ecologia e bem comum questões atuais à luz da encíclica

Ecologia e Bem ComumQuestões atuais à luz da Encíclica Laudato Si

Papa Francisco

José Mario Brasiliense CarneiroDiretor da Oficina Municipal

São Paulo, 1-2-3 de setembro de 2020

TECER DESCOBERTAS E CONHECIMENTOS SOBRE:

• Princípios para ação social e política (PASP)

• Encíclica Laudato Si – Papa Francisco - 2015

• Ecologia e Bem comum (Módulo III)

Tecer uma corda com três fios condutores:

• Princípios do Ensino Social Cristão – Bússola

• Um resumo dos pontos principais desta encíclica social sobre a “nossa casa comum”

• Ecologia e bem comum na perspectiva de meu percurso profissional (vivências)

NOSSO OBJETIVO NESTES TRÊS ENCONTROS

• Princípios para ação social e política (PASP)

• Encíclica Laudato Si – Papa Francisco – 2015

• Ecologia e Bem comum (Módulo III)

• Princípios do Ensino Social Cristão – Bússola

• Um resumo pontos principais desta encíclica social sobre a “dos nossa casa comum”

• Ecologia e bem comum na perspectiva de meu percurso profissional (vivências)

O QUE SÃO PRINCÍPIOS?

4

Balizas e referências para vida pessoal e social Princípio é um ponto de partida

Uma referência ao longo do percurso

Presente até o ponto final Ponto de repouso e contemplação

O QUE É AÇÃO SOCIAL E POLÍTICA?

5

Na perspectiva da Antropologia Filosófica de Edith Stein (Módulos I e II)

1. Ser humano é um ser social (ser-com): alteridade, empatia, simpatia, antipatia, solidariedade etc.;

2. Possui uma estrutura universal: corpo, psique e espírito que formam um todo integrado;

3. Possui uma singularidade: núcleo indenitário; alma da alma; pessoa humana que se realiza.

O QUE É AÇÃO SOCIAL E POLÍTICA?

6

Ainda com as noções fundamentais da Antropologia Filosófica de Edith Stein (Módulo II)

4. As três dimensões do ser humano se expressam em três tipos de agrupamento social: comunidade, sociedade e massa;

5. O ser humano se realiza vivendo em distintas comunidades onde cada pessoa se desenvolve e a comunidade amadurece (e vice-versa);

6. A ação social e política se dá agrupamentos sociais com regas específicas (ideal democrático, Estado etc).

Fontes e princípios para ação social e política

1. Perspectiva liberal

2. Perspectiva marxista

3. Perspectiva “ecológica” – verde

4. Perspectiva social-democrata

5. Perspectiva democrata-cristã (CDU/Fundação Konrad Adenauer): Princípios do Ensino Social Cristão

O que é Ensino Social Cristão?

• Ensino Social Cristão é um conjunto de saberes inspirados no Evangelho e formulados ao longo do tempo sobre questões sociais concretas;

• Uma perspectiva convergente de fé e razão;

• Estes saberes estão organizados em Encíclicas Sociais escritas pelos papas e outros documentos de várias instâncias da Igreja Católica -Conferências Episcopais, Sínodos...

• As várias denominações cristãs produzem ensinos de caráter social e todas as religiões tem uma mensagem social.

Rerum Novarum (1891) Leão XIII

Quadragesimo anno (1931) Pio XI

Pacem in teris (1963)João XXIII

Centesimus annus (1991) João Paulo II

Rerum Novarum (1891) – Leão XIII• Examina a condição dos trabalhadores

assalariados, particularmente penosa para os operários das indústrias, afligidos por uma indigna miséria.

• Exclui o socialismo como remédio.

• Expõe a doutrina católica sobre o trabalho, a propriedade, a colaboração em lugar da luta de classe, a dignidade dos pobres, as obrigações dos ricos e o aperfeiçoamento da justiça mediante a caridade, e o direito às associações profissionais.

(Compêndio da DSI, número 89)Operários, 1933, de Tarcila do Amaral

Quadragesimo anno (1931) – Pio XI

• Analisa a situação econômica dos anos 1930 quando a industrialização se une à expansão do poder dos grupos financeiros no âmbito nacional e internacional.

• Período pós I Guerra, quando os regimes totalitários se afirmavam na Europa enquanto se exacerbava a luta de classe.

• A encíclica adverte sobre a falta de respeito à liberdade de associação e reafirma os princípios da solidariedade e colaboração para superar os males sociais.

• O Estado deve respeitar o princípio da subsidiariedade

(Compêndio da DSI, número 91)

Pacem in teris (1963) – João XXIII• Põe em realce o tema da paz numa época marcada

pela proliferação nuclear.• Contém a primeira reflexão profunda da Igreja

sobre os direitos: é a Encíclica da paz e da dignidade humana.

• Sublinha a colaboração de todos: é a primeira vez que um documento da Igreja é dirigido a “todas as pessoas de boa vontade”, chamadas à tarefa de “recompor as relações da convivência na verdade, justiça, amor e liberdade.

(Compêndio da DSI, número 95)

Princípios do Ensino Social Cristão“Bússola” para ação social e política

Função social da propriedade:

meios

Opção preferencial pelos pobres:

justiça

Dignidade da pessoa:ponto de partida

Bem comum:ponto de chegada

N

L

S

O

Expressões destes princípios

• Dignidade da pessoa: Declaração dos Direitos Humanos (1948); Cap. I – CF Brasil (1988)

• Bem comum: União Europeia (Tratado de Roma 1957 – UEE; Tratado de Maastricht – UE 1993; Tratado de Lisboa 2009)

• Função Social da Propriedade: Balanço Social IBASE (anos 1990 - https://ibase.br/pt/balanco-social/)

• Opção preferencial pelos pobres: marca singular da Igreja Católica na América Latina

https://ibase.br/pt/balanco-social/

Dinâmicas de convivência orientadas para o

Bem Comum

Relações

solidárias

Relações

subsidiárias

Solidariedade e subsidiariedade

Expressões da solidariedade (solidum)

• Plano familiar: o cuidado com as crianças, idosos, doentes etc.

• Bairro-município: os mutirões para construção, o cuidado com moradores de rua, associações de bairro etc.

• País: Brumadinho 2019; combate às secas etc.

• Continente, globo: pós-II Guerra (1939-45); pandemias (COVID-19) etc.

Expressões da subsidiariedade (subsidium)

• Subsidio familiar: ajuda dos pais para estudos ....• Subsídios privados: filantropia, terceiro setor ....• Subsídio das prefeituras às organizações sociais:

convênios para creches ...;• Subsídios dos estados aos municípios: estradas,

hospitais, merenda, transporte escolar ....• Subsídios federais: FPM, FUNDEB, FPE, Bolsa

Família, SUS .....• Subsídios internacionais: Plano Marshall (1948-

52); Cooperação internacional.

Subsidiariedade: uma mudança de paradigma em favor da descentralização e participação

Federal

Estadual

Municipal

Em uma Federação oMunicípio (Cidade) é a esfera do Estado onde os cidadãos e cidadãs podem participar da vida política com uma maior proximidade aos órgãos de Governo: Prefeituras, Secretarias, Autarquias, Conselhos Municipais, Câmaras Municipais etc.

A função suplementar dos Estados Federados

Federal

Estadual

Municipal

Nas Federações mais maduras os Estados Federados têm a função suplementar fundamental de coordenar e financiar políticas públicas para odesenvolvimento e prover infraestrutura regional.

A União garante a unidade na diversidade

Federal

Estadual

Municipal

A União tem o lugar de “pedra fundamental” garantindo a aplicação da Constituição Federal, a autonomia, a coordenação e a unidade na diversidade dos entes Federados, bem como, a soberania nacional nas Relações Internacionais.

Caritas in veritate (2009) Amor na verdade

Bento XVI

Laudato si (2015)Louvado seja

Francisco

Retomando as encíclicas sociais

« LAUDATO SI’, mi’ Signore

“Louvado sejas, meu Senhor”

“Com este gracioso cântico, são Franciscorecordava-nos que a nossa casa comum sepode comparar:

ora a uma irmã, com quem partilhamos aexistência,

ora a uma boa mãe, que nos acolhe nosseus braços.”

23

Oração de São Francisco:

«... Louvado sejas, meu Senhor,pela irmã nossa, a mãe terraque nos sustenta e governae produz diversos frutos comcoloridas flores e ervas...».

O Papa Francisco fala sobreFrancisco de Assis (1182-1226)

“Nele se nota até que ponto são inseparáveis a preocupação pela natureza, a justiça para com os pobres, o empenho na sociedade e a paz interior” (Laudato Si número 10)

Temas transversais da Encíclica Laudato Si:

1.Relação entre os pobres a fragilidade do planeta

2.Tudo está estreitamente ligado no mundo

3.Crítica ao novo paradigma <cientificista> e das formas de poder que derivam da tecnologia

4.Convite a procurar outras maneiras de entender a economia e o progresso <economia como um subcapitulo da ecologia; economia de comunhão; economia solidária etc.>

5.Valor próprio de cada criatura

Temas transversais permanentes:

6. O sentido humano da ecologia

7. Necessidade de debates sinceros e honestos

8. Grave responsabilidade da política internacional e local <princípio de ação da Oficina Municipal>

9. Cultura do descarte e a proposta de um novo estilo de vida <forçado também pelo isolamento social>

Diagnóstico – Capitulo I – o que está acontecendo com nossa casa

1. Poluição e mudanças climáticas: poluição, resíduos e cultura do descarte; o clima como bem comum.

2. A questão da água: indispensável para vida humana e sustento dos ecossistemas; carência nas cidades grandes; situação da África; doenças relacionadas à água disponível para os pobres; privatização da água; desperdício etc.


3. Perda da biodiversidade: formas imediatistas de entender a economia que leva a perda de florestas e bosques; perda de espécies para alimentação e cura de doenças; serviços ambientais; microrganismos; beleza etc.

4. Deterioração da qualidade de vida humana e degradação social: crescimento desmedido e de muitas cidades que se tornaram pouco saudáveis; falta de contato com a natureza; isolamento social etc.


5. Desigualdade planetária: o ambiente humano e natural degradam-se juntos; degradação recai principalmente sobre os mais pobres, distantes dos centros de decisão; dívida ecológica entre o norte e o sul ligada a desequilíbrios comerciais e uso desproporcional dos recursos naturais efetuado historicamente por alguns países; exportação de resíduos sólidos e líquidos tóxicos; dívida externa dos países pobres etc.


6. A fraqueza das reações: falta uma cultura para enfrentar esta crise e há necessidade de construir lideranças; a fraqueza política internacional que se submete à tecnologia e às finanças demonstra-se na falência das cúpulas mundiais sobre meio ambiente; interesse econômico prevalece sobre o bem comum; se alguém olhasse de fora a sociedade planetária maravilhar-se-ia com esse comportamento que às vezes parece suicida; em alguns países há exemplos positivos; saneamento de rios e recuperação de florestas, progressos na energia limpa e transporte público, que confirmam que o ser humano ainda é capaz de intervir de forma positiva.


7. Diversidade de opiniões: diferentes linhas de pensamento; num dos extremos o mito do progresso afirma que os problemas ecológicos irão se resolver com novas técnicas, sem considerações éticas; no extremo oposto outros pensam que o ser humano só pode ameaçar pelo que convém reduzir sua presença no planeta e impedir-lhe qualquer intervenção; entre os extremos a reflexão deveria identificar possíveis cenários num diálogo honesto entre cientistas respeitando a diversidade de opiniões.

Do diagnóstico à ação – Laudato Si

Capítulo I – O que está acontecendo com nossa casa (diagnóstico)

Capítulo II – O Evangelho da criação (o que a luz da fé oferece)

Capítulo III – A raiz humana da crise ecológica (a tecnologia: criatividade e poder)

Capítulo IV – Uma ecologia integral (ecologia ambiental, econômica e social)

Do diagnóstico à ação – Laudato Si

Capítulo V – Algumas linhas de orientação e ação (diálogo meio ambiente/política; nacional/local; transparência/processo decisório; economia/plenitude humana; religiões/ciências.

Capítulo VI – Educação e espiritualidade ecológica (apontar para outro estilo de vida; aliança entre humanidade e meio ambiente; conversão ecológica; alegria e paz; amor civil e político; sacramentos e descanso; Trindade e criaturas; Rainha da criação; Para além do sol)

CAPÍTULO III – A raiz humana da crise ecológica

1. A tecnologia: criatividade e poder

102. A humanidade entrou numa nova era em que o poder da tecnologia nos põe em uma encruzilhada. Somos herdeiros de 2 séculos de ondas enormes de mudanças: da máquina a vapor à robótica, biotecnologia e as nanotecnologias. É justo que nos alegremos com estes progressos porque a ciência e a tecnologia são um produto da criatividade humana que Deus nos deu.


104. Não podemos porém ignorar que a energia nuclear, a biotecnologia, a informática, o conhecimento do nosso próprio DNA e outras potencialidades que adquirimos nos dão um poder tremendo. Ou melhor: dão àqueles que detêm o conhecimento e sobretudo o poder econômico para o desfrutar, um domínio impressionante sobre o conjunto do gênero humano e do mundo inteiro.


104. Nunca a humanidade teve tanto poder sobre si mesma e nada garante que o utilizará bem, sobretudo, se se considera a maneira como o está fazendo. Basta lembrar as bombas atômicas lançadas em pleno século XX, bem como a grande exibição de tecnologia ostentada pelo nazismo, o comunismo e outros regimes totalitários e que serviu ao extermínio de milhões de pessoas.


104. Nas mãos de quem está e pode chegar a estar tanto poder? É tremendamente arriscado que resida numa pequena parte da humanidade.

105. Tende-se a crer que “toda aquisição de poder seja simplesmente progresso, aumento de segurança, de utilidade, de bem-estar, de força vital, de plenitude de valores, como se a realidade, o bem e a verdade desabrochassem espontaneamente do próprio poder da tecnologia e da economia.


105. A verdade é que o homem moderno não foi educado para o reto uso do poder, porque o imenso crescimento tecnológico não foi acompanhado por um desenvolvimento do ser humano quanto à responsabilidade, aos valores, à consciência. Cada época tende a desenvolver uma reduzida autoconsciência dos próprios limites.


105. Por isso, é possível que hoje a humanidade não se dê conta da seriedade dos desafios que se lhe apresentam e “cresce continuamente a possibilidade do homem fazer mau uso do seu poder quando não existem normas de liberdade, mas apenas pretensas necessidades de utilidade e segurança. O ser humano não é plenamente autônomo. Sua liberdade adoece quando se entrega às forças cegas do inconsciente, das necessidades imediatas, do egoísmo, da violência brutal.


105. Nesse sentido, ele está nu e exposto diante do seu próprio poder que continua a crescer, sem ter os instrumentos para o controlar. Talvez disponha de mecanismos superficiais, mas podemos afirmar que carece de uma ética sólida, uma cultura e uma espiritualidade que lhe ponham realmente um limite e o contenham dentro de um lúcido domínio de si.

CAPÍTULO IV - UMA ECOLOGIA INTEGRAL

4. O princípio do bem comum

156. A ecologia integral é inseparável da noção de bem comum, princípio este que desempenha um papel central e unificador na ética social.

• Definição de bem comum: «o conjunto das condições da vida social que permitem, tanto aos grupos como a cada membro, alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição».[122]

CONCEITOS – ECOLOGIA E BEM COMUM

Colheita de ideias no chat: o que me vem à cabeça diante dos conceitos de ecologia e bem comum?

Líder de uma Nação Indígena brasileira

“Antigamente, quando eu era bem pequenininho, os nossos ancestrais, os parentes, minhas famílias, mudavam de moradia indo a outros lugares e depois voltavam até mudar de novo. Mas hoje em dia nós temos só um território mesmo, não tem mais espaço como era antes....”.

Líder de uma Nação Indígena brasileira

“...Esses territórios são como se fossem a nossa casa, não tem mais lugar para morarmos longe da nossa moradia. Então, hoje, os jovens da nova geração estão mais envolvidos na questão da cultura dos brancos, estão perdendo a cada dia esse conhecimento. E se eles continuarem assim, não vai ter mais território”.

Entrevista com o Cacique Raoni Metuktire (87) –Kayapó(https://www.brasildefato.com.br/2017/08/10/os-brancos-querem-acabar-com-as-florestas-alerta-cacique-raoni)

Algumas ideias à reter

• “Mudavam de moradia indo a outros lugares e depois voltavam até mudar de novo”: tribos nômades, caminho da vida = Peabiru;

• “Mas hoje em dia nós temos só um território mesmo”: demarcação, fixação, propriedade, limite etc.

• “Esses territórios são como se fossem a nossa casa”: papa Francisco irá falar da Casa Comum na encíclica Laudato Si

Vivências pessoais em diálogo com a encíclica Laudato Si

• Vamos prosseguir com conteúdos da Encíclica Laudato Si estabelecendo um diálogo com meu percurso pessoal/profissional trazendo temas ligados à ecologia e bem comum na prática.

• O recorte temporal será de cerca de 40 anos –1984 – 2020 – passando por algumas instituições: Faculdade de Direito; Secretaria de Planejamento; Secretaria de Transportes; FUNDAP; UNIDO-Viena; Fundação Konrad Adenauer; Universidade Lateranense e Oficina Municipal.

LAUDATO SI - retomando

Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que «geme e sofre as dores do parto» ( Rm 8, 22).

LAUDATO SI

Esquecemo-nos de que nósmesmos somos terra (cf. Gn 2, 7). Onosso corpo é constituído peloselementos do planeta; o seu arpermite-nos respirar, e a sua águavivifica-nos e restaura-nos.

A questão da pobreza, injustiça,meio ambiente e espaço urbano

• Sensibilidade com os pobres e ainjustiça social

• Jurídico XXI de Agosto• Direito ambiental surgindo na

década de 1980• Direito Urbanístico• Direitos Difusos

Diz a Laudato Si que toda a pretensão de cuidar e melhorar o mundo requer mudanças profundas:

• «nos estilos de vida;• nos modelos de produção e de

consumo;• nas estruturas consolidadas de

poder, que hoje regem as sociedades».

O progresso humano autêntico possuium caráter moral e pressupõe:

• o pleno respeito pela pessoa humana,

• mas deve prestar atenção também aomundo natural e

• «ter em conta a natureza de cada ser eas ligações mútuas entre todos, numsistema ordenado».[8]

“Ligações mútuas entre todos, num sistema ordenado” – políticas públicas e sistemas de gestão regionais

• Coordenadoria de Ação Regional da Secretaria de Planejamento (1984)

• Programa de Perenização de Estradas Rurais –Caminhos da Produção – Secretaria de Transportes –Dersa (1985-1986)

• Política e Sistema de Gestão de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo – Fundap (1988-1989)

• Política e Sistema de Gestão de Meio Ambiente do Estado de São Paulo – Fundap (1991-1992)

O predecessor de Francisco, papa BentoXVI, renovou o convite a:

• «eliminar as causas estruturais dasdisfunções da economia mundial e

• corrigir os modelos de crescimento queparecem incapazes de garantir o respeitodo meio ambiente».[10]

... porque «o livro da natureza é unoe indivisível», incluindo, entreoutras coisas:

• o ambiente,

• a vida,

• a sexualidade,

• a família,

• as relações sociais.

• É que «a degradação da natureza está estreitamente ligada à cultura que molda a convivência humana».[11]

• O Papa Bento XVI propôs-nos reconhecer que o ambiente natural está cheio de chagas causadas pelo nosso comportamento irresponsável;

• o próprio ambiente social tem as suas chagas.

«O homem não é apenas uma liberdade que se cria por si própria.

O homem não se cria a si mesmo.

Ele é espírito e vontade, mas é também natureza».[12]

Na perspectiva da fé, na tradição judaico-cristã, a Natureza foi criada por alguém.

Por trás de uma obra de arte há sempre um artista criativo e criador.

Deus criou a Natureza por amor e “viu que isso era bom” (Genesis 1, 5).

A ONU?

O Estado?

O judiciário?

A polícia?

A educação?

A família?

A cultura?

A moral?

Um pai ou uma mãe?

Um Deus Criador?

• A Organização das Nações Unidas e seus vários “ramos”. Experiência internacional: UNIDO – United Nations for IndustryDevelopment – Viena – Austria.

• “To green the unido” – R. Luken – EPA –USA

• Projetos de desenvolvimento na África e América Latina

Experiência internacional no Brasil: Fundação Konrad Adenauer – fundação política da Alemanha – CDU-CSU

• Konrad Adenauer: prefeito e chanceler

• Fundações Políticas e Plano Marshall

• Presença em 100 países

• Ponte entre academia (ciência) e política

• 1969 chegada ao Brasil – TVE

• Parceiros institucionais

• Federalismo e Política local

Ensino Social Cristão: ponte entre fé e razão (ciência) pelo bem comum:

Segundo Francisco as contribuições dos Papas sobre a ecologia se basearam na reflexão de inúmeros cientistas, filósofos, teólogos e organizações sociais que enriqueceram o pensamento da Igreja sobre estas questões.

Ainda segundo Francisco, nãopodemos ignorar que, “tambémfora da Igreja Católica, noutrasIgrejas e Comunidades cristãs –bem como noutras religiões – setem desenvolvido uma profundapreocupação e uma reflexão valiosasobre estes temas que a todos nosestão a peito.”

Por exemplo, o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, bispo da Igreja Ortodoxa, segundo Francisco, tem-se referido particularmente à necessidade de:

• cada um se arrepender do próprio modo de maltratar o planeta,

• porque «todos, na medida em que causamos pequenos danos ecológicos», somos chamados a reconhecer «a nossa contribuição – pequena ou grande – para a desfiguração e destruição do ambiente».[14]

Ao mesmo tempo Bartolomeu chamou a atenção para as raízes éticas e espirituais dos problemas ambientais, que

• nos convidam a encontrar soluções não só na técnica mas também numa mudança do ser humano; caso contrário, estaríamos a enfrentar apenas os sintomas. Propôs-nos:

• passar do consumo ao sacrifício,

• da avidez à generosidade,

Passar...

• do desperdício à capacidade de partilha, numa ascese que «significa aprender a dar, e não simplesmente renunciar.

• É um modo de amar, de passar pouco a pouco do que eu quero àquilo de que o mundo de Deus precisa.

O Papa Francisco a certa altura diz: “não quero prosseguir esta encíclica sem invocar um modelo belo e motivador.

• Tomei o seu nome por guia e inspiração, no momento da minha eleição para Bispo de Roma (história da escolha do nome).

• Acho que são Francisco é o exemplo por excelência do cuidado pelo que é frágil e por uma ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade.”

São Francisco manifestou uma atenção particular pela criação de Deus e pelos mais pobres e abandonados:

• Amava e era amado pela sua alegria, a sua dedicação generosa, o seu coração universal.

• Era um místico e um peregrino que vivia com simplicidade e numa maravilhosa harmonia com Deus, com os outros, com a natureza e consigo mesmo.

Nele se nota até que ponto são inseparáveis:

• a preocupação pela natureza,

• a justiça para com os pobres,

• o empenhamento na sociedade

• e a paz interior.

A vida dos santos pode ser imitada!

São Boaventura, seu discípulo, contava que ele, «enchendo-se da maior ternura ao considerar a origem comum de todas as coisas, dava a todas as criaturas – por mais desprezíveis que parecessem – o doce nome de irmãos e irmãs».[20]

• Se nos aproximarmos da natureza e do meio ambiente sem esta abertura para a admiração e o encanto, se deixarmos de falar a língua da fraternidade e da beleza na nossa relação com o mundo,

então as nossas atitudes serão as do dominador,

do consumidor ou

de um mero explorador dos recursos naturais,

incapaz de pôr um limite aos seus interesses imediatos.

Por isso, são Francisco pedia que, no convento, se deixasse sempre uma parte do horto por cultivar e aí crescerem as ervas silvestres,

• a fim de que, quem as admirasse, pudesse elevar o seu pensamento a Deus,

• autor de tanta beleza.[21]

Segundo o papa Francisco, de modo especial, os jovens exigem de nós uma mudança; interrogam-se como se pode pretender construir um futuro melhor sem pensar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos.

Oficina Municipal – escola de cidadania e gestão pública – testemunhos.

Formação:

• Jovens

• Gestores municipais

• Prefeitos

• Cidadãos e cidadãs engajadas

• Secretários de educação

Muito obrigado pela atenção!

ecologia e bem comum questões atuais à luz da encíclica

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