e-book perícia e avaliação de impactos ambientais - dra. flávia peres

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  • 8/17/2019 E-book Perícia e Avaliação de Impactos Ambientais - Dra. Flávia Peres

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    Perícia e Avaliação de Impactos Ambientais Por Dra. Flávia Peres

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    Conteúdo Programático

    • Princípios, teorias e aplicação prática da Perícia Ambiental;• Dano e crime ambiental;• Legislação, normatização e estudos técnicos;• Investigação de campo e coleta de dados - a prova pericial;• Avaliação de Impactos Ambientais;• Planilhas de Levantamento de Aspectos e Impactos Ambientais;

    • Programas de Monitoramento Ambiental;• Mitigação, reparação e compensação ambiental.

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    Perícia Ambiental Aplicada

    Instrumentos e mecanismos de controle e fiscalizaçãoambiental

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    De acordo com IBAMA (2002), a “Fiscalização Ambiental” significa todavigilância e controle que devem ser exercidos pelo Poder Público, visando

    proteger os bens ambientais das ações predatórias. Apresenta-se comouma necessidade do Estado para fazer cumprir sua missão de defensore propugnador dos interesses relativos à ordem jurídica e social. AFiscalização Ambiental deve ser acionada sempre que o interesse individualse sobrepuser ao interesse da sociedade, estando inseridas nesse contextoas infrações cometidas contra o meio ambiente.

    No Brasil, a fiscalização ambiental em nível federal é atribuição do Ministériodo Meio Ambiente, na atuação do IBAMA e ICMBIO, havendo a atuaçãodos órgãos estaduais e municipais, Polícia Militar Ambiental, DelegaciasEspecializadas em Meio Ambiente (DEMA) e Secretarias Municipais de MeioAmbiente, atendimento à Política Nacional do Meio Ambiente (Lei FederalNº. 6.938 de 31 de agosto de 1981). Em conjunto, todas estas organizações,órgãos e entidades formam o SISNAMA.

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    Há diversas modalidades de ações fiscalizatórias, tais como:

    - PROGRAMADAS: são as ações desencadeadas na execução de um Planode Fiscalização, previamente estabelecido;

    - DE DENÚNCIA: são as ações realizadas em atendimento à denúncia formale informal. Destaca-se que as ações de fiscalização “Programadas” e emdecorrência de “Denúncias” são as mais recorrentes nos órgãos de meioambiente.

    - DE OFÍCIO: são os trabalhos que ocorrem por iniciativa própria do órgãoambiental;

    - EMERGENCIAIS: são aquelas realizadas para coibir infrações ambientais dealto impacto ambiental ou para prevenir danos iminentes ao meio ambiente.A ação de fiscalização emergencial tem a finalidade de interromper as

    infrações cujo potencial tenha reflexo na saúde humana, de espéciesameaçadas de extinção e áreas protegidas.

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    - DE ORDEM: são aquelas que ocorrem por determinação ou solicitaçãosuperior;

    - JUDICIAIS: são desencadeadas por força de sentença, mandato judicial ourequerimento do Ministério Público;

    - SUPLETIVAS: ocorrem em decorrência da inércia do Órgão Estadualde Meio Ambiente (OEMA) ou do Município, ou quando o IBAMA entenderconveniente.

    Procedimentos para realização de Monitoramento e Fiscalização Ambiental

    O processo de licenciamento ambiental deve ser fiscalizado constantementee em todas as suas fases, para promover o controle permanente desde o inícioda implantação do empreendimento até a sua finalização. Assim, constitui-se em um instrumento para avaliar se as previsões de impactos e as medidas

    de prevenção e controle sugeridas nos estudos ambientais mostram-seadequadas durante a implantação e operação do empreendimento. Esseacompanhamento constante permite avaliar ao longo do tempo a falhas e

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    ineficiências no sistema de controle adotado (previsões incorretas, falhashumanas ou ocorrências de eventos imprevistos), de forma que se possa

    promover, com agilidade, as correções necessárias.Sendo assim, cada um dos programas de monitoramento devem serpropostos com base nas peculiaridades do projeto, para ser uma ferramentade avaliação sistemática dos resultados de sua implantação, permitindoverificar a validade e a exatidão dos impactos previstos já apresentados nosestudos ambientais.

    Para garantir a efetividade do monitoramento ambiental, deve haver aatuação conjunta entre o órgão ambiental, que fará o acompanhamento e omonitoramento ambiental, e a empresa, que realizará os serviços e prestarácontas ao órgão ambiental. Os resultados do monitoramento são subsídiosfundamentais ao se analisar os impactos cumulativos e/ou sinérgicos numabacia ou sub bacia hidrográfica, ou região, sendo, portanto, subsídios ao

    planejamento setorial e/ou regional.

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    Neste contexto, é fundamental a atuação da fiscalização na realização deinspeções nas instalações de empreendimentos, verificando a situação do

    ponto de vista documental perante o órgão ambiental (se possui licençaambiental, se está dentro do prazo de validade, etc), bem como fazendo umachecagem dos pontos críticos nas instalações passíveis de provocar algumadegradação ambiental.

    Atuação do Ministério Público na Fiscalização Ambiental

    Os temas “crimes ambientais” e “fiscalização ambiental” evidentementeestão diretamente relacionados às funções institucionais do MinistérioPúblico, que, ao longo das últimas décadas, candidatou-se a exercer a tutelanão exclusiva dos direitos coletivos. Em matéria penal, é função institucionaldo Ministério Público promover privativamente a ação penal pública. Oscrimes previstos na Lei de Crimes Ambientais são crimes de ação pública eincondicionada. Assim, a relação entre o Ministério Público e a repressão às

    ofensas ambientais tipificadas como crime é muito estreita. No entanto, ainvestigação dos crimes ambientais não é realizada pelo Ministério Públicoe sim pela Polícia Judiciária.

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    O Ministério Público, além da ação penal pública de sua exclusiva titularidade,tem como instrumentos o inquérito civil e a ação civil pública para a proteçãodo patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interessesdifusos e coletivos.

    Cabe ao Ministério Público, diante da falta de estrutura administrativa epolicial, valer-se de tais instrumentos institucionais para melhor aplicaçãoda lei penal, estando sempre alerta quanto aos reflexos penais de condutase atividades investigadas no âmbito civil.

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    Perícia Ambiental Aplicada

    Atuação e Realização da Perícia Ambiental

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    O Laudo Ambiental visa atribuir responsabilidades frente a Lei 6.938/81 -Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, que define a responsabilidadede reparação dos danos ambiental por quem causou o dolo ou degradação.

    • Associações e Entidades de Classe:

    CONPEJ – Conselho Nacional de Peritos Judiciais da República Federativado Brasil.www.conpej.org.br

    FEBRAPAM - Federação Brasileira das Associações de Peritos, Árbitros,Mediadores e Conciliadoreswww.Febrapam.com.br

    • Objetivos:

    -Organizar a atividade profissional em âmbito Nacional;

    -Regulamentar a profissão junto aos órgãos competentes;-Cadastrar e filiar os peritos em âmbito nacional;-Formar profissionais para atuar no setor;

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    -Qualificar e especializar os profissionais;-Organizar: cursos, palestras, seminários, congressos, etc;-Efetivar convênios com entidades públicas e privadas;-Manter intercambio, cultural, social e profissional com empresas;-Representar a categoria junto aos órgãos do poder Judiciário;-Manter intercâmbio com entidades internacionais

    • Etapas e procedimentos de elaboração do laudo:

    -Formulário específico no site do IBAMA IN14/2009: preenchido peloperito, assinado por integrantes de conselhos de meio ambiente, empresaresponsável, público em geral.- Vistoria para definição do poluidor/degradador: o empreendedor éresponsável por quaisquer impactos nos meios físico, biótico e antrópico emdecorrência da operação ou instalação do seu empreendimento. O PeritoAmbiental deverá fazer relatório que subsidie a definição e quantificação do

    evento, ocorrência e magnitude dos impactos.

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    • Metodologia:

    -Deverá realizar o diagnóstico adequado à área de estudo para atender aosobjetivos da perícia;-Avaliar a ocorrência e local de abrangência do agravo;-Quantificar a magnitude e consequências do incidente;-Avaliar os estudos necessários e demanda de corpo técnico especializado;-Indicar a necessidade de mais estudos e aprofundamento das análisestécnicas.

    • Procedimentos em Campo:

    - Diagnóstico - registro fotográfico e documental;- Coleta - avaliação/prognóstico dos impactos do agravo;- Prognóstico – magnitude e abrangência do agravo;- Quantificação – avaliação de material contaminante, seu deslocamento e

    seus reflexos territoriais;- Mapeamento – localização geográfico do incidente e sua abrangênciamáxima;

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    - Interpretação do impacto – estimativa e sugestão dos cálculos deindenização e/ou reparação”.- Conclusão – emitir parecer conclusivo sobre as responsabilidades esanções legais.

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    Excetuam-se os empreendimentos que operam de forma irregular, cujoconhecimento do órgão ambiental leva à exigência de providências mediantesanções.

    Em todas estas situações, é responsabilidade do empreendedor elaboraros estudos ambientais condizentes e adequados à realidade do local, comcorpo técnico especializado.

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    Perícia Ambiental Aplicada

    Aplicação prática: elaboração do Laudo Pericial

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    A necessidade da elaboração de Laudos Técnicos Ambientais é determinadade acordo com o objetivo e aplicação do mesmo, o que subsidiará seuescopo. Esta execução varia fortemente, de acordo com os objetivos dolaudo, ocorrência do agravo, e especialmente magnitude do incidente,demandando sempre corpo técnico especializado.

    O parecer ou laudo técnico contém o relato do especialista designado paraavaliar um incidente relacionado à sua área de conhecimento, causada pelaoperação de determinado empreendimento. Neste estudo, pretende-se

    avaliar o fato ocorrido, nas diferentes perspectivas causadas pelo impacto,assim como suas implicações ao meio ambiente.

    No território nacional, o responsável pela execução de procedimentos devistoria e perícia ambiental é o IBAMA. Assim, para orientar seus técnicos, oórgão elaborou um Manual Técnico para orientar na elaboração de laudos,que orientam a construção destes documentos de forma geral no Brasil,

    padronizando de acordo com as atividades.

     

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    Assim, o referido manual editado pelo IBAMA permitiu orientar esta práticano Brasil, ao estabelecer parâmetros que devem constar nos Laudos. Oobjetivo inicial foi permitir que os analistas do órgão pudessem acompanharacidentes ambientais em território nacional, causados pelo derramamentode produtos perigosos na água e no solo, dentro outros, com base nasinformações necessárias à sustentação de sanções administrativas, emconsonância com as normas já estabelecidas no IBAMA. Entretanto, pode-se afirmar que, tendo em vista a escassez de literatura correlata, foi deextrema importância para a sociedade a publicação de tal documento,

    que deve ser interpretado de acordo com a realidade local e o contexto doacidente.

    Embora o referido manual seja voltado à perícia e execução de laudos em casode acidentes que resultem na contaminação de solo e água, considerando-sea restrição da legislação e bibliografia pertinente, pode servir para embasara execução de perícias em território nacional, considerando-se que:

    “A ocorrência de acidentes ambientais tem grande importância no contextoda atuação dos órgãos de meio ambiente, uma vez que tais situações podem

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    ocasionar danos sociais e ambientais de extrema gravidade, a exemplo dosinúmeros desastres ocorridos com o setor petrolífero, transporte de produtosperigosos e indústrias químicas diversas, entre outros” (IBAMA, 2009).Dessa forma, a gama de danos ambientais que poderão ocorrer, sujeitam osprofissionais envolvidos na área ambiental uma constante relação multi einterdisciplinar, no interesse em conseguir laudos conclusivos condizentescom a problemática.”

    Em todos os casos de ocorrência de agravos ambientais, o órgão fiscalizador

    ou IBAMA estabelece medidas para aplicação de sanções aos responsáveiscom base no Decreto Federal n. 6.514/2008 e no Decreto Federal n. 4.136/2002.

    Esta legislação visa inibir os acidentes e danos ao meio ambiente, atribuindosanções administrativas e restrições que são impostas aos infratores.

    O conceito é atuar de forma repressiva para minimizar o potencial de

    ocorrência de acidentes, atuando proporcionalmente aos danos causados,cuja ação pode ser advertência, multas, embargos, apreensão de produtosou equipamentos, suspensão parcial ou total da atividade e retirada e/

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    ou derrubada de construções. Além disso, o responsável legal peloempreendimento e atividade poderá ser obrigado a reparar os danoscausados.

    Nesse contexto, a elaboração do laudo deverá conter o maior nível dedetalhamento possível, para embasar o estabelecimento da sanção legala ser aplicada. O diagnóstico será fundamental para iniciar o trabalho doperito, que deverá ter a preocupação de coletar todas as informações eevidências in loco. Para isto, a formação multidisciplinar e experiência do

    profissional serão essenciais, de forma que ele tenha a competência deobservar alterações e indícios de impactos ambientais.

    O Laudo deverá apresentar minicioso relato dos fatos, abordando tópicosconforme descrito a seguir:

    - Diagnóstico – “o que aconteceu”;

    - Avaliação e/ou prognóstico – “impactos do agravo”;- Magnitude e/ou valoração – “abrangência do agravo”;- Quantificação ou dimensionamento – “avaliação de material contaminante

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    ou reflexos da contaminação e degradação”;- Interpretação do impacto – “cálculos finais de indenização e/ou reparação”. Após a apresentação das evidências do acidente, as conclusões do laudodevem indicar a justificativa do técnico sobre o laudo, de forma a permitir eembasar as sanções determinadas pelo órgão ambiental.

    “O exame é realizado pelo técnico ou pessoa de comprovada aptidão eidoneidade profissional, para verificar e esclarecer um fato, ou estado ou a

    estimação da coisa que é objeto de litígio ou processo, que com um delestenha relação ou dependência, a fim de concretizar uma prova ou oferecer oelemento de que necessita a Justiça para poder julgar. Portanto, a atividadepericial parte da ideia de que toda ação humana deixa marcas ou vestígios,sendo assim, o profissional imbuído de realizar uma perícia necessitaanalisar e/ou sintetizar esses vestígios para obter a prova material daexistência do dano.” 

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    Dentre os acidentes que demandam laudo ambiental, estão aquelesdefinidos pela Resolução CONAMA n.398/2008, em caso de poluição poróleo em águas sob jurisdição nacional, originados em portos organizados,instalações portuárias, terminais, dutos, sondas terrestres, plataformase instalações de apoio, refinarias, estaleiros, marinas, clubes náuticos einstalações similares. Nestes casos, faz-se necessária a elaboração do Planode Emergência Individual, e a referida CONAMA orienta a sua elaboração.

    Em complementação, através da Lei n.9.605/1998, art. 54, foi definido que:

    “Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possamresultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade deanimais ou à destruição significativa da flora, é apenável com reclusão deum a quatro anos, além de multa administrativa (BRASIL, MMA, 1998)”.

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    Perícia Ambiental Aplicada

    Crime Ambiental

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    A Constituição Federal impõe ao Poder Público o dever de defender o meioambiente ecologicamente equilibrado e preservá-lo para as presentese futuras gerações. Ao Poder Público incumbe tomar todas as medidas

    elencadas nos incisos do Art. 225 para assegurar a efetividade do direito detodos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Dentre essas medidasestá a exigência, na forma da lei, de EIA, previamente à instalação de obraou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meioambiente.

    Desta forma, a competência para o licenciamento é muito mais que umpoder do ente federado, é um dever que deverá ser atendido sob pena deresponsabilidade de seus técnicos e dirigentes. A Lei 9.605, de 12 de fevereirode 1998, dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas decondutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

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    Ocorrência e Responsabilização do Crime Ambiental

    A Constituição Federal de 1988 foi um marco, pois antes disso só as pessoas

    (pessoas físicas) podiam responder a um crime. As pessoas jurídicasrespondiam civilmente (multas, suspensão, encerramento de atividades).Com a Constituição de 1988 ficou prevista a possibilidade de se ter sançãopenal para pessoas jurídicas, sendo que no seu Artigo 225: “as condutas eatividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicasou jurídicas a sanções penais”.

    O Crime Ambiental passou a ser “Responsabilidade objetiva”, que tãosomente liga a atividade e o dano, obrigando o responsável à reparar osdanos causados. Sendo assim, cabem sanções administrativas ao infrator,além de responsabilização criminal e cível.

    As etapas e procedimentos de elaboração do laudo

    Imediatamente após o incidente, espera-se que o responsável legal peloempreendimento faça a comunicação do evento ao órgão ou polícia ambiental

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    mais próximo. Quando o empreendedor não comunica o incidente, pode-sehaver o relato da comunidade em geral, ou qualquer um de seus membros,e mediante vistoria o órgão ambiental fará a notificação.

    Há um formulário específico para tal comunicado no site do IBAMA, atravésdo formulário padronizado instituído pela CGEMA, que deverá ser preenchidopor integrantes de conselhos de meio ambiente, empresa responsável oupelo público em geral.

    Em empreendimentos onde caiba a atuação do IBAMA, o escritório localenviará técnico assim que for notificado, para que possa realizar vistoriainicial e orientar a adoção de medidas que possibilitem a minimizaçãodos danos ao meio ambiente. Neste momento, já se iniciam as coletas deevidência do acidente na área afetada, cujas informações serão utilizadaspara embasar o perito em seu laudo técnico ambiental quanto à determinaçãode penalidades (Decreto Federal n.6.514/2008).

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    Dentre os procedimentos necessários que deverão ser avaliados para compora avaliação e elaboração de Laudo Ambiental, deverão ser considerados nomínimo:

    Item 1: LOCAL DE OCORRÊNCIA DO ACIDENTE

    Item 2: DESCRIÇÃO DO ACIDENTEItem 2.1: Anotar a data, dia da semana e hora estimada do acidenteItem 2.2: Citar a data da vistoria, dia da semana e horaItem 2.3: Especificar causa do acidente, impactos e prejuízos ambientais.

    Item 3: DESCRIÇÃO DOS DANOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS - emdecorrência do acidente, deve ocorrer de maneira detalhada.

    Item 4: MEDIDAS REALIZADAS.Item 4.1: Descrever as medidas iniciais realizadas (combate a incêndios,

    interdição da área, evacuação de pessoas, etc., para minimizar suasconseqüências e impactos).Item 4.2: Descrever especificamente as ações de limpeza do ambiente,

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    incluindo as que buscam retirar o material/substância da área.Item 4.3: Devem ser indicados os procedimentos para a recuperação daárea afetada e Projeto de Recuperação de Área Degradada.

    Item 5: INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES – instituições que atuaram no laudoou emergência ambiental.

    Item 6: ATENUANTES E AGRAVANTESItem 6.1: ATENUANTES:- Baixo grau de escolaridade do infrator;- Arrependimento do infrator, espontânea reparação do dano ou limitação

    significativa da degradação ambiental causada;- Colaboração com os agentes encarregados do controle ambiental;- Comunicação prévia pelo agente do perigo de degradação ambiental.Item 6.2: AGRAVANTES:- Reincidência nos crimes de natureza ambiental e Infração cometida em:

    - Área de especial regime de uso;- Prejudicando propriedades de terceiros;- Em espaço protegido ou atingindo unidades de conservação;

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    - Uso de recursos públicos;- Mediante fraude ou abuso de confiança, e coação de terceiro;- Em época de seca ou inundação;

    - No período de defeso da fauna;- Abuso de licença, permissão ou autorização ambiental;- Para vantagem pecuniária;- Facilitada por funcionário público;

    Item 7: COLETAS:Deve conter informações dos procedimentos de coletas do meio aquático outerrestre, pontos georreferencidos e croqui da área.

    Item 8: DAS CONCLUSÕES E ENCERRAMENTOEste item deverá apresentar a conclusão do perito ambiental quanto aseveridade e impacto do acidente, recomendando a sanção e multa, deacordo com registros de campo e apresentados no laudo ambiental.

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    Aplicação de penalidades e multas

    De acordo com a IN - Instrução Normativa IBAMA n.14, de 15 de maio de

    2009, as multas e sanções deverão obedecer determinados critérios:Art. 12 - Os parâmetros iniciais para indicação da multa aberta nos autosde infração seguirão a aplicação das Tabelas constantes do Anexo 5,considerando que a adoção da regra não poderá implicar em indicação demulta em valor superior aos tetos máximos cominados para cada infração (IN14, de 15/05/2009). O valor da multa é calculando mediante a interpretação doacidente através do laudo do perito ambiental, que avaliará o dano causadoe sua significância, considerando-se as categorias: pequeno, médio e grave.

    A IN14/2009 do IBAMA, categoriza o dano causado ao porte doempreendimento, para estabelecer as sanções e multas correspondentesaos acidentes causados. A penalidade vai variar de acordo com a magnitudedo empreendimento causados do acidente, seja microempresa, pequeno,

    médio e grande porte.

    Em sua conclusão no laudo ambiental, o perito deverá justificar a sançãoaplicada de acordo com os indícios observados.

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    Perícia Ambiental Aplicada

    Avaliação de Impactos Ambientais

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    Impactos Ambientais

    A avaliação dos impactos ambientais de uma atividade ou empreendimento

    é a principal ferramenta para efetuar trabalhos de Gestão, Licenciamento ePerícia Ambiental.

    No licenciamento ambiental devem ser observados todos os aspectosdo meio físico, biótico e antrópico. Antes de se proceder à análise dorequerimento de qualquer licença é imprescindível uma vistoria à área paraverificação da situação ambiental existente. Entre outros aspectos devemser observados o uso e a ocupação do solo no entorno da atividade prevista,o zoneamento urbano para a área, a qualidade dos corpos receptores, acapacidade de resiliência do meio ambiente, a emissão de gases, vapores,ruídos, vibrações e radiações, a geração de efluentes líquidos domésticos eindustriais, a geração de resíduos; volume e qualidade dos insumos básicos,de pessoal e de tráfego gerado, horários da atividade, riscos de incêndios,

    explosões, vazamentos e outras situações de emergência.

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    Nos casos de atividades de natureza não industrial, outros aspectos devemtambém ser enfocados como a alteração da paisagem, os possíveis impactosgerais do meio físico, faunísticos, florísticos, arqueológicos, espeleológicos

    e sociais.

    A partir de 1986, a regulamentação pelo CONAMA da avaliação de impactoambiental para o licenciamento de grandes obras de infraestrutura e deoutras atividades de alto potencial poluidor, estendeu a obrigação de vincularao licenciamento ambiental a uma ampla gama de empreendimentos,em particular, aqueles promovidos por empresas públicas, estatais ouorganismos governamentais de administração direta.

    A Resolução nº 001/86 do CONAMA, ao listar as atividades cujo licenciamentodepende de apresentação de estudo e relatório de impacto ambiental,reforçou a ação dos órgãos estaduais de meio ambiente. Por outro lado,a obrigação de Consultoria e Licenciamento Ambiental – Licenciamento e

    Fiscalização Ambiental licenciar impôs uma nova ordem no relacionamentodos órgãos ambientais com as entidades governamentais responsáveis porprojetos de infraestrutura. Em alguns casos, já existem normas ou acordos

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    com o objetivo de adaptar os processos de planejamento dessas atividadesàs etapas do licenciamento ambiental. Em 1986, o Conselho Nacional do MeioAmbiente (CONAMA) criou importantes dispositivos para o licenciamento e

    controle ambiental.

    Dentre os principais, pode-se citar:

    - Estudo de Impacto Ambiental (EIA);- Relatório de Impacto Ambiental (RIMA);- Plano de Controle Ambiental (PCA);- Relatório de Controle Ambiental (RCA);- Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD);- Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS).- Avaliação de impacto ambiental (AIA)

    A avaliação de impacto ambiental foi instituída como um dos instrumentos

    da Política Nacional do Meio Ambiente, e mais tarde vinculada ao Sistemade Licenciamento de Atividades Poluidoras (SLAP), pelo Decreto 88 3 5 1, de1 de julho de 1983, que a regulamentou, porém apenas a partir da Resolução

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    CONAMA 001, de 23 de janeiro de 1986, que estabeleceu os procedimentose requisitos necessários para sua aplicação, que a AIA passou a serimplementada a nível nacional. Em 1988, a avaliação de impacto ambiental

    foi consagrada a nível nacional na Constituição Federal (artigo 225, parágrafoP, item IV).

    A avaliação de impacto ambiental é um processo constituído por umconjunto de procedimentos técnicos e administrativos, visando a realizaçãode uma análise sistemática dos impactos ambientais da instalação ou daampliação e operação de um determinado empreendimento. Como parte doprocesso de avaliação de impacto ambiental é realizado o estudo de impactoambiental (EIA) e seu respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA), deacordo com instruções técnicas específicas que devem ser fornecidas pelosórgãos ambientais, tendo em conta as características do projeto e do localonde se pretende implantá-lo.

    A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) surgiu ao final da década de 60, nosEstados Unidos, como resultado de uma crescente demanda da sociedadepor maior participação na gestão ambiental. A industrialização acelerada

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    das décadas anteriores havia produzido sérias consequências sociaisnegativas e rápida degradação ambiental, dando origem a um movimento deconscientização do público quanto à necessidade de uma melhor avaliação

    dos projetos de desenvolvimento, considerando igualmente os fatoresambientais e sociais.

    Os métodos tradicionais, baseados na avaliação econômica de projetosnão atendiam às novas demandas da sociedade, pois ao desconsideraremos fatores ambientais, haviam conduzido a avaliações equivocadas, quepropiciaram a implantação de projetos que resultaram na degradaçãoambiental de extensas áreas e em danos à saúde de populações, demandandoelevados custos para sua correção.

    A Avaliação de Impactos Ambientais - AIA

    A AIA foi adotada pela primeira vez em dezembro de 1969, quando o Congresso

    dos Estados Unidos aprovou Lei Nacional da Política Ambiental-1969,conhecida pela sigla NEPA, em que determinou que todas as propostasde desenvolvimento de atividades com grande potencial de impacto

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    ambiental, de responsabilidade do governo federal ou por ele financiadas,deveriam apresentar uma declaração de impacto contendo detalhadamenteos principais impactos ambientais da proposta e de suas alternativas,

    incluindo aquela de não implementação do projeto, os impactos ambientaisirreversíveis e aqueles que não poderiam ser mitigados, a relação entre osusos do meio ambiente a curto prazo e a sua produtividade a longo prazo.

    A primeira avaliação ambiental realizada no Brasil se deu em 1972, quandodo financiamento, pelo Banco Mundial, da Usina Hidrelétrica de Sobradinho.Até 1986, um número considerável de projetos dependentes de financiamentoexterno tiveram seus impactos ambientais avaliados, embora os resultadosnão tenham sido encaminhados aos órgãos de controle ambiental. NoBrasil, o regulamento pioneiro para uso da AIA é encontrado nas legislaçõesdo Estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Entretanto, somenteem 1981 a avaliação de impacto ambiental foi introduzida formalmente nalegislação federal, como um dos instrumentos relacionados na Lei n’ 6938,

    de 31 de agosto, que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente.

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    Mais tarde, o Decreto 88.3 5 1, de 1º de junho de 1983, ao regulamentar estaLei, vinculou a AIA aos sistemas de licenciamento, e reservou ao ConselhoNacional do Meio Ambiente - CONAMA a responsabilidade de fixar os critérios

    básicos segundo os quais seria exigido o EIA para fins de licenciamento.Assim, somente a partir de 1986, com a Deliberação do Conselho Nacionalde Meio Ambiente - CONAMA n’ 00 1 de 23 de janeiro, regulamentando a suaaplicação, é que o processo de AIA passou a ser efetivamente implementadono Brasil.

    Somente então foram estabelecidas as diretrizes e os procedimentos paraorientar as equipes dos setores governamentais responsáveis pela suaimplementação, quanto às responsabilidades dos diversos participantes doprocesso, as diretrizes para elaboração dos estudos e a responsabilidadepelos custos do processo.

    A Resolução CONAMA 001/86 estabeleceu ainda, em caráter exemplificativo,

    a relação de atividades e projetos que deveriam ser submetidos à AIA, bemcomo, o conteúdo mínimo do estudo de impacto ambiental, deixando aosórgãos estaduais de meio ambiente, IBAMA e aos municípios, responsáveis

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    pela execução da política ambiental, a responsabilidade de detalhar osprocedimentos técnicos e administrativos necessários à implementaçãodeste importante instrumento de gestão.

    A relação de atividades sujeitas a AIA, de acordo com a Resolução CONAMA001/86 inclui:

    - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamentos;- Ferrovias;- Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;- Aeroportos- Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários deesgotos sanitários;- Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230 kv;-.Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos tais como:barragem para fins hidrelétricos, acima de 10 mw, de saneamento ou de

    irrigação, retificação de cursos d’água. -Extração de combustível fóssil(petróleo, xisto, carvão);

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    - Extração de minério, inclusive os da classe 11, definidas no código demineração;- Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou

    perigosos;- Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energiaprimária, acima de 10 mw;-.Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos,siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivode recursos hidróbios);- Distritos industriais e zonas estritamente industriais - zei;

    - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termospercentuais ou de importância do ponto de vista ambiental;- Projetos urbanísticos, acima de 100 hectares, ou em áreas consideradasde relevante interesse ambiental a critério da sema, dos órgãos municipaisou estaduais competentes;

    -.Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtossimilares, em quantidade superior a dez toneladas por dia (conformeredação dada pela resolução conama 011/86);

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    - Projetos agropecuários que contemplem áreas acima de 100 hectares oumenores, nestes casos, quando se tratar de áreas significativas em termospercentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas

    áreas de proteção ambiental (incluído pela resolução CONAMA 011/86);- Nos casos de empreendimentos potencialmente lesivos ao patrimônioespeleológico (conforme determina a portaria IBAMA 887/90).

    Esta relação é exemplificativa e não impede que os estados exijama apresentação de EIA e RIMA de outras atividades cujos impactossejam relevantes. Posteriormente, em 15 de junho de 1988, a Resolução

    CONAMA 005, determinou que as obras de saneamento, para as quais sejapossível identificar modificações significativas, também estão sujeitas aolicenciamento.

    Coube aos estados definir, no prazo máximo de 180 dias, os critérios epadrões para implementação da referida Resolução, assim como outros

    casos sujeitos ao licenciamento, de acordo com o porte e a localização doempreendimento, além dos sistemas de abastecimento de água, sistemasde esgotos sanitários, sistemas de drenagem, sistemas de limpeza urbana,

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    obras de unidades de transferência, tratamento e disposição final deresíduos sólidos de origem doméstica, pública e industrial, obras de coleta,transporte, tratamento e disposição final de resíduos hospitalares, e entre

    outros.

    Para elaboração do EIA, em seu artigo 5°, a Resolução CONAMA estabeleceuas diretrizes gerais que devem ser adotadas na elaboração dos estudos deimpacto ambiental (EIA):

    - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto,

    confrontando-as com a hipótese de não execução do empreendimento;- Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais nas fasesde planejamento, implantação e operação da atividade;- Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetadapelos impactos, denominada área de influência do projeto;

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    - Considerar os planos e programas governamentais propostos ou emimplantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade.

    Estas diretrizes gerais devem ser complementadas a critério dos própriosórgãos estaduais e/ou municipais.

    Com relação ao conteúdo do EIA, a Resolução determina em seu artigo6’: “0 estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo as seguintesatividades técnicas:

    I. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, completa descriçãoe análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, demodo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação doprojeto, considerando:

    a) O meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursosminerais, os tipos e as aptidões do solo, os corpos d’água, o regimehidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas;

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    b) O meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacandoas espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico eeconômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação

    permanentes;

    c) O meio sócio-econômico - o uso e a ocupação do solo, os usos da águae a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos,históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entrea sociedade local e os recursos ambientais e a potencial utilização futuradesses recursos;

    II. Análise dos impactos ambientais do projeto e suas alternativas, atravésda identificação, previsão da magnitude e interpretação da importânciados prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos enegativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio elongo prazos, temporários e permanentes, seu grau de reversibilidade; suaspropriedades cumulativas e sinérgicas, a distribuição dos ônus e benefíciossociais;

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    III. Definição de medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas osequipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliandoa eficiência de cada uma delas;

    IV. Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dosimpactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a seremconsiderados.

    Parágrafo único - Ao determinar a execução do estudo de impactoambiental, órgão estadual competente, a Sema, ou o município, quando

    couber, fornecerá as instruções adicionais que se fizerem necessárias,pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área”

    Importância:

    - Estudos ambientais prévios;- Previsão de impactos;- Instrumento de controle e de monitoramento- Investir na qualidade ambiental;

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    - Programas de gestão ambiental;- Diretrizes ambientais;- Participação da comunidade.

    Deve-se considerar, em qualquer estudo ambiental, a pertinências doTermo de Referência emitido pelo órgão ambiental, e sua adequação àárea de estudo e empreendimento em questão. Para que esta análisetenha consistência técnica, é fundamental que os estudos sejam realizadosatentando-se ao rigor científico e metodológico, além de adequados às áreasde estudo. Uma grande preocupação também é a relevância dos grupos que

    compõem os ecossistemas das áreas em análise, o que também poderádeterminar novas vertentes para o processo de licenciamento ambiental.

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    Etapas e Métodos para elaboração da AIA

    A Avaliação de Impactos Ambientais – AIA, deverá seguir as seguintes

    premissas:

    -Estudo de gestão e planejamento ambiental;-Avalia danos ambientais e prováveis impactos;-A elaboração é apoiada em estudos ambientais de equipes multidisciplinares;-Diagnósticos, descrições, análises e avaliações;-Impactos efetivos e potenciais do projeto;

    -Compensação e mitigação.

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    Em todos os estudos relativos ao licenciamento ambiental, deve-se atentarpara a análise dos riscos ambientais inerentes à atividade. Cabe-se ressaltarque esta análise só pode ser feita à partir de estudos criteriosos em campo,

    considerando-se as análise adequadas às características biogeográficas naárea em questão.

    Neste contexto, a avaliação das consequências ou interações das atividadesde determinada empresa ou indústria sobre o meio ambiente é uma formade evitar que acidentes ambientais ocorram e de se buscar a melhoria doprocesso de forma a minimizar os impactos sobre o meio ambiente, além de

    constituir um item fundamental para as empresas que buscam a certificaçãoda série ISO14001 para seu sistema de gestão ambiental.

    Possibilitando tal avaliação de forma adequada, é necessário fazer umlevantamento do que chamamos de “aspectos” e “impactos” ambientais dasatividades da empresa/indústria.

    O “aspecto” é definido pela NBR ISO14001 como “…elementos das atividades,produtos e serviços de uma organização que podem interagir com o meio

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    ambiente”. O aspecto tanto pode ser uma máquina ou equipamento comouma atividade executada por ela ou por alguém que produzam (ou possamproduzir) algum efeito sobre o meio ambiente. Chamamos de “aspecto

    ambiental significativo” àquele aspecto que tem um impacto ambientalsignificativo.

    Segundo a definição trazida pela Resolução n.º 001/86 do CONAMA (ConselhoNacional de Meio Ambiente), Artigo 1º, o impacto ambiental é: “…qualqueralteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades

    humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I – a saúde, a segurançae o bem-estar da população; II – as atividades sociais e econômicas; III –a biota; IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V – aqualidade dos recursos ambientais.” Ou seja, “impactos ambientais” podemser definidos como qualquer alteração (efeito) causada (ou que pode sercausada) no meio ambiente pelas atividades da empresa quer seja estaalteração benéfica ou não.

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    Esta definição também é trazida na NBR ISO14001 (requisito 3.4.1), ondeo impacto ambiental é definido como: “qualquer modificação do meioambiente, adversa ou benéfica, que resulte no todo ou em parte, das

    atividades, produtos ou serviços de uma organização”.

    A classificação dos impactos em: adversos, quando trazem alguma alteraçãonegativa para o meio; e benéficos, quando trazem alterações positivas parao meio (aqui, entenda-se “meio” como a circunvizinhança da empresa/indústria, incluindo o meio físico, biótico e social).

    São considerados impactos ambientais significativos àqueles que poralgum motivo são considerados graves pela empresa de acordo com suapossibilidade de ocorrência, visibilidade, abrangência e/ou outros critériosque a empresa/indústria pode definir.

    Levantamento de Aspectos e Impactos Ambientais

    O levantamento dos aspectos, impactos e riscos ambientais (LAIA) éum instrumento de gestão que objetiva a eliminação, a minimização, o

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    controle ou a compensação dos efeitos ambientais negativos gerados nodesenvolvimento de uma atividade.

    A avaliação dos aspectos, impactos e riscos ambientais é a etapa que subsidiaa elaboração do Plano de Controle Ambiental (PCA). Este visa garantir onível de desempenho ambiental das atividades desenvolvidas.

    É uma etapa fundamental a análise, identificação e interpretação de aspectose impactos ambientais, para que seja possível avaliar os riscos advindos doempreendimento. Esta análise deve ser feita de forma separada para cada

    etapa da atividade alvo de licenciamento.

    Esta identificação e sua respectiva avaliação devem ser realizadasconsiderando-se os três níveis de áreas de estudo, além de todos os meiosa serem avaliados. Assim, ao final da análise, a interpretação conjuntacaracterização do empreendimento, de acordo com o meio incidente, seuscomponentes, permitirá avaliar os impactos do empreendimento.

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    Para um adequado Levantamento de Aspectos e Impactos Ambientais –LAIA, deve-se entender completamente o empreendimento e as atividadesdos processos que estão englobadas. Por toda a sua importância, é possível

    atribuir ao LAIA a responsabilidade de avaliar as consequências dosefeitos do empreendimento sobre o meio ambiente, tanto benéficos quantodeletérios, possibilitando planejar ações de compensação e monitoramento.Sendo assim, esta avaliação é de fundamental importância para a gestãoambienta, pois possibilita planejar e regular a realização das atividadesque possam causar impactos significativos dos meios físicos, biológicos esocioeconômicos sobre oo meio ambiente.

    Assim, o LAIA serve de embasamento para a análise dos efeitos deletériosadvindos da implantação do empreendimento, e possibilita estabelecerestratégias pertinentes para o monitoramento e controle dos efeitosdeletérios das atividades em questão. Esta importante ferramenta para aavaliação de impactos permite atuar de forma preventiva, auxiliando naspolíticas de gestão ambiental, com base nos estudos ambientais. Portanto,o ideal é que cada técnico responsável pela elaboração dos estudosmultidisciplinares façam a sua avaliação de impactos.

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    Aplicação prática do LAIA na Conservação Ambiental

    Pode ser utilizado para uma análise consolidada das ações decorrentes

    dos processos, os impactos resultantes e, consequentemente, as açõespropostas (projeto, programa, plano ou política) para a sua mitigação.Neste contexto, é possível também avaliar alternativas para impactoscuja mitigação será difícil, buscando soluções ou recomendações para aelaboração e implantação de programas adequados.

    O LAIA deve ser implementado seguindo-se o proposto na Resolução

    CONAMA n. 1/86, que define a metodologia e parâmetros específicos para aidentificação, avaliação e análise dos impactos ambientais, como forma deestabelecer medidas mitigadoras.

    Artigo 1º - “Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambientalqualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meioambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultantedas atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

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    I – a saúde, a segurança e o bem estar da população;II – as atividades sociais e econômicas;III – a biota;

    IV – as condições estéticas e sanitárias;V – a qualidade dos recursos ambientais.

    Etapas do LAIA:

    - Identificações dos Aspectos e Impactos Ambientais:Devem ser identificados todos os aspectos do processo, como aspectos

    físicos, administrativos, ambientais, enfim, todos os aspectos que podemser relacionar, direta ou indiretamente aos aspectos ambientais.

    Caracterizações dos Aspectos Ambientais:

    • Condição de operação (normal, anormal, emergencial).• Intervenção (direta, indireta).• Situação (real, potencial).

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    Classificações dos Impactos Ambientais

    • Freqüência/Probabilidade (baixa, média, alta).

    • Severidade (baixa, média, alta).• Abrangência (local, regional, global).• Imagem (preocupação remota, latente ou manifestada).

    Determinações do nível de significância

    • Avaliação da Conseqüência (baixa, média, alta/local, regional, global)

    • Avaliação da Freqüência/ Probabilidade (baixa, média, alta).

    -Classificações do nível de significância.

    • Desprezível.• Moderado.• Crítico.

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    Estabelecimentos de medidas de controle

    • Objetivos e metas;

    • Controles Operacionais;• Planos de Emergências

    A metodologia utilizada para avaliar a importância dos impactos se fazatravés de uma combinação de atributos, conforme descrito abaixo:

    Natureza do Impacto

    • Positivo (P): É o impacto que representa benefícios à área diretamenteafetada.

    • Negativo (N): É o impacto que representa danos à área diretamente afetada.

    • Situação Normal (N): É toda aquela em que as atividades, produtos

    e serviços do empreendimento estão em conformidade com as rotinasgerenciais e as especificações operacionais.

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    • Situação de Risco (R): É aquela situação na qual as atividades, produtose serviços apresentam algum risco de acidentes/incidente ou condições de

    emergência.Abrangência do Impacto

    Representa a extensão espacial sobre a qual o impacto age, incluindo trêsníveis de escala:

    • Pontual: Dentro dos limites do empreendimento;

    • Local: Área Diretamente Afetada (ADA)- definida pelo entorno imediato eáreas limítrofes do empreendimento;

    • Regional: Área de Influência direta (AID)- composta pelas áreas definidasnos estudos ambientais.

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    Cabe ressaltar que as definições dos limites da ADA e AID devem estarde acordo com o Estudo de Impacto Ambiental elaborados para fins delicenciamento prévio do empreendimento.

    Frequência e Probabilidade

    Está relacionada à temporalidade e aos aspectos em situação normal e aprobabilidade relacionada aos aspectos em situação de risco.

    • Baixa: frequência esporádica ou baixa probabilidade de ocorrência;

    • Média: Frequência regular ou média probabilidade de ocorrência;

    • Alta: Frequência contínua ou alta probabilidade de ocorrência.Importância do Impacto

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    O i â i i á i i i

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    O grau de importância do impacto será definido da seguinte forma:

    • Não significativo: Impacto de importância irrelevante. Sem consequência

    e/ou prejuízos aos bens patrimoniais;• Significativo: Impacto relevante. Com consequências e/ou prejuízos aosbens patrimoniais.

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    Biografia Complementar

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    g p

    ABNT, NBR 14.653 – Avaliação de bens – Parte 6: Recursos naturais e ambientais (Fixa diretrizespara a valoração de recursos naturais e ambientais), 2008.

    ALMEIDA, R. Avaliação de danos causados ao meio ambiente. Perícia ambiental criminal.

    TOCCHETO, Domingos (Org.). Campinas: Millenium, 2010. Lei 6.938, de 31/8/1981. Dispõe sobre aPolítica Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. 1981.

    Brasil. Resolução Conama 11/86, de 18/3/1986. Dispõe sobre alterações na Resolução Conama1/86. 1086.

    MANUAL DE AVALIAÇÃO DE DANO AMBIENTAL (PCT BRA/IICA/09/002 – Proteção do Meio Ambi-

    ente). Ivone Midori Icuma; Rafaela Mariana Kososki. Brasília, Brasil. Instituto Interamericano deCooperação para a Agricultura (IICA) 2011. 5º. Produto: Manual para elaboração de laudos técnic-os ambientais, com base nas informações necessárias à sustentação de sanções administrativas,em consonância com as normas já estabelecidas no IBAMA/IBAMA/DIPRO/CEGEMA – Brasília,2011.

    Viana, E. C., Carvalho. R. M. M. A., Oliveira, P. R. S., Valverde, S. R.; Soares, T. S. ANÁLISE TÉCNI-CO-JURÍDICA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL E SUA INTERFACE COM A CERTIFICAÇÃO AMBI-ENTAL. Revista Árvore 27(4):587-595. Viçosa,

    MOTTA, R. S. Manual para valoração econômica de recursos naturais. Brasília: Ministério do MeioAmbiente, 1998.

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    Dra. Flávia Peres

    Bióloga, Mestre em Ecologia de AmbientesImpactados, Doutora em Ecologia eConservação (PhD), Pós-doutora emRestauração Ecológica de Áreas Degradadas.É Professora de Pós-graduação em Meio

    Ambiente, Pesquisadora, Empresária eDiretora Técnica da Razão ConsultoriaAmbiental

    Sobre a autora

    Sobre o Instituto Minere

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    O instituto Minere é uma organização especializada em desenvolvimento de capacidadese tecnologia para profissionais e empresas do setor de mineração, geologia e meioambiente.

    Qual o nosso negócio?

    Aperfeiçoar a capacidade de geração de valores e desenvolver tecnologias queproporcionem auto realização das pessoas e o sucessos das iniciativas empreendedoras.

    Que marca queremos deixar?

    Pessoas realizadas em suas carreiras. Empresas e instituições ganhando emcompetitividade, lucro e relacionamento com seus stakeholders.

    31 3657-5578 | WhatsApp: 99355-8384 - [email protected]

    Sobre o Instituto Minere