dpoc - ana rita aguiar

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  • UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

    FACULDADE DE CINCIAS DA SADE

    DPOC AVALIAO MULTIDIMENSIONAL DE DOENTES COM

    DOENA PULMONAR OBSTRUTIVA CRNICA

    AnaRitaCardosodeAguiar

    Dissertao para obteno do grau de Mestre em Medicina

    ABRIL 2010

  • DPOC AVALIAO MULTIDIMENSIONAL DE DOENTES COM

    DOENA PULMONAR OBSTRUTIVA CRNICA

    II

  • UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

    FACULDADE DE CINCIAS DA SADE

    DPOC AVALIAO MULTIDIMENSIONAL DE DOENTES COM

    DOENA PULMONAR OBSTRUTIVA CRNICA

    AnaRitaCardosodeAguiar

    Orientadora:Dra.MariadeJesusBeiroValente

    DissertaoparaobtenodograudeMestreemMedicina

    ABRIL 2010

    III

  • DECLARAES

    Declaroporminhahonraque esta dissertao o resultado daminha investigao

    pessoal e independente, o seu contedo original e todas as fontes consultadas

    estodevidamentemencionadasnotexto,nasnotasenabibliografia.

    Declaro que a obteno dos dados em estudo foi realizada aps aprovao do

    ConselhodeAdministraodoCentroHospitalarCovadaBeira,E.P.E.,naCovilh,e

    daComissodeticadomesmoHospital(ANEXO5).

    Declaro ainda que esta dissertao no foi aceite em nenhuma outra instituio

    para qualquergrau, nem est a ser apresentada para obteno de um outro grau

    paraalmdaqueleaquedizrespeito.

    Ocandidato,

    Covilh,10deAbrilde2010

    Declaroque,tantoquantomefoipossvelverificar,estadissertaooresultadoda

    investigaopessoaleindependentedocandidato.

    Oorientador,

    Covilh,10deAbrilde2010

    IV

  • V

    AGRADECIMENTOS

    Aexecuodestadissertaodemestrado,partindodeumabasepessoaldetrabalho

    e investigao, s foipossvel como contributodealgumaspessoas, squaisdeixo

    umapalavradesinceroagradecimento.

    minha orientadora, Dr. Maria de Jesus Valente, agradeo o apoio e a ateno

    prestada durante a execuo deste trabalho, bem como a disponiblidade e amizade

    demonstradasdesdeoincio.

    AostcnicosdeCardiopneumologiaesauxilaresdeacomdicadoLaboratriode

    Provas Funcionais Respiratrias do Centro Hospitalar da Cova da Beira, os meus

    sincerosagradecimentos,pelasimpatiaeatenodispensadas.

    DrRosaSaraiva,omeumuitoobrigadopelocontributonaaquisiobibliogrfica.

    CarlaBarroso,estoumuitogratapelapreciosaajudaamigaaotornarestetrabalho

    estatisticamentesignificativo

    A todos os doentes com Doena Pulmonar Obstrutiva Crnica pela confiana

    demonstradaaoparticiparemnaProvademarchados6minutos,dadoquesemeles

    noteriasidopossvelrealizaresteestudo,osmeusagradecimentos.

    Aosmeuspaiseminhairm,todaaminhagratidopeloapoioeincentivoaolongo

    destepercursoacadmico.

    Faculdade de Cincias da Sade da Universidade da Beira Interior, o meu

    reconhecimentopelaformaoepelopermanenteincentivoautoaprendizagem.

  • VI

    RESUMO

    Introduo: Em concordncia com o enfoque actual da literatura cientfica,

    necessrioabordaro impactodaDoenaPulmonarObstrutivaCrnica (DPOC)numa

    perspectiva multidimensional tendo em vista o prejuzo sistmico desta doena,

    reflectido,porexemplo,na intolernciaaosesforos[1].Realizmosdeumamaneira

    simples e eficaz tal avaliao com a Prova deMarcha de 6minutos (PM6) [2] no

    sentido da melhor compreenso dos factores que podem influenciar a sua

    performance.

    Objectivos:Correlacionaradistnciapercorrida(emmetros)naPM6comograude

    obstruoDPOC,comadifusodemonxidodecarbonoCO(DLCO),comasaturao

    perifricadeO(SpO) inicialefinaleSpO,comafrequnciacardaca(FC) iniciale

    finaleavariaorespectiva,comondicedeMassaCorporal(IMC)e,porfim,coma

    EscaladeDispneiaModificadadoMedicalResearchCouncil(MMRC).Verificartambm

    sehcorrelaoentreograudedispneiaegraudefadigaaplicadopelaEscaladeBorg

    eoestdiodadoena.

    Materiais e Mtodos: Foram estudados 50 doentes portadores de DPOC

    acompanhadosnaConsultaExternadePneumologiadoCentroHospitalardaCovada

    Beira (CHCB). As variveis fisiolgicas e funcionais foram correlacionadas com a

    distncia percorrida na PM6. Realizouse a espirometria, a pletismografia e

    determinaodadifuso,bemcomooclculodoIMCeaPM6,queavaliou:FC,SpO,

  • VII

    EscaladeBorgparadispneiaefadigaprepsPM6,avaliaodadispneiaatravsda

    EscaladoMMRC,bemcomoadistnciafinalpercorrida(emmetros).

    Resultados: No se encontraram correlaes entre a distncia e o grau de

    obstruo/estdiodadoena,nemcomaSatOeaFCprepsPM6bemcomocoma

    SatO,aFCeaMMRC.Tambm,no foramencontradascorrelaesentreo IMC

    dosdoentesdosestdiosIIeIIIcomadistnciaporelespercorridanaPM6,bemcomo

    entreograudedispneiaegraudefadigaaplicadospelaEscaladeBorgcomosestdios

    IIeIVdadoena.

    EncontrousecorrelaosignificativadadistnciacomaDLCO(r=0.295;p

  • VIII

    ABSTRACT

    Introduction: In compliancewith the current focus of the scientific literature, it is

    necessarytoaddresstheimpactofChronicObstructivePulmonaryDisease(COPD)ina

    multidimensionalperspective inordertodamagethissystemicdisease,reflected,for

    example,intolerancetotheefforts[1].Wehadasimpleandeffectivewaytoevaluate

    suchevidenceofthe6MinuteWalkTest(PM6)[2]tothebestcompreensivefactors

    thatmayinfluenceitsperformance.

    Objectives:Tocorrelatethedistancetraveled(inmeters) inPM6withthedegreeof

    obstructionofCOPD,with thediffusionofcarbonmonoxide CO (DLCO),with the

    saturationofO(SpO)initialandfinalandSpO,aswellaswithheartrate(HR)initial

    and finalaswellasvariation,with theBodyMass Index (BMI)and, finally,with the

    ModifiedDyspnea ScaleMedical Research Council (MMRC).Also check if there is a

    correlationbetween thedegreeofdyspnea and fatiguedegree appliedby theBorg

    scaleandstageofdisease.

    MaterialsandMethods:We studied50COPDpatients followedat theOutpatient

    Pneumology Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB). The physiological and

    functionalvariableswerecorrelatedwiththedistancecoveredinPM6.Weperformed

    spirometry, plethysmography and determination of diffusion, aswell as calculating

    BMIandPM6,whichassessed:HR,SpO,Borgscale fordyspneaand fatiguepreand

    postPM6,assessmentofdyspneausingtheScaleoftheMMRC,andthefinaldistance

    traveled(inmeters).

  • IX

    Results: No correlations was found between the distance and the degree of

    obstruction/diseasestage,norwiththeSaOandHRbeforeandafterthePM6aswell

    asSatO,theFCandMMRC.Also,nocorrelationswerefoundbetweentheBMIof

    patients instage IIand IIIwiththedistancetheytravelled inPM6,andalsobetween

    thedegreeofdyspneaanddegreeoffatigueappliedbytheBorgScalewithstageIIand

    IVofthedisease.

    We found a significant correlationofdistancewith theDLCO (r=0295,p

  • X

    NDICE

    LISTADEABREVIATURAS/SIGLAS XI

    LISTADEILUSTRAES XIII

    I. INTRODUO 1

    II. OBJECTIVOS 7

    III. MATERIAISEMTODOS 9

    1. Variveisesuaoperacionalizao 9

    2.Amostra 10 2.1.Critriosdeincluso 11 2.2.Critriosdeexcluso 11

    3.Metodologia 12 3.1.Parmetrosavaliados 13 3.2.Provademarchade6minutos 13

    3.2.1.Contraindicaes 14 3.2.2.AspectostcnicosdaPM6 15

    3.3.Anliseestatstica 17

    IV. ANLISEDOSRESULTADOS 18

    1.Caracterizaoclnicadapopulao 18

    2.Anlisedosresultadosporrefernciaaosobjectivospropostos 21

    V. DISCUSSO 34

    VI. CONCLUSO 43

    REFERNCIASBIBLIOGRFICAS 45

    ANEXOS 56

  • XI

    LISTADEILUSTRAES

    Tabelas

    Tabela1.ClassificaodagravidadedaDPOC

    Tabela2.ndicedeBODE

    Tabela3.Caractersticaseresultadosdaamostraemestudo

    Tabela4.Variaesmdiasdasvariveisfisiolgicasdaamostraemestudo

    Tabela5.ClculodondicedeBODEeTaxadesobrevidaa4anos

    Tabela6.CorrelaoentrendicedeBODEeestdiosdadoena

    Tabela7.CorrelaoentreoFEV1eadistnciapercorridanaPM6

    Tabela8.CorrelaesentreaDLCO,aSatOeaFCinicialcomadistnciapercorrida

    naPM6

    Tabela9.CorrelaesentreaFCeSatOfinalcomadistnciapercorridanaPM6

    Tabela10.CorrelaesentreaFCeSatOcomadistnciapercorridanaPM6

    Tabela11.CorrelaesentreaBorgDispneiaeBorgFadigacomoFEV1(estdioII)

    Tabela12.CorrelaoentreoFEV1eadistnciapercorridanaPM6(estdioII)

    Tabela13.CorrelaesentreoIMCeadistnciapercorridanaPM6(estdioII)

    Tabela14.CorrelaesentreoBorgDispneiaeBorgFadigacomoFEV1(estdioIII)

    Tabela15.CorrelaoentreoFEV1eadistnciapercorridanaPM6(estdioIII)

  • XII

    Tabela16.CorrelaoentreoIMCeadistnciapercorridanaPM6(estdioIII)

    Tabela17.CorrelaesentreoBorgDispneiaeBorgFadigacomoFEV1(estdioIV)

    Tabela18.CorrelaoentreoFEV1eadistnciapercorridanaPM6(estdioIV)

    Tabela19.CorrelaoentreoIMCeadistnciapercorridanaPM6(estdioIV)

    Tabela20.CorrelaoentreoMMRCeadistnciapercorridanaPM6

    Figuras

    Figura1.RelaoentreondicedeBODEeaTaxadesobrevivnciaa4anos

    Figura2.Taxadesobrevidaa4anos

    Figura3.CorrelaoentreaDLCOeadistnciapercorridanaPM6

  • XIII

    LISTADEABREVIATURAS/SIGLAS

    A

    ATSAmericanThoracicSociety

    B

    BODEBodeindex,airflowobstruction,dyspnea,exercisecapacity

    BTSBritishThoracicSociety

    C

    CEConsultaExterna

    CHCBCentroHospitalardaCovadaBeira

    D

    DLCOCapacidadededifusodemonxidodecarbono

    DPDesviopadro

    DPOCDoenaPulmonarObstrutivaCrnica

    E

    ERSEuropeanRespiratorySociety

    F

    FCFrequnciaCardaca

    FEV1Volumeexpiratrioforadono1segundo

    FVCCapacidadeVitalForada

    FEV1/FVCQuocienteentreoVolumeexpiratriono1segundoea

    CapacidadeVitalForada(ndicedeTiffeneau)

  • XIV

    G

    GOLDGlobalInitiativeforChronicObstructiveLungDisease

    I

    IMCndicedeMassaCorporal

    M

    MMdia

    MMRCModifiedMedicalResearchCouncilScaleforDyspnea

    N

    NAmostra

    NHLBINationalHeart,LungandBloodInstitute

    O

    OMSOrganizaoMundialdeSade

    P

    PAPressoArterial

    PFRProvasdeFuncoRespiratria

    PM6ProvadeMarchade6minutos

    R

    RCoeficientedecorrelaodePearson

    S

    SatOSaturaodeoxignio

    SPSSStatisticalProgramforSocialSciences

    T

    TATensoArterial

  • XV

    FCVariaodafrequnciacardaca(FCfinalFCinicial)

    SatOVariaodasaturaodeoxignio

    BorgDispneiaVariaodograudedispneiaavaliadopelaEscaladeBorg

    (graudedispneiafinalgraudedispneiainicial)

    BorgFadigaVariaodograudefadigaavaliadopelaEscaladeBorg(graude

    fadigafinalgraudefadigainicial)

  • I.INTRODUO

    I.INTRODUO

    ADoenaPulmonarObstrutivaCrnica(DPOC),comoonomeindica,umapatologia

    crnica, de evoluo lenta e progressiva, com grande impacto sobre a funo

    respiratria,quepodeestarsujeitaaperodosdeagudizaoecomplicaesgraves.

    Com base no conhecimento actual, a American Thoracic Society (ATS), a European

    RespiratorySociety(ERS)eaBritishThoracicSociety(BTS)definiramaDPOCcomuma

    abordagem ligeiramentediferenteao longodosltimos15anos [3].Global Initiative

    forChronicObstructiveLungDisease(GOLD)[4]umrelatrioelaboradopeloNational

    Heart, Lung and Blood Institute (NHLBI) e a OrganizaoMundial de Sade (OMS)

    definem aDPOC como [2] : "umadoenaprevenvel e tratvel com alguns efeitos

    extrapulmonaresimportantesquepodemcontribuirparaagravidadedecadadoente.

    Oseucomponentepulmonarcaracterizadopelalimitaodofluxoareoqueno

    totalmente reversvel. A limitao do fluxo areo geralmente progressiva e

    acompanhada de hiperreactividade brnquica [4]. Esta associase a uma resposta

    inflamatria do pulmo inalao de partculas ou gases nocivos ", causada

    principalmentepelotabagismo[3,5].

    A realidade do nosso Pas referente ao tabagismo sugere que a DPOC deva ser

    consideradacomoumproblemadesadepblicacomumaprevalnciaentre1015%

    dapopulaoecom tendnciadeagravamentono futuro.umadoenaqueatinge

    5,3%daspessoascommaisde35anos,sendo80%dosexomasculino devidoaomaior

    nmerodehomensquefumam [6].EmPortugaladoenaafectaentre500a600mil

    portuguesesea6causademorte.MorremanualmenteporDPOCcercade8,7por

    100.000habitantes[7].

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 1

  • I.INTRODUO

    Nomundoocidentalconstituia4causademortenosindivduosdosexomasculinona

    idademdiadevida,prevendoaOrganizaoMundialdeSade(OMS)que,em2020,

    venhaaocupara1causademorbilidaderelacionadacomproblemasrespiratrios[8

    10]ea3causademorteanvelmundial.

    O diagnstico e caracterizao da gravidade baseiamse no grau de obstruo

    observadonaespirometria.Apresenadevolumeexpiratriomximono1segundo

    (FEV1)inferiora80%dovalorterico,psbroncodilatador,emcombinaocomuma

    relao volume expiratrio mximo no 1 segundo/capacidade vital forada

    (FEV1/FVC)inferiora70%confirmaapresenadeobstruoaofluxoareoqueno

    totalmente reversvel [4].O tratamentodaDPOC implementado, largamente, com

    basenos sintomas,no entanto a relaoentre sintomase graudeobstruo um

    dadoemprico.Foramdesenvolvidoscritriosnosentidodeavaliarobjectivamentea

    gravidadedadoena.

    ESTDIO CARACTERSTICAS

    I:Ligeira FEV1/FVC80%valorterico

    II:Moderada FEV1/FVC

  • I.INTRODUO

    AobstruocrnicapresentenaDPOCdevidaexistnciadeobstruodepequenas

    vias areas e destruio do parnquima pulmonar, condicionadas por processos

    inflamatriosqueconduzemaalteraesestruturais,oqueemmuitocontribuiparaa

    limitaodo fluxoareo, com repercussesnoquadro clnicoenoestadode sade

    destes indivduos [1,11]. Segundo Cooper [12], este processo vai levar ao colapso

    precoce das vias areas na expirao, o que dificulta o trabalho respiratrio e a

    dispneia bem como o aumento do volume residual que leva a uma distenso. De

    seguida, h destruio da parede dos alvolos, o que aumenta a presso

    intrapulmonar e leva hiperinsuflao. O aumento da ventilao devido,

    inicialmente, a um aumento do espao morto fisiolgico que resulta de uma m

    relaoventilaoperfuso[13].

    ADLCOestalterada,comhipoxmiaarterial,hipoventilaoalveolarebaixapresso

    parcialdeoxignio.Pode tambmocorrerhipercpniaeacidose respiratriacrnica

    devido incapacidadedosdoentescomDPOCmanteremumaventilaoporminuto

    (VE)adequada.

    Paraalmda inflamaodaspequenasviasareas,hevidnciadeuma inflamao

    sistmicanosindivduoscomDPOC,noseconhecendo,noentanto,arelaoentrea

    inflamaolocaleasistmica[14].

    J foi descrito que a hipoxmia um dos desencadeadores e perpetuadores das

    alteraes sistmicas, levandoao stressoxidativo [15]eaousodeummetabolismo

    anaerbionumnvelprecocedeesforo,oque leva,porconseguinte,aumamenor

    tolerncia aos esforos [2,16]. Com efeito, a intolerncia ao exerccio uma das

    principais limitaes dos indivduos com DPOC, comprometendo, por vezes, a

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 3

  • I.INTRODUO

    realizao de actividades da vida diria. Por outro lado, a diminuio do nvel de

    actividade leva a um descondicionamento global, sendo provvel que os indivduos

    comDPOCsintamdispneiamaisacentuadaparanveisdeexercciocadavezmenores

    [1719].

    Tendoemconsideraooprejuzosistmicodadoena,reflectidonareduodasua

    capacidade fsica [20], necessrio abordar o impacto da DPOC numa perspectiva

    multidimensional.O ndicemultidimensional (BODE) foidesenvolvidonesse sentido,

    sendo uma forma de estadiamento multidimensional altamente preditora do

    prognsticodosdoentes, comomostraogrficoabaixoapresentado.Pelogrfico

    ntidoquevaloresmenoresde ndicesdeBODEestoassociadosamaiores taxasde

    sobrevivnciaeviceversa.

    Figura1RelaoentreondicedeBODEeataxadesobrevivnciaa4anos

    O ndiceBODE superior avaliao unidimensional com base no valor isolado de

    FEV1 [20]. A utilidade do ndice BODE no se limita a avaliar o risco demorte do

    doente, mas tambm pode predizer o seu internamento [21]. uma avaliao

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 4

  • I.INTRODUO

    multidimensionalpropostaporCelliecolaboradoreseincluiaavaliaonutricional(B

    deBodymass indexndicedemassacorporal),ograudeobstruobrnquica (Ode

    airflow ObstructionFEV1), a dispneia (D de DyspneaMMRC Modified Medical

    ResearchCouncilScalefordyspnea)[22]eacapacidadeparaoexerccio(Edeexercise

    capacityprovademarchade6minutos).

    VARIVEIS PONTOSNONDICEDEBODE

    0 1 2 3

    FEV1(%dovalorterico) 65 5064 3649 35

    DISTNCIANAPM6 350 250349 150249 149

    MMRC 01 2 3 4

    IMC 21 21

    Tabela2ndicedeBODE[20]

    Osvaloresdecoorteparaaatribuiodepontossomostradosparacadavarivel.Osvalorestotaispossveisvariamde0a10.

    AProvademarchade6minutos (PM6)queserviudebaseaonossotrabalhouma

    formaprtica,facilmenteaplicvel,debaixocustoecomboaprecisoequetemsido

    utilizada, por fornecer meios alternativos para a avaliao dinmica dos doentes

    portadoresdeDPOCefornecetambmumscoredegravidadecommaiorrelevncia

    clnicaeprognstica.

    Omtododeavaliaodahiperinsuflaodinmicapareceserummtodopromissor

    nadeterminaodelimitaesventilatriasnoexerccio,existindoduranteoexerccio

    umacorrelaoentreoaumentodoesforo inspiratrioea intensidadedadispneia

    medidapelaescaladeBorg.

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 5

  • I.INTRODUO

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 6

    A incorporaodevrioselementos fenotpicosnumsistemadescore integradotem

    vantagens prticas alm do interesse cientfico, permitindo agrupar os doentes de

    acordocomoseuprognsticoe,nestecasoemparticular,cadaumdosseusquatro

    componentespodeserpotencialmentemelhoradocomateraputicadirigida[20,22

    24].

    Oconhecimentoda importnciaclnicadaavaliaomultifactorialdaDPOCbaseado

    emvrios fentipos serviudebaseelaboraodeste trabalho.Assim,procedeuse

    pelaprimeiravezcaracterizaomultidimensionaldosdoentescomdiagnsticode

    DPOCacompanhadosnaConsultaExterna(CE)dePneumologia.

  • II.OBJECTIVOS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 7

    II.OBJECTIVOS

    Comestetrabalhopropusmeaatingirosseguintesobjectivos:

    1. Objectivo Geral Caracterizao multidimensional de doentes com DPOC

    acompanhadosnaCEdePneumologiadoCHCB;

    2. ObjectivosEspecficos

    2.1.ObjectivoEspecfico1CorrelacionarograudeobstruodaDPOC(FEV1)

    comadistnciapercorridanaProvademarchade6minutos(PM6);

    2.1.1. Objectivo Especfico 1.1. Comparar o estdio II com o III e IV

    (GOLD)everificaremquemedidasecorrelacionamcomadistnciapercorrida

    naPM6;

    2.2.ObjectivoEspecfico2Determinaremquemedidaacapacidadededifuso

    domonxidodecarbono(DLCO),asaturaoperifricadeoxignioderepouso

    (SpO2) e a frequncia cardaca de repouso (FC) podem predizer a distncia

    percorridanaPM6;

    2.3. Objectivo Especfico 3 Verificar se existe correlao entre a saturao

    perifricadeoxignio (SpO2)ea frequnciacardaca (FC)psPM6eaFCe

    SatOcomadistnciapercorridanaPM6

    2.4.ObjectivoEspecfico4Correlacionarovalorde ndicedeMassaCorporal

    (IMC)dosdoentesavaliadoscomadistnciapercorridadentrodecadaestdio

    daDPOC;

  • II.OBJECTIVOS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 8

    2.5. Objectivo Especfico 5 Verificar se existe correlao entre o grau de

    dispneiaegraude fadigaaferidospelaEscaladeBorgeoestdiodadoena

    (FEV1);

    2.6ObjectivoEspecfico6AveriguarseograudedispneiaavaliadopelaEscala

    deDispneiamodificadadoMedicalResearchCouncilpodepredizeradistncia

    percorridapelaPM6.

  • III.MATERIAISEMTODOS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 9

    III.MATERIAISEMTODOS

    1. Variveisesuaoperacionalizao

    Idade:Varivelquantitativa,expressaemanos,cujosvalores foramobtidosduranteaentrevista;

    Peso: Varivel quantitativa, expressa em quilograma (Kg), cujos valoresforamobtidosatravsdamedioefectuadapelabalana;

    Altura: Varivelquantitativa,expressaemmetros(m), tendo sido os valoresobtidosatravsdamedio;

    ndice deMassa Corporal (IMC): Varivel quantitativa, expressa em Kg/m,calculadapelafrmulaP/h;

    Parmetros de Funo Respiratria: Conjunto de variveis quantitativas,cujos valores foram obtidos atravs da realizao de PFR, incluindo

    espirometria, pletismografia e capacidade de difuso so expressos em

    percentagem(%)dovalortericoesperadoparaa idade,sexo,peso,altura

    e raa,baseadoemtabelaspredefinidasassumidasautomaticamentepelos

    equipamentosdePFR.Osparmetrosavaliadossodeseguidaenumerados

    edefinidosparaumamelhorcompreensoaolongodotrabalho:

    o Capacidade Vital Forada (FVC ou CVF): Volume de armedido numa

    expiraoforada apsinspiraomximaoucapacidadepulmonartotal.

    o Volume Expiratrio Forado no 1 segundo (FEV1ouVEMS): Volume

  • III.MATERIAISEMTODOS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 10

    mximoexpiradodurante o primeiro segundo da FVC.Correlacionase

    de formalineareinversacomobstruodasviasareas.

    o QuocienteFEV1/FVC (FEV1/FVC):PercentagemdaFVCque seexpirano

    primeiro segundo;conhecidoporndicedeTiffeneau.Nosprocessos

    obstrutivos o quociente est diminudo, enquanto nos processos

    restritivosestdentrodanormalidade,umavezquea FVC diminui em

    igual proporo ao FEV1. um indicador de obstruo ventilatria

    clinicamentetil.

    o Capacidade deDifusode Monxido deCarbono(DLCO):Informasobre

    a transferncia de gs entre o alvolo e o sangue dos capilares

    pulmonares.UsmosnestetrabalhoaDLCO/VAjqueovalorcorrigido

    paraaventilaoalveolar.

    2. Amostra

    A populao alvo foi constituda por indivduos do sexomasculino e feminino com

    diagnsticodeDPOCacompanhadosnaconsultaexternadePneumologiadoCHCB.

    Aselecodaamostradesteestudoobtevese,atravsdoprogramainformticoSAM

    SistemadeApoioaoMdico.

    Os indivduos includosnoestudoforamseleccionadosdeacordocomoscritriosde

    inclusodescritosem2.1.Todososindivduosquenocumpriramestespressupostos

    foramexcludos.

  • III.MATERIAISEMTODOS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 11

    Devido a esse facto, a amostra foi constituda unicamente por indivduos do sexo

    masculino,umavezqueaspoucasdoentesdosexofemininoseguidasemconsultade

    Pneumologia comodiagnsticodeDPOC seencontravaem tratamento continuado

    comOxigenoterapiadeLongaDurao,umdoscritriosdeexclusodotrabalho.

    ApsaprovaodaComissodeticaedoConselhodeAdmnistrao (Anexo5), foi

    efectuadaumaanlisedoprocessoclnicoparacertificaodetodososprrequisitos

    e os indivduos seleccionados foram contactados telefonicamente. Confirmados os

    critriosdeincluso,osdoentesforamconvidadosaparticiparnaPM6noperodode

    SetembroaDezembrode2009.

    2.1 Critriosdeincluso

    DoentesportadoresdeDPOCseguidosnaconsultadePneumologiadoCHCB,com obstruo do fluxo areo de intensidade ligeira amuito grave (Estdio

    GOLDIaIV);

    Idade18anos;

    DoentesportadoresdeDPOCcomProvasFuncionaisRespiratriasrealizadashmenosde6mesesatrs;

    Estabilidadeclnicanasltimas8semanas.

    2.2 Critriosdeexcluso

    incapacidadeparaandarqueimpossibilitearealizaodaPM6;

    portadoresdedoenasneuromuscularesquelimitemaPM6;

  • III.MATERIAISEMTODOS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 12

    portadoresdedoenasdoforomusculoesquelticoquelimitemaPM6;

    doentes que estejam a participar ou que tenham participado nos ltimos 6mesesemprogramasdereabilitaopulmonar;

    portadoresdeprtesesortopdicas;

    doentescominstabilidadehemodinmica;

    doentescominfecesrespiratriasnasoitosemanasprviasaoestudo;

    doentes em tratamento com Oxigenoterapia de Longa Durao (OLD),VentiloterapiaNoInvasiva(VNI).

    3 Metodologia

    Esteestudo,decarcterdocumentalededirecoprospectiva,baseousenosdados

    recolhidosdurantea realizaodecadaPM6,naconsulta simultneada informao

    clnica disponvel em vrios sistemas informticos, de acesso restrito, utilizados no

    CHCB:SAMSistemadeApoioaoMdicoeabasededadosVMAXdoLaboratrio

    deProvasFuncionaisRespiratrias.

    O diagnstico da doena e classificao da sua gravidade foram estabelecidos de

    acordo com o Global Stategy for the Diagnosis, Management, and Prevention of

    Chronic Obstructive Pulmonary Disease (GOLD) [25], utilizandose a relao

    VEF1/CVF

  • III.MATERIAISEMTODOS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 13

    Todos os doentes realizaram espirometria e plestismografia, sendo utilizados como

    valoresderefernciaosdaERS1993UpDate.

    3.1.Parmetrosavaliados

    Foramrecolhidososseguintesvalores: idade,sexo,peso,altura, IMC,TensoArterial

    (TA) dados funcionais pulmonares Capacidade Vital Forada (FVC), Volume

    expiratrio forado em 1 segundo (FEV1), relao FEV1/FVC% ,DLCO e dados da

    PM6FC iniciale final, saturaodeoxignioporoxmetrodepulso (SatO) iniciale

    final,graudedispneiaedefadigaprepsPM6avaliadospelaEscaladeBorgeainda

    ograudedispneiaaplicadopelaEscaladeDispneiamodificadadoMedicalResearch

    Council (MMRC). Para aferio dessas variveis utilizmos o espirmetro e

    pletismgrafodamarcaSensorMedics,modeloVmax22AutoBox6200(YorbaLinda,

    CalifrniaUSA); o oxmetro de pulso porttil,modelo BCI Internationalmodel 3301

    (Waukesha,Wisconsin, USA) damarca Smiths Medical PM; o esfigmomanmetro

    automtico modelo GP6621 da Geratherm Medical AG e as escalas de dispneia

    respectivas,deBorgedoMMRC.

    3.2.Provademarchade6minutos

    A PM6 tornouse um exame vulgarmente utilizado, no s porque se encontra

    estandardizado,comoreprodutvel,permitindoatransposioparaasactividadesda

    vidadiria,e, ainda,porqueos valoresde refernciaestoestudados. Foi realizada

    comorefernciadacapacidade funcional,deacordocomasdirectrizesestabelecidas

    pela ATS [2]. Este teste requer apenas um corredor de 30metros, sem qualquer

    equipamento ou treino avanado para os tcnicos.Medese neste teste a distncia

  • III.MATERIAISEMTODOS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 14

    que um doente pode atingir numa superfcie plana e dura, durante 6 minutos.

    Avaliamse neste teste as respostas globais e integradas de todos os sistemas

    envolvidos no exerccio. Muitos doentes no atingem a capacidade mxima de

    exerccio durante este; em vez disso podem escolher a sua prpria intensidade de

    esforo, sendolhes permitido parar e descansar durante o mesmo. Precisamente

    porquemuitas das actividades da vida diria so realizadas em nveis submximos,

    este testepode reflectironvel funcionaldeesforoparadesempenhar actividades

    quotidianas. A PM6 est indicada em resposta a intervenesmdicas na doena

    pulmonarmoderada a grave bem como predictor demorbilidade emortalidade na

    DPOC.

    3.2.1.Contraindicaes

    Absolutas

    Anginainstvelduranteomsanterior;

    Enfarteagudodomiocrdionomsanterior;

    Relativas

    FrequnciaCardacaderepouso>120bpm;

    PressoArterialSistlica>180mmHg;

    PressoArterialDiastlica>100mmHg.

  • III.MATERIAISEMTODOS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 15

    3.2.2.AspectostcnicosdaPM6

    A PM6 foi realizada no corredor da CE de Pneumologia do CHCB, um corredor

    comprido,recto,compoucapassagem.Opercursodemarchafoide30memarcadoa

    cada 3m. Os pontos de viragem foram devidamente marcados com um cone de

    sinalizaorodoviria.Foitambmmarcadaalinhadepartidacomumacorverdeviva.

    Osresultadosdestetestenosocomparveis,semasdevidaslimitaes,aumteste

    demarchaemtapeterolante,quetemcaractersticasdiversas.

    Oequipamentonecessrioconsisteem:umcronmetroSportTimer,doisconesde

    sinalizao,uma cadeira facilmentedeslocvel ao longodo circuito; folhasdepapel

    pararegisto individualdosdadosdecadadoente,esfigmomanmetroeoxmetrode

    pulso.

    Este teste foi efectuado aproxidamente mesma hora do dia, para efeitos de

    comparao,eno foi treinadoanteriormenteem perodosdeaquecimento.Pelo

    contrrio,odoentedescansounumacadeira,pertodopontodepartida,pelomenos

    durante10minutosantesdoinciodoteste.Foiduranteesteperodoqueseverificou

    aausnciadecontraindicaes,quesemediuaFC,aTAeasaturaoperifricadeO.

    Aoterminaroperododedescanso,quandoodoentesecolocoudep,respondeu

    apresentao da Escala de Borg aplicada para o grau de dispneia e para o grau de

    fadiga.O doente recebeu uma instruo oral quanto ao teste, sendolhe permitido

    andaraoseuprpriopassoepararparadescansar,senecessrio.Noentanto,foilhe

    recordadoqueoobjectivodotesteeraandaromaispossvel.Oexaminadordaprova

  • III.MATERIAISEMTODOS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 16

    exemplificou uma volta ao circuito, insistindo no rpido contorno dos pontos de

    viragem,juntoaoscones,eemquenosepretendiaqueodoentecorresseoufizesse

    jogging.

    Duranteaprovademarcha,oexaminadorindicouquantotempofaltavaparaacabara

    provaeusou frasespadrode incentivo como Vocesta irmuitobem, continue

    assim!,conformeorientaodaATSparaPM6[2].Asfrasesforamditasemintervalos

    detempodeumminutoduranteos6minutosdaprova.

    Noscasosemqueodoenteparou,informousequepodiadescansarcontraaparede,

    mas que devia continuar logo que lhe fosse possvel. Caso houvessemotivo para

    suspenderaprova,umacadeiraseriafornecidadevidamenteparasesentareanotar

    seia a distncia percorrida, o tempo decorrido e osmotivos que determinaram a

    suspensodaPM6.

    O sujeito foi orientado a interromper a prova caso sentisse sintomas como dor

    torcica,dispneiaintolervel,cibras,taquicardia,diaforese,palidezeSpO2

  • III.MATERIAISEMTODOS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 17

    3.3.Anliseestatstica

    Paraadescrioecaracterizaodaamostra foramutilizadasmedidasde tendncia

    central(mdias)ededisperso(desviopadro).Paraasvariveisnominaisfoiutilizada

    apercentagem.

    O tratamento dos dados foi efectuado com recurso aplicao SPSS Statistics

    (StatisticalPackage for theSocialSciences),verso17.0paraMicrosoftWindows.A

    anlisedacorrelao foi realizadapelocoeficientedecorrelaodePearson (r).Um

    valordep

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 18

    IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    1. Caracterizao clnica da populao

    Foram avaliados 50 doentes do sexo masculino. A Tabela 3 mostra as caractersticas

    demogrficas dos doentes portadores de DPOC. A idade apresentou valor mdio de

    64.668.22 anos, com valor mximo de 84 e mnimo de 45 anos. O ndice de Massa

    Corporal foi de 25.864.74 kg/m, com valor mximo de 40.68 Kg/m e mnimo de

    16.87 Kg/m.

    Em relao classificao da gravidade da DPOC, um doente (2%) possua DPOC

    ligeira, vinte sete (54%) apresentavam DPOC moderada, dezassete (34%) doena grave

    e cinco (10%) apresentavam DPOC muito grave. De acordo com a Tabela 3

    apresentada, o valor mdio do FEV1 foi de 51.4615.31%, variando de 23 a 83%. No

    que se refere FVC, o valor mdio foi de 94.2820.02%, j a relao FEV1/FVC% foi de

    43.3011.95%, com valor mximo de 73% e mnimo de 21%. Relativamente

    capacidade de difuso de monxido de carbono (DLCO), o valor mdio foi de

    86.8024.13, variando de 40 a 148%.

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 19

    VARIVEIS N MDIA DESVIO

    PADRO

    IDADE (anos) 50 64.66 8.22

    ALTURA (cm) 50 164.68 6.73

    PESO (Kg) 50 70.26 13.90

    IMC(Kg/m2) 50 25.86 4.74

    FVC (%previsto) 50 94.28 20.02

    FEV1 (%previsto) 50 51.46 15.31

    FEV1/FVC 50 43.30 11.95

    DLCO (%previsto) 50 86.800 24.13

    Valid N (listwise) 50

    Tabela 3- Caractersticas e resultados da amostra em estudo

    N, nmero de casos da amostra; IMC, ndice de Massa Corporal

    FVC, Capacidade Vital Forada; FEV1 Volume expiratrio forado em um segundo; FEV1/FVC ndice de Tiffeneau; DLCO Capacidade de difuso de monxido de carbono

    Com referncia s variveis obtidas com a PM6 (Tabela 4), encontrmos um valor

    mdio de variao da FC de 19.189.23, com valor final mximo de 143 bpm e valor

    inicial mnimo de 52 bpm. No que diz respeito variao da SatO, obteve-se um valor

    mdio de -2.283.23, variando de 97% como valor mximo final e valor mnimo inicial

    de 90 % de O.

    Em relao variao da aplicao da Escala de Borg para dispneia, foi obtido um valor

    mdio de 1.541.51, com valor mximo final de 7 e valor mnimo inicial de 0. Quanto

    Escala de Borg aplicada fadiga, encontrou-se um valor mdio de 1.061.87, variando

    de 0 como valor mnimo inicial para 9 como valor mximo final.

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 20

    No que diz respeito ao grau de dispneia aplicado atravs da MMRC, foi obtido um valor

    mdio de 2.027.95, com valor mximo de 4 e valor mnimo de 0.

    Por fim, a distncia em metros percorrida na PM6 teve um valor mdio de

    341.6476.73, variando de 137 a 540 metros (Tabela 4).

    VARIVEIS N MDIA DESVIO PADRO

    FC (bpm) 50 19.18 9.23

    Sat02 (%) 50 -2.28 3.23

    Borg Dispneia 50 1.54 1.51

    Borg Fadiga 50 1.06 1.87

    Escala MMRC 50 2,02 7.95

    Distncia PM6 (m) 50 341.64 76.73

    Valid N (listwise) 50

    Tabela 4- Variaes mdias das variveis fisiolgicas da amostra em estudo

    , variao; FC frequncia cardaca; SatO2, saturao de oxignio; Borg Dispneia, Escala de Borg para

    dispneia; Borg Fadiga, Escala de Borg para fadiga; Distncia, distncia total percorrida (em metros)

    durante a Prova de marcha de 6 minutos.

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 21

    2. Anlise dos resultados por referncia aos objectivos propostos

    2.1. Objectivo Geral- Caracterizao multidimensional de doentes com DPOC

    acompanhados na CE de Pneumologia do CHCB

    Para tal avaliao usmos o ndice de BODE

    TAXA DE

    SOBREVIDA A 4 ANOS

    FREQUNCIA PERCENTAGEM PERCENTAGEM

    VLIDA PERCENTAGEM CUMULATIVA

    Valid

    18 3 5,9 6,0 6,0

    57 8 15,7 16,0 22,0

    67 10 19,6 20,0 42,0

    80 29 56,9 58,0 100,0

    Total 50 98,0 100,0

    Missing System

    1 2,0

    Total 51 100,0

    Tabela 5- Clculo do ndice de BODE e da Taxa de sobrevida a 4 anos

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 22

    Figura 2- Taxa de sobrevida a 4 anos

    ESTDIOS DA

    DOENA BODE

    ESTDIOS DA DOENA

    Correlao de Pearson

    1 ,062

    Sig. (2-tailed) ,671

    N 50 50

    BODE

    Correlao de Pearson

    ,062 1

    Sig. (2-tailed) ,671

    N 50 50

    Tabela 6- Correlao entre o ndice de BODE e estdios da doena

    De acordo com a tabela 5 e a figura 2 aqui apresentadas podemos verificar que a

    maioria, 29 dos 50 doentes (56,9%), apresentavam uma taxa de sobrevida a 4 anos de

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 23

    80%; 10 doentes da amostra (19,6%) tinham 67% de taxa de sobrevida a 4 anos, ao

    passo que 8 doentes (15,7%) apresentavam 57% de taxa de sobrevida. Por fim, apenas

    3 doentes (5,9%) tinham uma taxa de sobrevida a 4 anos de 18%.

    2.2. Objectivo Especfico 1

    FEV1 DISTNCIA

    FEV1

    Correlao de Pearson

    1 ,042

    Sig. (2-tailed) ,772

    N 50 50

    DISTNCIA PM6

    Correlao de Pearson

    ,042 1

    Sig. (2-tailed) ,772

    N 50 50

    Tabela 7- Correlao entre o FEV1 e a distncia percorrida na PM6

    2.3. Objectivo Especfico 1.1

    ESTDIO II

    Distncia

    PM6 FEV1

    DISTNCIA PM6

    Correlao de Pearson

    1 -,197

    Sig. (2-tailed) ,324

    N 27 27

    FEV1

    Correlao de Pearson

    -,197 1

    Sig. (2-tailed) ,324

    N 27 27

    Tabela 8- Correlao entre o FEV1 e a distncia percorrida na PM6

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 24

    ESTDIO III

    FEV DISTNCIA

    FEV1

    Correlao de Pearson

    1 ,234

    Sig. (2-tailed) ,367

    N 17 17

    DISTNCIA

    PM6

    Correlao de Pearson

    ,234 1

    Sig. (2-tailed) ,367

    N 17 17

    Tabela 9- Correlao entre o FEV1 e a distncia percorrida na PM6

    ESTDIO IV

    FEV DISTNCIA

    PM6

    FEV1

    Correlao de Pearson

    1 ,302

    Sig. (2-tailed) ,621

    N 5 5

    DISTNCIA

    PM6

    Correlao de Pearson

    ,302 1

    Sig. (2-tailed) ,621

    N 5 5

    Tabela 10 - Correlao entre o FEV1 e a distncia percorrida na PM6

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 25

    2.4. Objectico Especfico 2

    DLCO SAT0 INICIAL FC INICIAL DISTNCIA

    PM6

    DLCO

    Correlao de Pearson 1 ,259 -,386**

    ,295*

    Sig. (2-tailed) ,069 ,006 ,038

    N 50 50 50 50

    SAT0 INICIAL

    Correlao de Pearson ,259 1 -,369**

    ,078

    Sig. (2-tailed) ,069 ,008 ,589

    N 50 50 50 50

    FC INICIAL

    Correlao de Pearson -,386**

    -,369**

    1 ,173

    Sig. (2-tailed) ,006 ,008 ,229

    N 50 50 50 50

    DISTNCIA PM6

    Correlao de Pearson ,295* ,078 ,173 1

    Sig. (2-tailed) ,038 ,589 ,229

    N 50 50 50 50

    Tabela 11- Correlaes entre a DLCO, a Sat O e FC inicial com a distncia percorrida na PM6

    *. Correlao significativa ao nvel de 0.05 (2-tailed);**. Correlao significativa ao nvel de 0.01 (2-tailed).

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 26

    Figura 3- Correlao entre a DLCO e a distncia percorrida na PM6

    2.5. Objectivo Especfico 3

    FC FINAL SAT0 FINAL DISTNCIA

    PM6

    FC FINAL

    Pearson Correlation 1 -,498**

    ,111

    Sig. (2-tailed) ,000 ,445

    N 50 50 50

    SAT0 FINAL

    Pearson Correlation -,498**

    1 ,242

    Sig. (2-tailed) ,000 ,091

    N 50 50 50

    DISTNCIA PM6

    Pearson Correlation ,111 ,242 1

    Sig. (2-tailed) ,445 ,091

    N 50 50 50

    Tabela 12- Correlaes entre a FC e SatO final com a distncia percorrida na PM6

    **. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 27

    FC SATO DISTNCIA

    PM6

    FC

    Correlao de Pearson

    1 -,333* -,070

    Sig. (2-tailed) ,018 ,629

    N 50 50 50

    SAT0

    Correlao de Pearson

    -,333* 1 ,244

    Sig. (2-tailed) ,018 ,088

    N 50 50 50

    DISTNCIA PM6

    Correlao de Pearson

    -,070 ,244 1

    Sig. (2-tailed) ,629 ,088

    N 50 50 50

    Tabela 13- Correlaes entre a FC e SatO com a distncia percorrida na PM6

    *. Correlao significativa ao nvel de 0.05 (2-tailed)~

    2.6 Objectivo Especfico 4

    ESTDIO II

    IMC Distncia

    PM6

    IMC

    Correlao de Pearson

    1 ,088

    Sig. (2-tailed) ,661

    N 27 27

    DISTNCIA PM6

    Correlao de Pearson

    ,088 1

    Sig. (2-tailed) ,661

    N 27 27

    Tabela 14- Correlao entre o IMC e a distncia percorrida na PM6

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 28

    ESTDIO III

    DISTNCIA

    PM6 IMC (Kg/m)

    DISTNCIA

    PM6

    Correlao de Pearson

    1 -,239

    Sig. (2-tailed) ,355

    N 17 17

    IMC (Kg/m)

    Correlao de Pearson

    -,239 1

    Sig. (2-tailed) ,355

    N 17 17

    Tabela 15 Correlao entre o IMC e a distncia percorrida na PM6

    ESTDIO IV

    DISTNCIA

    PM6 IMC (Kg/m)

    DISTNCIA

    PM6

    Correlao de Pearson

    1 ,919*

    Sig. (2-tailed) ,027

    N 5 5

    IMC (Kg/m)

    Correlao de Pearson

    ,919* 1

    Sig. (2-tailed) ,027

    N 5 5

    Tabela 16 - Correlao entre o IMC e a distncia percorrida na PM6

    *. Correlao significativa ao nvel de 0.05 level (2-tailed)

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 29

    2.6. Objectivo Especfico 5

    ESTDIO II

    FEV1 Borg

    Dispneia Borg Fadiga

    FEV1

    Correlao de Pearson

    1 -,164 -,169

    Sig. (2-tailed) ,414 ,400

    N 27 27 27

    Borg Dispneia

    Correlao de Pearson

    -,164 1 ,571**

    Sig. (2-tailed) ,414 ,002

    N 27 27 27

    Borg Fadiga

    Correlao de Pearson

    -,169 ,571**

    1

    Sig. (2-tailed) ,400 ,002

    N 27 27 27

    Tabela 17- Correlaes entre a Borg Dispneia e Borg Fadiga com o FEV1

    **. Correlation significativa ao nvel de 0.01 (2-tailed).

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 30

    ESTDIO III

    FEV1 Borg Dispneia Borg Fadiga

    FEV1

    Correlao de Pearson

    1 -,501* -,231

    Sig. (2-tailed) ,040 ,372

    N 17 17 17

    Borg Dispneia

    Correlao de Pearson

    -,501* 1 ,700

    **

    Sig. (2-tailed) ,040 ,002

    N 17 17 17

    Borg Fadiga

    Correlao de Pearson

    -,231 ,700**

    1

    Sig. (2-tailed) ,372 ,002

    N 17 17 17

    Tabela 18- Correlaes entre o Borg Dispneia e Borg Fadiga com o FEV1

    *. Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed)

    **. Correlao significativa ao nvel de 0.01 (2-tailed)

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 31

    ESTDIO IV

    FEV1 Borg Dispneia Borg Fadiga

    FEV1

    Correlao de Pearson

    1 -,680 -,530

    Sig. (2-tailed) ,206 ,358

    N 5 5 5

    Borg Dispneia

    Correlao de Pearson

    -,680 1 ,920*

    Sig. (2-tailed) ,206 ,027

    N 5 5 5

    Borg Fadiga

    Correlao de Pearson

    -,530 ,920* 1

    Sig. (2-tailed) ,358 ,027

    N 5 5 5

    Tabela 19 Correlaes entre o Borg Dispneia e Borg Fadiga com o FEV1

    *.Correlao significativa ao nvel de 0.05 (2-tailed)

    2.7. OBJECTIVO 6

    DISTNCIA

    PM6 MMRC

    DISTNCIA

    PM6

    Correlao de Pearson

    1 -,220

    Sig. (2-tailed) ,125

    N 50 50

    MMRC

    Correlao de Pearson

    -,220 1

    Sig. (2-tailed) ,125

    N 50 50

    Tabela 20 - Correlao entre o MMRC e a distncia percorrida na PM6

    *. Correlao significativa ao nvel de 0.05 (2-tailed)

    **. Correlao significativa ao nvel de 0.01 (2-tailed)

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 32

    No que se refere anlise da correlao entre as variveis propostas pelo objectivo

    especfico 1, no houve correlao significativa entre o grau de obstruo da doena e

    a distncia percorrida (Tabela 7).

    Relativamente ao objectivo especfico 1.1, no se verificou qualquer correlao

    significativa entre o estdio da doena (GOLD) e a distncia percorrida na PM6 como

    apresentado acima nas tabelas 8, 9 e 10.

    Em relao ao objectivo especfico 2, houve, porm, correlao positiva e significativa

    entre a DLCO e a distncia percorrida (r=0.295;p

  • IV. ANLISE DOS RESULTADOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 33

    restantes estdios da DPOC, inclusiv as relacionadas com o grau de fadiga (Tabelas 17

    e 19).

    Por fim, ao analisar o objectivo especfico 6, verificou-se que no existe correlao

    significativa entre o grau de dispneia modificada do MMRC e a distncia percorrida

    pela PM6 (Tabela 20).

  • V.DISCUSSO

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 34

    V.DISCUSSO

    Celli (2004)descreveuum indicador compostoporvriosparmetrosanteriormente

    referidosondicedeBODE:BdeIMC,OdeobstruopeloFEV1,Ddedispneiapelo

    MMRCeEdeexercciopelaPM6.OndicedeBODE(pontuaode0a10)temvalor

    preditivonamortalidadedaDPOCsuperioraoFEV1isoladamente,combinandooutros

    parmetrosdeque j se conheciauma relao comamortalidade (dispneia,massa

    corporal e capacidade de exerccio) mas que no estavam agrupados num ndice

    multidimensional[2627].

    Aponderaodestesltimosparmetrosem funodoFEV1 (pontuaesdiferentes

    para doentes com omesmo FEV1, por existir maior gravidade da dispneia ou da

    limitaoaoexerccio,oudedesnutrio)permitediscriminarmelhor,emespecialnos

    doentescomDPOCgraveemuitograve.

    Tendo como base o ndice de BODE proposto por Celli, realizouse este estudo,

    pioneiro,nacaracterizaomultidimensionaldeumaamostradedoentescomDPOC

    seguidosemCEdePneumologiadoCHCB.

    Emrelaoaoprimeiroobjectivodestetrabalho(objectivo1)verificousequenoh,

    efectivamente,qualquercorrelaoentreoestdiodadoenaeadistnciapercorrida.

    Jfoidemonstradoporalgunsautores[2829]queaobstruoaofluxoareonose

    correlaciona com a capacidade de exerccio, nomeadamente com a distncia

    percorridanaPM6.Outros[3031],noentanto,demonstraramque,emdoentescom

    obstruodofluxoareo,oFEV1estcorrelacionadocomadistnciapercorrida.Entre

    os testes usados para avaliar a tolerncia ao exerccio, a distncia percorrida pelo

  • V.DISCUSSO

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 35

    doente na PM6 provou ser um preditor de sobrevivncia independentemente de

    outrasvariveis [3234].Arazoexactaparaa limitaoaoexerccionaDPOCno

    claramentecompreendidamasparecenoestarrelacionadacomoFEV1,jqueestee

    asuavariaonorepresentamtodooespectrodasmanifestaesclnicascomplexas

    da DPOC. Por exemplo, a presena de hiperreactividade brnquica confere aos

    doentescomDPOCumaexpressofenotpicaassociadaaumafunopulmonarmais

    grave.

    Namaioria dos doentes comDPOC, a dispneia o factor limitantemaior [35] e

    consideradaummelhorpreditordesobrevidaquandocomparadacomoFEV1[10]ao

    realizaraPM6.Estotambmrelacionadasoutrasvariveisna limitaofuncionalao

    exerccio: a hiperinsuflao pulmonar dinmica com o exerccio [3638] (reduo

    progressivadacapacidade inspiratria)temsidoassociada limitaodacapacidade

    funcionaldosdoentescomDPOC.A limitaodo fluxoareo [12]eacapacidadede

    difusodiminuda[7]sotambmfactoresqueexplicamainterfernciadaactividade

    fsicanareduodadispneiaenoaumentodadistnciapercorridanaPM6.Areverso

    da hiperinsuflao com reduo do volume pulmonar no fim da expirao

    correlacionasebemcomos sintomasecomamelhorianacapacidadedeexerccio,

    percorrendoassimumamaiordistncianaPM6[39].

    Hestudosquedemonstramqueumadistnciamenorque300mnaPM6predizum

    riscoaumentadodemorteoudeinternamentohospitalar[40].

    Quantoaoobjectivo2,observmosuma correlao significativadapercentagemde

    DLCO com a distncia percorrida em metros na PM6 (quadroII). Como j foi

  • V.DISCUSSO

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 36

    demonstrado por alguns autores [30,31,4344] em doentes com obstruo do fluxo

    areo,aDLCOestcorrelacionadacomadistnciapercorrida,oqueindicaquemesmo

    doentes com uma obstruo mais intensa podem ter uma melhor capacidade

    funcionaldevidomaiorpreservaodastrocasgasosasnoseuleitocapilar.ODonnel

    et al [45] demonstraram que estes indivduos apresentavammenor capacidade de

    exercciodevidomaiorintensidadedadispneia.

    A DLCO na DPOC um dosmelhoresmarcadores funcionais de enfisema [4142],

    traduzindo a perda de unidades alvolocapilares reflectindose em alteraes das

    trocas gasosas. A sua diminuio acompanha a gravidade do enfisema e precede

    mesmooaparecimentodahipoxmiacomoexerccio.

    Estudos prospectivos sugerem que redues na DLCO so preditivas de declnio

    funcional [46]etmaindaumaltovalorpreditivodacapacidadeparaoexercciona

    DPOCmoderadaagrave.

    Denotarquenoobjectivo3doestudo,verificmosqueadessaturao(SatO2)bem

    como a SatO inicial e final isoladamente no se correlacionam com os valores da

    distnciapercorridanaPM6.

    AsaturaodeoxignioumamedidaindirectadotransportedeO,encontrandose

    reduzida em indivduos com DPOC. Uma diminuio do O, ou melhor, uma

    dessaturao pode reflectir descondicionamento fsico e ou limitao ventilatria

    precocenoexercciodaPM6[46,48].Verificaseassimemresultadodaobstruodas

    viasareasperifricas,umadistribuiodesigualdaventilaoperfuso,oqueorigina

  • V.DISCUSSO

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 37

    umahipoxmiaeestfrequentementeassociadaaumaalteraodafunomuscular

    respiratria[4953].

    RelativamenteFCeFCinicialefinalisoladamente,aocontrriodoesperado,no

    houvequalquercorrelaocomosvaloresdadistnciapercorridanaPM6.

    Contudo, alguns estudos multicntricos evidenciaram como a severidade do

    comprometimentopulmonarprovocavaalteraeshemodinmicas,elevandoaFCem

    doentescomDPOC.

    ADPOC pode estar associada a anormalidades no SistemaNervosoAutnomo [47

    50,54].Apresenadedisfunoautnomasubclnicaouclnicaavaliadapelavariao

    da FC ou pela insensibilidade dos baroreceptores preditiva de mortalidade

    aumentada [5456]. Outro parmetro importante de disfuno autnoma a

    recuperaodaFC,outroparmetrodefcilaquisioapsofimdaPM6quereflecte

    otnusparassimptico[57]equesecorrelacionacomoaumentodotnusvagal[58].

    OspadresderespostanaFCobservadosduranteaPM6sugeremqueosdoentescom

    DPOC titulamo seuesforo contrao graudedispneiade forma a atingiropicode

    intensidadetolervel.

    Stewartetalsugeriramumaassociaoentreadisfunoautnomasubclnicamedida

    pela FC em resposta a uma respiraomais profunda e a presena de hipoxmia

    arterialemdoentescomDPOC.

  • V.DISCUSSO

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 38

    Estudos anteriores [5758] mostraram que, em doentes com DPOC clnicamente

    estveis, a variaoda FCpoder sertilnaestratificaodo riscodadoenaeno

    estabelecimentodoprognstico.

    AcorrelaopositivaesignificativareconhecidaentreoIMCdosdoentesdoestdioIV

    eadistnciaemmetrospercorridanaPM6 (objectivo4)podereventualmente ser

    explicadacombaseemestudosonde foiverificadoquedoentescomdiagnsticode

    DPOCecomFEV1semelhante,aDLCOmostrousemenornosdoentesdesnutridose

    mais preservada nos obesos [5960].Assim, os doentes do estdio IV com um IMC

    mais elevado percorrem uma maior distncia porque apresentam um valor mais

    elevadodeDLCOque,comoanteriormentereferido,secorrelacionadeformapositiva

    esignificativacomadistnciapercorridanaPM6.

    Aperdadepesotambmvistacomoumdosfactoresrelevantesnasintomatologiae

    prognstico da DPOC. Ocorre em alguns doentes, particularmente na doena

    avanada,ousehumpredomniodeenfisema,masomecanismosubjacenteaesta

    perdanoconhecido.Apontamsecomocausasdadesnutrio:ainflamao(nveis

    elevadosde factordenecrosetumoralouTNF),ostressoxidativoeoaumentodo

    trabalhoventilatrio[61].Hquematribuaestasalteraesaosgenesquecodificama

    subfamliadasfosfolipasesA(sPLAIID)[6264].Acorrecodadesnutriopodeter

    umimpactoprognsticopositivo.Paraalmdoestadocatablicoqueconduzperda

    demassacorporal(peladiminuiodamassamuscular)mesmoemdoentescompeso

    normal, o doente com DPOC sofre tambm de anorexia. Alm disso, a ingesto

    alimentar reduzida pela dispneia que a limita.Assim, a ingesto protenocalrica

    nosuficienteparacompensaroestadocatablico.

  • V.DISCUSSO

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 39

    OsdoentescomdiminuiodamassamusculareaquelescomIMC41kg/m andavam menos 84m (p>0.001) que doentes no obesos ao

    realizaraPM6.OIMCfoioparmetroquemaiscontribuuparaestadiferena,jque

    o gneroe adormuscularno influenciaram aPM6 [66].Contudo,outros factores

    pareceram importantes, como a pior condio fsica dos doentes obesos que se

    reflectiunumamenordistnciapercorridanaPM6[34,35].

    Aocontrriodo IMCdoestdioIVdadoena,noexistequalquercorrelaoentreo

    IMCdosdoentesdosestdiosIIeIIIeadistnciapercorridanaPM6.Naliteraturano

    foiencontradonenhumestudoquecorrelacionasseoIMCdecadaestdiodadoena

    comadistncianaPM6.

    Atravsdaaplicaodasescalasdeavaliaodossintomas:dispneiaefadigaatravs

    daEscaladeBorg(objectivo5)foipossvelverificarqueexistiaumacorrelaoinversa

    entre o intervalo do grau de dispneiamedido no incio e no fim da PM6 (Grau de

    dispneia finalGraudedispneia inicial)eoestdio IIIdadoenaquenosdadopelo

    FEV1.Assim sendo,quantomaioro intervalodo graudedispneia,menor o FEV1

    apresentadopelodoenteeconsequentemente,menoratolernciaPM6.Omtodo

    de avaliao da hiperinsuflao dinmica parece ser um mtodo promissor na

    determinaode limitaesventilatriasnoexerccio,existindoduranteaPM6uma

    correlaoentreoaumentodoesforoinspiratrioeaintensidadedadispneiamedida

    pelaescaladeBorg[67].

  • V.DISCUSSO

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 40

    deestranharnoseterverificadoamesmacorrelaoparadoentesdoestdioIV,o

    queprovavelmenteseprendecomonmeroreduzidodedoentesdaamostraparao

    estdiorespectivo(apenas5doentesvs17doentesparaoestdioIII).

    J a variao do intervalo de dispneia medido pela Escala de Borg, no se

    correlacionoucomosrestantesestdiosdadoena.

    Noquediz respeitoaograude fadigaaplicadopelaEscaladeBorg tambmno se

    verificou qualquer correlao com o estdio da doena. Contudo, sabemos que as

    actividadesdavidadiriadosdoentescomDPOCencontramsemuito limitadas,no

    s devido s limitaes ventilatrias, mas tambm devido fadiga muscular, que

    contribuisignificativamenteparaaintolernciaaoexerccio[68].Estafadigamuscular

    afecta mais a musculatura dos membros inferiores, explicada pela diminuio da

    marchaparaevitaradispneia.

    A fadiga muscular aumentada em doentes com DPOC pode ser atribuda

    deterioraodafunopulmonareaosefeitossistmicos,comoatrofiamuscularea

    transio slowtofastna composiodas fibrasmusculares [69].Mesmono tendo

    sintomasdeDPOCodoenteapresentafadigamuscular.Aetiologiadessafadigano

    clara.Otabagismo,porsis,causaumdeclniosignificativodaresistnciafadigada

    musculaturaesqueltica.Adiminuiodaactividadefsicaduranteprolongadotempo

    de tabagismo pode causar progressiva deteriorao da condio do doente. Em

    resumo,amusculaturadofumadormaisfatigvel[6264].

    Conclumos tambm na nossa amostra de doentes que no h uma correlao

    significativa entre o grau de dispneia aplicado atravs da MMRC e a distncia

  • V.DISCUSSO

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 41

    percorrida na PM6 (objectivo 6). Contudo, estudos recentes [5556] demonstraram

    queaMMRCapresentaboarelaocomaprogressodadoena[6263,68,7072,75

    76]sendoummtodosimplesevlidoparaclassificarospacientesemfunodasua

    dispneia,devidoDPOC.Sugerimosqueumaconsideraocuidadosadeveserdada

    aousodestaescalaemqualquersistemausadoparaclassificaraDPOC,equeaMMRC

    deve ser registrada em todas as descries das populaes deDPOC.As limitaes

    destaeventualconclusoqueonossoestudonosuperouprendemse,talvez,coma

    amostrareduzidadedoentescomodiagnsticodeDPOC.

    Porfim,denotarqueoagrupamentoemscoresmultidimensionais,comoondicede

    BODE, contribui de forma importante para a caracterizao de todos os aspectos

    referidos anteriormente na patogenia da doena bem como para a caracterizao

    prognsticadosdoentes[74].

    Limitaesdoestudo

    Umadasmaioresdificuldadesdiscussodoestudodefactoaheterogeneidadede

    doentespertencentesacadaestdiodadoena,comumnmerobastantevarivela

    representarcadaumdeles.Oestdio IdaDPOCno foiobjectodeestudopela sua

    reduzida amostragem que, embora se encontre dentro dos dados de prevalncia

    descritos para este estdio da doena tem um nmero reduzido para apreciao

    estatstica ou retirada de concluses e correlaes para a populao em geral.

    Habitualmente,nodiagnosticada,jqueamaioriadosdoentesnoapresentamou

    desvalorizamossintomasnesteestdiodadoena.

  • V.DISCUSSO

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 42

    RessalvesequeoinstrumentoutilizadoparamediramassacorporalfoioIMC(P/h),

    parmetroestequenodiferenciademaneiraadequadaeverdadeiraindviduoscom

    umvalor igualde IMC.Assim,doentes comelevadamassamuscular: teroum IMC

    maiselevadopelamassamuscular,jqueamassagordamenosdensa.Destaforma,

    duas pessoas podem ter omesmo IMC,mas uma quantidade diferente de gordura

    corporal.

    O ndice demassa gorda livre obtido por tomografia computorizada revelase um

    factor preditivomelhor do que o IMC nos indivduos comDPOC. Por outro lado, a

    massagordalivrefoirecentementeidentificadacomoumfactorderiscoindependente

    damortalidade na DPOC [70].Outromtodo incuo e barato paramedir amassa

    gordaabioimpedncia.

    O factodeaamostra serde50doentes influenciaapossibilidadedegeneralizaros

    dados,podendoosnossos resultadosapenas seremaplicadosagrupos semelhantes

    aosusadosnesteestudo.

    Outralimitaoanoinclusodemulheresnoestudo,vistoqueasdoentesdosexo

    femininoapresentavamcritriosdeexclusoparaarealizaodaPM6.

  • VI.CONCLUSO

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 43

    VI.CONCLUSO

    Este estudo caracterizou, de forma multifactorial e pioneira, uma populao de

    doentescomDPOCseguidosnaCEdePneumologiadoCHCB.Verificouse,naausncia

    deestudoanterior,queosresultadosobtidosperspectivamanecessidadedeadoptar

    uma nova atitude face ao doente com DPOC, obrigando a uma abordagem

    multifactorial. Pelo impacto que a DPOC tem, acredito que a prossecuo da

    investigaonestarea fundamental, jqueos resultadosobtidos soapenasum

    tnicoparaasuacontinuao.

    Apresente investigaopermitiualertarparaadoenapulmonargravequeaDPOC

    constituicomrepercussessistmicas.Apercepoclnicadequeadispneiamaisdo

    que uma alterao fisiopatolgica subjacente doena em estudo bastante

    clarividenteno finalda realizaodasPM6.Adispneiacondicionaoestadogeralde

    sade,interferindonaqualidadedevidadosindivduoscomDPOC.

    Esteestudopermitiunosconcluirquenecessrioreforaraevidnciadainterveno

    nutricionalnagestomultifactorialdaDPOC,vistoterimpactonamortalidade.

    Destacase tambm, pela sua especial importncia, em todas as fases da DPOC, a

    intervenonotabagismo,aexecutaremtodososfumadoresactivosouexfumadores

    recentes, j que considerada como o goldstandart dasmedidas preventivas na

    sadeemgeral.

    TendoporbaseondicedeBODEeoErelativoaExerccio,derealaresteaspecto

    fundamentalnumprogramade tratamentodedoentescomDPOC.Osbenefciosda

    FisioterapiaRespiratria,nomeadamentedareabilitaopulmonarsocadavezmais

  • VI.CONCLUSO

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 44

    sustentados por uma forte, slida e crescente evidncia cientfica, ajudando os

    doentesaquebraro cicloviciosodedispneiae inactividade crescente, contribuindo

    assim para melhorar a sade respiratria, visando a melhoria da eficincia

    ventilatria,adessensibilizaoparaadispneia,amelhoriadafora,daflexibilidadee

    dacoordenaomotorabemcomoamelhoriadacomposiocorporal,enomenos

    importante,adiminuiodaansiedadeedasestratgiasdecopingpromovendouma

    melhorianaqualidadedevida.

    AanlisedosresultadosobtidosnofimdasPM6permitiramobservarque:

    Noexistecorrelaoentreograudeobstruoao fluxoareoeadistnciapercorridanaPM6;

    A DLCO correlacionouse de forma significativa e positiva com a distnciapercorridanaPM6;

    OIMCdosdoentescomDPOCdoestdioIVcorrelacionousesignificativamenteedeformapositivacomadistnciapercorridanaPM6.

  • REFERNCIASBIBLIOGRFICAS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 45

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  • ANEXOS

    DPOC Avaliao multidimensional de doentes com doena pulmonar obstrutiva crnica 56

    ANEXOS

  • ANEXOS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 57

    ANEXOS

    Anexo1GravidadedadispneiaEscalaModificada:MedicalResearchCouncil

    0 Ausnciadedispneia,exceptoduranteexercciofsicoextenuante

    1 Dispneiacommarcharpidaemplanohorizontal,ousubidadeumplanoinclinado

    2 Dispneiacondicionandomarchalentaemplanohorizontal

    3 Dispneiacausandoparagemapsmarchade90m,oupoucosminutosemplanohorizontal

    4 Dispneiaimpedindoamarchaedesencadeadapeloscuidadosdehigiene

  • ANEXOS

    Anexo2CalculadoraparandicedeBODE

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 58

  • ANEXOS

    Anexo3FormulrioPM6

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 59

  • ANEXOS

    Anexo4EscaladeBorg

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 60

  • ANEXOS

    DPOCAvaliaomultidimensionaldedoentescomdoenapulmonarobstrutivacrnica 61

    Anexo5Autorizao

    1 capas e indices2 introduo3 objectivos4 materiais e mtodos5 anlise de resultados6 discusso7 concluso8 referncias bibliogrficas9 anexos19 anexos