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13 |1K JUl.ll>> H K l - U T As boas almas ui ih.i mui pobre inulhei qu« linli nlia tia qu il si cia, e a quem elhl i i filh i. A ra] e pie- ida r Ulil Lu.; i uidat no futuro d.i - ella lhe fali Ora, muito rico o MU.I1 -. Casai -me- .: i, trabalha- ibalhos pro- . . . I tle ell que sua que via Res] leri;l tím conhei êl-a i nu d\,i seguinte A pobre mutilei voltou \a an i que anuin e que •••••AlVBÉSi X K«lAi;A» iMiinH.-mr.iKi I.Urr«ri») no dia ellas i.. . t .'.i. en- . ousas, .i • U q u e foi a senhora dizer, minha tia ! balbuciou a meniuu qu.mdo o estrangeiro retirou-se, dutxaiido licai li linho que ella devia fiar. A se- abe muito bem qm i ilidade tenho multo bem. 1 in q u e apuros a senhora ine põe ! rcp< I Emfim arranja-te, é precl A rapai iga i ajoelhando se na i ama, ogou ardentemente as Almas . para as quai Cuiii i zando com (ervoi, viu ap| ales de i, que lhe lallaram com meiguice, ditendj que i m ihariam em i• pensu d u b e m q u e LI lavam ainda no pnrgatono; depois, cada uma tomando uma meada, num abrii e fechar de olhos, fi- mamt)*mSmm»ltm^m^mmltm1mmímimi 1 VINHO D; CHASSAING IM* m*m%nt*sw Receitado ba 30 annoa Pans, Atenua Victona n' 6 A "PHOSPHATINA FALIÊRFS- é o mais saboroso e o mais recommen alimento para criançiis desde a idude de b' a 7 mezes, principalmente quando con a ser desmammadns e no período He crescimento Facilita a dentição e concorre para boa formação dos ossos. PARI/.. A VEM;.-; VICTORU N' o B NAS PHARMACIAS um nòvello, de fio m a i s fino do <|ue um i abello. J liada a tanta imou a tia, i > esl H :. . dire- iiinte ao em :i g i b â o de sei pariga deveria b i ate, quando a : | : ; sua Vamos ai bão, mas com uma isa mente a rap b* que tu has de convidar-nos para o teu casa- ? disse a moça, Borpresa. im, • ai - e i om ••<-•• i . ico. utjiie cilas haviam dito, pois no dia io tão delica- uem to- io jamais vira MIMUH 0E LENCL03 escarnecia ai ruga, que jamais uusuu macuiar-ihe a epi" (JtTuie. J.i |idtflavn dos ãu auuos e conserva* ase joven e bella, a. i ....... ,e ít . l re os pedaços da ia« certidão ae bap- iisuiu que rasgata a caia üo Tempo, cuja foice embotava- se aoaie sua sucauiauor» pujsiououiia. sem que nunca úeuarfifl o menor travo. * iiinu verm aiuda 11 via -st i bri- Kauf a diier o .eliio uou^ti.tu, cuiiiu a raposa ut Liion- aiue aizia tia» uvas, bste se^ruuo, que a ceiaure e t>i ..ta [jie.r.i jamais coiiiiaraã qiiuui uuer o,ue fosse das pessoas tl'aqutlla época de&cobno-u u Lu. Lecunte euire as folbai üu tini volume ue Ülttaiotrt <iiuinirtute dei gaulet. de bubbj-Rlbutln, que ki p.-rLu aa ijiidn tbtea de \ uiu Ire acLua n.ciile [iMij.ritua.il rxclusiva ua PARFUNERIE NINON. ftuuoi ubbOHTE, Rue Uu -i òeptembre, 31 a PAUIS. Lula casa lum-iio a tüaposíçao oas nossas elegantes, sol ouüiut ue VERIIAtiLE LAl UE A/.NoA, assim como as receitas que & tlia provém, por exemplo, o DGTaBI DE MKUN po de irrpi especial o relriyeraoi* Í-AO í=>«.von C r ô i u e de Ninon especial para o rosto que limpa peneiianienie a epiderme maiMlelIcida siu> alleral-a. LA li I» bi MNON |ut- da alvura ürtlDUiUbuio ao pescoço e aos üouibroi. Entre <>s pruduetos coubecidos e apreciados da PARFU- «ERIE NINON c o u t a m - s e : que fax voltar os cabellos brancos a cor natural e eiiiti em ii cores •, -••xi SOLRCILIHRB que aumenta, engrossa e brune as pestanas e oi luper- '.ílioi, ao mesmo tempo que da vlvacldade ao olhar LA PATE ET LA P0UDRE M ANODERMALE DE NtNON lara Bnura, alvura brilhante das mãos, etc, etc. o rotulo pari Espartilhos de M me 'de YERTUSSEORS Forma modifloacla para. as Modas de gariz, Sobre tudo evitar as Contrefacções Exigir a medalha de garantia. o^rUWERIE EKQTlQUf E. SE1TET 35, Rue du -4-Septembro, 35, PARIS U I A flsT D • B » do duque, ile príncipe, IVIAU Ufa r A r A por meio da Pàtr des Prélata, quo embranquece, alisa, asBetinn a epiderme, impede e deslroe as frieiras c ue rachas. UM NARIZ PICADO .t.K: n " com cruros torna a recuperar BUa brtuicura primitiva e Ftian c6rcs lisas por meio do Anti-HollMtH, produeto sem igual e muito coutrufeito. CUIDADO COM AS CONTItAFAOÇÍÍES Para ser bella a encantar todos^olbos deve-se servir tia Flélir *Ic Pôche p6 de arroz feito com fnictoa exóticos. i^í ^

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Page 1: E. SE1TET - digital.bbm.usp.br · senhor meu marido descobrir que eu não sei fazer nada ? ... cm um baile de mascaras — pagar as despezas ... com a raposa da fábula — unicamente

13 |1K J U l . l l > > H K l - U T

As boas almas •

• •

u i ih.i m u i p o b r e i n u l h e i q u « linli nlia tia qu il si c i a , e a q u e m elhl i i filh i .

A ra] e pie-ida r Ulil Lu . ;

i u i d a t no fu turo d.i - e l l a lhe fali

• • • •

O r a , m u i t o r ico o MU.I1 • -. C a s a i -me-

.: i, t r a b a l h a -iba lhos pro-

. . . •

I tle ell q u e s u a

q u e via R e s ] • l e r i ; l tím

c o n h e i ê l - a i nu d\,i s e g u i n t e A p o b r e mut i l e i v o l t o u \a

an i q u e a n u i n e q u e

• • • • •A lVBÉSi X K « l A i ; A » i M i i n H . - m r . i K i I . U r r « r i » )

no dia e l l a s i..

. t .'.i. en -• . o u s a s , .i •

U q u e foi a s e n h o r a d i z e r , m i n h a tia ! b a l b u c i o u a m e n i u u q u . m d o o e s t r a n g e i r o r e t i r o u - s e , d u t x a i i d o licai li l i nho q u e e l l a d e v i a f iar . A se-

a b e m u i t o b e m qm i i l idade t e n h o

m u l t o b e m .

1 in q u e a p u r o s a s e n h o r a ine põe ! rcp< I •

Emf im a r r a n j a - t e , é p rec l

A r a p a i iga i a j o e l h a n d o se n a i a m a , o g o u a r d e n t e m e n t e as A l m a s

. p a r a as quai

Cuiii i z a n d o com ( e r v o i , viu a p | a l e s de

i, q u e l h e l a l l a r a m c o m m e i g u i c e , d i t e n d j q u e i m i h a r i a m e m i•

p e n s u du b e m q u e LI l a v a m a i n d a n o p n r g a t o n o ; d e p o i s , c a d a u m a

t o m a n d o u m a m e a d a , n u m abr i i e f e c h a r d e o l h o s , fi-

mamt)*mSmm»ltm^m^mmltm1mmímimi

1 VINHO D; CHASSAING

IM* m*m%nt*sw

Recei tado ba 30 annoa

Pans, Atenua Victona n ' 6

A " P H O S P H A T I N A FALIÊRFS-é o m a i s s a b o r o s o e o m a i s r e c o m m e n a l i m e n t o p a r a c r i a n ç i i s d e s d e a i d u d e d e b' a 7 m e z e s , p r i n c i p a l m e n t e q u a n d o c o n a s e r d e s m a m m a d n s e n o p e r í o d o He c r e s c i m e n t o Facilita a dentição e concorre para boa formação dos ossos. PARI/ . . A VEM;.- ; V I C T O R U N' o B NAS PHARMACIAS

um n ò v e l l o , d e fio m a i s fino d o <|ue u m i a b e l l o .

J l i a d a a t a n t a

i m o u a t i a ,

i > esl

H • : .

. d i r e -

i i inte a o e m :i g i b â o de sei

p a r i g a d e v e r i a b i a t e , q u a n d o a : | : ; s u a

V a m o s ai b ã o , m a s c o m u m a

isa m e n t e a r a p b* q u e tu h a s d e c o n v i d a r - n o s p a r a o t eu c a s a -

? d i s s e a m o ç a , B o r p r e s a . im, • ai - e i om ••<-•• i . i co .

u t j i i e c i l a s h a v i a m d i t o , pois n o d i a i o t ã o d e l i c a -

u e m t o -io j a m a i s v i r a

MIMUH 0E LENCL03 escarnecia a i ruga, que jamais uusuu macuiar-ihe a epi" (JtTuie. J.i |idtflavn dos ãu auuos e conserva* a s e joven e bella, a. i ....... ,e í t . l re os pedaços da ia« certidão ae bap-iisuiu que rasgata a caia üo Tempo, cuja foice embotava-se aoaie sua sucauiauor» pujsiououiia. sem que nunca úeuarfifl o menor travo. * i i i n u verm aiuda 11 via -st i bri-Kauf a diier o .eliio uou^ t i . t u , cuiiiu a raposa ut Liion-aiue aizia tia» uvas, bste se^ruuo, que a ceiaure e t>i . .ta

[jie.r.i jamais coiiiiaraã qiiuui uuer o,ue fosse das pessoas tl'aqutlla época de&cobno-u u Lu. Lecunte euire as folbai üu tini volume ue Ülttaiotrt <iiuinirtute dei gaulet. de bubbj-Rlbutln, que ki p.-rLu aa ijiidn tbtea de \ uiu Ire e é acLua n.ciile [iMij.ritua.il rxclusiva ua PARFUNERIE NINON. ftuuoi ubbOHTE, Rue Uu -i òeptembre, 31 a PAUIS.

Lula casa lum-iio a tüaposíçao oas nossas elegantes, sol ouüiut ue VERIIAtiLE LAl UE A/.NoA, assim como as receitas que & tlia provém, por exemplo, o

D G T a B I D E M K U N po de i r r p i especial o relriyeraoi*

Í-AO í=>«.von C r ô i u e d e N i n o n especial para o rosto que limpa peneiianienie a epiderme maiMlelIcida siu> alleral-a.

L A l i I» bi M N O N |ut- da alvura ürtlDUiUbuio ao pescoço e aos üouibroi.

Entre <>s pruduetos coubecidos e apreciados da PARFU-«ERIE NINON coutam-se:

que fax voltar os cabellos brancos a cor natural e ei i i t i em i i cores •,

- • • x i S O L R C I L I H R B que a u m e n t a , engrossa e brune as pestanas e oi luper-'.ílioi, ao mesmo tempo que da vlvacldade ao olhar

LA PATE ET LA P 0 U D R E M ANODERMALE DE NtNON

lara Bnura, alvura brilhante das mãos, e t c , e tc .

o rotulo pari

Espartilhos de Mme'de Y E R T U S S E O R S F o r m a modif loacla para. a s

Modas de gariz, Sobre tudo evitar as Contrefacções

Exigir a medalha de garantia.

o^rUWERIE EKQTlQUf

E. SE1TET 3 5 , R u e d u -4-Septembro, 35, PARIS

U I A f l s T D • B » do d u q u e , ile pr ínc ipe , IVIAU Ufa r A r A por meio d a P à t r d e s P r é l a t a , quo embranquece , alisa, asBetinn a ep iderme, impede e des l roe as frieiras c ue rachas.

UM NARIZ PICADO .t.K:n" com c r u r o s to rna a recuperar BUa brtuicura pr imit iva e Ftian c6rcs lisas por meio do A n t i - H o l l M t H , p rodue to s em igual e mui to coutrufeito.

CUIDADO COM AS CONTItAFAOÇÍÍES

Para ser bella a encantar todos^olbos deve-se serv i r tia F l é l i r * Ic P ô c h e p6 de arroz feito com fnictoa exót icos .

i^í ^

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1> L>t JULHJ UE I8Ü7 m i .s in, m iiiiiiPiniiiiiiiiiniiiwffw

WÊtèh

TRECHO DA «UNTER I)EN LINDENs EM IíHRLIN

tSobcllo, declarou á tia que estava disposto a casar com a sobrinha d'ella.

A pobre velha estava louca de alegria; o mesmo, porem, não se dava com a moça, que se lamentava, dizendo :

— Mas, minha tia. o que me ha dc acontecer,quando o senhor meu marido descobrir que eu não sei fazer nada ?

—Deixa correr o barco, respondia a velha, as Ròas Almas que te tiraram de apuros não te abandonarão.

O casamento foi fixado para muito breve e a joven noiva, tendo presente a recommcndação dc suas pro-tectoras. não se esqueceu de convidai as

No dia do casamento quando a festa estava mus animada, abriram-se as portas do salão e viram entrar três velhas tão enrugadas e tão feias (pie todos ficaram espantados

Uma dcl las tinha um braço muito cui to .eo outro tão comprido .que arrastava no chão; a outra era corcunda e toda torcida; a terceira, emfim. tinha uns olhos es-botucados que saltavam da cara, ecram mais verme lhos que um tomate maduro.

— Jesus Christo ! disse o estraagciro á noiva, quem são esses tres espantalhos ?

— São tres tias de meu pae, ás quaes eu convidei paia minha festa de nupeias.

ü estrangeiro que era um homem bem educado, fui rccèbel-as e começou a conversar com ellas

— Minha senhora, poderá fazer o favor de dizer me porque tem um braço tão comprido e o outro tão curto?

— Pois não, meu filho E' por ter fiado,fiado muito ! O estrangeiro estremeceu; depois dirigindo-se a

uma outra velha e perguntando porque estava assim (oda torcida, esta disse : ' — Filho, fiquei assim dc tanto bordar !

O estrangeiro ficou pensativo e dirigindo-se á ter­ceira velha, quiz saber porque ella tinha os olhos tão vermelhos, tão esbotucados.

— Filho meu, foi poi ter cosido, cosido muito, com a cabeça sempre curvada para a costura.

Ainda a terceira velha não acabara de fallar já o estrangeiro estava perto da noiva, á qual disse:

— ( lha. minha mulher, vai já immediatameute quei­m a r a tua roca, c o teu bastidor dc bordar; pega em tuas linhas, tuas agulhas todas c atira-as dentro do poço, e toma bem sentido que eu não quero nunca vêr-te nem fiar, nem co/.cr. nem bordar.

Era o que faltava que ficasses também como estas velhas por tanto fiar, por tanto cozer, por tanto bordar!

Imaginem como a noiva agradeceu ás Almas Bcm-feiloras a intenção milagrosa 1

GUILMAR.

cm que o casamento não passa dc uma associação dc fortunas, só pensam no casamento quando se sentem saciados e fatigados. Julgam aliás que despozar uma mulher é o mesmo que conduzir pelo braço uni do­minó, cm um baile de mascaras — pagar as despezas de outro - de sorte que uma vez aliciados ao jugo do hymincu, velho cstylo, uma vez casados [ õcm-sc os dois a puxar a carruagem em sentido inverso : a mu­lher vai e o homem volta.

Certos casamentos lcml ram o ducllo dc dois se­nhores japonezes que, tendo se feito prender solida-mente, uin ao outro pelo braço esquerdo, começaram a esfaquear-se, um o dorso, o outro o ventre de seu adversário inseparável.

Antes do casamento procurae, espiai, esludac, se puderdes os defeitos da mulher a quem querels despozar ; depois do casamento esforçae-vos por não descobrjl-oa ou não vel-os.

K' prudente ficar se apaixonado a primeira vista ; uma bella mulher perde muitas vezes cm se deixar conhecer o que ganhou em se fazer vêr : uma vez apaixonado, vossas descobertas não são perigosas ; cada coisa que descobridos parecer-vos-ha mais um encanto.

Luiz XII dizia dc Joanna dc Fiança que lhe causava alguns aborrecimentos : « E ' preciso muito pagar a castidade das mulheres. » Muitas mulheres teem a castidade arrogante e rabugenta, essa virtude dema­siada estreita as incommoda c as Irrita ; cilas não per­doam aos homens esta austeridade a que se sujeitam contra elles ; pensam que esta qualidade as dispensa dc todas as outras.

Quando os velhos faliam mal do amor parecem se com a raposa da fábula — unicamente são elles que já não são verdes.

Quando os velhos, fatiando do amor julgam-se muit i sensatos porque jul;am sem paixão, parecem-se com

um homem que se tomara cego c que pretendesse ler recobrado o seu livre arbítrio para julgar das cores sem parcialidade.

Augmontao ou diminui os obstáculos physicos, os obstáculos moraes augmentarão ou diminuirão em sen-tido inverso.

A constância pertence á nmisade c não ao amor. Eflectlvaincnte muitas vezes tendes amisade a unia pc soa, porque a cortheccis bem, ao passo que dedi-caes amor a outra, exactamente porque não a conhe-ccis.

O amor que tem ares dc durar toda a vida é aquelle que não foi senão a flor dc que a amisade é o frueto. A rosa, essa festa dos olhos, embriaga nos com o seu perfume, mas não ficaes de modo algum obrigado a amar o frueto que lhe suecede. Emquanto que depois dc ter alegrado vossa vista e vosso olfacto com sua tresca còr c seu ligeiro perfume docemente amargo, a flor do pecegueiro torna se um frueto delicioso.

O amor nasce dc nada e morre dc tudo. Effectivamenle tal mulher sacrifica tudo, nome,

! fortuna, reputação, e t c , a uni homem a quem em se­guida deixa de amar, porque este cortou a barba, perdeu um ciente ou calçou as meias as avessas, como o disse Chamfort.

A sabedoria e a experiência que dão os annos inc fazem pensar em um viajante que, a medida que dei

' xasse um paiz a que não mais voltasse, pretendesse ' ir estudando minuciosamente a gcographia.

No amor ha quasi sempre um que ama e outro que ; c amado — como em uma refeição em que ha um

homem e uma perdU. U.m come e a outra é comida. Unicamente é á perdiz que se deve comparar o que

| ama. Freqüentemente cada um ama por sua vez e ! trocam-se os papeis. Emquanto o homem ama a inu-j lher, cila ainda não o nina; o homem quando ella o

ama por sua vez já elle não ama. O amor ê uma felicidade que c preciso pagar : o

i homem paga antes, a mulher paga dep is.

Scismasdo.. . Deitado á sombra da mangueira olente Em que dulcificára o meu tormento, Recordava o passado, indlfferentè, Como o poeta procurando a len to . . .

E a vista erguendo então, mysticamenlc Sobre um nodoso c rústico rebento Vejo pousado, deslumbrantemcnte, Cm insecto, gracil, amarel lento. . ,

Ah ! se fosse de negro pontilhado, Faria relembrar uma esperança Em cada ponto negro, azevichado. . .

Pois traduzo, monótono c sósinho, Na Còr do bello insecto que descança, A soturnt vereda cm que caminho!

JOCELYN FRAGOSO,

A propósito das mulheres (TRECHOS DU Al.PlIONSB KARRl

As moças são educadas seve­ramente em França c tratadas com as precauções que se cos­tuma ter com cs objectos frágeis. Dc todos os seus desejos.de todas as suas liberdades, mesmo as mais innoccntcs, abandonam o exercício depois do casamento, quando entretanto se casam para ficar livres, conforme é o desejo dc todas.

Os homens, por seu lado, salvo o caso cada vez mais commum

Vibrações sympalliicos

Collocae em cada uma das duas extremidades de uma peça tão vasta quanto possível dois diapasões montados, afinados pela mesma nota com as aberturas de suas caixas voltadas uma para a outra. Fazei vi­brar um dos diapasões passando-lhe vigorosamente o arco. Depois quando algumas vibrações tiverem ad-querido toda a sua extensão detei-os bruscamente, ap-piicando-lhc a mão

O som produzido, ha pouco, pelas vibrações deste diapasâo, ficareis admirado de continuar a ouvil-o embora as vibraçpes ja tenham cessado ; alguns se-gundosde ajtcnção bastaria cntrcta-Ho para vos con­vencer que não ju-ocede da mesma fonte. E, com cffeito, essas vibrações se communicaram ao outro diâ-pasão, cm que não locastes. As vibrações desse dia-pasao proseguem. sua iiinoccnte carreira e morrerão naturalmente, se o deixardes.

MOSAICO

Para uma mulher deUcada, a mais seduetora decla­ração de amor e o embaraço de um homem de cs-

— Lalèna.

A mulher tem o segredo da seducção

A mais segura da Ccncia. - Laniartmc

faceir ices é a inuo-

(\\'RVAI,no "SECILAR EM UM CEMITÉRIO DÁ ALLEMANHA

O amor não se Impõe.

* Deus fc/ a mulher de um sorriso.

* Quando aJ mulher diz que não. está

muito perto de dizer que sim.

Em um jantai nUimo, na avenida Eylau, um dos convivas levanta uma saude ao dono da casa.

Viclor Hugo, voltando-se para Copéfl «pie estava sentado a sua direita, di» es­tendendo amigavelmente o copo:

— E se os dois poetas aqui presentes beberera recipio. amente a sua saude ? ^—Oh! mestre, respondeu modestamente

Copée, não ha aqui senão um poeta. — E então eu, perguntou V. Hugo, já

não entro' na tonta.

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13 r>K JÜI.IIO | I K IH ' '"- • • > f.?M S M JJCV1 ANNO N . 1.1

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| 6 16 ÜK JULHO DK 18»?

Foi gel me mil I A' VUGUSTOCONY

Quando a brisa oscular as ilr res da campina, ti triste malraequer e o pallido jasmim; quando o sol irisai a -mia crystalina do rocio da manhã nâo te esqueças de mim !

E colhe aquella flor azul. pequena, agreste, que esmalta o verde prado e vive de manhã, esquecendo esse dia em qm desti de tão formosa flor uma formosa irmã.

Segue depois alem. . . pensativa, sósinha, a ver tuas irmãs - a s flores do jardim ; le .i ti ti nome escripta alli, n'umc folhinha do cactus verdolente—e lembra-te de num !

Quando a noiie descer sombria, lentamente, eosi lencio reinar profundo aterrador, se escutares o mar carpir lugubremente, recorda-te de mim, do meu ardente amor.

Mais tarde, quando o sol esplendido, brilhante, nas orlas do hoi izonte apparecer, emfim, relê minhas canções, o minha lema amante, e chora, chora sim, lembrando-te de mim !

THEOTONIO I/OLIVEIRA.

AÜ longo dc La 1'cilc P sol erguia-se deslumbrante, em todo o esplendor

de sua magestade Boreal. No gabinete de trabalho de Pfcellippe Classant, desde o outomno, o riso da amada nao mais quebrara o silencio dos livros e do estudo. Todas as . oisas tinham adquirido durante os mezes de um prolongado luto, tâo frio e tã »sombrio, como o

io defunto, uma espécie de bizarro e enervante descuido para com os seus olhares. Vivos e indiscretos raios, penetrando, de repente, infundiam aos mais mi-nuscul -sobjectos uma vida nova e alegre, e o coração de Phellippe Classant despertava tle sua melancholica letliargia.

Lentamente, como todas as manhãs, Alida empurrou a porta e veio sentar-se diante da secretári.i onde es­crevia o moço. Vestia dc veliudo sombrio, e sobre su.t garganta delicada um fichu de rendas brancas dese­nhava arabescos simplesmente concebidos.

Era a primeira vez que Classant observava esla volta de garridice encantadora. Lssa renda clara allndava seu rosto um pouco pallido sempre e dava aos olhos profundos da joven um brilho desacostumado.

Phellippe Classant Levantou-se, approximou-se de Alida, e tomando-lhe as mãos, depoz um longo ueijo silencioso sobre a fronte de sua amada.

Longos momentos, encantado, um pouco commo-vido de achal-a mais bella que nunca, olhou para cila, respeiloso. Depois sua voz cantou doce, doce, quasi imperceptível :

— Como estás bella, querida, esta manhã ! Teu so­nho de tristeza eleva definitivamente teu pensamento. Teus olhos claros teu intimo sorriso, me dizem que tornaste a encontrar o prazer e que o teu luto mor-r e u . . .

— Oh ! este sol, murmurou ella de súbito fixando as pupillas muito brilhantes sobre o deslumbramento d'ouro dasjanellas abertas.

Não é mais nosso quarto dize, charo amigo; está tão resplandecente aqui e tantos perfumes embriagam e ar plácido !

• Tu revives, tu tornaste a achar tua alegria e tua ^comparável ternura . . - Elle apertava amais forte, como se fosse a primeira vez que sentisse o amor aper­tar todos os seus sentidos, e elle juntou uma lagrima aos dois diamantes que se prendiam à corolla pallida de suas faces.

«Este sol ! é a vida nova com que brilha a aurora, é teu coração que desperta suas pulsações com as pulsações de. toda a natureza »

Ella sorrio, sem nada responder c apertou PhUippe Classant fortemente contra sua carne que iremia. Poz-se a chalrar, assim como um pássaro contemplando, acima da balaustrada da janella, as aves se persegui­rem-se e a beijarem-se nos ramos trêmulos das gran­des arvores do parque.

— nespozemo-nos de todo nossa ultirua vida, amada Alida. Vamos ao longe-, hoje, muito ao longe, aos bosquese aos campos verdejantes e magníficos, paia começar soboceuazul do paiz preferido e entre o concerto de todas as coisas renascentes, nossa exis­tência definitiva e cheia de felicidade...

A's duas horas, 0 vicinal os depunha no centro da aldeia de Delbecki; no fundo do horisi nte, a larga es­trada de Ninove enterrava-se debaixo dc uma ogiva dc folhagens, brumosas pela distancia Lavradores, nas campinas esn ia liadas de flores multlcores, eu lia­vam e dir-se ia que as espigas vermelhas e os ramos dos arbustos dos cercados, estendiam seus longos pescoços para essas vozes harmoniosas, no grande si­lencio cheio de sul.

Meandoso, o caminho corria, gravadospor bellos sulcos irregulares, onde sobre o reborde, cri bastes de cardos e de ortigas.

Nos vergeis, sobre o troncos torcidos dasm eiras e das pereiras luxuriantes, vaccas novas vam detendoseu olhai indplente so ue o vôode al jrurn pombo bravo, aventureiro

Herdades imponentes, copíosas, ostentavam aqui c ali suas construcções antigas, de ambos os Ia o de uma porta-cocheira ünmenaa, feita, parecia pu ri ,1

A R4TAÇ.40 (HUpplnmnnln I H I T W f H H

passagem a ajoujos que trouxessem toda n I olheita do paiz

As filas de espinheiro bravío estavam em plena Bo­is ramos vergavam ao pei

bouquets de neve. muito branca sobre o fundo negro das culturas.

Utero um grande banquei, assim.

E ella abria os braços em um gesto ingênuo, dila­tando sensivelmente as narinas ao perfume nascorol-las sem c nta.

I I i aminho « bem de sol assemelhava se a uma cs-trada de omo enceri ida em um esi nino de neve.

Alida approximou se dos masslços de espinheiro c, tomando um dos ramos, tentou arrancal-o. Com a sacudidela, destacaram-se pétalas, e durante um segundo foi sobre o vestido sombrio uma chuva de borboletas brancas

— .Vias, louca, não faças isso ! Tu estás louca, tu és uma louquinba ! Tuas lindas mãos vão arranhar-se nos espinhos dos ramos... Olha, má, o que fizeste, jà. . . E mostrava lhe sobre n braço nu uma goltasinha de sangue, immovel e b. Ua, i omo um rubi. Com um beijo ajiagou t) traço de sangue ; c de novo elles i a nimbaram, ella um pouco anulada, elle Com olhos

to inseo semblante d'ella. — D'aqui a pouco, quand i estivermos prester a par­

tir; então as flores não mais te embaraçarão. Contem-pleraol-as c aspiremos todos os seus odores.

Atravessaram Itterbeck, girando em volta do antigo muro do cemitério e empenharam-se pela estrada de Pcde-Sainte- .une. Na aldeia os martellos da forja cantavam sua costumada caução e as pás do vetusto moinho fazia espumar com ruido a onda movimentada do regato.

O caminho seguia o curso d'aguá murmuro e cho-calheiro, entre as parallelas de altos choupos secula­res que inclinavam irregularmente seus rimos, muito perto do ceu paia as hervas das pastagens. No hori­sonte, por traz da mancha, harmoniosamente colorida dos bosques e bouquets de arvores, surgiam campana rios de fôrmas differentes que pareciam se saudar, nhamando-se uns aos outros por sobre as pi.um i dois caminhavam sem nada dizer, ouvindo as pa­lavras das cascatinhas que diziam lud • quanto ellas poderiam diz-r.

Agora apparecia Satnte-Gertrude lá embaixo, sua torre quadrada no centro dos tretos decolm • e de telhas vermelhas. Alguns flletes de fumo allongavam até a aldeia tis perfis das nuvens ei.nas teu uma paisagem de uma belleza intima e mais ao longe viam. se rapazes jogando bolas com gestos tomados empres­tados a personagens deSteen, e de Adrien i; ov i

A Pede fazia uma volta, afastava se do caminho, descrevendo um arco por traz de uma cabana rechon-chuda, meio oceulta por uma fila de espinheiros. Alida deteve-se de novo e dVssa vez a impaciência velou suas palavras febi is.

—Flores, flores ! Em breve ja não haverá e não teremos um bouquet para encher o nosso quarto i om todo o perfume d'este bello dia.

Phèlippe consolou a eom um beijo c quebrou peno­samente um dos ramos pesados du corollas, O lindo mm/ de Alida. de az >s palpitantes, acariciou as | é talas e, sobre sua earne, o pollt-n deixou pontos de ouro.

Tres meninos appareceram de repente e sem dizer palavra penetraram no massiço afastando as folha-

escolheram as mais bellas e mais brancas, ar­rancaram n'as sem que soffressem mal algum com os espülhos oltensivos, e, empui raiulu-se uns aos outros, correram ao encontro da moça, disputando.se tinem seria o primeiro a offerecer suas Bares.

As carinhas espertas dos pequenos traquinas fez rir a Alida sorpreza. Atravi / das flores beijou a tod s. ternamente como se fossem s< us i• •• i

Phèlippe Classant deu-lhes algumas moedinh i elles miraram curiosamente e que fizeram desappa-recer no fundo das algibeiras luzentes de seus calções de burel.

N'esse momento, uma creança, mais nova e que as outras, adiantava-se, arrastando tamani nusculos e erguia acima da cabeça um cordel curto de i anhamo. A rendeira <> empurrava docemente paia Alida; quando chegou perto <i'ella, apresentou-lhe o cordel com o qual ("'lassam prendeu os ramos de es­pinheiro, K longamente a moça beijou o petiz louro, que, intimidado gesticulava, gritava, oceultando o rosto enegrecido sulcado de lagrimas, entre ai rechonchudas. Apenas recebeu a sua moedinha,deitou acorrercom todas as forças tle suas perninhas, ba tendo eom os tamancos sobre a terra se<

O sol descia no ceu. Os jovens sentaram se sobre o rebordo da estrada em tare do bosquesinho de freixos que oceulta a aldeia de Schepdael. < > crepúsculo alon­ga a as sombras tle Phèlippe Classant e d* A lida, e por traz das arvores dir-se-ia que o sol se fundia em cadinhos de i rystal

Passou um camponio, tirando fumaçadas de seu cachimbo á cadência de seu passo rústico; reconhe-

os disse-lhes, bons dias. levantando o gorro. Olha Phèlippe, exclamou ella, mostraqdo uma

linda lagarttnha que se arrastava ao longo de seu ve l ido.. .

— Dei> i, deixa, querida disse elle, emquanto ella fazia o ges tade repellir o insecto que se adiantava.

feras um vestido novo, ella está tomando medula de um vestido novi >. .

A lagai e para o i orpinho e deteve-se tremula junto du pi

Vês, Alida, tu és feliz. Ella te tomou medida. Terás uma linda toilette. . Teu luto está morto .. Amanhã

• i vestido i laro como a primavera

XXVI ANNO N i:|

Delicadamente ella apanhou alagaria, lançou-a no ui lo de seu bouqttete disse esquecendo-se de repente •

\manliã. terei um vestico i laro. um \ • com,, esta linda lagarta e avelludadocomo a verduras ..

A tarde linha cabido inteir nte e aqui e ali, no • e bri­

lhavam como grandes i lhos symj ii

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S A B O N E T E S : Dphelia, Peau d'Espagne, Violetta

San Remo, Fougèro rojale, Lail de Thrídace.

PÓS O P H E L I A . l • . , i „ „ . „ , de Belleia. PÓS PEAU D E S P A G . . E . LOÇ"»o V E G E T A L para oa Cabellos.

PERFUMARIA ESPECIAL MOSKARI

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HENRI GUSTAVE LOMBAERTS FUNDADOR DO JORNAL DE MODAS

a A. E S T A Ç Ã O . j ã - a l l e o l d o . m e <>• J a i x a h o de. 1 8 9 7

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Henrique Lombaerts t® i

Xo piedoso h.U.ilode honrar a memória do grande Amigo

.1:1 batado ] ela morte, publicamos

1 ra distribuído 1 ntes daEsfação,

<"> pClll diCO ;'• U e i;l;n t.ll.lO i!,' I i O SCU

escii] lores que o conheciam r.iais

estimavam.

maa significativa dom. nstraçfto dc respeito c de

iva de que Henrique Lombaerts so dei-

iradores naquelles que o substituíram na tenda

dc trabalho erguida pelo seu esforço c pela sua hcnra.

9 de Julho di

A. LAVICXASSE FILHO & <'.

Henrique Lombaerts

Durante muitos annos entretive eom Henrique Lombaerts

lis amistosas relações. Era um homem bom, c bastava isso

para fazer sentir a perda delle ; mas cia também um 1 le fc cabal

da casa herdada dc seu pae e conlln ! Ue com tanto

zelo c esforço. Posto que cr.ícnr.o, nunca deixou dc ser o mesmo

: 1 d.c trabalho. Tinha • vtabetecimento que achou

fundado, fc/. ] ICSJ ciai e IransmilÜu ao seu digno ami

ri e 1 uti as publica*; n nelle editor

. - s e l a i ' •

cios a r\i\-i írcr.tc esl ide,

Nâo ('• : um rxe:r pio a vida di stc 1

...1, porque ao esforço conl

\\o de iodos os dias dc

d.a direcção da • P<wn,

dc viuvo.

M

[enrique Lombaerts

No ultimo supplemi ato

tes I Lvras :

•t No momento d- •• recebo

c Trabalho». ' e um

1 vida inteira,

e i.àu deixa uni único dcsan*ect;>. 1 >sa e

ento, molhei a pi nna com lagri-

do meu

LIS podcici d stas r aSi-

mento?

1 trabalhou.

. . Imente, vendo c ahir um a um, rom ; ;is folhas de

oiio, todos o- : Família

de que era o derradeiro e único representante; soffreu physica*

nu nte. porque durante os ÍCUS últimos annos dc existência foi

martyrisado poi uma enfermidadi c r vencido pela

morte n'uma Longa c cruciante agonia.

Amou, | :um coração humano t ulsou com mais vc-

hemencla que o seu; jamais houi is solícito: nenhuma

outra mulher foi adi.;.ida roíno aquella infeliz senhora, que o ] rc-

cedeu na eterna viagem, e cuja I ia o meiga, me é

-rato iccordar n'csic momento.

Amou, porque a maior satisfação c o ma 01 1 1 .ulho da sua

alma era mitigar padecimentos e attenuar misérias sem que nin­

guém o soubesse ; amou, porque a sua natureza, melindrosa c

sensível, fechava-se a todos os sentimentos dc maldade.

Nas suas ultimas disposições transparece um sublime cuidado

pelo futuro dc crianças que não eram suas mas constituíam o

único encanio dos seu* dias saudosos c amargui

Trabalhou, accrcscentando o honrado c pequem patrimônio

com que entrou na batalha d.o mundo, C levantando uma casa que

oecupou sempre o mais dlstincto lo-ar no comincrciu do Rio dc

Janeiro, estabelecendo <. fiicinas que honram o paiz. servindo a

industria brazileira, fundando, a par da Esíação, que soube elevar

a grande altura, algumas revistas litrerarias que afrontaram a cri­

minosa inc.iffeicnça das massas, c so desapparcciam quando elle

se capacitava de que era um sacrifício inútil tentai alguma coisa

em favor das lettras uacionaes.

Assim, soffreu, amou e ti lavras resumem

toda a biographia de Henrique Lom .1 historia dos seus

5a annos dignamente vividos.

ARTUCR AZEI K. D.

Henrique Li mbaerts

dc mguc íi ;•',

le du própria

força, esforços dos

que perseveram c doi

• \: CRlllU-

sias no ] um tcmpcia-

mento versátil, caracli Eanejava, levava

.1 ,t 1 aliu 1 dos que 1 1 issuem lo trabalho.

lividualidade educada nos \ severos d.o

grande pensador inglez Samuel Smiles.

'a capital

uma folha exclusivamente llttcrai • vezes tentou des­

pertar este pubÜCl e Offerecia-lhe um mr.no de subido valor, o

ultimo dos qua<

Via, porem, sempre com o mais profundi 1 desgosto que estava

i' fractario a

toda c qualqu. 1 manil

Nunca dei animou, entr. I 1

Ainda pouco antes dc mort< Ia inexorável e

terrível mole mi Lhorar con-

- faceira, mais .-.< tora.

artística, 1 im

iodos o Ilustrado do mundo.

I -vjrv< • • • — — a

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zr~~"T

E, certo, realisaria os seus sonhos, se tão cedo não Cos

batado d'entre os vivos, ainda moço, cm pleno vigor, forte e

encorajado para a luta.

A sua existem ia trabalhosa, fatigante, devia acabar, como

acaba a de todo* os lutadores

Morreu por excesso de esforços, por plethora de trabalho.

O coração resentio-se de tanta ladiga e vingou se, matando-o.

Repito : A / ilação devia esta homenagem p

cliele. ao seu fundador; porque emquanto ella existir, nunca po­

derá esquecer o nome d*aquelle a quem tudo deve,

E o seu exemplo, o seu fecundo ensinamento continuarão a

ser os alicerces da prosperidade e prestigio desta folha.

OLIVEIRA E SILVA.

Henrique Lombaerts

Henrique Lombaerts oecupa logar proeminente, n'este século,

em a historia da lilteratura brazileira ; pois, entre os poucos edito­

res que, com a maior largueza dc vistas, concorreram para o enri­

quecimento da nossa bibliographia. pode elle ser apontado como

um dos maiores credores á gratidão de nós outros escri]

Si como B L. Garnier, e os dois irmãos E. e I I . Laem-

mert, editou trabalhos de mérito real, como Iielai mino de Mattos e

Paula Brito procurou, com o maíoi esmi ro e sai rificio, dar as suas

edições toda a belleza graphica, e—não raro ate—o mais apurado

cunho artístico.

Effectivamente, foi um benemeiiio das nossas le t t ras; e si o

industrial era operoso e o editor honesto, o homem era merecedor

dc todo o respeito e sympathia.

e bello coração, a sua passagem entre nós não foi como

a saraivada, que queima e esterilisa. mas como o rocio, que refri­

gera e vivifica,

DK. PIRES DI ALMI

.* . .

[enrique Lombaerts

Sou dos que podem dizer o que foi em vida o aclivo industrial,

a quem a sorl ois de ter arrebatado parte de sua alma,

sua esposa extremecida, fiel c dedicada companheira das suas

lutas, physicas, tpie mais depressa

deviam abatel-o para sempre, quando ainda cr,i bastante vigoroso

de corpo para resistir ãs dores moraes e lão bons serviços conti­

nuai a [ restar á sua segunda Pátria.

Sou dos (pie podem afiirmar quanta perseverança patenteou o

intelli i to editor, a quem devo grande parte dos sueces-

sos de alguns emprehendimentos scientificos.

Ao desinteressado Henrique devo .1 publicação, durante dez

annos. do jornalzinho a. Mãe de Família, periódico destinado á pro*

hygiene da infância e educação tia famí­

lia, dc cuja fundação tive idéa.quando cm as oliicinas t

do mesmo pranteado amigo se Imprimia a Trütuna Pharmaceutica,

da qual cru eu um dos redactores.

LI jornal a Estação, que não era simplesmente ui

dc modas, porquanto no supplemi por elle, trabalhos

litterarios c scientificos foram publicados por illustres escriptoresi

live também a fortuna de collaborar.

A publicação que fundei e dirijo, o Annuario Me 'teo Brasileiro,

sahiu das suas officinas c foi jior elle editada.

Outros trabalhos dc minha lavra do mesmo modo foram

tmente acolhidos pelo laborioso editor, a quem me ligavam

cordiaes sentimentos de estima que nunca esquecerei; e deixando

aqui estas linhas, sirvam ellas de pallida expressão da homenagem

que rendo á sua memória.

DR. CARLOS COSTA.

II. Lombaerts e a «Estaçãoi

A homenagem da Estação á memória veneranda de seu fun­

dador era um dever que se impunha, era uma obrigação que

de*corria fatalmente do seu estado de prosperidade franca e desas-

sombrada.

A Estação^ desculpem-nos os leitores essa explosão de justifi-

ulho, tem o seu logar marrado na imprensa do Brasil.

: conquistou-o ella, lentamente, tenazmente, atra-

li mil dificuldades, vencendo formidáveis obstáculos.

Era preciso que o timoneiro não esmorecesse no :

do barco.

O mai não se apresentava borrascoso ; tinha, pelo contrario, a

impassibílídade das grandes calmarias po<lres. () vento não so­

prava 1 às vezes as velas cabiam ao longo dos mastros.

Ha di ii encontrar mais tarde ou mais redo acorrente

nos levará, fofgadamente, ao pomo almejado.

Assim reflectia o timoneiro, paciente e perseverante.

A indii ub ico é muito pciot que o seu ódio, ou

mesmo a sua COD

Mil vezes lutar, porque no fim o* venc< dor impõe-se.

Quando se tem, como rival, a frieza do desprezo, a luta tor­

na se impossive].

Henrique Lombaerts, o fundador desta folha, lutou, lutou

tenazmente, porfiadamente, em um meio pouco apparelhado para

publicações de certa natureza.

Era um uma folha de modas nesta terra; 1

ciso, p< rtanto, que uma publicação de tal natureza se impuzesse.

uantas difficuldades não seria preciso remover para che­

gar ao fim almejado !

Elle, ou!

E ahi lemos hoje a n~ssa folha, prospera, feliz, acceita de

Norte a Sul, bafejada pela franca protecção publica, sem re<

pelo presente, sem preoecupações pelo futuro, desafiando c<

, tranquilla e forte na certeza de que não] poderá ser

. obra de Henrique Lombaerts*

i 1 1 Ue quem a reou ; foi elle quem u ; a cila

dedicou a si: carinhos, até vel-a no poi

que actualri

"tf ••