dunas consolidadas em portugal cardune - ceg · caracterização das dunas consolidadas (3....

88
ANA RAMOS PEREIRA EULÁLIA BORGES CORREIA DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL Análise da bibliografia e algumas reflexões Linha de Acção de Geografia Física Relatório nº.22 CENTRO DE ESTUDOS GEOGRÁFICOS I.N.I.C. LISBOA 1985 CARDUNE /////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Upload: others

Post on 29-Jun-2020

14 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

ANA RAMOS PEREIRA EULÁLIA BORGES CORREIA

DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL

Análise da bibliografia e algumas reflexões Linha de Acção de Geografia Física Relatório nº.22

CENTRO DE ESTUDOS GEOGRÁFICOS I .N. I .C.

LISBOA 1985

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 2: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

2 .

NOTA PRÉVIA

No ano de 1983/84 real izou-se, no âmbito do Mestrado em Geograf ia Fís ica e Regional , um seminár io subordinado ao estudo do Quaternár io, or ientado por Suzanne Daveau, em que ambas part ic ipámos.

E. Borges Correia, escolheu, então, estudar a duna consol idada de S. Jul ião, t rabalho que ser ia complementado por uma recensão cr í t ica da bib l iograf ia existente sobre dunas consol idadas em Portugal. Esse t rabalho fo i apresentado no tempo lect ivo do mestrado. Considerado um tema de interesse e a ser d ivulgado, era necessár io ser reformulado.

A. Ramos Pereira t inha estudado a duna de Magoito, cuja proximidade com S. Jul ião e a semelhança de sucessões estrat igráf icas encontradas exigiam a correlação entre ambas. Está, por outro lado, a estudar as dunas consol idadas do l i toral do Alentejo e Algarve ocidental .

Havia, por isso, uma convergência de interesses, no domínio l i toral , e em especial no tema “dunas consol idadas”. Este re latór io resu l ta dessa convergência e das exper iências diversas de ambas.

O tema, anál ise da bib l iograf ia d isponível sobre dunas consol idadas em Portugal , e os quadros-resumo, que entretanto foram completados, const i tuíam já o essencial do relatór io de E. Borges Correia. O texto agora apresentado é novo e fo i in ic iado em Janeiro de 1985.

Desejamos deixar expresso o nosso agradecimento aos Professores Suzanne Daveau e António de Brum Ferrei ra pela le i tura cuidada do texto e sugestões que muito contr ibuíram para o enr iquecer, à Professora Mar ia Eugénia Albergar ia Moreira pelas t rocas de impressões sobre formas e formações l i torais, em especial eól icas que permit i ram ul t rapassar a lgumas di f iculdades de terminologia e ao Dr. Georges Zbyszewski pela autor ização que nos concedeu de publ icar a lgumas f iguras da sua obra de 1945.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 3: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

3 .

INTRODUÇÃO

As acumulações dunares consol idadas são f requentes no l i toral ao sul de Peniche. Fossi l izam ant igas arr ibas, colmatam barrancos ou const i tuem escolhos e i lhas.

As pr imeiras referências a este t ipo de formações surgiram em estudos descr i t ivos do l i toral ou em trabalhos cujo object ivo era ver i f icar as relações existentes entre as indústr ias paleol í t icas e os depósi tos quaternár ios. Assim, não pode deixar de se sal ientar a obra de H. Breui l e G. Zbyszewski (1945), que const i tu i a inda hoje, o melhor inventár io das acumulações dunares consol idadas do l i toral português.

Mui tos são os art igos que focam este tema, mas poucos aqueles cujo object ivo pr incipal tenha s ido o seu estudo. Daí resultam simples referências ou descr ições sumárias dos vár ios depósi tos arenosos consol idados, sobretudo quando relacionados com os dois níveis de praias levantadas mais recentes, o Tir reniano, mais constante, e o Gr imaldiano, in ic ia lmente designado por Monaster iano e depois por Ti r reniano I I1 (G. Zbyszewski , 1943, p.4; H. Breui l , M. Vaul t ier e G. Zbyszewski, 1942, p.162).

A dispersão das numerosas referências bib l iográf icas e o desigual t ratamento do tema (consequência dos di ferentes object ivos e da formação dos invest igadores e, a inda, da rápida evolução das técnicas e do conhecimento c ient í f ico) levou-nos a pensar na ut i l idade da elaboração de quadros (em anexo), que condensassem e uni formizassem a informação que conseguimos juntar para at ingir este object ivo, e de acordo com os elementos disponíveis, f izemos corresponder nos quadros, a cada acumulação dunar consol idada a sua local ização, os autores que as estudaram ou referenciaram, a data da publ icação, a idade atr ibuída e a caracter ização.

Entendemos local ização no sent ido espacial e temporal, pelo que aí incluímos a posição topográf ica e estrat igráf ica. Na local ização, e salvo duas excepções assinaladas,

1 A t e rm ino log ia das f o rmas e f o rmaç ões qua te rná r i as u t i l i z ada pe los d i v e rs os au to res s e rá re tomada no pon to 4 .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 4: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

4 .

não se c i ta nenhum autor. As informações aí cont idas resultam da nossa le i tura das vár ias publ icações.

Os autores são mencionados por ordem cronológica das publ icações, assim como as datagens e os elementos de caracter ização propostos. Esta pareceu-nos ser a melhor organização para pôr em evidência a evolução das ideias.

Nas idades propostas é ut i l izada uma terminologia apresentada pelos vár ios autores. Como esta tem var iado, decidimos elaborar um quadro (Quadro I , em anexo) que estabelecesse a correspondência entre as vár ias designações, faci l i tando a le i tura dos quadros-resumo (Quadros I I a XII , em anexo).

Na caracter ização juntam-se os elementos referentes à composição fundamental, à textura e estrutura e estado de conservação. Não se separaram os vár ios elementos de caracter ização porque a informação é mui to desigual e, salvo raras excepções, os autores não mencionam todos os elementos.

Os quadros, como se pode deduzir do que f icou di to, const i tuem a base deste t rabalho, pois dão-nos uma visão do conhecimento que hoje se possui das dunas consol idadas em Portugal , e podem servir de ponto de part ida para estudos futuros.

Antes de comentar a lguns dos exemplos incluídos nos quadros, vamos apresentar, no capítu lo I (Anál ise da bib l iograf ia) , as di f iculdades que esta susci tou (1. Signi f icado de duna consol idada; 2. Descr ição da local ização), e expor e comentar os parâmetros de caracter ização das dunas consol idadas (3. Caracter ização; 4. Idades propostas). Neste capí tu lo referem-se vár ias dunas consol idadas, que os le i tores poderão local izar nas f iguras 1, 2 e 3 (em anexo) e cuja informação está resumida nos quadros, colocados em anexo, para que o le i tor possa a eles recorrer à medida que as dunas vão sendo referenciadas no texto.

No capítu lo I I (Comentár io de alguns exemplos) seleccionamos, para anál ise, as dunas sobre as quais se possui mais informação e aquelas que t raduzem melhor a evolução e o estado actual do conhecimento sobre as dunas consol idadas em Portugal . Acrescentamos algumas informações de campo por nós recolhidas na Estremadura, exclu indo a duna de S. Jul ião, que const i tu i já, tema de um trabalho recentemente apresentado ( I Reunião do Quaternár io Ibér ico, real izada em Lisboa, em Setembro de

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 5: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

5 .

1985). No que se refere ao l i toral a lentejano e do Algarve ocidental , as dunas são também tema de um outro t rabalho, a inda em curso.

No capí tu lo I I I (Génese das dunas consol idadas: a lgumas ref lexões) tecemos algumas considerações e apontamos dúvidas acerca das condições de formação e conservação das dunas consol idadas (1. Distr ibuição espacial ; 2. O c l ima e a construção das dunas; 3. Condições favoráveis à consol idação e carsi f icação).

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 6: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

6 .

I . A ANÁLISE DA BIBLIOGRAFIA

Foram vár ias as di f iculdades sent idas na anál ise da bib l iograf ia: as expressões var iadas que têm sido usadas para designar acumulações arenosas, que nem sempre são dunas consol idadas, as descr ições desiguais e por vezes imprecisas da local ização e das relações com outros depósi tos. Também os parâmetros de caracter ização foram ut i l izados pelos vár ios autores de forma desigual (Quadro I a XI I I e f ig.1 a 3, em anexo).

1. SIGNIFICADOS DE “DUNA CONSOLIDADA”

As designações de “duna consol idada” ou de “retalho de duna consol idada” têm sido adoptadas de acordo com a extensão e conservação da acumulação dunar (H. Breui l e G. Zbyszewski , 1945, p.137). Neste mesmo sent ido outras expressões têm sido usadas: “areias aglomeradas” (P. Choffat , 1907, p.55; f ig.4) ; “p lacas de duna consol idada” (H. Breui l e G. Zbyszewski , 1945, p.137); “apl icações de duna consol idada” (M. Feio, 1949, p.94); e “areias dunares consol idadas” (S. Daveau e T. Mira Azevedo, 1980, p.77).

Por def in ição, duna consol idada é uma forma de acumulação de areia t ransportada pelo vento, onde é patente uma estrutura ent recruzada f ina. A areia, geralmente bem cal ibrada e cujos grãos se apresentam boleados e de superf íc ie baça, “por processos diagenét icos vár ios, fo i consol idada por um cimento calcár io ou ferruginoso or ig inando um areni to dunar ou eol iani to” (M. E. S. A. Moreira, 1984, p.49-50).

A forma t íp ica das acumulações dunares apresenta um perf i l d issimétr ico: a vertente a bar lavento, geralmente convexa, tem um decl ive f raco (5º a 12º aproximadamente) e a sotavento é ni t idamente mais abrupta (cerca de 32-33º) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 7: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

7 .

Nas dunas consol idadas do l i toral português, e salvo ta lvez ao norte de Vi la Nova de Mi l fontes, onde G. Zbyszewski (1943, p.68) encontrou seis cordões dunares de que não pormenor iza a forma, aquela forma or ig inal não está conservada2, porque a superf íc ie infradunar não permit iu a sua elaboração ou conservação até as areias serem consol idadas ou por erosão poster ior (abrasão ou abarrancamento). No pr imeiro caso, o mais f requente, as acumulações de areias eól icas f izeram-se:

- de encontro a um obstáculo, pela impossibi l idade de progressão das areias por interposição daquele. São exemplo as dunas que fossi l izam as arr ibas ( f ig.5A).

- ao abr igo de um obstáculo, pela perda de velocidade do vento e consequente capacidade de t ransportar as areias. Ocorrem em barrancos, especialmente na vertente mais abr igada. O vento, ao at ravessar o barranco, perde velocidade, por subsidência, na vertente abr igada. As areias por e le t ransportadas acumulam-se abaixo do local de turbulência, is to é, aproximadamente abaixo da parte média da vertente ( f ig.5B).

2 Como ad ian te v e remos , t ambém em O i tavos es ta f o rma o r i g i na l não es tá p res e rv ada .

F ig .4 – Ponta Ruiva, ao nor te da Torre de Aspa, v is ta do su l (A – ardós ias; C – grés do Culm; T – Tr iás ico; s – are ias recentes; ss – are ias ag lomeradas) (P. Chof fa t , 1907, p.55) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 8: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

8 .

No que concerne à forma das acumulações de areias eól icas no l i toral , apenas A. Monteiro Marques e M. Ramos (1983,p.601) af i rmam: “morfologicamente parece que todas as dunas consol idadas são do t ipo barcane, mui to embora a erosão tenha destruído em geral grande parte da sua forma pr imi t iva”. As barcanes são acumulações dunares própr ias de regiões desért icas com vento dominante muito constante, apresentando uma estrutura interna em que as lâminas de progressão (da vertente a bar lavento) incl inam todas no mesmo sent ido (R. A. Bagnolds, 1973; E. D. Mckee, 1979). Estar iam os autores a apelar para a existência de um deserto l i toral aquando da formação das dunas? Ou esta af i rmação vem na sequência de terem observado que as lâminas incl inam todas no mesmo sent ido?

É, pois, raro encontrar acumulações dunares l i torais, mesmo não consol idadas, com a forma dissimétr ica t íp ica. Acontece, no entanto, que as acumulações que se encontram consol idadas têm sido geralmente refer idas na bib l iograf ia como “dunas ou retalhos de duna consol idada”. É precisamente neste ponto que reside o pr imeiro problema com que deparámos. Será legí t imo designar ta is acumulações de areia eól ica consol idada como duna consol idada? Por vezes const i tuem até uma cobertura ou capa de areias eól icas consol idadas, f requentes no l i toral do Alentejo, onde fa l ta, até, a

F ig .5 – Acumulações de are ias eó l icas de encont ro a (A) e ao abr igo de (B) um obstácu lo . Em 5B estão representadas as modi f icações na d i recção e ve loc idade do vento, causadas pela in terpos ição de um va le t ransversa l . O ponto B ind ica o loca l de turbu lênc ia e o C o de vento mais f raco (a ponteado a área de acumulação de are ias) (5B fo i adaptado de T. R. Oke, 1978, p .157) .

A B

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 9: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

9 .

estrat i f icação entrecruzada f ina. Mesmo assim, foram dadas como dunas consol idadas (G. Zbyszewski , 1958, p.151).

A que devemos, então, chamar duna consol idada? Se atendermos apenas à forma, só poderíamos conclui r que, em Portugal, apenas na plataforma de Cascais e no l i toral do Alentejo exist i r iam dunas consol idadas. Contudo, na bib l iograf ia, a designação “duna” tem um sent ido mais amplo e corresponde às acumulações de areias t ransportadas pelo vento: “Todas as acumulações importantes de areias se agrupam, quaisquer que sejam as suas formas, sob a designação de duna…” (H. Baul ig, 1956. p.230)3.

Sem pretender modif icar o sent ido já consagrado na bib l iograf ia, arr iscamos propor que se ut i l ize:

- duna consol idada, quando a estrutura e a textura indicarem uma or igem eól ica, mesmo que t íp ica forma dunar não esteja presente (ou reta lho, quando a extensão assim o suger ir ) ;

- areias eól icas consol idadas, quando a textura mostrar uma or igem eól ica, mas a estrat i f icação não seja observável (ex. capa de areia consol idada).

2. DESCRIÇÃO DA LOCALIZAÇÃO

Na bibl iograf ia, a local ização das dunas consol idadas é descr i ta, mui tas vezes, de uma maneira vaga, ut i l izando-se o nome de uma povoação ou de um “acidente” próximos. Por exemplo A. Medeiros-Gouvêa e G. Zbyszewski (1937a, p.1207) e G. Zbyszewski (1940, p.37) referem uma duna consol idada na praia de Torre de Aspa. Torre de Aspa é um vért ice geodésico a 157m de al t i tude. As duas praias mais próximas, do Castele jo e da Cordama, possuem ambas dunas consol idadas. Ressalve-se que, nalguns mapas ant igos, a designação de vért ice geodésico se encontra sobreposta à Praia do Castele jo, como no mapa do Algarve de 1842, editado por J. B. da Si lva Lopes.

3 No “Voc abu la i r e de Géomorpho log ie ” ( do Cons e lho S upe r i o r de L íngua F ranc esa , 1969 , p .60 ) es ta pa lav ra

pos s u i a i nda um s en t i do ma is amp lo , ab rangendo todas as f o rmas de re l ev o c ons t r u ídas c om ma te r i a l móv e l , c u jo agen te é um f l u ído em mov imen to . Con temp la , po r i s s o , as “ dunas eó l i c as ” , ed i f i c adas pe lo v en to , e as “ dunas h id raú l i c as ” , c ons t ru ídas po r c o r ren tes de água .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 10: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

10 .

Algumas vezes uma mesma duna consol idada é mencionada por autores di ferentes ou pelo mesmo autor, em datas dist intas, por designações diversas, como sucede na Praia da Bordeira, também chamada da Carrapateira4, ou com a Praia de Malhão, por vezes designada de Aivados.

3. CARACTERIZAÇÃO DAS DUNAS CONSOLIDADAS

A anál ise da bib l iograf ia mostrou os parâmetros ut i l izados pelos vár ios autores, para caracter izar as dunas consol idadas, têm var iado e s ido t ratados de forma desigual ao longo dos anos, e têm sido sobretudo cr i tér ios de campo.

• Textura

Def in ida como a microgeometr ia da rocha, função do tamanho, forma e arranjo dos componentes minerais (E. J. Pet i tJohn, 1975, p.24), não const i tu iu grande preocupação por parte dos autores até à década de 70. L imitavam-se a indicar a presença de alguns t ipos de conchas, sempre que elas se tornavam úteis na tentat iva de estabelecer uma datagem do depósi to ou de lhes atr ibuir a responsabi l idade pela consol idação.

É, sem dúvida, a A. Ferrei ra Soares (1973), no estudo dos eol iani tos de Porto Santo, e a C. Romariz e A. M. Galopim de Carvalho (1973), a propósi to das dunas da região de Sines – Porto Covo, que se devem as anál ises mais completas (Quadros XII I e VI , em anexo, respect ivamente).

• Estrutura

Esta caracter íst ica, ao contrár io da textura, é geralmente estudada no campo. As estruturas sedimentares pr imár ias têm sido usadas como guias do agente e/ou ambiente de deposição (E. J. Pet i tJohn, 1975, p.102). São um bom indicador para detectar a di recção dominante do vento responsável pela formação da duna.

4 A pov oaç ão da Bo rde i ra pe rdeu impo r tânc ia em fav o r da de Ca r rapa te i r a .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 11: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

11 .

F ig .6 – Duna consol idada das Dornas (Furna das Cabras) . 1 – x is to ; 2 – arg i la de a l teração com ca lhaus; 3 – so lo arg i loso vermelho; 4 – duna consol idada (M. Fe io , 1949, p .51) .

F ig .7 – B loco d iagrama i lus t rando a est ra t i f icação ent recruzada na zona vest ibu lar da Ribe i ra do Calhau (A. Ferre i ra Soares, 1973, p .58) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 12: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

12 .

Omissa nalguns t rabalhos, a referência a esta característ ica ser ia importante.

Ci tem-se como excepções M. Feio (1949; f ig.6 e Quadro X, em anexo) e A. Ferreira Soares (1973; f ig.7) .

• Grau e t ipos de consol idação

O grau de consol idação das dunas fo i , desde logo, um cr i tér io ut i l izado para as caracter izar, bem como para lhes atr ibuir idade di ferente.

G. Zbyszewski (1940, p.17) ut i l izou-o para dist inguir duas gerações de duna consol idada. As da costa alentejana e do Algarve ocidental , muito mais duras e compactas, ser iam mais ant igas do que as s i tuadas entre Peniche e Cascais, tendo s ido, por isso, atr ibuída uma idade r iss iana às pr imeiras. O factor tempo fo i considerado determinante no grau de consol idação.

A propósito das dunas do Algarve, M.-C. Godard (1967, p.31) contrapõe: “A consol idação da areia não é necessar iamente um indíc io da ant iguidade do depósito” . Relaciona o grau de consol idação com o teor em carbonato de cálc io. Acrescenta ainda que as areias móveis da plataforma de Sagres não são necessar iamente mais recentes do que as consol idadas, tendo apenas um fraco teor em carbonato de cálc io (0%-21%). No mesmo sent ido, S. Daveau (1980, p.27) e A. Ramos Pereira (1983, p.560) re lacionam o teor em carbonato de cálc io com a abundância de conchas.

A exposição aos ventos húmidos carregados de sal tem também sido apontado como um factor condic ionante do grau de consol idação. G. Zbyszewski (1943, p.44) responsabi l iza-a pelo “endurecimento, verdadeira greis i f icação, das areias de uma arr iba mar inha, exposta aos nevoeiros e ventos carregados de sal” . Também em Magoi to, a duna holocénica apenas é bem consol idada na arr iba, d iminuindo o seu grau de consol idação com a distância ao mar (A. Ramos Pereira, 1983, p.558). Al iás, nos Invernos de 1984 e 1985, vár ias la jes de duna consol idada abateram, pondo a descoberto a parte interna da duna, que tem um fraco grau de consol idação. Só a película exposta é dura.

Apesar de quase todos os autores se servirem do grau de consol idação para caracter izar qual i tat ivamente as dunas, raras são as referências aos processos de

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 13: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

13 .

consol idação. G. Zbyszewski (1943a, p.14-45) adianta: “As acções químicas das precip i tações e das águas carregadas de soluções diversas são muito importantes. A consol idação das dunas quaternár ias pela penetração de so luções calcár ias é por vezes ta l que torna possível a sua ut i l ização no fabr ico de moldes”.

R. Raynal (c i tado em A. Gui lcher e F. Joly, 1954, p.98-99) suger iu que a consol idação dos areni tos calcár ios de praia ou de dunas quaternár ias era devida à precip i tação do carbonato de cálc io aquando do contacto entre a água salgada e água doce (dos r ios ou da pluviosidade, contendo carbonato de cálc io) . Note-se que este processo só pode just i f icar a consol idação das areias na faixa entremarés. Pode ser esta a razão porque “a consol idação das dunas em Vi la Nova de Mi l fontes é maior na parte imediatamente adjacente ao mar do que para o inter ior” (A. Gui lcher, 1957, p.265).

Apenas M. Feio (1949, p.98) d ist ingue t ipos de consol idação. Assim considera:

a) “consol idação por le i tos, em que a duna é const i tuída por le i tos al ternadamente consol idados ou não, mui tas vezes com estrat i f icação entrecruzada”. Segundo este autor, “cada le i to endureceu quando estava à superf íc ie” , sendo por isso a consol idação contemporânea da forma da duna.

Duma maneira geral, a parte superf ic ia l das dunas (cont inuamente exposta aos agentes atmosfér icos) apresenta um grau de dureza maior. Talvez tenha s ido esta observação que induziu o autor a conceber a consol idação por le i tos al ternados.

b) consol idação por “concreções tubulares que lembram umas vezes raízes, outras vezes estalact i tes e atravessam as camadas mais ou menos vert icalmente. Este t ipo de consol idação encontra-se por baixo de outros estratos, nomeadamente estratos não consol idados (areia sol ta) ou perfe i tamente consol idados pelo outro processo refer ido”. Acrescenta que a consol idação por concreções tubulares parece ter-se dado “depois de a camada se ter deposi tado inte iramente, mas antes de ter s ido coberta por outras que não foram afectadas pelo processo”.

Segundo o autor, em ambos os casos, a consol idação fo i contemporânea da formação da duna e os dois t ipos de consol idação assinalados ser iam função do c l ima (M. Feio, 1949, p.98).

Esta interpretação levanta vár ias questões, a inda não esclarecidas:

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 14: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

14 .

- quais os t ipos de c l ima que presid iram à consol idação por le i tos delgados e à consol idação por concreções tubulares?

- quais as condições ambientais que permitem a consol idação em le i tos al ternados tão regulares?

- a consol idação por le i tos al ternados expl icará a consol idação de dunas com uma

espessura super ior a 20m, e re lat ivamente recentes como em Magoito (pós 9 580 ±100

BP)?

- que modi f icações de natureza c l imát icas (com consequências hidrológicas ou f i to lógicas) expl icar iam o facto de por baixo de algumas dunas consol idadas exist i rem areias sol tas (ex. Magoi to e Oitavos)?

No estado actual dos conhecimentos pouco se poderá adiantar. Pensamos, contudo, ser importante ter em conta a presença de soluções quimicamente act ivas, capazes de atacar o carbonato de cálc io das conchas, e também de água carregada de bicarbonato de cálc io e de óxidos de ferro provenientes de af loramentos rochosos próximos que, c i rculando em toda a massa do depósi to, or ig inam um cimento aglut inador de areias. A sua acção deverá ser re lacionada com as condições hidrológicas locais e o coberto vegetal , consequentemente com as condições c l imát icas.

• Natureza do c imento

Apesar da bib l iograf ia ser numerosa e var iada, é pouco usual a referência à natureza do c imento. Quando indicado, é- lhe sempre apontada uma natureza carbonatada. A única excepção fo i refer ida por A. Medeiros Gouveia e G. Zbyszewski (1937b, p.1436), a propósito da duna da Ponta da Cabeça Gorda, ao sul da Praia da Zambujeira, onde o c imento é ferruginoso ( fácies s iderol í t ica) . Neste caso, a consol idação far-se-á, e de acordo com E. C. F. Bird (1965, p.105), quando os óxidos de ferro e a matér ia orgânica por percolação se acumulam num nível baixo da duna ou l igeiramente acima da toalha f reát ica. Acrescenta que esta deposição será uma consequência da f lutuação estacional da to lha f reát ica. A rocha assim or ig inada designa-se por cof fee rock, a l ios ou Orstein (A. Nonn, 1974, p.78). Este autor considera-a or ig inada por processos podzól icos, por efei to da pedogénese em cl ima temperado oceânico.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 15: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

15 .

• Processos de degradação

As informações respei tantes à degradação das dunas encontram-se quase exclusivamente nos estudos publ icados nas décadas de 30 e 40. Resumem-se à apreciação do aspecto da superf íc ie, quando corroída em lapiás.

De sal ientar A. Guicher (1957, p.264, f ig.8) que anal isou a distr ibuição das di ferentes formas de dissolução na duna consol idada de Vi la Nova de Mi l fontes. O autor d ist ingue as seguintes formas de corrosão química e bioquímica: lapiás, mares, vasques e mares de défoncement des vasques, as duas úl t imas só emersas na maré baixa.

A. Gui lcher parale l iza esta “zonação” com a encontrada no estrão da região de Rabat, Marrocos (1957, p.265; ver também A. Gui lcher e F. Jol ly , 1954, p.83-95).

Resta assinalar o modelado taf foni refer ido por A. Ramos Pereira (1983, p.556) em Magoito, que o re lacionou com a desigual consol idação da duna ta lhada em arr iba.

As acções mecânicas patenteadas nas dunas consol idadas t raduzem-se, de acordo com os vár ios autores, em:

- abarrancamento (Praia da Aguda, G. Zbyszewski, 1943, p.51; Praia do Telheiro, A. Medeiros Gouvêa e G. Zbyszewski , 1937a, p.1207; Porto Santo, A. Ferreira Soares, 1973, p.55).

- desmantelamento completo por evolução de vertentes (duna mais ant iga de Magoito, A. Ramos Pereira, 1983, p.561) ou parcia l , por efe i to da abrasão (Praia do Castele jo, A. Medeiros Gouvêa e G. Zbyszewski , 1937a, p.1207) ou da acção antrópica com a exploração da duna consol idada para a construção do Forte de Porto Covo ou para o fabr ico de moldes na região ao norte de Odesseixe (G. Zbyszewski , 1940, p.30 e 35, respect ivamente) .

• Tectónica

A anál ise comparat iva das formações quaternár ias em Marrocos e Portugal e a tentat iva de ajustar a evolução dos l i torais à teor ia da f lexura cont inental conduziram J. Bourcart (1936a, p.67) a af i rmar: “o l i toral , após a formação da duna cheleense, fo i deformada por um movimento, cujo resul tado fo i ter levantado o inter ior do país e abaixado a sua superf íc ie em di recção ao mar, de ta l forma que a praia, ant igamente na

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 16: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

16 .

F ig .8 – Esboço esquemát ico do modelado na duna consol idada em Vi la Nova de Mi l fontes (A. Gui lcher , 1957, p.264) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 17: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

17 .

hor izontal , fo i colocada a al t i tudes negat ivas, como ver i f icamos em sondagens submarinas (Algarve português, porto de Saf i e de Casablanca)” . Este movimento, ao mesmo tempo negat ivo e posi t ivo, def in ir ia a f lexura cont inental . Esta concepção fo i também def in ida por C. Freire de Andrade (1937, p.123), que considerou as dunas consol idadas como as rochas mais interessantes da região entre Porto Covo e Vi la Nova de Mi l fontes, pelo v igor que apresentam e também “pelas considerações de ordem tectónica que sugerem”.

No mesmo ano, A. Medeiros Gouvêa e G. Zbyszewski (1937a, p.1206-1207) atr ibuíram à tectónica “a incl inação anormal dos bancos de duna consol idada” na região da Carrapateira. Três anos mais tarde, G. Zbyszewski (1940, p.49-50; Quadro XIV) admite a existência de movimentos no cont inente aquando da t ransgressão f landr iana, portanto, após a formação das dunas consol idadas do Alentejo e Algarve ocidental .

Os movimentos tectónicos quaternár ios cont inuam a suscitar o interesse dos invest igadores, mas as dunas consol idadas deixaram de ser re lacionadas com eles. Al iás, M. Feio (1951, p.113) af i rma que, na área por e le estudada, não há “qualquer apoio das ideias de J. Bourcart acerca da evolução do l i toral português”. No mesmo sent ido, M.-C. Godard (1967, p.33), a propósi to da duna da Praia do Castele jo, reforça a posição expressa por M. Feio, af i rmando que “a for te inc l inação dos bancos de grés dunar pode faci lmente expl icar-se sem apelar à f lexura cont inental : basta observar a apl icação actual de areia nas arr ibas, por acção do vento, para compreender o mecanismo”.

A inexistência de estudos de fundo sobre as dunas consol idadas e sobre a tectónica quaternár ia l i toral não permite i r mais a lém. Há ainda a considerar outros factores responsáveis pela ausência ou até pela di f iculdade em detectar a acção dos movimentos tectónicos nas dunas consol idadas. A sua possível “ juventude” poderá ser apontada para just i f icar a ausência daquelas acções. Se eles a afectaram antes das areias terem consol idado, a mobi l idade destas terá mascarado as deformações.

Nalgumas dunas consol idadas são v isíveis descont inuidades vert icais ou obl íquas mas que poderão ter uma or igem completamente di ferente. Assim, as dunas consol idadas do Algarve assentam em depósi tos de vertente mais ou menos argi losos. A água que penetra e c i rcula na duna podem at ingir o depósi to de vertente. As var iações do teor em água nas argi las e a sua t ixotropia vão or ig inar tensões (compreensões e

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 18: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

18 .

descompressões) na duna suprajacente causando movimentos de compensação intradunares que podem or ig inar f racturação. Não se t rata, portanto, necessar iamente de deformações tectónicas.

Sucintamente, podemos af irmar que todos os parâmetros ut i l izados para caracter izar as dunas consol idadas são, na sua maior ia, cr i tér ios de campo. Resultantes da observação in s i tu do depósito. Tem-se ut i l izado pouco a anál ise laborator ia l dos seus const i tu intes e de maneira nenhuma existe uni formidade no t ratamento do tema.

4. IDADES PROPOSTAS

No seguimento da apresentação dos parâmetros usados pelos vár ios autores para caracter izar as dunas consol idadas, e entre as di f iculdades susci tadas pela anál ise da bib l iograf ia, o problema da terminologia cronológica revelou-se, ta lvez, o de mais di f íc i l resolução.

Consoante as datas das publ icações, atr ibuíram-se idades cheleense, gr imaldina, r iss iana ou wϋ rmiana às dunas consol idadas portuguesas. As idades foram propostas com base na anál ise dos depósi tos de praia que as dunas fossi l izam, al t i tudes daqueles e, também, das indústr ias l í t icas. Como a nomenclatura dos níveis mar inhos tem var iado bastante, decid imos elaborar uma tabela que tenta estabelecer o parale l ismo entre as designações ut i l izadas pelos vár ios autores (Quadro I , em anexo).

Atendendo a certas analogias petrográf icas e estrat igráf icas, à proximidade geográf ica e, ta lvez por terem sido estudadas pelos mesmos autores, as dunas consol idadas portuguesas começaram por ser s incronizadas, na sua maior ia, com as dunas marroquinas. Segundo J. Bourcart (1936a, p.61), estas recobrem um nível de praia que, com frequência, passa lateralmente a calcár ios lacustres interdunares, facto este também assinalado em Portugal por G. Zbyszewski (1940, p.29), nomeadamente entre Sines e Vi la Nova de Mi l fontes. As invest igações de J. Bourcart levaram-no a admit i r a correspondência entre a duna marroquina e a praia de base com as formações t i r renianas

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 19: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

19 .

à Strombes do Mediterrâneo. Al iás, este autor considera que, do ponto de v ista geológico, “ todas são contemporâneas: praias, cordões, conglomerados f luv ia is, dunas consol idadas, são uma única formação” (J. Bourcart , 1936a, p.61).

Em Portugal , é a inda di f íc i l atr ibuir idades precisas aos depósi tos mar inhos da base das dunas consol idadas por a inda serem muito poucas as datagens fornecidas pela radiocronologia e os estudos pal inológicos de alguns níveis tur fosos.

Como já fo i refer ido, o grau de consol idação serviu não só como elemento de caracter ização das dunas consol idadas, como também para dist inguir dunas de di ferentes gerações. G. Zbyszewski (1940, p.17), apesar de atr ibuir então a todas, idade gr imaldina, parale l iza as dunas da costa alentejana e do Algarve ocidental com as que em Marrocos contêm crostas calcár ias (G. Zbyszewski, 1940, p.49) e considera-as mais ant igas do que as local izadas entre Peniche e Cascais. Passados t rês anos, o mesmo autor, passa a dist inguir dunas “r iss ianas” de “wϋ rmianas” (G. Zbyszewski , 1943, p.66-71).

É, na década de 40, que se expressa c laramente a re lação das dunas consol idadas com os níveis do mar abaixo do actual, correspondentes, na cronologia alp ina, ao Riss e ao Wϋ rm. Em 1945, H. Breui l e G. Zbyszewski (1942, p.597) precisam que, em cada época glaciár ia, se dist inguem duas fases: uma in ic ia l , que é húmida, e uma segunda, seca, durante a qual se formam as dunas consol idadas (Quadro XV).

Pela anál ise comparat iva dos Quadros XIV e XV, ver i f ica-se que, em 1940 (Quadro XIV), só era considerada uma “geração” de dunas consol idadas – as do Alentejo e Algarve ocidental – contemporânea da fase f inal da t ransgressão t i r reniana, estando omissas as dunas consol idadas da Estremadura, se bem que o autor as c i te no art igo (G. Zbyszewski , 1940, p.17). Em 1945 (H. Breui l e G. Zbyszewski , 1945, p.597-598; Quadro XV) existe já uma indiv idual ização em dois conjuntos: uma “geração” contemporânea da segunda fase da época glaciár ia r iss iana, e a outra da segunda fase da época glaciár ia wϋrmiana.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 20: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

20 .

MARROCOS PORTUGAL

Regressão muito importante no Pliocénico Superior

Dunas consol idadas com “Plumonados”

Transgressão t i r reniana, fauna quente. Movimento posi t ivo do cont inente e migração da f lexura l i toral . Importantes dejecções torrenciais em toda a costa portuguesa

Dunas consol idadas com crostas calcár ias. Movimentos negat ivos nos s incl inór ios.

Dunas consol idadas do Alentejo e Algarve ocidental .

Fauna quente da Mealhada e indústr ia cheleense.

Começo da regressão.

Cont inuação da regressão.

Duna consol idada super ior .

Glaciação wϋ rmiana no At las.

Máximo da regressão.

Entalhe profundo dos cursos de água actuais.

Glaciação wϋ rmiana na Serra da Estrela. O l i toral wϋ rmiano encontra-se ao largo a -150m (Lautensach). Fauna f r ia da gruta das Fontainhas.

Recuo glaciar . Cl ima medi terrâneo muito marcado em Rabat. Cl ima subdesért ico no Norte e desért ico no Sul .

Cl ima mais húmido e f r io que o actual, de matr iz medi terrânea no Sul.

Recuo glaciar . Transgressão f landr iana. Movimentos do cont inente. Penetração do mar nos estuár ios por acção do jogo da f lexura cont inental .

Kjoekkenmoëdding de Muge com indústr ia mesolí t ica.

Quadro XIV – Quadro prov isór io de corre lação dos acontec imentos quaternár ios ent re Marrocos e Por tugal (o subl inhado é nosso) (s impl i f icado de G. Zbyszewski , 1940, p .49-50) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 21: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

21 .

ÉPOCAS DO QUATERNÁRIO MODO DE JAZIDA

Post – glaciar f landr iano

Kjoekkenmoëdding de Muge e de Magos. Depósi tos f luvio-marinhos dos estuár ios. “Baixo nível de regressão submerso na costa norte de Portugal” .

Glaciar wϋ rmiano

Depósi tos de areia e l imons arenosos c inzentos de Peniche, Santa Cruz, Er iceira, l i toral do Alentejo, etc.

Dunas consol idadas e I imons vermelhos.

Brechas calcár ias consol idadas no l i toral da Arrábida.

Areias e pequenos seixeos (graviers) de Furninha.

Interglaciar gr imaldino Cordões l i torais de seixos (galets et graviers) remexidos, por vezes com conchas (Forte da Baralha).

Glaciar r iss iano

Areias de dunas (dunas consol idadas) e l imons arenosos vermelhos, sobretudo na costa do Alentejo.

Cascalho de sol i f luxão e acarreios f luvia is.

2ª . fase (seca)

2ª. fase (seca)

1ª. fase (húmida)

1ª. fase (húmida)

Quadro XV – Relações ent re as formações super f ic ia is e as indúst r ias no quaternár io (o subl inhado é nosso) (s impl i f icado de H. Breu i l e G. Zbyszewski , 1940, p .597-598) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 22: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

22 .

Nos casos de consol idação idênt ica e de posição estrat igráf ica não muito c lara, os autores recorreram à al t i tude e à proximidade geográf ica para lhes proporem uma idade. Pode-se c i tar G. Zbyszewski (1943, p.66), que dist ingue a duna do Forte de Porto Covo (r iss iana) da da I lha do Pessegueiro (wϋrmiana), assim considerada devido à “sua posição baixa e ainda pelo facto de se encontrar no prolongamento das dunas imersas de Morgavel…”. O mesmo autor (G. Zbyszewski , 1943, p.54 e 72), a propósito da duna da Pedra da Atala ia, af i rma: “Apenas podemos fazer suposições quanto à idade desta úl t ima, idênt ica às dunas r iss iana e wϋrmiana. Parece, contudo, que devido à proximidade das dunas wϋrmianas da ponta do Semáforo de Vi la Nova de Mi l fontes, é lógico considerá- la igualmente como wϋrmiana”5.

O mesmo cr i tér io – a proximidade – fo i ut i l izado para atr ibuir idade à duna de Oitavos: “…não sabemos ao certo se se t rata de uma duna r iss iana ou wϋ rmiana. Contudo, por analogia com as dunas de Magoi to e da Praia das Maçãs, cuja posição está bem def in ida, parece t ratar-se de uma duna wϋrmiana” (G. Zbyszewski , 1943, p.54).

Tais exemplos evidenciam bem a ausência de elementos seguros e a f ragi l idade dos ut i l izados na atr ibuição de idades às dunas consol idadas.

Para secundar as idades atr ibuídas às vár ias dunas, foram ainda ut i l izadas anál ises pol ín icas de níveis tur fosos que com elas se re lacionam. Estas revelaram uma f lora de c l ima temperado fr io, nalguns casos atr ibuída ao Riss, noutros ao Wϋ rm. Contudo, localmente, estes níveis de tur fa nem sempre estão numa posição estrat igráf ica c lara. Assim sucede ao sul da foz da Ribeira de Morgavel , onde, segundo G. Zbyszewski (1958, p.131-132), existe uma vigorosa duna consol idada que está em relação com o depósi to de tur fa negra com Pinus. Não lhe fo i possível ver i f icar , então, se a duna consol idada assentava sobre a tur fa ou se, pelo contrár io, a tur fa se t inha formado no meio do lapiás da duna consol idada. Adianta ainda o autor que, à pr imeira v ista, a tur fa parece encontrar-se coberta pela duna. A anál ise polín ica desta tur fa revelou a presença de Pinus cembra, Er icacea e Nymphaeaceae.

A evolução do conhecimento respei tante ao Quaternár io v i r ia a demonstrar a ampl i tude da regressão no Wϋ rm. Nesta al tura a descida do mar (que alguns autores colocam em -100m, C. Teixeira et a l , 1979) ter ia cr iado uma planíc ie l i toral arenosa

5 Re tomaremos es te p rob lema no c ap í t u l o I I , a p ropós i t o das dunas da I l ha do Pess egue i ro e de Po r to Cov o .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 23: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

23 .

suf ic ientemente extensa para permit i r a formação de dunas, a lgumas poster iormente consol idadas (O. Ribeiro, 1955, p.42 e H. Lautensach, 1932, cap. I I , p.12-15). Será esta a razão que levou G. Zbyszewski , em 1958, a considerar todas as dunas consol idadas do l i toral português como wϋrmianas?

Esta idade, a inda vaga, fo i reforçada pela datagem 1 4C efectuada na tur fa de S. Torpes. Esta ser ia do interestádio Wϋrm I I – I I I (39 490 ±2 340 BP) (Schroeder-Lanz, 1971). De lamentar que a posição estrat igráf ica deste nível de tur fa não seja c lara e, a inda, que aponte uma idade próxima de 40 000 BP, que const i tu i o l imite de segurança para o 1 4C (C. Pomerol et a l , 1980, p.63). Contudo a anál ise pol ín ica em curso parece de acordo com a datagem 1 4C (Fi lomena Dinis, informação oral) .

Publ icada, apenas existe mais uma datagem dos carvões de um nível arqueológico sob duna consol idada, na arr iba da Praia de Magoito (9 580 ±100 BP) (S. Daveau et a l , 1982).

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 24: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

24 .

I I . COMENTÁRIO DE ALGUNS EXEMPLOS

1. NA ESTREMADURA

• Peniche (Quadro I I , em anexo)

Peniche, ant iga i lha l igada ao cont inente por um tômbolo, const i tu i o ponto mais setentr ional da costa portuguesa onde tem sido assinalada a presença de duna consol idada. Foi descr i ta por H. Breui l e G. Zbyszewski (1945, p.72) como tendo estrat i f icação incl inada para o inter ior , encontrando-se apoiada no carso desenvolv ido nas formações l iássicas. Uma vez que tem sido c i tada como uma duna consol idada or ig inada por ventos de oeste, decid imos v is i tá- la. Não fo i possível encontrar reta lhos de duna consol idada, ta lvez como consequência das vár ias construções aí existentes. O lapiás é colmatado por uma formação areno-argi losa, sem estrat i f icação.

Ao sul de Peniche, no extremo setentr ional da Praia da Consolação ( f ig.9) , observamos uma duna com cerca de 2m de al tura e com estrat i f icação cujas lâminas incl inam todas 30º para SE e onde é ní t ido um esboço de consol idação.

• Magoito (Quadro I I I , em anexo)

A duna consol idada de Magoi to fossi l iza a arr iba e a vertente norte (abr igada dos ventos) do vale do Rio da Mata. A arr iba possui uma espessura considerável , super ior a 20m e uma estrat i f icação tabular e entrecruzada de incl inação para SE. Aí cobre areias ocres e um nível arenoso c inzento escuro que contém fragmentos de carvão, c inzas, numerosas conchas part idas, pedras queimadas e ainda lascas de sí lex e quartezi to at íp icas. H. Breui l e G. Zbyszewski (1945, p.211) consideram este depósi to como um nível de k joekkenmoëdding, contemporâneo do Wϋ rm f inal . As areias ocres, sobre as quais este depósi to assenta, poder iam, então, datar de época wϋrmiana mais ant iga,

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 25: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

25 .

enquanto a duna consol idada ser ia correlat iva do f im do Wϋrm. No f lanco desta duna, terá exist ido outro depósi to (“ local fossi l í fero”, actualmente já não observável) ta lvez l igado ao ópt imo cl imát ico pós-glaciar ; com ele se relaciona cerâmica neolí t ica de acordo com C. Teixeira e F. Gonçalves (1980, p.190-191).

Recentemente, outros dados v ieram propor nova cronologia:

- a data 9 580 ±100 BP atr ibuída a carvões do hor izonte arqueológico por datagem 1 4C que, a ser conf irmada, atr ibui à duna uma idade mais recente do que se pensava (S. Daveau, A. Ramos Pereira e G. Zbyszewski, 1982);

F ig .9 – As mais ant igas pra ias do l i tora l de Peniche (H. Breu i l e G. Zbyszewski , 1945, p .72) . Com um aster isco está ass ina lado o loca l onde encontrámos uma duna com esboço de consol idação (ext remo setent r ional da Pra ia da Consolação)

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 26: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , 22 : 68p .

26 .

F ig .10 – As formações super f ic ia is no va le do r io da Mata e a Pra ia de Magoi to (Ext ra ído de A. Ramos Pere i ra e E. Borges Corre ia , 1985, p .26) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 27: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

27 .

- a presença de pedaços de duna consol idada e de argi la cozida, naquele hor izonte;

- a existência de f ragmentos de duna consol idada envolv idos num coluvião muito grosseiro que mergulha sob as areias ocres, no vale do Rio da Mata.

Assim, “parece estarem testemunhadas, neste local, duas gerações de dunas. A mais ant iga, já desmantelada, ser ia ta lvez wϋ rmiana e a mais recente, holocénica, pós 9 580 ± 100 BP” (A. Ramos Pereira, 1983, p. 562) ( f ig.10).

Para H. Breui l e G. Zbyszewski (1945) os retalhos de duna consol idada existentes em S. Jul ião6, no topo das arr ibas de Assafora e da Praia da Aguda e ainda na Praia das Maçãs ( f ig.11) ser iam do mesmo t ipo da de Magoito, e por isso foram então igualmente atr ibuídas ao Wϋ rm.

A conf i rmação da idade do nível arqueológico em Magoi to obr igará à revisão dos cr i tér ios ut i l izados nestas datagens. Al iás, a lguns dos retalhos de duna consol idada parecem também cobr i r areias avermelhadas, se bem que a sua posição estrat igráf ica nem sempre seja tão c lara como em Magoito.

• Oitavos (Quadro IV, em anexo)

Em Oitavos e Mata da Marinha, os af loramentos de duna consol idada assentam na “plataforma l i toral” ta lhada nas formações cretácicas, no depósi to da praia t i r reniana ou num “paleossolo” psamít ico.

À duna consol idada que suportava o ant igo semáforo de Oitavos ( f ig.12) tem sido atr ibuída especial importância, pois parecia ser a única que mant inha o perf i l t íp ico de uma duna, com decl ive f raco do lado exposto ao vento (que ser ia de oeste) e decl ive mais acentuado na vertente abr igada.

A observação da fotograf ia aérea e do mapa de escala 1:10 000 revela que, a lém da col ina de Oi tavos, existem outras dunas, não consol idadas, sempre alongadas na di recção NNW-SSE ( f ig.13).

6 Em S. Ju l ião , ao nor te de Mago i to , es tão também patentes duas gerações de dunas conso l idadas ,

en t re as qua is fo i encont rado um hor izon te arqueo lóg ico com carvões . A sucessão es t ra t ig rá f i ca é idên t i ca à de Mago i to (A . Ramos Pere i ra e E. Borges Cor re ia , 1985) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 28: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

28 .

F ig .11 – As ant igas pra ias de Magoi to e Azenhas do Mar (H. Breui l e

G. Zbyszewski , 1945, p.210) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 29: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

29 .

F ig .12 – As pra ias quaternár ias do Guincho – Cascais (H. Breui l e G. Zbyszewski , 1945, p.243) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 30: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

30 .

F ig .13 – A co l ina de Oi tavos. FONTE: Car ta topográf ica de Por tugal , 1 :10 000, nº .34-C, 2-2, 1949;

Fotograf ia aérea, 1 :26 000, 1958-60 (voo amer icano) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 31: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

31 .

Um desenvolv imento com aquela direcção, or ig inado por ventos de oeste, corresponder ia a dunas t ransversais. Como as dunas consol idadas até agora refer idas foram cr iadas por ventos do quadrante norte, que hipótese poderíamos encontrar para um vento dominante de oeste, na plataforma de Cascais? A deformação da t ra jectór ia do vento provocada pelo obstáculo formado pela Serra de Sintra?

A v is i ta que f izemos a Oitavos revelou-se duplamente provei tosa, porque o melhoramento do caminho que l imi ta a col ina a sudeste pôs a descoberto novos cortes e, também, porque as obras aí em curso põem em r isco a conservação da própr ia duna. A anál ise da forma e da estrat i f icação, agora faci l i tada, revelou lâminas incl inadas cerca de 30º para SE e SSE, mostrando que os ventos responsáveis pela formação desta duna, foram de NW e NNW. È al iás, o que ainda hoje sucede nesta região, como demonstrou M. J. Alcoforado (1985, p.59) através do estudo da deformação das árvores.

Em perf i l longi tudinal (NNW-SSE), a col ina que suportava o ant igo semáforo de Oi tavos apresenta uma forma dissimétr ica, com uma vertente de decl ive mais f raco exposta a SSE. A forma or ig inal não parece também aqui estar preservada, ta lvez até por intervenção humana.

A duna desenvolve-se no sent ido longitudinal , parale lo ao vento dominante. Cuchlaine King (1959, p.222) é de opinião que, em área l i torais onde a acção do vento é mui to intensa, se formam cordões de dunas parale las aos ventos dominantes e que correspondem ao estádio f inal das dunas paraból icas. É is to que sucede na plataforma de Cascais, segundo C. Souto Cruz (1984, p.193).

Na f igura 14 esquemat izam-se as formações subjacentes à duna consol idada. Sobre o carso desenvolv ido nas formações cretácicas (não observável localmente) assenta uma areia média, heterométr ica e com muitas conchas, que poderá corresponder à designada praia t i r reniana7. Esta está coberta por uma areia ni t idamente mais f ina, mais argi losa, de cor geral acastanhada, com muitas conchas de caracóis. Possui hor izontes mais escuros, a inda mais argi losos, com concentrações de calcár io, ao longo de raízes (obl íquas ou vert icais) , em le i tos hor izontais ou ainda “em boneca”.

7 A c rono log ia das pra ias levan tadas fo i es tabe lec ida com base na a l t i tude e no t ipo de indúst r ias

pa leo l í t i cas que, segundo H. Breu i l e G. Zbyszewsk i (1945, p .591) , podem, na lguns casos , func ionar como fósse is , permi t indo a sua datagem.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 32: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

32 .

Esta areia não está consol idada, nem possui estrat i f icação. Parece, no entanto, t ratar-se de uma areia eól ica cuja estrat i f icação pode ter s ido destruída em consequência da ocupação vegetal e evolução pedológica8. Esta formação arenosa poderá ou não corresponder a um paleossolo.

A duna consol idada, com estrat i f icação regular e lâminas com incl inação de cerca de 30º para SE e SSE, é discordante sobre o “paleossolo”. Apresenta lâminas de granular idade muito var iada, a lgumas muito grosseiras e com muitos f ragmentos de 8 Como a l iás sucede em Mago i to : en t re a duna conso l idada e o hor izon te com restos de coz inha , há uma

are ia eó l i ca c inzen ta c la ra (40cm) , não conso l idada, sem est ra t i f i cação e com um teor em arg i la super ior ao da duna. Esta are ia poderá te r s ido ocupada pe la vegetação e t ra tar -se- ia de um hor izon te de so lo . A est ra t i f i cação te r ia desaparec ido como consequênc ia da ocupação vegeta l , como nos fo i suger ido por P . Bar rère , em Mago i to . J . Hubschman suger iu que o hor izon te c inzen to , em Oi tavos , se poder ia te r desenvo lv ido numa depressão in terdunar , em consequênc ia de uma drenagem de f i c ien te .

Fig.14 – Formações super f ic ia is na p la ta forma de Cascais (Oi tavos) .

Duna consol idada, com lâminas de areia mui to grosseira e com muitas conchas; estrat i f icação regular , inc l inação ±30º para SSE (1000cm).

Areia f ina, argi losa, com conchas de caracóis e de cor acastanhada clara; a sombreado estão representados os níveis mais escuros e que contêm impregnações calcár ias “em boneca”, em le i tos ou ao longo de raízes (a negro) (paleossolo ?, 120cm).

Areia média, heterométr ica com muitas conchas (“praia t i r reniana” ?, pelo menos 40cm).

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 33: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

33 .

conchas, o que sugere a existência, na época, de ventos dominantes relat ivamente for tes de NW e NNW.

Na Mata da Marinha ( f ig.1, em anexo) não nos fo i possível observar a duna consol idada.

Todas as dunas consol idadas até agora mencionadas parecem ter s ido or ig inadas por ventos de NW (ou NNW) à excepção possível das de Peniche, já não observáveis (ventos de oeste?).

• Na Península de Setúbal (Quadro IV, em anexo)

Ao sul da lagoa de Albufeira, S. Daveau e T. Mira de Azevedo (1980-81, p.176-177) assinalaram a presença de “areias dunares consol idadas” em dois locais: na foz da Ribeira das Lajes e na Praia das Bicas – Penedo.

No pr imeiro ( f ig.15), as areias preenchem um corredor com cerca de 50m que separa da arr iba pr incipal uma pequena col ina formada por areolas e arenitos

F ig .15 – Esquema da foz das R ibe i ras da Laje e Amie i ra (S. Daveau e T. Mi ra Azevedo, 1980-81, p .177) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 34: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

34 .

tor tonianos, que se encontra isolada, ao sul da foz da Ribeira das Lajes. Aquelas areias encontram-se encimadas por uma capa de areias acastanhadas com calhaus.

No segundo local ( f ig.16), uma camada espessa de areias vermelhas, com estrat i f icação entrecruzada e uma certa consol idação na base (na fa ixa de c i rculação do lençol f reát ico)9, assenta em discordância sobre uma formação de areias escuras que se encontra encostada à base da arr iba fóssi l , aqui const i tuída por arenitos argi losos e calcár ios do Helveciano. Por sua vez, às areias escuras sobrepõe-se um paleossolo acastanhado e sobre elas assentam uma cascalheira formada por uma mistura de areia com calhaus angulosos, areias esbranquiçadas e, no topo, um solo acinzentado. Todo este complexo está coberto por dunas mais recentes.

As autoras consideram ser impossível, por enquanto, datar estas formações, acrescentando que “só métodos de datagem absoluta permit i rão dizer se o complexo arenoso encostado à arr iba fóss i l é todo ele contemporâneo do Wϋ rm ou se combina elementos do Riss e do Wϋrm”. Recentemente, a base da arr iba fo i atacada pelo mar e foram postas a descoberto não apenas as areias consol idadas mas também as areias negras sobre que elas assentam e cuja espessura é pelo menos super ior a 1,50m, como revelou a sondagem efectuada por J. Mateus e Paula Queirós, do Museu Nacional de Arqueologia, e por um grupo da Linha de Acção de Geograf ia Fís ica, do Centro de Estudos Geográf icos.

Este t ipo de consol idação pode ta lvez relacionar-se com o descr i to por E. C. F. Bird (1965, p.105) a propósito do l i toral da Austrál ia, onde a formação de um dos t ipos de sand rock é devido à colmatagem de pântanos ou tur fe i ras arenosas por dunas. Este t ipo de sand rock ident i f ica-se pelos restos de plantas que inclu i .

9 Es te n íve l conso l idado poderá l igar -se a um n íve l de p ra ia também conso l idado, que es ta rá imerso,

como o tes temunham numerosos b locos d ispersos na p ra ia . Es tes são cons t i tu ídos essenc ia lmente por grandes f ragmentos de conchas .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 35: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

35 .

2. NO ALENTEJO (Quadros V a IX, em anexo)

Entre a Arrábida e Sines não são conhecidas dunas consol idadas, apesar de ser uma área l i toral onde existem vár ias gerações de dunas móveis. Ao sul de Sines, ocorrem quase cont inuamente ao longo de toda a costa. Nalguns locais, o campo dunar deve mesmo ter at ingido uma fa ixa bastante larga, de vár ios qui lómetros. Disso é testemunho a l inha de reci fes parale los à praia actual, entre a foz das Ribeiras de Morgavel e Font inha ( f ig.2, em anexo) e, na planíc ie l i toral , um conjunto de cordões dunares sucessivos, mais ou menos parale los, com or ientação geral NE-SW (G. Zbyszewski , 1943, p.68), que se estendem desde a Ribeira de Aivados às proximidades de Canal . Aqui , as dunas consol idadas estão entalhadas pelos pr incipais vale i ros e barrancos e cobertas por areia dunar móvel .

Sal ienta-se que, apesar de também neste t roço de costa as dunas consol idadas fossi l izarem arr ibas ou cobr irem as vertentes abr igadas dos ventos, podem apresentar outra posição topográf ica, or ig inando i lhas ou coroando alguns sectores de arr iba.

F ig .16 – Esquema da Pra ia das Bicas – Penedo (S. Daveau e T. Mi ra Azevedo, 1980-81, p .177) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 36: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

36 .

• I lha do Pessegueiro e Forte do Porto Covo (Quadro VI, em anexo)

As dunas consol idadas da I lha do Pessegueiro e do Forte de Porto Covo também chamado do Pessegueiro ou s implesmente for t im, são um bom exemplo da evolução das ideias referentes às dunas consol idadas.

Em 1943, foram consideradas por G. Zbyszewski como pertencentes a dois conjuntos dist intos:

- a do for te, que fossi l iza a arr iba, ser ia r iss iana;

- a que const i tu i a i lha, ser ia wϋ rmiana.

Os cr i tér ios ut i l izados para aqui d ist inguir duas gerações de dunas consol idadas foram essencialmente os da posição topográf ica, da “proximidade” e da posição estrat igráf ica:

- a duna do for te fo i parale l izada com a que coroa a arr iba da praia do Morgavel, esta considerada r iss iana;

- a da i lha, atr ibuída ao Wϋrm, por parecer estar no prolongamento das dunas imersas de Morgavel, estas sobre (?) tur fa10.

As dunas consol idadas que ocupam uma posição topográf ica baixa, de que a I lha do Pessegueiro é um exemplo, estão bem representadas em Vi la Nova de Mil fontes, onde a sucessão estrat igráf ica encontrada const i tu i um argumento em favor de uma idade wϋ rmiana para as dunas consol idadas (G. Zbyszewski , 1943, p.66 e 70). Neste local , admit indo que a praia levantada que coroa a arr iba é t i r reniana, a arr iba será gr imaldina e a duna consol idada, que a fossi l iza, wϋrmiana (H. Breui l , O. Ribeiro e G. Zbyszewski , 1943, p.12-13).

C. Romariz e A. M. Galopim de Carvalho (1975) consideram as dunas consol idadas de S. Torpes – Porto Covo, inc lu indo a da I lha do Pessegueiro, como um mesmo conjunto de dunas “dispostas em bancadas sub-hor izontais espessas”. Escolheram a do Forte de Porto Covo como base da descr ição petrográf ica das dunas consol idadas entre Sines e Porto Covo ( f ig.17). A anál ise das lâminas delgadas revelou evidente calc i t ização diagenét ica dos organoclastos com destruição das estruturas. O corte jo dos minerais

10 Como v imos, a pos ição es t ra t ig rá f i ca da tu r fa fo i pos ter io rmente posta em dúv ida .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 37: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

37 .

pesados mostrou, para além dos provenientes dos arenitos pl io-pl is tocénicos, minerais exclusivamente do maciço de Sines.

Junto à I lha do Pessegueiro ( f ig.18) e aos escolhos s i tuados a norte, as sondagens efectuadas pelos Serviços Hidrográf icos revelaram a presença de um fundo rochoso (provavelmente duna consol idada) até cerca de -14m. Estes dados sugerem que a duna que const i tu i a i lha faz parte de um conjunto mais extenso, imerso e parale lo à l inha de costa.

3. NO ALGARVE OCIDENTAL (Quadros IX a XI, em anexo)

As dunas consol idadas do Algarve ocidental têm como caracter íst icas apoiarem-se,

de maneira geral, nas arr ibas, descerem abaixo do nível mar inho actual e

F ig .17 – Esboço geológ ico da reg ião do For te do Pesseguei ro . 1 – are ia de pra ia e a luv iões (Holocénico) ; 2 – dunas móve is (Holocénico) ; 3 – dunas consol idadas (P l is tocénico) ; 4 – areni tos arg i losos (P l io -Pl is tocénico) ; 5 – x is tos luzentes com ind icação das inc l inações (Carbónico) (C. Romar iz e A. M. Galop im de Carva lho, 1973, p .111) . CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 38: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

38 .

F ig .18 – Natureza e profundidade da área envolvente da I lha do Pesseguei ro . Af – are ia f ina; Ag – are ia grossei ra ; R – rocha; Cmd – concha moída; 0 ,5 – profundidade em metros. As curvas bat imétr icas de -5m e -10m estão ass ina ladas a ponteado. (Mapa oferec ido pe lo Inst i tuto Hidrográf ico) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 39: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

39 .

assentarem sobre um depósito de vertente (evidenciando t ransporte torrencial) , como acontece nas Praias da Cordama, do Castele jo e das Poças. Neste úl t imo local , a duna consol idada contém também blocos desabados da escarpa ta lhada em formações jurássicas. Segundo G. Zbyszewski (1940, p.37), esta duna ter-se- ia formado num lugar protegido dos ventos de NW e a areia ter ia desl izado provavelmente do topo da arr iba.

Para leste de Sagres, em especial na Baía de Armação de Pêra, apenas M.-C. Godard (1967, p.31) assinala a existência de núcleos gressosos mais resistentes que sobressaem no cordão actual de dunas e possuem 44% de carbonato de cálc io.

J . Bourcart (1935, p.1494), refer indo-se aos depósi tos de praia e areias dunares consol idadas da costa algarvia a or iente de Sagres, aponta ter encontrado em Lagos, Alvor, Praia da Rocha, Albufeira, Quarte ira e Praia de Monte Gordo blocos daquelas formações deixadas na praia pelas marés al tas. Diz a inda terem sido recolhidos pedaços destas formações consol idadas nas redes dos pescadores, o que demonstra “a sua ocorrência in s i tu a f raca distância do l i toral actual” . Just i f icando o recuo rápido deste por acção do mar, o autor af i rma que, em Cacela, “dunas consol idadas muito recentes foram já completamente arrasadas”11.

J . R. Vanney e D. Mougenot (1981, p.56) adoptam esta ideia, suger indo: “Na Baía de Armação de Pêra… os numerosos af loramentos rochosos aí assinalados pela carta bat imétr ica são ta lvez vest íg ios de dunas c imentadas”.

11 J . C . Costa (1941) re toma as ide ias daque le au tor .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 40: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

40 .

I I I . GÉNESE E CONSERVAÇÃO DAS DUNAS CONSOLIDADAS: ALGUMAS REFLEXÕES

1. DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL

Ao observar a distr ibuição espacial das dunas consol idadas em Portugal Cont inental ( f ig.1 e 2, em anexo), notamos logo algumas part icular idades:

- a sua ocorrência na costa ocidental ao sul de Peniche e a sua ausência entre a Arrábida e o Cabo de Sines;

- na costa mer id ional, só são refer idas de Sagres até à Baía de Armação de Pêra. A or iente de Armação de Pêra poderão exist i r imersas, e, em parte, desmanteladas.

Sal iente-se que não há coincidência entre as áreas de acumulações dunares móveis e aquelas em que existem acumulações dunares consol idadas; nalguns casos, parece mesmo haver oposição. Onde as pr imeiras adquirem maior extensão e v igor ( região do Pinhal de Leir ia, na Costa da Capar ica, entre a Arrábida e Sines e a or iente de Armação de Pêra) não são conhecidas dunas consol idadas ( f ig.19).

A formação de uma duna impl ica a ex istência de um campo de def lação suf ic ientemente extenso para fornecer as areias e a presença de ventos com or ientação predominante capazes de as mobi l izar . Com esta af i rmação não queremos dizer que seja necessár ia uma grande extensão arenosa. Se tomarmos como exemplo o Guincho, ver i f icamos que as dunas são constantemente al imentadas pela praia, cuja largura de areia seca não ul t rapassa 300m. Pensamos que, para a formação de acumulações arenosas de encontro a um obstáculo e ao abr igo do vento dominante, o campo de def lação não necessi ta ser muito vasto, pois as acumulações são pouco extensas. Pelo contrár io, nos casos de dunas que penetram mais para o inter ior , como em Oitavos, na plataforma de Cascais, e nos vár ios cordões dunares que cobrem a plataforma alentejana, ao norte de Vi la Nova de Mi l fontes, o campo de def lação deverá ter at ingido

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 41: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

41 .

F ig .19 – Acumulações de are ias eó l icas. A de l imi tação das pr imei ras fo i fe i ta com base na Car ta Geológ ica do Quaternár io de Por tugal , esca la 1 :1 000 000, S.G.P. , 1969.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 42: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

42 .

maiores dimensões ou a al imentação daqueles ter-se- ia processado durante mais tempo. No que concerne ao vento é necessár io, como se disse, que este possua uma or ientação predominante, caso contrár io, as areias espalhar-se-ão pela superf íc ie, or ig inando uma capa de areias. Esta pode ser poster iormente consol idada, mas a estrat i f icação t íp ica não estará presente e teremos areias eól icas consol idadas e não dunas.

Uma vez que as bancadas de algumas dunas “de obstáculo” mergulham ni t idamente abaixo do nível do mar (e a sua for te incl inação pode expl icar-se sem apelar à tectónica, capí tu lo I , ponto 3 - Tectónica) e outras estão mesmo imersas (or ig inando escolhos v isíveis na maré baixa), foram correlacionadas com níveis do mar abaixo do actual. O período regressivo, patente na forma dos vales a jusante, tem sido correlacionado com Wϋ rm. Esta ideia, já ant iga, é retomada por S. Daveau (1980, p.27) que re laciona esta fase regressiva com a formação de dunas, “mui tas destas conservadas no l i toral , consol idadas por um cimento calcár io resultante da dissolução de abundantes conchas de animais que v iv iam na areia das praias dos mares f r ios” . Um raciocínio idênt ico t inha conduzido (como vimos no capítu lo I , ponto 4) a maior parte dos autores a atr ibuir ao Wϋ rm a formação de todas as dunas consol idadas do l i toral português.

Não se conhece com exact idão o nível mais baixo que o mar at ingiu durante o máximo da regressão wϋ rmiana; a lguns valores têm sido propostos com base no volume de água ret ida no estado sól ido, na profundidade a que foram encontrados sedimentos cont inentais e no estudo dos peleovales submersos (A. Gui lcher, 1969. p.84). Contudo, admite-se, em geral , um valor de cerca de -100m.

Retomando o problema da distr ibuição espacial das dunas consol idadas em Portugal, anal isaremos alguns dados recentes, revelados pelo estudo da plataforma cont inental portuguesa (J. R. Vanney e D. Mougenot, 1981). Esta apresenta caracter íst icas var iadas ao longo da costa, o que permit iu aos autores indiv idual izar vár ios conjuntos. I remos sal ientar a lguns t raços pecul iares de cada um deles, que nos pareceram poder re lacionar-se com a posição das dunas consol idadas.

A plataforma cont inental do Minho revelou, no Mar do Limpo, um al inhamento de relevos que poderão, segundo os autores, interpretar-se como cordões l i torais. “Podemos

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 43: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

43 .

F ig .20 – A p la ta forma cont inenta l por tuguesa ao nor te do Canhão da Nazaré. Legenda na f ig .21. (Adaptado de J . R. Vanney e D. Mougenot , 1981) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 44: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

44 .

atr ibuir - lhes uma idade wϋ rmiana devido à sua profundidade (90-120m) e ao seu bom estado de conservação (J. R. Vanney e D. Mougenot, 1981, p.30-31)12 ( f ig.20).

Ao largo da Beira Li toral , em especial nas proximidades da foz do Mondego “a f ranja infra l i toral é ocupada por uma praia submarina de decl ive importante, onde o Roteiro da Costa de Portugal (1952) assinala a presença de um talude baixo (a 10-20m), escalonado ao longo da l inha de costa; deve t ratar-se de pequenos rebordos rochosos (ant igas dunas consol idadas?) actualmente enterrados pelas rest ingas arenosas, v io lentamente remexidas e deslocadas pela rebentação das ondas e pelas correntes” (J. R. Vanney e D. Mougenot, 1981, p.32).

Na plataforma cont inental da Estremadura ( f ig.21), e porque existem dunas consol idadas a fossi l izar a lguns sectores das arr ibas, aqueles autores interrogam-se se uma parte dos escolhos que bordejam o l i toral não serão vest íg ios, já degradados, de dunas consol idadas (J. R. Vanney e D. Mougenot, 1981, p.36).

Na plataforma cont inental do Baixo Alentejo e do Algarve ocidental não são refer idas dunas consol idadas, embora seja neste sector que, junto à l inha de costa, e las formam um al inhamento quase cont ínuo. No Algarve or iental , J . R. Vanney e D. Mougenot sugerem a existência de dunas consol idadas imersas, mas não as cartografam.

A plataforma cont inental ao sul do Canhão de Setúbal apresenta alguns t raços que a di ferenciam: a forma em rampa levemente incl inada e a sua exiguidade, compensada pelo grande desenvolv imento dos planaltos marginais separados por canhões. Estes t raços especí f icos são, segundo aqueles autores, consequência da proximidade da convergência entre a Península Ibér ica e a Áfr ica, ocasionando uma subsidência act iva da plataforma, constantemente compensada pela acumulação, desde o Neogénico até à actual idade (J. R. Vanney e D. Mougenot, 1981, p.51).

Admit indo, como hipótese de t rabalho, uma descida do nível do mar até -100m, observemos pr imeiramente a distância a que esta curva bat imétr ica se encontra hoje da l inha de costa actual, ao longo de toda a plataforma cont inental ( f ig.20 e 21), e em seguida a var iação de decl ive que esta apresenta. Tal anál ise fo i fe i ta tendo por base os mapas bat imétr icos de J. R. Vanney e D. Mougenot. 12 Já G. Zbyszewsk i (1940, p .47) escrev ia : “…Podemos observar ac tua lmente bancos de tur fa ou de

dunas conso l idadas sob a forma de rec i fes emersos na pra ia na maré ba ixa ( l i to ra is do Minho e A len te jo) ” .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 45: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

45 .

F ig .21 – A p la ta forma cont inenta l por tuguesa ao su l do Canhão da Nazaré. Legenda na f ig .21. (Adaptado de J . R. Vanney e D. Mougenot , 1981) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 46: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

46 .

• Largura da plataforma cont inental até -100 metros

No extremo norte da plataforma portuguesa, esta largura é de 15km, aumenta para sul , at ingindo 30km ao largo de Esposende, 40km ao largo de Espinho e 30km ao largo de Mira. A part i r deste local d iminui progress ivamente até ao Canhão da Nazaré, ao sul do qual aumenta até à Ponta da Lamparoeira (cerca de 30km). Para sul, aquela largura diminui novamente até ao Cabo Raso onde não ul t rapassa 10km. O mesmo sucede em torno da Península de Setúbal, bem como mais a sul na cabeceira do Canhão de Setúbal . Daqui até Sines vol ta a apresentar um valor de cerca de 30km, o qual d iminui para sul até at ingir o mínimo de 10km junto ao Cabo Sardão. Para sul , a plataforma mantêm-se estre i ta até Lagos (10-15km) e para or iente a sua largura at inge valores de 30km, à excepção da área do Cabo de Santa Mar ia (Faro).

Repare-se que, no cont inente, as dunas consol idadas ocorrem de preferência nos locais onde, ao largo, a curva bat imétr ica dos 100m se aproxima da l inha de costa actual ( f ig.19, 20 e 21), is to é, em áreas que terão t ido uma planíc ie l i toral re lat ivamente mais delgada (Quadro XVI13 e f ig.22). A sua maior ou menor largura depende directamente do decl ive.

13 O quadro XVI fo i e laborado com base nos per f i s da f ig .22 , onde se med iu a ex tensão da super f í c ie

emersa cor respondente às pos ições sucess ivas do mar , de -100m a 0m. As la rguras foram ar redondadas ao km mais próx imo.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 47: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , 22 : 68p .

47 .

F ig .22 – Per f is da p la ta forma cont inenta l . Em B e C ex is tem dunas consol idadas a foss i l izar ar r ibas, a cobr i r a ver tente abr igada dos ventos e imersas. Os per f is , com base nos mapas bat imétr icos de J . R. Vanney e D. Mougenot (1981) , estão loca l izados nas f ig .20 e 21.

A

B

C

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 48: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

48 .

Largura da antiga planície l i toral (km)

PERFIS Níveis do mar (m)

A B C

-100 23 8 5

-90 20 7 4

-80 17 6 4

-70 15 5 3

-60 12 4 3

-50 7 4 2

-40 4 3 2

-30 3 2 1

-20 3 2 1

-10 1 1 1

0 0 0 0

Declive geral (%) 0,4 1,2 1,9

• Decl ive da plataforma cont inental até -100m

Assim, nas áreas onde ocorrem dunas consol idadas no l i toral actual, ao sul de Peniche, a plataforma até -100m não só é mais estre i ta como possui um decl ive mais acentuado: 1,2% ao norte da Serra de Sintra (perf i l B, f ig.21); 1,9% ao sul de Vi la Nova de Mi l fontes (perf i l C, f ig.21) contra 0,4% ao norte do Cabo Mondego (perf i l A, f ig.20). Logo, uma idênt ica subida do mar terá t ido repercussões dist intas na largura da planíc ie l i toral dos vár ios sectores considerados, função do seu decl ive.

Quadro XVI – Largura da ant iga p laníc ie l i tora l para pos ições sucess ivas do mar , de -100m a 0m.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 49: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

49 .

De que forma, então, poderão ter jogado a largura da planíc ie l i toral e o seu decl ive na conservação das dunas?

Ver i f icamos que é junto à l inha de costa que o vento tem uma maior capacidade para mobi l izar a areia, e que a acumulação se restr inge quase sempre à praia al ta ou, quando muito, até algumas dezenas de metros para o inter ior . Essa acumulação pode, em determinadas c ircunstâncias, progredir para o inter ior , mas, mesmo nesse caso, nunca ul t rapassa alguns km14. Parece, assim, exist i r uma estre i ta fa ixa l i toral com condições ambientais especí f icas, como refere H. Nonn (1974, p.74): as “condições l i torais cr iam meios de ar idez devido ao vento, por vezes for te, pois as superf íc ies unidas dos oceanos e dos mares t ravam-no pouco, e pelo facto dos nevoeiros salgados reduzirem a vegetação cont inental” .

Extrapolando para o Wϋ rm, ou para momentos em que o nível do mar t ransgressivo ainda se encontrava abaixo do actual, poderemos pensar que:

- nas áreas com uma planíc ie l i toral larga, a progressão das dunas em direcção ao cont inente (no caso de se terem formado), fo i mais lenta do que a subida do nível do mar ou o vento não teve capacidade para as fazer progredir vár ias dezenas de km para o inter ior . Logo, a terem exist ido, ou foram desmanteladas ou cobertas pela água ou por uma capa de sedimentos ( f ig.23);

- nas áreas com uma planíc ie l i toral estre i ta, a progressão das dunas em direcção ao cont inente tê- las- ia aproximado da l inha de costa actual, onde já exist ia na época uma arr iba morta que fo i então fossi l izada ou colmatados os pequenos barrancos abr igados do vento. Nestas condições, a inda em ambiente l i toral , as dunas f icar iam mais al tas e ao abr igo da erosão marinha, em condições favoráveis à sua conservação e poster ior consol idação ( f ig.23).

Poderá esta hipótese just i f icar a existência de dunas consol idadas em B e C, e a sua ausência em A ( f ig.20 e 21)? Os estudos em curso na plataforma cont inental , a par dos que decorrem no cont inente, poderão ajudar a esclarecer este ponto.

O raciocínio que temos v indo a expor, re lacionando a conservação das dunas consol idadas com a largura e decl ive da ant iga planíc ie l i toral, part iu do pr incípio que a

14 A ma ior acumulação dunar por tuguesa , que cor responde ao P inha l de Le i r ia , tem aprox imadamente

12 km de la rgura .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 50: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

50 .

sua formação ser ia wϋ rmiana ou do iníc io do Holocénico. No que diz respei to ao Riss, pouco se conhece da posição da l inha de costa; a l iás a regressão wϋrmiana fo i de ta l forma vincada, que pode ter destruído os vest íg ios anter iores. A comprovação da existência de dunas r iss ianas na costa alentejana ( idade proposta nas décadas de 40-50, Quadro XV) v i r ia a fornecer novos elementos.

2. O CLIMA E A CONSTRUÇÂO DAS DUNAS

Pouco se conhece das condições c l imát icas que presidi ram à formação das dunas, poster iormente consol idadas. Sabe-se, com segurança, que correspondem a períodos em que o nível do mar estava abaixo do actual (a inda existem dunas imersas ou formando i lhas).

F ig .23 – Hipótese de formação das dunas na p la ta forma cont inenta l e a sua conservação no cont inente. A ponteado estão f iguradas as acumulações arenosas.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 51: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

51 .

Desde logo subsiste uma dúvida: as dunas ter-se-ão formado na fase cuja tendência era regressiva ou já t ransgressiva? Apenas se pode refer ir que, re lat ivamente à duna holocénica de Magoi to, esta se terá formado quando o nível do mar estava abaixo do actual, mas já em fase t ransgressiva.

Têm-se também associado a formação de dunas a períodos ár idos, uma vez que durante a regressão ( fase t ransgressiva ou regressiva?), a progressão dos in landsis terá estado associado a um arrefecimento do oceano, com consequente diminuição da evaporação e da formação de nuvens, que se terá t raduzido nas lat i tudes subtropicais, segundo R. W. Fairbr idge (1971, p.13). De facto, existem condições especí f icas na estre i ta fa ixa l i toral , onde a ar idez t raduzida na escassez da vegetação, pode ser apenas uma consequência do vento, muitas vezes for te e carregado de sal (H. Nonn, 1974, p.74). O vento pode, por isso, mobi l izar os elementos f inos (grãos de quartzo, minerais pesados e f ragmentos de conchas) das praias, que se deposi tam a montante. Em Portugal, essa fase de ar idez poderá ter correspondido a um período relat ivamente f resco, tendo em conta:

a) vest íg ios de uma ambiência per ig laciár ia até ao l i toral (S. Daveau, 1973 e R. Raynal , 1985) testemunhada nas aluviões grosseiras conservadas no fundo dos v igorosos entalhes dos pr incipais cursos de água e nos gel i f ractos que ainda cobrem as suas vertentes;

b) os estudos recentes (C. Pujol , 1980) indicarem ter exist ido temperaturas muito baixas nas águas do mar, há aproximadamente 18 000 BP, até sudoeste do Cabo de S. Vicente.

S. Daveau (1980, p.25) propôs, de acordo com outros autores, que as dunas consol idadas (ou parte delas) fossem poster iores ou contemporâneas dos derrames grosseiros wϋ rmianos, cuja f racção f ina ter ia s ido mobi l izada pelo vento. Condições relat ivamente f resca e/ou ár idas, poderão ter-se mani festado poster iormente, ta lvez, há cerca de 11 000 – 12 000 BP (S. Daveau, 1980, p.27), à semelhança do que terá sucedido noutros locais, onde esta fase está patenteada pela formação de loess e de depósi tos em grutas. A correlação com as var iações c l imát icas estabelecidas na Europa média conduziu a que se propusesse que a duna consol idada em Magoito (pós 9 580

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 52: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

52 .

±100 BP) se t ivesse formado na fase f resca e seca do Boreal (8 700 – 7 500 BP?), ou na curta fase f r ia Pré-Boreal (9 500 – 9 000 BP) (S. Daveau et a l , 1982, p.134).

Sal iente-se que as condições em que se formaram e terão evoluído as dunas têm sido propostas com base em estudos fe i tos noutras regiões, onde as condições c l imát icas são diversas das da fachada at lânt ica de Portugal. A or ig inal idade desta conduziu S. Daveau (1973, p.43 e 1980, p.30) a levantar a hipótese de terem exist ido condições part iculares de ar idez e f rescura na fa ixa at lânt ica, no pr incípio do Holocénico, consequência da formação de um ant ic ic lone pel icular , de or igem térmica, que acompanhar ia uma corrente f r ia, coalhada de icebergs ( ideia suger ida por Y. Gui l l ien, 1962). Esta corrente f r ia, or ig inada na fusão dos glaciares e carregada de icebergs, ser ia responsável pela indiv idual ização c l imát ica de uma fa ixa l i toral f r ia, mais seca do que o inter ior .

Assim, as fases de mobi l ização eól ica têm sido consideradas contemporâneas de um cl ima seco e re lat ivamente f resco. Apenas se pode acrescentar o papel do vento dominante, responsável pela forma e or ientação das dunas consol idadas e pela estrat i f icação que os arenitos dunares apresentam. A anál ise da bib l iograf ia mostrou que as dunas consol idadas do l i toral português foram or ig inadas por ventos do quadrante N (NNW e NW), como indicam a posição topográf ica e a inc l inação das lâminas.

Só o progresso no conhecimento das condições paleocl imát icas e suas consequências morfogenét icas permit i rão esclarecer quais as condições c l imát icas que ter iam presidido à edi f icação das dunas, hoje consol idadas. A datagem de níveis de ocupação humana com carvões e dos níveis tur fosos, cujo estudo se torna imprescindível , poderão igualmente fornecer indicações preciosas.

3. CONDIÇÕES FAVORÁVEIS À CONSOLIDAÇÃO E CARSIFICAÇÂO DAS DUNAS

No que concerne estas condições também muitas dúvidas se podem levantar. Ambas pressupõem a dissolução do carbonato de cálc io, num caso, o cont ido nas conchas, noutro, o do c imento aglut inador. Na consol idação, a dissolução moderada é seguida de precip i tação, sendo os dois fenómenos bastante próximos no espaço e tempo,

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 53: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

53 .

enquanto na cars i f icação o bicarbonato é exportado, não precipi tando no local. A dissolução do carbonato não é uma função s imples do c l ima. Depende de parâmetros var iados como a porosidade e dimensão dos elementos const i tu intes da rocha (neste caso o areni to dunar) , a tensão de CO2 e o comprimento da vertente (T. Muxart e P. Birot , 1976, p.125-148), seu decl ive e ainda das condições hidrológicas. A c inét ica da dissolução e precipi tação é maior nas rochas porosas e quando os elementos const i tu intes são mais f inos (aumento da superf íc ie de contacto sól ido- l íquido), o que al iás pode ser observável nas dunas consol idadas contendo lâminas de granular idade var iada, sendo sempre as lâminas de mater ia l f ino as de maior grau de consol idação. Também quanto maior for a tensão de CO2 e menor o decl ive da vertente ou das lâminas, maior a capacidade de dissolução das soluções aquosas. As dunas estão, mui tas vezes, conservadas nos barrancos que acidentam as vertentes com depósi tos var iados, pelo que as condições hidrológicas são também de ter em conta. A complexidade dos factores condic ionantes do grau e velocidade da dissolução e precip i tação, impl icam que esta seja diagnost icada para cada caso.

Estas questões sobre a dissolução, condic ionam os fenómenos da consol idação e da cars i f icação. No pr imeiro caso, a d issolução deverá ter s ido mais moderada do que no segundo, em que se ver i f icou exportação de bicarbonato de cálc io. Não é, por isso, provável que os dois fenómenos, consol idação e cars i f icação, sejam, pelo menos no iníc io, contemporâneos pois, caso contrár io, ter iam apenas subsist ido dunas móveis sem restos de conchas.

Os graus de consol idação e de carsi f icação não são idênt icos em todas as dunas consol idadas do l i toral português. G. Zbyszewski (1940) agrupou-as em dois conjuntos: um, entre Peniche e Cascais, e outro, englobando as dunas da costa alentejana e do Algarve ocidental . Dist inguem-se, pelo grau de consol idação e carsi f icação que é maior no segundo conjunto. Mas, mesmo dentro de cada um dos conjuntos, ver i f icam-se di ferenças acentuadas no aspecto das dunas consoante se encontram junto à l inha de costa, ou mais para o inter ior15, e aqui, quer cobr indo a vertente ou colmatando barrancos.

15 Como sucede em S. Ju l ião , onde os re ta lhos da cada uma das duas gerações de dunas conso l idadas

têm graus de conso l idação e cars i f i cação d i fe rentes , função da d is tânc ia à l inha de cos ta .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 54: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

54 .

A que se deverão estes di ferentes aspectos? Porquê uma tão grande var iação do grau de consol idação e cars i f icação, nalguns casos em dunas ou retalhos de duna si tuados a poucos metros de distância uns dos outros? Será legí t imo relacionar ta is d i ferenças com a respect iva idade? Parece ser este o caso em S. Jul ião, ao sul da Er iceira.

Se este raciocínio pode ser acei tável dentro de um mesmo conjunto (dunas da Estremadura ou da costa alentejana e do Algarve ocidental) , podê- lo-á ser entre os dois? Serão as di ferenças morfológicas da plataforma cont inental (p.46) suf ic ientes para expl icar a indiv idual idade dos dois conjuntos ou teremos de fazer interv i r d i ferentes condições c l imát icas entre Peniche e Cascais e nas costas do Alentejo e Algarve? Não devemos esquecer que vár ios autores, já c i tados, t inham parale l izado as dunas do úl t imo conjunto com as de Marrocos16, pelo seu elevado grau de consol idação. Poderá ser este, então, o testemunho de condições c l imát icas com ar idez mais marcada? Ou os vest íg ios de dunas mais ant igas? Sem dúvida que o factor tempo é muito importante, mas ele deve ser considerado a par com a divers idade de parâmetros que intervêm na consol idação e carsi f icação, ou seja, na dissolução e precip i tação (posição topográf ica, composição dos elementos const i tu intes, pendor das lâminas, extensão da vertente, condições c l imát icas e hidrológicas). No estado actual do conhecimento, pouco é possível adiantar quanto ao peso de cada um deles.

16 Onde são conhec idas , bem conservadas , qua t ro gerações de dunas conso l idadas (G. Beaudet , 1971) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 55: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

55 .

BIBLIOGRAFIA CITADA NOS QUADROS-RESUMO EM ANEXO

ANDRADE, C. Freire de (1973) – “Os vales submarinos portugueses e o diastrof ismo das Ber lengas e da Estremadura”, Mem. Serv. Geol. Port . , L isboa, 253p.

BOLEO, J. A. (1943) – Ensaio sobre a morfologia l i toral (em especial entre o Pontal de Peniche e a foz do Tejo), Fac. Letras de Lisboa, 121p.

BOURCART, J. (1935) – “Le Quaternaire mar in dans le Golfe de Cadix” , Comptes-Rendus dês séances de l ’Ac. des Sciences, t .201, p.1493-1495.

- (1936a) – “Résul tats d ’emsemble d’une étude du Quaternaire et du Pl iocène marin du l i t toral At lant ique du Maroc et du Portugal” , Comptes-Rendus du IV Congrès des Céographes et des Ethnographes Slaves, Sof ia, p.57-69.

- (1936b) - “Le Quaternaire mar in sur le l i t toral du Cap S. Vicent à l ’estuaire du Sado”, Comptes-Rendus dês séances de l ’Ac. des Sciences, t .202, p.856-858.

- (1936c) - “Remarques sur les dépôts quaternaires du l i t toral portugais entre le Cap d’Espichel et la presqu’ î le de Peniche”, Comptes-Rendus dês séances de l ’Ac. des Sciences, t .202, p.1079-1081.

BREUIL, H. ; ZBYSZEWSKI, G. (1942) – “Contr ibui t ion à l ’étude des industr ies paléol i th iques du Portugal et de leurs rapports avec la géologie du Quaternaire” , Com. Serv. Geol . Port . , XXII I , vol . I , L isboa, 374p.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 56: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

56 .

FRANÇA, J. C. ; ZBYSZEWSKI, G ; MOITINHO DE ALMEIDA, F. (1960) – Notíc ia expl icat iva da fo lha 26-C, Peniche, Carta Geológica de Portugal na escala 1:50 000, Serv. Geol. Port . , L isboa, 33p.

GODARD, M.-C. (1967) - “Quelques problèmes de morphologie l i t toral posée par les côtes de l ’Algarve (Portugal du Sud)” , Bul l . de l ’Assoc. de Géographes Français, Par is, 352-353, p.22-36.

GRABHAM, G. W. (1948) – “Esboço da formação geológica da Madeira” , Bol. Museu Munic ipal do Funchal, I I I (8) , p.65-83.

GUILCHER, A. (1957) - “Formes de corrosion l i t toral du calcaire sur les côtes du Portugal” , T i jd. Kon. Nedrel. , Aardr , Gen., 74, p.263-269.

MONTEIRO MARQUES, M. ; RAMOS, M. (1983) – “Nota acerca das formações dunares actuais e fósseis dos arredores de Lisboa”, VI Reunião do Grupo Espanhol de Trabalho Quaternár io, Laxe, p.597-603.

MEDEIROS-GOUVÊA, A. ; ZBYSZEWSKI, G. (1937a) - “Nouvel les observat ions sur le Quaternaire du l i t toral du Portugal Mér id ionale entre le Cap de Sagres et lémbouchure de la r iv ière d’Odesseixe” , Comptes-Rendus dês séances de l ’Ac. des Sciences, t .204, p.1207-1209.

- (1937b) - “Observat ions sur le l i t toral portugais entre l ’embouchure de la r iv ière d’Odesseixe et cel le du Rio Mira” , Comptes-Rendus dês séances de l ’Ac. des Sciences, t .204, p.1435-1436.

PEREIRA, A. Ramos (1983) – “Enquadramento geomorfológico do sí t io datado por 1 4C na Praia de Magoi to” , VI Reunião do Grupo Espanhol de Trabalho Quaternár io, Laxe, p.551-563 (C.E.G., L.A.G.F. , Rel . nº .18, L isboa, p.34-47).

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 57: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

57 .

RAMALHO, M. M.; REY, J. ; ZBYSZEWSKI, G.; MATOS ALVES, C. A. ; MOITINHO DE ALMEIDA, F. ; COSTA, C.; KULLBERG, M. C. (1981) – Notíc ia expl icat iva da fo lha 34-C, Cascais, Carta Geológica de Portugal na escala 1:50 000, Serv. Geol . Port . , L isboa, 87p.

RIBEIRO, A. et a l (1979) – Introduct ion à la géologie générale du Portugal , L isboa, Serv. Geol. Port . , 114p.

RIBEIRO, O. (1940) – “Remarques sur la morphologie de la région de Sintra et Cascais” ,

Rév. Géog. des Pyrénées et du Sud-Ouest, t .XI , fasc.3-4, p.203-218.

ROCHA, R. ; RAMALHO, M. M. ; MANUPPELLA, G.; ZBYSZWESKI, G. (1979) - Notíc ia

expl icat iva da fo lha 51-B, Vi la do Bispo, Carta Geológica de Portugal na escala 1:50 000, Serv. Geol. Port . , L isboa, 118p.

ROMARIZ, C.; GALOPIM DE CARVALHO, A. M. (1973) - “Dunas consol idadas da região

de Sines – Porto Covo”, Fin isterra, C.E.G., L isboa, VII I (15), p.109-112.

SCHROEDER-LANZ, H. (1971) – “Die ersten 1 4C dat ier ten Mit te lwurmbi ldungen von der

sudl ichen Alentejokuste (Portugal)” , Eiszeita l ter u. Gegenwart, 22, p.35-42.

SOARES, A. Ferreira (1973) – “A formação eol ianí t ica da I lha de Porto Covo”, Mem. E Not. Do Mus. Min. e Geol . e C. E. Geol . , Coimbra, 75, p.47-88.

TEIXEIRA, C.; GONÇALVES, F. (1980) – Introdução à geologia de Portugal, L isboa, I .N. I .C. , p.189-193.

VANNEY, J. R. ; MOUGENOT, D. (1981) – La plateforme cont inental du Portugal et les Provinces adjacentes. Analyse géomorphologique, Mem. Serv. Geol. Port . , 28, L isboa, 86p.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 58: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

58 .

ZBYSZEWSKI, G. (1940) – “Contr ibui t ion à l ’étude du l i t toral Quaternaire au Portugal” , Publ . Do Mus. E Lab. Min. E Geol . Fac. Ciências do Porto, XV, 50p.

- (1943) – “La c lassi f icat ion du paléol i th ique ancien et la chronologie du

Quaternaire du Portugal en 1942”, Bol. Soc. Geol . Port . , I I , fasc.2-3, 111p.

- (1958) – “Le Quaternaire du Portugal” , Bol . Soc. Geol. Port . , XI I I , fasc.2-3,

L isboa, 227p.

- (1971) – Carta geológica do Quaternár io de Portugal na escala 1:1 000 000,

Notíc ia expl icat iva, 39p.

ZBYSZEWSKI, G. ; MOITINHO DE ALMEIDA, F. (1961) – Notíc ia expl icat iva da fo lha 1,

Sintra, Carta Geológica dos arredores de Lisboa na escala 1:50 000, Serv. Geol. Port . , L isboa, 59p.

OUTRA BIBLIOGRAFIA UTILIZADA

ALCOFORADO, M. J. (1985) – Os ventos dominantes em torno da Serra de Sintra, C.E.G., L.A.G.F. , Rel . nº .20, L isboa, 71p.

Approche Ecologique de l ’Homme Fossi le (d i r . H. LAVILLE e J. RENAULT-MISKOVSKI) .

Supplément au Bul let in de l ’A. F. E. Q., Par is, 1977, 386p.

BAGNOLD, R. A. (1973) – The physics of b lown sand deserts dunes, London, Chapman &

Hal l , 4ª . Ed. , 265p.

BAULIG, H. (1956) – Vocabulai re Franco-Anglo-Al lemand de Géomorphologie, Publ. Fac.

Let t . Univ. Estrasburgo, fasc.130, 230p.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 59: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

59 .

BEAUDET, G. (1971) - “Le Quaternaire Marocain : état des études”, Rev. De Géographie du Maroc, nº.20, p.3-49.

BIRD, E. C. F. (1965) – Coastal landforms – An introduct ion to coastal geomorphology wi th Austral ian examples, Camberra, Austral ian Nat ional Univ. Press, 193p.

BOURCART, J. (1938) - “La marge cont inentale. Essai sur les régressions et

t ransgressions marines”, Bul l . Soc. Geol . de France, V sér ie, t .VI I I , p.393-474.

BREUIL, H. ; VAULTIER, M. ; ZBYSZEWSKI, G. (1942) - “Les plages anciennes portugais

entre les caps d’Espichel et Carvoeiro et leurs industr ies paléol i th iques”, Anais da Faculdade de Ciências do Porto, vol .XXVII , Porto, p.160-167.

CARRINGTON DA COSTA, J. (1941) – “Evolução do meio geográf ico na Pré-Histór ia de

Portugal” , Mem. apresentada ao I Congresso do Mundo Português, L isboa, 48p.

Consei l Internacional de la Langue Française (1979) – Vocabulaire de la Géomorphologie,

Par is, Hachet te, 218p. FAIRBRIDGE, R. W. (1971) – “Quaternary shorel ine problems at Inqua, 1969”,

Quaternar ia, XV, Roma, 18p.

FERREIRA, D. B. (1981) – Carte Géomorphologique du Portugal , Mem. C.E.G.,L isboa, 6,

53p.

GUILCHER, A. (1969) – “Ple istocene and Holocene sea level changes”, Earth Science

Rev., 5, Amesterdam, p.69-97.

GUILCHER, A.; JOLY, F. (1954) - “Recherches sur la morphologie de la cote At lant ique du Maroc”, Travaux de l ’ Inst i tut Scient i f ique Chér i f ien, sér ie Géol. Et Géog. Physique, nº.2, Tânger, 140p.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 60: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

60 .

KING, C. A. M. (1959) – Beaches and coasts, London, Edward Arnold Ltd. , 403p.

La Prèhisto i re Française (d i r . H. de LUMLEY), IX Congrès de l ’ U. I .S.P.P., Nice, 1976,

541p.

LAUTENSACH, H. (1932) – Portugal baseado em viagens fe i tas pelo própr io e na

bib l iograf ia, t rad. pol icopiada, C.E.G.

MCKEE, E. D. edi tor – A study of g lobal sand seas, Geologiacl Survey Professional Paper

1052, Washington, 1979, 429p.

MOREIRA, M. E. S. A. (1984) – Glossár io de termos ut i l izados em Geomorfologia Li toral ,

C.E.G., Rel. nº15 – Geograf ia das Regiões Tropicais, L isboa, 167p. MUXART, T. ; BIROT, P. (1977) – L’a l terát ion météor ique des roches, Par is, Départ . de

Géog. de l ’Univ. De Par is, Sorbonne, 279p. NONN, H. (1974) – Géographie des Li t toraux, P.U.F. , Par is, 225p.

OKE, T. R. (1978) – Boundary layer c l imates, London, Methuen & Co, Ltd. , 372p.

PEREIRA, A. Ramos; CORREIA, E. Borges (1985) – “Duas gerações de dunas consol idadas em S. Jul ião, Er iceira (Por tugal)” , I Reunião do Quaternár io Ibér ico, Actas vol . I I , L isboa, p.323-337.

PETITJOHN, E. J. (1975) – Sedimentary rocks, Balt imore, 3ª. Edição, 628p.

POMEROL, C.; BABIN, C. , LANCELOT, Y. , LE PICHON, X. ; RAT, P. (1980) – Strat igraphie et Paléogéographie. Pr incipes et méthodes, Par is, Doin Éd., 209p.

PUJOL, C. (1980) - “Les foramnifères planctoniques de l ’At lant ique du Nord au Quaternaire, Ecologie – Strat igraphie - Environnement” , Mémoire de l ’ Inst . de Géol. du Bassin d’Aqui ta ine, 10, Univ. de Bordeaux, Talence, 254p.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 61: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

61 .

RAYNAL, R. (1985) - “Répart i t ion géographique des hér i tages pér ig lacia ires quaternaires au Portugal et à Madère”, Biuletyn Peryglacialny, nº.31, Lódz, Polónia.

RIBEIRO, O. (1955) – Portugal, tomo V da Geograf ia de España y Portugal (d ir . MANUEL DE TÉRAN), Barcelona, 290p.

SOUTO CRUZ, C. (1984) – Estruturas dunares l i torais em Portugal (Considerações sobre f i togeodinâmica), Actas do Colóquio Nacional para a conservação de zonas r ibeir inhas, 1º. volume 5, Conselho da Europa, L isboa, p.173-205.

TEIXEIRA, C. ; PAIS, J. ; ROCHA, R. (1979) – Quadros de unidades estrat igráf icas e da estat igraf ia portuguesa, I .N. I .C., L isboa, 31p.

ZBYSZEWSKI, G. (1943a) - “Considérat ion sur l ’étude des sédiments sableux, son but et ses résultats” , Pub. do Mus. e Lab. Min. e Geol. da Fac. de Ciências do Porto, XXIX, 2ª. sér ie, Porto, 47p.

ZBYSZEWSKI, G. ; LEITÃO, M. ; PENALVA, C. ; VEIGA FERREIRA, O. (1980-81) – “Paleo-Antropologie du Wϋ rm au Portugal” , Museu de Arqueol . e Etnol. do Distr i to de Setúbal, volume VI e VII , Setúbal , p.7-23.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 62: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

62 .

OUTRA DOCUMENTAÇÃO UTILIZADA

- Carta topográf ica de Portugal , 1:10 000, 34-C, 2-2, 1949.

- Mapas topográf icos, 1:25 000, Peniche nº.337; Cascais nº.429.

- Carta Geológica do Quaternár io de Portugal , 1:1 000 000, S.G.P., 1969.

- Fotograf ia Aérea, 1:26 000, 1958-60 (voo americano).

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 63: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

63 .

ÍNDICE DE FIGURAS

Pág.

1 - Local ização das dunas consol idadas da Estremadura. As designações ut i l izadas são as mesmas dos quadros-resumo (A base do mapa foi extraída de D. B. Ferreira, 1981, s impl i f icado). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em anexo

2 - Local ização das dunas consol idadas do l i toral do Alentejo e Algarve. As designações ut i l izadas são as mesmas dos quadro-resumos (A base do mapa fo i extraída de D. B. Ferreira, 1981, s impl i f icado). . . . . . . . . em anexo

3 - Formações mais recentes (Pl io-Quaternár ias) da I lha de Porto Santo (A. Ferreira Soares, 1973). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em anexo

4 - Ponta Ruiva, ao norte da Torre de Aspa, v ista do sul (A – ardósias; C – grés do Culm; T – Tr iásico; s – areias recentes; ss – areias aglomeradas) (P. Choffat , 1907, p.55). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

5 - Acumulações de areias eól icas de encontro a (A) e ao abr igo de (B) um obstáculo. Em 5B estão representadas as modif icações na direcção e velocidade do vento, causadas pela interposição de um vale t ransversal. O ponto B indica o local de turbulência e o C o de vento mais f raco (a ponteado a área de acumulação de areias) (5B fo i adaptado de T. R. Oke, 1978, p.157)….. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

6 - Duna consol idada das Dornas (Furna das Cabras) (1 – x isto; 2 – argi la de al teração com calhaus; 3 – solo argi loso vermelho; 4 – duna consol idada) (M. Feio, 1949, p.51). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

7 - Bloco diagrama i lustrando a estrat i f icação entrecruzada na zona vest ibular da Ribeira do Calhau (A. Ferreira Soares, 1973, p.58). . . . . . . . 11

8 - Esboço esquemát ico do modelado na duna consol idada em Vi la Nova de Mi l fontes (A. Gui lcher, 1957, p.264). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

9 - As mais ant igas praias do l i toral de Peniche (H. Breui l e G. Zbyszewski, 1945, p.72). Com um aster isco está assinalado o local onde encontrámos uma duna com esboço de consol idação (extremo setentr ional da Praia da Consolação). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 64: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

64 .

10 -

As formações superf ic ia is no vale do r io da Mata e a Praia de Magoi to (Extraído de A. Ramos Pereira e E. Borges Correia, 1985, p.26) . . . . . . . . .

26 11 - As ant igas praias de Magoito e Azenhas do Mar (H. Breui l e G.

Zbyszewski, 1945, p.210). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 12 - As praias quaternár ias do Guincho – Cascais (H. Breui l e G.

Zbyszewski, 1945, p.243). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 13 - A col ina de Oitavos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 14 - Formações superf ic ia is na plataforma de Cascais (Oi tavos). . . . . . . . . . . . . . . . 32 15 - Esquema da foz das Ribeiras da Laje e Amieira (S. Daveau e T. Mira

Azevedo, 1980-81, p.177). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 16 - Esquema da Praia das Bicas – Penedo (S. Daveau e T. Mira Azevedo,

1980-81, p.177). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 17 - Esboço geológico da região do Forte do Pessegueiro (C. Romariz e A.

M. Galopim de Carvalho, 1973, p.111). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 18 - Natureza e profundidade da área envolvente da I lha do Pessegueiro. . . 38 19 - Acumulações de areias eól icas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 20 - A plataforma cont inental portuguesa ao norte do Canhão da Nazaré.

Legenda na f ig.21. (Adaptado de J. R. Vanney e D. Mougenot, 1981). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

21 - A plataforma cont inental portuguesa ao sul do Canhão da Nazaré. Legenda na f ig.21. (Adaptado de J. R. Vanney e D. Mougenot, 1981)…………………………………………………………………………………… 45

22 - Perf is da plataforma cont inental . Em B e C existem dunas consol idadas a fossi l izar arr ibas, a cobr ir a vertente abr igada dos ventos e imersas. Os perf is , com base nos mapas bat imétr icos de J. R. Vanney e D. Mougenot (1981), estão local izados nas f ig.20 e 21. . . . . 47

23 - Hipótese de formação das dunas na plataforma cont inental e a sua conservação no cont inente. A ponteado estão f iguradas as acumulações arenosas.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 65: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

65 .

ÍNDICE DE QUADROS

Pág.

I – A cronologia do Quaternár io a part i r do Sic i l iano I , segundo os vár ios autores e a data da respect iva publ icação.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em anexo

I I – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Peniche e Assafora (Estremadura). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em anexo

I I I – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Magoi to e Praia das Maçãs (Estremadura). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em anexo

IV – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Oi tavos e Forte da Baralha (Estremadura). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em anexo

V – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre S. Torpes e Pedra da Casca (Alentejo) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em anexo

VI – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Praia do Burr inho – Samouqueira e I lha do Pessegueiro (Alentejo) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em anexo

VII – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Lendiscais e Forte do Calhau (Alentejo) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em anexo

VII I – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Vi la Nova de Mi l fontes e Pedra dos Corvos (Alentejo) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em anexo

IX – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Cabeça da Pedra e Praia de Monte Clér igo (Alentejo e Algarve ocidental) . . . . . . . . . . . . em anexo

X – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Espartal e Murração (Algarve ocidental) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em anexo

XI – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Praia da Cordama e Baía de Armação Nova (Algarve ocidental ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em anexo

XII – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre plataforma do Cabo de S. Vicente e Cacela (Algarve, costa merid ional)….. . . . . . . . . . . . em anexo

XII I – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas no arquipélago da Madeira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em anexo

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 66: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

66 .

XIV –

Quadro provisór io de correlação dos acontecimentos quaternár ios entre Marrocos e Portugal (o subl inhado é nosso) (s impl i f icado de G. Zbyszewski, 1940, p.49-50). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

20 XV – Relações entre as formações superf ic ia is e as indústr ias no

quaternár io (o subl inhado é nosso) (s impl i f icado de H. Breui l e G. Zbyszewski, 1940, p.597-598). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

XVI – Largura da ant iga planíc ie l i toral para posições sucessivas do mar, de -100m a 0m.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 67: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

67 .

ÍNDICE GERAL

Pág.

NOTA PRÉVIA.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

INTRODUÇÃO.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

I . ANÁLISE DA BIBLIOGRAFIA.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

1. SIGNIFICADO DE “DUNA CONSOLIDADA”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2. DESCRIÇÃO DA LOCALIZAÇÃO.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

3. CARACTERIZAÇÃO DAS DUNAS CONSOLIDADAS.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

• Textura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

• Estrutura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

• Grau e t ipos de consol idação.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

• Natureza do c imento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

• Processos de degradação.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

• Tectónica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

4. IDADES PROPOSTAS.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

I I . COMENTÁRIO DE ALGUNS EXEMPLOS.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

1. NA ESTREMADURA.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

• Peniche.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

• Magoito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

• Oitavos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

• Península de Setúbal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

2. NO ALENTEJO.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

• I lha do Pessegueiro e Forte de Porto Covo.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 68: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b i b l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Cen t ro de Es tudos Geográ f i c os , 22 : 68p .

68 .

3. NO ALGARVE OCIDENTAL.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

37

I I I . GÉNESE E CONSERVAÇÃO DAS DUNAS CONSOLIDADAS: ALGUMAS REFLEXÕES.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

1. DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

2. O CLIMA E A CONSTRUÇÃO DE DUNAS.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

3. CONDIÇÕES FAVORÁVEIS À CONSOLIDAÇÃO E CARSIFICAÇÃO.. . . . . . 52

BIBLIOGRAFIA CITADA NOS QUADROS-RESUMOS EM ANEXO.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

OUTRA BIBLIOGRAFIA UTILIZADA.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

OUTRA DOCUMENTAÇÃO UTILIZADA.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

ÍNDICE DAS FIGURAS.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

ÍNDICE DOS QUADROS.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 69: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

M. Conceição F. Dâmaso assegurou a dact i lograf ia; A. Barreira fez a pol icópia; J. Peres e A. Eanes executaram alguns desenhos. A todos o nosso agradecimento.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 70: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

A N E X O S

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 71: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

F ig .1 – Local ização das dunas consol idadas da Estremadura. As designações ut i l izadas são as mesmas dos quadros-resumo (A base do mapa fo i extraída de D. B. Ferreira, 1981, s impl i f icado).

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 72: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

F ig .2 – Local ização das dunas consol idadas do l i toral do Alentejo e Algarve. As designações ut i l izadas são as mesmas dos quadro-resumos (A base do mapa fo i extraída de D. B. Ferreira, 1981, s impl i f icado).

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 73: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

LEGENDA DAS FIGURAS 1 e 2

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 74: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

F ig .3 – Formações mais recentes (Pl io-Quaternár ias) da I lha de Porto Santo (A. Ferreira Soares, 1973).

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 75: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas cons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F ís i ca , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 76: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

Mustierense (regressão)

J . B o u r c a r t ( 1 9 3 6 ) R e g r e s s ã o R o m a n a

Tirreniano ou Cheleense

R e g r e s s ã o G r i m a l d i a n a

Transgressão Siciliana

Milaziano ou Siciliano sup.

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 )

O s c i l a ç ã o S i c i l i a n a R o m a n a

Transgressão Tirreniana

R e g r e s s ã o G r i m a l d i a n a

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 2 ) H . B r e u i l , O . R i b e i r o , G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 )

S i c i l i a n o Gunz M i l a z i a n o M inde l Tirreniano R i ss Monasteriano ou Tirreniano II ou Grimaldiano

W ϋ r m F l a n d r i a n o

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l , O . R i b e i r o , G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 )

S i c i l i a n o Gunz M i l a z i a n o M inde l Tirreniano R i ss G r i m a l d i a n o W ϋ r m F l a n d r i a n o

H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 5 )

S i c i l i a n o Gunz M i l a z i a n o M inde l Tirreniano R i ss h ú m i d o s e c o

G r i m a l d i a n o W ϋ r m h ú m i d o s e c o

F l a n d r i a n o

M . F e i o ( 1 9 4 9 - 5 1 ) S i c i l i a n o Gunz M i l a z i a n o M inde l Tirreniano R i ss G r i m a l d i a n o I Wϋrm I Grimaldiano II Wϋrm II Grimaldiano III Wϋrm III e IV F l a n d r i a n o

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 ) S i c i l i a n o I S i c i l i a n o I I M inde l Tirreniano I R i ss G r i m a l d i a n o I T i r r e n i a n o I I I o u f i n a l

M . C . G o d a r d ( 1 9 6 7 ) “ O u l j i a n o ”

A . R i b e i r o e t a l ( 1 9 7 9 ) S i c i l i a n o I S i c i l i a n o I I Tirreniano I T i r r e n i a n o I I

T i r r e n i a n o I I I o u “ O u l j i a n o ”

Neolirreniano G . Z b y s z e w s k i e t a l ( 1 9 8 0 - 8 1 ) S i c i l i a n o I Gunz S i c i l i a n o I I M inde l Paleo-

Tirreniano R i ss E u t i r r e n i a n o W ϋ r m

Quadro I – A cronolog ia do Quaternár io , a par t i r do Sic i l iano I , segundo os vár ios autores e a data das publ icações. São estas as des ignações ut i l i zadas nos quadros-resumos.

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 77: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

L O C A L I Z A Ç Ã O V E N T O S G E R A D O R E S ( D O M I N A N T E S )

A U T O R E S ( D A T A ) I D A D E A T R I B U Í D A C A R A C T E R I Z A Ç Ã O

D u n a s c o n s o l i d a d a s a o s u l d e P e n i c h e J . B o u r c a r t ( 1 9 3 6 a e c ) T i r r e n i a n o ( C h e l e e n s e )

P e n i c h e S o b r e o k a r s t d e s e n v o l v i d o n a s f o r m a ç õ e s l i á s s i c a s . V e n t o s d e W .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) J . C . C o s t a ( 1 9 4 1 ) S . D a v e a u ( 1 9 8 0 )

G r i m a l d i a n o E s t r a t i f i c a ç ã o i n c l i n a d a p a r a o c o n t i n e n t e

S . J u l i ã o ( E r i c e i r a ) “ P l a c a s ” d e d u n a c o n s o l i d a d a p r e e n c h e m b a r r a n c o s e n t a l h a d o s n o a r e n i t o C r e t á c i c o ; s o b r e n í v e i s a r e n o s o s e i n d ú s t r i a s d o P a l e o l í t i c o s u p e r i o r . V e n t o s d e N .

G . O . B o l e o ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 5 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 ) S . D a v e a u ( 1 9 7 3 ) C . T e i x e i r a e F . G o n ç a l v e s ( 1 9 8 0 ) S . D a v e a u ( 1 9 8 0 ) A . M o n t e i r o M a r q u e s e M . R a m o s ( 1 9 8 3 )

Wϋ r m Wϋ r m G r i m a l d i a n o ( r e g r e s s ã o ) Wϋ r m

F r a g m e n t o s d e c o n c h a s . F r a g m e n t o s d e c o n c h a s . A r b e m c a l i b r a d a , g r ã o s R B a , 2 9 % C a C O 3 , 2 / 3 K e 1 / 3 I .

A s s a f o r a P r e e n c h e b a r r a n c o n a a r r i b a . A p o s i ç ã o e s t a t i g r á f i c a n ã o é c l a r a ; p a r e c e e s t a r s o b r e a s a r e i a s v e r m e l h a s c o m c l a s t o s d e q u a r t z o e c o b r i r a r e i a s r u i v a s ( 1 9 4 5 ) .

G . O . B o l e o ( 1 9 4 3 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 5 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 ) C . T e i x e i r a e F . G o n ç a l v e s ( 1 9 8 0 )

Wϋ r m Wϋ r m G r i m a l d i a n o ( r e g r e s s ã o )

A b a r r a n c a d a

Quadro I I – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Peniche e Assafora (Estremadura) (ver s ignif icado das abreviaturas junto ao Quadro XII I ) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 78: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

L O C A L I Z A Ç Ã O

V E N T O S G E R A D O R E S ( D O M I N A N T E S ) A U T O R E S ( D A T A ) I D A D E A T R I B U Í D A C A R A C T E R I Z A Ç Ã O

M a g o i t o ( A r e i a s G o r d a s ) A r r i b a e v e r t e n t e N n o v a l e d o r i o d a M a t a a t é 2 0 0 m a m o n t a n t e d a f o z . A s s e n t a e m n í v e l a r q u e o l ó g i c o c o m r e s t o s d e c o z i n h a q u e c o b r e a a r e i a a l a r a n j a d a ( o c r e ) . E s t a a r e i a o c r e , a m o n t a n t e d o C o v ã o d o B u f o , a s s e n t a n u m c o l u v i ã o g r o s s e i r o q u e c o n t ê m b l o c o s d e d u n a c o n s o l i d a d a . A d u n a c o n s o l i d a d a a n t i g a , j á d e s m a n t e l a d a t e r á c o b e r t o u m a e x t e n s ã o m a i o r d o q u e a m a i s r e c e n t e . E s t ã o p r e s e n t e s d u a s g e r a ç õ e s d e d u n a c o n s o l i d a d a . V e n t o s d o q u a d r a n t e N ( N W ) .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 2 ) G . O . B o l e o ( 1 9 4 3 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 5 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 ; 1 9 7 1 ) A . R i b e i r o e t a l ( 1 9 7 9 ) C . T e i x e i r a e F . G o n ç a l v e s ( 1 9 8 0 ) S . D a v e a u ( 1 9 8 0 ) S . D a v e a u e t a l ( 1 9 8 2 ) A . M o n t e i r o M a r q u e s e M . R a m o s ( 1 9 8 3 ) A . R a m o s P e r e i r a ( 1 9 8 3 )

G r i m a l d i a n o Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m f i n a l Wϋ r m Wϋ r m G r i m a l d i a n o ( r e g r e s s ã o ) Wϋ r m H o l o c é n i c o ( p ó s 9 5 8 0 ± 1 0 0 B P ) H o l o c é n i c o

Wϋ r m

B a l a n o s . E s t r a t i f i c a ç ã o i n c l i n a d a p a r a S S E . H e l i x s p . E s t r a t i f i c a ç ã o i n c l i n a d a p a r a o i n t e r i o r . E s t r a t i f i c a ç ã o i n c l i n a d a p a r a o i n t e r i o r . H e l i x s p . H e l i x s p E s t r a t i f i c a ç ã o r e g u l a r , i n c l i n a ç ã o 3 2 º p a r a S .

A r 5 5 - 7 8 % ; S a≤1 % ; C a C O 3 2 2 - 4 5 % ; g r â n u l o s C a C O 3 ; g r ã o s d e q u a r t z o p r e d o m i n a n t e s R B a . E s t r a t i f i c a ç ã o e n t r e c r u z a d a , l â m i n a s d e g r a n u l a r i d a d e v a r i a d a A r 6 2 - 6 3 % ; S a≤2 % ; C a C O 3 3 6 - 3 7 % ;

P r a i a d a A g u d a P r e e n c h e b a r r a n c o s u s p e n s o n a a r r i b a . V e n t o s d e N W .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) G . O . B o l e o ( 1 9 4 3 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 5 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 * , 1 9 7 1 ) C . T e i x e i r a e F . G o n ç a l v e s ( 1 9 8 0 )

G r i m a l d i a n o Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m G r i m a l d i a n o ( r e g r e s s ã o )

A b a r r a n c a d a . A b a r r a n c a d a . * E s t r a t i f i c a ç ã o i n c l i n a d a p a r a S E .

P r a i a d a M a ç ã s V e r t e n t e N d o v a l e d a R i b e i r a d e C o l a r e s . A s s e n t a n u m s i l t a l a r a n j a d o c o m c o n c h a s . C o l m a t a b a r r a n c o s p a r a o i n t e r i o r . E s t á c o b e r t a p o r a r e i a s d u n a r e s r e c e n t e s . V e n t o s d e N W .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) G . O . B o l e o ( 1 9 4 3 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 5 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 * , 1 9 7 1 ) C . T e i x e i r a e F . G o n ç a l v e s ( 1 9 8 0 )

G r i m a l d i a n o Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m G r i m a l d i a n o ( r e g r e s s ã o )

* E s t r a t i f i c a ç ã o i n c l i n a d a p a r a S E .

Quadro I I I – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Magoi to e Praia das Maçãs (Estremadura) (ver s igni f icado das

abreviaturas junto ao Quadro XII I ) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 79: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

L O C A L I Z A Ç Ã O

V E N T O S G E R A D O R E S ( D O M I N A N T E S ) A U T O R E S ( D A T A ) I D A D E A T R I B U Í D A C A R A C T E R I Z A Ç Ã O

O i t a v o s - M a t a d a M a r i n h a N a p l a t a f o r m a d e C a s c a i s , s o b r e o k a r s t d e s e n v o l v i d o n a s f o r m a ç õ e s C r e t á c i c a s , n a p r a i a “ t i r r e n i a n a ” o u u m p a l e o s s o l o . C o n s e r v a a f o r m a t í p i c a d e d u n a c o m d e c l i v e f r a c o n a f a c e e x p o s t a a o v e n t o e f o r t e n a v e r t e n t e a b r i g a d a . V e n t o s d e W . ( o b s e r v a ç õ e s r e c e n t e s m o s t r a m q u e a f o r m a n ã o e s t á c o n s e r v a d a e o s v e n t o s s e u s g e r a d o r e s s e r i a m d e N W ) .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) O . R i b e i r o ( 1 9 4 0 ) J . C . C o s t a ( 1 9 4 1 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 5 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 , 1 9 7 1 ) A . R i b e i r o e t a l ( 1 9 7 9 ) C . T e i x e i r a e F . G o n ç a l v e s ( 1 9 8 0 ) S . D a v e a u ( 1 9 8 0 ) M . M . R a m a l h o e t a l ( 1 9 8 1 ) A . M o n t e i r o M a r q u e s e M . R a m o s ( 1 9 8 3 )

G r i m a l d i a n o Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m

H e l i x s p . E s t r a t i f i c a ç ã o i n c l i n a d a p a r a S E . E s t r a t i f i c a ç ã o i n c l i n a d a . E s t r a t i f i c a ç ã o e n t r e c r u z a d a . H e l i x s p

F o z d a R i b e i r a d a s L a j e s – A m i e i r a “ A r e i a s d u n a r e s c o n s o l i d a d a s ” p r e e n c h e m c o r r e d o r c o m 5 0 m e n t r e u m c a b e ç o i s o l a d o e a a r r i b a . E s t ã o c o b e r t a s p o r a r e i a s a c a s t a n h a d a s c o m c a l h a u s .

S . D a v e a u e T . M i r a A z e v e d o ( 1 9 8 0 - 8 1 )

P r a i a d a s B i c a s – P e n e d o F o s s i l i z a a r r i b a . A v e r m e l h a d a , c o n s o l i d a d a a o n í v e l d o l e n ç o l f r e á t i c o . A s s e n t a m e m a r e i a s e s c u r a s n ã o c o n s o l i d a d a s q u e c o b r e m o M i o c é n i c o .

S . D a v e a u e T . M i r a A z e v e d o ( 1 9 8 0 - 8 1 ) E s t r a t i f i c a ç ã o e n t r e c r u z a d a .

F o r t e d a B a r a l h a A t a p e t a m p e q u e n a s g r u t a s m a r i n h a s .

H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 5 ) F r a g m e n t o s d e c o n c h a s . E s t r a t i f i c a ç ã o e n t r e c r u z a d a .

Quadro IV – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Oitavos e Forte da Baralha (Estremadura).

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 80: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

L O C A L I Z A Ç Ã O

V E N T O S G E R A D O R E S ( D O M I N A N T E S ) A U T O R E S ( D A T A ) I D A D E A T R I B U Í D A C A R A C T E R I Z A Ç Ã O

E n t r e S . T o r p e s e P o r t o C o v o F o s s i l i z a m a a r r i b a d e x i s t o o u c o b r e m a r e n i t o s a r g i l o s o s .

C . R o m a r i z e A . M . G a l o p i m d e C a r v a l h o ( 1 9 7 3 )

P r a i a d e M o r g a v e l ( S . T o r p e s ) D o i s c o n j u n t o s d i s t i n t o s , a t r i b u í d o s a t é 1 9 7 1 a d u a s g e r a ç õ e s d e d u n a s c o n s o l i d a d a s : a ) e s c o l h o s n a f a i x a e n t r e m a r é s e n a p r a i a s o b r e t u r f a ; b ) t o p o d a a r r i b a ( m a i s a n t i g a ) . A t u r f a c o n t é m E r i c a c e a , R h o d o d e n d r o n ( 6 5 % ) , P i n u s ( 7 % ) , B e t u la ( 2 0 % ) , U l m u s , C a s t a n e a , A l n u s e S a l i x ( 1 9 4 3 ) . E m 1 9 7 1 o s d o i s c o n j u n t o s f o r a m c o n s i d e r a d o s p e r t e n c e n t e s à m e s m a g e r a ç ã o e a t u r f a f o i d a t a d a d e u m i n t e r e s t á d i o d o Wϋ r m ( S c h r o d e r - L a n z , 1 9 6 9 ; 1 4 C - 3 9 4 9 0 ± 2 3 4 0 B P ) .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) J . C . C o s t a ( 1 9 4 1 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l , O . R i b e i r o e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 7 1 ) A . R i b e i r o e t a l ( 1 9 7 9 )

G r i m a l d i a n o R i s s e Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m

E s c u l p i d o e m l a p i á s . D e f o r m a ç ã o t e c t ó n i c a .

E n t r e a s R i b e i r a s d e M o r g a v e l e d a F o n t i n h a C o n s t i t u e m r e c i f e s p a r a l e l o s à c o s t a .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) J . C . C o s t a ( 1 9 4 1 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l , O . R i b e i r o e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 , 1 9 7 1 )

G r i m a l d i a n o Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m

E s c u l p i d o e m l a p i á s .

F o z d a R i b e i r a d a F o n t i n h a V i s í v e l n a b a i x a m a r , a s s e n t a n u m n í v e l d e t u r f a ( r i s s i a n a ? , 1 9 4 3 ) c o m P i n u s s y l v e s t r i s q u e c o b r e a p r a i a “ t i r r e n i a n a ” . E m 1 9 5 8 é p o s t a a d ú v i d a s e a t u r f a é c o b e r t a p e l a d u n a c o n s o l i d a d a o u s e e s t á p r e s e r v a d a n o s s e u s b u r a c o s c á r s i c o s .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l , O . R i b e i r o e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 )

G r i m a l d i a n o Wϋ r m ? Wϋ r m

C a r s i f i c a d a .

E n t r e a f o z d a R i b e i r a d a F o n t i n h a e P e d r a d a C a s c a N a a r r i b a s o b r e a r e i a s v e r m e l h a s c o n s o l i d a d a s e c o b e r t a p o r s i l t v e r m e l h a e d u n a a c t u a l .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 7 1 )

G r i m a l d i n o R i s s Wϋ r m

C a r s i f i c a d a .

Quadro V – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre S. Torpes a Pedra da Casca (Alentejo) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 81: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

L O C A L I Z A Ç Ã O V E N T O S G E R A D O R E S ( D O M I N A N T E S )

A U T O R E S ( D A T A ) I D A D E A T R I B U Í D A C A R A C T E R I Z A Ç Ã O

P r a i a d o B u r r i n h o – S a m o u q u e i r a T o p o d a a r r i b a d a P r a i a d e S a m o u q u e i r a o n d e c o b r e c a s c a l h e i r a d e p r a i a e u m a f o r m a ç ã o a r g i l o s a c o m f l o r a f r i a – S a l i x c y t h e r e a L . , u m a B e t u l a c e a e t a l v e z A l n u s g l u t i n o s a G a e r t n , P i n u s ( 4 0 % ) , B e t u l a ( 2 7 % ) , A l n u s ( 3 % ) , E r i c a c e a ( 1 2 % ) , R h o d o d e n d r o n ( 1 9 4 6 e 1 9 5 8 ) . U m n í v e l d a t a d o p o r 1 4 C , s o b a d u n a c o n s o l i d a d a f o r n e c e u u m a i d a d e 4 2 2 4 0 ( S c h r o e d e r - L a n z , 1 9 6 9 ) . E M C e r r o d a Á g u a , a o r i e n t e , a d u n a c o n s o l i d a d a p a s s a l a t e r a l m e n t e a u m c a l c á r i o c o m p a c t o c o m H e l i x n e m o r a l i s .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 6 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 7 1 )

G r i m a l d i n o R i s s W ϋ r m

C o n c h a s d e P u l m o n a d o s . H e l i x s p . H e l i x n e m o r a l i s .

F o r t e d o P o r t o C o v o A s s e n t a e m a r e i a s v e r m e l h a s e a m a r e l a s , s o b r e o s c a l h a u s s o l a d o s d a p r a i a t i r r e n i a n a . C o b e r t a p o r d u n a a c t u a l ( 1 9 4 3 ) . A s s e n t a e m “ a r e n i t o s a v e r m e l h a d o s a s s a z a r g i l o s o s c o m c a l h a u s a n g u l o s o s d i s p e r s o s p l i o - p l i s t o c é n i c o s ( ? ) . S ã o c a l c o - a r e n i t o s d e a c u m u l a ç ã o e ó l i c a b e m p a t e n t e ” ( 1 9 7 3 ) .

C . F r e i r e d e A n d r a d e ( 1 9 3 7 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) J . C . C o s t a ( 1 9 4 1 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l , O . R i b e i r o e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 6 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 , 1 9 7 1 * ) C . R o m a r i z e A . M . G a l o p i m d e C a r v a l h o ( 1 9 8 0 ) C . T e i x e i r a e F . G o n ç a l v e s ( 1 9 8 0 )

G r i m a l d i a n o G r i m a l d i a n o R i s s R i s s * W ϋ r m W ϋ r m W ϋ r m ( r e g r e s s ã o )

C i m e n t o c a l c á r i o . D e s m a n t e l a m e n t o p o r q u e d a d e b l o c o s . M o l u s c o s t e r r e s t r e s .

C a C O 3 7 9 % , d e t r i t o s t e r r í g e n o s 2 0 % , a r g i l a 1 % . A r b e m c a l i b r a d a , a s s i m e t r i a n u l a , d i m e n s ã o m e d i a n a 0 , 2 5 m m . G r ã o s d e q u a r t z o c o m e s f e r i c i d a d e e r o l a m e n t o e l e v a d o s , B a p o r p i c o t a d o e ó l i c o . A r g i l a : I , K , c l o r i t e v e s t i g i a l . L â m i n a d e l g a d a : o r g a n o c l a s t o s 3 8 % , m i n e r o c l a s t o s 1 7 % , l i t o c l a s t o s 3 % , c i m e n t o c a r b o n a t a d o 4 2 % . E v i d e n t e c a l c i t i z a ç ã o d i a g e n é t i c a d o s o r g a n o c l a s t o s c o m d e s t r u i ç ã o d a s e s t r u t u r a s . C o r t e j o d e m i n e r a i s p e s a d o s ; o n o r m a l n a s p r a i a s e a r e n i t o s p l i o - p l i s t o c é n i c o s e m i n e r a i s e x c l u s i v a m e n t e d o m a c i ç o d e S i n e s . E s t r a t i f i c a ç ã o e n t r e c r u z a d a e v i d e n t e , b a n c a d a s s u b -h o r i z o n t a i s e s p e s s a s .

I l h a d o P e s s e g u e i r o F a c e a o F o r t e d e P o r t o C o v o , p a r e c e e s t a r n o p r o l o n g a m e n t o d a s d u n a s i m e r s a s d e M o r g a v e l . F o i c o n s i d e r a d a c o m o p e r t e n c e n t e a u m a g e r a ç ã o d i f e r e n t e d a d o f o r t e e m 1 9 4 3 .

C . F r e i r e d e A n d r a d e ( 1 9 3 7 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) J . C . C o s t a ( 1 9 4 1 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l , O . R i b e i r o e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) M . F e i o ( 1 9 4 9 ; 1 9 5 1 * ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 , 1 9 7 1 * ) A . T e i x e i r a e t a l ( 1 9 7 9 ) C . T e i x e i r a e F . G o n ç a l v e s ( 1 9 8 0 )

G r i m a l d i a n o G r i m a l d i n o W ϋ r m W ϋ r m W ϋ r m * W ϋ r m W ϋ r m W ϋ r m

C i m e n t o c a l c á r i o . E s t r a t i f i c a ç ã o i n c l i n a d a p a r a o c o n t i n e n t e . * G a s t r ó p o d e s c o n t i n e n t a i s , c i m e n t a ç ã o p o r c a l c i t e d e o r g a n o c l a s t o s .

Quadro VI – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Praia do Burr inho – Samouqueira e I lha do Pessegueiro (Alentejo) (ver s ignif icado das abreviaturas junto ao Quadro XI I I ) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 82: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

L O C A L I Z A Ç Ã O V E N T O S G E R A D O R E S ( D O M I N A N T E S )

A U T O R E S ( D A T A ) I D A D E A T R I B U Í D A C A R A C T E R I Z A Ç Ã O

L e n d i s c a i s A d u n a c o n s o l i d a d a a t i n g e 5 0 m e a s s e n t a n o s x i s t o s c a r b ó n i c o s o u n o s a r e n i t o s a r g i l o s o s p l i o - p l i s t o c é n i c o s .

C . R o m a r i z e A . M . G a l o p i m d e C a r v a l h o ( 1 9 7 3 )

P r a i a d o M a l h ã o - A i v a d o s C o b r e a p l a n í c i e l i t o r a l j u n t o d o B a r r a n c o d o Q u e i m a d o , a s v e r t e n t e s d a R i b e i r a d e A i v a d o s , f o s s i l i z a a a r r i b a e m e r g u l h a n o m a r o n d e o r i g i n a e s c o l h o s . N a p l a n í c i e l i t o r a l f o r a m r e c o n h e c i d a s s e i s ( o u c i n c o ? ) c o r d õ e s d u n a r e s c o m o r i e n t a ç ã o g e r a l N E - S W ( o u N N E - S S W ) . A s s e n t a m s o b r e a r e i a s v e r m e l h a s e c a s c a l h e i r a s d e p r a i a ( d a s é r i e m a r i n h a t i r r e n i a n a ) e e s t ã o c o b e r t a s p o r t e r r a s v e r m e l h a s e a r e i a s d u n a r e s a c i n z e n t a d a s . E m A i v a d o s a t i n g e 2 0 m d e e s p e s s u r a .

C . F r e i r e d e A n d r a d e ( 1 9 3 7 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) J . C . C o s t a ( 1 9 4 1 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l , O . R i b e i r o e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 6 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 ; 1 9 7 1 ) C . T e i x e i r a e F . G o n ç a l v e s ( 1 9 8 0 )

G r i m a l d i a n o R i s s R i s s R i s s Wϋ r m G r i m a l d i a n o ( r e g r e s s ã o )

C i m e n t o c a l c á r i o . E s t r a t i f i c a ç ã o i n c l i n a d a p a r a o m a r I n c l i n a d a p a r a o m a r . A b a r r a n c a d a .

M e r g u l h a n o m a r . E n t a l h a d a p e l a R i b e i r a d e A i v a d o s . E n t a l h a d a p e l a R i b e i r a d e A i v a d o s .

P o r t o d a s B a r c a s ( C a n a l ) D u n a c o n s o l i d a d a e c r o s t a c a l c á r i a s o b r e a r e i a e c a l h a u s d e b a s e , c o b e r t a s p o r d u n a a c t u a l . E m 1 9 4 6 f o i c o n s i d e r a d a c o m o “ a r e i a s c o n s o l i d a d a s d e a s p e c t o d u n a r ” .

C . F r e i r e d e A n d r a d e ( 1 9 3 7 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ; 1 9 4 3 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 6 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 )

G r i m a l d i a n o

F o r t e d o C a l h a u D u n a c o n s o l i d a d a c o m c r o s t a c a l c á r i a s o b r e u m a c o m p l e x a s é r i e a r e n o s a q u e a s s e n t a n o s c a l h a u s d e b a s e d a p r a i a q u a t e r n á r i a . E s t á c o b e r t a p o r a r e i a c i n z e n t a e d u n a m ó v e l . E m 1 9 4 6 f o i d e s i g n a d a p o r a r e i a d u n a r c o n s o l i d a d a ( 1 , 3 m ) .

A . M e d e i r o s G o u v ê a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 3 7 ) H . B r e u i l , O . R i b e i r o e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 , 1 9 7 1 * )

* Wϋ r m

H e l i x s p . H e l i x s p .

Quadro VI I – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Lendiscais e Forte do Calhau (Alentejo) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 83: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

L O C A L I Z A Ç Ã O V E N T O S G E R A D O R E S ( D O M I N A N T E S )

A U T O R E S ( D A T A ) I D A D E A T R I B U Í D A C A R A C T E R I Z A Ç Ã O

V i l a N o v a d e M i l f o n t e s N a m a r g e m N d o R i o M i r a : a ) j u n t o à f o z , s o b r e u m c o n g l o m e r a d o d e c a l h a u s r o l a d o s e p a r e c e s u p o r t a r u m s e g u n d o n í v e l d e c a l h a u s r o l a d o s ; b ) n a p r a i a , f o s s i l i z a a a r r i b a ( 1 , 2 0 m ) e c o b r e a p r a i a d o G r i m a l d i a n o I I .

A . M e d e i r o s G o u v e i a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 3 7 ) C . F r e i r e d e A n d r a d e ( 1 9 3 7 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) J . C . C o s t a ( 1 9 4 1 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l , O . R i b e i r o e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 6 ) A . G u i l c h e r ( 1 9 5 7 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 , 1 9 7 1 ) A . R i b e i r o e t a l ( 1 9 7 9 ) C . T e i x e i r a e F . G o n ç a l v e s ( 1 9 8 0 )

G r i m a l d i a n o R i s s ? Wϋ r m ? Wϋ r m R i s s ? Wϋ r m f i n a l ? Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m

H e l i x s p . E s c u l p i d a e m l a p i á s , e m e r s o n a m a r é b a i x a . L y m n a e a p a l u s t r i s . C o m m a r m i t a s o c a s i o n a d a s p e l a a c ç ã o d a s v a g a s .

L a p i e z a d a c o m “ c r a q u e l u r e s ” d e v i d a s à d i s s o l u ç ã o o u à f i s s u r a ç ã o d e o r i g e m t e c t ó n i c a . E s c u l p i d a e m l a p i á s ( m a r m i t a s ) . M u i t o c a l c á r i o e c o m g r a n d e n ú m e r o d e g r ã o s d e q u a r t z o . C o r r o s ã o q u í m i c a e b i o q u í m i c a : p l a t e f o r m e à v a s q u e s . E s t r a t i f i c a ç ã o s e n s i v e l m e n t e h o r i z o n t a l .

N a p r a i a , é a t r a v e s s a d a p o r t u b o s v e r t i c a i s c o m 1 5 - 2 0 c m d e d i â m e t r o .

P e d r a d a A t a l a i a F o s s i l i z a a a r r i b a d e x i s t o e m e r g u l h a n o m a r . A s s e n t a e m a r e i a s v e r m e l h a s e a m a r e l a s , e s t a s s o b r e a r e i a s t u r f o s a s ( p a r a l e l i z a d a s c o m a s d e S . T o r p e s ) q u e c o b r e m “ o s c a l h a u s d e b a s e ” d a p r a i a l e v a n t a d a . E s t á c o b e r t a p o r s i l t s v e r m e l h o s , a r e i a c i n z e n t a e d u n a m ó v e l .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) J . C . C o s t a ( 1 9 4 1 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l , O . R i b e i r o e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 3 ) H . B r e u i l e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 6 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 , 1 9 7 1 )

G r i m a l d i a n o Wϋ r m Wϋ r m Wϋ r m

I n c l i n a d a p a r a o m a r . E s c u l p i d o e m l a p i á s . E s c u l p i d o e m l a p i á s . E s c u l p i d o e m l a p i á s .

A o s u l d a P e d r a d e D . R o d r i g o F o s s i l i z a a a r r i b a ( e m 2 m d e e s p e s s u r a ) , a s s e n t a n u m c o m p l e x o a r e n o s o e c a l h a u s d e p r a i a e e s t á c o b e r t a p o r a r e i a s v e r m e l h a s e d u n a m ó v e l .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 , 1 9 7 1 ) Wϋ r m

P e d r a d o s C o r v o s F o s s i l i z a a a r r i b a ( 5 - 5 m d e e s p e s s u r a ) . A s s e n t a n o s x i s t o s o u e m c a l h a u s d e p r a i a o u n u m c o m p l e x o a r e n o s o . E s t á c o b e r t a p o r d u n a m ó v e l .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 )

Quadro VI I I – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Vi la Nova de Mi l fontes e Pedra dos Corvos (Alentejo) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 84: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

L O C A L I Z A Ç Ã O V E N T O S G E R A D O R E S ( D O M I N A N T E S )

A U T O R E S ( D A T A ) I D A D E A T R I B U Í D A C A R A C T E R I Z A Ç Ã O

E n t r e C a b e ç a d a P e d r a e A r c o s N a p l a n í c i e l i t o r a l t e m m a i s d e 1 k m d e l a r g u r a . C o b r e a r e i a s b r a n c a s - a m a r e l a d a s e e s t á c o b e r t a p o r d u n a m o d e r n a .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 )

P r a i a d a Z a m b u j e i r a – P o n t a d a C a b e ç a G o r d a A a r r i b a ( 3 m d e e s p e s s u r a ) c o b r e a r e i a s f e l d s p á t i c a s c o m n í v e i s a l i ó t i c o s n a p a r t e s u p e r i o r , a s q u a i s a s s e n t a m e m “ c a l h a u s d e p r a i a d e b a s e ” . E s t á c o b e r t a p o r d u n a s a c t u a i s .

A . M e d e i r o s G o u v e i a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 3 7 b ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 * , 1 9 7 1 ) C . T e i x e i r a e F . G o n ç a l v e s ( 1 9 8 0 )

T i r r e n i a n o G r i m a l d i a n o Wϋ r m G r i m a l d i a n o ( r e g r e s s ã o )

M u i t o c o m p a c t a , s u p e r f í c i e c o r r o í d a e m l a p i á s , c i m e n t o f e r r u g i n o s o ( f á c i e s s i d e r o l í t i c a ) .

* H e l i x s p . S u p e r f í c i e l a p i e z a d a .

P o n t a d o P a l h e i r ã o F o s s i l i z a m a a r r i b a ( e s p e s s u r a 1 m a 1 0 m ) . A s s e n t a n u m c o m p l e x o a r e n o s o e c a l h a u s d e p r a i a e e s t á c o b e r t o p o r d u n a a c t u a l .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 , 1 9 7 1 ) Wϋ r m E s t r a t i f i c a ç ã o s e n s i v e l m e n t e h o r i z o n t a l . C o m t u b o s h o r i z o n t a i s e m f o r m a d e ó r g ã o .

A o s u l d a C a r r e i r a B r a v a O s c o r t e s s u g e r e m u m c o m p l e x o a r e n o s o c o m n í v e i s c o n s o l i d a d o s p o r v e z e s s e p a r a d o s p o r n í v e i s d e s o l o . O c o n j u n t o e s t á c o b e r t o p o r d u n a a c t u a l .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 ) C . T e i x e i r a e F . G o n ç a l v e s ( 1 9 8 0 )

G r i m a l d i a n o ( r e g r e s s ã o )

H e l i x s p .

F o z d a R i b e i r a d e O d e s s e i x e N a m a r g e m d i r e i t a c o l m a t a a p a r t e m o n t a n t e d e a l g u n s b a r r a n c o s q u e a c i d e n t a m a v e r t e n t e . E m p o s i ç ã o d e a b r i g o d o s v e n t o s o c e â n i c o s , a s s e n t a e m a r e i a a l a r a n j a d a p l i o c é n i c a o u q u a t e r n á r i a ( 1 9 5 8 ) .

A . M e d e i r o s G o u v e i a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 3 7 b ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 , 1 9 7 1 ) C . T e i x e i r a e F . G o n ç a l v e s ( 1 9 8 0 )

T i r r e n i a n o G r i m a l d i a n o Wϋ r m G r i m a l d i a n o ( r e g r e s s ã o )

P r a i a d e M o n t e C l é r i g o F o s s i l i z a a a r r i b a ( P o n t a d o P e n d u r a d o u r o ) e e l e v a - s e a 6 0 m ( E s p a r t a l ) , m e r g u l h a n o m a r n o e s t u á r i o d a R i b e i r a d e A l j e z u r . E s t á c o b e r t a p o r d u n a m ó v e l a c t u a l .

A . M e d e i r o s e G o u v e i a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 3 7 a ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) M . F e i o ( 1 9 4 9 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 , 1 9 7 1 )

T i r r e n i a n o G r i m a l d i n o Wϋ r m Wϋ r m

Quadro IX – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Cabeça da Pedra e Praia de Monte Clér igo (Alentejo e Algarve Ocidental) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 85: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

L O C A L I Z A Ç Ã O V E N T O S G E R A D O R E S ( D O M I N A N T E S )

A U T O R E S ( D A T A ) I D A D E A T R I B U Í D A C A R A C T E R I Z A Ç Ã O

E n t r e E s p a r t a l e A t a l a i a C o b r e a r e i a s g r o s s e i r a s f e l s p á t i c a s e c a l h a u s c i m e n t a d o s p o r h i d r ó x i d o d e f e r r o . E s t e r e t a l h o d e d u n a c o n s o l i d a d a e s t á c o b e r t o p o r d u n a a c t u a l .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 )

E n t r e a s P r a i a s d a B o r d e i r a e d e M i r o u ç o A p l i c a ç õ e s d e d u n a c o n s o l i d a d a o c u p a m a p a r t e i n f e r i o r d a s v e r t e n t e s d e q u a s e t o d o s o s v a l e s e n a b a s e d a a r r i b a .

M . F e i o ( 1 9 4 9 ) Wϋ r m

P r a i a d a B o r d e i r a a ) a o n o r t e d a p r a i a a s s e n t a n o s x i s t o s c a r b ó n i c o s e a r e n i t o s t r i á s s i c o s . b ) a o s u l , e m e r g e n a p r a i a o n d e o r i g i n a r e c i f e s ; a s s e n t a n o L i á s s i c o i n f e r i o r .

A . M e d e i r o s G o u v e i a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 3 7 a ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) M . F e i o ( 1 9 4 9 , 1 9 5 1 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 , 1 9 7 1 )

Wϋ r m f i n a l ( p ó s - i n t e r e s t á d i o Wϋ r m I I - I I I ) Wϋ r m

a ) b a n c o s i n c l i n a d o s p a r a s u l . b ) c o n j u n t o b r e c h ó i d e a t r a v e s s a d o p o r v e i o s d e c a l c i t e , m e r g u l h a f o r t e m e n t e p a r a s u l . A t a c a d a p e l o m a r . a ) e b ) d e f o r m a d a s t e c t o n i c a m e n t e . I n c l i n a p a r a a p r a i a .

P r a i a d o A m a d o N a e x t r e m i d a d e s u l d a p r a i a , a d u n a c o n s o l i d a d a c o b r e e c i m e n t a u m n í v e l d e c a l h a u s r o l a d o s d e p r a i a .

M . F e i o ( 1 9 4 9 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 )

Wϋ r m f i n a l

D o r n a s L a d o N : a d u n a c o n s o l i d a d a a s s e n t a d i r e c t a m e n t e n o x i s t o e e s t á c o b e r t a p o r a r g i l a d e c o r e s c u r a q u e c o n t é m c a l h a u s . L a d o s u l : a d u n a c o n s o l i d a d a m a i s d u r a p a r a o t o p o , a s s e n t a s o b r e n í v e i s e s s e n c i a l m e n t e a r g i l o s o s c o m a l g u n s c a l h a u s .

M . F e i o ( 1 9 4 9 , 1 9 5 1 ) Wϋ r m f i n a l

F u s e l h a ( M u r r a ç ã o ) F o s s i l i z a a a r r i b a d e x i s t o . A p r e s e n t a b a n c o s c o m c o n c r e ç õ e s t u b u l a r e s .

G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) M . F e i o ( 1 9 4 9 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 )

Wϋ r m f i n a l

Quadro X – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Espartal e Murração (Algarve Ocidental) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 86: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

L O C A L I Z A Ç Ã O V E N T O S G E R A D O R E S ( D O M I N A N T E S )

A U T O R E S ( D A T A ) I D A D E A T R I B U Í D A C A R A C T E R I Z A Ç Ã O

P r a i a d a C o r d a m a R e t a l h o d e d u n a c o n s o l i d a d a s o b r e d e p ó s i t o d e v e r t e n t e ( q u e a s s e n t a n o C a r b ó n i c o m a r i n h o ) e q u e d e s c e a t é a o n í v e l d a p r a i a a c t u a l .

R . R o c h a , G . M a n u p p e l l a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 7 9 )

H e l i x s p e R u m i n a d e c o l l a t a L i n n .

P r a i a d o C a s t e l e j o ( T o r r e d e A s p a ) a ) f o s s i l i z a v e r t e n t e n o r t e d o B a r r a n c o d e A . d e M a r i n h o . b ) d o t o p o d a a r r i b a a o e s t r ã o a c t u a l o n d e f o r m a r e c i f e s . N a a r r i b a a s s e n t a n u m d e p ó s i t o d e v e r t e n t e . N o i l h é u a s s e n t a n u m c o n g l o m e r a d o . V e n t o s d e S W ( 1 9 7 9 ) .

A . M e d e i r o s G o u v e i a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 3 7 a ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) M . - C . G o d a r d ( 1 9 6 7 ) R . R o c h a , G . M a n u p p e l l a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 7 9 )

T i r r e n i a n o G r i m a l d i a n o “ S o l t a n i a n o ”

C a C O 3 5 6 % . E s t r a t i f i c a ç ã o f o r t e m e n t e i n c l i n a d a . I m p r e g n a ç õ e s e c o n c r e ç õ e s c a l c á r i a s . C o r r o s ã o q u í m i c a e b i o q u í m i c a : p l a t e f o r m e à v a s q u e s . E s t r a t i f i c a ç ã o i n c l i n a d a . C o m i m p r e g n a ç õ e s e c o n c r e ç õ e s c a l c á r i a s

P o n t a R u i v a C o m 4 , 5 m d e e s p e s s u r a c o b r e u m a a r e i a e ó l i c a a c a s t a n h a d a n ã o c o n s o l i d a d a c o m c o n c r e ç õ e s c a l c á r i a s e m f o r m a d e r a í z e s q u e a s s e n t a n a s a r g i l a s v e r m e l h a s d o T r i á s s i c o . A d u n a c o n s o l i d a d a e s t á c o b e r t a p o r d u n a m o d e r n a e c a s c a l h e i r a d e v e r t e n t e . E m 1 9 5 8 f o i c o n s i d e r a d a u m a v e r d a d e i r a d u n a c o n s o l i d a d a c o m “ t u b u l u r a s ” c a l c á r i a s .

P . C h o f f a t ( 1 9 0 7 ) R . R o c h a , G . M a n u p p e l l a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 7 9 )

H e l i x a p i c i n a L a m , H e l i x l a c t e a M u l l , R u m i n a d e c o l l a t a L i n n . A l g u n s s e i x o s d i s p e r s o s

P o n t a d o T e l h e i r o a ) c o b r e a s é r i e m a r i n h a d o S i c i l i a n o I I ( 5 0 - 6 0 m ) . b ) p r e e n c h e o B a r r a n c o d a s Q u e b r a d a s e a s s e n t a n a s m a r g a s d o T r i á s s i c o e L i á s s i c o i n f e r i o r . A t i n g e 2 0 m d e e s p e s s u r a .

A . M e d e i r o s G o u v e i a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 3 7 a ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 * , 1 9 5 8 Δ ) R . R o c h a , G . M a n u p p e l l a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 7 9 )

T i r r e n i a n o * G r i m a l d i a n o

M e r g u l h a n o m a r . ΔP o s s u i c r o s t a s c a l c á r i a s , c l a s t o s d e x i s t o e g r a n d e s o s t r a s .

B a í a d e A r m a ç ã o N o v a A d u n a c o n s o l i d a d a f o s s i l i z a a a r r i b a n o r t e .

A . M e d e i r o s G o u v e i a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 3 7 a ) J . C . C o s t a ( 1 9 4 1 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 ) M . - C . G o d a r d ( 1 9 6 7 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 7 1 ) R . R o c h a , G . M a n u p p e l l a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 7 9 )

T i r r e n i a n o Wϋ r m Wϋ r m

Quadro XI – E lementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre Praia de Cordama e Baía de Armação Nova (Algarve

Ocidental) (ver s ignif icado das abreviaturas junto ao Quadro XI I I ) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 87: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

L O C A L I Z A Ç Ã O V E N T O S G E R A D O R E S ( D O M I N A N T E S )

A U T O R E S ( D A T A ) I D A D E A T R I B U Í D A C A R A C T E R I Z A Ç Ã O

“ P l a t a f o r m a ” d o C a b o S . V i c e n t e R e t a l h o s d e d u n a c o n s o l i d a d a c o b r e m o k a r s t d e s e n v o l v i d o n a s f o r m a ç õ e s j u r á s s i c a s o u a r e i a s v e r m e l h a s i n i c i a l m e n t e c o n s i d e r a d a s d o P l i o c é n i c o s u p e r i o r e m a i s r e c e n t e m e n t e q u a t e r n á r i a s . E s t ã o c o b e r t a s p o r “ l i m o n r o u g e ” c o m p e q u e n o s s e i x o s d e q u a r t z o .

J . B o u r c a r t ( 1 9 3 5 , 1 9 3 6 a e b ) A . M e d e i r o s G o u v e i a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 3 7 a ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) J . C . C o s t a ( 1 9 4 1 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 7 1 ) A . R i b e i r o e t a l ( 1 9 7 9 )

C h e l e e n s e T i r r e n i a n o G r i m a l d i a n o Wϋ r m Wϋ r m

P r a i n h a d a s P o ç a s ( B a í a d e S a g r e s ) F o s s i l i z a a a r r i b a . E m p o s i ç ã o a b r i g a d a d o s v e n t o s d e N W ; a a r e i a t e r á e s c o r r i d o p r o v a v e l m e n t e d o t o p o d a a r r i b a ( 1 9 4 0 ) .

A . M e d e i r o s G o u v e i a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 3 7 a ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 4 0 ) J . C . C o s t a ( 1 9 4 1 ) M . - C . G o d a r d ( 1 9 6 7 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 7 1 ) R . R o c h a , G . M a n u p p e l l a e G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 7 9 )

T i r r e n i a n o G r i m a l d i a n o

A r e i a q u a r t e z o s a . F r a g m e n t o s d e c o n c h a s m a r i n h a s e H e l i x i n t e i r a s . S u p e r f í c i e i n c l i n a d a 3 5 º c o r r o í d a e m l a p i á s . C o m P u l m o n a d o s . C o n t é m f r a g m e n t o s d e c o n c h a s m a r i n h a s , c a r a c ó i s e b l o c o s d e s a b a d o s d a e s c a r p a .

A o r i e n t e d a B a í a d e S a g r e s A e x i s t i r e m e s t a r ã o i m e r s a s o u f o r a m j á d e s m a n t e l a d a s , d i s s o é t e s t e m u n h o o s b l o c o s d e d u n a e p r a i a c o n s o l i d a d a a r r a s t a d o s p e l a s r e d e s d e p e s c a .

A r m a ç ã o d e P ê r a ( E ) d u n a c o n s o l i d a d a c o m 4 4 % d e C a C O 3 ( n ã o s e c o n h e c e a l o c a l i z a ç ã o e x a c t a ) ( M . - C . G o d a r d ) . C a c e l a “ d u n a s c o n s o l i d a d a s m u i t o r e c e n t e s ( ? ) e s t ã o j á c o m p l e t a m e n t e a r r a s a d a s p e l o r e c u o d a l i n h a d e c o s t a ” ( J . B o u r c a r t ) .

J . B o u r c a r t ( 1 9 3 5 ) J . C . C o s t a ( 1 9 4 1 ) G . Z b y s z e w s k i ( 1 9 5 8 ) M . - C . G o d a r d ( 1 9 6 7 ) J . R . V a n n e y e D . M o u g e n o t ( 1 9 8 1 )

Quadro XI I – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas entre a Plataforma do Cabo de S. Vicente e Cacela (Algarve, costa mer id ional) .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////

Page 88: DUNAS CONSOLIDADAS EM PORTUGAL CARDUNE - CEG · caracterização das dunas consolidadas (3. Caracterização; 4. Idades propostas). Neste capítulo referem-se várias dunas consolidadas,

Ana Ramos Pe re i r a , Eu lá l i a Bo rges Co r re i a (1985 ) – Dunas c ons o l i dadas em Po r tuga l . Aná l i s e da b ib l i og ra f i a e a l gumas re f l ex ões . L i nha de Acç ão de Geog ra f i a F í s i c a , Re la tó r i o n º . 22 , Cen t ro de Es tudos Geog rá f i c os , I .N . I .C . , L i s boa , 68p .

L O C A L I Z A Ç Ã O V E N T O S G E R A D O R E S ( D O M I N A N T E S )

A U T O R E S ( D A T A ) I D A D E A T R I B U Í D A C A R A C T E R I Z A Ç Ã O

P o r t o S a n t o F o r m a ç ã o e o l i a n í t i c a : “ a r e i a s c a l c á r i a s e s b r a n q u i ç a d a s c o m n í v e i s d e “ s o l o ” d e c o r a c a s t a n h a d a i n t e r e s t r a t i f i c a d o s . C o b r e m c e r c a d e 1 / 3 d a s u p e r f í c i e t o t a l d a i l h a ” . É p o s t e r i o r a o s n í v e i s d a p r a i a l e v a n t a d a c o m f a u n a q u a t e r n á r i a . F o s s i l i z a u m a a n t i g a s u p e r f í c i e t o p o g r á f i c a q u e n a p a r t e c e n t r a l d a i l h a p r o l o n g a r - s e - i a p a r a n o r t e d a a c t u a l l i n h a d e c o s t a . V e n t o s d o q u a d r a n t e N .

G . H a r t u n g ( 1 8 6 4 ) ( 1 ) A . R e i s M o u r a ( 1 9 6 1 ) ( 1 ) A . F e r r e i r a S o a r e s ( 1 9 7 3 )

P l i o - P l i s t o c é n i c o d o M i o c é n i c o à a c t u a l i d a d e Q u a t e r n á r i o

A r 7 2 , 8 - 9 9 , 8 % ; S a 0 , 1 - 1 8 , 7 % ; A r g i l a 0 , 1 - 1 1 , 4 % . A r : h e t e r o m e t r i a r e l a c i o n a c o m a r u g o s i d a d e t o p o g r á f i c a . 6 7 % d a s a m o s t r a s r e v e l a m p o p u l a ç õ e s m o d e r a d a m n e t e c a l i b r a d a s ; 6 5 % a s s i m e t r i a p o s i t i v a ; 6 0 % s ã o l e p t o c ú r t i c a s . G r ã o s r e d o n d o s e s u b r e d o n d o s c o m e s f e r i c i d a d e b a i x a . M a i s d e 7 5 % d e o r g a n o c l a s t o s : M o l u s c u s , a l g a s c a l c á r i a s , F o r a m i n í f e r o s , R a d í o l o a s , B r i o z o á r i o s . A p r e s e n t a c r i s t a i s p r e d o m i n a n t e m e n t e d e a u g i t e . A f r a c ç ã o c a r b o n a t a d a é c o n s t i t u í d a p o r a r a g o n i t e , c a l c i t e m a g n e s i a n a e n ã o m a g n e s i a n a . S u p e r f í c i e s i n t e r f e i x e s p o u c o i n c l i n a d a s ( < 1 0 º ) p o d e n d o n o e n t a n t o a t i n g i r 2 0 - 2 5 º . L â m i n a s p l a n a s e l e v e m e n t e c ô n c a v a s . E s t á e n t a l h a d a p e l o s c u r s o s d e á g u a .

P o n t a d e S . L o u r e n ç o ( M a d e i r a ) A r e n i t o s c a l c á r i o s c u j a s a r e i a s t r a n s p o r t a d a s p e l o v e n t o p r o v ê m d e u m “ t e r r a ç o m a r i n h o ” a 7 0 - 1 0 0 m e a s s e n t a m e m m a t e r i a i s v u l c â n i c o s q u e f o s s i l i z a m r e c i f e s d e c o r a l M i o c é n i c o . V e n t o s d e N .

G . H a r t u n g ( 1 8 6 4 ) ( 2 ) C u s t ó d i o d e M o r a i s ( 1 9 4 8 ) ( 2 )

G . W . G r a b h a m ( 1 9 4 8 )

P ó s H e l v e c i a n o - T o r t o n i a n o

O s m o l d e s d e t r o n c o s e r a í z e s c o n t ê m r e s t o s d e c o n c h a s c o n t i d a s n a a r e i a , F o r a m i n í f e r o s e a l g a s c a l c á r i a s . C o n c h a s t r i t u r a d a s e c a r a c ó i s t e r r e s t r e s . C o n t é m “ b r a n q u e i r o s ” : t r o n c o s e r a í z e s d e á r v o r e s c a l c i f i c a d a s .

Quadro XI I I – Elementos recolhidos acerca das dunas consol idadas no arquipélago da Madeira. ( 1 ) c i tados em A. Fer re i ra Soares (1973) . ( 2 ) c i tados em G. W. Grabham (1948) . Abrev ia tu ras : Ar = f racção a renosa; Sa = f racção s i l to -arg i losa ; CaCO 3 = f racção carbonatada; RBa = grãos de are ia ro lados baços ; K = cau l i te ; I = i l i t e .

CARDUNE

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////CARDUNE///////