda a beleza irradiada de Day Paes.

Mas este treinamento do olhar, da sen-sibilidade, é feito todos os dias de inúme-ras formas, inclusive apreciando o trabalho de outros profissionais que retratam a be-leza, a paixão e a sensualidade de forma poética e charmosa. “O fotógrafo catari-nense Edson Belini, Vinícius de Matos, Fer-nanda Marques, Reinaldo Martins, Marcos Andrioni, Márcia Charmizon, Cláudio Feijó, Luiz Garrido, o mexicano Fer Juaristi e o americano David Jay são alguns nomes que servem de fonte de inspiração para mim”, diz Jô. “E concordo com o ditado que diz que uma imagem vale mais do que mil palavras porque a fotografia carrega em si, toda a força e a essência do momento re-tratado”.

Com grande sensibilidade, Jô não faz distinção ao corpo de seus modelos. “Eu costumo dizer que retrato a alma das pes-

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soas e o corpo é apenas a embalagem”, filosofa a fotógrafa. “Se você está feliz, se vibra e cultiva a sensualidade de seu corpo, toda essa emoção, esse alto astral acaba sendo captado e transportado para a foto, independente de seu peso. Na rea-lidade, não diferencio as pessoas pelo ma-nequim. É como diz a canção de Adriana Calcanhoto, ‘eu gosto dos que tem fome, dos que morrem de vontade, dos que se-cam de desejo, dos que ardem’”.

Jô admira a natureza feminina, o corpo da mulher, a sensualidade que exala da pele e brota do olhar. E com sua experi-ência, consegue atiçar todas essas carac-terísticas como o fogo de uma fogueira. Quanto às modelos plus size, ela não vê qualquer problema. “Acho muito interes-sante trabalhar com mulheres que estão acima do peso”, explica. “Gosto do tipo ‘mulherão’, da mulher ‘gostosona’, e, prin-cipalmente, das mulheres que são bem re-solvidas, independente de medidas”.

De trabalho em trabalho, procurando se aprimorar sempre, extraindo aquilo que os olhos não vêem, mas a lente captura, Jô espera ver seu trabalho reconhecido para que ela possa viver exclusivamente de sua arte. E, quando esse objetivo for alcançado, ela pretende alçar vôos mais altos. “Quem sabe viajar pelo mundo fotografando pes-soas e a beleza da diversidade humana”, planeja. “Quem sabe um dia escrever um livro mostrando às pessoas que fotografia é arte e magia e não simplesmente um apertar de botão”.

Se você se interessou pelo trabalho de Jô Loureiro, uma pequena mostra de sua capacidade como fotógrafa está disponível em seu site. Para acessá-lo visite www.joloureiro.com.br. Garantimos que seus olhos vão ficar encantados.

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em cima destamoto você é a majestade

BKing

Texto: da Redação | Imagens: divulgação

Lançada como moto-conceito em 2001, a GSX1300 B-King evoluiu por seis anos e chegou às ruas para dominar os sonhos dos apaixonados por motocicletas.

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uando os visitantes do Salão das Duas Rodas de Tóquio, em 2001, viram a Suzuki B-King, estavam diante de uma moto-conceito. Porém, seu design,

quadro, e conjunto inteiro surpreenderam tanto que estabeleceu uma revolução de estilo. E quem apostava que era apenas mais um devaneio de projetista, que nunca sairia da prancheta, se deu mal. Seis anos depois, o conceito tornou-se realidade.

Se você quiser descobrir todos os deta-lhes dessa moto, reserve um bom tempo, pois nada é igual ao que se tem no mer-cado. Cada um de seus componentes foi projetado com a intenção de oferecer algo novo e interessante.

Suas peças foram desenhadas com a incorporação de um motivo comum para formar uma imagem integrada ao final. O motivo selecionado foi o pentágono, eleito pelos criadores da Suzuki para represen-tar os conceitos de força e poder, bem como de inovação e avanço. O motivo do pentágono concebe os fatores principais da B-King: a imagem poderosa do modelo de exposição original desta máquina e os avanços tecnológicos que se incorporaram a ela nos seis anos transcorridos desde o Salão de Tóquio.

O pentágono também pode se juntar a um quadrilátero e um triângulo. Nesta moto, o quadrilátero simboliza “força e estabilidade” e o triângulo simboliza uma imagem “de avanço e refinamento”. A ima-gem da B-King reporta fielmente uma ima-gem atrevida, nova e robusta do modelo exposto, seu design reflete a evolução dos conceitos de desenho e tecnologia da Su-zuki.

A Suzuki testou a B-King nas auto-es-tradas alemãs para aperfeiçoar seu motor e a pilotou em sinuosas estradas do sul da França para afinar a dirigibilidade. Mas você não precisa falar uma língua estran-geira para saber o que isso significa: poder e desempenho.

Motor de respeito

O motor imponente da B-King, com 1340 cc, quatro cilindros em linha, 16 válvulas,

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DOHC e injeção eletrônica de combustível, foi desenvolvido com a mais alta tecnolo-gia da Suzuki e com a mesma excelência da linha “GSX-R”, já consagrada nas pistas de corrida. Ele oferece potência máxima de 184 cavalos a 9.500 rpm e torque máxi-mo de 14,89 kgf.m a 7.200 rpm. Tudo isso para empurrar apenas 235 quilos. Ou seja, é 1,27 kg/cv. Apenas para mostrar a for-ça dessa moto, um Volkswagen Gol, 1.0, tem 106 cavalos de potência a 5.250 rpm. E essa cavalaria tem que empurrar 1.530 quilos. Uma proporção de 14,46 kg/cv.

A GSX1300 B-King conta com um siste-ma digital de seleção de modo de pilota-gem (S-DMS – Suzuki Drive Mode Selector), que permite ao piloto selecionar o modo de pilotagem de acordo com sua preferência ou sua necessidade. O modo “A” fornece uma resposta rápida à aceleração e má-xima potência do motor, enquanto o modo “B” fornece uma resposta mais suave à aceleração e reduz a potência do motor, ideal para pilotagem em pistas sinuosas ou dias chuvosos.

A transmissão é de seis marchas e um Limitador de Retorno de Torque Suzuki (SCAS), operado hidraulicamente, reduz a força necessária no manete para acionar a embreagem e suaviza os trancos nas re-duções de marcha, contribuindo para o au-mento do conforto e segurança do piloto.

O Módulo de Controle do Motor (ECM) provido de um poderoso computador de 32 bits e 1024 KB de memória, controla o Sistema de Dupla Válvula de Borboleta Suzuki (SDTV - Suzuki Dual Throttle Valve). Esse sistema proporciona um melhor de-

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sempenho, para que se obtenha máxima eficiência na combustão, resposta à acele-ração além da diminuição no consumo de combustível.

O radiador de formato curvado de gran-de capacidade é acompanhado de duas ventoinhas elétricas de 160 mm, garantin-do um controle preciso da temperatura de funcionamento do motor.

A B-King conta com um sistema de In-jeção de Ar na Saída de Escape (PAIR – Pulsed Secondary Air Injection), controlado pelo ECM. Este sistema injeta ar fresco da caixa do filtro de ar na saída do escape, permitindo a combustão dos hidrocarbone-tos não queimados. Além disso, a B-King possui um catalisador de grande capaci-dade no sistema de exaustão, juntamente com um sensor do oxigênio. Esses siste-mas reduzem as emissões de poluentes ao meio ambiente. Devido a essas tecnolo-gias, a B-King atende às rígidas normas de controle de emissões da Europa.

Sua suspensão dianteira tem garfos invertidos com modernos ajustes de pré-carga da mola, força de retorno e compres-são. A suspensão traseira é igualmente ajustável e trabalha com uma balança arti-culada tipo link.

O eficiente sistema de freio foi concebi-do exclusivamente para esta moto. O freio dianteiro tem pinças Nissin montadas ra-dialmente com quatro pistões opostos. Um cilindro mestre radial melhora a sensibili-dade do piloto no acionamento do manete de freio. Os dois discos flutuantes do freio dianteiro medem 310 mm de diâmetro e 5,5 mm de espessura. A pinça deslizante

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de pistão único do freio traseiro opera so-bre um disco de 260 mm.

Atenção aos detalhes

A carenagem que passa uma sensação de força, cobre um painel especialmente projetado e construído no módulo do farol, centrado em torno de um tacômetro analó-gico com um visor LCD à direita. Este tem velocímetro, indicador da marcha engata-da, relógio, hodômetro total, hodômetros parciais, intervalos de manutenção, tem-po de pilotagem, velocidade média, nível de combustível, temperatura do motor e o modo de Seleção de Pilotagem S-DMS. Além disso, possui indicadores de seta, in-jeção eletrônica, temperatura do líquido de arrefecimento, pressão de óleo, neutro e uso do farol alto.

O suporte das pedaleiras com formato suave, interruptor de ignição montado no tanque, pintura cromada e a textura de cada peça são alguns dos muitos detalhes com excelente acabamento. A B-King tem um desenho compacto e pelo ângulo que se olhar, ela desperta paixão. Na frente, o conjunto carenagem e farol passam a impressão de que ela vai cortar o vento. E na traseira, os dois enormes canos de escapamento, abaixo do banco, dão a im-pressão de que são “dois canhões” pron-tos para disparar.

A GSX1300 B-King da Suzuki passou a ser produzida no Brasil pela J. Toledo Su-zuki Motos do Brasil para todos os apai-xonados por motos. Assim, ocorreu uma diminuição no valor final desta máquina, tornando o sonho de tê-la mais próximo de ser realidade. Ela está disponível nas co-res preta, branca e cinza ao preço de R$ 52.900,00 (valor de tabela de dezembro, sujeito à alteração sem prévio aviso).

Para obter mais informações, entre em contato com a Central de Vendas Suzuki pelo telefone 0800-707-8020 ou acesse o site www.suzukimotos.com.br.

Com ela, você pode não se tornar um rei, porém, terá muito respeito por onde passar, além de uma sensação de liberda-de e domínio que só uma grande máquina pode proporcionar.

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novas mídias favorecema gratuidade de acesso

InformaçãoTexto: da Redação | Imagens: Fernando Siqueira/Primelight

LEITURA DIGITAL

POR UM MUNDOSUSTENTÁVEL

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Quando as notícias circulavam apenas em papel, manter-se

informado tinha o seu preço e este valor era pago pelo leitor.

Com a chegada do rádio e da televisão, manter-se informado

passou a custar apenas o preço da energia elétrica. Com o

avanço contínuo da internet, a discussão sobre o valor da

informação volta a ocupar lugar de destaque na sociedade.

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ntes de iniciar qualquer debate sobre o dever ou não do consu-midor pagar pela informação, é preciso explicar que existe

uma grande diferença entre a informação institucional, criada por grupos editoriais e empresas especializadas em comunicação e a notícia criada por pessoas comuns.

A primeira, que estamos acostumados a ler, ou ouvir, ou a assistir, surge do es-forço de uma redação e conta com o tra-balho de repórteres de campo, redatores, revisores, editores e, em alguns casos, de outros profissionais especializados, como, por exemplo, no caso de uma revista im-pressa, de um diagramador e, no caso de um web site, de um webdesigner. Já, a se-gunda, que estamos acostumados a ver através da internet, muitas vezes é criada de forma “filantrópica” e o único intuito de quem mantém estas “fontes alternativas de informação” é o de colocar as pessoas a par de tudo o que acontece por aí.

Feita a distinção, sem levar em conside-ração a credibilidade atribuída a qualquer um destes geradores de conteúdo, relatar notícias é uma tarefa que gera custos e a notícia em si, para quem está envolvido neste processo, é um produto a ser co-mercializado. A questão que surge, então, é, quem deve pagar este custo? De um lado encontramos os defensores da idéia de que o consumidor final deve arcar com isso e, do outro lado, estão aqueles que defendem que a notícia tem valor, mas ele deve ser pago por anunciantes.

O modelo editorial dominante no Bra-

sil e em várias partes do mundo, no que diz respeito a uma publicação impressa, se resume numa equação onde o lucro acontece através da venda de exemplares em bancas, da venda de assinaturas e da receita gerada com a comercialização de anúncios publicitários. A venda de bancas e as assinaturas, sozinhas, dificilmente pagam os custos de produção e geram lu-cros. Elas servem, através da constatação numérica, para que os departamentos co-merciais obtenham receita proveniente de anúncios. Ou seja, quanto maior o número de leitores, maior a possibilidade de um anunciante pagar para estar nesta publica-ção.

Desde o seu surgimento tanto o rádio, quanto à televisão, adotaram a gratuidade de acesso e tentam conseguir o maior nú-mero possível de telespectadores para tor-nar seus intervalos publicitários atraentes aos anunciantes. Alguns jornais impres-sos, já há algum tempo, estão adotando o mesmo sistema de distribuição gratuita e, como os proprietários de bancas de jor-nais precisam sobreviver, eles são distri-buídos em semáforos por toda a cidade. Outro exemplo, muito mais antigo, de publi-cações gratuitas são os jornais e revistas de bairro.

Ao que parece, pelo andar da carrua-gem, por mais que os defensores da tese de que a notícia tem preço e este valor deve ser pago pelo leitor esperneiem, a tendência de acesso à informação gratui-ta é um caminho sem volta e os grupos editoriais terão que encontrar formas de

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“Assim, a exemplo do Jornal do Brasil, estas publicações poderão reduzir, ou até mesmo extinguir a prática da cobrança de algum valor por sua assinatura ou pelo acesso diário ao seu conteúdo.”

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adequar seus custos a esta nova realida-de. Uma delas, ainda com um pé na idade média, adotada recentemente pelo Jornal do Brasil, foi abandonar a impressão em papel e fincar sua presença no mundo vir-tual. É verdade que o JB ainda cobra um valor mensal por sua assinatura, mas se comparado ao valor de uma assinatura em papel, o preço para acessar o jornal em sua versão on-line é irrisório, no caso R$ 9,90 ao mês, no cartão de crédito.

Leitura digital

Este ano, os fabricantes de computa-dores, em parte empurrados pela Apple e seu iPad, anunciaram projetos para o lan-çamento de um tipo novo de computador, o Tablet PC. Este equipamento, entre ou-tras utilidades, foi criado para atender à demanda cada vez maior de leitores que estão abandonando a forma tradicional de acessar a informação e estão mergulhan-do na experiência da leitura digital. Segun-do previsão da Forest Research, com base em uma pesquisa divulgada em junho de 2010, em 2014, os tablets estarão sendo mais usadas que os notebooks. De acor-do com o International Data Corporation (IDC), o número de tablets vai atingir 7,6 milhões de unidades até dezembro. A ex-pectativa é de um aumento anual de 57,4% até 2014, o que representa 46 milhões de tablets vendidos.

Com isto é possível imaginar que daqui a alguns anos, diversas publicações aban-donarão seu formato tradicional, em papel,

e reduzirão drasticamente seus custos de produção. Assim, a exemplo do Jornal do Brasil, estas publicações poderão reduzir, ou até mesmo extinguir a prática da co-brança de algum valor por sua assinatura ou pelo acesso diário ao seu conteúdo. Ao mesmo tempo, espera-se que com isso, o número de leitores destes jornais e revis-tas aumente de forma expressiva. Na outra ponta, o valor cobrado dos anunciantes, também poderá ser reduzido, o que contri-buirá para um maior número de inserções publicitárias, que é a receita que manterá estas publicações vivas e sua equipe de jornalistas empregados.

A revista Sem Medida, por exemplo, é uma publicação criada e mantida pela Wri-ters Editora e Comunicação Ltda. e que, desde seu primeiro número apostou no crescimento da leitura digital e na geração de receita através da inserção de anúncios publicitários em suas páginas. Segundo Ro-berto Paes, um dos editores, a Writers re-solveu seguir esta direção e durante algum tempo pagou o preço por seu ineditismo. “Quando decidimos fazer a Sem Medida, tínhamos a certeza de que o investimen-to para mantê-la no ar sairia dos nossos bolsos. Naquela época, há dois anos, as pessoas pensavam que a revista era uma espécie de ‘brincadeira editorial’, feita por pessoas que adoravam o universo plus size. Hoje, a publicação se consolidou em todo o Brasil e é encarada como uma re-vista segmentada de alta qualidade, tanto em seu visual, quanto em seu conteúdo”, explica Roberto.

“... graças ao formato digital, acabamos sendo descobertos em diversas partes do mundo e tivemos que nos adaptar passando a oferecer parte do conteúdo da revista em inglês.”

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Um fato que sustenta esta afirmação está expresso nas estatísticas de leitura da publicação. Segundo dados do Google Analitycs, a Revista chega a atingir mais de 50 mil pageviews mensais e, todos os meses, recebe um crescimento do núme-ro de leitores da ordem de 30%. Outra característica que Roberto faz questão de comentar é que o formato digital não co-nhece fronteiras. “Inicialmente atingíamos apenas os leitores plus size de língua por-tuguesa. Porém, graças ao formato digital, acabamos sendo descobertos em diversas partes do mundo e tivemos que nos adap-tar passando a oferecer parte do conteúdo da revista em inglês”, comenta o editor.

Preservacionismo

Para Roberto, o milênio da leitura digital já começou e não há como evitar que ele cresça. Aliás, para ele, todos têm a ganhar com isso, inclusive o nosso planeta. “Quan-do optamos por sermos digitais, sabíamos que também estávamos fazendo uma op-ção por lutar a favor do planeta. Mas nós ainda éramos ‘militantes verdes’ ingênuos e achávamos que estávamos fazendo o suficiente. Um dia, assistindo a um docu-mentário na National Geographics, fiquei estarrecido ao descobrir que estávamos quase à beira de não termos saída para a destruição do planeta. Então sentei com a redação e decidimos criar a campanha ‘Mude seus hábitos. Leia em formato di-gital’ e passamos a publicar anúncios ins-titucionais que alertam os leitores para a calamidade em que se encontra o meio-

ambiente”, comenta Roberto.No início, afirma Roberto, as pessoas

não entenderam bem este posicionamento da revista nesta questão. Mas, com o pas-sar do tempo, ele afirma que os leitores entenderam que além de fazer uma revista para pessoas que estão acima do peso se sentirem bem, era necessário alertá-las de que elas só podem estar bem se possuí-rem um planeta para morar. “Quando se faz algo com amor e responsabilidade, as pessoas passam a ver isso com outros olhos. Depois do impacto inicial da campa-nha, vários leitores enviaram e-mails nos congratulando pela iniciativa e até mesmo contando suas experiências para ajudar a preservar o meio-ambiente. Sem Medida é uma revista de muitas causas e nos senti-mos orgulhosos em poder defender aquilo em que acreditamos”, diz Roberto Paes.

“Vamos torcer para que a cada dia um número maior de publicações migre para o mundo virtual. Eu consigo ver o dia em que entrarei num dos trens do metro paulista-no e, depois de sentar, passando os olhos por todas as direções, eu veja dezenas e dezenas de pessoas lendo seus jornais di-ários em um tablet. Uma cena semelhante a do filme “Minority Report”, estrelado por Tom Cruise. Sei que as pessoas têm medo daquilo que não conhecem e abandonar a forma tradicional de leitura pode parecer desconcertante. Porém, em vez de pensa-rem no passado, convido os reticentes a pensarem no futuro. Quantos hectares de mata hoje dedicados à produção de papel poderão ser usados para plantarmos ali-mentos”, conclui Roberto Paes.

“Ao que parece, pelo andar da carruagem, por mais que os defensores da tese de que a notícia tem preço e este valor deve ser pago pelo leitor esperneiem, a tendência de acesso à informação gratuita é um caminho sem volta.”

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para quem não temvergonha de nada

Musa GGTexto: da Redação | Imagens: divulgação

Não se envergonhar. Esse é o conselho de Paula Khalil, criadora do site MusaGG, secretária executiva, figurinista, desenhista de moda, destaque do Carnaval carioca, modelo plus size e gostosa.

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necessidade é a mãe de todas as criações. Depois de partici-par de um “Dia de modelo” no blog Mulherão, de São Paulo,

Paula Khalil começou a procurar por pesso-as e agências de modelos no Rio de Janei-ro, para repetir o evento, e não encontrou.

Depois de pesquisar muito, ela partiu para a criação do site MusaGG, que entrou no ar em 25/11/2009. O site promoveu um evento em dezembro com o objetivo de unir as meninas que fizeram o “Dia de modelo” junto com Paula. O site ficou inativo até se-tembro, quando sua criadora se inscreveu no concurso de Miss Plus Size Carioca.

O concurso sofria com a falta de devul-gação, por falta de inscrições quando Pau-la abriu mão de sua participação e fez a divulgação no MusaGG. Apoiando a inicia-tiva, Alzira Dias, a criadora do blog Curvas Cariocas atuou como promoter do MusaGG e hoje é editora do informativo mensal, que ainda conta com Vanessa Maria, modelo plus size, na área de divulgação.

Hoje o MusaGG é uma agência espe-cializada em modelos plus size, na qual as modelos não só atuam em passarelas e fo-tografias, mas também como recepcionis-tas de eventos, sampling, figuração, blitz, recepção, abordagem, pesquisa, linha de frente, divulgação, demonstração, promo-ções e eventos, além é claro, da Cia de Dan-ça Arte e Movimento onde se leciona dança e faz-se cadastros de novas modelos, com ou sem experiência, para o casting do site Além disso, o MusaGG oferece treinamento e participa de uma série de eventos como, um estande de vendas num congresso de fitness, e estreiou nos palcos no dia 21 de novembro com a participação na peça mu-sical: A virtude dos 7 pecados.

A agência também possui modelos mas-culinos, porém, este mercado ainda está pouco desenvolvido. Mas Paula Khalil pre-

vê um aumento na procura, por isso está preparando uma revista informativa do Mu-saGG, exclusiva para o público masculino. Ela está apenas aguardando a documenta-ção legal ficar pronta.

Diferenças regionais

A criadora do MusaGG afirma que em São Paulo, além de ter uma população mui-to maior, o fato de não ter praia e o fitness como base de moda, como acontece no Rio de Janeiro, a divulgação do movimento plus size é mais facilitada. “Por este moti-vo é que não trabalhamos exclusivamente com moda plus size”, compara Paula Khalil. “No Rio de Janeiro, as próprias modelos e a população em geral, ainda têm um receio de comprar roupas em lojas de ‘tamanhos especiais’. As moças de manequim 48, compram uma roupa 44, que veste não se sabe como, simplesmente para não comprar em uma loja de ‘tamanhos espe-ciais’”. O MusaGG, bem como outros blogs estão trabalhando duro para desmistificar o plus size no Rio de Janeiro. “O plus size também é sexy, bonito e cheio de charme”, afirma Paula. “Eu respondo por mim: sou gostosa!”

Para estimular/divulgar o movimento plus size, o MusaGG está desenvolvendo dois concursos. A primeira etapa iniciou-se em outubro de 2010 e irá até outubro de 2011 e definirá as “MusasGG do Mês”. “Essas musas ganharão página exclusiva no site e um ensaio de 20 poses em lo-cação externa escolhida pela modelo apro-veitando as maravilhas arquitetônicas e da natureza do Rio de Janeiro”, explica Paula Khalil. “Se falando do MusaGG 2011, em novembro de 2011, será um evento com direito à premiação, banca de jurados, produção e buffet. Teremos outros dois concursos patrocinados pela agência. Um

A

“É preciso ter atenção e cuidar do corpo, ter uma boa alimentação, praticar exercícios tudo

isso para ser uma gordinha saudável.”

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começou no mês de dezembro, e será o calendário 2011 Sexy MusaGG. As candi-datas de todos os estados deverão enviar fotos sensuais para o site MusaGG. Tam-bém temos o Musa Belly Dancer Plus Size, onde somente dançarinas de danças orien-tais poderão participar”.

Atuando como agência, com modelos próprios que estão em todos os eventos, o MusaGG vem explorando bem a valoriza-ção do público plus size.

“Acho muito bom o povo brasileiro ter comprado a ideia do plus size, mas ainda precisamos nos aperfeiçoar e divulgar ain-da mais a ideia, além de padronizar o seg-mento junto às novas marcas e griffes no mercado”, orienta Paula Khalil. “Acho que ainda temos muito a trabalhar, em se fa-lando do Rio de Janeiro e em outros esta-dos litorâneos principalmente. Isso porque plus size em outros países, são modelos gordinhas e no Brasil, alguns sites e blogs ainda confundem isso e exploram a beleza obesa acabando por divulgar sedentarismo e riscos para a saúde. Não podemos con-fundir sobrepeso com obesidade e divulgar uma imagem que não seja saudável. Ma-nequins até o 52 são toleráveis, mais que isso, já sabemos os riscos para a saúde e nós do MusaGG, além de termos como cartão postal o Rio de Janeiro (o qual está repleto de musas malhadas e bem defi-nidas, distribuindo saúde), zelamos por manter essa imagem também para o plus size. Não podemos confundir plus size com hiper size, mega size. Um dos motivos de eu ter tido a idéia de incluir a dança para os modelos, é que não queremos meninas sedentárias vendendo a idéia de hambur-guer e refrigerante. Autoestima e saúde em primeiro lugar”.

Paula Khalil está consciente que qual-quer tipo de excesso é prejudicial. Não pre-

cisa ser gorda em exagero, nem magra ao extremo. “No mês passado, indiquei um livro no blog, ‘Mulheres de verdade não fa-zem regime’. Nele, o autor comenta várias histórias de mulheres que passaram fome até à morte em prol da magreza. Nem ma-gra doente, nem obesa mórbida”, aconse-lha Paula. “Devemos buscar o equilíbrio e entender que saúde e bem estar são prioridades. Além de nos aceitarmos como mulher, sensuais, guerreiras no trabalho, em casa, com os filhos em tudo. Somos as verdadeiras heroínas da rotina exausti-va do dia a dia e, saber quem somos, do que somos capazes e para onde vamos é essencial. Me aceito como sou, me amo e dou este conselho a todas: aceitem-se, amem-se louvem a si mesma. E o principal não tenha vergonha de nada. Quer dançar? Dance. Quer fazer fotos sensuais? Faça. Não temos que provar nada a ninguém, apenas mostrar a todos que somos pode-rosas, independente do nosso peso”.

Mas, mesmo sendo “poderosas”, não se deve deixar de cuidar do corpo e da mente. “É preciso ter atenção e cuidar do corpo, ter uma boa alimentação, praticar exercícios tudo isso para ser uma gordinha saudável”, diz Paula Khalil, lembrando que o seu endocrinologista diz que mulher com leve sobrepeso, tendo as taxas saudáveis e não sedentárias, são gostosas e não gordas. “Hoje me cuido com um nutrólo-go e alergista, faço exames periódicos e, é claro, exercícios de caminhada e dança. Também incluí na minha rotina o reiki e a yoga para equilíbrio, a homeopatia que me ajuda muito a driblar o efeito sanfona. Hoje estou com 89 quilos devido a problemas de saúde que tive, mas o saudável para mim são 82 quilos, então trabalho e malho e me alimento para chegar a esta meta”, exemplifica Paula Khalil.

“No Rio de Janeiro, as próprias modelos e a população em geral, ainda têm um receio de comprar roupas em lojas de ‘tamanhos especiais’.”

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ao que parece, o Rio de Janeiro acordou

PFB

Texto: Patrícia Morgado | Imagens: divulgação

No dia 4 de dezembro, o Rio de Janeiro marcou seu nome na história do movimento plus size. Mais de 60 pessoas lotaram o bistrô em Copacabana, no qual foi realizado o Plus Fashion Bazar.

Plus Fashion Bazar

indas mulheres plus size circula-vam com seus looks escolhidos a dedo para a ocasião, comprovan-do, mais uma vez, que a moda é

sim, para todas.Logo na entrada, era possível ver uma

mesa cheia de prêmios que seriam sor-teados, e que atiçavam a curiosidade de todas. Próxima dessa mesa, outra, com sanduíches diversos, uma mesa de gulo-seimas, e refrigerantes. Para quem quises-se fazer um pit stop nas compras, havia mesinhas nas quais era possível sentar, conversar e provar os quitutes.

O local mais badalado do Plus Fashion Bazar certamente foi a área na qual se en-

L contravam as araras de roupas, com peças de bom gosto, selecionadas e com preços super acessíveis. Mulheres que em geral tem dificuldade para encontrar peças de roupas bonitas, modernas e baratas, tive-ram a oportunidade de selecionar suas pe-ças favoritas entre uma enorme variedade de estilos e tamanhos. Foi muito gratifican-te a alegria das participantes que repetiam o quanto estavam satisfeitas de estarem ali neste grande brechó plus size.

Depois das comprinhas, os sorteios. Este momento tão esperado foi muito di-vertido. Tivemos muita sorte, pois o núme-ro de patrocinadores que apoiaram o Plus Fashion Bazar superou nossas expectati-

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vas. Sendo assim, todas as participantes foram premiadas nos sorteios, inclusive mais de uma vez. Para finalizar, todas as participantes receberam uma sacola eco-bag recheada de presentinhos e um deli-cioso cupcake.

Para nós, organizadoras do Plus Fashion Bazar, foi a realização de um sonho. Por-que toda mulher tem direito à moda de qualidade, com preços acessíveis e trata-mento VIP. Quem esteve lá, saiu com um sorriso estampado no rosto e o gostinho de “quero mais”. Tanto assim, que muitas participantes já pediram às organizadoras, uma nova edição, o que desejamos concre-tizar muito em breve.

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louvável parabenizar os inúmeros trabalhos realizados por pes-soas que lideram o “movimento plus size”, promovendo a propa-gação da beleza feminina com mulheres corpulentas, de curvas avantajadas, seios fartos e um sorriso largo. Sites, blogs, agên-

cias, editoras e tantas outras instituições que levantaram essa bandeira e com grande potencial fizeram da mulher plus size uma nova diva da mídia.

Esse boom na mídia colaborou para que empresas sérias e de gran-de porte voltassem seu olhar para um perfil de consumidor que andava esquecido, ali, guardado na prateleira. E quem sabe, num futuro bem próximo, possam considerar nós gordos como um público com grande potencial de compra e poder aquisitivo.

Enfim, 2010 foi um ano que elevou a autoestima de muitas mulheres, que passaram a sentir-se mais bonitas, elegantes e com certeza, mais gostosas. Afinal, foram tantas ações promovendo essa beleza e formo-sura, que é impossível não se sentir “a melhor bolacha do pacote”. Mas, e agora? Como será daqui pra frente?

Pergunto isso porque, no meu ponto de vista, valorizaram tanto nos-sas formas físicas, que acabaram deixando de lado algo fundamental, nossa beleza intelectual. Tenho a impressão de que a imagem que está sendo vendida é a da mulher repleta de curvas voluptosas, bonita, sen-sual, sexy e... vazia.

E cá pra nós, não precisamos deste tipo de rótulo. Sabemos que vivemos numa sociedade repleta de mulheres que só se preocupam com a estética, desfilam por aí corpos esculturais de fazer marmanjos babarem, mas são completamente ocas, sem nenhum conteúdo inte-ressante. Pior, elas se contentam com isso e acham graça quando são ridicularizadas na mídia como burras. Para mim, isso é a degradação de uma espécie. E não desejo isso para o universo plus size.

Não, não sejamos as gordas gostosas e burras. Está na hora de co-meçarmos a agir com o intelecto, deixando de lado a pose sexy das fotos para mostrar à sociedade que somos capazes de pensar, agir e construir de forma eficaz e inteligente.

Algumas (ou muitas) pessoas têm uma visão distorcida da mulher que está acima do peso. Consideram que uma mulher nesta condição é uma ignorante, sem autoestima, desleixada, feia, enfim, acreditam pia-mente na idéia de que, mulheres assim, não podem (e não são) felizes ou bem sucedidas em momento algum.

Por isso, acredito que, este tipo de pensamento deve mudar e para que isso ocorra, temos que tomar atitudes que posicione nossa real con-dição. Afinal, existem por aí, muitas mulheres inteligentes, bonitas, bem sucedidas, com uma carreira brilhante e gordas, sim, gordas e felizes.

Não importa qual a sua condição financeira, classe social ou forma-ção. É preciso externar seus conhecimentos e, se não os tem, ir em busca. Ler muito, se informar sobre o que acontece ao seu redor. Deixar de lado um pouco das revistas de fofocas e novelas e passar a compre-ender o que está acontecendo no mundo, interagir, pensar, e o melhor, crescer como pessoa.

Sejamos mais que um rostinho bonito, unhas e cabelos bem feitos, curvas voluptosas e elegância no modo de vestir ou se portar. Temos que mostrar que toda mulher plus size também tem conteúdo e pode sim chegar ao topo. Pois acreditem, mulher sem conteúdo não alcança grandes méritos, seja gorda ou magra.

Vamos experimentar?

ÉHora de ir além

Alcione Ribeiro

Se você concorda, ou discorda da opinião desta articulista, ou deseja colaborar com ela para a discussão de novos temas,

envie sua colaboração para [email protected]

Definitivamente, 2010 foi um ano

plus. Um ano em que a beleza

real da mulher foi destaque e

tema de muitos jornais, revistas,

programas de tv e também na

internet.

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