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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

CLAUDIA CRISTINA SAVES RUVIERE GABRIELA DOS SANTOS CALDEIRA

LAÍS SOUZA SILVA MARIANE DE PAULA GOMES

USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA

ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

FERNANDÓPOLIS 2012

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CLAUDIA CRISTINA SAVES RUVIERE

GABRIELA DOS SANTOS CALDEIRA

LAÍS SOUZA SILVA

MARIANE DE PAULA GOMES

USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE

REUMATOIDE: uma revisão

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Banca Examinadora do Curso de Graduação em

Farmácia da Fundação Educacional de

Fernandópolis como exigência parcial para obtenção

do título de bacharel em farmácia.

Orientador: Prof. MSc. Giovanni Carlos de Oliveira

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FERNANDÓPOLIS – SP

2012

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CLAUDIA CRISTINA SAVES RUVIERE

GABRIELA DOS SANTOS CALDEIRA

LAÍS SOUZA SILVA

MARIANE DE PAULA GOMES

USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE

REUMATOIDE: uma revisão

Trabalho de conclusão de curso aprovado como

requisito parcial para obtenção do título de bacharel

em farmácia.

Aprovado em: 12 de novembro de 2012.

Banca examinadora Assinatura Conceito

Prof. MSc. Giovanni Carlos de

Oliveira

Prof MSc. Roney Eduardo Zaparoli

Prof. MSc. Daiane Fernanda Pereira

Mastrocola

Prof. MSc. Giovanni Carlos de Oliveira

Presidente da Banca Examinadora

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Dedicamos este trabalho especialmente às pessoas

intimamente ligadas as nossas vidas, ou seja,

nossos familiares, que alem do apoio no

desenvolvimento deste trabalho, tiveram paciência,

carinho e compreensão bem como demonstraram

que realmente acreditam em nossos sonhos e

torcem pelo nosso sucesso.

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente agradecemos a DEUS pelo dom da vida e, por nos ter guiado e

iluminado em cada decisão a ser tomada;

Aos integrantes do grupo, visto que sem o esforço comum dos mesmos não

seria possível à elaboração do presente trabalho;

Agradecemos aos nossos familiares que sempre acreditaram nos nossos

sonhos e consequentemente na realização deste trabalho, bem como incessante

estimulo e incondicional apoio;

Ao nosso orientador Prof. MSc. Giovanni Carlos de Oliveira, pela atenção

dispensada durante todo o curso de farmácia, em especial durante o período de

orientação.

Agradecemos, ainda, as inúmeras observações, sugestões, e disposição em

discutir aspectos polêmicos do trabalho e os ensinamentos por ele transmitidos.

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Aprendi a ser autossuficiente em qualquer

circunstancia em que esteja. Sei estar reduzido em

provisões, sei deveras ter abundancia. Em tudo e

em todas as circunstancias aprendi o segredo tanto

de estar suprido como de ter fome, tanto de ter

abundancia como de sofrer carência. Para todas as

coisas tenho força em virtude daquele que me

confere poder.

Filipenses 4:11-13

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RESUMO

Essa revisão bibliográfica visou avaliar a efetividade do tratamento medicamentoso na artrite reumatoide, tendo como alvos de comparação os medicamentos metotrexato e infliximab. Doenças reumáticas são de grande relevância na população mundial, sendo foco do nosso trabalho a artrite reumatoide que é uma doença autoimune conhecida pela inflamação das articulações simetricamente, atingindo maior parte mulheres. É necessário tratamentos para que não haja progressão dos sintomas, melhorando assim a qualidade de vida do paciente. Os tratamentos farmacológicos devem ser associados aos tratamentos não farmacológicos para que consiga melhores resultados. Entre as classes de medicamentos mais utilizadas para o tratamento especifico da artrite reumatoide estão os medicamentos modificadores do curso da doença e os agentes biológicos. O metotrexato é um medicamento utilizado como primeira escolha para o tratamento de artrite reumatoide e este está dentro da classe dos medicamentos modificadores do curso da doença (MMCD). Os agentes biológicos tem como medicamento mais utilizado o infliximab que atua antagonizando TNF-α. As terapias analisadas foram o metotrexato como monoterapia e associado ao infliximab, a comparação tornou possível observar qual delas possui maior eficácia. Segundo estudos analisados a terapêutica medicamentosa mais eficaz é a administração do metotrexato concomitante com o infliximab quando comparado a monoterapia com metotrexato. Estudos avaliando a relação custo benefício do tratamento com infliximab apresentam controvérsias quanto ao tempo de estudo suficiente para concluir a vantagem da relação custo efetividade.

Palavras-chave: Doenças Reumáticas. Artrite reumatoide. Metotrexato. Infliximab.

MMCD. TNF-α.

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ABSTRACT

This literature review aimed to evaluate the effectiveness of drug treatment in rheumatoid arthritis, targeting comparator drugs methotrexate and infliximab. Rheumatic diseases are of great relevance in the world population and is the focus of our work is that rheumatoid arthritis is an autoimmune disease known by inflammation of the joints symmetrically, affecting mostly women. There is a need for treatments that no progression of symptoms, improving the quality of life of the patient. Pharmacological treatments should be associated with non-pharmacological treatments to achieve optimal results. Among the most commonly used classes of drugs for the treatment of rheumatoid arthritis specific medicines are modifiers of disease course and biological agents. Methotrexate is used as a first choice drug for the treatment of rheumatoid arthritis and this is within the class of drugs modifiers course of the disease (MMCD). Biological agents has the most used drug infliximab that acts by antagonizing TNF-α. The therapies were analyzed as methotrexate monotherapy and infliximab associated with the comparison became possible to see which one has greater efficacy. According to studies analyzed drug therapy is more effective administration of infliximab with concomitant methotrexate compared with methotrexate monotherapy. Studies evaluating the cost benefit of treatment with infliximab is controversial as to study time sufficient to conclude the advantage of cost effectiveness.

Key words: Rheumatic diseases. Rheumatoid arthritis. Methotrexate. Infliximab.

DMCD. TNF-α.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Frequência do acometimento das diferentes articulações no decorrer da evolução da doença. MCF – metacarpofalangeanas; IFP – interfalangeanas proximais; MTF – metatarsofalangeanas. 20

Figura 2 - Descoberta do antagonista do acido fólico. 22

Figura 3 - Fórmula estrutural do metotrexato 23

Figura 4 - Mecanismo de ação do metotrexato 25

Figura 5 - Infliximab (Remicade®) se ligando ao TNF-α circulante. 27

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

a.C. – Antes de Cristo.

ACR – American College of Rheumatology.

AICAR – Aminoimudazol carboxamida.

AINES – antiinflamatório não esteroidais

Anti- TNF – Antagonista de Fator de Necrose Tumoral.

ANCA – anticorpo anticitoplasma de neutrófilos

AR – Artrite Reumatoide.

CBP – Cirrose Biliar Primária.

d.C. – Depois de Cristo.

DHFR – Diidrofolato redutase.

DMTC – Doença Mista do Tecido Conjuntivo.

DNA – Ácido Desoxirribonucleico

dUMP – Monofosfato de desoxiuridina.

ELISA – Enzyme – linket immunosorbent assay

ENA – Antigeno Nuclear extraíveis

ES – Esclerose Sistêmica.

FAN – Fator Antinucleico.

Fc – Fração Cristalizavel.

FDA – Food and Drug Administration

FH2 – Diidrofolato

FH4 – Tetrahidrofolato.

FR – Fator Reumatoide.

GAR – Glicinamida Ribonucleotídio.

Glu – Poliglutamato.

IFI – Imunofluorescência indireta

IFP – Interfalangeanas proximais.

IgG – Imunoglobulina G.

IMP - Monofosfato de Inosina.

LES – Lúpus Eritematoso Sistemico.

LE – Lúpus Eritematoso

MCF – Metacarpofalangeanas.

MMCD – Medicamentos Modificadores do Curso da Doença.

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MTF – Metatarsofalangeanas.

MTX – Metotrexato.

MTX-PG – Metotrexato de Poliglutamatos.

OA – Osteoartrose.

PM - Polimiosite.

PRPP – 5 –fosforribosio-1-pirofosfato.

RNA – Ácido Ribonucleico.

RNP – Ribonucleicoproteína

Sm – Smith.

SSj – Síndrome de Sjögren.

TMP – Monofosfato de Timidina.

TNF-α – Fator Necrose Tumoral.

TS – Timidilato sintase.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13

1 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO .......................................................................... 15

1.1 DOENÇAS REUMÁTICAS ............................................................................ 155

1.1.1 Artrite reumatoide ................................................................................. 199

2 METOTREXATO .................................................................................................... 23

3 INFLIXIMAB ........................................................................................................... 27

4 MÉTODO ................................................................................................................ 34

4.1 TIPO DE ESTUDO........................................................................................... 34

4.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................ 34

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 35

REFERÊNCIAS..........................................................................................................37

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INTRODUÇÃO

Doenças reumáticas causam alterações funcionais do sistema musculo

esqueléticas sem que ocorram traumas. As manifestações mais relevantes são: dor,

inchaço e limitação da mobilidade.

A artrite reumatoide (AR) que é uma doença que atinge cerca de 1% da

população mundial com maior prevalência no sexo feminino, voltado à reflexão dos

principais tratamentos farmacológicos.

É uma doença crônica, autoimune que causa a inflamação das articulações

levando à imperfeição e destruição da mesma podendo comprometer os

movimentos físicos tanto na vida profissional quanto na vida pessoal.

O tratamento é muito importante para a qualidade de vida do paciente

utilizados para o alivio de dores e para prevenção de incapacidades.

Podem-se associar terapias não farmacológicas com as terapias

farmacológicas atingindo melhores resultados.

O tratamento farmacológico para AR incluem os medicamentos modificadores

do curso da doença (MMCD), corticosteroide, anti-inflamatório não esteroidal e

alguns agentes biológicos.

Os MMCD podem ser utilizados em diversas fases da doença. Um dos MMCD

utilizado em primeira escolha é o metotrexato (MTX) que é um antimetabólito

análogo do folato que atua bloqueando a enzima diidrofolato-redutase, impedindo a

síntese de DNA.

Os MMCD não podem ser utilizados em mulheres grávidas ou lactantes.

Devem ser evitados, também, em pacientes com insuficiência renal e hepática e

ainda aqueles que fazem uso crônico de álcool.

Existem também os agentes biológicos que estão sendo utilizados com

associação com as MMCD para o tratamento de AR. Os agentes biológicos mais

utilizados são os antagonistas de fator de necrose tumoral alfa os (anti-TNF-α). O

TNF-α é uma citocina inflamatória que sendo inibida apresenta rápido controle da

doença.

O Infliximab é um anticorpo monoclonal quimérico antifator necrose tumoral-

alfa (anti-TNF-α) constituído de receptores 75% região humanizada e 25% região

murina utilizado no tratamento de AR. Age se ligando ao TNF-α presente próximo às

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articulações de pacientes com AR impedindo as citocinas de se ligarem aos seus

receptores.

Este fármaco é contraindicado em pacientes com insuficiência cardíaca

congestiva.

A escolha do tema do presente trabalho surgiu devido ao alto índice de

pessoas com artrite reumatoide que consequentemente fazem uso de vários

medicamentos para melhorar a qualidade de vida.

O desenvolvimento do presente trabalho se deu em duas partes, a primeira

consistente no desenvolvimento, abrangendo as doenças reumáticas; artrite

reumatoide; metotrexato e infliximab; a segunda abrange os métodos de pesquisa,

procedimentos metodológicos e considerações finais.

Em decorrência disso, este trabalho tem por objetivo geral comparar a ação

do infliximab em relação ao metotrexato no tratamento de artrite reumatoide.

Nessa perspectiva, serão comparadas as ações do metotrexato em

monoterapia, do infliximab em associação com o metotrexato e, por fim, será

avaliado o custo beneficio da administração do infliximab na AR.

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1 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

1.1 DOENÇAS REUMÁTICAS

O termo reumatismo surgiu na Grécia antiga onde se acreditava que a saúde

originava-se do equilíbrio entre o sangue, o muco, a bile amarela, bile escura, e que

o desequilíbrio destes elementos biológicos levaria a doenças, nas quais os

sintomas seriam: dor, inchaço e rigidez no setor do aparelho locomotor (MOREIRA;

CARVALHO, 1996).

As junções de eventos articulares determinam um bom diagnóstico para

doenças reumáticas, por isso é importante que se faça a anamnese. O paciente

pode se queixar de várias coisas que podem ser frequentes nesta patologia como:

fadiga, febre, perda de peso discreta, alterações cutâneas e mucosa, queixas

digestiva, renais, musculares, neurológicas, oculares entre outras, mesmo assim

alguns indivíduos apresentam sinais e sintomas inespecíficos que podem dificultar o

diagnóstico correto. Para o complemento de um bom diagnostico são necessários

alguns exames físicos para analisarem as limitações do aparelho locomotor, sendo

este o mais afetado pelas doenças reumáticas (SATO, 2004).

Nos exames físicos há três posições básicas que podem ser avaliadas: de pé,

sentado no leito, exame articular (mobilização passiva e ativa).

• De pé: O medico pode fazer o paciente praticar alguns exercícios

físicos como: andar, agachar e notar se há dificuldade de exercer suas atividades.

• Sentado no leito: O medico examina desde o couro cabeludo ate os

pés, observando se há presença de deformidades, tofos e nódulos.

• Exame articular: As movimentações articulares podem ser analisadas

de modo passivo e ativo. No modo passivo, o medico executará movimentos sem a

resposta voluntaria da musculatura do paciente, já no modo ativo, com a instrução

do examinador o paciente exerce seus movimentos (MOREIRA; CARVALHO, 1996).

Diagnostico em Reumatologia: quando há suspeita de doença reumática

autoimune os exames laboratoriais solicitados compreendem pesquisas de auto

anticorpos, dosagem do complemento total e frações e dosagem e caracterização de

crioglobulinas (SATO, 2004).

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Os auto anticorpos são imunoglobulinas que reconhecem antígenos

presentes nas células e nos órgãos do próprio individuo. A maioria dos indivíduos

(dentre eles os sadios) ao ser submetido a exames ultrassensíveis apresentam auto

anticorpos circulantes, esses são auto anticorpos naturais. Em contrapartida auto

anticorpos encontrados quando há patologia apresentam especificidade restrita,

ocorrem em títulos elevados e tem alta avidez, isso caracteriza doença reumática

autoimune. Determinados auto anticorpos tem associação bastante restrita com

certos estados patológicos, esses são conhecidos como marcadores da doença,

como por exemplo, os anticorpos anti-DNA nativo e anti- Sm que são marcadores de

lúpus erimatoso sistêmico (SKARE, 1999).

Fator antinucleo (FAN) é a denominação dada ao teste de imunofluorescência

indireta para a pesquisa de auto anticorpos que reagem com componentes

presentes não apenas nas células, mas também nucléolo, na membrana nuclear, na

organela citoplasmática e no aparelho mitótico. O teste FAN traz três tipos

informação para diagnostico. A primeira informação consiste na presença ou

ausência de auto anticorpos. A segunda com caráter semi-quantitativo refere-se à

concentração do auto anticorpo no soro. A terceira informação refere-se ao padrão

de fluorescência, é a menos avaliada porem de grande relevância clinica. Dessa

forma, o padrão de fluorescência modula a relevância clinica do FAN e sugerem

novas etapas de investigação laboratorial dos auto anticorpos envolvidos. Deve-se

ressaltar que o padrão de fluorescência não define a especificidade do auto

anticorpo (SATO, 2004).

Anticorpos anti-DNA nativo são encontrados em pacientes com lúpus

eritematoso sistêmico (LES), sendo considerados marcadores de diagnostico dessa

patologia. Sua detecção é frequentemente feita por imunofluorescência indireta (IFI)

(empregando a Crithidia luciliae como substrato) por ELISA (enzyme-linked

immunosorbent assay). O teste de IFI tem maior especificidade, porem menor

sensibilidade. Já o teste de ELISA, tem maior sensibilidade para diagnostico de LES

(SKARE, 1999).

Anticorpos contra antígenos nucleares extraíveis (anti-ENA) referem-se

principalmente a antígenos Sm e RNP, os ENAs são usados na imunodifusão dupla

e na contraimunoeletroforese para identificação da especificidade dos anticorpos

presentes no soro FAN-reagentes. Nessas técnicas formam-se linhas de

precipitação ocasionadas pela reação dos auto anticorpos presentes no soro do

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paciente examinado com ENAs. As linhas de precipitação serão comparadas com o

soro padrão, de espeficidade já conhecida. Alguns desses auto anticorpos

encontrados relevância clinica suficientemente restrita para serem considerados

marcadores diagnósticos (SATO, 2004).

Fator reumatoide (FR) refere-se aos anticorpos que reconhecem epítopos

presentes na fração cristalizável (Fc) da molécula de IgG. Cerca de 80% dos casos

de artrite reumatoide adulta apresentam fator reumatoide circulante, na artrite

reumatoide juvenil a frequência de positividade é mais baixa. O teste mais

empregado é por aglutinação (YOSHINARI; BONFÁ, 2000).

Outros exames laboratoriais empregados na pesquisa de doenças reumáticas

autoimune são: anticorpos anticitoplasma de neutrófilos (ANCA); anticorpo

antifosfolipide; anticorpos antifilagrina, antiprofilagrina e anticitrulicina.

Quadro 1: Associações clínicas de auto anticorpos específicos Auto-anticorpo contra Associação principal Associação secundária

DNA nativo LES SmLES

PCNA LES -

Proteína P ribossomal LES -

Nucleossomo LES -

U1-RNP DMTC LES, ES, AR

SS-A/Ro

SSj LES, LE neonatal, ES,

PM, CBP

SS-B/La SSj LES, LE neonatal

Jo-1 PM Superposição PM/ES

Scl-70 ES -

Centrômero ES CBP

Fibrilarina ES -

RNA polimerase I ES -

Ku Superposição PM/ES LES

PM-Scl Superposição PM/ES -

Filagrina/citrulina AR -

Profilagrina

AR LES, OA, Hepatite

autoimune.

LES: Lúpus eritematoso sistêmico; DMTC: doença mista do tecido conjuntivo; ES: esclerose

sistêmica; SSj: síndrome de Sjögren; PM: polimiosite; CBP: cirrose biliar primária; AR:

artrite reumatoide; OA: osteoartrose; LE: lúpus eritematoso. Fonte: SATO, 2004.

Outro exame laboratorial solicitado em caso de suspeita de doenças

reumáticas autoimune é dosagem do complemento total e frações. O sistema

complemento é constituído por mais de 30 proteínas plasmáticas que são ativadas

de modo sequencial. O estudo clinico do sistema complemento tem relevância nos

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estados de imunodeficiência em que há suspeita de deficiência congênita ou

adquirida de algum componente do complemento. As doenças reumáticas

autoimunes apresentam importante participação de imunocomplexos em sua

fisiopatologia. Dentre elas destacamos o LES. A monitoração do consumo do

sistema complemento é para observar os períodos do estagio da doença, bem como

sua remissão (SATO, 2004).

Crioglobulinas são imunoglobulinas que precipitam em temperatura abaixo a

37º C e quando reaquecidas tornam a entrar em solução. Em níveis superiores a 80

µg/mL estão em condições patológicas, podendo ocorrer em condições neoplásicas,

infecciosa e autoimune (YOSHINARI; BONFÁ, 2000).

As doenças reumáticas afetam um entre quatro adultos sem distinção de

etnia, e tem grande variação nas manifestações clínicas. As doenças reumáticas

mais comuns são: fibromialgia, artrose, lombalgias de causa mecânicas e ou

posturais e reumatismo extra-articular. Esta enfermidade afeta a qualidade de vida

do paciente, porém não interfere na expectativa de vida deste (SATO, 2004).

Outro conjunto de doenças com menos incidência, mas que possuem maior

gravidade é: doenças reumáticas autoimunes como artrite reumatoide, lúpus

eritematoso sistêmico, fibromialgia, osteoartrose, febre reumática reumatismo de

partes moles (SKARE, 1999).

Existem mais de cem doenças reumáticas, porém algumas delas apresentam

um maior índice de pessoas atingidas, são elas: artrite reumatoide, fibromialgia,

osteoartrite, tendinites, bursites, gota, lúpus eritematoso sistêmico e febre reumática

(BRASIL, 2012).

Febre reumática é uma doença inflamatória que pode atingir o coração,

articulações, cérebro e a pele de crianças a partir de três anos de idade. Esta

doença é uma reação a uma infecção na qual é causada por uma bactéria

conhecida como estreptococo, geralmente esta infecção acomete a garganta. Os

sintomas clínicos apresentados são: febre, dor de garganta, vermelhidão intensa,

placas de pus na garganta e aumento dos gânglios. Nas primeiras semanas a

criança pode apresentar infecção de garganta como outra qualquer, na maioria das

vezes somente uma a duas semanas após é que começará a manifestar queixas de

febre reumática (SATO, 2004).

Reumatismo de partes moles é uma enfermidade que acomete estruturas

como: músculos, ligamentos, bursas, enteses e tendões, que estão ao redor das

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articulações, as inflamações dessas estruturas resultam em busites, tendinites e

entesites. Os sintomas decorrentes destas lesões ou inflamações são dores e

dificuldade de realizar movimentos. Essas inflamações na maioria das vezes são

passageiras e não ocasionam deformidades, entretanto podem tornar-se crônicas.

Geralmente as lesões dessas estruturas surgem de traumatismos locais, sendo

estes resultados de um único acidente violento ou podendo ser traumas crônicos

originados de erros posturais e ocupacionais (MOREIRA; CARVALHO, 1996).

A fibromialgia é uma doença considerada reumática que atinge toda

população sendo maior prevalência em mulheres. É caracterizada pela forte dor

crônica, porem, há relatos de outros sintomas, tais como: fadiga, distúrbio de sono e

rigidez articular, dor lombar, dores de cabeça, espasmos musculares e desequilíbrio.

No entanto, é possível constatar que a incidência desta patologia interfere na

qualidade de vida dos pacientes, podendo, inclusive limitar algumas atividades do

dia a dia (BAEZA et al., 2012).

A osteoartrose também conhecida como artrose, doença articular

degenerativa e osteoartrite é uma doença reumática com maior incidência, sendo

também responsável pela maior parte dos afastamentos de trabalho e

aposentadorias. Esta doença é caracterizada pela destruição da cartilagem das

articulações podendo ser dividida em primaria que osteoartrose sem causa

conhecida e secundaria que é osteoartrose com causa conhecida como: alteração

no metabolismo, defeito nas articulações devido a artrite e hereditariedade

(MOREIRA; CARVALHO, 1996).

A gota é uma doença causada pelo excesso de ácido úrico presente no

sangue, leva a inflamações atingindo também as articulações (SATO, 2004)

Portanto, um prontuário bem feito, boa comunicação, juntamente com exames

físicos e laboratoriais ajuda o medico na avaliação e conclusão da doença reumática

que afeta o paciente (MOREIRA; CARVALHO, 1996; SATO, 2004).

1.1.1 Artrite reumatoide

A artrite reumatoide é uma patologia muito antiga. A sua primeira aparição foi

descrita no quarto século a. C. (antes de Cristo) e por volta de 1800 d. C. (depois de

Cristo) foi mencionada por Augustin-Jacob Landré-Beauvais como gota astênica

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(KULKAMP et al., 2009). Somente em 1859 que o nome artrite reumatoide foi

instituído pelo reumatologista Dr. Alfred Baring Garrod e, desde então, muito tem se

falado na AR e estudado sobre ela (ARAÚJO; FINOTTI; CHAHADE, 2011).

Muitos que sofreram com a doença vivenciaram o quão grave ela pode ser e

como pode afetar a vida de uma pessoa. Um dos exemplos é o pintor impressionista

Renoir que sofria de artrite reumatoide e possuía sérias limitações para continuar a

fazer suas obras sendo necessário amarrar o pincel em suas mãos (RENOIR, 2011).

O Africano Dr. Christian Neethling Barnard o primeiro médico a realizar um

transplante de coração, também sofreu com as consequências da artrite reumatoide,

onde interrompeu sua brilhante carreira em 1983 devido à deformidade nas mãos

(TUOTO, 2006).

A Associação Nacional dos Grupos de Pacientes Reumáticos (ANAPAR,

2012) mostra preocupação com o número de pessoas que vem sendo afligida com a

artrite reumatoide no Brasil. Este número chega a 1% da população brasileira

(ANAPAR, 2012) que é cerca de 190 milhões (BRASIL, 2010), ou seja,

aproximadamente 2 milhões de pessoas possuem a doença.

Esta doença pode agredir crianças, adultos e idosos (SOCIEDADE..., 2011).

No entanto, estudos mostram que a doença atinge mais mulheres do que homens

(MIRANDA, 2010). A artrite reumatoide é uma doença que não pode ser resolvida

em um curto período de tempo por ser autoimune (o sistema imunológico que

defende o próprio organismo passa a atacá-lo) e sua causa é desconhecida, por isso

é considerada uma patologia crônica que causa inflamações atingindo geralmente

as articulações, mas podendo também afetar outras partes do corpo

(SOCIEDADE..., 2011).

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Figura 1: Frequência do acometimento das diferentes articulações no decorrer da evolução da doença. MCF – metacarpofalangeanas; IFP – interfalangeanas proximais; MTF – metatarsofalangeanas.

Fonte: LAURINDO, 2008.

O diagnóstico é dado com uma junção de sintomas, sinais, exames

laboratoriais e estudos radiológicos (BRASIL, 2006). O estágio da doença pode ser

dividida em leve, moderado, grave:

Leve: paciente apresenta artralgias, em pelo menos três articulações com sinais de inflamação, nenhuma doença extra articular, fator reumatoide costumeiramente negativo, elevação dos reatores de fase aguda e nenhuma evidência de erosão ou perda de cartilagem ao estudo radiográfico; moderada: paciente com 6 a 20 articulações acometidas, comumente a doença é restrita a articulações, elevação de reatores de fase aguda, positividade do fator reumatoide, evidência de inflamação ao estudo radiográfico; grave: mais de 20 articulações persistentemente acometidas, elevação dos reatores de fase aguda, anemia de doença crônica, hipoalbuminemia, fator reumatoide positivo, estudos radiográficos demonstrando erosões e perda de cartilagem e doença extra articular (BRASIL, 2006).

Diagnosticar a doença no início ajuda a controlar e a tomar medidas com

antecipação da inaptidão funcional, lesão articular irreversível e também ajuda a

diminuir as dores (LAURINDO et al., 2004).

Os tratamentos para quem tem artrite reumatoide são diversificados e visam

sempre a melhora da dor, a incapacidade que afeta algum órgão, enfim, fazendo

tudo para melhorar a qualidade de vida do paciente já que por enquanto não há cura

para essa enfermidade. Os hábitos sociais do paciente podem contribuir para a não

progressão ou as crises da doença. Recomenda-se que o doente fique de repouso

enquanto estiver em crises, mas quando a doença não for aparente com as

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inflamações a pessoa pode se policiar para aumentar suas atividades físicas para o

fortalecimento das articulações, tornando-se ativo, e quando em crise permanecer

em repouso para a contribuição da não progressão da artrite reumatoide (MIRANDA,

2010). Além disso, é necessário ter bons hábitos alimentares.

Há vários tratamentos medicamentosos que podem ser utilizados na artrite

reumatoide, mas estes variam de acordo com o grau da doença. Tais tratamentos

existem a fim de que o paciente possa viver diariamente sem a interrupção severa

de suas atividades normais do cotidiano e para fins profiláticos, com o intuito de

impedir maiores consequências em partes do seu corpo (BRASIL, 2006; MIRANDA,

2010).

As terapêuticas medicamentosas incluem analgésicos, anti-inflamatórios,

corticoides, medicamentos modificadores do curso da doença (MMCD) e agente anti

citocinais. O analgésico mais utilizado é o paracetamol, os anti-inflamatórios são

vários, dentre eles o meloxicam, ibuprofeno, celecoxibe, cetoprofeno, entre outros

(MIRANDA, 2010; TREVISANI; FIDELIX; APPENZELLER, 2012).

Em alguns casos são utilizados os corticoides ou glicocorticoides como a

prednisona, auxiliando os antiinflamatórios (LAURINDO et al., 2004).

Os medicamentos modificadores do curso da droga (MMCD) são usados para

diminuírem ou impedirem problemas nas articulações e resguardarem para que as

articulações exerçam seu papel de funcionamento, seu uso varia de paciente para

paciente, dentre eles temos: hidroxicloroquina e cloroquina, sulfasalazinas,

leflunomide, metotrexato e ciclosporina (BÉRTOLO, s.d; BRASIL, 2006; LAURINDO

et al., 2004).

Os agentes anticitocinais são aqueles que impedem a ação da citocina no

organismo, esta citocina é uma glicoproteína que estimula a formação de anticorpo,

como exemplos têm-se infliximab, etanercepte e adalimumabe, que são

antagonistas do fator de necrose tumoral (TNF-α), que é a citocina de maior

importância na causa das inflamações da artrite reumatoide. Portanto, é de suma

importância que o paciente com artrite reumatoide sempre faça monitoramento e

analise o estágio da doença com um reumatologista (MIRANDA, 2010).

Porém, a artrite reumatoide é uma doença que vem sendo estudada e

aprofundada a cada dia, vem sendo descobertas novas alternativas para tratamento

a fim de alcançar a cura; estimam que isso não demore muito (MIRANDA, 2010).

Page 23: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

23

2 METOTREXATO

Na década de 1940, Sidney Farbe, médico no Hospital Infantil de Boston, fez

uma descoberta pioneira de um agente que poderia produzir remissões na leucemia

aguda infantil - uma doença mortal, a qual não havia esperança de melhorias e cura.

A leucemia é caracterizada por uma proliferação anormal de células do sangue, os

glóbulos brancos (leucócitos). Esta proliferação provoca queda no número de

glóbulos vermelhos, plaquetas e função normal de células brancas do sangue,

conduzindo a sintomas como anemia, hemorragia e risco aumentado de infecção. O

ácido fólico (vitamina B envolvida na produção de células sanguínea) foi identificado

em meados dos anos 40 e mostrou ser eficaz no tratamento de certos tipos de

anemia. Atento a esses resultados Farber contou com a ajuda de Lederle

Laboratórios para produzir conjugados do acido fólico para teste. Ao fazer estudos

em pessoas com leucemia aguda observou que o ácido fólico havia acelerado o

progresso da leucemia, levando a morte os 90 pacientes do estudo em questão.

Posteriormente, Farber solicitou ao Lederle Laboratories um antagonista do acido

fólico, usou em pacientes e notou uma remissão notável no perfil hematológico da

medula óssea deles (SIDNEY, 2012).

Figura 2: Descoberta do antagonista do acido fólico.

Fonte: SIDNEY, 2012.

Page 24: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

24

Então, no ano de 1948 surgiu o antifolato padrão-ouro dos MMCD:

Metotrexato.

Figura 3: Fórmula estrutural do metotrexato

Fonte: BRUNTON; LAZO; PARKER, 2007.

Relação entre estrutura e atividade. O ácido fólico é convertido por redução

enzimática em uma série de cofatores de tetraidrofolato, que fornecem grupos de um

carbono para a síntese de precursores do DNA (timidilato e purinas) e do RNA

(purinas) (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2007).

A enzima diidrofolato redutase (DHFR) constitui o alvo primário do

metotrexato. A inibição da DHFR resulta em depleção parcial dos cofatores de

tetraidrofolato, necessário na síntese de timidilato e purinas. O metotrexato assim

como seus correspondentes fisiológicos (os folatos), sofre conversão em uma serie

de poliglutamatos (MTX-PG), isso ocorre tanto nas células normais como tumorais.

Esses MTX-PG constituem uma forma de armazenamento intracelular de folatos e

análogos do folato. Os poliglutamatos de ácido diidrofólico que se acumulam nas

células, devido à reação bloqueada de DHFR, inibem a timidilato sintase (TS) e

outras enzimas (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2007). Segue abaixo o mecanismo de

ação efetuado pelo metotrexato, após sua administração.

Para atuar como cofator em reações de transferência de um carbono, o folato precisa ser inicialmente reduzido pela DHFR à tetraidrofolato (FH4). Os fragmentos de um carbono são adicionados enzimaticamente ao FH4 em diversas configurações e, a seguir, podem ser transferidos em reações de síntese especificas. Em um evento metabólico essencial, catalisado pela TS, o monofosfato de desoxiuridina (dUMP) é convertido em monofosfato de timidina (TMP), um componente essencial do DNA. Nessa reação, um grupo de carbono é transferido para dUMP a partir do 5,10- metilenos FH4, e o cofator folato reduzido é oxidado a diidrofolato (FH2). [...] Os inibidores, como o metotrexato, com alta afinidade pela DHFR (K1 cerca de 0,01 a 0,2 nM), impedem a formação de FH4, com consequente acumulo acentuado do substrato inibitório toxico, o poliglutamato de FH2, anteriormente a reação bloqueada. As reações de transferência de um carbono essenciais para a nova síntese de nucleotídeos de purina e de timidilato cessam, com a interrupção

Page 25: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

25

subsequente da síntese de DNA e de RNA (BRUNTON; LAZO; PARKER; 2007).

Figura 4: Mecanismo de ação do metotrexato.

Fonte: BRUNTON; LAZO; PARKER, 2007.

O Ministério da Saúde no poder de suas atribuições aprovou através da

Portaria n 66, de 1 de novembro de 2006, o PROTOCOLO CLINICO E DIRETRIZES

Page 26: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

26

TERAPÊUTICAS – ARTRITE REUMATOIDE, a fim de estabelecer critérios de

tratamento e esquemas terapêuticos (BRASIL, 2006).

O tratamento do metotrexato adere uma posologia semanal, iniciando com

doses de 7,5 mg/semana. Posteriormente, as doses são aumentadas em 2,5

mg/semana conforme necessidade e tolerância do paciente, não podendo

ultrapassar a dose máxima de 20 mg/semana. No uso intravenoso a dose pode

chegar até 25 mg/semana em pacientes com AR no estagio grave. Após resposta

adequada, redução gradual da dose deve ser considerada (BRASIL, 2006).

Alguns pacientes com tratamento em longo prazo que estejam em condições

estáveis aderem ao esquema de uso a cada duas semanas (BRASIL, 2006).

Pacientes com artrite reumática juvenil aderem à posologia de 10 mg/ (oral ou

intramuscular), uma vez na semana e, em seguida, 5-15 mg/semana, em dose

única, ou divido em três doses administradas em intervalos de 12 horas (LACY et al.,

2009).

O Institute for Safe Medication Practices (ISMP) inclui este medicamento na

lista daqueles que apresentam maior risco ao paciente quando utilizados

incorretamente. Ocorreram erros (resultantes em óbito) quando o MTX foi

administrado em dose diária em vez da dose semanal conforme recomendado

(LACY et al., 2009).

O metotrexato é parcialmente seletivo as células tumorais, enquanto é tóxico

para células normais em divisão. Sua maior ação toxica é contra as células em

rápida divisão da medula óssea e do epitélio gastro intestinais (GI) (BRUNTON;

LAZO; PARKER, 2007).

O uso de ácido de fólico (1mg) diário concomitante a terapia com MTX, reduz

efeitos adversos hematológicos e gastrintestinais (BRASIL, 2006). O MTX pode

causar supressão da medula óssea, acarretando anemia, anemia aplástica,

leucopenia, neutropenia, pancitopenia e/ou trombocitopenia (LACY et al., 2009).

Não administrar antiinflamatório não esteroidais (AINES) antes ou durante a

terapia com MTX em altas doses; pode aumentar ou prolongar a meia vida sérica do

metotrexato e causar toxicidade (LACY et al., 2009).

Segundo Silva (2006), o uso crônico do MTX acarreta toxicidade diferente das

encontradas no tratamento para neoplasias: pneumonite não séptica aguda e

crônica é encontrada em pacientes com artrite reumatoide. Em psoríase 30 a 40 %

dos pacientes apresentam cirrose e fibrose hepática, não encontrada em pacientes

Page 27: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

27

com artrite. Outros efeitos colaterais relatados: gastrointestinais (náuseas, vômitos e

diarreia, anorexia) – 10%; estomatite – 6%; hematológicos (leucopenia, anemia,

trombocitopenia) – 3%; alopecia (reversível) – 1%. Há também outros efeitos

colaterais relatados raramente por pacientes: anormalidades fetais, oligoespermia,

febre, ginecomastia, osteoporose localizada e vasculite.

A nefrotoxicidade do MTX é um fenômeno frequentemente observado em

terapias de altas doses. Até mesmo terapias com baixas doses de MTX para

doenças reumáticas podem causar deficiência na função renal (FIEHN, 2011).

O metotrexato é absorvido prontamente no trato gastrointestinal em doses

inferiores a 25mg/m2, em doses maiores que essa a absorção é incompleta, então

se faz necessária à administração por via intravenosa. Concentrações plasmáticas

máximas de 1 a 10 ug são obtidos após administração de doses de 25 a 100 mg/m2.

(SILVA, 2006; BRUNTON; LAZO; PARKER, 2007).

Aproximadamente 35% do MTX ficam ligados às proteínas plasmáticas,

podendo ser deslocados pelo uso concomitante de sulfonamidas, cloranfenicol,

fenitoína e salicilatos. Da droga absorvida, cerca de 40 a 50% da dose pequena (2,5

a 15 ug/kg) e até 90 % de uma dose maior (150 ug/kg) são excretados pela urina em

até 48 horas, sendo que a maior porção 8 horas. Apenas uma pequena parte é

excretada pelas fezes. No homem o metabolismo do metotrexato é mínimo. As

concentrações do MTX no liquido cefalorraquidiano é de apenas 3% daquelas na

circulação sistêmica no estado de equilíbrio dinâmico (SILVA, 2006).

3 INFLIXIMAB

O infliximab, conhecido comercialmente como Remicade®, foi desenvolvido

pelo Dr. Jan Vilcek e Jun Ming Lee, tendo como investidor do projeto a Centecor,

uma divisão da Johnson & Johnson. Tal parceria iniciou-se em 1984, vários estudos

foram realizados a partir de então, até que em 1992 foi autorizada a realização de

ensaios clínicos em doentes com artrite reumatoide, os resultados foram

satisfatórios, sendo assim o infliximab se tornou o primeiro anti-TNF a ser

administrado com êxito em humanos (VILCEK, 2009). Porém somente em agosto de

1998 que a FDA aprovou a utilização do infliximab nos Estados Unidos da América

(EUA), na União Europeia a autorização para o tratamento com infliximab em

Page 28: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

28

portadores da doença de Crohn grave foi concedida exatamente uma ano depois,

em agosto de 1999. Somente em junho de 2000 foi aprovada a utilização do

infliximab para diminuir os sinais e sintomas da artrite reumatoide, em pacientes que

param de responder ao tratamento com outras drogas utilizadas para o mesmo fim,

como o metrotexato (EMEA, 2000).

O infliximab é um anticorpo monoclonal quimérico anti - fator de necrose

tumoral α (anti- TNF-α), composto por uma fração humana que é constante e uma

fração murínica que é variável, essa última sendo responsável pela ligação ao

antígeno (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2007; FALEIRO; ARAÚJO; VARAVALLO,

2011). Este anticorpo artificial se liga ao TNF-α circulante, o impedindo de ligar-se ao

seu receptor, bloqueando a ação desta citocina (ARRUDA; YPIRANGA; MARTINS,

2004).

A atividade biológica da citocina TNF-α gera poliartrite e o infliximab pode

atuar tanto na prevenção da doença quanto no reestabelecimento das articulações

afetadas (LACY et al., 2009).

Figura 5: Infliximab (Remicade®) se ligando ao TNF-α circulante. e

Fonte: Remicade®, 2012.

As indicações terapêuticas para o infliximab são: artrite reumatoide, doença

de Crohn, colite ulcerosa, espondilite anquilosante, artrite psoriática e psoríase. No

tratamento da artrite reumatoide é indicada a associação do infliximab com o

metrotexato para diminuir a sintomatologia desta doença. A posologia para o

tratamento da artrite reumatoide com infliximab é de 3 mg/Kg administrado por via

intravenosa, seguido de doses de 3 mg/Kg administrada em 2 e posteriormente em 6

Page 29: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

29

semanas após a primeira administração, em seguida deve haver um intervalo de 8

semanas (REMICADE, 2012).

As interações medicamentosas especificas que potencializam o efeito e a

toxicidade não foram estudadas, o que se sabe é que o infliximab pode aumentar os

efeitos adversos e tóxicos do abatacepte. Infliximab pode diminuir a efetividade de

vacinas. Outra interação que pode ocorrer é entre o infliximab e a equinácea, que

pode reduzir a efetividade do infliximab (LACY et al., 2009).

Os efeitos adversos que mais acometem os pacientes que utilizam infliximab

são infecções do trato respiratório superior, dor de cabeça, náuseas, erupções

cutâneas, sinusites, faringite e tosse. Entretanto os ensaios clínicos não apresentam

aumento significativo no risco de infecções após o uso de infliximab. Algumas

pesquisas indicam um aumento no risco de doenças malignas, principalmente

linfoma. Muitos estudos observacionais tem comprovado que até um quarto ou um

terço dos doentes interrompem o tratamento com infliximab dentro de um ano, e

cerca de um terço dessas interrupções tem com motivo as reações adversas

(DELABAYE; KEYSER, 2010).

Este medicamento possui um custo elevado, tornando – o inacessível para a

maioria da população brasileira, pode chegar a custar aproximadamente R$

4.000,00 uma ampola de 100 mg (CONSULTA REMÉDIOS, 2012). Entretanto, o

Ministério da Saúde disponibiliza o infliximab gratuitamente através do Programa de

Medicamentos Excepcionais, no qual é gerenciado pela Secretaria de Assistência a

Saúde. Pesquisas baseadas em dados obtidos nos anos de 2008 e 2009 indicam

um gasto de aproximadamente R$ 71.000.000,00 de reais por ano pelo governo

federal com infliximab, para o tratamento dos sinais e sintomas da artrite reumatoide

(SCHNEIDERS, 2012).

Apesar de estudos relatarem maior eficácia da monoterapia com infliximab

comparado ao placebo, ela não é utilizada, pois há uma frequência no aparecimento

de anticorpo anti-infliximab, resultando na utilização concomitante com metotrexato

(ABREU; CICONELI, 2005).

Uma revisão sistemática e metanálise realizada para avaliar a eficácia do

metotrexato e infliximab como tratamento medicamentoso em doentes com AR ativa,

no qual foi administrado tanto baixas como altas doses do infliximab em comparação

com o MTX. Foram utilizados 3.919 pacientes que receberam infliximab associado

ao MTX e 980 que receberam apenas o MTX, por um período de aproximadamente

Page 30: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

30

54 semanas. Ao final da pesquisa conclui-se que as doses mais elevadas de

infliximab em combinação com o MTX mostrou-se mais eficaz que a monoterapia

com MTX, esses resultados foram observados em pacientes nos quais a doença

possui atividades grave, e também devido ao uso concomitante de esteroides orais

de baixa dosagem (ZINTZARAS et al., 2008).

Segundo estudo analisado comparando a segurança e eficácia do MTX e

infliximab na AR precoce apresentou resultados da analise mostrando melhora

modesta na atividade da doença, sendo que a inclusão foi de 3.699 pacientes.

Apesar de a eficácia ser modesta com a associação em comparação a monoterapia

com infliximab, o artigo relata a preocupação de se usar o infliximab em pacientes

com sinais clínicos e biológicos da doença agressiva (DU PANS; GABAY; FINCKH,

2007).

De acordo com o jornal de Reumatologia de abril de 2000, pesquisadores da

Universidade da Califórnia baseados no estudo coordenado pelo Dr. Arthur

Kavanaugh, notaram que 17 pacientes apresentaram ACR 20 nas primeiras 2

semanas e se manteve o resultado em 11 pacientes até a 12ª semana. Apenas 1

dos 7 pacientes tratados com placebo apresentou resposta semelhante e ACR 50 foi

observado em 12 pacientes, portanto, o infliximab pode ajudar no tratamento da AR.

e quando administrado em combinação com o MTX pode ser utilizado no controle da

AR em longo prazo (KAVANAUGH, 2000).

Um estudo clínico multicêntrico, duplo cego realizado com 1.004 doentes, que

permitiu a utilização de ácido fólico, corticosteroides orais e/ou antiinflamatórios não

esteroides (AINES), avaliou os resultados obtidos após 54 semanas de tratamento.

Iniciou-se o tratamento com MTX e placebo ou infliximab. Na 54ª semana de

tratamento, a melhoria dos sinais e sintomas foi significativa nos pacientes que

receberam MTX em associação com infliximab em comparação com os que

utilizaram MTX em monoterapia (SMOLEN et al., 2006).

Investigação cientifica abrangeu 3.734 pacientes japoneses, com o objetivo

de examinar as mudanças no uso de MMCD e avaliar suas taxas de continuação.

Foram analisados dados de AR de 1998 a 2009 no hospital Juntendo, em Tóquio.

Os autores relataram que a o MMCD mais utilizado no Japão após uma década de

estudo continua sendo o MTX, e que o mesmo apresenta a maior taxa de

continuação durante os tratamentos, no entanto, a taxa de continuação muito mais

baixa foi observada quando utilizado em monoterapia, em vez de em tratamentos de

Page 31: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

31

combinação. Com base nos resultados obtidos concluíram que o MTX sozinho pode

ser incapaz de manter os pacientes em remissão clinica ou menor atividade da

doença em comparação com terapias de combinação (OGASAWARA et al., 2012).

Existem preocupações em relação à possibilidade de desenvolvimento de

doenças malignas em pacientes com AR que utilizam em sua terapêutica anti- TNF-

α, a fim de avaliar o risco de malignidade em pacientes com AR, pesquisadores

norte-americanos analisaram 29.423 pacientes com AR para avaliar o risco.

Sessenta e três ensaios clínicos randomizados com 29.423 pacientes foram

analisados, dos 29.423 pacientes, 211 desenvolveram tumor maligno durante o

julgamento de 24 semanas. A taxa de incidência de qualquer malignidade durante o

primeiro ano de tratamento foi muito baixa em pacientes que utilizaram anti- TNF-α

mais metotrexato. Os autores concluíram que o uso de anti- TNF-α entre os

pacientes com AR de duração de seis meses não foi significativamente associado ao

risco aumentado de tumores malignos, comparativamente com outros modificadores

da doença drogas antirreumáticos ou com placebo (OLIVO et al., 2012).

Um estudo realizado em 74 semanas sobre a eficácia e segurança do

infliximab no tratamento de AR ativa, mesmo com tratamento de MTX. De 504

pacientes estudados foram observados que 68,7% continuaram com o tratamento

ate a 74 semana e o restante da população descontinuou o tratamento devido à

quantidade de efeitos adversos como as predisposição a infecções. Portanto

podemos observar com o presente estudo que muitos dos pacientes abandonam o

tratamento nas primeiras 26 semanas devido à quantidade de efeitos adversos,

efeitos esses que devem ser monitorados rigorosamente pelos médicos

(DELABAYE; KEYSER, 2010).

Em um estudo duplo-cego, randomizado e controlado por placebo foram

observados a aceitação da empregabilidade de infliximab e MTX. Foram utilizados

pacientes com menos de 65 anos que foram classificados com AR precoce menos

de três anos com a doença, e pacientes com AR avançado no caso a mais de três

anos. Através do estudo pode se concluir que pacientes com AR precoce estão mais

propensos a receber a terapia com MTX e infliximab em comparação com pacientes

com AR avançado. Portanto a empregabilidade da terapia medicamentosa deve

acontecer no inicio da doença para que o paciente possa ter uma qualidade de vida

melhor consequentemente reduzindo o custo da doença (SMOLEN et al., 200).

Page 32: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

32

Um estudo para avaliar a associação do MTX com a sobrevida na AR

envolveu 5.626 pacientes com AR durante 25 anos, foram usados métodos

aleatórios e notou-se que pacientes que usavam MTX a mais de um ano tiveram

menores riscos de morte, uma redução de 70%. Durante a pesquisa 12% dos

pacientes vieram a óbito devido à doença. Foi examinada a suspensão do MTX

antes das mortes e este alterou o risco da mortalidade. Portanto a utilização do MTX

ajuda ou diminui a mortalidade em AR (WASKO et al., 2012).

De acordo com ensaios clínicos realizados, observou-se que os MMCD têm

mostrado baixos efeitos nas lesões radiográficas dos pacientes com AR. Por isso

avaliaram a combinação do MTX que é um MMCD com medicamentos anti- TNF-α,

o Infliximab se sobre saiu. O resultado da combinação foi adiar o avanço da lesão

radiológica. Apesar de a vantagem observada ser moderada, mesmo assim foi de

grande importância para pessoas que sofrem com AR (JONES et al., 2012).

O infliximab tem mostrado efeito favorável para o tratamento da artrite

reumatoide inicial e ativa nos pacientes que não obtiveram respostas ao MMCD

como MTX. A aplicação intravenosa do infliximab como monoterapia foi eficaz e

tolerável porem a combinação do infliximab com MTX obteve uma resposta mais

eficaz, durável e rápida melhoraria. Este estudo incluiu 428 pacientes com AR.

Apesar de ser um excelente medicamento para o tratamento da doença, o uso do

infliximab deve ser monitorado de perto devido aos seus efeitos colaterais e

ajustamento de dosagem (PERDRIGER, 2009).

Em estudos randomizados controlados por placebos observou o efeito do

infliximab em avaliações vasculares com 26 pessoas que receberam infliximab

intravenoso até 54 semanas e foram acompanhados durante 56 semanas. Após as

56 semanas foi possível observar que houve a melhora da rigidez vascular com o

tratamento em longo prazo com infliximab na AR, portanto este estudo sugere que a

combinação de MTX e infliximab não só melhora a lesão articular como também

previne acidentes vasculares ocorrendo à redução da mortalidade sobre eventos

cardiovasculares (WONG et al., 2009). Uma revisão recente abordou as

patogêneses e fatores de risco para pacientes com doença cardiovascular na AR e

avaliou a evidencia que o MTX reduz a morbidade e mortalidade cardiovascular,

validando o estudando acima (MARKS; EDWARDS, 2012).

Segundo estudo realizado com 635 pacientes sendo acompanhados por dois

anos, a fim de avaliar a relação custo benefício anual, comparando os resultados

Page 33: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

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obtidos por ano. Observou-se que a diminuição das internações no primeiro ano

compensou um pouco dos custos do infliximab, porém os autores deste estudo

chegaram à conclusão de que é necessário um prazo maior de estudo para

determinar o custo benefício do tratamento com o infliximab (SANY et al., 2009).

Outro estudo realizado na Suécia e no Reino Unido por um período de dois

anos, com o objetivo de avaliar o custo e a qualidade no tratamento da artrite

reumatoide, comparando três esquemas terapêuticos sendo eles monoterapia com

infliximab, monoterapia com metotrexato e a associação destes dois medicamentos.

Com base nos resultados obtidos os autores concluíram que no tratamento de 1 a 2

anos com infliximab apesar de poupar alguns gastos, não compensou o alto custo

do medicamento, entretanto o custo efetividade deste tratamento se mantém dentro

da faixa normal (KOBELT et al., 2003).

Page 34: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

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4 MÉTODO

4.1 Tipo de estudo

Trata-se de uma revisão bibliográfica, na qual para a confecção foram

utilizados livros, artigos de revistas eletrônicas (periódicos capes), artigos científicos

em sites específicos (pubmed, scielo, cochrane, bvs, bireme).

4.2 Procedimentos metodológicos

Primeiramente, foi feita uma seleção dos materiais pertencentes ao assunto

abordado, que está relacionado ao desenvolvimento da pesquisa com: revistas,

artigos, livros, bulas e sites. Com base no critério definido o trabalho apresenta as

características sobre a patologia da artrite reumatoide, seus sintomas, formas de

tratamento visando custo benefício e melhor ação em relação aos medicamentos

metotrexato e infliximab.

Page 35: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente trabalho foi realizada análise de artigos referente ao metotrexato

e infliximab na artrite reumatoide, comparando a efetividade dos medicamentos a fim

de justificar o elevado custo do tratamento por infliximab, avaliando a melhoria da

qualidade de vida do paciente.

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica autoimune que afeta

as articulações. O não tratamento da AR evolui de forma progressiva a malformação

graves e irreversíveis ocasionando inaptidão funcional e consequentemente impacto

social e econômico. Os tratamentos para pacientes com artrite reumatoide são

diversificados, para isso é necessário equipe multiprofissional contando com a

colaboração de médicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, fisioterapeutas,

nutricionistas entre outros, sempre visando à melhoria da qualidade de vida do

paciente.

Hábitos sociais do paciente podem contribuir para a não progressão da

doença.

Diagnosticar a doença seguida do tratamento medicamentoso é de suma

importância, na qual busca a remissão sustentada da doença, a fim de prevenir o

surgimento de deformidades e co-morbidade relacionadas. A terapêutica da AR vem

sendo o aprofundada para novas descobertas a fim de alcançar a melhora da dor e

inflamação bem como modificar o curso evolutivo da doença, bem como terapias

biológicas. Dentre os MMCD utilizados na terapêutica do AR, temos o MTX

considerado como padrão-ouro, há também no mercado os inibidores de TNF-α, o

infliximab é o fármaco mais conhecido dessa classe.

O metotrexato é muito utilizado em todas as fases do AR como monoterapia e

mostra-se um medicamento muito efetivo para tal fim. O MTX sozinho pode ser

incapaz de manter os pacientes em remissão clinica ou menor atividade da doença

em comparação com terapias de combinação.

Com base em estudos analisados comparando o MTX e Infliximab mostrou-se

efetividade na melhoria dos sintomas em pacientes no estágio inicial da doença.

Em pacientes que apresentam resposta insatisfatória ao tratamento com

MMCD utiliza-se o MTX juntamente com o infliximab.

O infliximab quando associado ao MTX tem mostrado efetividade e duração

prolongada em comparação ao MTX sozinho, mesmo podendo trazer efeitos

Page 36: USO DO METOTREXATO E INFLIXIMAB NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE: uma revisão

36

indesejados para o paciente é uma forma de tratamento importante e inovador para

quem sofre de AR.

O infliximab em comparação com o placebo em monoterapia mostrou maior

em efetividade, porém a monoterapia com infliximab não é utilizado devido ao

desenvolvimento de anticorpos anti-infliximab, tornando, mas vantajoso à

associação com o MTX.

O uso de drogas biológicas é motivo de muita preocupação em relação ao

desenvolvimento de doenças malignas, porem estudos aponta que o uso no período

de seis meses de infliximab (anti- TNF-α) não foi significativamente associado ao

risco aumentado de tumores malignos, comparando com MMCD ou com placebo.

Pacientes com AR precoce (diagnostico menor de três anos) tem melhor

resposta a terapêutica com MTX e Infliximab do que pacientes com AR avançada

(diagnostico maior de três anos), tais pacientes com AR avançada abandonam a

tratamento devido aos muitos efeitos adversos causado principalmente pelo

infliximab.

Avaliando a relação custo benefício do tratamento com infliximab tanto como

monoterapia ou em associação ha relatos de que em tratamentos de 1 a 2 anos

houve uma diminuição de gastos com hospitalizações, cirurgias, médicos, entre

outros, porém essa diminuição não foi suficiente para compensar o custo do

medicamento, mas o custo benefício deste tratamento não foge da normalidade. Em

contra partida alguns autores concluíram insuficiente o período de 2 anos para

avaliar o custo efetividade de tal tratamento.

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