UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO EDUCAÇÃO E SAÚDE
UNIDADE ACADEMICA DE SAÚDE
CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO
VILDETE DE MACEDO VALDIVINO
AVANÇOS NA TERAPIA NUTRICIONAL EM BENEFÍCIO DO
QUADRO CLÍNICO DE CRIANÇAS AUTISTAS: Uma revisão
Integrativa da Literatura.
CUITE/PB
2016
VILDETE DE MACEDO VALDIVINO
AVANÇOS NA TERAPIA NUTRICIONAL EM BENEFÍCIO DO QUADRO CLÍNICO DE CRIANÇAS AUTISTAS: Uma Revisão Integrativa da Literatura.
Trabalho de Conclusão de Curso a ser Apresentado a Unidade Acadêmica de Saúde da Universidade Federal de Campina Grande, como requisito obrigatório para obtenção de titulo de Bacharel em Nutrição, com linha especifica em Nutrição Clínica.
Orientador(a): Msc. Ana Paula de Mendonça Falcone
CUITE/PB
2016
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA NA FONTE Responsabilidade Msc. Jesiel Ferreira Gomes – CRB 15 – 256
V146a Valdivino, Vildete de Macêdo. Avanços na terapia nutricional em benefício do quadro
clínico de crianças autistas: uma revisão integrativa da literatura. / Vildete de Macêdo Valdivino. – Cuité: CES, 2016.
40 fl.
Monografia (Curso de Graduação em Nutrição) – Centro
de Educação e Saúde / UFCG, 2016. Orientadora: Ana Paula de Mendonça Falcone.
1. Transtorno autístico. 2. Dieta. 3. Glúten. 4. Proteína do
leite. I. Título. Biblioteca do CES - UFCG CDU 616-053.2:616.89
VILDETE DE MACÊDO VALDIVINO
AVANÇOS NA TERAPIA NUTRICIONAL EM BENEFÍCIO DO QUADRO CLÍNICO DE CRIANÇAS AUTISTAS: Uma Revisão Integrativa da Literatura.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Unidade Acadêmica de Saúde da Universidade Federal de Campina Grande, como requisito obrigatório para obtenção de título de Bacharel em Nutrição, com linha específica em Nutrição Clínica Funcional.
Aprovado em _____ de ____________ de ________.
BANCA EXAMINADORA
Professora Msc. Ana Paula Mendonça Falcone
Universidade Federal de Campina Grande
Orientadora
Humara Danielle Veríssimo Quaresma
Universidade Estadual da Paraíba
Examinador (a)
Professora Msc. Michelly Pires Queiroz
Universidade Federal de Campina Grande
Examinador (a)
Cuité-PB
2016
Aos meus avós, por todo
amor, incentivo, exemplo,
toda sabedoria e oportunidade
de me transformar em um ser
humano melhor, dedico.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus pelo amor incomparável, pela força, fé, saúde e
coragem para concluir essa jornada, por me dar sempre o que eu necessito e não o
que eu desejo. Aos meus avós Sebastião Valdivino Simão e Maria Hosenete
Oliveira, que mesmo não tendo obrigação nenhuma fizeram por mim tudo que
estavam ao seu alcance, nunca me desampararam nem financeiramente nem
afetivamente.
Aos meus pais, Deliel Oliveira Valdivino e Mariângela de Macêdo Vasconcelos,
pelo dom da vida. Aos meus irmãos Lidiane, Deborah, Danila, Vinicius, Lívia,
Gabriela e Marcos pelo companheirismo.
Ao meu porto seguro, Jailson Filho, pela paciência, dedicação, compreensão,
pelo amor, carinho e por toda atenção nos momentos de preocupação, estresse e
descontrole emocional.
Ao meu tio, José de Arimatéia Oliveira Valdivino, que sempre foi um exemplo
de como é vencer na vida e não esquecer suas raízes.
Aos meus professores pelos ensinamentos, conselhos e pela pequena
demonstração de o quanto é bela essa profissão. Aos meus colegas e amigos que
conquistei ao longo do curso, especialmente Izadora Gomes, Fabiana Dias, Paloma
Maia, Josué Dias e Nizabete Targino, que foram verdadeiros companheiros nesse
percurso. A minha amiga de infância Kívia Dantas que tem sido meu braço direito,
esquerdo, minhas pernas, minha bússola quando me perco nas minhas indecisões.
A minha Orientadora, professora Ana Paula Mendonça Falcone pela paciência,
compreensão, ajuda e confiança. Ao motorista do ônibus e meu amigo, Aldir, que
durante cinco anos foi meu salva-vidas e merece compartilhar comigo toda alegria
de ter chegado ao fim, e a seu Vital, o funcionário mais simpático, competente e
merecedor de elogios da UFCG, a cada dia que chegávamos desestimulados no
Bloco G seu Vidal nos recepcionava com palavras de afeto e de ânimo, muito
obrigada!
"É tão incorreto tratar crianças que possuem problemas psicossociais
só com vitaminas, quanto é tratar crianças que sofrem de problemas
nutricionais somente através de drogas, da psicoterapia ou do
aconselhamento familiar. Infelizmente o segundo erro foi e continua sendo o
mais comum".
Dr. Abram Hoffer, M.D., Ph.D.
RESUMO
VALDIVINO, V.M. Avanços na Terapia Nutricional em Beneficio do Quadro
Clinico de Crianças Autistas: Uma revisão integrativa da literatura. 2016. 40f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Universidade Federal
de Campina Grande, Cuité, 2016.
O Autismo é um transtorno no desenvolvimento neurológico, caracterizado por
alterações na comunicação, na interação social e no comportamento da criança.
Além das alterações anteriormente citadas, o Autismo também apresenta algumas
alterações metabólicas e deficiência de nutrientes devido a ingestão irregular de
alimentos. Mediante essa problemática, há uma maior necessidade de encontrar nos
alimentos um meio que auxilie e beneficie o quadro clinico dos pacientes. Em função
disso esse trabalho trata-se de uma revisão integrativa da literatura, objetivando
conhecer a propriedade dos Nutrientes e como a intervenção nutricional pode
influenciar na prevenção e tratamento de sintomas do Autismo. Para a análise foram
levantados e compilados dados de artigos científicos indexados nas seguintes bases
de dados: PubMed, SciELO, Medline, Lilacs e Google Acadêmico. Também foram
selecionados livros de acervos particulares e/ou encontrados na biblioteca da
Universidade Federal de Campina Grande. A estratégia de busca de dados incluiu
os seguintes descritores utilizados em várias combinações: AUTISMO;
ALIMENTAÇÃO; DIETA; SUPLEMENTAÇÂO; SEM GLÚTEN; SEM CASEÍNA.
Através da pesquisa foi possível constatar que os sintomas gastrointestinais podem
ser tratados através a intervenção dietoterápica como restrições alimentares
(retirada do glúten e da caseína), cuidado na procedência dos alimentos (ingesta de
alimentos livres de agrotóxicos, corantes, conservantes), intervenção nas interações
fármacos-nutrientes, cuidado nas reações adversas de antibióticos, antiinflamatórios
e na manutenção da bioflora intestinal, mantendo assim a conexão cérebro-intestinal
e consequentemente influenciando no estado comportamental dos pacientes. A
suplementação de vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais é de suma
importância devido a baixa ingestão e variedade de alimentos pelo autista, como
também em relação ao aumento da permeabilidade intestinal, colaborando com a
diminuição de alguns sintomas e beneficiando o estado nutricional do paciente.
Palavra-chave: transtorno autístico. dieta. glúten. proteína do leite.
ABSTRACT
VALDIVINO, V. M, Advances in the Nutritional Therapy in Clinical Benefit of
Clinical Condition of Autism’s Crildren: a integrative review of literature. 2016.
40f. Work Completion of Course (Grade in nutrition) Federal University of Campina
Grande, Cuité, 2016.
Autism is a disorder in the neurological development, characterized by changes in
communication, social interaction, and in child‟s behavior. In addition to the above
mentioned changes, autism has also some metabolic and nutrient deficiency due to
irregular food intake. In front of this problem, there is a major need to find in the food,
a way which helps and benefits the clinical conditions of the patient. Based on that,
this paper it is an integrative literature review that look for to know the property of
nutrients and how the nutritional intervention can influence in the prevention and
treatment of the Autism‟s symptoms. For analysis were collected and compiled data
of scientific articles indexed in the following databased PubMed, SciELO, Medline,
Lilacs and Google Scholar. Also they were select books from private collections
and/or found in the library of Federal University of Campina Grande. Data search
strategy includes the following descriptors used in various combinations: AUTISM,
FEEDING, DIET, and SUPPLEMENTATION; NO GLUTEN, NO CASEIN. Through
the search was possible to verify that the gastrointestinal symptoms can be treated
by the dietotheraupetic intervention, as dietary restriction (removal of gluten and
casein), care in the origin of the food (ingesting of food free of agrochemicals, dyes
and artificial preservative) intervention in interaction in drug-nutrients, care in the
adverse reactions, of antibiotics and anti-inflammatories and in the maintaining of
intestinal flora, this way, keeping the brain-intestine connection and consequently
influencing in the behavioral state of the patients. Supplementation of vitamins and
mineral and essential fatty acids is paramount importance due to the low intake and
variety of food for the autistic, as well as, in relation to the increased intestinal
permeability, collaborating with the reduction of some symptoms and benefiting of
nutritional status of the patient.
Key words: autistic disorder. diet. gluten. milk protein.
LISTA DE ABREVIAÇÕES
TEA – Transtorno do Espectro Autismo
SGSC – Sem Glúten e Sem Caseína
CARS – Childhood Autism Rating Scale ou “Escala de Pontuação para Autismo na
Infância”
IDR – Ingestão Diária Recomendada
DHA – Ácido docosahexaenóico
UFCG – Universidade Federal de Campina Grande
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 13
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 13
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 13
3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 16
3.1 AUTISMO: CONCEITO E HISTÓRIA .................................................................... 16
3.2 PERMEABILIDADE INTESTINAL NO TEA .......................................................... 18
3.3 PEPTÍDEOS OPIOIDES EXÓGENOS E AUTISMO ............................................. 20
3.4 INTERVENÇÃO NUTRICIONAL ........................................................................... 22
3.4.1 Sem glúten e sem caseína (SGSC) .................................................................. 22
3.4.2 Suplementação Vitamínica e Mineral ............................................................. 23
3.4.2.1 Vitamina D ......................................................................................................... 24
3.4.2.2 Ácido Fólico ...................................................................................................... 24
3.4.3 Ácidos Graxos Ômega 3 ................................................................................... 25
4 METODOLOGIA ........................................................................................................ 14
4.1 TIPO DE PESQUISA .............................................................................................. 14
4.2 LOCAL DE PESQUISA ........................................................................................... 14
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO .......................................................... 14
4.4 PROCEDIMENTOS E ANÁLISE DE DADOS ........................................................ 14
5 RESULTADOS .......................................................................................................... 27
5.1 PERMEABILIDADE INTESTINAL: DIETA SEM GLÚTEN E SEM CASEÍNA ...... 27
5.2 SUPLEMENTAÇÃO VITAMINÍCA E MINERAL ..................................................... 29
5.2.1 Vitamina D .......................................................................................................... 30
5.2.2 Ácido Fólico ........................................................................................................ 31
5.3 ÁCIDOS GRAXOS OMEGA 3 ................................................................................ 31
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 33
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 35
11
1 INTRODUÇÃO
Apesar de recente, o termo Autismo tem sido muito divulgado, embora não se
tenha chegado a uma causa específica e também não se conheça uma cura
provável, porém, várias linhas de estudos foram identificadas para contribuir com
uma evolução positiva para o quadro clinico desses pacientes. Uma delas é de que
a Nutrição, de várias maneiras, tem influência direta na sintomatologia do transtorno
do espectro autístico. Dessa forma, essa revisão bibliográfica tem como objetivo
identificar as diversas formas de Intervenções Nutricionais adequadas que
colaboram para melhora dos sintomas desses indivíduos e para uma melhor
qualidade de vida.
O Autismo, originalmente visto como genético e limitado ao cérebro, nos
últimos tempos passou a ser visto como uma possível desordem imune neuro-
inflamatória (MARCELINO, 2010). Segundo a Defensoria Publica do Estado de São
Paulo (2011) o Autismo é um Transtorno Global do Desenvolvimento (também
chamado de Transtorno do Espectro Autista - TEA), caracterizado por alterações
significativas na comunicação, na interação social e no comportamento da criança.
Essas alterações levam a importantes dificuldades adaptativas e aparecem antes
dos três anos de idade, podendo ser percebidas, em alguns casos, já nos primeiros
meses de vida. As causas ainda não estão claramente identificadas, porem já se
sabe que o Autismo é mais comum em crianças do sexo masculino e independe de
etnia, origem geográfica ou situação econômica. Estudos recentes associam à
etiologia do Autismo a contribuição genética, fatores de risco pré-natal e pós-natal,
toxinas alimentares, intoxicação por metais, alergia ao glúten e a caseína, entre
outros.
O diagnóstico é feito por pediatras, psiquiatras ou neurologistas, através de
avaliação clínica associada a uma série de diferentes medidas e instrumentos de
triagem, sendo a escala CARS (Childhood Autism Rating Scale ou “Escala de
Pontuação para Autismo na Infância”) de Schopler a mais utilizada e eficaz, podendo
ser traduzida em vários idiomas. (RAPIN; GOLDMAN, 2008). Com relação ao
tratamento e devido a natureza do Transtorno do Espectro Autismo não ser
totalmente conhecida, as intervenções devem ser multidisciplinares.
12
Estudos atuais identificam uma serie de desequilíbrios fisiológicos e
metabólicos no organismo de crianças com Autismo, segundo Woicieschoski (2013)
a permeabilidade intestinal e alergia alimentar em crianças portadoras do TEA são
questões avaliadas devido à presença constante de sintomas gastrointestinais
como: diarréia, constipação, distensão e dor abdominal. Sendo assim, terapias
alternativas como restrições alimentares e suplementações de vitaminas e minerais,
bem como ácidos graxos, tem sido cada vez mais estudadas e relatadas, por pais e
pesquisadores, com bons resultados amenizando os sintomas gastrointestinais e
refletindo melhoras comportamentais (Galiatsatus et. al. 2009).
Os resultados da conduta nutricional incluem redução da agressividade e do
comportamento autodestrutivo, melhora na sociabilidade, atenção, fala e
estereotipias. A dieta parece ser mais bem sucedida em crianças com história
patológica pregressa ou familiar positiva de alergias alimentares (FRANCIS, 2005).
Entre as intervenções nutricionais mais comentadas na atualidade a restrição
do glúten e da caseína são as principais. Segundo Carvalho (2012), o glúten e a
caseína causam sensação de prazer, hiperatividade, falta de concentração,
irritabilidade, dificuldade na interação da comunicação e sociabilidade.
Em 2010, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, dois de abril, a
ONU declarou que é possível que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas
em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e
interagem. O Autismo, afeta em média uma em cada 110 crianças nascidas nos
Estados Unidos, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças
(CDC) em 2006. No Brasil, porém, ainda não há estatísticas a respeito do TEA. Os
fatores que desencadeiam o Autismo são genéticos e ambientais, dentre estes, a
alimentação é um dos principais.
Domingues (2011) diz que existem três aspectos mais marcantes em relação
a alimentação do autista: a seletividade, a recusa, e a indisciplina. É sabido que a
inadequação alimentar, tanto a nível protéico-calórico, quanto em nível de
micronutrientes comprometem o crescimento e desenvolvimento de qualquer ser
vivo.
Esse trabalho é uma investigação Integrativa da literatura com o intuito de
analisar os avanços na terapia nutricional e de como a intervenção dietética tem sido
13
usada como uma ferramenta para manter e melhorar a saúde física e qualidade de
vida de autistas. A especulação de que a conduta nutricional pode afetar de forma
semelhante a saúde mental e o bem-estar particularmente em casos de
sintomatologia psiquiátrica e comportamental abre várias avenidas para melhorar
potencialmente a qualidade de vida (WHITELEY et al. 2012).
Dentre tantos padrões de dietas, a ciência ainda busca definir um ideal para o
Autismo, mesmo assim, é difícil chegar a um consenso quando não se conhece a
origem e a verdadeira definição para esse transtorno.
14
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Realizar uma análise Integrativa dos estudos revisados a fim de Identificar
novas condutas dietoterápicas e descrever sua importância para crianças
diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Relatar os sintomas e os principais comportamentos em crianças portadoras do
transtorno.
Descrever o metabolismo dos componentes da conduta dietoterápica e sua
relação com a evolução dos sintomas e comportamentos dos portadores.
Identificar as aplicações clínicas e funcionais das dietas restritivas e de
suplementação para os portadores.
Discutir o efeito das dietas nos comportamentos característicos do transtorno.
15
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 AUTISMO: CONCEITO E HISTÓRIA.
O termo “Autismo” origina-se do termo grego autós, que significa “de si
mesmo”. Possi (2011) relata que o termo Autismo foi inserido na literatura
psiquiátrica por Plouller em 1906, ao descrever a demência precoce (atual
esquizofrenia) de alguns pacientes em processos psicóticos e alienados de tudo a
sua volta. Em 1911 foi definido como perda do contato com a realidade, causada
pela grande dificuldade ou impossibilidade de comunicação interpessoal. Kanner
descreveu em 1943, sob o nome “distúrbios autísticos do contato afetivo” um quadro
caracterizado pelo Autismo extremo (ASSUMPÇÃO JR; PIMENTEL 2000).
Em 1944, Hans Asperger, médico, formado na Universidade de Viena (a
mesma em que estudou Leo Kanner), escreve outro artigo com o título
Psicopatologia Autística da Infância, descrevendo crianças bastante semelhantes às
descritas por Kanner. Em 1976, Ritvo, relaciona o Autismo a um déficit cognitivo,
considerando-o não uma psicose e sim um distúrbio do desenvolvimento
(ASSUMPÇÃO JR; PIMENTEL 2000)
Existem alguns sinais e sintomas apresentados por autistas, dentre eles a
dificuldade de comunicação que é caracterizada pela dificuldade em utilizar com
sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isto inclui gestos,
expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal; a
dificuldade de sociabilização, e a dificuldade de relacionar-se com os outros, a
incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções. Há uma dificuldade
em se colocar no lugar do outro, e de compreender fatos a partir da perspectiva de
outra pessoa; e por fim, a dificuldade no uso da imaginação, que se caracteriza por
rigidez e inflexibilidade e se estende às várias áreas do pensamento, linguagem e
comportamento da criança. Pode ser melhor explicado pela presença de
comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da linguagem, falta
de aceitação das mudanças e dificuldades em processos criativos (NILSSON, 2003;
MELLO, 2001).
16
RAPIN e GOLDMAN (2008) afirmam que o diagnóstico é feito por meio de
diferentes medidas e instrumentos de triagem, sendo a escala CARS (Childhood
Autism Rating Scale ou “Escala de Pontuação para Autismo na Infância”) de
Schopler a mais utilizada e consequentemente a mais eficaz, podendo ser traduzida
em vários idiomas.
“Devido à natureza dos Transtornos Globais do Desenvolvimento, as
intervenções devem ser multidisciplinares, contemplando os aspectos da psicologia,
fonoaudiologia e nutrição, entre outros” (CARVALHO et al 2012).
Há controvérsias quanto a rótulos usados para descrever o TEA. De acordo
com Williams e Wright (2008) o Distúrbio do Espectro Autismo ou Transtorno do
Espectro Autista (TEA) refere-se a qualquer diagnostico do Autismo, porém, a
literatura cita: Autismo e/ou Autismo infantil, Síndrome ou Transtorno de Asperger e
Autismo atípico. Que se diferenciam não pela intensidade dos sintomas, mas pela
presença ou ausência deles.
Teixeira (2010) diz que a prevalência do Autismo no Brasil ainda não é
conhecida, sendo utilizada a maioria dos dados populacionais sobre TEA de países
desenvolvidos.
Há três áreas do corpo, relatados em estudos, que estão envolvidos no
Autismo, o trato gastrointestinal, o cérebro e o sistema imune. Problemas com a
alimentação de crianças são muito comuns, e segundo Williams e Wright (2008),
com crianças autistas mais ainda. Alguns começam com hábitos alimentares
excelentes, mas depois restringem a alimentação. De acordo com Silva (2011)
crianças autistas são muito seletivas e resistentes ao novo devido ao
comportamento repetitivo e interesse restritivo, levando a um bloqueio a novas
experiências alimentares. Esse bloqueio influencia tanto no crescimento quanto
desenvolvimento das crianças, como por exemplo: ingerir apenas determinados
alimentos e rejeitar esses mesmos alimentos, o indivíduo mantém uma ingestão
inadequada de calorias e nutrientes comprometendo o ganho de peso; com relação
a dificuldade em aceitar alimentos sólidos ou de textura diferente poderá ocorrer
prejuízos a saúde bucal, desenvolvimento dos dentes e aproveitamento total de
nutrientes; o fato de comer e beber apenas em determinados lugares, aumenta o
comportamento de indisciplina durante as refeições por não aceitar ou não se
adaptar aos costumes a mesa (SILVA 2011).
17
3.2 PERMEABILIDADE INTESTINAL NO TEA
Estudos científicos atuais apontam, cada vez mais, para uma gama de
desequilíbrios fisiológicos e metabólicos no organismo de crianças com Autismo,
uma delas é o aumento da permeabilidade intestinal e alergia alimentar em crianças
portadoras do TEA, que possuem questões avaliadas devido à presença constante
dos sintomas gastrointestinais: diarréia, constipação, distensão e dor abdominal
(BUIE et al. 2010 apud WOICIECHOSHI,C. G., 2013).
Segundo Gonzalez (2005) permeabilidade intestinal é causada pela
inflamação da parede do intestino que é responsável pela absorção de
micronutrientes e atua como barreira de proteção a passagem de macromoléculas e
compostos tóxicos, bactérias, alérgenos e peptídeos derivados de alimentos que
podem ser prejudiciais ao entrarem na circulação e produzir as anormalidades
presentes no Autismo.
Existem varias teorias que evidenciam a deterioração da permeabilidade do
intestino de autistas, como por exemplo, a utilização de antibióticos,
antiinflamatórios, hormônios, pesticidas, glúten, caseína, aditivos químicos, corantes,
conservantes, como também a má absorção de proteínas e a insuficiência de
enzimas. Além disso, a conexão cérebro-intestinal é reconhecida através das
fisiopatologias de varias doenças neurológicas. Os sintomas como prisão de ventre,
inchaço, e dor em adultos estão ligadas a doenças degenerativas do sistema
nervoso central, tais como Parkinson, e pais de crianças autistas apresentam
sintomas semelhantes.
MARCELINO (2010) relata que um dos principais fatores para contribuição do
intestino permeável em autistas seja a deficiência de sulfatação, que regula o
funcionamento dos glicosaminoglucanos (polissacarídeos com carga negativa que
atraem íons positivos e água) que mantém a integridade do tecido celular, incluindo
a mucosa intestinal. A não produção de glicosaminoglucanos a integridade celular
não acontece, aumentando o espaço entre as células provocando o intestino
permeável.
18
As crianças autistas apresentam com maior freqüência sintomas
gastrointestinais como dores abdominais, flatulência, azia, diarréia crônica, salivação
vômitos, regurgitação, bruxismo, perda de peso, constipação, irritabilidade, entre
outros. Para esses sintomas são testadas algumas intervenções nutricionais as
quais iremos conhecer durante o trabalho.
Segundo Oliveira (2012) estudos mostram resultados de que os autistas
possam ter uma alteração da permeabilidade intestinal e da capacidade do sistema
digestório de fragmentar corretamente o glúten e a caseína, fazendo com que essas
proteínas atravessem a barreira intestinal em cadeias protéicas maiores do que o
normal e entrem inteiras na circulação sanguínea. Reichelt (2009), diz que os
autistas têm freqüentemente uma deficiência ou ausência da enzima digestiva
dipeptidil-peptidase IV (DPP IV) que é responsável pela quebra destes peptídeos no
intestino. A enzima DPP IV também é altamente sensível ao mercúrio e aos
organofosfarados, tendo sua função diminuída devido a presença destas
substâncias.
3.3 PEPTÍDEOS OPIOIDES EXÓGENOS E AUTISMO
O primeiro passo para compreendermos a hipótese da importância de uma
intervenção nutricional sem glúten e sem caseína na intensificação de sintomas em
portadores de TEA é falar sobre peptídeos. Os mesmos atuam como regradores ou
como moléculas sinalizadoras que afetam uma variedade de sistemas
neurotransmissores que regulam o comportamento. “Em 1979, um médico chamado
Dr. Jaak Panksepp, sugeriu que peptídeos incompletamente digeridos, após
absorvidos passariam a ter atividade opióides e poderiam ser acusadores do
Autismo dando início à teoria do “Excesso de Opióides” como causadora ou
agravadora do Autismo.” (PANKSEPP, 1987 apud OLIVEIRA 2012).
Juarez (2003), relatou que nas primeiras investigações em 1979, Panksepp
em um estudo administrou substâncias opiáceas em animais, registrando a
presença de alterações comportamentais, como a irritabilidade, agressividade,
movimentos repetitivos, transtornos de sono e etc., sendo que essas características
desapareciam depois de passar por um processo de três semanas de
desintoxicação dessas substâncias opiáceas.
19
Reicheet (1981), encontrou peptídeos anormais com atividade opióides na
urina de 22 entre 25 pacientes com TEA.. Entretanto, a teoria da agressão cerebral
pelas substancia opióides ainda é muito controversa porque outros autores não
encontraram os opióides na urina de crianças autistas, e alguns estudos relataram a
presença destes em pessoas portadoras de TEA e em outras não (SILVA 2011).
Woiciechoski (2013) relata que as exorfinas dietéticas são peptídeos
produzidos a partir da digestão incompleta da caseína ou do glúten dos alimentos:
caseomorfinas, gluteomarfinas e gliadomorfinas, todos com uma poderosa atividade
opióides no cérebro. Cade (2000) citou estudos de Gilbert em 1985, no qual
encontrou níveis excessivos de exorfinas no líquor cefalorraquidiano em autistas.
Entretanto, Woiciechoski (2013) relatou um estudo no qual essas substâncias
opióides no líquor de crianças autistas não apresentavam nenhuma diferença com o
líquor de crianças normais. “Deve-se considerar que o espectro autista envolve
quadros clínicos muito diferentes e etiologias diversas, o que dificultam muito a
comparação dos resultados encontrados” (CADE, 2000).
Talvez esta dificuldade metabólica congênita ou adquirida pela presença de
xenobióticos pode ser uma das causas do Autismo através do aumento da absorção
destas exorfinas, conduzindo a reações adversas no cérebro e ao desequilíbrio do
sistema imune. Além disso, frequentemente apresentam um processo de disbiose
(desequilíbrio da flora intestinal) com aumento dos fungos e bactérias patogênicas
no intestino e que contribui para a lesão da mucosa intestinal e aumento da
permeabilidade intestinal (WEIZMAN, 1982 apud OLIVEIRA, 2012).
Crianças com Autismo são freqüentemente viciadas em trigos e produtos
derivados do leite, provavelmente aos mecanismos decorrentes da preferência
causada pelas substâncias opióides. Assim, com a eliminação padronizada e
controlada dos alimentos que promovem a formação das substancias opióides na
dieta dos autistas, percebe-se melhora significativa na sociabilidade e comunicação
deste pacientes, como uma redução dos efeitos de abstinência destes compostos
(ASHWOOD, 2003).
Estudos na década de 80 descreveram elevadas concentrações de
aminoácidos e peptídeos de origem alimentar no sangue, no fluxo cerebrospinal e na
20
urina de autistas, surgindo a hipóteses sobre a relação entre o Autismo e distúrbios
do metabolismo protéico (SILVA 2011).
Devido a isso, uma das intervenções nutricionais mais apresentadas nos
estudos atuais é a dieta isenta de glúten (proteína presente em cereais,
especialmente no trigo) e de caseína (proteína constituinte do leite e derivados), pois
são dificilmente digeridas por indivíduos com Autismo, formando moléculas que são
capazes de atravessar a barreira hematoencefálica e causando efeitos no sistema
nervoso central.
3.4 INTERVENÇÃO NUTRICIONAL
3.4.1 Sem glúten e sem caseína (SGSC)
Existem diferentes afirmações em relação ao glúten e a caseína, segundo
Marcelino (2010), uma delas diz que essas proteínas são dificilmente digeridas por
indivíduos autistas e formam moléculas exórfinas (capazes de ultrapassar a barreira
hematoencefálica e causar danos ao sistema nervoso central). Outra explicação
seria um aumento de anticorpos IgA contra a caseína e a gliadina (proteína
constituinte do glúten) com liberação de citocinas inflamatórias que promovem a
inflamação da mucosa intestinal, diminuindo a ação das enzima líticas e,
consequentemente, aumentando as concentrações de proteínas e peptídeos na
urina de pacientes autistas.
Devido a esses estudos surgiu a hipótese da retirada do glúten e da caseína
da dieta de indivíduos autistas. WHITELEY et al., (2010), relata que em estudos
desenvolvidos na Dinamarca, crianças que foram alimentadas com dieta restrita
SGSC obtiveram melhoras consideráveis após 8 a 12 meses de dieta (LIMA et al.,
2013). “Um dos problemas da dieta livre de glúten e de caseína é o custo, já que os
alimentos especiais para oferecer opções suficientes de alimentos são caros e às
vezes difíceis de encontrar” (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2010).
As alternativas de terapia, como as dietas com restrição a glúten e a caseína
(SGSC), têm sido relatadas com bons resultados por pais e cuidadores, amenizando
os sintomas gastrointestinais e refletindo em melhoras comportamentais
(GALIATSATOS; GOLOGAN; LAMOUREUX, 2009).
21
Segundo Oliveira (2012) ainda há controvérsias em relação aos benefícios de
uma dieta isenta de glúten e caseína porque alguns estudos demonstraram que os
acometidos se beneficiaram com o tratamento e outros não. Reichelt et al. (2009)
apud OLIVEIRA (2012) consideram, no entanto, que resultados com efeitos
negativos foram apenas obtidos em estudos de curta duração, com indivíduos de
faixas etárias distintas e sem grupo controle.
Em uma revisão de literatura, Muloy et al. (2009) selecionou 14 estudos dos
quais sete apresentaram resultados positivos, quatro negativos, dois estudos
relataram resultados mistos e um estudo o efeito não foi determinante.
Marcelino (2010) afirma que a retirada do glúten e da caseína deve ser feita
gradativamente, para que o paciente não tenha crises de abstinência.
4.4.2 Suplementação Vitamínica e Mineral
As vitaminas e minerais atuam como cofatores enzimáticos para inúmeras
reações no organismo, como a produção de neurotransmissores e metabolismo de
ácidos graxos. A deficiência nutritiva é comum no autista devido à restrição e
preferência alimentar, ou baixa qualidade nutricional dos alimentos preferidos e
consumidos (ADAMS et al. 2011). “O estado nutricional do autista depende não só
da ingestão alimentar, mas também de processos fisiológicos e metabólicos, como a
digestão e a absorção” (ADAMS et al. 2011). Esses dois fatores juntos podem levar
a um estado inadequado de micronutrientes.
Adams et al.(2011) investigaram uma possível relação entre os distúrbios
metabólicos e nutricionais e o grau do Autismo, no qual mediram e compararam as
concentrações plasmáticas de vitaminas, minerais e outros marcadores metabólicos
de sulfatação, metilação e estresse oxidativo em um grupo de crianças autistas e
um de crianças normais. Como resultado as crianças apresentaram valores para a
maioria das vitaminas, minerais e aminoácidos dentro dos parâmetros de referência.
O que torna contraditória a idéia de suplementação e dificulta a pratica clinica. De
acordo com Oliveira (2012), alguns valores obtidos (vitaminas B6, C e K, Cálcio,
Ferro, Zinco e Potássio) parecem estar associados à severidade do Autismo, sendo
assim uma suplementação nutricional promove o aumento da ingestão de
micronutrientes e pode reduzir os seus sintomas e suas co-morbidades. A
22
inadequada ingestão desses micronutrientes tem colaborado para outros problemas
da saúde infantil, como anemia (deficiência de ferro), hipotireoidismo (deficiência de
iodo), escorbuto (deficiência de vitamina C) e raquitismo (deficiência de Cálcio e/ou
Vitamina D).
Em estudo Mehl-Madrona et al., (2011), avaliaram a eficácia da
suplementação de vitaminas e minerais em autistas e admitiram que é benéfica ao
estado nutricional e metabólico, reduzindo até alguns sintomas da doença, desde
que o tempo de suplementação seja suficiente (mais que três meses). Nesse estudo
eles compararam também efeitos de tratamentos farmacológicos com
suplementação em micronutrientes de crianças e jovens autistas e verificaram que
apesar dos dois grupos terem resultados positivos em relação ao comportamento e
aos sintomas, o tratamento com suplementação multivitamínica foi mais vantajoso.
4.4.2.1 Vitamina D
A vitamina D sempre foi relacionada ao metabolismo do cálcio e da saúde
óssea, porém, novas descobertas da existência de receptores de vitamina D em
varias células ampliaram a atuação dessa vitamina na prevenção de doenças
crônicas como hipertensão e alteração no metabolismo de lipídeos (WAHYS 2011).
De acordo com Mostafa e AL-Ayadhi (2012), a deficiência da vitamina D tem sido
apontada como um fator desencadeante de doenças auto-imunes, desempenhando
um papel importante a regulação de anticorpos. A suplementação auxilia no
tratamento dessas doenças, tendo em vista que processos inflamatórios mediados
por células T possam ser suprimidos pela vitamina D (WHAYS 2011).
Bacare et al (2011) APUD Oliveira (2012), diz que a vitamina D auxilia na
ativação de numerosos genes através do processo de metilação, incluindo os que
têm sido relacionados ao Autismo. A vitamina D esta envolvida no processo de
diferenciação celular no cérebro, sendo que sua deficiência durante o período de
desenvolvimento esta associado a cérebro menos diferenciado. (WAHYS 2011).
23
Durante a gestação a vitamina D é um fator que merece atenção, pois
existem níveis elevados de receptores para vitamina D no cérebro fetal, sendo
importante para um desenvolvimento normal. Crianças com Autismo foram
examinadas e foi encontrado baixo índice de vitamina D sérico. Sendo assim a
suplementação durante a gravidez e após o nascimento seriam necessárias para
diminuir os riscos de desenvolvimento do Autismo (OLIVEIRA 2012).
4.4.2.2 Ácido Fólico
Segundo Suren et al (2013) a suplementação com acido fólico, durante a
concepção, reduz o risco de defeitos no tubo neural em crianças. Como também fica
indicado para mulheres que deseja engravidar fazer a suplementação de acido fólico
três meses antes da concepção.
No Brasil, a RDC 344, de 13 de agosto de 2002 afirma que tanto as farinhas
de trigo e de milho vendidas diretamente ao consumidor, quanto aquelas utilizadas
como matéria-prima pelas indústrias, na fabricação de outros produtos, terão que ser
enriquecidas com ferro e ácido fólico, a partir de junho de 2004.
Estudos foram feitos para identificar a não suplementação do acido fólico ao
risco subsequente de Autismo. Kalunza-Czaplinska et al 2011 relatam que o ácido
fólico é necessário na formação da metionina através da remetilação da
homocisteina, aminoácido que tem sido observado em concentrações mais elevadas
em autistas. Estudos indicam que a suplementação (RDA) anterior ou até quatro
semanas de gestação está associado a um menor risco de Autismo.
Segundo JAMES et al 2009, o estresse oxidativo e o desequilíbrio redox
podem ser fatores que contribuem para o Autismo e/ou agravamento de seus
sintomas. E ainda segundo eles o tratamento com os precursores metabólicos como
Metilcobalamina e Acido fólico melhorariam a metilação, sulfatação e colaborariam
para a diminuição do estresse oxidativo e desequilíbrio redox. Vale salientar que os
resultados dos estudos melhoraram, mas não resolveram o estado de estresse
oxidativo dos pacientes. Segundo Frye e Rossignol 2015 a suplementação para
indivíduos com distúrbios metabólicos são de ate 4mg/kg/dia.
24
4.4.3 Ácidos Graxos e Ômega 3
Os ácidos graxos poliinsaturados são ácidos graxos formados por cadeias
carbonadas longas e com múltiplas ligações duplas no esqueleto carbônico,
abrangem as famílias de ácidos graxos ômega-3 e ômega-6. A essencialidade de
ácidos graxos tem dois requisitos: é imprescindível para o organismo e não podem
ser sintetizados pelo mesmo (CURI et al., 2002).
Segundo Mahan e Scott- Stump (2010), uma das maiores contribuições da
nutrição para a saúde mental é a manutenção da estrutura e função dos neurônios.
Ainda segundo eles, aproximadamente 60% do peso seco do cérebro é constituído
de gorduras, sendo em media 25% dessa gordura de ácido decohexaenóico (DHA),
um tipo de ácido graxo poliinsaturado da série dos ômega 3, que aparentam ser o
tipo de gordura preferida pelo cérebro e pelo sistema nervoso. O DHA é um
componente estrutural do cérebro, fornece estrutura aos neurônios e é um ponto
chave para neurotransmissores, atuando também como barreira protetora. Em ratos
alimentados com dieta deficiente de DHA, foi observada atrofia neuronal no córtex
parietal (centro de pensamento lógico), no hipocampo (centro da memória) e no
hipotálamo (centro hormonal) (CURI et al., 2002).
Adams e JOHANSEN et. al., (2011) relataram em seus estudos que crianças
com Autismo tinham níveis muito mais baixos de ácidos graxos, incluindo o ômega
3. El-Ansary et al (2011) revelaram que crianças autistas apresentavam níveis
plasmáticos inferiores de ácidos graxos poliinsaturados, estresse oxidativo e
inflamações gastrointestinais. Uma suplementação, após três meses apresentou
uma melhora significativa no comportamento e concentração, especificamente no
contato visual, na linguagem e na capacidade motora de autistas. Embora esse e
outros estudos sejam favoráveis a suplementação de ácidos graxos poliinsaturados,
a variação dos resultados em relação às amostras são muito grandes, não sendo
possível evidenciar a suplementação como tratamento.
Ribeiro (2005) fala sobre as características neuroprotetoras do Ômega 3,
esses ácidos graxos são responsáveis pelo crescimento e melhora funcional do
25
tecido nervoso, principalmente em pacientes com transtornos psiquiátricos, pois
auxiliam na redução dos efeitos colaterais causados pelos medicamentos
psicotrópicos. No geral, o ômega 3 apresenta uma proteção no sistema nervoso
central e reafirmando assim utilização clínica na forma de suplemento como uma
profilaxia contra lesão cerebral traumática e outras desordens deste sistema.
26
4 METODOLOGIA
4.1 TIPO DE PESQUISA
O presente estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura, a fim de
reunir informações que permitam um maior conhecimento sobre a relação entre
intervenções nutricionais como tratamento para o Transtorno do Espectro Autista
(TEA), tendo em vista sua evolução clínica e comportamental.
4.2 LOCAL DE PESQUISA
Para a análise foram levantados e compilados dados de artigos científicos
indexados nas seguintes bases de dados: PubMed, SciELO, Medline, Lilacs e
Google Acadêmico. Também foram selecionados livros de acervos particulares e/ou
encontrados na biblioteca da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
Durante a realização da pesquisa, visando à qualidade e organização
metodológica da revisão sistemática, foram estabelecidos critérios de exclusão para
seleção e analise do estudo.
Dentre os critérios de inclusão estão: estudos realizados nos últimos 15 anos
encontrados a partir dos descritores utilizados, artigos originais associados a esses
descritores, artigos escritos na língua portuguesa, espanhola ou inglesa disponíveis
de maneira integral, como também artigos de revisão, dissertações e teses com a
temática estudada.
4.4 PROCEDIMENTOS E ANALISE DE DADOS
A busca e a coleta de dados foram realizadas no período de janeiro a junho
de 2016. As considerações finais ocorreram no mês de julho a agosto do mesmo
ano. A estratégia de busca de dados incluiu os seguintes termos, restritos aos
campos, „título‟ ou „resumo‟, além de descritores utilizados em várias combinações:
27
AUTISMO; ALIMENTAÇÃO; DIETA; SUPLEMENTAÇÂO; SEM GLÚTEN; SEM
CASEÍNA.
Para revisão da literatura foram selecionados 69 estudos, que obedecem aos
critérios de inclusão e exclusão propostos. Dentre os 69 estudos selecionados para
revisão de literatura, 35 foram analisados. Foram excluídos bula de remédios,
autores de pesquisas não direcionadas especificamente ao Autismo e/ou a Nutrição,
estudos não conclusivos, fontes não confiáveis.
Os artigos selecionados foram publicados entre o período de 2000 a 2015. Os
dados foram obtidos a partir do acesso a cada um dos artigos.
28
5 RESULTADOS
Como até o momento a literatura apresenta poucos ensaios clínicos os efeitos da
dietoterapia em crianças autistas, o presente estudo teve como objetivo identificar
através da literatura os principais sintomas e comportamentos de portadores de
Autismo que estejam relacionados ao aporte nutricional oferecido a esses
indivíduos, descrever condutas dietoterápicas que auxiliem na evolução dos
sintomas identificando as aplicações clínicas e funcionais das intervenções (sugere-
se que sejam elas restritivas ou suplementares) e discutir os efeitos das
intervenções nos mesmos.
Segundo Carvalho 2012, é de suma importância a abordagem multiprofissional
que visará não somente a questão educacional, mas principalmente a questão
médica e a tentativa de estabelecer etiologias de quadros clínicos bem
estabelecidos.
5.1 PERMEABILIDADE INTESTINAL: DIETA SEM GLÚTEN E SEM CASEÍNA
Autistas apresentam maior freqüência sintomas gastrointestinais como dores
abdominais, flatulência, azia, diarréia, salivação, vômitos, regurgitação, bruxismo,
perda de peso, constipação, irritabilidade, entre outros. De acordo com Adams e
JOHANSEN et al (2011) os distúrbios gastrointestinais estão fortemente
relacionados com a gravidade do comportamento autístico. Gonzáles (2005), relata
que os autistas também apresentam um grande índice de permeabilidade intestinal,
provocada pela inflamação da parede do intestino que é responsável pela absorção
de micronutrientes e atua como barreira de proteção a passagem de
macromoléculas e compostos tóxicos, bactérias, alérgenos e peptídeos derivados de
alimentos que podem ser prejudiciais devido ao elo cérebro-intestino esse quadro
clínico acaba atrapalhando as funções cerebrais.
A intervenção nutricional mais falada nesse caso é a dieta SGSC. Segundo
Oliveira (2012), esses peptídeos são dificilmente digeridos e atravessam a barreira
intestinal, caindo na corrente sanguínea, tendo efeitos semelhantes a substâncias
29
opióides. Essas substâncias são capazes de atravessar a barreira hematoencefálica
causando irritação, hiperatividade, agressividade e falta de concentração em
autistas. Silva (2011) relatou que estudos na década de 80 descreveram elevadas
concentrações de aminoácidos e peptídeos de origem alimentar no sangue, no fluxo
cerebrospinal e na urina de autistas.
Sobre a intervenção com dieta sem glúten e sem caseína, Galiatsatos;
Gologan; Lamoreux (2009) relatam que há sim uma melhora comportamental e de
sintomas gastrointestinais nos pacientes que aderem ao tratamento. Oliveira (2012),
diz que ainda existem controvérsias nesse tipo de intervenção e que os efeitos
podem variar de acordo com cada indivíduo e com o tempo de exposição a dieta.
Whiteley et al., (2010), mostrou que estudos desenvolvidos na Dinamarca com
crianças autistas que se submeteram a dieta SGSC resultaram em melhoras no
comportamento e que o tempo para se obter melhoras consideráveis seria de 8 a 12
meses. MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2010 ressaltam que a dieta sem glúten e sem
caseína possui um custo mais elevado que uma dieta simples podendo dificultar e
até diminuir a adesão ao tratamento.
Marcelino (2010) afirma que a dieta SGSC pode proporcionar crescimento e
ganhos nos pacientes, mas o paciente pode não avançar, os resultados variam de
acordo com cada individuo. Mesmo assim deve ser feita a retirada de alimentos que
prejudiquem o paciente e aumentada a oferta de nutrientes, para assim dar a
oportunidade de o corpo trabalhar de forma adequada. Marcelino (2010) relata que
seja possível observar uma diminuição de alguns sintomas e o aumento da atenção,
disposição e participação, facilitando no geral a convivência com o paciente.
Em seus estudos Cade et al. (2000) concluiu que a intervenção com dieta
SGSC durante 12 meses apresentou mudanças significativas em avaliações de
isolamento social, o contato visual, fala, habilidades de aprendizagem,
hiperatividade, estereotipada atividade.
Silva 2011 relatou que indivíduos autistas apresentam melhora dos sintomas
quando submetidos a uma dieta SGSC.
De acordo com o estudo de Mulloy et. al (2010) os estudos de sua revisão
não foram conclusivos em relação a dieta SGSC.
30
5.2 SUPLEMENTAÇÃO VITAMINICA e MINERAL
Adams et al (2011) afirma que a deficiência nutritiva neste grupo ocorre não
somente pela restrição e preferência alimentar, mas também por processos
fisiológicos, como permeabilidade intestinal aumentada ou alterações no sistema
imunológico, e metabólicos inadequados como a digestão e absorção de nutrientes.
Oliveira (2012) afirma que a suplementação de vitaminas e minerais reduz os
sintomas e as co-morbidades do Autismo. Mehl-Madrona et al. (2011) admitiram que
a suplementação de vitaminas (Vitamina B12, Vitamina D, Acido fólico, Vitamina C) e
minerais (Cálcio-hipertensão, ferro-anemia, iodo-hipotireoidismo) é benéfica ao
estado metabólico e nutricional de autistas. Adams et al (2012) afirmou que crianças
apresentaram valores para a maioria das vitaminas, minerais e aminoácidos dentro
dos parâmetros de referência. O que torna contraditória a idéia de suplementação e
dificulta a pratica clinica. Frye (2016) relata que a vitamina C atua como antioxidante
e auxilia na diminuição do estresse oxidativo, melhorando o sistema imunológico de
pacientes.
A metilação controla varias funções do genoma sendo essencial durante a
morfogênese, para que ocorra desenvolvimento normal do indivíduo. A alteração no
padrão de metilação no promotor de um gene pode levar a perda de função desse
gene. Em relação a vitamina B12 e ácido fólico, sua suplementação auxilia na
redução do estresse oxidativo e colabora no processo de metilação doando radical
metil, dois processos alterados no paciente autista. (OLIVEIRA; PLANELLO; ANDIA;
PARDO; 2010)
5.2.1 Vitamina D
A deficiência de vitamina D pode acarretar problemas no sistema imunológico.
Mostafa e AL-Ayadhi (2012) ressaltaram que a Vitamina D desempenha papel
importante na regulação de anticorpos. A suplementação auxilia no tratamento de
31
doenças autoimunes, tendo em vista que processos inflamatórios mediados por
células T possam ser suprimidos pela vitamina D (WHAYS 2011).
Do ponto de vista comportamental a deficiência de vitamina D no período
neonatal está associada ao Autismo (WAYHS 2011). Oliveira (2012_ relata que a
vitamina D auxilia na ativação de numerosos genes através do processo de
metilação, incluindo os que têm sido relacionados ao Autismo. Durante a gestação a
vitamina D é um fator que merece atenção, pois existem níveis elevados de
receptores para vitamina D no cérebro fetal, sendo importante para um
desenvolvimento normal. Crianças com Autismo foram examinadas e foi encontrado
baixo índice de vitamina D sérico. Sendo assim a suplementação durante a gravidez
e após o nascimento seriam necessárias para diminuir os riscos de desenvolvimento
do Autismo.
De acordo com Mahan e Escott-Stump (2010) no primeiro ano de vida a
recomendação diária de ingestão de uma criança seria de 5 mcg/d a 25mg/d, sendo
25mg/d o limite superior tolerável. Para indivíduos ate 70 anos o limite superior
tolerável é de 50mg/dia, incluindo gestantes lactantes.
5.2.2 Ácido Fólico
Falta de concentração, interação social e comportamento estereotipado são
sintomas constantes do Autismo, Frye (2016) relata que a deficiência de ácido fólico
é causada pela presença de anticorpos contra receptores de acido fólico e por uma
falha no transporte do mesmo. A suplementação de 4mg/kg/dia de acido fólico pode
contribuir para diminuição desses sintomas e melhora no sistema imunológico.
James et al (2009) exploraram a hipótese de que o estresse oxidativo e o
desequilíbrio na oxidoredução podem ser fatores que contribuem para o Autismo
e/ou agravamento de seus sintomas, sendo o acido fólico e a Vitamina B12
responsáveis pela melhora da metilação, sulfatação e diminuição do estresse
oxidativo e desequilíbrio oxidoredutor.
32
A suplementação de ácido fólico é indicada em quantidades adequadas não
apenas nos casos de Autismo, mas também durante a gestação, pois reduz o risco
de defeitos no tubo neural em crianças (SUREN et al 2013). O acido fólico é
necessário na formação da metionina (através da remetilação da homocisteina) que
é necessária para processo de silenciar e ativar os genes (KALUNZA-CZAPLINSKA
et al 2011).
5.3 ACIDOS GRAXOS OMEGA 3
Estresse oxidativo e inflamações gastrointestinais acometem pacientes autistas.
Como conseqüência é possível observar sintomas como diminuição da
concentração, do comportamento e do contato visual, bem como dificuldade da
linguagem e capacidade motora reduzida. Devido a pequena variedade de alimentos
ingeridos, pacientes autistas apresentam níveis baixos de ácidos graxos, em
especial o ômega 3. El-Ansary et al (2011) revelaram que a suplementação de
ômega 3 colabora com o controle desses sintomas e com a estrutura e função dos
neurônios. Embora alguns pacientes apresentem melhora significativa a variação de
resultados de estudos em relação às amostras são muito grandes.
Ribeiro (2005) afirma que a suplementação de ômega 3 auxiliam na redução dos
efeitos colaterais causados pelos psicotrópicos, trabalhando como agente protetor
do cérebro. Vale salientar que alimentos ricos em Ômega 3, por conter propriedades
antiinflamatórias, também colaboram para a recuperação da mucosa intestinal.
De acordo com Kawicka e Regulska-Ilow (2013), a suplementação diária para
um indivíduo sem patologia é de um a dois gramas de ômega 3, já a suplementação
para um indivíduo Autista deve ser de até 9,6g/dia
Adams e JOHANSEN et. al., (2011) relataram em seus estudos que crianças
com Autismo apresentaram níveis muito mais baixos de ácidos graxos, incluindo o
ômega 3. El-Ansary et al (2011) revelaram que uma suplementação, em grandes
quantidades, após três meses apresentou uma melhora significativa no
33
comportamento e concentração, especificamente no contato visual, na linguagem e
na capacidade motora de autistas.
34
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio da presente revisão de literatura podemos concluir que o Autismo é
uma perturbação de extrema complexidade, levando-se em conta que não apenas
fatores genéticos estão associados ao desenvolvimento e agravamento de sua
sintomatologia, mas também o estado nutricional do autista. Por não ter uma
etiologia definida é importante que seja feita uma intervenção multidisciplinar,
abrangendo aspectos físicos e psicológicos como uma relação. É importante
salientar que mesmo com tantos estudos e varias linhas de pensamento sobre
intervenções para diminuir os sintomas gastrointestinais e comportamentais ligados
ao Autismo ainda não existe um padrão que se aplique a todos os casos, sendo
assim respeitada a individualidade de cada paciente.
Em relação a intervenção nutricional, é importante ressaltar que quanto antes
ela for iniciada menores serão os prejuízos a saúde do paciente, como também o
bem estar do indivíduo e da família, sendo ela a principal responsável pelo
diagnóstico precoce através da identificação de características sociais no convívio
familiar. É importante frisar que a evolução do paciente é demorada, porém é
observada diariamente através da mudança nos sinais e sintomas clínicos pela
família.
É de suma importância que mais estudos sejam feitos para que seja
esclarecido se a intervenção da dieta SGSC, bem como se a suplementação de
vitaminas, minerais e ácidos graxos poliinsaturados pode ser indicada. Sendo
essencial priorizar o bem estar e as condições socioeconômicas de cada paciente,
sem deixar de proporcionar segurança ao tratamento por parte do profissional
nutricionista e respostas as expectativas da família da criança.
Apesar de não obter respostas conclusivas a respeito da etiologia, tratamento
e prevenção do TEA, muitos profissionais têm utilizado à retirada do glúten e da
caseína em benefício de pacientes autistas, sendo de vital importância a realização
de mais estudos, visto que essa é a intervenção que demonstrou eficácia na maioria
dos casos no tratamento em longo prazo (apesar de não oferecerem dados
detalhados sobre como foi feito o controle e a intervenção), podendo ser indicado,
35
desde que haja acompanhamento nutricional adequado visando quantidade e
qualidade de nutrientes para cada indivíduo.
O Autismo apresenta uma gama de alterações clinicas que se manifestam de
diferentes formas nos indivíduos. Por isso, é importante que a intervenção nutricional
no TEA não seja exclusivamente ligada a retirada do glúten e da caseína, ou da
suplementação de vitaminas, minerais e ácidos graxos poliinsaturados.
Por fim, é preciso que o Autismo seja reconhecido, estudado e incluído em
políticas publicas por apresentar vários fatores que devem ser acompanhados por
equipes multiprofissionais, assegurando assim o direito e melhor qualidade de vida a
esses pacientes.
36
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