duras penas
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DURAS PENAS
italo
lima
A poesia existe e est em toda parte. Pobre de ns poetas que veem diante de burocracias ditatoriais, pois para publicar um livro, deve-se dispor de: muito dinheiro, muita pacincia e ser eleito diante da burguesia de popular. H os sortudos que so agraciados com algumas outras ajudas. Mas h os que publicam livremente na internet, como eu. Prazer sou talo Lima e escrevi isso para voc!
Para Francisca Moraes da Cruz
P ( A R T E )
E U DECORO D E C EU ART DEC
A A R T EN U N C A U M A S
flash, vapt e
vupt
Que seja 7 a vid
a out
Nela boom retribuo
Breve ceita ligt
h on
Oh vida estrangeira
FLASH
E que sexo tem cheiroGosto e desejoQue tem fomeE come calado gozo apenas
Sexo no tem corS vontade
sede que no sacia suor na noite fria
E nas noites de lua cheiaNunca chega calado
SEXO
ELEQUENOTEMASAVOASEMSAIR
DOCHO
FULF
Por entre rios e anseiosCandeeiro que me iluminaguas turvas se debruam atrozEnleio de sbito se aproxima
Gritos de agonia e pressaAntagnicos suores que me invademE faz meu corpo inteiro tremerVibraes frenticas que me alucinam
Em um s desejo Em uma s vontade Oh dor que no vai em bo ra
FULG RO
brilho branco [que cega] um grito para dentro, que ecoaPensamento nulo quando vem o gozo onomatopeia com todas as vogaisTem fome e exposto em jatosCuspido por um msculo frouxoFeito tabu, ningum nele falaMas todos sempre se agradamOh, do ato de gozar!E ningum goza de desgostoPois gozo sangue, s que do avesso
GOZO
As ndegas rosadas fluam acesasAflorando um dizer torto
Com a pele pronta e com salAtiando a lngua de toda gente
Feito rebolio dentro do corpoPronta para abocanhar
Todo msculo que nela chega
)(
s.m
1. quando a boca cala e a alma sente2. Dor sentida para dentro. 3. Atrito entre
o desejo e o proibido. 4. Manifestao ariscana pele. 5. Impressionar-se com algo.
6. Sensibilidade da alma. 7. Lngua spera na pele. 8. Esprito prximo. 9. Calor frio. 10.
Reviramento dos olhos. 11. Ansiedade do avesso. 12. quando teu olhos invadem
meu corpo sem permisso.
ARREPIO[ [
SSE
NA
SE NA PELE
COM QUE CU
RA ME RE
VELE
NO
SOU CO BAIA
AZUL NEM AMAR
ELA SOU S HANN
SOUS OUSOUDOS U L?
Vou confessar - onde a morte ali me peque: AQUI HEI DE FICAROnde o amor se debrua e se esfolia ao meu cantar: AQUI HEI DE VIVERSou gruta mole Sou gua suja Sou barro cruHumano A E R J D P D E A O em agonia
Recomponho-me Disfaro-meSou aparncia
Voar-me-ei ao teu encontro se por uma instante me desejarAtenderei ao teu clamor, ao teu chamarAlcano-te sem demora em algum sonho devanear
Vou confessar - onde a morte aqui me chama: HEI DE RENUNCIARAqui em vida me pertenoDos prazeres alheios hei de beberAt me contentar - assim por dianteEu salvo o nosso perdido gro em terra ardidaBusco anos em terras sofridasCorro em busca do distante olhar entusiasmadoFrustro-me Contamino-meOh doce cruel veneno do cimeVem em mim me libertar, sou teu escravo. ABOLIO: entenda meu penar!
AL MA T U RV QUE NO PEI TO
HABITA. ALMA BELA QUE NO CU SE AFLIGEESTRELA DALVACADENTE PROS MEUSOLHOS. OH ALMA QUE DE MIM FOI EMBORA.
A
ALMA BELA
Mar vido que aliviaA dor no peito
Peito estreito queNo cabe no corpo
Oh desvarioQue me invadeE me faz refm
Oh mar desvarioFaz-me sempre forte
Oh mar desvario
MARDESVARIO
Eu pode
ria te am
ar previ
amente
Mas do
amor, po
uco se v
er futuro
Mesmo
adentra
ndo no
teu peit
o amide
Morrere
i pobre
de risos
teus - le
ntamente
Assim se c
ogita um
peito d
e amor p
uro
Porque a
amplid
o em m
im se ag
ita
E nenhu
m sacrifc
io ser e
m vo
Nos me
us gesto
s s, h
uma ton
ta atitud
e
Que me
inclina
pros teu
s lbios d
ormente
s
Vem e liv
ra meu c
orpo pad
ecido da
morte.
PEITO
INCLINAD
O
meu corao parece um bicho sem freioque desatina o corpo em agonia
pobre animal que no se adestras rumina as dores trazidas no peito
e quando se atia, ferecausando medo em toda gentecom presas de todo o tamanho
meu corao um bicho quase sem donoum animal que no pensa
bicho sem freio
Pequena Sutil: oh teus belos traos [fustigam]Arauto, ostentao, que fulgor quase que imortal Suas palavras: traos e retas Da sua boca: etecetera e talAssim, donas de seus passos, segue firme Pois sim! Seu conceito reside um ponto fixo
Ela que coca Ela que cola
Ela que do avesso, vertigem nenhuma faz morada
A T E N T E M :
ELA A
N
NN
O QUE IMPERAREI DOS MOVIMENTOS
BAILA AOS VENTOS
ELE NO ESPERAATUA SEM DEMORA
DONO DE UM GINGADOSEU CORPO S AGRADO
EM UM LANCE DE OLHARSUA ALMA REVIGORA
D(AR)IO
E que o tempo seja longoE que dele no haja esperaQue haja agrado em todas as horasQue os ponteiros girem sem demora
Porque o tempo no esperaTempo tem pressa e agonia
Ser efmero j no basta preciso ser intenso
A vida um passo apenasUm instante que logo vai emboraDesejo que voc acorde todo diaAcreditando ser o derradeiro
Que o limite seja sempre excedidoQue a palavra tempo seja qualquer
Sem preocupao, sem ser atoa Que o tempo seja verdadeiro
E se houver medo, desejo sempreQue ele seja compreendidoQue o tempo no morraNem vire lembrana arrependida
Nem lamentao sofridaPara quando voc olhar para trs
Poder falar sem medo:O tempo eterno!
24 versos sobre o tempo
E no meu jardim haviam tulipas.Sim haviam tulipas no meu jardim.E elas no murchavamNem se empalideciam noEram coradas, as ptalas vividas do meu jardimNa madrugada exalavam amores e coisas belasAs amarelas riam sempre das mesmas graasIndizveis de peles macias, nunca choravamAs brancas derramavam leite no ventre mudoAs lils enalteciam-se buclicasAlumbravam-me de cores vis:As tulipas do meu jardimEnto eu cego de amores, entreguei-as moa belaDesencravei todas do meu jardimE cobri o corpo nu da exaltadaEntreguei-me a esse amor covarde, doei-me em demasia.Esquecia quem eu eraMorreram as tulipasMorreu minhalma
tulipas
O desgos
to traz e
m si um
troo am
argo
E finge se
r na lem
brana u
m mal qu
e finda
Mas a do
r progrid
e e a tud
o desagr
ada
O desgos
to fingiu s
er moo
e educad
o
E traz no
corpo alg
um mov
imento
Que no
sustenta
, s agrid
e o peito
O desgos
to pintou
-se em le
tras
Ganhou
equilbrio
e fora
Content
ou-se ser
pra sem
pre s
de
z (gosto)
DESGOSTO
E U Q U ES U P U SO A M O RM E R E F I ZC A L A D O
Dei a ti minha sombra, meu reflexoDei a ti meu tato, os meus sabores e vontades com tal agrado que hoje te declaro
Dei a ti o meu sorriso mais largoDei a ti o meu abrao e meu afagoDei a ti a luz sincera dos meus olhares com tal virtude que hoje eu te solenizo
Dei a ti meu corpo, minha pele e meu perfumeFizestes de mim abrigo, onde habitas com coragemDei a ti os meus sonhos mais profundosDei a ti tantas outras novidades com tanta graa que hoje te veneroPor ser sempre meu sem maudade
Dei a ti meus sons e meus gestos mais delicadosDei a ti prestgios e desejos saciadosDei a ti flor macia do pecado
Dei-te enfim meu coraoE pus no teu peito reclinado com tal orgulho que hoje te confesso:
Dei a ti de tudo e de nada me despeoDei-me a ti por completoE mesmo assim nada te peo.
Dei-me a ti
ou flores no quintaljasmins em teus olhos
ptala ao mar desvario
ou teu corpo nuagredindo-me
so poucas cinzas
vem inteiroazul a cor
cinzas, as quartas
quartas cinzas
Por entre ombros, dar-se assim to moaRoando a barba na nunca- ela to louca
Rir de modo a achar graa do mundoE traa um abismo em cada passo
Voa - todo pssaro tem se ninhoEnche de ar teu peito to largo
Canta pra toda gente escutar-teRespire - aqui te chamo baixinho:
[catarina]
C A T A R I N A
Folhas secasMastigadas na tua boca
Tu me sorrias dentes amarelosEnvelhecidos pelo tempo
Tua lngua em rugasPasseava spera em meu corpo
Teus dedos longosCravavam-me as entranhas
E sacudiam as vsceras em crculos
Suaves sons de gemidosVindos da tua boca
Dantescos dentes que me mordiamFera viva que me penetrava
G