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EBITDA X Resultado Líquido: Comparação e análise do Desempenho Operacional por meio da Correlação Linear

Área IV – Contabilidade para Usuários Externos

RESUMO

O processo de Análise Financeira de empresas por meio das Demonstrações Contábeis busca a interpretação dos dados contidos nestes documentos, objetivando compreender a situação econômica, patrimonial e financeira da entidade. Os indicadores de desempenho, índices econômico-financeiros e as novas técnicas contábeis contribuem para isso. Nesse contexto, o EBITDA tem se destacado por expressar o quanto um negócio pode ser lucrativo, ao desconsiderar de seu cômputo os juros, impostos, depreciação e amortização. essa pesquisa se enquadra como resumo de assunto exploratório e bibliográfico, além de possuir características de estudo de caso. Os métodos de pesquisa utilizados foram o método de abordagem dedutivo-indutivo, por meio do qual a teoria em questão foi aplicada a um caso específico e os métodos de procedimentos comparativo e estatístico, pelos quais os valores do EBITDA encontrados para a Corporação X foram comparados aos respectivos Resultados Líquidos das Demonstrações de Resultados dos Exercícios analisados. O objeto de estudo da correlação linear simples é a verificação da existência e do nível de relação entre variáveis. Por meio dela podemos medir e avaliar a relação entre duas variáveis quaisquer. O instrumento de medida da correlação linear é dado pelo coeficiente de correlação de Pearson, Nos resultados obtidos da Corporação X, nota-se que ocorreu justamente o contrário. O que denota ser o potencial de desempenho operacional da empresa objeto de estudo insatisfatório. A correlação positiva encontrada entre as variações do Resultado Líquido e do EBITDA da Corporação X – a qual demonstrou que à medida que o potencial de desempenho operacional foi reduzido, o lucro líquido também diminuiu – ratifica essa conclusão. Aponta para uma coerência entre as duas variáveis, as reduções do EBITDA expressaram, justamente, o desempenho obtido pela Corporação X, o que o Resultado Líquido também o fez, no período em que se realizou a análise. Logo, os valores do EBITDA encontrados para a Empresa X, no período analisado, se correlacionam com o seu Resultado Líquido e são considerados inadequados, por serem regressivos. A medida é útil se o objetivo for medir o potencial de desempenho operacional de um empreendimento, mas o conhecimento de suas limitações é necessário para que não se faça juízo equivocado a respeito de seus valores.

Introdução

A Análise Financeira de empresas perpassa pelo estudo criterioso das Demonstrações

Contábeis para alcance dos objetivos que se tenha em mente ou obtenção de informações que

possam subsidiar a tomada de decisões. Existe uma variedade de índices e indicadores úteis

para análise, dentre eles os de análise de desempenho econômico-financeiro como o EBITDA

(sigla do inglês, traduzida significa lucro antes dos juros, impostos, depreciação e

amortização) – indicador bastante utilizado pelas empresas de capital aberto para demonstrar

o quanto seu negócio pode ser produtivo e rentável, sem, no entanto, considerar os

desembolsos advindos dos juros de financiamentos e os impostos pagos. Devido a sua forma

peculiar de cálculo o indicador expressa a capacidade (potencial) produtiva do

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empreendimento e não o desempenho real alcançado pela organização. No entanto, alguns

consideram, erroneamente, o EBITDA como indicador do desempenho real do negócio.

Assim, diante da crescente utilização dessa ferramenta pelas companhias de capital

aberto e demais empresas e dos questionamentos levantados referentes à relevância e

limitações do indicador, este estudo pretende conceituar Análise Financeira das

Demonstrações Contábeis, apresentar a medida de desempenho operacional Earning Before

Interests, Taxes, Depreciation and Amortization – EBITDA ou Lucro Antes dos Juros,

Impostos, Depreciação e Amortização e a aplicar a ferramenta de desempenho operacional -

EBITDA às demonstrações contábeis da empresa, empregando-se a correlação linear para

investigar a coerência entre o EBITDA e o Resultado Líquido da Empresa.

1. Análise Financeira das Demonstrações Contábeis

Demonstrações contábeis são documentos que representam a situação financeira de

uma organização em determinado período. São compilações que fornecem dados estáticos e

numéricos sobre a empresa. O objetivo do processo de análise desses demonstrativos é

interpretar os dados neles contidos visando compreender a situação econômico-financeira da

entidade.

Silva (2008, p.6), conceitua o processo de análise financeira como um “exame

minucioso dos dados financeiros disponíveis sobre a empresa, bem como das condições

endógenas e exógenas que afetam financeiramente a empresa”. Assaf Neto (2007, p.55), de

forma mais abrangente, considera que “a análise de balanços visa relatar com base nas

informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição-financeira atual, as causas que

determinam a evolução apresentada e as tendências futuras”.

Nessa perspectiva, a Análise das Demonstrações Contábeis envolve a coleta de dados

dos próprios demonstrativos, visando transformar essas informações em indicadores e índices,

os quais devem facilitar a determinação e explicação da situação da empresa quanto ao seu

estado financeiro (solvência) – capacidade de saldar as dívidas; patrimonial – relacionado ao

patrimônio da empresa e; econômico - capacidade de geração de lucro. De acordo com Silva

(2008), o processo de análise perpassa basicamente pelas seguintes etapas: coleta,

conferência, preparação dos dados, processamento, análise e conclusão a respeito da análise.

1.2 Desenvolvimento da Análise das Demonstrações Contábeis

O surgimento da Análise das Demonstrações Contábeis de maneira mais consistente é

recente. Por volta do final do século XIX, banqueiros americanos começam a solicitar

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demonstrações - inicialmente o Balanço, às empresas que almejavam contrair empréstimos

(MARION, 2009). Isso tornou comum a utilização da expressão “Análise de Balanços”, por

ser esta a única demonstração exigida de início. Depois, passou-se a exigir outras

demonstrações para a concessão de crédito, como a Demonstração de Resultado do Exercício.

Nesse sentido, com o surgimento dos Bancos Governamentais, a Análise das DC amplia-se

ainda mais, devido ao interesse daqueles na situação econômico-financeira das empresas

requerentes de empréstimos e financiamentos.

Com a abertura de capital pelas empresas, a análise das Demonstrações Contábeis

ganha ainda mais importância e utilidade ao passo que os prováveis investidores como

acionistas fazem uso dela para escolha de empresas bem-sucedidas para seu investimento

(MARION, 2009). Atualmente, a Análise das Demonstrações Contábeis de uma organização

possui diversos usuários e é efetuada, geralmente, por analistas contábeis. A Lei das

Sociedades por Ações determina que as Demonstrações Contábeis sejam apuradas a cada

exercício social findo (em geral, 12 meses) com base nos eventos registrados pela

contabilidade (ASSAF NETO, 2007). Tais relatórios representam, então, a estrutura tanto

financeira quanto patrimonial da empresa em determinado período.

Para Assaf Neto (2007), o desenvolvimento do pensamento básico da análise de

relatórios financeiros ocorreu por meio de técnicas advindas de diferentes áreas do saber

como: contabilidade, matemática e estatística. Essas técnicas sofrem periódico e natural

aprimoramento ao longo do tempo. Nessa perspectiva, novos conceitos, métodos de

averiguação e técnicas financeiras mais analíticas surgem para abarcar uma análise

econômico-financeira mais avançada das empresas. Atualmente, uma técnica bastante

utilizada são os Indicadores Econômico-Financeiros: os quais relacionam “elementos afins

das demonstrações contábeis de forma a melhor se extrair conclusões sobre a situação da

empresa” (ASSAF NETO, 2007, p.62). Dentre estes indicadores, encontram-se os indicadores

de desempenho econômico-financeiro como o Earning Before Interests, Taxes, Depreciation

and Amortization – EBITDA, o qual permite que se conheça o potencial de produtividade de

um empreendimento.

2. EBITDA

Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization – EBITDA ou Lucro

Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização – LAJIDA, no nosso idioma a sigla é

menos conhecida. A medida é muito utilizada por empresas de capital aberto e por analistas

financeiros para expressar o potencial de produtividade e eficiência de um negócio. É

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divulgado, em geral, no Relatório da Administração juntamente com as análises de

performance econômica e financeira das companhias de capital aberto.

Devido à globalização econômica, as empresas reconhecem a necessidade de

atendimento às exigências mercadológicas. Desse modo, por meio da reformulação de

indicadores financeiros tradicionais, as empresas fazem uso de medidas gerenciais mais

esclarecedoras de suas estratégias e capacidade competitiva. Dentre essas medidas

financeiras, encontra-se o EBITDA. Assaf Neto (2007), ao refletir sobre o conceito do

indicador, procura esclarecer que, lucro antes dos juros é o mesmo que o lucro operacional

(resultado financeiro gerado pelo negócio, independente da forma de financiamento). É o

lucro formado exclusivamente pelas decisões dos ativos, excluindo-se o capital emprestado de

terceiros.

O fortalecimento de utilização do indicador ocorreu a partir da década de 90. No

Brasil, segundo Santana e Lima (2004), o uso do indicador iniciou em 1994, época da

implantação do Plano Real, que reduziu os elevados níveis inflacionários da época e

viabilizou, com êxito, a estabilização econômica. Assim, três anos após a aplicação do Plano,

a situação política e econômica do Brasil havia mudado significamente e, as empresas foram

forçadas, pelas paralisações da atividade econômica e conseqüente avanço dos custos de

produção ocasionados pela redução inflacionária, a aumentar o preço de venda dos produtos.

A aceleração da inflação elevou a taxa de juros em mais de 45% a.a., o que reduziu ainda

mais o nível da atividade produtiva. Como conseqüência,[...] as empresas, principalmente as com dívidas em dólar, no fim do ano, minimizaram o lucro líquido como indicador operacional, deram ênfase a outro que melhor expressasse o desempenho da sua atividade, refletindo a real geração de caixa operacional. Surgiu, então, no nosso meio o EBITDA (ICÓ; BRAGA, 2001 apud SANTANA; LIMA, 2004).

A partir desse período, o uso do EBITDA se consagrou, tornando-se corriqueira a sua

publicação pelas empresas de capital aberto. E como, a maioria das companhias abertas faz

uso deste indicador, até mesmo empresas de capital fechado têm buscado aderir à prática, de

forma a compreender a sua potencialidade operacional, elaborar projeções e comparações

com empresas concorrentes.

O indicador demonstra a potencialidade dos ativos operacionais da empresa na

geração de caixa e não efetivamente o que foi gerado. É proveitoso para projeções,

comparações e previsões futuras, pois elimina distorções geradas pela não uniformidade dos

critérios contábeis aceitos de um país para outro, uma vez que analisa os valores monetários

em regime, estritamente, de caixa.

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2.1 Relevância e Limitações da utilização do EBITDA para análise do Desempenho

Operacional

As informações obtidas pela análise do EBITDA ganham relevância, pois servem de

apoio na tomada das seguintes decisões a respeito de um negócio, dentre outras

(VASCONCELOS, 2001): Mudanças na política financeira da empresa; Visualização do grau

de cobertura das empresas financeiras; Monitoramento de estratégias financeiras

empreendidas; Pode ser utilizado como Benchmark financeiro; Serve de base para avaliação

de empresas - pois evidencia a viabilidade econômica dos negócios; Pode ser usada como

base para pagamento de bônus a empregados; Medida globalizada por permitir a

comparabilidade de dados entre empresas localizadas em diferentes países.

Quando o foco é analisar o desempenho operacional da entidade, o EBITDA o faz

muito bem. Silva, A. (2007, p.59) o considera como “um dos melhores indicadores de geração

de caixa operacional”. De acordo com Coelho (2005, p. 43) “o mercado valoriza a variação

percentual de crescimento ou queda do EBITDA em relação ao período anterior do que o

valor do EBITDA isoladamente”. Isso ocorre porque um crescimento dos valores anuais deste

indicador de uma empresa denota que o potencial de produtividade do negócio está

aumentando a cada ano, ela conseguiu ser mais eficiente e produtiva, o que pode significar

aumento dos seus retornos financeiros.

O EBITDA pode ser considerado um indicador importante, mas por possuir algumas

limitações, deve ser utilizado em conjunto com outros índices de mensuração financeira

quando se desejar obter uma compreensão mais apropriada e global da situação financeira da

empresa, fazer comparações ou projeções. Dentre as limitações abordadas por Vasconcelos

(2002), Icó e Braga (2001), Assaf Neto (2002), Santana e Lima (2004, p. 6) e Neves Júnior e

Batista (2005, p. 29), destacam-se: 1) O EBITDA pela sua própria composição e natureza, é sensível a avaliação

de estoques, especialmente, quando sua análise objetiva determinar o valor de mercado de empresas;

2) O valor informativo do EBITDA é mais significativo quando usado de forma associada com outras técnicas de análise ou outros indicadores;

3) Não é aplicado em Instituições Financeiras, dado que as despesas financeiras nestas Instituições fazem parte das operações principais, logo, não devem ser excluídas;

4) Seria mais explicativo se proporcionasse uma leitura do efeito dos gastos diferidos em seus valores totais;

5) O EBITDA não interessa tanto a um investidor minoritário de longo prazo, que está preocupado com a política de dividendos da empresa;

6) Por desconsiderar despesas financeiras, o EBITDA pode tornar-se um indicador que não demonstra a real situação de uma empresa que possui um alto grau de endividamento, pois, este pode omitir grandes prejuízos líquidos.

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Não obstante, mesmo com suas limitações, o EBITDA é bastante útil se o objetivo for

medir o desempenho operacional do negócio – a capacidade de geração de caixa. Apesar de,

como qualquer indicador quando usado exclusivamente, ser capaz de dar apenas uma visão

particular e específica de um ponto do negócio.

Devido a não obrigatoriedade da publicação do EBITDA, as empresas utilizam uma

forma de cálculo muito peculiar, o que dificulta a compreensão e as comparações realizadas

utilizando-se da medida. Por isso, a CVM orienta as organizações para a uniformidade no

cálculo do EBITDA.

2.2 Forma de Cálculo do EBITDA

As organizações de capital aberto têm divulgado o EBITDA juntamente com as

análises do seu desempenho econômico-financeiro, no Relatório da Administração. A

Comissão de Valores Mobiliários edita Ofícios Circulares no sentido de orientar a elaboração

das informações contábeis destas companhias, sendo destacadas, nestes ofícios, questões

referentes à publicação do EBITDA. De acordo com o Ofício Circular n° 01/2005 da CVM, o

EBITDA é uma medida econômica não baseada em normas contábeis, de modo que sua

divulgação não segue um modelo específico, por não estar prevista na estrutura dos relatórios

habituais dos demonstrativos contábeis norteados pelos princípios de contabilidade.

Assim, cada companhia tem elaborado o indicador de maneira particular, incluindo ou

excluindo contas que não são extraídas diretamente da DRE. O que dificulta ou limita as

comparações efetuadas entre os valores divulgados pelas empresas e a compreensão dos

valores apresentados (SILVA, A., 2007).

A CVM tem recomendado às companhias, que publiquem junto com o valor do

EBITDA, uma reconciliação elaborada de acordo com as normas da contabilidade, que

possibilite a compreensão do cálculo realizado pela companhia e facilite a comparação do

valor da medida econômica com o valor de outras companhias. Abaixo, apresenta-se o

modelo de conciliação sugerido pela CVM:

LUCRO OPERACIONAL

(+) Despesas Financeiras

(+) Depreciação

(+/-) Amortização de Ágio ou Deságio

(+) Outras Amortizações

(=) LAJIDA (EBITDA)

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A partir da forma de cálculo sugerida pela CVM, verifica-se que a eliminação das

despesas financeiras, depreciação e amortização se dão, pois tais contas foram diluídas nas

despesas operacionais e no custo dos produtos vendidos. No que se refere ao quesito impostos

(Imposto de Renda e Contribuição Social), este é desconsiderado porque, no nosso País, tais

impostos incidem sobre o Lucro Líquido e não sobre o Lucro Operacional.

Na literatura especializada, encontram-se variadas formas para apuração do indicador

que se aproximam entre si, Borinelli e Pimentel (2010, p.168) utilizam-se da seguinte forma

simplificada para cálculo do EBITDA:

RESULTADO LÍQUIDO

(+/-) Juros (Resultado Financeiro)

(+) Impostos (IRPJ/CSLL)

(+) Depreciação

(+) Amortização

(=) EBITDA (Lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização)

Os autores esclarecem que tais valores são somados ao resultado líquido, pois é como

se estivessem sendo revertidos a ele. Na Demonstração de Resultado do Exercício os valores

dos juros, impostos, depreciação e amortização (gastos não operacionais) diminuem o lucro e,

na apuração do EBITDA estes valores são revertidos ao lucro e, portanto, aumentam o

indicador.

O EBITDA procura preencher uma lacuna que o Lucro Líquido não é capaz, por

esclarecer a geração (ou o potencial de geração) estritamente de caixa da organização, por

preocupar-se somente com as contas relacionadas diretamente a atividade principal da

empresa.

2.3 EBITDA e Lucro Líquido

Há algum tempo, os múltiplos de fluxo de caixa tem sido bastante utilizados em

substituição aos múltiplos de lucros na avaliação das empresas, como referência da

capacidade de geração de caixa, desde que as vendas e os custos não tenham modificações

consideráveis (OLIVEIRA, 2005).

O EBITDA expressa estritamente a geração de caixa produzida pelos ativos

operacionais da empresa, excluindo todas as receitas e despesas que não fazem parte do

objetivo principal da empresa. Assim, conforme Oliveira (2005), surge a discussão se

medidas alavancadoras do lucro operacional, como o EBITDA, são suficientes para medir a

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eficiência de um negócio. Por isso, especialistas têm analisado a capacidade do índice em

antecipar se uma empresa vai ser melhor que as concorrentes ou se poderá se dissolver, por

existir muitas possibilidades de interpretação entre o resultado operacional e o lucro líquido.

O lucro ou prejuízo líquido expressa, de forma segura, a situação econômico-

financeira real da empresa, pois inclui as despesas financeiras advindas dos juros de

financiamentos e empréstimos e impostos. Marion (2009, p.97) o considera como “elemento-

chave para apurar o nível (real – alusão da autora) de rentabilidade da empresa, fazendo-se as

devidas comparações com as vendas líquidas, patrimônio líquido e ativo total”.

Em outra perspectiva, Marion (2009), considera interessante e recomenda a análise do

Lucro Operacional retirando os efeitos do resultado financeiro para mensuração da

lucratividade operacional, pois uma empresa pode possuir expressiva lucratividade

operacional e ainda assim apresentar lucro líquido fraco ou até mesmo prejuízo líquido ao

findar o exercício. O papel do EBITDA é demonstrar a potencialidade operacional ou

produtiva da organização excluindo-se de seu lucro operacional as despesas não diretamente

operacionais. “Não se avalia uma empresa pelo que ela produz de lucros, mas sim de caixa.

Afinal, no lucro estão incluídos os valores de depreciação, amortização e exaustão que

representam recuperação de investimento já feito, mas pela empresa” (Boletim IOB/98 apud

Coelho, 2005, p. 43).

Devido às diferenças entre o EBITDA e o Lucro Líquido, este trabalho procura

evidenciar a correlação entre o desempenho operacional auferido pelo EBITDA e o lucro ou

prejuízo líquido, por meio da análise do desempenho operacional de uma companhia de

capital aberto do setor de alimentos, com filial no Oeste Baiano.

3. Desenvolvimento da Pesquisa

A maioria das companhias de capital aberto publica o EBITDA no seu Relatório da

Administração. O indicador expressa melhor a produtividade da organização do que o lucro

líquido, pois exclui gastos não operacionais. Contudo, uma grande corporação brasileira do

ramo de alimentos, a qual possui filial no Oeste Baiano, não publica e nem publicava esse

indicador, mesmo quando era vinculada a Comissão de Valores Mobiliários. Por isso, esta

pesquisa buscou calculá-lo para compreender o desempenho operacional da Corporação por

meio da medida e compará-lo ao lucro ou prejuízo líquido encontrado na Demonstração de

Resultado do Exercício correspondente e, assim, a partir dos resultados obtidos, tentar

entender o porquê da falta de interesse pela publicação do indicador por parte dessa

corporação.

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3.1. Cálculo do EBITDA da Corporação X

Para a apuração dos valores do EBITDA foram utilizados dados das Demonstrações

dos Exercícios findos 31 de Dezembro de 2004, 2005, 2006 e 2007 (em milhares de reais) da

Corporação X. A forma de cálculo utilizada é a apresentada por Borinelli e Pimentel (2010),

são calculadas também a Margem operacional do EBITDA, o grau de cobertura operacional,

além de ser aferida a reconciliação sugerida pela CVM.

O objeto de estudo da correlação linear simples é a verificação da existência e do nível

de relação entre variáveis. Por meio dela podemos medir e avaliar a relação entre duas

variáveis quaisquer. O instrumento de medida da correlação linear é dado pelo coeficiente de

correlação de Pearson (TOLEDO; OVALLE, 1995, p. 412):

Neste caso, n= refere-se ao número de observações do evento. O campo de variação do

coeficiente é: -1 ≤ ≥ 1. De acordo com o valor encontrado do coeficiente r determina-se

o tipo de correlação existente:

a) Correlação Linear Positiva – quando o coeficiente r situar-se entre 0 e 1, o que

significa que os valores crescentes de X se associam ao valores crescentes de Y;

b) Correlação Linear Perfeita Positiva – quando o coeficiente r corresponder a 1,

expressa um perfeito alinhamento entre X e Y;

c) Correlação Negativa – o coeficiente r situar-se entre 0 e -1, denota que os valores

crescentes de X estão associados a valores decrescentes de Y ou o contrário;

d) Correlação Nula – o coeficiente r corresponder a 0, as variações de X e Y ocorrem

independentemente uma da outra.

No cálculo do coeficiente de correlação linear entre as variáveis X (EBITDA) e Y

(Resultado Líquido) são utilizados os dados, simplificados, da tabela abaixo:

Cálculo do EBITDA, utilizando a forma de cálculo sugerida por Borinelli e

Pimentel, 2010

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Tabela 1 Cálculo do EBITDA, segundo Borinelli e PimentelRESULTADO LÍQUIDO 352.076 141.917 -84.164 -34.285(+/-) Juros (Result. Financeiro) 207.714 -13.893 217.923 7.180(+) Impostos (IRPJ/ CSLL) 116.608 -9.201 -60.470 -47.677(+) Depreciação e amortização 213.156 224.357 257.112 271.133(+) Depreciação apropriada ao custo -110.246 -119.100 -121.234 -123.542(+/-) Amortização de ágio ou deságio 125(=) EBITDA 779.433 224.080 209.167 72.809FONTE: Elaborada pela autora.

A forma de cálculo apresentada pelos autores adiciona a depreciação e a amortização

separadamente, porém devido a essas contas terem sido apresentadas na DRE da Corporação

X como um único valor, optou-se por assim fazer ao calcular o indicador. Na DRE também

são apresentadas variantes da depreciação (depreciação apropriada ao custo) e da amortização

(amortização de ágio ou deságio) incorporadas ao cálculo, na tentativa de apurá-lo de forma

fidedigna, excluindo-se todas as contas não-operacionais que afetaram o resultado líquido.

Margem Operacional do EBITDA – demonstra o quanto o indicador representa, em

termos percentuais, a receita operacional líquida de vendas.

Tabela 2 Margem Operacional do EBITDAANO 2.004 2.005 2.006 2.007EBITDA 779.433 224.080 209.167 72.809(÷)Vendas 14.159.189 11.621.474 11.927.659 15.576.707(=) Margem operacional do EBITDA 5,50 1,93 1,75 0,47FONTE: Elaborada pela autora.

Grau de Cobertura Operacional – medir em quanto o valor do EBITDA é capaz de

cobrir as despesas financeiras.

Tabela 3 Grau de Cobertura OperacionalANO 2.004 2.005 2.006 2.007EBITDA 779.433 224.080 209.167 72.809(÷) Despesas Financeiras 245.649 352.820 479.151 317.730Grau de cobertura operacional 3,17 0,64 0,44 0,23Fonte: Elaborada pela autora

Conciliação do EBITDA sugerida pela CVM:

Tabela4 Cálculo da Conciliação do EBITDA sugerida pela CVMANO 2004 2005 2006 2007LUCRO OPERACIONAL 328.011 113.250 -151.841 -117.233 (+) Despesas Financeiras 245.649 352.820 479.151 317.730(+) Depreciação e amortização 213.156 224.357 271.133 257.112(+/-) Amortização de ágio ou deságio 125(+) Outras amortizações(=) EBITDA (LAJIDA) 786.941 690.427 598.443 457.609FONTE: Elaborada pela autora

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A CVM recomenda às companhias que apresentem junto com o valor do EBITDA

essa “reconciliação baseada nas normas contábeis mais diretamente comparáveis com o Lucro

Operacional” (SILVA, A., 2007, p. 60-61). O que poderá possibilitar ao leitor a compreensão

do cálculo efetuado e facilitar a comparação com outras companhias.

No entanto, por entender ser mais precisa e abrangente a exclusão do resultado

financeiro (receitas financeiras - despesas financeiras) – e ser este o cálculo sugerido pela

maior parte da literatura especializada no assunto, em vez de somente despesas financeiras,

pois não somente esta, mas também as receitas financeiras interferem no resultado líquido,

são considerados para a correlação com o lucro ou prejuízo líquido os valores do EBITDA

obtidos pela forma de cálculo apresentada por Borinelli e Pimentel.

3.2 Correlação EBITDA X Resultado Líquido da Corporação “X”

O objeto de estudo da correlação linear simples é a verificação da existência e do nível

de relação entre variáveis. Por meio dela podemos medir e avaliar a relação entre duas

variáveis quaisquer. O instrumento de medida da correlação linear é dado pelo coeficiente de

correlação de Pearson (TOLEDO; OVALLE, 1995, p. 412):

Neste caso, n= refere-se ao número de observações do evento. O campo de variação do

coeficiente é: -1 ≤ ≥ 1. De acordo com o valor encontrado do coeficiente r determina-se

o tipo de correlação existente: Correlação Linear Positiva: 0 ≤ r ≥ 1, os valores crescentes de

X se associam ao valores crescentes de Y; Correlação Linear Perfeita Positiva: r =1, expressa

um perfeito alinhamento entre X e Y;Correlação Negativa : 0 ≤ r ≥ -1, os valores crescentes

de X estão associados a valores decrescentes de Y ou o contrário; Correlação Nula: r = 0, as

variações de X e Y ocorrem independentemente uma da outra.

No cálculo do coeficiente de correlação linear entre as variáveis X (EBITDA) e Y

(Resultado Líquido) são utilizados os dados, simplificados, da tabela abaixo:

EBITDA e Resultado Líquido da Corporação X

Tabela 5 EBITDA e Resultado Líquido da Corporação XANO 2004 2005 2006 2007X (EBITDA) 779.433 224.080 209.167 72.809Y (LUCRO LÍQUIDO) 352.076 141.917 -84.164 -34.285FONTE: Elaborada pela autora

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Cálculo do Coeficiente de Correlação Linear

Tabela 6 Cálculo do Coeficiente de Correlação LinearANO Y X X² Y² XY

2004 352,08 779,43 607.515,80 123.957,51 274.419,652005 141,92 224,08 50.211,85 20.140,43 31.800,762006 -84,16 209,17 43.750,83 7.083,58 -17.604,332007 -34,29 72,81 5.301,15 1.175,46 -2.496,26Ʃ 375,54 1.285,49 706.779,63 152.356,98 286.119,83FONTE: Elaborada pela autora com base na forma de cálculo apresentada por Toledo e Ovalle (1995)

Solução:

= 0,8921 O resultado mostra que a correlação linear entre o EBITDA e Lucro Líquido, neste

caso, é positiva (quando X decresce linearmente, Y também decresce linearmente) e forte,

pois se aproxima de 1. No próximo tópico, são analisados os resultados obtidos avaliando,

desse modo, o desempenho operacional da corporação objeto de estudo.

3.3 Análise do Desempenho Operacional da Corporação X por meio do EBITDA

O gráfico abaixo apresenta os valores do Resultado Líquido da Corporação “X”

alcançados nos exercícios sociais findos em 31/12 de 2004, 2005, 2006 e 2007 e os

respectivos valores do EBITDA calculados no tópico anterior:

Figura1 Resultado Líquido X EBITDAFONTE: Elaborado pela autora

No período analisado, de acordo com o gráfico e com a confirmação da correlação

linear positiva e forte encontrada anteriormente entre Resultado Líquido e EBITDA, pode-se

afirmar, seguramente, que há uma coerência entre a regressão dos valores das variáveis. Além

de uma redução significativa nos valores do EBITDA da Corporação X. Precisamente, o

indicador caiu 10,7 vezes comparando o valor do EBITDA do ano de 2004 com o valor do

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ano de 2007. Redução explicada, em parte, pelas reduções do resultado operacional (de lucro

de R$ 10.174 para prejuízo de R$ 19.315) e do resultado financeiro (de R$ -207.714 para R$

7.180, respectivamente).

A Corporação X obteve não somente prejuízo líquido no ano de 2007, mas também

prejuízo operacional. Ou seja, a empresa alcançou não só elevados gastos, naquele ano, com

impostos e juros (incidentes sobre o lucro), como também maiores gastos operacionais, o que

conseqüentemente, impactou seu desempenho operacional. A redução do grau de cobertura

operacional e as baixas margens operacionais do EBITDA, no período, confirmam isso.

Pondere-se que o mercado avalia como positivo o variação crescente do LAJIDA de um ano

para o outro.

Nos resultados obtidos da Corporação X, nota-se que ocorreu justamente o contrário.

O que denota ser o potencial de desempenho operacional da empresa objeto de estudo

insatisfatório. A correlação positiva encontrada entre as variações do Resultado Líquido e do

EBITDA da Corporação X – a qual demonstrou que à medida que o potencial de desempenho

operacional foi reduzido, o lucro líquido também diminuiu – ratifica essa conclusão. Aponta

para uma coerência entre as duas variáveis, as reduções do EBITDA expressaram, justamente,

o desempenho obtido pela Corporação X, o que o Resultado Líquido também o fez, no

período em que se realizou a análise.

Diante disso, conjetura-se que a falta de interesse da Corporação X pela publicação do

seu EBITDA pode ser resultante dos valores inexpressivos da medida, os quais refletem o

desempenho operacional regressivo da Corporação no período analisado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou elucidar questões referentes à Análise Financeira das

Demonstrações Contábeis - processo útil para a determinação e interpretação da situação

econômico-financeira de um negócio. Neste contexto, com o advento de novas técnicas

contábeis, os indicadores de desempenho e índices econômico-financeiros se tornam meios

facilitadores do processo e entendimento da análise. E especificamente, o Earning Before

Interests, Taxes, Depreciation and Amortization – EBITDA apresenta-se como uma medida

útil para compreensão do potencial de produtividade estritamente operacional de uma

organização por excluir os juros, impostos (contas não relacionadas a atividade principal do

empreendimento), depreciação e amortização (cômputos que não significam desembolso

efetivo do caixa) do cálculo.

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O indicador se diferencia do lucro líquido e adquire importância, porém suas

limitações merecem atenção, pois podem evidenciar uma falsa idéia de liquidez do negócio,

por desconsiderar despesas que podem impactar significamente o resultado líquido. Dessa

forma, este trabalho procurou contribuir para difusão do entendimento a respeito do EBITDA

entre a comunidade acadêmica e usuários da análise contábil, de forma que estes alcancem

compreensão adequada dos valores do indicador

A Corporação X do ramo de alimentos, com filial no Oeste Baiano, empresa objeto de

estudo, apesar de sua amplitude nacional e fazer parte de uma Companhia multinacional, não

publica e não publicava, mesmo quando era uma Sociedade Anônima, no Relatório da

Administração valores do EBITDA, apesar da não obrigatoriedade de publicação do

indicador, diferentemente da maioria das Companhias de capital aberto. Os cálculos do

EBITDA da Corporação X apontaram para valores regressivos do indicador no período de

análise, a estimativa das margens operacionais do EBITDA, as quais também obtiveram

índices insuficientes, além da verificação da forma de cálculo sugerida pela CVM. Depois, foi

elaborada a correlação entre EBITDA e Resultado Líquido para a Corporação X, sendo

encontrada uma correlação linear positiva entre as variações dos números.

Na análise do desempenho operacional da Corporação X por meio dos dados obtidos e

na comparação entre os valores do EBITDA do ano de 2004 aos valores do EBITDA do ano

de 2007, percebeu-se uma redução de 10,7 vezes do potencial produtivo da Corporação de um

exercício para o outro. O potencial de produtividade é considerado insatisfatório, confirmado

também, pelo reduzido grau de cobertura operacional, baixas margens operacionais,

correlação linear positiva entre os valores do EBITDA e do Resultado Líquido inexpressivo

do período e, pela importância dada pelo mercado justamente quando há ocorrência do

contrário – variações progressivas do EBITDA de um ano para outro.

Pelo estudo do caso da Corporação X, no período de 2004 a 2007, a qual obteve

valores coerentes entre seu EBITDA e o Resultado Líquido, uma vez que foi identificada a

correlação linear positiva entre ambos e, ainda as duas variáveis apresentarem valores

regressivos, com exceção dos valores correspondentes ao Prejuízo Líquido de último

exercício analisado, o que evidencia a coerência entre os valores das variáveis. Entretanto,

esta é uma constatação específica ao caso desta Corporação. Sendo que a Corporação X não

publica valores do EBITDA, inferindo-se disso que um dos motivos do desinteresse em

publicá-lo seja a inexpressividade destes valores.

A coerência entre as variáveis, nesse caso, é proporcionada pela queda do potencial de

desempenho operacional da organização e por outros fatores, sendo que se sua capacidade

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produtiva foi reduzida, seu desempenho efetivo, necessariamente, foi também diminuído.

Entretanto, em outras organizações, podem ser identificadas situações opostas, uma vez que

as decisões contábeis e os financiamentos podem impactar significamente o lucro líquido

gerando discrepância com EBITDA. Sugere-se aprofundamento da pesquisa, utilizando-se de

um campo amostral mais amplo, para obtenção de conclusões genéricas sobre a correlação

EBITDA X Resultado Líquido.

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