UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROF. ANTÔNIO GARCIA FILHO
DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA DE LAGARTO
TYLLA DA SILVA SANTOS
BENEFÍCIOS E RISCOS DO CONSUMO DE ALIMENTOS
TRANSGÊNICOS: REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Lagarto, Sergipe
2017
TYLLA DA SILVA SANTOS
BENEFÍCIOS E RISCOS DO CONSUMO DE ALIMENTOS TRANSGÊNICOS:
REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA
Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao
Departamento de Farmácia da Universidade
Federal de Sergipe Campus de Lagarto, como
requisito parcial para obtenção do diploma de
bacharel em Farmácia.
Orientadora: Prof.ª Drª. Luciana Pereira Lobato
Lagarto, Sergipe
2017
TYLLA DA SILVA SANTOS
BENEFÍCIOS E RISCOS DO CONSUMO DE ALIMENTOS TRANSGÊNICOS:
REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA
Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao Departamento de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe Campus de Lagarto, como requisito parcial para obtenção do diploma de bacharel em Farmácia.
Orientadora: Prof.ª Drª. Luciana Pereira Lobato
Aprovado em 25 de maio de 2017.
________________________________________________
Prof. Dr. Rafael Ciro marques Cavalcante Departamento de Farmácia/UFS Lagarto
________________________________________________
Profª. Drª. Luciana Nalone Andrade Departamento de Farmácia/UFS Lagarto
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a
Deus e todas as pessoas que
contribuíram para que eu chegasse
até aqui meus pais, avós, irmãs,
esposo, orientadora e meu grande
amor Gabriel.
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer primeiramente a Deus por ter me concedido a vida, e ter me
feito uma vencedora e ter colocado anjos para cuidar de mim.
Sou extremamente grata e sortuda por ter mães que me amam e são os
melhores exemplos de mulheres guerreiras, honestas, humildes e que fazem tudo
pra me ver feliz, obrigada Lindinalva e Josefina, Deus sendo muito generoso comigo
me presenteou com dois pais que tenho certeza que estariam muito orgulhosos de
sua filha agora, obrigada meu pai Gilson e meu avô Luiz Gerônimo, vocês foram os
maiores incentivadores em meus estudos.
Agradeço também as minhas amadas irmãs e amigas que amo muito Tryelle
e Grasyelly que sempre cuidaram, ajudaram e me deram força para alcançar meus
objetivos, esse sonho realizado é nosso. Não poderei deixar de ser grata aos meus
sobrinhos que amo muito Nycollas e Natállia.
Agradeço ao meu esposo Gledston por seu companheirismo por me apoiar
em todos os momentos, sempre demonstrando muito carinho, paciência e claro o
fundamental com muito amor e me incentivando a nunca desistir, você é meu melhor
amigo.
Agradeço a minha sogra Edilma pelo apoio, ajuda e torcida, você é especial
para mim.
Gostaria de agradecer a Deus por ter me concedido o dom de ser Mãe e ter
me dado meu melhor presente, meu filho Gabriel que veio em um momento difícil da
minha vida para renovar minhas forças, iluminar minha vida e fazer lutar cada vez
mais para alcançar essa vitória. Te amo filho.
Além de agradecer quero também dedicar mais uma vez esse trabalho a
minha orientadora Luciana Lobato, esse trabalho é nosso, você é a profissional em
quem quero sempre me espelhar. Minha admiração, gratidão e amor só têm a
crescer, pois você se fez presente nos momentos mais importante de minha vida,
sem você seria muito difícil chegar até aqui, obrigada por ser como uma Mãe para
mim.
Quero agradecer a minha amigas de graduação que levarei eternamente em
meu coração mesmo distante vocês são especiais, a jornada ao longo desses anos
seria muito pesada e difícil sem vocês, Adriele, Edileide, Raimunda, Renata, Noelia
e minha eterna amiga Vanessa, obrigada. Também agradeço todos os colegas que
conquistei na graduação.
Quero deixar também meus agradecimentos a todos meus professores, que
sempre lutaram para nos tornar profissionais de qualidade, vocês são grandes
mestres.
Obrigada a todos que foram fundamentais e contribuíram para alcançar essa
vitória apoiando e torcendo por mim.
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e
dos anjos, e não tivesse amor, seria como o
metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e
conhecesse todos os mistérios e toda a ciência,
e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que
transportasse os montes, e não tivesse
amor, nada seria.
(1 Coríntios 13:1,2)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................... 12
2.1 ALIMENTOS TRANSGÊNICOS .................................................................................... 12
2.1.1 AGROBACTERIUM TUMEFACIENS ........................................................................ 13
2.1.2 BOMBARDEAMENTO DE MICROPARTÍCULAS ......................................................... 13
2.1.3 ELETROPORAÇÃO DE PROTOBLASTO .................................................................... 14
2.1.4 BENEFÍCIOS E RISCOS ........................................................................................ 15
2.1.5 ROTULAGEM ................................................................................................... 16
2.2 BIOSSEGURANÇA DOS ALIMENTOS GENETICAMENTE MODIFICADOS ................................ 17
3. OBJETIVOS ................................................................................................................ 20
3.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................... 20
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 20
4 METODOLOGIA ........................................................................................................... 21
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 22
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 29
7 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 30
RESUMO
BENEFÍCIOS E RISCOS DO CONSUMO DE ALIMENTOS TRANSGÊNICOS:
REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA
Tylla da Silva Santos, Lagarto, 2017
Os alimentos transgênicos são organismos cujo material genético foi alterado,
através de engenharia genética, com o objetivo de introduzir ou eliminar
características. E é por meio dos avanços da biotecnologia que a produção de
alimentos geneticamente modificados gerou um crescimento na produtividade
agrícola, proporcionando um aumento quantitativo e qualitativo de alimentos
transgênicos. Os benefícios destes organismos geneticamente modificados já
estão bem estabelecidos, como produção de plantas resistentes a pesticidas e
a variações climáticas, ataques de insetos e pragas, plantas que necessitem de
menor quantidade de agrotóxicos, alimentos com melhor teor nutricional.
Porém, ainda existe uma vasta discussão nos meios científico, comercial e
político mundial sobre seus riscos, ainda não suficientemente esclarecido. A
liberação de transgênicos tem gerado uma grande incerteza relacionada a
esses alimentos diante da segurança alimentar. A partir da preocupação com
os riscos destes produtos, a rotulagem dos transgênicos se justifica e adquire
suma importância como um meio capaz de prestar informações verídicas
acerca do que está sendo consumido. O objetivo deste trabalho foi elaborar
uma revisão crítica da literatura quanto aos riscos e benefícios do consumo de
alimentos transgênicos. A metodologia utilizada foi por meio da revisão crítica
da literatura em diferentes bases de dados de artigos científicos. Foram
selecionados 16 estudos que englobam os riscos e benefícios para saúde
humana do consumo de alimentos transgênicos. No entanto, há mais estudos
que mostram os benefícios do que os riscos. A partir dos resultados obtidos,
pode-se concluir que ainda existe uma grande necessidade de estudos para
conhecer e esclarecer sobre os reais efeitos do consumo de alimentos
transgênicos, garantindo assim a segurança do consumidor.
Palavras-chave: biotecnologia, alimentos geneticamente modificados,
engenharia genética.
ABSTRACT
BENEFITS AND RISKS OF TRANSGENIC FOOD CONSUMPTION: A
CRITICAL REVIEW OF LITERATURE
Tylla da Silva Santos, Lagarto, 2017
Transgenic foods are organisms whose genetic material has been altered
through genetic engineering in order to introduce or eliminate characteristics.
And it is through the advances of biotechnology that the production of
genetically modified food has led to a growth in agricultural productivity,
providing a quantitative and qualitative increase of transgenic foods. The
benefits of these genetically modified organisms are already well established,
such as the production of pesticide resistant plants and climatic variations,
insect and pest attacks, plants that require less pesticides, foods with better
nutritional content. However, there is still a wide discussion in the scientific,
commercial and political world about its risks, not yet sufficiently clarified. The
release of GMOs has generated great uncertainty related to these foods in the
face of food safety. From the concern with the risks of these products, the
labeling of transgenics is justified and acquires importance as a medium
capable of providing true information about what is being consumed. The
objective of this work was to elaborate a critical review of the literature on the
risks and benefits of the consumption of transgenic foods. The methodology
used was through the critical review of the literature in different databases of
scientific articles. Sixteen studies were selected that cover the risks and
benefits to human health of the consumption of transgenic foods. However,
there are more studies that show the benefits than risks. From the results
obtained, it can be concluded that there is still a great need for studies to know
and clarify the real effects of the consumption of transgenic foods, thus ensuring
the safety of the consumer.
Keywords: biotechnology, genetically modified food, genetic engineering.
11
1 INTRODUÇÃO
A biotecnologia é uma das ferramentas tecnológicas mais importantes
da atualidade. Suas aplicações têm contribuído para a estruturação de novos
sistemas econômicos e sociais, especialmente a partir da manipulação das
menores estruturas que compõem os seres vivos (MAPA, 2010). Com os
avanços da ciência e da tecnologia obtêm-se com sucesso bons resultados
através da biologia molecular em diferentes ramos industriais, como por
exemplo, agrícolas, alimentares, farmacêuticos, entre outros. No campo
agroindustrial, os Organismos Geneticamente Modificados (OGM) são
considerados um avanço importante para a melhoria e para o aumento do
processo produtivo (RIBEIRO et al., 2012).
Atualmente a engenharia genética ou a técnica do DNA recombinante ou
a transgenia permite introduzir características desejáveis em plantas (tolerância
ou resistência a secas ou a doenças, maior duração de prateleira, maior
eficiência, produção e produtividade) e animais, agregar benefícios aos mais
diversos alimentos (enriquecimento ou fortificação, maior valor nutricional),
realizar diagnósticos mais rápidos e precisos, produzir vacinas, medicamentos
ou drogas humanas e animais, inseticidas e produtos de uso agrícola, entre
outros produtos úteis à agropecuária e ao homem, por meio de bactérias,
leveduras e outros microrganismos geneticamente modificados (MAPA, 2010).
Os transgênicos são organismos que sofreram uma mudança em seu
genoma, por introdução de um gene de espécies diferente. A produção de
transgênicos gerou um crescimento na produtividade agrícola, proporcionando
um aumento quantitativo e qualitativo de alimentos geneticamente modificados.
Existe um grande debate que envolve diferentes óticas, como cientistas,
agricultores, ambientalistas e representantes do governo, relacionado ao nível
de incerteza atribuído a esses alimentos diante da segurança alimentar
(MARINHO 2003).
Diante deste cenário, este trabalho tem como objetivo realizar uma
revisão crítica da literatura para obtenção de um maior conhecimento acerca
12
dos benefícios e riscos dos alimentos transgênicos, que por sua vez, trata-se
de um tema polêmico devido a sua alteração genética.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 ALIMENTOS TRANSGÊNICOS
Transgênicos são organismos em que o genoma foi modificado com o
objetivo de introduzir ou agregar novas características, por meio de uma
inserção ou eliminação de um ou mais genes através de técnicas da
engenharia genética (MARINHO 2003).
De acordo com Alves (2004), utilizam-se os termos OGMs e
transgênicos como sinônimos, sendo que existe uma diferença entre ambos.
Os OGMs foram modificados através da introdução de um ou mais genes
provenientes de um ser vivo da mesma espécie do organismo alvo. Já os
transgênicos são um tipo de OGMs e sendo assim, ao utilizar a expressão
‘transgênicos’, em que ela refere-se à transferência de material genético de
uma espécie para outra (ZANINI, 2012).
De acordo com Caldeira (2002), a indústria da biotecnologia tem
procurado apresentar os alimentos transgênicos como produtos tão seguros
quanto os alimentos convencionais. No entanto, parecem existir riscos
relacionados com os alimentos manipulados pela engenharia genética, que não
devem ser deixados passar despercebidos. Por um lado, revela-se possível a
ocorrência de alterações metabólicas indesejáveis nos alimentos transgênicos
com consequências imprevisíveis para a saúde.
Para a produção de plantas transgênicas é importante que se tenha
disponível um sistema de cultura de tecidos que possibilite a regeneração de
plantas e de um sistema de transformação genética que permita a adição de
genes com eficiência. A transferência de genes na transformação genética
pode ser por técnicas de forma direta ou indireta. A transferência indireta é
aquela que utiliza um vetor para intermediar a transformação, como
13
Agrobacterium tumefaciens ou Agrobacterium rhizogenes. A transferência
direta é baseada em métodos físicos ou químicos, em que se destacam a
eletroporação e a aceleração de partículas (biobalística) (Figura 1) (PEREIRA,
2004).
2.1.1 AGROBACTERIUM TUMEFACIENS
A Agrobacterium tumefaciens é uma bactéria do solo, que invade as
plantas no local de uma ferida, transformando as células da planta próximas da
ferida e induzindo-as a formar um tumor chamado de galha. Quando a bactéria
entra em contato uma célula da planta, um segmento do plasmídeo, chamado
de DNA-T para a transferência de DNA, é carreado do plasmídeo Ti, para o
núcleo da célula da planta e integrado numa posição aleatória num dos
cromossomos da planta durante a transformação. Este tipo de transferência
gênica representa um processo conhecido como engenharia genética natural
(LEHNINGER et al., 2011).
Figura 1. Esquema de transformações de plantas via Agrobacterium e via biobalístico. Fonte:
http://transgeniaemvegetais.blogspot.com.br/2010/08/tecnicas-de-transformacao-de-dna.html.
2.1.2 BOMBARDEAMENTO DE MICROPARTÍCULAS
O bombardeamento de micropartículas, também conhecido como biobalística,
utiliza microprojéteis de ouro ou tungstênio acelerados a altas velocidades
14
(superiores a 1.500 km/h) para carrear e introduzir ácidos nucléicos e outras
moléculas em células e tecidos in vitro. As micropartículas aceleradas
penetram na parede e membrana celular de maneira não letal, localizando-se
aleatoriamente nas organelas celulares. Em seguida, o DNA é dissociado das
micropartículas pela ação do meio intracelular, ocorrendo o processo de
integração do gene exógeno no genoma do organismo a ser modificado
(ARAGÃO et al., 1998; LACORTE et al., 1999).
2.1.3 ELETROPORAÇÃO DE PROTOBLASTO
Eletroporação de protoplasto é um método utilizado para introduzir
macromoléculas em células vegetais (Figura 2). Protoplastos são células
desprovidas de paredes celulares e, teoricamente, podem ser isolados de
qualquer tecido vegetal. Em condições bem estabelecidas de cultura de
tecidos, os protoplastos reconstituem suas paredes, dividem-se, formam
colônias, calos e regeneram plantas, por embriogênese ou organogênese
(MEHRLE et al., 1985).
Figura 2. Transformações de plantas via eletroporação Fonte:
https://www.researchgate.net/publication/234059664_Plantas_Transgenicas
15
A transformação por meio da eletroporação consiste em submeter, uma
mistura de DNA e protoplastos ou tecidos vegetais, a um campo elétrico de
intensidade controlada, durante um curto período de tempo. O choque elétrico
vai provocar a abertura parcial de poros na membrana plasmática, facilitando a
entrada dos ácidos nucléicos exógenos para o interior da célula vegetal. A
utilização de tecidos intactos para a eletroporação envolve etapas de pré-
tratamento dos tecidos com celulases e/ou pectinases ocasionando digestão
parcial da parede celular vegetal, uma barreira física para a entrada do DNA
exógeno na célula vegetal (BRASILEIRO; DUSI, 1999).
2.1.4 BENEFÍCIOS E RISCOS
Sabe-se que há um grande debate nos meios científico, comercial e
político mundial sobre tema, já que seus benefícios são muitos, porém ainda há
uma insuficiência de informações sobre os riscos, o que cria uma incerteza
sobre a segurança do consumo dos alimentos transgênicos (CAMARA et al.,
2009; RIBEIRO; MARIN, 2012).
Entretanto, podem surgir riscos e prejuízos a partir da produção e do
consumo de alimentos transgênicos como contaminação da biodiversidade,
efeitos negativos à saúde do consumidor, aparecimento de reações alérgicas,
efeitos tóxicos, diminuição da eficácia de antibióticos entre outros efeitos que
ainda precisam ser esclarecidos pela ciência. Importante destacar que a
segurança alimentar mediante ao consumo destes alimentos só se alcançará
quando não representarem evidências científicas da ausência de efeitos
negativos à saúde (BAGGIO; EFING, 2009; VERZOLA, 2011; COSTA et al.,
2011).
Com relação aos benefícios, o uso de transgênicos pode gerar: plantas
resistentes a pesticidas/ herbicidas; plantas mais resistente a variações
climáticas e ataques de insetos e pragas (trazendo menores perdas na
produção, maior lucro, competitividade de mercado, maior durabilidade e
qualidade do produto); plantas que necessitem de menor quantidade de
16
agrotóxicos; alimentos com melhor teor nutricional – por exemplo, um maior
teor de fibras (CAMARA et al., 2009; CARVALHO; HENRIQUES, 2012).
Dentre as vantagens preconizadas para o plantio de transgênicos,
podemos citar: melhor colheita devido ao melhor combate a pragas e melhor
proteção do meio ambiente devido ao uso de pesticidas compatíveis ou mesmo
redução no uso dos mesmos (EMBRAPA, 2016).
Assim, pode-se afirmar que alimentos derivados de plantas transgênicas
são equivalentes ou mesmo superiores aos alimentos convencionais, no que se
refere a questões de saúde (ALMEIDA; LAMOUNIER, 2005).
Há, ainda, o receio da diminuição ou perda da biodiversidade, pois as
plantas que não são modificadas geneticamente podem ser eliminadas através
do processo de seleção natural, sendo que as transgênicas apresentam maior
resistência às pragas e pesticidas (PIMENTEL, 2001).
2.1.5 ROTULAGEM
A legislação brasileira define rótulo como toda inscrição, legenda ou
imagem, toda matéria descritiva ou gráfica, escrita, impressa, estampada,
gravada, gravada em relevo ou litografada ou colada sobre a embalagem do
alimento (BRASIL, 2007).
De acordo com Mantoanelli et al. (2007) e Coutinho et al. (2007), a
rotulagem dos alimentos, ao orientar o consumidor sobre a qualidade e a
quantidade dos constituintes nutricionais dos produtos, pode promover
escolhas alimentares apropriadas, sendo indispensável, no entanto, a
fidedignidade das informações.
Diante da preocupação com os riscos dos produtos, a rotulagem dos
OGMs se justifica e adquire suma importância como um meio capaz de prestar
informações verídicas acerca do que está sendo consumido. Através do rótulo,
como inscrição, legenda, imagem, ou outra matéria descritiva ou gráfica, que
seja escrita ou impressa, dentre outros modos, os riscos que determinado
17
produto possa apresentar à saúde humana serão informados às pessoas ao
adquiri-los (COTA, 2015).
O artigo 40 da lei 1.105/2005, no decreto de n° 4.680/2003, regulamenta
a rotulagem dos alimentos transgênicos bem como em outras fontes legais,
tornando-se presente em qualquer alimento que contenha mais que 1 % de
transgênicos (BRASIL, 2003; BRASIL, 2005; COSTA; MARIN,2011).
O Decreto no 4.680/2003 prevê, ainda, em seu art. 2º, parágrafo 1º, que
tanto nos produtos embalados como nos vendidos a granel ou in natura, o
rótulo da embalagem ou do recipiente em que estão contidos deverá constar,
em destaque, no painel principal e em conjunto com o símbolo a ser definido
mediante ato do Ministério da Justiça, uma das seguintes expressões,
dependendo do caso: "(nome do produto) transgênico", "contém (nome do
ingrediente ou ingredientes) transgênico(s)" ou "produto produzido a partir de
(nome do produto) transgênico (BRASIL, 2003) (Figura 3).
Figura 3. Símbolo de produtos transgênicos a ser utilizado em embalagens de alimentos.
Fonte: http://www.cantareira.org/noticias/periferia-brasilandia-camara-transgenicos
2.2 BIOSSEGURANÇA DOS ALIMENTOS GENETICAMENTE
MODIFICADOS
Os principais objetivos da biossegurança é pesquisar, entender e tomar
medidas para prevenção dos riscos da biotecnologia, priorizando a proteção da
saúde humana, animal e do meio ambiente, assegurando, portanto, o avanço
dos processos tecnológicos. O órgão brasileiro que é responsável pelo controle
18
das tecnologias de OGMs e pelas emissões de pareceres técnicos sobre
quaisquer liberações de OGMs no meio ambiente, é - CTNBio (Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança) – que acompanha o desenvolvimento
tecnológico e científico na biossegurança e áreas afins, com o objetivo de
promover segurança aos consumidores, à população em geral, e à proteção do
meio ambiente. (EMBRAPA, 2016).
Os alimentos transgênicos são submetidos a testes rigorosos em
animais de laboratório antes de sua liberação, o que não ocorre com alimentos
elaborados com plantas obtidas por métodos convencionais (Figura 4). Outro
aspecto importante, é que estes produtos destinados à saúde humana oriundos
de microrganismos transgênicos passam pelos mesmos testes que passam os
medicamentos convencionais (CIB, 2005).
Figura 4. Caminho que um OGM percorre dentro da CTNBio
Fonte: CTNBio (http://ctnbio.mcti.gov.br/processo-de-ogm)
O parecer técnico conclusivo emitido pela CTNBio contempla
necessariamente os seguintes aspectos da segurança do OGM: riscos ao meio
ambiente; riscos do ponto de vista agrícola e animal; riscos para a saúde
20
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Revisar criticamente a literatura referente a pesquisas que apontam os
benefícios e riscos do consumo de alimentos geneticamente modificados.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Realizar um levantamento de estudos sobre os efeitos benéficos
atribuídos aos alimentos geneticamente modificados;
Realizar um levantamento de estudos a cerca dos possíveis riscos
do consumo de alimentos geneticamente modificados;
Elaborar uma análise crítica dos estudos encontrados.
21
4 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a realização desta pesquisa foi a revisão
crítica da literatura, método que consiste em sintetizar estudos sobre um
determinado tema ou revisão opinativa que analisa evidências de um assunto.
São estudos nos quais os autores têm como objetivo sintetizar dados
disponíveis na literatura, mas não apresentam um delineamento pré-definido de
metodologia e pode ser desenvolvida sobre temas variados (MANCINE;
SAMPAIO, 2006).
Os artigos foram pesquisados nas bases de dados Scielo, Pudmed e
Science Direct. Utilizaram-se os seguintes descritores: transgênicos e
segurança alimentar, alimentos geneticamente modificados e Riscos,
Benefícios, GMO foods, Transgenic and food security, Genetically modified
food AND Risks, Benefits.
Os critérios de inclusão e exclusão utilizados para a busca das fontes de
dados foram: artigos de revistas, conhecidas e atuais, que englobam fontes
relacionadas a alimentos e suas implicações com a saúde no período
compreendido entre 2002 a 2016.
22
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A busca nas diferentes bases de dados e com as palavras-chave
elencadas forneceu um total de 2.066 referências no período de Dezembro de
2016 a Janeiro de 2017. O processo de seleção dos artigos ocorreu em
diferentes etapas, sendo identificação, seleção e elegibilidade (Figura 5).
Figura 5 - Processo de seleção dos artigos pesquisados.
A etapa de identificação foi realizada através da leitura dos títulos, que
permitiu a exclusão da maior parte dos artigos. Nesta fase da pesquisa os
trabalhos excluídos foram aqueles que não apresentavam em seus títulos
“alimentos transgênicos” ou alguma informação semelhante. A partir disso,
foram selecionados 35 destes trabalhos para a leitura de resumos, sendo
selecionados os que englobaram “alimentos transgênicos e saúde” e
“segurança dos alimentos transgênicos”, sendo excluídos os trabalhos
repetidos nas diferentes bases de dados. Posteriormente para a fase de
elegibilidade, foram selecionados 08 destes artigos para leitura mais
aprofundada, artigos que englobaram “riscos e benefícios de alimentos
transgênicos” (Tabela 1), e foram verificadas suas referências selecionando
mais 08 trabalhos (Tabela 2.).
SELEÇÃO
TOTAL DE ARTIGOS SELECIONADOS
35
ELEGIBILIDADE
PARA DESENVOLVIMETO DO ESTUDO
08
IDENTIFICAÇÃO
SCIENCE DIRECT
1.297
SCIELO
54
PUBMED
715
ARTIGOS SELECIONADOS A PARTIR
DAS REFERÊNCIAS DOS ARTIGOS
SELECIONADOS
8
23
Tabela 1 - Descrição dos artigos selecionados.
AUTOR/ANO OBJETIVO TIPO DE ESTUDOS CONCLUSÃO
1. NODARI; GUERRA 2003
Abordar tópicos relacionados com plantas transgênicas, alimentos derivados delas e segurança alimentar.
REVISÃO
Aumentar cautela para avaliação de riscos
2. YANG et al. 2006
Aplicar sementes de arroz transgênico como uma alimentação nutracêutica.
ESTUDO EXPERIMENTAL
Demonstrou grande potencial biofarmacêutico.
3. BARK ; AYINDE 2012
Identificar o grau de conhecimentos dos consumidores sobre os alimentos transgênicos
ESTUDO DE CASOS
Observou pouco conhecimentos dos consumidores sobre o alimentos transgênicos.
4. KRAMKOWSKA et al. 2013
Apresentar vantagens e desvantagens dos alimentos transgênicos.
REVISÃO
Necessidade de estudo de avaliação dos efeitos a longo prazo.
5. RANI ; USHA 2013
Revisar sobre tipos, benefícios e o futuro dos transgênicos.
REVISÃO
Impactos positivos sobre o desenvolvimento de produtos benéficos a saúde.
6. ZDZIARSKI et al. 2014
Examinar a relação entre culturas geneticamente modificadas (GM) e saúde, com base em investigações histopatológicas do trato digestivo em ratos.
REVISÃO
Falta de transparecias nas metodologias usadas para avaliação de segurança.
7. USHER et al. 2015
Descrever a primeira avaliação baseada em campo de fonte terrestre sintetizada nas sementes de plantas transgênicas de Camelina sativa através da reconstituição heteróloga do caminho biossintético de ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa ômega-3.
ESTUDO EXPERIMENTAL
Observou ser um processo viável como forma de obtenção de ômega-3.
8. ZHANG 2016
Resumir o conhecimento atualizado sobre os benefícios e potenciais problemas dos alimentos transgênicos.
REVISÃO
Necessidade de avaliação cautelosa.
24
Tabela 2- Descrição dos artigos selecionados a partir das referências.
AUTOR/DATA OBJETIVO TIPO DE ESTUDO CONCLUSÃO
1. MALATESTA et al. 2002
Investigar os possíveis efeitos de uma dieta contendo soja transgênica no pâncreas exócrino de camundongos por meio de análises ultraestruturas, morfométricas e imunocitoquímicas.
ESTUDO EXPERIMENTAL
Efeitos negativos sobre o pâncreas dos ratos
2. MALATESTA et al. 2003
Investigar possíveis modificações estruturais e moleculares de constituinte do núcleo plasmáticos e nucleolares de células pancreáticas de camundongos.
ESTUDO EXPERIMENTAL Efeitos negativos no metabolismo pancreático
3. BRAKE ; EVENSON 2004
Analisar soja tolerante ao glifosato em desenvolvimento testicular fetal, pós-natal, puberal e adulto de ratos.
ESTUDO EXPERIMENTAL Soja transgênica segura para consumo humano
4. SUGITA et al. 2005
Produzir grandes quantidades de um análogo de GLP-1, resistente à digestão com tripsina, como parte de uma proteína quimérica de armazenamento de sementes de arroz, geneticamente modificado.
ESTUDO EXPERIMENTAL Efeitos positivos para controle de diabetes.
5. DRYZGA 2007
Avaliar a segurança e a equivalência nutricional de derivados do algodão transgênicos.
ESTUDO EXPERIMENTAL Efeitos positivos quanto a segurança
6. CAO et al. 2010
Realizar uma avaliação de segurança da proteína Cry1C.
ESTUDO EXPERIMENTAL
Não apresentou efeitos negativos para saúde
7. HAMMOND ; JEZ 2011
Demonstrar que o processamento de proteínas introduzidas em produtos agrícolas, tais como enzimas que conferem tolerância a herbicidas ou proteínas que controlam pragas de insetos, conduz a uma perda completa de atividade funcional.
ESTUDO EXPERIMENTAL
Proteínas tornam-se inativas após processamento.
8. KILIÇGÜN et al. 2013
Investigar os efeitos positivos ou possíveis negativos do milho geneticamente modificado em ratos progenitores que estavam entre o início da alimentação e no intervalo de tempo até atingir a puberdade.
ESTUDO EXPERIMENTAL Apresentou efeitos negativos do consumo de milho geneticamente modificado.
Os alimentos transgênicos hoje estão inseridos em uma grande
variedade de produtos com a intenção de agregar novas características, o que
25
afeta diferentes setores da sociedade. Cada vez mais há um aumento de
estudos experimentais que visam o desenvolvimento de novos produtos com
diferentes características para agregar diferentes propriedades aos alimentos.
Porém, além destes alimentos apresentarem inúmeros benefícios foi possível
observar que, no decorrer do tempo, podem causar riscos a saúde.
No decorrer deste trabalho, foi possível perceber que há um predomínio
de estudos na literatura que abordam os benefícios destes alimentos, sendo
escassos os trabalhos que avaliem e comprovem os possíveis malefícios do
consumo de alimentos transgênicos.
Brake; Evenson (2004), em seus estudos em ratos, avaliou a soja
tolerante ao glifosato e relatou que não houve efeitos negativos no
desenvolvimento testicular fetal, pós-natal e adulto dos ratos, bem como a não
constatação de alteração no tamanho e peso da ninhada.
Já Cao (2010) e Drigza (2007) avaliaram a segurança da proteína Cry
1C presentes em arroz e algodão transgênicos, proteína altamente tóxica só
para insetos e é produzida pela bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), considerada
como segura, pois não apresentou potencial alergênico e tóxico em ratos.
Porém, ainda existem muitas controvérsias sobre o grau de segurança
destes alimentos, pois estudos demonstraram resultados contrários em relação
aos Bacillus thuringiensis (Bt). Kiliçgun et. al. (2013), investigaram os efeitos do
milho Bt geneticamente modificado em ratos e obtiveram como resultado
nenhuma alteração histopatológica de órgãos em ratos do grupo de milho Bt
quando comparados com os de grupos convencionais e de controle, porém
foram encontrados alterações de comprimento, altura, e peso do fígado, baço,
pulmão e rins, assim como alterações nos valores bioquímicos e
hematológicos.
As proteínas são estruturas estáveis até um limite, podendo ser
alteradas na presença de diversos fatores como: variação do pH e mudança de
temperatura. Hammond (2011) observou que o processamento de proteínas
introduzidas em produtos agrícolas como grão de milho e soja com o objetivo
de conferir tolerância a herbicidas ou proteínas para o controle de pragas de
insetos, tem uma redução total de sua atividade funcional, demonstrando que
26
essas proteínas em produtos processados são seguras, pois perdem suas
funções devido ao fato de sofrerem drasticamente as forças físicas que levam à
desnaturação e à perda da função proteica.
Outra grande linha de pesquisa que vem apresentando importantes
resultados para saúde humana é a de alimentos com potencial biofarmacêutico
como o desenvolvimento de ômega- 3 a partir de plantas, que já é viável
apesar de ser considerado um processo biotecnológico complexo (USHER et
al., 2014). Também foi desenvolvido arroz que produzisse o análogo de GLP-1
para a estimulação da secreção da insulina (SUGITTA et. al. 2005). Yang
(2006) desenvolveu estudos em ratos hipertensos que apresentaram uma
redução significativamente da pressão arterial sistólica, a partir do consumo de
arroz com características biofarmacêuticas, Porém, ainda é necessário avaliar
a segurança diante da inserção de peptídeos bioativos.
Rani e Usha (2013) espera-se que no futuro os alimentos geneticamente
modificados continuarão a impactar cada vez mais na saúde da população, por
oferecer novos caminhos para produzir e administrar anticorpos humanos,
agindo como um meio viável de fornecer vacinas e medicamentos
principalmente em países em desenvolvimento.
Para Kramkowska et al. (2013), os riscos e benefícios destes alimentos
ainda são muito controversos, devido a falta de comprovação de efeitos
negativos dos alimentos transgênicos no organismo humano. Portanto, os
consumidores devem decidir se devem ou não consumir alimentos
transgênicos, já que estes devem ser devidamente rotulados e fornecidos com
informações confiáveis sobre a modificação.
Essa predominância de estudos que apresentam benefícios tem deixado
uma grande lacuna mediante a seguridade, pois não se tem muitos resultados
de análises em longo prazo destes efeitos, sendo que somente alguns
pesquisadores têm levantado através de suas pesquisas resultados
significativos sobre esses riscos.
Na pesquisa de Malatesta et al.(2002), sobre os efeitos de uma dieta
contendo soja transgênica no pâncreas de camundongos observou que, apesar
de não demonstrar alterações estruturais nas células pancreáticas, ocorreram
27
alterações em alguns constituintes celulares, além de observar modificações
significativas em algumas características nucleares da células pancreáticas,
tendo como hipótese que uma dieta que contém quantidades significativas de
soja transgênica pode influenciar de alguma forma o metabolismo pancreático
no rato, porém não fica claro como ocorrem essas modificações (MALATESTA
et al., 2003).
Percebe-se que existe um grande apelo das indústrias a favor do
consumo de alimentos transgênicos, o que desencadeia fortes especulações
sobre a falta de transparência dos estudos que avaliam os potenciais ricos á
saúde.
Em sua revisão sobre estudos histopatológicos do trato digestivo de rato,
Zdziarsky (2014) foi observado que a grande maioria desses estudos não
apresenta uma linguagem clara de sua metodologia e resultados, não tornando
possível a reprodutibilidade dos resultados dificultando, assim, confiabilidade
sobre a segurança destes alimentos. De acordo com Nodari e Guerra (2003) a
melhor forma de lidar com esses possíveis danos é agir com cautela e
desenvolver programas sistemáticos de pesquisa para melhor compreensão
desses possíveis riscos. Zang (2016) relata também que a segurança desses
alimentos não deve ser levada apenas pela euforia das vantagens, pois não é
uma atitude de caráter científico, recomendando que avaliação cautelosa para
identificar os problemas desde os primeiros sinais.
Outro grande fator relacionado à segurança de alimentos geneticamente
modificados é uso da rotulagem destes alimentos. Bark e Ayinde (2012)
observaram que a maioria dos participantes de suas pesquisas demonstrou, de
uma forma ou de outra, desinformação em relação aos alimentos transgênicos
que, apesar da rotulagem deste tipo de alimento estar regulamentada por lei,
ainda existe um grande problema pelo fato dos consumidores não conhecerem
o que são alimentos que foram geneticamente modificados, demonstrando
assim a falta de conhecimentos dos consumidores sob o uso destes alimentos.
Diante desses resultados observa-se que o avanço da biotecnologia e
da engenharia genética sobre os alimentos tende a crescer, porém ainda existe
um grande desafio sobre estes produtos. Não se pode deixar de reconhecer
28
quão grandes são as melhorias obtidas através da modificação genética dos
alimentos em diferentes óticas. Portanto, não se pode deixar passar
despercebido que estes podem ser maléficos à saúde, apesar de que
preconiza-se uma grande confiabilidade sobre este alimento, havendo
afirmações de que são totalmente seguros. No entanto, é importante observar
o porquê de alimentos “seguros necessitarem de legislações específicas e que
seja obrigatório a rotulagem especial para qualquer alimento que apresente
modificação genética, bem como por que existem tantos estudos para
comprovar seus benefícios e tão poucos para sua seguridades e possíveis
efeitos negativos. Ainda há grandes questões a serem elucidadas a respeito
destes alimentos.
Outro ponto importante a se observar é a falta de conhecimento que
consumidores apresentam em relação ao que são os alimentos que sofreram
modificações genéticas. Diante desta situação observa-se que ainda há um
grande caminho a percorrer para afirmar que o consumo destes alimentos é
seguro ou quanto é negativo para saúde.
.
29
6 CONCLUSÃO
Através da realização dessa pesquisa foi possível observar a grande
quantidade de pesquisas relacionadas com resultados positivos que estes
alimentos oferecem. Porém, houve uma grande dificuldade de encontrar na
literatura estudos que avaliam sobre os possíveis riscos do consumo de
alimentos transgênicos.
Assim, percebe-se a importância de estudos para conhecer e esclarecer
sobre os reais efeitos do consumo de alimentos transgênicos para garantir a
segurança do consumidor.
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