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UNIVERSIDADE DE SO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM
ELIZABETH CORREIA FERREIRA GALVO
AVALIAO DA EFICCIA DE UM APLICATIVO MULTIMDIA EM
PLATAFORMA MVEL PARA O ENSINO DA MENSURAO DA
PRESSO VENOSA CENTRAL
SO PAULO 2016
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ELIZABETH CORREIA FERREIRA GALVO
AVALIAO DA EFICCIA DE UM APLICATIVO MULTIMDIA EM
PLATAFORMA MVEL PARA O ENSINO DA MENSURAO DA
PRESSO VENOSA CENTRAL
Tese apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Enfermagem na Sade do Adulto da Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo para a obteno do ttulo de Doutora em Cincias.
Orientadora: Prof. Dr. Vilanice Alves de Arajo Pschel
SO PAULO 2016
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AUTORIZO A REPRODUO E DIVULGAO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Assinatura:
Data: ___/___/____
Catalogao na Publicao (CIP) Biblioteca Wanda de Aguiar Horta
Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo
Galvo, Elizabeth Correia Ferreira
Avaliao da eficcia de um aplicativo multimdia em plataforma
mvel para o ensino da mensurao da Presso Venosa Central /
Elizabeth Correia Ferreira Galvo. So Paulo, 2016.
171 p.
Tese (Doutorado) Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo. Orientadora: Profa. Dra. Vilanice Alves de Arajo Pschel. rea de Concentrao: Enfermagem na Sade do Adulto
1. Presso sangunea. 2. Tecnologia. 3. Ensino e aprendizagem - avaliao. 4.Educao. 5. Enfermagem. I. Ttulo.
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NOME: ELIZABETH CORREIA FERREIRA GALVO
TTULO: AVALIAO DA EFICCIA DE UM APLICATIVO MULTIMDIA EM PLATAFORMA MVEL PARA O ENSINO DA MENSURAO DA
PRESSO VENOSA CENTRAL.
Tese apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Enfermagem na Sade do Adulto da Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo para a obteno do ttulo de Doutora em Cincias.
Aprovado em: ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. ________________________ Instituio: _____________________
Julgamento: ____________________ Assinatura: _____________________
Prof. Dr. ________________________ Instituio: _____________________
Julgamento: ____________________ Assinatura: _____________________
Prof. Dr. ________________________ Instituio: _____________________
Julgamento: ____________________ Assinatura: _____________________
Prof. Dr. ________________________ Instituio: _____________________
Julgamento: ____________________ Assinatura: _____________________
Prof. Dr. ________________________ Instituio: _____________________
Julgamento: ____________________ Assinatura: _____________________
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DEDICATRIA
Dedico este trabalho a todos aqueles que acreditam
que a Educao muda um Pas.
Dedico, com mais veemncia, aos professores que
fazem do seu presente o futuro dos seus alunos e aos alunos
por darem sentido vida dos professores.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por me colocar no caminho certo nos momentos
em que hesitei e por me ajudar a vencer este grande desafio.
Ao meu amado esposo, pela compreenso dos momentos em que estive
ausente e por me acalentar nas horas mais difceis. Agradeo a Deus todos os dias
por voc existir na minha vida.
minha professora orientadora, Doutora Vilanice Alves de Arajo
Pschel, pela dedicao, pelas oportunidades de aprendizado e pela compreenso
sem limites. Novamente foi um privilgio ter voc ao meu lado. E no quero parar por
aqui...
professora Doutora Helosa Helena Ciqueto Peres, pelas valiosas
contribuies no Exame de Qualificao.
professora Doutora Iolanda Calvo Tibrio, pela disponibilidade em
participar e contribuir no meu Exame de Qualificao, por me receber com carinho na
Faculdade de Medicina para que eu pudesse aprender o mtodo OSCE e por toda a
ateno dispensada com palavras de incentivo.
Aos professores da ps-graduao da Escola de Enfermagem da
Universidade de So Paulo, por proporcionarem momentos de aprendizado, to
importantes para a minha vida profissional.
Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo e ao Programa
de Ps-Graduao em Enfermagem na Sade do Adulto (PROESA), pela rica e
profcua oportunidade de aprendizado e de convivncia ao longo dos anos de
mestrado e de doutorado.
Pr-Reitoria de Graduao da Universidade de So Paulo, pelos
recursos que permitiram o desenvolvimento do aplicativo.
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Aos colegas de ps-graduao, pela troca de experincias, durante as
disciplinas, to valiosas para a minha atuao como docente.
Ao meu amigo Anselmo Amaro, que sempre me apoiou em todas as
etapas, alm de me liberar das atividades docentes quando se fez necessrio. Muito
obrigada!
As minhas amigas e parceiras de trabalho, Ktia Abranches,
Jackelline Bernardo, Shirley Azevedo e Margarita Salvador, pelo apoio nas
avaliaes prticas.
Aos alunos que fizeram parte dessa pesquisa, pela disponibilidade e
entusiasmo em participar.
Universidade Paulista que, atravs do seu Comit de tica e Pesquisa,
valorizou o tema abordado nesta pesquisa.
Aos colaboradores do Laboratrio da Universidade Paulista pelo
prontido e compreenso durante a realizao das avaliaes prticas.
Por fim, a todos que, embora no citados, direta ou indiretamente
contriburam para a concretizao deste trabalho.
A todos, muito obrigada!
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EPGRAFE
"Ensinar no transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produo ou a sua
construo. Quem ensina, aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender."
(Paulo Freire)
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RESUMO
Galvo, ECF. Avaliao da eficcia de um aplicativo multimdia em plataforma mvel para o ensino da mensurao da Presso Venosa Central [tese]. So Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de So Paulo; 2016.
INTRODUO: A construo do conhecimento apoiada em novas tecnologias tem
evoludo rapidamente e estas desempenham papel importante como elemento transformador do modo de acessar e organizar as informaes, constituindo um aliado do estudante na aquisio e organizao do conhecimento. OBJETIVO: Avaliar a aprendizagem e a satisfao de estudantes em relao ao uso do aplicativo multimdia em plataforma mvel para o ensino da mensurao da Presso Venosa Central (PVC). MTODO: Trata-se de uma pesquisa de desenvolvimento tecnolgico,
acompanhada de um estudo longitudinal, quase experimental, realizado em duas etapas. A primeira etapa constituiu-se por um mtodo quase experimental, do tipo antes e depois, para a verificao da apreenso do conhecimento aps a interveno - utilizao do aplicativo para o ensino da PVC por 60 dias - e a comparao com os resultados obtidos no perodo pr-interveno. Nesta etapa, alm da aplicao de um questionrio para avaliar o conhecimento sobre a mensurao da PVC, o exame de habilidades estruturado, baseado no modelo Objective Structured Clinical Examination (OSCE), foi utilizado para avaliao da execuo do procedimento em situao prtica. A segunda etapa compreendeu a aplicao de um instrumento para verificar a autoavaliao da aprendizagem ps-interveno e a satisfao dos estudantes em relao ao uso do aplicativo. O local de estudo foi uma instituio de Ensino Superior privada, no municpio de Santos-SP. A amostra foi composta por 31 estudantes, que atenderam aos critrios de incluso. As avaliaes tericas e prticas foram submetidas anlise de medidas repetidas por meio do test t de Student e a correlao da avaliao prtica com os acessos ao aplicativo foi feita com o coeficiente de correlao de Pearson. Tambm foi feita regresso linear para identificar a existncia de variveis associadas ao aprendizado. As variveis qualitativas foram apresentadas em valores absolutos e relativos e as quantitativas foram apresentadas em valores de tendncia central e de disperso. RESULTADOS: As mdias das notas do teste pr (4,10) e ps-interveno (5,57) revelaram diferena estatstica significativa no grau de conhecimento terico, com p = 0,004. Na avaliao das habilidades prticas por meio do OSCE, todas as estaes apresentaram resultado significativo, tendo as estaes 1 e 2 p = 0,002 e a estao 3 p = 0,000. O cruzamento do resultado do desempenho prtico com a quantidade de acessos s telas especficas para esse fim no aplicativo no apresentou diferena estatstica significativa. No foram identificadas variveis estatisticamente significativas associadas ao aprendizado. Em relao autoaprendizagem e satisfao, 95,7% dos estudantes concordaram que o aplicativo favoreceu o aprendizado da mensurao da PVC. CONCLUSES: Esta pesquisa demonstrou a viabilidade e a eficcia da utilizao de um recurso tecnolgico, especificamente desenvolvido para dispositivos mveis e baseado na aprendizagem significativa e na pedagogia
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construtivista, como ferramenta de apoio ao processo de ensino-aprendizagem. Esta pesquisa abre perspectivas para novos caminhos investigativos e estudos de produo tecnolgica que podero contribuir para aprimorar a formao dos estudantes e a atuao dos profissionais. Tambm pode servir de incentivo para a criao de novos grupos de estudo e pesquisa em Tecnologia na Enfermagem.
Palavras-chave: Tecnologia, Presso Venosa Central, Ensino, Aprendizagem, Educao, Avaliao.
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ABSTRACT
Galvo, ECF. Assessing the effectiveness of a multimedia application on a mobile platform for teaching how to measure central venous pressure [thesis]. So Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de So Paulo; 2016.
INTRODUCTION: Knowledge construction supported by new technologies has
evolved rapidly and they play a significant role as an element changing the way to access and organize information, constituting a students ally in knowledge acquisition and organization. OBJECTIVE: Evaluate students learning and satisfaction in relation to the use of a multimedia application on a mobile platform for teaching how to measure central venous pressure (CVP). METHOD: This is a technology development research, accompanied by a longitudinal study, quasi-experimental, conducted in two stages. The first stage consisted in a quasi-experimental method, with a before and after design, to verify knowledge acquisition after the intervention use of the application for teaching CVP for 60 days and compare it to the results obtained within the pre-intervention period. At this stage, besides the application of a questionnaire to evaluate knowledge on CVP measurement, the structured skills examination, based on the Objective Structured Clinical Examination (OSCE) model, was used to evaluate how the procedure is executed in a practical situation. The second stage involved the application of an instrument to verify self-assessment of post-intervention learning and students satisfaction in relation to using the application. The study site was a private Higher Education institution, in the city of Santos, So Paulo, Brazil. The sample consisted of 31 students, who met the inclusion criteria. The theoretical and practical evaluations underwent repeated measurement analysis by using Students t-test and the correlation of practical evaluation with accesses to the application was achieved through Pearsons correlation coefficient. Linear regression was also employed to identify the existence of variables associated with learning. The qualitative variables were shown in absolute and relative values and the quantitative ones were shown in central tendency and dispersion values. RESULTS: The average pre- (4.10) and post- (5.57) intervention test values revealed a statistically significant difference in the theoretical knowledge degree, with p = 0.004. In the evaluation of practical skills through the OSCE, all stations showed a significant result, where stations 1 and 2 had p = 0.002 and station 3 had p = 0.000. Cross-comparison of the practical performance outcome and the number of accesses to specific screens for this purpose in the application showed no significant statistical difference. No statistically significant variables associated with learning were identified. Regarding self-learning and satisfaction, 95.7% of the students agreed that the application favored learning how to measure CVP. CONCLUSIONS: This research demonstrated the feasibility and
effectiveness of using a technological resource, specifically designed for mobile devices and based on meaningful learning and constructivist pedagogy, as a support tool aimed at the teaching-learning process. This research opens prospects for further investigative routes and technological production studies capable of contributing to
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improve students education and practitioners work. It may also serve as an incentive for the creation of new study and research groups on Technology in Nursing.
Keywords: Technology, Central Venous Pressure, Teaching, Learning,
Education, Evaluation.
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LISTA DE ILUSTRAES
Figura 1 - Imagem ilustrativa da tela de seleo de contedo .............................................. 20
Figura 2 - Imagem ilustrativa do tpico 1 ............................................................................. 21
Figura 3 - Imagem ilustrativa do Tpico 1 ............................................................................ 21
Figura 4 - Imagem ilustrativa do tpico 2 ............................................................................. 22
Figura 5 - Relao mediada de estmulo-resposta ............................................................... 45
Figura 6 - Mediao do processo de aprender com uso de tecnologia ................................. 46
Figura 7 - Imagem ilustrativa das telas do novo aplicativo tpico 1 .................................... 55
Figura 8 - Imagem ilustrativa das telas do novo aplicativo tpico 2 .................................... 56
Figura 9 - Avaliao de habilidades empregando o modelo OSCE (Exame Clnico Objetivo Estruturado) ........................................................................................................ 71
Figura 10 - Avaliao de habilidades empregando o modelo OSCE (Exame Clnico Objetivo Estruturado) ........................................................................................................ 71
Figura 11 - Avaliao de habilidades empregando o modelo OSCE (Exame Clnico Objetivo Estruturado) ........................................................................................................ 72
Figura 12 - Imagem ilustrativa da tela de cadastro parte I no site pvc.saudead.com.br ........ 73
Figura 13 - Imagem ilustrativa da tela de cadastro parte II no site pvc.saudead.com.br ....... 73
Figura 14 - Imagem ilustrativa da tela de download do aplicativo no site pvc.saudead.com.br 74
Figura 15 - Imagem ilustrativa da tela de dados do estudante no site pvc.saudead.com.br .... 74
Figura 16 - Imagem ilustrativa da tela de controle de acessos dos estudantes no site pvc.saudead.com.br ............................................................................................ 75
Figura 17 - Imagem ilustrativa da tela de controle de acessos de um estudante no site pvc.saudead.com.br ............................................................................................ 75
Figura 18 - Imagem - Boxplot Comparao da distribuio das notas pr e ps interveno (utilizao do aplicativo) ...................................................................................... 86
Figura 19 - Modelo piramidal de competncias clnicas, adaptado de Miller ......................... 110
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuio dos estudantes segundo as variveis gnero, idade, semestre cursado, trabalho na rea da sade. Universidade Paulista, Santos- SP, 2015. ................. 80
Tabela 2 - Distribuio dos estudantes segundo as variveis frequncia de acesso internet, local de acesso internet, objetivos do acesso internet e objetivos do uso do celular - Smartphone. Universidade Paulista, Santos - SP, 2015. ......................... 81
Tabela 3 - Classificao das respostas de cada questo do instrumento de avaliao terica (teste pr e ps-interveno utilizao do aplicativo). Universidade Paulista, Santos - SP, 2015. .............................................................................................. 83
Tabela 4 - Dados descritivos e anlise comparativa das notas da avaliao terica (teste pr e ps-interveno - utilizao do aplicativo). Universidade Paulista, Santos- SP, 2015. ......................................................................................................................... 85
Tabela 5 - Dados descritivos do desempenho da Estao 1 do OSCE pr e ps interveno. Universidade Paulista, Santos - SP, 2015. ........................................................... 88
Tabela 6 - Dados descritivos do desempenho da Estao 2 do OSCE pr e ps interveno. Universidade Paulista, Santos - SP, 2015. ........................................................... 88
Tabela 7 - Dados descritivos do desempenho da Estao 3 do OSCE pr e ps interveno. Universidade Paulista, Santos, SP, 2015. ............................................................ 89
Tabela 8 - Anlise comparativa dos materiais selecionados na questo 5 da estao 2 do OSCE pr e ps-interveno (utilizao do aplicativo). Universidade Paulista, Santos - SP, 2015. .............................................................................................. 90
Tabela 9 - Dados descritivos dos acertos do OSCE pr e ps-interveno (utilizao do aplicativo) segundo as estaes. Universidade Paulista, Santos- SP, 2015.......... 91
Tabela 10 - Anlise comparativa dos acertos do OSCE pr e ps-interveno (utilizao do aplicativo) segundo as estaes. Universidade Paulista, Santos - SP, 2015......... 91
Tabela11 - Distribuio do acesso segundo as telas do aplicativo. Universidade Paulista, Santos- SP, 2015. ............................................................................................... 92
Tabela 12- Correlao dos acertos segundo as estaes do OSCE com os acessos s telas materiais e tcnica (vdeo) do aplicativo. Universidade Paulista, Santos - SP, 2015. ................................................................................................................... 93
Tabela 13 - Distribuio da opinio em relao autoavaliao da aprendizagem e satisfao dos estudantes pelo uso do aplicativo. Universidade Paulista, Santos - SP, 2015. ................................................................................................................... 95
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
TIC - Tecnologias da Informao e Comunicao
PROESA - Programa de Ps-Graduao em Enfermagem na Sade do
Adulto
PVC - Presso Venosa Central
DIC - Design Instrucional Contextualizado
USP - Universidade de So Paulo
CAPES - Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel
Superior
BVS - Biblioteca Virtual em Sade
ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas
OSCE - Objective Structured Clinical Examination (OSCE) - Exame
Clnico Objetivo e Estruturado.
POP - Procedimento Operacional Padro
EEUSP - Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo
IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinio Pblica e Estatstica
FAMEMA - Faculdade de Medicina de Marlia
UNIP - Universidade Paulista
IOP - Instituto de Odontologia Paulista
ASSUPERO - Associao Unificada de Ensino Renovado Objetivo
CNE/CES - Conselho Nacional de Educao/ Cmara de Educao
Superior
ICS - Instituo de Cincias da Sade
ANATEL - Agncia Nacional de Telecomunicaes
PNH - Programa Nacional de Humanizao
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SUMRIO
1 INTRODUO ........................................................................................................................ 18
1.1 APRESENTAO .........................................................................................................18
1.2 REVISO DA LITERATURA ..........................................................................................23
1.3 OPORTUNIDADE DE PESQUISA .................................................................................29
2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 34
2.1 GERAL ..........................................................................................................................34
2.2 ESPECFICOS ..............................................................................................................34
3 CONCEPES TERICAS .................................................................................................... 36
3.1 PRESSO VENOSA CENTRAL ....................................................................................36
3.2 ESTRATGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM ............................................................39
3.3 A TECNOLOGIA NA EDUCAO .................................................................................41
3.4 MODELO CONSTRUTIVISTA .......................................................................................43
3.5 OBJECTIVE STRUCTURED CLINICAL EXAMINATION (OSCE) ...................................50
4 PROCEDIMENTO METODOLGICO ..................................................................................... 54
4.1 DESENVOLVIMENTO DE NOVA VERSO DO SOFTWARE E SISTEMA DE CONTROLE DE ACESSOS...........................................................................................54
4.2 TIPO DE ESTUDO ........................................................................................................57
4.3 LOCAL DO ESTUDO ....................................................................................................58
4.4 POPULAO E AMOSTRA ..........................................................................................60
4.5 COLETA DE DADOS ....................................................................................................61 4.5.1 Instrumento de coleta de dados ........................................................................61
4.5.2 Operacionalizao da coleta de dados ..............................................................66
4.6 CONSIDERAES TICAS .........................................................................................76
4.7 TRATAMENTO E ANLISE DOS DADOS .....................................................................77
5 APRESENTAO DOS RESULTADOS ................................................................................. 80
5.1 CARACTERIZAO DA AMOSTRA .............................................................................80
5.2 CONHECIMENTO TERICO E PRTICO DOS ESTUDANTES SOBRE A MENSURAO MANUAL DA PRESSO VENOSA CENTRAL (PVC) PR E PS-INTERVENO (USO DO APLICATIVO) ......................................................................82 5.2.1 Grau de conhecimento terico pr e ps-interveno ........................................82
5.2.2 Grau de conhecimento prtico pr e ps-interveno ........................................86
5.3 IDENTIFICAO DAS VARIVEIS ASSOCIADAS AO APRENDIZADO ........................94
5.4 AVALIAO DA AUTOAPRENDIZAGEM E SATISFAO DOS ESTUDANTES EM RELAO AO USO DO APLICATIVO. ..........................................................................94
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6 DISCUSSO DOS RESULTADOS ....................................................................................... 100
7 CONCLUSES ..................................................................................................................... 126
8 CONSIDERAES FINAIS .................................................................................................. 129
9 REFERNCIAS .................................................................................................................... 132
APNDICES .......................................................................................................................... 148
ANEXOS .......................................................................................................................... 168
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Introduo
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Introduo 18
1 INTRODUO
1.1 APRESENTAO
A construo do conhecimento apoiada em novas tecnologias tem evoludo
rapidamente e estas desempenham papel importante como elemento transformador
do modo de acessar e organizar as informaes, constituindo-se em um aliado do
estudante na aquisio e organizao dos conhecimentos.
Essas tecnologias devem servir para enriquecer o processo de ensino-
aprendizagem, propiciando ao estudante a construo e apreenso de conhecimentos
por meio de uma atuao crtica e ativa.
Para assegurar uma aprendizagem mais eficiente, aqui compreendida como a
capacidade de alcanar o efeito desejado, ou seja, o aprendizado, a educao tem
passado por modificaes, aperfeioando tecnologias, numa relao pedaggica
progressiva, motivadora e interativa1.
As tecnologias da informao e comunicao (TIC) so traduzidas em
poderosas ferramentas no auxlio ao processo ensino-aprendizagem e na otimizao
do tempo necessrio ao estudo propriamente dito. Alm disso, representam
excelentes recursos pedaggicos na formao de graduandos, pois aprimoram o
aprendizado e reforam o autoaprendizado, alm de auxiliar na aquisio de
habilidades necessrias atuao profissional2.
O aprendizado mediado pelas tecnologias assume grande importncia, pois
amplia a concepo do ambiente de aprendizagem restrito a um espao fsico e, no
caso de dispositivos mveis, propicia a mobilidade, essencial para o estudante no
perodo de atuao prtica, no campo de estgio.
Este trabalho ora apresentado uma extenso da dissertao de mestrado
apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Enfermagem na Sade do Adulto
(PROESA) da Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo, intitulada
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Introduo 19
Aplicativo multimdia em plataforma mvel para o ensino da Mensurao da
Presso Venosa Central3.
Essa pesquisa teve como objetivo demonstrar a trajetria e os processos de
desenvolvimento e avaliao por especialistas de um aplicativo multimdia, para
dispositivos mveis, sobre a Mensurao da Presso Venosa Central (PVC) e se
consolidou a partir da anlise e sntese dos referenciais terico (uso da tecnologia da
informao e comunicao no ensino), pedaggico (bases construtivistas e
aprendizagem significativa) e metodolgico (design instrucional contextualizado em
consonncia com os pressupostos pedaggicos).
Com base nos objetivos de ensinar os estudantes a organizar e planejar o
processo de aprendizagem de forma autnoma, conhecer a tcnica de instalao do
sistema de mensurao manual, conhecer as indicaes e contraindicaes do
procedimento, selecionar adequadamente os equipamentos e materiais necessrios,
compreender a importncia da realizao correta da tcnica, identificar complicaes
e situaes que podem levar a erros e interferir nos resultados, foram definidos os
contedos do aplicativo e a adequada fluncia de navegao e operao, necessrios
para prover subsdios tericos, de modo que o estudante de Enfermagem possa
realizar o procedimento de mensurao da PVC durante as atividades prticas. A
multimdia foi o mtodo escolhido por favorecer um ambiente motivador e dinmico,
pois integra imagens e textos num aplicativo disponvel para celulares, constituindo-
se um meio mvel e autnomo de aprendizagem.
Para o desenvolvimento do aplicativo multimdia optou-se pela metodologia de
Design Instrucional Contextualizado (DIC), que consiste na ao intencional de
planejar, desenvolver e aplicar situaes didticas especficas incorporando
mecanismos que favoream a contextualizao4.
O DIC envolve as etapas de anlise, design, desenvolvimento do aplicativo,
implementao e avaliao de projetos educacionais bem alinhados em seus
objetivos, estratgias pedaggicas e tecnologias utilizadas. Isto propicia maior eficcia
no ensino com reduo significativa do tempo empregado e com mais satisfao para
os estudantes, para alcanar a aprendizagem por meio de mtodos funcionais e
atrativos, utilizando recursos visuais e criativos5.
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Introduo 20
O aplicativo foi dividido em tpicos e baseou-se na teoria da aprendizagem
significativa, de David Ausubel, que aponta a inter-relao de conceitos novos e
conceitosbase. A aprendizagem dita significativa quando uma informao adquire
significado para o estudante por meio de um tipo de ancoragem em aspectos
relevantes j existentes em sua estrutura de conhecimento, com determinado grau de
clareza6.
No aplicativo, foram criados dois grandes tpicos: Presso Venosa Central e
Mensurao da PVC (Figura 1), que so as subdivises do tema central. Para o
primeiro tpico, Presso Venosa Central, foram construdos sete mdulos: Mdulo 1
Conceito de PVC; Mdulo 2 Entendendo a PVC; Mdulo 3 Mensurao da PVC;
Mdulo 4 Valores de referncia; Mdulo 5 Indicaes de monitorizao da PVC;
Mdulo 6 Contraindicaes de monitorizao da PVC; Mdulo 7 Complicaes
(Figuras 2 e 3)
Para o segundo tpico, Mensurao da PVC, foram criados trs mdulos, em
que o usurio poder selecionar a opo que desejar consultar, quais sejam: os
materiais necessrios, a tcnica propriamente dita ou os erros mais frequentes neste
procedimento. A tela dos Materiais necessrios, por exemplo, disponibiliza a relao
escrita dos materiais utilizados (Figura 4).
A seguir, so apresentadas algumas telas do aplicativo multimdia em
plataforma mvel para o ensino da mensurao da Presso Venosa Central3.
Figura 1 - Imagem ilustrativa da tela de seleo de contedo
-
Introduo 21
Figura 2 - Imagem ilustrativa do tpico 1
Figura 3 - Imagem ilustrativa do Tpico 1
-
Introduo 22
Figura 4 - Imagem ilustrativa do tpico 2
Embora o aplicativo tenha sido considerado timo e satisfatrio pela maioria
dos especialistas das reas de ensino e assistncia, os resultados evidenciaram a
necessidade de algumas melhorias, como a ampliao do tamanho da letra e a
insero de vdeo demonstrativo.
O aplicativo ainda se encontra em processo de registro de software na rea de
produo intelectual da Agncia USP de Inovao.
Os resultados dessa pesquisa de mestrado permitiram demonstrar a viabilidade
do desenvolvimento de uma ferramenta para atualizar a prtica pedaggica e
contriburam para delinear um novo conceito de ensino-aprendizagem voltado ao
cuidado em sade. A integrao de computadores e outros instrumentos tecnolgicos
pode ser compreendida como um mecanismo de inovao e, como tal, deve atender
s condies de segurana necessrias para que a mudana na educao ocorra.
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Introduo 23
1.2 REVISO DA LITERATURA
Foi realizada uma reviso integrativa como proposta para a construo e
deteco do estado da arte do tema de pesquisa e por meio de seus resultados foi
analisada a oportunidade da pesquisa.
A reviso integrativa um mtodo que possibilita a anlise e sntese de vrias
pesquisas realizadas, que contribui para a gerao de novos conhecimentos,
baseados nos resultados apresentados em estudos anteriores7.
A reviso integrativa consiste na construo de uma anlise ampla da literatura,
possibilitando identificar mtodos e resultados de pesquisas, bem como proporcionar
profundo entendimento sobre o assunto e encorajar reflexes sobre a realizao de
novos estudos8.
A identificao do tema e seleo da questo de pesquisa consiste na etapa
inicial para a construo de uma reviso integrativa. Nesta etapa formulada a
pergunta de pesquisa7.
Portanto, para orientar a reviso integrativa deste trabalho, foi feita a seguinte
pergunta: Um aplicativo multimdia para celulares favorece a aprendizagem de
um procedimento de Enfermagem?
O prximo passo foi a definio dos descritores ou palavras-chave da estratgia
de busca e a determinao dos bancos de dados utilizados
Os descritores utilizados para identificar publicaes relacionadas com o tema
de aprendizagem por aplicativos para celular foram: multimdia, multimedia, tecnologia
educacional, educational technology, tecnologa educativa, mvel, mobile, mvil
(telefone celular, cellular phone, telfono celular).
Na segunda etapa foram estabelecidos os critrios de incluso. Para seleo
dos trabalhos utilizou-se como critrios: trabalhos derivados de pesquisas e relatos
de experincias (dissertaes, teses, artigos originais, revises sistemticas e relatos
de experincias); abordando o uso de tecnologia educacional mvel na rea da sade;
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Introduo 24
trabalhos publicados no perodo de 2003 a outubro de 2015, nos idiomas portugus,
espanhol e ingls.
A busca por trabalhos ocorreu de duas maneiras:
a) por meio do Banco de Teses da Coordenao de Aperfeioamento de
Pessoal de Nvel Superior (CAPES), site: <
http://www.capes.gov.br/component/content/article?id=2164 >; resumos e
peridicos; com as palavras tecnologia, educacional, mvel e ensino,
aprendizagem, tecnologia, mvel.
b) por meio da Biblioteca Virtual em Sade (BVS/BIREME), site
; opo busca livre pesquisa
na BVS no item todos os ndices, incluindo as seguintes bases Cincias
da Sade em Geral: LILACS, IBECS, MEDLINE, PUBMED, Biblioteca
Cochrane, SciELO. Portal de Evidncias: Revises Sistemticas, Ensaios
Clnicos, Sumrios de Evidncia, Avaliaes Econmicas em Sade,
Avaliaes de Tecnologias em Sade, Diretrizes para Prtica Clnica. reas
Especializadas: BIOTICA, CidSade, DESASTRES, HISA,
HOMEOINDEX, LEYES, MEDCARIB, REPIDISCA. Organismos
Internacionais: PAHO, WHOLIS com as palavras tecnologia educacional
mvel e ensino, aprendizagem, tecnologia, mvel.
Foram encontrados 15 artigos na Biblioteca Virtual em Sade (BVS/BIREME)
e excludos 9. No Banco de Teses da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal
de Nvel Superior (CAPES), entre teses e peridicos, foram encontrados 27 trabalhos
e excludos 24. As excluses se deram pelo fato dos trabalhos no atenderem aos
critrios de incluso ou se repetirem.
A amostra final desta reviso foi constituda por nove produes, sendo sete
artigos cientficos, uma dissertao de mestrado e uma tese de doutorado
selecionados pelos critrios de incluso previamente estabelecidos.
O quadro 1 a seguir representa as especificaes e o resumo de cada um dos
artigos.
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25
Procedncia Ttulo Autores Peridico Resumo
Pubmed 'Net Generation' medical students: technological experiences of pre-clinical and clinical students.
Kennedy G, Gray K, Tse J.
Med Teach; 30(1): 10-6, 2008 Feb
O presente estudo investigou as experincias tecnolgicas de estudantes de medicina e determinou se havia diferenas entre os alunos pr-clnicos e clnicos. Em 2006, 207 estudantes clnicos, pr-clnicos e 161 clnicos de uma universidade australiana foram pesquisados. O questionrio perguntava aos alunos sobre o seu acesso, uso e habilidades com uma variedade de tecnologias e ferramentas de base tecnolgica. Os resultados mostraram que o acesso a telefones celulares, cartes de memria, computadores e conexes de Internet de banda larga foi alto, enquanto que tecnologias como Personal Digital Assistant (PDA) foram usadas em nmeros muito baixos. A anlise de fator de utilizao dos alunos de 39 ferramentas baseadas em tecnologia revelou nove tipos de atividade, incluindo o uso padro de computadores e dispositivos mveis, e o uso da Internet como uma atividade de passatempo, para consumo de udio e para acessar servios. Uma comparao entre os estudantes pr-clnicos e clnicos revelou uma srie de diferenas significativas em termos de frequncia e habilidade com que esses estudantes usam ferramentas baseadas em tecnologias distintas. Os resultados lanam luzes sobre potenciais reas para desenvolvimento de novas tecnologias educacionais.
Medline Cell Phone Cardiopulmonary Resuscitation: Audio instructions when needed by Lay Rescuers: A randomized controlled trial
Merchant RM, Abella BS, Abotsi EJ, Smith TM, Long J, Trudeau ME, Leary M, Groeneveld PW, Becker LB, Asch DA
Ann Emerg. Med; 55(6): 558-543, 2010, Jun
Buscou-se avaliar a extenso em que instrues de udio pr-gravadas, entregues por um telefone celular, para a tcnica de ressuscitao cardiopulmonar (RCP), iro melhorar a qualidade da RCP fornecidas por socorristas inexperientes ou leigos e por socorristas treinados. Foi solicitado aleatoriamente a ambos os tipos de voluntrios (previamente treinados e no treinados) a realizar a RCP em um manequim por 3 minutos, com ou sem a ajuda de udio, a partir de um telefone celular, programado para fornecer instrues de RCP. No houve diferena nas medidas de RCP para os participantes que tinham ou no tinham recebido treinamento em RCP anterior. Os participantes que utilizaram a ajuda de telefone celular tiveram melhor desempenho na taxa de compresso, na profundidade de compresso e menos pausas em comparao com os participantes sem a ajuda do aparelho celular. Um programa de udio simples, que pode ser disponibilizado para telefones celulares, aumentou a qualidade da RCP numa simulao em manequim.
Medline Smartphones in nursing education
Phillippi JC, Wyatt TH
Comp. Indorm. Nurs; 29(8): 449-54, 2011, Aug
Este artigo explora o uso e as questes que envolvem a utilizao de smartphones no ensino de enfermagem, em potencial. Enquanto as funes de smartphones, como o envio de mensagens de texto, visualizao de vdeos e acesso Internet, podem parecer meramente recreativas, tais recursos podem ser usados dentro do currculo de enfermagem para envolver os alunos e reforar a aprendizagem, em qualquer momento ou local. Smartphones podem ser usados para acesso rpido aos materiais e diretrizes educacionais, durante a clnica. Os alunos podem rever vdeos instrucionais antes de realizar habilidades e rapidamente chegar ao seu instrutor clnico via mensagem de texto.
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Procedncia Ttulo Autores Peridico Resumo
Capes Perspectivas dos estudantes sobre iniciativas de aprendizagem mvel na Universidade Aberta do Brasil: a questo do telefone mvel.
Santana, AO, Peixoto, LRT.
Acta Scientiarum. Education (UEM), July, 2010, Vol.32(2), p.219(5).
Os objetivos deste estudo foram verificar se estudantes da Universidade Aberta do Brasil aprovam iniciativas de aprendizagem mvel (m-learning), identificar as perspectivas dos estudantes sobre m-learning, desenvolver um modelo de design instrucional para ambientes de m-learning e quantificar a satisfao dos estudantes com o modelo apresentado. Participaram do estudo 1.328 estudantes, todos estudantes da Universidade Aberta do Brasil. Eles foram questionados sobre suas perspectivas sobre m-learning nesta Universidade e se concordavam com este modelo educacional. Os estudantes responderam que concordam com a possvel implementao do m-learning nesta universidade, especialmente atravs de telefones mveis. Coletivamente, as principais ideias que os estudantes ofereceram para melhorar a eficincia da construo do conhecimento foram classificadas em trs grupos: teoria, pratica e interatividade. Eles tambm concordaram com o modelo de design instrucional que foi desenvolvido e apresentado para os trs grupos.
Capes Medida indireta da presso arterial: avaliao de programa de educao permanente oferecido em dispositivo mvel.
Tognoli, SH, Nogueira, MS
Banco de Teses e Dissertaes USP, 2012.
Utilizando tecnologia mvel foi oferecido um curso de atualizao sobre medida indireta da presso arterial para profissionais de enfermagem de trs Unidades Bsicas de Sade do Distrito Oeste do municpio de Ribeiro Preto. Estudo descritivo exploratrio que contou com a participao de 11 auxiliares de Enfermagem. Os profissionais foram avaliados em quatro fases distintas: avaliao diagnstica, processual, somativa e de uso da tecnologia mvel e avaliao terico-prtica. Os resultados indicam lacunas no conhecimento relativo a alguns aspectos que envolvem a medida indireta da presso arterial, quando da avaliao das atividades pedaggicas na fase processual. A maioria dos profissionais obteve bom desempenho na realizao do procedimento aps o curso. Todos os 11 auxiliares de enfermagem (100,0%) avaliaram positivamente o uso do dispositivo mvel (Tablet) na educao permanente em servio, indicando que gostariam de participar de outras experincias com o uso do recurso. Concluram os autores que o presente estudo apresenta limitaes decorrentes do reduzido nmero de participantes, alm de imposies estabelecidas pelo servio, quanto guarda dos equipamentos. Neste sentido, os autores recomendaram a realizao de novos estudos com vistas a dimensionar melhor os aspectos aqui identificados.
Pubmed Using technology to promote mobile learning: engaging students with cell phones in the classroom.
Robb M, Shellenbarger T.
Nurse Educ; 37(6): 258-61, 2012 Nov-Dec.
Avanos na tecnologia de telefonia celular tm afetado todos os aspectos da sociedade. Os indivduos tm acesso instantneo s redes sociais, sites e aplicaes. As faculdades precisam considerar o uso desses dispositivos mveis para enriquecer a sala de aula. Os autores discutem como dispositivos mveis e telefones celulares podem ser utilizados em atividades de aprendizagem, em suas salas de aula, com sucesso. Estratgias de ensino-aprendizagem utilizando a tecnologia de telefones celulares, e recomendaes para a superao de desafios associados com o uso de telefone celular na sala de aula, so discutidas.
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Procedncia Ttulo Autores Peridico Resumo
Medline Development of a mobile device optimized cross platform-compatible oral pathology and radiology spaced repetition system for dental education.
Al-Rawi SMARTPHONE, Easterling L, Edwards PC
J. Dent. Educ; 79(4): 439-4, 2015 Apr.
A combinao de testes de recordao ativa com repetio espaada aumenta a reteno de memria. O objetivo deste estudo foi avaliar e comparar a percepo e utilizao, pelos alunos, de um sistema de repetio espaada eletrnica, em patologia-radiologia, na educao de higiene dental e educao odontolgica. O estudo empregou uma sute open-source de aplicaes para criar "flashcards" eletrnicos, que podem ser ajustados individualmente para frequncias de repetio, dependendo da avaliao de dificuldade de um usurio. Acessvel atravs de mltiplas plataformas (iOS, Android, Linux, OSX, Windows), bem como atravs de qualquer navegador web, a ferramenta foi utilizada para desenvolver uma base de dados de questes baseadas em casos, sobre radiologia e patologia oral. Este sistema foi introduzido em dois cursos: Patologia Oral para estudantes de odontologia e Radiologia, para estudantes de higiene dental. Aos alunos foram fornecidos software livre e/ou tablets mveis, bem como um banco de dados eletrnico com 300 questes. Os participantes do estudo foram inquiridos sobre a frequncia e extenso do uso. Pesquisas de percepo foram utilizadas para avaliar as suas atitudes em relao a esta tecnologia. Dos alunos elegveis, 12 de 22 (54,5%) de higiene dental e 49 de 107 (45,8%) estudantes de odontologia responderam s pesquisas. As taxas de adoo e feedback dos alunos foram comparadas entre os dois grupos. Entre os entrevistados, a aceitao desta tecnologia, no que diz respeito utilidade educativa, foi similar para os estudantes de higiene dental e dental (mediana = 5, em uma escala de cinco pontos; interquartil de higiene dental (IQR) = 0; dental IQR = 1). Apenas uma parte dos entrevistados (25% dental, 33% higiene dental) aproveitou um dos principais benefcios desta tecnologia: a repetio espaada automatizada.
Capes Desenvolvimento de educao permanente com tecnologia mvel: avaliao em um curso sobre higienizao das mos e uso de luvas.
Nagliate PC, Mendes IAC
Banco de Teses e Dissertaes USP, 2012.
O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento de profissionais de enfermagem antes e aps o oferecimento de um programa educativo sobre a higienizao das mos e o uso de luvas em tecnologia mvel (tablet). Participaram da primeira fase do estudo 86 profissionais de enfermagem (enfermeiros e auxiliares de enfermagem) e da segunda, 47 profissionais, que avaliaram o programa por meio de um questionrio composto por 26 questes. Os resultados apontaram aumento na mdia do conhecimento dos profissionais referentes higienizao das mos e, em relao ao uso de luvas, os profissionais mantiveram o mesmo nvel de conhecimento regular em ambas as fases. A maioria dos profissionais considerou o dispositivo um bom meio para realizar educao permanente.
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Procedncia Ttulo Autores Peridico Resumo
Lilacs Aplicativo multimdia em plataforma mvel para o ensino da mensurao da presso venosa central.
Galvo ECF, Pschel VAA
Rev. Esc. Enferm. USP; 46(spe): 107-115, Out. 2012
O objetivo do estudo foi desenvolver e avaliar um aplicativo multimdia em plataforma mvel para o ensino da Mensurao da Presso Venosa Central (PVC). A pesquisa foi desenvolvida em trs fases (Levantamento das necessidades; Metodologia de desenvolvimento do aplicativo multimdia e Avaliao do aplicativo multimdia). A multimdia foi o mtodo escolhido por favorecer um ambiente motivador e dinmico, integrar imagens e textos num aplicativo disponvel para celulares, constituindo-se um meio mvel e autnomo de aprendizagem. Os resultados permitem demonstrar a viabilidade do desenvolvimento da ferramenta para subsidiar a prtica pedaggica e abrem perspectivas para acreditar que, na educao em Enfermagem, a tecnologia disponvel pode descortinar novos modos de aprender significativamente.
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Introduo 29
Verificou-se que, de modo geral, o uso de dispositivos mveis no processo de
ensino-aprendizagem proporcionou melhora do desempenho na realizao de
procedimentos, satisfao dos estudantes e estimulou o desenvolvimento de formas
inovadoras de difundir conhecimentos.
Dessa forma, pode-se identificar que h, ainda, escassez de artigos cientficos
publicados sobre o uso pedaggico da tecnologia mvel, em especial o celular, e as
atividades educacionais em sade mediadas por essa tecnologia.
1.3 OPORTUNIDADE DE PESQUISA
A partir do trabalho de desenvolvimento do aplicativo multimdia para o ensino
da Mensurao da Presso Venosa Central (PVC) com o objetivo de prover subsdios
tericos e auxiliar o estudante a superar as dificuldades encontradas no campo de
estgio, relacionadas associao de conceitos abordados no bloco terico com a
situao vivenciada na prtica, neste momento, aps a implementao das melhorias
sugeridas, fez-se necessrio avaliar a eficcia desse aplicativo na aprendizagem dos
estudantes de Enfermagem.
A eficcia do aplicativo pode ser verificada por meio da comparao da
aplicao prtica dos conhecimentos sobre PVC, antes e depois do uso do aplicativo.
A qualidade e a eficcia de um aplicativo, representa como ele pode afetar o
desempenho do estudante, incluindo critrios como a facilidade de uso, a
autenticidade, a motivao, entre outros9.
Segundo a NBR 9241/1110 da Associao Brasileira de Normas Tcnicas
(ABNT), eficcia significa acurcia e completude com as quais os usurios alcanam
objetivos especficos.
Acurcia, segundo o dicionrio Aurlio11, exatido de uma medio ou de um
instrumento de medio; segundo o Michaelis12, exatido de uma tabela ou de uma
operao e, segundo o Houaiss13, preciso de uma tabela ou de uma operao.
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Introduo 30
A definio dos objetivos a serem alcanados levou em conta o nvel em que
os estudantes se encontram. Sendo assim, com o uso do aplicativo multimdia, o
estudante dever ser capaz de aperfeioar os conhecimentos tericos e prticos sobre
o procedimento.
Os aplicativos educacionais necessitam de avaliao quanto aos aspectos
tcnicos: facilidade de uso, caractersticas da interface, navegabilidade, mobilidade,
entre outros e aos aspectos pedaggicos: clareza, consistncia e compreenso de
contedos, alcance dos objetivos de aprendizagem e satisfao no uso14.
Clareza e consistncia de contedos significam que a informao possui boa
legibilidade e explicativa e adequada ao pblico alvo, facilitando sua compreenso15.
A satisfao do estudante no uso do aplicativo definida como a ausncia de
desconforto e atitudes positivas para o uso de um produto. uma resposta do usurio
na interao com o produto10.
A satisfao pode ser especificada e mensurada pela avaliao em escalas,
quantificando as reaes e opinies expressas pelos estudantes com o uso do
aplicativo. Outros modos de medir a satisfao podem incluir o nmero de
comentrios positivos, neutros e negativos registrados durante a utilizao10.
O conhecimento das caractersticas que tornam o aplicativo adequado ou no
ao processo ensino-aprendizagem e da interao estabelecida com o estudante e sua
inter-relao com os objetivos educacionais em especficas situaes de
aprendizagem, de fundamental importncia para o xito da relao entre ensino e
tecnologia16.
Considera-se que o aplicativo educacional de mensurao da presso venosa
central para dispositivos mveis apresenta possibilidades de um ensino inovador para
estudantes que vislumbrem flexibilidade na maneira de adquirir conhecimentos por
meio da mobilidade e da oferta de abordagens pedaggicas mais ativas e estmulo
oriundo dos recursos audiovisuais nele contidos, alm de contribuir para a satisfao
dos estudantes.
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Introduo 31
Estudantes mais satisfeitos com o mtodo de aprendizado demonstram maior
motivao para realizar as atividades, alm de possurem maior rendimento
metacognitivo que favorece a gesto do tempo17.
Frente ao exposto, emergiu o seguinte questionamento: O aplicativo multimdia
em plataforma mvel se mostra eficaz para a aprendizagem da Mensurao da
Presso Venosa Central?
Acredita-se que esse aplicativo pode permitir a exposio de conceitos de uma
maneira inovadora e motivadora, representando uma ferramenta adequada de
aquisio e reviso de conhecimentos sobre a Mensurao da Presso Venosa
Central.
Tem-se como hiptese que os estudantes aps o uso do aplicativo apresentem
melhores resultados na avaliao de competncias e sejam capazes de:
Organizar e planejar o processo de aprendizagem de forma autnoma;
Conhecer a tcnica de instalao do sistema de mensurao manual;
Conhecer as indicaes e contraindicaes do procedimento;
Selecionar adequadamente os equipamentos e materiais necessrios ao
procedimento;
Compreender a importncia da realizao correta da tcnica;
Identificar as possveis complicaes;
Executar o procedimento corretamente;
Reconhecer as situaes que podem levar a erros e interferir nos
resultados.
Esclarecer dvidas
Estimular o desenvolvimento de habilidades de comunicao e de formas
de agir no relacionamento enfermeiro-paciente.
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Introduo 32
Portanto, este estudo se justifica pela contribuio para a modernizao dos mtodos
de ensino-aprendizagem, pela avaliao da aprendizagem do estudante de
Enfermagem no uso de um aplicativo para dispositivos mveis, uma vez que so
tecnologias e ambientes pelos quais os estudantes esto acostumados ao uso em
outras atividades pessoais e sociais.
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Objetivos
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Objetivos 34
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
Avaliar a aprendizagem e a satisfao de estudantes em relao ao uso do
aplicativo multimdia em plataforma mvel para o ensino da Mensurao da Presso
Venosa Central.
2.2 ESPECFICOS
Identificar o grau de conhecimento terico e prtico dos estudantes sobre a
mensurao manual da Presso Venosa Central (PVC) antes e aps o uso
do aplicativo.
Identificar a existncia de variveis associadas ao aprendizado.
Verificar a autoavaliao da aprendizagem e a satisfao dos estudantes
em relao ao uso do aplicativo.
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Concepes Tericas
-
Concepes Tericas 36
3 CONCEPES TERICAS
Nesse captulo, so apresentadas as concepes tericas relativas PVC, s
estratgias de ensino-aprendizagem, tecnologia na educao, ao modelo
construtivista e ao Objective Structured Clinical Examination (OSCE) - Exame Clnico
Objetivo e Estruturado.
Inicialmente, apresentado o procedimento de mensurao da Presso
Venosa Central, necessrio para o controle e manuteno hemodinmica. A
monitorizao hemodinmica, incluindo a mensurao da PVC, fundamental na
abordagem ao paciente crtico.
3.1 PRESSO VENOSA CENTRAL
A presso venosa central (PVC) corresponde presso de enchimento do
ventrculo direito do corao e fornece dados relevantes para nortear a teraputica,
auxiliando na escolha das intervenes farmacolgicas e correo do volume de
sangue intravascular18.
A PVC determinada pelo tnus vascular, pelo volume de sangue que retorna
ao corao, pela capacidade de bombeamento do corao e pela posio do
paciente19.
Para se obter a mensurao faz-se necessria a insero de um cateter central,
percutaneamente ou por disseco venosa. A escolha do local de insero depende
da anatomia de cada paciente. Os locais mais comuns so: veias jugulares internas,
veias subclvias e veias femorais.
Entretanto, existem contraindicaes para a colocao de um cateter venoso
central para a mensurao da PVC. Dentre as contraindicaes absolutas esto:
infeco da rea subjacente ao local de insero, queimadura, alteraes anatmicas.
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Concepes Tericas 37
So consideradas contraindicaes relativas: alteraes da coagulao, trombose
venosa profunda, pneumotrax, trauma cervical, entre outros20, 21.
A presso pode ser medida por meio de uma coluna de gua, no requerendo
equipamentos sofisticados, ou eletronicamente por meio de um transdutor de presso.
O mtodo manual, por coluna de gua, ainda largamente utilizado pelo baixo
custo e facilidade de manuseio, principalmente quando se consideram todos os
estados do Brasil. A utilizao do mtodo eletrnico tambm est presente em centros
especializados pelo pas, sendo muito usado na regio sudeste, a mais desenvolvida,
principalmente do Estado de So Paulo e, mesmo assim, no em todas as cidades
desse Estado ou em todas as unidades de atendimento crtico. A maioria dos hospitais
que utiliza o mtodo eletrnico no possui monitores multiparmetros disponveis para
atender demanda de pacientes com indicao de monitorizao da PVC, mantendo,
assim, a mensurao manual. Alm disso, h uma variedade de modelos de monitores
e de transdutores para essa finalidade, o que dificultaria a produo de um aplicativo
para cada modelo, enquanto que no mtodo manual, o material necessrio
padronizado, especfico e invarivel.
Na vivncia com os estudantes nos campos de estgio percebeu-se a
quantidade insuficiente de dispositivos eletrnicos para a mensurao da PVC e a
utilizao expressiva da mensurao pelo mtodo manual.
Estudo22 realizado em Unidades de Terapia Intensiva de nove hospitais
pblicos do municpio de Recife, demonstrou que as unidades alm de utilizarem o
mtodo manual para mensurao da PVC, no tinham equipe de enfermagem
treinada e materiais adequados para o procedimento, sendo necessria a utilizao,
por exemplo, de rguas de nvel improvisadas com madeira e ampolas de vidro.
No se identificam na literatura nacional, publicaes relacionadas ao desuso
desse mtodo. Identificou-se normatizaes em dois servios de sade: no Instituto
de Previdncia dos Servidores do Estado de Minas Gerais23, onde h indicao no
Procedimento Operacional Padro (POP), de 2012, para instalao e verificao da
presso venosa central e no Hospital Universitrio Pedro Ernesto24, no Rio de Janeiro,
publicao de 2014, que explicita a utilizao do mtodo manual por coluna de gua.
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Concepes Tericas 38
O mtodo manual de mensurao da PVC, devido ao baixo custo e
simplicidade de materiais, ainda bastante popular e amplamente utilizado,
dispensando transdutores eletrnicos especiais25.
Para mensurar a PVC deve-se assegurar que a marca zero da coluna de gua
encontra-se no nvel do trio direito. O paciente colocado em decbito dorsal
horizontal. O dispositivo de infuso aberto de modo que a coluna seja parcialmente
preenchida com soluo intravenosa. Em seguida permite-se que o lquido seja
infundido no paciente. O lquido para de fluir para o paciente quando a presso na
coluna se iguala presso no trio direito. A PVC obtida por meio da leitura da
marca de gua na coluna, em relao ao ponto zero21.
O mais relevante na monitorizao da PVC a tendncia que os valores
assumem aps as intervenes. A avaliao da PVC como indicador de volemia deve
ser realizada pela resposta infuso de fludos, de modo seriado.
Nas situaes em que a PVC apresenta valores extremos, baixos ou muito
elevados, existe relao direta com o estado de hipovolemia e hipervolemia,
respectivamente e/ou disfuno cardaca.
Segundo Arajo26, os valores esperados da PVC mensurada na linha axilar
mdia como "zero" de referncia, esto entre 6 a 10 cm H2O (quando medida pela
coluna d'gua) ou de 3 a 6 mmHg (quando medida pelo transdutor eletrnico).
A monitorizao da presso venosa central est indicada nos casos de Choque,
Leses Pulmonares, Insuficincia Renal Aguda, Sepse, Grandes Traumas, pacientes
com alto risco cirrgico, cirurgias de grande porte. Tambm utilizada em
procedimentos com grandes alteraes da volemia, para medida do volume
intravascular, infuso rpida de lquidos, administrao crnica de frmacos, entre
outros27.
A mensurao da PVC sofre a influncia de vrios fatores e, alguns deles
comprometem a sua acurcia e consequentemente podem levar a leituras incorretas.
Os erros mais frequentes relacionam-se diretamente obstruo parcial ou total do
cateter em situaes como: presena de cogulos, acotovelamento do cateter,
localizao incorreta, aderncia da extremidade do cateter parede do vaso, posio
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Concepes Tericas 39
inadequada do paciente, inadequao do circuito e preenchimento incompleto do
cateter com lquido28.
3.2 ESTRATGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
As estratgias de ensino so definidas como os meios que facilitam a aquisio
de conhecimentos pelos estudantes e os tornam aptos a alcanar os objetivos tcnico-
profissionais e individuais29.
Segundo Anastasiou e Alves30,
Mtodo ou estratgia de ensino: do grego strateegia, a arte de aplicar ou explorar os meios e condies favorveis e disponveis, com vista a consecuo de objetivos especficos.
Tcnica: do grego techniks, relativo a arte. Refere- se arte material ou ao conjunto de processos de uma arte, maneira, jeito ou habilidade especial de executar ou fazer algo. (p. 68-69)
Os processos de aprendizagem no ocorrem da mesma maneira, dependem
do indivduo que aprende e do objeto de apreenso. Da mesma forma, existe diferena
entre aprender e apreender. O apreender, do latim apprehendere, significa prender,
segurar, assimilar, portanto, necessrio agir, apropriar-se. J o verbo aprender,
significa tomar cincia, conhecer, receber informaes e memoriz-las mediante
estudo30.
Vrios mtodos so utilizados no processo de ensino-aprendizagem, de forma
individual ou grupal. Mtodos e tcnicas didticas interativas grupais so
representadas por debates, reunies em grupo, seminrios, vdeos e dramatizaes.
Mtodos e tcnicas didticas individuais so constitudas por: estudo de caso, aula
expositiva com a utilizao de recursos de ensino, como filmes, datashow, construo
de mapas conceituais, soluo de problemas, leitura dirigida30, 31.
Ainda predominante o mtodo tradicional de ensino, por meio de aulas
expositivas, em que o estudante assume um papel muito passivo, de receptor de
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Concepes Tericas 40
conhecimentos. Anastasiou32 refere que o estudante assume essa posio
indiferente, aceitando, de forma passiva, as atividades que lhes so propostas.
Estudo33 realizado na Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo
(EEUSP) revela que os estudantes identificaram os mtodos mais interativos, aulas
dinmicas, maior tempo de laboratrio, entre outros, como mecanismos que
contribuiriam para uma prtica pedaggica mais ativa.
Essa metodologia de ensino mais ativa oferece aos estudantes uma prtica
educativa emancipadora e colaborativa34.
As metodologias ativas podem ser vistas como maneiras de desenvolver o
processo de aprendizagem, buscando uma formao crtica. A utilizao dessas
metodologias pode favorecer a autonomia, estimular a aquisio de conhecimentos,
incentivar a tomada de deciso e a criatividade35.
A tendncia a busca de mtodos inovadores que contemplem uma prtica
pedaggica crtica, reflexiva, autnoma e transformadora, priorizando mtodos ativos
de ensino e aprendizagem baseados em resultados e competncias, englobando
conhecimentos, habilidades e atitudes36.
Para que o processo de ensino-aprendizagem esteja em consonncia com o
perfil atual dos estudantes, que esto muito envolvidos com a tecnologia e hoje so
chamados de nativos digitais, mudanas na forma como se faz a educao tornam-
se cada vez mais necessrias e a mobilidade e diversidade dos recursos tecnolgicos
por viabilizar a aprendizagem em qualquer lugar, podem auxiliar nessas mudanas37.
Os nativos digitais, expresso criada por Prensky38, representam a gerao que
j nasceu em contato com o universo digital, que esto habituados a obter as
informaes de forma rpida por meio das fontes digitais. Encaram, sem obstculos,
as mudanas e inovaes do mundo tecnolgico e se adaptam a ela com a mesma
velocidade.
J em 2000, Assmann39 destacava o processo de transformao da
aprendizagem na sociedade da informao, indicando o uso de recursos tecnolgicos,
como a internet. Na atualidade, estudos40,41,42,43 evidenciam a contribuio do uso de
tecnologias para propiciar metodologias mais ativas no processo ensino-
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Concepes Tericas 41
aprendizagem, inclusive na rea da sade, com o objetivo de construir e estruturar
conhecimentos, melhorar o desempenho de habilidades prticas e desenvolver o
pensamento crtico.
Nessa perspectiva, o uso dos recursos tecnolgicos deve estar em
consonncia com as abordagens pedaggicas, que visem ao aprendizado
contextualizado, favorecendo a compreenso do sujeito e do seu mundo, contribuindo
assim para o aprendizado autnomo e reflexivo44.
As tecnologias, na educao, devem favorecer o trabalho pedaggico
atendendo s especificidades de um ensino voltado para a formao de indivduos
autnomos, ativos, capazes de decidir e resolver problemas45.
3.3 A TECNOLOGIA NA EDUCAO
As novas tecnologias podem aumentar o potencial cognitivo do ser humano e
possibilitar agrupamentos cognitivos complexos devido quantidade de informaes
que esto disposio para o processo de construo de conhecimentos39. Portanto,
elas tm um papel ativo e organizador das formas de aprender e de conhecer.
O uso das tecnologias conquista destaque cada vez maior ao apresentar
softwares, hardwares, recursos mveis ou aplicativos que objetivam alcanar
resultados benficos aprendizagem dos estudantes.
Mishra e Koehler46 apontam a necessidade de integrao dos conhecimentos
sobre a aprendizagem, sobre o pensamento dos estudantes, sobre os contedos
especficos e sobre os aspectos que devem ser considerados no uso de ferramentas
tecnolgicas voltadas ao ensino.
Essa integrao facilita a aquisio de conhecimentos bsicos e especficos,
melhora a tomada de deciso e aprimora a habilidade e a capacidade crtica.
Diferentes tecnologias podem ser utilizadas para alcanar esses objetivos, entre elas,
objetos educacionais digitais e softwares de aprendizagem, simuladores, realidade
virtual e aplicativos para dispositivos mveis47,48.
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Concepes Tericas 42
Segundo vora49, a utilizao de recursos de tecnologia, aliados softwares,
prev a capacitao dos estudantes para organizar e gerenciar seus estudos, refletir
e compreender conceitos, construindo seu prprio aprendizado.
Atualmente, o uso da tecnologia mvel como suporte para telemedicina e
programas de educao permanente voltados para estudantes e profissionais de
sade est emergindo de forma significativa 33, 34.
A tecnologia mvel se torna vantajosa uma vez que fornece uma extenso
educao, contribuindo para a aprendizagem do estudante, sem local e horrio
preestabelecidos50.
Nesse contexto, os celulares permitem maior flexibilidade no processo de
comunicao e de aprendizagem devido s caractersticas de mobilidade,
interatividade e portabilidade51. Alm disso, tem como vantagem o baixo custo, a
facilidade de aquisio e a possibilidade de acesso a contedos para o aprendizado,
possibilitando a consulta de informaes, visualizao de fotos e vdeos, registros
digitais, bem como o retorno ao estudo no momento desejado e possvel50.
Segundo pesquisa Mobile Report da agncia Nielsen Instituto Brasileiro de
Opinio Pblica e Estatstica (IBOPE)52 publicada em maio de 2015, no Brasil o total
de pessoas que utilizam a internet por meio de um smartphone chegou a 68,4 milhes
no primeiro trimestre de 2015. Esse nmero representa um crescimento de cerca de
10 milhes sobre os 58,6 milhes do trimestre anterior.
Portanto, considera-se que o dispositivo mvel - celular smartphone - possa
contribuir para o processo de aprendizagem, pois cumpre a funo de disponibilizar
um objeto de aprendizagem ou aplicativo em um recurso tecnolgico acessvel aos
estudantes de forma pessoal, explorando suas vivncias cotidianas, das quais o
celular faz parte53.
A utilizao pedaggica de recursos tecnolgicos, principalmente dispositivos
mveis, alm de permitirem maior flexibilidade no processo de aprendizagem,
envolvem os estudantes em um ambiente em que ele o sujeito ativo do processo de
conhecimento com uma relao construtiva. Portanto, a dimenso construtivista
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Concepes Tericas 43
importante na operacionalizao da aprendizagem, pois a aprendizagem ocorre
quando o estudante representa internamente o objeto a ser conhecido.
3.4 MODELO CONSTRUTIVISTA
O referencial pedaggico adotado nesta pesquisa se baseia nos fundamentos
pedaggicos do construtivismo.
A abordagem construtivista a que tem apresentado mais benefcios e a que
melhor contextualiza o uso de recursos tecnolgicos para os processos de
aprendizagem54.
Nas concepes tericas construtivistas tm-se como elemento comum que o
indivduo o agente ativo do seu prprio conhecimento, modificando o processo de
ensino (abordagem tradicional) para o processo de aprendizagem, realizado por ele
prprio.
O enfoque construtivista enfatiza a construo de novo conhecimento e
maneiras de pensar mediante a manipulao de objetos e ideias, tanto abstratas como
concretas, e justifica a aprendizagem por meio das trocas que o indivduo realiza com
o meio15.
Os recursos didticos que incorporam novas tecnologias representam o meio e
tm o propsito de desenvolver no estudante a capacidade de controlar o prprio
aprendizado, colocando em prtica as premissas construtivistas.
Portanto, optou-se pela teoria histrico-cultural do psiclogo Lev Vygotsky por
basear-se no conceito de que as mudanas individuais ocorrem na sociedade e na
cultura por meio de um processo interativo conhecido como mediador.
Lev Vygostky nasceu em 1896, e na adolescncia se apaixonou por filosofia,
literatura e cultura. Judeu, na antiga Rssia, foi um aluno exemplar, mesmo com as
limitaes quantos aos campos de estudo. Conseguiu concluir o curso de direito e
escreveu uma dissertao sobre psicologia da arte. Aps lecionar e publicar diversas
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Concepes Tericas 44
obras, voltou sua ateno e sua criatividade para as questes do desenvolvimento
humano e da aprendizagem55.
A concepo histrico-cultural do desenvolvimento humano, formulada por
Vygotsky, entende o indivduo como um ser inserido em um processo histrico em
constante movimento, que se transforma a partir da interao com os outros seres
humanos e com a sociedade e a cultura56.
Nessa interao com outros sujeitos e com o meio, e na reflexo, que vo se
internalizando os conhecimentos, transformando uma operao que inicialmente
representava uma atividade externa ao indivduo, em parte integrante de seu nvel
psquico interno. Portanto, a relao do indivduo com o mundo ocorre de forma
indireta, ou seja, tanto os processos externos como os internos, formam-se com base
em outro processo, denominado de mediao. Nesse processo de mediao, a
relao entre os indivduos e o mundo que os cercam ocorre por meio de ferramentas
ou artefatos culturais auxiliares da atividade humana, que mediam a interao46.
Nesse sentido, o processo de mediao tem um importante papel em que a
relao estmulo-resposta substituda por uma relao mais complexa, mediada,
representada na figura a seguir: em que S o estmulo; R a resposta e X o elo
intermedirio ou artefato mediador.
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Concepes Tericas 45
Figura 5 - Relao mediada de estmulo-resposta
Fonte: Garcia SC. Objetos de aprendizagem: investindo na mediao digital do conhecimento. Disponvel em: http://celsul.org.br/Encontros/07/dir2/17.pdf
A mediao por meio de artefatos que so construdos social e culturalmente,
modifica a mente de quem os utiliza e o contexto que os envolve. Os recursos
didticos agregados tecnologia podem possibilitar a transformao do processo
mental e no apenas facilitar os processos mentais j existentes57. A incluso de
aplicativos multimdia no processo de ensino introduz novas funes relacionadas ao
seu uso e controle, como por exemplo: a associao e organizao de conceitos, o
envolvimento com o contedo e o gerenciamento do local e tempo de utilizao.
Assim, a utilizao desses recursos pode ser considerada como transformadora do
processo mental e no s como facilitadora de processos mentais pr-existentes.
Garcia56 menciona que
Na relao mediada a ao direta do indivduo sobre uma atividade inibida, sendo incorporado um estmulo auxiliar, o artefato, que amplia as possibilidades de desenvolvimento da atividade.
Vygotsky58 props que o individual e o social fossem gerados como elementos
constitutivos de um nico sistema interativo do indivduo. A ideia central do
desenvolvimento cultural que todas as funes cognitivas aparecem, no
http://celsul.org.br/Encontros/07/dir2/17.pdf
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Concepes Tericas 46
desenvolvimento, primeiro no nvel social e depois no nvel individual; inicialmente
entre pessoas (interpessoal) e aps dentro de cada indivduo (intrapessoal). A
reconstruo interna das operaes externas denominada interiorizao.
A partir da teoria de Vygtosky, na relao indivduo-conhecimento, a
aprendizagem ocorre com base no processo de mediao, pelo qual o sujeito interage
com o mundo a partir do contato com os instrumentos fsicos e os instrumentos
psicolgicos presentes em sua cultura.
Essa perspectiva sustenta a valorizao do uso dos recursos da informtica no
desenvolvimento de materiais educacionais capazes de facilitar a internalizao do
conhecimento46.
A utilizao desses recursos deve possibilitar a mediao do processo de
aprender por meio da organizao de contedos e da estimulao sensorial com o
uso de imagens, sons, animaes, entre outros, facilitando e direcionando o estmulo
ao desenvolvimento e controle prprio da aprendizagem59. Com base nessa teoria, o
sujeito (estudante de enfermagem) interage de maneira cognitiva e
comportamental (atividade) com o artefato de mediao (tecnologia) motivado
pela realizao do objetivo.
Figura 6 - Mediao do processo de aprender com uso de tecnologia
Fonte: Prpria
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Concepes Tericas 47
A mediao com essa ferramenta tecnolgica fornece um meio de gerar ou
adaptar contextos interacionais que permitam o desenvolvimento de situaes que
levem construo de conhecimentos significativos.
Para Vygostky60, o aprendizado corretamente organizado resulta em
desenvolvimento mental e pe em movimento vrios processos de desenvolvimento
que, de outra maneira, seriam inatingveis. Entretanto, as potencialidades do
estudante devem ser consideradas durante o processo de ensino-aprendizagem,
porque a partir da interao, essas potencialidades so transformadas em situaes
que ativam esquemas processuais cognitivos e comportamentais.
Nesse sentido, atendendo necessidade de organizar o aprendizado, utilizar
um modelo construtivista no design e na anlise de interfaces educativas implica em
permear as etapas do desenvolvimento do software com a utilizao de recursos
individualizados que permitam, alm do comando do prprio estudante, a reviso de
conhecimentos adquiridos e sua ligao com novos conceitos, a estimulao ao
autodesenvolvimento, entre outros50, 61.
Outro aspecto a ser levado em considerao, alm da possibilidade de
interao do estudante com a aplicao, na medida em que este elege os caminhos
a serem seguidos na sua navegao, o uso de recursos multimdia que tornam a
interface mais agradvel e motivadora.
O valor da multimdia o fato de estar baseada nas habilidades naturais do
indivduo em processar informaes, por meio da viso e da audio agregada
cognio que, juntas, compem um excelente sistema para transformar dados sem
sentido em informao, atribuindo-lhes significado.
Um dos fatores determinantes para que a aprendizagem ocorra a
predisposio do estudante para aprender e, para isto, a motivao tem papel
fundamental e pode ser instigada pelo uso de recursos didticos potencialmente
significativos.
Estudantes satisfeitos com o processo de ensino-aprendizagem apresentam
maior motivao, bem como maior autorregulao metacognitiva na gesto do
tempo62.
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Concepes Tericas 48
Metacognio compreendida pelo entendimento que o indivduo tem sobre o
seu prprio conhecimento. Segundo Flavell, Miller e Miller63, qualquer
conhecimento ou atividade cognitiva que monitorada e regulada.
As atuais tecnologias encaminham os indivduos para novas formas de
aprendizagem. Essas aprendizagens apresentam-se como construes criativas,
dinmicas que podem contribuir para a formao de estudantes reflexivos e
inovadores, e que buscam por reais avanos para o seu desenvolvimento.
Para tanto, faz-se necessria a avaliao da aprendizagem. A avaliao est
presente em toda a prtica pedaggica e se concretiza em um processo complexo de
mudanas de comportamento, englobando no somente os aspectos cognitivos do
saber, mas tambm as habilidades do saber fazer e atitude de como saber ser e saber
conviver, todos interligados entre si. E para a avaliao do desempenho do estudante
no processo de aprendizagem, pode-se utilizar diferentes tcnicas64.
Embora, tradicionalmente, conceba-se como principal funo da avaliao a
deteco de possveis pontos geradores do fracasso, esses pontos detectados devem
ser utilizados como referenciais para as mudanas nas aes pedaggicas,
objetivando um melhor desempenho do estudante65.
Ao compreender que o desempenho do estudante representa a mobilizao de
suas competncias relativas ao conhecimento, s habilidades e s atitudes, a
avaliao por competncias visa ao crescimento do estudante66, tomando como
referncia os pilares da educao expressos no relatrio para a United Nations
Educational Scientific and Cultural Organization - UNESCO, coordenado por Jacques
Delors: aprender a conhecer, aprender a ser, aprender a fazer e aprender a viver
juntos.
Segundo Delors et al67
Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente ampla, com a possibilidade de estudar, em profundidade, um nmero reduzido de assuntos, ou seja: aprender a aprender, para beneficiar- se das oportunidades oferecidas pela educao ao longo da vida.
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Concepes Tericas 49
Aprender a fazer, a fim de adquirir no s uma qualificao profissional, mas, de uma maneira mais abrangente, a competncia que torna a pessoa apta a enfrentar numerosas situaes e a trabalhar em equipe. Alm disso, aprender a fazer no mbito das diversas experincias sociais ou de trabalho, oferecidas aos jovens e adolescentes, seja espontaneamente na sequncia do contexto local ou nacional, seja formalmente, graas ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.
Aprender a ser, para desenvolver, o melhor possvel, a personalidade e estar em condies de agir com uma capacidade cada vez maior de autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal. Com essa finalidade, a educao deve levar em considerao todas as potencialidades de cada indivduo: memria, raciocnio, sentido esttico, capacidades fsicas, aptido para comunicar- se.
Aprender a conviver, desenvolvendo a compreenso do outro e a percepo das interdependncias realizar projetos comuns e preparar-se para gerenciar conflitos no respeito pelos valores do pluralismo, da compreenso mtua e da paz.
Os dois primeiros Pilares enfatizam aspectos sobre o processo de aquisio de
conhecimentos e a habilidade na execuo de atividades, para os quais os recursos
tecnolgicos, como o aplicativo, podem contribuir, enquanto os outros salientam uma
dimenso mais ligada aptido para a comunicao e o relacionamento interpessoal,
no caso, enfermeiro-paciente.
O uso de recursos tecnolgicos pode estar centrado na aprendizagem do saber
e do saber fazer. A construo de significados, revela o uso de prticas de ensino
voltadas a experincias vividas e ampliao do conhecimento do estudante.
Experimentar os recursos tecnolgicos como ferramentas pedaggicas pode viabilizar
ao estudante a oportunidade de investigar e refletir aprendizados pertinentes a
temtica em questo.
Verificar a assimilao de saberes especficos parte do processo da
avaliao. Para a avaliao da aprendizagem do estudante no uso do aplicativo de
mensurao da PVC e considerando que no processo de formao do enfermeiro
devem ser desenvolvidas competncias de natureza conceitual, procedimental e
atitudinal, de modo a que possa saber agir eficazmente s demandas a serem
vivenciadas na prtica profissional, proposta a utilizao de um modelo de avaliao
para contemplar essas trs competncias.
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Concepes Tericas 50
3.5 OBJECTIVE STRUCTURED CLINICAL EXAMINATION (OSCE)
O modelo escolhido para avaliao foi o Objective Structured Clinical
Examination (OSCE) - Exame Clnico Objetivo e Estruturado, uma vez que permite a
avaliao de competncias em procedimentos e situaes padronizadas e
diversificadas. Nesta tese ser utilizada a abreviao em ingls OSCE.
O OSCE consiste em uma estratgia de avaliao em que os estudantes ou
avaliados se alternam por estaes e vivenciam situaes reais ou simuladas, a fim
de desenvolver determinados procedimentos, para os quais se faz necessria uma
sequncia de conhecimentos, habilidades e atitudes para uma atuao assertiva. O
avaliando permanece um tempo pr-determinado, realizando a tarefa solicitada, sob
a observao de um avaliador68.
Esse mtodo de avaliao de habilidades clnicas foi desenvolvido h algumas
dcadas. Foi descrito pela primeira vez em 1975, na Universidade de Dundee, na
Esccia, por Harden e Gleeson e, alm de ter ganhado crescente aceitao e difuso
por todo o mundo69, vem se popularizando na educao em sade brasileira70.
No Brasil, no final da dcada de 1990, foi utilizado pioneiramente pela
Faculdade de Medicina de Marlia (FAMEMA)71. Em 1998, a instituio introduziu a
avaliao da prtica profissional e adotou o mini OSCE, que permitia avaliar o
desempenho do acadmico em seis estaes: uma estao de histria clnica, uma
de comunicao e quatro estaes para exame fsico, com a durao de 15 a 30
minutos e a utilizao de pacientes simulados72.
Apesar do uso na educao mdica, a literatura sugere tambm que o OSCE
seja um mtodo que pode ser utilizado no curso de Enfermagem, pois tem o propsito
de avaliar a competncia e a segurana do estudante de enfermagem no desempenho
de habilidades comumente utilizadas na prtica clnica73.
Nesse contexto, Prion74 afirma que
Para educadores de Enfermagem, as experincias de simulaes clnicas oferecem uma oportunidade para avaliar e mensurar a integrao de mltiplas competncias profissionais do estudante. Para maximizar a
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Concepes Tericas 51
experincia individual de aprendizado do estudante e melhorar a aplicao efetiva das simulaes como estratgias de ensino e aprendizado, um plano de avaliao ponderada necessrio. Especial ateno s variveis de entrada, tais como as prticas educacionais das simulaes e a medio direta dos resultados do estudante, iro fornecer feedback mais abrangente e confivel sobre sua aprendizagem, a partir da experincia de simulao. (p.76)
(Traduo feita pela pesquisadora)
Estudos75,76,77,78 tm mostrado a efetividade do OSCE na padronizao da
avaliao das competncias dos estudantes nos cursos de Enfermagem presenciais
e a distncia, utilizando estaes especficas para procedimentos tcnicos como
exame fsico e atividades de raciocnio clnico.
Esses estudos evidenciam que vrias universidades esto utilizando o mtodo
OSCE como recurso de aprendizagem e como ferramenta de avaliao para
identificar pontos fracos em habilidades clnicas.
A importncia da avaliao pelo mtodo OSCE est na verificao do que os
participantes fazem, em detrimento do que eles sabem. Esta metodologia tem o
propsito de avaliar, nas vrias dimenses, a competncia clnica de forma planejada,
estruturada e objetiva, pela observao do desempenho e da interao do
estudante/paciente, ao longo de uma srie de estaes. Uma das caractersticas
desta metodologia a rotatividade, obrigando os estudantes a passar por todas as
estaes em tempo pr-estabelecido.
No contexto educacional, a avaliao implica na obteno de informaes
sobre o desempenho do aluno por meio de um mtodo especfico, as quais podem
subsidiar, entre outros, o alcance dos objetivos instrucionais pr-estabelecidos79.
Esse mtodo proporciona uma exposio proativa e controlada dos estudantes
a desafios progressivamente mais complexos, na passagem pelas estaes. A
aprendizagem por meio da simulao proporciona vrias experincias, como a
aprendizagem individualizada, uma vez que os estudantes no se apresentam como
meros observadores e a aprendizagem de competncias relacionadas comunicao
e s atitudes, dificilmente realizveis de outras maneiras70.
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Concepes Tericas 52
Esses ambientes de simulao, por aumentarem a confiana dos estudantes
para a prtica, constituem um valorizado ponto de encontro para reflexes das
prticas profissionais, incrementando a conexo terico-prtica em cenrios
pertinentes ao ciclo de conhecimentos do estudante80.
No processo de avaliao OSCE esto envolvidos os seguintes sujeitos: o
avaliador, o estudante e o paciente. A atuao do avaliador feita segundo um roteiro
de observao, tipo check-list, pr-estabelecido. Assim, todos os alunos so avaliados
exatamente da mesma forma. Essas so caractersticas que permitem facilidade no
preenchimento e na objetividade ao exame69.
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Procedimento Metodolgico
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Procedimento Metodolgico 54
4 PROCEDIMENTO METODOLGICO
Neste captulo, so descritos os procedimentos adotados para a avaliao da
eficcia do aplicativo multimdia em plataforma mvel para o ensino da Mensurao
da Presso Venosa Central.
4.1 DESENVOLVIMENTO DE NOVA VERSO DO SOFTWARE E
SISTEMA DE CONTROLE DE ACESSOS
A nova verso do software foi desenvolvida com o objetivo de aprimorar a
verso anterior, oferecendo melhor visualizao do contedo e maior interao por
meio de um vdeo com animao sobre o procedimento, como recurso complementar.
Os recursos de udio e vdeo promovem maior interao e podem se tornar
facilitadores do processo ensino-aprendizagem.
Para Souza81, o vdeo possibilita uma comunicao que integra o verbal e o
visual, com reflexo entre concreto e abstrato, construindo, de forma lgica,
conhecimento baseado na experincia vivida.
A nova verso do software e o sistema de controle de acessos foram realizados
por uma empresa vencedora de licitao, em Dezembro de 2014, conduzida pela
EEUSP, aps obteno de financiamento pela Pr-Reitoria de Graduao da USP,
por meio do Programa Pr-EnsinoI.
A nova verso do software e o painel de controle de acessos foram
desenvolvidos com orientao direta da pesquisadora, baseando-se na necessidade
I Esse projeto foi financiado pela Pr-Reitoria de Graduao da USP, com a verba de R$ 23.100,00. A empresa
que venceu a licitao foi a Hipocampus. O Pr-Ensino foi um Programa da Pr-Reitoria de Graduao da USP, lanado em 2012, que visava a incentivar e apoiar docentes e discentes de todos os cursos da USP para o desenvolvimento de atividades e materiais, de ensino, com finalidade precpua de propiciar aprendizagem slida e eficaz, mediadas por instrumentos e propostas metodolgicas criadas para esse fim. Disponvel em: http://www.prg.usp.br/wp-content/uploads/REEDITADO_Edital_Pro-Ensino_10_abr_13.pdf Acesso em 22/01/2016.
http://www.prg.usp.br/wp-content/uploads/REEDITADO_Edital_Pro-Ensino_10_abr_13.pdf
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Procedimento Metodolgico 55
da pesquisa de acompanhar a quantidade de acessos de cada estudante, por pgina
do aplicativo.
A seguir, so apresentadas algumas telas da nova verso do aplicativo
multimdia em plataforma mvel para o ensino da mensurao da Presso Venosa
Central.
Figura 7 - Imagem ilustrativa das telas do novo aplicativo tpico 1
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Procedimento Metodolgico 56
Figura 8 - Imagem ilustrativa das telas do novo aplicativo tpico 2
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Procedimento Metodolgico 57
4.2 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de uma pesquisa de desenvolvimento tecnolgico, acompanhada de
um estudo longitudinal, quase experimental, desenvolvido em