UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR
CAMPUS DE VILHENA
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
REGINA DA CRUZ
O PROCESSO DE INCLUSÃO DA CRIANÇA COM TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA (TEA) EM UMA ESCOLA DA REDE MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO INFANTIL NA CIDADE DE VILHENA: RELATO DE
EXPERIÊNCIA
VILHENA – RO
JULHO - 2019
REGINA DA CRUZ
O PROCESSO DE INCLUSÃO DA CRIANÇA COM TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA (TEA) EM UMA ESCOLA DA REDE MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO INFANTIL NA CIDADE DE VILHENA: RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Monografia apresentada a Universidade
Federal de Rondônia, como requisito
avaliativo para conclusão do curso de
Pedagogia. Orientadora: ProfªEsp.
Fernanda Emanuele Souza de Azevedo
VILHENA – RO
JULHO - 2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Fundação Universidade Federal de Rondônia
Gerada automaticamente mediante informações fornecidas pelo(a) autor(a)
C957 Cruz, Regina da.
O processo de inclusão da criança com transtorno do espectro autista (TEA) em uma escola da rede municipal de educação infantil na cidade de Vilhena: relato de experiência / Regina da Cruz. -- Vilhena, RO, 2019.
48 f.
Orientador(a): Prof.ª Esp. Fernanda Emanuele Souza de Azevedo
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) - Fundação Universidade Federal de Rondônia
1.Processo de inclusão . 2.Criança autista. 3.Professor escola. 4.Atendimento educacional Especializado. 5.Relato de experiência. I. Azevedo, Fernanda Emanuele Souza de. II. Título.
CDU 372.3/376
_________________________________________________________________________________
_______ Bibliotecário(a) Patricia de Mello Cardoso CRB 11/929
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR
CAMPUS DE VILHENA
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO CURSO DE
PEDAGOGIA
REGINA DA CRUZ
O PROCESSO DE INCLUSÃO DA CRIANÇACOM TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA (TEA) EM UMA ESCOLA DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
INFANTIL NA CIDADE DE VILHENA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Este trabalho foi julgado adequado para obtenção do título de Graduação em
Pedagogia e aprovado pelo Departamento Acadêmico de Ciências da Educação (DACIE) da
Universidade Federal de Rondônia.
_____________________________________________
Drª Giovana Alexandra Stevanato
Chefe do Departamento Acadêmico de Ciências da Educação
Professores que compuseram a banca:
___________________________________________________________
Presidente: Profª. Mestranda em Educação. Fernanda Emanuele Souza de Azevedo
Orientadora- Universidade Federal de Rondônia
____________________________________________________________
Membro: Profª. Mestranda em Educação Josimari dos Santos da conceição
Universidade Federal de Rondônia
________________________________________________
Membro: Profª. Esp Samara Silva Santana Olegário
Universidade Federal de Rondônia
VILHENA – RO
JULHO - 2019
Dedico este trabalho a minha mãe Expedita da
Cruz Torres pessoa maravilhosa, pois foi
através dela que dei meu primeiro suspiro e
com seus incentivos trilhei meus caminhos até
aqui, que sempre fez com que me reerguesse
nos momentos de desânimo. Ela é minha
inspiração meu alicerce a ela dedico meu amor
e respeito.
Agradeço primeiramente a Deus, pois permitiu
que chegasse até aqui me dando forças. A
professora Fernanda Emanuele que com muita
paciência e dedicação orientou-me no tema e
elaboração, norteando-me na estruturação do
meu trabalho e acreditou em minha
capacidade. As minhas filhas Joyce Karoline,
Maria Fernanda e Ana Micaela as quais
estiveram ao meu lado em apoio nos
momentos mais difíceis meu esposo Rafael
Ferreira Subtil que foi meu pilar de
sustentação, aos meus amigos pelo incentivo
com palavras de conforto e auxilio nos
momentos de angustia. Agradeço todos que de
alguma forma contribuíram e participaram
direta ou indiretamente para que essa pesquisa
tornasse uma realidade concreta.
“Confia no Senhor Teu Deus de todo teu
coração e não te estribes no teu próprio
entendimento. Reconhece-o em todos os teus
caminhos, ele endireitará as tuas veredas”.
(Provérbios 3-5,6).
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo apresentar a importância do processo de inclusão da criança
com transtorno do espectro autista (TEA) em uma escola da rede municipal de Educação
Infantil na cidade de Vilhena: relato de experiência, e verificar se realmente existe, como e
quando acontece à inclusão, a família participa e é inclusa juntamente com a criança, além de
outros questionamentos. Elencando a formação do professor na educação infantil como um
ponto a ser discutido. Destacando a conceituação de inclusão e como todo esse processo
aconteceu e vem acontecendo no Brasil, ainda explicando as terminologias e características do
autismo e as instituições que foram criadas para colaborar com este processo, os atendimentos
e pontos sobre diretos assegurados por lei que mostram a inclusão escolar deste público. E a
partir desse ponto de vista que essas discussões foram levantadas ao longo das observações
deste trabalho. Através das pesquisas bibliográficas e do estudo de campo, usando
questionário semiestruturado aberto, além de ser uma pesquisa participativa com relato de
experiência vivenciado em minha trajetória como colaboradora da instituição, utilizando
diário de campo para registrar informações do cotidiano escolar de crianças autistas inclusas
em uma escola da rede municipal de ensino no seguimento da educação infantil, para perceber
como este processo de inclusão acontece e como é a relação de sala de aula destes alunos bem
como seus atendimentos oferecidos a este público. Vale ressaltar que mesmo que as leis
vigentes em torno da educação especial venham colaborar para o processo de inclusão, á
responsabilidade o comprometimento da família junto com a escola é de extrema importância
para que este processo se desenvolva com êxito.
Palavras-Chave: Processo de Inclusão. Criança Autista.Escola Professores.Atendimento
Educacional Especializado. Relato de Experiência.
LISTA DE SIGLAS
ABA-ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA;
AEE- ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO;
AMA - ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS DO AUTISTA;
APAE - ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS
AS - SÍNDROME DE ASPERGER;
CID - CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS;
D.F - DEFICIENTE FÍSICO;
DSM-V - MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS;
OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE;
ONU - ORGANIZAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS;
PDDE - PROGRAMA DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA;
PPP - PROJÉTO POLITICO PEDAGÓGICO;
TDI - TRANSTORNO DESINTEGRATIVO DA INFÂNCIA;
TEA - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA;
TGD - TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO;
TID - TRANSTORNO INVASIVO DO DESENVOLVIMENTO.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................11
2CONCEITUANDO A INCLUSÃO ....................................................................................14
2.1 Inclusão no Brasil................................................................................................................15
2.1.2 A Inclusão na Escola...........................................................................................15
3 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO(AEE).................................18
3.1 Atendimento Educacional Especializado: Atualmente ......................................................20
4 HISTÓRIA DO AUTISMO.................................................................................................22
4.1Conceituando o Autismo......................................................................................................22
5 O SURGIMENTO DAS ASSOCIAÇÕES EM AMPARO A PESSOAS COM
NECESSIDADE ESPECIAS.................................................................................................28
6 O PROCESSO DE INCLUSÃO DA CRIANÇA COM TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA (TEA EM UMA ESCOLA DA REDE MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO INFANTIL NA CIDADE DE VILHENA: RELATO DE
EXPERIÊNCIA.......................................................................................................................30
6.1 A inclusão no olhar da instituição.......................................................................................31
6.1.2 Sala de AEE e Sala de Aula Regular................................................................................34
6.1.3 Análise de Dados..............................................................................................................36
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................43
REFERÊNCIAS......................................................................................................................45
APÊNDICE A..........................................................................................................................48
APÊNDICE B.......................................................................................................................49
11
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho foi realizado a partir das experiências vivenciadas por mim, durante um
período de cinco anos trabalhando em uma escola de ensino infantil da rede pública de
Vilhena, localizada no setor periférico da cidade sendo uma comunidade classe baixa.
Durante esse tempo convivi com crianças entre 2 a 6 anos, as quais também vinham de outras
comunidades e classes sociais.
Iniciei as funções no serviço público no ano de 2009 quando ingressei atuando no
âmbito educacional, os primeiros 5 anos em escola de ensino fundamental no entanto em
meados de 2014 passei a atuar na educação infantil, minha função na instituição na área de
serviços gerais, me possibilitou ter um maior contato com as crianças em vários momentos de
sua estadia na instituição, onde percebia as muitas diferenças de comportamento pela idade e
outras especificações quando a criança demonstrava alguma necessidade especial.
E devido uma necessária readaptação de funções por motivos de saúde, passei a atuar
como auxiliar de secretaria recepcionando os pais e alunos da escola, nessa nova função, tive
a oportunidade de analisar fichas e outros documentos das crianças que demostravam
comportamentos que fogem dos ditos normais, a partir desse momento consegui entender e
sanar minhas dúvidas em relação os diferentes comportamentos de algumas crianças.
Assim despertou-me o desejo de saber mais sobre o que ocorria com elas, pois tinha
dificuldades em assimilar a relação do atendimento da sala do AEE e sala regular de aula com
ponto de vista por parte de alguns professores, a não aceitação por parte muitos pais no dilema
que envolvia seus filhos como alunos com necessidades educacionais especiais, neste caso
especifico a criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Também pelos avanços e
conquistas de ambos no decorrer do ano letivo. E vendo as dificuldades que ocorriam com
elas optei por pesquisar e conhecer mais sobre este tema.
O desenvolvimento da pesquisa deu se com as revisões bibliográficas de autores cujo
conhecimento acerca do TEA trouxe muitas contribuições, foram eles: Eugênio Cunha, Maria
Teresa EglérMantoan e Marcos J.S Mazzota. Nas bibliografias consultadas percebe-se que o
contexto de vida da criança tem uma ligação no que se refere o termo “Inclusão” levando em
conta a adaptação ao meio que está envolvida, com seus familiares, amigos e o ambiente
escolar que se está inserida.
12
A inclusão no processo de aprendizagem é direito de todas as pessoas com
necessidades educacionais especiais e/ou que necessitam algum de auxilio conforme sua
especificidade esse assunto vem trazendo enumeras discussões tanto na teoria quanto no senso
comum, Entretanto é discutida a forma trabalhada as questões levantadas aos direitos do aluno
e por outro lado o olhar e a posição da escola quando a discussão é incluir uma criança que
precisa de atendimento especial, em determinada situação amparar os pais, são estes
questionamentos que foram levantados para produção desta pesquisa. Saliento que a proposta
é demonstrar como acontece o processo de inclusão de criança com TEA em uma escola da
rede municipal do município de Vilhena - RO.
Trazer com a pesquisa realizada o esclarecimento dos meios desenvolvidos, em
questão a inclusão escolar de uma criança autista, como ela pode ser trabalhada envolvendo-a
no contexto e ambiente escolar trazendo maior evolução no cognitivo, maturação e convívio
social. E que possa ser visto como algo prazeroso que instigue ao professor querer
desenvolver melhores técnicas e não encarar esse desafio como um fardo ou somente um
trabalho a ser executado. Para isso este trabalho foi dividido em sete seções.
A introdução mostra como primeira seção todo desenvolvimento e organização da
pesquisa descrevendo como foi o processo de captação dos dados, o sujeito, a divisão das
seções, lócus da pesquisa e o motivo que me levou a desenvolver esse trabalho.
Na segunda seção apresentamos dados que mostram como foi o processo e
conceituação de inclusão no geral e seus avanços que ao longo dos tempos e de acordo com as
pesquisas obtiveram novos conceitos no que se refere inclusão até os atuais dias. No que se
refere inclusão do ser em um espaço cujo não é pertencente,independente de suas
necessidades e especificidades sendo ambiente familiar, escolar e ou público que esse se
encontre.
Na terceira seção relatamos as salas de AEE (Atendimento Educacional
Especializado), das lutas para que se conseguisse implantar uma sala com essa importância
em uma instituição. Fazendo paralelo de sua finalidade cuja funcionalidade não é de
alfabetizar e sim de criar mecanismos que auxilie as professoras de sala regular a trabalharem
com seus alunos com necessidades educacionais.O atual AEE e seu trabalho o qual hoje é a
porta de inserção na educação inclusiva.
Na quarta seção elencamos pontos sobre a história do autismo, quem foi que iniciou
esse trabalho e trouxe ao conhecimento das pessoas, os estudos, discussões e conceitos sobre
o assunto. Atualmente o Autismo está classificado em três níveis, saindo do que era
considerado como “esquizofrenia infantil” classificado como TEA - Clássico (Transtorno do
13
Espectro Autista) em que o grau de comprometimento pode variar muito. TDI - Moderado
(Transtorno Degenerativo da Infância) conhecido também como apenas “autismo tardio ou
esquizofrenia” e SA - Brando (também classificado Síndrome de Asperger) sendo ele de alto
desempenho que apresentam as mesmas dificuldades dos outros autistas, mas numa medida
bem reduzida.
Na quinta seção faz-se um apanhado sobre importantes instituições que surgiram ao
longo da história da educação especial e do autismo. Como ocorreu a caminhada na busca da
educação especial no Brasil, às lutas e conquistas, as batalhas pelos direitos das pessoas com
necessidades especiais, quais leis e diretrizes norteadoras que embasam a educação especial
em nosso país. O que são e como surgiram as APAE (Associação Pais e Amigos dos
Excepcionais), AMA (associação de pais e amigos do Autista). E como é visto os processos
de ensino das crianças especiais na interação com essas associações, sobre as criações de
Escolas e Salas Especiais e sobre as atuais técnicas como o ABA (Análise do Comportamento
Aplicada) desenvolvido para trabalhar com as crianças com TEA, finalizando essa seção com
o significado de Inclusão Escolar para a legislação.
Na sexta seção é onde se apresenta a pesquisa de campo, trazendo um pequeno
levantamento sobre dado da instituição o lócus da pesquisa, elencando a estrutura física,
pessoa, colaboradores, funcionalidades e divisão das salas, documento PPP (Projeto Político
Pedagógico) da instituição, e quantitativo de alunos nela inseridos, de atendimento das
crianças na educação infantil, do olhar da instituição em relação à inclusão de acolhimento ás
crianças com TEA. E análise de dados referente a todo o percurso da pesquisa, levando em
conta todo conhecimento bibliográfico e sem menosprezar o conhecimento empírico de todos
os envolvidos.
Nas considerações finais apresentamos os resultados e os objetivos alcançados não
somente em relação ao conhecimento adquirido em questão do que é o autismo, como é vista
e aceita a criança com TEA, os medos e dificuldades e conquistas encontradas pela família.
Mas também que existem leis que amparam, viabilizando um melhor atendimento e uma
maior inclusão do seu (a) filho (a).
Elencar como esse contexto vivido, não diretamente em sala de aula nesses dois
períodos, mas, como serviços gerais e auxiliar de secretária, o que me possibilitou contato
suficiente o qual contribuiu para que pudesse ter uma nova visão do que é realmente a
inclusão e o que vem a ser o autismo, que a conduta do profissional que trabalha com
responsabilidade e traz qualidade no fazer, amor pela prática da educação é de grande
importância na história da inclusão.
14
2 CONCEITUANDO A INCLUSÃO
O termo inclusão mostra o que deveria acontecer em nosso meio, ressalta ainda que é
o ato de incluir e acrescentar, ou seja, adicionar coisas ou pessoas em grupos e núcleos que
antes não faziam parte, proporcionando a interação do meio com ele, e dele com o meio onde
está envolvido. Percebe se que os conceitos de inclusão veem evoluindo conforme as
transformações sociais e culturais ocorridas nos diferentes períodos vividos da história da
humanidade. Entretanto a inclusão representa um ato de igualdade entre os diferentes
indivíduos que habitam determinada sociedade.
Assim, esta ação permite que todos tenham o direito de integrar e participar das várias
dimensões de seu ambiente e em suas diversas especificidades, sem sofrer qualquer tipo de
discriminação e preconceito. Neste trabalho falamos da inclusão de pessoas com necessidades
especiais. No entanto Corrêa 2010 relata que em outros tempos não aconteciam dessa forma.
A história da Educação Especial ou das pessoas com necessidades especiais, da
Antiguidade até a Idade Média, mostra que o extermínio, a discriminação e o
preconceito marcaram profundamente a vida dessas pessoas que, quando
sobreviviam, não tinham outra alternativa senão a vida à margem da sociedade.
Mesmo que isso acontecesse sob o véu do abrigo e da caridade, a exclusão era o
caminho naturalmente praticado naquela época (CORRÊA, 2010, p.16).
A autora relata acontecimento de uma época em que as pessoas com algum tipo de
deficiência eram descartadas do convívio em seu meio social, sem o menor direito de se
tornar inclusas no cotidiano de vida da sociedade, dependendo da caridade de alguns para sua
sobrevivência.
De acordo com Mantoan (2003), a inclusão implica uma mudança de perspectiva
educacional, pois não atinge apenas alunos com deficiência e os que apresentam dificuldades
de aprender, mas todos os demais, para que obtenha sucesso na corrente educativa geral.
Diante desses apontamentos entende-se a importância do processo de inclusão a qual se faz
necessária ocorrer em vários setores da sociedade principalmente na escola que é o berço da
interação e construção social. A autora deixa claro a importância da capacitação dos
profissionais sendo da educação ou da saúde, para que assim possa ser de fato um amparo
inclusivo.
15
2.1 Inclusão no Brasil
No seguinte momento falamos de inclusão escolar no Brasil, a qual consiste na idéia
de que todos os cidadãos devem ter o direito de ter acesso ao sistema de ensino gratuito,
garantido por lei e assegurando o direito de educação a todos.
De acordo com a Constituição de 1988, ressaltado no Art. 208 o qual fala do dever do
Estado com a educação, que torna efetivado mediante a garantia de: III – Atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino. Entende-se que essa ação tem que acontecer em conjunto no âmbito de ensino
envolvendo o momento da chegada, estadia e saída do aluno. Entretanto no Artigo 60 e
parágrafo único da (LDBN) Lei Nº 9394/96 – Lei De Diretrizes e Bases da Educação
Nacional - 1996 capitulo V da Educação Especial falam que.
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de
caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com
atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro
pelo Poder público.
Parágrafo único. O poder Público adotará, como alternativa preferencial, a
ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria
rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições
previstas neste artigo. (LEI Nº 9394 de 20 de dezembro de 1996)
Embora as políticas públicas de inclusão tenham avançado, é visto que ainda faltam
alguns pontos para contemplar o termo inclusão assim fazendo valer as leis imposta ao
atendimento das crianças com necessidades especiais tanto das escolas públicas e/ou privadas.
No entanto a inclusão é uma esfera que atinge não somente um ou outros espaços na
sociedade ele inicia no âmbito escolar.
2.1.2 A Inclusão na Escola
E foi a partir de um olhar humanizado de esperança de profissionais da educação os
quais acreditaram que pessoas mesmo com limitações físicas e ou de outras especificidades
educacionais seriam capazes de se desenvolver e evoluir dentro do processo ensino
aprendizado. Atualmente a educação inclusiva pode ser entendida como ponto de inclusão que
esta em desenvolvimento, pois foi a partir dos resultados do longo processo histórico de luta,
que perdura até os dias atuais, que esta sendo alcançado o modelo de inclusão que hoje temos.
Para Mazzotta 2011 essa caminhada ainda não atingiu seu ápice.
16
A educação especial tem sido com grande frequência, interpretada como um
apêndice indesejável. Numerosos são os educadores e legisladores que a veem como
meritória obra de alguns “abnegados” que se dispõem a tratar de crianças e jovens
deficientes físicos ou mentais. O sentido a ela atribuído é, ainda hoje, muitas vezes,
o de assistência aos deficientes e não o de educação de alunos que apresentam
necessidades educacionais especiais. (MAZZOTTA, 2011, p.11).
Parto do entendimento que a educação inclusiva mesmo com suas conquistas e
avanços, foi dado um pequeno passo na imensidão de possibilidades, pois de acordo com o
autor que elenca a visão de alguns profissionais da educação e do sistema de governo, fazem
da educação inclusiva como assistencialismo a pessoa deficiente sem que haja uma melhor
posição para essa questão.
De acordo com Mazzota (2011) elenca que “A falta de conhecimento sobre as
deficiências em muito contribuiu para que as pessoas portadoras de deficiência por “serem
diferentes” “fossem marginalizadas e ignoradas”, visto que em tempos atrás devido à
desinformação das pessoas, sobre as necessidades especiais, as impediam que enxergassem os
deficientes como pessoas capazes de exercer alguma atividade e com isso eram excluídas do
convívio com os demais.
Para o autor a sociedade segue sem enxergar as primícias da inclusão.
Reconhecer a evolução de atitudes dos não deficientes e dos portadores de
deficiência em busca do conhecimento e aceitação mútua, bem como a importância
da organização de tais movimentos sociais, implica não cometer o equivoco de
concordar com posições tais como aquela segundo a qual “quem entende de
deficiente é o deficiente”. Agindo segundo esta posição, tanto os “deficientes”
quanto os “não deficientes” solidificam, cada vez mais, a abordagem estática das
relações entre as pessoas e das pessoas com seu ambiente. (MAZZOTTA, 2011,
p.70).
Parto do princípio para que se faça um pensamento igualitário, colocando o não
deficiente quanto o deficiente na mesma posição de evolução, é preciso que haja uma
verdadeira interação de valores assim as oportunidades não somente em igualdade “colocar o
outro em situação igual, parecido” e também em equidade “colocar ambos na mesma situação
de oportunidades” é da à pessoa com necessidades especiais, suporte para que ela tenha
condições de evoluir ao olhar da educação.
Quando falamos de igualdade temos como ponto de vista a inexistência de obstáculos
e desafios fazendo comparação entre pessoas, objetos, ideias, conceitos ou quaisquer coisas
assim as igualando sem colocar a mínima diferença entre suas necessidades.
17
Entretanto ao adaptar a regra em casos específicos a situações concretas a fim de
deixá-la mais justa á criança com necessidade especial, observando-se os critérios de justiça e
igualdade. Pode-se dizer, então que se fez valer a equidade uma forma de se aplicar o direito,
mas sendo o mais próximo possível do justo para as duas partes.
18
3 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO(AEE)
A sala do AEE assim conhecida, tem a finalidades de realizar o atendimento
educacional especializado a qual se define, sendo um serviço para educação especial que
identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, promovendo a quebra
de barreiras possibilitando uma plena participação dos alunos, considerando suas necessidades
específicas e seu contexto de vida social. A sala em si é de competência de um professor o
qual precisa estar devidamente atualizado preparado para mediar as nuances da educação
inclusiva, pois as necessidades especiais requere um olhar mais humano.
Visto que a sociedade atribui a responsabilidade de mediação ao professor,o qual é
consciente de que seu feito refletirá diretamente no futuro de seu aluno, tornando-o capaz por
ter conseguido vencer as barreiras do preconceito arraigado em nossa sociedade, trazendo esse
educador como principal mediador do aprendizado através de seus diversos conhecimentos.
De acordo com a autora, essas interações provem de uma gama de fontes.
Os saberes dos professores não provêm de uma única fonte, mas têm diferentes
origens. Partem de sua história pessoal e social, da sua subjetividade, dos seus
grupos de pertença, das suas crenças, da família, da mídia, da cultura e de tantas
outras fontes. A questão é descobrir como os docentes amalgamam esses
conhecimentos. (CUNHA, 2013, p. 45).
Vale ressaltar que não somente o professor do AEE quanto os professores de sala
regular promovem a unificação desse intercambio de conhecimento. Parto do pressuposto da
atuação do professor da sala do AEE, que o mesmo terá que realizar o atendimento de forma
colaborativa com o professor da classe regular, definindo estratégias pedagógicas para sanar
as dificuldades apresentada pelo aluno.
E no decorrer da estadia do aluno com necessidades especiais na escola, o amparo
educacional da criança deve ser feito com um profissional auxiliar da professora de sala, o
qual acompanhe e promova a interação dele como o meio, possibilitando que professora de
sala desenvolva as atividades com os demais e possa incluí o com mais eficácia nessas
atividades, se caso for de criança com paralisia cerebral, por exemplo. Esse profissional
auxiliará na execução das atividades, na alimentação e na higiene pessoal. Encontra se
ressaltado na LEI Nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - 1996,
Capitulo Vpág., diz que da Educação Especial é necessário que.
19
Art.58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos portadores de necessidades especiais. §1º Haverá, quando necessário,
serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da
clientela de educação especial. [....].
No entanto sabemos que na prática, o professor de sala muita das vezes tem uma
criança com necessidades especiais e não se dispõe de auxiliar em sala e nem de mecanismos
que viabilize o desenvolvimento das atividades.
Vale lembrar que na lei do autismo “Lei 12.764”, diz que em caso de comprovada
necessidade, o aluno com TEA terá direito à acompanhante especializado.Foi com a
incansável luta de Berenice Piana, mãe de três filhos, sendo o caçula autista, o que lhe
motivou à luta em defesa das pessoas com esse transtorno, reconhecida uma militante
brasileira eco-autora dessa lei, sancionada em 28 de dezembro do ano de 2012, a qual instituiu
a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtornos do Espectro Autista.
Assim lei reconhece o autismo como uma deficiência, para efeitos legais, todos os direitos
previstos para pessoas com algum tipo de deficiência.
Por conta disso, Berenice Piana idealizou a primeira clínica Escola do Autista do
Brasil, implantada em Itaboraí, no Rio de Janeiro, em abril de 2014, além de participar da
criação de leis em defesa do autista em vários municípios e estados brasileiros.
Art. 1º A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com
deficiência, para todos os efeitos legais.
Parágrafo único. Aplicam-se às pessoas com transtorno do espectro autista os
direitos e obrigações previstos na Convenção Internacional sobre os Direitos
da Pessoa com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, promulgados pelo
Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, e na legislação pertinente às
pessoas com deficiência. ()
Atualmente os relatos mostram o que se vive, não é de acordo com que era para ser na
realidade esperada, de acordo com Mantoan 2003 p 12, a inclusão, portanto implica mudanças
desse atual paradigma educacional, para que se encaixe no mapa da educação escolar que
estamos retratando.
Partindo do ponto de vista da autora, percebe se que a educação de crianças com
necessidades especiais ainda precisa ser mais bem avaliada e totalmente estruturada para que
se torne verdadeiramente inclusiva, e essa mudança tem que acontecer em diversos ambientes
escolares e não somente na sala de AEE, a qual também necessita de um olhar acolhedor e
esclarecedor tanto para o professor de sala de aula comum, quanto para as demais pessoas que
trabalham com crianças com necessidades especiais.
20
De acordo com os materiais teóricos analisados venho a entender que a sala do AEE
tem que estar adequada nos padrões de inclusão e os professores estarem em continua
formação, assim possibilitando um trabalho de excelência. De acordo com as autoras Bersch e
Machado.
Para atuar no AEE, o professor deverá se adequar aos novos conhecimentos que são
próprios do AEE. A formação continuada de professores para o AEE, por meio de
cursos de extensão, aperfeiçoamento ou especialização, constitui-se em uma forma
de aprofundar conhecimento e de atualizar as práticas. (Bersch e Machado 2011. P
65).
Assim com um trabalho em conjunto, o professor de sala e o professor responsável
pela sala do AEE, devem coordenar o trabalho e planejar as atividades de forma que o auxiliar
possa também estar atualizado e integrado ao tema da aula, que é comum a todos os alunos,
mas que ele seja a pessoa que em diversos momentos vá auxiliar o professor de sala e que o
aluno seja atendido pelo professor nos momentos de aplicação do conteúdo sendo adaptado da
melhor forma possível para que o aluno especial consiga acompanhar os outros alunos da
classe. Os professores precisam estar em contínuo preparo, e sempre atualizados nas
inovações educacionais, principalmente no campo da educação de crianças com necessidades
especiais.
Entretanto destacado nas observações feitas em campo, que as modificações na
estrutura da escola ainda deixam a desejar no âmbito de acolhimento e mobilidade ás crianças
e necessidades especiais, visto que a inclusão não deve ser apenas dentro da sala de aula, pois,
há alunos com deficiência física que necessitam de espaços modificados, como rampas,
elevador se houver necessidade, corrimões e banheiros adaptados, engrossadores de lápis,
apoio para braços, tesouras especiais e quadros magnéticos são algumas tecnologias que dão
suporte e que podem ajudar o desempenho das crianças e jovens com dificuldades
motoras.Essas modificações se fazem necessárias para que haja um amparo e um verdadeiro
sentido de inclusão.
3.1 Atendimento Educacional Especializado Atualmente.
Hoje o atendimento na sala do AEE tem sido de forma diferenciada, não por possuir
recursos ou parcerias, mas, é percebida a maneira com que o profissional atuante no
atendimento do AEE desenvolve um trabalho excepcional, não apenas com uma ou outra
criança, mas a todas as crianças que necessitam dos recursos e atendimento da sala AEE e em
21
parceria com a sala regular os avanços alcançados estão sendo visíveis e de grande
significado para essas crianças e suas famílias.
O atendimento educacional especializado decorre de uma nova visão da Educação
Especial, sustentada legalmente e é uma nova visão da inclusão escolar dos alunos
com deficiência. Esse atendimento existe para que os alunos possam aprender o que
é diferente do currículo do ensino comum e que é necessário para que possam
ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência. (BATISTA, 2006, p. 17).
As contribuições trazidas a partir do atendimento realizado na sala do AEE foram e
ainda tem sido fundamental no desenvolvimento de crianças com necessidades educacionais.
Os avanços e as demais conquistas no que se refere à educação inclusiva, veem evoluindo e
agilizando o atendimento no que se define inclusão, mas entende-se que ainda se tem um
longo caminho de lutas a percorrer até possa afirmar que a inclusão escolar no nosso país seja
de verdadeiramente inclusiva e eficiente.
22
4 HISTÓRIA DO AUTISMO
Para que se possa entender como surgiu o tema autismo vamos falar do artigo escrito
por Juliana Cáu (2006), que faz um breve relato da história da vida de Leo Kanner, ela
ressalta em poucas palavras como deu se a trajetória e como ele se tornou médico no ano de
1924.
Ainda nesse mesmo artigo relata os caminhos que percorrera quando se especializou
por seu próprio esforço em psiquiatria pediátrica, tendo estudado por seus próprios meios. Em
1930, pouco depois de ter se mudado para a Escola de Medicina da Universidade Johns
Hopkins, foi selecionado pelos diretores de psiquiatria e de pediatria da instituição para
desenvolver o primeiro serviço de psiquiatria infantil em um hospital pediátrico, se tornou
professor associado de psiquiatria da Johns Hopkins Hospital em 1953, mas, apenas em 1957
foi elevado a professor de psiquiatria infantil, onde permaneceu como diretor de Psiquiatria
Infantilaté se aposentar, em 1959, mas, continuou em atividade até sua morte, aos 87 anos
(CAU, 2006).
E foi em 1943 que Leo Kanner publicou a obra que associou seu nome ao autismo:
"Autistic disturban cesofaffective contact” traduzido quer dizer as “Violações autísticas de
contato afetivo”. Nela descreveu os casos de onze crianças que tinham em comum "Um
isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação da
mesmice, denominando-as de autistas”.
Nesse contesto é perceptível o quanto a história do autismo tem ganhado novos
conceitos e fatos importantes vêm contribuindo para que possamos entender o que é o
“autismo” ou ao menos saber lidar e contribuir com o desenvolvimento de uma criança
autista.
4.1 Conceituando o Autismo.
De longas datas vem se tendo inúmeras discussões em torno do tema autismo, o que
nos convida a realizar uma pesquisa por um longo e complexo campo de investigação
marcado pelo senso crítico e senso comum das verdades relevantes ao tema. E foi por volta
dos anos 40, o marco do início a uma série de discussões e formulações teóricas acerca do que
hoje é conhecido, no senso comum, como “autismo”, quando Leo Kanner (1943) definiu o
referido termo como esquizofrenia infantil. Essas nomenclaturas foram sendo alteradas com
os novos estudos feitos.
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Por volta dos anos sessenta, o conhecido transtorno do espectro autista, hoje (TEA),
era classificado como Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID). Com a evolução das
pesquisas e conforme os avanços ocorridos desde então o termo foi alterado para Transtorno
Global do Desenvolvimento (TGD). Conforme essa classificação, outros transtornos foram
inseridos nesse conceito, os quais denominam se: Transtorno Desintegrativo da Infância
(TDI) e Síndrome de Asperger (SA).
No aspecto comportamental das crianças nota se que existe nos três tipos de
transtornos uma significativa semelhança nas características e no comportamento. Conforme o
autor nos apresenta:
Trata-se de uma síndrome tão complexa que pode haver diagnósticos médicos
abarcando quadros comportamentais diferentes. Isso porque o autismo varia em
grau de intensidade e de incidência dos sintomas. Tal heterogeneidade tem levado a
revisão das diretrizes para seu diagnóstico, inclusive com a mudança da
nomenclatura para “Transtorno do Espectro Autista”. (CUNHA, 2013, p. 23).
No entanto mesmo com tamanha semelhança das características, é notável que cada
transtorno tenha sua especificidade, pois o comportamento de cada indivíduo é único, a partir
desse ponto é visto que seu comportamento se diferencia mesmo se tratando da uma mesma
patologia.
Entretanto hoje se tem um grande índice de crianças e adolescentes com um dos
Transtornos do Espectro do Autismo (TEA), sendo ele clássico, mostra um grau de
comprometimento pode variar em muitos casos. No entanto de maneira geral, as crianças são
voltadas para si mesmas, não permitindo contatos visuais com as pessoas nem com o meio
onde estão inseridos conseguem falar, mas não usam a fala como meio de comunicação,nas
formas mais graves, demonstram total ausência de qualquer contato interpessoal.
Os quais têm sido identificados com maior frequência do que ocorria até poucos anos
atrás. Pois se mostra que tanto os familiares quanto os profissionais da educação vêm
estudando em conjunto para desenvolver mecanismos que possa ser trabalhado de melhor
forma essas questões.
De acordo com Bosa para que possamos compreender as questões que implicam as
nuances do autismo.
Compreender o autismo é abrir caminhos para o entendimento do nosso
desenvolvimento. Estudar autismo é ter nas mãos um “laboratório natural” de onde se
vislumbra o impacto da privação das relações recíprocas desde cedo na vida. Conviver
com o autismo é abdicar de uma só forma de ver o mundo - aquela que nos foi
oportunizada desde a infância. É pensar de formas múltiplas e alternativas sem,
contudo perder o compromisso com a ciência (e a consciência!) – com a ética. É
percorrer caminhos nem sempre equipados com um mapa nas mãos, é falar e ouvir
uma linguagem, é criar oportunidades de troca e espaço para o nosso saber e
ignorância [...] (BOSA, 2002, p. 13).
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Assim como as observações feitas pelo autor, parto do entendimento que para que se
possa trabalhar, interagir com uma criança autista,fazer com que ele se torne inserido, é
necessário um estudo de suas especificidades, interação e contexto familiar.
Autismo foi o termo que Kanner utilizou para definir os indivíduos acometidos por um
distúrbio do contato afetivo, isentos de linguagem, incapazes de efetuar troca sócio afetiva
com o outro, estando imersos e reclusos em seus próprios mundos interiores. (CAU 2006)
O autor afirma que os autistas não possuem linguagem e que as expressões de
linguagem não passam de ecolalia que é comumente definida como “uma repetição em eco da
fala”. Este fenômeno linguístico vem associado como característica do Autismo, desde suas
primeiras descrições, mas não é limitada a ele, no entanto muitos indivíduos autistas recorrem
à ecolalia como forma de se comunicar de forma eficaz.
E para auxiliar no desenvolvimento da pesquisa, foram coletados dados do livro “A
Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar volume 09”, organizado por Belisário
Filho - Transtornos Globais do Desenvolvimento de (2010, p. 9), para discutir as principais
características do autismo, sendo elas apresentadas da seguinte maneira. Nas palavras de
(KANNER, 1943) sobre o autismo diz que “Desde o início há uma extrema solidão autista,
algo que, na medida do possível, desconsidera, ignora ou impede a entrada de tudo o que
chega à criança de fora”.
Assim é visto que não somente no contato físico, mas em outras etapas de
aproximação, ainda na fala do autor “O contato físico direto e os movimentos ou ruídos que
ameaçam romper a solidão são tratados como se não estivessem ali, ou, não bastasse isso, são
sentidos dolorosamente como uma interferência penosa"
Em relação à comunicação e a linguagem de uma criança autista, Kanner faz um breve
relato, diz que “ausência de linguagem (mutismo) em algumas crianças, seu uso estranho nas
que a possuem, a presença de ecolalia, a aparência de surdez em algum momento do
desenvolvimento e a falta de emissões relevantes”.
Mostra que as mudanças do ambiente também influenciam em seu comportamento e
ainda com Kanner ressalta a conduta da criança "é governada por um desejo ansiosamente
obsessivo por manter a igualdade, que ninguém, a não ser a própria criança, pode romper em
raras ocasiões".
De acordo com que o Kanner apresenta a interação acontece dessa forma:
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Pouca ou nenhuma interação com o ambiente externo são mais sensíveis ao barulho,
dificilmente usam a fala como objeto de comunicação, não mantém contato visual,
não gostam de ambientes agitados, gostam de se isolar, são bem seletos em suas
amizades, gostam de brinquedos ou coisas que giram e podem passar horas a fio
fazendo a mesma coisa. (KANNER, 1943, p. 23).
Entretanto mesmo que as características sejam muito parecidas, é importante lembrar
que cada transtorno tem sua especificidade, pois cada individuo é um ser único, e seu
comportamento também será diferente, mesmo que o outro tenha o diagnostico semelhante
em se tratando de uma mesma patologia.
A autora traz outras falas de Kanner nessa mesma linha de relatos, fala sobre a
Memória: Capacidade surpreendente de alguns em memorizar grande quantidade de material
sem sentido ou efeito prático. E da outros pontos sobre a hipersensibilidade a estímulos:
Muitas crianças reagiam intensamente a certos ruídos e a alguns objetos. Também
manifestavam problemas com a alimentação.
Em análise Coleção A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar (2010, p.
9) é visto que o autismo era enxergado de diferentes formas “Até a década de 60, o autismo
foi considerado um transtorno emocional, causado pela incapacidade de mães e/ou pais de
oferecer o afeto necessário durante a criação dos filhos”. A partir desses dados acreditava-se
que ocorressem alterações significativas no desenvolvimento de crianças. Mostra-se aqui a
formulação a qual era baseada em relatos de alguns casos ocorridos, antes que houvesse
comprovação cientifica para os relatos de senso comum.
Com passar do tempo através de observações e estudos, essas estatísticas mostram se
falsas, no que descreve o os laços afetivos entre pais de crianças ditos normais entre os laços
afetivos de pais de crianças autistas. Entretanto ao longo do tempo foi provando-se através de
estudos científicos que mostram a presença de distúrbios neurobiológicos.
Trazendo dados encontrados na Coleção A Educação Especial P.11, nos mostra o
andamento ao longo de duas décadas consecutivas, onde são referentes as pesquisas
empíricas, que foram rigorosas e controladas chegaram a levar à hipótese da existência de
alteração “cognitiva como explicação das características de comunicação, linguagem,
interação social e pensamento presentes no autismo”. Contudo foram surgindo no decorrer
desse período escolas específicas para pessoas autistas.
Logo a compreensão referente ao autismo passa a ser encarado como um transtorno do
desenvolvimento ficando para traz o pensamento de psicose infantil e dá lugar a um novo
entendimento como sendo um Transtorno Global (ou Invasivo) do Desenvolvimento.
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Neste ponto será elencado as especificações do autismo retiradas do Manual
Diagnóstico. - TGD – Terminologias usadas para classificar:
Transtornos: transtorno é aplicado para indicar a existência de um conjunto de
sintomas ou comportamentos que ocorrem no transcorrer da infância, com um
comprometimento ou atraso no desenvolvimento e maturação do sistema nervoso central.
Síndrome: são as que se refere a um conjunto de sintomas.
Deste modo mostra que anteriormente na DSM IV, demostravam a ocorrência de
cinco transtornos do espectro do autismo, os quais cada um tinha um diagnóstico único, Ex:
Transtorno Autista ou autismo clássico, Transtorno de Asperger, Transtorno Invasivo do
Desenvolvimento - Sem Outra Especificação, Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da
Infância.
Logo mais no DSM V, esses transtornos passaram a não existir como diagnósticos
distintos no espectro do autismo. Ex: a síndrome de Asperger e os outros foram unificados e
incorporado em um único diagnostico referente à nomenclatura de: "Transtornos do Espectro
do Autismo.", diferenciando se em suas variações por graus, Severo, Moderado e leve. Já a
Síndrome de Rett se torna uma entidade própria deixando de ser parte do espectro do autista.
Logo a baixo apresenta se uma tabela que mostra as terminologias em que foi dado
para descrever as síndromes e o ano de descobertas de cada uma delas até os dias atuais.
De acordo com “A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar -
Transtornos Globais do Desenvolvimento” (2010, p 13,14) qual traz classificações e
terminologias usadas para descrever as diferentes síndromes e necessidades especiais
descobertas ao longo de muitos estudos no decorrer dos anos.
Com as análise feita pode se elaborar um quadro explicativo de tais terminologias
mostrando suas distintas mudanças ao longo dos tempos.
Tabela 1: TERMINOLOGIAS- DESCOBERTA- CIDs- DSM -V
Terminologias
Ano descoberta
Atualidade
CID-10
DSM- V
TGD- “Transtorno
Global do
Desenvolvimento”
anos 60
TGD
F-84
Síndrome do Espectro
Autista
1943
TEA (Transtorno do
Espectro Autista)
Infantil-atípico
F-84.0
F-84.1
TEA
(Transtorno
do Espectro
Autista)
Síndrome Rett
Ano de 1966
Rett
F-84.2
Transtorno
Desintegrativo da
Infância
1908
TDI
F- 84.3
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Transtorno com
hipercinesia associada a
retardo mental e a
movimentos
estereotipados
F84.4
Síndrome Asperger
1943
Asperger
F-84.5
Grau moderado
Transtorno Invasivo do
desenvolvimento sem
outras especificações
1943
TID
Grau Severo
Outros transtornos
globais do
desenvolvimento
F84.8
Transtornos globais não
especificados do
desenvolvimento
F84.9
Transtornos Globais do Desenvolvimento de (2010, p 13,14).
Hoje já se tem varias técnicas que possam ser trabalhados algumas necessidades
especiais das quais foram citadas no quando acima.De acordo com “Terapia ABA:
Intervenção Comportamental” de Luiza de Moura Guimarães, A autora fala de como a
Análise do Comportamento Aplicada ABA, vem ajudando e desenvolvendo as crianças om
TEA. A nomenclatura usada ABA refere-se ao termo em inglês Applied Behavior Analysis e
traduzido para o português como, A Análise do Comportamento.
A autora ressalta que o ABA é trabalhado em uma linha teórica da psicologia, assim
como a Psicanálise, Psicologia Cognitiva ou Psicodrama, sendo que cada uma delas trabalha
de uma maneira diferente.
Em seu blog traz também que o ABA, possui três principais braços: o Behaviorismo
que trata da filosofia da ciência comportamental, a Análise Experimental do Comportamento
que trabalha com pesquisas básicas de laboratório e a Análise do Comportamento Aplicada
que envolve o desenvolvimento de tecnologia para se trabalhar em ambientes mais naturais,
do dia-a-dia, especialmente no tratamento de pessoas com TEA. Entretanto a fala da autora
ressalta que “Infelizmente no Brasil, esse tipo de terapia está restrito aos grandes centros e
também a um grupo pequeno de profissionais particulares especializados. Todo trabalho é
feito de forma individualizada e intensiva, o que encarece o custo da terapia”.
28
5 O SURGIMENTO DAS ASSOCIAÇÕES EM ÂMPARO A PESSOAS COM
NECESSIDADES ESPECIAS
De acordo com a pesquisa feita no site com a Associação de Amigos do Autista
(AMA) a sua história começa em 1983 quando foi fundada por alguns pais e familiares que
partir das dificuldades e necessidades encontradas que tinham em comum, em lidar em
relação as suas crianças autistas, buscaram encontrar meios de melhorar a vida de seus filhos
para o que estava acontecendo com ambas às famílias. Já que as situações de intensos
conflitos enfrentadas com seus filhos trazidas pelo transtorno autista, e os pais não sabiam
como deveriam agir para que pudessem melhorar a vida de suas crianças.
Em alguns encontros e reuniões começaram a trocar experiências e perceberam que
ambos tinham histórias e pontos em comum no que se referia ao comportamento de seus
filhos.De acordo Mello (2013) a dedicação de alguns pais e familiares de crianças com TEA
no ano de 1983, foi criado na cidade de São Paulo, a Associação de Amigos do Autista
(AMA).
Naquela época, não existia no Brasil nenhuma associação dedicada ao autismo
legalmente registrada. Havia alguns pequenos projetos dedicados ao autismo e
alguns grupos de pais pensando em organizar-se, mas nenhum conseguia avançar
muito, porque o autismo era praticamente desconhecido e considerado uma doença
muito rara. (MELLO, 2013, p. 21).
O objetivo era oferecer apoio um ao outro na troca de experiências e vivências do dia-
dia. Pois naquela época não se tinha muito relatos do que seriam os transtornos do espectro do
autismo (TEA), sendo uma palavra desconhecida a qual foi difundida em 1944 pelos estudos
de Leo Kanner e Hans Asperger onde somente contava aos conhecimentos de psicólogos e
psiquiatras e mesmo assim, somente os especialistas da área sendo o qual hoje são tratados
com certa ênfase.
O site com a AMA essa associação tinha a finalidade de trabalhar as necessidades das
crianças autistas com seriedade oferecendo apoio amparo e informações aos seus familiares.
Relatam que antes de completar um ano de fundação em sua trajetória a AMA já tinha um
espaço em que fora cedido pelo pastor Manuel de Jesus Thé de uma igreja batista o qual tinha
um filho “César um garoto que sofria com a Síndrome de Asperger” neste local funcionava a
escola, desse ponto iniciava uma longa luta por seus filhos. Bem como surgiu outra entidade
que trabalhavam em prol das pessoas com necessidade especiais.
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Nos dias atuais a AMA desenvolve um excelente trabalho em apoio às famílias e
crianças autistas, sendo conveniada com governo do Estado de São Paulo que os
disponibilizam professores. As conquistas alcançadas só foram possíveis através de muita
luta de pessoas que abraçaram a causa. Para Mello (2013).
Proporcionar à pessoa com autismo uma vida digna: trabalho, saúde, laser e
integração à sociedade. Oferecer à família da pessoa com autismo instrumentos para
a convivência no lar e na sociedade. Promover e incentivar pesquisas sobre o
autismo, difundindo o conhecimento acumulado. (MELLO, 2013, p. 33).
É de extrema importância os trabalhos que essas pessoas se dedicam a realizar, não
apenas para as crianças do espectro autista, para suas famílias que muitas vezes não sabem
como agir quando recebem o diagnóstico de uma criança autista.
E com esses surgimentos de entidade como a Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE), fundada em 11 de Dezembro de 1954 foi fundada na cidade do Rio de
Janeiro sendo a primeira associação. Que tinha a finalidade principal objetivo é promover a
atenção integral à pessoa com deficiência intelectual e múltipla. Atualmente chega ao número
de mais de 2 mil municípios em todo o território nacional. Destacam se por seu pioneirismo e
a capacidade de acolher e inserir pessoas deficientes, a um contexto diferenciado. De acordo
com Mazzotta (2011) as conquistas da fundação.
A APAE do Rio de Janeiro teve como seu primeiro presidente o Almirante Henry
Broadbent Hoyer. Com o apoio do governo federal, através do Presidente Castelo
Branco, foi adquirido um prédio, com boa área de terreno, a Rua Bom Pastor, onde
se encontra a sede da APAE. (MAZZOTTA, 2011, p. 49).
Entretanto foi dado um passo importante para as conquistas das APAEs, pois foi a
partir do ingresso do Almirante Henry Broadbent Hoyer como presidente da associação
juntamente com o apoio do governo, passou a investir mais recursos com ajuda financeira,
tendo leis e acordos implantados assegurando esses atendimentos.
A partir desse ponto obtiveram mais contribuições da parte das autoridades e a
capacitação de pessoas para trabalhar com crianças com necessidades especiais. Mazzotta
(2011) diz que parti dessa data os atendimentos educacionais foram tratados com mais
importância e ressalta o novo tratamento do governo assumido total responsabilidade em nível
nacional, ao criar campanhas voltadas especificamente para o ensino aos excepcionais.
30
6 O PROCESSO DE INCLUSÃO DA CRIANÇA COM TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA (TEA) EM UMA ESCOLA DA REDE MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO INFANTIL NA CIDADE DE VILHENA
Neste ponto detalho os passos percorridos por mim, explicando como se deu as
observações na escola de Educação Infantil municipal da cidade de Vilhena a qual não terá
seu nome divulgado como forma de preservar sua identidade e de seus funcionários e alunos.
Realizamos analise documental da quantidade de alunos com TEA, inscritos na sala de
recursos (AEE), como é feito esse atendimento, qual recurso utilizado, a forma que foi
dividida, os momentos dessa observação, dos dados coletados a partir dos documentos da
instituição como as fichas que mostram descrições do comportamento, laudos médicos e
rotinas de cada criança, do material bibliográfico de autores que falam de Autismo e Inclusão
que me auxiliou no embasamento teórico da escrita.
Por fazer parte do quadro de funcionários tive o privilégio de participar de diversas
conversas formais e informais com pais e mães de varias crianças com e ou sem necessidades
especiais no ato da matrícula, com as professoras de sala regular e a professora da sala do
AEE em momentos de rodas de conversas e quando me surgia as duvidas e ou curiosidades de
saber mais sobre o assunto em questão.
A princípio era somente uma curiosidade de minha parte, de saber como se dava o
desenvolvimento do trabalhado das intervenções na sala do AEE e em especial as crianças
com TEA. Entretanto a cada conversa com a professora do AEE que me despertava mais
interesse no assunto, fazendo com que buscasse na teoria uma resposta para sanar minhas
duvidas. E o convívio com as crianças autistas me fez enxergar um novo conceito de vida e
instigou-me a pesquisar mais. E cada depoimento de uma mãe, professoras ou as reportagens
sobre o assunto aumentava-me o desejo de saber mais sobre o que vinha ser o “TEA”.
Assunto o qual por diversas vezes era discutido nas rodas de conversas entre
professores e outros funcionários da instituição “A inclusão da criança autista na educação
infantil e a formação do professor que atua na área”. Logo me vi de cabeça nas pesquisas e
cada vez mais descobrindo e sanando minhas curiosidades e dúvidas. Vendo isso resolvi
colocar a instituição de Ensino Infantil a qual faço parte como lócus de pesquisa, acompanhar
esse atendimento e seus avanços durante dois meses, observando os momentos de interação
aluno professor, para que possa coletar dados para análises durante esse período. De acordo
com as discussões elencadas empiricamente ao longo de um tempo, sobre a inclusão e
atendimento da com TEA, nas instituições de ensino e da qualificação do professor que
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trabalha na sala de recurso quanto em sala de aula. É necessário que se faça um levantamento
documental e bibliográfico que fundamente os lócus da pesquisa e por esses meios trazer
dados qualitativos que caracterize esse fenômeno.
6.1 Dados da Instituição de Ensino Infantil lócus da Pesquisa.
De acordo com os dados colhidos dos aparatos documentais e as observações
realizadas durante a pesquisa na instituição, foi observado que a estrutura da instituição é
especifica para receber crianças de 06 meses de idade á 05 anos, sendo projetada para atender
15 crianças por sala, pois, são salas ambientes com espaços específicos. Entretanto foi
percebido que a instituição acolhe bem mais do que foi projetada, pois sua demanda e a
necessidade da comunidade em inserir as crianças na idade de 2 á 5 anos requer um olhar
amparador e medidas que lhes dessem suporte, nesse caso para não deixar de atender a grande
maioria de crianças na idade de 3 a 5 anos, a instituição está inserindo as crianças com menor
idade a cada ano letivo, para não superlotar as salas de Pré Escolar.
Por esse motivo e de acordo com o PPP (Projeto Político Pedagógico) o Bloco
Pedagógico ficou distribuído da seguinte forma: criança 03 anos Creche integral III e criança
02 anos Creche II regular 16 alunos por sala, criança 03 anos Creche III regular, Pré I e Pré II
21 alunos por sala. As atividades atendem em período matutino, vespertino e integral, com
aproximadamente 300 crianças do ano letivo de 2019.
Entretanto para atender a demanda no acolhimento de todas as crianças a instituição
conta com a colaboração de 42 funcionários, os quais se distribuem por toda instituição em
diversas funções (PPP 2018 atualizado. Pg17,18). Sendo 17 professoras de sala aula regular, 1
professora sala AEE, 1 diretora, 1 vice-diretora, 1 orientadora, 2 supervisoras,1 secretário,1
auxiliar secretária, 3 merendeiras, 1 auxiliar de cozinha,1 auxiliar de lactário, 6 auxiliares de
limpeza, 3 auxiliares de sala e 4 cuidadoras.
Para que comporte o contingente de crianças inseridas na instituição alguma sala foi
projetada em espaços diferenciados, com ambiente de soninho (berços e colchonetes), de
interação (brincadeiras, pinturas) de atividade pedagógicas (cadeiras e mesas), outras somente
com um ou dois ambiente. Espaço desenvolvido para atender as necessidades de cada idade
em seu âmbito escolar.
De acordo com esses documentos, entre todas essas salas, a sala do AEE
(Atendimento Educacional Especializado) atende crianças com idade dos 02 aos 12 anos, e
32
atualmente com 11 alunos sendo atendidos e acompanhados pelas professoras do AEE e
professores de sala, sendo que dois (2) dos onze (11) alunos vêem de outras instituições e os
demais de salas diversas da instituição.
Nos registros analisados sobre os atendimentos as crianças na sala do AEE, sendo
percebido que o mesmo é realizado no horário de aula, com justificativas de que os pais não
conseguem atender os horários opostos, para a realização dos atendimentos de seus filhos.
Alegando a dificuldade pelo horário de seu trabalho e outras implicações. Contudo a
professora da sala do AEE busca acompanhar o que a professora de sala propôs no dia.
Para Educação Inclusiva Atendimento Educacional Especializado para a Deficiência
Mental. Brasília – 2006 MEC/SEESP.
[...] c) “preferencialmente” na rede regular de ensino significa que esse atendimento
deve acontecer prioritariamente nas unidades escolares, sejam elas comuns ou
especiais, devidamente autorizadas e regidas pela nossa lei educacional. A
Constituição admite ainda que o atendimento educacional especializado pode ser
oferecido fora da rede regular de ensino, já que é um complemento e não um
substitutivo do ensino ministrado na escola comum para todos os alunos; d) o
atendimento educacional especializado deve ser oferecido em horários distintos das
aulas das escolas comuns, com outros objetivos, metas e procedimentos
educacionais[...]
Para o atendimento de sondagem no desenvolvimento educacional contamos com uma
professora formada em Educação Especial na sala do AEE e uma profissional em
fonoaudiologia, a qual trabalha em conjunto com as professoras de sala para o melhor
desenvolvimento educacional dos alunos.
6.1.2 Inclusão no olhar da Instituição
Com as investigações da pesquisa realizada, pode-se perceber que a instituição ainda
não consegue atender as crianças com uma total inclusão, mesmo tendo em seu ambiente
físico, adaptações que auxiliam algumas crianças com necessidades especiais visto que ainda
faltam detalhes para sua total contemplação no que se refere à inclusão. Entretanto a
instituição procura trabalhar de forma que iguale se ao PPP, instaurado como base para seu
funcionamento. De acordo PPP da instituição é visto que.
O desafio da Educação Especial brasileira é a implantação de uma educação de
qualidade e com a organização de escolas que atendam a todos os alunos sem
nenhum tipo de discriminação e que reconheçam as diferenças como fator de
enriquecimento no processo educacional. (PPP, 2018)
33
Por esse fator percebe se ao longo da pesquisa e das observações, que o tema inclusão
é sempre discutido entre professores e coordenador pedagógico, gerando questionamentos em
rodas de conversas onde procuram sanar suas duvidas e conflitos, e encaixar se de forma
inclusiva todo ambiente escolar e fazer com que se estenda por outros ambientes.
Com base nos documentos da instituição percebe se que a política de inclusão é feita
com embasamento nas Leis e Diretrizes Educacionais vistos isso ressalto o ponto de vista da
instituição referente ao Currículo.
[...] Adaptações Curriculares: Atender os princípios constitucionais, não podendo
excluir nenhuma pessoa em razão de sua origem, raça, sexo, cor, idade, deficiência
ou ausência dela. Mas, acima de tudo, a escola tem a tarefa de ensinar os alunos a
compartilhar o saber, os sentimentos diferentes das coisas, as emoções, a discutir a
troca de pontos de vista. É na escola que desenvolvemos a espírito crítico, a
observação e o reconhecimento do outro em todas as suas dimensões, aprendendo a
respeitar e valorizar cada pessoa na sua individualidade. (PPP 2018).
Partindo desse ponto de vista venho a entender que é na escola que a criança
encontrara o significado do que é ter uma vida social no que diz respeito ao acolhimento,
respeito, igualdade, amor, direitos e deveres de um com o outro. De acordo com esse
documento inclusão é para ser de fato algo concreto em uma realidade no âmbito escolar.
Mas, partindo das análises feitas no período de observação, pude constatar que ainda é
falho o que ressalta o PPP da instituição, pois, em relação da inclusão a escola ainda não
dispõe de uma entrada com rampa e corrimãos adaptados, caso venha a receber uma criança
cadeirante, piso tátil entre outras modificações e adequações para receber crianças com
necessidades especiais.
Entretanto desde que a instituição foi inaugurada, somente receberam uma criança
com deficiência física (DF) a qual permaneceu por um período de três anos. Devido a essa
informação percebe-se que as professoras não tiveram oportunidade em adaptar-se a uma
realidade de inclusão.
Em caso de crianças com outras necessidades especiais há um significativo ingresso na
instituição, e esses sim se pode dizer que a uma diversidade de trabalhos a serem
desenvolvidos e realizados desde a recepção aos diversos locais da instituição, tem que ser
mais bem trabalhado, planejado e enxergado de forma mais humana e acolhedora.
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6.1.2 Sala AEE e sala de aula na escola
De acordo com o PPP da escola observada, em meados do ano de 2014 a instituição
teve sua contemplação e efetivação do Atendimento Educacional Especializado (AEE)
denominada Sala de Recurso Multifuncional a qual tem o intuito de planejar os atendimentos,
levando em consideração as limitações apresentadas por e para cada aluno que apresentam
deficiências ou necessidades educacionais especiais, que possuíssem acesso e participação
para o seu desenvolvimento cognitivo afetivo e social.
Referente à professora que faz o atendimento na sala de (AEE), em observação de sua
prática de atuação, em alguns momentos de conversas pós-atendimentos de seus alunos e em
seus documentos de anotações de trabalho, mostra que a mesma tem formação inicial, sendo
habilitada para exercício da docência e formação continuada na Educação Especial, Pós
Graduada em Educação Especial e uma jornada de mais de 20 anos de sala no AEE. Visto
isso entende se que o aprendizado das crianças que frequentam a sala do AEE com um
aprendizado diferenciado é um trabalho positivo na inclusão.
De acordo com Cunha (2013), parto do entendimento que a escola e em sua totalidade
deverão receber qualificação específica para incluir as crianças com necessidades especiais
promovendo a real inclusão ao seu aluno. Sendo o educador o principal responsável em
viabilizar o conhecimento, e a interação social a suas crianças, mas para isso ele também
precisa receber qualificação, capacitação e incentivos, pois, não se trata de apenas colocar
crianças com necessidades educativas especiais dentro da sala de aula e exigir que o professor
realize um trabalho com este aluno sem oferecer a ele o devido suporte.
Em observação ao trabalho realizado pela professora da sala do AEE pude perceber
que grandes partes dos materiais ali contidos foram confeccionados pela mesma, muitos
outros adquiridos pelos recursos do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) que são os
materiais permanentes assim como quadro branco, armário cadeira e mesa. A sala é feita de
apenas um ambiente amplo, com janelas largas e não contempla banheiro dentro. Logo abaixo
formulei um quadro dos alunos matriculados na instituição escolar e os que são de outra
escola, porem são atendidos da sala do AEE e suas especificidades, comprovada e em
investigação, para auxiliar na compreensão da pesquisa.
Tabela de matriculados na sala do AEE de março de 2018 a março do ano: 2019
Nome do
aluno
Turma Período Diagnóstico do
laudo
CID Instituição
CRECHE
35
A LUNO-1
3 anos
III
Menino
Mat.
2019
TEA
(Confirmado)
F.84 PERTENCE
ALUNO-2
3 anos
PRÉ I
Menino
Vesp
2019
INVESTIGAÇÃO
---
PERTENCE
ALUNO-3
10 anos
2º Ano
Menino
Mat.
2018
TEA
(Confirmado)
F.84
OUTRA
INTITUIÇÃO
(PARTICULAR)
ALUNO-4
4 anos
PRÉ I
Menina
Vesp
2018
LAUDO EM
ABERTO
0.G40.0
PERTENCE
ALUNO-5
4 anos
PRÉ I
Menina
Vesp
2018
TEA
(Confirmado)
F.84
PERTENCE
ALUNO-6
5 anos
PRÉ II
Menino
Vesp
2018
SINDROME DE
PIERRE ROBIN
(Porem em processo
de investigação por
outras incidências)
Q.87/Q.75
PERTENCE
ALUNO-7
10 anos
4º Ano
Menino
Mat
2018
D.F
Deficiente Físico
10.G80.8
OUTRA
INSTITUIÇÃO
(PARTICULA)
ALUNO-8
4 anos
PRÉ I
Menino
Mat
2018
TEA
(Confirmado)
F.84
PERTENCE
ALUNO-9
2 anos
CRECHE
II
Menina
Mat
2019
LAUDO ABERTO/
NEUROLOGICO
(Apresenta
comportamento
TEA)
---
PERTENCE
ALUNO-10
5 anos
PRÉ II
Menino
Vesp
2018
LAUDO EM
ABERTO / TGD
---
PERTENCE
ALUNO-11
5 anos
PRÉ I
Menino
Mat
2018
D.I
G.93.1
PERTENCE
Autora 2019.
O quadro acima mostra as diversas necessidades educacionais especiais, as quais são
atendidas na sala do AEE da instituição, sendo mostrada a demanda de atendimentos da sala
em questão, as respectivas necessidades especiais de cada criança, seu grau e as análises
clínicas que ainda estão sendo investigadas sobre elas. Em relação ao quadro de crianças
36
matriculadas na instituição, mostra-se um quantitativo de 300 crianças, entre os períodos
matutino, vespertino e integral. Esses dados em relação às 10 crianças atendidas na sala do
AEE com TEA, ainda faltam uma melhor e maior estrutura tanto física de seu espaço quanto
preparação profissional.
Pois em pesquisas dos registros documentais da instituição é notável um significativo
número crescente na procura por vagas, da parte dos pais que vem a instituição, no anseio de
o quanto antes inserir sua criança para que possa ter um melhor desenvolvimento.
O parágrafo seguinte discorrera sobre como se deu o levantamento dos dados referente
ao comportamento das crianças com TEA ingressas na instituição, os momentos que foram
vivenciados por mim no percurso de todos os anos em que trabalhei como serviços gerais e
atualmente como auxiliar de secretaria da nesta Instituição de Educação Infantil.
6.1.3 Analise de dados
A partir dos documentos e experiência do convívio com as crianças na instituição,
nesta seção apresentamos um apanhado geral sobre os atendimentos e os comportamentos das
crianças que na instituição estão inseridas e as que são de outras instituições e aqui são
atendidas.
Entretanto nos ateremos em descrever os atendimentos relacionados ao TEA, e
salientar que foi observado que as crianças atendidas em sua maioria são meninos de dois aos
doze anos de idade, e somente duas meninas de dois anos e outra de quatro anos.
No decorrer da pesquisa percebe-se que o relacionamento entre alguns pais com o
diagnóstico recebido do filho, ainda é de negação, em aceitar que seu filho (a) possa ser uma
criança autista. Por medo de como lhe dar com as diversas situações que ocorrem com uma
criança autista.
Para que pudesse acrescentar e ter uma melhor visão e compreensão do assunto
discutido assim podendo enxergar melhor o funcionamento e a importância da sala de AEE,
foi aplicado um questionário relatando o ponto de vista da professora da área e outro
questionário com a professora responsável sala comum, pois assim teríamos um relato que
nortearia as informações acerca dos atendimentos, que contemplou cinco (5) perguntas
pertinentes ao tema, assim aplicadas tanto para a professora de sala comum e a do AEE, e a
partir das respostas dadas por ambas as professoras reuniremos mais informações para o
desenvolvimento do projeto.
37
Foi modificada somente a questão (2) das perguntas a qual uma é direcionada a
professora de sala regular e no outro questionário a pergunta será direcionada as professoras
da sala do AEE, no restante permaneceram as mesmas perguntas para as ambas às
professoras.
A partir desse ponto, os relatos serão a cerca da experiência de convivência que
adquiri ao longo de minha trajetória com crianças autista de 2 a 12 anos que passaram e outras
que ainda estão inseridos na instituição a qual trabalho.
Estão inseridas no atendimento da sala do AEE, duas crianças pertencentes a outras
instituições, as quais são um com diagnóstico TEA confirmado, que em outro momento foi
aluno da instituição em sala de ensino regular e AEE, outro com DF o qual faz somente
acompanhamento na sala de AEE para que seja trabalhados sua coordenação motora fina,
ampla e outro ponto que possa ajudá-lo em seu desenvolvimento psicomotor e
desenvolvimento cognitivo.
Em primeiro falo da observação da 1ª criança autista inserido na Creche III, um
menino 3 (três) anos completos, no entanto desde 2018 já frequentava a instituição com 2
anos 1 mês, pois, em 2018 ainda não tinha sido aprovado a data corte “ Institui que a criança
deverá ser matriculada na respectiva modalidade de ensino caso complete a idade exigida até
dia 31 de março do ano corrente” e esse somente para o calendário do ano letivo de 2019 o
qual foi instituído que entraria em vigor.
Como a criança já estava inserida na instituição teria direito a progressão, mas, ao
perceber o comportamento atípico da criança os professores de sala e AEE juntamente com a
coordenação pedagógica da escola em conversa com os pais da criança que também já haviam
notado tal comportamento, decidiram avançar nas buscas por respostas conclusivas, assim
buscaram diagnóstico conclusivo de médicos específicos da área, atestando que era sim uma
criança autista, iniciaram novas técnicas de trabalho pedagógicas para que pudessem
desenvolver o ensino aprendizagem na criança.
Devido aos laudos médicos os pais e a instituição decidiram que reteriam o mesmo por
ele ainda ser muito pequeno e para que pudessem trabalhar um pouco mais a questão da
maturidade, a socialização.
E no decorrer das observações feitas em relação ao comportamento dele ao final de
2018, pude perceber que ele gosta muito de brincar sozinho virado para parede, fica irritado
ao ponto de morder quando outra criança pega algo que está em sua mão, somente a
intervenção da professora de sala e a do AEE conseguem acalma-lo.
38
Nesse primeiro trimestre de 2019, teve um avanço em seu comportamento, na
aceitação de outra pessoa que não seja as professoras, mas, o olhar disperso é notável
principalmente quanto percebe que estão falando dele e gosta de cantar. No entanto já
consegue se alimentar moderadamente alguns alimentos mesmo estando misturado ou até
mesmo em estado pastoso diferentemente das outras crianças autista da instituição.
Entretanto é portador de outros CIDs, e um bem agressivo é de quadros alérgicos a
diversos itens, desde alimentos a materiais pedagógicos ex: “massinha modelar, giz de cera
tinta guache, leite, glúten etc”. Com a presença do laudo o qual atesta suas necessidades
clínicas a escola fica encarregada de providenciar junto ao órgão público a alimentação
adequada para ele, em concordância com a Lei Nº 12.982, de 28 de maio de 2014 determina o
provimento de alimentação escolar adequada aos alunos portadores de estado ou de condição
de saúde específica.
Portanto no inciso §2º da Lei Nº 12.982 de 2014 fala que.
§ 2º Para os alunos que necessitem de atenção nutricional individualizada em virtude
de estado ou de condição de saúde específica, será elaborado cardápio especial com
base em recomendações médicas e nutricionais, avaliação nutricional e demandas
nutricionais diferenciadas
Assim acrescentando e fortalecendo pontos no que se refere a inclusão, a qual entrou
em vigência para alterar a Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, dispõe sobre o atendimento
da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) aos alunos da
educação.
Nesse ponto os relatos serão acerca das observações feitas mediante convivência com
2ª criança na instituição a qual trabalho, ele um menino hoje com 10 anos que frequentou a
escola de ensino infantil dos 4 aos 6 anos sendo retido aos 5 anos por conta do seu pouco
desenvolvimento, devido ao comprometimento e grau do autismo “confirmado”, porém em
processo de investigação por outras incidências.
Ele é o menino meigo, no entanto se mostra nervoso quando contrariado, seu processo
de aprendizagem foi lento, porém surtiu um avanço ao fim do último ano na instituição. Hoje
ele faz parte de uma escola particular, mas o acompanhamento da sala de AEE é realizado na
instituição a qual estudava anteriormente direito assegurado por lei trazidos no artigo 60 da
Lei Nº 9394/96 (LDBN) capitulo V da Educação Especial falam “Os órgãos normativos dos
sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins
lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio
técnico e financeiro pelo Poder público”.
39
O relacionamento entre os pais e a escola sempre foi de companheirismo,
compartilhamentos e incentivos de ambas as partes, logo que recebera, o diagnostico de TEA
confirmado, procuraram o mais rápido inseri-lo no Atendimento Educacional Especializado,
informações sobre o assunto e estar atualizados nas mudanças de intervenção, sendo eles pais
presentes e sempre procuravam estar a par do desenvolvimento do filho, relatavam as
mudanças em casa.
Embora existam pais que não aceitam e não admitem que falem ou até mesmo
perguntem se o filho é autista, em momentos vivenciado relato uma experiência com uma mãe
do menino de 5 anos, o qual será a 3ª criança de meus relatos, foi um momento embaraçoso,
pois no ato da matricula ao responder o questionário “sócio econômico da criança/família” a
mãe negou o que o laudo médico relatava.
Foi a seguinte fala “Mãe – meu filho não é autista, não me agrada esse termo, então
não aceito colocar na ficha”, com essa fala e o laudo em mãos, fiquei sem reação ao ver a
negação da mãe referente ao diagnóstico do filho, pois era visível o que o laudo evidenciava e
de acordo com o comportamento que ele mostrava. Visto que teria que ser trabalhado na sala
do AEE para um maior desenvolvimento, mas essa intervenção só seria possível com a
autorização e aceitação da mãe.
A Declaração de Salamanca fala sobre envolvimento e da responsabilidade Parceria
com os Pais Fundamentos Perspectivas Comunitárias
57. A educação de crianças com necessidades educacionais especiais é uma tarefa a
ser dividida entre pais e profissionais. Uma atitude positiva da parte dos pais
favorece a integração escolar e social. Pais necessitam de apoio para que possam
assumir seus papéis de pais de uma criança com necessidades especiais[...] (Declaração de Salamanca 94 p, 13)
O apoio e conscientização dos pais são de suma importância para esse
desenvolvimento. Visto isso percebe se mais de 5 meses de aula a intervenção da professora
de sala e o auxilio da professora do AEE em sala regular, ele se mostra mais familiarizado
com a escola e funcionários, aceitando alguns comandos de brincadeiras, mas pouco interage
com os colegas, gosta de desenhar super-heróis, não come nada pastoso e nem que contenha
cor amarela, quando nervoso morde e chora muito, faz uso de remédios diários.
Com esse episódio percebo que em muitos casos a falta de conhecimento dos pais
atrasa o desenvolvimento prévio dos filhos. Parto do entendimento que quanto antes for
trabalhado a necessidade educacional daquela criança, mais cedo ela será preparada para
serem inserida na sociedade, sem retalhação ou privação de seus direitos. Conforme a
declaração de Salamanca 94.
40
[...]O papel das famílias e dos pais deveria ser aprimorado através da provisão de
informação necessária em linguagem clara e simples; ou enfoque na urgência de
informação e de treinamento em habilidades paternas constitui uma tarefa
importante em culturas aonde a tradição de escolarização seja pouca.(Declaração de
Salamanca 94 p, 13).
Desse modo acredito que não somente um aprimoramento, mas também um
acolhimento desses pais, pois ao descobrir que seu filho (a) é uma criança com TEA, muitos
passam a sofrer, temer e ter o sentimento de negação em relação ao diagnostico médico. Um
amparo o qual lhes possibilitaria o entendimento suporte para lhe dar com a nova situação
vivida. Para AMA (Associação de Amigos do Autista) que tem como propósito “Proporcionar
à pessoa com autismo uma vida digna: trabalho, saúde, lazer e integração à sociedade”,
transformando a vida muitas pessoas, iniciou em 1983 com a finalidade de “Oferecer à família
da pessoa com autismo instrumentos para a convivência no lar e em sociedade. Promover e
incentivar pesquisas sobre o autismo, difundindo o conhecimento acumulado”.
Em seguida relato as observações da 4ª criança, uma menina com TEA confirmado e
um quadro epilético, com idade de quatro anos, que já está frequentando a instituição há dois
anos, como somente nesse semestre pude acompanha-la devido minha troca de horário, não
foi possível presenciar comportamento da mesma anteriormente, mas foi percebido nos
poucos meses em contado com ela descrevo sua forma de alimentação, comportamento
afetivo, linguagem e socialização.
Ela não gosta dos alimentos se estiver misturado (comida pastosa, farofa ou sopa) fica
aborrecida com a insistência da professora em tentar convencê-la a comer algo, logo se senta
de costas para todos. Entretanto a mesma sede quando a cuidadora lhe oferece bolacha seca,
não são todos os funcionários da escola que conseguem conversar com ela, eu mesma levei
dois meses para que ela me respondesse “boa tarde” a que insistentemente dava lhe todos os
dias, pois é bem reservada e brinca com poucas coleguinhas da mesma idade.
Seguimos com a descrição da 5ª criança que foi inserida em março deste ano de 2019,
um meninode 3 anos de idade, TEA confirmado seguido de um laudo em aberto em processo
de investigação por outras incidências. Mas, antes irei relatar o momento em que a mãe da
criança, um tanto angustiada procurou a escola com ele em seus braços e pediu que eu, da
secretaria da instituição o observasse, em um primeiro momento ele se mostrou agitado,
nervoso com uma inquietude nos olhos, então ela perguntou “será que por ele ser assim tão
agitadinho consigo colocá-lo aqui, pois a outra escola disse que não podia ficar com ele”.
Até então ela não tinha comentado do laudo, por medo da instituição recusa-lo, e
relatou novamente na fala da mãe “sabe o que aconteceu, só por que disse que ele tinha um
41
laudo e estava em processo de investigação não quiseram aceita-lo. E aqui vai ser assim
também né?”. Ela sempre se mostrava apreensiva e repetia consecutivamente uma frase de
defesa ao seu filho mãe “Se não conseguir aqui também, vou ao Ministério Público, por que
só assim pra conseguir as coisas nessas escolas”. Entretanto foi explicado como seria feito a
matricula da criança mediante a toda documentação pessoal da responsável e da criança.
De acordo com a Declaração Salamanca nº 51 “O sucesso de escolas inclusivas
depende em muito da identificação precoce, avaliação e estimulação de crianças pré-escolares
com necessidades educacionais especiais”. Assim a mãe teceu uma longa conversa de como
ela já estava sem esperança com tudo o que vinha acontecendo na trajetória da busca de uma
escola para inserir o filho que em laudo medico atestava certa urgência em iniciar trabalhos de
socialização e pedagógicos como meios de intervenção social.
A criança foi inserida e acompanhada desde então por sua mãe e as professoras, mas
devido agravantes saúde, ele tem consecutivas faltas assim impossibilitando um trabalho mais
intensificado e proveitoso com ele. O trabalho com ele a ser realizado e os avanços ficam por
conta dos poucos dias que frequenta a escola.
Em análise das observações feitasna instituição elenco neste parágrafo, sobre a atuação
das professoras de sala de aula regular e a professora da sala do AEE. Em trabalho conjunto
com a professora da sala do AEE algumas professoras disponibilizam informações do
comportamento e avanços ou os retrocessos das crianças, discutem e buscam estar a par das
mudanças e inovações no que se refere intervenção, incluindo a criança em vários momentos
com seus colegas e atividades da sala de aula.
Em devolutiva a essa posição a professora do AEE busca estar inteirada do quadro de
crianças que estão sendo inseridos na escola e suas necessidades, para que possa desenvolver
um trabalho que venha surtir efeito e auxiliar a professora de sala. Busca informações
atualizadas, preparação com oficinas pedagógicas e especialização na área da inclusão.
A inclusão questiona não somente as políticas e a organização da educação especial
e da regular, mas também o próprio conceito de integração. Ela é incompatível com
a integração, já que prevê a inserção escolar de forma radical, completa e
sistemática. Todos os alunos, sem exceção, devem frequentar as salas de aula do
ensino regular (MANTOAN, 2008, p. 19).
Em contra partida outro grupo de professoras são mais resistentes ao que se refere
inclusão, acreditam que isso só seria possível com um maior aprofundamentonos estudos
sobre as especificidades que estão surgindo.
De acordo com a LDB n°9.394 (BRASIL, 1996) Fala que toda criança tem por direito
a educação escolar acolhedora e de qualidade. Mostrando que é necessário que seja sim uma
42
educação escolar de qualidade para que se atendam exatamente essas crianças dentro de suas
especificidades sendo físicas ou intelectuais.
A escola, como uma instituição voltada para a informação e a formação poderia ser
um espaço que se preocupasse em tornar os alunos mais humanos. Assim entendida,
ela representa um lugar favorável a que todos que a procuram possam ser bem
vindos para colaborar no trabalho realizado. Cada um deveria fazer parte do seu
contexto como um membro valorizado e, por sua vez, alunos e profissionais
deveriam apoiar-se mutuamente, uns aos outros, como aprendizes ativos, dinâmicos
e recíprocos. (FERREIRA, 2003, p. 42).
Segundo a autora é de responsabilidade da escola tornar o ambiente escolar acolhedor,
amistoso e de inteiro comprometimento com o aluno,para que o mesmo sinta- se pertencentes
ao ambiente que está inserido e ambos possam caminhar lado a lado respeitando o seu
contexto de vida.
Nessa esfera de cumplicidade estará demonstrando as devida preocupação para com
seus alunos, de modo que ambos estarão trabalhando de maneira que venha promover uma
inteira inclusão dentro das possibilidades. Para Mantoan (2001, p. 24) fala que, não temos
condições de afirmar o quanto uma criança pode ou não aprender. O importante é que os
professores entendam que existem diferenças individuais entre quaisquer crianças, existem
preferências e ritmos de aprendizagem.
A fala da autora vem reforçar o que se refere às práticas docentes nas escolas, mostra
que tem que ser trabalhado conforme seu amadurecimento cognitivo, para que pudesse
mostrar na pratica desenvolvi um questionário semiestruturado para que as professoras
pudessem relatar os desenvolvimentos de seus alunos com TEA.
Nesse parágrafo explico referente ao questionário que seria respondido por duas
professoras e fariam parte dos documentos para análise,o qual não foi anexado ao corpo do
trabalho, devido uma falha de planejamento de minha parte que acarretou a demora no envio.
Em virtude desse fato não foi possível às contribuições e relato das professoras, para que
pudessem ter uma participação escrita mostrando seu ponto de vista tendo sua fala registrada,
relatando o desenvolvimento de seus alunos com TEA. Acredito que teriam sido de grande
valia as informações e contribuições das professoras para escrita na conclusão desse trabalho.
43
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No âmbito da educação a palavra inclusão em nosso país ainda é um grande desafio,
São notáveis os muitos avanços e conquistas alcançadas, mas ainda temos muito que
percorrer. A inclusão é um direito assegurado por lei, entretanto esses direitos ainda estão em
uma longa caminhada, pois existe certo distanciamento entre ter direitos assegurados por leis
e de fato a criança ter esses direitos garantidos por ela.
É preciso de um novo olhar no que se refere às crianças com necessidades especiais,
pois elas sempre existiram e sempre existirão. Mas, precisa mudar se a postura do olhar sobre
essas crianças, e eles como alunos serem percebidos na fala e atitude dos professores
enquanto educadores, pesquisadores com uma forma de agir e trabalho diferenciado.
A família estar a par das necessidades e dos direitos de seus filhos, e não se intimidar
em procurar, fazer valer todas as lutas por quais outros passaram e passam para que esses
direitos fossem alcançados, não se calarem na primeira negativa.
Olhar as peculiaridades, as limitações e demais necessidades com um olhar
humanizado, acreditar na inteira capacidade do outro incentivá-lo a seguir em frente em busca
de mais conhecimento.
Para que possamos ser verdadeiros professores os quais vamos ter o inteiro dever de
auxiliadores na construção do conhecimento, Temos que deixar o lado humano falar junto
com o ser professor onde entende as necessidades do outro, que incentivam, auxiliam e
acreditam no potencial existente dentro de cada ser. Para que não seja só ensinamento de
números ou de letras, mas que possa ser feito um trabalho que venha marcar as vidas de
ambos com práticas pedagógicas desenvolvidas no decorrer dessa caminhada, com amor,
gestos de carinho compreensão e afeto demonstrado ás nossas crianças.
No decorrer do desenvolvimento do trabalho as leituras possibilitaram-me perceber
que com o passar dos tempos às pesquisas científicas tanto na área médica quanto educacional
evoluíram muito, conseguindo trazer esclarecimentos as minhas dúvidas. Percebi que a
sociedade mostrou um olhar diferenciado em relação às pessoas com necessidades especiais.
Passaram a enxergar a necessidade de se ter políticas Públicas que possam viabilizar
atendimentos e suportes adequados para essas pessoas e suas famílias em uma sociedade mais
inclusiva.
44
Mesmo que seja demorada a ação dessas Políticas, não podemos deixar de ofertar o
mínimo dentro das possibilidades e de nossos alcances. Proporcionando condições adequadas
para o desenvolvimento, colaborando com trabalho de excelência.Esses atos e atitudes
refletem diretamente na vida de um ser humano que está em pleno desenvolvimento.
Nas salas de Atendimento Educacional Especializado, é de grande valia ter um
professor engajado com seu trabalho e com o contexto de vidas de seus alunos, pois se for
algo sem propósito e objetivo, sem capacitação adequada desse professor não surtirá o efeito
de inclusão. Essas mudanças devem acontecer como um todo, dentro e fora da sala de AEE,
como também nas mais diversas áreas da comunidade escolar, e se alcance níveis mais
elevados nos seu desenvolvimento educacional.
Para tanto se espera que este trabalho contribua de forma a despertar em nós futuros
também nos atuais professores a importância da valorização de nossos alunos, principalmente
os especiais, incentivando-os, projetando-os em alcançar seus objetivos.
Aos familiares de crianças especiais que acreditem e nunca deixe de buscar e investir
no potencial existente em seus filhos lute pelos seus direito e de seus filhos tanto na educação,
saúde e sociedade. Pois a educação é a melhor herança a qual o fortalecerá promovendo sua
inteira proteção, sendo ela a precursora de novos caminhos. Para Mello a interação da família
de pessoas com necessidades especiais com a sociedade e da sociedade com essas famílias
forma-se um forte alicerce.
“Proporcionar à pessoa com autismo uma vida digna: trabalho, saúde, laser e
integração à sociedade. Oferecer à família da pessoa com autismo instrumentos para
a convivência no lar e na sociedade. Promover e incentivar pesquisas sobre o
autismo, difundindo o conhecimento acumulado”. (MELLO, 2013, p. 33).
Sob o mesmo ponto de vista enxerguei na fala do autor, quão importante é o apoio,
incentivo, acolhimento da sociedade e a conscientização, dos amigos, e familiares das famílias
de crianças com TEA e outras necessidades especiais. Acredito que esse envolvimento traz
fortalecimento e abre as portas para a inclusão.
Aos futuros pesquisadores digo lhes, nunca desistam de seus sonhos, procurem
aprimorar-se com carinho que busquem ampliem a visão e o interesse em se doar e construir
novas pesquisas que envolvam o âmbito da educação inclusiva em nosso sistema educacional
de ensino.
45
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20 de dezembro de 1996 - Capitulo V - Da Educação Especial.
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http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/ed_especial/tgd_unid2.pdf. Acessado
em 24/09/2018.
48
APÊNDICE A
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA
Nome do sujeito:..................................................................................................
Documento de identidade nº : ............................................. Sexo: M ( ) F ..( )
Data nascimento: ......../......../......
Endereço ...................................................................... nº .................................
Bairro:........................................................................Cidade ..............................
Cep:.........................................Telefone: DDD (.....) ...........................................
QUESTIONÁRIO DE INVESTIGAÇÃO
Professora sala do AEE.
Pergunta 1)
Qual a importância da sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE) no
desenvolvimento educacional e de habilidades nos alunos autistas?
R___________________________________________________________________
Pergunta 2)
Que tipos de recursos são disponibilizados na sala de AEE para mediar o ensino da criança
autista?
R__________________________________________________________________
Pergunta 3)
Qual o papel deste profissional, professor na sala de Atendimento Educacional Especializado?
R__________________________________________________________________
Pergunta 4)
Na sua visão, a preparação continuada do professor de sala em receber crianças autistas
agrega na educação e socialização destas crianças?
R___________________________________________________________________
Pergunta 5)
O que a experiência com as crianças Autistas mudaram na sua vida, na perspectiva de
crescimento profissional, a caráter de conhecimento acerca das diversidades em todas as
crianças e suas nuance-as, em síntese: essa experiência mudou o modo o qual a senhora
enxergava a vida e as problemáticas que nela ocorrem?
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APÊNDICE B
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA
Nome do sujeito: ..................................................................................................
Documento de identidade nº: .................................................Sexo: M (). F ()
Data nascimento: ......../......../......
Endereço ................................................................................. nº .........................
Bairro: ...........................................................Cidade .............................................
Cep: .........................................Telefone: DDD (…) .............................................
QUESTIONÁRIO DE INVESTIGAÇÃO
Professora de sala de aula regular.
Pergunta 1)
Qual a importância da sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE) no
desenvolvimento educacional e de habilidades nos alunos autistas?
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Pergunta 2)
Que tipos de recursos são disponibilizados na sala regular para mediar e auxiliar o ensino da
criança autista?
R___________________________________________________________________
Pergunta 3)
Qual o papel deste profissional professor na sala de Atendimento Educacional Especializado?
R___________________________________________________________________
Pergunta 4)
Na sua visão, a preparação continuada do professor de sala em receber crianças autistas
agrega na educação e socialização destas crianças?
R___________________________________________________________________
Pergunta 5)
O que a experiência com as crianças Autistas mudaram na sua vida, na perspectiva de
crescimento profissional, a caráter de conhecimento acerca das diversidades em todas as
crianças e suas nuance-as, em síntese: essa experiência mudou o modo o qual a senhora
enxergava a vida e as problemáticas que nela ocorrem?
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