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ECONOMETRIA Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc.

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ECONOMETRIA

Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc.

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Cap. 11 – Heterocedasticidade: o que

acontece se a variância do erro não é

constante?

Fonte: GUJARATI; D. N. Econometria Básica: 4ª Edição.

Rio de Janeiro. Elsevier- Campus, 2006

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1. Qual é a natureza da heterocedasticidade?

2. A multicolinearidade é realmente um problema?

3. Quais são as suas consequências?

4. Como é possível detectá-las?

5. Quais são as medidas corretivas?

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A natureza da Heterocedasticidade

• Homo = igual; cedasticidade = espalhamento

• 𝐸 𝑢𝑖2 = 𝜎2, 𝑖 = 1, 2, … , 𝑛 ℎ𝑜𝑚𝑜𝑐𝑒𝑑á𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜

• 𝐸 𝑢𝑖2 = 𝜎𝑖

2, 𝑖 = 1, 2, … , 𝑛 ℎ𝑒𝑡𝑒𝑟𝑜𝑐𝑒𝑑á𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜

• Exemplo: poupança como função da renda – pessoas

com mais renda poupam mais, mas, com maior

variabilidade

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Razões para ocorrência

1. Modelos de aprendizagem pelo erro: no. de defeitos,

no. de erros em faturas

2. Exemplo da renda e política de dividendos: pessoas

com maior renda e empresas com maior lucro terão

maior discricionariedade na definição de poupança e

política de dividendos

3. Problemas na especificação do modelo (violação da

premissa 9) como omissão de variáveis podem parecer

heterocedasticidade. Ex.: na função demanda não

incluir o preço dos produtos concorrentes – os

resíduos podem dar a impressão de que a variância

não é constante

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Razões para ocorrência

4. Dados discrepantes ou outliers:

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Razões para ocorrência

5. Assimetria na distribuição dos regressores. Ex.: renda,

riqueza, escolaridade

Mais comum em dados em corte transversal.

Variedade de tamanhos de empresas por exemplo podem

causar heterocedasticidade.

Analisar exemplo da tabela 11.1

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Estimação dos MQO na presença de

heterocedasticidade

𝑌𝑖 = 𝛽1 + 𝛽2𝑋𝑖 + 𝑢𝑖

𝑣𝑎𝑟 𝛽2 =𝜎2

𝑥𝑖2 ℎ𝑜𝑚𝑜𝑐𝑒𝑑á𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜

𝑣𝑎𝑟 𝛽2 = 𝑥𝑖

2 𝜎𝑖2

𝑥𝑖2 2 ℎ𝑒𝑡𝑒𝑟𝑜𝑐𝑒𝑑á𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜

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Estimação dos MQO na presença de

heterocedasticidade

• 𝛽2

– é ainda um estimador linear;

– é não tendencioso;

– é consistente ( 𝛽2 converge para 𝛽2 à medida que o tamanho

da amostra aumenta);

– NÃO é eficiente (não é o estimador com variância mínima na

classe dos estimadores não tendenciosos);

– A variância mínima é diferente de 𝑥𝑖

2𝜎𝑖2

𝑥𝑖2 2

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O método dos mínimos quadrados

generalizados (MQG)

• Observar na tabela 11.1 como σ aumenta com o

aumento do no. de empregados.

• A questão é: como dar maior peso às observações com

menor variação?

• É o que faz o MQG

𝑌𝑖 = 𝛽1 + 𝛽2𝑋𝑖 + 𝑢𝑖

Para simplificar escreveremos:

𝑌𝑖 = 𝛽1𝑋0𝑖 + 𝛽2𝑋𝑖 + 𝑢𝑖

Onde 𝑋0𝑖 = 1

Supondo 𝜎𝑖2 conhecidas:

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O método dos mínimos quadrados

generalizados (MQG)

Supondo 𝜎𝑖2 conhecidas:

𝑌𝑖

𝜎𝑖= 𝛽1

𝑋0𝑖

𝜎𝑖+ 𝛽1

𝑋𝑖

𝜎𝑖+ 𝛽1

𝑢𝑖

𝜎𝑖

𝑌𝑖∗ = 𝛽1

∗𝑋0𝑖∗ + 𝛽2

∗𝑋𝑖∗ + 𝑢𝑖

𝑣𝑎𝑟 𝑢𝑖∗ = 𝐸 𝑢𝑖

∗ 2 = 𝐸𝑢𝑖

𝜎𝑖

2

=1

𝜎𝑖2 𝐸(𝑢𝑖

2) já que 𝜎𝑖2 é conhecido

=1

𝜎𝑖2 (𝜎𝑖

2) já que 𝐸 𝑢𝑖2 = 𝜎𝑖

2

= 1 que é uma constante, logo, homocedástico

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O método dos mínimos quadrados

generalizados (MQG)

• MQO sobre o modelo transformado gera 𝛽1∗ e 𝛽2

∗ que

são BLUE.

• MQG = MQO sobre variáveis transformadas de modo a

satisfazer as premissas dos mínimos quadrados padrão.

• Definindo 𝑤𝑖 =1

𝜎𝑖2

• 𝑣𝑎𝑟 𝛽2∗ =

𝑤𝑖

𝑤𝑖 𝑤𝑖𝑋𝑖2 − 𝑤𝑖𝑋𝑖

2

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O método dos mínimos quadrados

generalizados (MQG)

• A diferença entre MQO e MQG

• MQO => 𝑢𝑖2 = 𝑌𝑖 − 𝛽1 − 𝛽2𝑋𝑖

2

• MQG => 𝑢𝑖

𝜎𝑖

2=

𝑌𝑖

𝜎𝑖− 𝛽1

∗ 𝑋0𝑖

𝜎𝑖− 𝛽2

∗ 𝑋𝑖

𝜎𝑖

2

𝑤𝑖 𝑢𝑖2 = 𝑤𝑖 𝑌𝑖 − 𝛽1

∗𝑋0𝑖 − 𝛽2∗𝑋𝑖

2

O peso atribuído a cada observação é inversamente

a seu 𝜎𝑖. Estaremos dando maior peso às observações

que se concentram em torno de sua média.

Como esse SQR é uma ponderação por 𝜎𝑖, e esse SQR será minimizado para obter 𝛽1∗ e

𝛽2∗, esse método é um caso especial do MQG que é conhecido como MQP = Mínimos

Quadrados Ponderados

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Consequências do uso de MQO na presença de

heterocedasticidade

• Se ignorarmos a heterocedasticidade e estimarmos 𝛽2

usando MQO e 𝑣𝑎𝑟 𝛽2 =𝜎2

𝑥𝑖2 essa variância poderá

estar super ou subestimada porque quando há

heterocedasticidade 𝑢𝑖

2

𝑛−2não é mais um estimador não

tendencioso de 𝜎2.

• 𝛽2 não é mais eficiente, ou seja, não tem variância

mínima, logo, os intervalos de confiança serão mais

amplos, facilitando a não rejeição de H0.

• Os testes t e F não serão mais confiáveis.

• Solução: usar MQGVer quadro na pag. 322 com os erros-padrão das 3 abordagens.

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Detecção da heterocedasticidade

• Em ciências sociais há pouco controle sobre

experimentos

• Em geral temos um Yi para um Xi

• Não é possível obter a variância do erro em Xi se só há

uma observação para aquele Xi

• Como detectar?

• Métodos informais:

– Natureza do problema: (i) exemplo da poupança e renda, (ii)

em dados de corte transversal se as unidades são muito

heterogêneas

– Método gráfico: (i) 𝑢𝑖2 x 𝑌𝑖; (ii) 𝑢𝑖

2 x Xi

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Métodos formais de detecção

• Teste de Park

𝜎𝑖2 = 𝜎2𝑋1

𝛽𝑒𝑣𝑖

𝑙𝑛𝜎𝑖2 = 𝑙𝑛𝜎2 + 𝛽𝑙𝑛𝑋𝑖 + 𝑣𝑖

𝑙𝑛 𝑢𝑖2 = 𝛼 + 𝛽𝑙𝑛𝑋𝑖 + 𝑣𝑖

– Se 𝛽 for significativo há heterocedasticidade

– O teste é um procedimento em duas etapas: (i) estima-se a

regressão por MQO sem levar em conta a heterocedasticidade

e obtemos os 𝑢𝑖2, e em (ii) estima-se a regressão do teste.

– Crítica: o termo de erro 𝑣𝑖 pode não atender aos pressupostos

de MQO e ser ele próprio heterocedástico. O método pode ser

estritamente exploratório.

Ver arquivo Tabela11-1_Parker e Glejser.txt

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Métodos formais de detecção

• Teste de Glejser

– Sugere fazer regressão dos valores absolutos de 𝑢𝑖 contra a

variável X.

– Sugere vários modelos.

– Vamos testar: 𝑢𝑖 = 𝛽1 + 𝛽2𝑋𝑖 + 𝑣𝑖

– É um teste que deve ser aplicado a grandes amostras.

Ver arquivo Tabela11-1_Parker e Glejser.txt

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Métodos formais de detecção

• Teste de Breusch – Pagan – Godfrey

𝑌𝑖 = 𝛽1 + 𝛽2𝑋2𝑖 + ⋯ + 𝛽𝑘𝑋𝑘𝑖 + 𝑢𝑖

Suponha que a variância do erro seja descrita como:

𝜎𝑖2 = 𝑓(𝛼1 + 𝛼2𝑍2𝑖 + ⋯ + 𝛼𝑚𝑍𝑚𝑖)

Os Xs podem servir como Zs.

O teste BPG testa se 𝛼1 = 𝛼2 = ⋯ = 𝛼𝑚 = 0

Se isso ocorre 𝜎𝑖2 = 𝛼1 e portanto homocedástico

É um teste para grandes amostras

Sensível à premissa de normalidade de 𝑢𝑖 se a amostra é

pequenaVer arquivo testeheteroc2_BPG.txt

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Métodos formais de detecção

• Teste de White

– Não depende da premissa de normalidade

𝑌𝑖 = 𝛽1 + 𝛽2𝑋2𝑖 + 𝛽3𝑋3𝑖 + 𝑢𝑖

1. Estimar a regressão e obter os resíduos

2. 𝑢𝑖2 = 𝛼1 + 𝛼2𝑋2𝑖 + 𝛼3𝑋3𝑖 + 𝛼4𝑋2𝑖

2 + 𝛼5𝑋3𝑖2 + 𝛼6𝑋2𝑖𝑋3𝑖 +

𝑣𝑖

Usar em 2 sempre os Xs, os mesmos ao quadrado e os produtos cruzados

3. Obter o R2 dessa regressão

4. Sob H0: homocedasticidade

𝑛. 𝑅2~ χ𝑔.𝑙.2

(assintoticamente)

g.l. = no. de regressores (sem a constante)

Ver arquivo testesheteroc3_white.txt

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Métodos formais de detecção

• Teste de White

5. Se 𝑛. 𝑅2 > χ𝑐𝑟𝑖𝑡,𝛼2 conclui-se que há heterocedasticidade

– Se o modelo tem muitos regressores a inclusão dos mesmos,

seus termos ao quadrado e os cruzados podem consumir

muitos g.l.

Ver arquivo testesheteroc3_white.txt

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Providências corretivas

• Quando 𝜎𝑖2 é conhecido: usar o método dos mínimos

quadrados ponderados

• Quando 𝜎𝑖2 não é conhecido: estimar os modelos com

erros robustos a heterocedasticidade de White

Obs.: ver premissas plausíveis sobre o padrão da heterocedasticidade nas

páginas 337 a 341