drenagem superficial e profunda

7
DRENAGEM SUPERFICIAL A drenagem superficial de uma rodovia tem como objetivo interceptar e captar, conduzindo ao deságue seguro, as águas provenientes de suas áreas adjacentes e aquelas que se precipitam sobre o corpo estradasl, resguardando sua segurança e estabilidade. DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL 1. Valetas de proteção de corte Têm como objetivo interceptar as águas que escoam pelo terreno natural a montante, impedindo-as de atingir o talude de corte; Deverão ser localizadas aproximadamente paralelas às cristas dos cortes, a uma distância entre 2,0 e 3,0 m; O material resultante da escavação deve ser colocado entre a valeta e a crista do corte e apiloado manualmente; As valetas de forma trapezoidal são mais recomendáveis por apresentarem maior eficiência hidráulica; É recomendável que as valetas sejam revestidas com concreto ou alvenaria de pedra. Em solos permeável o revestimento da valeta é obrigatório. Valeta de proteção de corte 2. Valetas de proteção de aterro Têm como objetivo interceptar as águas que escoam pelo terreno a montante, impedindo-as de atingir o pé do talude de aterro; Deverão estar localizadas aproximadamente paralelas ao pé do talude de aterro, a uma distância entre 2,0 e 3,0 m; O material resultante da escavação deve ser colocado entre a valeta e o pé do talude de aterro, apiloado manualmente com o objetivo de suavizar a interseção das superfícies do talude e do terreno natural.

Upload: danilo-oliveira

Post on 23-Oct-2015

37 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

DRENAGEM SUPERFICIAL

A drenagem superficial de uma rodovia tem como objetivo interceptar e captar, conduzindo ao deságue seguro, as águas provenientes de suas áreas adjacentes e aquelas que se precipitam sobre o corpo estradasl, resguardando sua segurança e estabilidade.

DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL

1. Valetas de proteção de corte

Têm como objetivo interceptar as águas que escoam pelo terreno natural a montante, impedindo-as de atingir o talude de corte;

Deverão ser localizadas aproximadamente paralelas às cristas dos cortes, a uma distância entre 2,0 e 3,0m;

O material resultante da escavação deve ser colocado entre a valeta e a crista do corte e apiloado manualmente;

As valetas de forma trapezoidal são mais recomendáveis por apresentarem maior eficiência hidráulica;

É recomendável que as valetas sejam revestidas com concreto ou alvenaria de pedra. Em solos permeável o revestimento da valeta é obrigatório.

Valeta de proteção de corte

2. Valetas de proteção de aterro

Têm como objetivo interceptar as águas que escoam pelo terreno a montante, impedindo-as de atingir o pé do talude de aterro;

Deverão estar localizadas aproximadamente paralelas ao pé do talude de aterro, a uma distância entre 2,0 e 3,0m;

O material resultante da escavação deve ser colocado entre a valeta e o pé do talude de aterro, apiloado manualmente com o objetivo de suavizar a interseção das superfícies do talude e do terreno natural.

Valeta de proteção de aterro3. Sarjetas de corte

Têm como objetivo captar as águas que se precipitam sobre a plataforma e taludes de corte e conduzi-las, longitudinalmente à rodovia, até o ponto de transição entre o corte e o aterro, de forma a permitir a saída lateral para o terreno natural ou para a valeta de aterro, ou então, para a caixa coletora de um bueiro de greide;

Sarjetas de seção triângular é um tipo bem aceito, pois além de apresentar uma razoável capacidade de vazão, reduz os riscos de acidentes. Deve-se ter uma delividade de 25% ou 1 :4. Quando, para o valor máximo de L1=2,00m, a seção da vazão ainda for insuficiente, deverá então ser adotada seção do tipo trapeziodal ou retangular;

Sarjeta triangular

Sarjetas de seção trapezoidal ou retangular devem ser dotadas de uma barreira tipo meio fio ou ser capeadas descontinuamente, para evitar acidentes. Em ambos os casos, as aberturas devem ser calculadas em espaçamento conveniente de modo a permitir a entrada d’água proveniente da pista;

Sarjeta trapezoidal Sarjeta trapezoidal com capa

Sarjeta retangular

Sarjetas de corte sem revestimento devem ser evitadas. Para sarjetas de seção triângular, a espessura mínima do revestimento deve ser de 0,08m e para sarjetas de seção trapezoidal ou retangular, a espessura mínima do revestimento deve ser de 0,10m.

4. Sarjetas de aterro

Têm como objetivo captar águas precipitadas sobre a plataforma, de modo a impedir que provoquem erosões na borda do acostamento e/ou no talude do aterro, conduzindo-as ao local de deságue seguro.

Meio-fio simples e acostamento Meio-fio-sarjeta conjugados

5. Valetas do canteiro central

Têm como objetivo captar as águas provenientes das pistas e do próprio canteiro central e conduzi-las longitudinalmente até serem captadas por caixas coletoras de bueiros de greide.

Valeta do canteiro central

6. Descidas d’água

Têm como objetivo conduzir as águas captadaspor outros dispositivos de drenagem, pelos taludes de corte e aterro;

Nos cortes, as descidas d’água conduzem as águas das valetas para as sarjetas de corte;

Nos aterros, as descidas d’água conduzem as águas das sarjetas de aterro para o terreno natural;

As descidas d’água podem ser do tipo rápido ou em degraus. A escolha entre um e outro tipo será função da velocidade limite do escoamento para que não provoque erosão.

7. Saídas d’água

São dipositivos destinados a conduzir as águas coletadas pelas sarjetas de aterro lançando-as nas descidas d’água. Ou seja, são dispositivos de transição entre as sarjetas de aterro e as descidas d’água.

Descida d’água Saída d’água

8. Caixas coletoras

Têm como objetivos principais: coletar as águas provenientes das sarjetas e que se destinam aos bueiros de greide; permitir a inspeção dos condutos que por elas passam e possibilitar mudanças de dimensão, declividade e direção de bueiros;

As caixas coletoras, quanto à sua função, podem ser: caixas coletoras, caixas de inspeção ou caixas de passagem e, quanto ao fechamento, podem ser com tampa ou abertas.

9. Bueiros de greide

São dispositivos destinados a conduzir para locais de deságue seguro as águas captadas pelas caixas coletoras.

Caixa coletora Bueiro de greide

10. Dissipadores de energia

São dispositivos destinados a dissipar a energia do fluxo d’água, reduzindo consequentemente sua velocidade, quer no escoamento através do dispositivo de drenagem, quer no deságue para o terreno natural.

DRENAGEM PROFUNDA

De modo a preservar os elementos das rodovias, é necessário manter o lençol freático a profundidades de 1,50a 2,00m do subleito das mesmas, dependendo do tipo de solo da área considerada.

DISPOSITIVOS DE DRENAGEM PROFUNDA

1. Drenos profundos

Têm como objetivo principal interceptar o fluxo da água subterrânea através do rebaixamento do lençol freático, impedindo-o de atingir o subleito;

Devem ser instalados nos trechos em corte, nos terrenos planos que apresentem lençol freático próximo do subleito e em áreas eventualmente saturadas próximas ao pé do talude;

Os materiais empregados nos drenos profundos diferenciam-se de acordo com suas funções, a saber: materiais filtrantes (areia, agregados britados, geotextil); materiais drenantes (britas, cascalhos grosso lavado) e materiais condutores (tubos de concreto, cerâmicos, de fibro-cimento, de materiais plásticos e metálicos).

Seções de drenos profundos

2. Drenos em espinhas de peixe

São drenos destinados à drenagem de grandes áreas, normalmente usados em série, em sentido oblíquo ao eixo longitudinal da rodovia ou área a drenar.

Drenos em espinha de peixe

3. Colchão drenante

O objetivo das camadas drenantes é drenar as águas, situadas a pequena profundidade do corpo estradal, em que o volume não possa ser drenado pelos drenos espinha de peixe;

São usadas: nos cortes de rocha; nos cortes em que o lençol freático estiver próximo do greide da terraplenagem; na base dos aterros onde houver água livre próximo ao terreno natural e nos aterros constituídos sobre terrenos impermeáveis;

A remoção das águas coletadas pelos colchões drenantes deverá ser feita por drenos longitudinais.

4. Drenos sub-horizontais

Os drenos sub-horizontais são aplicados para a prevenção e correção de escorregamentos nos quais a causa determinante da instabilidade é a elevação do lençol freático ou do nível piezométrico de lençóis confinados;

São constituídos por tubos providos de ranhuras ou orifícios na sua parte superior, introduzidos em perfurações executadas na parede do talude, com inclinaçãopróxima à horizontal. Estes tubos drenam a água do lençol, aliviando as poro-pressões.

5. Drenos verticais

Têm como objetico acelerar o processo de adensamento quando da construção de aterros sobre solos moles;

Os drenos verticais consistem na execução de furos verticais penetrando na camada de solo compressível, nos quais são instalados cilindros com material granular (areia).