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Competência por conexão e continência Conexão: vínculo entre dois ou mais fatos, indicando a sua reunião no mesmo processo, a fim de que sejam julgados pelo mesmo juiz. Continência: uma demanda está contida em outra (um só fato). Devem ser julgadas pelo mesmo juiz.

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Conexão continência

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Competência por conexão e continência

• Conexão: vínculo entre dois ou mais fatos, indicando a suareunião no mesmo processo, a fim de que sejam julgados pelomesmo juiz.

• Continência: uma demanda está contida em outra (um sófato). Devem ser julgadas pelo mesmo juiz.

Efeito da conexão e continência

• Reunião de processos (“simultaneus processus”).

• Objetivos:

a) Economia processual

b) Efetividade jurisdicional (evitar decisõesconflitantes)

Conexão e continência: hipóteses de “prorrogação da competência”

• Prorrogação da competência: possibilidadede substituição de um juiz por outro.

Conexão: espécies1) Intersubjetiva (por simultaneidade, por concurso

e por reciprocidade)

• Intersubjetiva por simultaneidade (art. 76, I, primeira parte): autoria colateral.

• Intersubjetiva por concurso (art. 76, I, segundaparte): duas ou mais infrações são praticadas porpessoas em concurso (há o liame subjetivo)

Conexão: espécies• Intersubjetiva por reciprocidade (art. 76, I, parte final): várias

pessoas, uma contra as outras.

2) Objetiva, lógica ou material: uma infração facilita a execuçãode outra (teleológica) ou serve para ocultar ou garantir a impunidade ou a vantagem de outra (consequencial)

Conexão: espécies

3) Instrumental ou probatória: a prova de um delito influi na prova de outra. Ex: roubo emSão Paulo e receptação em Campinas.

Continência: hipóteses

• Duas ou mais pessoas acusadas pela mesmainfração (77, I)

• Concurso formal (77, II)

Foro prevalente (art. 78)• Júri e outro órgão: prevalece o Júri

• Infração mais grave

• Igual gravidade: maior número de infrações

• Se não houver diferença: prevenção

• Categorias diferentes: mais graduada

• Comum e Especial: prevalece a especial, salvo quando a competência comum for fixada pela CF (ex: Júri e crime eleitoral – há separação)

Foro prevalente• Federal e Estadual: duas posições

a) Frederico Marques e Tourinho: justiça federal não é especial e nem superior à estadual (separam-se os processos);

b) Súmula 122 do STJ: “Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competênciafederal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, a, do CPP”.

Separação de processos (79 e 80)

• A) concurso entre jurisdição militar e civil (súmula 90 do STJ)

• B) Jurisdição comum e infração cometida por adolescente.

• C) Doença mental de um dos réus

• D) Separação facultativa (art. 80)

“Perpetuatio jurisdictionis”a) Juiz “deixa” de ser competente para julgar uma

demanda, no curso da ação

b) Ocorre a prorrogação da competência?

c) Ex: desclassificação, alteração legislativa

“Perpetuatio jurisdictionis”a) Se o juiz, no recebimento da denúncia ou queixa,

percebe que não é competente;

b) Se o juiz desclassifica a infração: deve remeter ao Juízo competente (art. 64, § 2o)

c) Se há mudança na organização judiciária

c) Se há mudança na organização judiciáriaa) A lei nova pode trazer regras de direito transitório

(ex: Maria da Penha)

b) Se não, para uns, o processo deve ser remetido ao juízo competente (pela nova lei)

c) Para outros, aplica-se o artigo 87 do CPC, por analogia)

“Perpetuatio jurisdictionis” e júria) Se ocorre desclassificação na pronúncia, juiz

remete os autos

b) Se a desclassificação é feita pelos jurados: cabe ao juiz presidente proferir sentença (art. 492, § 1o)

“Perpetuatio jurisditionis” em casos de conexão e continência

• Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais processos.

“Perpetuatio jurisditionis” em casos de conexão e continência – Júri

• Absolvição do crime doloso contra a vida: Conselhodeve apreciar crimes conexos (art. 81).

• Conselho desclassifica e há crime conexo: juiz julgaos dois.

Avocação

• Art. 82.

• Súmula 235 do STJ: “A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado”.

Competência por prerrogativa de função

• Júri X foro privilegiado (ex: Promotor de Justiça e Deputado Estadual).

• Juiz e Promotor: crime fora do Estado; crimes de competência da Justiça Federal; crimes eleitorais.

Competência por prerrogativa de função

• Súmula 394: “Cometido o crime durante o exercíciofuncional, prevalece a competência especial porprerrogativa de função, ainda que o inquérito ou açãopenal sejam iniciados após a cessação daquele exercício”.

• Súmula cancelada em 25 de agosto de 1999 (prerrogativade foro comporta interpretação restritiva)

Competência por prerrogativa de função

• Lei 10.628, de 24 de dezembro de 2002: alterou o artigo84, par. 1o, do CPP:

• “A competência especial por prerrogativa de função, relativamente a atos administrativos do agente, prevalece ainda que o inquérito ou a ação judicial sejaminiciados após o exercício da função pública”.

Competência por prerrogativa de função

• Adin ajuizada pela Associação Nacional dos Membros do MP: “legislador ordinário não pode editar norma de natureza constitucional”.

• Dispositivo foi declarado inconstitucional. NÃO PREVALECE O FORO PRIVILEGIADO QUANDO CESSA O EXERCÍCIO DA FUNÇÃO