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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE

EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA RIO GRANDE DO SUL –

IFRS - CAMPUS BENTO GONÇALVES

VITOR BALDASSO

EXTENSÃO EM PRODUÇÃO ORGÂNICA

Bento Gonçalves

2011

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1

VITOR BALDASSO

EXTENSÃO EM PRODUÇÃO ORGÂNICA

Bento Gonçalves

2011

Trabalho de conclusão do Estágio do

Curso Superior de Tecnologia em

Horticultura, pelo Instituto Federal de

Educação Ciência e Tecnologia do Rio

Grande do Sul Campus Bento

Gonçalves.

Orientador: Marcus André kurtz

Almança

Supervisores: Balduino Puerari

Custódio e Jorge Luis Mariani.

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VITOR BALDASSO

EXTENSÃO EM PRODUÇÃO ORGÂNICA

Trabalho de conclusão do estágio do Curso

Superior de Tecnologia em Horticultura, pelo

Instituto Federal de Educação Ciência e

Tecnologia do Rio Grande do Sul Campus

Bento Gonçalves.

Aprovado em........../........../...............

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________

Professor Dr. Marcus André Kurtz Almança

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Bento

Gonçalves

________________________________________________

Professor Dr. Diovane Freire Moterle

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Bento

Gonçalves

________________________________________________

Professor Dr. Gilberto Luiz Putti

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Bento

Gonçalves

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3

A todos meus amigos e

colaboradores do IFRS – Campus Bento Gonçalves,

por todo apoio e conselhos...

A minha família por todo o incentivo e ajuda

nos momentos que mais precisei...

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4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a DEUS por ter me oportunizado viver com saúde, proteção e

vontade de buscar sempre o melhor pelo bem comum. Durante esta caminhada de minha vida,

tive alguns tropeços, más não cai e continuei até alcançar meu objetivo.

Quero agradecer a minha esposa Fabiana P. Baldasso por todo apoio que recebi durante

minhas idas e vindas a Bento Gonçalves e por entender meu compromisso para com o

objetivo de concluir minha graduação e seguir em busca de meus sonhos. Agradeço ao meu

amigo e orientador Professor Dr. Marcus André Kurtz Almança pelo apoio recebido.

Agradeço a todo o corpo docente do IFRS-BG por tudo o que realizamos juntos durante esta

inesquecível etapa de minha vida na qualificação profissional como tecnólogo em horticultura

formado na primeira turma do curso de Tecnologia em Horticultura do IFRS-BG e que

recebeu recentemente avaliação nota conceito (4 bom) do MEC. Tendo em vista que sou

parte do fruto do trabalho que os professores exercem diariamente na sua missão de plantar a

sementinha do conhecimento nos solos ou mentes e corações de nossa gente.

Agradeço ao Centro Ecológico de Ipê da REDE ECOVIDA pela oportunidade recebida para

trabalhar como consultor rural na área de extensão agroecológica em Garibaldi e na Região

Serrana do RS.

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RESUMO

O objetivo do trabalho foi realizar uma experiência prática de aprendizado em Agroecologia

no Município de Garibaldi. Durante o estágio foi realizado um diagnóstico da realidade

agrícola loca. Oficinas e palestras nas escolas do município buscando a conscientização sobre

a importância do alimento orgânico. Foi realizada a implantação do programa do resgate do

milho crioulo na Secretária da Agricultura do município de Garibaldi. Dentre as atividades

desenvolvidas foi realizado um teste experimental com homeopatia em alface em uma

propriedade rural orgânica. Os trabalhos em extensão rural em agroecologia realizado durante

o estágio proporcionou-me crescimento profissional na área. A aquisição de experiência que

veio a complementar a formação técnica no curso superior de horticultura.

Palavras-Chave: agroecologia, alface, homeopatia.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Apresentação de uma oficina sobre hortas orgânicas para professoras e autoridades

políticas do município na EES Antônio.....................................................................................18

Figura 2. Mutirão na oficina de construção da horta na ES Antônio por técnicos, professores

e alunos.......................................................................................................................................19

Figura 3. Semeadura de cenoura, rúcula e rabanete pelos alunos na escola S Antônio durante

a oficina......................................................................................................................................19

Figura 4. Coordenadoras com os técnicos e professoras no final da oficina na EE Geny Vieira

da Cunha....................................................................................................................................20

Figura 5. Palestra para a turma da 8° série da Escola Dante Grossi .........................................21

Figura 6. Crianças brincando na horta na Escola Geny V. da Cunha........................................22

Figura 7. Palestra na Escola Geny V. da Cunha falando sobre sua trajetória profissional em

defesa da saúde da natureza........................................................................................................23

Figura 8. Estrutura física da escola EMEI O Mundo dos Pequeninos com canteiros de concreto

e cobertura de sombrite..............................................................................................................24

Figura 9. Irrigação por aspersão na horta orgânica de Breno Bortolin......................................26

Figura 10. Semente de milho crioulo Variedade Azteca- amarelo resgatado no interior do

município cultivado a 100 anos na região...................................................................................30

Figura 11. Processo de dinamização da homeopatia..................................................................31

Figura 12. Inicio do experimento das alfaces com as sete Homeopatias em (Plantio 7/3/11)...33

Figura 13. Experimento de Alface na 1° aplicação de homeopatia na estufa de Breno Bortolini

em Garibaldi em 18/3/11 utilizada em18/3/11...........................................................................34

Figura 14. Alface na 4° aplicação de homeopatia. Nas alfaces de Breno Bortolini...................34

Figura 15. Colheita alface orgânica com homeopatia com 44 dias pós-transplante...................35

Figura 16 Amostras de alface coletadas no experimento ..........................................................36

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Quantidade de Produtores de Garibaldi diagnosticada pela pesquisa.....................17

Tabela 2: Resultado do teste de comparação de médias dos tratamentos do experimento com

Homeopatia na alface de Breno Bortolini em Garibaldi..........................................................36

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................9

1.1 OBJETIVOS DO ESTÁGIO..............................................................................11

2 AGRICULTURA ORGÂNICA.............................................................................12

2.1 EXTENSÃO E DESENVOLVIMENTO RURAL............................................15

3 ATIVIDADES REALIZADAS...............................................................................17

3.1 PRODUTORES DE GARIBALDI...................................................................17

3.2 ATIVIDADES DE INCENTIVO A PRODUÇÃ ORGÂNICA.......................18

3.2.1 Implantação do projeto horta saudável..................................................20

3.2.2 Objetivos do Projeto da Horta.................................................................23

3.2.3 Justificativa do Projeto.............................................................................24

3.3 PROGRAMA DE RESGATE DE SEMENTES CRIOULAS........................27

3.4 EXPERIMENTO DE HOMEOPATIA EM ALFACE....................................30

3.4.1 Vinculação da Homeopatia na Agricultura.............................................31

3.4.2 Objetivo.......................................................................................................32

3.4.3 Planejamento de implantação do Experimento.......................................32

3.4.4 Metodologia do Experimento....................................................................32

3.4.5 Justificativa................................................................................................ 35

3.4.6 Resultados...................................................................................................35

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................38

REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS.......................................................................40

ANEXOS.....................................................................................................................43

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1 INTRODUÇÃO

Este relatório é parte da exigência para a conclusão do Curso Superior em Horticultura

do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, Campus Bento Gonçalves. O estágio foi realizado

Secretaria da Agricultura da Prefeitura de Garibaldi localizada na Rua Júlio de Castilhos, 254

- Centro - Garibaldi - RS - 95720-000– Rio Grande do S. O estágio foi realizado de primeiro

de fevereiro a primeiro de junho de 2011, totalizando 450 horas.

O orientador do estágio foi o professor Marcus André Kurtz Almança, do curso

Superior de Horticultura do IFRS – Campus Bento Gonçalves. O professor leciona as

disciplinas de agricultura orgânica e extensão e desenvolvimento rural. Sendo um fator de

referência significativo para despertar e orientar sobre os conteúdos e práticas durante o

estágio.

O estágio foi supervisionado pelos secretários municipais do meio ambiente e da

agricultura, engenheiro agrônomo Balduino Puerari Custódio e o enólogo Jorge Luís Mariani.

Diante do atual momento em que o mundo vivencia, presenciando fatores de

desequilíbrios naturais e climáticos associado a problemas políticos, sociais e econômicos,

percebe-se que o futuro da humanidade esta comprometido, pois não esta caminhando num

ritmo sustentável. Para tanto é imprescindível revermos o modo de como lidamos com a

natureza ao retirarmos nosso alimento e sustento, sem comprometermos o futuro de nossos

filhos e netos. Neste sentido a agricultura orgânica vem a se constituir em uma boa alternativa

de amenizar os problemas existentes na atividade agrícola em relação da conservação do meio

ambiente, além de promover a sustentabilidade do produtor rural e gerar melhores alimentos

para a população. Dentro desta perspectiva eu optei por desenvolver atividades na

agroecologia ligados aos trabalhos propostos pelos secretários do meio ambiente e da

agricultura do município.

No estágio em agroecologia na Secretária da Agricultura foram realizadas visitas

técnicas com o acompanhamento do agrônomo Leandro Venturini do Centro Ecológico de

Ipê, RS. Durante seu trabalho de assistência técnica em extensão rural do convenio que tem

firmado com a prefeitura de Garibaldi, o estagiário aprimorou as práticas culturais em

agroecologia e conheceu a realidade e a importância da extensão rural na atividade de

produção orgânica. Por meio de uma pesquisa objetiva procurou fazer um diagnóstico a fim

de poder quantificar o número de agricultores orgânicos do município e sua localização e o

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que estão cultivando. Durante o estágio foi desenvolvida ações de promoção da cidadania

estimulando a população rural e escolar do município com palestras e oficinas práticas

abordando a educação ambiental, a importância das sementes crioulas e o estimulo a produção

e consumo do alimento orgânico;

Participação direta da criação do Programa de resgate e implantação do cultivo de

milho crioulo em Garibaldi em parceria do Centro Ecológico e a Secretária da Agricultura.

O estagiário por meio do convênio do centro Ecológico e a prefeitura municipal e

iniciativa da coordenadora do setor de educação ambiental do município, Marisa Bortolini

Idealizaram no município o projeto Horta Saudável. O estagiário visitou as escolas do

município a fim de oferecer metodologias para implantar e aperfeiçoar hortas orgânicas,

objetivando no âmbito rural e escolar fortalecera produção orgânica, para que aconteça o

enriquecimento cultural de promoção da cidadania e o bem estar para todos.

Uma das ações realizadas durante o estágio foi um experimento com a aplicação de

sete homeopatias (Antimonium crudum; Kali carbonicum; Mercurius solubilis; Sulphur;

Natrum muriaticum; Aurum metallicum; Ammonium muriaticum) em uma propriedade do

interior do município que cultiva alface orgânica. Buscou-se uma alternativa natural de

melhorar a qualidade e rendimento do alimento orgânico.

O município de Garibaldi localizado na região da serra gaúcha se destaca como uma

das grandes referências de produção orgânica. O trabalho de extensão rural do Centro

Ecológico de Ipê e pelo apoio dos gestores públicos e dedicação dos produtores rurais que a

quase 15 anos dedicam seu tempo de trabalho através de associações e cooperativas na

produção de alimentos orgânicos.

A Cooperativa dos Produtores Ecologistas de Garibaldi (Coopeg), atualmente esta na

melhor fase desde a sua fundação, em 1998, reunindo grande numero de famílias que se

dedicam à agricultura orgânica e à agroindústria, contando também com integrantes de outros

municípios da Serra Gaúcha.

Além do cultivo orgânico, os produtores elaboram o suco de uva orgânica, vinhos,

espumantes, doces de frutas e verduras processadas. O suco de uva e o vinho com o selo

Coopeg já ganharam as redes de supermercados do Rio Grande do Sul e de outros estados,

como Rio de Janeiro e São Paulo, e os produtores estudam convites para exportar. A safra

atual da Coopeg deve ser de 200 mil litros da bebida.

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A Coopeg foi selecionada como um dos fornecedores de produtos para a Copa de 2014

dentro do projeto nacional Talentos do Brasil Rural. Paralelamente, continua participando da

alimentação escolar na região e integrando, desde 2001, os roteiros de turismo rural, através

da rota da Estrada do Sabor.

1.1 OBJETIVOS DO ESTÁGIO

1. Cumprir com a carga horária de 450 horas de estágio para conclusão do Curso de

Tecnologia em Horticultura.

2. Obter um aprendizado em Agroecologia

3. Promover ações para a expansão da Agroecologia no município

3.1- Realizar um diagnóstico dos agricultores orgânicos do município de

Garibaldi, por meio da realização de visitas técnicas nas propriedades rurais

com o acompanhamento do Tecnólogo Leandro Venturini.

3.2- Realizar a implantação de um projeto de extensão escolar e oficinas

práticas direcionadas as crianças e professores em todas as escolas municipais

e estaduais do município de Garibaldi.

3.3- Construção e implantação de um programa e cronograma de resgate das

sementes de milho crioulo.

3.4- Realização de um experimento em Agroecologia com a aplicação de

homeopatia na cultura da alface.

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2 AGRICULTURA ORGÂNICA

A agricultura orgânica busca criar ecossistemas mais equilibrados, preservar a

biodiversidade e os ciclos e as atividades biológicas do solo em harmonia com a natureza,

através de um conhecimento multidisciplinar de visão sistêmica. O produtor procura

contemplar as demandas da planta através de manejo e proteção, que surgirem na cultura

durante o processo produtivo, sem a utilização dos agrotóxicos.

Segundo (ALTIERI, 1995) “a agroecologia preocupa-se com a otimização do

agroecossistema como um todo, o que implica maior ênfase no conhecimento, análise e

interpretação das complexas interações existentes entre as pessoas, os cultivos, os solos e os

animais”.

Para (SARANDÓN, 2009) a Agroecologia pode ser entendida como um novo enfoque

científico que reúne, sintetiza e aplica conhecimentos da agronomia, ecologia e outras

ciências afins, com uma ótica sistêmica e um forte componente ético, para gerar

conhecimentos e aplicar estratégias adequadas para desenhar, manejar e avaliar

agroecossistemas sustentáveis.

Na agricultura orgânica o solo é definido como um sistema vivo, que deve ser nutrido,

de modo que não impeça as atividades de organismos benéficos necessários à reciclagem de

nutrientes e produção de húmus para ficar disponível as plantas de interesse. Deve envolver

aspectos biológicos que constituem a parte mais agronômica da conversão e incluem o

reequilíbrio das populações de pragas e doenças e das condições do solo.

O mundo está cada vez mais rápido e dinamico e o homem, por necessidade,

acompanha a rapidez das máquinas em sua vida. Nessa nova ordem econômica, não há mais

espaço, ou justificativa econômica de mercado para o pequeno produtor que não se atualizar e

buscar novas alternativas de mercado unindo forças através de associções de produtores.

Sendo assim, a agricultura orgânica pode ser uma alternativa de produzir alimento de

qualidade.

Segundo (MIKLOS, com oral 1998), podemos considerar alguns princípios de

relevância para o agricultor efetivar com eficiência o sistema agroecológico de produção:

O sistema de produção é concebido com base nas características naturais e culturais do

local.

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Insumos gerados na própria propriedade são otimizados, diminuindo a dependência de

insumos externos.

Incremento da biodiversidade e práticas baseadas nas relações entre os seres vivos são

altamente empregados.

Pecuária e agricultura devem ser associados.

Novos ideais associativos se estabelecem na relação Homem – Natureza.

A agricultura orgânica faz parte do conceito abrangente de agricultura alternativa que

realizam entre tantas, as seguintes práticas:

O solo é considerado um organismo vivo, motivo pelo qual devemos sempre estar

adicionando carbono ao solo, fonte de energia aos microrganismos do solo. Em relação à

matéria orgânica, a rotação de culturas proporciona um aumento na biomassa vegetal e

microbiana, favorecendo uma maior mineralização dos nutrientes no solo. (MAGDOFF,

1993) relata que a utilização desta prática incrementa a atividade biológica do solo, com

aumento proporcional dos processos bioquímicos do ciclo de nutrientes. Adicionalmente,

ocorre uma maior diversidade de organismos presentes (bactérias, fungo, actinomicetos,

protozoários, leveduras, minhocas).

A cobertura vegetal morta e viva do solo que possibilita proteção das temperaturas

extremas e inibe a lixiviação de nutrientes e a erosão do solo. O mato ou ervas daninhas

fazem parte do sistema. São usadas como cobertura de solo e abrigo de insetos aumentando a

diversidade de alimento aos mesmos, diminuindo os danos na planta de interesse. O controle

de ervas daninha é preventivo manual e mecânico através de roçadas ou capinas que tem o

objetivo de diminuir a competição por nutrientes e espaço para realização da fotossintese na

cultura. A conformação e o arranjo da palha sobre o solo, bem como o efeito direto do

implemento, afeta variáveis como cobertura de solo, regime de temperatura e a conservação

da água no solo (STREK et al., 1994).

O manejo da cultura visa a biodiversidade funcional, que maximize os serviços

ecológicos do sistema com efeito de agir sobre os organismos com potencial para se tornarem

pragas e doenças às explorações pretendidas, e possibilitando um efeito positivo sobre

organismos benéficos como inimigos naturais, polinizadores e fungos micorrizos. O processo

de mineralização da matéria orgânica é catalisado por diferentes enzimas, produzidas na sua

maioria pelos microrganismos do solo (AOAKI et al., 1995).

A fertilização do solo ocorre por meio da adição de adubos orgânicos e o uso de

rochas, semi-solubilizadas ou tratadas termicamente, com baixa concentração de nutrientes

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prontamente hidrossolúveis, como o basalto. O basalto é rocha básica de origem vulcânica, e

com granulação fina, seu uso apresenta baixa solubilidade e assim não há necessidade de se

adubar com frequência devido ao seu efeito residual prolongado, e não acidifica o solo, não

causa salinização e evita que a planta absorva nutrientes em excesso. O pó de rocha ainda

diminui a fixação de Fósforo solúvel no solo pela presença de sílica e óxidos de ferro e

alumínio. O pó de rochas apresenta baixa velocidade de liberação de nutrientes quando

comparado aos fertilizantes solúveis, contribuindo com o efeito residual por um longo período

(HARLEY; GILKES, 2000). Os estercos animais, além de proporcionar melhorias nas

propriedades físicas e químicas do solo, fornecendo nutrientes, aumentando a capacidade de

troca de cátions e o teor de matéria orgânica (HOFFMANN et al., 2001), apresentam

microrganismos que produzem substâncias capazes de acelerar a decomposição da rocha,

liberando os elementos dos minerais para o solo.

A correção da acidez é com calcário calcítico ou dolomítico. Em condições de acidez,

a calagem promove a neutralização do Al3+

, a elevação do pH e o fornecimento de Ca e Mg,

possibilitando a proliferação de raízes, com reflexos positivos no crescimento da parte aérea

das plantas (REV. BRAS. 2007).

O uso de dejetos de animais é a outra forma de adubação na agricultura orgânica.

(SANTOS et al. 2001) estudaram o efeito da adubação orgânica no solo e observaram que a

sua mineralização aumentou os teores de bases trocáveis, teor de fósforo e a capacidade de

troca de cátions. Além disso, ocorreu uma liberação contínua de nitrogênio, ajustando-se

melhor às necessidades da planta que o fornecimento de adubos solúveis.

Também são usados na adubação os biofertilizantes. Seu uso é indicado visando o

fornecimento de nutrientes na planta. Para (BETTIOL et al, 1998), uma das principais

características do biofertilizante é a presença de microrganismos, responsáveis pela

decomposição da matéria orgânica, produção de gás e liberação de metabólitos, especialmente

antibióticos e hormônios.

Com o uso do consórcio entre gramíneas e leguminosas normalmente não ocorre

imobilização de nitrogênio e a mineralização favorecerá a disponibilidade e a absorção deste

nutriente pelas plantas (CALEGARI, 2002).

(CALEGARI et al.,1993) citado por Barreto & Fernandes (2001) relata que a prática

da adubação verde está associada a quatro pontos básicos nos diferentes sistemas agrícolas:

cobertura e proteção do solo; manutenção ou melhoria das condições físicas, químicas e

biológicas no solo; aração biológica e introdução de microvida em profundidade no solo e uso

da biomassa produzida para a alimentação animal ou outras finalidades.

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O controle biológico de pragas e fitopatógenos, através do uso de caldas e extratos

vegetais. Trabalhos desenvolvidos com extrato bruto e óleo essencial, obtidos a partir de plantas

medicinais, têm indicado o potencial das mesmas no controle de fitopatógenos , tanto por sua ação

fungitóxica direta, inibindo o crescimento micelial e a germinação de esporos, quanto pela

indução de fitoalexinas (SUMMA PHYTOPATHOL., 2011).

São tolerados o uso de caldas tradicionais (bordales e sulfocálcica) no controle de

fitopatógenos; O maior teor de cobre encontrado em áreas orgânicas se deve ao tratamento

das plantas com estas caldas, o que lentamente está sendo substituído por caldas que não

contenham elementos tóxicos para as plantas a aos animais e que não se acumulam no solo. A

ação positiva sobre a fitossanidade das plantas se dê em parte pela influência positiva que a

calda sulfocálcica exerce sobre o metabolismo das plantas, pelo seu contato de cálcio,

magnésio, enxofre e micronutrientes, ativando o processo enzimático e estimulando a

proteossíntese (CLARO, 2001).

2.1 EXTENSÃO E FESENVOLVIMENTO RURAL

Segundo (OLINGER, 2006), extensão rural é o processo educativo que tem por fim

elevar a produtividade do trabalho e a qualidade de vida das famílias rurais sem dano ao meio

ambiente.

Extensão rural pode ser a forma como o profissional técnico distribui recursos e

informações de novas tecnologias, com o objetivo de estimular a sustentabilidade em relação

ao custo beneficio com foco na qualidade do produto, na visão social e na preservação da

natureza. Com bases de orientação focados em produtividade, estabilidade, sustentabilidade e

autonomia do produtor rural.

A consolidação das mudanças em curso na extensão rural pública do Rio Grande do Sul

depende do comprometimento e responsabilização das instituições de ensino e pesquisa,

pois a transição do atual modelo agroquímico para estilos de base ecológica requer um

urgente progresso tecnológico e avanço do conhecimento científico. Igualmente, é

necessário formar profissionais que promovam o desenvolvimento rural, contemplando o

interesse local e comunitário, orientados pelo imperativo sócio ambiental (CAPORAL e

COSTABEBER, 2000).

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Tendo em vista os grandes fatores no desequilíbrio dos fenômenos naturais do planeta,

no êxodo rural com a descapitalização dos agricultores, a agricultura moderna tem um foco

voltado para a produção intensiva nas pequenas áreas, como é o caso da região. Sendo assim,

são necessários planos de extensão e desenvolvimento rural, que deem amparo técnico para a

propriedade familiar, e que de forma sistêmica envolvam todos os personagens do ambiente,

construindo princípios sólidos em agroecologia para entender a sua grande importância no

processo social. Os profissionais devem levar em conta os fatores da área a ser cultivada, a

fertilidade e topografia dos solos, do clima, a disponibilidade de água, a distância do mercado

consumidor para promoverem alternativas aos produtores que contemple a proteção do

produtor e o ambiente, e justifique economicamente a atividade.

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3 ATIVIDADES REALIZADAS

O estagiário exerceu atividades na área de extensão rural com foco na agricultura

orgânica. Também foi realizado um diagnóstico do número de produtores orgânicos do

município para quantifica-los e saber quais culturas estão cultivando. Também aconteceram

palestras e oficinas práticas para promover a expansão da agroecologia entre alunos e

professores nas escolas do Município. Além de um programa para resgatar sementes de milho

crioulo, e a instalação de um experimento em Agroecologia com homeopatia em alface.

3.1 DIAGNÓSTICO DOS PRODUTORES DE GARIBALDI

Durante os meses de fevereiro e junho foi realizado um diagnóstico visando expressar

em números a agricultura orgânica do município de Garibaldi. Os agricultores responderam o

seguinte questionário:

1. Qual seu nome?

2. Endereço e contato?

3. Quantas pessoas trabalham na propriedade?

4. Quais as culturas produzidas no sistema orgânico?

5. Fazem parte de alguma associação ou cooperativa? Qual?

Por meio do diagnóstico realizado se constatou que existe o número de 61 famílias

vinculadas na atividade orgânica. Através de vinculo da Cooperativa Coopeg, da Associação

Encosta da Terra, da Cooperativa Vinícola Garibaldi e da empresa Econatura, classificadas

por atividade conforme tabela 1.

Tabela 1: Classificação dos produtores em função de sua atividade

Atividade Produtores Percentual %

Videira

45

73,77 Hortaliças 12

19,67

Uva e Hortaliças 3

4,92 Total 61 100

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18

3.2 ATIVIDADES DE INCENTIVO DA PRODUÇÃO ORGÃNICA DE

ALIMENTOS

Outra atividade executada no estágio foi realização de uma oficina com os professores

representantes de cada escola do município para a criação da Horta Saudável, fato realizado

na Escola Estadual Santo Antônio no turno da manhã e na E. E. Geny Vieira da Cunha no

turno da tarde no dia 28 de abril de 2011. Onde os professores receberam diretrizes sobre

informações da importância dos alimentos naturais, da criação de um e do banco de sementes

crioulas e ainda realizaram a instalação de uma horta. Durante a oficina foi distribuída entre

os professores uma cartilha com os principais fatores de risco para implantar a horta na escola

em mutirão na comunidade escolar.

Figura 1: Professores e autoridades durante a oficina da Escola E.S. Antônio.

Na abertura da apresentação da oficina foi demostrada a importância de existir uma

horta na escola para proporcionar as crianças um alimento saudável e produzido pela escola.

Durante a apresentação de uma hora em data show, o estagiário procurou passar um conteúdo

didático para facilitar o entendimento das práticas necessárias para montar a horta.

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Respeitar e aprender com os processos naturais é fundamental para termos sementes

de qualidade. A natureza é sabia e se refaz constantemente. É verdadeiro o ditado popular que

diz: Deus perdoa sempre, o ser humano nem sempre e a natureza nunca. Assim, o que

fizermos à natureza ela retribui.

Figura 2. Mutirão de técnicos, professores e alunos na E.E.S. Antônio

Figura 3. Semeadura de cenoura e rúcula na E.E.S. Antônio

As sementes são a chave da resistência dos povos, pois permitem uma alimentação

segura, saudável com soberania e autonomia. O agricultor deve selecionar e guardar suas

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20

próprias sementes. Estas são adaptadas as condições de cultivo locais, mais resistentes e

tolerantes as adversidades locais.

Após as atividades do Projeto da oficina da Horta saudável, foi realizada de

manutenção da Horta saudável na escola, e uma discussão sobre os fatores essenciais para

implantar uma horta orgânica e após o mutirão de construção da horta, o grupo de professoras

e técnicos se reúnem para foto em frente da horta implantada.

Figura 4. Oficina Prática na E.E. Geny Vieira da Cunha.

3.2.1 Implantação do Projeto Horta Saudável

Através do projeto Horta Saudável foi propósito realizar uma consciência ambiental e

alimentar aos alunos e professores das escolas do município. Foi realizada a

implantação e manutenção de hortas nas respectivas escolas:

EMEI O Mundo dos Pequeninos

EEEF João Machado Rosa

EEEM Dante Grossi (3 turnos ou visitas)

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21

EEEF Heitor Mazzini

EMEF Madre Felicidade

EMEF Madre Justina Inês

EMEF Jacob Sebben

EMEF Anita Garibaldi

EEEF Dona Geni Vieira da Cunha

EEEF Santo Antônio

EEEF Ângelo Beal

EEM Visconde de Cairu

EEM Valentim Tramontina

EMEI Criança Esperança

EEEM Irmã Teofania

Durante as visitas do estagiário nas escolas foram realizadas palestras e oficinas

práticas sobre planejamentos e metodologias de implantação hortas orgânicas com a seguinte

programação e metodologia.

Figura 5. Vitor Baldasso na EEEM Dante Grossi.

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22

Abertura com apresentação pessoal do estagiário e Instituição frequentada e

delineamento da ordem e tempo da didática de trabalho.

Como proposta para concietizasão e entendimento da proposta do projeto almejado foi

visto o filme “A História das Coisas”. O filme procura dar uma percepção dos princípios da

educação ambiental como:

Sensibilização: processo de alerta, é o primeiro passo para alcançar o pensamento

sistêmico.

Compreensão: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem os

sistemas naturais;

Responsabilidade: reconhecimento do ser humano como principal protagonista;

Competência: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema;

Após são discutidos alguns pontos com as professoras e o condutor dos trabalhos

conta algumas estórias para entreter e cativar a atenção das crianças no sentido de focar o

empenho pela busca do conhecimento pessoal e a criação da responsabilidade ambiental.

Figura 6. Crianças na horta da EE Geny Vieira da Cunha

Seguindo os trabalhos da proposta do projeto, os alunos e professoras assistem uma

apresentação em Power point onde são dados os princípios gerais da educação ambiental. O

objetivo, a justificativa, o período, todos os que devem ser envolvidos. E a realização de um

planejamento. Nele devem-se definir os espaços a serem utilizados e o tipo de produção

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23

pretendida e os materiais e produtos necessários. Descrevemos na Instalação da horta,

algumas instalações indispensáveis à implantação de uma horta orgânica. O planejamento da

produção se refere à escolha dos produtos pretendidos, verificando-se época de plantio,

variedades adaptadas, escalonamento de produção, consórcios, ciclos das culturas, exigências

e tratos culturais necessários.

3.2.2 Objetivo do projeto da Horta

Incentivar as crianças e a comunidade a construir e fazer a manutenção de hortas

orgânicas.

Oferecer aos professores e alunos um eficiente instrumento para a formação de

consciência ambiental e alimentar.

Estimular a construção de hortas nas casas dos alunos e nas comunidades procurando

envolve-los neste contexto.

Estimular a interação professor-aluno e mudanças práticas de atitudes e a formação de

novos hábitos com responsabilidade a adquirir novos conhecimentos com a

aprendizagem através da prática do dia-a-dia.

Figura 7. Palestra para crianças da EE Geny Vieira da Cunha.

Page 25: Vitor Baldasso

24

3.2.3 Justificativa do projeto

O projeto "HORTA SAUDÁVEL,” consiste na implantação de construção de hortas

nas escolas por professores, alunos, funcionários e comunidade e o acompanhamento do

técnico responsável, para promover a interação de conhecimento entre os mesmos da prática

de conhecimentos que já possuem, além disso, adquirir novos conhecimentos na prática. Onde

se pretende que todos os professores da escola façam parte do monitoramento deste trabalho.

O projeto não tem um tempo de duração que possa ser pré-estabelecido. Afinal, uma

vez instalada a horta, é possível prever que, a cada ano, as turmas continuarão com o plantio

dos alimentos. A horta acabará se tornando um patrimônio da escola. Por outro lado à

participação dos alunos neste projeto precisa ser muito bem planejado. A cada inicio de ano

letivo, é preciso prever quem plantará o que e quando e quanto será plantado. O

planejamento da produção se refere à escolha dos produtos pretendidos, verificando-se época

de plantio, variedades adaptadas, escalonamento de produção, consórcios, ciclos das culturas,

exigências e tratos culturais necessários.

O local de instalação da horta deve ser de fácil acesso, maior insolação possível, água

disponível em quantidade e próxima ao local. Não devem ser usados terrenos encharcados. O

terreno pode ser plano, em áreas inclinadas os canteiros devem ser feitos acompanhando o

nível, cortando as águas. Os canteiros devem ser feitos na direção norte-sul, ou voltados para

o norte para aproveitar melhor o sol. No local da horta não é aconselhável à entrada de

galinhas, cachorros, coelhos.

Figura 8. Horta com canteiros de concreto de escola visitada

Page 26: Vitor Baldasso

25

Na sementeira prepara-se a muda que vai para o campo. É uma época de muitos

cuidados porque uma muda saudável gera um planta produtiva. Na sementeira o solo deve ser

livre de doenças e sementes de outras ervas para evitar doenças e competição; deve-se dar

preferência a solos arenosos, onde a germinação das sementes é mais fácil e evita-se o

encharcamento. A sementeira deve ser coberta para evitar a incidência direta de raios solares e

chuva. A cobertura pode ser feita com palha, bambu, tela, plástico.

O transplante é a passagem da muda da sementeira para o canteiro e só pode ser

realizada quando a planta já tem folhas definitivas e raiz desenvolvida. Não confundir as

folhas definitivas com as primeiras folhas que surgem. A época de transplante varia para cada

cultura, mas pode-se tomar como regra que a muda tenha entre 4 e 8 folhas definitivas.

A irrigação é responsável pelo aporte de água ao plantio. A água tem funções diversas

como fornecer água para germinação da semente, desenvolvimento da planta, solubilizar os

nutrientes do solo para disponibilizá-los para as plantas. Existem vários tipos de irrigação; em

pequenas áreas recomenda-se o uso de mangueira, regador ou ainda sistema de irrigação por

aspersão. Plantas de ciclo curto e pequeno porte são mais sensíveis à falta de água. A fase de

sementeira exige regas diárias, sendo aconselhável que seja feita duas vezes ao dia. A

irrigação deve ser realizada, sempre, nas horas mais frescas do dia. Uma forma de determinar

a necessidade de rega é verificar qual a umidade do solo a uma profundidade media de 10 cm.

A presença de umidade é um dos fatores principais na causa da deterioração da

semente, pois ela provoca o aumento da respiração e da quantidade de microrganismos. As

temperaturas elevadas aceleram a respiração bem como a atividade de microrganismos e

insetos. O armazenamento mal feito provoca problemas como: Mofo, perda da cor, perda do

sabor, do vigor e as reservas nutritivas diminuem desencadeando a baixa qualidade de

germinação da semente.

Page 27: Vitor Baldasso

26

Figura 9. Horta com irrigação por aspersão.

As ervas invasoras tem aspectos positivos e negativos para o desenvolvimento da

cultura. Pode ser positivo pela atração de insetos e a cobertura do solo como proteção da

chuva e sol forte e a produção de massa verde que pode ser usado na compostagem. Podendo

ser negativo a competição por água e nutrientes e insolação. As ervas devem ser controladas

quando se verificar competição como, por exemplo, o mato está mais alto que a cultura

plantada.

É utilizada cobertura morta para proteger o solo contra a chuva e o sol. Nos solos

argilosos evita formação de crostas duras na superfície. Em solos arenosos aumenta a retenção

de água no solo. Também evita a presença de ervas invasoras. Pode ser feita com palha, capim

cortado, casca de arroz ou outro material disponível como papelão e jornal.

A adubação é a disponibilidade de nutrientes às plantas, que é feita pela aplicação de

adubos orgânicos e minerais na terra Pode-se realizar adubação de plantio e de cobertura.

Adubação de plantio é aplicada no canteiro antes do plantio. Para uma horta orgânica a

adubação tem como base o composto, húmus, ou qualquer outro adubo orgânico maduro, de

preferência o de gado. E fontes de adubação mineral foram utilizadas cinza de lenha de

fogão, fosfato natural ou farinha de osso e calcário.

Podemos considerar que praga é o ataque de inseto que cause danos sérios a plantação

ou reduza a produção. Não há necessidade de controle enquanto não há dano. Os ataques

podem ainda ser minimizados com a rotação de culturas, plantas bem nutridas, presença de

inimigos naturais como a joaninha e pássaros. O controle pode ser feito através de produtos

como biofertilizante, pasta de sabão ou preparados a base de plantas.

Page 28: Vitor Baldasso

27

A colheita é uma atividade que varia de acordo com a cultura. A colheita de frutos é

feita quando estes estão maduros, de vez, ou dependendo do produto, ainda verdes. Folhas

podem ser colhidas através da retirada total da planta ou de algumas folhas apenas. Os

melhores horários de colheita são os de temperatura mais baixa quando os vegetais perdem

menos água, o ideal é antes do sol forte, para folhas e no final da tarde para raízes.

Enfim, as crianças ouvem a estória do marinheiro Popaye que faz uma horta para

comer espinafre fresquinho e saudável, e finalizando a apresentação, escutam do estagiário

uma estória de conclusão, em que são estimuladas a tomar uma posição de responsabilidade

por suas atitudes em favor de sua própria saúde e da conservação da natureza. Em seguida

deslocam-se para a área da horta onde são feitas as avaliações e recomendações para

instalação ou melhoramento da horta, e os alunos e professores tiram suas duvidas sobre as

práticas e as variedades em potencial para o espaço da horta saudável. Sendo que o estagiário

fica a disposição para que em um segundo momento, se necessário, retornar e efetivar

juntamente com a comunidade escolar a instalação ou melhorias na horta.

3.3 PROGRAMA D E RESGATE DE SEMENTES CRIOULAS

O milho é uma planta que pertence à família Gramineae, e seu nome científico é Zea

Mays. Segundo (HALLAUER & MIRANDA FILHO, 1988) “... a diversidade genética

existente no milho permite o seu cultivo nos mais diversos ambientes. O milho é cultivado

desde a latitude 58°N até 40°S, desenvolvendo-se desde o nível do mar até 3.800 m de

altitude”. O Brasil e o terceiro maior produtor mundial de milho sendo que esta cultura

ocupou, em 2007, uma área em torno de 13,9 milhões de hectares, responsável por uma

produção de 52,9 milhões de toneladas de grãos, sendo insumo para produção de uma centena

de produtos (MAPA, 2007).

O cultivo das variedades crioulas constitui em uma alternativa para a sustentabilidade

dos pequenos agricultores da região de Garibaldi. Além do que, o melhoramento destas

variedades pode ser feito nas propriedades pelos próprios agricultores que detém alto

conhecimento das sementes crioulas. No melhoramento genético, durante o processo de

seleção, deve-se realizar a avaliação dos genótipos em diferentes ambientes, identificando as

cultivares mais adaptadas às condições específicas de cada ambiente. Apesar da grande

importância da semente para os que dependem da agricultura, com a intensificação das

Page 29: Vitor Baldasso

28

pesquisas no melhoramento vegetal passou-se a valorizar mais as sementes resultantes de

trabalhos científicos do que as variedades desenvolvidas ao longo de milhares de anos pelos

povos indígenas e comunidades agrícolas.

A produção de semente de milho crioulo é uma alternativa que esta sendo colocada à

disposição da pequena propriedade familiar de Garibaldi como forma de viabilizar a cultura e

também viabilizar algumas criações como aves coloniais e produção de leite para o comércio

e para subsistência familiar. A produção de milho é parte integrante e fundamental na matriz

produtiva, se tornando de suma importância buscar alternativas para reduzir seu custo de

produção e a redução da dependência de insumos externos para aumentar a qualidade de vida

da população rural.

Em parceria com o Centro Ecológico de Ipê e Sindicato Rural de Garibaldi o

estagiário pela Secretária da Agricultura montou um programa para nortear as atividades da

seguinte forma:

Mobilização na comunidade rural através do envolvimento do Sindicato, Secretaria da

Agricultura, Ambiente e Social com o clube de mães para o resgate das variedades

existentes no município e na região. E cadastrar interessados com potencial

empreendedor para a produção comercial.

Avaliação e identificação da potencialidade das variedades quanto a sua rusticidade e

produtividade e seu habitat ou local de origem, para o controle da Secretaria da

Agricultura e disponibilizar a visualização de espigas amostras aos agricultores.

Seleção e aquisição das melhores plantas e espigas para obter o milho para secagem e

embalagem.

Estocar e disponibilizar no Sindicato Rural as sementes em pacotes de até 1 Kg de

semente por variedade a cada produtor, conforme estoque de sementes adquiridas para

distribuição aos interessados do programa. Deverá ser realizada a devolução no ano

seguinte de 5 Kg cada 1 kg de semente adquirida.

Divulgação do programa pela Secretaria da Agricultura nos meios de comunicação do

município e diretamente aos produtores por visitas técnicas com material impresso.

Acompanhamento técnico para implantação do sistema de plantio e manejo do solo e

alternativas de adubação e controle de plantas invasoras e pragas. E realização de

curso de produção e implantação de sementes de milho.

Page 30: Vitor Baldasso

29

Direcionamento e acompanhamento para certificação de milho orgânico e colocação

no mercado ou para agroindústrias da região.

Visita e acompanhamento técnico das propriedades para coleta das melhores

variedades de sementes de milho desenvolvidas no município para que seja

disponibilizado a novos produtores no próximo ano.

Na agricultura orgânica, em especial o milho crioulo tem-se destacado como uma das

alternativas de renda para os pequenos agricultores. As principais vantagens imediatas que o

produtor rural obterá cultivando a semente de milho crioulo desenvolvida na região:

O produtor declara sua independência produzindo sua semente, ao invés de

comprar a cada safra.

Conservação de solo e a natureza por sofrer menos impactos pelo não uso das

sementes hibridas e transgênicas tratadas com agrotóxico.

Baixa o custo com aquisição de sementes

Exigem menos adubação, com menor custo de investimento.

Menor risco de perdas por estresses climáticos, pois as plantas suportam melhor os

solos pobres ou ácidos por serem mais adaptadas ao clima da região.

As plantas são mais resistentes a pragas e doenças.

Em ensaios realizados em Ipê, a produtividade varia de 4.000 Kg até 10.000 Kg / ha-1

,

dependendo da variedade e do manejo.

Existe boa procura no mercado pelo milho crioulo certificado orgânico com preços

mais atrativos do que o milho hibrido no sistema de cultivo convencional, sendo uma boa

oportunidade de agregar valor e rendimento na propriedade rural.

Dentre as variedades regatadas na região de Garibaldi, destacamos a Variedade

Azteca- amarelo, de características com dente longo originário de Lupionópolis. Adaptado há

100 anos no município, podendo ser usado para grãos, silagem e culinária por ser doce.

Destaca-se por tem sabugo fino e bom empalhamento para proteção contra chuva e pragas,

além de ter boa resistência a pragas e acamamento e ter espiga pesada, grande e cilíndrica.

Page 31: Vitor Baldasso

30

Figura 10. Semente de milho crioulo resgatado no município

Em geral as variedades crioulas possuem composição genética diversa, com

características agronômicas desejáveis, desenvolvendo-se em solos pobres em nutrientes com

menos adubação do que as sementes híbridas, com boa resistência à seca e a doenças, e alto

valor nutritivo, sendo ricas em vitaminas e antioxidantes.

3.4 EXPERIMENTO COM HOMEOPATIA EM ALFACE

A homeopatia foi fundamentada em 1796 por Samuel Hahnemann, sendo modelo

terapêutico empregado mundialmente como prática segura e barata. Tem abordagem

integrativa dos seres vivos, valorizando a individualidade. É considerada a ciência das ultra

diluições e tem como paradigma científico os princípios da similitude, experimentação no

organismo sadio, doses mínimas e medicamento único...” (SILVEIRA, 2008). A produção

orgânica com a aplicação de preparados homeopáticos pode ser uma boa possibilidade para

contemplar os objetivos de sustentabilidade da cadeia produtiva agroecológica.

De acordo com (VITHOULKAS, 1980) “o uso da homeopatia tem como objetivo

preservar e conservar a saúde dos seres vivos e resguardar o ambiente do impacto causado

pelo emprego de produtos químicos agressivos”. De acordo com (ANDRADE 2000) a

homeopatia aplicada aos vegetais ativa reações envolvidas na produção de enzimas,

relacionadas com os mecanismos de defesa e com a tolerância a condições climáticas adversas

assim como, estimula a produção de princípios ativos incrementando a produção. Entre as

vantagens da utilização da homeopatia no equilíbrio do sistema de cultivo agroecológico

estão: o seu baixo custo, haja vista que a sua utilização não depende de produtos químicos, o

Page 32: Vitor Baldasso

31

que torna o seu uso altamente acessível aos agricultores, produtores rurais de base familiar; a

sua fácil aplicabilidade, pois as soluções homeopáticas podem ser facilmente aplicadas às

plantas via pulverização ou irrigação do solo.

3.4.1 Vinculação da homeopatia na agricultura

A Farmacopeia Homeopática Brasileira define medicamento homeopático como toda

apresentação farmacêutica destinada a ser ministrado segundo o princípio da similitude, com

finalidade preventiva e terapêutica, obtida pelo método de diluições e seguida de sucções

sucessivas (BRASIL, 1999). A tintura mãe para a realização da homeopatia forma-se pela

adição 10% da substância, quer seja mineral ou vegetal em 90% de solução de álcool 70%,

deixando 15 dias descansando em lugar fresco ao abrigo da luz. A técnica de preparação da

ultra-alta diluições foi a dinamização homeopática até chegar a potencia CH10.

Figura 11. Processo de dinamização e sucussão da homeopatia.

Segundo (ANDRADE, 2000); “Homeopatia promove vigor em plantas e

proporciona desenvolvimento harmônico de todos os seus órgãos, o que pode conferir

grau de resistência estrutural aos tecidos no ataque de doenças e pragas”.

Page 33: Vitor Baldasso

32

Para ocorrer à transição do sistema convencional para o orgânico, a homeopatia

possui papel importante auxiliando o reequilíbrio do agroecossistema. A alface (Lactuca

sativa Mill.) destaca-se entre as hortaliças folhosas mais consumidas em todo o mundo. É

uma cultura tradicionalmente cultivada por pequenos produtores, o que lhe confere na região

da serra grande importância econômica e social.

3.4.2 Objetivo

O objetivo deste trabalho foi observar a influência de pulverizações homeopáticas no

desenvolvimento de alface.

3.4.3 Planejamento de Implantação do Experimento

Foi realizado visitas as propriedades para desenvolver em conjunto com os produtores

as mudanças nas tecnologias de produção agrícola, no entendimento do por que se adota ou

não certa tecnologia, e na forma como se organiza essa produção.

O experimento foi implantado em propriedade produtora do município, na qual foi

realizado um acompanhamento semanal do experimento, e mensuração de resultados obtidos.

3.4.4 Metodologia do Experimento

O experimento foi instalado na propriedade do Sr. Breno Bortolini no dia 7 de março

de 2011, localizado em Garibaldi, RS. A adubação realizada na área do experimento, foi há

dois meses e foi de esterco de vaca e composto orgânico. O experimento foi realizado no meio

da estufa de cerca de 400 m² que tem 2,60 m de altura de pé direito, em uma estufa de telhado

de uma chuva. Foi utilizada a irrigação por gotejo e aspersão. Foi utilizado um canteiro de 1

metro de largura, com quatro blocos e 9 parcelas amostrais de 1 m² e sem bordadura entre as

amostras. Em cada parcela plantou-se 12 unidades de alface. A cultivar de alface é Crespa

Page 34: Vitor Baldasso

33

Izabela foi plantada num espaçamento de doze plantas por metro quadrado. O delineamento

foi em blocos casualizado com dois tratamentos e quatro repetições. O tratamento da

testemunha foi feita aplicação de apenas água. O tratamento da homeopatia foi composto por

sete essências homeopáticas:

Antimonium crudum, preparado a partir do Sulfeto de Antimônio SB 2S 3

Kali carbonicum, preparado a partir do carbonato de potássio K2CO3

Mercurius solubilis, preparado a partir do nitrato de mercúrio Hg (NO3)2

Sulphur, preparado a partir do enxofre (S)

Natrum muriaticum, preparado a partir do cloreto de sódio (NaCl)

Aurum metallicum, preparado a partir do ouro (Au)

Ammonium muriaticum preparado a partir Cloreto de Amônia (NH4 CL)

As homeopatias foram adquiridas em Carlos Barbosa no laboratório de manipulação

de medicamentos homeopáticos BIOFORMULA Farmácia de Manipulação LTDA, sob o

controle da responsável técnica Roberta Braganholo CRF 7539.

Figura 12. O produtor e as sete homeopatias utilizadas.

Os tratamentos foram aplicados uma semana após o transplante com uma aplicação

semanal por quatro semanas no tratamento do CH 10. Foi plantada em 7/3/11 e colhida com

44 dias em 20/4/11. Os tratamentos foram realizados sempre pelas primeiras horas da manhã,

em 11/3; 18/3; 25/3 e 2/4. A dosagem do tratamento foi de calda composta por 0,5 ml das

Page 35: Vitor Baldasso

34

essências (Antimonium crudum; Kali carbonicum; Mercurius solubilis; Sulphur; Natrum

muriaticum; Aurum metallicum; Ammonium muriaticum) em 500 ml de água, com um volume

de calda de 16 litros por hectare O experimento foi plenamente conduzido no sistema

orgânico desde a formação da muda até a colheita. Toda a sua produção é vendida pela

Cooperativa de Produtores Ecológicos de Garibaldi (Coopeg), nas Redes estaduais do

mercado Zaffari e Rissul e nos mercados locais da Santa Clara e Cairu a um valor médio de

R$ 1,20 ao pé de alface.

A avaliação do experimento do experimento foi realizado coletando três

amostras de cada tratamento no canteiro unidade experimental nos quatro blocos.

Posteriormente foi realizada a pesagem da massa fresca no laboratório de solos do IFRS. Os

resultados obtidos na analise de variância do teste de Tukey com 5% de probabilidade.

Figura 13. 1° aplicação de homeopatia (11/3/11).

Figura 14. Alface no 4° tratamento da homeopatia (2/4/11)

Page 36: Vitor Baldasso

35

3.4.5 Justificativa

Estabelecer uma referência em relação da quantidade e dosagens deste produto

homeopático para obter o melhor aproveitamento de custo benefício da cultura para a

produção de alface.

Figura 15. Colheita da alface orgânica com 44 dias em 20/4/11.

3.4.6 Resultados

Neste experimento de homeopatia em alface definiu-se como norma padrão para a

colheita retirar três amostras centrais da cada tratamento no canteiro de cada parcela nos

quatro blocos. Onde posteriormente foi pesado a massa fresca no Laboratório de solos do

IFRS e feito a média das amostras e comparação de analise dos tratamentos.

Page 37: Vitor Baldasso

36

Tabela 2. Resultado da média da massa fresca (gr) da amostragem avaliada comparando as médias dos tratamentos(Hom.1 e Test.2) em quatro blocos.

Bloco Média Homeopatia Média testemunha

1 317,8

278,9

2 325

292,6

3 274,6

230,8

4 254,5 228,2

Média 293 A

257,6 B

Diferença 35,3 Médias seguidas da mesma letra não diferem estaticamente pelo teste de Tukey com 5% de probabilidade

Figura 16. Amostra das alfaces Coletadas para analise

O tratamento testemunha produziu em média 257 gramas de massa fresca. O

tratamento com homeopatia produziu 293 gramas de massa fresca. Agregando a média de

35,3 gramas a mais por pé de alface. A homeopatia aumentou a produção de alface em relação

a testemunha. Desta maneira, esta formulação de essências homeopáticas pode ser uma

alternativa no cultivo orgânico.

Isto reforça a teoria de (ANDRADE 2000) em que a homeopatia aplicada aos vegetais

ativa reações envolvidas na produção de enzimas, relacionadas com os mecanismos de defesa

Page 38: Vitor Baldasso

37

e com a tolerância a condições climáticas adversas assim como, estimula a produção de

princípios ativos e sementes mais vigorosas, incrementando a produção. Embora não se tenha

Embora não se tenha notado diferenças quanto ao ataque de pragas e doenças que

justifique o aumento da produção, a homeopatia deve ter atuado no metabolismo da planta,

favorecendo o seu crescimento vegetativo. Em avaliação visual qualitativa do estagiário não

se diferenciou diferença entre os tratamentos homeopáticos e a testemunha, em relação ao

ataque de pragas e doenças, comparando-as com o restante das alfaces da estufa. Pelo fato de

o solo cultivado da área estar em equilíbrio a produção desenvolveu-se normalmente e não

apresentou nenhuma aparente doença fisiológica nas alfaces cultivadas em toda a área da

estufa durante o período da realização do experimento.

A diferença entre as médias foi de 35 gramas por planta. Sugere-se assim que, a

homeopatia possa ser uma alternativa de proteção a cultura da alface, promovendo uma

proteção contra os fatores bióticos, diminuindo os ataques de doenças e pragas.

Page 39: Vitor Baldasso

38

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante o período entre fevereiro e junho de 2011, vivenciei momentos inesquecíveis

durante os cinco meses de trabalho em extensão estagiando pela região do interior de

Garibaldi na companhia do agrônomo Leandro Venturini do centro ecológico de Ipê. Através

das visitas de assistência técnica, pode realizar a missão, por intermédio de pesquisa, de

conhecer a verdadeira realidade dos produtores orgânicos. Foi realizado o diagnostico da

quantidade de famílias que produzem efetivamente uva e hortaliças para fomento de sua

família e da sociedade de Garibaldi e boa parte do País.

A oficina prática de implantação da horta foi uma experiência única em que o

estagiário ministrou palestra para o prefeito de Garibaldi e seus secretários municipais. Fato

em que se oportunizou uma ação em equipe onde foram construídas as hortas juntamente com

as professoras e os alunos.

Através da realização do projeto horta saudável pode-se conhecer boa parte do

município além de todo corpo docente que forma os futuros donos do nosso amanhã. Onde se

pode além de, ensinar a implantar e melhora da qualidade das hortas nas escolas, conhecer

muitas pessoas e fazer novas amizades e trocar conhecimentos pelos contatos e relatos

pessoais da vivencia de cada um.

Nesta experiência com as professoras e alunos durante o estágio pode-se reforçar uma

característica peculiar de lidar com públicos genéricos, satisfazendo as expectativas de ser um

agente transformador de ideias, projetos e ações que venham a contemplar as necessidades

que desafiam a qualidade e continuidade da vida no nosso planeta.

Espera-se com o projeto horta saudável nas escolas, ter colocado uma sementinha

fértil na mente e coração das crianças de Garibaldi, e que com o embasamento técnico

recebido pelas professoras, esta sementinha com o tempo germine e desenvolva-se e um dia

transforme-se em um cidadão consciente de seus direitos e deveres para fazer deste mundo

um mundo melhor para se viver.

A criação e implantação do programa de resgate de milho crioulo protagonizou um

marco pioneiro no município pela iniciativa e persistência do estagiário em defender e

valorizar as sementes crioulas através da procura no resgate e na disponibilidade das mesmas

para outros produtores de Garibaldi.

Page 40: Vitor Baldasso

39

Durante os trabalhos realizados fortaleci minha filosofia ideológica naturalista de

buscar a união com os seres da natureza que são fundamentais para a nossa continuidade

existencial. Ainda aprimorei meu conhecimento em lidar com pessoas e situações pertinentes

ao desenvolvimento agrário, aprendendo coisas novas, outras práticas culturais, dentre outros,

até porque a vida é uma troca constante, enquanto ensinamos estamos aprendendo e vice-

versa.

A lição adquirida durante o estágio é que precisamos saber que durante nossa

existência, não somos nada sem a natureza. E o melhor caminho a ser percorrido é através da

interação harmoniosa entre o criador, criação e criatura para encontramos o tão sonhado

“equilíbrio ambiental” a fim de garantirmos a continuidade da exploração agrícola e

consequentemente proporcionar mais qualidade de vida e saúde ao produtor e aos cidadãos,

em especial, as crianças que pela fragilidade e ingenuidade são vitimas do vigente sistema

capitalista selvagem, que infelizmente existe em nossa sociedade.

Page 41: Vitor Baldasso

40

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SANTOS, R.H.S.; SILVA, F.; CASALI, V.W.D.; CONDE, A.R. Efeito residual da

adubação com composto orgânico sobre o crescimento e produção de alface. Pesquisa

Agropecuária Brasileira, v.36, n.11, p.1395-1398, 2001.

Page 43: Vitor Baldasso

42

SUMMA PHYTOPATHAOL. Atividade antifúngica de extratos vegetais sobre o

desenvolvimento de fitopatógenos vol.37 no.1 Botucatu Jan./Mar. 2011.

VITHOULKAS, G. Homeopatia: ciência e cura. São Paulo: Cultrix. 1980. 463 p.

Page 44: Vitor Baldasso

43

ANEXOS

ANEXO 1. Tabela de orientações da cartilha da Emater-RS.

Culturas Definitivas

Hortaliças Épocas de plantio Colheita Espaçamento cm

Abóbrinha Ago a Fev 50 dias

80 x 80

Abóbora Ago a Dez 5/6 meses

200 x 200

Agrião Todo ano Dá vários cortes

A lanço por muda

Cenoura Todo ano 80-90 dias

20 x 10

Chochu Set a Dez 120-150 dias

200 x 200

Ervilha Mar a Out 4 meses

50 x 20

Espinafre Mar a Jul 2-3 meses

25 x50

Feijão Vagem Ago a Jan 40-60 dias

100 x 40

Nabo Mar a Ago 2-3 meses

20 x 20

Pepino Envarado Ago a Fev 2 meses

150 x 40

Quiabo Set a Dez 60-80 dias

100 x 50

Rabanete Todo ano 30 dias

A lanço

Radiche Todo ano 40-50 dias

A lanço

Salsa Todo ano 40-50 dias

20 x 50

Culturas de Transplante

Hortaliças Épocas de plantio Colheita Espaçamento cm

Acelga Mar a ago 60-70 dias 40 x 40

Alface Todo ano 50-60 dias 30 x 30

Beterraba Todo ano 75-90 dias 30 x 30

Berinjela Set a Dez 110-120 dias 1 x 1 m

Cebola Mar a Jul 170-180 dias 15 x 20

Chicória Mar a Mai 3 meses 30 x 30

Couve comum Todo ano 3 meses 50 x 50

Couve-flor Todo ano 4-5 meses 60 x 60

Mostardas Mar a Jul 45-55 dias 30 x 30

Pimentão Mai a Dez 130-150 dias 60 x 60

Repolho Todo ano 4 meses 60 x 80

Tomate Jun a Jan 4 meses 1,00 x 50

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44

ANEXO 2. Programa de implantação de milho crioulo em Garibaldi.

1° Fase:

O que? Mobilização da comunidade rural e avaliação do potencial empreendedor nas

localidades do município.

Quem? Sec. Agricultura, Ambiente e Social com Clube de mães

Quando? 15/3 a 15/7

2° Fase

O que? Seleção, coletar, estocar e disponibilizar o milho

Quem? Tecnólogo e Secretaria da Agricultura e Sindicato

Quando? 15/5 a 15/12/2011

3° Fase

O que? Divulgação do Programa na mídia falada e escrita e no interior

Quem? Secretaria da Agricultura e Entidades do Município

Quando? 1/5/11 a 15/12/11

4° Fase

O que? Acompanhamento de assistência técnica para a implantação de adubação

verde e orgânica e manejo do solo.

Quem? Tecnólogo da Sec. Agricultura

Quando? 15/4/2011 a 15/3/2012

5° Fase

O que? Acompanhar para certificação e direcionar para o mercado específico nas

agroindústrias.

Quem? Secretaria da Agricultura e Centro Ecológico

Quando? Durante todo o ciclo e após a colheita do milho

6° Fase

O que? Avaliação qualitativa e quantitativa da produção do programa e seleção das

melhores sementes para coletar e disponibilizar para novos produtores em

2012.

Quem? Tecnólogo e Secretaria da Agricultura

Quando? Na colheita a partir de 15/4/2012

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ANEXO 3. Teste experimental da alface com homeopatia

EXPERIMENTO EM BLOCOS CASUALIZADOS COM REPETIÇÕES

QUADRO DE ANÁLISE

------------------------------------------------------------------

F.V. G.L. S.Q. Q.M. F

------------------------------------------------------------------

Tratamentos 1 4991.42250 4991.42250 6.2781 *

Blocos 3 13267.75250 4422.58417 5.5626 *

Trat x Bloc 3 175.81250 58.60417 0.0737 ns

Resíduo 8 6360.43000 795.05375

------------------------------------------------------------------

Total 15 24795.41750

------------------------------------------------------------------

** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < .01)

* significativo ao nível de 5% de probabilidade (.01 =< p < .05)

ns não significativo (p >= .05)

GL GLR F-crit F p

1 8 5.3177 6.2781 0.0366

3 8 4.0662 5.5626 0.0233

3 8 0.069 0.0737 >0.050

MÉDIAS E MEDIDAS

Médias tratament

----------------------

1 293.00000 a

2 257.67500 b

----------------------

DMST = 32.49907

Médias de bloco

----------------------

1 298.40000 ab

2 308.82500 a

3 252.75000 ab

4 241.37500 b

----------------------

DMSB = 63.86552

MÉDIAS DE INTERAÇÃO

Médias Tratamentos x Blocos

------------------------------------------------------------------

Bloco

Tratmt. ----------------------------------------------------------

1 2 3

------------------------------------------------------------------

1 317.8500 325.0000 274.6500

2 278.9500 292.6500 230.8500

------------------------------------------------------------------

Continuação

Médias Tratamentos x Blocos

--------------------------

Bloco

Tratmt. ------------------

4

--------------------------

Page 47: Vitor Baldasso

46

1 254.5000

2 228.2500

--------------------------

Não foi aplicado o teste de comparação de médias

por que o F de interação não foi significativo

PARA TRATAMENTOS, BLOCOS...

As médias seguidas pela mesma letra não diferem

estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste

de Tukey ao nível de 5% de probabilidade

MG = 275.33750 CV% = 10.24078

DADOS

------------

308.8 326.9

279.7 370.3

281.6 267.7

238.4 270.6

296.4 261.5

273.8 311.5

222.0 239.7

227.5 229.0

------------

SIGLAS E ABREVIAÇÕES

UFCG = Universidade Federal de Campina Grande

CTRN = Centro de Tecnologia e Recursos Naturais

DEAG = Departamento de Engenharia Agrícola

F.V. = Fonte de variação G.L. = Graus de liberdade

S.Q. = Soma de quadrado Q.M. = Quadrado médio

F = Estatística do teste F MG = Média geral

CV% = Coeficiente de variação em %

DMS = Diferença mínima significativa

REFERÊNCIAS DO ASSISTAT

Silva, F. de A. S. e. & Azevedo, C. A. V. de. Principal Components

Analysis in the Software Assistat-Statistical Attendance. In:WORLD

CONGRESS ON COMPUTERS IN AGRICULTURE, 7, Reno-NV-USA: American

Society of Agricultural and Biological Engineers, 2009.

Silva, F. de A. S. e. & Azevedo, C. A. V. de. A New Version of

The Assistat-Statistical Assistance Software. In: WORLD CONGRESS

ON COMPUTERS IN AGRICULTURE, 4, Orlando-FL-USA: Anais... Orlando:

American Society of Agricultural and Biological Engineers, 2006.

p.393-396.

Silva, F. de A. S. e. & Azevedo, C. A. V. de. Versão do programa

computacional Assistat para o sistema operacional Windows. Revista

Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.4,n.1,

p71-78,2002.

Silva, F.de A.S.e. The ASSISTAT Software: statistical assistance.

In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON COMPUTERS IN AGRICULTURE, 6,

Cancun, 1996. Anais... Cancun: American Society of Agricultural

Engineers, 1996. p.294-298.


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