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ORÇAMENTO: COMO SOBREVIVER À CRISE NO AZUL

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tudo o que vc precisa saber sobre orçamento empresas e outros

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OrçamentO: como

sobreviver à crise no azul

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//orçamento: como sobreviver à crise no azul

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SUmáriO

1 | intrODUçÃO 03

2 | QUe Diferença Um OrçamentO bem feitO pODe fazer na geStÃO De minha empreSa? 05

3 | maS afinal,O QUe é Um planejamentO OrçamentáriO? 10

4 | materializanDO cOnceitOS: na prática, cOmO é Um OrçamentO? 14

5 | QUatrO cUiDaDOS QUe Devem Ser tOmaDOS aO elabOrar Um OrçamentO 16

6 | O QUe levar em cOnSiDeraçÃO nO planejamentO OrçamentáriO? 19 7 | cOmO elabOrar Um bOm OrçamentO? 21

8 | tipOS De OrçamentO 27

9 | cOnclUSÃO 31

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1 | intrODUçÃO

Dólar tocando os R$ 4,00 (em 10/2014, a moeda norte-americana era cotada a R$ 2,42, um aumento de quase 80% em 12 meses!) significa elevação de custos fixos e variáveis, especialmente para quem trabalha com matéria-prima importada. Soma-se a isso o aumento desmedido da inflação (que deve fechar o ano na casa dos 9%), a dificuldade na obtenção de crédito (experimente ligar para seu gerente de pessoa jurídica e toque nesse assunto!) e a retração nas vendas, fruto do desemprego e dos altos índices de endividamento (o maior das famílias brasileiras em 10 anos). O resultado dessa matemática sombria é um violento tsunami a devastar os telhados de todas as empresas do país, certo? Errado.

Todos os dados acima estão corretos. Estamos, de fato, atravessando a maior crise dos últimos 20 anos. A questão é que a retração econômica afeta com muito mais impacto as empresas “desavisadas”, que são “surpreendidas” pela crise sem terem uma cultura sólida de planejamento estratégico, com gestão de custos bem definida, fixação de metas de receita e despesa, rigoroso controle de gastos, monitoramento de reserva de contingência, planejamento tributário, cautela em processos de alavancagem financeira, etc. Ou seja, uma cultura orçamentária. Sua empresa tem?

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É óbvio que as tempestades derrubam com mais facilidade as casas mais frágeis. Quem tem autoridade para nos falar sobre esse assunto é o setor automotivo, que faz previsão de queda de vendas entre 13% e 19% para 2015, enquanto alguns atores do segmento quebram recordes de fatura-mento, em pleno auge da crise brasileira. Só no primeiro quadrimestre de 2015, as japonesas Honda, Toyota e Nissan registra-ram crescimento de 12,5%, 12,4% e 3,4%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2014. O segredo dessas montadoras passa por uma palavrinha mágica, que não vale só para grandes empresas! Nas próxi-mas linhas, vamos refletir juntos sobre seu orçamento.

Hoje você saberá do que consiste um plano orçamentário, como montar um orçamento inteligente, o que deve ser levado em con-sideração em seu processo de elaboração, como identificar e corrigir desvios por meio dele. Você também encontrará exemplos práticos de sucesso na gestão de custos e ferramentas digitais que podem simplificar seu controle de receitas e despesas.

Boa leitura!Endeavor Brasil e Ticket

1 | intrODUçÃO

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2 | QUe Diferença Um OrçamentO bem feitO pODe fazer na geStÃO De minha empreSa?

Da mesma maneira que seria um suicídio pilotar um avião sem instrumentos de orientação de rota, comandar uma empresa sem ter em mãos um planejamento orçamentário é garantir o fracasso. E isso independe de crise.

Se você não está familiarizado com o tema, o planejamento orçamentário nada mais é do que um plano financeiro estratégico que engloba a previsão de receitas e despesas de um período, por meio de estimativas e metas de resultados. Direciona seus olhos para o futuro, mas pode usar recorrências no passado para defini-lo (caso do orça-mento de tendências, que veremos mais à frente).

Esse plano de referência deve estar alinhado com os objetivos estratégicos da empresa e não pode ser visto como uma mera função burocrática: não é só controle, é instrumento gerencial de auxílio na tomada de decisões. E é o orçamento estruturado da empresa que dá a palavra final sobre a viabilidade daquele investimento em novas filiais; sobre a necessidade de promover um downsizing; sobre o que deveria ser cortado na empresa.

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Através de meta de vendas, previsão de assinaturas (para quem trabalha com pagamentos recorrentes), limites máximos para despesas de material de consumo, metas de redução de custos variáveis e redução de margem de endividamento (só para citar alguns exemplos), a empresa constrói um Norte para alcance de seus objetivos estratégicos. Os dados inseridos no início de um exercício em uma plataforma orçamentária serão, posteriormente, confrontados com os números efetivamente alcançados, o que é a base para motivação da equipe, redução de custos mesmo em momentos de crise,

aumento de receitas e controle dos rumos da empresa. Lembra-se do exemplo citado acima, das montadoras japonesas?

O tempo de resposta diante dos obstáculos do mercado é a linha tênue que divide as empresas de sucesso das fadadas ao fracasso. Assim, ter diagnósticos rápidos sobre a situação da empresa permite a ela se movimentar algum tempo antes de sua concorrência, o que, em última análise, pode evitar perda de clientes, redução de faturamento e outros palavrões do mundo corporativo.

2 | QUe Diferença Um OrçamentO bem feitO pODe fazer na geStÃO De minha empreSa?

// Apoio na tomada de decisões

// Auxílio na fixação de metas desafiadoras

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// Criação de um banco de dados de informações financeiras, armazenadas por períodoNo médio e longo prazo, o grande benefício de ter uma cultura de gerenciamento orçamentário é criar um imenso banco de dados que revele o comportamento de receitas e despesas ao longo do tempo, o que reduz a imprevisibilidade da circulação financeira da empresa e abre a possibilidade de trabalhar esses dados em ferramentas de Business Intelligence, gerando informações estratégicas essenciais para a tomada de decisões.

// Controle de responsabilidade dos gestores

O orçamento empresarial é formado pelo conjunto de orçamentos de cada área da empresa, o que significa que todos os gestores devem ser envolvidos na fixação, acompanhamento e prestação de contas das metas acordadas juntamente com seus superiores.

2 | QUe Diferença Um OrçamentO bem feitO pODe fazer na geStÃO De minha empreSa?

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// Geração de indicadores de desempenho essenciais ao sucesso do negócio

Sem mapa de navegação não se chega a lugar algum. O Balanced Scorecard, uma das mais importantes ferramentas de gestão estratégicas do mercado e verdadeiro mapa de navegação do empreendedor moderno, desdobra a missão conceitual da organização em metas concretas (em todos os níveis), atuando em 4 perspectivas (financeira, clientes, processos internos de aprendizagem e crescimento). Na perspectiva financeira, os dados orçamentários (previsões de vendas,

limites de custos de produção e tetos máximos de despesas previstas para o exercício, por exemplo) ocupam papel essencial no acompanhamento dos rumos da organização.

// Rápida percepção deeventual descompasso entremetas e realidade

Isso permite a realização de ajustes com eficiência. No caso de uma startup que trabalhe com desenvolvimento de softwares via SaaS (Software como Serviço), uma eventual elevação na taxa de churn certamente irá resultar em redução

2 | QUe Diferença Um OrçamentO bem feitO pODe fazer na geStÃO De minha empreSa?

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no faturamento mensal. O descompasso entre as receitas previstas no início do ano (pela estimativa de pagamentos recorrentes) e as receitas reais, afetadas por um movimento imprevisto de redução na base de clientes, é o tipo de problema que pode ser detectado com antecedência por meio da análise do orçamento empresarial. E no universo competitivo atual, cada minuto pode fazer a diferença entre cair em uma crise e surfar no sucesso. Esse benefício, por si só, já deve ser suficiente para que você não menospreze o poder de um orçamento empresarial na tomada de decisões.

// Ganho de autonomia para cada área

O orçamento deve ser montado com a soma das previsões orçamentárias de cada setor, exatamente da mesma maneira que é desenvolvido o orçamento público. Esse detalhe assegura maior independência entre os setores e, ao mesmo tempo, maior possibilidade de controle sobre a performance financeira de cada núcleo.

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3 | maS afinal,O QUe é Um planejamentO OrçamentáriO?

// Conceitos básicosO planejamento orçamentário é formado pelo controle de receitas, despesas, custos e investimentos. Ok, sabemos que conceitos não são das coisas mais interessantes do mundo, mas antes de “colocar a mão na massa”, é preciso ter uma base conceitual bem definida. Afinal, aprender a elaborar um orçamento e desconhecer seus elementos seria mais ou menos como entender de mecânica, mas não saber guiar um automóvel. Dessa forma, vamos entender bem o que representa cada elemento de um orçamento e garantir eficiência e eficácia máxima em seu controle de custos. E a primeira coisa que deve ficar clara é a diferença entre custo, perda e despesa:

// Diferenças entre custo X despesa X perda CuStOTodos os gastos ligados à fabricação de um produto ou prestação de um serviço são denominados “custos”. Estes são divididos em custos diretos (mão de obra e matéria-prima) e indiretos (energia elétrica usada na produção, aluguel da fábrica e depreciação das máquinas, por exemplo).

Quando uma indústria que fabrica cadeiras compra as madeiras e os pregos, tem um gasto inicial. No momento em que esses materiais saem do almoxarifado para o setor produtivo, os custos com suas aquisições serão somados ao valor-

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hora pago aos empregados, ao custo da energia elétrica, custo de manutenção das máquinas, seus cálculos de depreciação, etc. Tudo isso é custo.

DESpESaTodo consumo de bens ou serviços vinculados à obtenção de receita. Se a máquina usada na fabricação da cadeira for vendida, será dada uma baixa no estoque, o que configuraria uma despesa nesta conta. Ao mesmo tempo, essa baixa gerará uma receita, que será devidamente registrada no ativo (se estivermos falando de um Balanço Patrimonial) ou na conta “receitas” (no caso do nosso orçamento).

pErDaÉ todo gasto involuntário, como um incêndio que eventualmente venha a destruir todo o maquinário de uma indústria. Seria o oposto do ganho, que trata de uma entrada “aleatória”, que independe da atividade operacional da empresa (como os ganhos com a inflação). Podemos até jogar ganhos, receitas de vendas, perdas, custos e despesas em um imenso balaio chamado “receita e despesa”, mas se podemos fazer um orçamento mais detalhado, por que o faremos de forma tão “solta” e “genérica”?O conhecimento da composição orçamentária vai tornar mais fácil visualizar um orçamento! Mas já que falamos de uma subdivisão das despesas, vamos falar um pouco sobre as receitas.

3 | maS afinal,O QUe é Um planejamentO OrçamentáriO?

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// ReceitasNo caso dos ativos, o raciocínio é muito semelhante. Aqui, o importante é ter claro que receita é toda entrada decorrente da venda de mercadorias ou prestação de serviços. Difere do simples “ganho”, porque decorre da atividade da empresa. Assim, previsão de vendas, por exemplo, pode ser anotada em uma coluna diferente do simples “ganho com inflação”. Estamos falando apenas de uma sistemática de organização para que você visualize seu orçamento empresarial com clareza, ao primeiro olhar.

Dessa maneira, embora essas distinções estejam mais ligadas a Demonstrativos de Resultados do Exercício (DREs) e Balanços

Patrimoniais, é altamente recomendável ser mais detalhado na elaboração do seu orçamento. Quanto mais nítida a configuração financeira prevista na empresa, mais rápidas serão as decisões tomadas.

A DU Pont foi provavelmente a primeira empresa a utilizar o orçamento empresarial como instrumento de controle e planejamento, em meados dos anos 20. De lá pra cá, este registro se tornou - juntamente com o Fluxo de Caixa e a DRE (Demonstração de Resultados do Exercício)

3 | maS afinal,O QUe é Um planejamentO OrçamentáriO?

// Regime de competência ou regime de caixa?

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- a Santíssima Trindade do controle financeiro das organizações!

Assim como a DRE, o orçamento atua na perspectiva do regime de competência. Já o fluxo de caixa, como o nome sugere, utiliza o regime de caixa. A diferença fundamental entre os 2 métodos está na data em que as receitas e despesas são reconhecidas. No regime de competência (usado pelo orçamento), as despesas (tomadas de forma geral) são reconhecidas quando ocorre o “fato gerador”, independente da efetiva entrada ou saída real de recursos.

Um exemplo seria a aquisição de um servidor físico para uma empresa que preste serviços em nuvem, ocorrida no mês de março de 2015. Não importa se o pagamento será feito em abril ou maio, se a nota fiscal foi emitida em março, esta será a data utilizada para lançar o débito em seu controle orçamentário. A título de curiosidade, o fluxo de caixa trabalha com a movimentação financeira real, o que significa que os lançamentos nessa planilha serão feitos quando efetivamente provocarem modificações no caixa. Essas diferenças sutis explicam por que se recomenda trabalhar com fluxo de caixa e orçamento ao mesmo tempo.

3 | maS afinal,O QUe é Um planejamentO OrçamentáriO?

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4 | materializanDO cOnceitOS: na prática, cOmO é Um OrçamentO?

Um orçamento empresarial pode até ser montado em uma planilha de Excel, mas, hoje em dia, o mercado oferece inúmeros softwares com modelos de orçamentos empresariais pré-definidos (mas também flexíveis), através dos quais é possível acrescentar ou subtrair elementos de despesas e fontes de receita, controlando com facilidade sua movimentação financeira. Perceba que não é preciso ser nenhum Economista de Harvard para gerir seus negócios com planejamento e eficiência. Bom, mas nada melhor do que alguns exemplos práticos para facilitar o entendimento:

para empresas que pretendem utilizar o Excel (apenas micro e pequenas empresas):

• Conta azul: modelo de orçamento disponível para download gratuito.

• Excel prático: contratação de planos mensais, trimestrais ou anuais para gerenciar seu orçamento empresarial por meio de planilhas em nuvem.

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4 | materializanDO cOnceitOS: na prática, cOmO é Um OrçamentO?

Já para quem possui faturamento complexo o bastante para registrar movimentações através do Excel, existem alguns softwares de excelente qualidade no mercado, que tornam os registros e gerenciamento de dados tarefa extremamente simples. Estes aplicativos também oferecem integração com outras plataformas (dados podem ser exportados para outros sistemas, como soluções em Big Data, BI e Erp empresarial). algumas dicas para quem não sabe por onde começar:

• treasy: plataforma completa de orçamento empresarial em nuvem, contratada por SaaS - Software como Serviço (pago).

• prophix: possui uma carteira de clientes de mais de 2500 empresas, a utilizarem seus poderosos programas de controle orçamentário. Extremamente flexível (pago).

• Sienge: empresa especializada em soluções de Business Intelligence, as quais incluem módulos completos de orçamento empresarial (pago).

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5 | QUatrO cUiDaDOS QUe Devem Ser tOmaDOS aO elabOrar Um OrçamentO

Ok, você já compreendeu qual a diferença que esse acompanhamento financeiro organizado pode fazer em sua empresa. Mas agora é preciso ficar claro que existe uma técnica, existem métodos, existem, sobretudo, cuidados especiais que devem ser tomados ao elaborar e controlar um orçamento, para que ele realmente guie seu negócio ao sucesso, mesmo em momentos de tempestade.

Recomendação válida especialmente às micro e pequenas empresas, em que (em função da centralização) a figura do empreendedor se confunde com

a da própria empresa. Não caia na roubada de misturar suas contas pessoais com as contas empresariais. Tenha contas bancárias separadas. Tenha controles orçamentários distintos. E evite ao máximo mesclar valores do “universo pessoa física” com a pessoa jurídica, ou você pode desorganizar seu negócio de maneira irreversível.

Um orçamento empresarial será bem construído se for fruto de um trabalho conjunto, envolvendo todos os membros da equipe. Afinal, cada estimativa de

// 1. Separe o orçamento empresarial dos seus gastos pessoais

// 2. Trabalhe a cultura orçamentária dentro da empresa

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5 | QUatrO cUiDaDOS QUe Devem Ser tOmaDOS aO elabOrar Um OrçamentO

receita deve ser feita com base em uma série de cálculos (especialmente série histórica, dados de mercado e indicadores macroeconômicos), e você vai precisar da sua equipe na mensuraçãode cenários e para atingir e superar incansavelmente as metas de redução de custos.

Trabalhe essa cultura através de palestras, workshops e ações de endomarketing - por exemplo, envio de SMS ou de e-mail marketing aos colaboradores, com mensagens de motivação que ressaltem a importância de enxugar custos e alcançar as metas individuais e coletivas.

// 3. Inclua decisões sobre orçamento nos processos de governança corporativa

Transparência, prestação de contas e conformidade são valores que devem ser disseminados na empresa, inclusive para adequá-la a eventuais oportunidades de fusões, aportes de fundos de investimento, etc, oportunidades que dependem diretamente da inclusão da cultura orçamentária nos processos de governança corporativa.

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5 | QUatrO cUiDaDOS QUe Devem Ser tOmaDOS aO elabOrar Um OrçamentO

// 4. Tenha o auxílio, se possível, de ferramentas de Análise Preditiva

A Ciência de Dados é hoje a grande arma de vantagem competitiva a todas as empresas. O mercado é abundante em soluções em Big Data para organizações de todos os tamanhos; são sistemas de alta capacidade de processamento e incrível velocidade, capazes de coletar e

agregar montanhas de dados internos e externos ao universo empresarial. Mas não adianta nada analisar uma montanha de dados se você não souber o que fazer cm ela. O resultado de uma boa análise pode ser a indicação de cenários futuros (inclusive orçamentários), identificação de oportunidades de mercado e de falhas em processos produtivos: informações gerenciais super importantes no processo de decisão.

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6 | O QUe levar em cOnSiDeraçÃO nO planejamentO OrçamentáriO?

O documento deve estabelecer metas e objetivos tanto gerais quanto setoriais (representantes de todas as áreas da empresa devem fazer parte do processo de elaboração do orçamento).

// 1. É ideal que o acompanhamento seja feito mês a mês, para fazer ajustes de curso; os ciclos de planejamento e execução, entretanto, variam de negócio para negócio;

// 2. O planejamento orçamentário envolve projeção de cenários, definição de objetivos, avaliação de ameaças e oportunidades, identificação dos pontos fortes e fracos da empresa (pode ser feita em paralelo com o desenvolvimento de uma Matriz SWOT);

// 3. Após ser escolhido o melhor modelo para a empresa, o desafio é preenchê-lo com informações como projeção de vendas, despesas variáveis e fixas, custos de produção e investimentos. O modelo mais comum de planilha orçamentária apresenta, na coluna A, a relação descritiva de receitas (por natureza) e, na sequencia, as despesas (por elemento); na coluna seguinte, os valores estimados e, por fim, na última coluna, os valores reais, que vão sendo preenchidos aos poucos, à medida que se concretizam.

// 4. A partir disso, é possível simular diversas possibilidades de mudança (internas ou externas) em relação ao cenário atual, para entender os impactos que a empresa pode sofrer com elas.

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6 | O QUe levar em cOnSiDeraçÃO nO planejamentO OrçamentáriO?

• plano de Marketing: Como serão as vendas, de quais produtos, a quais valores? Como eles serão divulgados e distribuídos e como será o comissionamento da equipe comercial?

• plano de rH: O que precisa ser feito para capacitar os colaboradores da empresa? Com quantos e quais recursos teremos que contar? Em algum momento teremos que contratar mais gente ou faremos horas extras? Ou ainda, aumentaremos um turno? Quanto custará cada uma dessas alternativas? Como reter os melhores talentos? Quanto custará?

• plano Industrial/Estoque: tenho capa-cidade de produção? Se precisar, consigo aumentá-la? Qual o tamanho ideal do meu estoque? Consigo aumentar o prazo de pagamento aos meus fornecedores? Que impacto isso terá no meu caixa? E na necessidade de capital de giro?

• plano de tI: Como está o parque de tecnologia da empresa? Serão necessárias novas aquisições de computadores, acessórios e servidor? Qual a meta de gastos com impressões? Quais softwares devo adquirir?

Por se tratar da soma de esforços entre departamentos, cada área deve levar em conta suas variáveis específicas na elaboração de sua proposta de orçamento.

alguns questionamentos que cada setor deve fazer:

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7 | cOmO elabOrar Um bOm OrçamentO?

O orçamento de uma empresa é geralmente composto pelos seguintes itens:

// Projeção de faturamentoAqui é o ponto de partida. Tanto faz se sua empresa trabalha com e-commerce, desenvolvimento de softwares, prestação de serviços e venda de produtos de forma física (lojas). O sangue que mantém uma empresa viva é sua receita; sua empresa precisa vender o suficiente para suplantar os custos e, assim, gerar lucros que subsidiarão seu próprio crescimento. Dessa forma, para iniciar um planejamento

orçamentário, o ponto principal é saber estimar corretamente quanto sua empresa pode vender em um período. O que deve ser levado em consideração no processo de previsão:

• análise da série histórica de vendas;

• Quais as variações sazonais das vendas? (organize um gráfico que mostre as oscilações);

• Quais os valores totais dos contratos já assinados? (caso estejamos tratando de pagamentos recorrentes)

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7 | cOmO elabOrar Um bOm OrçamentO?

Existe ainda uma fórmula famosa para estimar volume de vendas de produtos ou serviços, mas que só se aplica se a empresa tiver controle muito claro da base de clientes e de sua relação com a empresa:

V=p*FC*VpC, onde: V= Volume de vendasp= Penetração (quantidade provável de cliente que irão comprar seus produtos em um determinado período)FC= Frequência de compraVpC= Volume adquirido em cada compra

Exemplo: Sua cidade possui 100 habitantes, sendo que a sua indústria de cervejas possui 10% da população em sua base ativa de clientes (10 clientes frequentes). Se esses 10 clientes compram, em média, 12 cervejas, 2 vezes na semana, já temos dados para cálculo do volume de vendas para o mês: V=p*FC*VpC

V=10*2*12 = 240 cervejas vendidas por mês (estimativa)

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7 | cOmO elabOrar Um bOm OrçamentO?

// Orçamento de deduções de vendas O que a empresa vende gera o que chamamos de receita bruta, que deverá, entretanto, subtrair deduções obrigatórias, como impostos (ligados diretamente ao produto) e comissões. Desse resultado, teremos a receita líquida, que é realmente o valor que entra para a empresa. Se retirarmos da receita líquida, os custos, o lucro bruto e as despesas, termos o chamado lucro líquido.

// Análise de previsão de compras A previsão de compras, assim como no caso das estimativas de vendas, sofrerá diversas variações, como:

• Variações no preço unitário das matérias-primas e mercadorias, em função da atualização das tabelas dos fornecedores;

• Variação de volume necessário para efetivar as vendas previstas;

• Variação no volume em função de políticas de estoque adotadas.

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7 | cOmO elabOrar Um bOm OrçamentO?

// Orçamento de custos da produção Já ouviu um ditado comum entre empreendedores, o qual diz que “custos são como unhas, devem ser cortados toda semana”? Pois é, o controle desses custos é preponderante para que uma empresa tenha uma boa margem de lucro e consiga produzir de forma sustentável. Na elaboração de seu orçamento, os custos devem ser divididos entre custos fixos e variáveis. Recordando:

CuStOS FIxOS• Alugueis de imóveis• Alugueis de máquinas• Impostos

CuStOS VarIáVEIS• Matéria-prima• Insumos da produção (energia elétrica,

combustíveis, etc.)• Embalagens

No caso de interesse na mensuração do Custo de Produtos Vendidos (CPV), a seguinte fórmula pode ser utilizada: CpV = Ei (Estoque Inicial) + C (Custo das Compras) – Ef (Estoque Final)

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7 | cOmO elabOrar Um bOm OrçamentO?

// Orçamento de despesasoperacionaisNessa parte de seu orçamento, deverão ser anotados todos os gastos imprescindíveis para manter a empresa na ativa, com exceção dos custos de produção, já listado acima. Aqui entram:

• Gastos de administração (salário dos colaboradores do setor administrativo, gastos com materiais de escritório e pró-labore, por exemplo);

• Despesas com publicidade, propaganda e Venda: todas as ações de comunicação;

• Despesas Financeiras: você estava se perguntando onde entravam as operações de crédito? Aqui está a resposta! Juros e taxas pagas aos bancos devem ser inseridos aqui!

• Despesas tributárias: todas, exceto os impostos ligados diretamente ao produto, que entram no já mencionado “Orçamento de Deduções de Vendas”.

Nem precisa dizer que, tão importante quanto elaborar um orçamento, é acompanhar sua execução nos mínimos detalhes. Se as vendas estão abaixo do esperado, pode ser que as ações de marketing não estejam surtindo efeito.

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7 | cOmO elabOrar Um bOm OrçamentO?

Será que o sistema de precificação está bem delineado? Como estão suas taxas de churn? Lembre-se de que orçamento é uma bússola e quanto mais tempo o gestor demorar para identificar que a embarcação saiu do rumo, mais difícil será retornar ao trajeto planejado. Parafraseando Paulo Sérgio Dortas, executivo com mais de 30 anos de experiência em gestão e consultoria: “uma boa prática é a realização de reuniões mensais, nunca muito distante do encerramento do mês, onde é discutido o desempenho das áreas e onde sugestões para o retorno ao orçado são discutidas, descontinuidade de um produto, melhoria na gestão de despesas, dentre outras”.

Por fim, integre o orçamento ao planejamento estratégico de sua empresa. Realize benchmarking com o sistema orçamentário de outras organizações, revisando constantemente cada elemento de despesa e fontes de receita, fazendo de cada item do seu plano financeiro, um poderoso indicador para mensuração de performance. Todo esse trabalho deve ser construindo de forma sistêmica, guiando (por meio de reuniões conjuntas, palestras, workshops e ações de endomarketing) seu time a um estado de consciência plena sobre os resultados do orçamento.

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8 | tipOS De OrçamentO

// Orçamento Tradicional (Estático ou “Budget”) O modelo mais comum usado nas empresas. Centraliza os resultados de um único plano, ou seja, na prática, costuma ser criado a partir da previsão de volume de vendas; é a partir dessa estimativa “imutável” que outros “fragmentos” do orçamento empresarial serão montados (o orçamento de produção costuma ser construído com base na previsão de vendas, por exemplo). Uma vez elaborado, este tipo de orçamento permanece sem alterações. Desconsidera as influências externas.

Dessa maneira, se esse orçamento for elaborado na área de Marketing, por

exemplo, caso ocorra alguma alteração inesperada de custos (aumento nos valores das campanhas de Outbound Marketing, por exemplo), não será possível fazer qualquer atualização.

A vantagem é que é fácil de elaborar; o ponto fraco é justamente o fato de ser engessado.

Uma evolução em relação ao nosso modelo anterior. Foi desenvolvido na Alemanha, em meados da década de 70, e tem como característica fundamental a consideração antecipada de variações no volume de vendas projetado no início do período.

// Orçamento Flexível

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Engloba também 2 princípios básicos: controle e cálculo de custo por produto e sua segmentação entre custos fixos e variáveis.

O orçamento flexível ajuda a compreender melhor porque algo não saiu como o planejado. Mostra, por exemplo, qual deveria ter sido o custo de desenvolvimento de um software em relação ao valor real.

Consiste em utilizar dados do passado para prever situações futuras. A análise de série histórica é fundamental nesse tipo de prognóstico. Foi contraposto radicalmente pelo orçamento Base Zero.

// Orçamento Rolling ou Contínuo Ideal para empresas que trabalham com produtos de ciclo de vida limitado ou de cenários que exigem mudanças rápidas, como a área de tecnologia. Este orçamento é baseado em um prazo ajustável, geralmente é elaborado a cada 12 meses. A grande diferença deste para os demais modelos é justamente sua análise de forma integral, sem as divisões periódicas dos orçamentos comuns. Busca minimizar os efeitos das mudanças no ambiente no qual a empresa está inserida.

// Orçamento de Tendências

8 | tipOS De OrçamentO

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// Orçamento Beyond Budgeting Eliminação do orçamento anual nas organizações. Criado em 1997 por um grupo de pesquisadores europeus, foi adotado com sucesso por empresas como Toyota e Rhodia. Aposta na flexibilidade e descentralização dos gestores, já que os recursos são alocados de acordo com a demanda, e não por de fixações anuais (mobilidade extrema na manipulação de receita e despesa). A substituição de metas anuais por metas móveis e flexíveis busca criar um ambiente de trabalho de autogerenciamento e uma cultura de responsabilidade dentro de cada departamento. A ideia era que as empresas que queriam ter controle total sobre seus

recursos não deveriam melhorar seu processo de orçamento, mas, simplesmente, deixá-lo de lado. Muitas empresas (sobretudo na Suécia, berço desse conceito) trabalharam por décadas com êxito, sem uso de qualquer organização orçamentária “ortodoxa”.

Derivado do orçamento flexível. É uma espécie de segundo orçamento, modificado a partir do orçamento inicial. Ao longo de um exercício, podem ser elaborados diversos orçamentos ajustados, que serão sobrepostos aos estimados anteriormente.

8 | tipOS De OrçamentO

// Orçamento Ajustado (Forecast)

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// Orçamento Base Zero (OBZ) Todos os orçamentos citados até agora tinham como base o passado para a delimi-tação do que está por vir. O orçamento Base Zero, entretanto, rompe com esse paradig-ma, desconsiderando fatos anteriores para tomar como ponto de partida a realização conjunta na empresa de um levantamento minucioso de todas as atividades de cada departamento e possíveis ações, justifican-do em cada uma delas sua necessidade.

Aqui, a investigação do custo-benefício de cada gasto é fundamental, o que faz com que esse modelo de orçamento exija maior integração entre planejamento estratégico e sistema orçamentário.

Também chamado de orçamento baseado em riscos, este modelo foi criado entre as décadas de 60 e 70, e parte da estaca zero na análise sensata da evolução de todos os processos, projetos e atividades, o que explica porque esse tipo de orçamento é mais demorado do que os demais em sua construção. Entre os questionamentos feitos nesse processo de elaboração, os mais comuns são Por que gastar? Isso é mesmo necessário? Há alguma alternativa viável? Quanto gastar? Como gastar? (quer saber sobre o assunto? Então clique aqui e descubra 7 etapas para cortar custos por meio desse tipo de orçamento!)

Para os que precisam de uma ajudinha práti-ca para elaborar esse plano, neste link você encontrará uma ferramenta gratuita, uma es-pécie de tutorial valiosíssimo sobre o tema!.

8 | tipOS De OrçamentO

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9 | cOnclUSÃO

O orçamento é a expressão quantitativa dos planos de administração da empresa e,embora sirva para estimar receita e despesa, sua função efetiva vai muito além de um simples documento de previsão. Isso porque o orçamento empresarial é a apenas o meio, e não o fim, o que significa que seu objetivo deve ir além das estimativas. O orçamento deve ser um trampolim para que a empresa materialize sua visão institucional, compatibilizando e priorizando suas diversas políticas, para que elas não se sobreponham às limitações financeiras da organização.

Ele reflete, portanto, a ideologia da empresa, traduzida por meio de indicadores como custo de reposição de estoques, metas de vendas, tetos máximos aceitos para custear matérias-primas, níveis de endividamento, volume ideal de reserva financeira, etc. É a partir desses referenciais que a organização poderá avaliar seu nível de eficiência

produtiva em relação à concorrência, seu poder de penetração no mercado, a capacidade comercial de seu time de vendedores, entre outros muitos direcionamentos que permitirão à organização navegar de forma segura, mesmo em mares turbulentos. Empresas de sucesso que conseguem crescer durante períodos de retração têm em comum a rigidez extrema no controle orçamentário. Orçamento cria compromissos, exige disciplina, motiva colaboradores e delimita poderes, comportamentos essenciais a empresas que vislumbrem um futuro promissor.

Inspire-se com a força do conhecimento e mude o mundo pela mudança em seus pensamentos! E se você está em busca de revolucionar a história de sua empresa, comece por uma boa estratégia e uma boa organização orçamentária!

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COM ATUAçãO EM 20 PAíSES, A ENDEAVOR É UMA DAS PRINCIPAIS ORgANIZAçõES DE FOMENTO AO EMPREENDEDORISMO NO MUNDO.

Presente no Brasil há 14 anos, a organização apoia empreendedores de alto impacto promovendo a troca de experiência entre eles e uma rede de mentores formada pelas principais lideranças empresariais do país. A Endeavor acredita na força do exemplo desses empreendedores para inspirar milhões de brasileiros, por isso compartilha suas histórias e aprendizados práticos de especialistas em seu portal, considerado referência em conteúdo de empreendedorismo. Além disso, publica estudos e atua na mobilização

de organizações públicas e privadas para influenciar mudanças positivas no ambiente empreendedor. Com oito escritórios no Brasil - São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio grande do Sul, Santa Catarina, Minas gerais, Pernambuco e Ceará - já capacitou mais de dois milhões de brasileiros com programas educacionais presenciais e à distância. Além disso, os seus 116 empreendedores apoiados movimentam mais de dois bilhões de reais anualmente e empregam mais de 20.000 pessoas. Dessa forma, trabalha para transformar o Brasil em uma das grandes referências em empreendedorismo no mundo, com empreendedores de impacto cada vez maior na sociedade.Saiba mais

SObre a enDeavOr

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