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COMO MONTAR ATELIÊ DE COSTURA

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COMO MONTAR

ATELIÊ DE COSTURA

www.sebraeatende.com.br

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SUMÁRIO

COMO MONTAR? | UM ATELIÊ DE COSTURA

Apresentação do Negócio 6

Exigências Legais 8

Matéria-prima e mercadorias 12

Agregação de valor 15

Divulgação 16

Informações tributárias 17

Dicas de Negócios 18

Bibliografia 19

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Ideias e oportunidades de negócios

Quer se tornar um empreendedormas não sabe por onde começar?Esta Série é para quem quer descobrir as melhores ideias de negócios lucrativos.

A Série Como Montar traz um perfil de diversos ambientes de negócios para quem está em busca de oportunidades para empreender, apresentando uma visão geral de como cada segmento se posiciona no mercado, quais as variáveis que os afetam, como elas se comportam, qual a estrutura, equipamentos e pessoal para composição do negócio, oferecendo as informações necessárias sobre como fazer o seu empreendimento acontecer na prática.

Mas atenção, futuros empresários: as cartilhas desta Série não substituem o Plano de Negócio. Para elaborá-lo, procure o Sebrae. Dispomos de uma grande variedade de soluções em apoio ao pequeno empreendedor.

Consulte regularmente o site www.sebraeatende.com.br, descubra quais programas podem atender melhor às necessidades do seu negócio e comece hoje mesmo a colocar em prática tudo que aprendeu.

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Apresentação do Negócio

Na era da novidade constante, tendências surgem de todas as direções e quem deseja empreender neste setor precisa acompanhá-las para não ser esmagado pela concorrência. Nesse sentido, se especializar em um nicho pode ser a melhor decisão a se tomar. E o primeiro passo para oferecer esse serviço com eficiência é descobrir quem ou o que influencia as preferências do seu público alvo. Seja focando em roupas de festas, moda masculina, vestidos de noivas, moda plus size, evangélica, étnica, infanto-juvenil, retrô ou beachwear, o que pode parecer uma redução do seu público-alvo, é na verdade, o caminho para se tornar referência na área e fidelizar seus clientes.

Diferentemente das gerações anteriores de costureiras e alfaiates, essa nova leva de profissionais do mercado de confecção sob medida, vêm deixando de atender seus clientes em casa, passando a recebê-los em ateliês que mais se assemelham a boutiques. E o tratamento personalizado e intimista, apesar de mais polido e planejado não perdeu o seu espaço. Bolinhos, chás, biscoitos, e dependendo da circunstância e público até mesmo espumantes podem fazer parte do pacote de atendimento.

E não basta que os profissionais do setor estejam capacitados para reproduzir o modelo de roupa dos sonhos que o cliente deseja. Para empreender com sucesso no setor de roupas sob medida é necessário aptidão para prestar um serviço que vá além da confecção da peça. Da consultoria de estilo aos reparos e reformas, é preciso preparo para que cada atendimento resulte em um cliente satisfeito e reflita os padrões de qualidade da sua empresa.

Seja na confecção de uma roupa do zero, partindo da sua concepção à finalização, de acordo com os gostos e necessidades do cliente, ou apenas uma alteração, o fato é que a busca por peças de vestuário exclusivas é uma tendência crescente no mercado de moda.

Dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções comprovam a crescente demanda do setor. Apenas no período de Janeiro a Abril de 2019, o saldo de geração de empregos do setor têxtil e de vestuário foi de 16.887. A previsão em 2018, para 2019 era um saldo positivo de 20 mil postos de emprego, levando em conta todo o ano, motivo para otimismo no setor.

O setor, que é o segundo maior gerador de postos de trabalho da indústria de transformação, empregando mais de 1,5 milhão de empregados diretos. Entre eles estão mais de 85 mil microempreendedores individuais que atuam no ramo de confecção de vestuário sob medida.

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Mobilizando milhares de profissionais país a fora, o setor conta com consumidores cada vez mais exigentes, que exigem mais que a qualidade do produto do produto e do serviço, cobrando também novas posturas sociais, que satisfaçam a necessidade de consumo e de envolvimento com causas como sustentabilidade, por exemplo.

Localização

Por melhor que seja o serviço prestado, ou a qualidade do produto final, a escolha do ponto comercial pode determinar o fracasso da sua empresa. Assim, é fundamental conhecer as características do seu público-alvo, hábitos e tendências de consumo, seu comportamento geral.

Seja próximo a residência do público-alvo, ou em outros locais onde há grande fluxo desses, o local ideal é aquele que permite o acesso facilitado aos potenciais consumidores. Além disso, antes de tomar a decisão de fechar contrato com um ponto comercial para abrir o seu ateliê de costura, deve-se observar os seguintes detalhes:

• Certifique-se de que o imóvel em questão atende às suas necessidades operacionais quanto à localização, capacidade de instalação, características da vizinhança, e se é atendido por serviços de água, luz, esgoto, telefone, etc.;

• Esteja atento ao valor do aluguel, prazo do contrato, reajustes e reformas a fazer, afinal, receitas e despesas devem ser compatíveis com a proposta do empreendimento;

• Avalie as comodidades que possam tornar mais atrativa e conveniente à presença dos frequentadores, tais como facilidade de acesso e estacionamento para clientes;

• Cuidado com imóveis situados em locais sujeitos a inundações ou próximos às zonas de risco;

• Atente para os aspectos de acesso e acessibilidade dos clientes;• Avalie as condições de conservação e segurança do imóvel,

bem como os aspectos legais e de zoneamento urbano junto à prefeitura.

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Exigências Legais

Recomendamos a contratação de um contador profissional para legalizar a empresa nos seguintes órgãos:

• Junta Comercial;

• Secretaria da Receita Federal (CNPJ);

• Secretaria Estadual de Fazenda;

• Prefeitura Municipal, para obter o alvará de funcionamento;

• Enquadramento na Entidade Sindical Patronal em que a empresa se enquadra – é obrigatório o recolhimento da Contribuição Sindical Patronal por ocasião da constituição da empresa – e o recolhimento da contribuição até o dia 31 de janeiro de cada ano;

• Caixa Econômica Federal, para cadastramento no sistema “Conectividade Social – INSS/FGTS”;

• Corpo de Bombeiros Militar.

Independente do porte ou ramo de atuação é essencial que o empreendedor observe as regras estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor, criado pela Lei Federal nº. 8.078 publicada em 11 de setembro de 1990. Ele impõe normas que restabelecem o equilíbrio e a igualdade nas relações entre empresas e consumidores, norteando essa relação.

Estrutura e pessoal (equipe e equipamentos)

Os principais fatores determinantes para escolha do espaço necessário será o porte e tipo de ateliê que deseja montar. Por isso, antes de sair a procura do espaço, é preciso pôr no papel as instalações necessárias para a abertura do seu negócio, considerando também o perfil do cliente buscado, e o padrão de atendimento que o atrai.

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• Recepção e atendimento: Além dos equipamentos básicos para atendimento e controle dos produtos vendidos e serviços contratados, como computador, impressora, telefone, balcão e armário, o espaço deve ser equipado ainda com itens que tragam conforto e bem estar aos visitantes. De escolhas simples como uma poltrona, tv e algumas revistas, a opções mais sofisticadas como mesa para frutas e chá ou máquina café expresso, esse espaço deve tornar confortável a estadia do seu cliente durante o tempo de espera e o atendimento;

• Showroom: Funcionando como uma loja, o showroom é ainda uma mostra do seu trabalho. Ele será possivelmente o primeiro contato do cliente com o seu produto finalizado, e determinará o padrão aguardado pelo consumidor com o serviço contratado. Fundamental para ateliês que contem com marca de roupas, e para aqueles que contem com a opção de aluguel de roupas, deve contar com araras e outros mostruários das peças, garantindo que as mesmas sejam apresentadas da melhor forma possível;

• Sala de medidas e provas: Independente do porte e perfil do seu público, quando se trabalha com roupas sob medida é fundamental contar com um espaço privativo para esse fim. Afinal de contas na hora de fazer as medidas do corpo do seu cliente para a modelagem das peças a privacidade dele deve ser preservada. Nesse espaço é necessário contar com algum tipo de suporte a roupas e bolsas. Seja um ganchinho na parede ou uma arara com cabides, as possibilidades são variadas a depender do seu público, perfil de negócio e espaço existente;

• Produção: O espaço onde as peças serão fabricadas deve contar com área suficiente para a inserção das máquinas e outros equipamentos possibilitando o seu uso de forma confortável, garantindo ainda o tráfego dos profissionais envolvidos no processo produtivo. Sendo um segmento muito variado, os equipamentos necessários irão variar de acordo com o tipo de peça a ser produzida.

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Entre as máquinas e equipamentos mais utilizados em confecções de roupas estão:

• Máquina Galoneira;

• Máquina de costura overlock;

• Máquina de costura interloc;

• Máquina de costura reta industrial;

• Máquina de costura pespontadeira;

• Máquina de costura refiladora;

• Máquina de costura zigue-zague;

• Máquina de pregar botões e ilhoses;

• Máquina de casear;

• Máquina de fusionar;

• Máquina de travete;

• Mesa caseadeira;

• Ferros a vapor;

• Mesa de corte;

• Mesa de passar roupas;

• Mesa de abrir costura;

• Pespontadora de coluna;

• Pespontadora rápida.

A definição dos equipamentos necessários para a área de produção do seu ateliê deve respeitar a necessidade do nicho escolhido. Afinal de contas, alocar capital em um equipamento que não será utilizado, além de elevar os custos de abertura da sua empresa, vai gerar a necessidade de um espaço maior. Um bom exemplo está na máquina overloque.

A máquina que realiza aquele acabamento interno de roupas, evitando que o tecido desfie, chega a custar alguns milhares de reais mas não é utilizada em alguns tipos de técnicas acabamento em costura, como a costura inglesa e a francesa;

Escritório: voltado às atividades administrativas, financeiras, operacionais e comerciais, o escritório deve contar com uma estrutura básica para o trabalho. Uma mesa de trabalho, uma poltrona, computador e um arquivo ou armário é a estrutura básica para esse espaço;

Copa: mesa, cadeiras, geladeira, microondas, armário com porta e até mesmo um fogão podem garantir o conforto daqueles que trabalham no local e dos clientes.

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Atenção: Alguns desses espaços, podem ter função compartilhada, a exemplo do escritório e da recepção, que podem dividir os mesmos equipamentos e espaço, ou mesmo o showroom e a área de atendimento. Essa escolha não apenas reduz custos com estrutura e equipamento como permite a otimização do espaço existente no ponto comercial.

O número de profissionais contratados está diretamente relacionado ao tipo de serviço oferecido e o porte do seu ateliê. É possível inclusive começar sozinho, mas ao assumir todas as atribuições o empreendedor precisa se desdobrar na tarefa de exercer funções administrativas e operacionais, o que irá refletir no serviço oferecido. Assim, apontaremos aqui as funções existentes em um ateliê, que podem ser ocupadas por um mesmo ou diferentes profissionais:

• Atendente: Seja no atendimento por telefone ou pessoalmente o profissional responsável pelo atendimento deve ser empático compreendendo as necessidades do potencial cliente, ágil, atencioso e organizado;

• Costureiro: para assumir essa função é necessário conhecimento do manuseio dos diferentes tipos de máquinas, além de conhecimentos básicos sobre a manutenção das mesmas. Noção de harmonização entre diferentes tecidos, aviamentos e acessórios é crucial para o resultado final do produto. Além disso, é preciso que o profissional saiba otimizar seu tempo, prezando sempre pela qualidade da peça criada;

• Auxiliar de costura: além de saber operar máquinas de corte e costura, esse profissional deve ser organizado, ágil e preciso na realização das atividades realizadas sob orientação da costureira;

• Estilista: Para assumir essa função é necessário ter uma boa comunicação e elevado padrão de qualidade de atendimento, visão atualizada o mundo da moda é uma necessidade básica. No cenário ideal, esse profissional será formado no curso superior ou tecnólogo em moda, ou design de moda.

Caso o empreendedor possua habilidades relacionadas ao setor de confecções de roupas, ou mesmo de atendimento ele pode assumir outra função além da gerencial. Altamente influenciado por datas comemorativas, mês das noivas, formaturas e datas festivas, é possível que em alguns momentos a vantagem seja contratar colaboradores temporários.

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Matéria-prima e mercadorias

Em ateliês de costura o estoque é composto basicamente por produtos de aviamentos, aqueles necessários para a execução do serviço, sejam eles decorativos como os viés, rendas, fitas, franjas, sutaches e sianinhas, ou ainda funcionais como linhas, botões, zíperes, fivelas, rebites, colchetes e ponteiras. As exceções ficam por conta dos ateliês que possuem marca própria de roupas, ou atuam também no ramo de aluguel de trajes.

Quando se trabalha com produtos sob encomenda e criação exclusiva, onde o cliente define o tipo, modelo, cor e por vezes o material do produto, é comum que o mesmo leve a matéria prima principal, o tecido, deixando sob responsabilidade do ateliê, os demais itens necessários para a confecção da peça. Assim o estoque deve garantir o bom funcionamento da empresa e ao mesmo tempo reduzir ao máximo o impacto no capital de giro.

A gestão de estoques no varejo é a procura do constante equilíbrio entre a oferta e a demanda. Esse equilíbrio deve ser sistematicamente aferido através dos seguintes importantes indicadores de desempenho, entre outros:

• Giro dos estoquesO giro dos estoques é um indicador do número de vezes em que o capital investido em estoques é recuperado através das vendas. Usualmente é medido em base anual e tem a característica de representar o que aconteceu no passado.

• Cobertura dos estoquesO índice de cobertura dos estoques é a indicação do período de tempo que o estoque, em determinado momento, consegue cobrir as vendas futuras, sem que haja suprimento.

• Nível de serviço ao clienteO indicador de nível de serviço ao cliente para o ambiente do varejo de pronta entrega, isto é, aquele segmento de negócio em que o cliente quer receber a mercadoria, ou serviço, imediatamente após a escolha; demonstra o número de oportunidades de venda que podem ter sido perdidas pelo fato de não existir a mercadoria em estoque ou não ser possível executar o serviço com prontidão.

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O investimento compreende todo o capital empregado para iniciar e viabilizar o negócio até o momento de sua autossustentação. Pode ser caracterizado como:

Investimento e Capital de Giro

• Investimento fixo Compreende o capital empregado na compra de imóveis, equipamentos, móveis, utensílios, instalações, reformas, etc.;

• Investimentos pré-operacionaisSão todos os gastos ou despesas realizadas com projetos, pesquisas de mercado, registro da empresa, projeto de decoração, honorários profissionais e outros;

• Capital de giroÉ o capital necessário para suportar todos os gastos e despesas iniciais, geradas pela atividade produtiva da empresa. Destina-se a viabilizar as compras iniciais, pagamento de salários nos primeiros meses de funcionamento, impostos, taxas, honorários de contador, despesas de manutenção e outros, um dos principais responsáveis pela sobrevivência da empresa no período que sucede a abertura do negócio.

Necessário para funcionamento de qualquer empresa, o capital de giro é o montante de recursos financeiros que a empresa precisa manter em caixa para garantir o seu funcionamento, enquanto o negócio ainda não apresenta lucros, ou mesmo nos momentos de oscilação na rentabilidade.

Canal de Distribuição

Mais que produtos exclusivos, o mercado de roupas sob medida se mostra como uma alternativa de consumo consciente, com produtos de maior durabilidade, apontando como uma opção à moda instantânea, massiva e descartável dos últimos tempos.

Independente da ocasião que motiva a compra de uma roupa sob medida, essa escolha de consumo valoriza as características individuais do indivíduo. Mas, como a sua empresa vai levar esse produto ao consumidor? Onde e ela como ela é encontrada pelo seu público? Esses canais de distribuição são determinados com base nas estratégias criadas para dar visibilidade ao seu ateliê.

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Levando em conta o ponto físico do seu ateliê, como principal canal de distribuição do seu produto, o empreendedor deve a todo momento avaliar os aspectos relacionados às características desse canal, como um agente facilitador da compra do produto. Do facilidade de acesso ao ponto, à sua facilidade de identificação através da fachada e do endereço, e a depender do seu público, até mesmo a existência de meios de transportes públicos que viabilizem a chegada ao local.

Apesar do setor de roupas sob medida trabalhar tradicionalmente com o atendimento no ponto comercial fixo, é possível oferecer o serviço de atendimento domiciliar, isso amplia a possibilidade de alcançar inclusive o público que não conta com tempo disponível para se deslocar até o ateliê para tirar medidas, fazer ajustes, dentre outros.

• Custos variáveis: são os custos que sofrem oscilação em detrimento do que é produzido ou vendido. Entre eles estão:

Custos

Do aluguel ou compra do ponto comercial, ao valor pago mensalmente em energia e água, do valor direcionado para funcionários, contratações de serviço, todo investimento feito para que o produto exista é chamado de custo. Assim é crucial realizar uma cuidadosa gestão de custos para que assim o valor cobrado sejam condizentes não apenas com os objetivos financeiros do empreendedor, mas com a realidade do negócio, garantindo boas margens de lucros, volume de vendas e consequentemente sucesso do ateliê.

Podemos ainda separar essas despesas em custos fixos e custos variáveis:

• Custos fixos: aqueles que permanecem constantes, independente da produtividade e rentabilidade do seu negócio. Eles fazem parte da estrutura da sua empresa. São eles:

Aluguel;

Funcionários;

Energia;

Água;

Honorários contábeis;

Seguros;

Publicidade e marketing;

IPTU, entre outros.

Comissões;

Matéria-prima;

Impostos, entre outros.

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Agregação de valor

Para sobreviver no mercado é importante contar com uma oferta diferenciada dos concorrentes, oferecendo vantagens ao cliente que escolhe pelo seu serviço e não o da concorrência. Se tratando do ateliê de costura sob medida, são várias as possibilidades de agregar valor ao serviço.

Seja na oferta de orientação sobre os melhores modelos de roupa para os variados tipos de eventos, ou mesmo sobre os cortes e cores que irão acentuar as características físicas que mais agradem o consumidor, ou disfarçar outras que sejam motivo de desagrado, respeitando seu biotipo e estilo. Ou ainda possibilidade de um atendimento personalizado através do horário marcado para atendimento exclusivo, em locais alternativos, ou mesmo horário estendido, é possível agregar valor ao serviço de costura sob medida de diversas formas. O importante é entender quais serviços complementares são do interesse do seu público-alvo e tornar isso viável.

Para que o serviço oferecido seja considerado valor agregado é fundamental que o diferencial seja enxergado pelo cliente como algo vantajoso e atrativo. Assim, reconhecer as necessidades é o primeiro passo para decidir o que oferecer ao seu potencial consumidor.

Outras possibilidades de serviços que geram valor agregados ao ateliê de costura são:

• Pequenos reparos;

• Aluguel de roupas;

• Reforma de roupas antigas;

• Venda ou aluguel de adereços e acessórios;

• Consultoria de estilo - Personal stylist, ou;

• Noções básicas de corte e costura para pessoas que buscam um hobbie.

E mais que investir em outros serviços, é possível ainda direcionar para nichos, satisfazendo tanto as necessidades de consumo, quanto as psicológicas do seu público. Seja adotando o conceito da sustentabilidade através da produção de peças que não agridam o meio ambiente, com redução máxima de desperdício de matéria prima, ou mesmo adotando se especializando em moda evangélica, respeitando os padrões exigidos pelos diferentes grupos religiosos, são também outras possibilidades que configuram como agregação de valor.

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Divulgação

Em meio às diferentes empresas oferecendo o mesmo serviço, o empreendedor deve encontrar uma forma de chamar a atenção do seu público, e assim obter maiores chances de sair vencedora nessa acirrada disputa.

Uma das formas de alcançar essa desejada atenção, é através da divulgação do seu ateliê. Mas não basta correr para a gráfica mais próxima e imprimir milhares de folhetos. É preciso agir de forma planejada. Onde o seu cliente está? Qual o meio que eles buscam os serviços? Quanto seu ateliê pode investir? Essas são algumas das questões que devem ser levantadas para definir a sua estratégia de divulgação.

Entre as ações acessíveis e eficientes que tornarão o seu ateliê conhecido pelo público-alvo estão:

• Criação de site institucional com atendimento online, onde pedidos possam ser acompanhados, dúvidas tiradas e orçamentos feitos. É necessário contar com o suporte de um profissional que ajude na otimização da sua página, garantindo o melhor ranqueamento dela nos mecanismos de pesquisa, a exemplo do google. Assim, na hora que alguém pesquisar sobre roupas sob medida a sua página pode estar entre os primeiros resultados da busca;

• Presença nas redes sociais como Facebook, Instagram e Pintrest funcionam como portfólio do trabalho da sua empresa. É possível ainda estimular o engajamento dos seus clientes através de campanhas e promoções;

• Disponibilizar whatsapp para a comunicação com clientes e fornecedores;

• Confeccionar folders e ‘’flyers’’ para a distribuição em pontos estratégicos e residências;

• Participar de feiras e eventos de moda;

• Firmar parceria com fornecedores de tecidos e aviamentos;

• Oferecer brindes ou descontos a clientes frequentes, entre outras.

E mais importante, entregar o que foi acordado sempre. Sendo esta a melhor forma de alcançar a desejada divulgação positiva e gratuita através da propaganda boca a boca. Afinal, só indica um serviço quem está satisfeito.

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Informações tributárias

A atividade econômica de Ateliê de Costura, assim entendido pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE/IBGE 1412-6/02 - Confecção, sob medida, de peças do vestuário; poderá optar pelo Simples Nacional - Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições. Os pequenos negócios podem optar pelo Simples, desde que sua categoria esteja contemplada no regime, a receita bruta anual de sua atividade não ultrapasse R$ 360 mil para microempresa e R$ 4,8 milhões para empresa de pequeno porte, respeitando os demais requisitos previstos na Lei.

Nesse regime, o empreendedor de ME e EPP poderá recolher os seguintes tributos e contribuições, por meio de apenas um documento fiscal o Documento de Arrecadação do Simples Nacional:

• IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica);• CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido);• PIS (Programa de Integração Social);• COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social);• CPP (Contribuição Previdenciária Patronal);• ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza): para empresas que empresas que prestam serviços;

Conforme a Lei Complementar nº 123/2006, esta atividade se enquadra no Anexo I da Lei Complementar nº 155/2016, cujas alíquotas aplicáveis no ano de 2020 variam de 6% a 33%, dependendo da faixa de receita bruta anual auferida.

Se o Estado onde a atividade for exercida conceder benefícios tributários para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, quando houver tributação para a atividade, a alíquota poderá ser reduzida conforme o caso. Já na esfera Federal poderá ocorrer redução quando se tratar de PIS e/ou COFINS.

A outra possibilidade existente é que se a receita bruta anual não ultrapassar R$ 81 mil, o empreendedor pode se escolher se registrar como Microempreendedor Individual, mas para isso outras condições são essenciais como não ser dono ou sócio de outra empresa e contar com no máximo um colaborador. Atendendo esses critérios o empreendedor registrado como MEI, recolherá os tributos e contribuições com valores fixos mensalmente, conforme informações a seguir:

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I) Sem empregado

• 5% do salário mínimo vigente - a título de contribuição previdenciária

• R$ 1 de ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias (para empresas de comércio e indústria)

• R$ 5 de ISS – Imposto sobre Serviços (para empresas de prestadoras de serviços)

II) Com um empregado (o MEI poderá ter um empregado, desde que ele receba o salário mínimo ou piso da categoria), o empreendedor recolherá mensalmente, além dos valores acima, os seguintes percentuais:

• 8% de INSS sobre a remuneração - retido do empregado;

• 3% de INSS (contribuição do empregador) sobre a remuneração do empregado.

Dicas de Negócios

• Invista na qualidade do atendimento de forma global. Do atendente a costureira, todos os profissionais da sua equipe devem ser aptos a atender com educação e prestatividade o consumidor;

• Atendimento pós venda. Do envio de cartão de felicitação pelo motivo da confecção da roupa, seja uma festa de 15 anos, formatura, noivado, ou mesmo uma pesquisa de qualidade sobre o produto pós uso, é importante mostrar o quanto a sua empresa se preocupa com a satisfação do cliente;

• Na hora de empreender o ditado “o olho do dono engorda o gado” deve ser levado a sério. Por isso é fundamental para o proprietário em busca do sucesso, se fazer presente em tempo integral no seu empreendimento;

• Mantenha a sua equipe atualizada sempre. Investir na capacitação da sua equipe é investir na qualidade do seu produto. Uma equipe que não acompanha tendências, fica obsoleta. E tudo que é obsoleto vai aos poucos caindo em desuso;

• Seja criativo na hora de se comunicar com seu público e mantenha a sua empresa em evidência no mercado sempre.

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Bibliografia

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BARBOSA, Mônica de Barros; LIMA, Carlos Eduardo de. A Cartilha do Ponto Comercial: Como escolher o lugar certo para o sucesso do seu negócio. São Paulo: Clio Editora, 2004.

BIRLEY, Sue; MUZYKA, Daniel F. Dominando os Desafios do Empreendedor. São Paulo: Pearson/Prentice Hall, 2004.

COSTA, Nelson Pereira. Marketing para Empreendedores: um guia para montar e manter um negócio. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003.

DAUD, Miguel; RABELLO,Walter. Marketing de Varejo: Como incrementar resultados com a prestação de Serviços. São Paulo: Artmed Editora, 2006.

DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luisa. 14a. Edição. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10a. Edição. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil. São Paulo: Ed. Atlas, 2000.

RATTO, LUIZ. Comercio – Um Mundo de Negócios. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2004. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Saiba Como montar Confecção – Série Ponto de Partida. Belo Horizonte, SEBRAE/MG.

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5 tendências para o mercado de moda em 2017. Apostar em e-commerce e investir em marketing digital são exemplos do que pode fazer seu negócio deslanchar neste ano. Por Débora Duarte. Disponível em: Mercado da moda tem oportunidades para os pequenos negócios http://revistapegn.globo.com/Negocios/noticia/2017/01/5-tendencias-para-o-mercad ode-moda-em-2017.html. Acesso em 7 nov 2017.

Setor têxtil e de confecção aponta sinais positivos para 2017. Disponível em: http://www.abit.org.br/noticias/setor-textil-e-de-confeccao-aponta-sinais-positivos-para-2017. Acesso em 6 nov 2017.

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