dpdf13discp2 001 01n594080 prova discursiva

32

Upload: others

Post on 27-Oct-2021

12 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA
Page 2: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

PROVA DISCURSIVA P2

• Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, os espaços para rascunho indicados no presente caderno. Em seguida, transcreva

os textos para o CADERNO DE TEXTOS DEFINITIVOS DA PROVA DISCURSIVA P2, nos locais apropriados, pois não será

avaliado fragmento de texto escrito em local indevido.

• Tanto na peça processual, quanto nas questões, qualquer fragmento de texto que ultrapassar a extensão máxima de linhas

disponibilizadas será desconsiderado. Será também desconsiderado o texto que não for escrito na(s) folha(s) de texto definitivo

correspondente(s).

• No caderno de textos definitivos, identifique-se apenas no cabeçalho da primeira página, pois não será avaliado texto que tenha

qualquer assinatura ou marca identificadora fora do local apropriado. Caso queira assinar seus textos, utilize apenas o nome Defensor

Público. Ao texto que contenha outra forma de identificação será atribuída nota zero, correspondente à identificação do candidato

em local indevido.

• Em cada questão, ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 50,00 pontos, dos quais até 0,20 ponto será atribuído ao quesito

apresentação e estrutura textual (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos). Na peça processual, esses valores

corresponderão a 30,00 pontos e 1,00 ponto, respectivamente.

PEÇA PROCESSUAL

Tales, de dezenove anos de idade, foi preso, em flagrante delito, por dois policiais militares quando

levava consigo dez papelotes com substância esverdeada semelhante a maconha, oito papelotes com pedras

e um pó branco, e R$ 160,00 em notas miúdas. Junto com Tales, foi apreendido o adolescente R. F., de

dezessete anos de idade, que portava cinco papelotes com a mesma substância esverdeada e mais R$ 60,00

em notas miúdas. Tanto a prisão quanto a apreensão ocorreram nas imediações de uma escola pública de

ensino médio, local de grande movimento de pessoas. Na delegacia de polícia, o delegado de plantão

constatou que Tales e R. F. portavam, cada um deles, vinte gramas de maconha, dez gramas de cocaína e

cinco gramas de crack, tendo sido lavrado o auto de prisão em flagrante contra Tales pela prática do crime

de tráfico ilícito de substância entorpecente, associação para o tráfico e do crime de corrupção de menores.

R. F. foi encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente para prestar depoimento. Durante a lavratura

do auto de prisão em flagrante, foram ouvidos, como condutor e testemunha, apenas os dois policiais

militares que efetuaram a prisão, tendo eles confirmado a prática dos crimes, já que nenhuma outra pessoa

que passava pelo local no momento do fato fora arrolada como testemunha. Interrogado pela autoridade

policial, sem a presença de advogado e sem que lhe tenha sido nomeado curador, Tales confessou a prática

do crime. Remetidos os autos do flagrante ao juiz competente, a prisão de Tales foi convertida em

preventiva. De posse dos autos, o Ministério Público (MP) ofereceu denúncia contra Tales, com base no

disposto no caput do art. 33, c./c. o disposto no caput do art. 35 e o disposto nos incs. III e VI do art. 40,

todos da Lei n.º 11.343/2006, e no disposto no art. 244-B da Lei n.º 8.069/1990, tendo sido os crimes

cometidos em concurso material. Por entender estarem presentes fortes indícios de autoria e materialidade

e para não prolongar demasiadamente a prisão de Tales, o juiz decidiu não lhe conceder o prazo de dez dias

para a defesa preliminar, e, de pronto, recebeu a denúncia do MP, tendo determinado a citação do réu para

oferecer resposta escrita e marcado a data da audiência de instrução e julgamento.

No dia da audiência, embora o réu tenha sido citado e sua presença, requisitada ao presídio pelo juiz,

Tales não foi levado ao fórum, em razão da falta de policiais militares suficientes para a escolta. O juiz,

então, acolhendo a justificativa da falta de escolta, resolveu dar início à audiência apenas com a presença

do defensor do réu, decisão que foi contestada pelo defensor, sem sucesso. Nessa oportunidade, foi ouvido,

como testemunha de acusação, apenas um dos policiais que efetuaram o flagrante; o outro, que havia

deixado a corporação, não foi localizado. O policial ouvido relatou não se recordar do fato narrado na

denúncia, alegando ser grande o número de ocorrências sob sua responsabilidade diária. As testemunhas

de defesa arroladas na resposta escrita limitaram-se a falar dos antecedentes do réu. Ao final da audiência,

o MP pediu a juntada, no processo, do depoimento de R.F. tomado na Delegacia da Criança e do Adolescente,

para que fosse utilizado como prova, pedido que foi deferido pelo juiz. No referido depoimento, o adolescente

confessou que praticara o crime de tráfico junto com Tales apenas aquela vez, mas que já havia traficado

drogas com outros comparsas anteriormente.

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 1 –

Page 3: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

Dada a ausência de Tales na audiência, o juiz marcou nova data para a realização do interrogatório

do réu. Na data marcada, Tales foi levado ao juízo e negou a prática do delito, afirmando que não portava

nenhuma droga, que tudo fora "armação" da polícia, que o forçara a assinar, sem ler, o auto de prisão em

flagrante. Após o interrogatório, o juiz concedeu prazo para a apresentação de memoriais pela acusação e

defesa. Juntados os memoriais com as alegações pertinentes, o processo seguiu concluso para a sentença.

O juiz que presidiu a audiência de oitiva das testemunhas e o interrogatório do réu encontrava-se em férias,

tendo sido a sentença prolatada pelo juiz auxiliar da mesma vara, substituto legal daquele.

Na sentença, o juiz, com fundamento na confissão extrajudicial do réu, no depoimento do policial

militar, no auto de flagrante e no depoimento de R.F., afastou os argumentos e nulidades trazidos nos

memoriais defensivos e condenou Tales, nos termos da denúncia, à pena de sete anos, três meses e quinze

dias de reclusão em regime inicial fechado, com base no disposto no caput do art. 33, c./c. o disposto nos

incs. III e VI do art. 40, ambos da Lei n.º 11.343/2006; à pena de quatro anos, quatro meses e quinze dias

de reclusão em regime inicial fechado, com base no disposto no caput do art. 35, c./c. o disposto nos

incs. III e VI do art. 40, ambos da Lei n.º 11.343/2006; e à pena de um ano e dois meses de reclusão em

regime inicial aberto, com base no disposto no art. 244-B da Lei n.º 8.069/1990, em concurso material, além

de 770 dias-multa. Ao proceder à dosimetria da pena pelo crime de tráfico, o juiz partiu da pena mínima de

cinco anos de reclusão e, na primeira fase de aplicação da pena, aumentou-a de um sexto em razão dos

maus antecedentes de Tales, que, apesar de ser réu primário, responde a outra ação penal, em andamento,

por crime de furto. Na segunda fase, não houve alteração da pena. Na terceira fase, foi aplicado um aumento

de mais um quarto em razão, exclusivamente, da presença das duas causas de aumento previstas nos

incs. III e VI do art. 40 da Lei n.º 11.343/2006. O juiz, porém, deixou de aplicar a causa de diminuição de

pena prevista no § 4.º do art. 33 da Lei n.º 11.343/2006, requerida pela defesa nos memoriais, em razão

dos maus antecedentes de Tales, da condenação por associação e da natureza e quantidade de droga

apreendida com ele. O regime inicial fechado foi aplicado em razão da gravidade do crime de tráfico de

entorpecente e pelo mal que esse tipo de crime causa à sociedade, em especial, à saúde pública. Ao proceder

à dosimetria da pena pelo crime de associação para o tráfico de entorpecentes, o juiz utilizou o mesmo

raciocínio utilizado em relação ao crime de tráfico, ou seja, aplicou a Tales pena inicial de três anos com

aumento de um sexto pelos maus antecedentes e, em seguida, aumentou-a em mais um quarto, com base

no disposto nos incs. III e VI do art. 40 da Lei n.º 11.343/2006. O regime inicial fechado foi aplicado também

em razão da gravidade do crime de associação para o tráfico de entorpecentes. Com relação ao crime

previsto no art. 244-B da Lei n.º 8.069/1990, foi aplicada a pena base de um ano, aumentada de um sexto

pelos mesmos maus antecedentes, em regime inicial aberto. Ao final, em razão de o réu já estar preso

provisoriamente, não lhe foi concedido o direito de recorrer em liberdade.

Por ser Tales pessoa pobre assistida pela Defensoria Pública, intimou-se pessoalmente da sentença

o defensor público.

Em face dessa situação hipotética, redija, na condição de defensor público, a medida judicial cabível em favor de Tales, com as respectivas

razões, nos termos da lei processual penal.

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 2 –

Page 4: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – PEÇA PROCESSUAL – 1/4

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 3 –

Page 5: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – PEÇA PROCESSUAL – 2/4

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

51

52

53

54

55

56

57

58

59

60

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 4 –

Page 6: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – PEÇA PROCESSUAL – 3/4

61

62

63

64

65

66

67

68

69

70

71

72

73

74

75

76

77

78

79

80

81

82

83

84

85

86

87

88

89

90

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 5 –

Page 7: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – PEÇA PROCESSUAL – 4/4

91

92

93

94

95

96

97

98

99

100

101

102

103

104

105

106

107

108

109

110

111

112

113

114

115

116

117

118

119

120

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 6 –

Page 8: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

QUESTÃO 1

Redija um texto dissertativo a respeito da implementação do direito à igualdade no âmbito do sistema especial de proteção dos direitos

humanos. Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

< processo de especificação do sujeito de direito na proteção dos direitos humanos; [valor: 2,00 pontos]

< ações afirmativas como instrumento de inclusão social; [valor: 1,00 ponto]

< previsão da adoção de ações afirmativas no sistema especial de proteção dos direitos humanos. [valor: 1,80 ponto]

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 7 –

Page 9: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – QUESTÃO 1

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 8 –

Page 10: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

QUESTÃO 2

Posicione-se a respeito da possibilidade de abertura de processo administrativo disciplinar [valor: 1,40 ponto] e de aplicação de demissão

[valor: 1,40 ponto] em face de servidor público em estágio probatório, e esclareça, com base no entendimento do STJ, se é possível a

utilização, em processo administrativo disciplinar, de prova emprestada produzida em processo criminal [valor: 2,00 pontos].

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 9 –

Page 11: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – QUESTÃO 2

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 10 –

Page 12: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

QUESTÃO 3

Por serem as normas constitucionais normas jurídicas, sua interpretação requer o entendimento de

conceitos e elementos clássicos. Todavia, as normas constitucionais apresentam determinadas

especificidades que as singularizam. Em razão disso, foram desenvolvidas ou sistematizadas categorias

doutrinárias próprias, identificadas como princípios específicos ou princípios instrumentais de interpretação

constitucional, que constituem premissas conceituais, metodológicas ou finalísticas que devem anteceder,

no processo intelectual do intérprete, a solução concreta da questão posta. Tais princípios, embora não

expressos no texto da Constituição, são reconhecidos pacificamente pela doutrina e pela jurisprudência.

Luís Roberto Barroso. Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitosfundamentais e a construção do novo modelo. 4.ª ed., 2013, p. 322 (com adaptações).

Considerando que o fragmento de texto acima apresentado tem caráter meramente motivador, discorra sobre o significado dos seguintes

princípios de interpretação constitucional: unidade da Constituição [valor: 1,20 ponto]; interpretação conforme a Constituição [valor:

1,20 ponto]; presunção de constitucionalidade [valor: 1,20 ponto]; efetividade [valor: 1,20 ponto].

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 11 –

Page 13: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – QUESTÃO 3

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 12 –

Page 14: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

QUESTÃO 4

Maria, diagnosticada como portadora de obesidade mórbida, aguarda há três anos por uma cirurgia

bariátrica que havia sido indicada pelos médicos como um procedimento de urgência. Após ter passado por

todos os procedimentos prévios exigidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a realização da cirurgia,

não tendo conseguido realizá-la, Maria procurou a Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) para entrar

com ação de obrigação de fazer em face do governo do Distrito Federal (GDF). Ela afirma que há mais de

cinco mil pessoas à sua frente na fila de espera da cirurgia e que poucos hospitais do DF são credenciados

pelo SUS para realizar esse tipo de procedimento, sendo de dez anos a expectativa do tempo que ela terá

de aguardar na fila, considerando-se que são realizadas 44 cirurgias bariátricas por mês pelo SUS, o que

perfaz um total de 528 procedimentos por ano. Maria alega, ainda, que seu quadro clínico se agravou

recentemente, em razão da diabetes e de outras doenças associadas à obesidade, estando sua vida em risco.

Suas alegações foram comprovadas por meio de laudos e exames médicos.

Em sua defesa, o GDF alegou que a saúde, sendo um direito da seguridade social, somente é

garantida àqueles que contribuam com o ente estatal; que não possui legitimidade para figurar no polo

passivo da demanda, devendo a ação ter sido postulada contra a União, única responsável pelo SUS,

considerando-se o texto constitucional e a Lei Orgânica do Distrito Federal; que, dado o princípio da

separação dos poderes, não cabe ao Poder Judiciário atuar na destinação das verbas governamentais

relativas à saúde, obrigando o gestor público do DF a dar preferência às cirurgias bariátricas, em detrimento

de outros aspectos da saúde; e, por fim, que não existe nenhum princípio ou dispositivo constitucional que

fundamente eventual decisão dando prioridade a Maria na realização do procedimento.

Na situação hipotética acima descrita, considerando-se o disposto na Constituição Federal de 1988 e na Lei Orgânica do Distrito Federal,

procedem as alegações do GDF? Justifique sua resposta. [valor: 4,50 pontos]

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 13 –

Page 15: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP2_001_01N594080 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – QUESTÃO 4

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 14 –

Page 16: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA
Page 17: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA
Page 18: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

PROVA DISCURSIVA P3

• Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, os espaços para rascunho indicados no presente caderno. Em seguida, transcreva

os textos para o CADERNO DE TEXTOS DEFINITIVOS DA PROVA DISCURSIVA P3, nos locais apropriados, pois não será

avaliado fragmento de texto escrito em local indevido.

• Tanto na peça processual, quanto nas questões, qualquer fragmento de texto que ultrapassar a extensão máxima de linhas

disponibilizadas será desconsiderado. Será também desconsiderado o texto que não for escrito na(s) folha(s) de texto definitivo

correspondente(s).

• No caderno de textos definitivos, identifique-se apenas no cabeçalho da primeira página, pois não será avaliado texto que tenha

qualquer assinatura ou marca identificadora fora do local apropriado. Caso queira assinar seus textos, utilize apenas o nome Defensor

Público. Ao texto que contenha outra forma de identificação será atribuída nota zero, correspondente à identificação do candidato

em local indevido.

• Em cada questão, ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 50,00 pontos, dos quais até 0,20 ponto será atribuído ao quesito

apresentação e estrutura textual (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos). Na peça processual, esses valores

corresponderão a 30,00 pontos e 1,00 ponto, respectivamente.

PEÇA PROCESSUAL

Francisco Antunes, brasileiro, casado, pedreiro, Everardo Lima, brasileiro, solteiro, técnico em

secretariado, e Edvânia Cardoso, brasileira, casada, costureira, moradores, respectivamente, das casas 15,

16 e 17 do Planalto Lago Azul entregaram, pessoalmente, à DPDF a carta reproduzida a seguir, na qual

solicitam a atuação do órgão.

"Prezado Defensor,

Somos moradores do Planalto Lago Azul há aproximadamente 15 anos, momento em que recebemos em

doação os terrenos de nossas casas por meio de programa de moradia popular do governo do Distrito Federal

(GDF). Ajudamos a montar a infraestrutura do referido local, que possui creche, campo de futebol, escola,

um núcleo de saúde e um pequeno lago que dá nome ao bairro. Há aproximadamente 100 famílias morando

em nossa comunidade, totalizando algo em torno de 500 pessoas.

Nesses 15 anos muita coisa mudou. Nem todos os moradores são carentes, alguns conseguiram grande

ascensão social, apesar de a comunidade ser predominantemente de pessoas pobres.

Devido à distância do centro da capital, nossa comunidade costuma ser pacífica e tranquila. Todos os

moradores se conhecem, se respeitam e vivem em plena harmonia. Considerando nossa condição social,

o Planalto Lago Azul é um ótimo local para se viver.

Ocorre que toda essa nossa paz foi interrompida há cerca de 1 ano, quando foi instalada, ao lado da

comunidade, a indústria CCX Agrotóxicos, situada no Planalto Lago Azul, lote 2.

Desde a instalação e funcionamento da referida empresa, a comunidade vem sofrendo diversas

consequências relacionadas à saúde. O lago azul, formado por águas superficiais e em depósito

decorrente de formação natural, está completamente poluído com subprodutos da referida indústria. Há

laudos (anexos) do Conselho Regional de Engenharia e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal que

comprovam o alegado.

O pequeno posto de saúde da comunidade, que antigamente atendia moradores até de outras regiões,

não tem mais condições de suportar a demanda local, tamanha a quantidade de doentes com problemas

respiratórios, dor de cabeça e mal-estar. Vários moradores, principalmente os profissionais liberais,

sofreram prejuízos por não poderem trabalhar enquanto doentes. Ademais, os gastos da comunidade

com os custos de medicamentos subiram imensamente. Muitas pessoas estão na porta do pequeno posto

de saúde sem conseguir atendimento há vários dias.

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 1 –

Page 19: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

Já contatamos a empresa CCX Agrotóxicos e esta, em resposta, nos informou que possui toda a

documentação estatal em ordem e que está tentando resolver o caso com a desintoxicação do lago e a

interrupção de eventuais vazamentos de produtos tóxicos, mas até o dia de hoje, passado quase 1 ano,

nada foi resolvido.

Informamos e pedimos apoio ao GDF, mas este ainda não adotou nenhuma providência efetiva e

definitiva para resolver a situação, resumindo-se a efetivar medidas paliativas, como a limpeza mensal

do lago, que após 5 ou 6 dias passa a ficar poluído novamente.

Prezado Defensor, a situação é urgente e crítica. Pedimos o apoio desta instituição para atuação efetiva

na resolução desta demanda."

A DPDF tentou resolver o conflito por meio de medidas extrajudiciais, mas não obteve êxito.

Em face do caso hipotético acima narrado, redija, na condição de defensor público responsável pelo caso, a peça processual adequada,

com o devido embasamento no direito material e processual. Não crie fatos novos.

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 2 –

Page 20: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – PEÇA PROCESSUAL – 1/4

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 3 –

Page 21: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – PEÇA PROCESSUAL – 2/4

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

51

52

53

54

55

56

57

58

59

60

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 4 –

Page 22: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – PEÇA PROCESSUAL – 3/4

61

62

63

64

65

66

67

68

69

70

71

72

73

74

75

76

77

78

79

80

81

82

83

84

85

86

87

88

89

90

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 5 –

Page 23: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – PEÇA PROCESSUAL – 4/4

91

92

93

94

95

96

97

98

99

100

101

102

103

104

105

106

107

108

109

110

111

112

113

114

115

116

117

118

119

120

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 6 –

Page 24: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

QUESTÃO 1

Carlos e Fernanda ajuizaram ação em face da Beta Construtora e Incorporadora Imobiliária

requerendo a resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel firmado com a ré, bem como

a restituição do sinal e das parcelas pagas e compensação por danos morais, diante da paralisação e do

abandono das obras pela construtora. Requereram os autores, ainda, a desconsideração da personalidade

jurídica da empresa ré, que não possuía recursos para indenizá-los, a fim de alcançar o patrimônio dos seus

dois sócios-gerentes.

Considerando que os atos dos sócios não foram praticados com excesso de poder ou infração à lei, discorra acerca da possibilidade de

desconsideração da personalidade jurídica na situação hipotética apresentada [valor: 3,00 pontos], apontando, ainda, se deve ser deferido

o pedido de reparação por danos morais pleiteado [valor: 1,80 ponto]. Justifique a sua resposta.

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 7 –

Page 25: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – QUESTÃO 1

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 8 –

Page 26: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

QUESTÃO 2

A DPDF ajuizou ação civil pública visando à obtenção de provimento jurisdicional que determinasse

a indenização de consumidores pelos danos morais e materiais sofridos em decorrência de interrupção

irregular do fornecimento de energia elétrica em suas residências. A Companhia de fornecimento de energia,

ao impugnar o pedido, invocou a ilegitimidade ativa da DPDF.

Com base nessa situação, responda, com fundamento no entendimento do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema, aos seguintes

questionamentos.

< A DPDF atuou nos limites de sua competência legal? [valor: 1,80 ponto]

< Qual a viabilidade da ação proposta e a natureza jurídica do direito nela discutido? [valor: 3,00 pontos]

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 9 –

Page 27: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – QUESTÃO 2

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 10 –

Page 28: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

QUESTÃO 3

Considerando que no contrato social de determinada sociedade de responsabilidade Ltda. haja cláusula prevendo o prosseguimento da

sociedade com os herdeiros no caso de falecimento do sócio, redija um texto dissertativo abordando, de forma fundamentada, os seguintes

aspectos:

< natureza jurídica da cláusula que estabelece a possibilidade da continuação da sociedade com os herdeiros; [valor: 1,60 ponto]

< necessidade de, a despeito da existência da cláusula, da anuência dos sócios remanescentes para que os herdeiros possam

participar da sociedade; [valor: 1,60 ponto]

< se procede ou não eventual defesa da sociedade contrária à pretensão dos herdeiros da liquidação da quota fundada na referida

cláusula. [valor: 1,60 ponto]

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 11 –

Page 29: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – QUESTÃO 3

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 12 –

Page 30: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

QUESTÃO 4

Redija texto dissertativo a respeito dos direitos fundamentais expressos no Estatuto da Criança e do Adolescente [valor: 2,20 pontos] e

da repercussão do princípio da proteção das novas gerações nas políticas públicas de atendimento e no enfrentamento das violações aos

direitos humanos das crianças e dos adolescentes, de acordo com a legislação vigente no país [valor: 2,60 pontos].

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 13 –

Page 31: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA

DPDF13DISCP3_001_02N470070 CESPE/UnB – DPDF/2013

RASCUNHO – QUESTÃO 4

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

CARGO: DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA – 14 –

Page 32: DPDF13DISCP2 001 01N594080 PROVA DISCURSIVA