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E O SALÁRIO... COMO ESTÁ? Funcionários do Banco do Brasil falam se estão satisfeitos com seus salários. Conheça também as perdas sofridas pelos bancários do BB no decorrer dos anos EDUCAÇÃO A palmada educa ou prejudica? EQÜIDADE DE GÊNEROS Mulheres ainda ocupam poucos cargos de chefia no BB. Veja quais são as propostas do Banco para reduzir as desigualdades ELEIÇÕES ANABB Confira o Edital de Convocação ANO XXII - N O 202 - AGOSTO/SETEMBRO 2008

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Ação Agosto/Setembro 2008 | 1

E O SALÁRIO... COMO ESTÁ?Funcionários do Banco do Brasil falam se estão satisfeitos com seus salários. Conheça também as perdas sofridas pelos bancários do BB no decorrer dos anos

EDUCAÇÃOA palmada educa

ou prejudica?

EQüIDADE DE GÊNEROSMulheres ainda ocupam poucos cargos de chefia no BB. Veja quais são as

propostas do Banco para reduzir as desigualdades

ELEIÇÕES ANABBConfira o Editalde Convocação

ANO XXII - NO 202 - AgOstO/sEtEMBRO 2008

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2 | Ação Agosto/Setembro 2008

CARtAs

AçãO lIquIdAdA NA justIçAÉ com imensa satisfação que registro o rece-bimento do valor complementar, referente à ação jurídica conduzida pela ANABB. Gostaria de traduzir o meu mais profundo agradeci-mento aos componentes da ANABB por tudo o que têm feito em defesa dos interesses dos seus associados. É por isso que não reluto em motivar aqueles colegas que ainda não aderi-ram ao quadro de associados dessa insigne entidade.José Roberto de PaulaItapecerica da serra – sP

MudANçAs NA líNguA PORtuguEsANo Jornal Ação, edição especial 200, houve a publicação nas páginas 10 e 11 da maté-ria “Mudanças no Português”, assinada por Tatiane Lopes. O momento é azado. Traba-lhei no Banco por 25 anos e sou professor de Português há 40, ininterruptamente. Tratan-do-se de espaço precioso neste conceituado Jornal, acrescentaria, apenas, que a Língua Portuguesa está sendo escamoteada, faz al-gum tempo, por outra, a que chamam de “co-municação e expressão”, em que, eventual-mente, pode figurar até ginástica. Em alguns concursos, por exemplo – Globalização –, estão dando mais ênfase à Informática, “de-letando” o Português. Simplificar a Língua, contra os princípios de Bilac – preservação e identidade de uma nação – de forma estri-tamente econômica e política – haja vista os depoimentos favoráveis dos plutocratas do ensino, em seus gabinetes e academias –, não atenuará as dificuldades existentes, que são mais profundas, causando mais barulho do que resultado. Entrevistem professores estaduais e municipais a fim de verificar o que pensam. E as editoras: trocarão os livros descaracterizados, defasados em nossas es-tantes pelos modernos? A educação, no Bra-sil, é séria e aflitiva, senhores governantes!Paulo Roberto Moreira CoelhoRio de janeiro – Rj

POlêMICA RENdA CERtAElogiamos a coragem de divulgar nas pági-nas 14 e 15 do Jornal Ação de junho-julho de 2008 o maior escândalo já visto na Previ, es-cândalo este que podemos chamar de “Ren-da Certa – Sistema Errado”. Não imagináva-mos que alguém poderia receber acima de R$ 20 a 40 mil. O “sistema” erra e ninguém é culpado. O erro é diagnosticado, porém esse não é corrigido. E todas essas decisões foram tomadas por pessoas ou as decisões também foram tomadas pelo “sistema”? Creio que é caso de intervenção junto a Previ e investigação pela Justiça. No BB, quando se erra, responde-se a Processo Disciplinar e na Previ nada acontece? Estamos preocupa-dos com a destinação do superávit de 2007. Por favor, senhor presidente, não deixe que tais acontecimentos se repitam. Acreditamos na ANABB na defesa dos nossos direitos, já que a Previ nem sequer faz pronunciamento a respeito dos temas aqui mencionados.Luiz Rubens de AraújoAraraquara – sP

PONtuAlIdAdE NA COMuNICAçãOTenho sido crítico contumaz dessa entidade, no que tange à comunicação com o associa-do. No entanto, dessa vez, rendo-me a pon-tualidade, tempestividade e efetividade com que tratou os temas concernentes à opção de votação pela internet – era uma vergonha estarmos em pleno século XXI, mas com ação do XIX; bem como o resultado da reunião das entidades sobre o superávit da Previ. Digo isso porque, das vezes anteriores, nós associados o sabíamos quase em tempo real pelo site da AAFBB, uma vez que a ANABB só descrevia o assunto dois ou três dias depois. Por isso, parabenizo a todos que fazem a ANABB pela ação informativa, rogando que esse procedi-mento seja regra daqui para frente.Antonio Osmar PequenoFortaleza – CE

Ação

ANABB - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DFAtendimento ao associado: (61) 3442.9696 Geral: (61) 3442.9600site: www.anabb.org.br E-mail: [email protected] Redação: Ana Cristina Padilha, Fabiana Castro, Priscila Mendese Tatiane Lopes Anúncio: Fabiana Castro E-mail: [email protected] Edição: Felipe Alvarez Bittencourt MTB 7355JD/DF Revisão: Cida Taboza Editoração: Raido Propaganda Foto da Capa: AbleStockPerio dicidade: mensal tiragem: 150 milBanco de Imagem: AbleStockImpressão: Gráfica Positiva Fotolito: Photoimage

dIREtORIA-EXECutIVA

CONsElHO dElIBERAtIVO

VAlMIR CAMIlOPresidente

WIllIAM jOsé AlVEs BENtODiretor Administrativo e Financeiro

NIltON BRuNEllIDiretor de Comunicação e Desenvolvimento

gRAçA MACHAdODiretora de Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência EMílIO s. RIBAs ROdRIguEsDiretor de Relações Externas e Parlamentares

ANtONIO gONçAlVEs (Presidente)Ana Lúcia LandinAntilhon Saraiva dos SantosAugusto Silveira de CarvalhoCecília Mendes Garcez SiqueiraCláudio José ZuccoDenise Lopes ViannaDouglas José ScortegagnaÉlcio da Motta Silveira BuenoGenildo Ferreira dos ReisInácio da Silva MafraIsa Musa de NoronhaJosé Antônio Diniz de OliveiraJosé Bernardo de Medeiros NetoJosé BranissoJosé Sampaio de Lacerda JúniorLuiz Antonio CareliMércia Maria Nascimento PimentelRomildo Gouveia PintoTereza Cristina Godoy Moreira SantosVitor Paulo Camargo Gonçalves

CONsElHO FIsCAl

HuMBERtO EudEs VIEIRA dINIZ (Presidente)Armando César Ferreira dos SantosSaul Mário MatteiAntônia Lopes dos SantosDorilene Moreira da CostaElaine Michel

dIREtOREs EstAduAIs

Paulo Crivano de Moraes (AC)Ivan Pita de Araújo (AL)Marlene Carvalho (AM)Franz Milhomem de Siqueira (AP)Olivan de Souza Faustino (BA)Francisco Henrique Ellery (CE)Elias Kury (DF)Pedro Vilaça Neto(ES)Saulo Sartre Ubaldino (GO)Solonel Drumond Júnior (MA)Francisco Alves e Silva - Xixico (MG)Edson Trombine Leite (MS)José Humberto Paes Carvalho (MT)José Marcos de Lima Araújo (PA)Maria Aurinete Alves de Oliveira (PB)Carolina Maria de Godoy Matos (PE)Benedito Dias Simeão da Silva (PI)Moacir Finardi (PR)Antonio Paulo Ruzzi Pedroso (RJ)Heriberto Gadê de Vasconcelos (RN)Valdenice de Souza Nunes Fernandes (RO)Robert Dagon da Silva (RR)Edmundo Velho Brandão (RS)Carlos Francisco Pamplona (SC)Emanuel Messias B. Moura Júnior (SE)Walcinyr Bragatto (SP)Saulo Antônio de Matos (TO)

Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podem ser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências selecionadas pelo Conselho Editorial da ANABB. As cartas que se referem a outras enti-dades, como Cassi e Previ, serão a elas encaminhadas. Se você quer enviar comentários, sugestões e reclamações mande um e-mail para [email protected] ou uma carta para o endereço SCRS 507, Bl. A, Lj.15 CEP: 70351-510 Brasília/DF

jornal

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Neste último fim de semana, a revista Época publicou a lista das 100 melhores empresas para se trabalhar. O Banco do Brasil, mais uma vez, não estava lá. Lá estavam o Bradesco, o Banco Real e até o Itaú, mas o Banco, onde o funcionalismo já foi o maior patrimônio, não passou nem perto. Fiquei pensan-do naquela referência conhecida, em que se exige da mulher de César que ela pareça honesta por não bastar ser honesta. A referência poderia ser perfeitamente adaptada para o caso em questão. Para um banco, não basta ser bom lugar para se trabalhar, é preciso parecê-lo, e me parece que o nosso queri-do Banco do Brasil não está preocupado com sua imagem. Até porque eu não acredito que o Bradesco, o Real e o Itaú sejam assim empresas maravilhosas para se trabalhar. Fizeram, neste caso, esforço adicional até para parecer o que não são.

Hoje, vivemos divididos nas discussões que procuram mar-car o funcionalismo segundo períodos e épocas. Há os pré e pós-1967, pré e pós-1978, pré e pós-1997 e até os pré e pós-1998. Em cada momento, uma mudança nas relações que envolvem o Banco e seu funcionalismo, que continua influenciando a vida de cada um de seus funcionários, na discussão de carreira, de salários e, principalmente, de benefícios vinculados às nossas Caixas de Previdência e Assistência. Tudo para ser resumido em constatação única: o Banco do Brasil não é mais aquele.

Há nas discussões, ainda, o Banco do tempo do Calazans e do Calliari: de boas lembranças. O Banco do Policaro e do Lafayete Coutinho: de triste memória. O Banco do FHC e até o Banco do Lula. Na verdade, enquanto nos perdemos em tentar descobrir o porquê de tantos bancos dentro de um Banco só, descobrimos que as divisões começaram a aparecer quando deixamos de ser o Banco do Brasil. Quando entrei no Banco, em 1976, houve comemoração lá em casa. Restava ainda a expectativa de que o Banco era garantia de segurança e estabili-dade, respeito nas relações democráticas de trabalho, remune-ração justa, assistência previdenciária e de saúde exemplares e carreira promissora. O fantasma do PDV, PAQ e tantos outros programas de exclusão de direitos e de pessoas nem passavam

por nossas cabeças. O nosso Banco não precisava figurar em nenhuma lista de melhores empresas para se trabalhar, pois ele simplesmente era objeto de desejo da maioria dos trabalha-dores brasileiros.

Estamos caminhando para a última metade do último man-dato do presidente Lula. De oito anos, em pouco tempo resta-rá menos de dois. Na minha modesta opinião, teremos então perdido a grande chance de virar este jogo. A constatação nos faz descrentes no futuro, pois, se eles não fizeram um banco melhor para o Brasil e para os brasileiros que nele trabalham, quem poderá fazê-lo? Não estou nem um pouco preocupado com a lista das empresas da revista Época, para mim também, modestamente, cheia de imperfeições. No entanto, ela é perfei-ta para lembrarmos que entre todos já fomos o primeiro. Que pena, não estamos tendo competência para estar nesta lista, mesmo que seja uma lista só de faz-de-conta. Que um dia o Brasil, que é o verdadeiro dono deste Banco, nos perdoe.

EdItORIAlCARtA dO PREsIdENtE

BB, entre as 100 já foste a melhor

Valmir CamiloPresidente da ANABB

Geo

rge

Gia

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Todos os anos, quando as negociações da campanha salarial ganham destaque, os bancários se vêem diante de série de reivindicações que deveriam resumir os an-seios da categoria. Aumento salarial, abertura imediata de negociação sobre Plano de Cargos e Salários (PCS), fim da lateralidade e pagamento das substituições, jor-nada de seis horas para comissionados, fim do voto de Minerva na Previ, implantação imediata do Plano Odon-tológico na Cassi, fim das metas abusivas e do assédio moral estão entre os eixos de debate das negociações

específicas dos funcionários do Banco do Brasil na cam-panha salarial 2008.

Nas discussões, patrões e empregados buscam tornar es-sas e outras propostas viáveis para ambos. No entanto, des-de 1997, quando o Banco do Brasil determinou mudança no PCS, o arrocho salarial refletiu-se no bolso dos funcionários e gerou certo descontentamento.

Essa mudança causou distorções salariais entre funcioná-rios pré e pós-98 que ocupam o mesmo cargo. A diferença vai de 8,04% a 64,20%, conforme tabela a seguir.

O reajuste salarial encabeça a lista de reivindicações do funcionalismo na maior parte das campanhas salariais. Além disso, os bancários

buscam a tão sonhada isonomia

CAPA

por Priscila Mendes e Tatiane LopesColaboração Elder Ferreira

em questãoO salário

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Nas discussões, patrões e empregados buscam tornar essas e outras propostas viáveis para ambos. No entanto, desde 1997, quando o Banco do Brasil determinou mudança no PCS, o arrocho salarial refletiu-se no bolso dos funcionários e gerou certo descontentamento

Tabela 1Escala Salarial – em R$Corrigida pelos Reajustes Salariais (Set/97 a Ago/07)

E1 942,90 942,90 - -E2 971,40 1.055,96 84,56 8,04%E3 1.000,50 1.182,67 182,17 15,41%E4 1.030,50 1.324,59 294,09 22,25%E5 1.061,40 1.483,54 422,14 28,51%E6 1.093,20 1.661,57 568,37 34,23%E7 1.125,90 1.860,95 735,05 39,52%E8 1.159,80 2.084,27 924,47 44,40%E9 1.194,60 2.334,38 1.139,78 48,84%E10 1.230,30 2.707,88 1.477,58 54,59%E11 1.267,20 3.141,14 1.873,94 59,67%E12 1.305,30 3.643,72 2.338,42 64,20%

(*) Nessa tabela não estão inclusas gratificações e demais benefíciosque compõem os salários dos bancários do BB

Elaboração: Dieese.

Categoria VP(*) atualpós-98 (a)

VP(*) antigo (pré-97) (b)

Diferença (R$)(b) – (a)

Diferença (%)(b) – (a)

Banco do Brasil – Evolução do Vencimento Padrão na perspectiva do Plano de Cargos e Salários – PCS (antigo e atual)

PCS A PARTIR DE AGO/97 PCS ANTERIOR A AGO/97

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Condições distintas de salários entre funcionários de uma mesma empresa que ocupam cargos iguais podem causar desconforto entre os colegas de trabalho. “Procuro não acen-tuar as diferenças com os novos funcionários, pois isso é extremamente prejudicial para a Empresa. No entanto, na sala de aula, como educador corporativo, percebo que há grande desconforto em relação à falta de isonomia salarial e de tratamento. No último curso em que atuei, ouvi de um fun-cionário pós-98 que o Banco estava prestes a proporcionar novamente a tão desejada isonomia: colocando para fora da Empresa os funcionários anteriores a 1998”, relata Arnaldo*, funcionário do BB desde 1981.

Arnaldo vivenciou várias mudanças quanto aos salários dos bancários e acha que isso prejudicou o funcionalismo. “A questão salarial viveu altos e baixos, mas não é isso. Penso que é necessária uma administração profissionalizada, efi-ciente, voltada para lucros crescentes. Isso não exclui o res-peito ao funcionalismo e à clientela, a ética nos negócios e o equilíbrio nas cobranças. No meu ponto de vista, essa foi uma mudança para pior. O Banco hoje busca resultado a qualquer preço e essa idéia não é sustentável.”

Segundo levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese, seção Bra-sília, a pedido da ANABB, o arrocho salarial dos bancários deve-se também aos anos em que o funcionalismo do Banco do Bra-sil ficou sem reajuste, em 1998 e 1999. Naquele período, os funcionários das instituições privadas tiveram aumento, mes-mo que inferior à inflação em 1998 e levemente superior em 1999. Somente em 2003, o reajuste nos salários foi unificado para toda a categoria bancária, mas ainda inferior à inflação.

Em 2004, tanto no BB como nos bancos privados, os reajustes foram superiores à inflação. No entanto, os ganhos reais foram incapazes de neutralizar o efeito negativo do perío-do anterior. No BB, a perda salarial foi de 17,7% contra 1,6% nos bancos privados (tabela 2), diferença dez vezes superior à perda dos bancos privados.

Diante desses acontecimentos, o salário de ingresso no Banco do Brasil – que inclui gratificação de 25% – ficou mais próximo daquele da rede privada – que considera o salário após 90 dias de banco. Em dezembro de 1997, o salário de ingresso no Banco de R$ 732,00 excedia em 51,5% o salário inicial dos bancos privados, que era de R$ 483,00. Atualmen-

Tabela 2Reajuste salarial e inflação – set. 1997 a set. 2007Corrigido pelos Reajustes Salariais (Set/97 a Ago/07)Data-base INPC/IBGE Banco do Brasil Bancos PrivadosSet. 1998 3,88% 0% 1,20%Set. 1999 5,25% 0% 5,50%Set. 2000 6,96% 1,70% 7,20%Set. 2001 7,31% 2,00% 5,50%Set. 2002 9,16% 5,00% 7,00%Set. 2003 17,52% 12,60% 12,60%Set. 20041 6,64% 11,85% 12,77%Set. 2005 5,01% 6,00% 6,00%Set. 2006 2,85% 3,50% 3,50%Set. 20072 4,82% 6,00% 6,00%Acumulado 93,83% 59,53% 90,78%Perda salarial -17,69% -1,57%Reajuste necessário 21,50% 1,60%

Fonte: Acordo e Convenção Coletiva dos Bancários.Elaboração: Dieese.Notas:1 Na data-base de 2004, além do reajuste de 8,5%, os salários até o teto de R$ 1.500,00 incorporaram parcela fixa de R$ 30,00. Esse valor representou reajuste total de 11,85% e 12,77% para os respectivos pisos salariais do BB e dos bancos privados.2 Em 2007, o BB incorporou a parcela fixa ao vencimento padrão, ampliando assim a base de incidência da gratificação semestral de 25%. Com isso, o reajuste acumulado subiu para 61%.

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te, essa relação é de R$ 1.178,63 no BB contra R$ 921,49 nos privados, ou seja, 27,9% superior. Para manter a paridade de 1997, o salário de ingresso no BB deveria ser R$ 1.396,54 − equivalente ao reajuste de 18,5% sobre o valor atual.

Considerando intervalo de apenas um ano, com 12 salários mais 13 0 e um terço de férias constitucional, um bancário no iní-cio de carreira no BB deixou de ganhar, entre setembro de 2007 e agosto de 2008, o equivalente a R$ 2.904,74.

Com a nova política de recursos humanos, implantada a partir de 1996, que teve a intenção de tornar o Banco do Brasil mais competitivo, os salários foram equiparados aos de mercado. O tempo de serviço, por exemplo, era item que engordava o contra-cheque e deixou de ser diferencial. A partir desse momento, as palavras-chave eram eficiência e competição.

“Os salários do Banco do Brasil não são maiores; ao contrá-rio, é possível até questionar que, em algumas funções, ele não pague o que recebe um funcionário de banco privado, que sabe que o desempenho justifica a remuneração. O fun-cionário não tem estímulo forte comparativamente ao que ele teve no passado, que dava a ele o destaque de ser funcio-nário do Banco”, explica José Carlos de Oliveira, professor do departamento de Economia da Universidade de Brasília.

Opinião de funcionáriosA questão salarial mexe com o funcionalismo do Banco

do Brasil, mas outros benefícios tornam os funcionários satisfeitos com a Instituição. Em pesquisa realizada pela ANABB, 83,2% dos 1.088 funcionários entrevistados afir-

maram sentir-se bem trabalhando no Banco do Brasil. Essa satisfação deve-se principalmente à estabilidade, ao Plano de Saúde da Cassi, ao Plano de Carreira e à possibilidade de crescimento no Banco. Em contrapartida, 58,5% dos entre-vistados afirmaram que o BB não é o melhor lugar para se trabalhar. Entre os pontos negativos levantados pelos par-ticipantes estão salários baixos (13,8%); excesso de traba-lho (13,4%); falta de funcionário (11,3%); metas inatingíveis (10,9%); e excesso de pressão das chefias (8,9%).

Para a funcionária Vanessa*, a demanda é o problema. “Eu acho o salário baixo em decorrência do que a gente faz, porque tanto o escriturário quanto o assistente fazem sempre o serviço de um cargo superior. Por isso, é muito defasado”, afirma a escriturária de 28 anos, formada em Direito.

A jovem funcionária, que já trabalhou em banco concorren-te, confessa que não tem o sonho de fazer carreira no BB. Pelo contrário, o emprego atual serve de primeiro passo para a carreira. “Eu quero é um tribunal, onde trabalhamos com horário reduzido e ganhamos mais”, defende.

Em um mercado de trabalho tão competitivo e acirrado como o atual, apenas o diploma de graduação não é garantia de melhoria salarial. Segundo o gerente geral de agência no Paraná, Jéferson Amaral*, a competitividade dentro do Banco é agravante. “Possuo nível superior, só que sem isso você não consegue, no próprio Banco, ter a pontuação necessária para ascender na carreira. Mesmo hoje como gerente, se a gente não tiver alguma daquelas certificações internas do Banco, fica para trás”, argumenta.

“Eu tenho expectativa de melhorar o salário. Mas essa ques-tão de salário é complicada. No mercado de trabalho aí fora a coisa está pior. Estão pagando menos do que aqui. Se for uma análise com o mercado de trabalho, eu estaria satisfeito, mas, se for uma análise particular, eu tenho expectativa de melhorar meu salário e crescer no Banco. O salário do BB está alinhado com o do mercado.”Cláudio Souza,* 30 anosEscriturário, São Paulo – SPIngressou no BB em 2008

“Não. Em relação à responsabilidade assumida, eu acho queo salário não condiz.”Antônio Cruz,* 25 anosGerente de Módulo, Porto Alegre – RSIngressou no BB em 2004

“Podia ser um pouquinho melhor, pois o salário de um bancá-rio, dependendo do cargo, mal dá para manter-se. Além disso,

o custo de vida em Brasília é alto. Se eu vivesse em outra cidade, talvez estivesse mais satisfeito.” Alexandre Costa,* 28 anosEscriturário, Brasília – DFIngressou no BB em 2007

“Apesar de tudo, a gente pode até falar que o poder de compra não é mais o mesmo, mas o salário está alinhado com o mer-cado. Agora se o mercado está errado, aí já é outro problema.”Elton Almeida*Assistente Sênior, Brasília – DF

“Acho que deveria ser um pouquinho melhor. Trabalho muito. É muita responsabilidade, muita coisa ao mesmo tempo, por isso eu acho pouco. Eu acho que deveria ser um pouquinho mais.” Iolanda Silva,* 43 anosEscriturária, Brasília – DFIngressou no BB em 2008

A ANABB perguntou aos associados, funcionários da ativa, se eles estavam satisfeitoscom os salários. Veja o que eles responderam.

Obs.: O Banco do Brasil foi procurado, mas não quis se pronunciar quanto à questão salarial do funcionalismo. *Nomes fictícios.

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É com voz baixa e jeito simples que o aposentado do Banco do Brasil, Heleno Fonseca Lima, relembra momentos significativos em sua carreira e na trajetória da Instituição. O principal deles não faz parte da memória do Banco nem é de conhecimento de grande parte dos funcionários: a criação e a formatação da primeira campanha de marketing esportivo do Banco do Brasil, entre os anos de 1985 e 1987. “Foi o então presidente do Banco, Camillo Calazans, que autorizou a elaboração de um modelo de campanha baseada na modernização da imagem e na promoção da marca e do nome do Banco, por meio do marketing esportivo”, conta o aposentado de 67 anos.

No ano de 1985, Heleno ocupava cargo de assessor da Presi-dência e foi investido na função de “coordenador das atividades necessárias à divulgação da imagem do Banco”. Sob sua respon-sabilidade, o BB iniciou patrocínio à equipe esportiva nacional. A modalidade basquetebol foi a escolhida, pois na época esse es-porte tinha preferência da juventude e contava com participação de grandes ídolos, como Oscar, Marcel, Paula e Hortência.

“O presidente me encarregou de formatar essa ação estratégi-

ca baseada no marketing esportivo. Entrei em contato com a Con-federação Brasileira de Basquetebol e idealizamos uma maneira de o Banco ter retorno. Colocamos o nome e a marca do Banco nos uniformes da Seleção Nacional de Basquetebol. Hoje o marketing esportivo evoluiu bastante, naquela época foi uma cria-ção de marketing original e inédita no Brasil e no mundo”, conta.

Os anos seguintes foram de muito trabalho e reconheci-mento por todo país. Nesse período, durante o Campeonato Mundial de Basquetebol, em 1986, na Espanha, também foi criada a primeira Torcida Verde e Amarela. “O sucesso foi abso-luto e o nome e a marca do Banco apareceram nos uniformes dos atletas e em camisetas e bandeiras nas arquibancadas. O acerto dessa ação foi a base para a continuidade nos anos seguintes”, destaca o aposentado.

A campanha de marketing esportivo do Banco do Brasil tornou-se poderosa ferramenta de divulgação do nome Banco do Bra-sil, inclusive internacionalmente, ação estratégica que o Banco jamais abandonaria. Mas muito do que Heleno ajudou a construir ficou esquecido.

PIOnEIRISMO nOS ESPORTESAposentado do Banco do Brasil relembra primeira campanha de marketing esportivo do Banco, em 1985. De lá pra cá, a parceria entre a Instituição e os esportes rende bons frutos com investimentos na casa dos R$ 60 milhões

por Tatiane Lopes

EsPORtE

Anúncios do Banco do Brasil referentes ao patrocínio do basquete

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Segundo dados do BB, a partir de 1991 a Instituição co-meçou a patrocinar o esporte brasileiro, na modalidade vo-leibol, época, também, em que foi criado o Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia. O site da Instituição, que dedica uma página para contar sua história de participação no es-porte, não menciona que o pontapé para o marketing es-portivo do Banco foi dado com o basquetebol.

É essa história triste que o aposentado do Banco do Brasil tenta reverter. Formado em Educação Física e em Marketing, Heleno, que se aposentou em 1994, voltou a trabalhar em 2007 na área de consultoria de Marketing Esportivo. “Durante reunião de tra-balho, ao contar sobre a campanha desenvolvida para o Banco, no triênio 1985-1987, senti que as pessoas não acreditaram. Elas nunca viram isso escrito em lugar nenhum. Voltei para casa, fiquei chateado, pois havia me dedicado a criar e formatar um trabalho e estava desacreditado”, desabafa o aposentado.

A assessoria de imprensa do Banco do Brasil informou que nos relatórios anuais, publicados nos anos de 1986, 1987 e 1988, o Banco fez referência aos patrocínios esportivos para as seleções de basquete masculino e feminino. No entanto, o ano de 1991 marcou a institucionalização da área esportiva no BB e a forma-lização do patrocínio com a criação de orçamento específico e funcionários destinados para essa área.

Para Heleno, o tempo que passou não exime o Banco do Brasil de considerar a autoria da campanha como dele. “Questiono que se estabeleça a verdade no que concerne à criação e à forma-tação da campanha de marketing esportivo do Banco do Brasil para o conhecimento dos funcionários e de toda a população bra-sileira. Não se pode aceitar que uma Instituição bicentenária não registre em sua história a real origem desta campanha vitoriosa, com vários prêmios alcançados, que passou a fazer parte da pró-pria história do esporte brasileiro”, explica.

E lamenta: “independentemente de ver a minha história apagada, de suportar ofensa a minha imagem de autor, consi-dero a maior vítima o próprio Banco do Brasil, por ter parte de sua vida suprimida de qualquer menção histórica. Não quero de modo nenhum estabelecer polêmica com o Banco. Como funcionário aposentado, sinto-me no dever de ajudar a resga-tar esses fatos da história do Banco, os quais tive a honra de evidenciar e deles participar. Tenho filhos e netos e quero po-der contar uma história diferente para eles”, conclui.

HistóriaOs resultados alcançados pelo esporte brasileiro mostram a

importância da parceria com o Banco do Brasil. Na quadra, com as seleções adultas, em 107 competições disputadas entre 1991 e 2008, foram 79 pódios, 48 deles com o primeiro lugar – desta-que para os títulos olímpicos, em 1992 e 2004; os mundiais, em 2002 e 2006; o heptacampeonato da Liga Mundial (masculino); e o heptacampeonato do Grand Prix (feminino).

Os bons números também se estendem aos investimentos. Só em 2007, o Banco do Brasil investiu R$ 52 milhões em patrocínio esportivo. Para este ano, a previsão é maior: nada menos que R$ 60 milhões.

No vôlei de praia, além do Circuito BB, o Banco patrocina a du-pla campeã olímpica e pentacampeã do Circuito Mundial, Ricardo e Emanuel, e as atuais vice-líderes do ranking do Circuito Mun-dial, Renata e Talita. O avanço nesse esporte é notável. Em 1991, no primeiro ano do Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia, foram disputadas apenas cinco etapas no masculino. Já no ano seguin-te, o Brasil entrou para a elite: foi criada a modalidade feminina e a competição ganhou 16 etapas.

A partir de 2000, o Banco do Brasil marcou sua presença no tênis ao patrocinar Gustavo Kuerten. Em seis anos de parceria, o tenista conquistou 15 títulos, sendo dois em Roland Garros, e liderou o ranking da Associação de Tenistas Profissionais por 43 semanas, feito inédito para um sul-americano. O tenista despe-diu-se das quadras com a marca da Empresa na camisa.

Um dos maiores vencedores da história de todos os esportes, o iatista Robert Scheidt, octacampeão mundial da classe laser e atual campeão mundial da classe star, também é patrocinado pelo BB. Além dele, recebem incentivos seu parceiro Bruno Pra-da, a seleção brasileira de futsal e o jogador Falcão.

De acordo com dados do Banco do Brasil, em 2007, mais de 320 mil pessoas participaram dos eventos esportivos patrocina-dos pela Instituição. A cada ano, quase dois mil atletas brasileiros são beneficiados pelo patrocínio, incluindo categorias de base e profissional. O Banco também promove ações sociais ligadas ao esporte. No ano passado, nos eventos esportivos apoiados pelo BB, foram alcançados os seguintes resultados: sete mil empregos temporários gerados; 12,1 mil crianças atendidas em oficinas de esporte; 206 toneladas de alimentos arrecadadas; e 42 entida-des sociais visitadas por atletas consagrados.

“Questiono que se estabeleça a verdade no que concerne à criação e à formatação da campanha de marketing esportivo do Banco do Brasil para o conhecimento dos funcionários e de toda a população brasileira. Não se pode aceitar que uma Instituição

bicentenária não registre em sua história a real origem desta campanha vitoriosa, com vários prêmios alcançados, que passou

a fazer parte da própria história do esporte brasileiro”Heleno Fonseca Lima

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Basta ser associado ou dependente da ANABB para apro-veitar as vantagens que os convênios ANABB oferecem. Em todo o Brasil, são mais de 1.200 convênios com estabele-cimentos comerciais e profissionais prestadores de servi-ços. Todos os conveniados podem ser conferidos no site da ANABB − www.anabb.org.br −, no link “Convênios”.

Para se ter idéia, os associados podem se beneficiar com descontos em faculdades e demais instituições de ensino, hotéis, academias, salões de beleza e estética, clínicas mé-dicas e odontológicas, consultorias, farmácias, lojas de rou-pas, produtos para festas, decoração e muito mais.

Por exemplo, em uma instituição de ensino superior em Brasília, a mensalidade do curso de Economia custa R$ 567,37. Para o associado ANABB, que tem 20% de desconto, essa mensalidade sai por R$ 453,90 – descon-to de R$ 113,47, ou seja, R$ 56,74 a mais que o desconto oferecido pela instituição no quesito pontualidade. Nesse exemplo, o valor economizado pelo associado ANABB em

apenas um mês equivale ao pagamento de quase três mensalidades da ANABB − R$ 19,50 cada. Esse é apenas um exemplo, pois o filiado pode se beneficiar de vários outros convênios simultaneamente.

Para usufruir dos descontos, basta apresentar o cartão da ANABB. Se a empresa exigir declaração de sócio, você pode-rá solicitá-la pelo site.

Os associados podem, ainda, indicar empresas e profis-sionais de interesse que ainda não sejam conveniados à ANABB. Com essa indicação, a Associação entrará em con-tato com o estabelecimento ou profissional para mostrar os benefícios de fazer parte da rede conveniada. Afinal, são aproximadamente 100 mil associados em todo o Brasil.

A rede de conveniados da Associação está em expansão. Agora os associados contam também com convênios nacionais, que podem ser aproveitados em qualquer lugar do país.

Acesse www.anabb.org.br e veja como é fácil.

São mais de 1.200 convênios com estabelecimentos comerciais em todo o Brasil

Convênios AnABB:vantagens para os

associados

ANABB

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www.anabb.org.br

Aqui os associados encontram todos os convênios oferecidos pela ANABB. Basta selecionar as opções abaixo. Espaço destinado aos associados

que quiserem indicar empresas ou profissionais para fazer parte da rede de convênios ANABB. A Associação entrará em contato com o estabelecimento indicado para viabilizar a participação da empresa.

Espaço destinado às empresas interessadas em fazer parte da rede de convênios ANABB. Aqui elas preenchem formulário de produtos, serviços e vantagens oferecidas aos associados.

Mais informações: [email protected]

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Uma bactéria, que já contaminou mi-lhares de pessoas no Brasil, desafia os médicos. Só em julho, cinco casos fo-ram identificados em Vitória (ES). E os médicos avisam: a contaminação pode ser maior do que se imagina. A epide-mia já atinge o Rio de Janeiro e Minas Gerais. A contaminação é provocada por microorganismos parentes do bacilo da tuberculose. A microbactéria contamina o instrumento que suga a gordura na li-poaspiração, chamado cânula, e causa violenta infecção. Por isso, a epidemia pode ter origem em instrumentos mal es-terilizados. A Agência de Vigilância Sani-tária (Anvisa) determinou mudanças nos procedimentos de limpeza e o surto foi controlado. No Espírito Santo, a solução encontrada pela Secretaria de Saúde é a troca dos instrumentos usados em ci-rurgias de lipoaspiração, recomendação adotada também no Rio de Janeiro.Fantástico

PARABÓlICA

ZERO E dEZSUPERBACtéRIA DESAfIA MéDICOS BRASILEIROS

CLASSE MéDIA EM ASCENSÃOPela primeira vez na história do Brasil,

a classe média passa a ser maioria no país. Essa foi a conclusão de pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Rio de Janeiro. De acordo com o estudo, atualmente 52% da população formam a classe média brasileira. Isso significa que nos últimos seis anos cerca de 20 milhões de brasileiros deixaram de ser classificados como pobres ou muito pobres e se deslocaram para o meio da pirâmide social. A pesquisa da FGV con-siderou como classe média as famílias com renda mensal entre R$ 1.065 e R$ 4.591. Um dos pontos positivos dessa notícia é que o futuro do país pode estar atrelado à nova classe média – já que nos países que alcançaram desenvolvimento financeiro e social a maioria dos habitan-tes pertence a esse estrato social. Época

SUPREMO CONtRA O NEPOtISMOO Supremo Tribunal Federal aprovou no dia 21 de agosto o documento que obriga os três poderes a banir a contratação de parentes sem con-curso do serviço público. Pai, irmão, tio, sogro, cunhado, mãe: os minis-tros do Supremo bateram o martelo e decidiram que todos esses paren-tes deverão ser demitidos. O fim do nepotismo vale para os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. O Supremo liberou as nomeações para os chamados cargos políticos. Assim,

ministros, secretários estaduais e municipais poderão ser nomeados por parentes. E os próprios ministros do Supremo admitiram que outras exceções poderão ser abertas. Os ministros querem ainda acabar com nepotismo cruzado (quando uma au-toridade pede para autoridade de ou-tro poder contratar um parente e, em troca, faz o mesmo favor), mas nova-mente os ministros deixaram claro que sabem que não é nada simples confirmar esses favores.Jornal Nacional

CALL CENtER: DEMORA POR PARtE DAS EMPRESAS CONtINUA As empresas ainda terão muito trabalho para adaptar seus Serviços do Atendimento ao Cliente (SACs) às novas regras estabelecidas pelo Decreto no 6.523/2008, que entrará em vigor em 1o de dezembro. Após sua assinatura, foram testadas 16 empresas de alguns dos setores incluí-dos no Decreto – telefonia, TV a cabo, bancos, planos de saúde, empresas aéreas, concessionárias de energia – e metade foi reprovada. As razões da

reprovação foram demora por parte dos atendentes e respostas erradas. Foram testados: Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Net Rio, Sky, TVA, Ampla, Light, Amil, Unimed-Rio, TAM, Gol, Claro, Oi, TIM e Vivo. O BB, por exemplo, foi reprovado. No primeiro telefonema a ligação caiu, depois de passar por dois cardápios eletrônicos. Foi feita mais uma tentativa, mas a única opção possível era cancelamen-to de cartão. Todas as operadoras de celular foram reprovadas.O Globo

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justIçA

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11.672/2008, o andamento de proces-sos judiciais que beneficiam aposen-tados e pensionistas do INSS também ficará mais rápido.Jornal de Brasília

RECEItA OfERECERá IR PRONtO Dentro de dois anos, o governo planeja oferecer a funcionários de alguns setores privados e a servidores públicos federais, estaduais e municipais a declaração de renda de pessoa física já pronta. Caberá ao contribuinte concordar ou não com o tributo já calculado. Caso discorde, ele deverá fornecer as informações neces-sárias para a correção. O modelo, em desenvolvimento pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), é inspirado em sistema implantado no Chile. Segundo o diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni, para setores que já operam com nota fiscal eletrônica – automobilístico, fumageiro e indústria farmacêutica – falta apenas implantar a escrituração eletrônica, o que deve ser feito a partir do próximo ano. No caso dos funcionários públicos, seria preciso apenas sincronizar as bases de dados. Ele destacou que, para o setor privado, a nota fiscal eletrônica e a escrituração ele-trônica permitirão que se saiba quanto e a quem cada empresa pagou. No entan-to, ainda é necessário articulação com cartórios para obter informações sobre a variação patrimonial.Correio Braziliense

MENORES DE 1 ANO DEVEMEVItAR O CONSUMO DE MELA Agência Nacional de Vigilância Sani-tária (Anvisa) recomendou que crianças com menos de um ano de idade não consumam mel. O objetivo da orienta-ção é prevenir a ingestão de esporos da bactéria Clostridium botulinum, bacilo responsável pela transmissão do botu-lismo intestinal. Não existem restrições ao consumo de mel por crianças com mais de um ano de idade e adultos sem problemas de saúde relacionados à flora intestinal. Apesar de não haver confirmação de casos da doença no Brasil, a atuação da Anvisa está fun-damentada em publicações oficiais da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Resultados de pesquisas apontam que 7% das 100 amostras de mel comercializadas por ambulantes, mercados e feiras livres, em seis estados brasileiros, estavam contaminadas com o bacilo. Site da Anvisa

RECADAStRAMENtO O Ministério da Previdência prepara-se para atualizar os dados incompletos dos trabalhadores ativos no Cadas-tro Nacional de Informações Sociais (Cnis). A intenção é acabar com as lacunas na base de dados e garan-tir que, a partir de 2010, o segurado possa se aposentar por tempo de contribuição automaticamente. O mi-nistro da Previdência, José Pimentel, informou, também, que a partir do ano que vem o governo pretende conceder automaticamente as aposentadorias de profissionais urbanos por idade – para homens e mulheres que já completaram, respectivamente, 65 e 60 anos. Antes de convocar os segura-dos, o INSS conferirá as informações com as empresas a partir de 2009 e depois os trabalhadores serão chama-dos. Com a entrada em vigor da Lei no

BRAsIl

BANCO dO BRAsIl

LUCRO DO BB CRESCE 61%O Banco do Brasil registrou lucro lí-quido de R$ 4 bilhões no primeiro semestre de 2008, resultado 61,1% maior do que o observado no mesmo período de 2007. No trimestre, o lu-cro foi de R$ 1,6 bilhão. O resultado corresponde a Retorno sobre Patri-mônio Líquido (RSPL) de 34%, con-tra 24,3% no mesmo período do ano anterior, e lucro por ação igual a R$ 1,57, contra R$ 1,00 no primeiro se-

mestre de 2007. Esse desempenho permite distribuir R$ 1,6 bilhão como remuneração aos acionistas, equi-valentes a 40% do lucro líquido. Os bons resultados se estendem tam-bém para o crédito total (incluindo carteira externa, interna e prestação de garantias) que superou os R$ 200 bilhões. Com essa marca, o Banco atingiu uma das metas programadas para celebrar seus 200 anos.Site do BB

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Em 1997, após tantas idas e vindas, dez anos de dedicação e compromisso e mesmo após conselhos de colegas para que eu não deixasse o Banco, decidi deixá-lo

Ingressei no Banco do Brasil a primeira vez em 1984, como menor auxiliar de serviços gerais, e permaneci até 1986. Após aprovação em concurso público, voltei para o BB em 1987, com apenas 18 anos, levado pelo sonho de todos naquela época: ser funcionário com estabilidade, fazer carreira, comprar uma casa pela Previ e, finalmente, aposentar-se.

Passei por cinco dependências em três estados − Paraíba, Rio Grande do Norte e Paraná −, sendo na última pressio-nado pelo tão temido Programa de Desligamento Voluntário (PDV) em 1995. Em 1996, consegui transferência para meu estado de origem, a Paraíba. Começou, então, um processo de desmotivação e insatisfação. Embora lotado no Centro de Processamento de Serviços e Comunicações (Cesec), de João Pessoa, era constantemente cedido para outras agências da capital, sem conseguir me firmar em um local e em uma função, porque o Banco não deixava. Assim, em 1997, após tantas idas e vindas, dez anos de dedicação e compromis-so e mesmo após tantos conselhos de colegas que sabiam do meu potencial para que eu não deixasse o Banco, decidi deixá-lo. Como se tudo isso não tivesse valor, o Banco, sem analisar quem era o funcionário que deixava seus quadros, acatou prontamente meu pedido de demissão.

Confesso que não me arrependi da decisão, mas tam-bém não estava preparado para o mercado de trabalho fora do BB, pois havia ingressado no Banco aos 14 anos e até

então só tinha aprendido a ser bancário. Fora do Banco, tentei várias opções profissionais, “ralei” bastante até con-seguir boas oportunidades.

Em 2003, prestei concurso para o BB e fui convocado em 2007. Após analisar minha história no Banco e minhas pretensões profissionais, mesmo sabendo que a política de recursos humanos do Banco está mais “humana” nos dias de hoje, decidi não ingressar no quadro do BB, desistindo dele pela segunda vez.

Hoje, 11 anos depois, graduado em Ciências Contábeis e pós-graduado em Auditoria Contábil, exerço a profissão de con-tador em uma empresa privada, percebendo a cada dia que estou no caminho certo, pois tenho investido em mim e na mi-nha carreira.

Agradeço ao Banco pelas lições que aprendi, pelas boas amizades que deixei e pelas várias experiências profissio-nais por que passei. Porém, creio que o Banco perdeu um dedicado, comprometido e disciplinado funcionário. Talvez eu não tenha a terceira chance, e também acho que não vol-taria ao Banco. Apesar de tudo, permanece minha gratidão ao BB pelo muito que com ele aprendi.

Jefferson*Fortaleza – CE

dEsIstI dO BANCO dO BRAsIl POR duAs VEZEs

BANCO dO BANCÁRIO

*Nom

e fic

tício

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Ação Agosto/Setembro 2008 | 17

Ingressei no Banco do Brasil em meados de 1982, aos 33 anos, no Centro de Processamento de Serviços e Comu-nicações (Cesec) de Santo Ângelo (RS), por aprovação em disputado concurso público. No início da década de 1990, fui aprovado em concurso interno de nível superior, mas, para minha infelicidade, o referido concurso foi extinto de maneira arbitrária.

Trabalhei, a maior parte do tempo, em atividade com acréscimo de adicional noturno e, durante três anos, fui co-missionado substituto do Banco. Nessa mesma década, fo-ram abertos muitos Cesecs, mas logo foram fechados.

Em 1995, o Banco possuía 120 mil funcionários e criou o Programa de Demissão Voluntária (PDV) para reduzir em 50% seu quadro de funcionários. Foi entregue uma carta sugerindo que aderíssemos ao PDV. Para mim e para os vários colegas − aproximadamente 60 mil pessoas − ins-talou-se o caos.

Em decorrência disso, as comissões e o número de fun-cionários foram reduzidos drasticamente. O ótimo ambiente de trabalho virou local de tensão, terror e choro. Eu, na épo-ca, era representante da ANABB local e, vendo o fato, resolvi denunciá-lo em jornal e televisão.

Em 1997, fui transferido para o Cesec de Santa Maria (RS), a 220 km da minha residência. Após seis meses dessa mudança, determinou-se a extinção de mais esse Cesec.

Minha ficha funcional era limpa, sem nenhum processo disciplinar ou algo do gênero. No entanto, com 48 anos, o Banco me considerava velho e era rejeitado pela Instituição por causa de minha idade. Fui transferido para a agência de Giruá (RS) e, em agosto de 1998, estressado com a situação, adoeci e sofri infarto.

Por conseqüência, fiquei cardíaco e afetado psicologica-mente, tendo sido, após certo tempo, aposentado por inva-lidez. No cálculo da aposentadoria, perdi adicional noturno, substituições, concurso interno para nível superior, tíquete-alimentação, além de ter meu salário congelado. Hoje, sobre-vivo com os baixos proventos da aposentadoria.

Em síntese, nesse momento apóio todos que tiveram de aderir ao PDV e passaram por dificuldades similares. Apóio as reintegrações dos “pedevistas” ao Banco, bem como a atualização das remunerações e a devolução dos direitos ad-quiridos a estes nobres trabalhadores, que dedicaram sua vida ao Banco do Brasil.

Obs.: Este texto foi adaptado por meu filho, tendo em vista que fiquei com seqüelas mentais em virtude dos aconteci-mentos citados.

Lourenço*AposentadoIngressou no Banco do Brasil em 1982 em Santo Ângelo – RS

REtROsPECtIVA dA VIdA dE uM FuNCIONÁRIO NO BANCO dO BRAsIlMinha ficha funcional era limpa, sem nenhum processo disciplinar. No entanto, com 48 anos, o Banco me considerava velho e era rejeitado pela Instituição por causa de minha idade

PARtICIPE!Envie seu depoimento sobre sua relação com o BB. Mande um e-mail para [email protected] ou uma carta para SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DF. O assunto deve ser Banco do Bancário.

*Nome fictício.

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“Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos”, dizia o provérbio do filósofo e matemático grego Pitágoras. O ensinamento do pensador é de fácil compreensão, mas não há regras simples para colocá-lo em prática.

Os pais tentam encontrar a melhor maneira de serem respeitados pelos filhos e de impor-lhes limites, com o propósito de deixar como herança uma boa educação. Mas que limites são esses? Que tipo de respeito os filhos devem aos seus pais? Qual a melhor forma de corrigi-los?

O diálogo é a melhor resposta para especialistas que defendem que a práti-ca, vista como uma simples palmadinha, pode trazer conseqüências graves para a formação da criança.

De acordo com a assistente social do Centro de Referência, Estudos e Ações so-bre Crianças e Adolescentes (Cecria), Taís Alves Moreira, a criança que apanha vai achar que bater é a forma de resolver os problemas. Além disso, ela ficará insegu-ra, pois, quando fizer algo que não sabe se está correto, ficará inibida de contar para os pais. “Há conseqüências na formação do indivíduo. Uma criança insegura e an-siosa terá dificuldades em se abrir com aqueles que devem protegê-la, pois ficará com medo de ser punida”, afirma a assis-tente social.

Mãe de dois meninos, a bacharel em Direito e jornalista Patrícia Soares de Araújo concorda que conversar é a melhor solução, mas afirma que, em algumas situações, a palmada tem a sua função. “Creio que não há fórmula para educar os filhos. Sou muito paciente com os meus. Procuro dar-lhes muito amor, mas quando o Bernardo (filho mais velho, de 9 anos) é desrespeitoso dou-lhe uma palmadinha”.

Patrícia afirma que isso raramente aconte-ce e que a atitude do filho em desrespeitá-la não combina com ele. “A última vez, não me lembro quando, dei-lhe um tapinha no bumbum, porque ele foi grosseiro comigo. Logo depois, me pediu desculpas e disse que não era para eu ficar chateada, por-que ele me amava.”

O outro filho de Patrícia, Heitor, de 1 ano, ainda não entende o que é proibido. “Ele não sabe o que significa ‘não pode’. Repito essa frase diversas vezes. Por exemplo, quando ele leva a mão em dire-

ção ao vaso de plantas para pegar terra e colocar na boca, retiro-o do local. Ele volta, eu digo ‘não pode’ e retiro-o nova-mente. Até que ele desista de fazer isso”, explica a mãe.

Campanhas para orientação dos pais quanto à correção dos filhos são feitas por instituições que estudam e defendem crianças e adolescentes. Um exemplo é a cartilha lançada em 2006 pelo Cecria

“Disciplina com Direito e Respeito é Possível – Diálogo com Mães, Pais e Educadores”. Mais informações sobre a publicação, acesse o site www.cecria.org.br.

A palmada deseduca?De acordo com pesquisado-

res do Laboratório de Estudos da Criança do Departamento de Psicologia da Aprendizagem da Universidade de São Paulo (LACRI/IPUSP), a palmada deseduca sim. O departamento lançou no ano 2000 a campanha “A Palmada Deseduca”, para orientar pais, educa-dores e autoridades quanto aos proble-mas gerados pela violência doméstica contra crianças e adolescentes. O slo-gan da campanha era “a mão que bate pode ser aquela que acaricia e prepara para a cidadania”.

Segundo a pesquisadora Viviane

Pais podem ou devem corrigir os filhos com palmadas? No Brasil, o tapinha não é proibido por lei, mas especialistas lutam para que

a prática seja vista como crime

O DILEMA DA“PALMADA”

O diálogo é a melhor resposta para especialistas que defendem que a prática, vista como uma simples palmadinha, pode trazer conseqüências graves para a formação da criança

EduCAçãO

por Priscila Mendes

18 | Ação Agosto/Setembro 2008

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Ação Agosto/Setembro 2008 | 19

De acordo com a assistente social do Cecria (Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes), taís Alves Moreira, a criança que

apanha vai achar que bater é a forma de resolver os problemas. Além disso, ela ficará insegura, pois, quando fizer algo que não sabe se está correto,

ficará inibida de contar para os pais

Ação Agosto/Setembro 2008 | 19

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Guerra, do LACRI/IPUSP, em 21 países existem legislações que proíbem terminan-temente os pais de adotarem quaisquer práticas de punição corporal de nature-za leve contra crianças e adolescentes. São eles: Suécia, Finlândia, Dinamarca, Noruega, Áustria, Chipre, Romênia, Le-tônia, Croácia, Alemanha, Islândia, Bul-gária, Ucrânia, Hungria, Itália, Israel, Gré-cia, Holanda, Nova Zelândia, Portugal e Espanha. No Uruguai essa legislação

está em fase de implementação. “No Brasil isto [castigo moderado] ainda é permitido, mas está em tramitação na Câmara Federal o Projeto de Lei no 2654/2003 que prevê legislação simi-lar. Trata-se de assunto polêmico em nosso meio”, ressalta. De acordo com a pesquisadora, o projeto foi aprovado em todas as comissões da Câmara e, em dezembro de 2005, quando se pre-parava para ir ao Senado, sofreu restri-

ções de dois deputados no sentido de submetê-lo a uma ampla discussão no plenário. “Esta discussão em plenário não ocorreu até hoje e o Projeto está parado quanto à sua tramitação”, afir-ma Viviane Guerra.

O Projeto de Lei de autoria da deputa-da Sandra Rosado (PSB/RN) foi redigido por advogados de Direitos Humanos e pelas doutoras Maria Amélia Azevedo e Viviane Nogueira de Azevedo Guerra.

Conheça o texto do PL 2654/2003Dispõe sobre a alteração da Lei 8069, de 13/07/1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente, e da Lei 10406, de 10/01/2002, do Novo Código Civil, es-tabelecendo o direito da criança e do adolescente a não serem submetidos a qualquer forma de punição corporal, mediante a adoção de castigos mode-rados ou imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, ainda que pe-dagógicos, e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta: Art. 1o – São acrescentados à Lei 8069, de 13/07/1990, os seguintes artigos: Art. 18 A – A criança e o adolescente têm direito a não serem submetidos a qualquer forma de punição corpo-ral, mediante a adoção de castigos moderados ou imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, no lar, na escola, em instituição de aten-dimento público ou privado ou em lo-cais públicos.

Parágrafo único – Para efeito deste artigo será conferida especial prote-ção à situação de vulnerabilidade à violência que a criança e o adolescen-te possam sofrer em conseqüência, entre outras, de sua raça, etnia, gêne-ro ou situação socioeconômica. Art. 18 B – Verificada a hipótese de punição corporal em face de criança ou adolescente, sob a alegação de quaisquer propósitos, ainda que peda-gógicos, os pais, professores ou res-ponsáveis ficarão sujeitos às medidas previstas no artigo 129, incisos I, III, IV e VI desta lei, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. Art. 18 d – Cabe ao Estado, com a participação da sociedade: I. Estimular ações educativas conti-nuadas destinadas a conscientizar o público sobre a ilicitude do uso da vio-lência contra criança e adolescente, ainda que sob a alegação de propósi-tos pedagógicos; II. Divulgar instrumentos nacionais e

internacionais de proteção dos direi-tos da criança e do adolescente; III. Promover reformas curriculares, com vistas a introduzir disciplinas voltadas à proteção dos direitos da criança e do adolescente, nos termos dos artigos 27 e 35, da Lei 9394, de 20/12/1996 e do artigo 1º da Lei 5692, de 11/08/1971, ou a introduzir no currículo do ensino básico e médio um tema transversal referente aos di-reitos da criança, nos moldes dos Pa-râmetros Curriculares Nacionais. Art. 2o – O artigo 1634 da Lei 10.406, de 10/01/2002 (Novo Código Civil), passa a ter seguinte redação: “Art. 1634 – Compete aos pais, quan-to à pessoa dos filhos menores: VII. Exigir, sem o uso de força física, moderada ou imoderada, que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e con-dição”. Art. 3o – Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

“A última vez, não me lembro quando, dei-lhe um tapinha no bumbum, porque ele foi grosseiro comigo. Logo depois, me pediu desculpas e disse que não era para eu ficar chateada, porque ele me amava”Patrícia Araújo e seus filhos Bernardo e HeitorAR

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R$ 247 milhões. Este foi o valor de-volvido a 86 mil associados da ANABB beneficiados pela ação coletiva impe-trada pela entidade. O processo refere-se ao desconto de Imposto de Renda sobre venda de licença-prêmio, férias, abono-assiduidade e folgas. Eles tive-ram o valor de seus impostos deposi-tados em juízo desde 1995 e, com a vitória da ação da ANABB, receberam o que foi depositado de volta.

A associada Jacqueline Santos de Almeida, de Brasília, foi uma das con-templadas. Em seu caso, o recebimento do dinheiro foi inesperado. “Todo mundo sabe que os processos na justiça se arras-tam e a gente tem uma vida tão corrida que não os acompanha como deveria”, afirma. A bancária enaltece a importân-cia do papel desempenhado pela ANABB na ocasião: “confiei na ANABB para fazer esse trabalho por mim. Se não fosse só-cia da entidade, com certeza não saberia que teria direito à restituição e, ainda que o soubesse, não teria como resolver a si-tuação sozinha”.

Mas devolver o dinheiro aos asso-ciados não foi o único resultado positivo da ação da ANABB. Com a finalização do processo, essas verbas passaram a ser consideradas indenizatórias e, por isso, definitivamente isentas de Im-posto de Renda. “Essa vitória foi muito importante, pois trouxe um resultado

definitivo em benefício dos nossos as-sociados. Ficamos muito felizes por termos sido autores da idéia”, afirma o presidente da ANABB, Valmir Camilo.

Vitória permanentePara chegar ao resultado que bene-

ficiou tantos associados, a ANABB teve uma longa batalha na justiça. O que acon-teceu é que a Receita Federal conside-rava essas verbas como rendimentos e, por isso, as tributava. A ANABB partiu do pressuposto de que se os funcionários uti-lizassem as férias ou qualquer outro bene-fício, não pagariam Imposto de Renda e, conseqüentemente, não deveriam pagar o IR na hora de vendê-los. Sendo assim, a Associação entrou com a ação IR – Repe-tição de Indébito.

Em setembro de 1995, a ANABB ob-teve liminar no Mandato de Segurança ajuizado contra a Receita Federal para impedir o recolhimento do IR para o BB sobre a venda de benefícios. A decisão foi da juíza Selene Maria de Almeida, que obrigou o Banco do Brasil a deposi-tar em juízo os referidos descontos até a liquidação final da ação. Esse dinheiro ficou retido na CEF durante três anos. Em agosto de 1999, os associados da ANABB puderam comemorar a primeira vitória: a devolução do IR depositado em juízo, com juros e correção monetária. A segunda vitória veio com o julgamento

da ação, que eliminou de vez o desconto do IR sobre essas verbas.

A liquidação dessa ação foi uma das mais importantes conquistas al-cançadas por uma entidade represen-tativa de funcionários de uma empre-sa no Brasil. Direito conquistado pela ANABB que, além de constituir-se como importante precedente jurídico, benefi-cia outros trabalhadores, por tratar-se de uma conquista permanente. Vitória que se renova sempre que qualquer funcionário procura o Banco para ven-der férias, licença-prêmio, folgas e abo-nos, e recebe o valor integral, sem a incidência do Imposto de Renda.

Se você é daqueles que fica chateado ao ver descontado no seu contra-cheque o imposto de renda, preste atenção: tem um IR que você não paga. O imposto sobre venda de férias, licença-prêmio, abonos e folgas não é descontado do funcionalismo do BB desde 1995. A mudança foi resultado de um dos trabalhos oferecidos pela ANABB: a defesa dos direitos dos associados por meio de ações judiciais

O IMPOSTO DE REnDA quE vOCê nãO PAgA

justIçA

Fazendo as contasAlém dos R$ 247 milhões pagos

aos 86 mil beneficiários da ação coletiva de IR referente à venda de licenças-prêmio, férias, abono-assiduidade e folgas, os associa-dos da ANABB tiveram um ganho permanente. Fazendo as contas, apenas nesses nove anos em que a ação foi liquidada e as verbas tornaram-se isentas do Imposto, os associados – que já recuperaram o dinheiro retido – economizaram R$ 555 milhões (uma média de 6 mil para cada um), por não paga-rem mais IR sobre esses benefícios.

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por Ana Cristina Padilha

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O ano de 1969 foi representativo para o Banco do Brasil, especialmente para as mulheres. Naquela época, a ala feminina participava pela primeira vez de concurso público para a Instituição. Até então, as brasileiras que trabalhavam no Banco não ocupavam cargos efetivos e exerciam funções como telefonista, co-peira etc. Hoje as mulheres ocupam 38% do quadro do funcionalismo. No entanto, mesmo diante das conquistas, uma si-tuação continua sem solução: dados do Banco mostram que há predominância

de homens na alta chefia. O número de mulheres que ocupa

cargos mais altos na Empresa ainda é muito baixo. Nas funções de primeiro gestor, apenas 10% dos cargos são ocu-pados por funcionárias. As informações fornecidas pelo Banco contabilizam ain-da que, nas funções comissionadas, as mulheres ocupam 35% das vagas, nas operacionais 44%, nas técnicas 34% e, nas funções gerenciais, elas ocupam 30% dos cargos.

Os números mostram que já não é

mais possível “colocar panos quentes”. O Banco percebeu que para garantir uma política eficiente de responsabili-dade socioambiental é preciso desco-brir quais os motivos que impedem a ascensão profissional das mulheres. Nesse caminho, uma das principais ações começou em 2008, quando o Banco do Brasil aderiu ao programa Pró-Eqüidade de Gênero, instituído pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, em parceria com o Fundo de Desenvolvimento das Na-

Banco tenta solucionar um problema grave: as mulheres ocupam apenas 10% dos cargos de chefia na Instituição. Uma das ações foi a adesão ao Programa Pró-Eqüidade

de gênero do governo Federal

A MuLHERnO BAnCO DO BRASIL

tRABAlHO

por Tatiane Lopes

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ções Unidas para a Mulher (Unifem) e com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

“Esse é um indicativo de que esta-mos no caminho certo e que ao ade-rir ao programa podemos melhorar a participação da mulher nas funções comissionadas, sobretudo naquelas de comando”, afirma Geraldo Aurelia-no de Barros Correa Junior, da Diretoria de Gestão de Pessoas. A partir do pro-grama, que tem adesão voluntária por parte da empresa, o Banco do Brasil assumiu uma série de compromissos. De acordo com a gerente de divisão de identificação e seleção de competên-cias profissionais do Banco do Brasil, Ana Cristina Rosa Garcia, o plano de ações envolve as áreas de gestão de pessoas e cultura organizacional. “Te-mos ações nas áreas de capacitação e treinamento, ascensão funcional e pla-no de cargos e carreira, programa de saúde e segurança, salário e remunera-ção, políticas de benefícios. Na parte de cultura organizacional, temos ações de mecanismos de combate à prática de discriminação e prática de sensibiliza-ção nos relacionamentos da Empresa. É um programa amplo que tem ações práticas para ajudar a mudar a realida-de do Banco”, explica Ana Cristina.

Até o fim deste ano, o Banco do Brasil será monitorado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Se cumprir as ações acordadas, ganhará o Selo Pró-Eqüidade de Gênero. Além do programa, o Banco anunciou que fará uma pesqui-sa qualitativa e quantitativa para identifi-car fatores tanto organizacionais quanto pessoais que dificultam ou impedem a ascensão da mulher. “Quando começa-mos a discutir o tema, percebemos que existiam muitos pressupostos que não tínhamos confirmado. São questões que não sabemos se é mito ou se é realida-de”, destaca Ana Cristina.

A diretora de Planejamento da Previ, Cecília Garcez, primeira mulher a assu-mir um cargo de diretora na Caixa de Previdência, enfatiza a importância de se conhecer a opinião das mulheres: “se num primeiro momento as empre-sas muitas vezes dão preferência aos homens, pode acontecer também de as mulheres renunciarem a cargos mais al-tos, já que é preciso muita preparação”.

Outra estratégia que busca a redu-ção das desigualdades entre homens e mulheres está relacionada ao programa de executivos do Banco. Segundo Ana Cristina, ao recrutar funcionários para a prova de conhecimento, o Banco vai selecionar um número de mulheres proporcional à quantidade de mulheres que se inscreveu. “Percebendo que exis-te um problema na alta administração, em que há baixa participação feminina, vamos incentivar que mais mulheres façam a prova. Se eu tenho uma quan-tidade X de mulheres que se inscreveu no programa, essa proporção vai ser ga-rantida na hora do recrutamento”.

A diretora de Relações Funcio-nais, Aposentadoria e Previdência da ANABB, Graça Machado, primeira mulher a ocupar o cargo de gerência do BB na Pa-raíba, vivenciou muitas histórias de discri-minação e acredita que um estudo pode ajudar a descobrir quais as dificuldades de ascensão das mulheres. “No começo, existiam dificuldades de aceitação das mulheres em um Banco que era puramen-te masculino. Eu trabalhava escriturando pequenas contas e, durante a instalação de uma máquina que substituiria a que eu trabalhava, o Banco proibiu que as mu-lheres fizessem o curso para se preparar para aquela máquina nova. Nem banhei-ro feminino tinha nas agências, mas isso é um passado de 35 anos. Hoje o que se vê é que, para cargos mais altos, a mulher embora seja reconhecida competente não consegue ter o mesmo percentual de par-

ticipação no Banco”.

EstatísticasAs desigualdades entre homens e mu-

lheres no mundo do trabalho não é uma realidade apenas do Banco do Brasil.

Em 2006, um estudo sobre o “Perfil social, racial e de gênero das 500 maio-res empresas do Brasil e suas ações afirmativas – 2005” mostrou que hou-ve aumento da inclusão de mulheres, mas não a sua ascensão dentro das empresas. O estudo foi realizado pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsa-bilidade Social e pelo Ibope Opinião, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), o Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada (Ipea), a Organização In-ternacional do Trabalho (OIT) e o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem).

Segundo a pesquisa, a mulher tem participação em todos os níveis hierár-quicos considerados no estudo. Mesmo assim, ainda é sub-representada, se comparada com o percentual da popula-ção economicamente ativa. O segmento com maior porcentagem de mulheres – o quadro funcional – apresenta 32,6% de participação, contra os 51,3% de partici-pação feminina na população brasileira, os 42,7% na população economicamente ativa e os 42,6% na população ocupada. A mulher negra é ainda mais desfavore-cida. Ela representa 8,2% das mulheres gerentes e 4,4% das diretoras.

Outro dado importante surgiu a partir de um relatório da OIT, publicado pejo jor-nal O Globo, em 2007. O estudo avalia que o número de mulheres no mercado de tra-balho mundial é o maior da história, ten-do alcançado, em 2007, a marca de 1,2 bilhão. Na última década, houve aumento de 200 milhões na ocupação feminina. Ainda assim, as mulheres representaram contingente distante do universo de 1,8 bilhão de homens empregados.

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A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Bra-sil – ANABB, atendendo ao disposto nos artigos 4, 9, 12, 15, 16, 17, 18, 23, 24, 36 e 45 do Estatuto e no Capítulo VI (artigos 28 a 48) do Regimento, promoverá, no período de 01 de setembro a 28 de novembro de 2008, CONsultA ORDINÁRIA ao CORPO SOCIAL, a fim de eleger os mem-bros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal, os Diretores Es-taduais e os Representantes nas dependências, titulares e suplentes, sendo:a) - Para o mandato de 12/12/08 até a primeira quinzena do mês de dezembro de 2011;I - 21 (vinte e um) membros do Conselho Deliberativo e suplentes; eII - representantes e suplentes nas dependências do Banco do Brasil;b) - Para o mandato de 09/01/09 até a primeira quinzena de janeiro de 2012:I - 3 (três) membros titulares e 3 (três) suplentes do Conselho Fiscal; eII - 27 (vinte e sete) Diretores Estaduais e suplentes. 2. A Comissão Geral Eleitoral (CGE), instalada na Sede da ANA-BB, em Brasília-DF, nesta data, divulgará, através de Comuni-cados, a metodologia que norteará o certame, prevalecendo, para todos os efeitos, os prazos fixados no presente Edital.

3. No processo eleitoral observar-se-á o seguinte calendário:01/09/08 Divulgação do Edital de Convocação. Instalação da CGE;02/09/08 Disponibilização, no site da ANABB, dos associa-dos aptos a participar do processo eleitoral; 03 a 09/09/08 Período de inscrição dos candidatos;10/09/08 Prazo final para opção da votação via INTERNET;10/09/08 Divulgação dos nomes dos inscritos; 11 a 15/09/08 Prazo para recebimento de representação pela CGE (pedido de impugnação de candidaturas);até 16/09/08 Entrega de cópia do processo de impugnação ao representado pela CGE;até 19/09/08 Apresentação de contra-razões pelo representado;até 23/09/08 Julgamento, pela CGE, de processo de impugnação;até 24/09/08 Divulgação da lista dos candidatos aptos a concorrer;25/09/08 Prazo final para impugnação de votantes;

até 29/09/08 Preparação das cédulas de votação;30/09 a 10/10/08 Remessa das cédulas de votação aos associados que não optaram pela votação via INTERNET; 01 a 27/10/08 Período de votação;As cédulas da eleição via Postal deverão ser postadas no Correio, pelo votante, até o dia 27/10/08;A votação via INTERNET deverá ser efetuada, pelo votante, até às 18h (horário oficial de Brasília) do dia 27/10/08;28/10/08 Divulgação dos resultados dos votos via INTERNET;04/11/08 Prazo final para recebimento pela CGE das cédu-las de votação remetidas pelo Correio;05 até 12/11/08 Apuração dos votos das cédulas remeti-das pelo Correio;até 13/11/08 Divulgação dos resultados gerais da apuração;até 18/11/08 Prazo para interposição de recursos relativos à apuração da eleição;até 19/11/08 Entrega de cópia do processo ao candidato recorrido;até 24/11/08 Prazo para o candidato recorrido entregar contra-razões;até 26/11/08 Julgamento dos recursos pela CGE;até 27/11/08 Divulgação dos resultados finais pela CGE;28/11/08 Proclamação dos eleitos, titulares e suplentes, pelo Presidente do Conselho Deliberativo, e encerramento dos trabalhos da CGE;12/12/08 Posse dos Representantes eleitos, nas Dependências;12/12/08 Posse dos membros do Conselho Deliberativo, oportunidade em que elegerão, dentre si, os novos Presi-dente e membros da Diretoria Executiva;09/01/09 Posse dos membros, titulares e suplentes, do Conselho Fiscal, oportunidade em que elegerão, dentre si, o Presidente e o Secretário do Conselho;09/01/09 Posse da Diretoria Executiva e dos Diretores Estaduais.

4. Serão apurados apenas os votos das cédulas remetidas den-tro do prazo deste Edital e recebidos pela CGE até às 18h (horário oficial de Brasília), do dia 04/11/2008. Os votos que forem rece-bidos após essa data serão considerados nulos.

5. Os pedidos de inscrição dos candidatos ao Conselho Deli-berativo, ao Conselho Fiscal e às Diretorias Estaduais, serão efetuados, prioritariamente, pela INTERNET e deverão ser

EdItAl dE CONVOCAçãOElEIçÕEs ANABB

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recebidos na ANABB até às 18h (horário oficial de Brasília) do dia 09/09/08.

6. Em nenhuma hipótese o associado poderá candidatar-se a mais de um cargo.

7. Para concorrer às eleições o associado deverá contar, na data do registro de sua candidatura, com tempo mínimo de filiação à ANABB e de trabalho efetivo no Banco do Brasil, conforme abaixo:

8. Somente poderá votar nestas eleições, conforme ar-tigo 33 do Regimento Interno, o Sócio Efetivo associado à ANABB até o dia 30/06/08, observadas as seguintes limitações quanto ao número de nomes que poderão ser marcados na cédula de votação:a) - até 21 (vinte e um) candidatos para membros do Conselho Deliberativo;b) - até 03 (três) candidatos para membros do Conselho Fiscal;c) - um candidato para Diretor Estadual; ed) - um candidato para Representante da ANABB em cada Dependência do Banco do Brasil S.A.

9. Não será permitido o voto por procuração (art.45 do Estatuto).

10. As cédulas de votação, referentes ao Sistema via Postal, serão autenticadas eletronicamente para efeito de segu-

rança do processo eleitoral. A votação pela INTERNET será feita pelos associados que optarem por esta modalidade até 10/09/08, em sistema seguro auditado por empresa especializada.

11. A Comissão Geral Eleitoral, responsável pela condução do processo, conforme art. 28 do Regimento, será composta pelos associados: Coordenadora: Laize Helena de Araújo Cou-tinho – Membros: Luiz Carlos Romero Menon, Marcia Politi Go-bato, Raul Rochadel Lima e Vicente de Paulo Barros Pegoraro.

12. O presente Edital de Convocação está sendo publicado, nesta data, no Diário Oficial da União e no jornal O Globo, disponibilizado no site da ANABB, bem como sendo reme-tido aos associados através do jornal AÇÃO e às depen-dências do Banco do Brasil S.A., para conhecimento dos associados.

Brasília (DF), 01 de setembro de 2008

Antonio Gonçalves de OliveiraPresidente do Conselho Deliberativo

Cargo Filiado à ANABB tempo de serviço BB Normativo

Conselho Deliberativo Até 10/09/2005 10 anos Art.18,§ 1º do Estatuto

Conselho Fiscal Até 10/09/2007 08 anos Art.23,§ 1° do Estatuto

Diretor Estadual Até 30/09/2006 05 anos Art.43 do Regimento

Representante Até 30/06/2008 02 anos Art.43 do Regimento

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NOtAs Plano Cassi Família II sem reajuste até 2009 A Caixa de Assistência não irá aplicar nenhum tipo de rea-

juste nas mensalidades do plano Cassi Família II no período de agosto deste ano a julho de 2009. As tabelas de mensa-lidades corresponderão àquelas vigentes entre agosto de 2007 e julho de 2008. A decisão implicará economia média de quase R$ 300 ao ano para o beneficiário.

O não reajuste foi possível devido à reserva técnica que o plano possui, o que dá segurança à entidade para oferecer reajuste zero ao participante. É importante lembrar que a al-teração do valor da mensalidade em razão de mudança de faixa etária do participante permanecerá no período de agos-to deste ano a julho de 2009.

No caso do Cassi Família I, haverá reajuste financeiro no mês de aniversário do plano, calculado pela variação do IPC Saúde Fipe do período. Esse reajuste é necessário para manter o equi-líbrio do plano, já que suas mensalidades estão defasadas.

Cassi

dois associados levam seguro decesso Complementar Bruna Monserrate Brito de Belo Horizonte (MG) e Lindoezer

Ribeiro das Neves de Itumbiara (GO) foram contemplados pelo sorteio do Seguro Decesso Complementar. Os sorteados levam o valor* da apólice do Seguro Complementar em vida.

Os dois sortudos foram contemplados com o número de sorte 06.034, sorteado pela Loteria Federal no dia 26 de julho.

A funcionária e o aposentado afirmaram que a sensação de ser premiado é inexplicável. “É difícil eu sair para fazer jogos na Lote-ria. Fiz o seguro, mas não me lembrava quais eram os dias dos sorteios. Achei que fosse demorar mais. Estou surpresa e feliz”, completa Bruna.

* Será descontado Imposto de Renda sobre esse valor.

Bancos são os que menos empregam A economia brasileira gerou 203.218 novos postos de trabalho

em julho, elevando para 1.564.606 o número de novos empregos nos sete primeiros meses de 2008, segundo o balanço do Cadas-tro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministé-rio do Trabalho. Isso representa aumento de 5,4% em relação a dezembro do ano passado e a maior quantidade de empregos criados no Brasil desde o primeiro semestre de 2004.

O segmento da economia que mais gerou postos de trabalho foi a agricultura – 271.970 –, aumento de 18,14% em relação a dezembro passado. O setor de serviços como um todo empregou 490.105 novos trabalhadores com carteira assinada – incremen-to de 4,29% em relação ao mesmo período.

Mas as instituições financeiras, segmento que mais ganha di-nheiro na economia, contrataram apenas 16.403 trabalhadores entre janeiro e julho, aumento de apenas 2,88% – índice que é a metade da elevação de emprego da economia.

Contraf-CUT

Banco do Brasil está entre os maiores das Américas Pela primeira vez na história, o Brasil possui três bancos en-

tre os 15 maiores de capital aberto das Américas, excluindo o Canadá. A lista considera apenas as instituições que possuem ações negociadas em Bolsas de Valores.

Conforme levantamento da Economática, no segundo tri-mestre, o Banco do Brasil foi o melhor colocado do país, na 12a posição, com ativos no valor de US$ 261,6 bilhões, se-guido pelo Bradesco – 13o lugar, com ativos de US$ 253,3

bilhões – e Itaú – 15o lugar, com ativos de US$ 216 bilhões. De acordo com o estudo, que avaliou a evolução na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no fim de 2002, o Banco do Brasil era o 27o no ranking das Américas, com ativos no total de US$ 57,9 bilhões – até 2008 a valorização dos ativos foi de US$ 203,7 bilhões.

Em ativos, o BB é hoje o maior banco de capital aberto do país, seguido pelo Bradesco e Itaú.

Folha Online

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OPINIãO

Anjos Anônimos

Não raramente tomamos conhecimento ou somos vítimas da crescente violência que assola nosso país. Vi-vemos trancados em nossas casas, com grades, cercas elétricas, seguranças particulares, carros blindados etc. E cada vez menos o poder público consegue fornecer segurança para a sociedade. O medo impera na vida de cidadãos que sonham com dias melhores.

Em busca desse sonho, em maio deste ano, divulga-mos o resultado do concurso do projeto “Liberdade Res-ponsável”, fruto do Programa ANABB Cidadania. Foram premiados vinte projetos com foco na reinserção social de jovens e adultos que cumprem medidas socioeduca-tivas em espaços alternativos, bem como daqueles que estão na rede prisional convencional. Uma das condi-ções para a participação era que o projeto tivesse como responsável um colega voluntário do Banco do Brasil da ativa ou aposentado.

Sinto emoção muito grande ao ver colegas de norte a sul do país se dedicarem para melhorar a vida de todos, trabalhando pela mudança da sociedade. Conheço mui-tos deles. São pessoas desprovidas de qualquer interes-se, lutando pelo bem comum, já que os benefícios não são apenas para aqueles que estão incluídos no proje-

to. É importante perceber feito muito maior, que oferece oportunidade a pessoas que ficam à margem da socie-dade quando saem do sistema prisional e ainda reduz a possibilidade de eles se envolverem em novas infrações.

O “Liberdade Responsável” é um dos projetos mais bo-nitos que conheço, a começar pela origem dos recursos: um exemplo é o colega que, sonhando com um mundo melhor e confiando que somos capazes, doou toda a sua reserva financeira economizada ao longo de dezenas de anos. Oswaldo Guilherme é um dos grandes anjos anôni-mos que existem em nosso funcionalismo.

A cada um de vocês, doadores ou voluntários, minha mais profunda admiração. Só assim, com certeza, construiremos futuro melhor para nossos filhos e netos. Façamos a nossa parte, como na história do beija-flor que tentou apagar o in-cêndio em uma floresta: “Certo dia, uma floresta estava pe-gando fogo e um beija-flor começou a carregar água no bico para apagar a queimada. Enquanto isso, os outros bichos cor-riam de um lado para o outro, preocupados porque não iam ter mais onde morar. O leão parou o beija-flor e perguntou: “Ô beija-flor, você acha que vai conseguir apagar esse fogo sozinho?” O beija-flor prontamente respondeu: “Não, eu sei! Estou apenas fazendo a minha parte!”

gRAçA MACHAdO é diretora de Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência da ANABB - [email protected]

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