economia e mercado unidade 1

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Economia e Mercado

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Page 1: Economia e mercado   unidade 1

Economia e Mercado

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Professores conteudistas: Luiz Antonio Lima e Ricardo Shitsuka

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SumárioEconomia e MercadoUnidade I

1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA ..........................................................................................................................11.1 Introdução à economia .........................................................................................................................11.2 Noções de macroeconomia ................................................................................................................9

1.2.1 A dinâmica dos mercados e seus impactos nas organizações ............................................. 101.2.2 As contas nacionais como quadro de referência para análise de variáveis macroeconômicas .............................................................................................................................................. 17

1.3 Noções de microeconomia ............................................................................................................... 181.4 Escolas e doutrinas econômicas ..................................................................................................... 20

1.4.1 Economia pré-científica ....................................................................................................................... 201.4.2 Economia científica ............................................................................................................................... 23

Unidade II

2 O PROBLEMA ECONÔMICO ......................................................................................................................... 292.1 A razão de ser da economia política. A escassez e importância dos fatores de produção no processo econômico .................................................................................................. 292.2 As questões centrais da economia e a inserção das organizações nos ambientes econômicos .................................................................................................................................................... 312.3 O funcionamento do sistema econômico .................................................................................. 322.4 Diferenciando regime, estrutura e sistema econômico, para a compreensão das formas de organização da atividade econômica .................................................................... 352.5 Os fluxos fundamentais e a inserção dos agentes na atividade econômica ............... 352.6 A dinâmica do mercado e seus impactos nas organizações ............................................... 362.7 Determinação dos preços e de quantidades em mercados concentrados e não concentrados .................................................................................................................................... 372.8 Ameaças e oportunidades para as organizações dos mercados concentrados e não concentrados e estratégias de sobrevivência relacionadas ........................................... 382.9 O setor público ...................................................................................................................................... 402.10 Formas de ação econômica e razões da expansão das atividades públicas .............. 422.11 O papel regulador do Estado na atividade econômica e seus impactos sobre as organizações ............................................................................................................................................ 43

Unidade III

3 O MERCADO ...................................................................................................................................................... 453.1 Moeda ....................................................................................................................................................... 45

3.1.1 A oferta de moeda ................................................................................................................................. 463.1.2 Criação e destruição de moeda ......................................................................................................... 47

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3.2 Os meios de pagamento, base monetária, o efeito multiplicador da moeda bancária e seus impactos sobre as organizações e sobre o nível de preços da economia ......................................................................................................................................................... 483.3 O mercado de divisas internacionais ............................................................................................ 493.4 As vantagens comparativas entre as nações, as razões de um intercâmbio comercial com o exterior e as ameaças e oportunidades para as organizações desse intercâmbio ........................................................................................................................................ 503.5 Taxa de câmbio: conceito e formas de estabelecimento da taxa de câmbio de equilíbrio ................................................................................................................................................... 503.6 O balanço de pagamentos e a inserção das organizações na política cambial .......... 513.7 Variáveis macroeconômicas do mercado de bens e serviços e seus impactos nas organizações .......................................................................................................................................... 523.8 Medição da atividade econômica: o produto nacional e suas diversas composições ................................................................................................................................................... 533.9 O multiplicador de renda e seus impactos sobre as organizações ................................... 543.10 Mudanças de salários, lucros, impostos, juros, câmbio e oferta de moeda e seus impactos no nível de preço e produção ................................................................................... 55

Unidade IV

4 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ......................................................................... 574.1 Análise dos planos econômicos recentes e seus impactos nas organizações e a economia brasileira contemporânea ................................................................................................ 574.2 A economia e a globalização ........................................................................................................... 61

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Unidade I1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA

1.1 Introdução à economia

Ninguém vive isolado do mundo. As pessoas precisam das relações humanas para obter alimento, segurança, lazer, serviços, transporte, instrução e conhecimento.

Inicialmente, essas relações baseavam-se na troca de mercadorias. Com o tempo, surgem a moeda e o estudo da economia.

Ao longo do tempo, as pessoas foram se agrupando em regiões e países. Alguns países tornaram-se mais eficientes em algumas áreas e menos em outras, por exemplo, nos esportes, na tecnologia e na cultura. Grande parte disso estava ligada à forma de organização do Estado, à forma de organização da produção, à importância de algum aspecto na cultura de determinado povo.

O mundo passou por diversas modificações principalmente nas últimas décadas. As transformações tornaram-se mais frequentes talvez em virtude da comunicação mais rápida e barata trazida pelas redes de dados, a Internet e a telefonia celular, e em parte devido à globalização dos mercados.

Surgem perguntas do tipo: Por que existe pobreza ou riqueza? Por que alguns países são mais desenvolvidos, enquanto outros estão com tantos problemas a resolver? A economia é o estudo ou a ciência que tenta responder essas questões e buscar

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alternativas para mudar a realidade das pessoas e dos povos, para melhor.

Atualmente, a evolução da economia ocorre numa escala nunca observada anteriormente. Muitos estudiosos, para caracterizar o mundo em que vivemos, dizem que estamos na era digital, era do conhecimento, era das redes etc.

Por outro lado, apesar da economia digital, esta só trabalha com dados e informações, sejam elas gráficas, textuais, numéricas, de som etc. Tais informações podem ser importantes, mas as pessoas vivem no mundo real, e nele elas precisam de alimentos, roupas, transporte etc.

Nesse mundo real, inúmeras economias, ou seja, inúmeros países dependem muito do investimento de seus governos para poderem se desenvolver.

Investimentos do governo brasileiro na exploração do petróleo na camada do pré-sal

O jornal O Estado de São Paulo, em 9 de outubro de 2009, traz em sua capa um exemplo claro de como a influência do governo, das empresas e da sociedade pode mudar os rumos de um país: “Indústria precisa de US$ 400 bilhões de dólares para o pré-sal – oposição teme desequilíbrio na economia. A conta foi feita pelo presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, após o debate do Estadão ‘O futuro do pré-sal’”.

É importante que se note que, para o governo investir, ele precisa muitas vezes pegar dinheiro com investidores ou com quem tenha capital disponível para investir. Por outro lado, quem investe precisa de garantias de que vai receber de volta o dinheiro investido e o pagamento pelo mesmo. Que garantias existem para que se invista no processamento do petróleo do pré-sal?

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Para investimento na exploração do petróleo na camada do pré-sal, onde poderia ser investido o dinheiro? Na construção das plataformas? Na construção de oleodutos e gasodutos? Na construção de infraestrutura portuária? Na construção de tanques de armazenamento? Na construção de usinas petroquímicas? Na melhoria das estradas? Na formação de mão de obra?

Deve-se observar que há muitos aspectos a serem trabalhados pelo governo. Por outro lado, a iniciativa privada, na medida em que toma conhecimento do planejamento macroeconômico do país, também faz seus planos: O investimento deve ser na instalação de hotéis em regiões nas quais haverá um afluxo de mão de obra? Na instalação de restaurantes? Na fabricação de uniformes, capacetes e botas? Na criação de escolas nas cidades próximas à exploração do petróleo? Na melhoria da infraestrutura de telecomunicações? No desenvolvimento de sistemas de transporte coletivo? Em que mais? Essas últimas opções em um nível mais microeconômico ou da economia das empresas.

Outras questões que surgem e certamente afetam a vida de todos estão relacionadas ao emprego, aos salários, às possibilidades de abrir o próprio negócio, às possibilidades de cursar uma faculdade e se formar num curso em qual haverá a necessidade de formados, e muitos outros aspectos. É importante notar que todos esses aspectos estão ligados à economia do mundo, dos países, das regiões, das empresas e das pessoas.

As questões mencionadas anteriormente estão muito relacionadas com a economia, pois, dentro de alguns anos, poder-se-á ver os frutos dos investimentos, as ações adotadas e o trabalho realizado.

O pré-sal não é a única área que necessita de investimentos. Os países que investiram na educação de seus povos também

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obtiveram bons retornos para toda sociedade. Esse é o caso do Japão, da Coreia etc.

Agora que já abordamos alguns assuntos ligados à economia, surge a questão:

Mas o que é economia?

Qualquer um possui alguma visão do que é economia. Para alguns, é guardar dinheiro, e isso é o que se denomina “poupança”. Para outros, é tudo o que faz um país ficar mais rico que outro ou uma região ficar mais rica que outra ou uma pessoa ficar mais rica que outra. Já para outros, é o que determina o emprego e o salário das pessoas.

Tanto a economia como as pessoas que lidam com ela, a cada ano que passa, ganham mais importância, pois o cenário econômico, seja mundial, seja local, é uma verdadeira praça de guerra. Tal praça é o local em que as pessoas melhor preparadas e que fazem uso de melhores estratégias acabam conseguindo sucesso para si, para suas famílias, suas empresas e seus países, em relação às outras pessoas sem estratégia ou com estratégias pobres.

Para atuar no mercado, é preciso que se conheça as forças às quais ele está sujeito. É também necessário saber como essas forças operam e como o mercado e seus atores se comportam.

Vejamos a seguir alguns conceitos e definições de economia. É interessante compará-los para que se perceba a riqueza do pensamento econômico e como outras pessoas enxergaram a economia.

A economia é uma ciência que se preocupa com aspectos sociais de indivíduos e grupos no mundo decorrentes das relações entre as demandas por recursos e a escassez dos mesmos.

É importante notar que economia está sendo considerada como uma ciência, portanto ela será trabalhada por meio de

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critérios científicos. Os conceitos principais de economia são ligados à demanda por recursos e à escassez desses recursos.

Comparando-se com outros conceitos de economia, Troster e Mochón (2002, p. 5) consideravam mais a questão da administração dos recursos do que os aspectos sociais:

A economia estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los para seu consumo entre os membros da sociedade.

Os estudos da economia levam à formulação de “teorias econômicas”. Teorias surgem para tentar explicar fenômenos que são observados pelas pessoas. Um fenômeno é um fato. Uma teoria pode explicar um fato até determinado ponto. Quando uma teoria não consegue mais explicar novos fenômenos, ela chegou ao seu limite, e é preciso se encontrar novas explicações, que são novas teorias.

Outros autores, como, por exemplo, Vasconcellos e Garcia (2003, p. 2), apresentavam as seguintes considerações sobre o que é economia:

É uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas.

Agora que temos uma noção do que é economia, tentaremos avançar no conhecimento da mesma abordando um pouco da economia digital, que faz parte da realidade do mundo atual em que vivemos.

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Nesta era digital em que vivemos, o que vem a ser a economia digital?

Economia digital é essa que ocorre com pessoas vendendo coisas por meio da web (Internet), comprando por meio da grande rede, estudando em cursos a distância que funcionam em meios digitais, realizando pagamentos e transações bancárias por computador, fazendo uso de e-government para obter dados e certidões pela Internet etc.

Pode-se notar que a web ou www ou teia de informações digitais é um dos serviços da Internet, porém esse serviço pode ser observado ou estudado de diversas formas: quando se deseja estudar a web do ponto de vista computacional, certamente há que se preocupar com as redes de dados, os dispositivos de rede, os protocolos associados às redes e que permitem que ocorra a comunicação entre computadores diferentes, como o estudo do TCP/IP. Há também o estudo dos bancos de dados, ou seja, dos repositórios nos quais serão armazenados as páginas de Internet e os componentes ligados à programação de computadores.

Nesse ponto, nota-se que a economia é uma área de conhecimentos muito eclética, visto que tem que lidar com a cultura, com os conhecimentos, com a educação, com a produção, com a saúde, com os bancos, com a agricultura e a tecnologia. Isso significa que, onde houver a possibilidade de geração de riquezas, emprego, salários etc., isso é um assunto relacionado com a economia.

Outra forma então de se enxergar a web é como sendo a interface gráfica da Internet. Essa grande rede possui vários serviços, como os serviços de correio eletrônico (e-mail), serviços de arquivos (file transfer protocol – FTP), serviço de login remoto e serviço de páginas, ou seja, serviço de web, entre outros.

Já quando se estuda o aspecto comunicação relacionado à web, pode-se enxergar coisas como as mensagens, a forma,

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a aceitação do site por parte dos usuários, enfim, aspectos comunicacionais que farão com que o site seja um bom veículo de comunicação.

Olhando sob a ótica de negócios, surge o e-business, que é a maneira de se fazer negócios por meio do uso da web. Tais negócios podem envolver dinheiro ou não. Os casos que não envolvem dinheiro são, por exemplo: o governo eletrônico, e-government, que permite que se acompanhe se uma carta enviada por Sedex já chegou ao destino, entre outras coisas também permite o acompanhamento de evolução de processos judiciais por meio da web. Os casos que envolvem venda e dinheiro são conhecidos como e-commerce ou comércio eletrônico.

A Internet é uma grande ferramenta a favor das relações comerciais. Sendo assim, tanto o e-business quanto o e-commerce fazem parte da atual economia digital.

Na era da economia digital, os recursos de tecnologia da informação fazem com que as pessoas trabalhem muito mais.

A cada ano, a economia digital apresenta considerável

crescimento, que se dá por meio das vendas do comércio eletrônico, dos cursos a distância, da atuação do governo eletrônico etc.

É possível observar, nos dias de hoje, uma grande mudança dos ambientes de trabalho. Essas mudanças estruturais permitem que as pessoas produzam mais em menos tempo.

Um aspecto importante e oportuno para se pensar é que, apesar de a economia digital trabalhar com dados, informações e imagens no computador por meio das redes, essa economia virtual não dispensa a economia real: é preciso que as pessoas se lembrem de que precisamos de alimentos de verdade, de roupas de verdade, sendo assim, não podemos viver somente no mundo

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virtual, entretanto este complementa o mundo real e fornece informações mais rápidas independentemente da distância ou do tempo.

É imperativo que se note que mesmo na economia digital há os problemas de demanda e oferta, assim como na economia real.

Demanda é aquilo que o mercado pede, exige e necessita.

Oferta é aquilo que é produzido e disponibilizado ou oferecido ao mercado em termos de serviços ou produtos respectivamente.

Escassez se refere à limitação dos bens e serviços oferecidos na sociedade.

Se não houvesse o problema da escassez de bens e serviços, as pessoas não precisariam trabalhar tanto para produzi-los.

Podemos observar que existe certa relação entre as definições consideradas: recursos escassos, a sociedade e as necessidades humanas.

Em decorrência dos fatores mencionados, relacionados com a escassez, com as necessidades e com a sociedade, reúnem-se os elementos dos sistemas econômicos, as empresas, que são unidades de produção, o sistema capitalista, que é regido pelas forças do mercado, o capital, os recursos humanos, recursos em geral e as organizações que são a base da sociedade, como as escolas, os governos etc.

Todo esse conjunto de coisas funcionará para oferecer este espetáculo maravilhoso: a economia.

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É preciso que o aluno tome posse dos conhecimentos de economia para que possa se inserir no contexto deste mundo de governos, empresas, necessidades, comércio, finanças, educação, tecnologia, enfim, que possa trabalhar com outras pessoas, entender outras visões, que não somente a tecnológica e que, dessa forma, possa crescer na carreira, na profissão e ter sucesso na vida. Mas como estudaremos a economia?

O presente material didático está dividido em quatro partes. A primeira traz uma introdução à economia. A segunda parte aborda o problema econômico. Na terceira, trata-se do mercado e, na última parte, abordam-se crescimento e desenvolvimento econômico.

Leia atentamente todas as unidades. Participe, interaja, discuta com os colegas e com os tutores. Busque mais informações nas referências e na web. Lembre-se de que aprender é uma atitude: aprendemos sempre e em todos os lugares, nos cursos que estudamos, nas revistas e jornais que lemos, no ambiente de trabalho, com os amigos, na família, na igreja, no clube, no mercado.

É preciso ter a mente aberta para novos conhecimentos. Einstein já afirmava que a mente humana que aprende um novo conhecimento evolui para uma nova dimensão. Bons estudos.

Nas linhas seguintes serão abordados noções de macroeconomia, noções de microeconomia, escolas e doutrinas econômicas, economia pré-científica, economia científica, fisiocracia e mercantilismo, os clássicos e os neoclássicos.

1.2 Noções de macroeconomia

A parte da economia especializada na análise da produção nacional total, renda, desemprego, crescimento econômico, balança de pagamentos é a macroeconomia.

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Em relação ao conceito de macroeconomia, Troster e Mochón (2002, p. 6) consideravam que esta:

estudava o funcionamento da economia em seu conjunto. Seu propósito era obter uma visão simplificada da economia que, porém, ao mesmo tempo, permitia conhecer e atuar sobre o nível da atividade econômica de um determinado país ou de um conjunto de países.

Podemos dizer que macroeconomia é a economia dos países vista de um modo “macro”, ou seja, amplo.

O que promove o desenvolvimento econômico de um país é a formulação de boas políticas macroeconômicas – assim como fatores como a descoberta de grandes jazidas de petróleo no próprio território. Entretanto, se malformuladas, tais políticas podem promover estagnação e até mesmo o retrocesso econômico do país. Geralmente, as políticas macroeconômicas são definidas pelo governo federal.

Em vista do exposto, é preciso que as pessoas de todas as áreas de conhecimento possuam alguma noção de macroeconomia, para que, dessa forma, entendam o que acontece em seus “bolsos”, ou seja, com seu dinheiro.

1.2.1 A dinâmica dos mercados e seus impactos nas organizações

Organizações são agrupamentos de pessoas, recursos e instalações que trabalham juntos para alcançar objetivos comuns.

No seu funcionamento e a fim de alcançar seus objetivos, as organizações competem umas com as outras por mercados, lutam para obterem mais fatias ou maiores espaços no mercado, ou seja, fazem de tudo para conquistá-lo.

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Outras vezes as organizações trabalham cooperativamente, complementarmente ou se associam.

Elas atuam no mercado, e este está em constante evolução devido a fatores externos, como, por exemplo, a ação dos governos, dos concorrentes, dos fornecedores e dos sindicatos. Existem também os fatores internos ligados à eficácia e eficiência com que se organizam internamente.

Devido às mudanças que ocorrem com frequência, torna-se necessário que as organizações se adaptem com rapidez para continuarem sendo bem-sucedidas, para poderem progredir ou até mesmo sobreviver.

Um exemplo histórico de evolução dos mercados no Brasil

Os mercados estão em constante evolução dinâmica, isto é, não são estáticos ou parados, e sofrem influências das tendências dos consumidores, da legislação dos governos, da ação de concorrentes, da cultura, enfim, de uma série de forças que fazem com que ocorra a dinâmica do mercado.

Sempre surgem novos fatores. Também, ao longo do tempo, a economia vai se alterando. Exemplo disso é que na história brasileira aconteceram vários ciclos econômicos. Houve uma época em que o pau brasil era a principal riqueza do país e sua exploração era realizada por meio do extrativismo. E essa fase passou.

Nos séculos XVI e XVII, o nordeste era muito rico por causa das plantações de cana, das fazendas e da produção de açúcar. Também teve um período de duração, e o eixo de riqueza foi se deslocando para a região de Minas Gerais.

Com a entrada dos bandeirantes, houve a descoberta de minas de ouro e de diamantes, e tivemos um ciclo do ouro

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na história brasileira. Nessa época, foram construídas diversas cidades históricas em Minas Gerais, como Vila Rica, Ouro Preto, Diamantina etc. E as esculturas de Aleijadinho são testemunhas de uma época de ouro das cidades mineiras.

No início do século XX, a exploração do café trouxe muita riqueza para São Paulo, e essa riqueza propiciou o acúmulo de capitais que possibilitaram a industrialização de São Paulo.

Na época da Segunda Guerra Mundial, o Amazonas, mais propriamente o município de Manaus, viveram uma época de crescimento econômico motivado pelo ciclo da borracha. A seringueira é uma planta que, quando sofre cortes no seu tronco, deixa escorrer um líquido branco, leitoso, viscoso, que é a base para a fabricação da borracha.

Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil perdeu a liderança na produção da borracha, pois os ingleses levaram as mudas de seringueira para a Malásia, país do sudeste asiático, onde foram criadas fazendas de seringais.

A Malásia em poucos anos, tornou-se o maior produtor mundial de látex e, por conseguinte, de borracha e seus produtos.

Na Malásia, as mudas de seringueira foram plantadas umas próximas das outras, enfileiradas e com estradas entre as fileiras. Dessa forma, foi possível a produção de látex e borracha de modo extremamente competitivo e barato. Sendo assim, tornou-se inviável a produção no Brasil, onde os seringueiros tinham que se embrenhar na floresta amazônica à procura das árvores, tendo que abrir trilhas, estando sujeitos a serem picados por insetos, cobras, aranhas etc.

Além disso, na Amazônia, os seringueiros tinham que carregar o látex por grandes distâncias até chegar aos centros

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de processamento. Dessa forma, o custo era muito elevado e a produtividade, muito baixa.

Com a industrialização, todo o centro-sul se beneficiou e houve um grande acúmulo de riquezas. Surgiram indústrias automobilísticas, eletrônicas, siderúrgicas, metalúrgicas, indústrias de plástico, calçados, produtos alimentícios, vestuário, móveis e utensílios e muitas outras.

Com a dificuldade de importação de mercadorias causada pela Segunda Guerra Mundial, pôde-se conquistar um pequeno avanço na indústria nacional. Nessa mesma época, houve a tentativa de substituição de produtos importados por produtos nacionais.

Atualmente, o parque industrial brasileiro é bastante diversificado e produz a mais variada gama de produtos com muita tecnologia, porém ele ainda é pequeno se comparado aos parques dos países desenvolvidos.

Mais recentemente, a descoberta de petróleo na camada de pré-sal, na bacia de Santos, parece indicar que o Brasil está prestes a se tornar um dos grandes países produtores mundiais de petróleo, e, dessa forma, pode vir a desempenhar um papel mais ativo no cenário econômico mundial.

Entretanto, é importante que se tenha em mente que não é só o Brasil que possui uma economia em ascendência. Atualmente, há países em desenvolvimento, como, por exemplo, os países do chamado BRIC – são as iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China –, que também estão passando por um grande processo de crescimento econômico.

Evolução de outros mercados

A Índia já se tornou um dos grandes produtores mundiais de software e exporta bilhões de dólares em software todos

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os anos para diversos países do mundo. Os softwares podem estar presentes em jogos de computador, em carros, aviões, eletrodomésticos, enfim, há um uso crescente dos softwares principalmente na era da economia digital.

A Rússia também é um país em crescimento e grande exportador de armamentos e tecnologia, entretanto não é um país forte na produção em massa de produtos de menor valor e tecnologia mais avançada.

A China, segundo analistas, dentro de alguns anos tende a se tornar a economia mais rica do planeta, superando a economia dos Estados Unidos. Há, porém, muitas controvérsias, pois a China é um país muito populoso, com uma população de mais de um bilhão de habitantes.

Qualquer coisa que a China construa tem de ser pensado para atender multidões e, por esse motivo, o investimento é muito grande. Se esse país precisa construir um aeroporto, por exemplo, tal empreendimento tem que ser imaginado em proporções gigantescas, visto que deve ter capacidade para servir a milhões de pessoas.

Houve, inclusive, a necessidade de importação de mão de obra de centenas de pilotos brasileiros de aviões comerciais a jato. Tais pilotos trabalham na China e moram lá com suas famílias, prestando serviços nas empresas de viação aérea chinesa. Esse aspecto reforça o caráter do vigor da economia chinesa.

Enquanto em nosso país havia empresas aéreas fechando as portas, como a VARIG, VASP e TransBrasil, no caso da China houve uma expansão sem precedentes e ainda há um esforço para a formação de milhares de pilotos de jatos para a aviação comercial para os próximos anos.

Desse modo, caso se construam ferrovias, rodovias, shoppings etc. na China, haverá a necessidade do emprego de muito capital

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para se criar infraestruturas gigantescas, apropriadas para um país da dimensão da China com seu amplo território e sua população de quase um bilhão e meio de habitantes.

Será que a China será a grande potência deste milênio? Será que ela alcançará e superará a economia norte-americana? E os demais países do BRIC, será que também se tornarão grandes potências econômicas mundiais? Será que o Brasil estará entre os países mais ricos do mundo neste milênio?

Outros países além do BRIC e que estão em vias de alcançar um bom desenvolvimento econômico são Austrália, África do Sul, Argentina, Indonésia, Egito e muitos outros.

Além da busca por uma economia mais sólida, o Brasil também está agindo no sentido de buscar uma liderança no plano político, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas – ONU.

Acreditamos que os esforços tanto da diplomacia brasileira como também das forças armadas e da economia devem fazer parte da vida de cada cidadão e cidadã deste país.

É preciso que cada brasileiro se conscientize no sentido de estudar mais, buscar uma saúde melhor, melhorar a renda, melhorar o entendimento entre as pessoas, enfim, buscar e alcançar uma sociedade melhor, mais justa, próspera e feliz, com mais riquezas e menos violência, mais entendimento e menos pobreza.

Nosso país possui muitas riquezas, entre as quais estão o solo, os mares, as florestas, os recursos naturais.

Temos, além de tudo, uma população em crescimento, que necessita melhorar a educação, participar mais ativamente do mundo, e este é um bom momento para os brasileiros de

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todos os níveis conhecerem melhor a economia dos países, suas riquezas e possibilidades.

A economia é uma ciência que nos fornece subsídios para estudar, entender, avaliar, propor, planejar e modificar a realidade econômica da sociedade em que vivemos.

O aluno deve se apoderar dos conhecimentos da economia e utilizá-los em seu cotidiano: seja realizando aplicações de capital, seja realizando pedidos de empréstimo, seja fazendo o planejamento das empresas, seja entendendo o salário e o emprego das pessoas, enfim, a economia está presente na vida de todos que vivem em sociedade.

Em nenhuma época na história do Brasil, nosso país teve um número tão grande e crescente de empresas que são multinacionais com origem no Brasil e muitas outras que estão em vias de crescer no exterior. Além de empresas como Vale do Rio Doce, Gerdau, Banco do Brasil, Marco Polo, Totvs e Bradesco, há muitas empresas pequenas e médias também buscando crescimento no mercado internacional.

O mercado tanto nacional como internacional é muito competitivo. Para uma empresa se instalar no exterior, é preciso que ela aprenda a conhecer os mercados locais: sua composição, suas necessidades, sua cultura, o modo correto de trabalhar com esse mercado, os concorrentes, as leis e políticas locais, as formas de exportação, a infraestrutura portuária, aeroviária e de rodovias do local, a infraestrutura de telecomunicações e as políticas salariais e de emprego a serem praticadas.

Nunca foi tão necessário para o Brasil que seus cidadãos aprendessem sobre outras culturas, que aprendessem a respeitar as diferenças e a formular estratégias de sucesso.

É importante cultivar a cidadania, a boa educação, o respeito

ao próximo, o fim da intolerância e a busca comum por uma sociedade melhor.

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As organizações (é importante lembrar que as organizações são formadas por pessoas) que desejam sobreviver, prosperar e alcançar o sucesso precisam se adaptar, evoluir junto com o mercado, acompanhando suas tendências, tentando sempre suprir suas necessidades e ser útil ao mesmo. Esse fato obriga as organizações a ser flexíveis, aprender constantemente, reinventar-se e mudar no sentido em que “soprarem os ventos do mercado”.

Para se conhecer os mercados, um bom começo é entender as contas nacionais deles. Mas o que são contas nacionais?

1.2.2 As contas nacionais como quadro de referência para análise de variáveis macroeconômicas

Como já falamos anteriormente, tanto no Brasil como em outras nações, torna-se interessante conhecermos um pouco mais como se mede a riqueza dos países.

Uma das formas de entender a economia de um país é estudando suas contas nacionais, de modo semelhante a um banco que, para conceder empréstimo, procura antes avaliar a situação econômico-financeira da pessoa que o requisita para então avaliar a viabilidade e possibilidade de realizar tal empréstimo. Da mesma forma, é preciso estudar as contas nacionais dos países para então entender sua situação econômico-financeira.

Quando se fala em sistema de contas nacionais, pensa-se nos países como sendo grandes empresas, produzindo um produto único, o Produto Nacional Bruto, o agregado de tudo que é produzido no país (Vasconcellos; Garcia, 2003, p. 93).

Na contabilidade nacional, usa-se o método das partidas dobradas, e, segundo Vasconcellos e Garcia (2003, p. 94), alguns

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princípios utilizados no levantamento e medição para esse tipo de contabilização são:

• “consideram-se apenas as transações com bens e serviços finais;

• mede-se a produção corrente do próprio período;

• as transações referem-se a um fluxo, isto é, são definidas ao longo de um período de tempo e, normalmente, considera-se um ano, mas também pode ocorrer em períodos menores, como, por exemplo, em estudos trimestrais ou semestrais;

• na contabilidade social, não são considerados os valores das transações puramente financeiras;

• a moeda é apenas um padrão de medida para a contabilidade social.”

O aluno, trabalhando nas empresas, estará em contato com pessoas que possuem outra formação, provenientes de outras escolas e outros Estados, até mesmo de outros países. É preciso ter um mínimo de cultura e conhecimentos para lidar com outras pessoas.

Consideram-se as contas nacionais como base para a análise de variáveis macroeconômicas e para se fazer a análise de investimentos no país.

Vimos bastante sobre os países e depois sobre as contas nacionais. Agora é hora de restringirmos mais até o nível das empresas e da economia local, ou seja, da microeconomia. Vamos então conhecer o que é a microeconomia?

1.3 Noções de microeconomia

Micro está relacionado com tudo que é de pequeno porte, de modo semelhante a microcomputador e microempresa.

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Microeconomia

Estuda as decisões em empresas e famílias sobre preços e produção em ramos de atividade específicos.

Para Stiglitz e Walsh (2003, p. 15), “ela está preocupada com como as unidades individuais tomam suas decisões e com os fatores que afetam essas decisões”. Essa teoria explica também as práticas de mercado: monopólio, oligopólio e concorrência.

Para Troster e Mochón (2002, p. 6), “quando explicamos o aumento de preço do petróleo como consequência de aumento na demanda de energia, estamos fazendo uma colocação tipicamente microeconômica” e, portanto, diferente de colocações macroeconômicas, que, por seu turno, preocupam-se com o comportamento global com poucas variáveis.

A microeconomia explica como é formado o preço dos produtos e os fatores de produção. Ela se divide em:

Teoria do consumidor: analisa as preferências do consumidor, seu comportamento e escolhas. Como corolário dessa teoria, surge a curva de demanda.

Teoria da firma: preocupa-se com a estrutura econômica das empresas, cujo objetivo é maximizar os lucros. Dessa teoria, cria-se a curva de oferta.

Teoria da produção: trabalha o processo de transformação de fatores adquiridos pela empresa em produtos finais para venda no mercado. Determina o volume ótimo de oferta.

As teorias ajudam tanto os estudantes sobre o assunto quanto os profissionais da área a raciocinarem melhor e a buscarem soluções com alguma base.

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A seguir, vamos conhecer um pouco mais sobre a fundamentação da economia. Esse estudo será realizado de maneira a fazer com que o aluno aprimore ainda mais o conhecimento a respeito das escolas e doutrinas econômicas que apareceram no mundo.

1.4 Escolas e doutrinas econômicas

Para se ter uma visão histórica da economia, há que se levar em conta não só a economia no Brasil, mas também em outros países do mundo. É preciso ter uma ideia do que aconteceu no passado, para não cairmos na tentação de querer inventar a roda ou descobrir a lâmpada ou a América novamente.

É importante que o aluno pense sobre o tema, que se lembre de assuntos correlatos estudados anteriormente e procure sempre ir atrás de outras fontes de conhecimentos, e isso vale para qualquer matéria estudada na universidade, pois os materiais didáticos são apenas guias iniciais de um mundo muito rico em conhecimento, e o domínio do conhecimento é umas das chaves para o sucesso profissional e geral do aluno.

As escolas e doutrinas econômicas possuem dois períodos: o de economia pré-científica e o da ciência econômica.

Vamos iniciar os estudos das teorias econômicas pelo estudo da economia pré-científica.

Para um melhor entendimento e aproveitamento dos estudos, é bom procurar estudar a bibliografia e buscar sites interessantes sobre os assuntos estudados.

1.4.1 Economia pré-científica

Os precursores da teoria econômica, ou seja, da economia pré-científica levam em conta as ideias econômicas da Antiguidade, do mercantilismo, da fisiocracia e dos clássicos.

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Na Antiguidade e na Idade Média

As ideias sobre economia apareceram na antiguidade Grega, com Sólon, no século VI a.C. falando sobre o conflito, a classe comercial e a classe agrária, com o livro de Xenofonte, denominado Economia, que se referia à economia doméstica. Já Platão preocupou-se com a organização da sociedade.

Na Idade Média, época do período feudal, o ensino ocorria nos mosteiros católicos e era voltado para a religião. No entanto, é um período em que surgiram as primeiras universidades, na Europa, as quais eram voltadas para o estudo das línguas e das artes. Nesse período, no que diz respeito à economia, São Tomás de Aquino falava sobre a noção de propriedade.

O período do mercantilismo

Entre os séculos XVI e XVII, surgem na Europa as doutrinas mercantilistas, e tornava-se importante acumular ouro e metais, para se ter riquezas. Sobre o mercantilismo, Vasconcellos e Garcia (2003, p.15) afirmavam que:

apesar de não representar um conjunto homogêneo, o mercantilismo tinha algumas preocupações explícitas sobre a acumulação de riquezas de uma nação. Continha alguns princípios de como fomentar o comércio exterior e entesourar riquezas... Considerava que o governo de um país seria mais forte e mais poderoso quanto maior fosse seu estoque de metais preciosos. Com isso, o mercantilismo acabou estimulando guerras, exacerbou o nacionalismo e manteve a poderosa e constante presença do Estado em assuntos econômicos.

Os períodos econômicos anteriores influenciaram o desenvolvimento da sociedade e continuam influenciando, pois

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o que temos hoje é fruto de decisões e coisas que aconteceram no passado.

É preciso também estudar e conhecer cada vez mais para que não repitamos os erros históricos do passado, mas busquemos fórmulas e soluções para se alcançar uma sociedade mais próspera, rica e feliz.

O período da fisiocracia

Os fisiocratas na França, século XVIII, considevam benéficos os resultados do livre-comércio e entendiam a riqueza como sendo a soma dos bens produzidos anualmente. Em relação às ideias da fisiocracia, Vasconcellos e Garcia (2003, p. 15) afirmavam que:

... sustentavam que a terra era a única fonte de riqueza e que havia uma ordem natural que fazia com que o universo fosse regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, desejadas pela Providência Divina para a felicidade dos homens... Foi grande sua contribuição à análise econômica...

No ano de 2009, comemorou-se o ano “França-Brasil”. É importante que se saiba que países com uma cultura tão rica e antiga, como é o caso da França, podem nos ajudar nessa travessia para uma sociedade melhor, mais democrática e próspera. Vamos aprender com quem já possui muita experiência.

Caso as experiências nos sejam úteis e nos enriqueçam, vamos considerá-las, do contrário, servirão como exemplos que não devemos seguir.

Após o período da economia pré-científica, vem o período no qual os economistas procuravam basear suas teorias em pressupostos e comprovações pela ciência. Vamos estudar a seguir o período da economia científica.

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1.4.2 Economia científica

Ciência é um conjunto de saberes de uma determinada área de conhecimento.

No sentido lato, ou seja, amplo ou geral, ciência refere-se a:

Qualquer conhecimento sistemático ou prática sistemática.

Em um sentido mais estrito, significa um conjunto de conhecimentos obtido por meio de pesquisa, isto é, conhecimentos obtidos utilizando um conjunto de regras conhecidas como método científico.

A economia científica começa quando existe a preocupação em se ter critérios científicos para estudar a economia.

A virtude dos economistas clássicos está na influência que tiveram sobre a sociedade, eles ainda continuam sendo citados e estudados.

A teoria econômica e os economistas clássicos

A ciência econômica surge com os economistas clássicos. Eles trabalhavam suas teorias à luz do racionalismo científico e das escolas do modernismo.

Adam Smith (1723-1790)

Smith era um economista inglês da escola clássica. Ele foi autor da obra A riqueza das nações. É considerado o iniciador da teoria econômica moderna.

Enquanto os mercantilistas consideravam que a riqueza vinha do comércio, os fisiocratas acreditavam que a riqueza vinha da agricultura, e Smith defendia que a riqueza vinha do trabalho.

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A obra de Smith, A riqueza das nações, é formada por cinco volumes. Ela foi publicada em Londres, na Inglaterra, em 1776, pela casa editorial de William Strahan e Thomas Caldell. A segunda edição desse sucesso editorial foi lançada em fevereiro de 1778, seguida por mais três edições: em 1784, 1786 e 1789. Além de análises teóricas sobre o funcionamento das chamadas sociedades comerciais e sobre os problemas associados à divisão do trabalho, ao valor, à distribuição da renda e à acumulação de capital, o livro tece considerações históricas e apresenta um amplo material empírico, sendo considerado um momento de inflexão no desenvolvimento da história do pensamento econômico.1

David Ricardo (1772-1823)

David Ricardo também foi um famoso economista inglês do final do século XVIII e início do XIX. Ele influenciou as ideias econômicas da época e da sociedade.

Vasconcellos e Garcia (2003, p. 16) citam a ideia desse notável economista nos seguintes termos:

Mostra como a acumulação de capital, acompanhada de aumento populacional, provoca uma elevação da renda na terra, até que os rendimentos decrescentes diminuem de tal forma os lucros que a poupança se torna nula, atingindo-se uma economia estacionária, com salários de subsistência e sem nenhum crescimento econômico. Sua análise de distribuição do rendimento da terra foi um trabalho seminal de muitas das ideias do chamado período Neoclássico.

No início do século XIX, David Ricardo publicou alguns panfletos sobre temas de economia monetária, repartição da renda e comércio internacional. Em 1815, ele já era considerado o mais importante economista de toda a Grã-Bretanha, graças

1Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Riqueza_das_nações>. Acesso em 15 dez. 2009.

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ao seu conhecimento prático sobre o funcionamento do sistema capitalista, vindo da sua carreira como perito em finanças. Publicou Princípios da economia política e tributação, em 1817. Ricardo, eterno defensor do livre-comércio internacional, era a favor da importação, mesmo que essa posição criasse severas divergências com economistas mais conservadores, como Malthus, os quais temiam ver o sustento dos trabalhadores britânicos sob o poder de países estrangeiros, potenciais inimigos. Ricardo publicou toda a sua tese liberal em seu Ensaio sobre a influência do baixo preço do cereal sobre o lucro do capital. Mas sua grande obra-prima foi Princípios de economia política e tributação.2

Jean Baptiste Say (1768-1834)

Say era um economista francês que criou a lei que dizia que “a oferta cria a sua própria procura”.

A lei de Say é uma norma econômica Neoclássica que afirma que a oferta agregada da economia é que determina o nível de produção dessa economia. Se um produtor vende seu produto, na visão de Say, “o valor que obtém com essa venda será gasto com a mesma vontade da venda de seu produto”, ou seja: “a oferta de um produto sempre gera demanda por outros produtos”. Para Say, não havia as chamadas crises de “superprodução geral”, pois tudo o que é produzido é consumido, já que a demanda de um bem é determinada pela oferta de outros bens, de forma que a oferta agregada é sempre igual à demanda agregada.3

Thomas Malthus (1766-1834)

Considerava que enquanto a produção de alimentos era linear, o crescimento populacional era exponencial e haveria, em

2Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Ricardo>. Acesso em 15 dez. 2009.

3Idem.

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algum momento, a falta de alimentos. Essa tese de Malthus era chamada de lei da população.

Por seu turno, John Stuart Mill, economista da época, criou a lei do interesse pessoal, a lei do salário, a lei da renda, a lei da livre-troca internacional e da livre concorrência.

Teoria neoclássica

Posteriormente, no século XIX, a partir de 1870, vieram as ideias dos economistas socialistas, como Alfred Marshall, Robert Owen, Karl Marx. Marshall publicou o livro Princípios de economia em 1890. Em relação à teoria neoclássica, Vasconcellos e Garcia (2003, p. 15) afirmam que:

apesar de questões microeconômicas ocuparem o centro das atenções, houve uma produção rica em outros aspectos da teoria econômica, como a teoria do desenvolvimento econômico de Schumpeter e a teoria do capital e dos juros de Böhm-Bawerk. Deve-se destacar também a análise monetária, com a criação da teoria quantitativa da moeda, que relaciona a quantidade de dinheiro com os níveis gerais de atividade econômica.

Karl Marx era crítico da teoria econômica. Seu pensamento influenciou várias áreas do conhecimento humano, entre as quais: filosofia, história, sociologia, ciência política, antropologia, psicologia, economia, comunicação, arquitetura, geografia e muitas outras. Em uma pesquisa da rádio BBC de Londres, realizada em 2005, Karl Marx foi eleito o maior filósofo de todos os tempos.4

Em relação à economia, a grande obra de Karl Marx é O capital, na qual ele faz a análise da sociedade capitalista. Trata-se de uma obra sobre economia política, porém nesse livro Marx aborda economia, sociedade, cultura, política, filosofia.5

4Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx>. Acesso em 15 dez. 2009.

5Idem.

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John Maynard Keynes (1883-1946)

Economista inglês, publicou em 1936 sua obra Teoria geral do emprego. Ela foi tão impactante na época que muitos autores a denominam Revolução Keynesiana. Em relação a Keynes, Vasconcellos e Garcia (2003, p. 15) afirmam:

Segundo o pensamento keynesiano, um dos principais fatores responsáveis pelo volume de emprego é explicado pelo nível de produção nacional de uma economia, que por sua vez é determinado pela demanda agregada ou efetiva. Ou seja, inverte o sentido da lei de Say ao destacar o papel da demanda agregada de bens e serviços.

Atualmente, a teoria econômica continua em evolução. O uso da informática possibilita uma análise de um volume muito maior de dados, e informações e teorias qualitativas podem ser trabalhadas de modo quantitativo, como é o caso da teoria das finanças.

Surgiram também outros grandes economistas como o americano John Kenneth Galbraith, que se tornou um dos críticos da teoria econômica, como já acontecera anteriormente com Karl Marx.

O Prêmio Nobel de Economia foi concedido a partir de 1969.

A ciência econômica moderna, segundo Lionel Robbins em um ensaio de 1932, é “a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, prestam-se a usos alternativos”6. Ela se encaixa no contexto de conhecimento sistemático sobre as necessidades e os recursos existentes.

6Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia>. Acesso em 15 dez. 2009.

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A ciência econômica pode ser categorizada como:

1. Microeconomia e macroeconomia.

2. Economia positiva (“o que é”) e economia normativa (“o que deveria ser”).

3. Economia ortodoxa e economia heterodoxa.

4. Campos e categorias mais amplas dentro da economia.7

7Idem.

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