ebd adultos 2ºtrimestre 2016 - lição 11

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VERDADE PRÁTICA• Os crentes mais maduros não devem agir

egoisticamente, mas precisam atuar como modelo para os mais fracos.

LEITURA DIÁRIA

• Segunda – Mc 12.33 - Amar o próximo é melhor que qualquer sacrifício

• Terça – 1Co 13.7 - O amor tudo sofre, tudo crê e tudo suporta• Quarta – Rm 14.4 - Aquele que ama não Julga o seu irmão• Quinta – Rm 14.10 - Não desprezemos os nossos irmãos• Sexta – Rm 14.12 - Cada um dará conta de si mesmo perante

Deus, o Criador• Sábado – Rm 14.13 - Deixemos de lado todo julgamento

alheio

OBJETIVO GERAL• Mostrar que o crente maduro precisa atuar como

modelo para os mais fracos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Saber: Que a igreja em Roma era uma igreja heterogénea;• Explicar: Que a igreja em Roma era tolerante com os mais

fracos;• Compreender: Que assim como a igreja em Roma, a igreja

atual precisa ser acolhedora.

ESBOÇO DA LIÇÃOUMA IGREJ HETEROGÊNEA (Rm 14.1-12)1. A natureza da Igreja.2. Os fracos na fé.

II - UMA IGREJA TOLERANTE (Rm 14.13-23)1. A lei da liberdade.2. A lei do amor.3. A lei da espiritualidade.

III - UMA IGREJA ACOLHEDORA (Rm 15.1-13)1. O exemplo dos cristãos maduros.2. O exemplo de Cristo.3. O exemplo das Escrituras.

PONTO CENTRALO crente precisa tolerar e amar os mais fracos na fé.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSERomanos 14.1-6

1. ORA, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.

2. Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.

3. O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.

4. Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio SENHOR ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.

4. Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.

5. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o SENHOR não come, e dá graças a Deus.

TEXTO ÁUREOPorque o Reino de Deus não é comido nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. (Rm 14.17)

• O Reino de Deus é antes de tudo uma demonstração do poder divino em ação. Deus inicia seu domínio espiritual na terra, no coração do seu povo e no meio destes (Jo 14.23).

• As coisas que se podem adquirir naturalmente não são as pertencentes ao reino de Deus.

• As coisas geradas pelo Espírito Santo são as que pertencem ao reino de Deus. Arrependimento, Salvação, Nascer de Novo, Batismo no Espírito Santo, Dons, Intimidade com Deus, Paz, Justiça, Alegria no Espírito Santo.

• Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (L 17.20-21).

• O reino de Deus não é aquilo que fazemos ou deixamos de fazer para Deus, mas aquilo que Deus fez por nós e em nós. O reino de Deus é justiça, a relação certa com o próximo. O reino de Deus é paz, a relação certa com Deus. O reino de Deus é alegria no Espírito Santo, a relação certa com nós mesmos.

INTRODUÇÃO• O apóstolo Paulo foi informado de que havia alguns conflitos na

igreja de Roma os quais giravam em torno da liberdade cristã. Alguns crentes, ainda imaturos, se escandalizavam com determinadas atitudes dos crentes, cuja a fé achava-se amadurecida.

• Esses conflitos, como acredita a maioria dos comentaristas, surgiram com o retorno de alguns judeus cristãos que haviam sido expulsos pelo imperador Cláudio. Estes, ao se juntarem à igreja formada em sua maioria por gentios, se escandalizaram com determinadas práticas.

• Paulo busca um ponto de equilíbrio a fim de que a obra de Cristo não sofresse nenhum dano. Este é o tema que vamos estudar.

• Qual é exatamente o problema com o qual Paulo se preocupa nesta seção, não é de forma alguma fácil decidir, e diversas explicações foram propostas. Já foi dito que os ‘fracos’ aqui eram os legalistas, mas dificilmente este seria o caso, já que Paulo os trata como crentes genuínos; convém lembrar, este capítulo é dirigido a seguidores sérios de Jesus, não a crentes carnais (1Co 3.1).

• É mais coerente, e a maioria dos estudiosos o dizem, aceitar que a fraqueza dos fracos consistia na preocupação constante com a obediência literal à parte cerimonial da Lei.

• Enquanto os ‘fortes’ haviam admitido que, agora que aquele que é a meta, a substância e o significado mais profundo da lei do Antigo Testamento chegou, a sua parte cerimonial já não exige ser literalmente obedecida, os ‘fracos’ perceberam fortemente que uma preocupação contínua pela obediência literal da lei cerimonial era elemento essencial da sua resposta à fé em Jesus Cristo.

• No capítulo 14 Paulo escreve diretrizes relacionadas a coisas que não são exigidas nem proibidas nas Escrituras. Este capítulo tenta equilibrar o paradoxo da liberdade e responsabilidade dos cristãos.

• A unidade literária vai até 15.13. • Fica claro que entre os crentes há espaço para a tolerância e

diferenças de rigorosidade relacionadas com questões tais como hábitos alimentares (v 2-4) e observar dias especiais na vida cristã (v 5-6), hábitos, vestuários e costumes diversos.

1. UMA IGREJA HETEROGÊNEA (Rm 14.1-12)

• 1. A natureza da Igreja.• 2. Os fracos na fé.

• A primeira palavra dessa sentença nos dá a idéia de «acolhimento», de «recepção», de correta comunhão com alguém, sem a presença de qualquer atitude de censura.

• Não se deve excluir irmão da comunhão cristã devido àquelas questões indiferentes sobre as quais o apóstolo Paulo estava prestes a discutir.

• A unidade, na comunhão cristã, não requer a unanimidade total em cada idéia.

• De fato, essa forma de unanimidade provavelmente nunca será atingida.

• Enquanto os homens forem indivíduos, terão suas crenças e práticas individuais.

• Não obstante, cumpre-nos aprender a distinguir entre o que é essencial e o que não o é.

• Jesus Cristo é o grande objeto de nossa fé, bem como o unificador de nossa comunhão.

• Uma determinada pessoa, confessa a Cristo como seu Salvador e Senhor? Nesse caso, tenhamos todo o cuidado para não a prejudicarmos por causa de nossas crenças e práticas excessivamente escrupulosas por nossos dogmas.

• Por igual modo, ninguém deve imaginar, insensatamente,, que já conhece a verdade revelada inteira.

• Não sejamos covardes a ponto de temer novas verdades. • Não sejamos preguiçosos a ponto de aceitar meias- verdades. • Não sejamos arrogantes a ponto de pensar que já

conhecemos toda a verdade. • Dessas imposições e restrições, peçamos que o Senhor nos

liberte. • Por isso mesmo, a palavra «...Acolhei...», que aparece neste

versículo, alude diretamente à admissão dos crentes à plena comunhão na igreja local, não se referindo meramente a algum correto sentimento fraternal para com outrem, embora esse seja também um aspecto muito importante.

1. A natureza da Igreja.• É possível percebermos, nesta seção da Epístola aos Romanos,

que Paulo apela para a natureza da Igreja a fim de corrigir o problema que nela surgiu.

• A Igreja é una, isto é, embora formada por pessoas de grupos diferentes, ela forma o corpo de Cristo.

• Para ser Igreja, ela precisa atender o critério da unidade. • Não há judeus nem gentios, mas a Igreja de Deus.Ela é,

portanto, indivisível. • Esse é o primeiro aspecto que podemos perceber na linha

argumentativa de Paulo.• Nisto vemos a natureza heterogénea da Igreja. Essa Igreja

una e indivisível é de natureza local e universal.

• Os crentes judeus e gentios deveriam, portanto, se conscientizar de que problemas de natureza local não poderiam sobrepor-se à universalidade da Igreja.

• A liberdade deveria ser respeitada, isto é, regulada pela lei do amor.

• A palavra grega traduzida como “igreja” significa, literalmente, “chamado para fora” e assim refere-se a um grupo de pessoas chamadas para saírem do pecado no mundo e servirem ao Senhor. Entender o conceito bíblico de igreja como um corpo de pessoas chamadas para fora do pecado, para serem santos, ajuda-nos a apreciar a riqueza da descrição de Paulo da “igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20.28).

• Jesus não morreu para comprar terra e edifícios, nem para estabelecer alguma instituição. Ele morreu para comprar as almas dos homens e mulheres que estavam mortos no pecado, mas que agora têm salvação e esperança de vida eterna (Rm 5.8; 1 Co 6.19-20).

• O termo “igreja” é usado no sentido universal, isto é, para falar de todos os crentes, de todas as épocas que pertencem a Cristo. Jesus falou da igreja deste modo: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).

• Ele não está falando apenas de uma congregação local, nem está falando de uma organização ou instituição mundial.

• Ele está falando de pessoas, pedras vivas, construídas sobre Jesus Cristo, a fundação sólida.

• Paulo falou da igreja, neste mesmo sentido universal, quando escreveu: “...Cristo é o cabeça da Igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo” (Ef 5.23).

• Jesus é o cabeça sobre todos aqueles que o servem, todos aqueles lavados e purificados de seus pecados (Ef 5.26).

• O mesmo termo também descreve uma congregação local ou assembleia de santos (1 Co 1.2; Mt 18.17; Rm 16.5).

• Igrejas locais são o resultado da pregação do evangelho. • Quando as pessoas obedecem a palavra e se tornam cristãs, elas

começam a reunir-se com outros irmãos na fé

• Como ambas as partes o fazem para honrar o Senhor (v. 6), nenhuma deve fazer a outra baixar o olhar.

• Entretanto, Paulo diz que o crente que se recusa a comer algumas coisas é fraco, isto é, imaturo na fé, uma vez que o comer está relacionado realmente de modo moral (v.1; 1Tm 4.3-5).

• Se Paulo não considerava insolúveis essas controvérsias, ele considerava a unidade da comunhão na igreja como mais importante do que resolvê-las (confira 12.5,10,16).

• As questões aqui em vista não faziam parte do Evangelho, mas da força ou fraqueza relativas à fé no evangelho.

2. Os fracos na fé.

• Quem seriam os fracos na fé? • Os crentes fracos eram principalmente cristãos judeus que se

abstinham de certos tipos de alimentos, e observavam determinados dias em razão de sua contínua lealdade à Lei de Moisés (Rm 14.6,14).

• Muitos judeus que haviam se convertido não conseguiam se libertar totalmente dos preceitos do judaísmo.

• Além de observar determinados rituais relacionados ao culto, eles queriam que os gentios fizessem o mesmo.

• Paulo teve que resolver problemas semelhantes na igreja de Corinto (1Co 8.1-13), Gálacia e Colossos. Esses cristãos podemos chamá-los do imaturos não conseguiram entender por completo a natureza da Nova Aliança em Cristo Jesus. Eram crentes nascidos de novo, mas ainda não haviam conseguido se libertar do legalismo.

• Esta última possibilidade mui provavelmente é a que encerra a idéia central, pois podemos notar que, no sexto versículo, Paulo atribui, tanto ao que é «débil» como ao que é forte, dentre aquelas facções opostas na igreja, a fé religiosa e a fidelidade às convicções.

• Todos esses eram crentes; todos esses confiavam em Cristo como seu Salvador e Senhor.

• Todos eles possuíam fortes convicções morais. • Mas nem todos estavam acordes quanto às aplicações

práticas que deveria ter a sua fé cristã. • Não concordavam quanto às questões secundárias, como

tipos de alimentos que podiam consumir, como dias a serem observados, etc.

• «...não, porém, para discutir opiniões...» Em outras palavras, não com o propósito de iniciar disputas ou altercações; e nem com a finalidade de debater essas questões duvidosas.

• Os mais fortes dentre os crentes não deveriam «julgar» os motivos dos mais fracos.

• A fraqueza na fé a que este capítulo se refere não é fraqueza na fé cristã fundamental, e sim fraqueza na certeza de que a nossa fé nos permita fazer determinadas coisas.

• É praticamente certo que o uso do termo ‘fraco’, que se pode ver aqui como também em 1Co 8, surgiu naqueles que discordavam dos assim descritos.

• A atitude básica de crente para com um irmão deve ser a atitude da boa acolhida e da aceitação, com base na atitude de Deus para conosco, em Cristo.

• Deve haver amor para com os ‘fracos’, cuja consciência continua presa a escrúpulos dos quais o Evangelho nos liberta.

• Paulo ensina que não devemos julgar nossos irmãos pelo comer ou outras coisas que ele faça achando que com isto está agradando a Deus. Se tratarmos nossos irmãos com amor, nossa atitude será de compreensão com as fraquezas dos outros.

• «...débil...» Quem é o irmão «débil na fé»?

• Posto que o texto que ora comentamos é um tanto vago e complexo, apresentando vários tipos possíveis de irmãos que poderiam ser tachados de «débeis na fé», os intérpretes têm mostrado grande variedade de opiniões, quanto à identidade dos mesmos.

Algumas idéias centrais sobre o assunto:

• 1. Alguns pensam que esses irmãos débeis na fé fossem os crentes legalistas vindos do judaísmo, que desejavam reter várias das injunções da legislação mosaica, sobretudo a sua porção cerimonial, que se tornara totalmente obsoleta para a comunidade cristã, pelo menos nos centros cristãos distantes da cidade de Jerusalém.

• Naturalmente, «carne» e «vinho» não eram artigos de consumo proibidos pela lei judaica, pelo que também essa aplicação, feita por aqueles que defendem esta primeira posição, não pode ser totalmente perfeita.

• É verdade, contudo, que os convertidos dentre o judaísmo geralmente davam muita importância a «dias», à observância dos dias festivos, etc., razão pela qual esta primeira posição não pode ser posta inteiramente de lado.

• 2. Alguns estudiosos opinam que esses irmãos fracos na fé eram membros de seitas judaico-cristãs de natureza ascética.

• Houve convertidos provenientes dos essênios, que tendiam para o ascetismo exagerado, o que também sucedia entre muitos convertidos vindos do farisaísmo.

• Esses, com facilidade, haveriam de querer abster-se de vinho (a exemplo de João Batista), bem como de certas espécies de carnes, além de sua insistência na observação de determinados feriados religiosos.

• O voto do nazireado não permitia a ingestão de vinho enquanto durasse o voto, e alguns cristãos se aferravam a esse voto do nazireado como se fosse a norma da conduta cristã diária.

• 3. Ainda outros eruditos pensam sobre os membros formais da seita dos ebionitas, como se Paulo tivesse feito alusão a esses.

• (O Ebionismo se desenvolveu na comunidade judaico-cristã em Jerusalém e arredores. Os ebionitas eram geralmente judeus recém-convertidos ao Cristianismo.)

• Realmente, os ebionitas eram cristãos de tendências legalistas, judaizantes, e existiam em número suficiente para exercerem alguma influência em diversos centros do cristianismo.

• Entretanto, muitos dentre os ebionitas mantinham o ponto de vista «adopcionista» de Cristo, próprio do gnosticismo, segundo o qual ponto de vista ele seria o filho natural de José e Maria.

• Esses também pensavam que o espírito de Cristo viera tomar posse do homem Jesus de Nazaré, por ocasião de seu batismo, e então se afastou dele novamente, por ocasião da sua morte na cruz.

• Porém, é muito improvável que Paulo tivesse feito referência a eles mediante o termo «débil», porque, na realidade, quanto a certos pontos doutrinários, os ebionitas eram hereges.

• Aceitavam apenas o evangelho de Mateus, e o próprio apóstolo Paulo era rejeitado por eles como «apostatado».

• Todavia, a influência dos ebionitas cessou com a destruição da cidade de Jerusalém, no ano 70 d.C., como, de fato, cessaram todas as demais influências judaicas sobre o cristianismo, apesar de que algumas de suas idéias tivessem ressurgido áqui e ali, em períodos diversos, entre as comunidades cristãs.

• Assim é que muitas das idéias esposadas pelos atuais «russelitas», que a si mesmos dão o nome de «Testemunhas de Jeová», já haviam sido defendidas por cristãos dos primeiros séculos do cristianismo.

• O erro renasce sob várias formas e em vários lugares, depois que parece inteiramente morto.

• 4. O mais provável é que Paulo se tivesse referido a convertidos cristãos vindos do judaísmo, e que pretendiam manter certos aspectos do culto judaico, como a abstinência de certas formas de alimentos, vinho, etc., além de outros indivíduos, aludidos no primeiro grupo, que continuavam! observando certos dias festivos especiais entre os judeus.

• Todos esses eram cristãos extremamente escrupulosos, que se defrontavam com a prática pagã de comprar e ingerir alimentos oferecidos a ídolos, devido ao seu passado judaico de ódio contra os ídolos.

• Assim, pois, não há razão para supormos que Paulo não tenha incluído certa variedade de tipos de cristãos, nesse título geral de «débeis na fé».

• Não distinguiu ele «fariseu» de «essênio», nem nazireu de «crente gentílicó».

• Antes, agrupou todos esses crentes em uma única categoria, chamando-os de «débeis na fé», porquanto, de uma maneira ou de outra, segundo um ângulo ou outro, retinham em sua conduta ética certos elementos que eram contrários ao conceito cristão de liberdade e de indiferença acerca de certas práticas.

• Podemos observar como este texto nos fornece um argumento contra aqueles que defendem a doutrina da «comunhão fechada».

• Muitos daqueles que têm esse ponto de vista excluem a outros de seu grupo, por discordarem quanto a formas de governo eclesiástico e quanto a outras questões de ínfima importância. Assumem o direito, que não lhes cabe, de determinarem quem o Senhor recebe e quem o Senhor não teria recebido. E assim rompem comunhão com seus próprios irmãos na fé.

• Não nos devemos olvidar do ensinamento do Senhor Jesus a esse respeito. Disse ele: «Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai do homem é o que o contamina...E assim considerou ele puros todos os alimentos» (Marc. 7:15,19b). Essa declaração bíblica é suficientemente enfática para tirar todas as dúvidas acerca da questão.

3. Os fortes na fé.

• Se os crentes fracos eram formados por judeus crentes, mas que viviam ainda debaixo da velha aliança, os fortes eram formados tanto por judeus como por gentios que haviam alcançado um entendimento correto das Implicações da Nova Aliança.

• Esse fato é confirmado pela afirmação do apóstolo Paulo que se enfileira com os fortes na fé (Rm 15.1).

• Portanto, os fortes sabiam que não estavam mais debaixo da Lei, mas da graça.

• Note que os títulos que Paulo dá a esses grupos, chamando-os de “mais forte” e “mais fraco”, nos induz a prejulgá-los preconceituosamente, mas isso certamente não era a intenção de Paulo, pois ambos os grupos eram crentes sinceros.

• A lição para nós é que não temos que moldar os outros crentes a nós mesmos!

• Temos é que aceitar uns aos outros em Cristo! • O texto mostra que não devemos limitar a liberdade pessoal

do nosso irmão por qualquer juízo humano, mas cada um deve se limitar no exercício de sua própria liberdade.

• Martinho Lutero disse: “Uma pessoa cristã é o mais livre senhor de tudo, pois não está sujeito a ninguém; uma pessoa cristã é o servo mais consciencioso e zeloso de todos, porque está sujeito a todos”.

• A verdade bíblica é frequentemente apresentada como um paradoxo como este.

• Cada crente tem pontos fracos e fortes.

• Cada um de nós tem obrigação de andar conforme a luz do entendimento que já recebeu, sempre aberto ao Espírito e à Bíblia, pronto a receber mais luz. Neste período em que vemos como através de um vidro opaco (1Co 13.8-13), temos obrigação de andar em amor (v. 15) e paz (vv. 17,19), para edificação mútua.

II - UMA IGREJA TOLERANTE (Rm 14.13-23)

• 1. A lei da liberdade.• 2. A lei do amor.• 3. A lei da espiritualidade.

1. A lei da liberdade.

• Um tema que Paulo trata com bastante ênfase na Epístola aos Romanos é o da liberdade em Cristo. Em Romanos 7.24 e 25, o apóstolo tinha consciência da incapacidade de o crente se autolibertar. Por isso ele glorifica a Deus, na pessoa de Jesus Cristo, por prover a libertação das garras do pecado.

• Em sua epístola endereçada à igreja da Galácia, ele escreveu que foi para a liberdade que Cristo nos chamou (Gl 5.1). A liberdade cristã lhe dava certeza de uma coisa: "Eu sei e estou certo, no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda" (Rm 14.14). Essa é a lei da liberdade.

• A palavra grega koinos, traduzida aqui como imunda, se refere às coisas que a Lei Mosaica considerava comuns ou impuras. A lei da liberdade mostrava aos crentes maduros que eles estavam livres dos rudimentos da Lei de Moisés.

• A palavra grega traduzida como “igreja” significa, literalmente, “chamado para fora” e assim refere-se a um grupo de pessoas chamadas para saírem do pecado no mundo e servirem ao Senhor.

• Entender o conceito bíblico de igreja como um corpo de pessoas chamadas para fora do pecado, para serem santos, ajuda-nos a apreciar a riqueza da descrição de Paulo da “igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20.28).

• Jesus não morreu para comprar terra e edifícios, nem para estabelecer alguma instituição. Ele morreu para comprar as almas dos homens e mulheres que estavam mortos no pecado, mas que agora têm salvação e esperança de vida eterna (Rm 5.8; 1 Co 6.19-20).

• O termo “igreja” é usado no sentido universal, isto é, para falar de todos os crentes, de todas as épocas que pertencem a Cristo.

• O termo “igreja” é usado no sentido universal, isto é, para falar de todos os crentes, de todas as épocas que pertencem a Cristo. Jesus falou da igreja deste modo: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).

• Ele não está falando apenas de uma congregação local, nem está falando de uma organização ou instituição mundial.

• Ele está falando de pessoas, pedras vivas, construídas sobre Jesus Cristo, a fundação sólida.

• Paulo falou da igreja, neste mesmo sentido universal, quando escreveu: “...Cristo é o cabeça da Igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo” (Ef 5.23).

• Jesus é o cabeça sobre todos aqueles que o servem, todos aqueles lavados e purificados de seus pecados (Ef 5.26).

• O mesmo termo também descreve uma congregação local ou assembleia de santos (1 Co 1.2; Mt 18.17; Rm 16.5).

• Igrejas locais são o resultado da pregação do evangelho. Quando as pessoas obedecem a palavra e se tornam cristãs, elas começam a reunir-se com outros irmãos na fé.

2. A lei do amor.

• O versículo 15 do capítulo 14 de Romanos diz: "Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu". Tendo chamado a atenção para a lei da liberdade, agora o apóstolo passa a falar de outra lei - a lei do amor.

• É o amor ágape de Deus. A lei da liberdade, exercitada por cristãos mais maduros, mostrou-lhes Paulo, permitia quebrar certas regras ritualísticas. Todavia se isso causasse algum escândalo nos crentes imaturos, então essa liberdade deveria ser restringida.

• A fraqueza na fé a que este capítulo se refere não é fraqueza na fé cristã fundamental, e sim fraqueza na certeza de que a nossa fé nos permita fazer determinadas coisas. É praticamente certo que o uso do termo ‘fraco’, que se pode ver aqui como também em 1Co 8, surgiu naqueles que discordavam dos assim descritos.

• A atitude básica de crente para com um irmão deve ser a atitude da boa acolhida e da aceitação, com base na atitude de Deus para conosco, em Cristo. Deve haver amor para com os ‘fracos’, cuja consciência continua presa a escrúpulos dos quais o Evangelho nos liberta. Os cristãos judeus estavam sendo rejeitados pelo grupo de gentios que era maioria na Igreja de Roma, pelo fato deles ainda se sentirem na obrigação de seguirem os ritos das leis alimentares e a guarda de dias sagrados, como o sábado.

• Paulo ensina que não devemos julgar nossos irmãos pelo comer ou outras coisas que ele faça achando que com isto está agradando a Deus. Se tratarmos nossos irmãos com amor, nossa atitude será de compreensão com as fraquezas dos outros.

3. A lei da espiritualidade.• Paulo passa a mostrar então

o modelo de espiritualidade que deve conduzir tanto os crentes fortes como os fracos (Rm 14.22,23).

• O crente deve possuir convicção bem definida no exercício da sua fé. Ele deve ter critérios para que não se torne um antinomista ou legalista. A lei que deve regê-lo é a "lei de Cristo".

• Note que os títulos que Paulo dá a esses grupos, chamando-os de “mais forte” e “mais fraco”, nos induz a prejulgá-los preconceituosamente, mas isso certamente não era a intenção de Paulo, pois ambos os grupos eram crentes sinceros.

• A lição para nós é que não temos que moldar os outros crentes a nós mesmos!

• Temos é que aceitar uns aos outros em Cristo! • O texto mostra que não devemos limitar a liberdade pessoal

do nosso irmão por qualquer juízo humano, mas cada um deve se limitar no exercício de sua própria liberdade.

• Embora o cristão se sinta livre para fazer coisas que para outros são consideradas pecado, deve considerar o efeito de suas ações sobre os outros e assim evitar que suas atitudes escandalizem e façam desviar da graça de Deus o irmão mais fraco.

• Martinho Lutero disse: “Uma pessoa cristã é o mais livre senhor de tudo, pois não está sujeito a ninguém; uma pessoa cristã é o servo mais consciencioso e zeloso de todos, porque está sujeito a todos”.

• A verdade bíblica é freqüentemente apresentada como um paradoxo como este.

• Cada crente tem pontos fracos e fortes. • Cada um de nós tem obrigação de andar conforme a luz do

entendimento que já recebeu, sempre aberto ao Espírito e à Bíblia, pronto a receber mais luz.

• Neste período em que vemos como através de um vidro opaco (1Co 13.8-13), temos obrigação de andar em amor (v. 15) e paz (vv. 17,19), para edificação mútua.

III - UMA IGREJA ACOLHEDORA (Rm 15.1-13)

• 1. O exemplo dos cristãos maduros.• 2. O exemplo de Cristo.• 3. O exemplo das Escrituras.

• Paulo se inclui entre os «fortes na fé», ao dizer, «... nós, que somos fortes...»

• Com esse adjetivo Paulo salienta os crentes que têm boa compreensão acerca da «liberdade cristã», em vista do que não se sentem obrigados a praticar certos preceitos pertencentes ao «antigo pacto», como os dias especiais, os sábados, o sétimo dia da semana e as restrições dietéticas em que se comia somente legumes ou não se consumiam certas carnes, proibidas pela legislação mosaica, em sua porção cerimonial.

• (Ver Rom. 14:1-5 quanto às questões principais que provocavam tensões entre os crentes «fortes» e os crentes «débeis na fé»).

Os motivos que dividiam os crentes nesses dois grupos eram:

• 1. O regime vegetariano (Rom. 14:2).• 2. A observância de determinados dias especiais (Rom.

14:5,6).• 3. As exigências cerimoniais da lei mosaica, como as «carnes

proibidas» (Rom. 14:14,15),• 4. A abstinência de vinho, em que provavelmente se indica o

ascetismo em geral (Rom. 14:21).

• No trecho de Gál. 6:2 lemos o seguinte: «Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo». Nessa passagem é que aprendemos que, no sentido cristão, «suportar» é mais do que «tolerar»; é até mesmo sofrer privação. E isso em bom espírito, visando a causa da harmonia na igreja, que é a causa de Jesus Cristo.

• Ordinariamente, não censuramos a um homem porque se encontra enfermo. Pelo contrário, procuramos ajudá-lo. Paulo requer de nossa parte simpatia e paciência, a fim de nos refrearmos de expressar nossas diferenças individuais quanto à fé cristã, porquanto todos servimos ao mesmo Senhor. Ver Rom. 14:4,7-9.

1. O exemplo dos cristãos maduros.

• Como então deveriam agir os crentes fortes em relação aos Fracos?

• Respondeu: "Mas nós que somos fortes ternos suportar as fraquezas dos fracos agradar a nós mesmos. Portanto, um de nós agrade ao seu próximo no é bom para edificação" (Rm 15.1,2).

• Os crentes maduros deveriam dar graças a Deus por entender o real propósito da Nova Aliança. Eles sabiam que "[...] o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo" (Rm 14.17). Exatamente por possuírem uma fé mais substancial, eles deveriam servir de modelo para aqueles que ainda não haviam alcançado esse nível de maturidade.

• O crente maduro, portanto, devem evitar as coisas que fazem aos mais fracos tropeçar. Isso, no entanto, não quer dizer que o crente forte ficará prisioneiro da consciência do crente fraco. Quer dizer que o crente forte é responsável também pelo crescimento e amadurecimento do fraco, mostrando-lhe com amor o que significa ser livre em Cristo.

• Paulo se considera um dos ‘fortes’. • Ele percebe a consciência mal-formada dos ‘fracos’ como uma

fraqueza real, não obstante, ele enfatiza a responsabilidade dos ‘fortes’ em dar apoio aos ‘fracos’.

• E não encoraja sentimentos de orgulho, nem que o crente forte se vanglorie de sua liberdade em questões ofensivas para os crentes ‘fracos’.

• O grupo forte se referia aos que foram libertos de uma vida religiosa orientada por regras e ritos.

• A relação deles com Deus não depende precariamente de fazer certas coisas e evitar coisas que são tabu religioso.

• Este texto implica em que os cristãos não têm que tolerar os outros cristãos de má vontade, mas sim que têm que “zelar por” e “cooperar com” com os demais amorosamente. O termo “suportar” também foi usado a respeito de Jesus “suportando a cruz” (Jo 19.17 e Lc 14.27).

2. O exemplo de Cristo.

• O exemplo para essa limitação da liberdade foi dada por Cristo, nosso Senhor (Rm 15.3).

• O Argumento de Paulo é que, se o próprio Salvador não agradou a si mesmo, então por que os crentes que se consideravam mais espirituais não poderiam agir da mesma forma?

• Em Cristo, Deus mostrou tolerância para com os pecadores. • Paulo jáhavia falado em Romanos 5.8, que o amor de Deus

pelos homens foi mostrado de forma graciosa quando Cristo morreu por eles, sendo ainda pecadores.

• O egocentrismo é um sinal garantido de imaturidade; os exemplos de Cristo (v. 3; Fp 2.1-11) são sinais de maturidade.

• Mais uma vez, isso está sendo dirigido aos fortes (14.1,14,16,21,27).

• Isso não implica em que eles tenham a responsabilidade total por manter a comunhão.

• A palavra é direcionada aos fracos em 14.3,20,23; 15.5-6,7. • Cristo é o modelo de conduta em relacionamentos entre

crentes ‘fracos’ e ‘fortes’. • Seu exemplo exige paciência e amor mútuos e, se seguido,

resultará em uma unidade de louvor harmonioso a Deus.

• Cristo é o nosso padrão e exemplo. Esta verdade é reforçada também em v. 5 (Fp 2.1-11; 1 Pe 2.21; 1Jo 3.16).

3. O exemplo das Escrituras.

• Paulo pela então às Escrituras como instrumento aferidor da espiritualidade (Rm 15.4).

• Ele chama atenção dos crentes, tanto fortes como fracos, exortando e dizendo que o ensino das Escrituras deve ter um efeito prático em nossa vida.

• Ela não foi escrita apenas como um livro de valor histórico, mas é a inspirada Palavra de Deus e, portanto, deve ser normatizadora da vida do crente.

• Ela foi escrita não para ser um instrumento de discórdia ou aprisionamento, mas para alimentar a nossa esperança

• O Antigo Testamento foi escrito também para os crentes do Novo Testamento (Rm 4.23-24; 15.4; 1Co 9.10; 10.6,11), e é relevante para os crentes do novo pacto (2Tm 2.15; 3.16-17).

• Há uma continuidade, mas também uma descontinuidade, entre o Velho e o Novo Testamento.

• “para que, pela paciência (perseverança) e consolação das Escrituras”

• Note como a verdade da Palavra de Deus e resposta no estilo de vida dos crentes se combinam.

• A fé e a prática estão ligadas (v. 5). • Elas resultam em confiança na vida e na morte, bem como na

prometida volta de Cristo.

CONCLUSÃO

• Aprendemos como o apóstolo Paulo procurou pacificar a tensão entre os crentes fortes e fracos na igreja de Roma. Esse conflito estava gerando um ponto de tensão que poderia, a curto prazo, pôr em risco a obra de Cristo ali.

• Recebei (v.1) é o imperativo fundamental do texto estudado. • É a igreja como um todo a interpelada, e a implicação é que a

comunidade cristã em Roma, em conjunto, é forte e que os fracos são minoria e eles devem aceitar os fracos na fé, recebê-los na sua amizade, reconhecendo-os francamente e sem reservas como irmãos em Cristo.

• Receber inclui não só reconhecimento oficial da comunidade, como também aceitação fraterna, reconhecendo que Cristo é Senhor e Salvador de todos os da fé, e que todos são um só povo em Cristo, pois este foi feito ministro para confirmar as promessas (15.8).

• Que Rm 15.1,2 se torne realidade em nós: “Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.