dpp - juizados especiais criminais
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Lei 9.099/95
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
Agilização
Economia de recursos públicos
Racionalização
Desburocratização
Combate mais eficaz aos crimes de maior
ofensividade
Ruptura com o modelo hard control (Lei dos
Crimes Hediondos)
Paradigma “consensual” de Justiça Criminal
Difere do plea bargaining (amplo acordo),
mas flexibiliza o princípio da
obrigatoriedade
Os males da estigmatização
Privilegia a reparação dos danos à vítima
Diferente de “descriminalização”
Quatro medidas despenalizadoras:
1) Nos crimes de ação privada ou pública
condicionada, a composição civil acarreta a
extinção da punibilidade
2) Transação penal: aplicação imediata de pena
alternativa;
3) Lesões corporais passam a depender de
representação
4) Suspensão condicional do processo
Artigos 2º e 62 da Lei 9099/95
Oralidade
Simplicidade
Informalidade
Economia processual
Celeridade
Buscará, sempre que possível, a reparação dos danos e a aplicação de pena não privativa de liberdade
Concentração (atos não podem se esvair no
tempo)
Imediacão: contato direto entre o juiz, as
partes e os demais integrantes do processo
Identidade física do juiz
Inquérito é substituído por termo
circunstanciado
Só são feitos os registros dos atos essenciais
Fase preliminar é oral (representação)
Denúncia oral
Sistema de nulidades
Dispensa-se o relatório na sentença
Não se exige exame de corpo de delito para
o oferecimento da denúncia
Economia: abrange todos os outros critérios
Celeridade: resultado da economia
Celeridade: “nenhum ato será adiado” (art.
80)
Tendência de “valorização” da vítima
A lei estimula a presença do ofendido na
audiência preliminar
Ampliação das hipóteses de representação
Responsável civil: aumenta as chances de
ressarcimento
Tendência da moderna criminologia
Acordo do Ministério Público com a vítima
cinge-se às penas de multa ou restritivas de
direitos
Multa não pode ser convertida
Art. 61. Consideram-se infrações penais de
menor potencial ofensivo, para os efeitos
desta Lei,
As contravenções penais
E os crimes a que a lei comine pena máxima
não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou
não com multa. (Redação dada pela Lei nº
11.313, de 2006)
Concurso de crimes: a soma das penas não
pode ultrapassar o limite legal
Causas de diminuição: devem ser levada em
conta no cálculo
Circunstâncias judiciais e agravantes:
não são levadas em conta
Crime qualificado: pena máxima levando em
conta a qualificadora
Parágrafo único. Na reunião de processos,
perante o juízo comum ou o tribunal do júri,
decorrentes da aplicação das regras de conexão
e continência, observar-se-ão os institutos da
transação penal e da composição dos danos civis.
(Incluído pela Lei nº 11.313, de 2006)
Antes da alteração, havia separação de
processos.
Art. 63. A competência do Juizado será
determinada pelo lugar em que foi praticada a
infração penal
Difere do critério estabelecido pelo artigo 70 do
CPP: competência fixada, em regra, pelo local
em que se CONSUMOU a infração (teoria do
resultado)
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido
por juízes togados ou togados e leigos...
Juízes leigos: já atuam no Júri
Atribuições: não muito bem discriminadas
Devem ser fixadas em normas de organização
judiciária
Atuação restrita à fase conciliatória (princípio
da investidura)
Publicidade: art. 64
Horário:
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e
poderão realizar-se em horário noturno e em
qualquer dia da semana, conforme dispuserem
as normas de organização judiciária.
Fruto da informalidade e celeridade
Fase preliminar
Fato (infração
de menor
potencial
ofensivo)
Lavratura de
termo
circunstanciado
Comparecimento
das partes Composição dos
danos civis
Transação penal Procedimento
sumaríssimo
Dispensa de inquérito policial
Quem lavrará o termo circunstanciado?
Art. 60: autoridade policial
STF: Polícia Militar (HC 7199/PR)
E se as partes comparecem diretamente
ao Juizado Especial?
Secretaria do juizado
O que deve conter?
Narrativa do fato e circunstâncias
Indicação do autor do fato e vítima
Qualificação das testemunhas
Compromisso de comparecimento
Requisição de perícias
Pode o MP requisitar diligências?
E se o termo circunstanciado for
obscuro?
Autoridade encaminha autor do fato imediatamente ao Juizado
Ou colhe o compromisso de comparecer
Neste caso, não há flagrante nem fiança
Violência doméstica (art. 70, par. único, parte final)
Se não for possível a audiência imediatamente, será designada data próxima
Se um dos envolvidos (ou nenhum deles) comparece, intimação (art. 71)
Finalidade: conciliação do autor do fato
com o MP (transação) e com a vítima
(composição dos danos)
Participação obrigatória dos advogados (art.
72)
Pode ser conduzida por conciliador (art. 73)
Os conciliadores são auxiliares da Justiça,
recrutados, na forma da lei local,
preferentemente entre bacharéis em
Direito, excluídos os que exerçam funções
na administração da Justiça Criminal.
E se o autor do fato não comparece?
Pode ser conduzido coercitivamente?
E se a vítima não comparecer?
Se não foi intimada, deve ser
Se justificou, recomenda-se o adiamento
Se foi intimada e não compareceu, não
pode ser forçada a se conciliar
Composição civil será reduzida a escrito
e homologada pelo juiz
Tem eficácia de título executivo
Pode ser parcial (p. ex., só danos
materiais, excluindo os danos morais)
Quais são os efeitos da composição civil?
Se a ação penal for pública condicionada
ou privada
Composição dos danos acarreta
RENÚNCIA ao direito de queixa ou
representação (extinção da punibilidade)
Ação pública condicionada: se não
houver acordo, REPRESENTAÇÃO ORAL
Ou no prazo decadencial
Proposta do MP se aplicação de pena não privativa de liberdade (restritiva de direito ou multa)
Cabe na ação privada?
Não há previsão legal. Portanto:
A) Ou há composição civil e extinção da punibilidade
B) Ou não há e o ofendido deve entrar com a queixa
Há quem entenda que cabe, por analogia
E se o caso for de arquivamento?
Se não houver viabilidade da persecutio
criminis, MP pode pedir arquivamento
Se o fato for complexo e de difícil
elucidação: juízo comum (art. 77,
parágrafo 2º)
Mitigação do princípio da obrigatoriedade
Proposta pode ser feita pelo advogado?
Poder ou poder-dever do MP?
Se estiverem presentes os requisitos
legais, o MP pode ou deve formular a
proposta?
E se o MP se recusa a propor? O que o
juiz pode fazer?
Juiz não pode propor transação de ofício
Jurisdição sem provocação; não pode
haver “acordo” sem concordância de
uma das partes.
Solução: art. 28 do CPP
Súmula 696 do STF
O que pode ser objeto de transação?
Natureza da pena (multa ou restritiva de
direitos)
Valor da multa
Forma de cumprimento
Pena restritiva de direitos: quais as
modalidades?
Pode haver “prestação social
alternativa”?
Especificação deve ser clara e precisa
Multa: pode ser reduzida até metade
Aceitação: é prerrogativa do acusado,
que pode optar pelo processo
Conflito entre acusado e advogado:
prevalece a vontade do primeiro
Pode o ofendido interferir ou impugnar?
A transação está sujeita à fiscalização
judicial
Se o juiz acolhe, aplica a pena proposta pelo
MP e aceita pelo autor do fato.
Não gera reincidência (apenas impede novo
benefício no prazo de 5 anos).
Não tem efeitos civis (interessado deve
propor ação no cível)
Qual a natureza jurídica da sentença?
Não é absolutória porque não absolveu.
Não é condenatória porque não houve
processo
Homologatória da transação.
Da sentença que homologa a transação cabe
apelação.
Apelação: vício de vontade, aplicação de
pena diversa da aceita pela parte, ausência
de defensor)
E se o juiz NÃO HOMOLOGA a transação?
Manda aplicar o art. 77 da Lei
Cabe mandado de segurança e HC (ou
correição parcial)
A) Condenação pela prática de crime, a pena
privativa de liberdade, por sentença
definitiva
B) Anterior benefício, no prazo de cinco
anos.
C) Circunstâncias judiciais
Basta uma destas circunstâncias para impedir
a proposta de transação penal.
Se cumpre, EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.
E se não cumpre?
A) Ministério Público promove ação penal;
B) Executa a transacão penal;
C) Pena restritiva de direitos se converte em
privativa de liberdade.